Viajar Magazine - Junho 2017

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A&O "TURISMO : A Oriente, tudo de novo! é tema do congresso da APAVT

HOTELARIA HOTI HOTÉIS terá nova marca

MOÇAMBIQUE TERRA DE SONHOS

MAGAZINE PARA PROFISSIONAIS Nº 362 - 2ª série - Preço 2,00 €

DESTAQUE

“Can’t Skip Portugal”

é a nova campanha internacional VÊ PORTUGAL

Fórum reforça a importância do Turismo Interno DOSSIER TURISMO DE NATUREZA

Produto cada vez mais estratégico ENTREVISTA

ROBERTO SANTA CLARA DIRETOR EXECUTIVDO DA ASSOCIAÇÃO DE PROMOÇÃO DA MADEIRA

Criar produto e fidelizar clientes são desafios

Um mundo de soluções de mobilidade para o ajudar a servir melhor os seus clientes

europcar.pt

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AVIAÇÃO COMERCIAL E TURISMO JUNHO 2017



VIAJAR 2017 / JUNHO

Em foco

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Observação VIAJAR POR CÁ É verdade que o sol já está quentinho e a vontade de estar ao ar livre é cada vez maior. É por isso que, nesta edição, decidimos publicar um dossier especial sobre Turismo de Natureza. Algumas propostas de feiras e locais a desfrutar este ano, mas também a retrospetiva de alguns eventos que acabaram de acontecer e que demonstram com este segmento é uma aposta crescente de Norte a Sul, passando pelas ilhas.

Turismo de Portugal lança Centro de Inovação no segundo semestre do ano

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Como o ano passado foi o melhor ano de sempre para o Turismo da Madeira decidimos entrevistar o diretor executivo da Associação de Promoção da Madeira, Roberto Santa Clara, e saber um pouco mais do que está a ser feito em termos de promoção daquele que é um dos mais importantes destinos turísticos portugueses. Em reportagem não poderíamos deixar passar a importância do turismo interno e um fórum a si dedicado, com mais uma edição do vê Portugal, que decorreu nos últimos três dias de maio em Leiria. Boas leituras com a VIAJAR a seu lado!

OTENCIAR PORTUGAL COMO HUB GLOBAL DE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DIGITAL no setor do turismo é o objetivo do Centro de Inovação do Turismo, que será lançado no segundo semestre do ano, anunciou dia 22 de maio, o Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo. O encontro, que contou com a presença de diversas entidades ligadas ao sector, serviu para apresentar o projeto-âncora do Programa Turismo 4.0, uma iniciativa conjunta do Ministério da Economia, da Secretaria de Estado do Turismo e do Turismo de Portugal, que pretende “posicionar Portugal como o hub especializado de inovação no turismo e uma referência mundial”, sublinhou a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. O Centro de Inovação, cuja localização da sede e investimento ainda não foram revelados, funcionará como uma startup, com um modelo flexível em permanente colaboração com os stakeholders, promovendo serviços de aceleração e incubação de startups em articulação com a rede de incubadoras, bem como a identificação das tendências internacionais de inovação no turismo, apoiando a promoção internacional da inovação feita em Portugal. Os serviços serão concretizados através da experimentação de projetos e da capacitação das empresas no domínio da inovação e da economia digital. Para a mesma responsável, o objetivo do

DIRETOR Francisco Duarte CHEFE DE REDAÇÃO Sílvia Guimarães REDAÇÃO Sandra Martins Pereira EDITOR SR Editores, Lda ASSINATURAS assinaturas@sreditores.pt DIREÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE Largo da Lagoa, 8D, 2795-116 Linda-a-Velha Telfs.: 21 7543190 • e-mail: viajar@sreditores.pt

Centro de Inovação é “haver um contágio permanente entre a indústria tradicional - não só a indústria de turismo, mas também as tecnologias, o transporte aéreo, as indústrias de fornecimento de bens e serviços turísticos -, e a inovação, com as startups. E que, ao mesmo tempo, as startups tenham a capacidade de colocar no mercado os seus produtos”. Ana Mendes Godinho começou por recordar que o número de startups que surgem permanentemente no Turismo tem vindo a aumentar e que em 2016 tiveram 1500 novas startups, o que revela “uma grande dinâmica, surgem cada vez mais jovens empreendedores a desenvolverem novos negócios que permitem acrescentar valor à nossa oferta e permitindo que estejamos a crescer a um ritmo mais acelerado em termos de valor da oferta do que em número de turistas que nos têm procurado”. Já Luís Araújo reforçou que a ideia é que o “Centro de Inovação lidere todas estas iniciativas que estamos a fazer, com as startups, a ligação com o sector empresarial, mas nós já estamos a avançar com 11 iniciativas ao abrigo daquele protocolo que já existia com as incubadoras, temos um protocolo com 27 incubadoras de todo o país e o que fizemos foi pedir às incubadoras que nos mandassem as suas propostas para projetos de apoio e de dinamização às startups e é isso que estamos a arrancar, mas o Centro de Inovação é algo maior, mais abrangente.”

FOTOGRAFIA Arquivo, Fotolia, Casa da Imagem, Rogério Sarzedo PAGINAÇÃO Catarina Lacueva PUBLICIDADE Teresa Gabriela Tels.: 21 754 31 90 e-mail: teresa.gabriela@sreditores.pt

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Destaque

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“Can’t Skip Portugal” é a nova campanha internacional de promoção do Turismo de Portugal

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AN’T SKIP PORTUGAL” É O NOME DA CAMPANHA INTERNACIONAL de promoção que o Turismo de Portugal apresentou, no Teatro São Luiz, em Lisboa. Uma campanha que vai passar exclusivamente em meios digitais, com um investimento de 10 milhões de euros até ao final do ano e que arranca em 20 países. A dar suporte a esta campanha está ainda o site www.cantskipportugal.com, “o primeiro guia emocional de viagens do mundo”, como o descreve Tomás Froes, diretor-executivo, acrescentando que esta será mais uma ferramenta que permite ao visitante escolher vários destinos consoante o seu estado de espírito. Um site que será alimentado pela equipa do Turismo de Portugal. Ao todo são quatro, os filmes promocionais, que convidam a uma visita a Portugal e que segundo Tomás Froes não são apenas “cartões de visita iguais a tantos outros que andam por aí, mas sim uma mensagem emocional que mostra um Portugal que é impossível de evitar. Todos os dias há uma razão para visitar Portugal, a nível económico porque estamos a crescer, desportivo porque somos Campeões da Europa de Futebol, gastronómico porque temos inúmeros restaurante com Estrelas Michelin e vinhos com nota 100, portanto não há forma de evitar visitar Portugal.” é a nossa estratégia, nós Turismo de Portugal Com textos de Ivo Purvis e Pedro Lima e die de todos aqueles que trabalhamos em turigidos por Pedro Varela, os filmes contam a rismo, pensamos que é importante para o fuhistória de James (um empresário que decide turo do país e para aqueles que nos visitam, descansar na natureza), Cloé (uma jovem olharem-nos como pessoas, como irmãos, estudante francesa que procura inspiração e como semelhantes e com lugares e experinovas ideias em ambiente de cidaências que de facto nos marcam. O de) e um sexagenário alemão que nós queremos no fundo é Reino Unido, de 65 anos que procura um desbravar este mercado de Alemanha, França, novo destino para viver em experiências.” Espanha, Brasil, EUA, China, Portugal. Já para o ministro da EcoReino Unido, Alemanha, Holanda, Itália, Irlanda, Rússia, nomia, Manuel Caldeira França, Espanha, Brasil, Canadá, Índia, Noruega, Suécia, Cabral, que presidiu a EUA, China, Holanda, sessão de apresentação, Dinamarca, Finlândia, Áustria, Itália, Irlanda, Rússia, Bélgica e Polónia são os merca- que contou também com Canadá, Índia, Noruea presença da secretária dos em que esta campanha ga, Suécia, Dinamarca, de Estado do Turismo, aposta para promover Finlândia, Áustria, Bélgica e Ana Mendes Godinho, “com o país. Polónia são os mercados em esta campanha queremos dar que esta campanha aposta para a conhecer um Portugal diferente promover o país. Segundo o presie mostrar às pessoas que já visitaram dente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, o país, que há outras paisagens, com outras “esta campanha tem um aspeto diferenciador coisas a acontecer e, portanto, motivar a que que é o foco nas pessoas - que aliás também voltem, que venham com outra perspetiva.

Mas é também dirigida a mercados novos, em que estamos de facto a apostar numa imagem diferente de Portugal, que há muito para experienciar e que não podem escapar a essa ideia de um dia visitarem Portugal.” Questionado sobre a importância deste tipo de campanhas, o mesmo responsável garantiu que a “promoção digital tem sido muito grande assim como a publicidade sobre o destino Portugal, mas o mais importante é que também se têm criado rotas para que as pessoas o possam fazer. As pessoas podem ter motivos para nos visitar, mas se não tiverem ligações acabam por não vir e se chegarem e não encontrarem um bom serviço de hotelaria, bons restaurantes e pessoas acolhedoras também não vão gostar e não vão ter a experiência que a publicidade lhes sugere.” O ministro da Economia sublinhou ainda o facto destes quatro filmes promocionais terem sido filmados durante o mês de dezembro, demonstrando que Portugal é bom para visitar em qualquer altura do ano.


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Opinião

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Mexe? Paga!

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DELOITTE, EMPRESA DE CONSULTORIA, apresentou há dias dois estudos reveladores sobre a atividade empresarial, nomeadamente no turismo, que identificam a importância dos governos estarem atentos ao que gira em torno do nosso setor. O primeiro estudo, divulgado em Espanha com o nome “Expectativas 2017: A revolução da experiência”, apresenta, no meio de uma série de informação importante, aqueles que são os desafios mais relevantes para os diretores gerais dos subsetores do turismo – Hotelaria, Distribuição e Transporte. Em comum todos citam como prioridade maior a capacidade de acelerar a internacionalização e globalização das suas empresas. É um dado real. Os empresários do turismo precisam e querem internacionalizar-se. Entrar noutros mercados. Investir além-fronteiras. No segundo estudo, este publicado em Portugal, a mesma consultora apresenta o resultado dado pelas 1000 maiores empresas portuguesas quanto aos obstáculos do investimento em Portugal: “Instabilidade do sistema fiscal” (61%), com um aumento significativo de 19 pontos percentuais em comparação com 2015, os “Custos de contexto/burocracia em geral” (55%) e o “Funcionamento da justiça” (51%). Adicionalmente, 65% dos inquiridos considera que a política fiscal adotada pelo Governo não serve como motor de desenvolvimento nem favorece a competitividade das empresas portuguesas. Não é necessário ser empresário nem ter uma visão estratégica estratosférica para entender que Portugal está em contra ciclo quanto aos interesses dos empresários do turismo. Enquanto os mercados estão sobreaquecidos

no que toca à sua capacidade e vontade de investimento, Portugal ainda anda às voltas com temas como os “custos de contexto”, tantas vezes trazido a lume pelos empresários para a sua resolução imediata mas sempre cozinhado em lume brando pelos sucessivos governos. Ou ainda com sucessivas taxas e impostos sobre a atividade económica que mais tem crescido em Portugal. Por sua vez, como tenho dito várias vezes, o empresário português é um herói. No meio deste caos legislativo e burocrático, da fúria legislativa/fiscal e da lentidão de processos, os nossos empresários do turismo continuam a bater recordes. Já nem sei se por necessidade de sobrevivência, ou se por força de estratégias programadas ou as duas ao mesmo tempo. A verdade é a “Síntese conjuntural de Abril de 2017” veio mais uma vez demonstrar que as viagens e turismo têm um peso de 37,7% no total das exportações de serviços, sendo de longe o maior exportador nacional e com uma variação de +15,1% sobre o período homólogo. Um recorde portanto, mas mais importante ainda: é o sector que mais alavanca a economia portuguesa no exterior. Apenas por isto, um prémio entregue pelo sector público seria merecido. Não falo de reconhecimento público, mas sim que se parasse de vez com a necessidade de carregar fiscalmente este sector já de si “sobre-massacrado”. A política do “Mexe? Paga!” é tudo o que os empresários não precisam para quem quer cá investir. E como diz o estudo da Deloitte, o dinheiro e a vontade dos empresários para internacionalização está aí. Façam então de Portugal, um dos seus destinos e ouçam o que as nossas empresas lhes dizem.

Miguel Quintas n Diretor

Geral Parcela Já

Não é necessário ser empresário nem ter uma visão estratégica estratosférica para entender que Portugal está em contra ciclo quanto aos interesses dos empresários do turismo. Enquanto os mercados estão sobreaquecidos no que toca à sua capacidade e vontade de investimento, Portugal ainda anda às voltas com temas como os “custos de contexto”, tantas vezes trazido a lume pelos empresários para a sua resolução imediata mas sempre cozinhado em lume brando pelos sucessivos governos.


Reportagem

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4º FÓRUM TURISMO INTERNO “VÊ PORTUGAL”

Pedro Machado reforça

importância de turismo interno para o País

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STA AGENDA ASSENTA ESSENCIALMENTE na discussão do mercado interno. Quererá isto dizer que o Turismo Centro e a Agência de Promoção Externa do Centro de Portugal não têm motivações nem preocupações com o mercado externo?”, foi assim que Pedro Machado, Presidente do Turismo Centro de Portugal iniciou no dia 29 de maio, aquele que foi o 4º Fórum Turismo Interno “Vê Portugal”. Um congresso que, até dia 31 de maio, discutiu em Leiria, um conjunto de iniciativas e preocupações deste sector em Portugal. À questão colocada Pedro Machado responde com um “sim, por isso acompanhamos o trabalho que está a ser feito do ponto de vista nacional sobre a valorização da importância da internacionalização de todos os agentes envolvidos neste processo, mas entendemos que é muito importante não escamotear aquilo que verdadeiramente representa o mercado interno” e recordou que entre o primeiro fórum e o terceiro “percebemos algumas conclusões do Vê Portugal, que ainda hoje se mantêm válidas, existe uma consciência coletiva para a importância económica para o que é o Turismo em Portugal e que a atividade económica do Turismo não se esgota apenas naquilo a que normalmente associamos como atividade direta.” “Se pensarmos nas atividades culturais que representam 16% da nossa indústria nacional, as agências de viagens 2,1%, os transportes 10,2%, o alojamento 6%, a restauração e bebidas 64% daquilo que é a atividade económica da Região Centro, facilmente percebemos como se mantêm válidas as premissas de uma abordagem àquilo a que significa o mercado interno”, sublinhou o mesmo responsável, perante a plateia do Teatro Lúcio da Silva. O Presidente de Turismo do Centro de Portugal revelou ainda que durante a última reunião com a Confederação do Turismo de Portugal, que se realizou na passada semana, foram divulgados dados que “também nos obrigam a refletir sobre a importância que o mercado interno representa a par do mercado externo. Se pensarmos que em 2016 o Centro de Portugal valeu 270 milhões de euros em hotelaria, praticamente 100 milhões de euros em viagens, 40 milhões de euros entre jogo e casino e 1000 milhões de euros em restauração e bebidas, são números suficientemente fortes, que

estão para além das estatísticas que normalmente recebemos sobre aquilo que é hoje a importância dos mercados emissores, mas acho que é relevante levarmos esta discussão por diante, quando se trata daquilo que é o mercado comprovar os objetivos.” Segundo Pedro Machado, em 2016 “tivemos 38 milhões de dormidas de turistas estrangeiros e cerca de 15 milhões de dormidas de turistas nacionais, o que significa que estamos a falar num total de 11,4 milhões de hóspedes estrangeiros e praticamente 7,6 milhões de hóspedes portugueses. Se fizéssemos uma comparação percentual relativa sobre o investimento que a marca Portugal faz nos vários mercados e a correspondente participação financeira que faz no mercado nacional, perceberíamos, por exemplo, que contra os 7,6 milhões de hóspedes nacionais nós vamos buscar ao nosso principal mercado externo que é o Reino Unido 1,9 milhões de turistas. Vamos buscar à Alemanha 1,2 milhões de turistas e 624 mil turistas brasileiros, o que significa que o mercado interno, à falta de outra consideração, é objetivamente o nosso primeiro mercado.” Para o mesmo responsável é sobre este mercado que “deve assentar também prioritariamente a ação, seja da marca Portugal,

seja em concreto daquilo que é a função das organizações regionais, e é por isso que estamos a trabalhar e dar um passo em frente, comparativamente com aquilo que foi durante muitos anos, o paradigma da promoção turística do nosso país.”

O EXEMPLO DE ESPANHA Da mesma opinião partilha o Diretor Geral de Turismo da Junta de Castela e Leão, Javier Jamirez Utilla, que durante a sua intervenção realçou o trabalho que tem sido feito por esta região espanhola ao longo dos tempos, e que a posiciona neste momento como a 4.ª região mais visitada daquele país. “Em Espanha o sector turístico é a primeira indústria nacional e em Castela e Leão converteu-se nos últimos anos numa peçachave, num sector fundamental de recuperação económica da nossa região, um sector que em Castela e Leão dá emprego a mais de 70 mil pessoas, que representa 10% do Produto Interno Bruto Nacional e que gerou um impacto económico ao ano de mais de 1900 milhões de euros em 2016. No ano passado fomos o 4.º destino nacional em Espanha, apenas atrás de regiões como a Catalunha, a Andaluzia e a Comunidade Valenciana e estamos a crescer de uma forma sustentada


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Reportagem

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“DOIS PAÍSES, UM DESTINO” JUNTA ESPANHA E PORTUGAL tanto em turistas, como em pernoitas, como em gastos e todos os indicadores turísticos e isso também se deve sem nenhuma dúvida ao trabalho e ao esforço que temos vindo a fazer para reforçar o turismo do interior”. Javier Jamirez Utrilla relembrou que num país como Espanha em que a sua imagem turística avançou no modelo de costa, de sol e praia, não tem sido fácil para regiões do interior como Castela e Leão manter-se na primeira linha da oferta turística nacional: “Hoje felizmente podemos dizer que a imagem de Espanha internacional como destino turístico mudou e é agora mais rica, mais completa e diversificada, graças ao contributo das regiões de turismo interior. Conseguimos que recursos vinculados à natureza, à cultura, ao património e à gastronomia façam parte da primeira linha da oferta turística quer a nível nacional quer a nível internacional e isso supõe uma das causas principais do nosso crescimento”. “No ano passado observamos que em meses como julho e agosto, iminentemente vinculados a um turismo mais de praia, Castela e Leão cresceu acima da média nacional tanto em turistas como em pernoitas”, disse ainda o mesmo responsável, realçando que o Turismo Centro está no bom caminho. Pedro Machado aproveitou ainda para referir que a presença do responsável pelo Turismo de Castela e Leão significa que desde 2016 estão a trabalhar em conjunto com aquela região espanhola e com a Extremadura: “O mercado ibérico, que recebeu praticamente 90 milhões de turistas estrangeiros, pode e deve ser trabalhado em conjunto. Quando falamos do mercado interno alargado, nós temos 10 milhões de portugueses e estes no caso da Região Centro de Portugal são 2.4 milhões, 2.5 milhões de Castela e Leão e 1,2 milhões daquilo que é hoje a Extremadura. Este triângulo de proximidade, que a fronteira não divide, mas que hoje une, potencia de facto a capacidade de chegarmos a esses milhões de turistas estrangeiros que entram na Península Ibérica.” O primeiro dia do 4.º Fórum Turismo Interno “Vê Portugal” contou ainda com um painel sobre os programas de apoio à valorização e qualificação do destino – Portugal 2020, que esteve a cargo das apresentações de Carlos Abade, Vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal e Jaime Serrão Andrez, Presidente da Comissão Diretiva COMPETE 2020, que esclareceram ainda algumas dúvidas da plateia sobre estes programas.

