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Figura Indicação de parede livre para exposição.

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Embarcações do Maranhão, lançado em 1998. Há ainda muitas outras bibliografias relacionadas à pesca, navegação, embarcações e meio ambiente, um espaço da maior valida para o tema. A bibliotecária nos apresentou a todo o acervo bibliográfico do Projeto, fez relatos sobre o desejo da digitalização de toda a pesquisa, como também dos próprios projetos e desenhos artísticos das embarcações estudadas, facilitando o acesso para mais interessados na temática.

Para cada tipologia de embarcação foi feito um relatório completo, incluindo cada elemento que consta no sumário. Há também cadernos com relatórios sobre as madeiras usadas, glossário com nomenclaturas diversas e toda a proposta para a criação do Estaleiro Escola, hoje já em funcionamento. Logo, desde à época da Pesquisa, já se idealizavam formas de transmissão desses modos de ser e existir, mediadas por atividades educativas, como forma de salvaguardar esse patrimônio do saber-fazer artesanal das construções de embarcações.

O contato com o material da pesquisa foi primordial para a compreensão da dimensão do trabalho; do plano de necessidades a construção de um Estaleiro Escola na vila-bairro Coqueiro da Praia. Os relatos das experiências vividas durante a pesquisa foram de extrema importância para então chegarmos ao resultado que apresentamos para o Estaleiro Escola do Museu da Vila.

Após o contato com conteúdo da pesquisa, passamos para as oficinas, conhecemos a realidade do Estaleiro como ferramenta educativa-cultural. O carpinteiro naval e instrutor da oficina de carpintaria, no momento de nossa visita estava no processo de execução de uma embarcação. Em conversa informal, notamos que com o uso de ferramentas e técnicas simples é possível reproduzir as tipologias artesanais, sem necessidade de maquinários sofisticados e pesados. Porém há necessidade de conhecimentos e experiência na construção, além de materiais de boa qualidade e espaço físico amplo.

// Figura 57: Espaço para construção de embarcações, U.V. Estaleiro Escola.

// Fonte: Fonte: Mariana Bezerra, 2019

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O espaço reservado para as aulas de construção naval está na parte que foi ampliada, entre a edificação histórica original e o anexo construído. Na intenção de valorizar a concepção projetual foi instalado um setor museográfico, com exposição de modelos náuticos, representando a diversidade de embarcações maranhenses, com painéis pedagógicos, utensílios e ferramentas raras utilizados pelos mestres carpinteiros navais. (ANDRÉS, 2018). O edifício contempla ainda um Centro de Documentação e Pesquisa Amyr Klink com biblioteca especializada, auditório e uma bateria de computadores para pesquisa. No anexo, o estaleiro (carpintaria naval), as oficinas de modelismo naval, reciclagem (papel e PET), cerâmica, biojóias, pintura, marcenaria, refeitório e alojamentos.

Ao lado do espaço das construções está a oficina de modelismo e reaproveitamento de madeira (marcenaria), onde é dedicado mais tempo para observações. A partir dos relatos e experiências do instrutor de modelismo naval, compreendemos as necessidades técnicas para o funcionamento da oficina, tanto relacionadas ao espaço físico, quanto aos materiais e equipamentos necessários.

O instrutor e modelista mostrou alguns dos trabalhos que realizou, o que demonstra sua experiência em modelismo desde a infância. Segundo relata, seu avô, além de construtor de embarcações se dedicava a fazer miniaturas, no entanto, quando iniciou, não dispunha da técnica necessária para ser considerado modelismo, que aprendeu com o avô foi potencializado com o trabalho no estaleiro, que lhe concedeu a oportunidade de estudar e aprender construir, a realizar o trabalho com modelismo, maquete em escala reduzida, com as características de uma embarcação em tamanho real. Nos relatou que passou cerca de 3 meses estudando no Projeto Liceu de Modelismo Naval no Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul, Santa Catarina. A partir de então se tornou instrutor no Projeto do Estaleiro Escola em São Luís, transformando o que antes era uma brincadeira herdada do avô, em uma profissão.

Sobre os cursos oferecidos no estaleiro, relacionados a modelismo naval, relatou as dificuldades que tem em relação ao conteúdo técnico, pois muitos dos alunos tem uma educação básica deficiente, tornando um pouco mais complexo o trabalho, que necessita de compreensão espacial, matemática, entendimento sobre escalas, visualização de planos e perspectivas. Porém, é possível em pouco tempo de curso, viabilizar a introdução ao modelismo, e produção de modelos, que com a experiência e desenvolvimento no tema podem evoluir.

Percebemos que a oficina de modelismo, assim como a de construção, não necessita de maquinários complexos, pois a ideia é realmente executar o trabalho de forma artesanal, como faziam os carpinteiros navais do passado, com ferramentas muitas vezes construídas exclusivamente para executar tal serviço, como podemos visualizar nas imagens das oficinas, a seguir:

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// Figura 58: Embarcação em escala reduzida, Unidade Vocacional Estaleiro Escola.

// Fonte: Fonte: Mariana Bezerra, 2019

// Figura 59: Embarcação em escala reduzida, Unidade Vocacional Estaleiro Escola. 2

// Fonte: Fonte: Mariana Bezerra, 2019

O trabalho realizado no Estaleiro Escola em São Luís, apesar de ter um espaço expositivo no próprio local, há necessidade de maior comunicação do trabalho e projeto. Em 2017, foi inaugurado o Museu das Embarcações do Maranhão, no Forte de Santo Antônio, ponto turístico da cidade, bem frequentado. O prédio foi adaptado e tem um acervo de Modelos navais feitos na Unidade Vocacional Estaleiro Escola como exposição de longa duração e

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também espaço para vídeos e exposições de curta duração. No local, encontramos profissionais de mediação e também a possibilidade de adquirir produtos feitos nos projetos do estaleiro: modelos de embarcações, artesanatos dos cursos de cerâmica, biojóias, reciclagem de papel etc.

7.4 Identificação e formação de público

7.4.1 Aplicação e análise de questionários

Entender a função educativa dos museus e a importância da relação com a comunidade escolar fez parte desta pesquisa-ação, que incluiu a equipe educativa-cultural do Museu da Vila e outras pesquisas de mestrandos em processo, com coleta e análise de dados sobre a comunidade escolar da Unidade Escolar Carmosina Martins da Rocha. Foram aplicados questionários para mensurar e identificar a natureza, as características do público, o que incluiu a Creche Tia Neuza, espaços de formação localizados no entorno do Museu. Estudos que nos permitiram compreender a formação desses públicos e colaborar na formação de mediadores dos patrimônios locais.

