Biblioteca-Bairro: Projeto Piloto para as Prefeituras-Bairro de Salvador

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BIBLIOTECA - BAIRRO PROJETO PILOTO PARA AS PREFEITURAS - BAIRRO DE SALVADOR



UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

BIBLIOTECA - BAIRRO PROJETO PILOTO PARA AS PREFEITURAS - BAIRRO DE SALVADOR

Vilca Araujo Santos Salvador, outubro de 2016.


Trabalho Final de Graduação

Desenvolvido por Vilca Araujo Santos, orientado por Márcio Campos e co-orientado por Ceila Cardoso. “Biblioteca-bairro: projeto piloto para as Prefeituras-bairro de Salvador” foi defendido em 27 de outubro de 2016. 2


Agradecimentos

Agradeço primeiramente à minha família, por todo o carinho e apoio. Dedico esse trabalho aos meus pais, como manifestação do meu sincero reconhecimento pela atenção durante toda a trajetória da faculdade, desde as primeiras maquetes do ateliê I até o tfg. À minha mãe pela compreensão, à meu pai pela dedicação e aos meus irmãos pela paciência. Sem vocês não teria chegado até aqui. Aos meus amigos da faculdade pela parceria durante o percurso. Vocês enriqueceram a minha formação, o meu trabalho e a minha vida. Às “meninas do isba” pelo apoio e alegria nos momentos estressantes. Às minhas eternas vizinhas, Taís e Diane, sei que posso contar com vocês sempre. E à todos aqueles que fizeram parte dessa trajetória. Pela experiência do intercâmbio que ampliou meus horizontes e enriqueceu exponencialmente a minha formação profissional. O interesse pelo tema do trabalho veio da experiência de viver em uma cidade que tinha uma ampla rede municipal de bibliotecas. À “família Chastinet”, estagiar com vocês foi fundamental no meu crescimento profissional e pessoal. O convívio com vocês tornou a rotina mais leve e, ao mesmo tempo, estimulante. Levarei comigo muitos ensinamentos, dentre eles a capacidade de diálogo. Aos professores Marcio Campos e Ceila Cardoso por acreditarem no meu trabalho, pelo incentivo, pelas críticas construtivas e pela disponibilidade em discutir o tema, sempre muito respeitosos. Obrigada por todas as orientações. Agradeço ainda aos membros da banca, por se mostrarem abertos a discutir a proposta apresentada e contribuírem para o enriquecimento do trabalho. 3


SUMÁRIO

6.

Apresentação

7.

Justificativa

8.

A Biblioteca Contemporânea 13. Biblioteca e cidadania

15. Salvador: articulando demandas 17. Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca 20. Prefeituras-bairro de Salvador 24.

O lugar 26. Amaralina 28. Nordeste de Amaralina 30. Pituba

32. O terreno 34. Referências Projetuais 42. O programa 43. O partido 44. Estudo - Conforto Ambiental 46. O projeto 78. Referências bibliográficas 4


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Apresentação

O trabalho propõe reaproximar a população às Bibliotecas Públicas na cidade de Salvador, visto que este é um equipamento fundamental para o desenvolvimento social e cultural dos cidadãos. A proposta tem como objetivo estimular o acesso ao conhecimento e impulsionar o hábito de ir e usufruir da biblioteca como um espaço do cotidiano, contrariando o contexto atual no qual a maioria das bibliotecas está vinculada a uma instituição educacional e exige dos usuários esse vínculo. Foi através do estudo do Caderno do Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca que se consolidou a ideia de uma Rede Municipal de Biblioteca em uma escala de bairro, que se aproximasse da população, da dinâmica e da demanda do bairro em que está implantada. Este documento apresenta como uma das metas a implantação de uma Biblioteca em cada região administrativa da cidade nos próximos dez anos. As regiões administrativas são denominadas Prefeituras Bairro e cada uma delas tem uma sede que abriga serviços municipais de apoio ao cidadão, tais como representantes da saúde pública, de secretarias ligadas à ordenação do solo, serviço de coleta de lixo urbano, dentre outros. Buscando incentivar o uso da biblioteca pública pelos cidadãos, a proposta que se apresenta é a associação entre a biblioteca e outro equipamento de uso cotidiano da população: Biblioteca bairro + Prefeitura bairro. Fazendo com que as pessoas que utilizam o espaço mais burocrático e cotidiano passem a vislumbrar a possibilidade de frequentar, também, um espaço cultural.

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Justificativa

Segundo o Censo de 2010, Salvador possui 2.675.656 habitantes, terceira cidade mais populosa do país, contando com 3 Bibliotecas Municipais, 7 Estaduais e 20 comunitárias registradas no Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas da Bahia. Ao comparar esses dados fica evidente a precariedade do sistema de Bibliotecas Públicas na cidade ainda que existam bibliotecas nas escolas das redes municipais e estaduais. Segundo a Lei Federal n.12244, que “dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País”, toda instituição de ensino deve ter uma biblioteca disponível aos alunos e seu acervo mínimo deve corresponder a um livro por aluno matriculado. É inquestionável a importância das bibliotecas nas escolas para a educação de crianças e jovens, mas é necessário mais do que uma lei para ampliar o acesso dos cidadãos à informação. Essa legislação não compreende a Biblioteca como um equipamento público, de acesso ao cidadão comum, desvinculado de uma instituição de ensino. Por que não se pode pensar em bibliotecas mais acessíveis aos cidadãos? A vivência em outro contexto urbano, que dispunha de uma rede de Bibliotecas Pública Municipal de qualidade, foi determinante na escolha do tema. Partindo da relevância da biblioteca pública para o desenvolvimento de uma cidade melhor, da constatação do distanciamento de boa parte dos cidadãos das bibliotecas na cidade de Salvador e da análise da atual rede municipal iniciou-se o desenvolvimento do trabalho. A proposta do Projeto é desenvolver um protótipo de Equipamento Público que possa ser implantado em diferentes áreas da cidade, que sejam integrados em rede e que se adequem às demandas da população local, a fim de democratizar o acesso à informação e ao conhecimento. 7


Biblioteca Contemporânea

A ideia de biblioteca é resultado da necessidade de utilizar-se de uma informação significativa repetidas vezes. Na Antiguidade, a partir da compreensão da importância de alguns registros escritos para a humanidade, tornou-se necessário um local destinado a proteger e preservá-los. Uma das bibliotecas mais importantes desse período foi a de Alexandria, no Egito, “segundo consta, existiam lá cerca de 700 000 rolos. Era local de encontro de sábios. Foi destruída inteiramente durante uma guerra, provavelmente do Séc. VII d.C., eliminando-se o maior acervo existente até então.” (MILANESI, 2002). O suporte da escrita mais popular entre egípcios, gregos e romanos durante esse período foi o papiro, organizado através da folha enrolada, cada rolo era denomidado volumen, logo, a quantidade de volumes de uma obra era proporcional ao seu tamanho. Na Idade Média o conceito de biblioteca inicia seu processo de transformação: passa de um local destinado a reservar informações úteis para um instrumento de enriquecimento intelectual. Inicialmente esses equipamentos localizavam-se nos mosteiros cujo acesso era restrito aos monges e pessoas ligadas à instituição religiosa. Durante todo o período, a base para os registros nos mosteiros da Europa foi o pergaminho, devido a dificuldades de obtenção do papiro. Com o surgimento das Universidades na Europa, grandes bibliotecas foram criadas e o seu acervo diversificado, passou, portanto, a abarcar outros temas que não se restringiam aos religiosos. O acesso à informação fora ampliado, mas o público ainda era restrito. 1. Caracterização extraída da obra Biblioteca,Luís Milanesi, Ateliê Editorial, 2002.