O Turismo Local e as parcerias transfronteiriças foram os grandes temas do segundo dia do 4.º Fórum Turismo Interno “Vê Portugal”, que decorreu no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. Os trabalhos tiveram início com o painel 2 dedicado à “Valorização e Qualificação do Destino – O papel dos GAL – Grupos de Ação Local, moderado pela presidente da Direção da Federação Minha terra, Maria João Botelho. Um painel que contou ainda com a participação de quatro oradores: Jorge Rodrigues, coordenador do GAL ADIRN – Associação de Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, João Carlos Pinho, coordenador do GAL ADRIMAG – Associação de Desenvolvimento Integrada de Montemuro, Arada e Gralheira, Catarina Vieira, gerente do empreendimento Chão de Rio e Rui Anastácio, proprietário dos empreendimentos Casa dos Matos e Cooking and Nature Emotional Hotel. Os dois últimos oradores tiveram oportunidade de falar sobre os seus empreendimentos turísticos, dois casos de destaque a nível nacional e internacional. Cooperação entre Espanha e Portugal A sessão prosseguiu com o terceiro painel dedicado ao “Mercado Interno Alargado – Parcerias Transfronteiriças”, moderado pelo Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, João Paulo Avelãs Nunes, que chamou ao púlpito a responsável de projeto do Turismo da Junta de Extremadura, Victoria Ferrero. Aquela responsável começou por destacar a importância que o turismo tem para aquela região espanhola e que é responsável por 5,6% do PIB e 24 mil empregos. Portugal é o principal mercado emissor com quase 20% dos turistas. Um número que tem vindo a aumentar de ano para ano. Victoria Ferrero traçou ainda o perfil dos portugueses que procuram aquelas paragens, revelando que são pessoas com formação superior, da classe média/alta e que mais de 90% fica alojada em hotéis, sendo que os principais motivos de visita têm a ver com a gastronomia e a cultura do país. Partilhando 400 quilómetros com o território português, o Turismo da Extremadura tem em Portugal uma prioridade, “não só no âmbito do turismo, mas também em sentido mais amplo”, recordando que aquele Governo Regional lançou um plano com Portugal “muito completo, que recorre a 60 medidas, um trabalho que teve início em 2009, mas que em 2016 se retomou com mais força”.

Este é um plano que tem quatro eixos fundamentais, nomeadamente: “Mais território (centrado na preservação, sustentabilidade, na entidade territorial, na mobilidade, na cooperação com Portugal nas áreas do meio ambiente, agricultura, desenvolvimento rural e ordenamento no território); Mais competitividade (que se baseia numa economia inteligente, onde temos a tecnologia e a inovação integradas nos mercados internacionais e no aproveitamento de recursos naturais e culturais); Mais cidadania (centra-se na importância que os cidadãos têm neste plano); Mais cooperação. A responsável espanhola frisou ainda a sua relação estreita com Portugal, nomeadamente com as regiões do Centro e Alentejo, com a Câmara de Setúbal e com o Turismo de Lisboa: “Isto permite-nos fazer projetos conjuntos e sermos mais fortes e mais competitivos noutros mercados. A ideia é a criação, desenvolvimento e promoção de produtos turísticos e apoio à comercialização e à venda.” “Na criação e desenvolvimento de produtos baseamo-nos em três áreas como por exemplo projetos transfronteiriços: Tejo Internacional/Alqueva; Os denominados estratégicos são as motivações principais para o turista português que visita a Extremadura e que são o caso do Centro que partilhamos um forte potencial cultural e gastronómico e por último inovadores, que são aqueles em que trabalhamos para diferenciar a nossa oferta como Rotas em moto/Caça e Astroturismo”, esclareceu Victoria Ferrero. A oradora relembrou ainda que durante a Fitur e a BTL foi apresentado o mapa turístico conjunto dos dois destinos, para promover “Dois países, um destino”. Em conjunto o destino já recebeu mais de 5 milhões de viajantes, mais de nove milhões de dormidas e gerou mais de 300 mil empregos. Números bem representativos da cooperação entre as regiões dos dois países, segundo a mesma responsável, acrescentando que ambos partilham “18 sítios declarados como Património da Humanidade pela UNESCO, mais de 90 espaços naturais protegidos, mais de 70 festas de interesse turístico e 30 museus de importante relevância”. Seguiu-se Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, que fez uma apresentação em sintonia com a anterior, destacando que a cooperação entre o Centro de Portugal e a Extremadura “é um exemplo” e referindo o caso do mapa transfronteiriço entre os dois países, recentemente divulgado de forma conjunta. “Tudo nos liga e pouco ou nada nos separa”, afirmou, concluindo que a CCDRC continuará a apoiar todas as iniciativas de cooperação entre as duas regiões. O painel foi encerrado com uma apresentação dos professores de Coimbra João Paulo Avelãs Nunes e Pedro C. Carvalho, subordinada ao assunto “Ciências Sociais, Património Cultural e Rotas Temáticas Nacionais e Transfronteiriças”, que deram conta de alguns trabalhos efetuados pelos docentes que se transformaram em “rotas turísticas”.


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Centro de Portugal

homenageia personalidades e instituições

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TURISMO CENTRO DE PORTUGAL homenageou quatro personalidades e duas instituições durante o Jantar de Gala, que decorreu no Palace Hotel Monte Real, no segundo dia do 4.º Fórum Turismo Interno “Vê Portugal”. Uma distinção atribuída pela contribuição para o desenvolvimento e notoriedade do turismo na região Centro de Portugal. Na mesma cerimónia foram ainda atribuídos os Prémios de Concurso Empreendedorismo Turístico “José Manuel Alves” e o concurso de Teses Académicas criado pelo Turismo Centro de Portugal. Fernando Nunes, fundador e presidente do Grupo Visabeira, Mário Pereira Gonçalves, presidente da AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) desde 1976, Joaquim Morão, secretário executivo da CIM da Beira Baixa. Foi durante mais de 30 anos presidente de câmara, primeiro em Idanha-a-Nova (14 anos) e depois em Castelo Branco (16 anos), Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo), foram as quatro personalidades homenageadas. Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC), contribuindo para o desenvolvimento turístico da região Centro de Portugal, através de Ana Abrunhosa, Presidente da CCDRC e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Entidade que integra todos os Municípios Portugueses e Associações de Municípios, através de Manuel Machado, presidente da ANMP, foram as duas entidades em destaque. Os Prémios do Concurso de Empreendedorismo Turístico “José Manuel Alves”, que

visam apoiar projetos inovadores no setor do Turismo com implementação na região Centro de Portugal foram atribuídos a “Securis” (1.º lugar), “Invisiwall” (2.º lugar) e “Mondego Art Valley” (3.º). O concurso de Teses Académicas foi ganho, na categoria de tese de mestrado, por André Inácio Teixeira, com a tese “Definição de percursos turísticos cicláveis na Região de Aveiro com recurso aos sistemas de informação geográfica”, e, na categoria de tese de doutoramento, por Joana Inês Silva de Lima, com a tese “Turismo em família: a importância do Turismo para famílias economicamente carenciadas”. Filme promocional do Turismo Centro de Portugal No Jantar Gala foi ainda apresentado o novo filme promocional do Turismo Centro de Portugal, deixando no ar a mensagem “Não é o destino que importa, mas a viagem”. Segundo Pedro Machado, Presidente Turis-

mo Centro de Portugal, e à margem desta apresentação, o filme promocional de 2017 “vai de imediato para os canais do Centro Turismo de Portugal nas versões em português e inglês e à semelhança do que aconteceu com o filme de 2016, para além da distribuição normal e online, será distribuído a todos os municípios e parceiros”. O mesmo responsável garantiu que este filme seguirá o mesmo percurso que o do ano passado, entrando em festivais de turismo de vários mercados e relembrou o primeiro prémio alcançado no Festival ART&TUR 2016. “No próximo dia 16 de junho estarei em Istambul, na Turquia, a receber o prémio de Melhor Filme Estrangeiro com o filme de 2016. E acreditamos que esta versão de 2017, que é um filme mais sensitivo, mais emotivo, com uma mensagem de um destino diverso, mas inclusivo, vai ele próprio fazer o seu percurso, somando pontos naquilo que diz respeito à promoção do destino.”


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“O Turismo triplicou sobretudo nas regiões fora do sol e praia” sublinha António Costa

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OI PERANTE A PLATEIA CHEIA DO TEATRO JOSÉ LÚCIO DA SILVA, em Leiria, que decorreu a sessão de encerramento do 4.º Fórum de Turismo Interno “Vê Portugal”, que durante três dias trouxe à região cinco painéis dedicados a esta temática. Uma cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro António Costa, do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho. António Costa enalteceu a importância que o Turismo, em particular o mercado interno, assume na Economia portuguesa. “O Turismo tem sido um dos grandes motores do crescimento da Economia nacional, o ano passado contribuiu em mais 16% para o conjunto de exportações de bens e serviços e 49% de exportações só no sector dos serviços”, sublinhou o governante, acrescentando que o turismo foi também “gerador de emprego em mais 14%”. O primeiro-ministro realçou ainda o facto do segmento sol e praia não ser neste momento o que regista maior crescimento no país, como tinha acontecido nos últimos anos: “O Turismo triplicou sobretudo nas regiões fora do sol e praia. Isto significa que o grande desafio que nós temos é prosseguir o objetivo de diversificar e combater a sazonalidade da nossa oferta e para combatê-la é necessário contar com o conjunto do nosso território em toda a sua diversidade e por isso o Turismo Interno tem um papel capital. Nada tem a ver com a conjuntura que outros países vivem neste momento, mas sim é o resultado de uma estratégia prosseguida ao longo de mais de 10 anos em investimento na formação, de criação de novas rotas, numa estratégia inteligente de promoção e na diversificação da nossa oferta turística.”

EM JEITO DE CONCLUSÃO À margem do encontro e em jeito de balanço, o Presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, apontou três conclusões que sobressaem neste 4.º Fórum Turismo Interno, nomeadamente o “reconhecimento do Governo para a importância do mercado interno colocando-o na sua agenda. Sabemos que nos últimos tempos tem sido muito concentrada no processo da internacionalização, na consolidação dos mercados emergentes, em alguns casos como está a ser feito agora, numa aposta dos mercados de longa distância como é o início dos voos para a China ou para

o Canadá, mas a realidade é que em 2016 tivemos 12 milhões de hóspedes estrangeiros e 7 milhões de hóspedes portugueses, o que significa que é verdadeiramente, o nosso mercado principal.” Em segundo lugar, o facto de o mercado interno estar disponível todo o ano, “esta é provavelmente uma das nossas mais fortes ferramentas para combatermos a sazonalidade e a estadia média. Somos a única região do país que tem duas épocas altas: a neve no inverno e a praia no verão”, disse ainda Pedro Machado, acrescentando “e em terceiro, a aposta estratégica em regiões transfronteiriças limítrofes como é o caso da Extremadura e Castela e Leão, permite-nos hoje perspetivar uma aposta estruturada para este mercado interno alargado, sobretudo nestas três regiões, a que se junta depois o Alentejo numa fase posterior e que a agência do Porto e Norte de Portugal também já está a colaborar no sentido desta aproximação através de um corredor

litoral que é o Douro”. Questionado pela continuação deste Fórum Turismo Interno “Vê Portugal”, Pedro Machado garantiu que está ai para ficar e a 5.ª edição, apesar de ainda não ter lugar marcado – “já fizemos em quatro capitais de distrito, portanto só poderá ser numa das duas que faltam”, vai debruçar-se em 2018, na discussão, que não poderá deixar de ser contornada: a geração e os aspetos como as motivações dos novos consumidores do turismo”. Novidade ainda será a Gala de atribuição de prémios, que este ano teve a sua primeira edição no decorrer do Fórum, e que terá um regulamento próprio, com categorias “onde vamos procurar distinguir as melhores práticas, seja ao nível da programação cultural, dos municípios, das requalificações, dos melhores operadores. Vamos fazer com que esta Gala seja também um estímulo para a excelência e qualificação do destino”, segundo Pedro Machado.


Regiões

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ROBERTO SANTA CLARA, DIRETOR EXECUTIVO DA ASSOCIAÇÃO DE PROMOÇÃO DA MADEIRA

Criar produto e fidelizar clientes

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016 foi o melhor ano turístico de sempre para o Arquipélago da Madeira, tendo crescido 11,4% em número de hóspedes, atingindo pela primeira vez os 1,3 milhões. Um crescimento acompanhado também pelo número de dormidas que chegou aos 7,3 milhões, num incremento de 9,8%. Os proveitos globais cresceram 16,2%, ao passo que o RevPar contou com mais 15,7%. Após um ano recorde para a Madeira a VIAJAR esteve à conversa com Roberto Santa Clara e ficou a saber o que o diretor pensa fazer agora a nível de promoção externa e interna.

Tendo em conta que as Agências de Promoção Turística surgiram há pouco mais de 13 anos. Como é que as coisas têm corrido com a da Madeira? A Associação de Promoção da Madeira (APM) surgiu em 2004 e tem dois grandes ciclos da sua vida: até 2015, onde se dá a formulação das suas competências, e outro de 2015 para cá. A APM tem sido reconhecida pelo Turismo de Portugal como uma associação que tem feito tudo, não só no cumprimento das orientações estratégicas que lhe são passadas, em alinhamento com aquela que é a estratégia regional, mas também ao nível da boa execução do orçamento. Foi uma fase de consolidação ou de lançamento de uma nova forma de trabalhar, num modelo de promoção articulado com o Turismo de Portugal. Após meados de 2015 entrámos claramente numa nova era, dado que a associação passou a ter toda a competência de promoção da Madeira, tendo absorvido todos os mercados, algo que há muito era reclamado, como toda a área de feiras, redes sociais e demais tecnologias. Esta fase não é, no entanto, visível no crescimento da sua estrutura. Cresceu naturalmente a nível de recursos humanos e da sua organização. E, por outro lado, o novo esquema orçamental, desde 2015, onde houve claramente uma duplicação do montante, na altura de 4 para 8 milhões de euros e agora na ordem dos 8,7 milhões para orçamento de promoção, fez com que tivesse que haver uma profunda reestruturação interna. Até agora, quer pelos meus antecessores, quer por aquilo que me tem sido dado a gerir, nos últimos oito anos e meio, tem sido um modelo de sucesso. Considera que o Porto Santo ficou a ganhar bastante com a existência da APM? O investimento que a associação tem feito em campanhas do Porto Santo tem sido progressivamente maior. Por exemplo, algumas das operações

que hoje em dia acontecem para o Porto Santo, nomeadamente dos países nórdicos, Alemanha e Reino Unido, resultam de um protocolo que a associação fez com os hoteleiros e a ANA Aeroportos, que permitia a abertura de um conjunto de novas rotas, tendo a ilha ficado fortemente a ganhar. Por outro lado, o conjunto de campanhas que temos vindo a fazer para o Porto Santo era algo que não acontecia no passado. Observado a dimensão daquela que foi, este ano, a presença do Porto Santo na maior feira de turismo nacional [a BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa], posso dizer que a ilha só tem a ganhar e muito. O Porto Santo tem um duplo desafio. É um produto completamente diferente da Madeira, mais sazonal e menos conhecido, o que obriga a um esforço mais redobrado no sentido de fazer do Porto Santo um destino mais procurado e conhecido por outros mercados, nomeadamente europeus. Até há poucos anos apenas tinhas presença no Porto Santo dos mercados nacional e italiano. Hoje já temos voos da Alemanha, da Dinamarca ou da Holanda o que torna visível o nosso esforço de promoção da ilha. Quais têm sido os principais enfoques da vossa promoção? Há um ano e meio passámos a trabalhar debaixo de um conceito, o “Descubra a Madeira”, com três grandes propósitos: primeiro o aumentar do awarness da marca, depois a apresentação do produto e, por último, o ser muito relevante. Apesar de a Madeira ser um destino consolidado, estava num ciclo de vida que obrigava a um repensar a forma de estar no mercado. Daí a recriação do conceito “Descubra a Madeira”, porque apesar de ser um destino fiel às suas origens é também um destino que tem hoje para oferecer um conjunto de experiências renovadas, dentro dos três eixos em que agrupamos a nossa comunicação, lifestyle, mar e natureza. O enfoque tem sido claramente online, tentando posicionar a Madeira como um destino para o ano todo. Um dos grandes desafios que temos vindo a tentar combater tem sido dentro da área dos conteúdos. Havia uma grande necessidade de renovar os nossos conteúdos tanto de fotografia como de vídeo, mas também a forma como o proliferávamos. Produzimos muitos e bons conteúdos mas depois tínhamos alguma dificuldade de

O Brexit penso que é para todos ainda uma incógnita. Há diferentes tipos de informação, mas penso que a principal preocupação do momento tenha a ver com a desvalorização da libra.

disseminá-los. Hoje em dia existe uma estratégia clara, que ao nível de parceiros, de procuradores, de delegados da TAP, do Turismo de Portugal, mas também da disseminação ao nível das plataformas muito bem estruturada. Durante a BTL lançámos um novo vídeo do destino e agora, nos próximos meses, iremos lançar microvídeos de produtos mais específicos, demonstrando a nossa persistência no sentido de valorizar graficamente o que a Madeira melhor tem para oferecer em termos de experiências. A estratégia passa muito pela criação de conteúdos relevantes naquilo que é a promessa de valor do destino. Este ano vão continuar a apostar apenas nos mercados tradicionais ou vão além desses? Em assembleia geral definimos e aprovámos uma reestruturação de mercados, onde os estratégicos continuam a ser Alemanha, França, Portugal e Holanda, mas temos projetos de atuação seletiva nos quais estamos a trabalhar, como é o caso dos Estados Unidos da América, Brasil e China, assim como um outro projeto de recuperação do mercado espanhol, que estava um pouco em contraciclo. Decidiram apostar agora na China por causa do voo direto que se vai iniciar agora em junho entre Lisboa e Pequim? Ninguém deverá ficar indiferente à existência do voo. É uma porta que se abre e é uma oportunidade que todos os destinos têm que tentar capitalizar. No entanto, não podemos cair na tentação de pensar que o mercado chinês vai ser agora a solução para todos os nossos problemas. Lisboa vai conhecer um crescimento significativo de turistas chineses e temos a noção que temos que saber comunicar o facto de estarmos apenas a uma hora e meia de voo da capital, para atrairmos também este importante mercado até nós. Temos que mostrar que somos relevantes a quem passa por Lisboa, no sentido de despertar interesse e curiosidade para virem até nós fazer um curto short-break. Entretanto, esta oportunidade deve ser acompanhada por toda a cadeia de valor envolvente, nomeadamente os hotéis, sendo necessário alertá-los da importância da certificação para a receção destes turistas. O mercado chinês tem especificidades muito grandes na forma de receber, tratar e comunicar, Dos 8,7 milhões de euros que têm disponível para a promoção, quanto é que é aplicado nas diferentes áreas? E esta é uma verba que está perto do ideal? Esta é uma verba adequada, apesar de nunca acharmos totalmente suficiente e embora este valor já tenha surgido de um orçamento retificativo


