Viajar Magazine - Jul/Ago 2017

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AVIAÇÃO AIR CHINA e Summerwind querem captar mercado Corporate

AHP COIMBRA recebe 29º Congresso

Saïdia: muito mais que o Mediterrâneo

MAGAZINE PARA PROFISSIONAIS Nº 363 - 2ª série - Preço 2,00 €

Destaque

West Cliffs, Ocean and Golf

Resort de cinco estrelas inaugurado em Óbidos Regiões

Santarém quer dinamizar Turismo Religioso

reportagem

MSC inaugura Meraviglia

e anuncia investimento de 9 mil milhões até 2026 Entrevista

Alexandra henriques diretora de Marketing do Grupo TQ

“A chave do nosso sucesso tem sido a aposta numa equipa especializada”

Um mundo de soluções de mobilidade para o ajudar a servir melhor os seus clientes

europcar.pt

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AVIAÇÃO COMERCIAL E TURISMO juL/ago 2017



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Em foco

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Observação Mãe Natureza Embora o calor tenha vindo ainda a Primavera estava no auge, agora com a chegada do Verão, e o calor a continuar, os portugueses já só conseguem pensar em férias, banhos de sol e mar e muito lazer. As cidades e as praias do país estão cheias de gente. Ouve-se por todo o lado o som de diferentes idiomas, pessoas oriundas dos cinco continentes que elegem Portugal como seu destino de férias preferido para este Verão.

RevPar cresce 30% em Abril

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A hotelaria está com uma boa taxa de ocupação, o alojamento local também, mas as entidades competentes estão preocupadas com o turismo rural e não é para menos. Após a tragédia de Pedrógão Grande, a que ninguém consegue ficar indiferente, parece que as pessoas ficaram com medo de estarem rodeadas pela Natureza. Verdade é que Portugal nunca viveu nada assim e difícil será que as pessoas venham a conseguir esquecer tão cedo o que se passou. .. aliás, tal não será possível! No entanto, não há nada mais relaxante do que passar umas férias rodeado pelas árvores, à beira de um rio ou com uma piscina e o chilrear dos pássaros como companhia. Por isso, a VIAJAR deseja as condolências à família das vítimas e que o turismo rural e de Natureza consiga recuperar tão depressa quanto possível, dado o nível de qualidade que apresenta no nosso país. Boas férias sempre a VIAJAR!

m abril deste ano a taxa de ocupação quarto subiu 8 p.p., em comparação com abril de 2016, atingindo os 76%, um crescimento idêntico ao registado em março de 2016 evidenciando a importância do período de férias da Páscoa na maioria dos destinos turísticos nacionais. No que concerne às categorias hoteleiras nacionais, as unidades de 4 estrelas mantêm o pódio com um acréscimo de 9,6 p.p., refletindo uma taxa de ocupação de 79%. A liderança em termos de taxa de ocupação por destinos turísticos voltou a espelhar o ranking dos últimos meses, com a Madeira e Lisboa a ultrapassarem os 85% e o Grande Porto a fixar-se nos 83%. Porém, os crescimentos mais robustos couberam ao Minho (15,1 p.p.), Coimbra (14,6 p.p.) e Alentejo (12,1 p.p.), puxados pelas miniférias da Páscoa e os feriados do 25 de abril e 1 de maio e a consequente importância do mercado interno e espanhol nestes destinos. Os aumentos na taxa de ocupação resultaram também em incrementos a dois dígitos nos restantes indicadores, em particular no RevPAR (preço médio por quarto disponível) com mais 30%, face ao período homólogo, fixando-se nos 64 euros, com os destinos turísticos do Minho, Coimbra e Viseu a destacarem-se com crescimentos de mais 49%, 46% e 40%, respetivamente, face a abril de 2016. O ARR (preço médio por quarto ocupado) fixou-se nos 84 euros, representando mais

Diretor Francisco Duarte Chefe de Redação Sílvia Guimarães redação Sandra Martins Pereira Editor SR Editores, Lda Assinaturas assinaturas@sreditores.pt direção, redação e publicidade Largo da Lagoa, 8D, 2795-116 Linda-a-Velha Telfs.: 21 7543190 • e-mail: viajar@sreditores.pt

17% do que no período homólogo, sendo de destacar um crescimento de 20% das unidades hoteleiras de 4 estrelas e de 15% nas unidades hoteleiras de 5 estrelas, cabendo aos destinos turísticos do Oeste, Algarve e Açores os maiores acréscimos com 25%, 20% e 19%, respetivamente. A receita média por turista no hotel foi outro dos indicadores a registar uma significativa subida, nomeadamente de 6% face a abril de 2016. Os destinos insulares destacaram-se tanto em valores absolutos, com a Madeira a obter uma receita média de 290 euros, como em valores relativos, com os Açores a crescerem mais 12% do que em igual período do ano passado. Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, afirma que “o mês de abril foi realmente muito forte para os hotéis portugueses. Já era, tradicionalmente, um bom mês, mas este ano superou todas as expectativas. Este crescimento espantoso em todos os indicadores não é alheio ao efeito Páscoa. Há destinos, como o Minho e o Alentejo, em que se percebe que esse fator foi decisivo. No acumulado de janeiro a abril, verificamos um bom arranque de ano, com destaque para o RevPAR que tem crescido sempre a dois dígitos. Numa análise aos primeiros quatro meses de 2017, em comparação com o período homólogo e antevendo crescimento análogo para o resto do ano, podemos perspetivar que este será o melhor ano de sempre para a hotelaria nacional”.

Fotografia Arquivo, Fotolia, Casa da Imagem, Rogério Sarzedo PAGINAÇÃO Catarina Lacueva Publicidade Teresa Gabriela Tels.: 21 754 31 90 e-mail: teresa.gabriela@sreditores.pt

Impressão CliobyRip www.clio.pt Tiragem: 7 000 exemplares Depósito Legal: 10 534/85 Registo no ICS: 108098 de 08/07/81 ProprietáriA: Ana de Sousa Nº Contribuinte: 214655148


Destaque

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West Cliffs, Ocean and Golf Resort inaugurado em Óbidos

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novo resort de cinco estrelas, West Cliffs, Ocean and Golf, em Óbidos, foi inaugurado no final de junho, com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral e da secretária do Turismo, Ana Mendes Godinho. Um resort que nos próximos 3 a 5 anos verá ainda nascer dois hotéis de cinco estrelas, de 130 e 60 quartos, respetivamente, segundo avançaram os responsáveis da Oxy Capital. Projetado por Cynthia Dye, do reconhecido gabinete de arquitetura de golfe Dye Designs Group, e o primeiro campo de golfe Dye Design em Portugal, o West Cliffs Golf Links encontra-se já em plena operação. Trata-se do primeiro campo de Golfe aberto em Portugal desde 2012, o primeiro na Europa e o 3º no mundo a receber a certificação GEO On course. Esta certificação analisa todos os procedimentos e impactos ambientais, desde o início da conceção do projeto, passando pela construção, que inclui a escolha de materiais utilizados.

INVESTIMENTO DE 21,5 MILHÕES Estendendo-se por mais de 80 hectares, o West Cliffs oferece uma vista sobre o Oceano Atlântico em cada um dos seus 18 buracos. Um golfe de paisagem natural caracterizada por dunas de areia, vegetação costeira e áreas de pinhal. O seu design moderno e a escolha de vários conjuntos de tees garantem a acessibilidade aos golfistas profissionais e amadores. Este projeto envolveu até à data um inves-

timento total de 21,5 M€, de entre os quais 7M€ são relativos à área de golfe e 14,5M€ são referentes às infraestruturas gerais do empreendimento. Dos 7M€ da área de golfe, 3,5M€ correspondem ao financiamento no âmbito do PT2020 - Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial. O campo de golfe conta ainda com a Receção e o Club House que oferecem a residentes, visitantes e golfistas uma vista exclusiva sobre o Oceano Atlântico. Este mesmo edifício dispõe de um restaurante à la carte - Restaurante West Cliffs, baseado no conceito steakhouse e coordenado pelo Chef Carlos Gonçalves - e de um amplo bar com

vista panorâmica. Francisco Cadete, presidente dos campos de golfe da Praia d'El Rey e do West Cliffs, mostrou-se muito satisfeito com a abertura deste campo, relembrando que há três anos, ‘‘poucos acreditavam que este projeto fosse para a frente’’, felicitando a Oxy Capital por ter tido ‘‘a coragem de tomar a decisão de avançar com o projeto, que neste momento é já considerado um dos melhores de Portugal e talvez da Europa Continental. Quem joga neste campo quer voltar a jogar nele, não só pela sua beleza, mas também pelo desafio constante que apresenta’’. Também Joaquim Góis, administrador da


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Destaque

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Os hotéis e villas Ocupando uma área de 230 hectares, integrado com a paisagem natural, entre dunas e vegetação costeira, intercalada por áreas de pinhal e vistas exclusivas sobre o Atlântico e a Lagoa de Óbidos, este complexo turístico de luxo possui 268 lotes que se traduzirão em 659 unidades de alojamento e 2.906 camas, apoiados por um conjunto alargado de equipamentos e serviços. Estando concluídas todas as infraestruturas do conjunto turístico, o desenvolvimento da 1ª fase das unidades de alojamento - 21 Villas e 56 Twin Villas – terá início ainda este ano de 2017. No decorrer do seu desenvolvimento, o West Cliffs incluirá os 2 hotéis de 5 estrelas - Hotel da Falésia e Hotel do Pinhal, com 130 e 60 quartos, respetivamente - , SPA, piscinas, campos desportivos, loja de conveniência, lavandaria, papelaria e cabeleireiro, entre outros equipamentos e serviços.

Blue and Green e representante da Aquarius, Fundo da Oxy Capital, que recebeu das mãos de Jonathan Smith, Ceo da Golf Environment Organization, a certificação GEO On course, frisou que o facto do West Cliffs ser no momento o quarto campo de golfe na região, vem reforçar ‘‘o seu posicionamento como cluster de golfe e uma das zonas mais atrativas para o turismo em Portugal’’. “Acreditamos que este tipo de resorts combinando valências do golfe com unidades de alojamento, destacando-se pela proximidade da natureza, pode ser um vetor estratégico de desenvolvimento da economia regional’’, sublinhou ainda o mesmo responsável.

GOLFE TEM UM PAPEL DIFERENCIADOR Uma ideia apoiada pelo Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, ao referir o facto deste projeto estar ‘‘alinhado com algo que definimos como estratégico, que é estender o turismo pelo território, para que continue a crescer de uma forma equilibrada. Queremos que os turistas descubram que Portugal tem muito mais para conhecer sem ser Lisboa e Algarve e isso tem vindo a verificar-se com o crescimento em regiões como os Açores, o Norte e o Centro do país’’. ‘‘Penso que o golfe tem um papel muito importante na diferenciação de um destino turístico português, um papel que já está bem

afirmado, mas que ainda tem muito espaço para crescer. O golfe traz turistas ao longo de todo o ano, principalmente na época baixa e isso significa que se pode dar maior estabilidade aos negócios na área do turismo o que é muito importante para que o crescimento deste sector seja mais equilibrado todo o ano’’, disse ainda o governante, relembrando que o turismo em Portugal está a viver um bom momento: ‘‘Já o ano passado as receitas turísticas estavam a crescer 11%, o que é um ótimo crescimento. Este ano estão a crescer 20%. Este crescimento é ainda mais interessante e favorável porque está a acontecer com grande força fora da época alta".


