Revista de análise do regime militar no Brasil

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Expediente____________________________ Pag. 03 Sociedade_____________________________ Pag. 05 Jogo da democracia_____________________ Pag. 08 Política_______________________________ Pag. 10 Relações Internacionais__________________ Pag. 13 Cultura________________________________ Pag. 17 Repressoes_____________________________ Pag. 24 Economia______________________________ Pag. 27 Educação______________________________ Pag. 28 Abertura_______________________________Pag. 30 Depoimento de torturados_________________Pag 32 Artigos_________________________________Pag. 35 Notas _________________________________ Pag. 36 Ações Sociais em Marabá_________Pag 37



Prezado leitor:

2014 NOVEMBRO FICHA TECNICA Presidente:

Onde quer que você esteja, na vastidão do território Nacional, estará lendo estas linhas praticamente ao mesmo tempo em que todos ao mesmo tempo em que todos os demais leitores do país. Pois DE OLHO NO BRASIL, quer ser a grande revista semanal de informação de todos os brasileiros. Ha quase um mês, a SOUZA EDITORA – AMOR PELO SABER, lançava sua primeira publicação.

Milka Mylena Braga Editora: Souza Editora - Amor pelo Saber Jornalista: Êmilly Cristhyne Reis Rocha Redação: Bianca de Brito Costa Consultoria e Marketing: Milka Mylena Braga Beatriz Guimarães Junqueira Designer Gráfico Colaboradores: Vinicius Silva de Souza Tiragem: Edição Especial

Agora Nasce DE OLHO NO BRASIL, para fazê-la selecionamos quatro jovens de todo o Estado, para estudos de extensão e pesquisas históricas. Formando uma equipe seria e politicamente democrática, como já diz em seu nome, "De olho no Brasil" historicamente, Economicamente, culturalmente e suas relações internacionais. Para cobertura internacional, contratamos os serviços de agencias noticiosos e revistas de prestigio mundial. Finalmente no decorrer dos últimos dias, preparamos esta edição completa, com Entrevistas, Artigos, Notas Originais, e depoimentos dos próprios torturados e relatos de torturadores investigados pela Comissão Nacional pela Verdade, exclusivamente para você, leitor ou leitora de todo lugar o Brasil. O Brasil não pode mais ser o velho arquipélago separado pela distancia e esquecimento, Precisa de informação rápida e objetiva a fim de esclarecer fatos da nossa historia, Precisa saber oque aconteceu, para que a historia não se repita novamente, precisa enfim, estar bem informado, e este são o objetivo da “De olho no Brasil”. Conscientes da responsabilidade assumida ao Editar “De olho no Brasil”. Dedicamos a revista a todos e todas as pessoas que viveram este momento na historia. Ao Brasil de ontem, de hoje e ao de amanha.



SOCIEDAde FATORES QUE INFLUENCIARAM (CONTEXTO HISTÓRICO ANTES DO GOLPE): - Instabilidade política durante o governo de João Goulart;- Ocorrências de greves e manifestações políticas e sociais; - Alto custo de vida enfrentado pela população; - Promessa de João Goulart em fazer a Reforma de Base (mudanças radicais na agricultura, economia e educação); - Medo da classe média de que o socialismo fosse implantado no Brasil; - apoio da Igreja Católica, setores conservadores, classe média e até dos Estados Unidos aos militares brasileiros;

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO REGIME MILITAR NO BRASIL: - Cassação de direitos políticos de opositores; - Repressão aos movimentos sociais e manifestações de oposição; - Censura aos meios de comunicação; - Censura aos artistas (músicos, atores, artistas plásticos); - Aproximação dos Estados Unidos; - Controle dos sindicatos; - Implantação do bipartidarismo: ARENA (governo) e MDB (oposição controlada); - Enfrentamento militar dos movimentos de guerrilha contrários ao regime militar; - Uso de métodos violentos, inclusive tortura, contra os opositores ao regime; - “Milagre econômico”: forte crescimento da economia (entre 1969 a 1973) com altos investimentos em infraestrutura. Aumento da dívida externa.

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“Restaurar a legalidade, revigorar a democracia, restabelecer a paz e promover o progresso e a justiça social.”

