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Informativo Evangélico Edição 07 www.vigiai.net
Virtual
Para mais de um milhão de internautas! Igreja Batista Parque das Flores São Paulo-SP
A B R A Ç A a Comunidade
Institucional
Editorial “Gratidão” Vital Sousa, editor
A Revista Vigiai Virtual já está em sua sétima edição e me sinto privilegiado em apresentá-la e editá-la semanalmente. Espero estar contribuindo com bons artigos e notícias dos nossos parceiros. A Revista Vigiai Virtual me dá total autonomia em edita-la, pois não há necessidade de me restringir ao projeto financeiro, permitindo-me sentir um outro sabor em publicar: liberdade. Separei algumas fotos (para reportagem fotográfica) da querida Igreja Batista em Parque das Flores, na Zona Leste de São Paulo, liderada pelo meu amigo Pr. Mozart Barbosa Alves, para que todos possam reconhecer a relevância do ministério implementado no Morro do Sabão, uma das regiões mais pobres da periferia da capital paulista. Conheço a região, a igreja e sua bela ONG com o Tele-Centro “Prá viver melhor” servindo toda a Comunidade. Ore por este trabalho e o adote. Anote os dados da igreja, a ONG fica ao lado da igreja: Endereço: Rua dos Cravos, 117 - Parque das Flores, São Paulo - SP CEP 08391-290 - Telefone: (11) 2753-0531 Convidei novos articulistas para esta edição, como é prazeiroso realizar esta ação. Notório ressaltar que, alguns, como os pastores Evaldo Rocha, Aloízio Penido e Antonio Carlos Lima não precisam ser convidados... são muito próximos, sendo necessário apenas garimpar entre seus significativos textos e publica-los. Mas, os demais foram convidados e autorizaram a publicação dos seus belos artigos. Faz muito tempo que não vejo o Pr. Marcos Amazonas, que tem o nome do seu Estado no seu registro civil e que escreve diretamente de Coimbra, Portugal. Retratando em seus escritos aquele português de Portugal, delícia de ler, e nesta edição, nos brinda com um tema muito relevante: aborto. Delcinalva de Souza Lima, uma teóloga conhecida no meio evangélico nos oferece parte de um estudo de Apocalipse, imperdível. O teólogo Jorge Pinheiro, professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, também socializa parte de um livro de sua autoria, com um artigo de tirar o folêgo. Lê-los só lhes fará muito bem. Nossos parceiros... sem eles é impossível pensar em revista, seja virtual ou impressa. A impressa - edição 21 - já está na diagramação e a revista especial para ANAMEL - Associação Nacional dos Magistrados Evangélicos foi postergada para o final do mês de novembro. Em cada pedacinho desta revista se encontra impregnado do carinho dos nossos parceiros, e para homenagea-los, coloquei a foto ao lado de uma montanha na Serra da Mantiqueira, entre a cidade paulista de Cruzeiro e mineira de Passa Quatro. Fazer revista é subir uma montanha, com a certeza que Deus está abençoando, e que tenho amigos para poder caminhar junto, mas, indiscutivelmente é uma subida... e íngreme. Obrigado.
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Sumário
Informativo Evangélico Edição 07 www.vigiai.net Outubro de 2016 Criação Fabiano Sousa (In Memoriam) Jornalista e Designer Mtb-SP 66.300
Matéria de capa
Editor e diagramador Jornalista Vital Sousa Mtb-SP 63.588 E-mail: vital.sousa@gmail.com facebook.com/vital.sousa.3
Institucional
Produção Ministério Vigiai.net www.vigiai.net vigiai.net@gmail.com
36 a 40 - Igreja Batista em Parque das Flores - Reportagem fotográfica
1 - Capa - Igreja Batista em Parque das Flores 2 - Editorial 3 - Sumário e Expediente
Parceiros
4 e 5 - Rede Batista de Educação 6 e 7 - Editora Cristâ Evangélica 8 e 9 - Dr. Gilberto Garcia 10 e 11 - Vida Total da Igreja 12 e 13 - Marco Wanderley 14 e 15 - Casa Abrigo Boto Rosa