Entrevista

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Alexandra Henriques, diretora de Marketing do Grupo TQ

“A chave do nosso sucesso tem sido

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á com oito anos de existência, o Grupo TQ Travel Quality surgiu com diversas novidades no último ano. Abriu duas novas lojas em Lisboa, criou um microsite de reservas da Solférias no seu próprio site, lançou a TQ Pharma e tem estado presente nas principais feiras mundiais. A VIAJAR esteve à conversa com a sua diretora de Marketing. Viajar – O Grupo TQ Travel Quality é formado por três áreas distintas – TQ Viagens, TQ DMC e TQ Eventos. Como funcionam estas vertentes? Alexandra Henriques – O Grupo TQ é constituído por três empresas: Travel Quality Viagens – Agência de Viagens e Turismo, cujo core business são as viagens empresariais, com oferta das melhores soluções e com um serviço altamente especializado; a Travel Quality DMC; e a Travel Quality – Eventos e Congressos dedica-se aos mercados corporativos e privados. São empresas que têm o seu próprio público-alvo e os seus serviços mas existe uma interligação entre ambas e um trabalho integrado porque há determinados pontos que se cruzam. A chave do nosso sucesso tem sido a aposta numa equipa especializada e com um know how de vários anos no setor das viagens e Turismo. O nosso foco são as empresas, que representam entre 80 a 90% do nosso negócio. A TQ acaba de fazer oito anos de existência. Qual o balanço que faz destes anos? O Grupo TQ foi fundado em 2008 e tem feito um percurso de se adaptar às exigências do mercado e aos novos desafios. A nossa carteira de clientes é maioritariamente constituída por pequenas e médias empresas, de várias áreas como as tecnologias, por exemplo. Este é o nosso quadro atual, mas a TQ é muito mais que números. A TQ é um conjunto diverso de profissionais altamente especializados com dezenas de anos de experiência acumulados. E este facto é reconhecido pelos nossos clientes como um fator diferenciador no mercado. Nesse sentido, o balanço que fazemos é altamente positivo. Vários foram os projetos que desenvolveram e iniciaram durante o último ano. Abriram uma nova loja em Lisboa. Tencionam continuar com a expansão a mais lojas e outras zonas do país? Estamos sempre atentos ao mercado e às novas oportunidades mas neste momento não temos previsão de novas aberturas. Criaram ainda um microsite de reservas da Solférias no vosso próprio site. Ao que se deveu esta aposta e como está a correr? O lançamento de um novo site deve-se à aposta


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Entrevista

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a aposta numa equipa especializada” contínua na melhoria da nossa oferta e na prestação de um serviço de qualidade aos nossos “No final de clientes. Temos também como objetivo 2016 decidimos lançar um alavancar as reservas diretas. O feedback novo departamento, a TQ Pharma dos nossos clientes tem sido muito positivo e temos conseguido alcançar bons com o objetivo de captar a indústria resultados em vendas diretas. O lazer é farmacêutica para a nossa carteira um mercado importante e queremos dar de clientes, uma vez que tem um enorme resposta às necessidades do mercado cada vez mais voltado para o “digital”. potencial no segmento de eventos, As reservas online são um complemento com a realização de vários às agências físicas, permitindo a visualicongressos e reuniões zação de promoções e reserva de pacotes de ciclo”. em qualquer local a qualquer hora. Uma das nossas preocupações tem sido os desenvolvimentos tecnológicos num conjunto de soluções que permitem o melhor funcionamento como agência de viagens na realidade atual, mas sempre a olhar para o futuro. Outra das apostas foi a criação da TQ Phama. Explique exatamente a quem se destina este departamento e o que trás de novo? No final de 2016 decidimos lançar um novo departamento, a TQ Pharma com o objetivo de captar a indústria farmacêutica para a nossa carteira de clientes, uma vez que tem um enorme potencial no segmento de eventos, com a realização de vários congressos e reuniões de ciclo. Os primeiros seis meses correram muito bem e o balanço é extremamente positivo. A TQ Pharma é constituída por uma equipa de profissionais altamente qualificada com mais de 10 anos de experiência neste setor e especializada nesta indústria. Quais são neste momento as grandes apostas da TQ DMC? Que destinos estão a privilegiar mais neste momento? O Brasil tem sido um dos principais mercados da TQ DMC e com quem desenvolvemos parcerias com operadores e agências de viagens contratando hotéis e todos os outros serviços turísticos e de recetivo em Portugal. Trabalhamos com empresas que vêm a Portugal em viagens de incentivo e também com turistas individuais. Além do Brasil, temos apostado também em outros mercados como a China, que tem um enorme potencial e agora com os voos diretos será ainda mais importante. A TQ tem vindo a preparar este “terreno” há vários anos e além da presença em feiras apostámos também numa brochura em mandarim. Acreditamos que este trabalho irá agora dar frutos. A parceria com a International Travel Partnership (ITP) também tem sido de extrema importância e através desta rede temos captado clientes de vários mercados. A TQ Travel é representante exclusiva da ITP, o que significa que temos contacto

privilegiado com empresas internacionais e com as quais trabalhamos em exclusivo e em contacto permanente. Fazemos parte de um mercado global e conseguimos mostrar as mais-valias de Portugal junto das várias empresas que integram a rede. Para além disso, a força de várias agências de outros países (temos representação de partner em quase todo o globo), permite uma melhor contratação mundial assim como uma grande mais-valia como força única na prestação de serviços de viagens. A ITP tem desenvolvido políticas neste sentido conjuntamente com todos os seus partners, de forma a captar contas maiores e com presença internacional. Uma das vossas grandes apostas tem sido marcar presença em algumas das principais feiras de turismo a nível mundial, tendo estado, mais recentemente, na IMEX, em Frankfurt, e na BNTM, em São Salvador da Bahia. Quais as maiores contrapartidas que têm conseguido retirar destes certames? A presença neste tipo de certames tem sido importante para realizarmos negócio e são também oportunidades únicas de networking. São eventos de grande dimensão e nos quais as nossas equipas conseguem contactar diretamente com empresas do nosso interesse. Temos conseguido concretizar várias parcerias e negócios com relevância para a TQ. Portugal está na moda há algum tempo e com muita razão. O nosso objetivo neste sentido é trazer cada vez mais eventos e congressos para Portugal. Qual o volume de negócios que a TQ Travel registou nos primeiros meses de 2017 e qual tem sido a evolução nos últimos anos? Qual o objetivo para o total deste ano? No primeiro ano de atividade, 2008, atingimos uma faturação de 4,7 milhões de euros, em contraciclo às fortes quebras que se começavam a sentir nas viagens de lazer nessa altura. O volume de negócios da agência de viagens corporate tem vindo desde então a crescer dois dígitos por ano, atingindo os 19,2 milhões de euros no final de 2014. Em 2015, sofremos uma quebra devido à forte dependência de empresas que estavam em Angola e com quem trabalhávamos. Em 2016, a faturação fixou-se nos 16,5 milhões de euros. Para fazer face a este decréscimo, começámos a diversificar a nossa oferta e apostar em novos ramos e foi nesta linha que lançámos a TQ Pharma. A TQ fez ainda um investimento no segmento lazer de forma a alcançar um mercado cada vez mais diversificado. Por Sílvia Guimarães


Agências & Operadores

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GEA Portugal deverá crescer entre 5 e 9% no final do verão

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GEA Portugal apresenta um crescimento muito forte até maio deste ano, que não chega a dois dígitos, mas que estará entre os 9 e os 10%, muito devido às vendas antecipadas”, a afirmação é do diretor geral da GEA Portugal, Pedro Gordon, durante um almoço com a Comunicação Social, que decorreu no final de junho. O mesmo responsável acredita que até ao final do verão, em meados de setembro, a GEA Portugal possa “terminar a temporada importante com um crescimento entre os 5 e 9%”. República Dominicana, México, Cuba, Jamaica, Algarve, ilhas espanholas, são os destinos mais procurados pelos portugueses, seguindo-se Cabo Verde, Cruzeiros, Madeira e Porto Santo e Saïdia (Marrocos), estes dois últimos a registarem uma grande procura nos últimos tempos. Segundo Pedro Gordon todos os operadores turísticos – Soultours, Soltrópico, Solférias, Joliday, Nortravel, Travelplan, Viajar, Sonhando, Lusanova - têm registado crescimento, o que revela, segundo o mesmo que “há mais confiança na evolução da economia do país e as pessoas começam a acreditar nisso”, relembrando que os próximos anos poderão continuar a ser favoráveis ao crescimento: “Entre 2011 e 2030, o turismo no mundo duplicará. Há ainda muito espaço para crescermos.” O diretor geral da GEA Portugal explicou ainda que o segmento Sol e Praia com tudo incluído continua a ser o mais procurado pelos clientes: “A verdade é que as pessoas quando estão de férias continuam a preferir estar num local com praia, em que possam estar a comer e a beber sem grandes preocupações. Já a escolha dos destinos depende muito das motivações, ou seja, se é para viajar em família, a dois ou sozinho.” Pedro Gordon sublinhou ainda que a GEA tem neste momento 403 balcões, correspondentes a 302 agências. Também aqui se registou um crescimento de 5% quando comparado com o ano anterior, ou seja, têm mais 15 agências.

NOVO GUIA/BROCHURA O encontro serviu ainda para revelar a nova revista MundiGea, uma espécie de brochura que vai já na terceira edição e

que surge com uma lógica de produção de conteúdos com dicas dos próprios operadores, “até porque ninguém melhor do que os mesmos para o fazer, uma vez que estão no terreno e conhecem os destinos”, sublinha o mesmo responsável. São 22 mil os exemplares impressos, sendo que 50 revistas serão oferecidas a cada balcão gratuitamente, para que os mesmos possam distribuir aos seus clientes. “No fundo é um misto de revista de viagens e brochura, direcionada para a venda”, remata.

GRUPO GEA ACABA DE ABRIR NO PERU Novidade ainda é o facto do Grupo GEA ter aberto há duas semanas a GEA Peru, que pertence 100% ao Grupo GEA Argentina, e esta última por sua vez pertence 75% à GEA Portugal.

Segundo Pedro Gordon o mercado peruano é em muito idêntico ao português e a retirada do visto para entrar na União Europeia tem feito com que a procura das viagens para o exterior aumente. “O Peru tem cerca de 36 milhões de habitantes, e talvez uns 10 operadores turísticos, à semelhança do mercado português, sendo que entre 1 e 2 milhões de pessoas viajam. O que eu sinto é que há muito para fazer no Peru, principalmente numa altura em que a Europa está estagnada”. Questionado sobre uma possível abertura de outra GEA em território sul americano, Pedro Gordon deixou no ar a Colômbia, por ter, segundo o mesmo “um potencial brutal”, mas por agora não é uma possibilidade, uma vez que a Grupo GEA só abre em novos destinos, quando o destino atual está consolidado.


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Agências & Operadores

Roadshow – Gran Canária da Solférias termina no Porto

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Roadshow – Gran Canária do operador turístico Solférias terminou dia 29 de junho, no Hotel Impanema Park, no Porto, depois de ter já passado pelo Funchal e Lisboa. Um encontro que serviu para mostrar o destino e dar conta de o novo voo diário da TAP direto de Lisboa para Gran Canária. Segundo Nuno Mateus, diretor geral da Solférias, “na Madeira sempre houve um voo Funchal/Las Palmas com a Binter, que voa durante todo o ano, e agora estamos a reforçar a oferta com a entrada deste novo voo da TAP, porque a companhia aérea portuguesa quando coloca uma rota em Portugal, naturalmente acaba por ter uma grande notoriedade, e no nosso caso, o que fazemos neste momento é aproveitando o know-how que já temos da Madeira, lançar com um grande impacto à partida de Lisboa”. O mesmo responsável sublinhou ainda “existir muita pressão em termos de camas nas Canárias, que rareiam nesta altura de verão”, um problema que segundo o mesmo pode ser evitado se os “portugueses interiorizarem que devem fazer as suas reservas com alguma antecedência. Apesar de algumas pessoas já começarem a reservar mais cedo há ainda quem o faça em cima da hora e aí encontram alguns constrangimentos”. Quando questionado sobre expetativas para este primeiro ano de operações Nuno Mateus refere que “arrancando agora e com a falta de quartos, nunca podem ser números muito grandes, o que nós queremos é marcar a nossa posição, ir evoluindo e sinceramente com o que nós já fazemos na Madeira temos muito mais capacidade para atingir bons números, mas não no primeiro ano. No primeiro ano, no fundo é mais um ano de afirmação, não mais do que isso.” Segundo o diretor geral da Solférias, este é um “bom destino, muito simpático em todos os aspetos, com um bom clima durante todo o ano e uma diversidade no facto de ter muitas ilhas, e se por exemplo os madeirenses, que tradicionalmente já voam para este destino há muitos anos e acabam por ficar sempre na Gran Canária, para as pessoas do Continente a tendência se calhar é para variarem de ilhas”. Também presente no Roadshow esteve Jorge Kahr Stenger, delegado comercial para o mercado ibérico da Gran Canária, que reforçou o facto de nos últimos anos

se ter registado um grande aumento de passageiros portugueses para o destino, sem avançar, no entanto, com um número exato. Segundo o mesmo, aquele destino conta com 120 praias de areia branca, uma oferta cultural e desportiva muito grande, onde se incluem diversos desportos radicais, mas também o golfe, já que contam com oito campos de golfe, que distam a pouca distância entre si, o que permite que os golfistas possam experimentar diferentes terrenos. Também as compras e sobretudo a temperatura amena quer de verão quer

de inverno, assim como a diversidade das ilhas, são razões mais do que suficientes para uma visita à Gran Canária. Um destino, que tem beneficiado muito com a “queda” de destinos como a Turquia, atraindo cada vez mais turistas alemães, britânicos, entre outros. Aqui sejam famílias, casais ou mesmo individuais há oferta para todos. Quanto ao Roadshow, no Funchal e em Lisboa registou a participação de cerca de 190 agentes de viagens, enquanto que no Porto estavam inscritos 180 agentes de viagens.


Agências & Operadores

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eDreams ODIGEO

apresenta resultados positivos

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eDreams ODIGEO anunciou os seus resultados relativos ao ano que terminou a 31 de março de 2017, superando as orientações originais e melhoradas para o mercado em junho de 2016 e fevereiro de 2017, respetivamente. A estratégia continua a comandar as melhorias do negócio e apresentou taxas sólidas de crescimento nas reservas e na margem de lucro de 9% e 5% respetivamente. O crescimento do EBITDA ajustado continua a ser forte, até 12% no ano fiscal de 2017, devido ao crescimento consistente nas reservas e margem de lucro combinados com uma redução de 8% nos custos variáveis por reserva. A estratégia de diversificação de receitas continua a ter um impacto positivo no negócio, com um crescimento nos produtos auxiliares relacionados e não relacionados com voos, apesar de serem compensados pelas vendas dos negócios de pacotes de viagens corporativas e pacotes de passeios. As reservas nos negócios de produto não relacionado com voos foram até 3% e 6%, excluindo o impacto na venda do nosso negócio de viagens corporativas. A margem de lucro no negócio de não-voos foi de 7% resultado do aumento na margem de lucro por reserva nos hotéis, carros e pacotes dinâmicos e compensado por uma diminuição no negócio de pacotes de passeios e da venda em França, bem como a venda do negócio de pacotes de viagens corporativas. No negócio de voos, um progresso da apresentação das iniciativas estratégicas aumentou o desempenho e está a posicioná-los bem para um crescimento a longo prazo.

