Índice Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04 Cinema de Invenção, entre os ditos e a ditadura . . . . . . . 05 Porque Cinema de Invenção? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Período Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 A Censura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Elyseu Visconti Cavalleiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Quem é Elyseu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Elyseu por Elyseu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 O Percurso de Elyseu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Artes Plásticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Filmografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Longas de Ficção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Os Monstros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Olhar Crítico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 A Sociofotografia de Elyseu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 O Projeto Cinema de Invenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Projeto Online para Todos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Criação de Novo Conteúdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Convidados e Participantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Mostra em Realidade Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Via Cultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
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INTRODUÇÃO
Cinema de Invenção, entre os ditos e a ditadura Nossa proposta foi trazer a público, de forma gratuita, uma programação extensa sobre o cinema e a genialidade plural de Elyseu Visconti Cavalleiro. Este catálogo da mostra Cinema de Invenção Online faz um compêndio do conteúdo e das ações do projeto contemplado pelo PROAC LAB 2020, com textos e imagens sobre a trajetória dos 50 anos nas artes plásticas e no audiovisual do cineasta premiado no país e no exterior, que além de seus longas-metragens, realizou expressivo trabalho etnográfico e antropológico no país. Em suas falas e entrevistas, podemos observar a passagem histórica pela repressão e ditadura do país, suas memórias, conhecimentos técnicos e vivências ímpares. Seus longas-metragens, que foram censurados nos anos 70, são reconhecidos como representação histórica, icônica e expressionista de um momento social. Elyseu era um artista plástico e cineasta que gestou, produziu e editou seus filmes. Organizamos a valorosa contribuição reconhecida entre antropólogos, etnólogos, cientistas sociais e professores no site criado especialmente para a mostra, onde também pode ser encontrada a exposição virtual de seu trabalho. A mostra realizada também apresentou seus documentários em uma proposta de navegar pelo folclore, margem da realidade que ,para Elyseu, mais se permite à ficção. Mergulhado no tangível, no imaginário, no repertório do folclore popular e no sincretismo religioso inserido em suas manifestações, realizou importante acervo etnográfico e antropológico, como afirmaram os sociólogos e pesquisadores Gilberto Freyre e Luís Câmara Cascudo, o crítico Ewerton Belico e estudiosos. Aqui neste catálogo o projeto se organiza, deixando a informação para acesso do público. Boa jornada a todos. Instituto Via Cultural 05
Foto de Pedro Moraes, da esquerda para a direita: (de pé) José Guerreiro, Douglas Marques de Sá, Fredy Carneiro, Tatula Campos, corpo técnico, corpo técnico, Mario Carneiro, Fernando Campos, Luiz Eduardo Prado; (sentados) José Henrique Bello, Irma Alvarez, Elyseo Visconti, Lídio, corpo técnico e corpo técnico.
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Porque Cinema de Invenção? Para se entender o movimento, precisamos voltar um pouco no tempo. Na década de 1950, o cinema brasileiro era dominado por chanchadas (musicais, muitas vezes cômicos e “baratos”), épicos de grande orçamento que imitavam o estilo de Hollywood, e o “cinema sério”, que o cineasta Carlos Diegues caracteriza como “às vezes cerebral e muitas vezes ridiculamente pretensioso”. À medida que a década terminava, jovens cineastas brasileiros protestaram contra os filmes que eles percebiam como “de mau gosto e comercialismo sórdido”, que dependia do patrocínio de “um Brasil analfabeto e empobrecido”. Durante os anos 1960 e 1970 surge o Cinema Novo, um movimento brasileiro destacado pela sua crítica à desigualdade social. Filmes produzidos sob a ideologia do Cinema Novo se opuseram ao cinema tradicional brasileiro de até então, com Glauber Rocha sendo considerado seu cineasta mais influente. Já entre meados de 1968 e 1973, surgiu um novo movimento que se opunha em alguns aspectos ao Cinema Novo. Ele pregava a ideologia da contracultura, além de criar uma abertura de diálogo lúdico e intertextual com o classicismo narrativo hollywoodiano e as chanchadas. Tendo uma forte relação com o tropicalismo, o movimento também sofreu grande repressão e censura pela ditadura que se instaurava no Brasil. Esse movimento ficou conhecido como Cinema Marginal, tendo como principais produtoras a Boca do Lixo em SP e a Belair Filmes no RJ. Este termo não era reconhecido por seus praticantes e posteriormente foi rebatizado como Cinema de Invenção. Uma das grandes virtudes deste cinema é o resgate experimental de ruptura, ousadia e transgressão.