[...] ao longo de sua existência, os museus foram assumindo cada vez mais (e de formas diferenciadas) seu papel educativo. Nesse aspecto, os museus vêm sendo caracterizados como locais que possuem uma forma própria de desenvolver sua dimensão educativa. Identificados como espaços de educação não-formal, essa caracterização busca diferenciá-los das experiências formais de educação, como aquelas desenvolvidas na escola, e das experiências informais, geralmente associadas ao âmbito da família. (MARANDINO et al, 2008)

Nossa imersão no território potencializou a nossa busca por uma participação da comunidade local na construção da proposta de criação de um Estaleiro Escola, que se constitui parte de um complexo de edificações de uso educativo-cultural, que para efetivamente existir e funcionar, necessita sobretudo dos significados que lhe possam atribuir os públicos, que se interessem em participar, serem usuários do projeto proposto. Aproveitamos o já realizado trabalho de pesquisa nas escolas para adensar os questionamentos, enfatizando o interesse das pessoas por um equipamento que propomos.

A equipe do educativo-cultural do Museu, Turma 4, do PPGAPM, primeiramente analisou as fichas cadastrais de alunos e famílias existentes na Escola e Creche, para estar informada da quantitativa do público escolar local e ter base de referência para as necessidades das pesquisas e intervenções em andamento no Programa. Posteriormente, foi aplicado questionário semiaberto contemplando indagações não constantes nas fichas escolares cadastradas e incluindo pontos de interesse para as atividades do Museu.

Para proposta de formação, encontramos nesse trabalho inicial um supor-

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te de identificação de públicos, para o Estaleiro Escola e suas instalações, buscamos encontrar a partir dos questionários aplicados aqueles estudantes interessados no ofício de marcenaria, um dos questionamentos constantes na ficha ou que fora preenchido como sugestão. A maioria dos estudantes que optaram por tal ofício são estudantes do ensino fundamental maior da Unidade Escolar Carmosina Martins da Rocha, tornando-se a partir de então nosso público prioritário.

Para aprofundar o conhecimento e estreitar as relações com esse público específico, elaboramos um novo questionário semiaberto, aplicado para aqueles que demonstraram interesse em marcenaria. Pelo leque de opções de produtos que podem ser fabricados em madeira, buscamos entender o que o público gostaria que tivesse como opção de cursos e oficinas no Museu e futuramente na Marcenaria do Estaleiro Escola, o que nos auxiliaria a pensar mais ações de sensibilização, que viabilizassem a proposta, bem como na construção de um programa de necessidades para a arquitetura do equipamento.

Aplicamos os questionários ampliados, aproveitamos para explicar e exemplificar muitas das atividades que poderiam ocorrer em uma marcenaria e em um estaleiro escola, promovendo assim uma ampliação da quantidade de interessados. O questionário aplicado versava sobre o interesse em oficina de marcenaria e maquetes, quais produtos desejavam produzir nas oficinas com as opções: móveis, reaproveitamento de madeira, brinquedos, canoas, casas (maquetes), produtos para casa e reforma de móveis.

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// Figura 60: Ficha questionário.

// Fonte: Elaborado por Aurea Pinheiro e adaptado por Mariana Bezerra, 2019.

No relatório que norteou nossa pesquisa, 26 alunos haviam demonstrado interesse em marcenaria, no entanto ao aplicar o questionário específico para a marcenaria e Estaleiro escola, obtivemos o retorno de 33 estudantes interessados. Os questionários foram aplicados nas turmas de 7º, 8º e 9º anos, para meninos e meninas. Segue gráficos:

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// Gráfico 01: Identificação por sexo

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Tabulação elaborada em software Excel.

// Gráfico 02: Identificação por itens.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Tabulação elaborada em software Excel.

Houve uma quantidade de interessados maior do sexo masculino, no entanto com uma diferença bem pequena em relação ao interesse feminino. Percebemos equilíbrio de gênero também nas oficinas de sensibilização já ministradas inseridas na temática da criação do estaleiro escola.

Um dos objetivos do Estaleiro Escola do Museu da Vila, quando de sua implantação, será colaborar com a promoção de formas de educação patrimonial e ambiental. Vimos a partir da análise das respostas que temos um público de interesse maior, nas áreas correlatas à proposta: como reaproveitamento de madeira, canoas e maquetes. Com esta análise foi possível planejar mais ações de sensibilização, com foco na formação educativa e de público para as instalações do Estaleiro Escola do Museu da Vila.

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7.4.2 Ações de sensibilização

7.4.2.1 Maquetes canoa Evelyn: primeiros estudos

Atendendo à demanda coletada com a pesquisa e formação de público, resolvemos estudar a técnica construtiva de uma canoa que faz parte do acervo institucional do museu exporta na área externa ao Museu.

Escolhemos iniciar a coleta de informações por essa canoa, identificada na análise das fichas de documentação do Museu da Vila como Canoa Evelyn, pertencente outrora ao pescador Fernando Rocha da Silva. O entendimento técnico, além de ser um método de mapeamento de tipologias de embarcações, nos permite colaborar na sensibilização do público, com o planejamento de ações educativas e interpretativas a partir deste objeto museal.

Analisamos prioritariamente as informações técnicas que pudessem nos fornecer subsídios para uma reprodução desta canoa em desenhos técnicos (planos de linhas), maquetes eletrônica e física. Dentre as informações coletadas, constam as medidas gerais e imagens da embarcação, tornando possível a elaboração de uma maquete eletrônica simplificada.

Durante a composição do desenho, percebemos a necessidade do aprofundamento da pesquisa relacionado ao processo construtivo da embarcação, para que pudéssemos reproduzir etapa a etapa em desenhos técnicos necessários para elaborar modelos de embarcações em escala reduzida, maquete eletrônica e física que respeitassem a técnica, os materiais e as dimensões do objeto em escala 1:1.

Tomamos como base os estudos feitos por um dos colaboradores deste trabalho, Antônio Jonas, modelista autodidata. Para a modelagem de uma embarcação são necessárias diversas medidas, que variam dependendo da complexidade do modelo. A ficha técnica, extraída do inventário das artes de pesca (suporte de documentação do acervo do Museu) não continha me-

// Figura 61: Modelo preliminar, maquete eletrônica.

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software Sketchup MAKE.

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didas suficientes para a perfeita construção do modelo. Nela existiam medidas: Faces da proa e popa; Comprimento (parte superior); Quilha (comprimento parte inferior); Boca (largura da seção que se encontra no centro do barco); Cavernas (pode-se dizer que são as costelas do barco) – estas apenas com espessura e distância entre elas.

Foi possível, então, realizar esses estudos de modelagem preliminares a partir das medidas e imagens que constam naquele Inventário, uma oportunidade de reconhecer quais medidas e informações seriam necessárias para que pudéssemos elaborar um modelo com maior fidelidade. Para tal, precisamos conferir de perto medidas e detalhes construtivos da embarcação.

