Especial Congresso
apavt 2018 AVIAÇÃO COMERCIAL E TURISMO novembro 2018
MAGAZINE PARA PROFISSIONAIS Nº 371
Grande Entrevista
Secretária de Estado do Turismo
Voz aos protagonistas
Operadores, Agências e Grupos:
Balanços e Perspetivas “Crescimento de receitas igual a Portugal só mesmo os mercados asiáticos” A opinião dos Especialistas
Um mundo de soluções de mobilidade para o ajudar a servir melhor os seus clientes
Pedro Costa Ferreira
Miguel Quintas
Pedro Machado
europcar.pt
FACEBOOK www.facebook.com/viajarmagazine ONLINE www.viajarmagazine.com.pt
Ana Mendes Godinho
viajar 2018 / novembro
Observação
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Em foco 44º Congresso Nacional APAVT Programa * 22 de novembro 17h30 – Sessão Oficial de Abertura 18h30 – 1ª Sessão: «Os elefantes comem-se às fatias» A necessidade, os constrangimentos e as oportunidades para continuar a crescer. Speaker: Ângelo Felgueiras (comandante de aviação civil) 20h00 – Jantar de Abertura e espectáculo oferecido pelo Governo dos Açores no Pavilhão do Mar 23h30 – After-Party oferecida pela LATAM Airlines: Bar do Congresso no Hotel Azor 23 de novembro 09h30 – 2ª Sessão: «Turismo em Portugal: Os desafios do crescimento» Os estrangulamentos, as dificuldades e os desafios do crescimento do Turismo em Portugal. O setor público, os empresários, os compromissos e as ações. Que crescimento? Speakers: Adolfo Mesquita Nunes, Eduardo Miranda, João Paiva Mendes, Luís Araújo 11h15 – 3ª Sessão: «Desafios do crescimento: O caso açoriano» O crescimento recente, a consolidação e a sustentabilidade. Que futuro estamos a construir e que futuro queremos? Speakers: Marta Guerreiro, Ana Jacinto, Rodrigo Rodrigues 3ª Sessão: «Oportunidades de investimento» Speaker: Vítor Fraga 13h00 – Almoço oferecido pela Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, no Grand Hotel Açores Atlântico 15h00 – Excursão “Sete Cidades”, com descida à Vila, incluindo o miradouro “Grota do Inferno”. (caso o tempo não permita, o trilho será a “Vigia de S. Pedro”) 20h00 – Jantar oferecido pelo Turismo de Macau, no Pavilhão do Mar 22h30 – After-Party: Bar do Congresso no Hotel Azor 24 de novembro 09h30 – 4ª Sessão: «As oportunidades da tecnologia» A mudança geracional, os novos padrões de consumo, os desafios de sempre e as oportunidades da tecnologia – que agências de viagens no futuro? Speakers: António Loureiro, Claudio Santos, Nuno Carvalho, Paulo Couto, Pedro Seabra, Vasco Pinheiro 11h30 – 5ª Sessão: «Sorrir e Avançar» Uma experiência em 5 passos para o ajudar a crescer. Speaker: João Prata 13h00 – Almoço oferecido por Governo dos Açores, no Azoris Royal Garden Hotel 17h30 – 6ª Sessão: «À conversa com... Francisco Pita» Aeroportos de Portugal. De braços abertos ou de portas fechadas? A que distância de um futuro mais acolhedor? Speaker: Francisco Pita 18h30 – Cerimónia de encerramento 20h00 – Jantar e espetáculo oferecido pela Travelport, no Pavilhão do Mar 23h00 – After-Party Romanti oferecida pelo Casino Azor e Hotel Azor: Bar do Congresso no Hotel Azor * As Sessões de trabalho têm lugar no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada
Agentes de viagens aos Açores
É
chegada a hora de mais um congresso da APAVT. Tido pela maioria dos players como o maior fórum de discussão do Turismo em Portugal, este ano os Açores, mais concretamente a ilha de São Miguel e a cidade de Ponta Delgada dão as boas vindas aos congressitas. Este ano, a VIAJAR decidiu reunir algumas das vozes mais entoantes do setor do Turismo em Portugal e com elas oferecer aos leitores uma edição de entrevistas exclusivas.
Diretor Francisco Duarte Chefe de Redação Sílvia Guimarães Editor Silva & Rocha Editores, Lda direção, redação e publicidade Rua Jaime Batalha Reis, nº 1C- r/c C 1500-679 Lisboa Telfs.: 21 7543190 • e-mail: viajar@silroc.pt
Operadores turísticos, grupos de agências de viagens, associações do setor estão em destaque, embora na Grande Entrevista tenhamos a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, em estilo de balanço, prognóstico e futurismo. Uma edição pensada para dar voz àqueles que fazem do Turismo um dos setores mais importantes da economia portuguesa. Bom congresso!
Fotografia Arquivo, Fotolia
Impressão Jorge Fernandes Lda
Publicidade Carlos Ramos Telfs.: 21 7543190 e-mail: carlos.ramos@silroc.pt
Tiragem: 7 000 exemplares Depósito Legal: 10 534/85 Registo no ICS: 108098 de 08/07/81 ProprietáriA: Ana de Sousa Nº Contribuinte: 214655148
Opinião
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Click2Portugal Tomar a Nuvem por Juno
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Pedro Costa Ferreira n Presidente
da APAVT
A APAVT nunca veio a terreiro queixarse, quando o quadro é do aumento das escolhas do consumidor; apenas temos tentado incluir no debate as situações em que os players se querem substituir aos consumidores, na sua capacidade de escolha
a área da distribuição turística, a concorrência ao longo da cadeia de valor é hoje muito mais determinante do que a competição entre agências de viagens, como tão bem veio identificar, entre tantas outras abordagens, o estudo editado pela APAVT há um ano, sob a tutela do Professor Augusto Mateus. Esta situação não tem, de resto, nada de ilegal ou simplesmente menos elegante, da parte de quem continua a ser nosso parceiro de negócios. O conceito de Liberdade Económica, quando nasce, tem que ser, pela natureza do próprio conceito, para todos… Na realidade, a APAVT nunca veio a terreiro queixar-se, quando o quadro é do aumento das escolhas do consumidor; apenas temos tentado incluir no debate as situações em que os players se querem substituir aos consumidores, na sua capacidade de escolha. Por outras palavras, nunca nos demos mal com oportunidades iguais. Deste modo, não ficámos ofendidos (era o que mais faltava…), quando a nossa congénere hoteleira, a AHP, lançou o Click2Portugal, baseada num único conceito, a desintermediação. Como não ficámos ofendidos com a Secretária de Estado do Turismo (era ainda mais, o que mais faltava…), quando esta se juntou com o entusiasmo de sempre à iniciativa, agora numa ótica, que é também, de resto, a nossa, de uma ligação mais estreita da promoção à venda. E muito menos ficámos ofendidos com um grande parceiro nosso, o Turismo de Portugal, por ter permitido o link ao VisitPortugal; pois se o link ao “Visit Portugal” está acessível através de regras objetivas e escrutináveis… Portanto, em primeiro lugar, nada contra a iniciativa, muito menos contra quem a patrocinou (AHP), quem a apoiou (SET), ou mesmo quem a acolheu (TdP – VisitPortugal). A iniciativa não causa surpresa, é um mero desenvolvimento prático de uma realidade, a concorrência ao longo da cadeia de valor; não causa rancor, não provoca reação negativa.
Dito tudo isto, não ficaria de bem com a minha consciência, seria um político associativo tacticista, e não contribuiria para o debate construtivo do turismo português, se não viesse a terreiro afirmar, antes de tal ser óbvio do lado da realidade, que é minha convicção que o projeto, como alguns semelhantes que foram tentados em Portugal, está votado, inexoravelmente, à morte à nascença. Porque um b2c internacional é um projeto que exige avultadíssimos investimentos em tecnologia, no início do projeto, e ainda mais ao longo do projeto - a tecnologia, hoje , está permanentemente obsoleta, exige permanente investimento, que, creio, está fora do business plan do projeto. Porque um b2c internacional exige um custo de visibilidade simplesmente inacessível para o projeto apresentado. E não, não será o “VisitPortugal” a resolver esse problema. Estando Portugal em fim de ciclo, enquanto destino turístico, e com tantos hotéis a inaugurar, espero para os próximos tempos menor taxa de ocupação, queda de preço, mais dificuldade em atrair procura (preciso de explicar que o aeroporto será uma barreira difícil de superar?). Por todas estas razões, do lado da APAVT, porque acreditamos em liberdade económica, e capacidade de superar dificuldades, através sobretudo de ações junto do cliente final, porque gostamos de estar do lado das realizações em lugar de integrar o coro das lamentações, porque gostamos de interagir com a cadeia de valor, de forma construtiva e produtiva, intensificaremos o diálogo com o sector hoteleiro, procurando acolher mais grupos, resolver estrangulamentos hoje existentes no MI, debater a qualidade do serviço e a necessidade de pessoal adequado. Contribuindo para o aumento da taxa de ocupação. Do lado da APAVT, estaremos, onde sempre estiveram as agências de viagens - construtivos, combativos, resilientes, do lado do Portugal turístico e, sobretudo, do lado dos clientes. É com eles e junto deles que a nova economia conhecerá o êxito.
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Miguel Quintas n Diretor
Opinião
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Geral Parcela Já
A autarquia de Lisboa anunciou que a partir de 1 de janeiro de 2019 irá dobrar a Taxa Municipal Turística. Não são mais 20%, nem 50% ou 75% do valor. É mesmo mais 100%.
A síndrome da mão alheia Q uando falamos de saúde, a síndrome da mão alheia é uma disfunção neurológica em que os membros de um paciente parecem ganhar vida e autonomia própria. Geralmente o doente não se apercebe dos movimentos desses membros – a mão, por exemplo – sendo que neste caso, aquela pode realizar tarefas até bastante complexas, embora sempre involuntárias. Quando falamos de política, a síndrome da “mão alheia” é uma disfunção da gestão da coisa pública, que obriga os governantes ou presidentes de autarquias a ganhar vida própria no que toca a aplicar impostos, “taxas e taxinhas”. Contrariamente ao caso da saúde, aquele doente sabe bem o que faz e não tem necessidade de realizar alguma tarefa complexa. Cobra apenas. A grande diferença neste caso, é que “o paciente” são as empresas e os cidadãos, que definham cada vez mais debaixo de uma carga fiscal impiedosa cujo carrasco é precisamente… a “mão alheia”. A autarquia de Lisboa anunciou que a partir de 1 de janeiro de 2019 irá dobrar a Taxa Municipal Turística. Não são mais 20%, nem 50% ou 75% do valor. É mesmo mais 100%. Ou seja, partir daquela data, um turista que durma em Lisboa terá que passar a pagar 2,00€ por noite de taxa. Em Paris (a grande Paris!!) a mesma taxa situa-se entre os 0,20€ e 1,50€. Em Praga são 0,60€. Em Madrid…. Ah Madrid! Bem, em Madrid paga-se… zero!
O despropósito quer do valor, quer do “timing” do aumento da taxa é excessivo. O incremento de taxas, multas e outras penalidades para a Câmara de Lisboa em 2019 será de 29,3 milhões de euros, dos quais 22 milhões vêm da Taxa Municipal Turística. Escusado será dizer que a medida é mais um abalo e um entrave para o para o turismo de Lisboa. A hotelaria da Capital está preocupada com o desacelerar (ou mesmo esperada redução) de turistas ainda neste ano de 2018. Adicionalmente os empresários hoteleiros já admitem uma diminuição de noites vendidas para 2019. Como se tal não fosse suficiente, o número de hotéis programados para abrir na maior cidade do país em 2019 não para, aumentando a pressão deflacionista sendo mais outro embate direto no Revpar. Finalmente as noticias apresentadas na última semana de um estudo realizado por inteligência artificial, sobre as tendências de decisão de viagem dos turistas americanos e ingleses para 2019, dá conta de uma redução drástica no posicionamento de Lisboa como destino favorito para aqueles turistas (que cai de 14º para 50º). A maior queda de todas as cidades da Europa. Com tantas nuvens no céu era difícil imaginar ainda… uma “mão alheia” da autarquia, para dificultar adicionalmente a atividade mais pujante da nossa economia. PS: A efetivar-se uma redução de turistas em 2019, apenas espero que não venha para cima da mesa uma nova discussão sobre o aeroporto de Lisboa.
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Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo
“Crescimento de receitas semelhante a Por só mesmo os mercados asiáticos” A um ano de terminar o mandato, Ana Mendes Godinho foi a única secretária de Estado que o novo ministro da Economia manteve no ministério. Afirma-se orgulhosa com o facto e com o rumo que está a conseguir que o Turismo leve em Portugal, dado o grande reconhecimento a nível mundial que faz chegar a território português milhares de turistas vindos por terra, ar ou mar. Por Sílvia Guimarães
Viajar – É sabido que 2017 foi o ano em que o Turismo bateu todos os recordes. É sabido também quo Turismo em 2018 está a desacelerar. Está preocupada com esta queda? Ana Mendes Godinho – A verdade é que não estamos com o nível de crescimento que estávamos no ano passado, dado que em 2017 as receitas cresceram 19,5% e ultrapassámos, pela primeira vez, os 15 mil milhões de euros de receita turística. Este ano, no acumulado de janeiro a agosto, o crescimento foi de 12,2%, o que ainda assim é muitíssimo positivo. A presidente da WTTC, na cimeira que se fez em Lisboa, dizia que crescimento de receitas semelhante a Portugal, e a este nível, neste momento, só mesmo os mercados asiáticos. A tendência que temos vindo a registar passa por um ritmo mais acelerado em termos de receita, do que de número de hóspedes e de dormidas. Curioso ainda é que os maiores crescimentos estão a ser registados na época baixa, nomeadamente em março, com um crescimento de receita de 20%, maio de 19% e fevereiro de 16%. O grande esforço, o grande foco de captação de turistas, novos mercados e rotas aéreas tem sido na época baixa, para garantir que o turismo alarga, cada vez mais, ao longo de todo o ano. Temos tentado igualmente alguma diversificação e desconcentração da procura ao longo ao ano. Este ano as regiões que mais têm crescido são o Alentejo, Porto e Norte, e os Açores. No entanto, há que ter em consideração que a fonte deste número é o INE – Instituto Nacional de Estatística e apenas os empreendimentos turísticos estão considerados e ficam muitas realidades fora deste universo. Estamos a trabalhar para que já a partir de janeiro de 2019 passemos a ter também a contabilização das dormidas nos outros tipos de alojamento, desde que tenham pelo menos unidades de alojamento, estamos a falar do turismo em espaço rural, assim como do alojamento local.
