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Uma Segunda Chance

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Primavera

Primavera

Eu e o Outro

Não acredite em nada, não importa onde você tenha lido, ou quem tenha dito, a menos que isso esteja de acordo com a sua própria razão e o seu senso comum. Buddha (Siddharta Gautama)

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Tenho me questionado o quanto tenho do outro em mim impregnado e o que é de fato meu. O quanto penso, sinto e ajo por iniciativa própia ou pelo outro motivado. É curioso como assimilamos hábitos, gestos, vocabulário e manias numa convivência prolongada e íntima.

A formação familiar, ética, religiosa e social exerce uma força poderosa sobre nós. Por esse motivo, procuro não incorporar qualquer informação sem questionar, ainda que esteja em coerência com minhas percepções, ainda que esteja sempre aberta a novos conhecimentos, aprendizados e experiências.

Desvios psicológicos nos desviam do caminho do aprendizado pessoal, em busca de nós mesmos, e conduz à exaustiva caminhada em direção ao outro, de seu amor e aceitação.

O medo de rejeição nos impede de arriscar sermos autênticos, de nos posicionarmos, de lutarmos pelo que acreditamos. Desenvolvemos, assim, um alto grau de tolerância a condutas desrespeitosas e insensíveis, no afã de que assim seremos amados.

Um relacionamento feliz não se determina pela aparente alegria, bem estar ou paz, pois tudo isso pode ser indiferença ou acomodação. Uma união gratificante é aquela onde há espaço para o crescimento. Quando isso não ocorre, o relacionamento se torna insatisfatório, estagnado, e paralisa também o desenvolvimento pessoal.

Isso não quer dizer que numa convivência plena não existam falhas e desentendimentos. Não se trata de encontro de anjos. Um relacionamento construtivo trabalha as imperfeições, constrói alternativas, realiza ajustes, favorece concessões mútuas. Acredito que o encontro afetivo só é válido enquanto possibilita que cada um se torne uma pessoa melhor. Estando ambos motivados a se superar individualmente e na convivência, a energia criativa se instala, contribuindo para enfrentar desafios e lidar com diferenças e limitações.

O descompasso se instala quando apenas um continua investindo, enquanto o outro se acomoda. A interação importa em viver em comunhão, conhecendo-se, aceitando-se, respeitando-se reciprocamente, revelando-se mutuamente. O acolhimento que a troca produz leva ao auto desenvolvimento. Sem reciprocidade não é possível a continuidade de uma relação feliz, porque “uma andorinha só não faz verão.

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