A

primeira vista, a frase poderia ser associada a algum pacifista ou ferrenho defensor do

regime democrático, mas foi proferida pelo marechal Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967) em seu discurso de posse na Presidência da República em 1964, depois que um golpe depôs, pela via armada, um governo eleito pelo povo. O ano de 2014 marca os 50 anos do golpe. O assunto volta a ganhar força não apenas pelo triste aniversário, mas também pela quantidade de revelações que surgem sobre os 21 anos em que os militares estiveram no poder.

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“Vivemos hoje, com a Comissão Nacional da Verdade, um momento da justiça de transição, de acerto de contas com esse passado. Por isso, a sociedade discute mais esse tema do que o fez há algum tempo e, por consequência, o conhecimento e o interesse que os alunos trazem é bem maior”, afirma Gislene Lacerda, doutoranda em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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POLITICA

João Goulart Presidente deposto

Lincoln Gordon Embaixador dos EUA

Carlos Lacerda

Castello Branco

Governador da Guanabara Primeiro presidente militar

João Goulart (1919 - 1976) No período em que Goulart governou o país – entre 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, e 1964 –, a principal proposta apresentada ao Congresso foram as chamadas Reformas de Base. As medidas incluíam alterações estruturais em diversos setores – como a realização da Reforma Agrária – e causaram desconfiança em alguns setores da sociedade, que o acusaram de flertar com o comunismo em plena Guerra Fria. As consequências? A aproximação dos Estados Unidos dos grupos econômicos e políticos que se opunham a Goulart e que, por fim, deram o Golpe em 1964.

Lincoln Gordon (1913 - 2009) Gordon acompanhou de perto as movimentações políticas no Brasil nesse período e ofereceu, informações detalhadas a Washington acompanhadas de recomendações sobre como o governo norte-americano poderia proceder. Foi ele o responsável por viabilizar a entrada de dinheiro para apoiar organizações de oposição a Goulart e também pela pressão militar, que aproximou navios da costa brasileira, em abril de 1964.

Carlos Lacerda (1914 – 1977) Lacerda era um dos principais adversários políticos de Goulart. Governava o estado mais importante do país (atual Rio de Janeiro), onde estava localizada boa parte do aparelho de Estado que ainda não havia sido transferida para Brasília. Lacerda tinha, portanto, grande influência sobre alguns setores da sociedade. Foi apoiador da eleição de Castello Branco, logo após o golpe.

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Marechal Castello Branco (1897 – 1967) Castello Branco foi eleito em 11 de abril, logo após o golpe. Era considerado um dos militares da “linha branda”, composta por militares que pretendiam restabelecer a democracia após o primeiro governo, e declarou ter a intenção de, ao final de seu governo, restaurar a Democracia, o que não aconteceu. Foi sucedido pelo Marechal Costa e Silva, em 1967, que pertencia à chamada “linha dura”.

Arthur Costa e Silva (1967 -1969) Após a saída de Castelo Branco do governo, em março de 1967, o aumento dos protestos contra o regime militar abriu caminho para que os militares da chamada “linha dura” guiasse a vida política do país com o objetivo de desarticular as oposições. Dessa maneira, a candidatura de Arthur Costa e Silva – expressivo líder dos setores mais repressivos – ganhou força para que as liberdades democráticas fossem aniquiladas e o regime finalmente consolidado.

Governo da JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969) Doente, Costa e Silva foram substituídos por uma junta militar formada pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica). Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN sequestram o embaixador dos EUA Charles Elbrick. Os guerrilheiros exigem a libertação de 15 presos políticos, exigência conseguida com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo decreta a Lei de Segurança Nacional. Esta lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva". No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Marighela, foi morto pelas forças de repressão em São Paulo.

Emílio Garrastazu Médici (1970-1974) No governo Médici, observamos o auge da ação dos instrumentos de repressão e tortura instalados a partir de 1968. Os famosos “porões da ditadura” ganhavam o aval do Estado para promover a tortura e o assassinato no interior de delegacias e presídios. 11


Ernesto Beckmann Geisel (1974-1978) O Governo de Ernesto Geisel foi marcado pela necessidade de se administrar o avanço das oposições legais frente os sinais de crise da ditadura. O processo de eleição do novo presidente foi marcado por eleições indiretas onde o MDB lançou os nomes de Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho enquanto “concorrentes” do candidato do ARENA. Mesmo sabendo que não chegariam ao poder, a chapa do MDB correu em campanha denunciado as falhas do regime militar e a opressão do sistema.