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Período Histórico A Ditadura militar brasileira ou Quinta República Brasileira foi o regime instaurado em 1° de abril de 1964 e que durou até 15 de março de 1985, sob comando de sucessivos governos militares. De caráter autoritário e nacionalista, teve início com o golpe militar que derrubou o governo de João Goulart, então presidente democraticamente eleito. O regime acabou quando José Sarney assumiu a presidência, o que deu início ao período conhecido como Nova República (ou Sexta República). Apesar das promessas iniciais de uma intervenção breve, a ditadura militar durou 21 anos. Além disso, o regime pôs em prática vários Atos Institucionais, culminando com o Ato Institucional Número Cinco (AI-5) de 1968, que vigorou por dez anos. A Constituição de 1946 foi substituída pela Constituição de 1967 e, ao mesmo tempo, o Congresso Nacional foi dissolvido, liberdades civis foram suprimidas e foi criado um código de processo penal militar que permitia que o exército brasileiro e a Polícia Militar pudessem prender e encarcerar pessoas consideradas suspeitas, além de impossibilitar qualquer revisão judicial. Apesar do combate aos opositores do regime ter sido marcado por torturas e assassinatos, as Forças Armadas sempre mantiveram um discurso negacionista. Só admitiram oficialmente a possibilidade de torturas e assassinatos em setembro de 2014, em resposta à Comissão Nacional da Verdade. O documento, assinado pelo Ministro da Defesa, Celso Amorim, menciona que “o Estado brasileiro [...] já reconheceu a ocorrência das lamentáveis violações de direitos humanos ocorridas no passado” (Fonte: Ditadura militar brasileira – Wikipédia).
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A Censura Elyseu sofreu uma pressão muito grande na época da ditadura, foi preso, seus filmes ficaram presos na censura, todos os amigos foram embora para Londres e ele se auto exilou em Pernambuco e na Paraíba, saindo da panela de pressão que havia se instaurado no Rio de Janeiro. ‘O Inimigo é outro’. Parte de carta enviada de Londres por Julio Bressane a Elyseu, 1970: Fiz no Brasil seis filmes de longa-metragem sendo que 5 deles foram rodados entre setembro de 1969 e maio de 1970. A Belair (minha ex-produtora) entre janeiro e maio de 70 fez setenta e seis longas-metragens. O resultado foi genial, cavernoso, delinquente. Os lordes perguntaram sobre os ‘filminhos’. Aqui é necessário uma explicação:”filminhos” era o que eu fazia, porque obras eram o que se guardava debaixo das latas de detefon. Colonizados e reacionários. O cinema é uma coisa que vocês nem desconfiam, na engrossada veio tudo à tona, não se engana mais. Os sabidos armaram a “jogada industrial”, se uniram ao que há de pior e conseguiram fazer os piores filmes brasileiros de todos os tempos. Atenção: mixagem em alta não salva burrice. Os colonizadores (no caso, críticos imbecis de direita delirante), impuseram seu gosto, ditaram o tom e todos engoliram sempre sérios. “Matou a Família e Foi ao Cinema” está interditado pela censura porque dizem ser a cópia de má qualidade. A qualidade da cópia é a melhor que pode ser obtida no Brasil, o problema está na ampliação.
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ELYSEU VISCONTI CAVALLEIRO
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Retrato de Elyseu desenhado por Tony Évora, realizado em Praga 1965
Quem é Elyseu Elyseu Visconti Cavalleiro, 1939 - 2014 Cineasta, produtor cinematográfico, fotógrafo, desenhista, pintor Fez parte da inovação do cinema brasileiro nas décadas de 1960 e 1970, após chegar da Europa e Oriente, realizando os longas-metragens “Os Monstros de Babaloo” e “O Lobisomem”, O Terror da Meia-Noite, filmes que ficaram mais de dez anos presos pela censura. Realizou dezenas de documentários sobre cultura popular brasileira, cobrindo todo o território nacional. Viajou por mais de 50 países coletando documentos cinematográficos sobre as culturas da África e Oriente. Neto do pintor Elyseu Visconti, realizou 03 documentários sobre a vida e obra de seu avô. Nos últimos anos vivia em sua casa e atelier em Teresópolis, R.J. Falecido aos 75 anos, em fevereiro de 2014, era carioca de Copacabana, morador de Teresópolis, semi ermitão. Elyseu atravessou a linguagem de sua época e criou junto com Julio Bressane, Rogério Sganzerla, Andrea Tonacci, Neville de Almeida, Zequete, Mojica, Ivan, Carlos Reichenbach, Glauber, Mario Drumond e Geraldo Veloso, um cinema experimental para manifestações criativas e libertárias. rtista versátil, ELYSEU VISCONTI CAVALLEIRO fez uma poética radical levando A seu ritmo e personalidade avassaladora a irromper reações por seu caminho e trajetória. Desenhava, escrevia, pintava, fotografava, filmava, envolvia-se em voos pela ficção fantástica e pela antropologia visual. Autor de ‘Os Monstros de Babaloo’ e ‘O Lobisomem - Terror da Meia Noite’, verdadeiros manifestos realizados no início dos anos 70 e embargados pela censura da ditadura militar. Foi autor de narrativas visuais e dezenas de documentários sobre artes, folclore e patrimônio cultural.