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Mudanças ideológicas consequentemente alteram o acesso ao conhecimento e na Idade Moderna isso se revela através das bibliotecas. Elas passam a caracterizar-se como “espaço de liberdade e conhecimento”.1


No Século XV, com a criação da imprensa, a divulgação de livros e o acesso ao conhecimento tornou-se mais fácil. A produção em maior escala levou ao barateamento do produto, facilitou a divulgação das informações e o aumento do público alcançado. Associado a outros fatores, o maior acesso à informação levou ao acréscimo de alfabetizados, de bibliotecas e influenciou no aumento do porte desses equipamentos. “Para abrigar tantos produtos editoriais que as tipografias geravam, foi necessário repensar a biblioteca como espaço físico. As pequenas salas com livros acorrentados e com ar de capela não eram mais suficientes.” (MILANESI, 2002). Na Idade Moderna, sob a ótica do pensamento liberal, as bibliotecas adquiriram caráter completamente democrático, de acesso aos cidadãos comuns, já não se fazia necessário ser um estudioso ou pertencer a uma instituição religiosa para ter acesso ao conhecimento. No Século XX, com o acúmulo de informações nas bibliotecas, uma estratégia utilizada para abrigar os conteúdos sem se desfazer do acervo foi a criação de bibliotecas especializadas. Deste modo, criou-se bibliotecas mais completas em determinado setor do conhecimento, sem prejudicar o acesso à outros setores. Foi um processo de particularização das bibliotecas. Outra estratégia foi a criação das bibliotecas nacionais, restringindo ao equipamento a preservação da produção de um país. O breve panorama histórico demonstra que a biblioteca enquanto equipamento se altera ao longo da história humana e se reinventa. Passa de local restrito à preservação do conhecimento para o local no qual se difunde o conhecimento. O principal objeto deixa de ser o livro, enquanto volume produzido e passa a ser o homem. 9


Entre a Idade Moderna e a Contemporânea ocorreram mudanças que alteraram, mais uma vez, a biblioteca enquanto equipamento. Com o desenvolvimento do computador e posteriormente da Internet, a informação passou a ser divulgada mais rapidamente e com um alcance global. Passou-se a questionar o valor do livro, enquanto papel que se deteriora, apresentando fisicamente a passagem do tempo e imaginou-se que a instituição responsável por resguardá-lo perderia seu uso. “Desenhou-se, rapidamente, um cenário de perplexidade a respeito da informação na sociedade e do destino das bibliotecas. Em países onde elas nem mesmo existiam de maneira suficiente e adequada, discutia-se o sentido de sua existência”. (MILANESI, 2002). A popularização do computador não ocorreu na mesma velocidade em todos os setores, nas bibliotecas, com exceções, não se vislumbrou a utilidade do computador para a catalogação, dentre outras utilidades. Além da barreira dos próprios bibliotecários do acesso a máquina, somava-se a isso a dificuldade dos cidadãos comuns em operá-las. Posteriormente a popularização do computador, popularizou-se a internet e ampliou-se a possibilidade de conexão entre as máquinas. O panorama mudou mais uma vez e o distanciamento às novas tecnologias torna-se cada vez menor. O que se observa agora é a apropriação de novos acervos e o surgimento de novos equipamentos ou edificações associadas às novas tecnologias, como é o caso das midiatecas e bibliotecas que possuem sessões destinadas ao acervo audiovisual. As novas tecnologias fizeram com que a velocidade da informação se alterasse, que mais pessoas pudessem escrever e serem lidos, devido a popularização, já citada, da internet e das tecnologias desenvolvidas, 10


como notebooks, tablets, smartfones, dentre outros. O que se observa, no entanto, é que mesmo com essa facilidade na difusão da informação ela ainda não é universal, ao mesmo tempo em que se tem o acúmulo de informação e facilidade de divulgação, ela não chega a todos os cidadãos. As desigualdades sociais, econômicas e culturais, fazem com que o acesso à informação seja desigual e a Biblioteca na contemporaneidade tem um importante papel no combate a essa realidade. A principal função da Biblioteca Contemporânea é informar, capacitar e apoiar os indivíduos através da democratização do conhecimento e do acesso à cultura, utilizando-se das novas tecnologias e levando em conta as demandas da população do local no qual se situa. “Percebe-se assim a amplitude do raio de ação da biblioteca pública e a importância do seu papel comprovado ao longo dos séculos, oferecendo suporte através do hábito de leitura, acesso às informações gerais e utilitárias, preservação das identidades locais e nacionais, apoio à educação formal e desenvolvimento da educação permanente, estímulo às atividades do lazer produtivo” (CUNHA, 2003).

2. A relação entre a Biblioteca Contemporânea e a difusão da cultura e do conhecimento baseia-se na obra de Luís Milanesi, A Casa da Invenção, 1997.

O espaço arquitetônico altera-se em função, também, das demandas que o período histórico apresenta. Na Biblioteca Contemporânea, nota-se a alteração no programa dessa instituição e a concepção de espaços culturais polivalentes é a principal demanda atual, já consolidada em países mais desenvolvidos, e em fortalecimento no Brasil.² “Não há formação sem informação, o que torna difícil realizar oficinas sem bibliotecas; e não é possível criar o novo sem refletir sobre o antigo.” (MILANESI,1997). 11


Uma estratégia para atender a demanda atual de acesso ao conhecimento é a criação de espaços polivalentes. A potencialidade desses espaços reside na possibilidade de grupos minoritários e marginalizados se expressarem, através de ações culturais, de discussão de temáticas atuais em espaços adequados e apoiadas pela informação, etc. “Não existe uma linha divisória entre a informação e a ação cultural que se estabeleça pela arquitetura do prédio e pelos seus móveis: há uma continuidade entre conhecer/pensar/criar um novo conhecimento.” (MILANESI, 1997). Vale destacar ainda, a necessidade de inclusão da população infantil na Biblioteca Contemporânea, sabe-se que o interesse pela leitura e o conhecimento deve começar nesta fase. Uma melhor formação na infância interfere positivamente na educação de jovens e adultos. A participação da população jovem também é fundamental para o melhor desenvolvimento cultural das sociedades e é um dos principais alvos de ação das bibliotecas contemporâneas em países menos desenvolvidos. A capacitação de jovens é fruto de diferentes ações nas bibliotecas contemporâneas, seja através do seu acervo ou por meio de ações culturais. O público-alvo da Biblioteca Contemporânea é o cidadão. Atender à demanda estabelecida pelas comunidades através do conhecimento e da cultura em espaços polivalentes é um dos caminhos para a mudança da realidade social. “Por menor que seja a cidade, o espaço deve permitir a concretização das ações básicas: informar, discutir e criar – integradas.” (MILANESI, 1997). 12