João Baptista de Oliveira Figueiredo (1978-1985) João Figueiredo (1918-1999) foi Político e Militar brasileiro. Foi o último presidente da ditadura militar no Brasil. Concorreu nas eleições de 1978 pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional), e exerceu seu mandato entre 1979 e 1985, tendo como vicepresidente Aureliano Chaves.

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AFINAL, QUEM TRAMOU O GOLPE?

internacional

“Com o apoio financeiro e militar das autoridades dos Estados Unidos, os articuladores do golpe romperam com as facções democráticas e promoveram o fechamento do regime político.” Esse é um exemplo da explicação quase mágica que muitos livros didáticos dão para o início do governo militar.

No contexto internacional, essa “aproximação” de Goulart com a esquerda ganha importância ainda maior. Não é possível, portanto, tratar do regime militar sem relembrar a Guerra Fria, a Revolução Cubana e a implantação de Ditaduras em outros países da América Latina. “O Golpe brasileiro não foi um fato isolado, mas refletiu o que acontecia no mundo todo”, explica Juliano Custódio Sobrinho, docente da Universidade Nove de Julho (Uni nove).

Como mostrado no trecho acima, o apoio econômico, político e mesmo militar dos EUA foi vital para que o golpe desse certo, também ligados ao contexto internacional. A explicação básica é que os norte-americanos buscavam aumentar seu poder sobre a América Latina, impedindo que o socialismo e o comunismo avançassem sobre o continente. Diferentes forças que agiram internamente a favor do golpe. O apoio norte-americano se consolidou no país por meio da ação de políticos e entidades civis. “Hoje, muitas pesquisas mostram que não se tratou apenas de uma ação do Exército, mas, sim, uma parceria civil-militar”, explica Neide Nogueira, coordenadora educacional do Instituto Vladimir Herzog. Houve até mesmo apoio popular, que pode ser exemplificado pelas diversas Marchas da Família com Deus pela Liberdade realizada em todo país.

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Políticos, como o então governador da Guanabara Carlos Lacerda (1914-1977) e até a imprensa também foram forças que atuaram para criar as condições necessárias ao golpe. Discursos inflamados de Lacerda e editoriais publicados em grandes jornais são exemplos de como essas instituições contribuíram. Recentemente, o jornal O Globo publicou um texto em que admitia que o apoio dado ao golpe teria sido um erro.

1964 2013

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O REAL PAPEL DA CENSURA

cultura

O Decreto-Lei n° 1.077 estabeleceu a possibilidade de o Estado aprovar o que seria ou não publicado por jornais, revistas e livros e veiculado na televisão e no rádio. Era a institucionalização da censura. Mas, ao contrário do que se podia esperar, a repressão impulsionou a produção durante o regime militar, em especial a partir de 1970. “Quando não há espaços institucionais para a participação natural, motiva-se a criação cultural como forma de resistência”, explica Luis Fernando Cerri, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O material elaborado no período constitui um importante documento histórico, por meio do qual é possível reconhecer o passado e as representações de mundo de quem o produziu.

Tradicionalmente eram elaborados e consumidos pela classe média, como as canções da MPB e a produção audiovisual do Cinema Novo. Nesses produtos, o regime é fortemente contestado, muitas vezes por meio de metáforas, como na canção Cálice, de Chico Buarque. Os artistas conseguiram, portanto, encontrar brechas para expressar a sua opinião em um contexto em que isso não era permitido.

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“Essa geração de artistas procurou expressar em suas composições as questões que, como pessoas do povo, tiveram que enfrentar”, afirma o historiador e jornalista Paulo César de Araújo no livro Eu Não Sou Cachorro Não, em que trata da música brega produzida no período. Como na canção a favor da aprovação do divórcio Ninguém Pertence a Ninguém, de Claudia Barroso, mas chegam a convergir em alguns momentos como na canção Presidente da Favela, em que o cantor Wando narra uma história de mobilização popular. Apesar da intensa produção cultural de resistência, não podemos deixar de abordar os efeitos da censura. “Os mecanismos instituídos pelo Estado funcionaram como uma grande barreira, que impediu que muita coisa fosse veiculada”, ressalta Cerri. Ao tratar desse assunto, é importante abordar os conceitos de liberdade de expressão e censura, articulando-os ao momento estudado e também ao presente. Para isso, o professor pode lançar mão de diversos materiais, como o depoimento de censurados e textos jurídicos, como a lei de 1970 – que instaurou a censura – e a Constituição de 1988, que estabelece a liberdade de expressão como um de seus pilares. FILMES Das sessões de tortura aos fantasmas da ditadura, o cinema brasileiro invariavelmente volta aos anos do regime militar para desvendar personagens, fatos e consequências do golpe que destituiu o governo democrático do país e estabeleceu um regime de exceção que durou longos 21 anos.