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Elyseu Por Elyseu Entrevista resumida realizada com o artista para a revista BRAVO! Como você decidiu ser cineasta? Estudei artes plásticas na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e, nesse período, os professores diziam que as minhas pinturas e gravuras eram muito cinematográficas. Além disso, eu já trabalhava na TV Rio, como assistente do Walter Clark, onde desenvolvi noções de roteiro, de argumento e de câmera. Nessa época, fui chamado para fazer o roteiro do filme Morte em Três Tempos (1967). Pouco depois, consegui uma bolsa do governo francês para estudar cinema em Paris e nunca mais parei. Alguns diretores são classificados como “marginais”. Como você vê essa questão? É realmente um absurdo. Lutamos por um cinema autoral, libertário e que rompesse com os valores tradicionais. Glauber Rocha usou sua política comunista e o estrelismo que conquistou com o Cinema Novo e nos rotulou de marginais e de fascistas. Ele foi um irresponsável que castrou várias gerações. Como você começou a fazer documentários etnográficos? Quando ganhei minha bolsa para estudar cinema em Paris, trabalhei por cinco meses como assistente em um documentário. Depois dessa experiência, não parei de estudar antropologia. Então, quando meu filme foi censurado no Brasil, desisti de fazer ficção e me auto exilei no interior do Nordeste, começando a produzir documentários etnográficos por lá. Qual sua opinião sobre a produção de cinema brasileira atual? O cinema brasileiro está muito medíocre. Acompanho mesmo sem gostar. A Suprema Felicidade (2010), do Arnaldo Jabor, por exemplo, deve ter tido muito dinheiro, mas é totalmente focado na decoração e no cenário, sem nada de inovador. O diretor não se preocupa em ter um estilo criativo, inventivo. O resultado é oco. Para mim, Amácio Mazzaropi foi o maior realizador que tivemos. Ele era muito autêntico e criativo. 13
O Percurso de Elyseu Nasceu no Rio de Janeiro, filho dos pintores Yvone Visconti Cavalleiro (filha do pintor italiano radicado no Brasil, o impressionista Eliseu Visconti) e Henrique Campos Cavalleiro (pintor, ilustrador e caricaturista). Cursou Escola de Belas Artes. Com o desenvolvimento do Cinema como linguagem em um país considerado subdesenvolvido e sob censura, Elyseu criou uma filmografia e fotografia que como ele, correu o mundo. Teve seus filmes censurados, foi preso e se auto exilou durante os anos da ditadura no país, enveredando pelo interior carioca, litorais e nordeste brasileiro, filmando e registrando as festas e o folclore. Como colaborador da produtora de filmes Herbert Richers, Elyseu fez vários documentários e cine noticiários no Brasil e no exterior. A convite do Itamaraty, viajou pelo Paraguay, Bolívia e Peru divulgando a Arte Popular Brasileira através de palestras e de seus documentários. Elyseu, em sua trajetória, foi bolsista do Governo Francês de 1964 a 1965. Realizou conferências e foi assistente de Jean Rouch. No período, teve também bolsa de estudos do Governo da Tchecoslováquia. Na sequência viajou para o Oriente realizando vários documentários. Convidado pelo governo francês (Ministere de la Culture et L’ducation, Jacques Laing), em 1992, apresentou dez documentários sobre o Folclore Brasileiro na Galerie Naciolale de Jeu de Paume. Através da Embaixada Brasileira em Portugal, foi convidado pelo Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal a apresentar uma exposição composta por 150 fotos ampliadas em cores e a projeção de dez documentários. Na sequência, foi convidado a representar o Brasil no Coloquium de Estudos de Sociologia da América Latina na Alemanha, onde expôs 130 fotos e acompanhou a projeção de seus documentários. Nos anos 2000, Elyseu continuou gravando documentários e fazendo exposições no país. Seu filme “O Lobisomem” foi considerado o melhor filme do Cinema Independente em 2011. 14
Artes Plásticas Seu interesse pelas Artes começou cedo, em casa, com o desenho e a pintura, o que o levaria para a Escola de Belas Artes, onde trabalhou e desenvolveu seu talento com nomes como Oswaldo Goeldi, Roberto Delamonica e Ivan Serpa. Nunca abandonou as artes plásticas, trabalhando conjuntamente ela, seus roteiros e suas ilustrações para outros artistas e escritores.