Os mercados mais importantes tiveram um forte desempenho com reservas até 11% e uma margem de lucro até 6%, comandado por iniciativas estratégicas, pela estratégia de diversificação e pelo investimento contínuo. A eDreams ODIGEO obteve também um forte crescimento dos lucros no ano fiscal de 2017. Os rendimentos líquidos ajustados aumentaram para 31,6 milhões de euros, representando um aumento de 57% em termos homólogos. A empresa continua a reduzir com sucesso o nível de endividamento; o rácio de alavancagem líquida foi compensado para 3,43x em março de 2016 para 2,66x em março de 2017. Em outubro de 2016, o grupo refinanciou com sucesso a sua dívida, com um reembolso total de Notas 2018 e Notas 2019, e com a emissão de Notas 2021. Aumentou a possibilidade de crédito rotativo super sénior de €130 milhões para €147 milhões, e mudou a nova dívida para uma cobertura única de manutenção de 6,0x do rácio de recurso de crédito bruto, com os termos melhorando também para permitir reaquisições eficientes de até 10% do principal por ano. Reduziram com sucesso o rácio de cobertura de 5,0x em março de 2016 para 4,0x em março de 2017, que criou um espaço suficiente vs. o rácio de cobertura de alavancagem bruta. No ano fiscal de 2017 o grupo anunciou um excelente desempenho de fluxo de caixa com um saldo de tesouraria de 143,5 milhões de euros (até 9% em termos homólogos), apesar de saídas de caixa de 52,7 milhões de euros relativas à reaquisição de notas 2018 e os fluxos premium de obrigações e outros fluxos

de refinanciamento relativos ao refinanciamento de obrigações de 2018 e 2019. O fluxo de caixa das operações passou de 82 milhões de euros para 134,1 milhões de euros, e o fluxo de caixa antes do financiamento de 51,5 milhões de euros para 104,6 milhões de euros, como resultado de melhorias no EBITDA e fundo de maneio. Segundo Dana Dunne, CEO da eDreams ODIGEO, “estes excelentes resultados marcam as excelentes melhorias que temos vindo a fazer no nosso negócio. A nossa diversificação de novos produtos em ambas as categorias – voos e não-voos -, incluindo lugares preferidos, bagagem, pacotes dinâmicos, aluguer de automóveis e hotéis, contribuiu significativamente para um forte crescimento das reservas e da margem de receita deste ano”, relembrando que “a aquisição da budgetplaces.com irá ainda permitir acelerar o crescimento do nosso negócio de pacotes dinâmicos. As iniciativas estratégicas que implementámos e os investimentos que realizámos nos últimos dois anos permitiramnos liderar a indústria mobile, lançar produtos com maior rapidez, ter custos mais reduzidos por reserva e, mais importante, deixar os clientes mais satisfeitos. Como resultado, tal permitiu-nos ser a principal empresa de viagens online na Europa, ajudando milhões de consumidores a encontrar e reservar a viagem que mais lhe convinha, ao melhor valor. Ao olhar para o futuro, continuaremos a aumentar a quota de mercado, diversificando os fluxos de receita, avaliando as estruturas de preços e a aumentar as reservas repetidas com o objetivo de ser uma loja única de viagens”.


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Opinião

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A Tríplice Aliança e o jogo do poder

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m 1882, o Reino de Itália, o Império Alemão e o Império Austro-Húngaro decidiram formar uma aliança – A Tríplice Aliança – em que o objetivo principal era protegerem-se de ataques externos dos demais países ou impérios, em função das permanentes convulsões político-económicas existentes na Europa. A Tríplice Aliança acabou por se desmoronar, quando um dos seus integrantes decidiu abandonar a mesma, a fim de se beneficiar de melhores condições conjunturais num contexto de evolução política. O resultado desta deserção foi a queda e subjugação dos restantes membros da aliança falida. Em pleno século XXI, a “Tríplice Aliança” entre Companhias de Aviação, GDS’s e Agências de Viagens está muito próxima de experimentar o mesmo destino que o da original de 1882. A Iberia e a British Airways acabam de seguir os passos da congénere alemã da Lufthansa, obrigando a pagar mais 9,5 euros por voo a quem não reservar através do seu sistema próprio de distribuição (NDC). A clivagem de valores cobrados aos seus “sócios de sempre” (Agências de Viagens e Global Distribution Systems) e o resto do mercado traduz-se, atualmente, num abandono da aliança que serviu os interesses das companhias aéreas durante décadas. Perante um cenário cada vez mais monopolista e dominante de quem tem agora o poder de discriminar preços, as companhias aéreas estão a

fazer desaparecer a transparência de preço, beneficiando-se financeiramente. Sofre o cliente final, que na minha opinião, deverá sempre ser protegido. Sofrem as agências de viagens. E sofrem os GDS’s. Veremos qual o papel destes dois últimos nos próximos anos e que tipo de nova relação comercial se terá que estabelecer. A meu ver e prolongando-se este status quo, o ataque às Agências de Viagens é demasiado violento, antecipando o desaparecimento de algumas delas e a concentração no setor. Como consequência, o EBIDTA dos GDS tem fatalmente que cair, ato seguido. Numa perspetiva de futuro de curto prazo, usaria dizer que o passo mais inteligente para GDS’s e Agências de Viagens seria unirem-se em torno de eles próprios, protegendo-se contra esta ofensiva comercial hostil e encontrar novos aliados. Temo que tal seja muito difícil, senão mesmo impossível, mas na adversidade tudo é exequível. Entretanto o mercado vai ter que esperar e agonizar para encontrar uma solução, eventualmente de carácter legal, como já anunciou a associação europeia das Agências de Viagens (ECTAA). É sabido que o mundo evolui. E todos temos o dever e o direito de adaptarmo-nos. Mas acima de tudo, temos também o dever e direito de nos defendermos contra ataques unilaterais no que toca a atividades comerciais opacas e discriminatórias. Quem tem coragem?

Miguel Quintas n Diretor

Geral Parcela Já

A Iberia e a British Airways acabam de seguir os passos da congénere alemã da Lufthansa, obrigando a pagar mais 9,5 euros por voo a quem não reservar através do seu sistema próprio de distribuição (NDC). (…). Perante um cenário cada vez mais monopolista e dominante de quem tem agora o poder de discriminar preços, as companhias aéreas estão a fazer desaparecer a transparência de preço, beneficiando-se financeiramente. Sofre o cliente final, que na minha opinião, deverá sempre ser protegido. Sofrem as agências de viagens. E sofrem os GDS’s.


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MSC inaugura Meraviglia

e anuncia investimento de 9 mil milhões até 2026

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MSC Cruzeiros anuncia plano de investimento em torno dos 9 mil milhões de euros para os próximos anos. O anúncio foi feito por Pier Francesco Vago, executive chairman da MSC Cruzeiros, em Le Havre, no norte de França, no dia da inauguração do mais recente e tecnológico navio da companhia, o MSC Meraviglia. De acordo com o responsável os novos 11 navios vão chegar de forma gradual, até 2026, permitindo triplicar a oferta da companhia até ao momento. O primeiro é MSC Meraviglia e atualmente estão em construção quatro outros navios, sendo que um dos quais deverá ser entregue até ao final do ano. Já em 2022 será o ano de chegada da Class World, com barcos movidos a gás natural liquefeito, 100% ecológicos e com capacidade para transportar até 7 mil passageiros. Segundo Gianni Onorato, CEO da MSC, também presente no evento de inauguração, está-se aqui a “falar de uma democratização do luxo, tornando-o acessível”. Por outro lado, o responsável frisou que esta é uma “ótima indústria, que cria emprego e crescimento”.

MSC Meraviglia Inaugurado no dia 3 de junho, o MSC Meraviglia é o mais recente navio de cruzeiros a navegar pelas águas salgadas do planeta, vem dar origem a uma nova classe da MSC Cruzeiros e torna-se no maior navio de cruzeiros alguma vez construído por um armador europeu, neste caso a francesa STX. Com 315 metros de comprimento, 65 metros de altura e mais de 171,5 toneladas, o barco tem capacidade para 5700 passageiros, contando com 2244 camarotes, dos quais 75% com varanda, um Spa com 1100 metros quadrados,

quatro piscinas, nove banheiras de hidromassagem, ginásio, 12 espaços de refeição, um teatro com 985 lugares, casino e espaço de jogos computorizados a pensar nos mais jovens. Aclamado por muitos como a 8ª maravilha do mundo, é nos espetáculos exclusivos do Cirque do Soleil que apresenta o seu grande trunfo. Representado no barco com dois espetáculos exclusivos

Cirque du Soleil at Sea, criados apenas para o MSC Meraviglia, consistirá em duas performances durante seis noites da semana, onde os passageiros poderão desfrutar de uma experiência única de show & dinner ou show & cocktail. Para além do Cirque du Soleil at Sea, o MSC Meraviglia disponibiliza um segundo luxuoso teatro de 1.000 m2, oferecendo seis espetáculos diferen-


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tes por cruzeiro. Com três atuações por dia, os viajantes terão a oportunidade de desfrutar de opções adicionais numa variedade de premiadas produções de classe mundial. Para quem gosta de inovação e tecnologia de ponta, pode contar aqui com o mais longo ecrã LED Sky em mar, com 80 metros de comprimento, acompanhando uma fantástica Promenade ao estilo Mediterrânico, com 96

metros de comprimento, criada para se tornar o centro social do navio. A MSC Cruzeiros criou ainda um conceito único de um “navio dentro de um navio” para os viajantes que procuram exclusividade e privacidade num mundo de escolhas. Os hóspedes do MSC Yacht Club desfrutam do luxo incomparável de um iate privado, ao mesmo tempo que têm acesso à vasta gama

A MSC apresentou plano de investimentos da ordem dos 9 mil milhões de euros, a efetuar até 2026. O anúncio foi feito durante a inauguração do mais recente e tecnológico navio da companhia

MSC Meraviglia passou por Lisboa na sua viagem inaugural Lisboa recebeu, no dia 7 de junho, o MSC Meraviglia, após o seu batismo em Le Havre. O 13º navio da frota foi recebido na capital portuguesa com toda a apoteose, tendo estado presentes na cerimónia a bordo cerca de 170 pessoas, entre autoridades, imprensa, parceiros e convidados, que assistiram à habitual troca de placas com o Comandante do navio, Comandante Pontecorvo e as autoridades portuárias de Lisboa. O evento contou também com a presença dos Embaixadores de Itália, Sr. Giuseppe e Sra. Sheba Morabitto. Eduardo Cabrita, diretor geral da MSC Cruzeiros Portugal afirmou que “a MSC Cruzeiros é a companhia de cruzeiros número um na Europa e líder de mercado em Portugal pelo quarto ano consecutivo, e é com grande orgulho e satisfação que recebemos em Lisboa o 13º navio da nossa frota, na sua viagem inaugural. O MSC Meraviglia é o primeiro navio de próxima geração e marca o começo da segunda fase de crescimento da MSC Cruzeiros com um investimento de mais de 9 mil milhões até 2026. Acredito que os próximos 10 navios que se seguem – e este é o primeiro dos 11 novos navios de três novos protótipos diferentes – vão ajudar, com certeza, os portugueses a optar cada vez cada vez mais pelas férias a bordo de um cruzeiro MSC.”


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MSC Cruzeiros lança campanha tudo-incluído para o próximo inverno

de instalações, entretenimento e serviços oferecidos por um navio MSC Cruzeiros. O MSC Meraviglia apresenta um Yacht Club melhorado e agora localizado em três decks. As acomodações confortáveis e inovadoras para ir ao encontro de todas as necessidades, demonstra a forma como a MSC Cruzeiros privilegia o viajante ao projetar o navio, com 10 diferentes tipos de camarotes para escolher, existe, de facto, algo para todos. Isto inclui camarote modulares inteligentes, camarotes individuais ou luxuosas suites no MSC Yacht Club. Sendo uma companhia familiar, as atividades e serviços para crianças e jovens estão no centro do que a MSC oferece aos viajantes e a family deck area dedicada inclui uma novíssima oferta de entretenimento e instalações de última geração para toda a família. Oferece uma maior variedade de opções gastronómicas e bares do que em qualquer navio MSC até à data, com 12 locais diferentes para jantar e 20 bares. Foram introduzidos novos e altamente inovadores conceitos gastronómicos que incluem uma Steakhouse Americana, restaurantes de Teppanyaki e Sushi, e ainda os melhores sabores italianos, paralelamente a modelos de jantar flexíveis criados para ir de encontro a todas as necessidades dos viajantes de hoje em dia.

