Apostila de Ética e Sustentabilidade Empresarial
Prof. Samuel S. Santos Viana FACULDADE FLAMINGO 2015
DISCIPLINA:
Ética e Sustentabilidade Empresarial
CH presencial
40
Auto aprend
-
CH total
40
CH h/a 48
EMENTA: Apresentação a partir de autores contemporâneos as análises que gravitam em torno da globalização e seus impactos no mundo do trabalho, emprego e desemprego, na ética profissional (resolução de problemas) e na sustentabilidade. Compreensão do papel dos movimentos sociais na inclusão social, no exercício da cidadania e dos direitos humanos. Interpretação de conteúdos acadêmicos sob uma visão crítica em questões étnicas de grupos indígenas e afrodescendentes, com o fito de construir alternativas sócio-laborais com trabalho decente e justiça social. Discussão sobre a importância da educação, do meio ambiente, da cultura, da responsabilidade social e das novas tecnologias nas organizações. OBJETIVOS: Formar o aluno com sólidos conceitos humanistas e de ética profissional, aplicando-os nas situações do contexto no qual estará inserido. Discutir sobre a importância que a educação e as novas tecnologias têm para erradicar os preconceitos e discriminações étnicas, de gênero, sexual, bem como para a inclusão social no mundo do trabalho, sobremaneira, nas organizações COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES:
Apresentar os principais fenômenos éticos e sociais da atualidade e abordar seus impactos no mundo moderno. Desenvolver no aluno a capacidade de raciocínio crítico e analítico, com exercício da cidadania, em relação aos problemas da realidade social, entre outros, dos imigrantes, dos sem-terra, dos indígenas, dos quilombolas e dos afro-descendentes. Discutir questões referentes aos movimentos sociais, ao meio ambiente, a ética, a cidadania e a justiça social. Abordar o fenômeno da globalização e o impacto sobre o individuo moderno, com foco no trabalho, meio ambiente, multiculturalismo e afirmações de identidades culturais. Interpretar as questões relacionadas à ética nas organizações e a sustentabilidade. Identificar o processo de reconhecimento do profissional da área e sua postura perante a ética. Contextualizar a educação corporativa nas organizações. Discutir a responsabilidade social na sociedade e nas organizações. Contextualizar a importância das tecnologias de informação e comunicação nas organizações. Contextualizar as redes sociais como uma discussão atual e contemporânea nas organizações – discutir essa abordagem pela visão ética e social.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS: A diversidade cultural e as culturas híbridas no Brasil: o negro, o europeu, o índio; o multiculturalismo. Estatísticas brasileiras sobre a pobreza, exclusão social e digital. A imbricação entre tecnologia e ciência: os desafios éticos e sociais de um novo saber. A globalização, movimentos sociais, meio ambiente, cidadania e direitos humanos.
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O campo da ética profissional. O profissional de mercado em um mundo globalizado. A educação corporativa nas organizações e a justiça social. A responsabilidade social nas organizações. A globalização e os estudos sobre sua decorrência. Uma visão sobre a governança corporativa. Gestão do conhecimento nas organizações. A importância das tecnologias de informação e comunicação nas organizações. As redes sociais como uma discussão atual e contemporânea nas organizações – discutir essa abordagem pela visão ética e social CONTEUDOS PRÉ-REQUISITOS
Leitura e interpretação de textos, redação BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1
MOREIRA, Joaquim Manhães. Ética Empresarial no Brasil. São Paulo Editora Thompson, 2002
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VÁSQUEZ, A.S. Ética. São Paulo: Editora Civilização Brasileira, 2003.
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GUEVARA, A. J. H., Rodrigues, Monica Cairrão, SILVA, J. U., ROSINI, A.M. Consciência e Desenvolvimento Sustentável nas Organizações. Rio de Janeiro : Campus, 2008, v.1. p.256.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 4
POBLACION, Dinah.. Redes Sociais e Colaborativas. São Paulo: Angellara, 2009, 660 p.
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1. GUEVARA, A. J. H., ROSINI, Calado, Luiz Roberto, Rodrigues, Monica Cairrão, SILVA, J. U. Educação para a Era da Sustentabilidade. São Paulo : Saint Paul, 2011, v.1000. p.232.
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ALMEIDA, Antonio Alves de. Sociologia III – Curso Técnico em Pesca e Aquicultura Núcleo Comum – ProEJA. Instituto Federal Paraná/ Ministério da Educação. Curitiba–PR, 2012 PERIÓDICOS Revista de Administração USP. http://www.rausp.usp.br/ RIT – Revista Inovação http://www.faculdadeflamingo.com.br/ojs/index.php/rit
Tecnológica
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IBICT. http://www.ibict.br/ PORTAL http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
CAPES:
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Prof. Samuel S. Santos Viana samuel@benhurconsultoria.com.br Administrador de Empresas, Filósofo, Consultor e Professor Universitário, Especialista em Empreendedorismo e Novos Negócios e MBA Executivo em Gestão Empresarial pela FIA/USP e Columbia University/NY, Mestrando em Estratégia Organizacional pela PUC/SP. Experiência no segmento de Consultoria Empresarial, atuando como consultor e coordenador do Sebrae, Senac, Everis Consulting e Benhur Consultoria Empresarial, nas áreas de gestão empresarial, empreendedorismo, administração financeira e estratégica, gestão por processos e projetos, administração de recursos humanos e ética, sustentabilidade, elaboração de projetos para captação de recursos e desenvolvimento de novos negócios, tendo atendido mais de 200 empresas nas áreas relacionadas. Experiência em palestras, treinamentos e cursos em instituições sociais, feiras, congressos e universidades nas áreas de gestão empresarial, planejamento estratégico, empreendedorismo, finanças, marketing e vendas, negócios virtuais e redes sociais, qualidade total e liderança. Professor Universitário nas disciplinas de Empreendedorismo e Inovação, Consultoria Empresarial, Administração Financeira e Orçamentária, Ética e Sustentabilidade, Filosofia, Sociologia, Gestão de Processos e Projetos e Administração Estratégica.
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“Ética é a concepção dos princípios que eu escolho, Moral é a sua prática”
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Sumário 1 – A Ética Empresarial ............................................................................................................................ 5 2 - A Ética Empresarial: conceito e evolução ......................................................................................... 8 2 - Ética da convicção x Ética da Responsabilidade............................................................................... 12 3 – Poder, Liderança e Cultura Organizacional ..................................................................................... 15 4 - Valores nas Empresas....................................................................................................................... 18 5 - Código de Ética Empresarial ............................................................................................................. 26 10 - Bibliografia ..................................................................................................................................... 42 Anotações.............................................................................................................................................. 43
1 – A Ética Empresarial
Nas últimas décadas do século XX, a ética sai dos livros de filosofia e passa a ser discutida no mundo dos negócios, como um elemento tão importante quanto os conhecimentos teóricos e técnicos. Começou-se a considerar que o principal patrimônio de uma empresa é a sua imagem, 5
no sentido da existência de confiança por parte de seus clientes, fornecedores, empregados, parceiros e todas as pessoas envolvidas. A redescoberta da ética reflete o intenso momento de transformações pelas quais passa a sociedade, afetada pela crise de valores e fragmentação social no nível global. Falar de ética exige uma reflexão sobre alguns conceitos como valores, moral, liberdade e as condições requeridas para o ato moral. Na vida, estamos sempre diante de situações que exigem nossa ação. Cada ato humano pressupõe algum tipo de escolha. Somos seres humanos que pensamos, agimos e decidimos. E mais, nossas ações produzem efeitos, agem sobre os outros, sobre nós mesmos e sobre a sociedade, sobre o país e até o planeta. Sempre estamos diante de situações novas que exigem reflexão e ponderação, temos que aprender e construir um caminho. A vida humana se constitui de valores. São os valores que definem os nossos escolhas, nossa ação. Existem diversos tipos de valores – estéticos, afetivos, religiosos, econômicos. No entanto, os valores morais só existem nos atos e produtos humanos, como o comportamento, as interações sociais e as decisões, pois somente o ser humano é capaz de ser responsável pelo que faz e de prever as consequências de seus atos. Os valores éticos e morais garantem a condição de seres humanos, como seres racionais e livres, ou seja, seres que pensam e fazem escolhas. Ética e Moral Ética e Moral têm sido muitas vezes tratadas como se tivessem o mesmo significado. Entretanto, quando passamos a estudar com maior profundidade, torna-se necessário desfazer tal confusão. A palavra moral deriva do latim moris, que significa costume e comportamento. Moral é o conjunto de regras que determina o comportamento dos indivíduos em um grupo social, sendo transmitida pela cultura. Sua função social consiste em regular as relações sociais entre os homens. A moral não é natural, ou seja, ela resulta de determinadas condições históricas e sociais e surge para garantir a ordem e a integridade social. É a moral que garante a preservação da sociedade pelo controle dos atos dos indivíduos. A moral tende à harmonizar os interesses individuais e coletivos. Ética vem do grego ethos e significa costume e conduta. Ética é a reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral, sobre o comportamento moral dos homens em sociedade. A ética busca conceitos e teorias do comportamento moral humano e reflete o aspecto racional do comportamento humano. O objeto da ética é o mundo moral. A ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos homens em sociedade. Isso implica dizer que a ética e a moral possuem um caráter social e histórico.Embora o comportamento moral do ser humano dependa das condições concretas em que este se encontra, o ser humano tem a possiblidade de fazer escolhas e se responsabilizar por elas, pois possui a capacidade de pensar, planejar sua vida, não dependendo apenas dos instintos, como os animais. O ser humano busca um sentido para sua existência e, portanto, tem consciência do mundo e de si mesmo. Assim, este homem pratica a moral. Dizemos que o ser humano é um agente moral ou sujeito moral, ou seja, ele age dentro de condições reais, históricas, de modo consciente e 6
dotado de escolha, ou seja, de liberdade. O ato moral é exclusivo do ser humano, porque este é o único ser dotado de consciência, de liberdade e de poder de decisão. E o que é essa liberdade? A liberdade que faz parte do agente moral não implica “fazer o que quer”, como ato desvinculado da realidade. Ao contrário, essa liberdade surge de condições reais. É a capacidade que o ser humano possui de fazer escolhas a partir de determinadas condições. O Ato Moral pressupõe
Ser humano consciente: o sujeito não ignora nem as circunstâncias nem as consequências de sua ação. Pressupõe o CONHECIMENTO. Ser humano livre, ou seja, que o agente não esteja sob coação interna e externa. Pressupõe a LIBERDADE. Ser humano capaz de responder pelos seus atos. Pressupõe a RESPONSABILIDADE.