Biblioteca e cidadania A compreensão da relevância da Biblioteca Pública na contemporaneidade, permite o desenvolvimento de ações em todo o mundo, por diferentes instituições e governos que possibilitem e estimulem a criação dessas instituições. Alinhada a esse pensamento, a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura, preparou um manifesto em cooperação com a Federação Internacional das Associações de Bibliotecários e de Bibliotecas – IFLA – aprovado em 1994. O documento apresenta parâmetros para o desenvolvimento de bibliotecas públicas de qualidade em todo o mundo e solicita dos governos ações de incentivo a tais equipamentos. O Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas defende três direitos humanos como fundamentais: a liberdade, a prosperidade e o progresso, os quais só serão alcançados quando os cidadãos alcançarem o nível de conhecimento que permitam-lhes exercerem seus direitos e participarem ativamente na sociedade. Tal participação só ocorrerá através de uma educação de qualidade e do acesso ao conhecimento. Defende, assim, a Biblioteca Pública como o equipamento que permite o desenvolvimento: “A biblioteca pública-porta de acesso local ao conhecimento – fornece as condições básicas para a aprendizagem ao longo da vida, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural do indivíduo e dos grupos sociais.” (UNESCO,1994). Critérios relacionados a financiamento, gestão e interação entre as bibliotecas também são incorporados ao documento, que defende a criação de bibliotecas nacionais, regionais, de investigação, especializadas, escolares e universitárias. 13


Segundo o documento são missões das Bibliotecas Públicas: • Criar e fortalecer hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira infância; • Apoiar a educação individual e a auto formação, assim como a educação formal a todos os níveis; • Oferecer possibilidades de um criativo desenvolvimento pessoal; • Estimular a imaginação e criatividade das crianças e jovens; • Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas; • Facilitar o acesso às diferentes formas de expressão cultural das manifestações artísticas; • Fomentar o diálogo intercultural e, em especial, a diversidade cultural; • Apoiar a tradição oral; Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação à comunidade; • Proporcionar serviços de informação adequados às empresas locais, associações e grupos de interesse; • Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática; • Apoiar, participar e, se necessário, criar programas e actividades de alfabetização para os diferentes grupos etários. A proposta de projeto da Biblioteca-bairro está em consonância com o documento da UNESCO no que tange ao fazer arquitetônico. Além de estabelecer critérios para as Bibliotecas, o Manifesto também roga aos governos em todo o mundo que apliquem os princípios dispostos no mesmo. 14


Salvador: articulando demandas

3. Imagens da sede inicial da Biblioteca Pública da Bahia. A sede atual foi fundada em 1970, resultado de um Concurso Nacional de Projetos em 1967.

A Cidade de Salvador carrega em sua História o pioneirismo na criação de uma biblioteca plenamente pública no Brasil, fundada com recursos locais. Foi a primeira Biblioteca Pública de acesso universal, visto que as demais existentes no país restringiam o acesso ao acervo e a Real Biblioteca do Rio de Janeiro tinha sido fundada com acervo preexistente de Portugal. Através da associação de homens cultos e da elite, sob a administração do Conde dos Arcos funda-se a Biblioteca Pública da Bahia, em 1811, cuja sede localizava-se acima da Sacristia da Catedral Basílica de Salvador. 3

Imagem 01: Catedral Basílica de Salvador. Fonte: A Biblioteca Pública na Bahia: dois séculos de História. Francisco Sérgio Mota Soares. ...[et al.] Salvador: Fundação Pedro Calmon, 2011. Pp.27.

O caráter público da Biblioteca da Bahia é reflexo da influência das ideias iluministas no país, com o incentivo ao conhecimento como meio para alcançar a autonomia e a liberdade. Mesmo com o pioneirismo de Salvador, a cidade apresenta precariedade em suas bibliotecas, não só no quantitativo desses equipamentos, mas também na qualidade dos mesmos. Segundo o Censo de 2010, Salvador possui 2.675.656 habitantes, terceira cidade mais populosa do país que conta com 3 Bibliotecas Municipais, 8 Estaduais e cerca de 40 Comunitárias. Ao comparar esses dados fica evidente a precariedade do sistema de Bibliotecas Públicas na cidade ainda que existam bibliotecas nas escolas das redes municipais e estaduais.

Imagem 02: Salão de leitura da Biblioteca da Bahia. Fonte: A Biblioteca Pública na Bahia: dois séculos de História. Francisco Sérgio Mota Soares. ... [et al.] Salvador: Fundação Pedro Calmon, 2011. Pp.24.

Segundo dados obtidos em documentos oficiais, publicações em periódicos da cidade e pesquisas nos websites da Prefeitura de Salvador, foi realizado o quadro a seguir com a listagem das bibliotecas públicas existentes na cidade, excluindo-se as bibliotecas comunitárias. 15


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Quadro 01: Bibliotecas públicas de Salvador.

Este quadro reforça a existência de uma demanda real de bibliotecas públicas na cidade, além disso, boa parte delas se concentra no Centro Antigo e suas proximidades.

4. Trata-se de uma Biblioteca que atua através das Bibliotecas Móveis e Espaços de Leitura. O primeiro projeto é realizado através de micro-ônibus que circulam pela cidade e o segundo com a criação de eventos e salas destinadas à leitura. Está integrada ao Sistema de Bibliotecas Públicas da Fundação Pedro Calmon.

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Dentre as Bibliotecas supracitadas, existem aquelas que estão fechadas por conta das más condições físicas, como é o caso da Biblioteca Pública Municipal Professora Denise Tavares. Reforçando ainda mais a necessidade de uma política pública voltada a esse equipamento cultural. Analisando as ações governamentais do Município de Salvador que tratam da Biblioteca Pública, defendida pela UNESCO, tem-se o Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca. Ainda não concretizado plenamente.


PMLLB - Plano Municipal do Livro, da Leitura e da Biblioteca O PMLLB apresenta-se como uma ação governamental de estímulo à educação e à leitura, buscando incluir toda a sociedade civil em sua atuação: “O caráter universal do PMLLB pressupõe a possibilidade de tornar acessível à linguagem escrita e à leitura das palavras a todos os munícipes como ferramentas para compreender, desmontar e construir mundos.” O acesso à educação e cultura é ainda precário no Brasil, o que acarreta, dentre outros fatores, em baixos índices de desenvolvimento social. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada em 2012, houve uma redução na quantidade de leitores entre 2007 – 95,6 milhões - e 2011 – 88,2 milhões, associado a um aumento da população brasileira no mesmo período. Os dados do IBGE, 2010 relativos ao analfabetismo revelam que a região nordeste ainda abriga a maior porcentagem de analfabetos do País, cerca de 18%, realidade na qual Salvador está inserida. A implantação deste Plano visa combater a precariedade de acesso à educação e cultura no Brasil, através de ações na cidade de Salvador. As ações previstas no Plano estão em consonância com a Lei 7.471, 2008, que trata da Política Municipal de Incentivo ao Livro e à Cultura da Leitura cujos objetivos são: I – estimular a leitura e a formação de uma sociedade de leitores; II – ampliar o acesso ao livro; III – incentivar a produção literária e editorial; IV – preservar a identidade, a diversidade étnico-cultural, memória e imaginário do povo soteropolitano, baiano e brasileiro; V – fomentar a formação continuada de mediadores de leitura. 17