Medidas necessárias

•Cavernas – cada caverna tem característica única, logo cada uma deve ser considerada uma seção importante do barco e medida com precisão, devendo ser considerado altura, comprimento, espessura e possíveis curvas, distância entre elas e a distância delas para as extremidades, evitando assim a soma de erros milimétricos de medida.

•Comprimento e Quilha – Estas peças são curvas, logo devem ser medidos da seguinte forma, comprimento (A e B) e flecha (altura da referência horizontal para a linha curva)

•Boca – deve ser medida como as cavernas e também a distância para as extremidades (proa e popa), conferindo assim mais precisão às medidas.

•Faces da proa e popa – devem ser medidas em altura, comprimento, suas curvas e o ângulo que fazem em relação a um plano horizontal.

Medidas da Canoa Evelyn: •Cavernas – 8 cavernas de 0,05m de espessura, 0,59m entre uma caverna e outra. •Comprimento e Quilha – 5,72m e 5,50m, respectivamente. •Boca – 1,70m (largura) e 0,59m (profundidade). •Faces da proa e popa – (largura x altura) 0,53m x 0,67m e 0,91m x 0,79m, respectivamente.

// Figura 62: Instruções de medição de linha curva.

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software AutoCAD

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Processo de modelagem

Começamos a trabalhar com as medidas que havia na ficha do inventário, com isso foi possível desenhar a face da proa e popa, também sabendo a distância entre elas, como representado abaixo:

Depois mais medidas se fizeram necessárias, começamos a supor medidas através de fotos na ficha técnica. A embarcação é cheia de curvas além de ser envergada, presumimos que a boca, a parte mais larga, é bem centralizada na embarcação.

Com esse “gabarito” feito, as curvas restantes do casco foram facilitadas, pois tinha ajuda das fotos e do conhecimento do estilo de embarcações nordestinas, já coletados das bibliografias específicas, a exemplo o livro Embarcações do Maranhão.

// Figura 63: Desenho faces popa e proa.

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software AutoCAD

// Figura 64: Construção do modelo.

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software Sketchup MAKE

// Figura 65: Construção do modelo 2.

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software Sketchup MAKE

// Figura 66: Construção do modelo 3.

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software Sketchup MAKE

// Figura 67: Construção do modelo 4

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software Sketchup MAKE

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A partir das curvas mais desenvolvidas, através de recursos do software Sketchup Make concluímos a forma do casco da embarcação. Com o casco concluído direcionou-se para modelar a estrutura interna.

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As medidas da ficha técnica do inventário auxiliaram a posicionar os gabaritos para detalhar melhor as cavernas, que são ao todo, 8 cavernas de 0,05m de espessura, 0,59m entre uma caverna e outra do barco. Na falta das dimensões das cavernas baseou-se nas fotos, onde um homem colocou sua mão sobre uma caverna a partir da proporção mão em relação ao barco foi possível presumir a largura e altura da madeira da caverna.

Finalizando essa etapa com a pintura das tábuas que servem de assento e apoio para outras estruturas do barco como a vela, como curiosidade, “nota-se a inexistência de quilha, que é como a coluna vertebral das embarcações, este detalhe diz muito sobre seu processo construtivo, instigando para uma pesquisa mais profunda deste processo”. (ANTÔNIO JONAS, 2019)

Com os planos desenvolvidos com o auxílio dos softwares AutoCAD e Sketchup MAKE, os modelos e a maquete eletrônica já elaborados, fizemos um protótipo de um modelo em madeira para aprimorar técnicas, habilidades e exercitar uma metodologia e didática no processo executivo da maquete da canoa.

// Figura 68: Construção do modelo 5.

// Fonte: Antônio Jonas, 2019. Software Sketchup MAKE

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// Figura 68: Modelo físico, referência de escala.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019.

A construção do primeiro modelo:

O tempo de elaboração de um modelo varia de embarcação para embarcação e seu tamanho, mas o objeto é a embarcação Evelyn, uma canoa de pesca de pequeno porte construída no município de Luís Correia, por um construtor naval proveniente do Estado do Ceará.

Com as instruções e auxílio de Antônio Jonas, o tamanho adotado para o modelo foi de 25 – 30cm de comprimento. Foi realizada a criação de um projeto da embarcação, contendo os desenhos das partes principais da canoa, utilizamos o software AutoCAD (versão educacional), para desenhar as cavernas, popa e proa, que são estruturantes para a construção da embarcação. Com a base desenhada no software, com medidas fiéis a realidade, é possível efetuar a impressão em qualquer escala desejada, servindo como gabarito para a construção do modelo em materiais diversos. O material utilizado para o primeiro modelo foi: Palitos de madeira pinus (mexedor de café); Cola (cascola, cola de madeira instantânea transparente); Lixa para madeira; Serra de madeira; Alicate de unha.

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Primeiro passo:

Construímos as cavernas, popa e proa. As cavernas determinam o formato do casco e são uma das principais características da embarcação, com o auxílio de um desenho guia ou gabarito impresso, os palitos flexíveis são colados para conseguir fazer as cavernas. Para proa e a popa os palitos foram cortados posicionados e colados, também com o auxílio do gabarito impresso.

// Figura 70: Processo construtivo cavernas.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019

// Figura 71: Processo construtivo casco.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019

Segundo passo:

Unimos as cavernas com a popa e proa, com ajuda de um gabarito, criado para este fim, posicionamos e colamos as cavernas com as peças da popa e proa, colamos também dois palitos na base, formando assim a “quilha”, que une todas as peças, após a secagem, podemos retirar o gabarito criado para estruturar.

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Terceiro passo:

Com as cavernas posicionadas e presas às extremidades (popa e proa), os palitos são colados para o fechamento do casco. Este é um processo demorado e que requer bastante habilidade manual, para os ajustes necessários à adaptação às curvaturas da embarcação. Para viabilizar isto, utilizamos a técnica de umedecer em água morna os palitos para que fiquem mais maleáveis e se adaptem melhor às curvas necessárias sem quebrar. Este processo remete ao de “cozinhar” a madeira para atingir as curvaturas exigidas pela embarcação, que são feitas nos estaleiros navais artesanais.

// Figura 72: Processo construtivo, detalhes.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019.

// Figura 73: Material em água morna, processo de flexibilização.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019.

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Finalização:

Lixamos a embarcação para ter um bom acabamento. Uma pintura com tinta impermeabilizante é importante para garantir a proteção do suporte (madeira), impedir que absorva umidade, como também reproduzir com fidelidade as cores da embarcação original. No entanto até o presente momento do trabalho, a embarcação permanece sem pintura, como um demonstrativo do material utilizado no processo.