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tugal e a este nível, neste momento, Há um número muito interessante para percebermos a dinâmica que se está a viver neste momento em Portugal. Se compararmos o aumento absoluto de receita este ano em Portugal, de janeiro a agosto, com Espanha, sabemos que geralmente o país vizinho, e isto fazendo umas contas simples, representa cinco vezes mais do que são os números em Portugal. A verdade é que este ano, de janeiro a agosto, crescemos 1,2 mil milhões de euros, Espanha, no conjunto de todas as suas regiões cresceu 1,4 mil milhões de euros. Assim se consegue ver que estamos a conseguir crescer a nível de receita claramente a cima daqueles que são os nossos principais competidores.
connosco para tentar alargar essas ligações. Os números que temos de operações aéreas para o inverno de 2018/19 são bastante animadores quanto à evolução espetável de crescimento das mesmas para Portugal. A título de exemplo, para Faro para esta época temos um crescimento do transporte aéreo de 17,8%, no Porto de 13,5%, na Madeira de 14,7%, nos Açores de cerca 10% e em Lisboa em torno dos 7%. Vamos neste momento criar, dentro do Turismo de Portugal, uma equipa só dedicada a esta área, dado ser fundamental para o desenvolvimento do Turismo em Portugal, e que necessita de pessoas muito capacitadas e focadas nesta missão. A par disto, temos feito muita promoção digiV – Quer isto dizer que estamos a ter um tal, mostrando novos conteúdos e centrada turista mais qualitativo do que propriaem posicionar Portugal como um mercado mente quantitativo. que tem sempre alguma coisa a acontecer, AMG – O que estamos a conseguir é diver365 dias por ano. sificar os mercados, diversificar a oferta de Desenvolvemos um grande programa de forma a ter mais atividade turística ao longo captação de eventos e congressos para de todo o ano, mas também estamos a conPortugal, que tem tido muito bons resultados seguir de facto atingir mercados e segmentos ao longo de todo o ano. A continuação, por de mercados que realmente gastam mais mais dez anos, da Web Summit em Portugal, quando vêm a Portugal. É o que sentimos é disso um bom exemplo. com, por exemplo, o crescimento dos mercaTemos realizado ainda muitas ações offline dos norte-americano, canadiano e brasileiro. com operadores turísticos, nomeadamente através de workshops nesses mercados, Ações de promoção nomeadamente na Coreia do Sul, Canadá, EUA, Brasil e China. V – Quais têm sido exatamente as ações Tem sido o nosso trabalho levar igualmente de promoção realizadas pelo Turismo a cabo outro tipo de ações de posicionade Portugal e para Secretaria de Estado mento de Portugal em várias dimensões, nesses mercados? nomeadamente em mercados e produtos de AMG – O que temos feito, em primeiro lugar, nicho. Por exemplo no Reino Unido temos tem sido a captação de ligações aéreas, desenvolvido ações para o posicionamento isto para garantir que as temos ao longo de de Portugal como um destino de “weddings”, todo o ano e à partida dos mercados que com frutos muito significativos. Por outro mais nos interessam. Nos últimos três anos lado, também temos realizado muitas ações conseguimos mais de 200 novas rotas e em termos de turismo religioso, incluindo operações aéreas para Portugal e uma enorme campanha de Portugal esta dinâmica de procura está como destino de turismo judaia gerar mais procura. Tem co, de uma forma muito essido uma perfeita bola truturada, capacitando a “O grande esforço, o de neve. Estamos a rede de oferta de locais sentir que países ou turísticos judaicos em grande foco de captação de mercados com que Portugal, que neste turistas, novos mercados e rotas nos reunimos para momento são já 30, aéreas tem sido na época baixa, tentarmos conquiscom a ajuda das cotas essas rotas ou munidades israelitas para garantir que o turismo alaroperações aéreas judaicas de Lisboa e ga, cada vez mais, ao longo de estavam no início do Porto, e dos opetodo o ano.” apreensivos, mas são radores turísticos que eles agora que vêm ter trabalham este nicho no
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par de conseguirmos crescer para acolher também em Lisboa. Estou a falar de Faro e da Madeira. Temos de ter um novo aeroporto na região de Lisboa a muito curto prazo e estamos a fazer de tudo para que isso aconteça.
Montijo ou não?
“Os números que temos de operações aéreas para o inverno de 2018/19 são bastante animadores quanto à evolução espetável de crescimento das mesmas para Portugal. A título de exemplo, para Faro para esta época temos um crescimento do transporte aéreo de 17,8%, no Porto de 13,5%, na Madeira de 14,7%, nos Açores de cerca 10% e em Lisboa em torno dos 7%.”
país. Estas ações têm vindo a ser realizadas nos EUA, Canadá, Brasil e Argentina, e a recetividade tem sido surpreendente. Recentemente realizámos duas fam trips, com operadores e jornalista especializados em turismo judaico, oriundos desses quatro países, uma pelo norte e centro de Portugal e outra pelo sul, abarcando esses 30 locais já identificados. No início de novembro tivemos ainda a visita de diversos líderes judaicos vindos dos EUA e Argentina. Isto ajuda-nos ainda a promover Portugal como um país aberto, tolerante, que constrói pontes e derruba muros. Em termos da afirmação e notoriedade internacional que Portugal tem conseguido é particularmente interessante ver que em 2015 tínhamos cerca de 14 mil notícias na imprensa internacional sobre o nosso destino, em 2017 chegámos a 33 mil e este ano estamos com um crescimento de cerca 30% face ao ano passado. É esta dinâmica que faz uma bola de neve. Estes resultados resultam muito de uma estratégia combinada entre o online e o offline. A diferença de execução da Linha da Qualificação da Oferta, entre 2013 e 2015, e entre 2016 e 2018 é enorme, porque em 2016 requalificámos a linha, alargámos os prazos, aumentámos a comparticipação do Turismo
de Portugal, fizemos desaparecer a taxa de juro do Turismo de Portugal nas operações e, pela primeira vez, articulámos com as associações os próprios requisitos e critérios das linhas, para garantir que estávamos a fazer linhas que respondiam às necessidades do mercado. Entre 2013 e 2015 tivemos 98 projetos da Linha da Qualificação da Oferta, já entre 2016 e 2018 tivemos 211 projetos, ou seja, mais do dobro. Isto mostra que redesenhámos o instrumento financeiro para responder às necessidades reais das empresas e as empresas reagiram automaticamente. V – Falamos muito em aumentar rotas e operações aéreas para outros destinos ao longo de todo o ano, mas o mais importante ainda nem sequer está em construção. Estou a falar do novo aeroporto da região de Lisboa. O Montijo vai ou não avançar? AMG – O grande problema do novo aeroporto da região de Lisboa passa, sobretudo, por termos adiado durante tantos anos a decisão sobre avançar para uma infraestrutura com capacidade de acolhimento e receção de um número de pessoas cada vez mais viajam para Portugal. Agora não há nada a fazer e temos que resolver o assunto de uma forma rápida e é nesse sentido que estamos todos a trabalhar. No entanto, também nos esquecemos muitas vezes que temos várias portas de entrada e não se limita a Lisboa. O aeroporto do Porto, pelos seus índices de crescimento, tem que ser cada vez mais dado como uma alternativa a Lisboa e estamos também a trabalhar nessa direção. Neste momento, de uma forma cada vez mais agressiva, temos é que tentar captar ligações aéreas para as duas regiões que neste momento considero que deve ser prioritária a preocupação de atrair cada vez mais turistas ao longo de todo o ano, a
V – Mas o Montijo vai ou não avançar, sobretudo, agora após o chumbo pela parte ambiental? AMG – Espero que rapidamente avance uma solução para os constrangimentos que temos neste momento no Aeroporto de Lisboa. Estamos a trabalhar a dois níveis, por um lado o Ministério das Infraestruturas com a ANA Aeroportos no sentido de aumentar a capacidade instalada do próprio Aeroporto de Lisboa tal como está, através da gestão de fluxos e, em simultâneo, para no mais breve prazo possível termos a alternativa Montijo, respeitando todas as condicionantes e garantindo que a solução é a melhor e que respeita também as preocupações ambientais. V – Este ano houve operadores a terem que cancelar operações por falta de slots. Acha viável pensar sequer em ter que se levar passageiros para o Aeroporto de Beja nos próximos anos, enquanto não temos o novo aeroporto? Isso não irá afugentar os turistas? AMG – Beja não é sequer comparável à existência de um novo aeroporto em Lisboa, mas concordo plenamente que podemos arranjar formas de aproveitar melhor esse aeroporto. Estamos até a identificar que tipo de operações poderemos mudar para Beja, até pela sua facilidade de distribuição para outros pontos do país. V – Recentemente a senhora e o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, foram criticados por uma foto que publicou numa das suas redes sociais em que aparecem muito contentes juntamente com o CEO da Ryanair. Como vê estas críticas? AMG – Gosto sempre de lembrar os números do que era até 2005, altura a partir da qual se começou a apostar muito em termos de captação de voos low cost e em 10 anos duplicámos o número de passageiros para Portugal, passando de 10 milhões para 20 milhões de passageiros desembarcados. O essencial desta mudança de paradigma deveu-se a uma simplicidade e à capacidade de termos acessibilidades aéreas competitivas e que nos ligam ponto a ponto a vários locais do mundo.
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“Temos de A capacidade aérea e as lino fundo, não é mais do ter um novo aeroporgações aéreas são cruciais que uma campanha de to na região de Lisboa para o destino Portugal. promoção conjunta com a muito curto prazo e Somos um país periférico uma companhia aérea. e se não tivermos ligações estamos a fazer de tudo aéreas competitivas estaEmprego qualificado para que isso mos fora do mercado. aconteça.” A minha reunião com a RyaV – O que está a fazer para nair foi para aumentar e aprofunaumentar o emprego neste dar as ligações aéreas da compasetor e, principalmente, o emprego nhia no nosso país e eles até já anunciaram qualificado? 12 novas rotas para Portugal e isso para este AMG – Falemos primeiro do problema, destino é crítico e determinante em termos que tem a ver com a evolução e o sucesso de evolução do Turismo em Portugal. da atividade turística. Se olharmos para o Nas minhas deslocações internacionais é número do emprego no Turismo, ou seja, sempre prioritário fazer reuniões com as de pessoas declaradas à Segurança Social companhias aéreas que nos interessam capnas atividades que comportam este setor, tar para Portugal. No caso da Ryanair deveudesde 2015 tivemos mais 101 mil pessoas se a isso mesmo e sobretudo a aumentar o a trabalhar para o Turismo, o que quer dizer seu interesse para com o destino Madeira e que atingimos as 399 mil pessoas a trabalhar espero ter noticias muito boas para breve. neste setor pela primeira vez em Portugal. É A par disto, no decurso da reunião abordei um recorde completamente absoluto. Dos com o Ryanair a questão dos trabalhadores, 323 mil novos postos de trabalho criados que muito me preocupa e que preocupa tamem Portugal nos últimos três anos, 1/3 foi no bém a companhia, interessando para ambas Turismo, o que significa que, se por um lado as partes encontrar aqui um ponto de equiconseguimos atingir uma taxa de desemlíbrio. Neste momento, a Ryanair já fechou prego das mais baixas de sempre, de 6,9%, acordos com sindicatos de trabalhadores de por outro lado também ficámos com maior vários países, embora em Portugal já tenham dificuldade de recrutamento de pessoas chegado a acordo com o sindicato de pilotos qualificadas, devido ao baixo índice de ainda estão numa fase de discussão com o desemprego. sindicato de tripulação de cabine. O que temos feito? Uma grande aposta A foto que postei reflete a importância que nas escolas de turismo para formar novos dou às ligações aéreas para Portugal. Aliás, profissionais, reforçámos em cerca de 50% se me deparasse com uma limitação orçao número de pessoas abrangidas por ações mental tão grande que só pudesse investir de formação contínua em 2018 e prevemos numa ou duas coisas, pode ter a certeza que crescer mais ainda em 2019, a par de um deem primeiro lugar viriam as ligações aéreas e senvolvimento integrado de estratégia de fordepois as campanhas conjuntas de promomação com os politécnicos, para que estes ção com as companhias aéreas. Aquela foto, cursos respondam às exigências dos merca-
dos. Outro projeto do Turismo de Portugal, em articulação com as associações e com os sindicatos, deveu-se à revisão dos curricula com as escolas de turismo para os adaptar às necessidades do próprio mercado. Estamos a trabalhar cada vez mais internacionalmente para captar alunos estrangeiros para virem estudar para Portugal. Já tivemos o segundo ano de programa com a Índia, estamos prontos para avançar com Macau, embora este ano já tenhamos tido 10 alunos macaenses a fazerem estágios nas nossas Escolas de Hotelaria e Turismo. O objetivo aqui é também captar novos recursos humanos para Portugal, a par claro da capacidade de retenção destes quadros por parte da oferta turística portuguesa. V – Como está a correr o projeto PT2020? O que já foi executado e quanto foi investido desde o início de 2016? AMG – Até ao momento, temos 616 projetos aprovados, num valor global a ultrapassar os mil milhões de euros, a que corresponde 531 milhões de incentivo. Deste incentivo aprovado já se encontra cerca 190 milhões de euros pagos. Estes são valores que demonstram bem a dinâmica que se vive em termos de novos projetos turísticos a acontecer em Portugal. Se nos lembrarmos que em novembro de 2015, quando iniciámos funções, tínhamos apenas um projeto turístico a decorrer, podemos ver a dinâmica que ganhou. V – E a nível do Programa Revive? AMG – O Programa Revive é um dos mais emblemáticos que lançámos. Neste momento já temos nove concursos lançados, dos quais quatro já estão completamente terminados e adjudicados. Estamos a falar
António Costa anuncia Linha Capitalizar Turismo de 130 milhões de euros O primeiro-ministro anunciou que o governo acaba de criar a Linha Capitalizar Turismo, num total de 130 milhões de euros, que irá “financiar a criação e requalificação de projetos turísticos, a capitalização das empresas do setor, com maturidades alargadas e períodos de carência de quatro anos”. António Costa, que falava na sessão de abertura do 30º Congresso da Associação da Hotelaria de Portugal, anunciou, por outro lado, a criação de outra nova linha de “apoio à sustentabilidade ambiental na área do Turismo”. Esta ferramenta financeira “permitirá um incentivo, a fundo perdido, de 40 mil euros, por projeto, destinado exclusivamente a pequenas e médias empresas, para melhoria da gestão da eficiência energética, do uso inteligente da água e da melhoria da gestão dos próprios resíduos”. No decorrer do seu discurso, António Costa relembrou aos associados da AHP que o governo, nos últimos três
anos, já apoiou 1271 projetos turísticos onde estiveram envolvidos mais de 1500 milhões de euros. Por outro lado, frisou a criação de 229 rotas e 285 novas operações aéreas. O primeiro-ministro recordou que os resultados do Turismo em Portugal “foram os mais altos de sempre em 2017, em que tivemos 400 mil pessoas a trabalhar em turismo e o sector gerou receitas de 15 mil milhões de euros” e garantiu que os empresários da hotelaria “podem contar com o Governo como um parceiro ativo nos próximos anos”. Apesar de tudo, o governante não deixou de demonstrar a sua preocupação pela saída do Reino Unido da União Europeia, após a assinatura recente do acordo, e alertou ser “essencial fazer um trabalho específico no mercado britânico, que historicamente é o principal mercado turístico para Portugal, e já estamos a sentir uma redução nestes turistas”.