Galeria Artes Plásticas de Elyseu
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Filmografia Longas OS MONSTROS DE BABALOO - Ficção, 120 minutos, 1970 O LOBISOMEM, O TERROR DA MEIA NOITE - Ficção, 100 minutos, 1972 ELYSEU VISCONTI, EM BUSCA DE UMA ATMOSFERA - 52 minutos, 2004 Documentários Etnográficos FOLIA DO DIVINO - Documentário, 10 minutos, 1968 BOM JESUS DA LAPA, SALVADOR DOS HUMILDES - Documentário, 10 minutos, 1969 TICUMBI - Documentário, 10 minutos, 1975 MARACATU: ESTRELA DA TARDE - Documentário, 10 minutos, 1978 FEIRA DE CAMPINA GRANDE - Documentário, 10 minutos, 1979 BOI CALEMBA - Documentário, 10 minutos, 1979 CAVALO-MARINHO DA PARAÍBA - Documentário, 15 minutos, 1979 GUERREIRO - Documentário, 10 minutos, 1981 PASTORIL - Documentário, 7 minutos, 1982 CHICO TABIBUIA – ALMA DOURADA - Documentário, 28 minutos, 1998 O PALHAÇO NA FOLIA DE REIS - Documentário, 11 minutos, 1998 MARRA-PAIÁ - Documentário, 25 minutos, 1999 SÃO BENEDITO – O SANTO PRETO DE PARATY - Documentário, 08 minutos, 2003 FESTA DO DIVINO – PARATY - Documentário, 16 minutos, 2003 Documentários ARQUITETURA DE PARATY - Documentário, 2002 PARATY NOTURNO - Documentário, 2002 VIAGEM AO ORIENTE - 1967 DOC FOLCLÓRICO BRASILEIRO - 23 minutos, 2002 ENCONTRO DAS FOLIAS DE REIS EM BANGU OS PALHAÇOS DA FOLIA DE REIS DE MACUCO AS FOLIAS DE MINAS GERAIS AS FOLIAS DE ALÉM PARAÍBA JORNADA DA GUIA FOLIA DE REIS EM CAMPO GRANDE DANÇAS E HISTÓRIAS DO NORDESTE BRASILEIRO - 6 minutos, 2004
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Pedaços das artes para a divulgação dos longas-metragens “Os Monstros de Babaloo” e “O Lobisomem”
Elyseu e partes das artes de divulgação dos longas-metragens “Os Monstros de Babaloo” e “O Lobisomem”
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Longas de Ficção Observando a filmografia de Elyseu, vemos que a maior parte de seus filmes são documentários de duração média de 10 minutos. Elyseu acabou desistindo da ficção devido ao longo período que seus filmes ficaram interditados pela censura da época da ditadura. Já hoje, esses mesmos filmes são, pelo mesmo motivo, os mais famosos do cineasta. Abaixo, temos uma descrição resumida dos trabalhos de ficção do autor. Para mais informações sobre esses e seus demais filmes, consulte a ficha técnica no site elyseucinemaonline.org. OS MONSTROS DE BABALOO O filme narra uma aventura burlesca passada na misteriosa ilha de Babaloo, que envolve a trágica família do Dr. Badu, industrial de punhos de ferro, rei do quiabo e do jiló da região. No ano dos acontecimentos extraordinários que se seguem, Babaloo, paraíso deste maravilhoso país, é dominada por personagens que vivem a história desses carrapetas.
O LOBISOMEM, O TERROR DA MEIA NOITE O filme trata dos fatos que envolvem um lobisomem da floresta tropical, que tem o seu covil entre palmeiras e orquídeas. De lá, comanda a sua gangue e procura se sobrepor aos espíritos das matas. Sambas carnavalescos e chorinhos de Pixinguinha compõem o som tropical que, ecoando entre as árvores úmidas, jorra com o sangue das vítimas.