Itinerário O MSC Meraviglia nesta temporada de verão

tem para oferecer seis portos de embarque no Mediterrâneo Ocidental incluindo os populares portos de Génova, Marselha e Barcelona, bem como magníficos destinos do Mediterrâneo incluindo Nápoles, Messina (Sicília) e Valetta (Malta). Para aumentar ainda mais a descoberta de destinos para o viajantes, a MSC Cruzeiros acrescentou 19 excursões em terra, cinco das quais exclusivas do MSC Meraviglia. Essas excursões foram especialmente desenvolvidas para famílias e amantes da gastronomia, com algo para agradar a todas as idades e permitir que os hóspedes possam experimentar os seus destinos de novas e excitantes maneiras. O MSC Meraviglia foi o 11º navio da companhia a ser apadrinhado pela conceituada atriz italiana Sophia Loren (apenas não apadrinhou um dos navios).

Mercado português Sendo já a maior empresa de cruzeiros da europa, é também a preferida entre os portugueses, tendo transportado em 2016 um total de 20.542 passageiros nacionais, mais 1,2% do que no ano anterior. Mesmo assim, segundo Eduardo Cabrita, diretor-geral da empresa em Portugal, “a capacidade de crescimento é muito maior”. Por Sílvia Guimarães em Le Havre, França, a convite da MSC Cruzeiros

A MSC Cruzeiros lançou a nova promoção ‘Mar de Inverno’, disponível para novas reservas em mais de 70 partidas selecionadas para o próximo Inverno, com oferta de bebidas ilimitadas 24 horas por dia nos camarotes com varanda, para destinos no Mediterrâneo, Caraíbas e ainda no Dubai, Abu Dhabi e Sir Bani Yas, para que os viajantes continuem a usufruir do sol e do calor e a viajar com tudo-incluído numa época mais tranquila a bordo dos melhores navios. O pacote tudo incluído, ‘Pacote Bebidas Tudo-Incluído – Restaurante & Bar’, da MSC Cruzeiros, ou equivalente consoante o destino, inclui consumo ilimitado de bebidas alcoólicas e não-alcoólicas incluindo vinho a copo, cerveja à pressão, refrigerantes, água mineral, café e outras bebidas quentes e uma vasta seleção de bebidas e cocktails da lista do bar, bem como take away de gelados em cone ou copo. Entre Novembro de 2017 e Abril de 2018 as propostas de itinerários e navios com esta oferta são variadíssimas. Será possível embarcar no novíssimo MSC Meraviglia e desfrutar do mais recente navio da frota MSC Cruzeiros, partindo à descoberta do Mediterrâneo em cruzeiros de 7 noites com embarque e desembarque em Barcelona e escalas em magníficos portos como Marselha, Génova, Civitavecchia, Palermo e La Valletta. A nova promoção ‘Mar de Inverno’ é válida para camarotes com varanda Bella e Fantastica, em partidas selecionadas. Os camarotes com 3ª e 4ª camas terão de adquirir o Pacote respetivo (Adulto ou Criança). Promoção válida somente para novas reservas, limitada à disponibilidade e não acumulável com outras ofertas e/ou promoções, exceto MSC Voyagers Club.


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Regiões

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Santarém quer dinamizar turismo religioso M ostrar a importância do estabelecimento de um percurso para quem visita o centro histórico de Santarém, principalmente para os peregrinos do Santuário do Santíssimo Milagre, foi o mote para um passeio que reuniu Comunicação Social e alguns nomes sonantes da sociedade portuguesa, no passado mês de junho. Para o arquiteto Carlos Guedes Amorim, organizador desta iniciativa, “falta rentabilizar, aos diferentes níveis, o que existe e que já foi restaurado”. Um percurso que já pode ser feito por qualquer pessoa, mas que por desconhecimento, os visitantes acabam por se cingir ao Santuário do Santíssimo Milagre, sem usufruir de toda a oferta arquitetónica e religiosa do centro histórico. Entrar pela zona nobre, visitar o Museu Diocesano de Santarém, inserido na Sé Catedral, provar os doces regionais como os conhecidos pampilhos, as clarinhas ou os arrepiados, passear pelas ruas mais importantes e sem trânsito, incentivando o ressurgimento do comércio para chegar ao Santuário do Santíssimo Milagre, dar de caras com um grupo folclórico que anima as ruas da cidade, ouvir o som do órgão da Igreja da Misericórdia, visitar o túmulo de Pedro Alves Cabral, na Igreja da Graça, almoçar no restaurante Tejá no jardim das Portas do Sol e terminar com uma visita à pequena Igreja de Nossa Senhora da Piedade foi o percurso que fizemos nesta visita, que pode e deve ser replicada por qualquer turista. Segundo o Vereador do Turismo da Câmara Municipal de Santarém, Luís Farinha, a autarquia tem já um serviço de guia que permite organizar percursos com grupos, e que serão estruturados consoante o tempo que disponibilizem. Apesar de não ter números concretos sobre os turistas que chegam a Santarém, explica que ao Santuário do Santíssimo Milagre chegaram o ano passado 17 mil turistas. Um número que tem vindo a crescer e que traz turistas de todos os cantos do mundo, mas de passagem. Luís Farinha refere, no entanto, que a ideia da Câmara é criar condições para que possam pernoitar e usufruir da vasta oferta que Santarém tem para oferecer. “Neste momento a nossa oferta hoteleira é apenas de 500 camas e embora o alojamento local tenha vindo a crescer nos últimos anos, passando de 5 para 35 unidades, é importante que os grupos hoteleiros comecem a investir nesta região do país”, diz Luís Farinha, sublinhando que a Câmara “tem abertura total para analisar os projetos”.

“Sentimos que também aqui o Turismo pode cumprir um papel importante no processo de reabilitação do centro histórico”, diz o vereador, relembrando que eventos como a Feira de Agricultura ou o Festival de Gastronomia (o mais antigo do país, com 37 anos), trazem muitos turistas à região, mas que a ideia é que possam vir durante todo o ano e não só nas datas dos eventos. Neste momento e até 23 de setembro decorre no centro histórico, o programa In Santarém, que todos os dias apresenta um ou mais espetáculos variados, desde folclore, passando por rock até ao Fado de Coimbra. Os eventos são gratuitos e uma forma de trazer “vida às ruas da cidade”. Em termos de oferta de restauração, Luís Farinha, refere que esta é uma zona com muitos bons produtos agrícolas, logo pode e deve ser cartão de visita para jovens empreendedores apostarem na abertura de novos espaços. Para já recomenda três espaços, que os turistas não devem perder: Ó Balcão, do Chef Rodrigo Castelo; O Dois Petiscos, do Chef João Correia; O Pigalle, do Chef André Rodrigues Santos.

Roteiro de uma visita A nossa visita começou com uma história “deliciosa” contada pelo Padre Ganhão que nos acompanhou neste percurso. Na fachada da Sé, antiga Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio dos Jesuítas, datada do século XVII, estão quatros santos jesuítas, três de braços abertos e um com as mãos por cima do estômago, a quem se atribui uma lenda. Reza a história que Nossa Senhora terá feito um arroz doce, em dia de festa, para a mesa dos jesuítas e que o mesmo desapareceu. Indagando os santos sobre o destino do doce, São Francisco Xavier, de braços abertos, terá dito que não sabia. Santo Inácio respondeu de igual forma. Entretanto São Luís Gonzaga mais inocente responde, apontando para o santo que está em baixo na mesma fachada “acho que foi ele”. E São Francisco de Gonzanga (o único que tem as mãos sobre a barriga), responde: “Soube-me muito bem”. Já dentro da Sé e depois de uma breve explicação por parte da guia, somos encaminhados para o Museu Diocesano de Santarém, que acolhe cerca de 300 peças provenientes de várias igrejas espalhadas por Portugal e que está integrado na Rota das Catedrais, galardoado com o prémio “Europa Nostra 2016”. Verdadeiras relíquias que podem e devem ser visitadas neste espaço de 2.ª a 6.ª, entre as 10h e as 18h, sábados das 10h às 19h e domingos das 14h às 19h. Visite ainda o corredor nobre e a torre da igreja para deslumbrar da vista sobre a cidade. Partimos em direção ao Santuário do Santíssimo Milagre, por sinal cheio de peregrinos e saímos rumo à Igreja da Misericórdia onde tivemos tempo para assistirmos a um pequeno concerto de órgão por uma aluna do Conservatório de Música de Santarém. Bravíssimo! Mesmo antes do almoço, nas Portas do Sol, prestámos uma pequena homenagem ao navegador Pedro Alves Cabral, na Igreja da Graça, onde se encontra sepultado parte do seu corpo (a outra está no Brasil), com o depósito de uma coroa de flores pelo embaixador António Monteiro. Depois do almoço tempo ainda para uma rápida visita à pequena igreja de Nossa senhora da Piedade para ver a Torre de Belém no quadro do altar Mor, recentemente restaurado.


Hotelaria

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Coimbra recebe 29º Congresso da AHP de 15 a 17 de novembro

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oimbra estreia-se como cidade anfitriã do congresso anual da AHP, sendo a terceira vez que a Região Centro é a escolhida para a realização do evento. Em 2003, o Congresso realizou-se em Viseu e em 2011 decorreu na Figueira da Foz. Nos Paços do Concelho da cidade de Coimbra, o presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado, recebeu o presidente da AHP, Raul Martins, acompanhado por Pedro Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro. Os três dirigentes começaram por dirigir palavras de condolências e de solidariedade para com as vítimas do grande incêndio que provocou uma tragédia na Região Centro durante o fim-de-semana. Raul Martins, aliás, anunciou que a AHP vai já entrar em contacto com os presidentes de câmara das localidades afetadas para no rescaldo desta calamidade apoiar, através do Programa de Responsabilidade Social da Associação, as populações atingidas. Raul Martins, presidente da AHP, declarou que “mesmo depois de controlada a situação, o apoio da Associação pode ser de grande impacto, permitindo equipar as habitações com material doado pelos hotéis como mobiliário, colchões, atoalhados, roupas de cama e banho, equipamentos e material de cozinha, entre outros.” Raul Martins sublinhou, ainda,

que “através do Programa de Responsabilidade Social Corporativa da AHP já foram doados pelos hotéis associados da AHP mais de 26.000 bens e equipamentos a dezenas de instituições de solidariedade social, que equiparam casas e lares e melhoraram a vida de centenas de pessoas e famílias”. “É o nosso auxílio para que se possa mitigar o enorme prejuízo, humano e material, trazendo conforto e amparo aos mais desprotegidos”, concluiu o presidente da AHP. Raul Martins anunciou depois a data e local do Congresso, declarando: “A cidade de Coimbra, capital de Portugal até 1255, é, pelas histórias que conta, pelo seu vastíssimo património cultural e arquitetónico, pelo desenho urbano e vida académica, um destino com enorme potencial turístico. Os números da Hotelaria e do Turismo mostramnos isso mesmo, o crescimento sustentado dos últimos dois anos vem comprovar o interesse crescente dos turistas pela região. A par do excelente trabalho de promoção e afirmação que tem vindo a ser desenvolvido na região, o Convento São Francisco, onde se vai realizar o Congresso, é uma infraestrutura belíssima e totalmente equipada para receber este grande Congresso, como teremos oportunidade de demonstrar”. “Temos todo o interesse em acolher este 29º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo

no Convento São Francisco, um evento que decorrerá graças à articulação desenvolvida pela Associação da Hotelaria de Portugal, e o seu presidente, Raul Martins, a Entidade Regional de Turismo do Centro, e o seu presidente Pedro Machado, e demais colaboradores, como a Câmara Municipal. Quero ainda evidenciar a importância, que começa a ser constatada, do equipamento que a Câmara Municipal de Coimbra recriou [Convento São Francisco], recuperou e preparou para acolher importantes congressos, nos mais diversos domínios. Tem sido um êxito e tem contribuído para o desenvolvimento da atividade económica, turística, cultural, cívica e de cidadania também. Quero também reconhecer o valor do que a Associação da Hotelaria de Portugal tem feito para qualificar, melhorar e aumentar a


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oferta de acolhimento a todos os cidadãos, a todos os turistas. E afirmar também, em relação ao Turismo do Centro, a importância do trabalho que realizou neste campo, ao longo do tempo. Antes havia muito pouco para acolher turistas, fora de Lisboa. A Associação de Hotelaria de Portugal deu, também para isto, um contributo notável, porque rompeu com uma visão que era preponderante, de haver um certo individualismo nas iniciativas, e criou uma nova, a da cooperação. Ao fazê-lo, fortalecemo-nos uns aos outros e ganhamos todos”, realçou, por sua vez, o Presidente da C.M. Coimbra, Manuel Machado. Pedro Machado, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, sublinhou o facto de esta ser “a primeira vez que o Congresso da AHP, o maior congresso de hotelaria em Portugal, se realiza em Coimbra”. “Somos uma região que está a crescer em número de hóspedes, de dormidas e de proveitos. Os números mais recentes do INE mostram um crescimento de 37% em abril, relativamente a abril do ano passado. Maio vai ser igual ou superior”, disse Pedro Machado, realçando que um dos objetivos da entidade que tutela é “posicionar o Centro de Portugal como primeiro mercado interno”. A dificuldade em receber congressos como este era, no entanto, “uma pecha na Região Centro”, considerou. Uma dificuldade ultrapassada com a abertura, em Coimbra, do Convento São Francisco. “Este equipamento permite posicionar o Centro no produto ‘congressos e incentivos’, e não apenas a nível nacional como internacional. Este posicionamento é importante para combater os problemas da sazonalidade e da baixa estadia média da atividade turística. Além que tem um efeito multiplicador na cadeia de valor do turismo, incluindo na restauração”, destacou. Para o mês de julho, em Lisboa, está marcado o lançamento do tema e apresentação da imagem do Congresso.

