Rita Foelker
EDIÇÕES
Crie sua Realidade! O Efeito Constelação © Rita Foelker 2018 Capa e ilustrações da autora Foto da capa: Felix Mittermeier (Unsplash) ISBN: 978-85-87548-34-4
Agradecimento: A Sandra Cainelli Bittencourt, pelas nossas conversas sobre temas importantes deste livro.
Rita Foelker é filósofa, jornalista e palestrante, além de autora de diversos livros. Veja mais em www.vidasinteligentes.com Email: contato@vidasinteligentes.com
Introdução
Quando você entra no carro e sai dirigindo, existe uma série de pensamentos conscientes ligados à essa ação. “Preciso ir ao mercado.” “É melhor ir pela rua Tal.” “Se sair agora, consigo estar no mercado em quinze minutos.” Isso é o que você sabe que está pensando. Mas existem outros pensamentos envolvidos nessa ação, que você não identifica. Esses pensamentos ocultos são responsáveis por todo um caminho que sua mente faz, até realizar essa ação, mas que você não percebe. Alguns deles são: - Sou perfeitamente capaz de dirigir um carro. - Este é o meu carro e eu posso dirigi-lo sempre que quiser. - O carro é um meio seguro de chegar até onde vou. - Ele está em boas condições mecânicas para fazer o que preciso. - Nada de ruim vai acontecer no percurso. Etc. No entanto, também há algumas crenças que podem levar alguém a não dirigir. Pensamentos ocultos do tipo: “Não sou capaz de dirigir um carro.” “Se eu dirigir um carro, algo ruim pode ocorrer.” “Esse carro está com problema e pode me deixar na mão.”
Nós nos movemos entre essas nossas crenças, que criam a realidade em que vivemos. Criam, sim! Veja, quando você não dirige porque não se sente capaz, mas se descobre capaz de dirigir, isso vai mudar a sua rotina, o seu dia a dia, os lugares aos quais poderá ir, as pessoas que poderá encontrar, o tipo de atividade profissional que poderá realizar. Nesse sentido é que as crenças criam a realidade em que nós vivemos. Um modo excelente de melhorar sua vida é perceber se suas crenças são coerentes com o que você espera realizar na vida ou se estão sabotando você. É quanto você poder identificá-las, percebê-las em funcionamento e, por vontade própria, substituílas por outras, melhores. Muitas crenças que nos sabotam estão relacionadas ao Ego e ao orgulho. O Ego cria necessidades que não existem e nos leva a investir tempo e espaço em supri-las. Este livro vai possibilitar que você identifique as crenças que estão moldando a realidade em que você vive e também que modifique aquelas que não servem à sua felicidade e desenvolvimento pessoal.
Crenças-raízes
Quando vai a um estádio de futebol, você tende a agir de uma determinada maneira, acreditando que pode certas coisas e não pode outras. Quando vai ao templo religioso ou a um almoço em família, também. Assim é o seu mecanismo de motivação e de permissão interna para falar, para agir e, até, para sentir. Quando está dentro de um espaço, você tende a agir de uma certa forma. Porém, esse espaço não é só um espaço físico. Conceitos de “certo” e “errado”, de “permitido” e “proibido” também criam um espaço de pensamento e ação na sua vida. E esse espaço é constituído e delimitado pelas suas crenças. “Preciso fazer isso... para conseguir isso...” “Somente se eu for assim... terei isso...” Por trás dessas crenças, contudo, existem crenças-raízes, funcionando em nível subconsciente e, portanto, não percebidas nem identificadas. Crenças são programações, como programas de computador. Você usa um computador e não enxerga o programa, só enxerga o seu funcionamento: páginas que abrem, mensagens que surgem quando você digita. Mas se decidir aprender a respeito do funcionamento, verá as possibilidades e as limitações do programa que é executado. Desse mesmo modo, você também
pode começar a enxergar as suas crenças funcionando na sua vida – suas possibilidades e limitações! Quando você identifica as crenças-raízes que estão limitando ou prejudicando sua vida, você passa a percebê-las em funcionamento e consegue assumir o controle de si. Num segundo momento, você pode transcendê-las, assumindo visões de um nível mais amplo de consciência. Cada capítulo a seguir tem uma tabela da crença-raiz de que trata, seus padrões, funcionamento, distorções do comportamento. Um texto vai ajudar a refletir e ressignificar. Sentimentos e emoções têm origens diferentes. Emoções são respostas do cérebro a determinados estímulos. São passageiras e visam nossa conservação e sobrevivência. Sentimentos têm origem na alma, são mais profundos e duradouros A alegria é uma emoção. Ela é passageira. Já felicidade é sentimento. Mesmo quando algo deixa você triste, no fundo, você sabe que é feliz... Uma das formas de perceber suas crenças é identificar a forma como elas fazem você se sentir. Se despertam emoções, que emoções são estas e que atitudes essas emoções costumam gerar. Vamos começar a fazer isso AGORA?