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Os Monstros “Os Monstros de Babaloo”, filme de 1970 carregado de energia e pathos, integração e desintegração dos sentidos que ocasionam a exteriorização completa de todas suas pulsões. Sensações, correntes amnésicas recebidas do passado, uma temporalidade enlouquecida de um tempo vivido, fazem parte do processo de invenção, representadas numa forma reprimida na memória, um espelho perturbado por uma psicografia de inclinações, de alucinações, que de diversas maneiras se desdobram e se mostram por inteiro. Abalo prolongado, tremor sensível de uma exposição feita de dentro para fora, completamente. Descoberta essencialmente irracional dos sentidos, imagem futura e a futura imagem... Película que se inclina sobre si, história de imagens em imagens, traçado do comportamento, dos gestos, um mundo carnavalesco e pré-histórico, já desvencilhado do inchado território da verossimilhança. Filme autobiográfico, delírio trágico, que expõe o lado terrível da vida onde o arquejo biográfico não cessa de avançar sobre a imagem. A fotografia e câmera de Renato Laclette, o sensível, corajoso, brilhante fotógrafo da Belair, cria, recria, transporta, para dentro da rude e fantasmagórica tragédia familiar, uma transparência, uma compreensão da luz, uma textura de grãos em branco e preto impressos em película 35 mm, que retesa, abrange no tempo o amplo arco histórico dos fotogramas cinematográficos e nos faz vir aos olhos e ao pensamento à antiga luz dos primeiros experimentos do cinematógrafo. Os atores, em representação expressionista -radiofônica, libertos da camisa de força do realismo da verossimilhança, são um experimento de invenção. Tal uma onda revolta o conjunto dos atores, excepcional conjunto de atores, criadores de imagem, numa rara reunião, povoam a tela com humor, rumor e rebeldia, a estilar uma vocação de liberdade quase sempre negada, ameaçada, proibida, pela brutalidade da censura e estrangulada pela espessa e nefária indiferença nacional. Parte de texto de Julio Bressane, 2021 (www.elyseucinemaonline.org/re-julio). 20
Olhar Crítico Foi um grande prazer conhecer Elyseu e ao conhecê-lo ver que, essa vocação artística multifacetada, vulcânica, criativa, que está expressa nos filmes dele era também a tempera do próprio homem Elyseu. Não apenas o que os filmes dele eram, mas o que ele era também, uma pessoa de uma curiosidade onívora, grande contador de histórias, uma pessoa de uma vida riquíssima, de uma erudição assustadora, de um conhecimento que trafegava por universos tanto populares quanto eruditos e isso, de alguma forma, se expressa nas múltiplas faces do seu trabalho como realizador. Pensando exclusivamente na sua expressão cinematográfica, sua personalidade criativa e complexa estava expressa em seu cinema e torna compreensível à primeira vista aquilo que, a olhos mais leigos, chamaria atenção ao que a um primeiro momento seria uma ruptura, é na verdade uma grande continuidade. A continuidade de um cinema que parecia ter transitado de uma vocação mais experimental ou como Jairo dizia, “de uma vocação de um Cinema de Invenção”, para uma vocação documental. Já com um olhar mais atento, podemos perceber que essa transição plasma uma mesma vocação de pensamento, que se expressa sempre com uma ousadia de olhar muito inusual, que podemos ver em trabalhos etnográficos de Elyseu como em “Ticumbi” ou em “Boi Calemba”, citando dois exemplos, um olhar que recusa um distanciamento ou um alheamento de um documentário mais tradicional. Também se expressa um interesse pela música e pelo aspecto performático, pelos corpos que performam a manifestação da cultura popular. Interesse este que também vemos nos seus longas metragens ficcionais. Ou seja, aquilo que parece ser uma cisão, um hiato, na verdade são diferentes versões de interesses criativos de uma mesma vocação criativa e artística que demonstrava uma compreensão profunda do Brasil. Esse é o traço do cinema de Elyseu. Esse desejo, um anseio de trabalhar o que borbulha para além da casca do Brasil oficial. Ewerton Belico, crítico de cinema para Via Cultural, abril de 2021 21
A Sociofotografia de Elyseu A Sociofotografia Antropológica de Elyseu Tendo eu criado a pouco, a expressão sociofotografia antropológica de pessoas situadas em seus complexos sociais que, assim surpreendidos pelo fotógrafo antigo ou de hoje, completam uma já existente sociolinguística à base de palavras que, também dentro de situações específicas, adquirem sentido de todo abrangentes, regozijo-me em encontrar nos brasileirismos fotografados valiosamente por Elyseu Visconti Cavalleiro, uma como sistemática, por ele desenvolvida, de sociofotografia: uma sociologia especializada na captação de expressões folclóricas, as mais caracteristicamente brasileiras. Gilberto Freyre. Sociólogo e Escritor Apipucos, Recife, 1983
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Galeria de fotos do trabalho Sociofotográfico de Elyseu