O Plano apresenta 18 objetivos para o estímulo ao hábito da leitura, do acesso ao livro e a bibliotecas, dos quais vale destacar: • Estimular o uso do livro como instrumento de formação da cidadania, fonte de conhecimento e prazer, ampliação da importância da leitura no imaginário coletivo; • Descentralizar ações de promoção de leitura, criação literária e imagética; • Ampliar o acesso à informação, à leitura e às tecnologias e mídias, com acervos atualizados; • Garantir o fortalecimento e criação de bibliotecas; • Integrar acervos e espaços de prática de leitura através da informatização; • Possibilitar à cadeia criativa do livro condições para pesquisas e estudos; • Incluir as pessoas com deficiência nos processos de fruição, criação e mediação do livro e leitura garantindo-lhes acesso. Para o desenvolvimento do Plano foram realizadas “Conferências Públicas”, organizadas segundo as regiões administrativas da Cidade de Salvador, ou seja, cada uma das prefeituras-bairro foi mobilizada a contatar os moradores com o objetivo de coletar dados e demandas partindo dos quatro eixos temáticos do Plano: Democratização de acesso ao livro; Fomento à leitura e à formação de mediadores; Valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico; Desenvolvimento da economia do livro – fomento à cadeia criativa e produtiva do livro. Outras ações que constituíram essa etapa foram pesquisas diagnósticas via web site da Secretaria Municipal de Educação e de ações já existentes em Bibliotecas da cidade.

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O Plano estima a presença de 1500 pessoas nas “Conferências Públicas”, o que revela um contingente reduzido de cidadãos em seu planejamento. O documento apresenta propostas elaboradas pelos cidadãos que fomentam leitura na cidade, são elas: • Fortalecimento de Bibliotecas com acervo digital aberto aos usuários; • Criação de Centros Multimídias voltados para pesquisa e leitura nas bibliotecas públicas e comunitárias; • Promover eventos anuais de escritores de cunho nacional, estadual e local; • Criar e apoiar projetos de premiação que contemplem todos os gêneros literários; • Dispor no acervo das bibliotecas municipais, de obras de autores baianos contemporâneos renomados, iniciantes; • Apoio a Bibliotecas Comunitárias já existentes; • Disponibilização do acervo dos livros em braile e dos áudio livros nas bibliotecas; • Ministrar curso de editoração a alunos da rede pública municipal para que eles conheçam todo o processo de criação do livro: tipo de papel utilizado, escolha dos textos, encadernação, diagramação. Com o estabelecimento das propostas da população e do resultado das pesquisas, o Plano apresenta metas para curto prazo – dois anos após a publicação, médio – cinco anos e longo prazo – dez anos. Dentre as metas de médio e longo prazo estão a criação de bibliotecas municipais nas dez regiões administrativas e a criação de uma rede de bibliotecas municipais.

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Prefeituras-bairro de Salvador A Cidade de Salvador foi ordenada através de 10 regiões administrativas através da instituição das Prefeituras- Bairro em 2 de dezembro de 2012, pela Lei nº 8.376, buscando aproximar os cidadãos e os órgãos municipais e descentralizar os serviços prestados pela Prefeitura Municipal. A previsão é de que cada uma dessas Prefeituras-Bairro tenha sua sede até o final do ano de 2016, com variação dos serviços prestados de acordo com a região em que estão situadas. Ao avaliar os serviços já prestados, tem-se: • Minha Casa, Minha Vida; • Limpeza Urbana; • Ordenamento do comércio; • Bolsa Família; • Liberação de licenças; • Poluição sonora; • Serviços de trânsito; • Marcação de consultas; • Obras de manutenção; • Cadastro do programa Salvador Primeiro Passo. • Defesa do consumidor; • SIMM; • IPTU • Balcão da Cidadania; • Junta Militar; • Cartão SUS e farmácia; • Tribunal de Justiça; • INSS. 20


Figura 01: Mapa das regiĂľes administrativas da cidade de Salvador. Fonte: Limites de Bairros e RegiĂľes Administrativas Salvador/Bahia/Brasil: Prefeituras-Bairro. Salvador.

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A Prefeitura de Salvador é composta por 14 secretarias: • SEMGE - Secretaria Municipal de Gestão • SEFAZ - Secretaria Municipal da Fazenda; • SEDES - Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Emprego; • SECULT - Secretaria Municipal de cultura e Turismo • SECIS - Secretaria Cidade Sustentável • SMED - Secretaria Municipal da Educação; • SMS - Secretaria Municipal da Saúde • SEMUR - Secretaria Municipal da Reparação; • SEMPS - Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza; • SINDEC - Secretaria Municipal da Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil; • SEMAN - Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade; • SEMOP - Secretaria Municipal de Ordem Pública; • SEMOB - Secretaria de Mobilidade; • SUCOM - Secretaria Municipal de Urbanismo. Fazendo-se o comparativo entre a diversidade das secretarias municipais e os atuais serviços prestados à população nas Prefeituras-Bairro cabe o questionamento: Será que as secretarias não poderiam estar ainda mais próximas dos cidadãos, associada a outros serviços não governamentais, mas fundamentais para a qualidade de vida dos soteropolitanos?

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Biblioteca-bairro + Prefeitura-bairro Considerando a situação atual das Bibliotecas Públicas da cidade, sabendo que estas são organizadas através de diferentes segmentações do território e sob diferentes escalas da administração pública e das políticas atuais destinadas à biblioteca e ao território da cidade, a proposta que se apresenta é a associação: Biblioteca-bairro + Prefeitura-bairro. O edifício proposto destina-se a área da Prefeitura-bairro VI, por ser uma das poucas Prefeituras-bairro que não estavam em funcionamento ao iniciar as pesquisas para o trabalho e também a previsão de instalação do equipamento em uma área turística da cidade. Enquanto crítica da realidade atual o presente projeto reavalia a distribuição dos serviços públicos e aproxima o acesso aos mesmos, buscando associar aos órgãos municipais os serviços realizados pela própria comunidade, como centros comunitários, pequenas associações, etc. Tendo em vista os edifícios das prefeituras-bairro atuais e as bibliotecas públicas da cidade, o que se apresenta é uma outra possibilidade de usos. O edifício fundamenta-se nas características da Biblioteca Contemporânea, do Manifesto da UNESCO e da observação dos costumes e cultura locais. A criação de um espaço cultural de qualidade pretende promover a autonomia dos cidadãos e auxiliar na transformação do contexto atual da cidade. A biblioteca/centro cultural, voltando-se para a população, falando à cidade e criando condições para que a cidade fale, está desdobrando as suas ações e ampliando o seu papel; enfim, prestando informações a quem dela precisar, seja qual for seu nível. Ela é uma espécie de ação permanente que propõe a revisão contínua do pensamento.” (MILANESI, 1997). 23


O lugar

Imagem 03: Mapa elaborado pela autora, demonstrando a รกrea ocupada pelos bairros de Amaralina, Nordeste de Amaralina e Pituba, a partir do Google Earth.