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do Convento de São Paulo em Elvas, os Pavilhões D. Carlos nas Caldas da Rainha, o Hotel Turismo da Guarda e a Coudelaria de Alter. Por outro lado, o Convento de Santa Clara em Vila do Conde deve estar prestes a ser adjudicado e depois temos em aberto os concursos do Convento de Santo António dos Capuchos em Leiria e a Casa de Marrocos em Idanha-a-Velha. Uma das vertentes mais importantes deste programa passa por muitos destes projetos servirem de âncora de desenvolvimento no território em que estão inseridos. O Revive abrange 33 imóveis em todo o país, sendo que 17 destes imóveis estão localizados no interior, servindo de alguma forma para captar e levar investimento para essas zonas do país. Por exemplo o caso da Coudelaria de Alter é um projeto integrado e paralelamente ao desenvolvimento do hotel iremos ter um grande projeto de desenvolvimento de turismo equestre. Temos procurado que estes projetos não sejam isolados e tenham capacidade de trabalho e dinamização em rede. Até ao final deste ano cotamos ainda ter um total de 15 concursos Revive lançados, sendo que os restantes 18 serão lançados até ao final de 2019. O Programa Revive deve ter sido dos programas mais exigentes que trabalhei nestas funções porque, no momento inicial exigiu uma grande concertação com os Ministérios das Finanças e da Cultura, para que quando o concurso é lançado estejam desde logo definidas todas as regras. O empresário que entra no concurso sabe desde logo o tipo de intervenção que pode fazer, os materiais que pode utilizar e a Direção Geral do Património Cultural passa a estar envolvida em todos os momentos de desenvolvimento do processo, incluindo no momento de licenciamento para que seja fácil na hora da implementação. V – Falta apenas falar do Programa Valorizar… AMG – O Programa Valorizar corresponde exatamente a um dos três desafios que assumimos desde o início: crescer em valor, alargar o Turismo ao longo do território e alargar o Turismo ao longo do ano. Estes são desafios transcendentes a diversos dos nossos programas e projetos de mandato. Desde o princípio que sentia a necessidade de um foco que olhasse para o interior de forma diferente. Se temos 90% da nossa procura e oferta concentradas no litoral é preciso saber por que é que isso está a acontecer e fazer com que se possa acelerar algumas regiões do dito interior. Começámos por identificar os produtos com maior capacidade de afirmação internacional e criámos um programa, neste caso o Valorizar, que os ajude de desenvolver-se, quer no pronto
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de vista do investimento, quer no ponto de vista de capacitação e também de promoção internacional. A experiência tem sido espetacular porque ultrapassou a expetativa que qualquer pessoa. Neste programa já temos 421 projetos aprovados, com 96 milhões de euros de investimento e seis milhões de euros de incentivo. O grande desafio agora é não parar este programa porque tem sido demasiadamente importante para dinamizar estes territórios e é esse mesmo o meu compromisso. Aliás, no Orçamento de Estado (OE) para 2019 essas foram exatamente as nossas preocupações, garantido que houvesse instrumentos transversais a todas as empresas, incluindo as do Turismo, aliviando-as do ponto de vista da tesouraria, com o fim da obrigatoriedade do Pagamento Especial por Conta, mas também programas especiais que o orçamento do Turismo de Portugal me permitisse continuar a fazer acontecer, tendo como exemplo o Fundo de Turismo e Cinema que criámos. Temos feito diversas fum trips e press trips para dar a conhecer estas regiões do interior, nomeadamente aquelas ligadas ao turismo judaico de que já falámos, temos feito ainda diversas ações com Espanha para a orga-
nização de fum e press trips conjuntas para dar visibilidades àqueles produtos que são transfronteiriços. Temos ainda dado muita visibilidade aos projetos de enoturismo, entre outros.
Captação de filmes V – Acabou de falar no OE para 2019, mas a verdade é que o destaque surge no tal projeto da captação de filmagens, sobretudo, oriundos de Bollywood e de Hollywood para Portugal. O porquê desta tão grande aposta? AMG – Esta é uma das nossas apostas porque estamos com uma procura realmente muito grande para virem a Portugal fazer fum trips e viagens de “locations” para estudarem o destino. Recentemente tivemos cá dez das maiores produtoras norte-americanas, como MGM, Paramount, Disney ou Universal, para verem o país e porque demostraram interesse em poderem cá filmar algumas das suas grandes produções cinematográficas. Tem sido um projeto extraordinário, feito em conjunto com o Ministério da Cultura, e só lhe podemos atribuir valor acrescentado para conseguirmos chegar cada vez mais longe.
Grande entrevista V – Qual a posição da senhora secretáesta capacidade de leitura até dos racius de ria de Estado em relação às possíveis residentes face a turistas para se mantenha futuras restrições do Alojamento Local em este sentimento de hospitalidade que os Lisboa? portugueses sempre tiveram. AMG – A Câmara Municipal de Lisboa está a identificar as freguesias em que serão Porto e Norte a eleições identificadas limitações. A minha opinião as alterações feitas à lei do alojamento local V – Como tem estado a acompanhar a passa pela criação por parte dos municípios, situação atual e problemática da Região face a indicadores objetivos de sobrecarga, de Turismo do Porto e Norte? de limites em algumas zonas para com o AMG – Já reuni com o vice-presidente do alojamento local. Porto e Norte e já falei com o presidente da Neste momento já todos reconhecemos Assembleia Geral no sentido de identificar que é essencial que os destinos mantequais os problemas que vivem atualmente nham a sua autenticidade e é necessário ter em termos de gestão da própria organizacapacidade de agir para evitar situações de ção, garantindo que o Porto e Norte tem a sobrecarga, embora ainda estejamos muito capacidade de executar aquela que é a sua longe disso. Foi por isso mesmo que criámos tão importante missão para aquela região. o programa de Apoio à Sustentabilidade no Pronunciei o meu parecer e vontade de se Turismo, em que financiamos iniciativas derealizarem novas eleições para que sejam senvolvidas quer por entidades públicas quer criadas as condições para que a entidade pela sociedade civil, para gerir a coexistência regional, rapidamente, consiga assegurar a entre turistas e residentes, porque ninguém sua missão fundamental na interlocução com quer ter um destino em que os próprios o território. residentes não querem ter turistas. A lei criou esta abertura para que os muniV – A menos de um ano de eleições autárcípios possam definir áreas de limitação de quicas temos um novo Ministro da Econovos alojamentos locais e previu logo que nomia e a senhora é a única secretária de devem ser situações provisórias, que deverão Estado que se mantém no cargo. O rumo ser reavaliadas com frequência. A implemendos projetos do Turismo é para manter ou tação por parte das câmaras deve é ser feito haverá reajustamentos? com racionalidade e bom senso. E foi nesse AMG – Para mim, é um orgulho poder sentido que o Turismo de Portugal continuar este trabalho porque é já reuniu com a Câmara Munimuito bom conseguir levar a cipal de Lisboa, enconcabo todos os projetos que “Neste momentrando aqui indicadores tínhamos em curso e to já todos reconheobjetivos que permitam ter-me-ia custado não
cemos que é essencial que os destinos mantenham a sua autenticidade e é necessário ter capacidade de agir para evitar situações de sobrecarga, embora ainda estejamos muito longe disso.”
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poder concluir alguns. Estamos cá enquanto podemos servir o melhor que pudemos e temos assumido isso desde o início. O ministro Pedro Siza Vieira já o disse que estamos aqui apenas para cumprir o programa do governo. Todo o apoio que tenho sentido por parte do novo ministro da Economia tem sido extraordinário, aliás já o sentia antes, porque já trabalhávamos bastante com ele enquanto ministro-adjunto nos programas de promoção turística dos territórios de baixa densidade. Continuamos a trabalhar na garantia de que o Turismo fomente esta sua importância em termos da Economia nacional. O Turismo é cada vez mais importante em termos de peso nas exportações, pois passámos de 14,6%, em 2015, para 18% das exportações e já ultrapassámos a barreira dos 50% das exportações de serviços. O meu papel no governo é continuar a criar as condições para que o papel do Turismo continue a afirmar-se cada vez mais, com coesão territorial a nível nacional e de afirmação de Portugal a nível internacional, não só de um destino para visitar, mas também para viver, trabalhar e estudar. É esse o trabalho que vamos continuar a desenvolver e sobretudo em articulação com outros ministérios deste governo, o que tem sido chave para o sucesso deste setor. É um orgulho termos conseguido que Portugal conseguisse dar a volta, e bem, sem descurar as questões orçamentais e do défice, sendo a previsão para 2019 de atingirmos o défice mais baixo de toda a democracia portuguesa, em torno dos 0,2 por cento.
De 13 a 17 de março
BTL 2019 A
Bolsa de Turismo de Lisboa registou em 2018 um total 77.000 visitantes, o que vem confirmar por um lado o crescimento face ao ano anterior e a tendência de desenvolvimento ano após ano. Nos três primeiros dias registou-se a presença de 39.000 profissionais que estenderam a sua rede de contatos, estabeleceram novos negócios e parcerias, o que representou um aumento de 1.112 profissionais do setor em comparação com 2017. Durante o fim de semana, 38.000 visitantes aproveitaram ao máximo as promoções exclusivas e descontos disponíveis na BTL. “A BTL 2018 foi verdadeiramente o palco do sector turístico atual e futuro, comprovando-se a vitalidade e importância do turismo para a economia e para a vida dos portugueses. O feedback que recebemos quer dos profissionais quer do público não poderiam ter sido mais positivo, o que traz muitas expetativas para 2019”, refere Fátima Vila Maior, Diretora de Feiras da FIL e Coordenadora da BTL. Um dos maiores focos da 30ª edição foi a BTL Lab&Trends, área dedicada à inovação no setor. Nesta primeira edição, Lab&Trends contou com a participação de 20 startups e 10 em-
presas de tecnologia. Esta área serviu também para vários pitches para startups e empresas tecnológicas, um programa de talks que debateram temas como tendências, inovação e futuro através de um conjunto de oradores convidados para uma vasta audiência. Dado o sucesso, a edição de 2019 irá reforçar a BTL Lab & Trends, em termos de espaço e iniciativas. O programa de Hosted Buyers envolveu mais de 400 compradores internacionais de 39 mercados diferentes, com a presença de mais nove mercados do que em 2017 e com um número de reuniões marcadas durante a BTL de cerca de 3.273 A maior Mostra do Turismo nacional contou com a parceria da TAP, Turismo de Portugal, APAVT, hotéis parceiros e Grupo Barraqueiro que foram também determinantes para o sucesso deste programa. Organizada pela FIL e pela Fundação AIP, a BTL 2018 contou com a participação de 42 destinos internacionais, incluindo Marrocos, Egito, Cuba, Argentina, Colômbia, Peru ou Brasil, que participaram pela primeira vez ou que regressaram à Feira para marcar a sua presença.
Especial Congresso APAVT
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Paulo Almeida,
diretor comercial da Solférias
“O segredo é a alma do negócio e no nosso caso o segredo é não haver muitos segredos”
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Solférias tem vindo sempre a crescer desde que foi criada em época de crise. Embora opte por não falar de números concretos, a direção do tour operador admite que a fasquia dos 40 milhões de euros alcançada em 2014 já foi ultrapassada em 2017.
