PROJETO 4

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Pensando nisso, a disciplina de Comunicação Comunitária nos deu a tarefa de escolher comunidades onde pudéssemos realizar atividades que estimulassem, de uma forma produtiva, um determinado grupo. Quatro equipes foram divididas em sala e distribuídas entre quatro instituições: Escola de Aplicação Yolanda Queiroz, APAE, Estação da Luz e Revart. A nós, equipe de registro, foi dada a missão de acompanhar o trabalho destes grupos e imprimir nosso olhar sobre os projetos realizados. A ideia de fazer um livro de fotos surgiu com o intuito de mostrar a execução das atividades em cada instituição e apresentar, também, o resultado do nosso trabalho, durante os quatro dias de visitas. A recomendação maior para a realização destas atividades foi apenas uma: sensibilidade. Sensibilidade para perceber que nós, estudantes de Comunicação Social e aspirantes a jornalistas e publicitários, temos muito mais a aprender com o outro do que ensinar. Entrar no dia a dia das comunidades e dar nossa contribuição - por menor que seja - para a formação das pessoas não é um favor, é um exercício. Como futuros comunicadores, é imprescindível exercitar o nosso olhar para além das diferenças e do senso comum. Exercitar o olhar é sempre importante. Enxergar-se no outro é essencial.

INTRODUÇÃO

A comunicação pode trazer benefícios ou prejudicar a população, dependendo da forma como é utilizada e de como as pessoas agem em relação a ela. Como todas as relações, essa comunicação pode ajudar na construção de um ser humano autônomo, equilibrado, democrático, cooperador, ou, por outro lado, de um ser humano dependente, submisso, massificado.



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SUMÁRIO

ONDE ESTIVEMOS ESCOLA YOLANDA QUEIROZ APAE ESTAÇÃO da LUZ REVART equipe de registro CRÉDITOS



O grupo que escolheu a Escola Yolanda Queiroz resolveu trabalhar com crianças entre 7 e 8 anos. O objetivo final era produzir um livro feito pelos alunos, a partir da leitura e da interpretação de histórias contadas a eles. A equipe se dividiu entre duas turmas de 2° série e desenvolveu, junto com as crianças, atividades relacionadas à leitura dos títulos infantis “Colcha de Retalhos”, de Conceil Corrêa da Silva e Nye Ribeiro e “A Coisa”, de Ruth Rocha, No segundo dia, fomos até a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), entidade que trata pessoas com deficiência, promovendo seu bem estar e desenvolvimento social. A equipe escolheu trabalhar com adolescentes e adultos frequentadores da instituição, com o intuito de criar um blog onde seriam expostas fotos, vídeos e desenhos produzidos pelos alunos. A terceira equipe, que escolheu a escola Estação da Luz, direcionou seu trabalho para o tema “Gentileza gera Gentileza”. A ideia era desenvolver com os alunos as diferentes plataformas jornalísticas, como podcast, ensaio fotográfico, vídeos e produção de matérias, todas a serem postadas em um blog. Por último, visitamos a Revarte, que atende a comunidade do Conjunto Alvorada. O grupo responsável por essa instituição procurou trazer elementos da comunicação jornalística para os alunos, explicando-os a respeito do conteúdo editorial dos jornais e realizando atividades como oficina de papel reciclado, contação de histórias, entre outras.

ONDE ESTIVEMOS

Foram quatro dias acompanhando o trabalho das equipes, cada dia destinado a uma instituição diferente. As primeiras atividades a serem registradas foram as do grupo da Escola Yolanda Queiroz. Nas visitas seguintes, fomos à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Estação da Luz e por último, a Revarte.


ESCOLA YOLANDA QUEIROZ

A Escolinha Yolanda Queiroz é localizada dentro do Campus da Unifor e executa um trabalho educacional com crianças de várias faixas etárias. Aproximadamente 600, oriundas da comunidade do Dendê, são atendidas na escola de aplicação. Alunos da própria universidade têm a oportunidade de desenvolver as teorias de sala de aula na prática, como foi o caso da disciplina de Comunicação Comunitária. Outros cursos como Fonoaudiologia, Psicologia, Medicina e Odontologia também realizam projetos constantemente na escolinha. A primeira equipe trabalhou com crianças de duas turmas de 2° série, na faixa etária de 7 e 8 anos. Durante a nossa visita, pudemos acompanhar de perto a atividade desenvolvida no dia, que era a leitura e interpretação de dois livros infantis. A primeira turma ficou com o título “A Coisa”, de Ruth Rocha, enquanto a segunda leu “Colcha de Retalhos” Conceil Corrêa da Silva e Nye Ribeiro. Apesar da grande quantidade de meninos e meninas, todos se interessaram pelas histórias e ficaram atentos à leitura dos livros. Após a leitura, os alunos deveriam fazer desenhos sobre o que havia lhes chamado mais atenção no livro.