A obra cinematográfica de ELYSEU VISCONTI CAVALLEIRO, abrangendo 30 anos de intenso trabalho, caracteriza-se por um sentido de pesquisas múltiplas e de realizações dentro da Antropologia Visual e da Etnografia entre os maiores fotógrafos e cineastas da atualidade. Os filmes documentários focalizam vasto panorama de grupos, expressões populares em vivências felizes, sátiras, sentimentalismo, piedade, justiça, arbítrio, samba e oração. Reúne aspectos do folclore brasileiro, sincretismos religiosos. Personagens fantásticos, os assombros trazidos nas histórias infantis. Ele também filmou várias feiras: Caruaru, Campina Grande, onde descobriu um grande depósito de valores da cultura popular. A feira documentada por Elyseu é consequentemente um grande centro de comunicação onde o arquivo das informações de cultura regional é a memória coletiva. Luís da Câmara Cascudo. Folclorista e Escritor Natal - Rio Grande do Norte Ler as expressões da cultura popular sobre a óptica das lentes, máquinas e câmaras do cinema, possibilitam resgatar do espaço geocultural os momentos de emoção, de ludicidade, da religiosidade, da festa, da brincadeira e dos rumos socializadores da nossa gente. Elyseu Visconti Cavalleiro é um artista sensível e devotado ao colorido, às formas e personagens da fluente e inovadora produção folclórica. Documentada nas imagens das fotografias e na dinâmica da linguagem cinematográfica, os enredos mais íntimos da emoção popular (em suas representatividades de subsistência cultural e na manutenção dos reais motivos de grupo social e fundamentalmente, de povo), se apresentam ao público. Raul Lody. Antropólogo, Museólogo, Professor Responsável por estudos das religiões afro-brasileiras. Rio de janeiro, 1980 23
O PROJETO
CINEMA DE INVENÇÃO
ENTRE OS DITOS E A DITADURA
Projeto online para todos O projeto Cinema de Invenção ocorreu no primeiro semestre de 2021, ano marcado pela segunda onda da COVID-19 no Brasil e, por consequência, tempo de isolamento social. Por conta dessa realidade, o projeto foi formulado visando o acesso gratuito de conteúdo através de redes digitais. Assim como em nossos projetos presenciais, existem fatores que não podemos deixar de lado em nossos projetos online. Uma de nossas grandes preocupações foi em como trazer a acessibilidade deste conteúdo desenvolvido para todos os tipos de públicos. Nas sessões de filmes do cineasta entre 19 a 25 de abril, foram disponibilizadas versões especiais dos filmes com audiodescrição, que são uma faixa narrativa adicional para pessoas com deficiência visual, intelectual, dislexia e idosos, consumidores de meios de comunicação visual. Em nosso site também nos preocupamos em disponibilizar a audiodescrição de todo o conteúdo escrito, como entrevistas e biografias por exemplo. Outra iniciativa do projeto foi contratar um grupo para produzir a tradução em libras dos webinários apresentados no projeto. Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais, uma língua de modalidade gestual-visual onde é possível se comunicar através de gestos, expressões faciais e corporais. Um método de comunicação alternativo para pessoas com deficiência auditiva. 25
Criação de novo Conteúdo A projeto também criou novos conteúdos para disponibilizar online gratuitamente, com a participação de grandes nomes do cinema nacional. No período de atividades do projeto foram disponibilizados 06 videoaulas sobre cinema, 06 webinários, 06 podcasts, 06 apresentações da obra cinematográfica do diretor, sessões de reprises, 02 debates e 01 site do projeto. Videoaulas O projeto Cinema de Invenção organizou, com convidados da área do cinema, pequenas videoaulas com duração média de 20 minutos. Nessas aulas, os convidados buscavam mostrar diferentes aspectos dos cinemas possíveis de hoje. Convidados: Valter Rege, Carlota Atilano, Murilo Pasta, Laís Perini, Leonardo Brant, Larissa Figueiredo. Webinários O projeto Cinema de Invenção organizou seis encontros com grandes nomes do cinema nacional, cada convidado iniciando seu encontro fazendo um monólogo sobre sua jornada em sua área de atuação, e na sequência era aberto ao público presente a possibilidade de trazer novos tópicos para discussão. Convidados: Leonardo Brant, Tata Amaral, Murilo Pasta, Marcelo Rubens Paiva, Renato Ciasca, Carla Caffé e Eliane Caffé. Cine Podcast O projeto Cinema de Invenção recebeu seis convidados para opinar sobre a situação do cinema nacional no passado, presente e futuro. Nesses encontros, cada convidado fez seus relatos e opiniões sobre suas áreas de atuação. Essas conversas foram editadas em formato podcast com duração média de 30 minutos e disponibilizadas nas plataformas do Youtube e Spotify. Convidados: Aruanã Cavalleiro, Helena Ignez, Vera Terra, Ewerton Belico, Valter Rege, Carla Caffé. 26
O Debate Sexta-feira, 16 de abril, foi realizado um debate com as presenças de Helena Ignez (diretora, atriz e diretora da Mercúrio Produções), Vera Terra (musicista), Júlio Bressane (diretor e cineasta), Ewerton Belico (crítico de cinema e pesquisador) e Viviane Ferreira (nova diretora da Spcine). No debate foi comentado o cinema de época, suas relações com as obras e com autores, e sobre o cinema nacional atual. Cinema em Casa Sessões de filmes do cineasta entre 19 a 25 de abril, sempre disponibilizados a partir das 21h no canal da Via Cultural na plataforma do YouTube. Os dois longasmetragens de ficção de Elyseu: “Os Monstros de Babaloo” e “O Lobisomem – O Terror da Meia-Noite”, foram exibidos nos dias 19 e 20 de abril, respectivamente. Os quatro compêndios de documentários etnográficos do diretor foram exibidos na sequência. Elyseucinemaonline.org No final do projeto foi lançado um site contendo vasto conteúdo sobre o cineasta homenageado, Elyseu Visconti Cavalleiro, incluindo várias galerias de fotos e trabalhos. Parte deste conteúdo também foi convertido em uma galeria 3D, onde os visitantes podiam ter uma experiência única em realidade virtual. Encontro de Encerramento Dia 29 de Abril foi realizado o encerramento do projeto com mais dois encontros. Primeiro um encontro com Aruanã Cavalleiro, filho de Elyseu, para rever o projeto Cinema de Invenção como um todo. Na sequência, uma análise/debate sobre o trabalho de Elyseu, com as presença de Carla Caffé, Ewerton Belico e Renato Ciasca.