Sinopse: Quem foi Carlos Marighela? Mulato, baiano, poeta, sedutor aumente de samba, praia e futebol. Apresentamos as "mil faces de um homem leal", como diz Mano Brown em música especialmente composta para o filme, e seu diálogo com a história brasileira do século XX. Carlos Marighela foi o maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foram presos e torturados, e tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano.

é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia, sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir da perseguição política, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém o avô enfrenta problemas, o que faz com que Mauro tena quhe ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é vizinho do avô de Mauro.

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LP’s

Considerado um dos símbolos da resistência à censura durante a ditadura militar brasileira, Taiguara foi um dos compositores mais censurados na historia da MPB, tendo 68 canções censuradas e escreveu uma, Cavaleiro da Esperança, em homenagem a Luís Carlos Prestes. Os problemas com a censura eventualmente levaram Taiguara a se auto-exilar na Inglaterra em meados de 1973. Em Londres, estudou no Guildhall School of Music and Drama e gravou o Let the Children Hear the Music, que nunca chegou ao mercado, tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil.

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repressão

A VIOLÊNCIA ESTATAL E A RESISTÊNCIA De todas as ações tomadas pelos militares no período em que estiveram no poder, nenhuma foi tão marcante como o Ato Institucional n° 5 (AI-5), decretado em dezembro de 1968. Conhecido como “o golpe dentro do golpe”, é o marco inicial dos “anos de chumbo”, em que a repressão e o poder do Estado foram mais intensos.


Tratar da existência do AI-5 e da caça aos opositores pós-1968 é evidentemente importante, mas não pode ser a única abordagem à violência estatal, principalmente pelos mecanismos de tortura já que funcionavam desde 1964, como apontados recentemente pela Comissão Nacional da Verdade (CNV). A ação hostil do Estado também precisa ser pensada como algo mais amplo. “O exílio, a censura, a retirada dos direitos políticos também são violências e precisam ser discutidas”. As formas de resistência não podem ser deixadas de lado, afinal a violência cometida pelo Estado tinha como objetivo eliminá-las. Sobre o tema, não faltam recursos: biografias como a de Carlos Marighela e filmes de ficção como Zuzu Angel e O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias

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ASCENSÃO E QUEDA

Economia

Impulsionado por obras como a da ponte Rio-Niterói (foto) o PIB brasileiro chegou a crescer 14%, em 1973, para cair a -4,3% em 1981, segundo dados do Banco Mundial.

O BOLO CRESCEU E FOI DIVIDIDO? O Milagre Econômico, nome dado ao intenso crescimento no início do governo militar, Além de apresentar as taxas de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e caracterizar o modelo econômico adotado pelos militares no período.

“Os aspectos econômicos são fundamentais para entender as visões que pessoas de diferentes regiões e setores da sociedade tiveram sobre a ditadura”, explica Samantha Quadrat, da UFF. É possível, por exemplo, refletir sobre as memórias de pessoas afetadas diretamente pelas grandes obras do período, realizadas para interligar as diversas regiões do país.

É possível discutir também os aspectos econômicos que afetaram individualmente cada grupo: a desvalorização dos salários, o alto preço dos alimentos e a existência de desigualdades, Ao discutir o modelo de desenvolvimento adotado no período – que privilegiava o crescimento do PIB e não se debruçava sobre questões sociais, como a distribuição de renda –, é possível convidar a garotada a pensar no passado recente do país: na última década, o Brasil voltou a crescer em ritmo acelerado. Por fim, vale destacar que o modelo que possibilitou o Milagre Econômico não se sustentou por muito tempo. Com a crise do petróleo, iniciada em 1973, o ritmo de crescimento despencou e as dívidas feitas no exterior para a realização das grandes obras permaneceram como um dos principais assuntos da pauta política brasileira até a década passada.