Os meios que introduzem e propagam a moral são as instituições que trazem os valores morais e fazem parte da cultura e sociedade. As instituições são a família, a escola, a religião, o estado, entre outras. Muitos teóricos da Administração consideram que a função principal do empresário, ou do executivo que é seu representante, é tomar decisões. Nelas intervêm inúmeros fatores, como a natureza da própria decisão, a área tomadora da decisão, o tempo de vigência da decisão, os riscos envolvidos, a cultura da empresa, as emoções e a racionalidade dos tomadores da decisão. E, como se trata de decisões e, portanto, de atos humanos, o fator ético estará sempre presente. Às vezes, a Ética é considerada como algo que fica bem, um adorno. É fundamental ultrapassar essa visão. Três características devem estar presentes quando se trata de Ética. A primeira, é preciso considerar que toda decisão é ética – não há decisões neutras. A segunda, refere-se a ideia de que toda decisão é pessoal, no sentido do ato humano, livre e responsável de quem decide. A terceira, que a decisão envolve ou afeta outros – empregados, clientes, sócios, consumidores, cidadãos - , os quais têm direitos e devem ser conhecedores dos princípios éticos. Conclui-se que nenhuma decisão deve limitar-se à análise dos aspectos técnicos, econômicos ou circunstanciais das questões. A decisão deve ser humana, de dimensão ética. Com frequência, aqueles que decidem na empresa encontram-se diante de muitos dilemas. Como tomar a decisão certa? Costuma ser muito difícil, pois uma séria de fatores estão envolvidos. Deve-se buscar de agir bem e com justiça, a partir de uma reflexão racional. Entretanto, diante de uma situação que exige decisão, não se trata de seguir literalmente algo que está escrito em códigos e regulamentos. Na prática, não há regras nem processos decisórios preestabelecidos, no máximo há a experiência pessoal no exercício das virtudes. Cada profissional precisa estar especialmente atento em cada momento.
A arte da decisão ética profissional Antes de decidir é preciso conhecer bem a situação ou o conjunto de fatos sobre a qual se vai decidir. É preciso confirmar bem os fatos, analisar suas fontes, com prudência. Evitar decisões 7
solitárias, compartilhar com outras pessoas, expor suas dúvidas, para evitar deslizes. A grande dificuldade de ações éticas reside nas deficiências pessoas, tais como ignorância, paixões, vícios, defeitos de caratê, limitações pessoais. Sem a reflexão e a prática da ética, as atitudes podem gerar grandes prejuízos, destruir a reputação da empresa e/ou a carreira do empregado. O investimento em práticas éticas promove, além da redução do risco do negócio, a criação de um ambiente mais saudável, onde as pessoas terão mais espaço para desenvolver suas habilidades. Haverá mais confiança e credibilidade, além de reduzir o custo invisível e contribuir para melhorar o ambiente ético na sociedade como um todo já que o que se aprende dentro da empresa poderá ser utilizado fora da empresa. Assuntos e atitudes éticas refletem questões extremamente delicadas e, na maioria das vezes, de foro íntimo. Não existe uma receita universal, pronta e completamente eficaz para resolver essas questões. As pessoas costumam tomar decisões a partir de seus valores e princípios. O sucesso da carreira do funcionário depende de como elas tomarão essas decisões no dia a dia. Empresas e indivíduos precisam de valores e princípios para nortear a sua atuação. As decisões precisam estar alinhadas com esses valores e princípios. Pode-se definir a ética como a busca da excelência em todas as coisas. Trata-se, é verdade, de um conceito bastante sintético para um tema que comporta debates amplos. Por isso, a ética encerra questões de naturezas diversas que a tornam, por assim dizer, relativa. Sua aplicação pressupõe visões de pessoas diferentes, com vivências e origens variadas. Indivíduos movidos pela razão, mas também por emoções, sentimentos, desejos, condutas. Seres humanos que passam, cotidianamente, por situações contraditórias. Circunstâncias regidas por medos, dúvidas, inseguranças, sonhos.
2 - A Ética Empresarial: conceito e evolução A empresa é uma unidade econômica. Nela, o empresário utiliza os três fatores técnicos da produção – a natureza, o capital e o trabalho – para gerar um resultado, que é um serviço, ou um bem ou um direito. O bem, ou o serviço, ou o direito é, então, vendido ao mercado pelo maior preço que este aceitar pagar. A diferença entre o preço da venda e o custo da produção é o proveito monetário denominado lucro. Portanto, a empresa é uma organização cujo objetivo final é o lucro. A ética empresarial é o comportamento da empresa – entidade lucrativa – quando ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas). A evolução histórica da ética empresarial seguiu o próprio desenvolvimento econômico. Inicialmente, na economia de troca das sociedades primitivas e antigas, não havia lucro e nem empresa. A ética de tais relacionamentos era limitada pelas relações de poder entre as partes e pelas eventuais necessidades prementes de obtenção de certos bens ou artigos. O advento do conceito de lucro como finalidade das operações econômicas representou uma dificuldade para a moral. Os pensadores estavam acostumados com a realidade da 8
economia de troca, na qual se assumiam valores idênticos para os bens intercambiados, em função disso, consideraram inicialmente o lucro como um acréscimo indevido, sob o prisma da moralidade. No século XVII, Adam Smith conseguiu demonstrar, na sua A Riqueza das Nações, que o lucro não e um acréscimo indevido, mas um vetor de distribuição de renda e de promoção do bem‐estar social. Com isso, logrou expor pela primeira vez a compatibilidade entre ética e atividade lucrativa. A primeira tentativa formal de impor um comportamento ético a empresa foi encíclica Rerum Novarum, do papa Leão XIII. Nela foram expostos princípios éticos aplicáveis aos relacionamentos entre a empresa e seus empregados. Esses princípios valorizaram o respeito aos direitos e a dignidade dos trabalhadores. Em 1890, nos Estados Unidos da América, entrou em vigor a lei denominada Sherman Act, a qual passou a proteger a sociedade contra acordos entre empresas, contrários ou restritivos da livre concorrência. Outras leis se seguiram nessa matéria. Ainda nos Estados Unidos, foi promulgada no começo do século XX a Lei Clayton, alterada na década de 30 pela emenda Pattman‐Robison. Essa lei complementou a Sherman Act, proibindo a prática de discriminação de preço por parte de uma empresa em relação aos clientes. Mas foi somente na segunda metade do século XX que o assunto ética empresarial de fato ganhou relevância. No ano de 1972 a Organização das Nações Unidas realizou em Estocolmo, Suécia, a Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente. O evento serviu para alertar todos os segmentos sociais, inclusive as empresas sobre a necessidade de se preservar a proteger o planeta. Depois dessa Conferência quase todos os países do mundo adotaram ou reforçaram as suas leis, subordinando a atividade econômica à proteção do meio ambiente. Em 1977 o Congresso norte‐americano aprovou uma lei relativa à ética empresarial, que chamou a atenção do mundo. Ela foi denominada “Foreign Corrupt Practices Act” (“FCPA”). Essa lei passou a proibir e a estabelecer penalidades para pessoas ou organizações que oferecessem subornos a autoridades estrangeiras, para obter negócios ou contratos. No Brasil muitos aspectos da ética empresarial também mereceram regulamentação em textos legais. A nossa lei que reprimiu o abuso de poder econômico e as práticas anticoncorrenciais foi a 4.137 de 1962. Recentemente, ela foi modificada pela Lei nº 8.884 de 1993. Nas áreas de proteção ao trabalho, proteção ao ambiente, proteção ao cliente consumidor e muitas outras, A legislação brasileira possui textos específicos, os quais têm se multiplicado nos últimos anos. Tanto o Brasil como em outros países, as leis regulamentos e principalmente as decisões judiciais têm sido no sentido de exigir das empresas um comportamento ético em todos os seus relacionamentos. Para motivá‐las a seguir a ética, através do estímulo aos seus instintos egoísticos, alguns países têm permitido que os tribunais imponham condenações milionárias às empresas infratoras. Atualmente, a preocupação com a ética empresarial, em todo o mundo, é de tal monta que podemos afirmar estar vivendo uma nova era nessa matéria. Certamente, essa é a Era da 9