*Eu não sou bom/boa o suficiente
Seus dias não estão completos se você não fez algo que possa oferecer ou mostrar para os outros? Está sempre tendo ideias, buscando receitas de pratos para agradar uma ou várias pessoas? Aprecia ter o que mostrar, desde que seja feito por você (tenha sua marca)? Você só se sente você quando você exibe algo, quando vai pra reunião do grupo e leva aqueles presentinhos, e quando a família vem pro almoço e você faz aquela torta...? Então, você dá muita importância ao que faz ou oferece para outras pessoas, a ponto de se identificar com isso. Ou seja: você não se basta. A gente sempre se identifica com algo que faz. Profissionalmente, por exemplo, exercer uma função, estudar sobre ela, é um modo de traduzir quem sou. Mas vira um problema quando aquilo que faço se confunde com aquilo que eu sou. Precisar ter sempre o que apresentar, é um jeito de se esconder. E a gente faz isso porque, no fundo, quer ser amado, mas não se considera bom/boa o suficiente para isso. Seu comportamento mais comum é sempre buscar agradar ou receber elogios. Isso, porque a emoção mais presente em você é o medo. Medo de não ter o amor das pessoas, nascido da baixa autoestima. Você não se sente suficientemente bom/boa sendo apenas quem é e fazendo apenas o que tem real vontade de fazer. Isso também desperta ou incentiva sua vaidade, o desejo de ser reconhecido pelos outros, uma vez que não reconhece a si mesmo (a).
O efeito mais comum desse padrão é a sua incapacidade de dizer “não”, porque não pode desapontar, e também o cansaço, porque não consegue parar de ser assim e vai deixando seus prazeres e vocações de lado. Observe: é perfeitamente saudável fazer coisas para agradar, para deixar alguém contente: um bolo, um enfeite, um poema. Agradar por prazer, contudo, é diferente de se sentir na obrigação de agradar, que é o que Calunga chama de “agradismo”, uma distorção doentia de comportamento. Fazer por gosto: ótimo! Mas se você só faz porque sabe que outros vão ver e comentar... Cuidado! Seu modo de pensar então é “olhe o que eu fiz para você”. Pode haver algumas variações, como “olha o que eu trouxe para os pobres”, “olha o que eu fiz para minha tia idosa”, “olha o que eu sei fazer” (artesanato, comida etc.). E esse pensamento faz com que você não perca energia apenas quando está fazendo algo, mas o tempo todo, porque é o seu jeito de funcionar com as pessoas e internamente! Porque enquanto não está fazendo, está sempre mentalmente ocupado em fazer apenas coisas que não ameacem sua chance de permanecer querido(a), amado(a). Uma prática saudável é identificar as suas verdadeiras responsabilidades, começando por suas responsabilidades perante si mesmo(a). Descobrir o que gosta de fazer, independente de ser visto ou reconhecido, e dedicar tempo a isso. Dê a si esse direito, ame-se! Aceite que você pode dizer “não”, que este é um direito seu e não precisa dar explicações sobre ele, quando não quiser. Não se sinta culpado(a) por fazer coisas para agradar a si mesmo(a).
Mereรงo ser amado(a) do jeito que sou. Sou um ser divino, exatamente como sou. Faรงo o que gosto, faรงo para os outros e para mim, mas tudo quando tenho vontade.