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Regiões

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são os maiores desafios que foi levado à Assembleia Geral no passado dia 28 de março, muito pela necessidade de estarmos mais atentos ao Reino Unido. Mas, por outro lado, Portugal e as regiões turísticas estão a perder uma enorme competitividade com o atual enquadramento de contratação. Ninguém quer estar fora da lei, mas não é possível ser competitivo no panorama digital, onde as coisas mudam a todo o momento, quando para uma contratação temos que levar meses em procedimentos administrativos. Está na altura de alguém olhar para esta situação. E quanto deste valor é aplicado por mercados e área? Os maiores investimentos são no Reino Unido e na Alemanha, com 1,5 e 1,2 milhões de euros, respetivamente, apesar do investimento no mercado português também ser considerável e rondar o milhão de euros. Nos novos mercados dos Estados Unidos, Brasil e China, como estamos ainda em fase de elaboração de estratégia, ainda não temos orçamento fechado. Por área, investimos cerca de 3 milhões de euros em marketing direto ao consumidor final, cerca de 2,5 milhões em campanhas de co-branding com tour operadores e companhias aéreas, cerca de 800 mil euros em ações de relações públicas e press trips e 500 mil euros em feiras. Como vão mudar a promoção no Reino Unido tendo em conta o fator Brexit? O Brexit penso que é para todos ainda uma incógnita. Há diferentes tipos de informação, mas penso que a principal preocupação do momento tenha a ver com a desvalorização da libra. Estamos preparados e temos um plano de contingência pensado para aquilo que vamos fazer. Para começar, no início do próximo inverno vamos reforçar as ações de relações públicas que temos para aquele mercado, através de ações de ativação do consumidor, press trips, fum trips e muitas outras ações com companhias aéreas e tour operadores. Vamos ser muito mais relevantes e estar mais presentes no Reino Unido. Há operadores britânicos, com os quais tive reuniões recentemente, que acham que nada vai mudar com o Brexit. Temos que ir com calma e não começar a despejar recursos desnecessários. Temos uma operação muito significativa do Reino Unido para a Madeira e continuamos a ter uma aposta muito clara de algumas companhias aéreas para o nosso destino. Por exemplo, a Jet Blue vai aumentar em 43% a sua oferta para a Madeira durante o verão, e em 50% para o inverno. Por Sílvia Guimarães


Agências & Operadores

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“Cabo Verde no Coraçon” da Solférias com saldo positivo

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ARO FOI A CIDADE ESCOLHIDA PARA ENCERRAR, NO DIA 5 DE MAIO, O ROADSHOW 2017 DA SOLFÉRIAS, com o tema “Cabo Verde no Coraçon”. Um périplo com um balanço positivo, como adianta Sónia Regateiro, diretora comercial do operador turístico, que reuniu mais de 650 agentes de viagens, nas cinco cidades por onde passaram (Porto, Vigo, Coimbra, Lisboa e Faro). Segundo a mesma responsável, que falou à Imprensa, à margem do roadshow que decorreu em Lisboa, no Sana Lisboa Hotel, Cabo Verde é o destino mais vendido pelo operador este ano, com um share de 43%, seguido por Portugal (Açores e Madeira), Disneyland Paris e Brasil. Um destino que tem vindo a consolidar-se e que este ano não é exceção, com as vendas antecipadas para o período de maio a 31 de outubro, a rondarem um aumento de 40% face ao ano anterior, o que corresponde neste momento a 7.400 passageiros entre o Sal e a Boavista. “Realmente as reservas antecipadas este ano funcionaram mesmo muito bem, nota-se que o português já interiorizou que para garantir o melhor preço e disponibilidade, tem de reservar com antecedência”, sublinha Sónia Regateiro, acrescentando: “Já temos muitas partidas esgotadas, principalmente para a ilha do Sal, nos períodos de junho, julho, agosto, mas posso dizer que as quatro primeiras partidas de junho para o Sal provenientes do Porto estão cheias.” Apesar das vendas estarem a correr bem, existe ainda “muita disponibilidade, principalmente para a Boavista”, uma vez que segundo a diretora comercial da Solférias, “consolidamos mais operação e em vez de termos dois voos, um de Lisboa e outro do Porto, atualmente estamos com quatro voos, dois de Lisboa e dois do Porto, mas pensamos que uma vez que estes voos são feitos em parceria com a Soltrópico, entre os dois temos a operação perfeitamente ajustada à procura do mercado”.

NOVIDADES NO ROADSHOW Sónia Regateiro relembrou ainda que Cabo Verde continua a ser um destino prioritário e de “grande aposta quer na divulgação quer na promoção” e apesar de os agentes de viagens já conhecerem o destino, há sempre novidades a acrescentar: “Tentamos sempre encontrar novos parceiros para estarem connosco, este ano tentámos trazer um novo hotel que deverá abrir em setembro, no Sal, que é o Hilton, mas os responsáveis não quiseram antecipar a

participação no roadshow sem terem a certeza efetiva da abertura da nova infraestrutura”. Mas novidades por Cabo Verde é coisa que não vai faltar, a começar pela reabertura dos dois hotéis da cadeia RIU que estiveram encerrados para obras de remodelação. Assim, o RIU Garoupa passou a RIU Funaná Club Hotel, e o RIU Funaná passou a RIU Palace, isto na ilha do Sal. “No Sal ainda tivemos também no início do ano, a abertura do Meliá Llana Beach Resort & Spa, que é um hotel dentro do complexo Meliá, ou seja, no total agora são quatro. Em frente ao Meliá Llana Beach Resort & Spa abriu também um bar, piscina, restaurante que é o Bikini Beach. São todas estas novidades da ilha do Sal que faz falta realizarmos o roadshow e promover o destino ao nível do trade em geral”, explica a diretora comercial da Solférias. Novidade ainda é a alteração do nome e da cadeia do Hotel Royal Decameron Boavista, que a partir de agora passa a chamar-se New Horizons Hotels & Resorts. No que diz respeito à participação das companhias aéreas no Roadshow “Cabo verde no Coraçon”, Sónia Regateiro menciona a TAP e os TACV, as principais parceiras da Solférias

para este destino: “Inclusivamente com a TAP, para além destes voos regulares temos também algumas operações charters. É com a TAP que fazemos o nosso charter anual para a Boavista, é com a TAP que lançamos um voo extra já a partir de junho, também aos domingos, até final de outubro para a ilha da Boavista. Também conseguimos colocar com a TAP um Porto-Sal a voar aos sábados à noite.” Presentes pela primeira vez neste roadshow estiveram também a Caetano Rent-a-car e o hotel Pestana Trópico (ilha Santiago), este último com o intuito de dinamizar as vendas para Santiago, uma vez que este é um destino muito associado ao mercado corporate, “mas também tem uma vertente turística muito grande para explorar, quer em termos de cultura quer em termos de praia, ao nível do Tarrafal”, sublinha a diretora comercial da Solférias. A completar a sala do Sana Hotel Lisboa, à qual acorreram cerca de 270 agentes de viagens, segundo aquela responsável, estiveram ainda os hotéis Iberostar Hotels & Resorts, Oásis Atlântico Hotéis e o Meliá Hotels & Resorts. “De sublinhar ainda que 99% dos clientes para o destino Cabo Verde preferem o tudo incluído, e optam por hotéis de 4 e 5 estrelas”, conclui Sónia Regateiro.


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Agências & Operadores

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São Tomé e Príncipe promovido em roadshow conjunto da Solférias e Sonhando

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ERMINOU NO DIA 25 DE MAIO, EM LISBOA, o roadshow conjunto dos operadores turísticos Solférias e Sonhando sobre o destino São Tomé e Príncipe, que acolheu quase 500 agentes de viagens pelas três cidades onde passou: Porto, Coimbra e Lisboa. Um destino que tem vindo a crescer em termos de vendas para os dois operadores, mas que ainda assim suscita algumas dúvidas por parte dos agentes de viagens, como frisou a diretora de produto e contratação da Solférias, Cláudia Martins: “É um destino novo, que provoca muita curiosidade nas pessoas, mas em que ainda é preciso desmistificar que é efetivamente um destino seguro. São Tomé e Príncipe é muito mais do que só praia, tem muitas atividades ligadas à natureza, à vida marinha, às tartarugas, à pesca e o que quisemos mostrar com este roadshow é realmente a nossa ampla programação para São Tomé”. A mesma responsável avançou ainda que este é “o primeiro roadshow que fizemos, enquanto Solférias, para São Tomé e Príncipe, porque notámos que o mercado tem revelado cada vez mais interesse no destino e porque temos também uma parceria muito forte este ano com a STP Airways, com lugares em garantia. Houve necessidade de explicar mais um pouco sobre o destino aos agentes de viagens.” A operação, que se desenrola com base no voo da STP Arways com uma frequência ao sábado, será alargada já a partir de 6 de junho, passando a duas frequências, uma à quinta-feira e outra ao sábado. Cláudia Martins realçou que a nova frequência vai permitir fazer novos pacotes com programas superiores aos atuais sete dias propostos: “Há muito para descobrir em São Tomé e nós recomendamos que as pessoas fiquem sempre sete dias ou mais.” Para além da STP Airways, a TAP voa cinco vezes por semana para São Tomé e Príncipe, fazendo uma paragem em Acra, o que permite “fazer conjugações intermináveis em termos de número de noites”. Quanto a vendas e em relação ao ano passado a Solférias tem vindo a crescer no destino São Tomé e Príncipe, um crescimento sustentado, mas que o operador ainda não quer revelar números. “Todos os dias há reservas a cair para o destino, mas ainda há muitos lugares em agosto e setembro”, avança a diretora de produto e contratação, reforçando que ainda este ano haverá novidades hoteleiras

no Príncipe, com a abertura de três novos hotéis do grupo sul-africano HBD Stp. O primeiro a surgir é já no mês de junho, trata-se de uma antiga roça que foi restaurada e que apresenta quartos enormes, com grandes varandas ao estilo colonial, num conceito mais ligado à natureza. Em outubro, e segundo Cláudia Martins, surgirá o primeiro cinco estrelas, uma unidade hoteleira com tendas de luxo na praia, “algumas terão piscina privativa e mordomo 24 horas por dia”. Para São Tomé, apesar de não haver novidades, a remodelação do Hotel Miramar by Pestana vai continuar e no Ilhéu das Rolas vai surgir a primeira Pousada de Portugal, do Grupo Pestana em 2018. Uma novidade que a mesma responsável diz ter sido revelada durante os três dias do roadshow. Do lado da Sonhando, Mariana Correia, responsável pelo destino São Tomé e Príncipe a quem esteve a cargo a apresentação que ontem decorreu no Hotel Tryp

Aeroporto, mostrou-se muito “otimista com as vendas, e apesar dos portugueses não reservarem com antecedência, o número de pedidos de orçamento, o lançamento do catálogo em papel e a promoção que tem sido feita do destino através de telenovelas e reportagens na imprensa, fazem prever que as vendas possam duplicar quando comparadas com anos anteriores, mas ainda é cedo.” Novidade é o lançamento dos catálogos dos destinos Sonhando, que a mesma responsável acredita “terem ainda alguma força nas vendas”. São Tomé e Príncipe tem um catálogo de 20 páginas, com os vários pacotes disponíveis do operador turístico para São Tomé, Praia Inhame, Porto Figo, Ilha do Príncipe e alguns combinados. Mariana Correia avançou ainda que em termos de peso de operação para o operador Sonhando, São Tomé e Príncipe surge na 4.ª posição depois de destinos como Cuba e Porto Santo.


Agências & Operadores

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“Turismo: A Oriente, tudo de novo!” é tema do 43º Congresso da APAVT

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43º CONGRESSO NACIONAL da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que se realiza em Macau, entre os dias 23 e 27 de Novembro, vai ter como tema “Turismo: A Oriente, tudo de novo!”. A apresentação do tema e logotipo teve lugar em Lisboa e contou com a presença de Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau, entre outros responsáveis do turismo português e macaense. Para Pedro Costa Ferreira a escolha do tema prende-se com o facto de Macau ser “hoje um furação económico, montra de um vendaval de transformação que nos é trazido pela era da tecnologia, tecnologia que será tratada de forma particularmente relevante no nosso congresso”. Por outro lado, considera que “o Oriente é já o maior mercado emissor mundial e será mais cedo ou mais tarde um novo descobrimento de Portugal enquanto destino turístico”. E deixou o repto que “será em Macau que voltaremos a olhar para o futuro das agências de viagens, alicerçados na apresentação do estudo solicitado ao escritório do Professor Augusto Mateus e Associados. Um futuro que, como sempre, se nos apresenta com enormes desafios, mas ainda e sempre pleno de oportunidades, relacionadas com a capacidade de criação de valor que temos sabido integrar na cadeia de distribuição”. Para Pedro Costa Ferreira, Macau é “uma cidade que representa hoje toda uma centralidade económica mundial que se move em direção ao Oriente, uma verdadeira janela para a mudança económica estrutural que se anuncia e, sobretudo, que já se perceciona”. O responsável deixou presente que esta edição do congresso da APAVT já contava com mais de 350 inscritos mesmo antes da sua apresentação formal. Macau foi já palco de congressos da APAVT por outras quatro vezes tendo a última ocorrido em 2008. Maria Helena de Senna Fernandes espera, no entanto, que a agora quinta edição do congresso naquele território chinês venha a conseguir superar as anteriores. Relembrando que Macau é hoje um território muito diferente do conhecido em 2008, a profissional afirma que “a organização de quatro congressos em três décadas permitiu manter viva a ligação dos operadores

turísticos portugueses a Macau” e defende que agora “é uma boa altura para mostrar aos agentes de viagens os novos produtos e a transformação que continua em marcha em Macau”. Para demonstrar que estamos perante uma cidade e um território que sofreu uma enorme evolução na última década, Maria Helena de Senna Fernandes apontou que o número de visitantes em Macau aumentou de 23 milhões em 2008, para 31 milhões em 2016, assim como o número de quartos passou de cerca de 18 mil em 2008, para 36 mil em 2016. A responsável acredita que o congresso da APAVT irá “dinamizar os fluxos turísticos entre o interior da China e Portugal, com a abertura da nova rota” que irá iniciar a 26 de junho, ligando diretamente Lisboa a Pequim. Realçando o papel fundamental de Pedro Costa Ferreira para “promover uma relação mais estreita entre os operadores e Macau, Maria Helena de Senna Fernandes diz estarem certos que irão “ter mais pacotes turísticos a surgir no mercado e mais visitantes portugueses em Macau, melhorando os bons resultados de 2016”, ano em que receberam de 15 mil visitantes portugueses, num aumento de mais 3% em relação

ao ano transato. “Este ano, já registámos um subida de 10% nos primeiros quatro meses”, quando comprando com o mesmo período de 2016”. “Realizar o congresso em Macau representa a chave de ouro com que vamos terminar este grande ano nas relações entre Portugal e a China”, começou por dizer Ana Mendes Godinho na sua intervenção. Destacando o voo que irá começar em breve e as diversas ações que o governo português tem conseguido para a promoção de Portugal na China, a governante referiu que em 2016 “recebemos 180 mil turistas chineses em Portugal e estamos com um crescimento de 20%. Estou certa que, com esta nova ligação direta, o futuro irá abrir-se completamente na dinamização dos fluxos entre os dois países”. “Num ano em que estamos a realizar diversas ações de promoção na China e a estabelecer acordos com empresas chinesas, temos ouvido falar muito de Macau. É uma porta fantástica de entrada para os portugueses, mas também uma porta de saída dos chineses para Portugal. Aproveitemos todos o momento para que seja uma forma de consolidar e operacionalizar relações comerciais com operadores chineses”, concluiu a secretária de Estado.


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Hotelaria

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Pestana e Escola Técnica Profissional da Moita lançam projeto-piloto

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UALIFICAR PARA CRESCER” É O NOME DO PROJETOPILOTO que o Pestana Hotel Group e a Escola Técnica Profissional da Moita (ETPM) acabam de criar em conjunto, numa iniciativa pioneira em Portugal e que vai permitir que a “Escola seja desde o início uma empresa e vice-versa”. Uma parceria que foi assinada entre as duas entidades, no dia 25 de maio, no Pestana Palace, em Lisboa. Com início marcado para setembro, neste projeto, cuja co-criação é do Pestana Hotel Group, os quadros Pestana têm um papel fundamental e ativo no mentoring, planeamento e implementação do Curso Profissional de Técnico de Restaurante/Bar, bem como, na formação e avaliação dos 26 alunos que o frequentam na ETPM, nesta fase de piloto. De acordo com José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group, “temos vontade de participar de forma ativa na formação dos futuros profissionais do sector e o compromisso assumido aqui hoje com este projeto é a imersão imediata em ambiente empresarial real durante os 3 anos académicos, assegurando que no dia da entrada no mercado profissional em contexto laboral real os alunos estão num ambiente natural e já totalmente adaptados, em total alinhamento com as necessidades do empregador e as expectativas dos clientes. É um programa educativo que na sua génese, foi desenhado em conjunto e por isso totalmente adaptado às realidades atuais do mercado.” O curso contempla um plano curricular de três anos letivos, numa média anual de 1.100 horas. Para além disso, desenvolve-se em três áreas: sociocultural, científica e técnica, onde se inclui a formação em contexto de trabalho, representando um volume global de formação de cerca de 86.000 horas. Os recursos humanos do Pestana Hotel Group asseguram formação técnica, bem como, a realização da formação em contexto de trabalho, a desenvolver nas várias unidades hoteleiras do grupo, em Portugal e no estrangeiro, o que representará um volume de formação de 21.000 horas. À margem do encontro que contou com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira, o secretário de Estado da Educação, João Costa, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho e o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, o CEO do Pestana Hotel Group frisou, à Viajar, a importância deste projeto-piloto, mencio-

nando que até ao momento já receberam o dobro das candidaturas para as vagas disponíveis.