A partir desses estudos e aprendizados iniciais, aprimoramos a técnica, treinamos e exercitamos com materiais diferentes, como palitos de picolé. Aprimoramos usos de ferramentas e partilhamos esses exercícios durante a 4ª feira do patrimônio em outubro de 2019. Nesta ocasião, tivemos a oportunidade de apresentar um pouco da proposta deste trabalho, e alguns modelos da canoa Evelyn em diferentes etapas do processo. Também aproveitamos o evento para demonstrar as técnicas utilizadas para a construção dos modelos, os materiais e as ferramentas.

Em sequência, durante a montagem da exposição “Nós do Coqueiro”, que ocorreu na primeira semana de novembro de 2019, também aproveitamos para partilhar a experiência de construção dos modelos ainda inacabados da feira do patrimônio, com um jovem do bairro Coqueiro da Praia, que já havia demonstrado interesse. De forma espontânea, sentamo-nos na calçada do futuro estaleiro escola e começamos a recortar, colar e montar canoas.

// Figura 74: Exposição de modelos e técnicas construtivas, Feira do Patrimônio 2019.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019

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// Figura 75: Montagem de modelos de canoas.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019.

7.4.2.2 Oficinas de sensibilização

Foram realizadas como parte da metodologia de aproximação, imersão na comunidade e mobilização das pessoas, com ênfase nos usuários identificados na aplicação dos questionários, em duas oficinas realizadas no Museu nos meses de julho e agosto de 2019 respectivamente, oficina de educação ambiental e patrimonial, em parceria com a mestranda Hanna Morganna, e a oficina “Que canoa é essa?”. Pesquisa e estágio foram atividades concomitantes realizadas por mim e Hanna no Museu da Vila.

IDENTIFICAÇÃO OFICINA 1- FÉRIAS NO MUSEU

TEMA/ TÍTULO: Educação Ambiental e Educação Patrimonial FACILITADORES: Hanna Morganna e Mariana Bezerra LOCAL: Museu da Vila DATA:26.07.19 (SEXTA-FEIRA) CARGA HORÁRIA: 4 horas HORÁRIO: 15h

A proposta da oficina foi apresentar conceitos e boas práticas de educação ambiental e patrimonial com o uso de recursos didáticos como vídeos, fotografias, slides, música e atividades práticas in loco, usufruindo do acervo técnico expositivo do espaço do museu.

No contexto da pesquisa que propõe a criação do Estaleiro escola do Museu da Vila, a atividade se relacionou aos conceitos de educação e interpretação do patrimônio, em que apreendemos o patrimônio ligado às embarcações e artes de pesca. Conecta-se também à proposta expográfica de uma

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embarcação do acervo institucional do Museu, nomeada “Vovó”, para a nova exposição de longa duração, em que será feito um trabalho colaborativo de construção de um piso com garrafas de vidro, reaproveitadas, como base para a embarcação a ser exposta e interpretada.

A Oficina se justificou pela inserção do Museu da Vila no território da Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, que é uma área de conservação federal que abrange 3 estados do Nordeste, Piauí, Ceará e Maranhão e 10 municípios. A paisagem é formada por dunas, manguezais, igarapés e uma fauna e flora ricos em biodiversidade. Sua diversidade se aplica também no âmbito cultural e patrimonial pela presença de populações ribeirinhas, praieiras e deltaicas e suas atividades tradicionais de saberes e fazeres se relacionam diretamente com esta paisagem natural. Visto isso, há uma necessidade de promover uma sensibilização e voltar o olhar para a preservação desse rico patrimônio natural e cultural.

Teve como objetivos:

A) Promover uma sensibilização acerca do meio ambiente para a preservação do território local e a biodiversidade

B) Apresentar boas práticas de preservação, reaproveitamento e reutilização de materiais que seriam descartados no meio ambiente.

C) Conceituar, de forma interativa, patrimônio, preservação e identidade.

D) Mobilizar por meio de vídeos, formas de contribuir com a limpeza e o reaproveitamento de lixo.

E) Identificar um grupo que possa replicar os conhecimentos e compartilhá-los com os demais usuários do Museu da Vila.

Como públicos prioritários tivemos os mediadores mirins do Museu da Vila, crianças e adolescentes (faixa etária de 12 a 16 anos) e como colaboradores mestrandos da turma 4 do mestrado, representada por Cristiana Brandão. Com apoio do programa Mestrado em Artes, Patrimônio e Museologia (UFPI), Museu da Vila e Associação de Moradores do Bairro Coqueiro da Praia.

PROGRAMAÇÃO PROPOSTA

15h Dinâmica de Acolhida - Facilitadora Profª Cristiana Brandão (mestranda MAPM-UFPI)

15h20m Apresentação dos conceitos de educação patrimonial e ambiental- Profª Hanna Morganna e Professora e Arquiteta Mariana Bezerra.

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• Exibição de vídeos informativos sobre a temática

• Apresentação da maquete da Canoa Evelyn

• Mostra interativa dos objetos feitos com materiais reaproveitados.

• Dinâmica de apresentação dos objetos do Museu da Vila

16h30m Atividade prática colaborativa de reuso de garrafas de vidro para a criação de piso da expografia da embarcação “Vovó”

• Orientação por meio de vídeo educativo sobre a técnica de reutilização de garrafas de vidro.

• Demonstração de limpeza colaborativa das garrafas que serão utilizadas no processo.

• Escavação no local, posicionamento e fixação das garrafas no piso.

17h00m Lanche coletivo

17h30m Música e dança “Xote Ecológico”

ARTE PARA DIVULGAÇÃO VIRTUAL

// Figura 76: Divulgação oficina de educação ambiental e patrimonial.

// Fonte: Hanna Morganna, 2019. Canvas App

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RELATÓRIO DA ATIVIDADE

• Descrição do que foi realizado

A oficina iniciou com uma atividade dinâmica conduzida pela Mestranda Cristiana Brandão, com referência ao patrimônio local. Introduzimos conceitos sobre o que é patrimônio, e formas de preservação, reconhecimento e interpretação. Também foi abordado temas como meio ambiente, reciclagem, reaproveitamento e reuso.

Dentro da temática foi apresentado o projeto expográfico da canoa “Vovó” e o trabalho a ser realizado de reuso de garrafas de vidro para a construção de um piso.

• Metodologia utilizada

Utilizamos a apresentação expositiva dialogada com recurso audiovisual para exemplificar, além de atividades práticas.

• Recursos

Notebook, projetor, papel, lápis e prancheta.

• Produtos e serviços

Como produtos, realizamos o assentamento de algumas garrafas de vidro no piso, e fizemos a atividade “adote um copo”, com o intuito de reduzir a quantidade de copos de plástico que vão para o lixo.