Articulistas convidados 16 a 21 - Pr. Marcos Amazonas Santos 22 a 25 - Profa. Delcinalva de Souza Lima 28 a 31 - Pr. Jorge Pinheiro
Articulistas Vigiai
26 e 27 - Pr. Aloizio Penido Bertho 32 e 33 - Pr. Evaldo Rocha 34 e 35 - Pr. Antonio Carlos de Lima
Contatos E-mail: vigiai.net@gmail.com facebook.com/vital.sousa.3 Caixa Postal 207 - Taubaté - SP CEP 12010.970 Tiragem Para mais de um milhão de internautas Nota Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos seus autores, e não representam necessariamente a opinião do Informativo. É proibida a reprodução total ou parcial de reportagens, entrevistas, artigos, ilustrações e fotos, sem a prévia anuência dos titulares dos direitos autorais. “Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.” (Mateus 24:42-44)
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Aviso do Diretor da Faculdade Batista de MG
Convalidação - Teologia! Claudinei Franzini
Última Chamada
MEC anuncia fim dos cursos de validação de cursos livres e a Faculdade Batista de Minas Gerais abre nova turma. O Curso O curso de Integralização de Créditos (ou convalidação) em Teologia destina-se aqueles que fizeram o curso livre de Teologia em institutos e seminários – não credenciados pelo MEC – e querem obter um diploma de curso superior. É oferecido na modalidade presencial, a partir de processo seletivo específico e plano de estudos previamente estabelecido. INVESTIMENTO 18 parcelas de R$318,00 (Trezentos e dezoito reais) Condição especial para pastores filiados a Convenção Batista Mineira. Duração 11 meses. Horários Turma 1 (semanal): sábado das 8h às 12h30 e 13h30 às 17h30. Pré-Requisitos Os critérios para ingresso no programa, além da aprovação em processo seletivo, são:
Ter realizado curso livre em Estudos de Teologia na modalidade PRESENCIAL. Como Ingressar O Processo Seletivo será realizado por meio de análise da documentação solicitada, prova de conhecimentos teológicos e redação. O candidato deverá fazer a inscrição pelo site encaminhar a documentação (comprovação de vínculo, histórico e ementas das disciplinas) na secretaria da FBMG conforme descrição abaixo: 1ª Fase: · Histórico Escolar ou Certificação do Ensino Médio, com data de término anterior ao ingresso no Curso livre de Teologia; · Certificado de conclusão ou Diploma do Curso Livre em Teologia; · Histórico do Curso de Teologia, com data de início do curso e dos semestres cursados, Nome das Disciplinas, Carga Horária das Disciplinas e Créditos das Disciplinas; · Plano de Ensino/Ementa de todas das disciplinas cursadas em Teologia.
2ª Fase: · Documentos de identidade; Curso livre de Teologia com carga horária mínima · Título de eleitor; de 1.600 h/a. (No caso de curso com a carga horária · CPF; entre 1.600 h/a a 2.299 h/a os candidatos deverão · Certificado de reservista (homens); validar a carga horária mínima exigida no curso · Comprovante de endereço; regular de bacharel em Teologia, conforme orientação · Duas fotos ¾. de Parecer individual emitido pela coordenadoria do curso). Maiores informações: Ingresso no curso livre de Teologia após conclusão (31) 3429-7250 (31) 3429-7232 e (31) 3429-7351 do ensino médio. http://redebatista.edu.br/faculdade-batista
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EAD
Claudinei Franzini
da Faculdade Batista de Minas Gerais é aprovada pelo MEC em nota máxima e prevê início do
Curso de Teologia a Distância para 2017 Teologia EAD Em breve a Faculdade Batista de Minas Gerais (FBMG) irá ampliar os horizontes de oferta de seu curso de Teologia, uma demanda antiga de nossa comunidade. Com o compromisso de manutenção da excelência já comprovada pelo curso presencial, o Curso de Graduação Teologia em EAD da FBMG já inicia sua trajetória com a excelência: Nota 4 no MEC para o curso e Nota 5 para a FBMG na oferta de cursos em EAD. Venha fazer parte da melhor equipe de teologia do país.