Ética. Razões para a empresa ser ética: O comportamento ético por parte da empresa é esperado e exigido pela sociedade. Ele é a única forma de obtenção de lucro com respaldo da moral. Esta impõe que a empresa aja com ética em todos os seus relacionamentos, especialmente com clientes, fornecedores, competidores e seu mercado, empregados governos e públicos em geral. Só a expectativa acima e sua qualificação como única forma moral de obter lucro já deveriam ser razões suficientes para que uma empresa se convencesse a agir com ética. Mas há ainda outras razões. Uma empresa ética incorre em custos menores do que uma antiética. A empresa ética não faz pagamentos irregulares ou imorais, como subornos, compensações indevidas e outros. Exatamente por não fazê‐los, ela consegue colocar em prática uma avaliação de desempenho de suas áreas operacionais, mais precisa do que a empresa antiética. Um exemplo da dificuldade de avaliar o desempenho quando não se age com ética está na possibilidade de aceitação de desculpas de que uma venda não pôde ser realizada, por que o concorrente ofereceu um suborno maior ao cliente. Ao estabelecer como regra e praticar uma conduta ética, a empresa coloca‐se em posição de exigir o mesmo de seus empregados e administradores. Desse modo, pode cobrar‐lhes maior lealdade e dedicação. O ato de emprestar o seu trabalho a uma organização que age com ética constitui‐se para o empregado em uma compensação abstrata, de valor incalculável. A atuação com ética faz com que os direitos de terceiros sejam sempre respeitados pela empresa respeitados pela empresa. Com isso, o lucro gerado para o acionista não fica sujeita contingências futuras, como, por exemplo, condenações por procedimentos indevidos. Os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de parceria empresarial, quer com clientes, quer com fornecedores, quer ainda com sócios efetivos ou potenciais. Isso ocorre em função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros. A prática a ética insere‐se no rol dos deveres relativos á responsabilidade social dos agentes econômicos. Há um consenso entre juristas, filósofos, economistas, administradores, empresários e público em geral de que a empresa é responsável por ajudar a melhorar continuamente a sociedade da qual obtém lucro. Essa responsabilidade não é apenas material, mas também abstrata consubstanciada na adoção e prática dos preceitos éticos. Hoje, para que uma empresa consiga credibilidade junto ao mercado, não basta só auferir qualidade a seus produtos ou serviços. Embora esse fator seja primordial e o público consumidor esteja cada vez mais exigente nesse sentido, a conquista da credibilidade é mais ampla. Ela engloba outros itens – e a ética é, notadamente, um desses principais itens. Não existe, na grande maioria das empresas, a preocupação com a ética sistematizada para a organização. Existe a necessidade da preparação de um Código de Ética, que seja seguido por todos os colaboradores da empresa e seus fornecedores. 10
Exemplo simples de comportamento ético: Imaginemos duas empresas que atuem num mesmo segmento de negócios. Vamos chamar estas empresas de A e B. No nosso exemplo, ambas atuam no segmento de panificação. Na empresa A o empreendedor, zeloso por manter uma postura ética e não apenas comercial, ajusta o layout (as instalações) de seu estabelecimento para permitir livre trânsito a pessoas portadoras de necessidades especiais (deficientes físicos e pessoas da terceira idade), instalando rampas de acesso no interior de sua panificadora, aumentando a distância interna das gôndolas, demarcando vagas preferenciais no seu estacionamento, fazendo a identificação de produtos em braile, demarcando o chão do estabelecimento com sinalizadores especiais para pessoas portadoras de deficiência visual, entre outras medidas. Certamente todos estes ajustes e alterações terão um custo financeiro. Por outro lado, a empresa B não adota nenhuma dessas medidas por considerar que a legislação do município onde está instalada não obriga a adoção de tais providências. Qual o resultado prático desses comportamentos diferenciados? O custo adicional suportado pela empresa A será de alguma forma compensado? A resposta a esta pergunta é muito simples. Num mercado saturado, onde a concorrência é acirrada, empresa A com certeza sairá ganhando. Na medida em que os consumidores identificam as alterações promovidas por seu empreendedor para permitir o adequado atendimento de pessoas com necessidades especiais, a mensagem que ficará gravada na mente do consumidor é que se trata de uma empresa ética, que não só respeita as pessoas, mas também se importa com seu bem estar. Dessa forma, a empresa A terá alcançado um diferencial de mercado positivo em relação à empresa B, que, mesmo não agindo contra a lei, terá maior dificuldade em cativar e manter sua clientela (este processo é conhecido como fidelização de clientes). Desta forma, além da possibilidade de atender a demanda de pessoas portadoras de necessidades especiais, ainda manterá sua cliente habitual e terá uma imagem de excelência que certamente atrairá novos consumidores. Este é apenas um dos exemplos que ilustram, de forma clara, que a adoção de comportamentos eticamente responsáveis podem resultar num diferencial positivo em relação ao público consumidor. Novo cargo para o administrador e gestor: guardião de ética das empresas Deontologista é o nome de um cargo que está crescendo nos organogramas das principais empresas francesas. O termo deriva de deontologia, que segundo o "Aurélio" é "o estudo dos princípios, fundamentos e sistemas de moral". Logo, por definição, trata-se do executivo que tem a missão de ser o guardião da ética da empresa, formalizando regras de boa conduta e instituindo regulamentos para os funcionários. A novidade foi lançada na França e parte da Europa e deve invadir o mundo. Com tantos papéis importantes o administrador deve se preparar. A questão ética é um bom começo, pois deve ser vista como um conceito utilitário com o sentido de uma ferramenta útil ao dirigente de qualquer organização. 11
Uma atuação profissional ética implica sabermos quais são nossos princípios éticos e aqueles das organizações para as quais trabalhamos. É preciso ter respostas claras a perguntas como: • Os empregados sabem como a organização se comporta em casos de corrupção? Oferece suborno? Paga ou não paga a comissão ou o jabaculê solicitado por políticos, fiscais, compradores etc.? Pune ou não pune quem for apanhado aceitando suborno? Ou pagando? • Na postura ambiental, cumpre a legislação, procura ser melhor que a lei ou está preocupada em fazer do jeito mais barato? • E em relação ao consumidor? O código é respeitado? A propaganda, a promoção e a embalagem são leais em relação ao que o consumidor vai receber ou buscam enganá-lo? E a qualidade, corresponde ao preço ou ao serviço? • Em relação à concorrência - ela é limpa ou procura prejudicar os outros sempre que possível? • Se a empresa é monopolista ou oligopolista, até que ponto abusa disso? • A relação com os empregados é aberta ou dissimulada? O que se diz nos comunicados e informes internos é verdade ou tentativa de vender gato por lebre? • Os impostos são pagos ou sonegados? A atuação do administrador no campo da ética empresarial é de extrema importância
2 - Ética da convicção x Ética da Responsabilidade 12
Max Weber ensina que há pelo menos duas teorias éticas que configuram dois modos diferentes de tomar decisões, cada qual derivando de uma matriz ética distinta: 1) A Ética da convicção (tratado do deveres) 2) A Ética da responsabilidade (estudo dos fins humanos) Não quer dizer que a ética da convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade seja com ausência de convicção. Não se trata disso. Todavia as atitudes são diferentes para quem age segunda as máximas da ética da convicção - em linguagem religiosa diremos: ‘O cristão faz o seu dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus’ – e a atitude de quem age segundo a ética da responsabilidade, que diz: ‘Devemos responder pelas conseqüências previsíveis de nossos atos’.
De forma simplificada, a máxima da ética da convicção diz: ‘cumpra as suas obrigações’ ou ‘siga as prescrições’. Implicitamente celebra impecáveis dicotomias quando advoga: ‘tudo ou nada; sim ou não, branco ou preto’. Argumenta que não há meia gravidez e nem virgindade relativa; descarta meios-tons e não tolera incertezas. É uma teoria que se pauta por valores e normas previamente estabelecidos, cujo efeito primeiro consiste em moldar as ações que deverão ser praticadas. Em um mundo assim regrado, deixam de existir dilemas ou questionamentos, não restam dúvidas a dilacerar consciências e sobram preceitos a serem implementados; tal qual a mãe católica praticante que nega qualquer cogitação de aborto. Essa matriz, todavia, desdobra-se em duas vertentes: 1. A de princípio, que se atém rigorosamente às normas morais estabelecidas, em um deliberado desinteresse pelas circunstâncias, e cuja máxima sentencia: ‘ respeite as regras, haja o que houver’; 2. A da esperança que ancora em ideais, moldada por uma fé capaz de mover montanhas, pois convicta que todas as coisas podem melhorar cuja máxima preconiza: ‘ o sonho antes de tudo’.
A ética da responsabilidade, por sua vez, apregoa que somos responsáveis por aquilo que fazemos. Em vez de aplicar ordenamentos previamente estabelecidos, os agentes realizam uma análise situacional: avaliam os efeitos previsíveis que uma ação produz; planejam obter resultados positivos para a coletividade; e ampliam o leque das escolhas ao preconizar que ‘dos males o menor’ ou ao visar ‘fazer mais bem ao número maior de pessoas’. A tomada de decisão deixa de ser dedutiva, como ocorre na teoria da convicção, par a ser indutiva. Ou seja, a ética da responsabilidade: obriga-se ao conhecimento das circunstâncias vigentes; configura uma análise de riscos; supõe uma análise de custos e benefícios; e funda-se sempre na presunção de que serão alcançados conseqüências ou fins muitos valiosos.
A ética da responsabilidade não converte princípios ou ideais em práticas do cotidiano, como faz a ética da convicção, nem aplica normas ou crenças previamente estipuladas, independente de impactos que possam ocasionar. Ou seja, ganha legitimidade a ação que produz um bem maior ou evita um mal maior. Assim como ocorre com a ética da convicção, a ética da responsabilidade expressa duas vertentes: 1. A utilitarista exige que as ações produzam o máximo de bem para o maior número, isto é, que possam combinar a mais intensa felicidade possível com a maior abrangência populacional: “faça o maior bem para mais gente”.
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2. A da finalidade determina que a bondade dos fins justifica as ações empreendidas, desde que coincida com o interesse coletivo, e supõe que todas as medidas necessárias sejam tomadas: “alcance objetivos altruístas, custe o que custar”. O contraponto entre a ética da convicção e a ética da responsabilidade fica claro: as ações cometidas pelos praticantes da ética da convicção decorrem imediatamente da aplicação de prescrições anteriormente definidas (princípios ou ideais) e as ações cometidas pelos praticantes da ética da responsabilidade decorrem da expectativa de alcançar fins almejados (finalidade) ou conseqüências presumidas (utilitarismo).