• Avaliação e Resultados

Os participantes que já se apresentavam como mediadores do Museu, aprimoraram seus conhecimentos sobre o patrimônio cultural, sua relação com o meio ambiente e a função do museu naquela comunidade, ampliando seu potencial como replicadores e gestores do patrimônio.

// Figura 77: Ações oficina de educação ambiental e patrimonial.

// Fonte: Hanna Morganna e Mariana Bezerra, 2019

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IDENTIFICAÇÃO OFICINA 2 - MUSEU (A)GOSTO

TEMA/ TÍTULO: “Que canoa é essa?” Uma compreensão técnica do acervo institucional do Museu da Vila

FACILITADORES: Mestranda Professora Arquiteta. Mariana Bezerra

LOCAL: Museu da Vila

DATA:21.08.19 (QUARTA-FEIRA)

CARGA HORÁRIA: 4 horas

HORÁRIO: 15h

A proposta da oficina “Que canoa é essa?”. Compreensão técnica do acervo do Museu da Vila proporciona aos residentes da vila-bairro Coqueiro da Praia, usuários do museu, mais especificamente ao já formado grupo de mediadores mirins, noções básicas de educação patrimonial, de forma dinâmica e interativa, focado no conhecimento técnico de geometria e representação gráfica (MONTENEGRO, 2009; CHING; JUROSZEK, 2010) mais aprofundado do acervo institucional do Museu da Vila, com destaques paras as 3 canoas. Esse conhecimento técnico, abrangeu nomenclaturas, tecnologias de construção, bem como as dimensões e materiais empregados na construção dos objetos do acervo.

O Estaleiro Escola do Museu da Vila se relaciona à temática da oficina, a partir das necessidades de compreender melhor as técnicas construtivas do já institucionalizado acervo de embarcações, aproximando os usuários deste importante saber. O Museu da Vila, mantém constantes atividades relacionadas ao conhecimento de seu acervo institucional e operacional e de forma colaborativa vem formando mediadores em toda a comunidade para que repliquem o conhecimento sobre o patrimônio local. Desta forma é importante o aprofundamento do conhecimento sobre este acervo, e também formas de se reconhecer objetos do patrimônio local, como também ferramentas de educação e interpretação patrimonial.

Os objetivos da oficina foram detalhados de forma a gerar conhecimentos específicos de interesse do trabalho, como também diagnosticar possíveis demandas futuras. Que são:

A) Compreender as técnicas utilizadas, as dimensões, usos e materiais das embarcações do acervo institucional do Museu da Vila.

B) Apresentar nomenclaturas e tecnologias de construção de embarcações.

C) Conceituar, ferramentas de interpretação patrimonial (a exemplo maquetes de embarcações).

D) Identificar um grupo que possa replicar os conhecimentos e compartilhá-los com os demais usuários do Museu da Vila.

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O público previamente escolhido foi o grupo de mediadores mirins do museu da vila, crianças e adolescentes (faixa etária de 12 a 16 anos), no entanto a divulgação foi realizada de forma ampla e aberta nas redes sociais e também em convites pessoais na Unidade Escolar Professora Carmosina Martins da Rocha, prioritariamente às turmas de 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental. Este público foi definido como prioritário pois se enquadram na faixa etária de interesse.

Tivemos como colaboradores alguns colegas mestrandos da turma 4 do mestrado. Isa Marilia, Sabrina Castro e Hanna Morganna, colaborando no preparo e organização e durante a oficina de forma também participativa e na divulgação. Contamos com o apoio do programa de Mestrado profissional em Artes, Patrimônio e Museologia (UFPI), Museu da Vila, Associação de Moradores do Bairro Coqueiro da Praia.

PROGRAMAÇÃO PREVISTA

15h Recepção apresentação dos objetos e ferramentas que iremos utilizar - Facilitadora Professora Arquiteta Mariana Bezerra (mestranda MAPM-UFPI)

15h20m Apresentação das tecnologias, ferramentas e nomenclaturas dos objetos do acervo e Professora Arquiteta Mariana Bezerra.

• Apresentação de conceitos com auxílio de imagens e projetor.

• Apresentação da maquete da Canoa Evelyn

• Mostra interativa dos objetos do acervo

15h50m Atividade prática orientada colaborativa medição dos objetos do acervo e reconhecimento das partes que compõem. Os alunos irão representar através de desenhos técnicos as partes dos objetos do acervo.

17h Lanche coletivo

ARTE PARA DIVULGAÇÃO VIRTUAL

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// Figura 78: Divulgação oficina “Que canoa é essa?”

// Fonte: Isa Marília, 2019, Canvas App.

RELATÓRIO DA ATIVIDADE

• Descrição do que foi realizado

Durante a tarde do dia 21/08/2019, foi realizada a explanação do que seria um modelismo, o modelismo naval e maquetes (MILLS, 2007) feitas como artesanato. Também abordamos os conceitos de escala e proporção, demonstrando como se reduz e se amplia uma medida e os instrumentos utilizados para o desenho técnico.

A partir dos conceitos abordados, fomos para uma atividade prática. Utilizando um roteiro para medição da embarcação, previamente elaborado, fizemos uma medição minuciosa das partes da canoa Evelyn, e realizamos croquis com as medidas e nomenclaturas das partes que a compõe.

• Metodologia utilizada

Utilizamos a apresentação expositiva com uso de imagens para exemplificar, além da atividade prática, como exercício sobre o conteúdo apresentado.

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// Figura 79: Atividade de medição canoa Evelyn.

// Fonte: Isa Marília, 2019.

// Figura 80: Recursos e instrumentos.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019

• Recursos

Notebook, escalímetro, réguas e esquadros, papel, roteiro de medição, lápis e trena para medição.

• Produtos e serviços

Como produtos, elaboramos croquis e extraímos informações mais detalhadas sobre a embarcação, nomeada Evelyn.

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// Figura 81: Croquis elaborados durante oficina.

// Fonte: Isa Marília e Mariana Bezerra, 2019

• Avaliação e Resultados

Os participantes em sua maioria em idade escolar aprimoraram conhecimentos matemáticos de geometria e de desenho, exercitando a conversão da unidade de medida de metro para centímetro, e aprendendo soluções para medição de elementos curvos, através dos croquis e anotações realizadas. Compreenderam também o modelismo como forma de arte, e preservação do patrimônio local e demonstraram um grande interesse em aprofundar o conhecimento e habilidades para elaborar maquetes fiéis a realidade a qual representa.

Percebemos durante a atividade, uma construção de mentalidade dentre os jovens, principalmente em relação aos objetos do acervo e os cuidados que se deve ter com estes objetos. No momento da medição, às vezes se fazia necessário se debruçar sobre a canoa e um dos participantes em certo momento exclamou: “cuidado isso é uma peça do museu!”, demonstrando a percepção apreendida sobre a preservação patrimonial em diversas atividades já realizadas. Com esta atividade tornou-se mais nítida a viabilidade da construção do Estaleiro Escola e seu uso para a ampliação dos diversos conhecimentos que foram abordados neste percurso.