08 Apesar da correria habitual de toda criança de 7 e 8 anos, meninos e meninas pararam para ouvir a leitura dos livros “A Coisa” e “Colcha de Retalhos”



10 O livro “A Coisa” conta a história de Alvinho, um menino curioso que adora bichos e gosta de colecionar coisas, até que encontra uma “coisa” no porão da casa de seu avô e mete medo na família toda.



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36 Os alunos desenham aquilo que mais chamou sua atenção durante a leitura dos livros.



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60 Marlyson, um dos integrantes da nossa equipe de registro, acaba conquistando a atenção das crianças com seus desenhos e teve que desenhar para todas



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APAE

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) é uma entidade que tem mais de 50 anos no Brasil e que trata de pessoas com deficiência, promovendo seu desenvolvimento social. Em 1972, a professora Eunice Damasceno Pereira da Costa deu origem ao grupo embrião da APAE/ Fortaleza. Desde os seus primórdios, a instituição foi criada com a finalidade de zelar pelo bem-estar dos excepcionais, promovendo seu ajustamento, difundindo e estimulando os estudos e pesquisas relativas a sua problemática. Visitamos a instituição no último dia de atividades executadas pela equipe. Os alunos, entre adolescentes e adultos, gravaram videos para mandar recados e falar um pouco sobre si mesmos. Através disso, puderam expressar-se e expor suas necessidades através de uma linguagem diferente.



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78 Ivanderson, 15 anos e jรก tem um grande amor: Daniele, sua colega na APAE.



80 Daniele, dona do coração de Ivanderson e de alguns outros corações espalhados pela APAE. Seu maior sonho: casar-se com Mike, para desgosto de Ivanderson.



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94 Dedeia dá seu depoimento: “Todo mundo é igual, não importa que a gente tenha deficiência. O importante é que a gente seja feliz como a gente é.”



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ESTAÇÃO DA LUZ

A Associação Estação Luz é uma entidade civil sem fins lucrativos, que atua no município do Eusébio e criada em 12 de fevereiro de 2004, por um grupo de voluntários que perceberam a carência das famílias da comunidade do Eusébio e a falta de equipamentos sociais eficazes para combater a ociosidade das crianças e adolescentes. A Associação acabou tornando-se referência em projetos sociais nas áreas de educação, esporte, cultura e lazer. Acompanhamos a terceira equipe em uma atividade realizada na própria Unifor. Os alunos tiveram acesso aos equipamentos fotográficos da universidade e puderam fazer fotografias dentro do campus, sob orientação do professor Júlio Alcântara. O objetivo era montar um acervo de fotos digitais com ações que figurassem o tema “Gentileza gera Gentileza”, para que fossem postadas em formato de slides no Blog da equipe.



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144 Alunos s達o orientados pelos membros da equipe.



REVART

A Revarte é um projeto social, cultural e comunitário que atende a comunidade do Conjunto Alvorada. O trabalho, desenvolvido em uma casa na Rua Salvador Correia de Sá, vive e sobrevive através de doações e trabalho voluntário. O projeto tem como ponto de partida a Biblioteca Monteiro Lobato que desenvolve atividades de empréstimo de livros, pesquisa, contação de histórias, reforço escolar e leitura, chegando a atender, em média, cerca de 100 (cem) crianças por dia, tendo 700 (setecentos) leitores inscritos e um acervo formado por doações que chegam a 8000 publicações. A última equipe a ser acompanhada foi a equipe responsável por realizar trabalhos com algumas crianças frequentadoras da Revarte. No dia em que visitamos a instituição, meninos e meninas de várias idades participaram de uma oficina de papel reciclado. A ideia era fazer com que as crianças, além de aprender a importância da reciclagem, pudessem criar cartões e desenhos utilizando os papeis que eles mesmos produziram.



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150 No encontro anterior ao da oficina, os alunos recortaram papeis para serem usados no processo de reciclagem.



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194 “Parece tapioca, né, tia?”, disse um dos meninos ao ver a consistência do papel molhado e batido no liquidificador.