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A industrialização teve forte relação com a expansão urbana de Salvador. O desenvolvimento econômico resultou no crescimento populacional, na oferta de empregos e demanda por serviços. A implantação da Petrobrás na década de 1950, a criação do Centro Industrial de Aratu, em 1967, a instalação de fábricas no Pólo Petroquímico entre 1970 e 1980 criaram insumos para o desenvolvimento da cidade. Associadas às transformações no campo econômico, novas avenidas são criadas. Na década de 1970 são criadas as avenidas de vale, dentre elas a Avenida ACM. Na década de 1980 a cidade continua a se expandir, com a implantação da Av. Paralela, do Centro Administrativo da Bahia, a transferência da Rodoviária para a área do Iguatemi e a instalação do Shopping Center Iguatemi (atual Shopping da Bahia). Durante esse período, cresceu também a construção civil e o financiamento de habitações, influenciando o mercado imobiliário em áreas como Pituba e Caminho das Árvores. A área apresentada consolidou sua ocupação durante o contexto histórico apresentado, na porção da Orla Atlântica, no entanto, a região abriga bairros que mesmo próximos configuram-se como uma amostra da desigualdade existente na cidade de Salvador. Uma metrópole que possui áreas vizinhas muito distintas social-cultural-economica e urbanísticamente.

Legenda Amaralina Nordeste de Amaralina Pituba

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Amaralina O bairro de Amaralina situa-se na Orla Atlântica de Salvador e possui como vizinhos os bairros do Rio Vermelho, Pituba e o Nordeste de Amaralina. Sua ocupação é consolidada a partir do Séc. XX, através do loteamento da Fazenda Amaralina, de propropriedade de José Álvares do Amaral. Passando gradualmente de uma área majoritariamente de segunda residência das famílias abastadas da cidade, como era até 1930, para residência, comércios e serviços. O contexto econômico impulsionou a expansão da cidade e a abertura da Orla Atlântica foi um dos elementos fundamentais para a ocupação permanente dessa área, que atualmente localiza-se próxima a centros financeiros e culturais da cidade, como já indicava as transformações do Séc. XX. Amaralina já abrigou uma colônia de pescadores, na década de 1970, devido à alterações de infra-estrutura no Rio Vermelho uma parte dos pescadores se fixou no Largo de Amaralina. Esse mesmo largo é conhecido por “Largo das baianas”, porque concentrava baianas de acarajé que produziam e vendiam o produto no local. O largo é um dos principais marcos do bairro. Atualmente o bairro possui usos residenciais, comerciais, de serviços e uma variedade de instituições de ensino superior privado. A população residente é de classe média. Possui boa integração à malha viária da cidade, através da Avenida Amaralina e da Avenida Manoel Dias, que separa o bairro do Nordeste de Amaralina.

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Imagem 04: Vista do Largo das Baianas em direção à Pituba. Fonte: a autora.

Imagem 05: Vista das baianas de acarajé no Largo. Fonte: a autora

Imagem 06: Vista aérea do Quartel de Amaralina, com o bairro ao fundo. Fonte:http://galeria.cuiket.com.br/foto/quartel-de-amaralina-em-salvadorba_7799.html. Acesso em 13 de outubro de 2016.

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Nordeste de Amaralina Durante o Séc. XIX, o local onde atualmente localiza-se o Nordeste de Amaralina, era a Fazenda Amaralina, que em 1932 passou a ser loteada por seu dono, José Álvares do Amaral, através do loteamento Cidade Jardim Balneária de Amaralina. Ainda que resultado de loteamento, ocupações informais foram realizadas na área que se consolidou e até hoje apresenta características de ocupação informal. Assim como Amaralina, também resulta da expansão da ocupação urbana da cidade de Salvador a partir de 1945, conforme demonstram os dados relativos à RNA ( região que abrange o Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada), cuja ocupação da área era de 12% em 1957 e passou a 52% em 1968. O Nordeste de Amaralina possui em suas adjacências os bairros de Amaralina, Vale das Pedrinhas, Santa Cruz e Pituba. Mesmo situado na área da Orla Atlântica da cidade não apresenta as características predominantes nas demais áreas, sendo uma espécie de “exceção” à regra da orla atlântica abastada e com boas condições de vida. Não se pode afirmar que a presença do Estado no bairro é eficiente, tal ausência é perceptível na precariedade das escolas e instituições de ensino, nas taxas de violência, desemprego e subemprego. A população do Nordeste de Amaralina é majoritariamente jovem e apresenta alta frequência de estudantes entre 7 a 15 anos em atraso escolar. Em contrapartida, aos indicativos pessimistas, o Conselho de Cultura Popular do Nordeste de Amaralina (CONCULT) identificou 65 grupos culturais atuando na área em 2006. A área é marcada pela topografia acidentada, por ruas estreitas e irregulares, alta densidade e poucos espaços livres. Segundo o CENSO de 2010, a densidade demográfica da região se aproxima a 48 000 hab/km². 28


Imagem 07: Vista aĂŠrea do Nordeste de Amaralina Fonte: www.rosembergnaweb.com.br/wp-content/uploads/2012/05/Nordeste-de-Amaralina.jpg. Acesso em 13 de outubro de 2016.

Imagem 08: Vista do Nordeste de Amaralina. Foto: Patrik Gronostaj Fonte: http://amnaluta.blogspot.com.br/p/historia_25.html. Acesso em 13 de outubro de 2016.

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Pituba Durante o Séc. XIX a área que hoje compreende a Pituba, era a Fazenda Pituba, pertencente a Manoel Dias da Silva. A ocupação inicial ocorreu em 1919, através do Plano Cidade-Luz e o território era controlado por fiscais para evitar ocupações irregulares. Situado na Orla Atlântica, faz parte de uma das áreas mais abastadas da cidade, com grande disponibilidade de empregos e serviços, reflexo de maior poder econômico, social e cultural dos habitantes da área e de maior presença do Estado. Segundo dados do CENSO 2010, nessa área os responsáveis pelos domicílios, em sua grande maioria possuem ensino superior completo, o que confirma a Pituba como bairro de abastados, visto que apenas 11,9% dos responsáveis pelos domicílios da Região Metropolitana de Salvador possuem ensino superior completo. Os estudantes entre 7 e 15 anos apresentam baixas taxas de atraso escolar e são, em sua maioria estudantes da escola privada. Enquanto o Nordeste de Amaralina configura-se como uma exceção à Orla Atlântica da cidade, a Pituba é uma amostra da população que reside nessa porção da cidade, onde localizam-se equipamentos importantes aos cidadãos, além de comércios e serviços de maior porte. A ocupação do solo caracteriza-se pela regularidade e amplitude das vias, resultante do Plano Cidade Luz originário do bairro, além de espaços livres transformados em praças públicas.

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Imagem 09: Vista aérea da Pituba. É possível ver os bairros de Amaralina e Nordeste de Amaralina. Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=752670. Acesso em 13 de outubro de 2016.

Imagem 10: Av. Manoel Dias da Silva.

F o n t e : h t t p : // w w w . p a n o r a m i o . c o m / photo/104016806. Acesso em outubro de 2016.

Imagem 11: Praça Nossa Senhora da Luz vista a partir da Rua Pernambuco. Fonte: a autora

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O terreno RUA DO BALNEÁRIO

RUA JÂNIO QUADROS

Imagem 12: Localização do terreno com indicação dos principais fluxos de veículos e paradas de ônibus. Fonte: elaboração da autora a partir do Google Earth.