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Convidados e Participantes Anna Marcondes Anna Marcondes é multiartista, gestora e produtora cultural, diretora presidente do Instituto Via Cultural. Atua na área de Artes Visuais e Arte Multimeios desde o início da década de 80, desenvolvendo e realizando projetos artísticos e educativos. Aruanã Cavalleiro Aruanã Cavalleiro, filho de Elyseu, trabalha há mais de quinze anos como editor de cinema. Seu trabalho conta ainda com edições em programas da televisão aberta como Fantástico e com a cobertura dos Jogos Olímpicos de Londres, entre outros. Carla Caffé Carla Caffé é formada em arquitetura, é educadora e diretora de arte. Participou de importantes mostras internacionais. Ela é reconhecida por seus projetos multidisciplinares envolvendo práticas pedagógicas. Carlota Atilano Carlota Atilano é formada em Audiovisual. atuou em diversas áreas como direção de arte, cenografia e figurino, roteiro, direção, edição, assistente de fotografia e produção. Atualmente trabalha como freelancer, realizando trabalhos diversos, desde edição de vídeo à assistência de produção. Eliane Caffé Eliane Caffé realizou filmes de curta e longa metragens, entre eles “Kenoma”, “Narradores de Javé”, “O Sol do Meio-Dia” , “Era o Hotel Cambridge” e “Para Onde Voam as Feiticeiras”; todos com prêmios da crítica e de importantes festivais e mostras nacionais e internacionais. Ewerton Belico Ewerton Belico é um estudioso de etnografia, programador, educador, roteirista e diretor. Ele é um dos responsáveis pelo forumdoc.bh e foi corroteirista e codiretor do longa-metragem “Baixo Centro”, vencedor da XXI Mostra de Tiradentes. 28
Helena Ignez Helena Ignez, com mais de 60 anos nas artes cênicas e cinematográficas, já realizou mais de 40 filmes como atriz e diretora. Foi homenageada na Ásia, na Europa e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Julio Bressane Julio Bressane é um digno representante do cinema marginal brasileiro. Seu nome ganhou mais notoriedade após a realização do documentário sobre Maria Bethânia. Em 1970 fundou a Bel-Air Filmes em sociedade com Rogério Sganzerla. Laís Perini Laís Perini é artista, realizadora audiovisual e educadora. Dirigiu e participou dos documentários “Enquanto Calam-me os Agudos”, “Do Portão pra Fora” e “Sem Chão, Sem Medo”. Larissa Figueiredo Larissa atuou como roteirista, diretora, produtora e montadora de diversos projetos, desde curtas, exibidos em festivais, até séries de televisão para HBO, Canal Curta!, CinebrasilTv e Canal Brasil. Leonardo Brant Leonardo Brant é documentarista, diretor-associado da Deusdará Filmes, produtora independente dedicada a realizar documentários de impacto. Autor dos filmes “Descarte, Comer o quê?” e “CTRL-V”, dirige o programa “Idade Mídia” para o Canal Futura e codirigiu a série “Utopia Brasil”, para o CineBrasilTV. Marcelo Rubens Paiva Roteirista, escritor e dramaturgo. Possui extensa lista de trabalhos, criando roteiros para televisão, filmes, livros e teatro. Foi nominado ao Emmy pelo roteiro da série “O Homem Mais Forte do Mundo” (TV Globo, 2018). 29
Murilo Pasta Murilo Pasta é radicado entre EUA e Inglaterra, onde dirigiu séries de TV para a BBC, Channel 4, Channel 5 e Sky. Ele tem uma indicação para o BAFTA (o “Oscar britânico”) e é membro da Academia Britânica de Cinema e Televisão. Renato Ciasca Realizador cinematográfico, diretor, produtor e roteirista, vem desde o começo de 1990 desenvolvendo com Beto Brant uma parceria. Em 30 anos produziu mais de 12 longas-metragens que compõe o acervo da Drama Filmes. Tata Amaral A paulistana Tata Amaral é uma das mais talentosas e premiadas realizadoras da cinematografia brasileira recente. Com seus longas-metragens, conquistou quase 70 prêmios em festivais nacionais e internacionais. Valter Rege Valter Rege é um profissional de comunicação multitarefa, cineasta, crador de conteúdo, formado em Rádio e TV pelo Centro Universitário Belas Artes, palestrante e finalizador de filmes. Possui um canal com o seu nome, que aborda temas como negritude, homossexualidade e periferia. Vera Terra Vera Terra é estudiosa da obra teórica e musical de John Cage. A pianista e compositora tem textos publicados em jornais e revistas especializados em artes, música e filosofia. Viviane Ferreira Viviane Ferreira é cineasta e advogada e a nova diretora-presidente da Spcine, além de presidente do Comitê Brasileiro de Seleção do Oscar 2021, da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais. 30
Mostra em Realidade Virtual O projeto Cinema de Invenção também convidou seu público a participar de uma experiência em realidade virtual. Através de nosso site, o visitante tinha a opção de ver as obras em nossa sala virtual em 3D, onde tinha total liberdade de movimento, podendo assim passear pelo espaço como em uma galeria real.