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3 – Poder, Liderança e Cultura Organizacional A idéia de liderança não é familiar, comum ou facilmente captada pelo senso comum ou pelas ciências sociais. Liderar é um trabalho destinado a preencher as necessidades de uma situação social. É evidente que existem certas pessoas mais dotadas para se tornarem um líder, possuindo qualidades pessoais e capacidade especial. Liderança não equivale a controle ou prestígio, autoridade ou tomada de decisão. Em nada adiantaria identificar liderança com qualquer atividade de pessoas em cargos importantes. A liderança é dispensável. A palavra liderança tem sua própria auréola, convidando à tácita pressuposição que, sendo uma coisa boa, está sempre em ordem. De fato, todos os grupos humanos, através do tempo, têm necessidade de alguma liderança. A idéia desenvolvida neste ensaio é de que a liderança não é sempre e igualmente necessária em todas as grandes organizações ou em qualquer uma delas e que a mesma se torna dispensável quando os processos naturais de institucionalização são eliminados ou controlados. Isto fornecerá algumas bases as condições gerais que requerem decisões da liderança. Quando a liderança institucional falha é, em geral, talvez mais por omissão que por erro ou pecado deliberado. Falta liderança quando necessária, e a instituição deriva exposta a pressões, prontamente influenciada por tendências oportunistas. Este defeito e em parte devido a falta de coragem e em parte uma falha na compreensão. Controlar um destino exige sangue frio; exige compreensão para reconhecer e lidar com as origens básicas da vulnerabilidade institucional. A organização bem sucedida tem uma característica principal que a distingue das organizações mal sucedidas: uma liderança dinâmica e eficaz. Peter F. Drucker citado em Fred Fiedler (1981) assinala que os gerentes (líderes empresariais) são o recurso básico e também o mais escasso de qualquer empresa. As estatísticas dos últimos anos tornam esse ponto ainda mais evidente. "De cada cem novas empresas que começam aproximadamente cinqüenta, ou seja, a metade, fecham no prazo de dois anos. Ao cabo de cinco anos, apenas uma Terça parte ainda está em atividade". A maior parte dos malogros pode ser atribuida a uma liderança ineficaz. Se não existe nenhum traço individual capaz de identificar os líderes ou de prever-lhes a eficiência, haverá, quem sabe, algum estilo específico de liderança que torne eficazes os grupos e as organizações? Pôr estilo geralmente entendemos um conjunto de comportamentos de relativa duração, que caracterizem o indivíduo, independentemente da situação. Assim, pois, a expressão "estilo de liderança", tal como é normalmente usada, não chega realmente a distinguir-se de traços de liderança. Ela se distingue principalmente por focalizar o que o líder faz, e não aquilo que ele é. O 15
pressuposto ao fundo disso &endash; de haver um tipo ideal de comportamento de liderança &endash; ainda é, de fato, muito comum. Antes de mais nada, não existem comportamentos exclusivos e específicos de líderes. Os "comportamentos de liderança" típicos, como dirigir, planejar, controlar e supervisionar, também são mantidos, vez por outra, por indivíduos que não ocupam posição de líder. É costume pedir-se a um empregado que prepare um plano de trabalho que ensine o trabalho a outro, que lhe inspecione o serviço, ou mesmo que avalie o trabalho do companheiro. De modo geral, a maioria dos supervisores e seus empregados apenas diferem na freqüência com que se comportam de determinadas formas. O problema de estudar o comportamento de liderança torna-se mais difícil porque comportamentos de liderança decisivos, como, por exemplo, planejar, dirigir e avaliar, ocorrem a intervalos bastantes infreqüêntes, e muitos deles são difíceis de definir. A ordem de um administrados pode ser apresentada sob a forma de pergunta ou sugestão, sua avaliação pode ser expressa por um sorriso ou por um silêncio saliente, e a função do supervisor consiste muitas vezes em passear calado pelo local de trabalho, parando ocasionalmente para indagar dos subordinados como vão as coisas. Definimos a liderança como o processo de influenciar as atividades de indivíduos ou grupos para a consecução de um objetivo numa dada situação. Em essência, a liderança envolve a realização de objetivos com e através de pessoas. Consequentemente, um líder precisa preocupar-se com tarefas e relações humanas. Embora usando uma terminologia diferente, Chester I. Barnard identificou essas mesmas preocupações da liderança na sua obra clássica The Functions of the Executive, no fim da década de 30. Essas preocupações da liderança parecem ser um reflexo de duas das primeiras escolas de teoria organizacional: administração científica e relações humanas. Os líderes cujo comportamento se situa na extremidade autoritária do contínuo tendem a orientarse para tarefas e a usar seu poder para influenciar seus subordinados. Os líderes cujo comportamento se encontra na ponta democrática tendem a orientar-se para o grupo e dão considerável liberdade aos seus liderados no trabalho. As vezes esse contínuo se estende além do comportamento do líder democrático até incluir um estilo laissez-faire. Cada um fica por sua própria conta e responsabilidade. Ninguém procura influenciar os outros. Como se vê, esse estilo não está incluindo no contínuo do comportamento de líder. Isso ocorre porque, na realidade, um clima de laissez-faire representa ausência de liderança formal. Houve uma abdicação do papel de liderança formal e, consequentemente, qualquer liderança exercida será informal e emergente.
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O reconhecimento dos dois estilos de liderança, um enfatizando as tarefas e o outro as relações humanas, foi confirmado em diversos estudos sobre liderança. Quase sempre associa-se o termo poder a expressões ligadas a manipulação, abuso, exploração e injustiça. Isso ocorre em função do uso indevido do poder durante a história da humanidade. Atualmente, através de uma conscientização maior sobre as diversas facetas do poder, pode se afirmar que esse poder é onipotente na vida social, ou seja, sempre existiram os sistemas de poder que influenciaram a vida grupal e são parte inerente da experiência de cada ser humano. Sendo assim, seria fútil negar sua existência ou sua importância. Consideramos o perigo um incentivo para conseguir treinamento e informação que nos ajudem a usar essa forças produtivamente. O mesmo se aplica ao poder.É uma realidade da vida organizacional, que não vai desaparecer.Além disso, aprendendo como o poder funciona nas organizações, estaremos apto a usar esse conhecimento para ajuda-lo a ser um gerente mais eficaz. Uma comparação cuidadosa de nossa descrição de poder com nossa discrição de liderança revela que os dois conceitos estão estreitamente interligados. Líderes usam o poder como um meio de atingir as metas do grupo. Líderes realizam metas e poder é um meio de facilitar suas realizações. Quais as diferenças entre os dois termos? Uma diferença diz a respeito à compatibilidade de metas, apenas dependência. Liderança, por outro lado, requer alguma coerência entre as metas do líder dos que estão sendo liderados. Uma segunda diferença concentra-se na influência para baixo, sobre os subordinados de alguém. Ela minimiza a importância de padrões de influência lateral e para cima. O poder não. Ainda uma outra diferença lida com ênfase da pesquisa. A pesquisa de liderança, na maior parte, dá ênfase ao estilo. Procura respostas para algumas perguntas como: Qual o grau de apoio que um líder deve dar? Quanto da tomada de decisão deve ser partilhado com subordinados? Em comparação, a pesquisa sobre poder tendeu a abranger uma área mais ampla e a concentrar-se em táticas para ganhar concordância. Ela foi além do indivíduo como exercitador porque o poder pode ser usado tanto por grupos quanto por indivíduos ou grupos. Vivemos em um mundo composto por várias organizações as quais são constituídas, além dos seus recursos físicos, mercadológicos, financeiros, etc., de pessoas (recursos humanos). Essas pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e morrem dentro das organizações; organizações essas que sofrem influências das pessoas que nelas estão inseridas, como também, influenciam e interferem na vida dessas mesmas. Uma constatação de bom senso é a de que nenhum indivíduo aceita ser tratado total e unicamente como um meio, daí a necessidade do poder para canalizar o comportamento dos indivíduos em direção dos objetivos que garantam a sobrevivência da organização. Por sua vez, esse poder pode ou não ser aceito por esses indivíduos. Por essa razão, há a necessidade de uma maior correlação 17
entre os objetivos da organização e os objetivos individuais, ou seja, quanto maior essa integração, maior a probabilidade de aceitação desse poder. Daí o caráter relacional do poder, ou seja, as partes envolvidas nesse processo têm uma margem de liberdade para optar por outra forma de poder, na hora de aceitar ou não o mesmo. Essa opção é influenciada tanto pelas condições do ambiente externo e interno, com o também, pela tríade inerente ao ser humano, isto é, pelo seu lado emocional, cognitivo e racional.
O poder em si tem seus aspectos positivos e negativos. O ser humano, para viver em grupos, comporta-se conforme os padrões culturais estabelecidos por esses grupos. Tal comportamento é modelado pelo poder. As organizações, em virtude de serem compostas por seres humanos, os quais atuam em coletividade, apresentam as características gerais de um sistema social, ou seja, possuem normas, regras, valores, costumes, expectativas, enfim, um controle que garanta a sua sobrevivência. Assim, essa organização recruta os membros da sociedade em que está inserida, segundo as suas necessidades, coloca-os em processo de socialização para que os mesmo adaptemse melhor à sua realidade, atribuindo-lhes papéis e posições dentro de sua estrutura. O processo de socialização organizacional tem como objetivo controlar o comportamento individual para que esse indivíduo coopere para o atingimento dos objetivos da organização. Contudo, esses indivíduos são portadores de valores e padrões os quais estão interiorizados antes de ingressarem na organização. Esses valores e padrões do comportamento individual caracterizam o poder pessoal, ou seja, são adotados espontaneamente e incorporados pelos indivíduos por seu valor intrínseco e, por essa razão, não geram qualquer tipo de resistência. Já o poder contextual corresponde ao que é colocado pela organização à disposição de seus membros, ou seja, trata-se de um instrumento de coordenação e integração das ações individuais em ações coletivas que levem a organização a alcançar seus objetivos. Pode-se assim dizer, que o poder contextual é um reflexo da cultura predominante na organização.
4 - Valores nas Empresas Os valores são os pilares internos das organizações, são ações que se apresentam em condutas que definem "o caráter da Empresa". Por Exemplo, comprometimento no atendimento ao cliente, respeitando-o, resolvendo e solucionando seu problema ou, ouvindo sua sugestão pode ser definido pelo grupo de executivos como um valor corporativo na empresa, e que deve ser multiplicado no dia-a-dia pelos funcionários no seu relacionamento com o cliente quer seja interno ou externo, quando ele fornece uma resposta, quando é contatado ou presta alguma orientação. Este valor pode ser transportado para outras condutas internas, que deverão refletir no comportamento do funcionário. Comprometimento nas 18
tarefas que desenvolve, nas responsabilidades que assume no atendimento de um problema interno, com a imagem da Empresa, salvaguardando-a de qualquer conduta que venha a denegri-la. Outros exemplos de valores: Integridade: pessoas comprometidas a agir com integridade em suas atividades. Justiça: justiça com o significado de "equidade", ou seja, tratar todo mundo de uma maneira justa e igual. Responsabilidade Social: a coisa mais socialmente responsável que uma empresa pode fazer é realizar um trabalho excepcional no atendimento às necessidades da sociedade. Apoiar projetos sociais das comunidades. Ambiente de trabalho: ter um ambiente de trabalho em que possamos usar novos dons e habilidades. Criar um ambiente saudável, requer uma visão positiva da humanidade, que começa com as pessoas que trabalham na empresa. Valorizar a pontualidade, a qualidade de cada serviço e presteza no.atendimento. Comportamento ético e desenvolvido de acordo com a legislação vigente. Lealdade para com a Empresa. Tratamento justo, cortês e respeitoso entre os colegas de trabalho. Justiça e consideração apropriadas aos interesses de outras pessoas vinculadas à Empresa: acionistas, clientes, outros parceiros comerciais, autoridades governamentais e o público em geral. Respeito e proteção ao meio ambiente. Valores no ambiente de trabalho que devemos ter sempre do nosso lado: Dinamismo – Observação – Esperteza – Sensibilidade – Emotividade – Criatividade – Liderança - Espírito de equipe – Humildade - Atualização Lembre-se: a postura ética constrói ou destrói a reputação de uma empresa. A adoção de um comportamento ético consagra valor à imagem da empresa.