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AVENIDA MANOEL DIAS DA SILVA

O terreno localiza-se entre as Ruas Jânio Quadros e do Balneário, em Amaralina, Salvador, Bahia. Encontra-se próximo a Avenida Manoel Dias da Silva, uma via de grande porte que dispõe de uma boa oferta de transporte público dentro do contexto soteropolitano. O principal atrativo para a escolha do terreno foi a singularidade: configura-se como um ponto de inflexão entre duas ocupações morfológicas distintas. Se por um lado tem-se a ocupação espontânea do Nordeste de Amaralina, do outro a Pituba exibe a malha quadrangular e de vias largas, reflexo de um loteamento planejado a partir dos ideais modernistas. Além disso, está próximo ao mar e à Avenida Otávio Magabeira, na Orla Atlântica. Possui uma área de aproximadamente 3820 m² cujos parâmetros de ocupação são:

Legenda Terreno Sentido do fluxo de veículos Parada de ônibus Nova parada de ônibus

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Referências Projetuais

EXPLORAÇÃO

INVESTIGAÇÃO

Biblioteca da Musashino Art University, 2010 Sou Fujimoto | Tóquio, Japão.

Figuras 02 e 03. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-11573/biblioteca-da-musashino-artuniversity-sou-fujimoto/11573_11584. Acesso em 17 de julho de 2016. Imagem 13. Fonte: www.archdaily.com.br/br/01-11573/biblioteca-da-musashino-art-university-soufujimoto/11573_11589. Acesso em 17 e julho de 2016.

A Biblioteca desenvolvida para a Musashino Art University possui 2883m², distribuídos em dois pavimentos. Para Sou Fujimoto os elementos compositivos da biblioteca deveriam ser estantes e livros, luz e atmosfera. “Imaginava um espaço circundado por uma única estante em forma de espiral.” O edifício é materializado segundo essa ideia, fazendo com que o espaço interior e exterior possua uma continuidade determinada pelo material construtivo, as “estantes” que estruturam todo o edifício, bem como através dos grandes rasgos nas paredes que permitem a conexão visual entre as diferentes áreas da biblioteca. O arquiteto trabalha com duas situações inerentes às bibliotecas, muitas vezes consideradas contraditórias: a investigação e a exploração.

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A organização radial da biblioteca, com as prateleiras seguindo o conceito da espiral de livros, ordena o acervo e permite ao usuário investigar, simultaneamente, os rasgos nas paredes, as passarelas do pavimento superior e a conexão visual com o exterior, conduzem à exploração do espaço. As prateleiras estão tanto na primeira quanto na segunda situação e configuram a admirável utilização de um elemento simples. O edifício serviu como referência para o desenvolvimento das aberturas que permitem a visibilidade entre os diferentes usos, dentro do mesmo edifício. O vazio existente no edifício conecta duas áreas distintas: a biblioteca e a prefeitura-bairro, a biblioteca infantil, a praça e o café. A utilização de um elemento característico do uso do edifício também foi utilizado no projeto na constituição da fachada, com os brises de larguras variáveis.

Imagem 14: http://www.archdaily.com.br/br/01-11573/biblioteca-da-musashino-art-university-soufujimoto/11573_11587. Acesso em 17 de julho de 2016. Imagem 15: http://www.archdaily.com.br/br/01-11573/biblioteca-da-musashino-art-university-soufujimoto/11573_11578

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Parque Biblioteca Fernando Botero, 2009 G Ateliers Architecture | Medellín, Colômbia. A Biblioteca localiza-se na comunidade de San Crisóbal, caracterizada por uma população de baixa renda e carente de equipamentos culturais, serviços e demais investimentos do Estado. O edifício faz parte de um Plano de revitalização. Imagem 16. Fonte: http://divisare.com/projects/212366-g-ateliers-architecture-fernando-boterolibrary-park. Acesso em 02 de julho de 2016.

Imagem 17. Fonte: divisare.com/projects/212366-g-ateliers-architecture-fernando-botero-librarypark. Acesso em 02 de julho de 2016.

O projeto partiu da análise dos cheios e vazios da região, através da reinterpretação das aberturas existentes no conjunto das edificações que compõem a paisagem. O volume, portanto, busca uma relação sutil através de aberturas e dobras ainda que seja monolítico. O interior do edifício é marcado pelo acabamento em reboco e há pouca variabilidade de materiais e acabamentos, o que cria um ambiente sóbrio. Uma gradação da iluminação é observada por todo o edifício, já que as cores escuras dos materiais estão associadas a claraboias e rasgos nas aberturas, além de passarelas abertas, que permitem a passagem de luz natural por diferentes pavimentos.

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Primeiro pavimento

Térreo

No térreo, situado na cota mais baixa do edifício localizam-se as áreas técnicas e de serviço. No primeiro pavimento, localizam-se o hall de entrada principal, áreas de exibição, o teatro, a escola de música e parte da biblioteca. Já o segundo pavimento inclui a escola de dança, ateliê de artes plásticas, brinquedoteca, a biblioteca e o café.

A relação entre os usos do edifício e a comunidade e a distribuição pelos diferentes pavimentos, foram as principais referências para o projeto. No presente trabalho o subsolo e o térreo são destinados à convenções e eventos. No térreo também localiza-se o setor infantil. No subsolo também instalou-se a área técnica. Os demais destinam-se a biblioteca e prefeitura-bairro.

Segundo pavimento

A inclusão de uma Escola de Música, Sala de Exibições, Teatro, Escola de Dança, reafirmam a relevância da Biblioteca ao atender a necessidade de espaços culturais em comunidades de baixa renda.

Figuras 04, 05 e 06. Análise da autora sobre plantas. Fonte: http://divisare.com/projects/212366-gateliers-architecture-fernando-botero-library-park. Acesso em 02 de julho de 2016.

Escolas

Biblioteca

Teatro

Área técnica

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Edifício Multifuncional em Rzeszow, 2016. Bakpak Architects e Eova Studio | Rzeszow, Polônia. O projeto do edifício multifuncional resulta de um concurso para a cidade de Rzeszow, na Polônia e foi premiado com o primeiro lugar por atender a proposta que:

Imagem 18. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/774524/bakpak-architects-plus-eovastudiovencem-concurso-para-edificio-multifuncional-na-polonia. Acesso em 17 de julho de 2016. Imagem 19. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/774524/bakpak-architects-plus-eovastudiovencem-concurso-para-edificio-multifuncional-na-polonia. Acesso em 17 de julho de 2016.

“adotasse uma postura de respeito ao entorno urbano e, por outro, resolvesse urbanisticamente as conexões entre os distintos espaços confluentes” O programa é composto por habitação, comércio, hotel e um clube aberto ao público com restaurante, totalizando uma área construída de 24.000m². O volume do edifício resulta da malha urbana na qual está inserido, as paredes externas seguem esse alinhamento. O oposto ocorre na parte central do edifício, no qual desenvolveu-se um pátio arredondado, denominado o “Pátio da Cerâmica”. O incentivo à tradição artesanal foi relevante na concepção do edifício, pois o pátio central remete à feira tradicional de cerâmica existente na cidade.