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educação

As escolas e universidades – pelo caráter formativo, de construção do pensamento, da pesquisa e da reflexão – foram algumas das esferas mais atacadas. No início da década de 70, o governo deu início à operação Tarrafa, em alusão à rede de pesca que “pega tudo o que estiver ao seu alcance”, com o objetivo de intimidar, prender e encontrar fontes de ação “subversiva” e contrária ao regime. Com a medida, inúmeros professores e estudantes da Universidade de São Paulo foram expurgados e muitos tiveram decretadas suas aposentadorias antecipadas. Reunidos na chamada “lista negra da USP”, muitos tiveram que optar pelo exílio e outros passaram a viver na clandestinidade.

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“Quando estudante, eu acompanhei colegas sendo retirados das salas de aula e professores serem tirados de suas casas. Vários foram torturados e muitos desapareceram. Lembro bem da nossa professora de genética, Heleneide Nazaré, que foi torturada na OBAM [Operação Bandeirante] e ficou no pau de arara. Lembro também que sua irmã, Helenria, que estava no Congresso de Ibiúna, foi presa, depois entrou para a Guerrilha do Araguaia e nunca mais encontrada”, diz Helena, lembrando que todos viviam em medo permanente. “Havia estudantes infiltrados nas nossas salas de aula e nós não sabíamos quem eram porque eles apareciam entre a lista dos aprovados no vestibular”. Outra triste ação de destaque nos meios universitários foi o Massacre de Manguinhos, termo cunhado por Herman Lent, um dos cassados na operação que suspendeu os direitos políticos de dez pesquisadores do Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Lent, que foi um dos fundadores da SBPC, publicou um livro sobre o tema. No ensino básico, professores também sofreram as consequências. Muitos foram torturados e vários desapareceram. Ao mesmo tempo, o regime controlava a formação dos estudantes, com as disciplinas de Organização Social e Política Brasileira (OSBP) e Educação Moral e Cívica, nas quais estudantes eram doutrinados a compreender o regime como uma necessidade para o país.

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Abertura ABERTURA POLÍTICA E TRANSIÇÃO PARA A DEMOCRACIA: - Teve início no governo Ernesto Geisel e continuou no de Figueiredo; - Abertura lenda, gradual e segura, conforme prometido por Geisel; - Significativa vitória do MDB nas eleições parlamentares de 1974; - Fim do AI-5 e restauração do habeas-corpus em 1978;- Em 1979 volta o sistema pluripartidário; - Em 1984 ocorreu o Movimento das “Diretas Já”. Porém, a eleição ocorre de forma indireta com a eleição.

VOLTAMOS À DEMOCRACIA? O Brasil se despediu da ditadura aos poucos, em um processo “gradual, mas seguro”, segundo as palavras do presidente general Ernesto Geisel (1907-1996), tido como um dos grandes responsáveis pela transição. Os livros didáticos costumam destacar a lentidão da abertura, em razão do intenso controle dos militares. Apesar do controle apertado feito pelo Estado, a participação popular também foi importante para que a redemocratização de fato acontecesse. “A abertura foi lenta, mas sem a mobilização do povo ela teria sido ainda mais devagar ou talvez nem acontecesse, por causa das disputas que aconteciam dentro do Exército”, comenta Luis Fernando Cerri, da UEPG. As campanhas a favor da anistia são um exemplo, mas não o único. Por fim, os vestígios deixados pelo regime também precisam ser alvo de reflexão. Institucionalmente, não há muitas marcas - diversas reformas legislativas apagaram parte delas -, mas ainda existem: o policiamento de caráter militar é um exemplo. E os rastros ideológicos são visíveis por todos os cantos: a defesa da moralidade, da violência policial - como se vê em telejornais vespertinos – e a visão de que manifestações atrapalham o trânsito e a circulação de “pessoas de bem.” “Essa maneira de pensar nos remete diretamente à década de 1970, ao auge da repressão “, esclarece Cerri. Instituída em maio de 2012, a Comissão Nacional da Verdade é um bom gancho para as discussões.