Valores x Dilemas Éticos
Valores são princípios, fundações sobre as quais erguemos o edifício de nossas vidas – eles orientam as nossas ações. A maioria dos nossos valores são mitos, tabus que aceitamos como importante e verdadeiro porque herdamos de nossos pais, demais familiares, depois com professores, colegas etc., enfim, surge das nossas relações com outras pessoas. O mundo dos valores é o mundo das escolhas, da apreciação dos atos e objetos em que a ação humana impõe uma demarcação entre o desejável, o bem e o mal, a honestidade e a desonestidade, o amor e o ódio ou a justiça e a injustiça. Exemplos de valores considerados importantes no COTIDIANO: honestidade, responsabilidade, respeito, compaixão, justiça, liberdade, coragem moral, tolerância, lealdade, paz, honra, humildade, generosidade, obediência...
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Exemplos de valores considerados importantes como bandeiras de luta de UM POVO OU DE UMA NAÇÃO: igualdade, liberdade, justiça, fraternidade, solidariedade, dignidade, tolerância, progresso, ordem, comida... Exemplos de valores considerados importantes para uma EMPRESA: compromisso com a qualidade, defesa ao meio ambiente, respeito mútuo, ética nos negócios, solidez, transparência, empreendedorismo, excelência, união, satisfação do cliente, liderança, respeito à sociedade... Os valores devem se apresentar de forma hierárquica subordinando-se uns aos outros segundo o grau de importância que cada um manifesta para nós. Cada indivíduo nas mais diversas circunstâncias orienta-se por uma escala de valores que o leva a realizar determinado ato em vez de outro. Cada sociedade e cultura estabelecem igualmente uma hierarquia de valores e esses valores exercem influências nas nossas preferências podendo causar impactos na conduta individual. Determinadas sociedades apresentam valores que a nós causam estranheza como na Índia que a vaca é venerada sendo inconcebível o sacrifício da espécie tendo até punições. Para outras sociedades essa atitude não tem nenhum significado.
Choque de valores Pelo que foi apresentado até o momento já percebemos que cada pessoa apresenta suas próprias crenças e seus valores, buscando alcançar os seus interesses particulares. Vimos ainda que a sociedade como um todo também cultua valores e exige que esses valores sejam respeitados. Em determinados momentos as pessoas precisam decidir qual interesse atender em primeiro plano. A decisão adotada pode trazer prejuízos de seu próprio interesse, do outro, ou para toda a sociedade. Em relação à área da Administração de Empresas existe o risco do choque de valores. Os valores de um indivíduo podem vir a chocar-se com o sistema de valores da empresa e com isso desencadeia-se o conflito. Se as crenças e valores corporativos definidos pela Alta Administração, forem muito diferentes dos valores individuais, a convivência dos empregados no ambiente de trabalho será muito mais difícil, prejudicando o desenvolvimento da organização. Por outro lado, quanto mais próximos forem os valores de um indivíduo daqueles preconizados pela organização maior será a produtividade para a mesma, além da promoção de estado mais elevado de realização das pessoas. Em um enfoque mais cruel, temos o conflito de ‘valores empresariais’ com ‘valores pessoais’ quando certas exigências feitas pelas empresas são antiéticas ou imorais. As empresas devem analisar seriamente suas crenças e valores, já que cada vez mais, as pessoas querem trabalhar com cultura ética e moral, onde encontrem significado para as suas vidas e possam fazer diferença com seu trabalho. Ao se deparar com um conflito existe a necessidade de um ’ponto de entendimento’. Entra em campo a ÉTICA, que tem por objeto o comportamento humano no interior de cada sociedade, o objetivo da ética é entender os conflitos, buscando suas razões e estabelecer tipos de comportamentos que permitam a convivência em níveis aceitáveis na sociedade. Cada um tem a sua própria reação diante de um fato e acha que a sua reação é a ‘certa’. Isso precisa ser organizado.
Perfil das posturas morais Qual o seu perfil moral? Para saber, responda ao exercício que segue, obedecendo rigorosamente às instruções.
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INSTRUÇÕES Logo abaixo estão listadas dez situações em que dois conjuntos de proposições deverão ser classificados. Tente identificar-se melhor com um dos conjuntos. Na coluna à direita, você deverá atribuir a cada conjunto (de cada situação) uma nota. Você dispõe apenas de três pontos para distribuir entre os dois conjuntos, baseado na importância que você atribui a cada um. Assim, as possibilidades são apenas quatro:
Letra
3
0
2
1
Letra
0
3
1
2
Quando você terminar, tabule os resultados. Você deverá computar um total de 30 pontos, ou seja, dez situações multiplicadas por três pontos. • Não existem respostas certas ou erradas; seja então absolutamente sincero. • Não diga o que você gostaria de ser ou de pensar se o mundo fosse diferente, mas como você é e pensa na atual realidade. • Não deixe de classificar conjunto algum. • Não repita nem divida notas.
Situação 1
Situação 2
Evito ao máximo subornar fiscais e sonegar impostos. Mas se um fiscal forçar a barra, eu pago, e se minha A empresa estiver em dificuldade, sonego e pronto. Nos negócios, bom senso e pragmatismo são fundamentais.
Lamento que muita gente lance mão de expedientes, no velho estilo do Brasil tradicional. Numa economia aberta, quem não fornece qualidade, atendimento personalizado, preços competitivos, garantias pós-venda, A está fadado a desaparecer. Minha empresa veio para ficar e não para fazer negócios com uma visão imediatista.
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Estou convencido de que um comportamento reconhecido como idôneo pelos clientes traz bons negócios em prazo médio e longo. De B modo que a sonegação de impostos ou o suborno de fiscais são práticas difundidas que só merecem repulsa, porque prejudicam a coletividade, bem como a imagem da empresa.
Situação 3
Penso, que não se deve misturar negócios e questões morais. Afinal, quem põe capital de risco quer ganhar dinheiro; não está aí para fazer caridade ou para bancar o missionário. Vamos deixar de B hipocrisia: quem faz negócios não pode ser santo. Dadas as muitas complicações que existem no Brasil, é preciso ter jogo de cintura para que as coisas funcionem. Quem tem juízo sabe corno se virar. Situação 4
Acho que maximizar os lucros dos acionistas não pode ser o único dínamo das empresas: estas precisam agir com claro sentido de A responsabilidade social. Por exemplo, devem repartir ganhos com clientes e funcionários, além de respeitar o meio ambiente.
Penso que a única maneira de sobreviver para as empresas é preparar-se para o que der e vier. A concorrência está cada vez mais acirrada e desleal. Seria ingênuo arriscar o negócio bancando o bom- A moço. Cabe um acordo entre as empresas para que não haja concorrência predatória e para que não se ponha em perigo o emprego de muita gente.
Creio que a frase anterior só faz sentido se outros agentes forem contidos em seu apetite: as autoridades com seus impostos, os sindicatos com seus pleitos, os B ecologistas com suas exigências, os fornecedores com seus preços, os bancos com seus juros e suas taxas.
Não importa o tipo de concorrência, se estrangeira ou nacional. Quem é competente sabe reduzir custos e repensar o próprio negócio, sabe inovar sempre e lançar produtos B novos, com qualidade e bom design. Apelar para o vale-tudo é uma atitude desesperada de curto alcance.
Situação 5
Situação 6
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Se eu souber que a empresa em que trabalho vai adquirir uma empresa concorrente cujas ações estão a um A preço muito baixo, compro um lote de ações, já que seu valor certamente subirá.
Se eu, como presidente de uma empresa, souber que um concorrente acabou de desenvolver uma nova tecnologia que vai lhe garantir boa fatia do mercado, faço com que um dos especialistas deste concorrente A me repasse o know-how. Como todo mundo procura se defender, também me adapto às circunstâncias, embora o faça a contragosto. Quem está na chuva é para se molhar.
Não compro ação alguma, a não ser que a minha empresa autorize tal procedimento, porque, caso contrário, eu estaria me valendo de B informações confidenciais que podem trazer prejuízo à operação como um todo.
Procuro manter-me sempre atualizado e não me deixar surpreender pelos concorrentes. Lanço produtos com inovações, me valendo apenas da inteligência B competitiva, e não da espionagem econômica. A meu ver, quem se socorre de manobras escusas não merece o respeito de ninguém e demonstra miopia empresarial.
Situação 7 Acredito que as empresas devem adotar políticas criteriosas na área da publicidade, na qualidade dos produtos ou dos serviços prestados, no atendimento aos clientes e nos preços competitivos. Enganar os clientes ou A omitir deficiências pode realmente dar resultados imediatos, mas está errado. Além de poder trazer problemas com o Código de Defesa do Consumidor, o Procon, a mídia e até a Justiça. Não faço negócio com espertezas.
Situação 8 Obedeço à praxe do mercado e considero que oferecer brindes, presentes e gratificações a compradores e gerentes das empresas clientes é uma atitude de boa educação. Danço conforme a música, A como todo mundo faz. Aliás, quem deixa de fazê-lo perde negócios e reduz suas próprias oportunidades.
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Seria ingenuidade minha lançar um produto e não ressaltar todas as suas qualidades, ao mesmo tempo em que omito naturalmente as possíveis deficiências ou insuficiências. Isso não quer dizer que eu deixe de ter produtos competitivos. O mercado está aberto para qualquer um poder B comparar os produtos e os preços, os serviços prestados e o tipo de atendimento. Os clientes não são crianças que devem ser pajeadas. Cabe a eles apreciarem a publicidade que se faz e aquilo que compram. Minha responsabilidade é para com os acionistas em primeiro lugar.