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8. O Estaleiro Escola do Museu da Vila

8.1 Projeto arquitetônico: O conceito e o partido

Planejar arquitetura é deixar uma marca na paisagem, no território e no imaginário de quem usa ou vê a obra. O impacto que uma arquitetura provoca na paisagem de um lugar pode exercer reações positivas ou negativas. Por esta demanda que a arquitetura nos exige pensamos que intervir no espaço urbano não deve ser feito sem critérios, e a busca por uma contextualização com o entorno e com quem irá utilizar e se reconhecer no espaço físico arquitetônico foi o nosso primeiro passo “criativo”.

O conceito em arquitetura é a ideia que se deseja comunicar, a sensação que irá provocar nas pessoas que ali usufruem o espaço. Para o Estaleiro Escola do Museu da Vila, baseamos nosso conceito em 2 pontos principais: a simplicidade, extraída do contexto dos estaleiros artesanais, e o industrial, que remete à ofícios, trabalho, técnicas e tecnologias. Adequando com isso o contexto urbano e o contexto funcional da futura edificação.

O partido arquitetônico, são todas as diretrizes que iremos usufruir, dentre elas, técnicas, leis, normas, estilos, materiais, o território para atingirmos o nosso conceito arquitetônico inicialmente pensado.

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Portanto nossa proposta se inicia, desde os parâmetros legais apresentados, também analisamos condicionantes necessárias à tipologia do projeto, ao ambiente natural e cultural ao qual está inserido.

8.1.1 Proposta arquitetônica

Para o equipamento educativo-cultural, parte de um complexo em extensão ao Museu da Vila, buscamos além dos estudos de caso a projetos similares e boas práticas com o propósito de criar um programa de necessidades básico, perceber também quais espaços poderiam atender também às atividades do museu, formando assim um complexo composto por: Salão de exposição para embarcações de médio porte, depósito, recepção, copa, banheiros adaptados, sendo um masculino e um feminino e biblioteca, no pavimento inferior. Hall multiuso, sala de modelismo naval (marcenaria), sala de informática, almoxarifado, apartamento/alojamento (composto por um quarto, cozinha e banheiro), e uma sala multiuso, no pavimento superior. Conforme fluxograma:

No fluxograma apresentamos uma divisão setorial por funções dos espaços: em cinza, os espaços de circulação e interligação dos ambientes, em vermelho os espaços de serviço, em verde os ambientes com função predominantemente educacional, e em laranja áreas molhadas e afins. A partir deste fluxograma preliminar, pudemos então esboçar os primeiros estudos de dimensionamento para esses espaços, buscando atender dimensões mínimas exigidas pela legisla-

// Figura 82: Fluxograma.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019.

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ção municipal, lei complementar nº 699, de 30 de junho de 2010, do município de Luís Correia, Piauí, que dispõe sobre o Código de Obras do município de Luís Correia e dá outras providências.

Encontra-se nessa legislação parâmetros de dimensionamentos mínimos para compartimentos e ambientes para áreas comuns edifícios comerciais, industriais e de uso misto no anexo III desta mesma lei, que nos norteou para o início da proposta. Foi fundamental para estes primeiros estudos também pensar o layout, como parâmetro de dimensionamento dos espaços compreendendo as necessidades de cada ambiente e as diferentes formas de uso.

No pavimento inferior (figura 83), tomamos como partido, a dimensão da maior canoa do acervo institucional do museu, nomeada “Vovó”, propomos um espaço com pé-direito duplo, para que seja possível a exposição e reparo de embarcações com maior porte. Também foram pensados 2 acessos: Acesso 1 pela avenida Antonieta Reis Veloso, com dimensões suficientes para carga e descarga de embarcações ou objetos de maior porte e o Acesso 2 pela Rua José Quirino, projetado como saída e entrada exclusiva de pessoas e mobiliário de menor porte.

Pelo acesso 1, criamos uma rampa aproveitando o desnível de cerca de 70cm em relação ao nível da rua, facilitando, com isso, a mobilidade de embarcações ou materiais de maior porte, para a parte interna do estaleiro. Pelo acesso 2, os usuários terão a possibilidade de adentrar aos demais espaços pensados, com múltiplos usos dentro da edificação. Além disso também poderão transitar entre os diversos espaços, que apesar de entradas independente contém uma interligação.

acesso 01

// Figura 83: Planta baixa humanizada pavimento térreo.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Sketchup MAKE.

acesso 02

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// Figura 84: Fluxograma.

// Fonte: Planta baixa humanizada, pavimento superior.

// Figura 85: Vista pé-direito duplo.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Maquete eletrônica em Sketchup MAKE e renderizada em Lumion por Marcos Figueiredo, 2020.

No pavimento superior (figura 84), optamos por posicionar a sala de modelismo/marcenaria com uma visão para o salão de exposições que tem pé-direito duplo, fazendo-a como um mezanino, proporcionando um efeito mais integrador dos espaços, esta integração visual proporciona a sensação de amplitude e fluidez das funções exercidas em cada ambiente. As demais salas: informática, multiuso, almoxarifado e o apartamento/alojamento tem acesso direto pelo longe/hall central.

Para a sala multiuso pensamos 3 opções de layouts diferentes como sugestão. Podendo ser nos moldes de sala de reunião (apresentado na planta humanizada do pavimento superior (figura 84), sala de estudos e/ou sala de aula (figura 86).

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// Figura 86: Propostas de layouts para sala multiuso.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Sketchup MAKE.

Para a volumetria preliminar observamos as referências locais e também os estudos sobre estaleiros, tanto artesanais como industriais para chegarmos num modelo adequado à tipologia e à paisagem de entorno. Seguindo um dos princípios clássicos da arquitetura, proferido pelo arquiteto modernista do século XX, Louis Sullivan, “a forma segue a função”, propusemos uma edificação com telhado em duas águas e aparente, remetendo aos modelos de estaleiros analisados, a exemplo o Núcleo Naval do Seixal, em Seixal, Portugal, e os estaleiros artesanais vistos nas referências estudadas, além da própria forma da nomeada “pesqueira”, estrutura simples as margens da praia utilizada eventualmente pelos pescadores locais para reparos de embarcações.

A escolha da forma se baseia no perfil urbano do bairro e do entorno próximo, se adequando assim, em estilo e acabamentos, de forma que haja uma unidade e identificação visual clara. Por se tratar de um complexo associado ao Museu da Vila, tornando-se uma espécie de extensão ou anexo do prédio, compondo este núcleo museal buscamos também referências no projeto arquitetônico feito para o Museu pela arquiteta e mestranda da 3ª turma, Karina Cadena, como trabalho final de mestrado, para que os projetos sigam uma única identidade, na paisagem urbana. Alguns dos elementos utilizados foram, o modelo de cobogós, e de janelas e a escolha de materiais de acabamentos internos e externos similares, aos propostos para o Museu da Vila.