verão correram de forma bastante satisfatória, quer a nível das vendas quer ao nível operativo, o que nos permite estar acima do orçamentado para este ano. A fasquia dos 40 milhões foi ultrapassada em 2017 e este ano continuaremos certamente a crescer de uma forma significativa. V - Como está a decorrer a operação de inverno em termos de vendas? Quais estão a ser os destinos mais procurados? PA - As operações de inverno estão a decorrer bem e há semelhança das de verão. Temos ainda lugares por vender, mas devido à forte procura de alguns destinos tivemos, por exemplo, de fretar um novo voo para o Funchal. As operações do Brasil também estão a decorrer a bom ritmo e os lugares para Natal e Salvador já são escassos, para não dizer inexistentes, sendo o Fortaleza uma excelente alternativa para quem quer assegurar a passagem de ano com calor. Marraquexe e Porto Santo são, a par de destinos emblemáticos como Cabo Verde ou Disneyland Paris, outras opções que ainda temos para o fim do ano. V - Em 2019 a oferta assentará nos mesmos moldes ou haverá novos destinos e produtos a serem lançados? PA - Para 2019 contaremos seguramente com os destinos que nos têm marcado, como Cabo Verde, Marrocos, Disneyland Paris, Brasil, Madeira e Açores, Portugal Continental, São Tomé, Marrocos, Tunísia, Ásia, Américas, etc. No entanto, não deixaremos de lançar um novo destino se surgir a
Viajar - A Solférias decidiu este ano celebrar o Réveillon “mais cedo”, apresentando, pela primeira vez, a sua programação de inverno e de fim de ano, com um evento apoteótico, a simular aquela que é uma das noites mais marcantes do ano. O que vos levou a apostarem tanto nesta época? Paulo Almeida - A aposta das festas (Porto e Lisboa) nesta época, visa sobretudo relembrar o mercado que não podemos viver só do verão e que temos que potenciar as vendas de inverno, sendo o fim de ano o momento com mais operações de risco o foco acabou por cair nessa quadra. Foi uma forma de mostrar aos parceiros, não só as nossas operações especiais de fim de ano, como também o que vamos fazer no Inverno, mais um momento de convívio e uma forma de agradecer o apoio e carinho demonstrado durante o ano. Estamos de algum modo habituados a inovar, está no nosso ADN e em relação às festas, se assim o pensámos, assim o fizemos. Um dos fatores engraçados foi, além da forte presença dos parceiros, (juntámos perto de 800 agentes) no dia seguinte às festas, recebemos muitos e-mails a desejarem um Bom Ano Novo, o que quer dizer que, mais uma vez, marcámos o setor das agências de viagens. “A poucas V - Em 2015, Nuno Mateus semanas do fim real afirmou, numa entrevista à de 2018, o crescimento é já Viajar, que o ano de 2014 notório e as operações de verão tinha sido o melhor de correram de forma bastante sempre para o operador, com os números quase satisfatória, quer a nível das a ultrapassarem os 40 mivendas quer ao nível operativo, lhões de euros. Essa faso que nos permite estar quia já foi ultrapassada? acima do orçamentado PA - A poucas semanas do para este ano.” fim real de 2018, o crescimento é já notório e as operações de
oportunidade. V - Há muito se fala que o papel do agente de viagens está a perder importância devido à crescente venda de viagens através da internet. Acredita que a agência de viagens física poderá estar mesmo em risco? PA - Temos conhecimento de agências que crescem ano após ano e não falamos de agências grandes ou agências pequenas, falamos de todo o tipo de agências. O papel dos agentes de viagens continuará a ser importante e fundamental para quem viaja, sempre e quando estes se mantiverem atualizados, informados e interessados. Para nós são o nosso canal de comercialização e a nossa extensão e continuamos a contar com eles para, em conjunto, atingirmos o sucesso. V – E qual o segredo para o sucesso da Solférias? PA - O segredo é a alma do negócio e no nosso caso o segredo é não haver muitos segredos. Uma direção aberta e partilhada, o caminho claro a percorrer e a capacidade de atalhar caminho sempre que necessário. Uma rigorosa escolha nos nossos fornecedores, o objetivo claro que estamos para servir os nossos clientes sempre melhor, são alguns dos segredos, embora não segredos, para o nosso sucesso. Se a isto juntarmos um ambiente jovem, descontraído e, ao mesmo tempo, focado nos objetivos, a alegria de trabalhar num setor com é o turismo, temos sem dúvida uma empresa de sucesso como é a Solférias.
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Fernando Bandrés,
diretor operacional da Soltrópico
“O balanço de 2018 é positivo, no entanto, fica aquém de 2017”
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Soltrópico viveu este ano um verão um pouco difícil. Fernando Bandrés garante que se deve ao excesso de oferta no mercado e a preços mais convidativos para o cliente final. Para o final do ano a expetativa é grande. Viajar - Em forma de balanço, agora que estamos no final de 2018, como está a correr o ano? Fernando Bandrés - O balanço de 2018 é positivo, no entanto fica aquém do ano de 2017. O Verão ficou um pouco longe das nossas expectativas. Existiu claramente um excesso de oferta no mercado e campanhas de preços mais agressivas. Na nossa opinião tem de existir uma maior proteção dos destinos e uma maior responsabilidade por parte dos players do mercado. V - Quais foram os grandes destinos deste ano? E para o próximo ano, tencionam consolidá-los ou avançar com novos? FB - O Verão de 2018 correu como esperado, com os destinos que já são referência na operação charter da Soltrópico. A grande novidade foi a retoma da Tunísia como operação charter e o lançamento da operação em Djerba, que foi uma operação com resultados bastantes positivos.
da Bahia, no Brasil, que lançámos o ano passado e voltámos a programar este ano. Decidimos também apostar em pacotes para os Emirados Árabes Unidos, com a novidade deste ano combinarmos Dubai com Abu Dhabi, e também alguns pacotes especiais para a Indonésia. Temos também os destinos já tradicionais da Soltrópico como Cabo Verde, Marraquexe, Madeira e Açores. V - Como estão a conseguir lidar com a nova Diretiva das Viagens Organizadas? FB - A Soltrópico fez um trabalho exaustivo para a adaptação das nossas plataformas e procedimentos à Diretiva das Viagens Organizadas. Este trabalho foi fulcral para ter uma transição mais suave para esta nova
novo calendário letivo para 18/19, que aborda destinos mais tradicionais da nossa casa, como Marrocos, ou destinos mais recentes como Ras Al Khaima. V - Têm verificado mais vendas para um ou outro destino devido a este tipo de formação? FB - Temos crescimentos muito relevantes em outros destinos como S. Tomé e Príncipe, Maurícias e Seychelles, que não são muito reconhecidos como destinos da casa. Acho que os nossos webinars da Academia Soltrópico estão a dar os seus frutos na formação dos agentes de viagem neste tipo de produtos, a sua ligação e identificação do trade connosco.
“[No verão] existiu claramente um excesso de oferta no mercado, as vendas antecipadas não foram tão fortes como em 2017 e isso levou a muitas campanhas com quebra de preço.”
V - As vendas antecipadas foram a principal ajuda à operação de verão deste ano, apesar de não ter corrido como o perspetivado? FB - Existiu claramente um excesso de oferta no mercado, as vendas antecipadas não foram tão fortes como em 2017 e isso levou a muitas campanhas com quebra de preço. V - Para o Réveillon quais são as principais apostas e como estão a correr as vendas? FB - Para o Réveillon a grande aposta passa novamente pelo voo charter para Salvador
realidade, sendo um processo tranquilo para a Soltrópico. V - Lançaram em 2016 a Academia Soltrópico. Qual o balanço que fazem deste projeto e como têm reagido os agentes de viagens? FB - A Academia Soltrópico tem sido uma aposta contínua por parte da Soltrópico, que reflete a nossa premissa e estratégia de apostar na formação dos agentes de viagem. Como operador especialista nos destinos que operamos, lançámos recentemente o
V - O Fernando encontra-se na Soltrópico, como diretor operacional, há quase dois anos. Como vê esta experiência após ter estado diversos anos num operador de nacionalidade espanhola? FB - Foram dois anos de bastante aprendizagem e novos desafios, mas acredito que o balanço é bastante positivo. São experiências profissionais com similaridades na sua génese, mas também diferentes abordagens e peso no mercado e tour operação. Tem sido um desafio interessante.
Rotas Temáticas do
Centro de Portugal
Procura passeios em família ou uma escapadinha romântica? Quer conhecer o nosso património ou prefere aprender mais sobre Arquitetura ou Natureza? Escolha a sua rota temática e desvende os muitos segredos e maravilhas do Centro de Portugal.
Rota do Património da Humanidade A Universidade de Coimbra, Alta e Sofia (Coimbra), o Convento de Cristo (Tomar) e os mosteiros da Batalha e de Alcobaça, monumentos classificados pela UNESCO como Património da Humanidade, podem ser um bom ponto de partida para esta aventura de descobrir o centro do país, mas quem quiser explorar em detalhe os estilos arquitetónicos pode seguir, por exemplo, roteiros específicos totalmente dedicados ao Gótico ou ao Barroco.
Rota Arte
Urbana
A arte urbana continua a encher de cor e de paixão as cidades do Centro de Portugal. De Aveiro, Estarreja, Viseu, à Covilhã, os nomes maiores da arte urbana deixam as suas marcas fenomenais pelas ruas das cidades, em permanente mutação.
Rotas da História
Para quem gosta de história, a Região Centro foi palco constante da História de Portugal. Herança física e afectiva evidenciada em percursos e rotas de singular interesse - da Rota dos Castelos e Muralhas, às Aldeias Históricas, da Rota do Judaico à dos Templários ou das Invasões Francesas que atravessa a região desde Almeida, Bussaco até às Linhas de Torres, serão, certamente, uma forma de regressar ao passado e de perceber a herança cultural transmitida pelas gerações anteriores.
Gastronomia e compras
Birdwatching
Entre as especialidades da Ria de Aveiro, aos sabores únicos da Bairrada, ou aos ricos e intensos queijos e enchidos da região, existe um conjunto de produtos endógenos, que merece ser conhecido e saboreado sem pressa, desfrutando dos sabores tradicionais aperfeiçoados ao longo dos séculos. Os doces e licores feitos com as receitas criadas nos conventos são tentações a que ninguém resiste acompanhados dos mais requintados vinhos extraídos de distintos terroirs do interior ao mar, cada vez mais reconhecidos internacionalmente, complementam na perfeição qualquer refeição. Produtos regionais, como as lãs da Serra da Estrela ou as cerâmicas do Oeste são, tal como qualquer uma destas iguarias, uma recordação perfeita para levar para casa memórias destas viagens inesquecíveis.
Para quem prefere o contacto com a Natureza, o birdwatching, a pesca, os vales glaciares e as lagoas e rios da Serra da Estrela são imperdíveis. Da Ria de Aveiro a Peniche, da Reserva Natural da Faia Brava ao Monumento Natural das Portas de Ródão, ou do Parque Natural do Tejo Internacional ao paraíso mais intocado e selvagem de Portugal que é a Reserva Natural das Berlengas, Património UNESCO, há milhares de espécies de aves que sobrevoam esta região, espalhando a sua magia colorida, até onde a vista e o sonho alcançam.
Do birdwatching ao artesanato, da gastronomia e vinhos até aos castelos e mosteiros, há um verdadeiro país dentro do país para descobrir em qualquer época do ano, sempre com a certeza de viver uma experiência diferente, enriquecedora e verdadeiramente inesquecível.
www.turismodocentro.pt www.facebook.com/turismodocentro
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José Manuel Ferraz, diretor geral da Viagens Abreu
“O crescimento que trazemos desde o início do ano faz perspetivar que iremos terminá-lo com resultados muito positivos”
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Viagens Abreu está otimista em relação ao fecho do ano e afirma que os destinos mais procurados para o Fim de Ano são a Madeira, os Açores, Marraquexe e o Brasil. Viajar - A Abreu tem dois grandes momentos de vendas próprios, o Mundo Abreu para a programação de verão e a Expo Abreu para a de inverno. De ano para ano, segundo o anunciado, as vendas têm aumentado sempre. Podemos dizer que esta é uma aposta há muito ganha? José Manuel Ferraz – Sem dúvida. Ambos os eventos têm vindo a consolidar-se desde a primeira edição e são por isso apostas ganhas, razão pela qual continuamos a realizá-los. V - O sucesso de ambas as feiras deve-se sobretudo aos descontos que podem ir até 50%? JMF - Esse é um dos motivos, mas há outros, como a possibilidade de reservar antecipadamente e assim beneficiar de maior disponibilidade, o de permitir a interação entre os nossos clientes e os nossos parceiros, ou de no mesmo espaço os clientes disporem de uma mostra de praticamente toda a nossa programação, são também fatores que levam muito público às nossas feiras. V - Como correu a edição deste ano da Expo Abreu, que teve lugar no final de outubro? JMF - Na edição deste ano da Expo Abreu os produtos mais procurados, foram os
cruzeiros em primeiro lugar, seguindo-se as Grandes Viagens, Cabo Verde, Circuitos Europeus e São Tomé. Em destaque esteve o produto ainda disponível para o Réveillon, com Madeira, Marrocos (Marraquexe) e Brasil (Salvador) no topo das preferências. Em termos globais e comparando com a edição anterior, a Expo Abreu 2018 registou um crescimento no volume de reservas de 15,2%. V - Qual a relação que a Abreu mantém com os agentes de viagens? Apostam na formação contínua dos mesmos? De que forma? JMF - É uma relação de grande proximidade, como não podia deixar de ser. A aposta na formação dos nossos consultores é contínua. Não há semana em que não se realize uma qualquer formação na empresa. Seja de produto, para as quais contamos muito com o apoio dos nossos fornecedores, seja de novidades e/ou alterações ao nível dos sistemas que utilizamos, ou comportamentais. Enfim, a Academia Abreu está em atividade permanente ao longo do ano. V - Tendo em conta que estamos no final do ano, quais as vossas perspetivas em termos de faturação e vendas? JMF - O crescimento que trazemos desde o início do ano faz perspetivar que iremos terminar o ano com resultados muito positivos, quer ao nível das vendas e faturação, quer sobretudo da rentabilidade. V - Quais foram os destinos Abreu mais procurados este ano?
“A aposta na formação dos nossos consultores é contínua. Não há semana em que não se realize uma qualquer formação na empresa."
JMF - Cabo Verde, Caraíbas, Grandes Viagens, Cruzeiros e Circuitos Europeus estão entre os destinos ou produtos que mais cresceram. V - Por que acha que foram essas as escolhas dos portugueses? JMF - As razões para essa escolha são diversas, mas obviamente que a relação qualidade/ preço e a oferta colocada no mercado foram um fator decisivo nas suas opções. V - Para o final de ano, quais os destinos que estão a registar maior procura? JMF - Madeira, Açores, Marraquexe e Brasil estão no topo da procura, mas, de um modo geral, toda a programação de fim de ano está a registar uma procura acrescida. V - Já pode adiantar quais as novidades que irão lançar para o verão de 2019? JMF - Estamos a trabalhar nisso, mas ainda é cedo para adiantar novidades. V - O que considera que faz da Abreu um operador de sucesso? JMF - O foco na satisfação dos clientes e a confiança que estes fazem o favor de ter na nossa empresa. E se é verdade que essa confiança nos orgulha, mas também nos aumenta a responsabilidade. E isso é algo que sentimos muito nesta casa: a responsabilidade de não só não defraudar as expectativas dos nossos clientes, mas sobretudo a de as exceder. É isso que na Abreu nos move diariamente a fazer cada vez mais e melhor.
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Nuno Aleixo,
diretor geral da Nortravel
“A incorporação no Grupo Ávoris vai-nos permitir dar continuidade ao rigor e profissionalismo na preparação de qualquer viagem”
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Nortravel faz agora parte do grupo espanhol Ávoris. Nuno Aleixo garante que o operador irá continuar a regular-se pelos pressupostos de sempre, mas a fusão irá fazer alargar o portfólio de destinos da Nortravel.
Viajar - Este ano a Nortravel foi vendida ao grupo espanhol Ávoris. Em como é que isso irá afetar ou não a estratégia e modo de atuação do operador? Nuno Aleixo - O modo de atuação da Nortravel no mercado manter-se-á. Desde sempre que somos rigorosos na elaboração da nossa programação, que, pelos resultados alcançados, permitiram a fidelização dos agentes de viagens e clientes à marca, posicionando-nos como um dos grandes operadores turísticos em Portugal. A incorporação da Nortravel no Grupo Ávoris vai-nos permitir dar continuidade ao rigor e profissionalismo na preparação de qualquer viagem e, simultaneamente, reforçar a nossa capacidade de negociação para aumentar a nossa oferta de viagens.