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A entrada para o pátio também é resultado do entorno: seguindo a orientação do fluxo proveniente da Praça do Mercado Velho, o edifício abre-se em uma grande porta no térreo para receber as pessoas. A volumetria do edifício enquanto resultado do seu entorno foi a característica principal utilizada para o projeto da Biblioteca-bairro. Sua forma resulta da relação com as ruas que delimitam o terreno e sua ocupação libera espaço para uma praça pública, orientada por outra, de menor porte, já existente. Além de conectar ruas situadas em cotas distintas. O respeito ao entorno urbano é a principal contribuição deste projeto para o desenvolvimento do trabalho.

Imagem 20. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/774524/bakpak-architects-plus-eovastudiovencem-concurso-para-edificio-multifuncional-na-polonia. Acesso em 17 de julho de 2016. Imagem 21. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/774524/bakpak-architects-plus-eovastudiovencem-concurso-para-edificio-multifuncional-na-polonia. Acesso em 17 de julho de 2016.

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Villa VPRO, 1997. MVRDV | Hilversum, Holanda. O edifício da nova sede da VPRO Broadcasting Company possui 10 500 m², 50 vagas de estacionamento e tinha como principal desafio criar um espaço informal em um ambiente profissional.

Imagem 22. Fonte: http://architizer.com/projects/villa-vpro/. Acesso em 03 de outubro de 2016.

Imagem 23. Fonte: http://architizer.com/projects/villa-vpro/. Acesso em 03 de outubro de 2016.

A Villa VPRO possui níveis descontínuos, uma diversidade de rampas e escadas que criam a variabilidade necessária para atender às demandas de atividades desenvolvidas pela companhia. Ao longo do percurso ascendente, o usuário se depara com uma grande variedade de espaços que levam ao terraço: uma extensa cobertura verde configura a quinta fachada do edifício. Cada escritório tem acesso à um jardim, balcão, terraço ou pátio, que se dá através de painéis corrediços de vidro, configurando, assim as fachadas do edifício. Para cada atividade exercida no interior, associada à orientação da fachada, existem requisitos a serem cumpridos, deste modo, o edifício resulta em uma composição de 35 diferentes tipos de vidro.

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As principais características da Villa VPRO que foram tomadas como referência para o desenvolvimento do projeto da Biblioteca-bairro foram: a descontinuidade dos pavimentos do edifício e sua conexão através de uma variabilidade de rampas e escadas e a utilização de grandes painéis de vidro na fachada.

Imagem 24. Fonte: http://architizer.com/projects/villa-vpro/media/80184/. Acesso em 03 de outubro de 2016. Imagens 25 e 26. Fonte: http://miesarch.com/work/1802. Acesso em 03 de outubro de 2016.

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O programa Prefeitura-bairro: 489,60m²

Biblioteca-bairro: 1696,00 m²

Sefaz: 15m² Sedes: 20m² Secult: 20m² Secis: 15m² Smed: 20m² Sms: 20m² Semur: 15m² Semps: 15m² Sindec: 15m² Seman:15m² Semop: 15 m² Semob:15m² Sucom: 20m² Coelba: 15m² Embasa: 15m² Salvador card: 8 m² Tribunal de Justiça: 20m² Sala de audiências: 20m² Sanitários: 30m² +20% Circulação: 81,6m²

Área Convenções

Acervo e Coleções

Recepção: 15m² Sala Polivalente: 250m² Café: 30m² Sala Comunitária: 60m² Área exposição: 60m² Sanitários: 35m²

Principal 500m² Braille 80 m² 3 Salas de grupo: 30m² Empréstimo 10m² Devolução 10m² Guarda-volumes 15 m² Sanitário 20m²

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Área infantil Acervo 50m² Recepção 10 m² Brinquedoteca/sala de 50m² Espaço de Leitura 100m²

Mídiateca contos

Área Administrativa Direção: 10 m² Administração: 15m² Secretaria: 10m² Sala de reuniões: 25 m² Serviços de Referência: 20m² Processamento: 30m² Manutenção: 20m² Sanitários: 12m²

Acervo: 100m² Interatividade: 30m² Computadores de consulta: 50m² Área Técnica Almoxarifado 18m² DML: 10m² Casa de bombas: 8m² Central energia: 8m² Casa de gás: 5m²


O partido (1)

(3)

Praça existente

Praça existente

Nova praça

(2)

Praça existente

(4)

O Partido Arquitetônico é resultado do local no qual se insere. O volume inicial é concebido através do paralelismo com as linhas limítrofes do terreno e incorporação da escavação pré-existente (1). Um vazio no centro é criado. A área triangular destina-se à entrada principal, nesse ponto o edifício levanta-se do solo para atrair e abrigar o fluxo proveniente da Rua do Balneário(2). O subsolo é escavado para atender à demanda por estacionamentos e, acima dele, posiciona-se uma praça. Na região nordeste cria-se a conexão entre duas ruas situadas em cotas distintas.(3) O vazio se projeta por todos pavimentos como principal estratégia de permeabilidade visual. Para a fachada situada no poente, projeta-se um brise vertical. (4) 43


N

O

O

L

L S

S

EQUINÓCIO DE OUTONO |10h

N

N

O

O

L

L S

EQUINÓCIO DE PRIMAVERA |15h

N

S

EQUINÓCIO DE OUTONO |15h

EQUINÓCIO DE PRIMAVERA |10h

Estudo Conforto Ambiental

A análise da insolação no terreno e dos ventos predominantes nos diferentes períodos do ano. As janelas do edifício, a organização interna e o projeto da praça fundamentaram-se nos fatores bioclimáticos em associação com o contexto urbano. A presença dos brises foi uma opção para obtenção do conforto térmico nos pavimentos superiores. Já no térreo, a proteção ocorre pela volumetria do edifício que gera um sombreamento durante a tarde. 44


SOLSTÍCIO DE INVERNO | 10 h O

L

O

S

L

S

N

L

S

SOLSTÍCIO DE VERÃO | 15 h

O

L

SOLSTÍCIO DE INVERNO | 15 h

SOLSTÍCIO DE VERÃO | 10 h

N

N

S

N

O


O Projeto

O projeto está situado em um terreno de aproximadamente 3820 m² e possui cerca de 1990 m² distribuídos em três pavimentos e um subsolo. A praça foi projetada partindo da dinâmica local, ampliando o espaço público existente. A entrada principal do edifício foi projetada como uma grande área protegida pelo pavimento superior, cuja inclinação cria uma perspectiva interessante desde a Rua do Balneário em direção à praça. Essa perspectiva foi estudada como uma área de convite aos cidadãos, para que pudessem usufruir do espaço público interno. A principal diretriz traçada para o projeto foi a de permeabilidade visual entre interior e exterior e interior-interior, gerando a curiosidade em conhecer outro espaço dentro do edifício. As paredes cortinas de vidro situadas do térreo provocam os transeuntes para que adentrem o espaço, comunicando-os que este é um espaço acessível. Desde o café é possível acessar a praça, ele foi estrategicamente posicionado para prolongar o uso do edifício para o espaço externo. O vazio comunica também a biblioteca infantil com o café em uma fachada, em outra, vislumbra o parque infantil na área externa. A estrutura do edifício foi pensada a partir de uma modulação de pilares de concreto de 5m x 5m e suas variações, facilitando a distribuição da estrutura nos diferentes pavimentos, inclusive no estacionamento. O revestimento externo é de placas cimentícias com impermeabilização em resina, sem pintura. Pensando na segurança do usuário, duas escadas foram projetadas para atender à necessidade de esvaziamento do edifício em situações de emergência. Em uma delas utilizou-se do vidro corta-fogo, aliando a segurança dos usuários à composição estética do edifício. 46


Localização

LARGO DA FONTE

ÁR

IO

SEGUNDA TV. DA FONTE

R.