Acho que é preciso estabelecer uma política explícita e restritiva no tocante à aceitação ou à oferta de convites, favores, brindes e B presentes. Trata-se de um dos itens que o código de conduta empresarial deve ter, porque deixar cada funcionário orientar-se segundo sua própria consciência é abandoná-lo num mato sem cachorro.
Situação 9
Situação 10
Sendo eu presidente de urna empresa, não vejo miada de errado em possuir ações de uma companhia com a qual minha empresa faz negócios regularmente. É um modo inteligente de estabelecer uma boa parceria. E mais: não vejo por que não sentar A juntos para procurar regular o mercado (acabando com a guerra entre os concorrentes) e para descobrir o melhor método de contornar tantos impostos - afinal, a carga tributária mio Brasil é altíssima e bem mal distribuída.
Não basta elaborar um código de conduta, é preciso conscientizar os funcionários a respeito das normas morais neles contidas e controlar o A que fazem sem esmorecer. Isso significa que o código de conduta é para valer, devendo corresponder a cada uma das práticas de gestão.
Acho inadequado possuir ações de um concorrente se eu for presidente de uma empresa. Certamente haverá conflito de interesses e eu ficaria impedido de tomar certas decisões. E mais: é um absurdo combinar os preços dos produtos com as empresas B concorrentes, porque isso prejudica os clientes. Mas cabe apoiar-se mutuamente no que diz respeito aos interesses do setor para pressionar o Executivo e o Legislativo e conseguir diminuir a carga tributária.
Códigos de conduta acabam servindo para jogar poeira nos olhos do pessoal de fora. Quem conhece a realidade dos negócios sabe disso. Afinal, o que se escreve não é para ser cumprido, caso contrário não se faria mais negócio algum. Felizmente, nós B aprendemos a dissociar desde sempre o discurso e os atos. Então, vamos deixar isso para lá e parar com esses modismos tolos.
TABULAÇÃO Cuidado com as letras! 24
Identifique as notas que você deu em cada situação, nas colunas à direita, e lance, diante de cada letra, a nota respectiva. No final, some as notas por coluna. Situação
COLUNA I
COLUNA II
1
B=
A=
2
A=
B=
3
A=
B=
4
B=
A=
5
B=
A=
6
B=
A=
7
A=
B=
8
B=
A=
9
B=
A=
10
A=
B=
TOTAIS
= 30
Não alcançando exatamente 30 pontos, reveja sua pontuação: é possível que tenha ocorrido algum erro de lançamento.
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5 - Código de Ética Empresarial Ao decidir adotar a postura ética em seus relacionamentos, defendemos que a empresa deve fazer constar sua determinação de um documento interno, cuja denominação propomos que seja Código de Ética. As pessoas que integram uma organização possuem formações culturais e científicas diferentes, experiências sociais diferentes e opiniões diferentes sobre os fatos de vida. A empresa moderna atua em cenários cada vez mais complexos, praticando operações inovadoras, mesmo quando repetem atividades antigas. O Código de Ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. A existência do Código de Ética evita que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação plena dos princípios. Além disso, o Código de Ética quando adotado, implantado de forma correta e regularmente obedecido pode constituir uma prova legal da determinação da empresa, de seguir os preceitos nele refletidos.
Como fazer uma organização obedecer ao código de ética A maneira de fazer o Código ser cumprido consiste em estabelecer um Programa de Ética constituído por: •
Treinamento de implantação e reciclagens (no mínimo anuais) dos conceitos constantes do Código;
•
Pratica de um sistema de revisão e verificação do efetivo cumprimento, conforme detalhado na segunda parte desse trabalho;
•
Criação de um canal de comunicação destinado a receber e a processar relatos de pessoas (empregados ou não) sobre eventuais violações;
•
Tomada de atitudes corretivas ou punitivas (inclusive com demissões, quando for o caso, ou rescisões de contratos com agentes em caso de constatação de violações;
•
Luta clara contra os concorrentes antiéticos inclusive em juízo, se necessário, com divulgação interna das ações e resultados.
Como desenvolver um código de ética:
26
1ª ETAPA: INÍCIO PELA ALTA DIREÇÃO
Ao ser iniciada uma concepção do Código de Conduta deve existir um comprometimento integral da alta direção, no caso das pequenas empresas do seu fundador ou sócios. Isso não significa que a tarefa de implantar um CE se resume ao modelo vindo de cima. Além do exemplo são necessários o acompanhamento, a avaliação, a cobrança, a recompensa e os estímulos positivos. É importante ainda no início da primeira etapa o envolvimento de todos os colaboradores com as quais as empresas se relacionam, baseados na cumplicidade e transparência. Uma sugestão é colocar individualmente no papel o que cada diretor e sócio da alta administração compreendem ser Ética aplicada à empresa que, posteriormente, serão resumidos e poderão ser submetidas à especialista sobre o tema. Outra proposição é na identificação dos valores que perpetue e dirija o comportamento da empresa. Isso ocorre numa discussão entre dirigentes e funcionários, levantando o que essas pessoas pensam, após recolher e filtrar as opiniões, o resultado é uma lista dos principais valores. 2ª ETAPA: IMPLANTAÇÃO
A etapa de implantação foi adaptada dos estudos e reflexões sobre os códigos de conduta nas empresas do Instituto ETHOS. Essas adaptações envolveriam o treinamento e divulgação do Código de Conduta.
Treinamento Um ponto a destacar em relação ao Código de Conduta é o dinamismo do contexto social, sendo, 27
por isso, necessário desenvolver mecanismos que promovam a atualização e a participação de todos os envolvidos . Existem várias modalidades de treinamento em ética, sendo adotadas em função do conteúdo e da própria eficiência didática da sua técnica. Entre as diversas técnicas temos o uso de estudos de caso que desenvolve habilidades de análise de situações concretas; a exposição dos conceitos, regras e normas que podem ser utilizados meios auxiliares de recursos multimídia, e por fim, a utilização de jogos que exigirão decisões éticas não pautadas somente nos princípios e valores éticos, mas também das conseqüências dessas decisões. O objetivo do treinamento ético é a integração da tomada de decisão ética na cultura corporativa, a partir do desenvolvimento da conscientização ética nos funcionários e da atenção às questões diárias no relacionamento entre os stakeholders. Portanto, o treinamento ético isolado apenas esclarece o conteúdo formalizando o
código de conduta dentro da empresa, porém quando orienta
comportamentos através da capacitação dos colaboradores, ou seja, no envolvimento das pessoas mediante reuniões de discussão sobre questões éticas, transforma o código de conduta num código que possibilita refletir e abrir discussões sobre questões éticas.
Divulgação do Código de Conduta
O conteúdo de um Código de Ética é o conjunto de políticas e práticas específicas que abrangem os campos mais vulneráveis, sendo reunido em um relatório de fácil compreensão e circulação. Algumas sugestões propostas abrangem as principais áreas de uma organização.
Para uma
microempresa ou empresa de pequeno porte que delimita o presente estudo, o empresário verificará quais aspectos são relações-chaves para sua organização. As relações são apresentadas abaixo:
a. Relações entre os Sócios Procurar respeitar sócios com quotas menores quando através da legitimidade que os majoritários possuem, tomam decisões estratégicas que influenciam a todos da organização. Essas fontes de desequilíbrio e de conflitos potenciais com os sócios minoritários podem levar a problemas e dilemas de natureza ética. Uma sugestão, por exemplo, é desenvolver ações
mais transparentes na
comunicação dos resultados.
b. Relações com Colaboradores: A empresa deve buscar a diversidade dentro da organização, respeitando as diferenças e criando condições em que todos os colaboradores possam agir em conformidade com seus
valores
individuais. Esse aspecto abrange o recrutamento e seleção, as relações de trabalho, avaliação e promoção. 28
Recrutamento e Seleção: O recrutamento e seleção de candidatos devem ser baseados na capacitação diante do cargo a ser ocupado e combater as discriminações de cunho racial, cor, credo religioso, sexo, idade, preferência sexual e de outras formas de preconceitos combatidos pela sociedade. Nessa etapa pode-se avaliar no candidato o seu perfil ético.
Relações Hierárquicas: O respeito é essencial para o bom funcionamento de qualquer estrutura organizada. As violações éticas acostumam ocorrer no relacionamento entre chefes e subordinados, nesse sentido, o princípio da chefia não pode ser confundido com arbitrariedade.
Privacidade: O direito a privacidade ocorre tanto por parte da organização em relação com seus funcionários quanto este em relação à empresa. Pois a vida privada é um direito fundamental do ser humano, não condicionado a certos horários do dia, sendo, por exemplo, a interceptação de e-mails e conversas telefônicas violações éticas. Em relação à empresa os problemas éticos estão relacionados às informações confidenciais, esse desvio pode caracterizar espionagem empresarial.
Avaliação e Promoção: O funcionário deve conhecer com antecipação como será avaliado e que suas condutas e decisões éticas também serão objetos de consideração.