OBJETIVOS FUTUROS “Podíamos ter pensado logo em mais cursos, mas resolvemos fazer com calma, porque isto envolve um esforço grande dos nossos profissionais, que serão os mentores e alguns deles com horas de formação e depois farão toda a parte de monotorização em ambiente de trabalho, portanto têm de estar presentes, têm de dedicar uma parte do seu tempo a este projeto. Entretanto, resolvemos começar só com uma turma para ver como é que a própria organização suporta este trabalho extra e depois, - e estamos convencidos que vai resultar bem então temos como objetivo também alargar a outras atividades, como por exemplo

à Cozinha e Restaurante e depois mais tarde até poder alargar a outras escolas”, avançou. Também a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, mostrou a sua satisfação com este projeto, sublinhando ser “um ótimo exemplo e ainda bem que há exemplos destes para replicarmos e transformarmos isto num processo nacional”. Uma opinião também partilhada pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, realçando que a “formação feita em contexto de empresa, responde claramente a esta necessidade de criatividade e vai ser um desafio grande para a empresa e para a escola, mas vai ser algo em que a própria empresa vai aprender muito e o que se espera é que depois possa reproduzir este curso. Este contacto com as empresas, este contacto quase orgânico é a forma de melhorarmos a cada dia.”


Hotelaria

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Hoti Hotéis terá nova marca

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GRUPO HOTI HOTÉIS VAI CONSTRUIR MAIS DUAS UNIDADES HOTELEIRAS, uma em Lisboa e outra no Porto, desta vez sob a marca “O Mais Português Hotel do Mundo”. Embora ainda não saiba qual irá arrancar primeiro, Manuel Proença, presidente do Conselho de Administração do grupo, avança que o primeiro hotel, totalmente construído e decorado com produtos e marcas portuguesas, deverá estar pronto dentro dos próximos dois anos, ou seja, até ao verão de 2019. Na soma dos dois hotéis o investimento deverá ser de 25 milhões de euros e cada um deverá contar com cerca de uma centena de quartos. A novidade foi dada pelo responsável, no dia 4 de Maio, durante a assinatura do acordo de parceria com a Fundação AIP, para o projeto “O Mais Português Hotel do Mundo”, no âmbito da Alimentaria & Horexpo 2017, que terá lugar de 4 a 6 de junho. Este acordo visa, pela parte do grupo Hoti Hotéis, desenvolver o melhor conceito para “O Mais Português Hotel do Mundo”. Segundo Manuel Proença, “já há algum tempo” que pensavam “desenvolver um conceito que conseguisse transmitir ao resto do mundo a definição de Ser Português”. Desta forma garante: “Queríamos partici-

par num projeto que demonstrasse este conceito através momentos, sentimentos e vivências. Quando a Fundação AIP surgiu com a proposta para “O Mais Português Hotel do Mundo”, não hesitámos e estamos muito expectantes com o resultado final”, até pelo facto de já terem experiência em hotéis temáticos, como é o caso do Hotel da Música, no Porto, ou o Star Inn Lisbon. Através desta parceria, a Hoti Hotéis irá subsidiar o prémio do concurso que decorre na feira Alimentaria & Horexpo, na FIL, em Lisboa, onde seis designers irão apresentar

a sua visão de um hotel 100% Made in Portugal. Estes projetos serão alvo de votação do público e promotores do projeto e o vencedor integrará esta parceria, em conjunto com a Hoti Hotéis e a AIP, durante o desenvolvimento da primeira unidade de “O Mais Português Hotel do Mundo”. A equipa de designers que participarão no concurso são Alexandra Madeira, Carla Gago, Patrícia Catalão, Margarida Burgarim, Sónia Rodrigues e Inês Cesteiro, da dupla Às Duas Por Três e com o desenvolvimento conceptual e coordenação de Joana Beirão.

AHP preocupada com o quase estrangulamento A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) está preocupada com o crescimento do turismo em Lisboa, sobretudo entre 2018 e 2012, altura em que afirma que o aeroporto da capital já terá esgotado toda a sua capacidade. Num encontro com os jornalistas, que teve lugar em Lisboa, Raul Martins, presidente da associação, e Cristina Siza Vieira, presidente-executiva, afirmaram que já estiveram reunidos com a ANA

Aeroportos, entidade à qual propuseram algumas soluções que consideram “exequíveis”. Raul Martins afirma que “aumentar a capacidade dos aviões” poderá ser uma das soluções, dado que permite o transporte de um maior número de passageiros. Por outro lado, avançou com a hipótese da TAP “repensar no Porto como plataforma para voos intercontinentais”. O responsável afirmou que “muitos passageiros que desem-


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Hotelaria

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Consolidador.com surge no mercado com estratégia mais competitiva

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CONSOLIDADOR.COM PASSA A ALARGAR A SUA ÁREA DE NEGÓCIO também aos hotéis. Consolidador.com Hotels by TOR é o nome da marca que passa a disponibilizar a comercialização de mais de 300 mil hotéis em 34 destinos, através de uma parceria estabelecida com a central de reservas de B2B TOR Travel. Miguel Quintas, CEO do consolidador. com, avançou, esta tarde, em conferência de imprensa, que este “é um projeto que está enquadrado na nossa estratégia de crescimento. Temos uma matriz vertical de crescimento onde temos produtos que queremos lançar para as agências de viagens que são vendáveis aos seus clientes finais. Temos a parte da aviação, a parte da

hotelaria e, em breve, queremos apresentar novos produtos para que a agência de viagens, quando interaja comercialmente com o Consolidador.com, possa ter uma única paragem para comprar todos os produtos que necessita na sua atividade diária de intermediação com o cliente final”. De acordo com o responsável, o objetivo passa por tornar o Concolidador.com “numa one stop shop das agências, onde hoje podem comprar aviação e hotelaria, mas amanhã queremos entrar na área de transferes, seguros, rent-a-car…”. Estes novos produtos e serviços serão lançados até junho de 2018 e o “investimento total será de 250 mil euros”. Miguel Quintas pretende com isto “garantir as melhores ferramentas para as agências de viagens”,

assim como apostar na internacionalização. O Consolidador.com Hotels é uma ferramenta de venda de hotéis estruturada apenas para as agências de viagens, sem venda direta ao cliente final. Para comelar conta já com cerca de 400 balcões de agências de viagens no seu portfólio. Segundo o CEO as vantagens para as agências de viagens de pertencerem ao Concolidador.com Hotels são: “atendimento 24 horas; 70% das vezes somos mais competitivos; não competimos com agências de viagens; qualidade de serviço; e sermos um site user friendly”. Embora sem adiantar prazos, o profissional deixou a promessa: “Neste momento, somos os últimos a entrar no mercado, mas queremos ser os primeiros muito em breve. “Queremos chegar às agências de viagens de uma forma competitiva e que permita às agências de viagens ter soluções para entregar aos seus clientes diferenciadoras e competitivas em termos de preço”. Em comunicado, o diretor comercial da Tor Travel, Enrique Fernández, afirmou que, com o Consolidador.com, fizeram “a melhor opção” para a entrada no mercado português e reitera: “Não queremos que TOR Travel seja apenas um bedbank”. O diretor comercial da nova marca será João Fernandes que entrou para o grupo há pouco mais de um mês e que já desempenhou as mesmas funções de diretor comercial no Grupo EmViagem e na Orizonia.

do Aeroporto de Lisboa barcam em Lisboa acabam por não ficar na cidade é isso tem que ser compensado”. Depois acredita que “a utilização do horário noturno deve ser mais cuidado”, dado que só assim defende que poderá haver uma “otimização dos horários dos voos”. Cristina Siza Vieira avançou que “no dia 5 de maio” tiveram uma reunião com a ANA na qual lhes foi dito que “está para aprovação um plano de contingência, na

terra e no ar”, que visa responder a esta saturação do Aeroporto de Lisboa até à inauguração do novo terminal do Montijo, lá para o final de 2021.

Raul Martins garante que o próximo passo será chegarem à fala com a TAP, mas considera fundamental o governo intervir, dado que a companhia aérea de bandeira tem participação estatal. Para este ano está prevista a abertura de 41 unidades hoteleiras para todo o país e mais 42 para 2018, sendo que algumas serão em Lisboa, o que preocupa ainda mais a associação representante dos hoteleiros.


Hotel do mês

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COOKING AND NATURE EMOTIONAL HOTEL

Casamento perfeito

com a natureza em plena Serra de Aire

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ESDE QUE ABRIU EM 2012, EM ALVADO, PORTO DE MÓS, já foi agraciado com vários prémios nacionais e internacionais e, mais recentemente, integra a lista da revista Forbes dos 25 hotéis mais “cool” do mundo, enquanto a Trivago o posiciona entre os oito melhores hotéis do mundo ideais para se ligar à natureza. Falamos do Cooking and Nature Emotional Hotel, que tem como cenário o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Com apenas 12 quartos e classificação de quatro estrelas, esta unidade está instalada num vale e convida a viver e saborear 12 experiências sem sair daquele local “mágico”. Um conceito imaginado por Rui Anastácio, que contou com o projeto de arquitetura de Ana Correia e o design de interiores da Casazul Studio. Um investimento de cerca de 1.200.000€. Tal como o nome indica o Cooking and Nature Emotional Hotel convida os hóspedes a prepararem as suas próprias refeições sob a orientação do Chef Nuno Barros, que se inspira essencialmente numa cozinha contemporânea assente em raízes portuguesas, utilizando os melhores produtos nacionais e ingredientes sazonais e biológicos de pequenos produtores. Mas já lhe contamos mais não tarda nada! E porque a natureza é ponto assente por estas

paragens ou não estivéssemos em pleno coração do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, onde o ambiente rural da Aldeia de Alvados com os seus muros de pedra seca, os carvalhais e os olivais, nos transportam para um tempo que já lá vai. Se gosta de natureza vai poder observar a Águia-real, escutar o canto do Bufo-real, apanhar cogumelos e tentar não tropeçar nas raras orquídeas que por ali “moram”. Mas há muito mais…

12 QUARTOS, 12 EXPERIÊNCIAS Se pensa que pelo facto de o hotel só ter apenas 12 quartos não vai poder visitá-lo mais vezes sem descobrir novas experiências, desengane-se. Pois no Cooking and Nature Emotional Hotel cada um dos 12 quartos está decorado de maneira diferente e convida-o a uma experiência única. Comecemos pela Simplicidade e Meditação,

Rui Anastácio, proprietário do Cooking and Nature Emotional Hotel

“A nível internacional são mais os Viajar – O hotel abriu em 2012 e desde então tem arrecadado diversos prémios. Quer nomeá-los? Rui Anastácio – É verdade logo no ano após a sua abertura foi eleito em 2013 "Hotel Revelação do Ano pelo Guia Boa Cama Boa Mesa". O "Cooking and Nature Emotional Hotel" integrou nesse mesmo ano, a prestigiada Hot List da Revista Condé Nast Travel, como um dos novos melhores hotéis do mundo, sendo o único hotel português e, um dos poucos no mundo, a integrar as 3 sub-listas: "Amazing Pools at the Best New Hotels", "Hot new hotels for under $300" e "The best new hotels with great food". Em 2015 é eleito pelo jornal "The Times" como um

dos 20 melhores Refúgios de Montanha da Europa. Já em 2016, integra a lista da Forbes dos 25 hotéis mais "cool" do mundo e é eleito pela Trivago para o Top 8 dos hotéis no mundo ideais para se ligar à natureza. Em termos de ocupação como está a decorrer este ano? Comparado com anos anteriores, a ocupação tem vindo a aumentar? Nos últimos anos tivemos um forte crescimento, mas para este ano teremos um crescimento menos acentuado. Que tipo de clientes procuram o Cooking and Nature Hotel? Pode traçar-me o perfil dos clientes?


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Hotel do mês

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aqui a ausência de luxos e comodidades supérfluas levam-nos numa viagem de meditação e de saborear as coisas simples da vida. Desde a vista até a uma pequena zona de meditação no quarto, o hóspede pode refletir sobre o seu estado de alma. Passemos ao Futuro e Destino e esqueça, porque não é de tecnologias que estamos a falar. O convite é que comungue com a mãe natureza e aproveite para tomar um banho fora de portas. Se preferir pode optar pela próxima experiência: Exotismo e Sensualidade. Tendo o Oriente como pano de fundo, onde as cores quentes do carmim e turquesa se fundem e nos transportam a uma viagem ao Japão. E depois da sensualidade vem a Luxúria e Paixão onde o vermelho e os dourados se encontram para numa inspiração nos cabaret’s franceses provocar uma atmosfera sensual. Aconchego e Proteção, Curiosidade e Surpresa, Saudade e Melancolia, Aventura e Descoberta, Alegria e Divertimento, Passado e Nostalgia, Magia e Fantasia, Romance e Glamour compõem o leque de ofertas que os hóspedes vão poder encontrar.

COZINHAR OU SER SERVIDO? Como anteriormente referimos, o Chef Nuno Barros está aos comandos da cozinha do

hotel e deixa-lhe algumas situações à sua escolha. Pode optar pela Cooking lesson, ou seja, aqui o hóspede pode confecionar a sua própria refeição. Uma experiência única dirigida pelo Chef e no final esteja descansado porque não precisa de lavar a loiça. Ou então, se o que quer mesmo é descansar, a escolha do Jantar da Estação pode ser a mais indicada. O Chef cozinha e serve-o à mesa. O hotel tem ainda uma outra opção para clientes que não estejam hospedados: o Jantar “Use o Cooking”. Ou seja, o cliente pode trazer os ingredientes, e a unidade cede o espaço e lava a loiça. Uma opção que pede no mínimo a reserva de 24 pessoas. Os menus são sempre sazonais e em algumas ocasiões o hotel convidará chefs para partilharem os seus segredos gastronómicos, e fará provas de vinhos, queijos e azeites e os hóspedes até podem pôr a mão na massa e amassar o pão caseiro de Alvados. O Cooking and Nature Emotional Hotel tem ainda o Honesty Bar onde os hóspedes são convidados a preparem os seus próprios cocktails com as ervas aromáticas disponíveis no jardim.

NATUREZA E BEM-ESTAR Para além de observar um sem número de espécies, como já aqui referimos, a unidade hoteleira disponibiliza vários programas de bem-estar que incluem aulas de ioga, tempo de contemplação, caminhadas meditativas pela natureza, massagens ou os Banhos D’Aire. Estes últimos proporcionam tranquilidade e sossego. Três piscinas com temperaturas de água diferente e iluminação própria são os ingredientes perfeitos para esta viagem pelo mundo árabe. Se gostar mais de aventura, então pode fazer um passeio a cavalo pelo Parque Natural ou de bicicleta pelos campos do vale de Alvados ou ainda um passeio noturno e assustador pelo carvalhal.

europeus que chegam até nós” São clientes mais urbanos, que procuram espaços hoteleiros de pequena escala. Qual é o mercado que mais vos procura, nacional ou internacional? Somos procurados por ambos os mercados, mas a nível internacional são mais os europeus que chegam até nós. Estão programadas ampliações ou outro tipo de investimentos? Sim, iremos renovar e ampliar a nossa guesthouse Casa dos Matos, em Alvados, que irá ficar também com a marca Cooking and Nature, embora com uma assinatura diferente.

Que outras atividades podem fazer os hóspedes? Por exemplo a Wine experience. Esta experiência consiste numa prova de vinhos biológicos da Quinta da Serradinha, situada no Concelho de Ourém. É abordada a temática da Agricultura Biológica na viticultura, assim como as diferentes castas da região e estágios em vinho biológico. Será feita a prova de vinhos brancos, rosé e tintos da Quinta da Serradinha, vinhos considerados da região de Lisboa. O valor é de 12€ por pessoa, para mínimo de 6 pessoas. Temos também o passeio de burro na Quinta da Escola: uma atividade onde os participantes têm

a possibilidade de realizar um passeio pela Quinta (com carroça ou albarda), aproveitando a oportunidade para conhecer tanto o espaço como a fauna e flora da região. Ou então os workshops de olaria e de novas artes em junco. Como têm promovido o hotel? Costumam estar presentes em feiras? Desde a primeira hora que temos realizado um grande esforço de promoção em feiras e WS, sobretudo na Europa, Canadá e Brasil. Destacamos também o grande trabalho de promoção no exterior realizado pela Associação Regional de Promoção Turística Centro de Portugal.


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MANOEL BAPTISTA CALÇADA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE MELGAÇO

“Turismo de Natureza constitui o produto estratégico do turismo O

município mais a norte de Potugal está a apostar, cada vez mais, no Turismo de Natureza e nas atividades que daí poderá oferecer aos seus visitantes. De 10 a 14 de maio recebeu a Pegada Zero – II Jornadas de Turismo de Natureza, e a Viajar esteve à conversa com o seu autarca para saber as apostas que estão a ser feitas neste segmento.