DO

BA L

NE

R. JÂNIO QUADROS

AV .M

AN

OE

LD

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ILV A

47



49


O Projeto

No subsolo foi implantado um jardim cuja área se projeta por todos os pavimentos, criando um vazio que segue por todo o edifício. Este vazio conecta os distintos usos através de grandes panos de vidro que permitem a visibilidade e despertam a curiosidade daquele que se encontra em uma área distinta. A organização interna do edifício partiu da intencionalidade em despertar a curiosidade das pessoas para visitar a biblioteca. O térreo e o primeiro pavimento se dividem em diferentes níveis, interligados por rampas e escadas, que separam os usos e criam espaços mais dinâmicos. No primeiro pavimento, a prefeitura-bairro ocupa a região a leste do terreno, voltando o olhar para a praça. A oeste situa-se a biblioteca-bairro. A contradição entre abrir-se ao poente, para vislumbrar toda a extensão do bairro e a necessidade de proteger-se da insolação direta, resultou no projeto de uma camada de proteção através de brises de eixo vertical de vidro laminado translúcido. Protegendo a área e permitindo a iluminação difusa do ambiente quando os brises estiverem fechados. As esquadrias da biblioteca possuem vidros especiais que contribuem para o conforto ambiental e acústico. Por tratar-se de uma biblioteca e tendo em vista a necessidade de proteção do acervo, as áreas molhadas estão concentradas na parte central e as instalações hidráulicas passam por shafts e não entram em contato com o acervo. O edifício é dotado de sistema de ar condicionado, sendo um deles destinado à manutenção do acervo, ainda assim, as aberturas foram projetadas para todos os pavimentos, permitindo a ventilação natural, sempre que necessário.

50


Planta-baixa subsolo

05 04 -2,50

01

03 -2,50

02

Circulação vertical 01. Sala polivalente | 272,84m² 02. Área técnica | 54,20 m² 03. Sanitários | 53,65 m² 04. Estacionamento (50 vagas) | 1370 m² 05. Jardim | 65,13 m²

0

5

10

51


Planta-baixa térreo

PROJ. PAVIMENTO SUPERIOR

0,85

04

06 07

PR OJ . PA VIM

EN

TO

SU

PE

RIO

R

03

05

02

2,50

2,50

1,50 0,00

01

Circulação vertical 01. Recepção | 12,42 m² 02. Hall de acesso | 94,45 m² 03. Área de exposições | 70,09 m² 04. Café | 70,65 m² 05. Sanitários - café | 8,85 m² 06. Sanitários| 53,65 m² 07. Biblioteca Infantil | 410,40 m²

52

0

5

10


Planta-baixa primeiro pavimento

17

16

15

14

13

12

11

20

10 09

18

08 02

20

19

01

6,50

5,50

03

5,50

04

Circulação vertical 01. Hall | 67,28 m² 02. Sanitários | 53,65 m² 03. Recepção + salvador card | 69,81 m² 04. SECULT | 16,02 m² 05. SMED | 11,30 m² 06. SEMPS | 17,02 m² 07. SMS | 10,95 m²

08. Embasa | 15,29 m² 09. Coelba | 14,47 m² 10. SEDES | 13,40 m² 11. SEMUR | 13,35 m² 12. SEMOB | 20,48 m² 13. SECIS | 12,00 m² 14. SEFAZ | 11,44 m² 15. SUCOM | 11,44 m²

05

07

06

16. SEMAN | 11,44 m² 17. SINDEC | 11,44 m² 18. Área de espera | 84,48 m² 19. Midiateca | 150,53 m² 20. Empréstimo/devolução |23,50 m² 21. Biblioteca | 339,60m² 0

5

10

53


Planta-baixa segundo pavimento 07

06

05

04

03

03 03

02 08

01

Circulação vertical 01. Biblioteca | 166,53 m² 02. Acervo especial | 73,90 m² 03. Salas de grupo | 21,90 m² 04. Administração| 31,26 m² 05. Diretoria | 23,16 m² 06. Processamento, catalogação e manutenção | 28,41 m² 07. Área de estar | 31,80 m² 08. Sanitários | 53,65 m²

54

9,50

0

5

10


Corte A

9,50 Biblioteca

0.00

6,50

Emp/devolução

Hall de acesso Sl. polivalente

Biblioteca

5,50 2,50

Bib. Infantil

1,50

0.00 -2,50

Apoio

A. técnica

-2,50

Estacionamento 0

5

10

Corte B

9,50

5,50 2,50

-2,50

Biblioteca

Prefeitura-bairro Biblioteca infantil

1,30

0,85

Estacionamento 0

5

10

55


Fachada sudoeste Brises de vidro laminado translĂşcido

Pilar de Concreto liso

Placa cimentĂ­cia impermeabilizada

Fachada nordeste Placa cimentĂ­cia impermeabilizada

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Fachada sudeste Brises de vidro laminado translúcido

Placa cimentícia impermeabilizada

Fachada noroeste Placa cimentícia impermeabilizada

Brises de vidro laminado translúcido

57


Área de Exposições


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Biblioteca Infantil


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Briquedoteca


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Conexão

Na área à Nordeste do terreno desenvolve-se uma praça em níveis que conecta as ruas Jânio Quadros e a Segunda Travessa da Fonte. O nível no qual se implantou o subsolo foi pensado para que a relação visual espaço público estacionamento fosse possível. A principal vantagem dessa relação é a iluminação do subsolo criando um espaço agradável, cuja perspectiva desmonta a possível sensação de clausura que se poderia obter com fechamentos laterais, criando também um espaço mais seguro. A implantação do parque infantil nessa área deu-se por dois motivos: o primeiro deles é a proteção contra o sol da tarde, já que esta área fica sob a sombra do edifício durante esse período, o segundo é a relação com o programa interno do edifício, pois nessa área situa-se a biblioteca infantil, criando uma relação interior-exterior de continuidade e curisidade entre o dentro - fora. 64


65


Biblioteca


67


Midiateca


Prefeitura-bairro

69


Prefeitura-bairro


71


O Poente e a praça

A implantação da Praça a Noroeste do terreno foi determinada pela presença de outro espaço de lazer próximo à área. O projeto reforça a idéia do entretenimento ao ar livre como uma extensão da dinâmica existente no local. A relação interior-exterior é outro ponto importante: o café estende-se à Praça e o jardim do subsolo é visto a partir dela. O térreo é permeável visualmente para atrair os cidadãos ao equipamento público. Por situar-se no poente, os brises verticais foram projetados como estratégia de conforto ambiental. O material translúcido especificado atua como proteção da incidência solar direta mas permite a iluminação difusa no espaço interno quando completamente fechado. A configuração dos brises provém da imagem de uma prateleira com livros. Abaixo da Praça localiza-se o estacionamento, que conta com iluminação zenital através de clarabóias. 72


73


Brises


Detalhe construtivo




Referências bibliográficas

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