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// Figura 87: Estudo volumétrico. Cena 1

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Maquete eletrônica em Sketchup MAKE e renderizada em Lumion por Marcos Figueiredo, 2020.

// Figura 88: Mapa caminho do sol, nascente ao poente.

// Fonte: Karina Cadena, 2019, editado por André Sampaio, 2020.

Para a entrada do salão de exposições, utilizamos um portão metálico com dimensões para passagem de embarcações e produtos de médio a grande porte. Um letreiro em alto relevo com a sinalização do que funciona no prédio e a logomarca, preenche o espaço de parede acima do portão, colaborando também com a identificação de um dos acessos. Buscamos neste espaço manter as paredes internas limpas com relação a aberturas, proporcionando mais área expositiva, e protegendo a edificação da incidência solar nos horários em que recebem luz direta nestas superfícies.

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As tesouras de sustentação da cobertura ficarão aparentes tanto interna como externamente, propomos um fechamento em vidro, na parte frontal (testada secundária, acesso ao espaço expositivo) da edificação, para que a visão rústica das tesouras permaneça como elemento decorativo na fachada, mas também funcionando como entrada de luz natural para o edifício.

A marquise, foi utilizada no acesso da fachada, voltada para a rua José Quirino, e é um elemento que proporciona um efeito convidativo às edificações, demarcando também o acesso para os usuários do edifício.

A parede lateral ao salão de exposição permanece propositalmente “cega”, ou seja, sem nenhuma abertura de portas ou janelas, assim é possível que se use esse espaço como um painel expositivo, para publicidade e programação do Museu da Vila e do próprio funcionamento do Estaleiro Escola ou até como espaço para projeção de vídeos, filmes e documentários. Para compor esteticamente a fachada propusemos uma espécie de grid metálico a partir do desenho da logomarca do Museu da Vila. Este espaço serve como suporte para banners ou lonas de projeção, bem como cria um elemento decorativo na fachada quando não houver nenhuma publicidade fixada.

// Figura 89: Estudo volumétrico. Cena 2.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Sketchup MAKE e Renderizado em Lumion por Marcos Figueiredo, 2020.

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// Figura 90: Estudo volumétrico. Cena 3

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Sketchup MAKE e Renderizado em Lumion por Marcos Figueiredo, 2020.

// Figura 91: Imagem 3D, lounge pavimento superior.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Sketchup MAKE e Renderizado em Lumion por Marcos Figueiredo, 2020.

Parte da parede da fachada principal, foi projetada para ser executada em elementos vazados “cobogós”, sendo a principal fonte de iluminação natural para a recepção e circulação vertical (escada) até o lounge do pavimento superior. Seguidas de janelas para iluminação e ventilação dos ambientes da biblioteca (pavimento inferior) e sala multiuso (pavimento superior).

Para os ambientes que se voltam para as fachadas lateral direita e posterior, priorizamos aberturas de iluminação e ventilação natural, que fornecem qualidade do ar aos espaços, como também mantem uma identidade visual nos acabamentos propostos. Todas as esquadrias que são feitas em alumínio e vidro, terão seu acabamento em pintura preta fosca. Este estilo remete ao conceito industrial ao qual pretendemos. As portas internas de separação das salas e ambientes, também receberão pintura fosca preta mantendo a identidade do estilo.

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Apenas as janelas em madeira com venezianas e vidro, voltadas para as fachadas, manterão sua cor original, sendo apenas envernizadas, para dialogar visualmente ao edifício do Museu da Vila.

O aproveitamento de espaço não se limita as paredes voltadas para a área interna e os espaços criados por elas. Nosso espaço expositivo, interpretativo e útil é o território e tudo o que o envolve, possibilitar que toda a arquitetura seja ativa nos motiva a pensar também os espaços externos.

Como já citado nossa fachada frontal (frente principal), contém um grid para informações visuais, e nesta mesma compreensão sugerimos que nossa fachada posterior (em relação à frente principal), que também contempla uma parede sem aberturas, se torne parte expositiva útil.

// Figura 92: Imagem interna, sala multiuso, modelo janela.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Sketchup MAKE e Renderizado em Lumion por Marcos Figueiredo, 2020.

// Figura 93: Indicação de parede livre para exposição.

// Fonte: Mariana Bezerra, 2019. Sketchup MAKE e Renderizado em Lumion por Marcos Figueiredo, 2020.

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Para atender ao conceito industrial, propusemos também que toda a instalação elétrica e iluminação seja feita com eletrodutos aparentes, externos às paredes e forros, na cor preto fosco, mantendo o estilo visual planejado. O piso em granilite cinza, também colabora ao estilo proposto, além de ser resistente e de relativo baixo custo. Toda a iluminação dos ambientes externos e internos foi planejada a partir da função e necessidades de cada espaço, bem como os custos de manutenção da edificação, por isso indicamos lâmpadas em LED, que tem em suas especificações técnicas um baixo consumo de energia elétrica.

// Figura 94: Modelos representativos de granilite e instalação aparente.

// Fonte: Google Imagens, 2020.

Buscamos com este projeto arquitetônico não só criar espaços uteis e funcionais, mas valorizar o ofício, preservar o conhecimento das técnicas e os saberes tangentes à pesca artesanal do nosso litoral. Valorizar as pessoas, que afinal são quem usam os espaços, ou seja, humanizar.

Vitruvius, nome de conhecimento obrigatório para os estudiosos da arquitetura, autor do primeiro tratado sobre o assunto, definiu arquitetura como o produto gerado pela subdivisão em elementos, deste citamos 3, que compõe a conhecida tríade vitruviana: Firmitas, Utilitas e Venustas. Firmitas significa, firmeza, estrutura, a busca de materiais e técnicas que mantem um edifício de pé e seguro precisa fazer parte do pensamento e planejamento do arquiteto. Utilitas, a função, o uso, norteando a arquitetura a partir de sua tipologia, ou seja, a que ela servirá. Venustas, a estética, a beleza e a arte envolvida no pensamento criativo arquitetônico. (COLINS, 2000)

Para nosso pensamento projetual sempre buscamos agregar um quarto elemento a este tripé, que é a humanidade ou humanização. Ou seja, planejar não considerando somente a que se destina, mas a quem se destina o espaço, como as pessoas deste lugar, os usuários, se portarão, se reconhecerão e visualizarão o espaço arquitetônico. Esta é uma preocupação constante durante a vida útil de uma edificação e não se finda no projeto ou na obra pronta, mas sim nas relações construídas no processo, do projeto, da obra e do futuro uso, nos momentos que serão vividos, nos aprendizados adquiridos, nas descobertas e nas oportunidades.