Viajar – Melgaço acaba de acolher as segundas Jornadas de Turismo de Natureza. O que é que foi feito neste âmbito desde as primeiras jornadas até agora? Manoel Baptista Calçada – Foi desenvolvido o Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo de Melgaço, preparado em parceria com o IPDT - Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo que foi apresentado nestas jornadas e nesse âmbito está já a ser desenvolvida, para a sua implementação, ainda este ano, uma campanha de marketing digital para promoção dos valores naturais de Melgaço; uma plataforma digital para registo e disponibilização de informação sobre os recursos e atrativos turísticos de Melgaço que nos permitirão uma gestão mais eficiente dos recursos; vão ser produzidos três pórticos de divulgação do património natural, para colocação em locais estratégicos do concelho de Melgaço; está a ser implementada uma experiência interativa sobre os valores naturais na Porta de Lamas de Mouro; e serão ainda desenvolvidas ações de sensibilização para envolvimento da comunidade local na gestão sustentável do turismo de natureza em Melgaço. Foram ainda desenvolvidos uma série de projetos de execução para a qualificação e estruturação do território nesta área, nomeadamente: Requalificação do Parque de Campismo de Lamas de Mouro; Requalificação da Zona Ribeirinha de Castro Laboreiro; Rede Municipal de Percursos Pedestres e Cicláveis; Ecovia “Onde Começa Portugal”, junto ao rio Minho (sítio de importância comunitária no âmbito da Rede Natura 2000), e que pretende ligar a entrada do concelho na freguesia de Penso até ao marco de fronteira nº 1 no lugar de Cevide (o ponto mais a norte de Portugal). Todos estes projetos serão candidatados a fontes de financiamento que permitam minimizar o investimento municipal (pois o orçamento anual de Melgaço é insuficiente para acomodar o investimento total) e disso dependerá, em larga medida, a sua materialização. Temos ainda um conjunto de outras iniciativas ligadas à conservação da natureza e da biodiver-

sidade: estamos a preparar a submissão de uma candidatura para o desenvolvimento de conteúdos e ações de sensibilização para a conservação da natureza junto da comunidade jovem e escolar ligada à reserva mundial da biosfera (Reserva Transfronteiriça Gerês-Xurês) e que contempla também uma exposição itinerante sobre a fauna e a flora emblemáticas do concelho de Melgaço na área do PNPG e que estará patente na Porta de Lamas; uma experiência interativa no Núcleo Museológico de Castro Laboreiro e uma série de outras ações. A outro nível, as empresas de animação turística desenvolveram novas atividades, ex., observação de fauna, batismos de mergulho, paddle, passeios ecoturísticos em tuc tuc elétrico. Em suma, são muitas novidades que queremos continuar a desenvolver e a consolidar na oferta ligada ao turismo de natureza. Quantas pessoas acorrem a essa região por ano para a prática de Turismo de Natureza? Apesar de não existirem estatísticas oficiais, pelos indicadores que temos (visitantes da Porta de Lamas de Mouro, feedback das empresas de animação turística), podemos afirmar com segurança que os números rondarão as 25-30 mil pessoas por ano. Mas, naturalmente, queremos crescer e queremos também, de alguma forma, combater a sazonalidade. Qual a oferta de Melgaço nesta área? Turismo de Natureza constitui-se como o produto estratégico do turismo de Melgaço. O património natural identificado demonstra o potencial de Melgaço para desenvolver o Turismo de Natureza. O facto de o Município integrar o único Parque Nacional, o da Peneda-Gerês, e o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés (Reserva da Biosfera da UNESCO) confere-lhe um fator diferenciador valioso. A nível da diferenciação destacam-se igualmente os rios Minho, Mouro, Laboreiro e Trancoso, os habitats (Turfeiras) e as espécies de fauna e flora de reconhecida importância, como o Lobo-ibérico, o Garrano, o Cão de Castro Laboreiro, a Cabra-montês, o Lírio-dogerês… Estes recursos constituem-se muito relevantes para o desenvolvimento do concelho como um destino de Turismo de Natureza por excelência. É no contexto da heterogeneidade dos recursos naturais de Melgaço que é possível estruturar uma oferta de experiências de natureza diferenciadas. Destacam-se os passeios a pé e a cavalo pelos percursos, passadiços e trilhos marcados; a prática de desportos radicais de

natureza, evidenciando-se o rafting, que pode ser feito durante todo o ano no Rio Minho, o canyoning, no Rio Laboreiro, e a canoagem. Ao nível das atividades de montanha estão criadas as condições para os passeios, o salto pendular, o BTT e o trail running. Pelas caraterísticas do território, a Melsport, empresa que gere o Centro de Estágios de Melgaço, realiza atividades de BTT e atividades ligadas ao trail running, enquanto a Porta de Lamas de Mouro promove a observação da vida selvagem e a fotografia de natureza e a educação ambiental. O Centro Hípico de Melgaço, por outro lado, realiza passeios equestres e a Vertigem Trilhos percursos pedestres. Por fim, a Go2Nature, operadora turística criada pela ADERE-Peneda-Gerês, organiza tours no Parque Nacional, inclusive nas freguesias de


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de Melgaço” celho, possuímos já uma oferta consolidada e diversificada nesta área mas claro que queremos continuar a desenvolver, inovar e criar oportunidades nesta aposta estratégica que é o turismo de natureza O tema do Colóquio este ano prendeu-se com segurança. Acha que há falta de legislação sobre esta matéria ou as empresas estão cada vez mais cientes que é muito importante este item? O objetivo foi demonstrar o nosso cuidado, e o cuidado das empresas que operam, com a questão da segurança. Temos orgulho em mostrar que tudo o que se faz em Melgaço é em segurança e as empresas que operam cá têm dado um bom exemplo com a formação dos seus monitores. Melgaço quer mostrar que tem uma oferta muito diversificada nas atividades ligadas ao turismo de natureza e que estas atividades são desenvolvidas e podem ser praticadas com toda a segurança.

Lamas de Mouro e Castro Laboreiro, que envolvem a observação da fauna e da flora. Melgaço vocaciona-se igualmente para o desenvolvimento de turismo em espaço rural, verificando-se já uma oferta considerável de qualidade espalhada por todo o território desde a Zona de Montanha até à Zona Ribeirinha. Importa enfatizar o papel das empresas de Animação que desenvolvem um leque muito diversificado de atividades: rafting, canyoning, canoagem, hidrospeed, salto pendular, rappel, slide, arborismo, passeios a cavalo, observação de fauna, batismos de mergulho Muita oferta que queremos continuar a consolidar. É uma área em que a Câmara está a investir? Sim como já foi referido o turismo de natureza é um produto estratégico para o concelho de Mel-

gaço, queremos consolidar esta oferta e torna-la ainda mais competitiva e diferenciadora. Queremos no fundo tornar Melgaço um destino turismo de natureza de excelência com uma marca forte e distintiva: “o destino de natureza mais radical de Portugal”. Quantas empresas dedicadas a atividades praticadas em Turismo de Natureza existem neste momento na região? Existem seis empresas sediadas em Melgaço, ligadas às atividades praticadas em turismo de natureza: Melgaço Radical, Melgaço White Waters , Montes de Laboreiro, Vertigem Trilhos, Ecotura e Melsport. A grande maioria co-organizadora do evento Pegada Zero. Existem ainda outras empresas e operadores variados que desenvolvem atividades no con-

De que forma a região está a promover este produto quer internamente quer externamente? O Pegada Zero é um bom exemplo da promoção que queremos fazer, e para isso preparamos um programa especializado para Fam Trip demos a conhecer aquilo que de melhor temos para oferecer na área do turismo de natureza. O objetivo foi trazer ao território jornalistas e operadores especializados que comprovem e, assim, promovam e divulguem a nossa oferta junto de públicos-alvo muito bem definidos. Na era digital em que vivemos é importante comunicarmos a nossa oferta, e para isso estamos a desenvolver uma campanha de marketing digital. Por outro lado, Melgaço desenvolve outros eventos com grande impacto, onde a oferta de turismo de natureza está sempre presente. Destaque para a Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço, que atrai milhares de visitantes, com um programa de animação onde estas atividades desempenham um papel fulcral para a atratividade do evento em si, assim como para a promoção do Turismo de Natureza. Espanha, pela proximidade é um mercado a apostar? Portugal, Espanha e França são os mercados prioritários para Melgaço. Alemanha e Reino Unido – mercados em que uma parte muito significativa das pessoas que viaja é motivada pelo Turismo de Natureza – serão apostas a considerar no futuro próximo.


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Moimenta da Beira

vai criar Parque Natureza do Alto Paiva

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CANDIDATURA JÁ FOI APROVADA E AS OBRAS PODERÃO ARRANCAR EM BREVE. A primeira fase do projeto do “Parque Natureza do Alto Paiva” vai contemplar, para já, a criação de um percurso pedonal ao longo do rio Paiva, o curso de água menos poluído da Europa, e outro motorizado através das vias nacionais e municipais que atravessam o território entre as aldeias do Senhor dos Aflitos e Segões. Tudo numa área do concelho de Moimenta da Beira que pertence à Rede Natura 2000 (1414 hectares), espaço que apresenta grande biodiversidade, cujo valor biológico é inestimável, constituindo-se mesmo como um elemento identitário. “Trata-se de uma herança natural que devemos gerir e preservar de modo a poder transmiti-la às gerações futuras”, enfatiza

José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira. A primeira fase da candidatura (aprovada pelo “Portugal 2020”) inclui ainda a realização de um estudo sobre a fauna, flora e habitats do território para futura publicação e a criação de um portal digital interativo. O número de visitantes estimados em 2020 aponta para cinco mil por ano. Depois, para a segunda fase, cujo projeto está já em execução, serão criados no parque uma rede de vários passadiços, um centro de interpretação ambiental, duas estações de biodiversidade, um edifício para receção do turista, com loja de conveniência e lembranças, entre outras infraestruturas de apoio e promoção turística. Tudo em ligação com o planalto da Nave, circunscrito aos limites

administrativos do município de Moimenta da Beira, planalto que encerra um importantíssimo conjunto de 24 monumentos megalíticos; e ainda em ligação com a nascente do rio Paiva, na aldeia de Carapito, freguesia de Peravelha. O centro interpretativo será um local de desenvolvimento de projetos educativos ligados à fauna e flora, e ainda o estudo e divulgação dos costumes das aldeias tradicionais integrantes: Senhor dos Aflitos, Granja do Paiva, Ariz, Soutosa, S. Martinho, Peva e Segões. A aposta na designação “Alto Paiva” foi a eleita tendo em conta dois objetivos: atrair turistas ao rio menos poluído da Europa, aproveitando a afamada distinção ambiental como uma mais-valia; e desvendar a sua planáltica nascente granítica.

Portugueses cada vez mais interessados em turismo rural e de natureza

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ERREIRA DO ZÊZERE, ODECEIXE E ABRANTES são as três localidades onde a procura mais cresceu nos últimos dois anos. Estudo realizado pela trivago analisa crescimento percentual do número de pesquisas para os destinos portugueses. O turismo rural/de natureza é uma tendência crescente entre os turistas portugueses. É esta a principal conclusão do estudo sobre os destinos emergentes em Portugal, realizado pela trivago, com base nos quatro

milhões de pesquisas efetuadas diariamente no serviço de comparação de preços. Conhecido especialmente pelos seus deslumbrantes vales e pela beleza do Lago Azul, o município de Ferreira do Zêzere ocupa o primeiro lugar do ranking – com um aumento de 70% nas pesquisas entre 2015 e 2017 – e é seguido por Odeceixe e Abrantes. Arcos de Valdevez e Arrifana fecham o top 5. A completar a lista surgem ainda Porto de

Mós, Mirandela, Vila Verde, Vila Nova de Foz Côa e Golegã. É, assim, possível observar que Santarém e Faro – com três e dois destinos no ranking, respetivamente – são os distritos que têm verificado o maior aumento da procura, durante os últimos dois anos. Já a nível regional, o destaque vai para Norte e Centro, que contam com quatro e três destinos registados, respetivamente, e, têm, por isso, vindo a ganhar cada vez mais espaço nas preferências dos portugueses.


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Natural.PT - Património vivo

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João Carlos Farinha n Coordenador

da marca Natural.PT

IMPORTÂNCIA DOS VALORES NATURAIS, PAISAGÍSTICOS E CULTURAIS únicos inerentes ao território das Áreas Protegidas e a crescente procura destes locais para atividades de recreio e lazer em contacto direto com a natureza e com as culturas locais fazem com que estes espaços se constituam como novos destinos turísticos. Assim, associada à singularidade e valor ambiental e cultural das Áreas Protegidas de Portugal continental, foi criada a marca Natural.PT, uma iniciativa de promoção integrada do território, dos produtos e dos serviços existentes nas áreas protegidas, e na sua envolvente próxima, e que com elas partilham valores e princípios de sustentabilidade e valorização da natureza e dos recursos endógenos. A Marca Natural.PT foi lançada oficialmente a 25 Julho de 2014, no Parque Natural de Sintra-Cascais, na vila de Sintra e é propriedade do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P.. Pretende-se que esta seja uma rede de territórios de excelência, com uma estratégia de promoção conjunta e coerente, incluindo uma rede de entidades que trabalham em conjunto e se comprometem com a promoção e divulgação de todos os parceiros da Marca. São abrangidas um conjunto de entidades, associadas à valorização e usufruto das áreas protegidas que contribuem para fomentar uma conduta de atuação responsável do ponto de vista ambiental e socioeconómico, por parte dos aderentes. A iniciativa proporciona às entidades aderentes a promoção e divulgação dos seus produtos e/ou serviços desde que sejam aderentes da Natural.PT, nomeadamente através de eventos nacionais e internacionais em que a marca esteja presente, esta divulgação recorre ainda a suportes de comunica-

ção como folhetos e outros materiais promocionais da marca Natural.PT, integração no portal da marca, nas redes sociais associadas à marca e nos mecanismos de busca à disposição dos consumidores e promoção cruzada, nomeadamente com a divulgação e encaminhamento dos consumidores para parceiros Natural.PT. Podem aderir à Natural.PT todas as entidades, públicas e privadas, que estejam devidamente licenciadas e que desenvolvam a sua atividade relacionada com as tipologias identificadas e desde que cumpram os requisitos de adesão estabelecidos e que tenham sede ou instalações localizadas num concelho abrangido por uma Área Protegida (AP), exerçam atividade numa AP ou estejam relacionadas com uma AP. São abrangidos pela marca Natural. PT as seguintes tipologias de produtos e serviços: atividades de animação turística; alojamento; restauração (restaurantes, confeitarias, pastelarias, cafés e casas de chá); espaços de venda de produtos; produtos alimentares (não transformados e transformados); produtos não alimentares (tais como artesanato); produtos identitários imateriais; e investigação/conhecimento (projetos ou trabalhos, materiais com conteúdos didáticos e pedagógicos). O ICNF, I.P. tem vindo a desenvolver várias reuniões de esclarecimento com mais de 150 parceiros locais – incluindo municípios, entidades regionais de turismo e associações de desenvolvimento local (que integram as entidades consultadas no âmbito do procedimento de adesão de candidaturas à Natural.PT) - bem como de divulgação junto de potenciais aderentes, integrando neste momento mais de 500 produtos e serviços que fazem parte da Natural. PT, correspondendo a mais de 200 entidades. ICNF /GVACC


Um Centro mais “ativo” do que nunca!

O VERÃO ESTÁ À PORTA, E, COM A CHEGADA DO BOM TEMPO, SÃO MUITOS OS TURISTAS QUE PROCURAM A PRÁTICA DE ATIVIDADES AO AR LIVRE. SEJA A PÉ OU DE BICICLETA, NO CENTRO DO PAÍS AS OPÇÕES SÃO MÚLTIPLAS PARA QUEM QUER EMBARCAR NUMA VERDADEIRA AVENTURA.

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Á DESTINOS EM QUE A NATUREZA É MESMO A MELHOR COMPANHEIRA DE AVENTURAS. Numa altura em que o verão se aproxima, o bom tempo convida os portugueses e os turistas a saírem de casa e a praticar atividades ao ar livre. O turismo ativo e de natureza atrai cada vez mais pessoas e é também um dos segmentos estratégicos para o Turismo do Centro e para muitos dos municípios deste território. Do BTT à canoagem, passando pelo trail running, no centro do país o leque de atividades é vasto e pretende ir ao encontro de

todos os gostos. Um elemento diferenciador da região que satisfaz desde aqueles que preferem praticar desportos mais radicais aos que querem apenas interagir com a natureza. Se, por exemplo, no concelho de Vouzela podemos percorrer os cerca de 200 quilómetros de trilhos homologados pela Federação Portuguesa de Ciclismo, já em Penacova encontramos o conhecido Centro de Trail Running, promovido pelo ultramaratonista Carlos Sá, que apresenta quatro rotas de diferentes níveis de dificuldade, e que permitem aos atletas, não só praticar

o seu desporto favorito, como também, em simultâneo, conhecer a história e cultura do concelho. Atividades que, para os municípios, estão a relevar-se importantes para ajudar a economia local a crescer e a estagnar aquilo que tem sido visível em boa parte dos territórios a 50 quilómetros da costa atlântica: a desertificação, com muitos jovens à procura de oportunidades de empregos noutros locais do país e além-fronteiras. Quem beneficia desta aposta é desde logo a hotelaria de região, que tem vindo a aproveitar a crescente procura de experiên-


cias diferenciadoras. Numa altura em que os clientes são cada vez mais exigentes, e querem complementar a oferta, várias unidades apresentam hoje um conjunto de atividades náuticas e terrestres para quem quer, ao mesmo tempo, tranquilidade e contacto com a natureza, mas também momentos em família e até mais radicais. É possível, por exemplo, encontrarmos aldeamentos turísticos que nos possibilitam fazer canoagem, wakeboard ou windsurf em pleno rio Mondego. Da serra ao mar há ainda quem pedale e trilhe novos caminhos para conseguir atrair

os olhares internacionais. Há empresas que identificaram uma necessidade cada vez maior por parte dos turistas em praticar turismo cultural com uma componente ativa. Razão para que possamos, através da internet, encontrar empresas que oferecem um conjunto de produtos turísticos na área do ciclismo e dos percursos a pé, que enriquecem os programas com visitas a um museu ou a uma praia. Basta fazer uma pesquisa. A verdade é que a pé, de bicicleta ou a nado, motivos não faltam para se deixar envolver pela natureza e partir à descoberta dos encantos do centro do país.


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Sagres acolhe

Festival de Observação de Aves em Outubro

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MAIOR EVENTO DEDICADO ÀS AVES EM PORTUGAL irá animar a cidade de Sagres, no Algarve, entre os dias 4 e 8 de outubro, e terá atividades diversificadas. A iniciativa é organizada, uma vez mais, pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e pela Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental

do Algarve. Embora a atracão principal do evento sejam as aves, haverá uma diversificação de atividades, por terra e mar, que pretende valorizar e dar a conhecer o património natural da região, apostando no desenvolvimento do turismo de natureza e indo também ao encontro dos objetivos do projeto em que o evento se enquadra. Como tem sido já

iNature renova marca de Turismo de Natureza A rede iNature, Turismo Sustentável em Áreas Classificadas é uma rede de 13 territórios de elevado potencial natural, que tem como mote o desenvolvimento do produto de Turismo de Natureza na Região Centro, renovou a sua marca vde Turismo de Natureza. A identidade agora desenvolvida pretende consolidar o posicionamento desta região para a oferta integrada de um destino rico em experiências, proporcionadas por paisagens únicas e plenas de biodiversidade, ancoradas na prática de pedestrianismo, BTT e birdwatching. A marca de traços simples incorpora conceitos de Natureza e trabalho em parceria, evocando as redes de percursos que estas Áreas Classificadas integram, de forma orgânica e com grande potencial de aplicação. Enquadrada no programa PROVERE, esta Estratégia de Eficiência Coletiva pretende afirmar este selo de qualificação da oferta em espaço natural, nos domínios dos serviços de alojamento e restauração, recursos endógenos e até na própria animação, alinhada no equilíbrio com o património natural que pretende valorizar. Promovido por um consórcio de 300 agentes públicos e privados, o Programa de Ação iNature integra 210 projetos de iniciativa privada, sendo que as componentes de comunicação, inovação e calendário de animação são dinamizadas por um financiamento de 2.300.000 € do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do CENTRO2020 - Programa Operacional Regional do Centro. As Áreas Classificadas que integram esta rede são: Parque Natural da Serra da Estrela; Paisagem Protegida da Serra do Açor; Reserva Natural da Serra da Malcata; Paisagem Protegida Regional da Serra da Gardunha; Geoparque Naturtejo; Parque Natural Local Vouga-Caramulo; SIC Sicó/Alvaiázere; Parque Natural das Serras D’Aire e Candeeiros; Mata do Bussaco; ZPE Vale do Côa; Reserva da Faia Brava; Serra da Lousã; e Paisagem Protegida da Serra de Montejunto

habitual, será igualmente possível participar em atividades de observação de golfinhos ou mesmo dar um passeio a cavalo ou na companhia de burros de carga. O objetivo é complementar a observação de aves com outras atividades ligadas à contemplação da natureza, que satisfaçam toda a família. A Península de Sagres, no Concelho de Vila do Bispo, está integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e é uma das zonas mais importantes do Algarve e do país para a avifauna. Este local alberga espécies únicas na região e é palco de um fenómeno natural que, em Portugal, não encontra semelhante – a migração outonal de aves planadoras. De agosto a novembro, esta zona torna-se no principal corredor migratório do país para cegonhas, águias, abutres, gaviões, falcões, etc., sendo possível observar praticamente todas as espécies de aves planadoras que ocorrem em Portugal, bem como algumas raridades. Sagres é igualmente um local bastante interessante para observar aves marinhas, estepárias, passeriformes, entre outras.