V - A programação será para manter ou deverá existir alguns ajustes? NA - Em 2019 aumentaremos a nossa oferta de produtos nos destinos onde já estamos presentes, como por exemplo nos circuitos asiáticos. Todos os anos efetuamos ajustes nos circuitos europeus, e não só, quer seja no melhoramento de alguns serviços – é o caso de refeições, visitas, etc. –, quer seja na própria oferta de países a visitar. Existem exemplos de cidades europeias que, devido ao aumento das tarifas hoteleiras dos últimos anos, decidimos não apresentar na pernouta da oferta de circuitos, dado que o valor final de venda do produto viria a ser elevado. V - Com 2018 a terminar, quais as vossas perspetivas em termos de vendas e faturação? Quanto é que isso representa em relação ao ano passado? NA - Depois de em 2017 termos tido um excelente ano em termos de vendas e rentabilidade, com os dados que dispomos até hoje, contamos fechar o ano de 2018 com um crescimento de cerca de 5% em relação ao ano passado.
“Vamos aumentar o portfólio dos nossos destinos e produtos em 2019, principalmente devido à integração no Grupo Ávoris”
V - Quais foram os destinos mais vendidos este ano? NA - Para a Nortravel os destinos mais vendidos foram os Arquipélagos da Madeira e dos Açores. O turismo interno continua no topo das preferências dos portugueses e as ilhas portuguesas não são exceção. Dispõem de uma diversidade e qualidade turística muito relevante, com destaque para a vertente cultural, de natureza, paisagística, gastronómica e de praia (ex: Porto Santo). V - Estão a pensar alargar os vossos destinos em 2019? Pode levantar um pouco a cortina? NA - Sim vamos aumentar o portfólio dos nossos destinos e produtos em 2019, principalmente devido à integração no Grupo Ávoris. Podemos adiantar que o conceito de viagem que caracteriza o nosso produto, viagens acompanhadas pelos nossos guias em regime de tudo incluído (conforme o itinerário), irá ser alargado para outros continentes, para além da oferta que dispomos na Europa. Outras novidades virão, mas ainda é cedo para as anunciar por ainda não estarem todos os serviços contratados.
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Daniel Marchante,
diretor operacional do Lusanova Travel Group
Confiantes em Portugal e mais defensivos no Brasil
A
operar em Portugal e no Brasil, a Lusanova espera fechar 2018 com resultados bastante positivos em Portugal e ao nesmo nível do ano passado no Brasil. No país de Vera Cruz, Daniel Marchante afirma que as recentes eleições presidenciais e a constante desvalorização do Real ajudaram a que os brasileiros fossem este ano mais resilientes na hora de escolherem viajar para a Europa. Viajar - Agora que estamos prestes a entrar num novo ano, pensam aumentar a programação da Lusanova em Portugal ou, pelo contrário, tencionam consolidar a presente? Daniel Marchante - Vamos, com toda a certeza, aumentar a nossa programação. Estamos a tentar diversificar e a apostar muito nos grupos exclusivos Lusanova, em que temos guia a acompanhar toda a viagem, desde o ponto de partida até à chegada. São produtos com cara da Lusanova e com programação própria. V - Quais são as perspetivas de faturação? DM – No ano passado a Lusanova em Portugal faturou 30 milhões de euros e a perspectivas de aumento para este ano serão entre 3% a 5%.
dinheiro continua a viajar e não é por o câmbio estar um pouco mais alto que as pessoas vão deixar de o fazer. Mesmo assim, este ano decidimos não lançar produto novo para o mercado brasileiro, dado que em tempo de eleições o melhor é jogar pelo seguro e não arriscar, porque ninguém sabe o que vai ser 2019, embora estejamos bastante otimistas.
São Paulo é de todas as regiões do Brasil a mais forte em vendas para a Lusanova. Contudo, como temos um escritório em Recife também tem sido um sucesso e a cada ano temos triplicado as vendas. O Brasil é um mercado muito interessante e não nos podemos esquecer que estamos cá há 20 anos, daí a nossa muita experiência deste mercado.
V - Que tipo de programação estão a oferecer neste mercado? DM - Estamos com 120 circuitos na Europa, com guia português, que se vendem muito bem, sempre com saídas garantidas, e com uma ocupação excelente, na faixa dos 30 mil passageiros por ano. Este ano mantivemos praticamente a produção do ano passado.
V – Quais são os destinos mais procurados pelos brasileiros? DM - São os europeus, sobretudo, porque já estão um pouco saturados dos EUA, apesar de também estarmos a vender muito bem aquilo que eles chamam de destinos exóticos, entre eles o Vietname, Camboja, Índia ou China, e isso também nos trás aumento de
Este ano decidimos não lançar produto novo para o mercado brasileiro, dado que em tempo de eleições o melhor é jogar pelo seguro e não arriscar, porque ninguém sabe o que vai ser 2019
V – A Lusanova também está presente no Brasil há duas décadas, conmo é que a operação está a correr do outro lado do Atlântico? DM - A nossa operação no Brasil está a correr bem. Tivemos em 2017 um ano excelente e para este ano tínhamos algum receio, primeiro por causa do Mundial de Futebol, que para este país tem muita importância, depois devido às eleições presidenciais e, por último, sabíamos que o cambio ia começar a disparar, como se tem vindo a verificar, porque agora um euro são praticamente cinco reais, enquanto que há alguns meses estava a três euros e pouco. Todos estes fatores têm feito com que os brasileiros tenham tido mais dificuldade em viajar para a Europa. No entanto, a verdade é que no Brasil quem tem
V - Quais têm sido os resultados neste mercado? DM - Em relação a resultados, neste momento, estamos 3% a baixo de 2017, mas a projeção que temos até ao final do ano é conseguirmos atingir a mesma média. Isso vai ser muito bom porque também estamos a aumentar o nosso posicionamento em outras cidades ao longo de todo o Brasil e com staff contratado pela Lusanova, que nos representam um pouco pela maioria dos Estados do país.
vendas anual. V – Quem viaja para a Europa acaba quase sempre por passar por Portugal, não é assim? DM - Portugal acaba por ser uma âncora em que as pessoas passam sempre nem que seja na ida ou na volta, de/e para outros destinos europeus. No entanto, o destino que mais vendemos à partida do Brasil é a Itália, até porque 90% dos nossos circuitos da Europa passam por este país.
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Nuno anjos,
diretor de Vendas e Marketing da Viajar Tours
“Saïdia, Sardenha, Riviera do Mar Jónico, Creta e Tunísia formaram o nosso top 5 deste ano”
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Sardenha e Riviera do Mar Jónico foram as novidades da Viajar Tours para 2018. Sobre a operação de verão, Nuno Anjos afirma ter corrido como o previsto e para o final do ano já têm a operação de São Tomé esgotada. Viajar – A Viajar Tours tem vindo a fazer uma aposta contínua na formação de agentes de viagens sobre diversos destinos do seu portfólio e mais recentemente lançaram o Manual do Agente, para destinos charter (Sardenha - Costa Esmeralda, Riviera do Mar Jónico e Creta). Pensam alargar este produto a outros destinos? Nuno Anjos – Continuamos a apostar na informação especializada em destinos nos quais nos sentimos como diferenciadores no mercado através da relação qualidade/preço e na panóplia de serviços disponibilizados que poderão fugir ao tradicionalmente existente no mercado. Assim, existem destinos que nos são muito próximos e sobre os quais estamos a preparar o Manual do Agente. Além destes iremos sempre continuar e criar uma complementaridade com as nossas ações de formação presenciais ou através de webinares. V – Quais foram os destinos mais vendidos em 2018? NA – Saïdia, Sardenha, Riviera do Mar Jónico, Creta e Tunísia formaram o nosso top 5 deste ano.
V – Por que acha que estas foram as escolhas dos portugueses? NA – Quanto às razões da escolha dos portugueses, teremos Saïdia e Tunísia (Hammamet e Djerba) como destinos mais familiares. A Sardenha e Riviera do Mar Jónico foram as nossas novidades para 2018 e que se revelaram uma aposta ganha pela ocupação tida e pelo grau de satisfação demonstrado pelos clientes que anseiam terem novos destinos em charter. Este fator tem sido profícuo ao longo dos anos para a Viajar Tours, dado ter sido o primeiro operador a apostar em destinos como Saïdia, Agadir, Itália, Bulgária, Creta, Kos, Rhodes, entre outros, que têm vindo a marcar a operação turística nacional. Quanto a Creta, é uma ilha imensa com inúmeras atrações que povoam o nosso imaginário e que levam cada vez mais portugueses a quererem conhecer este destino. V – Como correu a operação charter de verão e como está a correr a de inverno? NA – A operação de verão correu de acordo com as nossas expetativas, com boas ocupações e um nível de satisfação bastante elevado entre os clientes. Quanto ao inverno, estamos a apostar na diferenciação do produto através de pacotes “concentrados” que têm já mais valias para os clientes com excursões ou jantares temáticos em alguns destinos como o Egito, Tailândia, Turquia, ilha da Madeira e os nossos circuitos em Cuba, diferenciadores face ao que existe no mercado atualmente. Em relação a operações charter durante o inverno optamos este
“Faz parte do nosso ADN, enquanto viajantes, procurarmos novos destinos, pelo que o próximo ano não será diferente.”
ano por não colocar mais produto no mercado face ao que tem existido por forma a não criar um excesso de oferta desnecessário. Apostamos em bloquear lugares em destinos como São Tomé, Salvador da Bahia, Funchal, Marraquexe e Punta Cana. São Tomé que se encontra já esgotado. V – Perspetivam aumentar o vosso número de destinos no próximo ano? NA – Faz parte do nosso ADN, enquanto viajantes, procurarmos novos destinos, pelo que o próximo ano não será diferente. Quanto a existirem ou não condições à colocação de operações charter para os novos destinos é algo que estamos ainda a analisar pelo que poderão – ou não – vir a haver algumas novidades. V – Este ano lançaram, por exemplo, uma oferta muito específica para o “Dia dos Avós”, que se celebra anualmente em Julho. É intenção da Viajar Tour continuar com este tipo de promoções? NA – Privilegiamos acima de tudo a reserva antecipada onde são apresentadas as melhores condições. No entanto, sabemos que existem ocasiões especiais que devem ser celebradas pelo que iremos continuar a dar ênfase a algumas datas festivas. V – Qual o volume de faturação que a Viajar Tours espera alcançar este ano? Esse valor traduz-se num aumento de quanto? NA – O nosso volume de faturação tem vindo a subir e teve um aumento de cerca de 9% face ao ano anterior.
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Especial Congresso APAVT
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viajar 2018 / novembro
bruno vilar,
diretor geral da Sporski
Sporski inicia processo de internacionalização em Espanha
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Sporski é o único operador português especializado apenas na neve e nos seus desportos. Bruno Vilar afirma que os números para este ano são animadores e prevê transportar cerca de 20 mil clientes, entre portugueses e espanhóis, na temporada que agora inicia.
Viajar - Estamos prestes a entrar na temporada dos desportos de inverno. Quais as novidades que a Sporski irá lançar este ano? Bruno Vilar - Fruto do investimento e esforço realizado ao longo dos últimos dois anos, diria que o maior destaque vai para a nova versão do sporski.com, onde se procura manter o aconselhamento de especialista e facilitar ao máximo o processo de reserva, com disponibilidade em tempo real e pagamentos online com toda a segurança. Quanto ao produto, a maior novidade vai para as Viagens de Autor, desenhadas e assinadas pelos nossos especialistas. São programas à medida para lugares inspiradores nos Alpes, com a melhor neve, e em que os autores estarão presentes ao longo de toda a viagem. Por último, dizer que iremos continuar a apostar forte nos programas Preço Único para toda a Família, várias combinações de serviços com tudo o que uma família precisa para as férias escolares portugueses. V - Andorra continua a ser o destino número 1 da Sporski? Qual a expressão das estâncias deste domínio no total de vendas do operador? BV - Andorra continua a ser o destino número 1 da Sporski com forte impacto nas vendas, com mais de 50% dos clientes a viajar para
as estâncias de Grandvalira e Vallnord Pal - Arinsal. Este expressivo número é consequência da excelente relação da Sporski com o Turismo de Andorra, estância de ski e todos os fornecedores de serviços, e da vasta oferta hoteleira, fator também determinante para o sucesso da Sporski em Andorra. V - Acredito que as estâncias espanholas venham em segundo lugar. Os portugueses estão atualmente a preferir os Pirinéus em detrimento de Sierra Nevada ou é o contrário? BV - A Sierra Nevada continua a ser um destino preferencial dos portugueses e, se os números não crescem mais, julgo que se justifica pela menor oferta hoteleira e consequentemente falta de disponibilidade nas grandes datas. No entanto é uma aposta da Sporski desde 1995, e continuará a ser, em virtude das excelentes relações que se mantêm. Relativamente aos Pirenéus, o grande destaque vai para o crescimento consecutivo das estâncias de Aramón, Formigal-Panticosa e Cerler, ao longo dos últimos três anos, sendo que na última temporada a Sporski ultrapassou os 1.000 clientes para Formigal-Panticosa. V - Há dois anos atrás disse numa outra entrevista, e passo a citar, “queremos crescer nos Alpes”. Foi exatamente isso que aconteceu nos dois últimos anos? De que forma? BV - Foi exatamente o que aconteceu aos longos dos dois últimos anos, resultado de uma mudança de paradigma relativamente à forma de ver este negócio em particular. Para isso muito contribuíram os programas mais flexíveis, a oferta de localidades mais pequenas, menos conhecidas e mais económicas, mas com
“Andorra continua a ser o destino número 1 da Sporski com forte impacto nas vendas, com mais de 50% dos clientes a viajar para as estâncias de Grandvalira e Vallnord Pal - Arinsal.”
acesso a grandes domínios, as viagens organizadas chave na mão com acompanhamento de guias Sporski, e a disponibilização de uma vasta oferta online de programas para os Alpes. V - Quais as perspetivas de faturação em 2018? E de passageiros transportados? BV - As perspetivas para 2018 são animadoras, além de prever crescer em Portugal, a Sporski inicia o seu projeto de internacionalização, começando a aventura no nosso país vizinho, Espanha. Esperamos assim superar os 20.000 clientes em Portugal e Espanha na temporada que estamos a iniciar. V - Trace o perfil do cliente da Sporski? BV - Tal como o negócio, o cliente Sporski também tem evoluído. É hoje um cliente mais exigente, experiente e tecnológico, pertencente a uma franja da população muito mais alargada. Já não são apenas as classes mais altas que vão à neve mas uma franja muito mais alargada da população. Para isso, contribuiu em grande medida, o enorme esforço que a Sporski tem vindo a fazer ao longo dos anos para a democratização do turismo de neve em Portugal. As campanhas de divulgação com os Turismos de Andorra e Espanha, os programas criativos, chave na mão, a preços altamente competitivos, e o evento “Sporski Snow Experience”, foram fortes alavancas para levar as férias na neve a um muito maior número de portugueses. Verificamos também que, com a evolução tecnológica e a mudança geracional, existe uma tendência crescente para que o cliente Sporski reserve as suas férias na neve online, em Sporski.com.