aplicada, avalizada pela equipe pedagógica, de docentes, e coordenação; 10 – Reduzida quantidade de provas e exercícios com atividades envolvendo mais de uma disciplina. (O aluno realizará apenas 2 provas por semestre, envolvendo os conjuntos de disciplinas) 11 – Um encontro presencial por semestre, mesclando encontro com o professor e prova;
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Aviso do Diretor da Faculdade Batista de MG
9 – Qualidade máxima na metodologia educacional Revista Vigial Virtual | número 7 . outubro 2016 |
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www.editoracristaevangelica.com.br
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15 - PENSO LOGO CREIO Revista do Aluno Fé e razão são importantes na vida cristã. Jesus disse que somos chamados a amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa mente (Mt 22.37)! Fé envolve pensamento, pesquisa... ou seja, a fé exige estudo, dedicação! Temos que fazer nossa parte para entender o que Deus já nos revelou na Sua Palavra. Precisamos buscar sabedoria, examinar tudo, reter o que é verdade, discernir o caminho certo e fazer decisões sábias sobre a nossa vida e o nosso mundo! Nesta revista, professor, seu objetivo será ensinar que crente também pensa, que ter fé não é caminhar com venda nos olhos, mas compreender e ver a verdade que só encontramos em Deus! Instigue-os a saber como defender racionalmente a fé, mostrando aos céticos que ciência e fé podem sim andar juntas, para a glória de Deus! Apenas R$8,95 - Fale conosco: (12) 3202-1700 e-compras@editoracristaevangelica.com.br Revista Vigial Virtual | número 7 . outubro 2016 |
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Dr. Gilberto Garcia, especialista em direito religioso
www.direitonosso.com.br
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Entrevista com o Dr. Gilberto Garcia, presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa do IAB, Programa Revista Brasil da Rádio Nacional-AM – Brasília-DF As esculturas são inspiradas na cultura pop e motivaram uma ação da Arquidiocese As obras da artista Ana Paula Dornelas Guimarães de Lima, conhecida como Ana Smile, estão provocando polêmica entre grupos católicos de Goiânia. Ela produz esculturas de santos inspirados na cultura pop. Dentre os personagens retratados em seu trabalho estão Superman, Batman, Minnie, Malévola e Galinha Pintadinha. A Arquidiocese de Goiânia entrou com uma ação alegando que as imagens foram adulteradas e satirizadas pela artista. Em nota, a Arquidiocese diz que Ana Smile “extrapolou, deliberadamente, o seu direito constitucional de livre manifestação de pensamento, ferindo o também direito constitucional da Igreja Católica, de inviolabilidade de consciência e de crença, o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de culto e suas liturgias (Art. 5º, VI, CF)”. O assunto foi discutido nesta sexta-feira (19) no Revista Brasil pelo advogado de Ana Smile, Alexandre Alencastro Veiga, e pelo especialista em Direito Religioso e presidente da Comissão Especial de Direito e Liberdade Religiosa do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Gilberto Garcia. “A questão está muito mal colocada. Não existe um embate entre o livre exercício da religião e o livre exercício da manifestação artística. Aqueles que querem professar a fé católica não estão impedidos em função da arte de Ana Smile. O intuito dela não foi ofender. A gente defende no processo que a obra dela não impede o exercício da fé católica”, disse o advogado Alexandre Veiga. “A democracia não implica que eu goste, que eu ache bonito o que você faz ou que concorde com você. A democracia não é um espaço de consensos. A democracia é um espaço de convivência, e de convivência diferente”, explica Gilberto Garcia, destacando na entrevista outros casos semelhantes envolvendo o enfrentamento entre a expressão artística e a ofensa religiosa no Brasil e no exterior. Fonte: Portal EBC (Disponível: http://radios.ebc.com.br/print/43138 – Acesso: 19.08.2016) Para ouvir a entrevista completa é simples, basta entrar no link abaixo: https://soundcloud.com/iabnacional Revista Vigial Virtual | número 7 . outubro 2016 |
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A Igreja Batista de Camutanga realizará o Seminário Vida Total da Igreja! Marque logo um seminário em sua igreja!
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Rodrigo e a mãe dele, Célia, precisaram se mudar para São Paulo, onde ele se submeteu a tratamento para um câncer. A família gastou em média R$ 5 mil por mês
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ADOTE A CASA ABRIGO BOTO ROSA
Pais de pacientes pedem ajuda para criação de casa de apoio para crianças com câncer Pais de pacientes pedem ajuda para criação de casa de apoio para crianças com câncer Iniciativa busca voluntários para construir abrigo voltado a pacientes no Norte em tratamento no Sudeste
Kelly Melo Manaus (AM)
O pequeno Rodrigo Monteiro Azevedo, 9, sofre com um tipo raro de câncer, que se instalou no crânio e na coluna dele. A doença foi descoberta há cinco anos e, com o tempo, fez com ele perdesse os movimentos do corpo. De acordo com a família do menino, na época não havia especialistas que pudessem acompanhar de perto o caso de Rodrigo e, por isso, toda a família precisou se mudar para São Paulo, em busca de um hospital referência para acompanhar o caso. A mãe do garoto, Célia Praia, 38, conta que foram 15 meses na capital paulista e relembra as dificuldades que eles enfrentaram para que o filho tivesse o melhor tratamento. “A gente teve que alugar um apartamento porque não tínhamos onde ficar e o custo de vida lá é muito caro. Por sorte, conseguimos ficar ao lado do hospital, mas muitas crianças, muitas delas amazonenses, ficam em casas de apoio muito distantes do hospital”, afirmou a dona de casa, que mesmo recebendo suporte do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), afirma que os gastos deles chegaram a ser de em torno R$ 5 mil por mês.