Vila Nova de Milfontes recebe FEI~TUR A edição de 2017 da Feira Nacional de Turismo Desportivo e de Natureza – FEI~TUR vai acontecer nos dias 16, 17 e 18 de junho, em Vila Nova de Milfontes, com o objetivo de afirmar o Alentejo e Odemira em particular, como destino de excelência para o turismo em plena natureza, com oferta de serviços de qualidade e diversificados. A FEI~TUR contará com apresentação de unidades de alojamento e de empresas de animação turística, exposição de produtos locais e mostra de artesanato, a par de um intenso programa de desporto na natureza e muita animação. Do programa de espetáculos destaque para as atuações de Luísa Sobral (sexta, 16 de junho) e Capitão Fausto (sábado, 17 de junho). Apostando no reforço da promoção dos produtos turísticos mais emblemáticos do concelho de Odemira e do território, o certame coloca em destaque as atividades na natureza, como passeios de barco no rio e no mar, canoagem, caminhadas, BTT, mergulho ou surf. O certame tem como cenário a foz do rio Mira e as suas praias, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Além do intenso programa desportivo, a FEI~TUR conta com apresentações de unidades de alojamento e de empresas de animação turística, exposição de produtos agroalimentares e mostra de artesanato local. No âmbito gastronómico, os produtos locais merecem realce, tanto em provas e showcookings, como na restauração presente. Animação e muita música completam o programa da feira, que tem entradas livres.


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Monte Selvagem abre temporada com novas atrações

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MONTE SELVAGEM É UM PARQUE ZOOLÓGICO E DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA, localizado em Lavre, no concelho de Montemor-o-Novo, que aloja espécies autóctones e exóticas, num total de cerca de 400 animais. Um espaço de respeito pelo ambiente e de proteção da vida animal, complementar à agricultura, que é hoje um dos mais característicos espaços nacionais de alojamento e proteção da biodiversidade e de contacto com a Natureza. Construído e gerido sob princípios de coerência ambiental e de sustentabilidade, não possui nenhum animal oriundo do seu habitat natural e é um exemplo na redução do consumo de matérias-primas novas. Tem como missão proporcionar habitats alternativos para animais que necessitam e promover o contacto das populações com a Natureza, protegê-la, conservá-la e educar para a sua sustentabilidade. Fruto do sonho de uma família e do trabalho dedicado de uma equipa técnica pluridisciplinar, com qualificação desde as ciências naturais às ciências humanas, conta também com o trabalho especializado do Hospital Veterinário Muralha de Évora e da Equimuralha, no que diz respeito à saúde dos seus animais. Este ano o Monte Selvagem voltou a abrir as portas a 1 de fevereiro para mais uma temporada que se acredita bem divertida, já que há novas atrações que se juntam agora aos muitos animais selvagens da reserva, à quintinha e às atividades para toda a família. Trata-se de um novo trampolim gigante, um baloiço tamanho XXL e as novas casinhas no bosque para pequenos e graúdos explorarem. As novas atrações gigantes, únicas em Por-

tugal, são mais um atrativo para visitar este parque animal, situado a apenas 1h de carro de Lisboa, que tem vindo a ser galardoado ao longo dos anos com vários prémios, nomeadamente com o Prémio Mais Turismo, instituído anualmente pela revista Mais Alentejo, em 2012 com o Prémio Melhor Empreendimento de Animação Turística do Alentejo pela Entidade Turismo do Alentejo – ERT, e já em 2016 ficou no TOP 5 dos Pumpkin Awards 2016, nas categorias de Atividades Fins-de-Semana e de Serviço Educativo. Em 2016 recebeu também o Prémio Excelência e Sensação, instituído anualmente pela revista Mais Alentejo. Depois de três meses da habitual “hibernação” do parque, os mais de 300 animais do Monte Selvagem e toda a sua beleza natural, estão novamente prontos para receber crianças e adultos. A recolha e o alojamento de animais que necessitam de habitats alternativos, com condições de bem-estar, o contacto das populações com a Natureza e a sensibilização para os problemas ambientais e para a extrema necessidade de conservação da biodiversidade do planeta, são os grandes objetivos do

Monte Selvagem. Tarefa que o parque animal leva muito a sério, com variados programas pedagógicos e científicos e as inúmeras atrações e oportunidades de contacto com o meio natural, disponibilizadas aos visitantes. As novas Casinhas no Bosque vêm juntar-se às já tão apreciadas Casas nas Árvores do parque e prometem também proporcionar brincadeiras e sensações únicas a toda a família! Sem falar nos Mega escorregas, a quintinha de animais domésticos, as cabanas dos índios e os passeios de trator pelos 20 hectares da reserva! Para uma pausa ao longo da visita, existem sempre zonas relvadas, bancos e mesas, parques de merendas, um bar e muitos outros “spots selvagens” a descobrir. O Monte Selvagem pode ser visitado nos meses de maio a setembro, das 10h00 às 19h00 e em outubro das 10h00 às 18h00, exceto à segunda-feira. A entrada custa 13,50 € (adultos), 11,50 € (miúdos dos 3 aos 12 anos) e 12 € (maiores de 65 anos). Existem ainda preços especiais para Escolas e Grupos e também um bilhete Familiar, que dá para 2 adultos e 2 crianças e que custa 40 €.


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Açores destino privilegiado

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E HÁ DESTINO MAIS INDICADO PARA A PRÁTICA DE TURISMO DE NATUREZA, dadas as suas características quase intactas à mão do homem, é sem dúvida os Açores e as suas 9 ilhas. Considerado este ano como “Most beautiful landscapes” e “Best dolphins destinations”, pela European Best Destinations, plataforma dedicada à promoção dos melhores destinos da Europa em mais de 25 categorias, o arquipélago açoriano volta-se cada vez mais para esta prática. Num ano declarado pelas Nações Unidas como o Ano Mundial do Turismo Sustentável para o desenvolvimento, é esta a assinatura de qualidade que o Governo Regional dos Açores diz querer para aquela região: “Certificar pela natureza e posicionar o Turismo nos Açores como um destino aliado do ambiente. Foi este o caminho que levou ao sucesso do destino e aquele que queremos

continuar a desenvolver como uma estratégia consolidada”, avança a Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo, Marta Guerreiro. Na verdade, o Governo Regional dos Açores tem estado focado no aumento de notoriedade do destino, com a promoção e captação de fluxos turísticos, juntamente com o investimento da iniciativa privada, combinando vários fatores numa única estratégia. Neste sentido e segundo a mesma responsável, “manteremos a prioridade na proteção e preservação do património natural e cultural dos Açores, criando condições para que a qualidade de vida das nossas comunidades e a natureza pura e intacta perdurem.” O crescente aumento de turistas na região leva a uma maior preocupação por parte das entidades competentes em “acautelarem e assegurarem a manutenção a níveis de sustentabilidade ambiental e paisagística”,

Empresas envolvidas São já muitas as empresas que se dedicam a oferecer aos visitantes algumas atividades de Turismo de Natureza, quer em terra quer no mar. Em São Miguel destacamos a Picos de Aventura (https://picosdeaventura.com/), criada em 2003, tem vindo a ser galardoada com alguns prémios, como por exemplo em 2015, o Certificado de Excelência TripAdvisor. Observar cetáceos, nadar com golfinhos, jogos de orientação e team building em plena natureza são algumas das muitas atividades propostas.

Mas nem só em São Miguel se podem fazer as melhores atividades, a lista de empresas é imensa e por exemplo no Faial destacamos a Naturalis, uma empresa que faz turismo de natureza e ciência, contribuindo com a recolha de dados para o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores e para o Parque Nacional do Faial. Trilhos pedestres, descidas à Caldeira, observação de cetáceos e passeios de jipe são algumas das ofertas que poderá encontrar em http://www.naturalist.pt.

e ao mesmo tempo pôr em prática o Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores, que passa por “aumentar a notoriedade internacional dos Açores como um destino de Natureza de Excelência, procurando reforçar, perante os mercados externos, o nosso posicionamento em prol desta imagem e pondo em destaque as nossas caraterísticas de sustentabilidade, ambientais e paisagísticas”, reforça a Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo. O que está pensado para o futuro Só o facto de a região contar com 9 ilhas diferentes é por si só motivo de procura por parte dos turistas. Uma procura que pode vir a aumentar com a lista de prioridades a implementar no destino nos próximos tempos, como por exemplo, o investimento previsto na “georreferenciação dos recursos naturais e spots para a prática de várias modalidades como mergulho, surf e pesca desportiva e angariar e apostar em eventos de renome internacional no âmbito destas áreas, bem como do bodyboard, BTT, canyoning, trail running, parapente, observação de aves, cicloturismo, pedestrianismo, entre outros, que permitem contrariar a sazonalidade e potenciar o crescimento das atuais taxas de ocupação pelas diferentes ilhas”, revela Marta Guerreiro. Na forja está ainda a criação de novos trilhos, reforçar as “Grandes Rotas” e “iniciar um estudo para a promoção do aproveitamento turístico dos recursos termais endógenos, com vista a reforçar a oferta deste tipo de produto turístico nos Açores”, segundo a mesma responsável.


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JOÃO MELO – DIRETOR DO PARQUE NATURAL DO FAIAL

Recursos naturais únicos O Parque Natural do Faial (PNF) tem sob sua gestão 13 áreas protegidas, que incluem as paisagens mais emblemáticas da ilha, como a Caldeira, o Vulcão dos Capelinhos ou a praia de Porto Pim, quatro Centros Ambientais, três casas de apoio, um serviço educativo, dez trilhos pedestres, um circuito interpretativo e vários miradouros para contemplação.

Viajar – O Parque Natural do Faial (PNF) conquistou o prémio de "Experiência da Natureza” em 2016, no 11º encontro da rede de Destinos Europeus de Excelência, em Malta. Que medidas têm sido criadas para que fosse possível conquistar um prémio desta importância? João Melo – Este prémio de Inovação distingue os destinos europeus de excelência “EDEN”, galardão atribuído pela Comissão Europeia, que demonstrem iniciativas concretas em áreas naturais. No caso concreto do PNF concorreu com a experiência da descida à Reserva Natural da Caldeira do Faial, acompanhada. Esta iniciativa permitiu a criação de emprego nas empresas especializadas neste nicho de mercado e resultou dos cursos de Guias do Parque Natural do Faial, ministrados em 2011 e 2016. Desta forma, a medida implementada, que permitiu a conquista deste prémio, foi a criação da portaria que regula a descida e só a permite acompanhada com uma capacidade de carga máxima (3 grupos de 12 pessoas por dia). Este prémio vem dar ênfase que as interligações entre a conservação da natureza e o turismo são possíveis com o benefício de ambos. Também foi criado o 1.º trilho com sinalética especifica para a prática do trail running. Quer falar-me deste trilho e da sinalética? O percurso “entre montes” com uma extensão de 3,4 quilómetros e com um desnível positivo aproximado de 200 positivos, é o primeiro trilho da Região Autónoma dos Açores com sinalética para a prática de "trail running" e o terceiro em Portugal, depois dos de Penacova e Miranda do Corvo. Este trilho, que já está homologado como trilho pedestre, fica agora apetrechado com sinalética específica para o "trail running", nomeadamente com um painel informativo, sinais de segurança e setas de orientação do sentido do trilho. Apesar de curto é um circuito circular muito interessante, pois é possível percorrer zonas

de areia, bosque e escadarias, podendo contemplar paisagens como as baías da Horta, das Caldeirinhas e do Porto Pim e a ilha do Pico. Esta iniciativa realizada no âmbito do Azores Trail Run foi realizada em parceria com o PNF e com o Clube Independente de Atletismo Ilha Azul, e será alargada, ainda este ano, ao trilho dos 10 vulcões, trilho também homologado e que liga a Caldeira do Faial ao Vulcão dos Capelinhos. Estão pensadas novidades para que mais turistas possam visitar o Parque? Recentemente foi inaugurado o projeto de recuperação paisagística do Morro de Castelo Branco, garantindo em simultâneo as condições de acessibilidade pedonal e a implementação de um novo conceito nos Açores, as “paisagens sonoras noturnas”. Foi construído um pequeno auditório ao ar

livre para o visitante poder ouvir o canto noturno do cagarro, o som mais emblemático dos Açores. Estão a decorrer duas obras importantes para o desenvolvimento do turismo no Faial e nos Açores. A recuperação da Fábrica da Baleia, que irá permitir ao visitante reviver a história num período em que a baleia era explorada para a realização de óleos e farinhas. Este é sem dúvida um bom exemplo onde o fim da caça à baleia, permitiu a conservação destes animais e a observação de cetáceos. O Jardim Botânico do Faial vai aumentar a coleção de plantas naturais dos Açores. Nesta obra será construído o Orquidário dos Açores, que resulta da doação de um casal finlandês, da sua coleção de orquídeas e que albergará cerca de 7.000 orquídeas, sendo um dos maiores orquidários da Europa.


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Lifestyle, natureza e mar são apostas do Turismo Madeira

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LORESTA LAURISSILVA, FLORES E JARDINS, atividades ao ar livre (levadas e trilho) e o Madeira Ocean Trails, são apenas algumas das razões para quem gosta de fazer Turismo de Natureza encontra no arquipélago da Madeira. A paisagem exuberante, as escarpas acentuadas, serpenteadas pelo Oceano Atlântico não deixam os visitantes indiferentes, daí que também o Turismo da Madeira venha a apostar na promoção do destino baseada em três eixos: Lifestyle, natureza e mar. Mas comecemos pela Floresta Laurissilva, que tantos visitantes leva à Madeira. Considerada pela Unesco como Património Natural Mundial desde 1999, esta floresta de caraterística subtropical húmida representa um ecossistema de extrema importância sob o ponto de vista botânico e científico: tratase de um património raro a nível mundial, onde, para além da Madeira, apenas ocorre com significado em algumas ilhas do grupo ocidental do Arquipélago das Canárias e Açores. As flores são, aliás, um dos pontos atrativos da ilha da Madeira, que conta mesmo com uma Festa dedicada ao tema e que tem vindo a ganhar, de ano para ano, cada vez mais turistas. E há-as não só endémicas como também exóticas, que ali vivem adaptadas ao clima e solo e que podem ser admiradas nos parques naturais, mas também em vários jardins da ilha. Mas se a natureza é por si só razão mais do que suficiente para a prática de turismo, as atividades ao ar livre que se podem realizar à sua volta, são muitas vezes a cereja no topo do bolo.

ATIVIDADES AO AR LIVRE E MADEIRA OCEAN TRAILS Também aqui, o arquipélago da Madeira é excelente para a prática de várias atividades, quer nas ilhas da Madeira ou Porto Santo, as condições geográficas e climáticas são propícias a longas caminhadas, em especial nas levadas e veredas. Ir à Madeira e não fazer uma levada ou percorrer um trilho pedestre é perder uma das experiências mais emocionantes que um caminhante pode ter, pois as paisagens que se descobrem ao longo destes trilhos só estão acessíveis a quem as percorre e são de cortar a respiração. Os percursos pedonais recomendados na Região Autónoma da Madeira e classificados como Pequenas Rotas são 26, no total das duas ilhas: 24 na Madeira e 2 no Porto Santo. Aproveitando a crescente relevância que

o Turismo Ativo tem vindo a assumir e, em particular, as provas de Trail Running, com cada vez maior destaque a nível internacional, a Associação de Promoção da Madeira entendeu ser importante a criação de uma marca que comunique o potencial do destino no seu eixo natureza. “Os eventos associados ao Trail têm um potencial enorme para comunicar a Madeira como destino de turismo ativo. Seja na vertente da prática/treino desta modalidade, no aproveitamento das imagens fabulosas, que a mesma permite e ainda na demonstração do potencial que o destino tem para a prática de outras atividades ao ar livre. Desta forma, pretende-se que este projeto tenha também esta abrangência, apontando caminhos para a exploração destes percursos de beleza ímpar”, refere o mesmo organismo regional. Os principais objetivos definidos para a marca MOT, agora criada passam por “comunicar a Madeira como um destino rejuvenescido, direcionado para o turismo ativo e capaz de atrair fluxos turísticos em qualquer altura do ano; passar uma imagem do potencial

que existe na Madeira para os amantes desta modalidade, ajudando a aumentar a notoriedade do destino e atrair cada vez mais atletas e acompanhantes a estes eventos desportivos e ao destino Madeira” Segundo a AP Madeira, esta marca irá igualmente assumir um posicionamento “umbrela”, visto que promove um conjunto de eventos associados ao Trail. Numa primeira fase, a marca MOT apenas inclui as três provas de trail regionais que estão inseridas em circuitos internacionais: MIUT; Eco Trail e UltraSky Marathon. A ideia é alargar este conceito “a um conjunto de outros eventos e modalidades que promovam o turismo ativo na Madeira e Porto Santo, nomeadamente o BTT, que também se desenvolve ao longo de trilhos de beleza ímpar”. De destacar ainda, o facto da existência de um conjunto de associações e clubes no arquipélago, que promovem a defesa da natureza e a realização de atividades como o Clube Pés Livres Madeira, os Amigos do Parque Ecológico do Funchal ou o Clube de Montanha do Funchal.

Empresas de animação turística e alojamento Não é difícil planear as atividades de turismo de natureza naquele arquipélago, e várias são as empresas que proporcionam diversos serviços, como é o caso da Discovering Madeira (http:// www.discoveringmadeira.com/pt/bem-vindomadeira-e-porto-santo), uma empresa formada por madeirenses que conhecem a ilha como a palma da sua mão e que através de alguns programas sugerem diversas atividades, desde caminhadas a tours com provas de vinho. Explo-

ra Madeira (http://www.exploramadeira.com/) é outra das empresas, esta dedicada ao mergulho e passeios de barco, mas também organizam percursos nas levadas. No que diz respeito a alojamento surgem nomes como o Átrio (http:// www.atrio-madeira.com/de), a Casa do Calhau Grande (http://calhaugrande.com/), Quinta Alegre (http://www.quinta-alegre.de/pt/), Quinta das Colmeias (http://www.quinta-das-colmeias. com/en/index.html), entre outros.