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Miguel Ferreira,
diretor geral da Exótico e Destinos
“Seriedade”, “compromisso com os fornecedores e clientes” e “rigor financeiro” são os pilares do operador
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om o Brasil a imperar os destinos da Exótico e o Algarve da Destinos, Miguel Ferreira acredita que este ano a faturação conjunta dos dois operadores venha a aumentar cinco por cento. Viajar - A Exótico e a Destinos são operadores que têm vindo a registar crescimento no volume de negócios e faturação de ano para ano. Quais são as perspetivas para o ano que está agora a findar? Miguel Ferreira - Temos vindo a crescer sustentadamente todos os anos, porém sempre de forma realista face aos nossos destinos. Para este ano prevemos um crescimento em torno de cinco pontos percentuais. V - O Brasil continua a ser o destino mais procurado na Exótico e o Algarve na Destinos? MF - No caso da Exótico o Brasil continua a ser o nosso destino “ancora” onde somos especialistas, e na Destinos o Algarve é igualmente o nosso destino número um.
V - A grande aposta a Exótico para o Réveillon 2018/19 passa pelos principais destinos do Nordeste do Brasil, embora também como programação especial para o Funchal. Como está a correr a procura para estas operações? MF - As operações partilhadas de Réveillon assentam em quatro voos charter para o Nordeste, dos quais dois voos para Salvador, um para Natal e outro para Fortaleza. Mas, além destas quatro operações, temos a operação normal diária com voos TAP para o Nordeste e também Rio de Janeiro. Temos as operações também partilhadas para o Funchal com voos de Lisboa e Porto, em voos TAP. Igualmente teremos dois voos para Marraquexe, um à partida de Lisboa e outro do Porto. A procura do Brasil encontra-se dentro das expectativas, pois são destinos com procura antecipada. Em relação à Madeira os voos também estão muito bem compostos e Marraquexe vai no bom caminho.
“No caso da Exótico, o Brasil continua a ser o nosso destino “ancora” onde somos especialistas, e na Destinos, o Algarve é o nosso destino número um.”
V - A Exótico já recebeu por diversas vezes prémios de reconhecimento pela sua gestão e solidez financeira, atribuídos pelo Millennium BCP, incluindo nos anos de crise económica. Quais os truques do Miguel para conseguir levar a suas empresas a bom porto, mesmo quando a maré está alta? MF - Os nossos truques, se é que lhes podemos chamar assim, são seriedade e compromisso com os fornecedores e clientes e, acima de tudo, rigor financeiro. V - O que podemos esperar da Exótico e da Destinos em 2019? Será um ano de aposta em novos destinos ou de consolidação dos já existentes nas operações dos operadores? MF - Será sempre a consolidação dos já existentes, porém a continuação da forte aposta em Marrocos e Dubai e estamos sempre atentos a novas oportunidades que possam vir a surgir. No caso da Destinos continuamos a nossa aposta em todos os destinos onde temos escritórios próprios da MTS.
FeelViana Sport Hotel
Com um conceito sofisticado de lazer e conforto, o FeelViana Sport Hotel é um projeto pioneiro e inovador que resulta na fusão perfeita entre natureza e bem-estar, relaxamento e evasão, desporto e aventura. O FeelViana Sport Hotel é um refúgio de design contemporâneo e arquitetura singular, onde a madeira é protagonista.
Perfeitamente enquadrado no extenso pinhal onde se insere, em plena Praia do Cabedelo, nele se respira o mar, a montanha e o rio que o circundam. Neste cenário de exceção, nasce um espaço ousado, único e exclusivo, uma forma nova de estar e de sentir o charme ímpar de Viana do Castelo.
FEELVIANA SPORTS
CENTER
No FeelViana Sports Center, propomos a prática de várias actividades desportivas como Kitesurf, Windsurf, Stand Up Paddle, Surf, Vela, Trekking, Trail Running e Bike Tours (aluguer de material, cursos e experiências). Dispomos, ainda, de uma Pumptrack, Wake Park, um Ginásio bem equipado, assim como aulas de Yoga, Pilates & Stretching. Muitas opções para agradar a todos: família, amigos e crianças… divertimento, ação e aventura garantidos! Kitesurf | Foil Kite | Stand Up Paddle | Surf |Windsurf | Vela Biking | Running | Trail Running | Trekking Pumptrack | Wake Park Gym | Yoga, Pilates & Stretching
Rua Brás de Abreu Soares 222 • Praia do Cabedelo 4935-159 Viana do Castelo • PORTUGAL
45 minutos de viagem por autoestrada desde o Aeroporto Internacional do Porto, com inúmeros voos diretos das principais cidades europeias
FEELVIANA SPA Inspirado pelo mar, o FeelViana Spa traz a força, a serenidade e a vitalidade da vida marinha para o interior, onde propomos tratamentos com produtos orgânicos, à base de algas. Um espaço de recolhimento, o local certo para renovar energias e mergulhar no mais profundo relaxamento. É um espaço de evasão e bem-estar que lhe oferece uma fuga da rotina e um reencontro consigo mesmo. Massagens e Tratamentos Piscina Interior Sauna e Banho Turco
Com 46 quartos (dos quais 15 suítes) e 9 bungalows, o FeelViana é um espaço de conforto em plena Natureza. Para além do FeelViana Sports Center, o hotel conta ainda com um extraordinário Spa (com Piscina interior, Sauna e Banho Turco), Business Center totalmente equipado e funcional, Lounge Terrace, Piscina exterior, Ginásio, Kids Club, Pumptrack, Wake Park, Bar e Apoio de Praia, assim como excelentes Restaurantes.
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Especial Congresso APAVT
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Maria José Silva, CEO da RAVT
A ambição de uma rede de agências de viagens
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mbora tenha perdido algumas das suas associadas durante o período de crise económica em Portugal, a RAVT está a crescer a todos os níveis, sendo a próxima aposta num trabalho mais dinâmico no sul do país. Maria José Silva traça críticas e não descarta a possibilidade de um dia poder vir a estar à frente da APAVT. Viajar – A RAVT viveu dias menos positivos nos anos de crise, tendo visto decrescer o número de agências de viagens a si associadas. Como é que têm conseguido fazer frente a este facto? Já conseguiram recuperar e até mesmo superar o número anterior à crise? Maria José Silva - A rede nos anos de crise perdeu na sua maioria filiais de agências que se restruturaram, reduzindo filiais e desviando os clientes para as suas sedes. De notar que a RAVT, após esse período de crise, tem vindo a crescer continuamente, de forma sustentada e equilibrada, desde 2014. Tem aumentado as vendas, a rentabilidade, a fidelização, nas contratações, na dinâmica e nos projetos. Mantemos, no entanto, a filosofia de aposta na qualidade e não na quantidade. V – Quais as mais valias para uma agência de viagens de pertencer à RAVT? MJS - A maior mais valia da RAVT é o poder negocial de grupo e o acesso a serviços que isoladamente não conseguiriam aceder
e nem suportar financeiramente. Um apoio muito personalizado, direto, constante, de proximidade, a comunicação, informação, know how. Ajudamos no direcionamento de vendas, na gestão e estratégia das agências, e na disciplina, uma vez que as empresas micro se centram na sua maioria na captação de vendas. Na verdade, fazemos tudo pelas agências, mas em contrapartida têm que cumprir com a filosofia do grupo RAVT, atuando com ética, seguindo diretrizes de gestão e estratégia global do grupo sempre que possível. V – E depois as agências acompanham sempre o rumo e a diretrizes que a RAVT lhe transmite? MJS - Sim seguem, pois a RAVT nasceu numa altura conturbada que sabia que não iria ter, inicialmente, tantas condições como as redes que já estavam implantadas, pelo que tivemos que nos dedicar a ter um serviço de excelência e a criar ligações muito fortes entre todos os clientes e parceiros na rede. As agências sabiam que para vingar teríamos que todos estar em harmonia e todos esforçar ao máximo para se atingirem objetivos de grupo. Este espírito perdurou na rede até hoje, na verdade ainda mais reforçado com os bons resultados como prova de que funciona e reforço de confiança por ambas as partes.
Rumo a sul V - Até ao momento estão muito enraizados no norte do país. Para quando a passagem para sul, para poderem abranger mais agências por todo o país? MJS - A RAVT esteve mais enraizada no Centro-Norte por questões de estratégia e logística. Neste momento, com a minha total disponibilidade e dedicação à rede, temos nova capacidade e estratégia que aposta numa expansão também a sul. Embora eu seja sulista, sente-se também que existe um sentido elitista por essas bandas e ainda a preferência por empresas na capital talvez por acreditarem na ilusão de mais proximidade e qualidade. V - A RAVT, e sobretudo a Maria José, tem uma posição bastante vincada no que concerne ao novo regime de empre-
endimentos turísticos, no que respeita ao artigo 42º do Dec. Lei 80/2017. Como considera que as novas plataformas de venda direta do Turismo de Portugal e da AHP vão fazer cumprir esta lei? MJS - Obviamente que só posso ter uma posição bem vincada e descontente, pois só nos trouxe entropia e tirou estímulo de venda da hotelaria portuguesa com tanta inibição de promoção devido à incapacidade dos bed banks mundiais terem de cumprir, para país tão pequeno, uma lei portuguesa, de obrigação de um registo de turismo algures. Menos manualmente, se o RNET e RNAL estivessem bem carregados, se as unidades de alojamento cumprissem com a atualização dos seus dados, com os registos corretos das suas empresas e filiais, se não existisse uma salganhada com unidades que são novamente agora de RNAL, com o repor de tipologias e que a retirada destes requisitos antes lhes permitiu chamarem-se de hotéis e afins com a categoria que bem lhes apeteceu colocar e estão ainda em RNET e não nos devidos registos. Os nomes das entidades são distintos das unidades, que dificulta a identificação para mesmo quem queira cumprir a lei e nem sequer têm o registo sob que marca operam. Logo, se nós não conseguimos cumprir como deveríamos, também eles terão as mesmas dificuldades e estaremos cá para as apontar já que não tiveram a mesma consideração pela operação e distribuição offline e tradicional quando pensaram em
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adaptação de imensos serviços ao cliente em si, algo tanto esquecido pela hotelaria, que serve um quarto número 14 a um asiático como serve a um americano, e inibe o número 13 para ocidentais, mas esquece do resto.
Nova lei pouco protege o cliente
aprovar o texto de tal artigo. Também sim vejo esta plataforma com clara visão de falta de consideração por parceiros que tanto necessitaram durante décadas, de os quererem totalmente anular e retirar da cadeia de distribuição quando creem que já não necessitam, uma tentativa clara de descartar e apenas de um lobby de grandes unidades e marcas hoteleiras que até atacam os seus congéneres com menor capacidade de se integrarem em plataformas B2C, ou por incapacidade financeira, ou por falha de requisitos e dependem em esmagadora maioria de plataformas como as booking, expedias e afins. Contudo, creio que esta preocupação maior irá rapidamente passar, porque vai deixar de ser novidade, pelos motivos que acima referi, na questão anterior, de quem recorre a procura e compra online e porque o cliente não escolhe um destino por escolha de um hotel ou marca, que existem milhões pelo mundo fora e que um asiático ou sul americano não tem que conhecer as marcas próprias de cada país para onde pretende dirigir-se. É sa-
bido que a maior capacidade de chegar aos mercados é pela via de difusão de OTA’s, de agregadores de hotelaria, centrais de reserva, grandes bed banks, grandes brokers que difundem em larga escala em todo mundo e por todos os tipos de canais e tecnologias. Acresce que os clientes necessitam de produtos vários para agregar a um hotel, nem que seja transfer, uma visita, um jantar típico, um carro e que para que se possam articular estes serviços é necessário que alguém os consiga compor, contratar, fiscalizar, comunicar constantemente, controlar. Mais importante é que alguém depois consiga dar resposta as cada vez maiores irregularidades e exigências dos clientes, que querem pagar pouco e ter luxo, que se queixam dos quartos, da vista, dos cheiros, das refeições, das piscinas, dos lençóis, do barulho, das fotos que parecem na primeira linha da praia e que tanto os hoteleiros gostam de frisar e depois estão a dois quilómetros e só na miragem. Os clientes necessitam de cal center 24/7h em várias línguas, e com consideração às várias religiões e culturas que cada um tem e exige
“A maior mais valia da RAVT é o poder negocial de grupo e o acesso a serviços que isoladamente não conseguiriam aceder e nem suportar financeiramente.”