Demissão: É imprescindível a responsabilidade social e ética da organização quanto ao processo de demissão, seja pela situação do funcionário, seu tempo de serviço, sua família, a época do ano, etc.
c. Relações com os Clientes: A organização deve proceder o fornecimento de bens e serviços conforme as especificações técnicas exigidas e nas legislações vigentes, mesmo que o consumidor não tenha condições de proceder na sua verificação. Os valores éticos serão colocados em discussões, por exemplo, na área de marketing em suas estratégias e na comunicação.
d. Relações com Fornecedores: Na relação entre organização e seus fornecedores surgem, inevitavelmente, situações de conflito, sejam eles, na quantidade, prazos, especificações, formas de pagamento, incorreções nas notas 29
fiscais, entre outros. Essas situações se agravam pelo desequilíbrio de poder entre as empresas e fornecedores, por exemplo, nos casos das microempresas e empresas de pequeno porte. Outro ponto de discussão é o tratamento dado aos funcionários de empresas terceirizadas em relação aos funcionários da própria organização.
e. Relações com Concorrentes: A relação ética com o concorrente pressupõe que a competência e a qualidade dos produtos e serviços sejam vetores soberanos para influenciar o mercado. Um exemplo, de dilema ético e a contratação de funcionários de empresas concorrentes que deve ocorrer de forma profissional e de acordo com os trâmites aceitos pelo mercado.
f. Relações com o Governo Federal, Estadual e Municipal: Nesse aspecto, a violação de princípios éticos está no pagamento de impostos e na fiscalização por parte de órgãos públicos. Portanto, cada transação financeira deve ser cuidadosamente avaliada, e as oportunidades escusas, rejeitadas.
g. Relacionamento com o Meio Ambiente: Os dilemas éticos se apresentam no comportamento das empresas quanto aos impactos de suas ações no meio ambiente. h. Relacionamento com a Comunidade - Ações Filantrópicas: A empresa deve reconhecer as necessidades da comunidade em que está inserida, procurando selecionar e desenvolver programas sociais, seja através, de instituições comunitárias, organizações não-governamentais, projetos de escolas, dentro outros. Essas atividades podem ser implementadas também pelo trabalho voluntário de seus funcionários, doações de produtos ou serviços, fortalecendo assim, laços com comunidade.
i. Práticas Coercitivas à Corrupção e Propina: A corrupção e o pagamento de propina são atividades moralmente condenáveis que contaminam os demais comportamentos dos outros colaboradores. 3ª ETAPA: ACOMPANHAMENTO / MONITORAMENTO
Acompanhar processos de mudanças na organização e a utilização de critérios de medição é tão complexo quanto a sua implantação. Se uma empresa busca ser ética deve divulgar declarações precisas definindo as regras e criando procedimentos de verificação para assegurar que todos na organização as estão cumprindo. 30
Algumas perguntas poderiam ser feitas para acompanhar e monitorar para saber se de fato os programas de ética funciona nas empresas, como, exemplos seguem abaixo algumas delas: a) os empregados conhecem e seguem o código de conduta implantado pela empresa? b) os dirigentes cumprem totalmente esses códigos? c) os consumidores, clientes e usuários acreditam neles? d) os analistas, ambientalistas e outros profissionais e ativistas confiam? e) os concorrentes respeitam?
Caso os mecanismos de acompanhamento sejam ineficazes mesmo estando bem planejado, esse processo de mudança pode se tornar um fracasso total se não houver uma consciência por parte dos integrantes da empresa, reuniões periódicas de avaliação e feedback são elementos essenciais no processo. Existem diversas formas de acompanhamento como,
por exemplo, elaboração de
questionários, relatórios, reuniões dentro outros . Uma das finalidades das avaliações é ver as discrepâncias entre os princípios nele contidos e a prática organizacional, procedendo-se os ajustes necessários.
Princípios éticos aplicáveis a todas as atividades empresariais PRINCÍPIOS LEGAIS Toda empresa tem o dever ético de cumprir a lei. Demonstramos no capitulo anterior que há um conjunto de textos legais que também refletem princípios éticos. Em relação às normas deste conjunto, não pode haver qualquer dúvida quanto ao dever moral da empresa em cumpri‐las. Para bem cumprir uma lei, a empresa deve ouvir previamente o seu consultor jurídico. O cumprimento cego da lei, sem uma análise desse profissional, pode levar a violações dos deveres éticos da organização. O consultor jurídico certamente analisará o novo texto, de acordo com os critérios da ciência do Direito, principalmente os seguintes:
•
Critério lógico e literal, através do qual procurará expressar o conteúdo da norma analisada e como os seus dispositivos se aplicam ás atividades da empresa.
•
Critério teleológico, que leva á identificação dos fins visados pela sociedade e pelo legislador com a nova norma.
•
Critério sistemático, que verifica a conformidade de um texto legal com aqueles de hierarquia superior, conforme detalhado a seguir.
O critério sistemático de interpretação baseia‐se em dois conceitos jurídicos: o de que existe uma hierarquia entre as normas jurídicas e o de que as normas hierarquia inferior devem estar 31
em conformidade com as de hierarquia superior, sob pena de nulidade ou de não produzirem efeitos no mundo prático.
Sentido da conformidade das normas
Pirâmide da Hierarquia das Normas
Constituição Leis Complementares Leis Ordinárias Provisórias Decretos e Legislativo
e
Medidas
Resoluções
do
Decretos do Executivo Atos Administrativos
Quando uma norma jurídica não está em conformidade com a de hierarquia superior, é porque está padecendo dos vícios da ilegalidade ou da inconstitucionalidade, ou de ambos. Mesmo nessas circunstâncias, a empresa ética não pode deixar de cumprir essas normas incorretas por simples decisão de sua administração. Para deixar de cumprir uma norma jurídica, ela precisará de uma decisão judicial que a autorize a assim proceder. Para evitar que as empresas fiquem aguardando os finais dos processos judiciais, os juízes são autorizados a conceder ordens liminares ou tutelas antecipadas, que na prática, são autorizações imediatas para que a empresa deixa de cumprir uma norma. Essa decisão é outorgada no início ou no transcorrer de um processo no qual a empresa pleiteie o reconhecimento do vício de ilegalidade e/ou inconstitucionalidade de uma norma jurídica. A constituição atual permite que certas associações de classe, de âmbito nacional, também pleiteiem junto ao judiciário, em nome dos seus associados, o reconhecimento da ilegalidade ou inconstitucionalidade de uma norma jurídica.
Princípios éticos aplicáveis às relações com a concorrência LIVRE CONCORRÊNCIA: CONCEITOS ÉTICOS E LEGAIS No Brasil, a livre concorrência é um principio constante da Constituição Federal, como um dos fundamentos da ordem econômica. Portanto, a sociedade brasileira escolheu a livre concorrência como um princípio ao qual devem se subordinar todas as empresas que operem no território nacional. A livre concorrência, na prática, dificilmente se materializa totalmente. Isso só aconteceria em 32
uma situação na qual existisse: •
Um número expressivo de ofertantes (produtores ou vendedores) e de compradores;
•
Produtos ou serviços oferecidos por tais ofertantes, aceitos pelos compradores como equivalentes, ou seja, que pudessem ser substituídos uns pelos outros;
•
Transparência de mercado, que é o conhecimento generalizado por parte dos compradores quanto aos produtos, serviços e seus preços;
•
Mobilidade, que é a possibilidade de as empresas entrarem e saírem do mercado a qualquer momento, sem quaisquer barreiras.
São os seguintes os deveres éticos relativos á concorrência: •
Lutar para que o princípio da livre concorrência se materialize na prática, nos termos acima expostos.
•
Não tomar nenhuma atitude que possa impedir a realização prática do princípio.
•
Abster‐se de qualquer prática anticoncorrencial.1
•
Abster‐se de qualquer prática abusiva do poder econômico.
Abusa do poder econômico a empresa que utiliza a força do seu patrimônio para, por qualquer modo que não seja a livre concorrência, impor a aquisição de seus produtos ou serviços, ou dominar os mercados. O Brasil possui uma legislação atualizada e precisa sobre essa matéria (vide Capítulo II, subitem II.1, à p.39). Os princípios éticos aplicáveis a esse assunto são todos eles refletidos em princípios legais. O descumprimento de qualquer preceito ético exposto nesse capítulo será também uma violação da lei, sujeita a severas penalidades. Princípios éticos aplicáveis ao relacionamento com fornecedores
Os deveres éticos de uma empresa aplicáveis ao relacionamento com os fornecedores são os seguintes: •
Comportar‐se com honestidade perante o fornecedor, não lesar‐lhe o patrimônio e atribuir‐lhe o que lhe for devido, tendo em vista a sua contribuição para o resultado final do adquirente.
•
Tratar com igualdade e oferecer a mesma oportunidade para fornecedores que se encontrem em situações equivalentes ou similares, não fazendo discriminação sem base profissional sólida.
•
Utilizar somente critérios objetivos para a avaliação e seleção da melhor proposta dentre as apresentadas por mais de um fornecedor.
•
Manter sistemas internos de controle que assegurem a lisura e a transparência dos 33
processos de avaliação das propostas. •
Proteger o fornecedor contra práticas antiéticas por parte dos empregados ou prepostos da empresa adquirente, principalmente a solicitação ou imposição de subornos em todas as suas formas.
•
Fazer com que o justo equilíbrio econômico‐financeiro presida sempre o relacionamento com o fornecedor.
•
Cumprir todas as obrigações assumidas perante o fornecedor e exigir dele que cumpra tão‐ somente o que houver sido acordado.
•
Informar ao fornecedor imediatamente sobre qualquer ator ou acontecimento que possa afetar a liquidação do seu crédito.
•
Não utilizar o fornecedor para práticas ilegais e antiéticas, e nem induzir ou permitir que ele as perpetre.
•
Não omitir do fornecedor fatos, circunstâncias ou condições relevantes para que este possa cumprir adequadamente suas obrigações contratuais ou legais, ou apresentar uma cotação realista e justa.
Princípios éticos aplicáveis às relações com empregados As relações com os empregados materializam‐se nas chamadas Decisões de Trabalho, as quais são tomadas pela empresa em relação a uma pessoa para: •
Recrutá‐la ao selecioná‐la;
•
Contratá‐la;
•
Remunerá‐la;
•
Designar‐lhe as funções ou tarefas;
•
Promove‐la;
•
Transferi‐la;
•
Treiná‐la;
•
Removê‐la de cargo ou função;
Demiti‐la;
•
Aposentá‐la.
Para que as suas Decisões de Trabalho sejam éticas, a empresa deverá observar os seguintes princípios: •
Cumprir integralmente a lei, acordos, convenções e contratos, inclusive respeitando integralmente os direitos de cidadania do empregado, principalmente: - Sua liberdade, mesmo a liberdade de escolha do emprego; Sua 34
privacidade, mesmo a de comunicação; - Seu direito ao contraditório e á ampla defesa em qualquer procedimento instaurado contra ele; - o Seu direito á imagem e reputação. •
Observar o princípio da igualdade, garantindo tratamento idêntico para os que se encontram em situação equivalente ou similar: sem discriminações e nem proteções indevidas.