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Por que só hoje os crimes e as violações a direitos humanos cometidos durante o regime ditatorial estão sendo investigados? Partindo dessa pergunta, é possível questionar o caráter da transição à democracia, que fez com que os militares saíssem “de fininho” e que os agentes do Estado não respondessem por torturas, prisões ilegais e assassinatos de milhares de brasileiros. O mecanismo utilizado para isso foi a Lei da Anistia, sancionada em 1979.

A REDEMOCRATIZAÇÃO E A CAMPANHA PELAS DIRETAS JÁ Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação é alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.

Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados. No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal. Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

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HELENIRA REZENDE DE SOUZA NAZARETH

Depoimento torturados

Helenira morou com alguns companheiros numa casinha humilde, adquirida pelo PCdoB, na cidade de Marabá, Estado do Pará. Ela ajudava os moradores locais no serviço de roça e também alfabetizava adultos e crianças.

Os treinamentos militares eram feitos no interior da mata, onde ela participava de aulas de tiro e sobrevivência. Helenira foi assassinada quando vigiava um trecho de estrada, para garantir a passagem em segurança de um destacamento guerrilheiro. Ela foi surpreendida por um grupo de soldados, mas não se entregou. Resistiu até a última bala e depois foi torturada e morta no local. Seu corpo nunca foi encontrado.

ZABEL FÁVERO, ex - militante da VAR- Palmares, era professora quando foi presa em 5 de maio de 1970, em Nova Aurora (PR). Hoje, vive no Recife (PE), onde é professora de Administração da Faculdade Santa Catarina.

Teve uma tortura que aconteceu na véspera do Sete de Setembro. Sei que foi esse dia porque a gente escutava o ensaio das bandas. Me levaram para uma sala com acústica de madeira. Tocava uma música de enlouquecer. Era um som como se estivessem arranhando a parede. A música foi aumentando cada vez mais. Quando eu saí de lá, minha cabeça estava latejando. Por pouco eu não enlouqueci. Lá no DOICodi, todo dia eu ia para o interrogatório, e as torturas eram de todas as formas, como na cadeira do dragão, e sempre nua. E eles ameaçavam as pessoas que a gente conhecia. Um dia me chamaram e eu vi o Paulo [Stuart Wright] encapuzado.

Reconheci-o pelo terno que ele estava usando, que fui eu quem tinha dado para ele, e também pela voz. Os torturadores falavam muito das presas, ridicularizavam, gritando para você ouvir. Eram coisas libidinosas, como do tamanho da vagina de uma pessoa que eu conhecia.

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Uma vez, eles me chamaram para um interrogatório com um homem negro que diziam ser um psicólogo. Isso foi muito tocante para mim, porque é claro que chamaram um homem negro para eu me sentir, identificada. Um dia, eles me chamaram no pátio e lá estava o satanás encarnado, o capitão Ubirajara [codinome do delegado de polícia Laerte Aparecido Calandra], apoiado num carro, e um outro ao lado dele em pé, e um bando de homens do outro lado. Ele me pôs para marchar na frente dele, para lá e para cá, para lá e para cá durante um bom tempo. E os homens falando: ‘Ô negra feia. Isso aí devia estar é no fogão. Negra horrorosa, com esse barrigão. Isso aí não serve nem para cozinhar. Isso aí não precisava nem comer com essa banhona, negra horrorosa’. E eu tendo de marchar. Imagine só, rebaixar o ser humano a esse ponto...

MARIA DIVA DE FARIA era enfermeira quando foi presa em 5 de setembro de 1973, em São Paulo (SP). Hoje, vive na mesma cidade e é aposentada. Ele me disse: ‘Se você sair viva daqui, o que não vai acontecer, você pode me procurar no futuro. Eu sou o chefe, sou o Jesus Cristo [codinome do delegado de polícia Dirceu Gravina] ’. Ele falava isso e virava a manivela para me dar choque. Ele também dizia: ‘Que militante de direitos humanos coisa nenhuma, nada disso, vocês estão envolvidos’. E virava a manivela. Havia umas ameaças assim: ‘Vamos prender todos os advogados de direitos humanos, colocá-los num avião e soltar na Amazônia’. Nos outros interrogatórios, eles perguntavam qual era a minha opção política, o que eu pensava, quem pagava os meus honorários, quais eram os meus contatos no exterior, o que eu pensava do comunismo. Para mim, ficou muito claro que eles queriam atemorizar advogado de preso político. Havia uma mudança no tom das equipes. Eram três, e ia piorando. Durante o interrogatório da segunda equipe, eu levei uma bofetada de um e o outro me segurou: ‘Está bravinha porque levou uma bofetada?’