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Buscamos formas de imprimir em nossa arquitetura, pessoas que fizeram e fazem parte da construção de toda a ideia, embasamento conceitual e projetivo, nomeando alguns espaços em homenagem àqueles que são e/ou foram colaboradores diretos ou indiretos neste processo.

O Salão de Exposições, onde se localiza a “Canoa Vovó”, nomeamos de Sala dos Grandes Mestres. Nesse espaço, pretendemos expor histórias de vida, a arte e ofício dos mestres carpinteiros da região, os verdadeiros detentores e doutores deste saber, que é a técnica construtiva de embarcações artesanais. Na parede externa (fachada posterior, em relação à frente principal) do edifício, propomos uma espécie de “parede da fama”, onde cada carpinteiro naval possa deixar suas mãos marcadas, mãos estas, que trabalham duramente no ofício de construção de canoas artesanais.

O espaço da biblioteca, nomeamos Professora Áurea Pinheiro, referência na vila-bairro no trabalho de formação profissional no campo da gestão do patrimônio cultural imaterial e da museologia de inovação social. Com a comunidade concebeu o Ecomuseu Delta do Parnaíba – ECOMUDE, o seu primeiro Polo, o Museu da Vila e idealizou um Estaleiro Escola para o território.

O espaço lounge é uma homenagem ao amigo Danilton Nóbrega (in memorian), entusiasta deste Projeto, colaborador em diversas atividades. O espaço é uma representação daquele amigo, livre, multifuncional, aberto, simples e iluminado.

As demais salas podem ainda ser nomeadas a partir das vivências e experiências no percurso que este Projeto ainda irá trilhar, construção, uso e vivências.

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9. Conclusão

Concluímos esta fase do trabalho com indagações e incertezas, receios e anseios sobre a possibilidade de o PPGAPM conseguir executar o Projeto Arquitetônico, criar o Estaleiro Escola. Ao longo do processo de construção deste trabalho, buscamos harmonizar conhecimentos técnicos, científicos, profissionais ou da própria vontade, para conquistarmos a sensibilidade de perceber o lugar e as pessoas como parceiras e colaboradoras. Não foi um processo simples, não foi fácil. Somente no momento em que nos permitimos conhecer, reconhecer as nossas potencialidades e limitações, conseguimos ver o outros seu modo de ser e viver, os saberes, conhecimentos que detém.

Acreditamos que aqui está a essência de um projeto como este, no qual buscamos na investigação, intervir e, principalmente, perceber a importância deste trabalho para a comunidade da vila-bairro Coqueiro da Praia, uma comunidade pequena e ao mesmo tempo complexa em suas relações com o espaço, com as pessoas e com o próprio tempo.

Como conseguir conversar, entrevistar, conhecer pessoas se não entendermos esses tempos de uma comunidade de pescadores, onde quem dita o tempo é o mar, não o tempo cartesiano, linear dos pesquisadores. Preci-

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samos aprender a usar esse tempo, entende-lo, compreender essa relação e assim gerenciar nossas ações, pensadas, planejadas e organizadas. Tinham que ter sentido, precisavam estar inseridas nas lógicas sociais e temporais da comunidade.

Portanto, ao propormos um Estaleiro Escola, pensamos em muitas lógicas de ser, e não só a interpretação e educação para os patrimônios, não só o reconhecimento dos diversos profissionais da pesca artesanal, não só um novo aprendizado para os jovens, mais que isso, o que não é pouco, pretendemos que as pessoas vejam também arte nesse saber-fazer, vejam técnica, percebam que através dessa ferramenta podem melhorar seus conhecimentos básicos de matemática, geometria, suas habilidades manuais, uso de ferramentas e uma forma também de gerar renda.

Muitas são as percepções geradas em cada momento das atividades, junto aos jovens e os adultos. Percebemos que este produto básico, maquetes de embarcações, podem ter um valor místico agregado, ao se fazer maquetes como “ex-votos” em manifestações religiosas, pode ter um valor lúdico, como um brinquedo para uma criança, pode ter um valor cultural, como representação histórica no Museu, podem ter um valor artístico e até comercial, como um souvenier. São muitas as possibilidades que surgem a cada encontro e a cada aprendizado conquistado.

Pensamos como produto “final” para este trabalho e pomos final entre aspas, pois na verdade é ainda o início, um projeto arquitetônico que possa abrigar todas as atividades pensadas e citadas neste texto. O desenvolvimento de um projeto arquitetônico inicia-se por uma demanda de um cliente pessoa física ou jurídica ou ainda de uma necessidade coletiva, aqui representados pelo Museu da Vila.

Este Estaleiro Escola se apresenta como uma extensão do referido Museu, formando um complexo cultural, que ainda se agregará a mais projetos, como a Associação de Moradores do Bairro Coqueiro (AMBC), todos os demais Trabalhos Finais do Mestrado Profissional em Artes, Patrimônio e Museologia. Cada um desses projetos e muitos outros que estão sendo realizados em diversas áreas, tornam-se não mais acupunturas urbanas como já citado, mas uma atuação sistêmica para o desenvolvimento local.

Esperamos que com a conclusão deste trabalho possamos continuar com as atividades de educação, interpretação e artes em modelismo naval. Que a construção deste edifício, seja apenas o começo de um grande projeto educativo e cultural e que possamos evoluir a longo prazo para mais e mais demandas relacionadas ao estudo das embarcações, que ainda irão surgir.

Um projeto desta natureza, um projeto-ação, é um ciclo interativo, entre a comunidade acadêmica e local, os visitantes externos, os colaboradores, e sempre em evolução, buscando a avaliação do que foi realizado e a melhoria das ações, para que se mantenha a continuidade dos processos.

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10. Referências

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Projeto Arquitetônico para estaleiro Escola no Museu da Vila

Bairro Coqueiro | Luís Correia | Piauí

leira de Normas e Técnicas. Rio de Janeiro, RJ, 1998.

NBR 7229. Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. ABNT: Associação Brasileira de Normas e Técnicas. Rio de Janeiro, RJ, 1993.

NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. ABNT: Associação Brasileira de Normas e Técnicas. Rio de Janeiro, RJ, 1994.

NBR 8160. Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. ABNT: Associação Brasileira de Normas e Técnicas. Rio de Janeiro, RJ, 1999.

NBR 13969. Tanques sépticos - Unidades de tratamento comple-

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Sites:

http://www.cultura.sc.gov.br/espacos/museudomar

http://www.cm-seixal.pt/ecomuseu-municipal/nucleo-naval

http://nucleo-naval.blogspot.com/

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