Galeria 3D da Mostra Cinema de Invenção.
A mostra apresentava um recorte sobre o cinema e a genialidade plural de Elyseu com uma referência ao seu cinema olho, uma ideia na cabeça e o fazer nas próprias mãos, imagens sobre sua trajetória nas artes plásticas e no audiovisual. Na sala convidavamos o observador a ver seu material compacto de produção, entrar em seu colorismo e olhar preto no branco, como à uma transversão através da fotografia para a etnofotografia.
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Nas fotos: Elyseu filmando; Fitas de filmes; Wilsa Carla; Equipamento de edição; Grupo Ivan, Mogica, Elyseu e Júlio.
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Nas fotos: Elyseu filmando um documentário; Fotos com Badú e Helena Inez em cenas de “Os Monstros de Babaloo”.
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A Via Cultural foi criada para possibilitar a estruturação do pensamento para uma atuação em rede de pessoas interessadas em agir dentro das conformidades da lei, atingindo intentos socioculturais de pesquisa, ação, capacitação e sustentabilidade, nos segmentos de Cultura, Educação e Meio Ambiente. Age para criar projetos e ações que promovam e assegurem melhor qualidade de vida aos cidadãos com ética, legalidade e transparência. Projetos de educação cultural, desenvolvidos de forma transdisciplinar, com metodologia inédita, com publicações, treinamento de equipes da área de educação, workshops empresariais, palestras e exposições A Via Cultural, fundada em 2005, hoje atua como: - OSCIP (Organização Social Civil de Interesse Público) regulada e certificada pelo Ministério de Justiça desde 2008; - Instituição Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo desde 2010; - Ponto de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo desde 2014. www.viacultural.org.br 11 3624-5792 11 3624-5791 viacultural@viacultural.org.br
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O projeto Cinema de Invenção é uma homenagem ao cineasta Elyseu Visconti Cavalleiro (1939-2014), diretor, artista plástico e fotógrafo. Este projeto foi contemplado no edital do PROAC Expresso Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e do Governo Federal. VIA CULTURAL - Instituto de Pesquisa e Ação pela Cultura. Presidente Anna Lúcia Marcondes Vice Presidente e Diretor Técnico Eduardo Cordeiro de Araújo Consultor Jurídico Alessandra D’Elia Diretor Financeiro Administrativo Maria Aparecida Ferreira Contabilista Responsável Jucelino Shimura Assistente de Comunicação Ana Paula Silvera Assistente de Produção Laís Perini Desenvolvedor de Mídias Digitais Rodolfo D’Elia Editoração de Vídeo Vitor Faria. PROAC LAB 2020 - Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo -SEC SP - Governo do Estado de São Paulo - Governo Federal Pátria Amada Brasil. RESULTADO FINAL DO EDITAL PROAC ESPRESSO LAB N° 40/2020 - PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO DE FESTIVAL DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA COM APRESENTAÇÃO ONLINE NO ESTADO DE SÃO PAULO. Respeitados todos os ritos previstos no Edital PROAC LAB N° 40/2020, respeitados os previstos no item 1.2 (Parâmetros Especificos) do referido Edital conforme a seleção em Alta da Comissão de Seleção de Projetos e posterior análise da Comissão de Análise da Documentação, foi selecionado o projeto de inscrição n° SCEC-PRC- 2020/00689, ID 1301 - CINEMA DE INVENÇÃO - ENTRE OS DITOS E A DITADURA da VIA CULTURAL - INSTITUTO DE PESQUISA E AÇÃO PELA CULTURA São Paulo. www.cultura.sp.gov.br VIA CULTURAL - Instituto de Pesquisa e Ação pela Cultura Avenida Brigadeiro, Faria Lima, 1597, 7° andar, conjunto 707, Jardim Paulistano, SP.