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Internacional

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Rías Baixas promovem Caminhos, Festivais e Enoturismo em Lisboa

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RUZANDO CAMINHOS, FESTIVAIS, ENOTURISMO E OS SEUS ENCANTOS PAISAGÍSTICOS são algumas das valências que a região das Rías Baixas, em Espanha, veio promover à capital portuguesa através de uma comitiva da Deputación de Pontevedra, no Centro Galego de Lisboa. De visita a Portugal, durante três dias, a comitiva apresentou o seu programa “Rías Baixas – Muito por Descobrir”, culminando com um showcooking com o chef Adrián Albino, do restaurante Niño Corvo de Vigo, ao som da banda galega Mecanismo Ruso. Carmela Silva, presidente da Deputación de Pontevedra, começou por sublinhar a proximidade entre os dois países, referindo que Rías Baixas é um destino fantástico que deve ser divulgado no mundo inteiro. A gastronomia única e singular, que mantém a tradição, mas adaptada aos dias que correm e que só nesta região conta com seis Estrelas Michelin, o extenso e rico património natural, cultural e histórico, os seus vinhos mundialmente conhecidos, onde se inclui o Alvarinho, as praias, os festivais e as seis rotas do Caminho de Santiago que cruzam toda a região são apenas algumas das razões mais do que suficientes para convidar a uma visita.

ROTA AÉREA “TEM VINDO A CONSOLIDAR-SE” Visita essa agora mais facilitada com a abertura da rota da companhia aérea TAP, Lisboa-Vigo, em junho do ano passado. Uma frequência diária, que une os dois países em 50 minutos. Segundo o Diretor de Vendas Portugal da TAP, Paulo Salles Cunha, o que começou por ser uma rota “um pouco polémica, mantivemos as nossas ligações terrestres, unindo o Norte de Portugal à Galiza, e o voo Lisboa-Vigo tem vindo a consolidar-se”, acrescentando: “A nossa estratégia nunca é oportunista, é uma estratégia de construção conjunta de resultados e só fazemos isso para destinos que acreditamos. E Vigo e a ‘alimentação’ para toda aquela região foi uma das apostas que sustentámos, lutando contra uma série de prognósticos de que a rota não daria certo.” A completar um ano de atividade, a rota Lisboa-Vigo está a revelar-se uma boa aposta, conforme garantiu à Revista Viajar, Paulo Salles Cunha: “A rota evoluiu dentro daquilo que imaginávamos. Estimávamos uma ocupação de voo de 65% e acabámos a alcançar os 55%. Estamos a falar de um avião com capacidade para 70 lugares quer

num sentido quer no outro, muito confortável e onde dificilmente temos atrasos. Em termos de mercado, praticamente 40% dos passageiros que fazem esta rota fazem ligações com outros países e 60% dos passageiros vêm para Portugal.” Carmela Silva salientou ainda que nesta campanha promocional foi utilizada a imagem das matrioskas “famosas bonecas russas que representam a hospitalidade, a amizade, a pertença e a descoberta e onde estão guardadas as várias razões para visitar as Rías Baixas: razões para caminhar, saborear, festejar e descobrir”.

NOVIDADES PARA O VERÃO Tempo ainda para a presidente da Deputación de Pontevedra falar das novidades dos Festivais Rías Baixas que durante o verão (entre 30 de junho e 9 de setembro) “convertem toda a província numa autêntica festa”. Sob a denominação #RíasBaixasFests, estes eventos marcam o encontro entre “grandes músicos, propostas gastronómicas e um sem fim de paisagens encantadas”.

Atlantic Fest (30 de Junho a 2 de Julho), Ilha de Arousa; Cultura Quente (7 e 8 de Julho), Caldas de Reis; Portamérica (13 a 15 de Julho), Caldas de Reis; Sinsal Son Estrella Galicia (21 a 23 de Julho), Ilha de San Simón, Redondela; Son Rías Baixas (3 a 5 de Agosto), Bueu; O Marisquiño (11 a 13 de Agosto), Vigo; Revenidas (18 a 20 de Agosto), Vilaxoán, Vilagarcía de Arousa; Vive Nigrán (26 e 27 de Agosto), Nigrán e Festa Cidade Europea do Viño (9 de Setembro), Cambados são as propostas para este ano. Quanto aos Caminhos de Santiago, Carmela Silva realçou que estes são um dos mais importantes polos de atração, que só nesta região inclui seis rotas. Em 2016, cerca de 65.000 pessoas realizaram uma das rotas de peregrinação assinaladas que passam por 33 dos concelhos da província de Pontevedra. De todas as rotas, recai especial predileção pelo Caminho Português. Para além de ser um dos mais transitados, “é um dos que mais beleza integra, ao permitir aproximarmonos da história, cultura e gastronomia dos territórios irmãos constituídos por Portugal e pela província de Pontevedra. O Caminho Português tem tudo para ser declarado Património Mundial da Humanidade da UNESCO”, frisando que este “é um símbolo cultural europeu, um símbolo de interculturalidade que transcende motivações unicamente religiosas ou pessoais”. A finalizar destaque ainda para o VigoSeaFest, que decorre entre 7 e 9 de julho. Um fim de semana que promete várias atividades náuticas e 12 chefes que estarão a confecionar várias iguarias, num festival onde o protagonista será o marisco.


Aviação

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Voo Delta Air Lines entre Lisboa e Nova Iorque com 80% de ocupação em maio e junho

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COMPANHIA AÉREA AMERICANA DELTA AIR LINES regressa a Lisboa após 22 anos de ausência, com um voo diário, que teve inicio a 26 de maio e liga o Aeroporto da capital portuguesa ao Terminal 4 do Aeroporto JFK. Um voo que acontece apenas nos meses de verão e cuja ocupação em maio e junho ultrapassa os 80%, segundo avançou Rafael Ruiz, diretor regional de vendas Portugal e Espanha. O voo será efetuado num avião Boeing 757200, com capacidade para 164 passageiros, sairá de Lisboa às 11h55, aterrando em Nova Iorque às 14h30, enquanto no sentido inverso sairá do aeroporto JFK às 22h15, chegando à capital portuguesa às 10h25, permitindo fazer escalas com outros destinos. O preço dos bilhetes vai variar entre os 459€ e os 2650€ e a companhia disponibiliza 2.282 lugares por semana, durante a sua operação de verão. Rafael Ruiz mostrou-se satisfeito com este regresso a Portugal, sublinhando que a Delta Air Lines disponibiliza aos passageiros que viajarem na cabine de classe executiva Delta One poltronas-cama e várias opções de refeições adaptadas à época, acompanhadas por vinhos selecionados em exclusivo para a companhia, alguns deles portugueses. ‘‘As atrações gastronómicas, culturais e cénicas de Portugal viram um aumento no número de turistas provenientes dos EUA, que triplicou na última década, com um crescimento de 22 por cento apenas em 2016,” afirmou Rafael Ruiz, acrescentando que, “o nosso novo serviço durante os meses de verão vai fomentar ainda mais as ligações de negócios e eco-

nómicas entre os EUA e Portugal, ao mesmo tempo que propõe um conjunto de ligações convenientes para os passageiros que viajam para Nova Iorque JFK.’’ Questionado sobre um possível aumento da operação, Rafael Ruiz referiu que tudo dependerá de como a operação decorrer este ano: ‘‘Se me perguntassem há dois anos se voaria para Lisboa, a minha resposta era não. Hoje em dia Lisboa é a terceira cidade que mais cresceu no Top 30 da Europa, é trendy e até a Madonna cá está à procura de casa [risos]. Possivelmente iremos estudar outras possibilidades, como o aumento da capacidade de um avião maior ou aumentar o número de meses em operação durante o verão, logo veremos.’’ Recorde-se que o novo serviço diário da Delta vai oferecer aos clientes e viajantes em Portugal uma ligação ‘‘one-stop’’ para

Czech Airlines com voo direto entre Lisboa e Praga A Czech Airlines (CSA), companhia área da República Checa é uma das novas companhias aéreas que se estreia com voos diretos para o Aeroporto de Lisboa com a ligação Praga – Lisboa. A CSA passa, assim, a operar quatro ligações semanais entre Praga e Lisboa, às segundas, quartas, sextas e domingos, com chegada a Lisboa às 18h30 e partida para Praga às 19:15.

Praga, um destino de eleição dos portugueses, já é um destino operado pela TAP em Lisboa, pelo que a oferta do Aeroporto Humberto Delgado fica mais alargada. Para o aeroporto de Lisboa é importante realçar que o crescimento do número de passageiros ocorre de forma sustentada, dado o esforço necessário para acolher as novas companhias que nos procuram, por forma a permitir que a procura de Lisboa e a descoberta de novas opções para os portugueses se mantenha. Para a celebração desta estreia em Lisboa, o avião da CSA foi brindado com o tradicional “batismo” de água executado pelos bombeiros do Aeroporto de Lisboa, desta vez com as cores checas azul e vermelho. À partida, os passageiros com destino a Praga foram presenteados com bolo e espumante na porta de embarque.

mais de 60 destinos da vasta rede da Delta nos EUA, incluindo destinos populares como Miami, Orlando, Las Vegas, Los Angeles e São Francisco através do Terminal 4 do Aeroporto JFK. Este voo de Lisboa funcionará em conjunto com as parceiras ‘‘joint-venture’’ da Delta, a Air France KLM e a Alitalia. Os clientes e passageiros que viajarem na Delta Comfort+, serviço económico premium da Delta, beneficiam de um espaço adicional para as pernas de mais 10 centímetros, 50% a mais na reclinação face aos assentos da Main Cabin e embarque prioritário. Os passageiros têm ainda acesso, em toda a aeronave, a entretenimento de bordo ondemand e Wi-Fi - para que possam manterse conectados a 30 mil pés de altura. Já Nuno Ferreira, diretor-adjunto do Aeroporto de Lisboa congratulou-se com este regresso da companhia aérea americana, relembrando ser a única entre as três maiores companhias daquele país que ainda não estava presente em Lisboa. ‘‘Eu diria que não estamos num voo inaugural, uma vez que já temos uma relação muito antiga com a Delta Airlines, mas depois de um namoro de cinco anos, voltaremos a ter a companhia connosco. Este é um voo muito importante, uma vez que a ligação com o Aeroporto JFK nos permite um aumento substancial de visitantes e de conectividade’’, referiu aquele responsável, relembrando que em ‘‘2013 estávamos a celebrar os 16 milhões de passageiros e este ano, com toda a certeza, celebraremos 25 milhões de passageiros. Este é um aumento significativo que verificamos no Aeroporto de Lisboa’’. Com sede em Atlanta, a Delta apresenta rotas para 323 destinos em 59 países, incluindo 28 cidades em 16 países por toda a Europa.


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Cruzeiros

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“Agora, reservar é mais fácil” quem diz é a Costa Cruzeiros

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COSTA CRUZEIROS APRESENTOU A 17 DE MAIO, no Hotel Mundial, em Lisboa, o seu novo sistema de preços sob o lema “Agora, reservar é mais fácil”. Um novo modelo de pricing que tem início já este mês de maio e que envolve todos os cruzeiros da companhia na temporada de 2018, à exceção das Voltas ao Mundo. Segundo Jorge Carreiras, diretor geral da Line C – Agência de Viagens e Representações Turísticas, representante da Costa Cruzeiros em Portugal, que apresentou o novo sistema aos agentes de viagens e jornalistas, destacam-se quatro tópicos-chave com o sistema agora apresentado: maior transparência, com a possibilidade de optar sempre pelo tudo incluído; recompensar e distinguir o cliente que reserva com maior antecedência, dando especial atenção às famílias; criar uma vantagem competitiva; e, finalmente, oferecer sempre a tarifa mais vantajosa para cada cliente, diferenciando entre Tudo Incluído (Total Comfort) e Melhor Preço (Basic). O mesmo responsável frisou ainda que este modelo já foi ensaiado noutros países e chega agora ao mercado português, indo ao encontro “de uma necessidade do próprio público-alvo, que é ter os custos controlados, uma vez que os preços têm uma evolução em crescendo”. E isto aplica-se tanto ao cliente que essencialmente “quer o preço mais barato e portanto tem-no e com o cruzeiro completo, até ao cliente que acaba por querer não só o cruzeiro , mas ter valores acrescidos como as bebidas incluídas e outros detalhes que fazem parte da tarifa, mas sempre num crescendo e privilegiando não só esse controlo de custos pelo próprio cliente, como também criando aqui alguns mecanismos de proteção à reserva antecipada, nomeadamente na questão das famílias também”. Jorge Carreiras relembrou ainda que em Portugal a tendência é para reservar mais tarde e que muitas vezes o que se verifica é famílias a procurarem camarotes quádruplos a um mês da partida: “É lógico que já não vão encontrar, porque outros mercados já se anteciparam, portanto queremos tentar passar a mensagem de conforto a alguém que possa programar a sua viagem com um ano de antecedência, permitindo inclusive cancelamentos até 45 dias com uma penalidade mínima de 50€, mas que leve as pessoas de facto a conseguirem exatamente aquilo que pretendem num cruzeiro, isto é, seja o preço mais barato, seja um cruzeiro com alguns valores acrescidos.” Entre as novidades face ao sistema de preços anterior, sublinha-se, designadamente no que reporta à tarifa Total Comfort, uma série de

benefícios a bordo disponível desde a abertura das vendas. Acresce, ainda, a disponibilidade simultânea de três tarifas distintas: Basic para o cliente que dá especial atenção ao fator preço; Total Comfort, para quem pretende adquirir valores acrescentados à fórmula do Tudo Incluído e o Deluxe, para o cliente que pretende usufruir de um tratamento exclusivo, uma viagem em pleno com as melhores atenções e um cruzeiro com muitos privilégios. Destaque ainda para o desenvolvimento de uma política de “Satisfação/Devolução” no contexto dos preços Comfort e Deluxe. Quanto à preferência dos portugueses em relação à escolha de destinos de cruzeiro, Jorge Carreiras assegura que o Mediterrâneo e Norte da Europa continuam a prevalecer nas escolhas: “Barcelona, por uma questão de proximidade e o custo dessa proximidade, mas também Veneza e depois o Norte da Europa, em que a Costa Cruzeiros tem uma oferta grande, desde os tradicionais Fiordes da Noruega durante uma semana ou o Báltico

também de uma semana e cruzeiros mais longos que vão até à Islândia, até Spitzberg, Cabo Norte”, explica. O diretor geral da Line C acrescenta, que, no entanto, se têm revelado alguns “fenómenos interessantes, com a Costa Cruzeiros a registar aumentos naquilo a que chamamos o nosso inverno europeu, na procura de cruzeiros nas Caraíbas”. Ainda em relação às preferências e ocupação dos portugueses nos cruzeiros da Costa, Jorge Carreiras afirma que outrora o mês de agosto servia de barómetro para o restante ano, mas hoje em dia “a procura está mais diluída ao longo do ano, apesar de o período das férias escolares ser ainda o de maior dimensão”. Quanto a novidades, o mesmo responsável relembrou que a companhia tem dois meganavios em carteira que serão entregues em 2019 e 2020. Já para este ano, a Costa Cruzeiros terá dois cruzeiros com embarque e desembarque em Lisboa.


Destino Top

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MOÇAMBIQUE

Terra de sonho, tanto para descobrir A

S PAISAGENS PARADISÍACAS, COM PRAIAS DE PERDER A RESPIRAÇÃO E RESERVAS NATURAIS, com espécies animais protegidas são apenas um “cheirinho” daquilo que podemos encontrar em Moçambique, o destino que este mês lhe propomos. Localizado na Costa Sudeste do continente africano tem como limites a Leste, o Oceano Índico, a Norte a Tanzânia, o Maláui e a Zâmbia, a Oeste o Zimbabué e a Sul, a África do Sul e a Suazilândia. São 799 380 quilómetros quadrados de superfície total, sendo que 2515 quilómetros são de linha de costa. Quarenta por cento do território junto ao litoral não ultrapassa os 200 metros de altitude, mas também há montanhas em Moçambique, a atingir os 2436 metros no maciço de Massururero na escarpa de Manifa e Sofala, os 2419 metros nos Picos Namuli e os 2000 metros na Serra da Gorongosa. Mas voltemos ao mar e às praias que se estendem ao longo da sua costa e das quais salientamos, por terem melhores estruturas de apoio aos turistas, as de Pemba, Ilha de Moçambique, Fernão Veloso e Chocas.

Com 21 milhões de habitantes, Moçambique concentra 30% da sua população nos principais centros urbanos como Maputo, Beira e Nampula, Vilanculos, Tofo, Morrungulo, Inhassoro, Inhambane, Bazaruto, Zongoene, Xai-Xai, Bilene, Marracuene, Inhaca, Ponta de Ouro e Ponta de Malongane. Toda a costa moçambicana é rica na diversidade de praias, por isso, e dependendo da zona do país que pretende visitar, encontra praias rochosas mais a Norte, enquanto no Centro, junto aos rios estão as praias lodosas com extensos mangais. Se for mais para o Sul então são as praias arenosas, com dunas altas e cobertas de vegetação rasteira que por ali imperam. Destaque ainda para as ilhas isoladas ou agrupadas em pequenos arquipélagos, alguns deles com infraestruturas turísticas que lhe permitem a observação da fauna e flora existente. Em algumas delas vai encontrar mesmo vestígios da passagem de árabes e europeus, em monumentos deixados para trás. As águas translúcidas são um convite à natação e ao mergulho. As extensas barreiras de corais com um sem número de espécies piscícolas raras são uma tentação para os amantes de caça

submarina e pesca desportiva que ali encontram um verdadeiro paraíso. E qual é a melhor altura para visitar Moçambique? Aproveite os meses mais secos entre maio e outubro.

UM BOCADINHO DE HISTÓRIA A sua extensa costa, de fácil acesso, foi ponto de chegada ao longo dos tempos, servindo de ponto de encontro entre vários povos e culturas, destacando-se os povos Bantu da África Central, árabes, indianos e europeus. São os povos Bantu, que apesar de não constituírem nenhuma raça específica, mas partilharem uma cultura e linguagem similares, que vêm dar origem a algumas das etnias dominantes, como os Yaos, os Macuas, os Angones, os Nhajas, os Tongas, os Bitongas e os Muchopes que se espalharam de norte a sul de Moçambique. No entanto, estes grupos deram ainda lugar a subgrupos como os Swahilis, que se instalaram em zonas costeiras, e que foram responsáveis pelo início do Islamismo naquele país. Não esquecer que no século XV, os portugueses chegam à costa moçambicana com Pêro da Covilhã e o desembarque de Vasco da Gama na Ilha de Moçambique. Entre 1502 até meados


VIAJAR 2016 / OUTUBRO

Destino Top

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piscina interior e spa (Sauna, Banho Turco e Jacuzzi) com áreas femininas e masculinas. Novidade, novidade é o novo Polana Mar. Com uma localização privilegiada e uma vista magnífica sobre a baía, o projeto e construção deste edifício remonta a 1969/1971, e sofreu uma remodelação parcial em 1999/2000. Em 2016 deu-se início a novas remodelações, apostando agora num conceito contemporâneo, étnico onde o bom gosto e o conforto dominam. O Polana Mar tem 67 quartos, distribuídos por 3 pisos, e em diferentes categorias como, Prime, Quartos Executivos e Família. O ambiente é muito confortável, através da sua cor e texturas, e a união entre o moderno e antigo, dão um toque ímpar aos quartos.