AHP lança Programa de Responsabilidade Social “Hospes – Sharing is caring” A AHP - Associação da Hotelaria de Portugal apresentou o Programa de Responsabilidade Social da hotelaria nacional, “Hospes – Sharing is caring” e atribuiu 45 Selos de Responsabilidade Social e 89 Selos de Sustentabilidade Ambiental, numa cerimónia que teve lugar no Altis Grand Hotel, em Lisboa, e que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Nos últimos quatro anos, os hotéis portugueses doaram, através da AHP, e do Programa “Um colchão, um coração”, criado ainda na presidência de Miguel Júdice, mais de 26.000 bens e equipamentos, de 66 hotéis, a 33 instituições de solidariedade social, que equiparam casas e lares e melhoraram a vida de centenas de pessoas e famílias. Mas a AHP quer ver esse número aumentar, relembrando aos presentes que têm cerca de 600 associados e existem em Portugal 4.500 instituições para ajudar. Para isso foi criada uma plataforma online, www.hospes.pt, onde será possível os hotéis interessados em ajudar, fazerem a sua inscrição, assim comos os parceiros e instituições. “Aqui será feita a partilha de um banco com os bens disponíveis, oportunidades e conhecimentos e boas práticas tanto a nível social como ambiental”, esclareceu Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP. A mesma responsável sublinhou ainda que o nome para o novo programa foi buscar inspiração ao discurso que o Padre Tolentino Mendonça pronunciou

o ano passado durante o congresso da AHP, citando-o: “A hotelaria tem sido ao longo da história uma espécie de laboratório, que transforma a hostilidade em hospitalidade. Um hotel na paisagem de uma sociedade ou num mapa de uma cidade é um mar de civilização. A hotelaria serve para humanizar a relação entre povos, a qualidade de uma sociedade também se afere na qualidade hoteleira que ela tem”. Cristina Siza Vieira explicou que foi criado um selo com dois símbolos em forma de coração: We share e We care, o primeiro de responsabilidade social e o segundo de responsabilidade ambiental. O selo será colocado em cada unidade hoteleira, para que sejam identificadas as que estão comprometidas nestas duas áreas. Já Raul Martins, presidente da AHP, aproveitou para fazer o balanço positivo destes quatro anos de solidariedade por parte dos hotéis, relembrando que o mesmo surgiu em altura de crise económica: “Entre 2009 e 2013 muitas e muitas empresas do sector do turismo fecharam e outras tiveram de fazer sacrifícios, reduzindo equipas, cortando despesas, renegociando dívidas, cortando investimento e preparando-se para a tempestade. Porém, olhando à volta, nesses anos tão conturbados, constatamos que havia sectores em piores condições que o nosso e que as dificuldades que sentíamos eram bem menores do que as queixas por outros sofridas. Por isso no final de 2012 e aproveitando o pretexto


Portugal está na moda, mas as modas passam… “P ortugal está nas bocas do mundo… e agora?!” foi o mote para a intervenção do jornalista e assessor para a Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Magalhães, no passado mês de junho, no Pestana Palace, em Lisboa, perante uma plateia com mais de 50 hoteleiros associados da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal. A intervenção foi antecedida pelas palavras do presidente da AHP, Raul Martins, que se mostrou muito satisfeito pelo atual panorama que se vive na hotelaria em Portugal: “De acordo com a AHP Hotel Snapshot, o raio x da performance hoteleira que acabámos de lançar, 2017 começou com

o primeiro melhor trimestre dos últimos 10 anos, a ocupação registou uma subida a dois dígitos, isto apesar de o aumento excecional da oferta quer hoteleira quer de outro tipo de alojamento. Também os preços aumentaram e numa análise ao primeiro trimestre dos últimos três anos, o RevPar registou uma subida impressionante de 30%. Todos os indicadores parecem vaticinar o melhor ano de sempre para a hotelaria portuguesa e estamos por isso numa posição privilegiada que ou potenciamos ou deixamos passar.” Apesar dos números bastante otimistas e de Portugal estar na moda, Raul Martins relembrou que “as modas passam”, deixando no ar a questão: “Como aproveitar então o momento para

“Não estávamos habituados a ter turistas”, diz Raul Martins Em jeito de balanço, o presidente da AHP, Raul Martins reforçou que a visão de Paulo Magalhães “é muito importante, porque é a de alguém fora do turismo e isso ajuda-nos a confirmar as nossas interrogações”, relembrando que os portugueses “não estavam habituados a ter turistas: “Se formos ao centro de Londres ou de Paris, o que estão lá são turistas, residentes são poucos. Em termos de hotelaria pensamos que o facto de haver hotéis na Baixa é bom, porque deixou de haver a tal desertificação. Agora não podemos matar a galinha dos ovos de ouro e, portanto, ter

cuidado com o dia a seguir. E se Barcelona tem 35 milhões de turistas e nós temos 5 milhões, não vamos crescer tanto como Barcelona, porque somos mais pequenos, mas percebemos que ainda estamos longe da saturação. As entidades oficiais, as câmaras e o turismo em geral têm de tomar cuidados com o excesso de densificação da construção. Vamos analisar, vamos saber qual é o limite, mas tem de haver algum. Em Barcelona já há dois anos que está limitada a construção dos hotéis no centro histórico, tem de haver equilíbrio.”

posicionar o país de uma vez por todas no lugar que lhe pertence ao lado dos grandes destinos europeus?”. O presidente da AHP aproveitou ainda a ocasião para relembrar as pesadas baixas que se têm registado com os incêndios que lavram na região Centro do País, avançando que a associação já se disponibilizou junto das câmaras municipais para, no âmbito do “nosso programa de solidariedade social cooperativa prestarmos apoio, contando obviamente com a generosidade dos nossos associados e parceiros.” Paulo Magalhães começou a sua intervenção recordando que Portugal se encontra numa boa fase em termos globais, sublinhando acontecimentos como a conquista do título europeu de futebol ou mais recentemente o primeiro lugar no Festival Eurovisão da Canção, a visita do Papa e ainda a saída do défice excessivo. Mas os últimos acontecimentos, nomeadamente os incêndios que se têm registado em Pedrógão Grande e Góis e que ceifaram a vida a mais de 60 pessoas é também uma forma “de nos colocar a todos alguma água na fervura para o entusiasmo excessivo que possamos ter e lembrar-nos desta questão das florestas e dos problemas inerentes que temos vindo a empurrar com a barriga e que podem correr mal”. O jornalista frisa que “tudo isto são ciclos, já passámos por crises económicas e o país endireitou-se e estamos num boom do turismo”, mas que é bom não esquecer que as modas também passam: “É bom que se fale de


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Portugal e que se fale bem, mas o meu receio é que quando houver um mínimo abanão ou aparecerem outros destinos, ou os turistas se esquecerem das ameaças terroristas no norte de África e partirem para lá, que o país, da mesma forma que se deu este boom, o mesmo boom desapareça. É importante termos toda uma máquina estruturada e montada para o caso de correr mal”. “Obviamente que há 40 mil postos de trabalho só no sector do turismo, é muita gente que está dependente deste sector. O turismo em 2016 foi um ano recorde como sabem todos, 9 mil milhões de euros de saldo de receita turística, 54 milhões de dormidas, mais 10% que em 2015, o emprego no turismo a crescer 14,2% em todas as regiões do país, com destaque para os Açores, Porto e Norte e Alentejo. Já este ano de 2017, os dados que tenho são de mais cerca de 17% de hóspedes em relação ao ano anterior, mais 12,4% de receitas turísticas, isto são resultados a que devemos estar atentos, até porque 90% da procura continua a ser no litoral do país, uma sazonalidade que deve ser combatida por vós”, disse ainda, relembrando que neste momento assiste-se a uma falta de qualificação por parte dos trabalhadores na área do turismo. Pese embora o entusiasmo da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, Paulo Magalhães avança que as 12 escolas de hotelaria e turismo existentes em Portugal são insuficientes. A esta crítica, e já no período de esclarecimentos, Luís Alves de Sousa, do Heritage - Gestão e Marketing, S.A., referiu que este problema não se coloca na hotelaria, reforçando que uma das imagens fortes que o país tem é de “uma hotelaria de muita qualidade na relação custo/ benefício pelo menos a nível da Europa”. O assessor para a Comunicação Social da Presidência da República, que deixou mais questões do que soluções, frisou que é muito importante que não “se mate a galinha de os ovos de ouro”, como já se fez em regiões como o Algarve, onde se verificou um crescimento desmesurado. O mesmo deu ainda o exemplo dos Açores e da sua autenticidade enquanto paraíso natural, sublinhando que o crescimento que se tem verificado nos últimos tempos não poder levar a que “todos deixem de criar as vaquinhas e vão servir cafés ou seja, tem de haver autenticidade, porque é por ela que os turistas lá vão”. Outro ponto mencionado por Paulo Magalhães tem também a ver com a chamada “overdose de turistas”, colocando em causa a tão característica hospitalidade dos portugueses: “As pessoas são muito mais sensíveis à descaracterização das cidades, ao aumento do custo de vida por causa do turismo, à estandardização dos bairros históricos, à desertificação das zonas das baixas, do que às vantagens da balança comercial que o dinheiro de os turistas traz ao país”.

comemorativo dos 100 anos da nossa associação surgiu esta ideia no seio da AHP. Porque não aproveitar colchões dos hotéis que já não eram utilizados, tinham de ser substituídos e através da associação doámo-los a instituições de solidariedade e apoio social. Nasceu assim o projeto “Um Colchão, um coração”. E rapidamente ultrapassou as expetativas, porque deixou de ser só colchões e passou a ser equipamento e mobiliário e foi criada uma verdadeira

rede de partilha, com o esforço conjunto, concretizando a verdadeira responsabilidade social corporativa.” Raul Martins avançou ainda que o mesmo programa vai permitir “no rescaldo destes terríveis fogos, que trouxeram tanta desgraça às populações da região centro, apoiar a construção, equipar e mobiliar as casas e instituições de Pedrógão Grande e de mais concelhos para que os meios atingidos possam recuperar a sua qualidade de vida.”

Atribuição dos selos de responsabilidade social de sustentabilidade ambiental A cerimónia contou ainda com a atribuição dos Selos de Responsabilidade Social e Sustentabilidade Ambiental a vários hotéis. Na categoria de Responsabilidade Social subiram ao palco para receber o respetivo selo o Grupo Albói, o Hotel Mundial, o Romainveste - Investimentos Turísticos, o Ritz Four Seasons Hotel Lisboa e o Pestana Hotels Group. Enquanto que na categoria de Sustentabilidade Ambiental foi atribuído o selo ao Grupo Four Views, Pestana Hotel Group, Grupo NAU Hotels & Resorts, Grupo Bensaude, Hotel Baía Cascais, Hotel Holiday Inn Porto Gaia, Hotel Intercontinental Estoril, Hotel Quinta da Marinha Resort, Hotel Rural Vale do Rio, Grupo Porto Bay, Pousada de Condeixa Coimbra, Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort, Skyna Hotel Lisboa, Torre de Gomariz Wine & SPA e Areias do Seixo - Empreendimentos Hoteleiros. Nas duas categorias - Responsabilidade Social e

Sustentabilidade Ambiental – receberam o selo o Grupo ALTIS, Details Hotels & Resorts, DoubleTree by Hilton Lisbon - Fontana Park Hotel, Intercontinental Lisbon, Grupo Stay Hotels, Inspira Santa Marta, Hotel Neya Lisboa Hotel, Hotel Olissippo, Lapa Palace Hotel, Quinta das Lágrimas, Quinta do Moinho de Vento e o Grupo Vila Galé. O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, congratulou os vencedores e também os criadores do Programa de Responsabilidade Social e Ambiental, numa altura de crise em que tiveram a visão solidária de “ajudar outras pessoas”, acrescentando: “Quis o destino que os mesmos que outrora ajudaram estejam a ultrapassar esta crise e a beneficiar deste momento que Portugal e o turismo vivem.” “Há uma malha social que está anonimamente a viver uma revolução pacífica de responsabilidade social, não estando à espera do Estado para agir”, sublinhou.