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equipe de registro

Foram 4 dias de visitas, 4 instituições diferentes, dezenas de crianças e jovens fotografados, alguns desencontros durante os trajetos e um aprendizado que vai além dos 4 anos vividos na Universidade. A experiência de sair da zona de conforto e aplicar ao dia-a-dia aquilo que nós aprendemos na teoria contribuiu de uma maneira sem igual para o nosso crescimento profissional e pessoal. Apesar de não fazer parte de todo o processo de trabalho desenvolvido pelas outras equipes, podese dizer que nosso grupo foi privilegiado por visitar todas as instituições e com isso, conhecer a realidade de muitas pessoas. Realidade que é tão distante e ao mesmo tempo, tão próxima de nós. Estes jovens e crianças que conhecemos nos fizeram despertar para aquela que talvez seja uma de nossas maiores funções, enquanto comunicadores: dar voz às comunidades. Contar suas histórias e aprender com elas.



AA

“Essa experiência proposta nessa disciplina, nem um pouco habitual ao nós somos acostumados em nossos cursos de Comunicação Social, inicialmente me gerou bastante resistência, mas com os dias percebi a importância de sair de uma zona de conforto e vivenciar essas experiências. Ver como os grupos se empenharam nos seus trabalhos e como as instituições deram-lhes um retorno muito positivo, me estimulou bastante, principalmente no resultado deste livro, que é um registro desse momento de crescimento que cada um que participou dessa disciplina vivenciou. ” Marcus Vinicius Sampaio


“A experiência de desenvolver esse tipo de trabalho pra mim foi única. Eu já tinha feito um trabalho social antes, mas faz muito tempo e tinha outra visão sobre tudo. Na época, pensava que eu era boazinha em me deslocar do meu conforto para brincar ou ensinar crianças doentes e carentes. Hoje, entendo que o aprendizado é todo meu! E que esse mundo que a gente vive é bem maior do que o espaço que nos cerca, e até mesmo bem próximo da gente acontecem coisas que a gente não enxerga de imediato. Aprendi a ampliar minha visão e não enxergar só o que eu quero e é cômodo ver.” Luana Magalhães


“Durante essas semanas em que visitamos as quatro instituições pude sentir o quanto o cuidado é precioso, e que ele vai além de grandes ações. Uma hora com pessoas (e pessoinhas) especiais traz um leque de sentimentos bons para quem se dá, muito mais do que para quem recebe, pode mudar a vida de duas partes. A educação também vem para acrescentar experiências, já que a gente aprende melhor com pessoas que marcam nossas vidas. Mas isso tudo só é possível quando estamos dispostos a nos doar na forma mais pura, não adianta pensar que aquela atividade só vale uma nota, não adianta fazer por obrigação assim vira uma desatividade, um descarinho, você perde três vezes mais do que poderia ganhar.” Melyssi Peres


“A experiência de registrar o trabalho desenvolvido pelas equipes com as instituições me levou para ter mais sensibilidade e perceber que do lado de lá, ou seja, fora do meu ciclo, existem coisas pequenas que têm grande importância. A disciplina de Comunicação Comunitária nos deu espaço para viver um pouco de cada mundo que visitamos. Nunca vou esquecer do abraço gratuito e carinhoso de uma das alunas da Apae - um gesto simples, mas que faz a diferença no dia a dia de qualquer pessoa. Como jornalista, essa vivência só fez confirmar que precisamos olhar o outro sem preconceito e buscar ir além do que os nossos olhos estão acostumados a ver.” Renatta Pimentel


“Acredito que sempre que a Universidade nos incentiva a ir além da sala de aula, o resultado é sempre positivo. Achei incrível ouvir as histórias das crianças e jovens que conhecemos durante as visitas. Pode ser uma conversa batida, mas essa experiência me fez pensar que a única coisa que falta às pessoas, de fato, é oportunidade. Todo mundo tem algo a oferecer. O potencial de alguém se mostra a partir do momento em que ele tem as ferramentas necessárias para desenvolvê-lo. O aprendizado foi mútuo e acho que aprender com o outro e exercitar nosso olhar para uma realidade diferente da nossa faz com que nós possamos nos tornar pessoas e profissionais melhores.” Gabriela Nunes




Gabriela Nunes

Fotos

Melyssi Peres Luana Magalhães Renatta Pimentel Marcus Vinicius Sampaio

Diagramação

Marcus Vinicius Sampaio

Produção

Luana Magalhães Marlyson Costa Lima

CRÉDITOS

Textos



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