O QUE HÁ MAIS PARA VISITAR PARA ALÉM DE MAPUTO

do século XVIII, os interesses portugueses naquelas paragens estavam sob a administração da Índia portuguesa. Séculos mais tarde, e à semelhança do que aconteceu noutras colónias portuguesas, Moçambique acabaria por se levantar contra a ocupação portuguesa, iniciando uma luta armada em 1964. Em 1975 Samora Machel assumiria a Presidência da República.

MAPUTO, A CAPITAL Não se pode falar de Moçambique sem mencionar a sua capital, Maputo. Com as suas largas avenidas com acácias rubras e jacarandás, convidam a várias visitas, como à Casa de Ferro, desenhada por Gustave Eiffel, o Jardim Botânico de Tunduru, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, o Mercado Central, a Sé Catedral construída em 1944, a Mesquita da Baixa, a estação Central de Comboios, a Casa Amarela (sede do primeiro Governo colonial), o Museu de História Natural, o Museu Nacional de Arte, o Museu de Geologia, o Museu da Revolução, o Mercado do Peixe, a Ilha da Inhaca, considerada património biológico da Humanidade (a 15 minutos de Maputo de avião ou 20 minutos de barco, com o seu Museu de Biologia Marítima e instalações turísticas), a Barragem dos Pequenos Libombos, a Reserva Especial de Maputo e a Vila da Namaacha onde se pode vislumbrar uma bonita cascata. Aqui pode optar pelo turismo de sol e mar nas praias da costa do Índico, mas também pode fazer turismo de montanha no interior e visitar a reserva especial de Maputo.

ONDE FICAR EM MAPUTO? Já encontra várias infraestruturas hoteleiras na capital moçambicana, mas vamos optar por

falar de um hotel que é já um marco naquela cidade e que recentemente sofreu obras de remodelação: o Polana Serena Hotel. Dirigido por um português, Miguel Afonso dos Santos, esta unidade construída em 1922 é conhecida como a “Dama de África”. Encontra-se no coração da capital moçambicana, numa das mais prestigiadas avenidas da cidade, perto de embaixadas, organizações governamentais, lojas e restaurantes e dista a 15 minutos de carro do Aeroporto Internacional de Mavalane. Pertencente ao grupo Serena, grupo de hotelaria líder no leste africano, o Polana Serena Hotel rejuvenesceu recentemente de um programa de remodelação, que resultou numa união entre o clássico e singularidades subtis. O edifício colonial principal e a zona contemporânea do Polana Mar oferecem uma elegância luxuosa, com uma variedade de opções de alojamento, restaurantes, instalações de banquetes e eventos corporativos. Com a oferta de 153 quartos, disponibiliza também a escolha de restaurantes: o Varanda o Delagoa e o Aquarius Sushi Bar, e ainda o clássico Polana Bar. Na vanguarda dos espaços mais “in” de Maputo, o hotel oferece um conjunto de eventos sociais e dispõe de um salão de baile e conta ainda com piscina nos amplos jardins que se mistura com o horizonte, um salão de beleza e várias lojas. O Maisha Health Club and Spa, cujo nome em Suaíli significa “Vida”, é um espaço que reúne todas as condições para o rejuvenescimento não só do corpo, mas também da mente e alma. Para além das 5 salas de massagens disponíveis, o Maisha oferece um moderno ginásio, estúdio de aeróbica,

Nem só de Maputo vive Moçambique, por isso não se deixe ficar só por este destino, parta à aventura de outras paragens como Gaza, que se estende ao longo das bacias do Limpopo e Changane. Se procura as águas mais quentes das praias a Norte, Gaza é paragem obrigatória. A sua capital é Xai-Xai e disponibiliza alguns hotéis com estruturas adequadas à realização de reuniões de negócios e eventos. Inhambane é a região que se segue e uma das mais dotadas para o turismo de qualidade, pois para além das praias e do arquipélago de Bazaruto dispõe de parques naturais com uma diversidade muito grande de animais e vegetação. Visitar museus e monumentos também é possível, mas se preferir fazer compras, as cidades de Maxixe, Quissico e Vilankulo são ideais. E não podemos terminar as sugestões sem realçar aqui Tete, Nampula e Cabo Delgado. Importante mesmo é ir, descobrir e desfrutar, porque afinal ainda existem paraísos na Terra.

MSC SINFONIA FAZ ÁFRICA DO SUL/MOÇAMBIQUE O MSC Sinfonia, da companhia de cruzeiros MSC, tem programado um cruzeiro que sairá de Durban, África do Sul, a 20 de novembro deste ano, com destino a Moçambique. São 6 dias e 5 noites, passando por Maputo, Ilha de Moçambique, Pomene e regressa a Durban, na África do Sul. O preço dos camarotes varia entre os 419€ e os 819€, taxas portuárias não incluídas. A partir da temporada de verão 2017 e até ao inverno 2017/2018, as crianças menores de 12 anos viajam gratuitamente todo o ano, partilhando o mesmo camarote com 2 adultos.


Restauração

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VIAJAR 2017 / JUNHO

Prémios AHRESP: “Premiar as empresas e pessoas pela excelência”

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UNDO FANTÁSTICO DA SARDINHA PORTUGUESA, Douro Royal Valley Hotel & Spa, “Ir é o Melhor Remédio” da SIC, da jornalista Teresa Conceição, Fundação Infantil Ronald McDonald, José Avillez com Bairro do Avillez, CR7 Lifestyle Hotel, Turismo do Porto e Norte, Pedras Salgadas Spa & Nature Park, Joana Batista com o Blog “Viajar em Família”, foram os grandes vencedores dos prémios AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal 2017, que decorreu dia 26 de maio, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. Para além destes vencedores, escolhidos online pelo público, a AHRESP atribuiu ainda quatro prémios eleitos pela comissão de honra. Fernando Santos, o selecionador nacional de Futebol recebeu o prémio de Excelência, enquanto a Personalidade do Ano coube a Mário Ferreira, presidente da Douro Azul. Na categoria de Portugueses Lá Fora, o Chef George Mendes, fundador do restaurante Aldea em Nova Iorque foi o premiado. O Prémio Carreira foi entregue a Ernesto Santos, que inaugurou o Balcão do Marquês, em Lisboa. Num jantar, que contou com a apresentação de Cristina Ferreira, onde não faltou a música e a dança, a sala encheu-se com quase 500 pessoas para homenagear o que de melhor se faz em Portugal nas áreas da hotelaria e restauração. Esta, que é já a terceira edição dos Prémios AHRESP, contou com uma nova categoria: Blogger do Ano, ganho por Joana Batista com “Viajar em Família”. A cerimónia, que tem o Alto Patrocínio do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, que não pôde estar presente, serviu ainda para a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, reforçar que só no primeiro trimestre deste ano, “criámos quase 40 mil postos de trabalho só nas nossas empresas de restauração e hotelaria”. A mesma responsável relembrou ainda que isto só foi possível, depois do atual Governo ter reposto a taxa de IVA de 13%: “Cumprimos com a

QUEM GANHOU O QUÊ CATEGORIA CONCEITO/MARCA: Mundo Fantástico da Sardinha CONTRIBUTO PARA A DEFESA DA GASTRONOMIA COMO PATRIMÓNIO NACIONAL: Douro Royal Valley Hotel & Spa PROGRAMA DE DIVULGAÇÃO DE OFERTA TURÍSTICA: “Ir é o Melhor Remédio” da SIC, da jornalista Teresa Conceição PROJETO DE SOLIDARIEDADE: Fundação Infantil Ronald McDonald

JOVEM EMPRESÁRIO/EMPREENDEDOR DO ANO: José Avillez, com Bairro do Avillez PRODUTO OU SERVIÇO DO ANO/PARCEIRO DO ANO: CR7 Lifestyle Hotel ENTIDADE REGIONAL DE TURISMO: Turismo do Porto e Norte SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: Pedras Salgadas Spa & Nature Park BLOGGER DO ANO: Joana Batista com “Viajar em Família


VIAJAR 2017 / JUNHO

Restauração

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Olivier Avenida reabre com novo conceito nossa palavra e criámos emprego.” Também o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, aproveitou o momento para congratular os vencedores dos prémios, mas também “todos os empresários deste sector, pela coragem que tiveram durante a crise, pela força e criatividade que mostraram em criar novas soluções, mas também pelo emprego que estão hoje a criar e o dinamismo que estão a dar à economia pela força da vossa capacidade de tornar Portugal um destino melhor.” À margem da entrega de prémios da AHRESP, Paulo Mendonça, Vice-presidente daquela Associação, frisou que o objetivo desta atribuição é “premiar as empresas e as pessoas pela sua excelência, pelo desenvolvimento quer de novos produtos, novas ideias, novos conceitos, a criação de novas experiências no turismo em Portugal. Premiar para incentivar.” O mesmo responsável revelou que nesta edição o número de candidaturas aos prémios AHRESP foi superior e que chegou às 170. Depois de uma seleção prévia de um comité criado para o efeito, chegaram-se aos cinco nomeados por categoria. A partir daí, a escolha dos nomeados foi feita através de uma votação online, que contou este ano com mais de 300 mil votos, como revelou Paulo Mendonça. Fora dessa votação online estiveram os quatros prémios atribuídos por um comité de honra: Prémio Excelência, Prémio Carreira, Personalidade do Ano e Portugueses Lá Fora. O vice-presidente garantiu que a Associação está já a pensar na próxima edição dos prémios e não descarta a hipótese de surgir uma nova categoria à semelhança do que aconteceu este ano com o Melhor Blogger do Ano. Também o Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, em declarações à margem dos prémios mostrou-se satisfeito com as atribuições, realçando que este “é um bom exemplo daquilo que queremos para o país, pessoas a fazer uma carreira no sector do Turismo, a apostar e a empenharem-se”, acrescentando que “a formação, a qualificação e as pessoas são o futuro do país, cada vez mais penso que temos de nos empenhar para que esta mensagem passe, porque se não houver formação, se não convencermos os jovens que este é o sector certo para o país e que temos de apostar na formação e qualificação certas, claramente vamos perder competitividade.”

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OZINHA DE AUTOR, ASSOCIADA À CIDADE DE LISBOA e à sua vocação cosmopolita é assim que o chef Olivier da Costa apresenta aquele que é o seu mais antigo espaço de restauração, que surge agora com um novo conceito, nova ementa e nova decoração. O “novo” Olivier foi completamente renovado, para criar um ambiente moderno e exclusivo e a carta revela uma inspiração mediterrânica com forte associação à cidade de Lisboa, mas também aos sabores que o chef gosta e que lhe fazem lembrar alguns momentos da sua vida, como revelou à Viajar. Situada numa das mais emblemáticas zonas de Lisboa, no AVANI Avenida Liberdade Lisbon Hotel (antigo Hotel Tivoli Jardim), e com uma decoração elegante e romântica, esta é ‘a casa do Olivier’, o espaço requintado que reflete o ambiente trendy e cosmopolita da capital portuguesa e onde é possível degustar a cozinha de autor do chef. O espaço inclui agora uma esplanada, com lotação para 60 pessoas, que permite desfrutar de um almoço descontraído ou de um final de tarde relaxado. Irresistível é a carta de cocktails com e sem álcool. A irreverência de Olivier pode também encontrar-se na carta, que desvenda os tradicionais pratos da cozinha contemporânea de Lisboa, com o famoso twist do chef. Ali, é possível encontrar a experiência de conhecidos pratos criados por Olivier, que surpreendem pela sofisticada seleção de sabores, com destaque para o ‘Polvo grelhado VS bacalhau (em que

o árbitro é o ovo)’ ou a ‘Massa da minha tia Carolina’, que a Revista Viajar teve oportunidade de degustar, acompanhada com picanha. Nada a repreender. Ou a ‘Empadinha da D. Luzia’, a antiga cozinheira brasileira que preparava empadinhas de comer e chorar por mais, como nos disse o chef. Foram acrescentados uns carpaccios frescos, como Carpaccio de melão, pérolas de mozzarella, hortelã e presunto, saladas, massas e risotos repletos de novidades como o queijo da ilha, os espargos verdes, ou a trufa preta. As entradas duplas para partilhar são outras das novidades da carta, que introduz o conceito de food sharing. ‘Cogumelos Portobello recheados com espargos verdes e gorgonzola’, ‘Croquete de morcela e rabo de boi com Dijon doce e maçã verde’ ou ‘Niguiri de salmão marinado com salada polaca’ são algumas das opções para dividir a dois. Não podemos esquecer as sobremesas que se apresentam na ementa como “Doce Final Feliz”. As escolhas são variadas, mas deixamos aqui apenas as que provámos: ‘Bomba branca: gelado de chocolate branco merengado e frutos vermelhos’ e o ‘Paris-Brest com praliné de avelã’. Recorde-se que para além do Olivier, o chef conta com outros pontos de restauração, nomeadamente o Guilty, K.O.B, Yakuza First Floor, Petit Palais, Absurdo e o Pito do Bairro. Para breve estão ainda as aberturas no Algarve, dia 1 de junho o Yakuza, 1 de julho o Praia na Vila, e o Guilty, dia 21 de julho.


Últimas

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VIAJAR 2017 / JUNHO

Unicâmbio celebra 25 anos com novidades e investimentos A UNICÂMBIO, EMPRESA LÍDER DO MERCADO CAMBIAL E DE TRANSFERÊNCIAS DE DINHEIRO, já está a disponibilizar para download gratuito a APP Unicâmbio Card, associada aos Cartões Cash4Travel, um cartão multidivisas pré-pago que permite carregar até cinco moedas diferentes. Esta foi apenas uma das novidades anunciada dia 17 de maio, no Hotel Pestana CR7, em Lisboa, num encontro que contou com a apresentação dos administradores da Unicâmbio, Carlos Lilaia e Paulo Jerónimo, num ano em que a empresa comemora os seus 25 anos de existência e 15 anos como agentes da Western Union. Para além da APP, que garante aos clientes dos cartões prépagos, uma liberdade acrescida na gestão das operações associadas aos respetivos cartões, em smartphone ou tablet, permitindo o carregamento de valores a partir de um cartão de débito ou de crédito, a transferência de valores do cartão para outro cartão Unicâmbio, bem como a consulta de dados pessoais e do histórico de transações, o cartão multidivisas, que foi lançado em maio de 2014, ganha agora novo impulso, segundo Paulo Jerónimo, que recordou terem neste momento 10 mil cartões em circulação. “Este é um cartão pré-pago, único em Portugal, é um cartão de débito, só que é pré-carregado e pode ter cinco divisas: Dólar Americano, Libra Esterlina, Real Brasileiro, Franco Suíço e Euro. Não tem um mínimo de carregamento, estamos a comercializálo por 15€ e uma comissão de 2% por carregamento. O cartão tem 3 anos de validade e não está ligado a nenhuma conta bancária, é uma segurança para quem viaja e é aceite em todos os países”. A Unicâmbio está neste momento “à procura de outros canais para colocar os cartões em circulação, que não sejam apenas os nossos balcões, este é o nosso objetivo para este

ano. Seja no canal online, seja em parcerias com empresas de grande dimensão, como por exemplo agências de viagens”. Na forja para este ano está ainda o lançamento de um cartão idêntico ao Cash4Travel, o Cartão Corporate para empresas. Será em tudo semelhante, mas dedicado a empresas: “O principal benefício será a forma como as empresas poderão gerir os seus custos e despesas através deste cartão”, revela Paulo Jerónimo. Unicâmbio passa a ter 50 moedas diferentes Atualmente com 75 balcões espalhados por Portugal Continental e Madeira, a Unicâmbio passa, a partir de agora a contar com 50 moedas de troca, desde as mais tradicionais às mais exóticas. São cinco as novas moedas: o Peso da Colômbia, o Peso da Argentina, o Peso do Chile, o Real do Cambodja e Dólar da Namíbia. “Existe a particularidade de termos sempre estas 50 moedas em stock, portanto qualquer cliente em qualquer ponto de proximidade à nossa rede, pode, num espaço máximo de 24 horas, ter a moeda que deseja”, explica Carlos Lilaia, acrescentando, que estas cinco moedas se juntam assim a outras de destinos muito procurados por

portugueses nos últimos tempos, como o caso da Tailândia, Vietnam, Singapura, Malásia e Filipinas. Investimentos futuros e internacionalização A Unicâmbio, que acaba de fechar as suas contas de 2016, com um resultado líquido superior a 1,1 milhões de euros, bem mais que os 600 mil euros registados em 2015, espera ultrapassar em 2017 o resultado obtido o ano passado.

“O nosso volume de negócios em 2016 ultrapassou os 12 milhões de euros e contamos neste momento com 220 colaboradores na nossa rede de balcões”, divulgou Carlos Lilaia. Uma rede que não deverá ultrapassar os 80 balcões até ao final do ano em Portugal, como explicou Paulo Jerónimo, acrescentando que até ao final de maio deverão surgir dois novos pontos: no Fórum Sintra e em Santarém. “Chegou a altura da internacionalização, a nossa ideia é partirmos para países onde há a diáspora portuguesa, portanto começámos em outubro de 2016 com a abertura de um balcão em Luanda (Angola) e vamos avançar para a Guiné Bissau até ao final do ano, São Tomé e Cabo Verde”, adianta Paulo Jerónimo, acrescentando que para cada abertura de um novo balcão o investimento mínimo ronda os 700 mil euros. A Europa também vai contar com novos balcões da Unicâmbio, na Inglaterra e Suíça: “O nosso objetivo é onde houver fortes comunidades portuguesas investir em novas aberturas”, conclui o administrador.

CALENDÁRIO DE FEIRAS INTERNACIONAIS 01 Jun - 04 Jun 01 Jun - 04 Jun 15 Jun - 18.Jun 23 Jun - 25 Jun 07 Jul - 09 Jul 12 Jul - 13 Jul 14 Jul - 15 Jul 01 Sep - 03 Sep 07 Sep - 09 Sep 08 Sep - 10 Sep 14 Sep - 17 Sep 15 Sep - 17 Sep 20 Sep - 23 Sep 20 Sep - 23 Sep 20 Sep - 23 Sep 20 Sep - 21 Sep 22 Sep - 24 Sep

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