V – E em relação à proteção do cliente? MJS – A proteção ao cliente a irregularidades e reclamações também não me parece ficar bem protegida, sem seguros, sem provedores de cliente, com sistemas de entidades oficiais nacionais depois a demorarem meses infinitos em respostas de processos, com custos que podem tornar-se avultados para valores de serviços que podem ser baixos. Não me parece que a personalização necessária hoje a adequação a populações alvo específicas, como turismo Halal, religioso, de compras, de millenials, de solteiros, de luxo, de golfe, de surf, de mulheres e por aí fora seja algo que consigam bem articular numa plataforma e logo, o lugar dos agentes existirá sempre e irão sempre necessitar deles, queiram ou não. Veremos é se não se afastam de tal forma que leve a um claro e total voltar as costas a quem mais os molestar. Sobre este assunto gostava ainda de acrescentar que, na minha opinião, cabe ao ITP apoiar todas as iniciativas de todos players da cadeia de valor e que dinamizam o setor aportando a riqueza tão desejada ao país, mas não quando as iniciativas têm intuito explícito e claro de esmagar outros players tão necessários quanto os outros, mesmo que, infelizmente, não o considerem assim. Errado é, se uma organização estatal, que é suportada por votos e impostos de todos os cidadãos e empresas, se está a imiscuir na atividade privada em oposição ou opressão, se torna concorrente direta dos próprios
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subsetores que deveria estimular e apoiar e ajuda a criar entropia e estimula a desagregação. Que espero que não venha a ser o caso desta plataforma. Enfim, ficam aqui algumas das questões que a Operação e Distribuição faz a cortesia de ajudar a hotelaria a refletir. V - Em relação à atual diretiva pela qual se regem as agências de viagens, desde 2015, qual tem sido a posição da RAVT no sentido de apoiar as suas agências? MJS - A diretiva foi publicada em 2015 e sabia-se logo à partida, sem grande margem de alterações, quais as linhas mestras a seguir. Na rede, desde esta data, que fomos
“Não é minha intenção avançar num futuro tão próximo [a uma candidatura à presidência da APAVT] a não ser que o próprio mercado necessite, peça e estimule por alguma necessidade e missão em prol da defesa dos agentes de viagens”
informando e preparando as agências para o que era, quais as necessidades, quais os ajustes a fazer, quais os encargos, quais as novas responsabilidades, quais as novas proteções a ter e começámos o caminho com o tempo e com os devidos cuidados. A diretiva não é fabulosa e aporta maiores responsabilidades e riscos. É certo, porém, muitas das obrigações já eram cumpridas pela forma de trabalhar na RAVT, com os devidos cuidados de informação ao cliente desde os serviços a condições gerais, à proteção com seguros, proteção dados e afins. Foi um processo faseado, feito com tranquilidade, por etapas e em épocas adequadas sempre que possível.
APAVT como futuro? V - A Maria José já demonstrou, por diversas vezes, vontade de se candidatar à presidência da APAVT. 2020 será a altura certa para avançar com essa candidatura? MJS - Não é minha intenção avançar num futuro tão próximo a não ser que o próprio mercado necessite, peça e estimule por alguma necessidade e missão em prol da defesa dos agentes de viagens. Uma candidatura APAVT requer anos de preparação do mercado, de uma estratégia para ser bem ajustada, preparada, benéfica, com pilares fortes, que aporte união, consensos, contentamento da maioria, confiança e força perante o setor privado mas também público-político. É uma associação de peso, que atua num
mercado pouco unido e demasiado feroz na competição entre eles, que necessita de uma candidatura de força e suporte para poder cumprir com as expetativas de todos. V – O que considera prioritário mudar na APAVT? MJS - Em primeiro lugar, o que é prioritário para a APAVT é manter o seu dinamismo, senão aumentá-lo, uma vez que os desafios que se colocam à atividade não param de aumentar, não só em número como em complexidade. Precisa de se destacar com alta profissionalização e elevada formação. Tem que conseguir aumentar consensos dentro do próprio setor, aumentar o número de sócios de todos os tamanhos e tipos de subatividade, pois não se pode contar apenas com o poder de produção de grandes estruturas,
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mas sim também com o poder do número e de diversidade de operação. A associação deve ser de todos e sentida como tal por todos e não deve estar demasiado assente num só pessoa, numa só cara, num só pivot, num presidente, mas sim numa direção e totalidade dos sócios que apoiam. A aproximação às empresas é crucial, bem como aumentar a comunicação externa, uma vez que se tem denotado um desconhecimento, por uma fatia ainda considerável de empresas, sobre a real atividade da associação em prol da defesa contínua do setor. Desconhece que existe, em grande escala, atividades imensas inerentes, com direções
a trabalhar voluntariamente que, ao contrário de antes, não estão com mero intuito de relançar as sua imagem pessoal, mas sim já lá estão por mérito e conquista dessa imagem pessoal e profissional, conquistada pelo seu trabalho de anos, e que nem sempre têm tido o devido reconhecimento do seu esforço. Há que sensibilizar que milagres não existem, e nem a perfeição, e tentar aniquilar o hábito bem português que todos os males do mundo são culpa dos governos e das entidades, sem que vejam que nem todos os furacões são culpa de líderes e que muito também cada um contribui, quanto mais não seja com a sua inércia e egoísmo. Afinal, esta associação é das mais antigas de europa, com um poder grande, bem colocada nas entidades com voz no parlamento europeu e em entidades do turismo de peso e renome mundial. V – Para terminar, quais as perspetivas da RAVT para o fecho de 2018 em termos de vendas e faturação? MJS – A RAVT conta já com um crescimento acima dos 15%, com maior produção e maior rentabilidade e logo será considerado, com certeza, um ano deveras positivo nessa matéria. No entanto, tem sido um ano muito atribulado no que concerne às operações, com tantas irregularidades e ainda tantas mudanças de todos os tipos, como a lei laboral, proteção dados, diretivas, novos sistemas de IATA, de aviação, PCI DSS e afins.
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Paulo Mendes,
diretor geral Grupo Airmet Portugal
“Somos uma rede bastante heterogénea”
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á mais de uma década em Portugal e perto das três centenas de associados, o Grupo Airmet tem vindo sempre a crescer e a apostar na formação contínua dos seus associados. Para o próximo ano já conta com novidades. Viajar - O Grupo Airmet é uma rede de agências de viagens que tem vindo sempre a crescer nos últimos 12 anos de existência, tanto a nível de faturação como de volume de negócios. Como conseguiram superar os anos de crise? Paulo Mendes - O Grupo Airmet, em 12 anos de existência em Portugal, só teve um ano que baixou o volume de negócios, esse ano foi o de 2012, que coincide com a entrada da Troika em Portugal e uma das razões que ajudou a superar os momentos de crise vividos a seguir foi a união das agências de viagens dentro do grupo. Fomos ainda beneficiados pelo encerramento de redes de agências que não aguentaram o momento e as agências que faziam parte dessas redes acabaram por aderir ao nosso grupo, aumentando o volume de negócios e consequentemente a nossa rede. V - A venda através de operadores turísticos está a ser a principal razão para os números animadores deste ano? PM - A venda de pacotes turísticos oferecidos pelos operadores este ano estão ajudar a aumentar o nosso volume de negócios, no entanto, a procura de produtos taylor made por parte dos clientes na nossa rede está a ser maior do que a procura por produto charter. V - E quanto aos restantes segmentos? PM - O segmento onde estamos a crescer mais é o de hotelaria, no entanto, o que representa o maior volume de negócio é o segmento
da aviação e depois pacotes turísticos. V - No que respeita a destinos, quais foram os que registaram uma maior procura? PM - Estamos a assistir a um crescimento acima de dois dígitos para destinos como Punta Cana, México, Djerba, Cabo Verde, Porto Santo e Ilhas Baleares. V - Com 279 agências associadas no início deste ano, vão terminar o ano com quantas mais? PM - O Mercado esta bastante estável e fidelizado pelo que condiciona um crescimento elevado no número de adesões. A nossa previsão aponta fechar o ano com 285 balcões, no entanto, o nosso maior objetivo neste momento é aumentar o volume de faturação por ponto de venda dos nossos associados atuais.
dos nossos agentes no RGPD e das novas regras na venda de viagens organizadas. Estamos sempre a potenciar formações nas mais diversas áreas e para o ano vamos focar o nosso programa de formação certificada em áreas como produto, gestão, marketing, fiscalidade e, caso for necessário, voltaremos a falar de RGPD que é um tema bastante complexo e que é necessário algum cuidado por parte das empresas.
V - Tem sido fácil as agências de viagens seguirem os pressupostos que lhes são lançados pela Airmet? PM - O nosso principal desafio é conseguir que as agências de viagens de um agrupamento trabalhem com uma só voz, mas não é fácil. Existem 285 agências dentro do grupo que possuem marcas diferentes e posicionamentos semelhantes às outras, mas com a sua própria personalidade, o que V - A Airmet aposta na formação contínua faz com que não seja fácil poder ter uma das suas associadas? De que forma? estratégia comum a nível nacional. Somos PM - É um dos nossos pilares dentro uma rede bastante heterogénea e da Airmet, este ano realizamos temos que ir ao encontro das mais de 20 formações certinecessidades de todos os “O segmento ficadas em Lisboa e Porto nossos associados. para os nossos associados onde estamos a onde demos especial V - Que novidades crescer mais é o de destaque à formação tem o grupo em carhotelaria, no entanto, o que teira para 2019? representa o maior volume PM – No próximo ano de negócio é o segmento vamos investir em da aviação e depois ferramentas tecnológicas para melhorar a pacotes turísticos.” produtividade e rentabilidade dos nossos associados com o lançamento de uma nova ferramenta de hotéis, melhorias na nossa intranet e dar um site de reservas online com preços competitivos a todos os nossos associados. Iremos continuar com a nossa formação certificada, presença nas feiras de venda (BTL e Feira das Viagens) e estar sempre presentes para os nossos associados porque a proximidade que temos com eles está no nosso ADN e estamos sempre disponíveis para ajudar quando é preciso.
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Vasco Pinheiro, CEO da Go4Travel
“A Go4Travel está a crescer em todas as áreas de negócio”
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ocupar o cargo de CEO da Go4Travel há menos de um ano, Vasco Pinheiro está otimista em relação ao futuro. Recentemente, realizaram mais uma convenção anual e as novidades foram diversas. Viajar - Quase a fazer um ano que tomou posse como CEO da Go4Travel, e com mais de 15 anos de experiência no setor, qual o balanço que faz destes primeiros meses neste grupo de agências de viagens? Vasco Pinheiro - O balanço é positivo. Encontrei um conselho de administração muito empenhado e uma equipa profissional, o que permite olhar de uma forma bastante positiva e otimista para o futuro. O desafio de dirigir a Go4Travel é grande, mas existe um compromisso muito forte com o plano estratégico definido e que nos dá garantias de um resultado positivo. Somos o maior grupo português de agências de viagens e queremos reforçar a nossa posição. V - Aquando da tomada de posse, em janeiro, disseram que iriam implementar um plano de ação, que conciliasse o reforço das estratégias iniciadas no passado e, ao mesmo tempo, desenvolver diversos projetos complementares de “grande importância”. Que projetos foram esses até ao momento? VP - A tecnologia é uma ferramenta essencial para as agências de viagens e nesse sentido uma prioridade estratégica. Estamos a adotar um plano tecnológico adaptado as necessidades da Go4Travel em que os resultados práticos serão revelados muito em breve. Temos vindo a apostar também em ações continuadas de formação em várias áreas: técnicas, comerciais & marketing e de gestão. Iniciámos ainda um projeto na área de inovação, onde pretendemos, de uma forma disruptiva, trazer novas ideias e abordagem ao setor das agências de viagens. Este projeto de inovação foi oficialmente lançado na nossa convenção anual, a Summit 4 Travel. V - Nessa altura a Go4Travel era composta por 42 acionistas, de agências de viagens distribuídas por todo o território nacional, com 100 balcões em Portugal
Continental, Madeira e Açores, contando com 714 colaboradores. Esses números ainda se mantêm? VP - Atualmente a estrutura acionista da Go4Travel continua a mesma. Se olharmos para os últimos anos, tem existido um crescimento sustentado do corpo acionista e é de prever que este continue. A génese da Go4Travel está assente na criação de valor para o acionistas e para o cliente e é nessa perspetivas que olhamos para o crescimento da estrutura da Go4Travel. De salientar ainda a riqueza dos acionistas, quer pela dispersão geográfica, quer pelas diferentes áreas de atividade, desde operadores turísticos, empresas de gestão de viagens corporativas & eventos empresariais, empresas nacionais de referência em Incoming & MICE (grupos provenientes no estrangeiro), gestão de eventos temáticos (nomeadamente Desporto), etc…
global? O que representa em relação a 2018? VP - A Go4Travel tem vindo a crescer de uma forma sustentada nos últimos 5 anos e prevemos que o volume de faturação ascenda aos 400 milhões de euros em 2019, representando um crescimento de 8%. V - O que mais está a contribuir para estes resultados? VP - Genericamente a Go4Travel está a crescer em todas as áreas de negócio, embora o corporate continue a evidenciar maior volume. Com o crescimento do Turismo nos últimos anos, tem surgido também novas oportunidades que têm contribuído para o crescimento global.
V - Qual o balanço que faz da Convenção da Go4Travel, que teve lugar no final de outubro em Coimbra? VP – Excedeu todas as melhores V - Quase a terminar o ano expectativas, tivemos muito “A de 2018, quais as persboas reações das agências Go4Travel tem petivas de faturação e parceiros que participavindo a crescer de ram no Summit 4 Travel. uma forma sustentada Foram lançadas bases para atingir objetivos nos últimos 5 anos e muito importantes, prevemos que o volume como o projeto Innov de faturação ascenda aos 4 Travel e Academy 4 400 milhões de euros em Travel. Também muito 2019, representando relevante foi o lançamento da nova imagem um crescimento de da Go4Travel e da parceria 8%.” com a associação Vila com Vida. V - Conseguiram ver respondidas algumas questões que preocupam o setor das agências de viagens? VP - Demos passos importantes para olhar para o futuro de uma forma bastante otimista. V - O que mais vos preocupa em 2019? VP - As perspetivas de crescimento para 2019 são positivas, embora existam alguns fatores que nos levem a ter alguma cautela na abordagem do crescimento. Fatores como o ritmo de crescimento económico em Portugal e na Europa e o preço do petróleo são apenas um exemplo de fatores que podem influenciar o desempenho.
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Pedro Gordon,
diretor geral do Grupo GEA Portugal
Crescimento em dois dígitos para 2018
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edro Gordon garante que apesar do crescimento este ano não estar a ser tão acentuado como em 2016 e 2017, certo é que o Grupo GEA Portugal continua a dar cartas. Viajar - Com o ano a terminar, qual o balanço que faz de 2018? Pedro Gordon - Em termos gerais consideramos que o ano 2018 tem vindo a dar continuidade do trabalho desenvolvido e com a tendência de crescimento dos três últimos anos. O crescimento não tem sido tão acentuado como em 2016 e 2017 mas é normal dado que a base apresentava valores mais elevados. Assim sendo, podemos dizer que o ano está em linha com os objetivos a que nos propusemos, em termos de crescimento de vendas e do grupo em geral. V - Quais as perspetivas de crescimento do grupo em termos de vendas e faturação? PG - Não temos ainda os dados do último trimestre do ano, mas com alguma margem de erro em termos de pacotes de operadores, o crescimento ronda os 10%. Em termos de centrais de reservas hoteleiras com as quais o grupo tem parceria o crescimento situa-se nos 20%. Ao nível do BSP, o crescimento tem sido
mais elevado em comparação com o período homólogo se bem que em outubro revelou uma estagnação relativamente ao mesmo mês do ano passado.
interessante e continua a ser um dos destinos que produz uma importante faturação nas agências do grupo, assim como as costas espanholas.