•
Motivar as pessoas a viverem e serem felizes em outros ambientes, além do ambiente de trabalho (família, amigos, escola, grupos voltados para fins específicos, etc.)
•
Manter um ambiente de criatividade e engrandecimento profissional.
•
Não permitir práticas abusivas contra os empregados, como assédio sexual, arrogância, maus tratos ou agressões.
•
Seguir os padrões mais elevados de proteção á saúde e segurança dos empregados.
•
Seguir critérios de avaliações de desempenho objetivos, profissionais e justos.
•
Abster‐se de impor ou sugerir a fornecedores, distribuidores e outros parceiros a contratação de pessoas ou a negação de trabalho a pessoas.
•
Não permitir que preconceitos ou discriminações possam interferir em quaisquer decisões de emprego (seleção, admissão, promoção, remuneração ou demissão).
Vedação aos preconceitos Os principais preconceitos conhecidos e que não podem ocorrer nas Decisões de trabalho são: •
De raça, que geralmente é exercido contra as pessoas negras ou de origem asiática;
•
De origem, geralmente exercido contra os africanos, nacionais de países da América Latina e asiáticos;
•
De sexo, normalmente praticado contra as mulheres e pessoas que apresentam orientação sexual diversa do seu aparelho biológico;
•
De idade, discriminando as pessoas com mais de 40 anos;
•
Contra pessoas portadoras de deficiência físicas;
•
Contra pessoas portadoras de doenças transmissíveis, como a AIDS;
•
Contra pessoas que possuem vícios de consumo de droga e de álcool.
O preconceito racial é crime no Brasil. A negação de trabalho a alguém por motivo de raça ou cor sujeita o agente á pena de reclusão de dois a três anos, podendo o estabelecimento infrator ser fechado por um período de até três meses. 35
É mais difícil identificar a prática de preconceito racial nas demais Decisões de trabalho, como remuneração, treinamento e promoção. Há, ainda, a possibilidade de uma prática mais sutil, que é a do tratamento diferenciado entre os colegas de trabalho. Para facilitar a identificação e a punição dessas práticas ilícitas, a empresa ética manterá formulários e registro internos, nos quais fiquem expressas as razões de cada Decisão de Trabalho. Para coibir as demais práticas preconceituosas, só a supervisão permanente e a conscientização do grupo de empregados poderão ser eficazes. A empresa ética deve estabelecer punições definitivas para o preconceito racial, consistentes em demissões sumárias, independentemente da ação criminal a que será submetido o agente.
Proibição do abuso de poder pelos superiores •
Todas as formas de abuso de poder são antiéticas e não devem ser nem permitidas e tão pouco toleradas pelas empresas éticas.
•
As principais formas de abuso de poder, além do assédio sexual, que serão tratadas no subitem VII. 5 são:
•
Arrogância, assim entendidos a soberba, a insolência, o atrevimento, o descaso com os direitos de cidadania alheios.
•
Intolerância sem base lógica, Caracterizada pela responsabilização de alguém por um acontecimento ruim, mesmo que não lhe tenha sido possível evitá‐lo.
•
Indisponibilidade ou dificuldade para ouvir os outros.
•
Narcisismo
profissional,
caracterizado
pelo
excesso
de
auto‐admiração,
transformando‐se nas manifestações mais patológicas no hábito de creditar todos os feitos bons a si mesmo. •
Descortesia para com os colegas de trabalho.
•
Gritos e ameaças.
•
Violência física contra colegas e subordinados.
•
Coação moral e constrangimentos.
•
Perseguições.
•
Atentados contra a liberdade individual dos empregados.
•
Vinganças pessoais ou atitudes não‐profissionais de disputa de carreira ou de poder.
•
Punições indevidas.
Avaliações de desempenho injustas.
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Ambiente de trabalho profissional, produtivos e criativo, que valorize a atuação humana. O Princípio ético em relação a esse assunto determina que a empresa atenda ás necessidades imateriais do trabalhador como ser humano, principalmente as seguintes: •
Adquirir novos conhecimentos.
•
Desenvolver‐se profissionalmente, inclusive pelo domínio de novas técnicas.
•
Superar os seus próprios limites de criatividade, conhecimento, concentração produtividade e outros.
•
Obter uma satisfação imaterial com o trabalho, resultante do seu desempenho norteado por elevados padrões de qualidade e excelência.
•
Obter o reconhecimento e o crédito imaterial pelos seus feitos e contribuições.
Para alcançar os objetivos acima, a empresa precisará implantar programas, além daquele relativo á observância da ética, voltados para: •
Treinamentos gerais e específicos por área, visando a capacitação profissional;
•
Avaliação de desempenho dos empregados através de métodos que assegurem resultados justos;
•
Recebimento e transmissão de informações aos empregados (canais de comunicação) de forma eficiente;
•
Criatividade, através do reconhecimento e premiação de novas idéias; Incentivo às ações individuais em prol da comunidade, inclusive àquelas desenvolvidas em favor de instituições filantrópicas ou culturais;
•
Promoção da integração da família nas metas do empregado, através de ações específicas, como a concessão de bolsas de estudos para os filhos de empregados de desempenho extraordinário;
•
Redução dos controles de freqüência, produção e disciplina, na proporção do comprometimento do empregado com as metas da organização e do nível de responsabilidade por ele demonstrado.
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TESTE DE AVALIAÇÃO DE PREDOMINÂNCIA SISTEMA PREFERENCIAL 1 - Quando não tenho o que fazer à noite gosto de: a.Assistir televisão b.Ouvir música ou rádio c.Fazer exercícios físicos 2 - Reconheço uma pessoa que não vejo há muito tempo por: a.Pelo seu rosto b.Pela sua voz ou nome c.Pelo seu comportamento ou perfume 3 - Em relação ao meu comportamento posso dizer que: a.Cuido muito de minha aparência b.Sou muito cuidadoso em relação ao que digo aos outros c.Preocupo-me muito com meu físico 4 - Em relação ao meu comportamento com outros dizem que: a.Sou muito observador b.Sou bom ouvinte e falo muito c.Sou muito carinhoso 5 - Ao receber tarefas para cumprir prefiro: a.Receber instruções por escrito b.Explicação verbal ou oral c.Demonstração prática do assunto 6 - Prefiro saber das notícias: a.Lendo ou pela televisão b.Pelo rádio c.Pelo contato com outras pessoas 7 - Quando estou sozinho prefiro: a.Divagar vendo-me realizar alguma coisa b.Converso comigo mesmo c.Relaxo-me ou procuro mexer com coisas ao meu redor 8 - Se tivesse que fazer uma única opção nessas circunstâncias escolheria: a.Ir a uma exposição ou museu b.Ir a concertos ou show musical c.Ir a um parque de diversões 9 - Nas pessoas impressionam-me mais: a.A aparência e o modo como se vestem b.A educação e o modo como falam c.O físico e o modo como se portam 10- Na televisão aprecio mais: a.Filmes, noticiários e documentários b.Programas de entrevistas e shows musicais c.Programas esportivos, filmes de terror ou suspense 11- Aprendo com mais facilidade quando: a.Leio ou assisto aulas com slides 39
b.Estudo em voz alta ou palestras c.Grupo de estudo ou laboratório 12- Dos três presentes gosto mais: a.Filme/DVD/Livro b. CD/ MP3 c.Uma Viagem 13- Se fosse convidado para comentar algum assunto, gostaria de: a.Escrever um artigo sobre o assunto b.Proferir uma palestra c.Fazer demonstração prática 14- Dessas atividades qual que pratico mais: a.Compro roupas ou sapatos b.Compro muitos cds c.Compro coisas que me dão conforto 15- As lembranças mais freqüentes de meu relacionamento com meus pais são: a.Dos exemplos ou demonstrações de carinho b.Dos conselhos e conversas que tivemos c.Dos abraços, beijos ou castigos físicos 16- Quando estou numa cidade estranha oriento-me: a.Através de mapas ou placas b.Pergunto às pessoas para me orientar c.Sigo minha intuição 17- São coisas que faço freqüentemente: a.Observar as pessoas b.Conversar com as pessoas c.Praticar esportes ou jogos com elas 18- Da minha casa gosto mais: a.Vê-la limpa e em ordem b.Do sossego que transmite c.Do conforto que me traz
19- Do meu carro aprecio mais: a.O aspecto e estado da lataria b.Do funcionamento sem ruídos ou sistema de som c.Da potência do motor e rapidez 20- De um modo geral aprecio: a.Fotografia e filmadora b.Conversar com meu cão ou ouvir som c.Dançar ou ser massageado RESULTADO: SOME TODAS AS RESPOSTAS a., b. ou c. Qual delas respondeu em maior número? 40
Houve um equilíbrio de respostas a., b. e c.?: Qual a que respondeu menos? a., b., c. Se a maioria das respostas for: a - predominância visual b - predominância auditiva c - Predominância cinestésica Se houver número muito pequeno de respostas para uma determinada letra aconselhável desenvolver este sentido. Se houver igualdade de respostas em duas letras, volte ao teste e SOMENTE responda às perguntas sem olhar as questões. Quando for tomar uma decisão importante, procure usar os três canais sensoriais simultaneamente.
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10 - Bibliografia ALONSO, F. R.; LÓPEZ, F. G.; CASTRUCCI, P. L.. Curso de Ética em Administração. São Paulo: Atlas, 2006. ARRUDA, M. C. C.; WHITAKER, J. C.; RAMOS, J. M. R.. Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Ética e Responsabilidade Empresarial. In: Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998. BROWN, M. T.. Ética nos Negócios. São Paulo: Makron Books, 1993. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R.. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo:Pearson Prentice Hall, 2007. CHERMAN, A; TOMEI, P. A. Códigos de Ética Corporativa e a Tomada de Decisão Ética: Instrumentos de Gestão e Orientação de Valores Organizacionais? RAC - Revista de Administração Contemporânea. v. 9, n. 3, 2005. Disponível em: <http://anpad.org.br/ periodicos/content/frame_base.php?revista=1>. Acesso em: 10 abr. 2009. CHIAVENATO, I.. Para onde vai a TGA? Em busca da Competitividade. In: Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Cap. 19, p. 605 - 610. CHUAHY, Ricardo. Entrevista concedida ao site Ética Empresarial em 2 set. 2005.
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Anotações
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