Hotel do mês

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Casa Baltazar Boutique Hotel S e existem tesouros escondidos na capital portuguesa, este é um deles. Poucos saberão da sua existência e no entanto tem tanto para agradar aos turistas. Chama-se Casa Balthazar Boutique Hotel, tem classificação de cinco estrelas e fica na Rua do Duque, junto ao Largo do Carmo, em Lisboa. Durante anos serviu de residência à família de Balthazar Roiz Castanheiro, fundador da mais antiga e tradicional confeitaria desta cidade, a Confeitaria Nacional, onde existia também a fábrica onde se confecionavam os tão apreciados bolos, entre eles o famoso Bolo-rei ou os pastéis de nata, cujas receitas continuam fechadas a sete chaves no cofre que permanece na Casa Balthazar. Uma propriedade adquirida em agosto de 1882, que durante cinco gerações se manteve intacta. É pelas mãos de um dos herdeiros, Rui Viana, que se transforma então num boutique hotel, estávamos em 2004. Inicialmente apenas com 6 quartos, a Casa Balthazar viria a ampliar as suas instalações e hoje conta já com 17 quartos, figurando entre os cinco melhores estabelecimentos hoteleiros de Lisboa no Tripadvisor. “De início chamaram-me de louco, diziam que o local era improvável e que a estreita rua não ajudaria o negócio. Hoje o conceito poderá vir a ser replicado em Portugal e na

Alemanha”, desvenda Rui Viana, acrescentando: “A Casa Balthazar é isso mesmo, uma casa. Aliás, quando a decidi abrir, era por estar cansado de viajar e de ficar hospedado em hotéis que nada me diziam.” Rui Viana, que até então trabalhara em shipping e trading em empresas americanas de metais e derivados de petróleo, farto de viajar e de pernoitar em hotéis, decide abandonar esta profissão e dedicar-se de corpo e alma ao negócio do seu tetravô em 2002, primeiro remodelando a Confeitaria Nacional, na Praça da Figueira e depois com a deslocação da fábrica da confeitaria para Campo de Ourique, fazendo nascer esta “casa”, como gosta de lhe chamar. Amante confesso de arte, o proprietário decorou a Casa Balthazar com algumas peças de Art Déco, mas também peças que pertenciam à antiga fábrica. Com uma atmosfera intimista e familiar, a decoração é um encontro perfeito entre o moderno e o antigo, onde o charme a elegância são palavras-chave nesta casa datada do século XIX.

O HOTEL Quando entramos na rua onde está instalado nada nos faz antever o que nos espera o interior. Para lá do portão verde entramos num pequeno pátio que nos leva à receção da Casa Balthazar. À nossa frente uma enor-

me sala com paredes de pedra e traves de madeira dão-lhe o ar rústico e acolhedor. No móvel antigo da entrada podemos encontrar algumas peças antigas como uma máquina de escrever ou uma máquina fotográfica, como se estivessem prontas para registar a história de quem ali entra. Sucedem-se mais duas salas, onde os clientes podem e devem confraternizar. A grande lareira e o bar Honesty, que permite aos hóspedes tomarem uma bebida, registando no número do seu quarto o que consumiram são caminho de passagem para alguns dos quartos, mas também para o pátio, onde uma piscina nos espera para uns momentos de diversão ou de descanso. O pequeno jardim interior que alberga a piscina, tem também algumas mesas para saborear uma bebida ou um café, lendo um livro. Por trás, uma escadaria leva-nos a um pequenoterraço, mesmo antes de entrarmos noutra parte da casa. Aqui uma nova sala de estar, onde os quadros e as várias obras de arte adquiridas ao longo dos anos por Rui Viana, durante as suas muitas viagens pelo mundo, dão um ar acolhedor, próprio de um lar.

OS QUARTOS Ao todo são 17, o número de quartos e suites que a Casa Balthazar disponibiliza. Todos diferentes, com decoração própria e


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Hotel do mês

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uma pequena kitchnet que permite fazer um chá ou um café, cama king size com possibilidade de serem duas twin beds, wireless, entre outras facilidades. Pool, Antique Garden Room, Cottage Suite, Calçada I, Calçada II e Calçada III, Lisbon Suite, Duque Garden Suite, Panoramic, Duplex Terrace Suite, Rossio Terrace, Castel Jaccuzzi Terrace I, II e III e Chalet Suite são alguns dos nomes dos quartos que a compõem. Todos com decorações diferentes, que vão do mobiliário mais antigo ao mais moderno, sempre com obras de arte a envolvê-los e vistas que podem ser de interior para o jardim e piscina ou sobre a cidade de Lisboa. De destacar os Castel Jaccuzzi Terrace, que apresentam um terraço com um jaccuzzi onde os hóspedes se podem banhar enquanto observam o Castelo de São Jorge bem diante dos seus olhos. Mas também a Chalet Suite, uma suite espaçosa situada no interior do antigo Chalet Casa Balthazar que permite vivenciar os tempos de então. Se quiser estar deitado na sua cama e ter como paisagem o imponente Castelo de São Jorge, este é o quarto indicado: o Panoramic Terrace, um quarto duplo com um espaçoso terraço privativo, com uma vista sobre a cidade. O pequeno almoço é servido no interior

dos quartos, mas se assim o entenderem podem optar por desfrutá-lo no terraço que dá acesso à piscina. Todos os produtos são provenientes da Confeitaria Nacional. Apesar de não haver serviço de almoço ou jantar, a Casa Balthazar pode providenciar refeições provenientes do Café Buenos Aires. Ainda este ano e segundo Rui Viana será construído um Spa, que estará a funcionar na próxima primavera. Este contará com máquinas de ginástica, sala de massagens, jaccuzzi, entre outras facilidades. Para os próximos meses, o hotel está já com a ocupação a 100% e tem pedidos de reservas para os meses de dezembro (Natal e Passagem de Ano) e também para 2018. Este é um boutique hotel que acolhe hóspedes a partir dos 16 anos. Uma restrição às crianças, que segundo o Rui Viana, permite “uma estadia mais descansada a quem nos visita”. “Os clientes que nos procuram têm idades entre os 40 e 60 anos e são maioritariamente estrangeiros. O mercado nacional penso que ainda não nos descobriu. Temos essencialmente americanos, mas também chineses e de outras nacionalidades. Muitos deles são repetentes, alguns querem experimentar quartos diferentes, mas outros preferem ficar sempre no mesmo e quando

aqui chegam pela primeira vez, dizem sempre que as fotografias no site não fazem jus ao que encontram na realidade, pois é ainda melhor do que esperavam”, diz ainda o proprietário.

CONFEITARIA NACIONAL RIVER CRUISE Os hóspedes da Casa Balthazar podem ainda usufruir do mais recente negócio de Rui Viana: a Confeitaria Nacional River Cruise. Abriu no final do ano passado e mais não é do que uma embarcação que faz passeios regulares no rio Tejo e que incluem almoço e lanche a bordo a bordo. Mas há também sunset parties. De design elegante e interiores confortáveis, o Confeitaria Nacional River Cruise tem capacidade para realizar passeios até 300 passageiros, sendo composto por um salão com vista panorâmica, dois bares e um deck exterior. Um passeio de 90 minutos, com saída no Cais da Princesa à Torre de Belém, onde são servidos os sabores tradicionais portugueses e as receitas centenárias da Confeitaria Nacional, seja ao almoço ou nos lanches, sempre com o olhar atento do Chef e paisagens como o Padrão dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos, Cristo Rei, Terreiro do Paço, Sé de Lisboa e Panteão.


Aviação

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Air China e Summerwind querem captar mercado corporate

A

Air China e a Summerwind apresentaram, no dia 27 de junho, na Fundação Oriente, em Lisboa, perante uma plateia repleta de agentes de viagens e operadores turísticos, algumas das comodidades em viajar com esta companhia aérea chinesa. Uma cerimónia que contou ainda com uma apresentação do presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira. Segundo o diretor geral para o mercado ibérico da Air China, Peter Han, “Portugal é um importante mercado, daí termos escolhido a Summerwind como nosso parceiro para desenvolvermos este mercado português”. O mesmo responsável avançou que em 2016, a Air China transportou cerca de 11 mil passageiros portugueses para a China, principalmente via Espanha e Alemanha, registando assim um crescimento de 15% quando comparado com o mesmo período em 2015. Para este ano, Peter Han acredita que haverá também um aumento que poderá chegar “aos 20 ou 25%, mas ainda é cedo para avançarmos com um número final”. Frisando que esta sexta-feira, 30 de junho, “alteramos a saída do voo de Madrid/Beijing para permitir mais conexões aos passageiros portugueses”. Questionado sobre a possibilidade de um voo direto entre Portugal e China, o diretor geral refere que este é um assunto que tem vindo a ser “discutido e ponderado, mas

que a companhia tem de perceber se é um negócio lucrativo, até lá não há grandes novidades a anunciar”. Já para João Moreira Baptista, GSA Sales Manager da Summerwind, este encontro

“Portugal” já voa “P

ortugal” é assim que se chama o novo Airbus A330-300 da companhia aérea portuguesa TAP que, no final de junho, rasgou os céus portugueses num percurso que o levou de Lisboa ao Porto, regressando de novo à capital para sobrevoar Cascais e a Ponte 25 de Abril, com uma passagem baixa na pista, antes de aterrar no Aeroporto Humberto Delgado. Esta é, pois, uma homenagem a Portugal e aos portugueses feita pela TAP e que irá promover o país além-fronteiras, com voos comerciais de longo curso, da América do Norte à América do Sul, passando por África. A primeira aeronave da TAP a exibir uma pintura “retro”, batizada de “Portugal” é um tributo da TAP à sua já longa história, que

é também a história do País. Hoje como outrora, a TAP cruza os céus em nome de Portugal e dos Portugueses, já lá vão 72 anos. A pintura do novo avião “Portugal” faz parte de um conjunto de ações programadas pela companhia para celebrar essa ligação histórica e indissociável entre a TAP e Portugal. Quem voou nas décadas de 50, 60 e 70 vai emocionar-se ao recordar estas cores antigas. E quem nunca voou, também. É um ícone a que é impossível ficar indiferente.

O avião O “Portugal” é um dos três Airbus A330-300 que a TAP recebe este verão e que contribuem para o aumento de capacidade da companhia face à abertura de novas rotas, nomeadamente a rota de longo curso para o

com os agentes de viagens e operadores surge no âmbito da estratégia traçada pelos mesmos, em divulgar todas as facilidades e regalias da Air China, principalmente junto do mercado corporate, onde segundo o


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Aviação

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mesmo “ainda há um problema de preconceito em colocar um diretivo de uma empresa num voo da Air China”. “Para o mercado corporate, o facto de ser uma companhia praticamente desconhecida, não lhes dá a noção da qualidade do serviço Air China. Posso adiantar que a Air China, apesar de ser pouco conhecida em Portugal, é uma das maiores companhias aéreas do mundo, só ultrapassada por companhias americanas como a Delta Airlines. Nós temos 668 aviões com uma idade média de aparelho de 6 anos, ou seja, é uma frota muito recente. Uma parte da frota é constituída por 428 aviões wide-body, que permitem travessias intercontinentais”, explica o mesmo responsável. Criada em 1988, a Air China integra a Star Alliance desde 2007 e conta com 7700 voos e 1,47 milhões de assentos semanais. São 382 rotas próprias para 103 destinos internacionais, 16 regionais e 263 domésticos, com hubs em Beijing, Shangai, Chengdu e Shenzhen. João Moreira Baptista recordou ainda os acordos de SPA e code-share com companhias aéreas como a TAP, Iberia, Air Europa, Swiss, LATAM, Air France, KLM, British Airways e recentemente um acordo de joint-venture com a Lufthansa: “Ou seja, desde o mês passado, as políticas da Air China são exatamente iguais à da Lufthansa e vice-versa.”

Questionado sobre os objetivos da Air China no mercado português, o GSA Sales Manager da Summerwind avança que “este ano não será de avaliação, porque esta apresentação surge a meio do ano, mas a expetativa é de começar a fazer um trabalho preliminar de contactos, que já os temos, por exemplo já existem acordos feitos com algumas redes de agências de viagens para começar a abrir essas portas. Não vai ser difícil, o facto de nos últimos anos ter havido um investimento maciço de capital chinês em empresas portuguesas também permite essa política de proximidade. E depois escolheremos uma estratégia de ação mais específica para 2018, já com acordos mais alargados com outras redes e outros parceiros”. João Moreira Baptista frisou ainda que a realização do Congresso da APAVT este ano em Macau, entre 23 e 27 de novembro, traz também boas perspetivas para a Air China, que segundo o mesmo terá “uma tarifa especial para que possam usufruir das delegações da Air China”. O fator segurança foi também realçado pelo mesmo, avançando que os voos da Air China levam a bordo quatro pilotos, na eventualidade de haver algum problema e atestam o avião para mais duas ou três horas de autonomia, caso aconteça alguma intempérie que os obrigue a uma mudança de rota.

Canadá (Toronto), inaugurada a 10 de junho. Com a matrícula CS-TOV, tem capacidade para 285 passageiros e ostenta a imagem corporativa da TAP utilizada entre os anos 50 e 70. É recriada, de forma fiel, a tipografia ‘Transportes Aéreos Portugueses’ e o logotipo da companhia na época, popularmente conhecido como “Passarola”. Este é o segundo avião da TAP a receber o nome do País. O primeiro a chamar-se “Portugal” foi um Boeing 747-200, recebido pela TAP em fevereiro de 1972. A imagem clássica escolhida para este avião “retro”, a mais emblemática antiga identidade corporativa da companhia, foi utilizada pela primeira vez no avião Lockheed Super Constellation, recebido pela TAP em julho de 1955, tendo o Boeing 727-200 sido o último a exibi-la.