V - Este crescimento deveu-se sobretudo a que fatores? PG - Na minha opinião, o ciclo económico de crescimento positivo continuado nos últimos anos e a estabilidade política que ocorre em Portugal criam um clima de confiança nos cidadãos que favorece o incremento do consumo, e as atividades de lazer, as viagens, ocupam cada vez mais uma posição prioritária ao nível do consumo.
V - E em especial agora para o final do ano e para a época de inverno 2018/19? PG - Os produtos/destinos que têm tido mais procura até agora têm sido os destinos de neve e a Madeira.
V - Quais os destinos que revelaram maior procura durante todo o ano? PG - Os destinos mais procurados em termos de pacotes foram, por um lado, os tradicionais onde há uma oferta de voos consolidada, como República Dominicana, Cuba, Riviera Maia, Cabo Verde, Baleares, Saidia, entre outros. Deste conjunto destaco um grande crescimento no destino Tunísia. Além destes, com mais oferta de lugares, também Porto Santo, Agadir, Sardenha e outros destinos do Mediterrâneo, tais como Calábria ou Creta. Por outro lado, saliento um claro incremento das grandes viagens para destinos na Ásia, como Tailândia e Bali. Fora dos pacotes, em termos de estadias, o Algarve tem tido também um crescimento
“Neste momento, o Grupo Gea Portugal conta com 321 empresas sedes e 424 balcões, o que representa um crescimento do 5% relativamente ao ano 2017, que acabou com 306 agências sede.”
V - Com que operadores mais trabalham por nível de importância e qual o volume de negócios que corresponde a cada um desses operadores? PG - Os operadores com os quais temos um maior volume de negócios acabam por ser os que têm uma posição também mais forte na globalidade do mercado. Soltour, Jolidey, Soltrópico, Nortravel, Solférias, Tempo, Viajar, Travelplan, Sonhando, Egotravel, Lusanova, etc. Destaco deste grupo a Soltour com um volume até setembro de cerca de 14 milhões de euros. V - Com quantos associados termina a GEA 2018? Quanto representa esse número em relação ao ano passado? PG - Neste momento, o Grupo Gea Portugal conta com 321 empresas sedes e 424 balcões, o que representa um crescimento do 5% relativamente ao ano 2017, que acabou com 306 agências sede.
Especial Congresso APAVT
Açores significa natureza e ambiente preservados, paisagens de rara beleza, uma cultura única, hospitalidade e férias com muita adrenalina.
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AÇORES
Nove lugares de aventura, nove surpresas de encantar
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escobrir os Açores, as suas nove ilhas, é descobrir a própria natureza, na sua forma original e única. É olhar
extasiado para a paisagem exuberante, onde predominam os tons de verde, a esbateremse no azul celeste do mar. É, também, descobrir e comungar da tradicional hospitalidade açoriana, das suas populares manifestações religiosas e artísticas, do sabor especial da sua cozinha, bem como, de outros prazeres que só os Açores oferecem. Em todas as ilhas, inúmeros miradouros têm ainda panoramas fabulosos de terra e mar, pedaços dum todo que é a enorme beleza natural dos Açores. Costas de recorte variado, ora em pontas que entram na amplidão dos mares ou rochedos que caiem abruptamente no oceano, ora em angras que acolhem os frágeis barcos de pesca ou baías, algumas das quais adaptadas a portos de apoio à navegação.
Paisagem exuberante Montanhas e vales tranquilos, cobertos de exuberante vegetação, lagoas de enorme beleza alojadas em crateras de vulcões extintos, fumarolas, géiseres e nascentes de água quente, picos imponentes e cavernas misteriosas, a contrastar com campos cuidadosamente cultivados, conferem a este arquipélago uma variedade paisagística rara. Da conjugação de todos estes fatores resulta uma suavidade de clima que, adicionada à particular natureza do solo, origina uma fertilidade de terra que se traduz na presença das mais variadas e exóticas espécies vegetais. Árvores de madeira de qualidade, muitas delas de flora indígena, como por exemplo o vinhático e o cedro, frutas tropicais com destaque para o ananás, abundância de flores em que prevalecem as hortênsias, os hibíscos, as conteiras, os rododendros, as camélias, as giestas e as azáleas, campos de pastagem e
culturas como as do chá ou tabaco, dão aos Açores uma diversidade vegetal invulgar. A fauna selvagem, onde predomina o coelho, é enriquecida pela existência de numerosas aves, como o pombo torcaz, o milhafre, o melro e o canário. Uma variedade de gaivotas e outras aves marítimas sobrevoam o mar rico em espécies das quais se destacam, pelo seu interesse para a pesca desportiva, a albacora, o congro, a anchova, o espadarte, o atum, o espadim azul. Nas águas do Arquipélago são também frequentes várias espécies de cetáceos, nomeadamente o golfinho, o cachalote e a baleia.
Tradições centenárias Fortes tradições populares, como o caso das danças e cantares cadenciados, das alegres touradas à corda e curiosos trajes característicos, bem como convicções religiosas muito enraizadas que se traduzem nas inúmeras igrejas erigidas e nas procissões ao longo de todo o ano, são parte da existência deste povo hospitaleiro e simples. O Arquipélago dos Açores, em virtude do seu rico passado histórico e das suas tradições, que se foram enraizando nas suas gentes, tornou-se uma referência importante nas artes e ofícios. Homens e mulheres, ao longo dos tempos, desenvolveram e guardam, ainda intactas, técnicas de trabalho artesanal de tradições plurisseculares. O Artesanato dos Açores, devido aos poucos contactos com o exterior causados pela insularidade, tornou-se, de certa maneira, muito “sui generis” devido à utilização de materiais elementares como a madeira, o dente e osso de baleia, a escama de peixe, o basalto, o barro, o miolo de hortênsia ou a folha de milho.
S. Miguel Amplos espaços de tranquilidade entre verdes e flores, lagoas de uma beleza que corta
a respiração, são características de S. Miguel. Paisagens de uma beleza de cortar a respiração com amplos espaços de tranquilidade entre verdes e flores, São Miguel é um lugar de férias para os que gostam de cultura, de desporto, ou simplesmente de contemplar a natureza. Primeiro, são as lagoas que cativam o nosso olhar. Sete Cidades, é uma das mais bonitas, em que predomina o verde e o azul das suas águas. Lagoa do Fogo, dramática no seu enquadramento de lava e mar. Lago das Furnas, espelho de águas que parece saído de um conto de fadas, a que não falta a espiral gótica de uma capela. Depois, o Vale das Fumas, viçoso jardim no fundo de uma cratera, onde correm ribeiras de água quente. No seu interior, Parque Terra Nostra, onde se misturam exóticas espécies dos trópicos e de países frios. O vapor fervente das Caldeiras recorda a origem vulcânica da ilha.
Santa Maria As linhas suaves do relevo da ilha de Santa Maria, sem alturas que exijam grandes esforços, proporcionam panoramas extasiantes de terra e mar. Recortada por baías, Santa Maria tem as mais belas praias dos Açores, com areias brancas e águas cristalinas onde as
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Caldeira das Sete Cidades Principal cartaz turístico dos Açores, o Vale das Furnas tem uma paisagem única, proporcionando momentos de relaxe e romantismo. É atravessado por duas caudalosas ribeiras, uma de água fria e outra de água quente, colorida pelo ferro em suspensão. Nesta zona de rara beleza natural, aqui e além, pequenos pormenores chamam a atenção do visitante. A zona das Caldeiras constitui uma das curiosidades mais apreciadas pelos turistas.
A Caldeira das Sete Cidades é uma das mais bonitas e imponentes lagoas da Ilha de São Miguel, com a sua ampla cratera de 12km de perímetro. O cenário inesquecível da Lagoa Verde e da Lagoa Azul emolduradas por encostas escarpadas cobertas de árvores e flores, as margens e a pequena península da Lagoa Azul convidam a repousantes passeios e a piqueniques em ambiente tranquilo.
suas ondas desafiam os “Surfers”, o windsurf, a vela, o mergulho, a pesca desportiva de alto mar..., enfim, inúmeras atividades para os verdadeiros apreciadores de férias desportivas. Os apreciadores de férias tranquilas e revigorantes encontram à sua disposição uma paisagem bucólica. Contraste entre os montes verdejantes e as planuras despidas de vegetação primitiva.
Angra do Heroísmo num testemunho vivo, reconhecido como património mundial (Cidade Património Mundial pela UNESCO em 1983). Se todas as ilhas dos Açores são autênticos jardins verdes e floridos, a Ilha de São Jorge e as paisagens do Pico da Esperança são um convite a desfrutar de toda essa beleza e tranquilidade proporcionada pela natureza em estado puro.
Terceira e São Jorge
Pico
A Terceira é, sem duvida, uma das ilhas com importante património histórico e natural. Foi aqui que ancoraram os galeões cheios de especiarias vindas do Oriente e da América, cheios de ouro, prata, pimenta, tecidos, e muitas outras riquezas, que tomaram a cidade de
Pico, a ilha montanha, coberta com mantos de diversas tonalidades de verdes que cobrem vales e montes, que apenas deixa livre a sua montanha, o ponto mais alto dos Açores e do Continente. Espalhadas ao longo da costa, alinhadas entre
Mais do que uma ilha, o Pico é uma estátua erguida até ao céu. É assim que nos aparece, em pleno Atlântico, a mais alta montanha de Portugal.
o verde fresco da vegetação e das vinhas, as povoações do Pico têm um caráter muito próprio. Marcado pelas casas construídas com blocos de lava preta. Visitar o Pico é penetrar num pequeno mundo construído durante séculos por baleeiros, agricultores e pescadores, com extasiantes panoramas e aconchegantes aldeias debruçadas sobre o mar.
Muito mais para descobrir e desfrutar A Ilha do Faial é uma das ilhas do grupo central do arquipélago dos Açores e uma das mais bonitas, conhecida como ilha azul, graças à profusão de hortênsias que bordam campos e caminhos até à beira do mar. A Ilha das Flores apresenta uma enorme riqueza paisagística e as sete lagoas na zona central da ilha são locais de rara beleza. Para os amantes do contacto direto com a natureza e com o sabor de mistério que ela encerra nos Açores, a descoberta da Graciosa e das suas Furnas são um atrativo poderoso. Apreciar as belezas dos fundos e a enorme variedade de peixes que vivem nas suas águas é um dos atrativos que o Corvo oferece aos praticantes da observação submarina. A pesca de rocha e de barco oferece também, boas capturas.
Opinião
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AV e OT na “onda” da Geração “Millenials”
A
Pedro Machado n Presidente
do Turismo Centro de Portugal
A Geração Millennials integra o turista jovem do século XXI, que baseia as suas escolhas no preço, na possibilidade de reserva online, via dispositivos móveis, e nas opiniões recolhidas online
importância do turismo na economia portuguesa é em si uma razão mais do que suficiente para que, anualmente, a APAVT realize o seu congresso, um dos principais fóruns de debate turístico nacional. Nele, debatem-se questões sérias e pertinentes, sobre o setor das agências viagens e operadores turísticos, bem como, sobre outros temas transversais ao setor, com relevância suficiente para atrair muito mais do que agentes de viagem e operadores turísticos. O setor de turismo em geral, e as agências de viagens tradicionais, em particular, está atualmente a atravessar por um ambiente operacional bastante complexo, dinâmico e incerto, muito devido a fatores como inovações tecnológicas, consumidores cada vez mais exigentes, forte competição e mudanças no sistema de distribuição turística, com conflitos entre canais e comissões mais baixas a ser pagas às agências. A Geração Millennials integra o turista jovem do século XXI, que baseia as suas escolhas no preço, na possibilidade de reserva online, via dispositivos móveis, e nas opiniões recolhidas online. Neste contexto, torna-se premente que as agências de viagens tradicionais estudem o mercado e seus diferentes segmentos em profundidade para encontrar possíveis estratégias alternativas de sucesso. As agências de viagens online já ocupam uma importante fatia de mercado e o aumento da distribuição online fez com que muitos fornecedores utilizassem a Internet para oferecer seus produtos sem a necessidade de intermediários. Essa falta de intermediação leva à facilidade de acesso do utilizador final e envolve o aparecimento de novos concorrentes que alcançam importantes reduções de custo em comparação com as agências de viagens tradicionais. Por este motivo, essa concentração é uma alternativa à redução de custos por meio de operações comerciais envolvendo integração vertical e horizontal, e implica ter mais informações sobre o meio ambiente e dinamizar a gestão estratégica nesse setor.
Na bibliografia sobre o tema, encontramse recomendados três grupos de estratégias para melhorar a competitividade e rentabilidade das agências de viagens/ operadores turísticos: (1) melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo fornecedor A “confiança” é a dimensão mais importante na previsão da satisfação geral dos clientes, seguida pela capacidade de resposta e a garantia dada pelo serviço. (2) melhorar as estratégias de marketing do lado da procura É importante aumentar o conhecimento sobre os clientes, nomeadamente, sobre aspetos como motivações e atitudes, qualidade e comportamento em relação às agências de viagens, como um prérequisito para melhorar o atendimento ao cliente (marketing do cliente) – atendendo sempre que existem diferentes segmentos de mercado e tendo bem presentes as diferenças entre eles. (3) Aumentar a eficiência das agências de viagens Diversos estudos apontam que o capital, trabalho, vendas e marketing são os principais fatores que determinam a eficiência nesse setor. Há muitos aspetos interessantes do comportamento e perceções do “novo turista”, que exigem um estudo mais aprofundado, de modo a que seja possível definir quais as estratégias mais adequadas às agências de viagens (tradicionais e online) e aos operadores turísticos, de modo a que possam alcançar sucesso, nomeadamente: (1) o papel dos agentes de viagens no seu relacionamento com o cliente; (2) os sentimentos de um grande número de utilizadores que não usam as tradicionais agências de viagem, para manter a “liberdade e a independência”; (3) o fato de que muitos clientes associam as novas tecnologias a frieza e insegurança, enquanto o contacto humano está associado ao calor e à confiança.