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E os homens da terceira equipe diziam: ‘Saia disso, onde já se viu defender esses caras, gente perigosíssima, não se meta nisso!’. Eu estava formada havia menos de um ano, e trabalhava desde o segundo ano no escritório do advogado José Carlos Dias, defendendo presos políticos. Essa era a forma que eu tinha de resistir à ditadura militar, foi minha opção de participação na resistência. Eu fui presa sem nenhuma acusação, fiquei três dias lá sem saber porque estava presa. No terceiro ou quarto dia, eu descobri o motivo: teriam achado num ‘aparelho’ um manuscrito do Carlos Eduardo Pires Fleury, que tinha sido banido do país e que foi meu colega e cliente no escritório. Eu não fui das mais torturadas. Levei choque uma manhã inteira, acho que para saber se eu tinha algum envolvimento com alguma organização clandestina e para que os advogados soubessem que não era fácil para quem militava.

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Artigos Artigo de jornal Onde está Honestino? Anistia, Rio de Janeiro, n. 4, mar./abr. 1979. p. 8. O artigo traz a biografia de Honestino Monteiro Guimarães que foi líder estudantil na Universidade Nacional de Brasília (UnB) e o último presidente eleito da UNE até então. Foi preso algumas vezes a partir de 1964 e em 1973 escreveu uma carta denunciando as ameaças que sofria, motivo que o levou à prisão novamente. Desde então está desaparecido. Os membros da UNE, que acreditam que ele foi assassinado querem saber seu paradeiro, tornando Honestino o tema do Congresso de reconstrução da UNE. São lembrados outros membros da UNE que também forma mortos: Helenira Rezende, Gildo Lacerda e Umberto Câmara Neto. O artigo traz também uma poesia escrita por Honestino.

Artigo de revista Longe do ponto final. Isto É, São Paulo, 8 abr. 1987, p. 24-25. Artigo incompleto. O psicanalista Amílcar Lobo, único membro dos grupos de tortura a reconhecer os crimes cometidos, joga novas luzes sobre as torturas ocorridas nos porões do quartel da Polícia do Exército (PE) e sobre pessoas que estão oficialmente desaparecidas e que foram torturadas neste quartel.

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Notas Araguaia | 12/04/1972 | Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos Primeiras notícias sobre o início da guerrilha Por Criméia Alice Schimidt de Almeida "Infelizmente, quando outros episódios ainda não estão esclarecidos, temos a lamentar incidentes graves na prelazia de Marabá, no Estado do Pará. Assim começa a nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB - que acompanha o relatório do bispo de Marabá sobre a prisão, seguida de maus tratos, a que foram submetidos padre Roberto e irmã Maria das Graças, no último dia 2 de junho, na localidade de Palestina. O documento deverá ser entregue, hoje, no Rio, ao ministro da Justiça, ou, ao seu chefe de gabinete, pois ontem, em Brasília, tanto no Ministério do Exército como no da Educação, na Casa Civil da Presidência da República e no Departamento de Polícia Federal, a comissão de bispos que esteve à procura das autoridade, só tratou do problema, invariavelmente, a nível de chefes de gabinete." "Notícias provindas de diversas fontes, entre as quais de pessoas chegadas do Norte, dão conta que se verificam graves conflitos naquela região. Várias cidades às margens dos rios Araguaia e Tocantins, acham-se sob controle das Forças Armadas. Moradores locais têm sido presos e submetidos a vexames e maus tratos. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil denunciou que, na vila da Palestina, município de São João do Araguaia, o padre Roberto e a irmã Maria das Graças foram seviciados barbaramente por militares sob o pretexto de que tinham semelhança fisionômica com elementos cabeças de grupos guerrilheiros. Circula a informação de que há feridos no Hospital de Marabá e que um avião militar metralhou e matou quatro trabalhadores de uma firma empreiteira de construção da Transamazônica que se haviam perdido nas matas.