AEGEAN eleita Melhor Companhia Aérea Regional da Europa Pelo sétimo ano consecutivo a companhia aérea grega Aegean foi votada nos Skytrax World Airline Awards, os Óscares da indústria aviação, como a “Melhor Companhia Aérea Regional da Europa”, sendo a oitava vez em nove anos que recebe esta distinção por parte dos passageiros. Ao receber este prémio numa cerimónia que aconteceu durante o Paris Air Show, Dimitris Gerogiannis, CEO da Aegean afirmaria que “ao receber pelo sétimo ano consecutivo esta distinção demonstramos, através de uma instituição internacional de valor reconhecido, que uma empresa grega pode destacar-se entre 325 companhias aéreas pela sua qualidade e eficiência”, afirmando ainda que “esta distinção ganha cada vez mais valor pois vem diretamente dos passageiros que confiam em nós todos os dias e reconhecem a abordagem centrada no cliente por parte da nossa equipe e o esforço que colocamos em cada dia para melhorar os nossos serviços.” Os World Airline Awards são geridos pela organização internacional de rating de transporte aéreo Skytrax Research de Londres, tendo participado nesta votação, que decorreu de agosto de 2016 a maio de 2017 mais de 19 milhões de passageiros de 105 nacionalidades e coberto cerca de 325 companhias aéreas internacionais e regionais.

Binter reforça ligações entre Portugal e as Canárias A Binter, companhia aérea das Canárias, irá passar a realizar voos diários entre o Funchal e Las Palmas a partir de 1 de Julho, reforçando a partir de 3 de Julho e até 29 de Setembro as ligações entre o Funchal e Tenerife que passarão a ser três vezes por semana. No que diz respeito à rota entre Lisboa e a Gran Canária e até 16 de Setembro mantem-se as três frequências semanais, com saída de Lisboa às quintas, sábados e domingos, às 20h, e no sentido inverso pelas 17h, voos realizados por um CRJ-1000.


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Saïdia

Muito mais que o Mediterrâneo P

artimos no início de junho à descoberta de Saïdia, zona oriental de Marrocos, que faz fronteira com a Argélia e é banhada pelas águas do Mediterrâneo. A convite do operador turístico Solférias e do Turismo de Marrocos ficámos alojados no resort com classificação de cinco estrelas, Be Live Collection Saïdia, durante uma semana e com muito para fazer. À hora marcada lá estávamos nós, o grupo de jornalistas, assim como as representantes da Solférias e do Turismo de Marrocos, Vanda Teixeira e Sílvia Lopes, respetivamente. No balcão de check-in do aeroporto de Lisboa estávamos preparados para partir no charter da White Privillege com destino a Oudja. Esperavanos 1h10 de viagem e uma fila de portugueses que partiam como nós para um programa de 8 dias/7 noites naquele destino de praia. Chegados ao aeroporto internacional de Oudja, que dista a 60 quilómetros do nosso destino final, Saïdia, espera-nos um transfer e o nosso guia, o Che – uma verdadeira personagem que nos reporta a Cuba e ao seu conhecido líder Che Guevara. São uns 40 minutos de viagem até chegarmos ao resort Be Live, um hotel com

classificação de cinco estrelas, que conta com 488 quartos, 30 deles suites. À chegada dos clientes espera-os um ritual de chá de menta ao ritmo da música e dos movimentos de meia dúzia de animadores do empreendimento turístico. Um quadro que nos promete uma estadia animada. Pelo caminho ficámos a conhecer um pouco mais sobre esta cidade, que em dez anos viu o seu número de habitantes crescer de 1500 para os atuais 75 mil durante os meses de verão. Zona balnear por excelência, Saïdia tem vindo a apostar na construção de residências e de infraestruturas, como a marina, o campo de golfe, dois novos hotéis Meliá (Garden e Beach), um centro de interpretação ou ainda o futuro Aquapark que abre portas no próximo mês de agosto, para dar resposta a uma procura cada vez maior por parte dos turistas que ali se deslocam. Comprar uma vivenda, com piscina e garagem, por 58 mil euros pode ser também uma das opções para quem quer ter uma casa à beira-mar. Ao todo são 14 quilómetros de praia de areias brancas e finas. O mar Mediterrâneo convida a banhos ou não fossem as suas águas

suficientemente quentes para não arredar pé. Um passeio de dromedário (100 dirhams = 10 euros) pela praia, que tivemos oportunidade de experimentar, ou a cavalo, andar de barco ou em catamarã, fazer jetski, andar de bicicleta no longo calçadão ou simplesmente caminhar, são algumas das muitas opções. Apesar de nos termos deslocado em mês de Ramadão, o mesmo significa dizer que entre as 3h30 da manhã e as 19h30 os marroquinos não comem e não bebem, daí que muitos estabelecimentos se encontrassem encerrados, principalmente na zona da marina, onde se concentra a maior parte dos restaurantes, foi possível fazer todo o tipo de atividades.

Be Live Collection Saïdia Com uma capacidade para acolher 1200 hóspedes, o resort Be Live Saïdia divide-se em três blocos com 488 quartos, com vista mar, piscina ou terra. As suites são 30 e enormes, com uma sala de estar com televisão e minibar, casa de banho dividida por vários compartimentos, com banheira jacuzzi, quarto com cama de casal e televisão, num estilo clássico, onde imperam os castanhos. No exterior, a extensa varanda dista


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No hotel tem ainda a possibilidade de alugar bicicletas ou de marcar uma excursão com um dos operadores presentes, por exemplo a Fez. São 80 euros por pessoa.

Por falar em Fez, essa cidade imperial

a poucos metros da praia, pelo que é possível acordar com uma das mais belas vistas: o mar. E ao final do dia assistir de bancada ao belíssimo pôr do sol. Destaque ainda para as suites familiares, cujos quartos comunicantes proporcionam um olhar mais atento a quem tem crianças. Também os quartos standards, espaçosos, permitem uma estadia agradável neste resort, cuja lotação já se encontrava a 70% quando lá estivemos. Portugueses, espanhóis e checoslovacos são os principais mercados deste empreendimento para este verão. Existem quatro piscinas ao todo, que permitem que pequenos e graúdos confraternizem no mesmo espaço. Se estiver de frente para a praia e gostar de mais sossego, sugerimos-lhe o bloco 3, do lado direito. Do lado esquerdo, a música e as atividades balneares são uma constante, pelo que vá de espírito aberto e já que está de férias entre no ritmo. Na receção vai encontrar ainda dois bares: o Lobby Bar aberto das 10h às 23h30 e o Bar Marroquino aberto das 15h às 22 horas. E ainda uma área com o serviço Be Unique, que através do pagamento de um determinado valor lhe permite ter acesso a algumas bebidas premium. Espaço ainda para a sala de conferências com capacidade para 150 pessoas e uma loja com artesanato da região. No exterior da receção, o Be Live disponibiliza o Restaurante Buffet Safran com capacidade para 600 pessoas, aqui encontra uma variedade de produtos alimentares, desde sumos a frutas, iogurtes, cereais, os tradicionais ovos mexidos ou fritos, pão, croissants e bolos sortidos e ainda uma espécie de panquecas marroquinas Msemen semoule, feitas com sêmola de milho

(de comer e chorar por mais). Os almoços e jantares são temáticos, nós tivemos comida italiana, espanhola, marroquina e até sardinhas assadas comemos, sempre acompanhada pelo vinho marroquino Kasbah Prestige. Este espaço está aberto entre as 7h00 e as 10h00 para pequeno almoço, das 13h00 às 15h00 almoço e das 19h00 às 22h00 jantar. Para aqueles que gostam de dormir um pouco mais de manhã, não se preocupem, pois, existem dois Snacks bares junto às piscinas (Blanc e Blue), abertos das 10h30 às 12h00 para pequenos almoços tardios, snacks e lanches até às 18 horas. Tempo ainda para experimentarmos os restaurantes temáticos Ksar Asni com cozinha marroquina e o La Serine cozinha mediterrânica, ambos encabeçados pelo Chef Executivo Youndi Mohammed. Depois das refeições, nada como uma bebida e um “pezinho de dança” no Sport Bar, aberto das 18h00 às 05h00 da madrugada. Ao som do DJ de serviço vários são os estilos musicais que o vão entreter, com direito a coreografia ao sabor dos animadores do Be Live Collection Saïdia. Para quem gosta de assistir a espetáculos pode ainda optar pelo Teatro, um espaço extenso, com mesas e cadeiras que permite aos hóspedes passarem alguns momentos de descontração. E por falar em descontração, o resort disponibiliza ainda um Spa, com ginásio, hamman, circuito de piscinas e massagens. Os preços são variados e um serviço à parte. Nós experimentámos uma massagem de relaxamento baySpa Océanique, de 30 minutos, que nos custou 400 dirahms. Excelente.

Para quem gosta de explorar mais sobre o país onde se encontra tem outros pontos de interesse não muito distantes de Saïdia. A quatro horas de viagem está Fez. Foi capital de Marrocos por três vezes, nos séculos IX, XIV e XVII, esta cidade classificada como Património da Humanidade pela Unesco. Aqui podemos percorrer as 9 mil ruelas que constituem a imensa Medina que se estende por 350 hectares e 14 mil edifícios, muitos deles verdadeiros monumentos que têm vindo a ser sujeitos a um programa de reabilitação há uns anos a esta parte. A azáfama própria de um imenso mercado, com bancos, farmácias, escolas, entre outros serviços, transporta-nos à realidade quotidiana do povo marroquino. Por ali apenas pessoas e burros se passeiam pelas estreitas ruas, com lojas de todas as variedades. É impossível ficar indiferente perante as cores vivas que nos saltam à vista a cada esquina ou os cheiros tão característicos. Os frutos secos, os curtumes, os fundidores, os tecidos, as pratas, tudo faz da Medina lugar obrigatório de visita. De preferência recorra a um guia para o conduzir nesta viagem, mas é possível aventurar-se sozinho até porque foram criadas seis rotas individuais que permitem uma visita que termina sempre junto de uma praça de táxis. Dividida em três partes importantes: a Medina construída no século IX conta com 24 quilómetros de muralhas históricas, próprias de quem defende o seu povo de eventuais perseguidores; o Palácio Real e Bairro Judaico com forte presença da arquitetura andaluza e ainda o Protetorado Francês. É em Fez que encontra

Saïdia é principal destino de portugueses em Marrocos Segundo o Turismo de Marrocos, que nos acompanhou nesta viagem através da sua representante Sílvia Lopes, Saïdia é neste momento o destino número de portugueses em Marrocos, seguido de Marraquexe. Estão previstos 17 mil turistas portugueses este ano em Saïdia, bem mais que os 8 mil registados em 2016. Um número que vem no seguimento do aumento de operações da Solférias para este destino, com dois charters provenientes do Porto (sábados e domingo) e um terceiro de Lisboa (sábados). O programa é de 8 dias/7noites, com preços desde os 626€ por pessoa.


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também a Universidade Quaraouiyine, a primeira do país e uma das mais antigas que acolhia vários jovens provenientes de muitos pontos de Marrocos e não só. Dentro da Medina encontra ainda várias Madrassas, algumas delas albergavam os jovens estudantes que ali dormiam e estudavam. Pelo menos cinco delas foram submetidas recentemente a um trabalho de recuperação, que vai permitir serem novamente utilizadas, quer por estudantes quer por artesãs. A ideia, segundo Rachida Bami, que nos acompanhou na nossa visita a Fez, é atrair cada vez mais turistas, mas também criar condições para que os jovens marroquinos permaneçam por estas paragens. Um trabalho que vai continuar a ser feito até 2018. Apesar da excursão proposta no hotel Be Live Collection Saïdia ser apenas de um dia, com saída às 5h30 e regresso às 23 horas, nós pernoitámos em Fez no Palais Medina & Spa, com classificação de cinco estrelas, para regressar-

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mos uma vez mais à Medina e ao exterior da mesma para termos uma noção da grandiosidade desta cidade.

De regresso a Saïdia, visita ao vale do Zegzel De volta a Saïdia, as visitas continuaram no dia seguinte, desta vez em direção à Foz do rio Moulouya, uma zona protegida, onde para além do Centro de Interpretação que em breve abrirá portas, acolhendo crianças de todas as idades para com elas descobrirem novos ecossistemas, haverá ainda a possibilidade de fazer alguns trilhos pedestres e observar aves como os flamingos, patos e espécies raras. Um percurso com duração de uma hora que tem qualquer coisa como 600 espécies de vegetação diferente. Caminhando em direção a Berkan, terra de laranjas e clementinas, é possível ver extensos terrenos repletos destas plantações, assim

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como de batatas e um Pólo Agrícola construído para a produção de queijo, batatas fritas, entre outros produtos. Ali há ainda um Centro de Conferências com capacidade para 1200 pessoas. Em Berkane tudo, ou quase tudo é cor de laranja e o símbolo da cidade é uma enorme laranja metálica. Nem os táxis escapam a esta cor, numa cidade com 150 mil habitantes, muitos deles agricultores e emigrantes. Para além das laranjas, as nêsperas são também presença constante estrada fora, de tal forma que três quartos da produção deste fruto em Marrocos provém desta zona. E começamos a subir a montanha em direção às grutas do Camelo e dos Pigeons. Em baixo, o extenso vale do Zegzel repleto de laranjeiras, nespereiras e louro cor de rosa até perder de vista. À nossa frente fica o Monte Beni Snassen e a sua Gruta do Camelo, que tivemos oportunidade de visitar. Durante 30 anos este local permaneceu fechado por causa dos conflitos entre várias entidades, até que durante o protetorado francês foi redescoberto. Neste momento e depois de algumas obras de infraestruturas a gruta espera por um patrocinador que queira pegar no projeto e abri-lo ao público. Imponente é a única palavra que nos ocorre para descrevê-la, numa descida “não aos infernos”, mas a salas e salas de uma imensidão tal, esculpidas pela água e pelo tempo. Dois palcos para acolher concertos e teatro estão também projetados, haja vontade de abrir o espaço ao público. Hamadaoui é o guardião deste templo e é na casa de um seu familiar que vamos almoçar. Uma típica casa bem no meio da aldeia, que amavelmente nos abre as portas para nos servir no seu quintal, uma salada de pepinos, tomate e azeitonas, uma tagine de carne de borrego e fruta, adivinhem qual? Nêsperas, as últimas da estação. No final, o tradicional chá de menta. E um bem-haja por tão delicioso repasto. Este almoço, é aliás possível, quando requisitado pelos turistas e tem o custo de 10 a 15 euros por pessoa. Vale a pena experimentar esta autenticidade local. Tempo de partir, porque ainda há mais para ver. Em direção Tafoughalt, pequena aldeia pitoresca, nova paragem, desta vez para visitar o pequeno souk e comprar alguns “souvenirs”. Há quem trouxesse tagines, mel e até harissa (uma especiaria picante muito utilizada na confeção de pratos marroquinos). Está na hora de regressar ao resort Be Live Collection Saïdia, mas antes, uma última paragem no Club Yassmin, o centro equestre onde é possível fazer passeios a cavalo durante uma hora pelos campos circundantes ou então simplesmente no picadeiro. De novo no “nosso” hotel, nada como terminar o dia com um mergulho na praia de Saïdia, que pelo quinto ano consecutivo ganha a bandeira azul. Por Sandra Martins Pereira



Cascade Wellness & Lifestyle Resort com novo diretor geral

Pedro Garcia e Costa assume Direção de Marketing e Vendas do Holiday Inn Porto Gaia

Fernando Horta é o novo Diretor Geral do Cascade Wellness & Lifestyle Resort, após um percurso sólido na Starwood Hotels & Resorts. Após 29 anos de experiência em hotelaria. Com uma licenciatura em Engenharia e um MBA em Gestão Hoteleira, iniciou o seu percurso em hotelaria em 1988 passando por cadeias como Le Meridien, Sheraton e Westin, atingindo a posição de Diretor de Engenharia da Starwood Hotels & Resorts para Espanha e Portugal. Em 2005, assumiu pela primeira vez as funções de Diretor Geral no The Lake Spa Resort, em Vilamoura seguindo-se um percurso internacional em vários mercados e unidades hoteleiras como o Epic Sana em Luanda, St. Regis Saadyiat Island Resort em Abu Dhabi, Le Meridien Douala nos Camarões e Le Meridien N’Fis em Marrocos. Motivado e com vontade de fazer crescer ainda mais a propriedade, Fernando Horta realça que “É com enorme sentido de responsabilidade que aceitei este desafio. Integrar uma equipa como a do Cascade Wellness & Lifestyle Resort e poder trabalhar

Pedro Garcia e Costa é o novo diretor de Marketing e Vendas do hotel Holiday Inn Porto Gaia, situado em Vila Nova de Gaia. Com responsabilidade de dirigir e coordenar toda a equipa de vendas deste hotel, Pedro Garcia e Costa propõe-se manter a tendência de crescimento da unidade, nomeadamente no segmento MICE Internacional. Com uma vasta experiência no sector hoteleiro, Pedro Garcia e Costa ingressa no Holiday Inn Porto Gaia após ter passado pelo grupo angolano Skyna Hotels, onde assumiu funções como Diretor Comercial, e pelo Mangais Golf Resort, onde foi responsável do Departamento de Marketing & Vendas. Somam-se a estas as funções desempenhadas no grupo Vila Galé, como gestor de

num projeto como este, um dos melhores resorts do país e numa cidade com as potencialidades de Lagos, é inspirador. Tenho uma visão bastante clara do caminho que iremos trilhar, com o cliente e os standards de serviço sempre no centro dessa estratégia. E claro, permitindo aos nossos hóspedes viver experiências autênticas e memoráveis e à propriedade continuar a dinâmica de crescimento sólido que tem vindo a registarse, explorando todo o seu potencial actual e futuro.”

Safety video da TAP premiado internacionalmente A TAP foi reconhecida internacionalmente pelo seu novo safety video, classificando-se em segundo lugar na categoria Tourism Companies do “International Istanbul Tourism Film Festival”, que decorreu em Istambul, na Turquia. “The Journey”, o vídeo no qual a TAP explica as regras de segurança a bordo dos seus aviões, é o primeiro da Companhia com uma imagem e narrativa marcadamente retro. Filmado na íntegra no Museu do Ar, em Sintra, e lançado a 14 de março deste ano, o dia de aniversário da TAP, este safety video contou com a participação de oito tripulantes da Companhia, que vestiram várias das fardas icónicas na história da TAP. Para além da indumentária, foram vários os elementos patentes no Museu do Ar utilizados nesta produção. De malas vintage a mobiliário antigo, passando por um veículo “Follow Me” da década de 60 e pelo CS-TDE, uma réplica do primeiro DC-3 Dakota adquirido pela TAP, tudo

neste vídeo é de origem. Desde o seu lançamento, este safety video da TAP já foi também reconhecido no “Terres Cataluya - International Eco & Tourism Film Festival”, em Espanha, onde foi escolhido para integrar a seleção oficial do certame, arrecadou o prémio de melhor filme web, atribuído pelo site australiano “Best Ads on TV”, na semana passada, e ainda fez parte da shortlist dos Prémios Lusófonos da Criatividade. Está também nomeado para os prémios do Zagreb International Tourism Festival.

mercado, responsável pelos mercados do Reino Unido, Irlanda e Escandinávia, e no La Varzea Polo & Golf Resort, onde assumiu o cargo de Sales Manager. Licenciado em Engenharia Informática e de Computadores, pelo ISEL, Pedro Garcia e Costa especializa-se no sector com a obtenção da Certificação em “Global Hospitality Management” pela School of Hotel Administration, da Cornell University (Nova Iorque, EUA) e atualmente frequenta o Master in Hospitality Management: Focus on Hospitality Marketing and Hotel Revenue na mesma instituição. De referir que a excelência profissional de Pedro Garcia e Costa foi recentemente reconhecida nos Prémios “Excelência em Hotelaria 2016”, da Associação dos Directores de Hotéis de Portugal (ADHP), ao integrar a seleta lista de finalistas na categoria “Melhor Director Comercial, Marketing e Vendas”.


COM PATROCíNIO

Bela Vista Hotel & SPA nomeia Teresa Frazão como assistant general-manager

Luís Monteiro novo diretor geral do Altis Grand Hotel e Altis Suites Luís Monteiro é o novo Diretor Geral do Altis Grand Hotel e Altis Suites, unidades do Grupo Altis Hotels localizadas na Rua Castilho. Iniciou a sua carreira no Hotel Le Meridien, tendo passado por diferentes áreas em unidades Hoteleiras em Lisboa e no Algarve, até ser nomeado Diretor do Grande Real Villa Itália em Cascais e Diretor Geral do Hotel Real Palácio em Lisboa. No final de 2015 foi nomeado Diretor Geral de Hotel do Marriott Praia D’El Rey Golf & Resort, em Óbidos. Com uma experiência de 30 anos no sector da Hotelaria, desempenha funções de Gestão há mais de 15 anos. Luís Monteiro tem uma Pós-Graduação em Direção Hoteleira da ADHP e frequentou diversos Programas para Profissionais na Universidade de Cornell. Nas palavras de Luis Monteiro “é um enorme desafio de fazer parte da equipa dos Altis Hotels e em particular do Altis Grand, a unidade de referência do Grupo que tem uma historia e identidade única que é representativo da assinatura do grupo “Alma de Lisboa”. Existe uma forte aposta a nível da qualidade do serviço prestado ao cliente, refletindo a essência de um grupo familiar que é reconhecido pela sua gestão profissional, pela singularidade das suas unidades e pela atitude dos seus colaboradores na identidade da alma Lisboeta. Perante os novos desafios da nossa indústria, é muito gratificante fazer parte de um grupo que desde a sua fundação sempre inovou, adaptou e consegue fazer face às novas tendências e expectativas dos seus clientes.”

europcar.pt

Licenciada em Comunicação Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e com uma Pós-Graduação em Marketing Management pelo INDEG/ISCTE, Ana Rita Carvalho é a nova gestora de marketing do Grupo Travelstore. Ana Rita Carvalho, de 31 anos, começou o seu percurso profissional na agência criativa Arc Worlwide (Grupo Publicis) como Gestora de Conta. Em 2011, assume a função de Client Solutions Manager do Grupo Travelstore, ficando responsável pela coordenação e supervisão de grandes clientes. Em Maio de 2017 aceita o desafio para gerir o marketing do Grupo Travelstore assumindo a responsabilidade de definir e implementar a estratégia de marketing para as várias unidades de negócio do grupo. O Grupo Travelstore, liderado por Frédéric Frère, integra a Travelstore American Express GBT, a maior agência de viagens empresariais em Portugal, bem como a

Allways, especializada no segmento de viagens de lazer de luxo, a Emotionstore meetings and events, especializada no segmento MI (meetings industry) e a Lab pharma events engineering, especializada no serviço de eventos e viagens para a indústria farmacêutica. Fundado em 2000, o grupo Travelstore tem hoje escritórios em Lisboa, Alger, Luanda e Maputo.

Equipa Santa Luzia ArtHotel reforçada com Francisco Coelho O Santa Luzia ArtHotel anunciou a nomeação do seu novo Diretor de Food & Beverage, Francisco Coelho, que integra a equipa da mais recente e moderna unidade hoteleira de Guimarães. Formado em Gestão Hoteleira pela Escola de

Hotelaria e Turismo do Porto e pós graduado em Direção Hoteleira pelo ISAG, em Vila do Conde, Francisco Coelho traz consigo a experiência necessária para assumir este cargo, tendo já desempenhado funções no Grupo Pestana, Douro Azul e Pousada do Freixo.


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viajar 2017 / juL/AGO

Grupo Hoti Hotéis investe na aquisição de duas novas unidades O Grupo Hoti Hotéis aproveita o atual momento do mercadO para fazer investimentos seletivos, destacando-se as recentes aquisições de duas novas unidades hoteleiras, no montante superior a 25 milhões de euros, uma no Funchal, que passará a ser a segunda unidade naquela cidade, e outra em Castelo Branco, já gerida pelo grupo sob a marca Tryp Hotels. O Golden Residence, hotel de 4 estrelas com 173 unidades de alojamento, localizado na zona nobre do Funchal, pertencia ao Fundo ECS, foi agora adquirido pelo Hoti Hotéis para reforçar a oferta do Grupo na Madeira. Este é o primeiro negócio deste fundo com um grupo Português. No cimo de uma falésia imponente e com deslumbrantes vistas panorâmicas sobre o mar, o Golden Residence Hotel possui um design moderno, piscina exterior, SPA e amplas áreas públicas. Por outro lado, o Tryp Colina do Castelo, localizado em Castelo Branco, é um hotel de quatro estrelas com 103 quartos, com piscina interior, jacúzi, sauna, banho turco, courts de ténis e de squash, pertencia a uma família tradicional da

região. Com esta aquisição a cadeia hoteleira juntou à gestão do Tryp Colina do Castelo, já desenvolvida desde a sua inauguração, a propriedade e exploração desta unidade. Estes dois investimentos integram-se na estratégia de crescimento do Grupo no mercado nacional, que desde

o início do ano investiu mais 12 milhões de Euros na reforma do hotel Tryp Lisboa Caparica Mar - ex. Hotel da Caparica - e na abertura do novo Hotel Star Inn no Aeroporto de Lisboa (3*), totalizando assim 37 milhões de Euros. Ainda durante o corrente ano, está prevista a abertura de

uma nova unidade hoteleira do Grupo, em Maputo, que será a primeira unidade em Moçambique e um primeiro investimento no montante de 16 milhões de Euros. Trata-se de um hotel de quatro estrelas, localizado na Baixa da cidade, com 173 quartos, salas de reuniões, restaurante, bar, ginásio e parking.

Alto Astral, Ego Travel, Exoticoonline e Solférias com 4 voos para o réveillon no Brasil À semelhança dos anos anteriores, os operadores turísticos Alto Astral, Ego Travel, Exoticoonline e Solférias voltam a juntar-se para lançar uma operação especial de réveillon em Portugal e no Brasil. Esta operação em Portugal para os destinos Brasileiros será promovida e da total responsabilidade dos operadores turísticos Ego Travel, Exoticoonline e Solférias. Após, no ano passado, os operadores terem registado grande sucesso com o primeiro charter conjunto à partida do Porto, este ano os operadores apostam no reforço desta operação no norte do País, duplicando a sua oferta com saída da Cidade Invicta. Esta operação de Réveillon terá, assim, dois voos do Porto e dois voos de Lisboa, com destino às cidades de Salvador da Bahia, Fortaleza e Recife. Todas as 4 operações serão efetuadas em aparelho A-340 da Hifly com capacidade para 265 lugares (dos quais 211 em classe económica, 42 em classe executiva e 12 First Class). Estas operações terão datas de partida a 26 e 27 de dezembro. No Brasil, estas operações estão ser comercializadas pela Alto Astral em parceria com Lusanova e outros parceiros locais nas cidades de Fortaleza, Maceió, Natal, Recife e Salvador da Bahia.

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