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Ações 

AÇÕES SOCIAIS EM MARABÁ PELA MEMÓRIA, JUSTIÇA E VERDADE. ATO CONTRA A DITADURA MARABÁ Levante popular da juventude e mov. Debate e ação escracham antiga casa de tortura da guerrilha do Araguaia em marabá – Pará.

No dia 01 de Abril de 2014, em memória aos 50 anos do Golpe Militar de 1964, o Levante Popular da Juventude e o Movimento Debate e Ação (coletivo de estudantes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA) realizaram em Marabá – Pará um ato de denúncia em memória dos guerrilheiros e guerrilheiras do Araguaia torturados e desaparecidos durante o regime militar. O Ato aconteceu em frente à sede regional do DNIT em Marabá, núcleo Cidade Nova, onde segundo os militantes funcionou, durante o período da ditadura militar, um centro de torturas conhecido como “Casa Azul”. Neste espaço, militantes da guerrilha do Araguaia foram brutalmente torturados, ou como consta nos arquivos do exército, “interrogados” e desde então não se tem notícias do paradeiro destes. O objetivo da ação era resgatar a memória destes lutadores e lutadoras do povo brasileiro e exigir verdade e justiça por parte do Estado, visto que os corpos destes guerrilheiros e de tantos outros que viveram na região do bico do papagaio (divisa entre Pará, Maranhão e Tocantins) durante a guerrilha do Araguaia (guerrilheiros, indígenas, camponeses, etc.) ainda encontram-se desaparecidos.

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Em especial, o ato escrachou o Major Sebastião Curió, militar da reserva e grande nome da repressão durante a guerrilha e que atualmente encontra-se solto e anistiado pelo Estado brasileiro. “Major Curió, você é inimigo do Levante Popular da Juventude e do Movimento Debate e Ação, assim como também é inimigo do povo brasileiro. Não descansaremos enquanto você não estiver na cadeia”.

Em memória aos lutadores e lutadoras do povo que deram suas vidas no Araguaia. Pela Memória, Justiça e Verdade. (Fonte: www.levantepopularmaraba.blogspot.com.br/2014/04/ato-contra-ditadura-maraba.html)

 UNIFESSPA REALIZADA NO DIA 21 A 23 DE MAIO DE 2014 - DEBATE DITADURA CIVIL-MILITAR E A RESISTÊNCIA ARMADA NO ARAGUAIA Preparando todo uma programação sobre um dos tempos mais sombrios da história recente brasileira! Haverá inscrição de trabalhos, filmes, culturais e afins! Que foi realizado em Marabá, no Campus I, o Seminário Nacional Ditadura Civil-Militar no Brasil e a Resistência Armada.

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COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE REALIZA TRABALHOS EM MARABÁ

A Comissão Nacional da Verdade vem a Marabá dia (15/09/2014), juntando-se com a Comissão Estadual da Verdade que já estava na cidade. A visita é com intuito de ir ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), que antes era chamada de Casa Azul, localizada às margens da rodovia Transamazônica, próximo às margens do Rio Itacaiunas, lugar que funcionou a primeira base militar do exército, onde camponeses e militantes que lutavam contra a Ditadura Militar foram presos e interrogados e também aconteceram os piores casos de torturas e assassinatos durante a Ditadura Militar. Camponeses e um ex-militar que conheceram a Casa Azul ajudaram a identificar e a relatar minuciosamente as barbáries que ocorreram naquele espaço durante a Guerrilha do Araguaia. Hoje (16/09) as testemunhas levaram a Comissão Nacional da Verdade ao Cemitério, onde muitos dos corpos eram enterrados e que depois eram dados como desaparecidos. Além disso, as Comissões Nacional e Estadual da Verdade organizaram uma Audiência Pública com intuito de informar a

sociedade sobre os trabalhos que foram desenvolvidos em Marabá, contando com alguns depoimentos de camponeses que foram torturados durante a Guerrilha. Na Audiência, Pedro Dallari (coordenador da comissão) afirmou que a região de Marabá é o lugar que tem o maior número de desaparecidos políticos durante a Ditadura Militar em função do Combate armado que aconteceu em nossa região. (Fonte: http://levantepopularmaraba.blogspot.com.br/2014/09/comissao-nacional-da-verdaderealiza.html)



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