Boto Rosa
Pensando nisso, um grupo de empresários que atuam em Manaus está planejando a construção da casa de abrigo Boto Rosa, projeto que vai atender pacientes do Norte que vão fazer tratamento no Sudeste do País, a partir de 2016. A proposta é tentar oferecer o máximo de conforto e atenção psicossocial aos pequenos pacientes, sem deixar de lado as características da região amazônica. O projeto está em fase de captação de voluntários. Um desses “padrinhos” é o empresário do ramo de transportes Messias Leite. Ele conta que a iniciativa surgiu da necessidade de haver um espaço na capital paulista para atender o grande número de pacientes que saem dos estados do Norte para fazer o tratamento contra o câncer no sudeste. “Tivemos um caso de uma menina que, ao chegar em uma casa de apoio, não dormiu por dois dias. A mãe, aflita, a levou de volta ao hospital e constataram que ela nunca havia dormido em cama. Após a colocarem em uma rede, a criança conseguiu dormir”, afirmou. Saiba mais Lar baré em SP
Batizada de Casa Abrigo Boto Rosa, o local vai oferecer culinária típica da região, além do apoio psicossocial aos pacientes e acompanhantes. Por Para Célia, uma casa de apoio com a “cara” da ser um acompanhamento demorado, muitas famílias Amazônia e que possa atender os pacientes do Norte precisam ficar até um ano em São Paulo, para que seria uma avanço, além de oferecer mais qualidade a criança ou o adolescente possa concluir todo o de vida aos pacientes. “Seria ótimo um local como tratamento. esse, principalmente se essa casa fosse perto do Fonte: http://www.acritica.com/channels/cotidiano/ hospital. Muitos pacientes são do Amazonas e as news/pais-de-pacientes-pedem-ajuda-para-criacaocrianças sofrem com a doença, com o deslocamento de-casa-de-apoio-para-criancas-com-cancer e com a acomodação”, ressaltou ela. Revista Vigial Virtual | número 7 . outubro 2016 |
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Perspectiva teológica do
aborto Pr. Marcos Amazonas Santos
O
INTRODUÇÃO aborto continua a ser um tema sempre actual, angustiante e fracturante. Existem muitas opiniões. Cada um procura defender seu ponto vista acirradamente. A verdade é que, como cristãos, precisamos com firmeza opormo-nos ao aborto, mas ter sempre uma palavra que promova sabor na vida dos outros (Cl 4.6). Condenamos a prática, mas amamos as pessoas e no debate sobre um tema tão complexo, temos que procurar promover sempre um diálogo fundamentado no respeito e que seja edificante. Há quatro termos que devem ser tratados e diferenciados quando reflectimos na questão do aborto. Estes termos fazem parte do estudo da ética cristã, filosofia, sociologia e medicina e são os seguintes: planeamento familiar, controle de natalidade, aborto e abortamento. Entendemos que o planeamento familiar é uma actividade voluntária e consciente dos pais que equacionam a quantidade dos filhos que desejam ter. Entretanto, controle da natalidade é uma actividade organizada da sociedade e ou do próprio governo que oferece orientação e estabelece normas para o crescimento populacional do país.
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Aborto é a expulsão espontânea ou provocada. Espontâneo acontece por inadequações materno-fetais diversas acontecendo geralmente no primeiro trimestre de gravidez. Entretanto, o provocado é fruto de uma acção intencional por agentes externos. O abortamento é a intervenção médica. É a operação para abortar. É a expulsão do feto antes que este atinja seis meses. Depois deste período é um parto prematuro. Tratando-se de um tema tão delicado como o aborto, devemos manter nossa convicção, mas também precisamos ter uma atitude acolhedora e amorosa para com os que pensam diferente. É interessante notar que a igreja cristã e principalmente a católica romana se opôs veementemente ao aborto e as protestantes evangélicas de uma forma menos marcada também seguiram opondo-se ao aborto. Uma é a postura e posição da igreja enquanto instituição, outra coisa bem distinta tem sido a postura e a prática dos cristãos. O poder e a importância da lei são mostrados precisamente no fato de que muitos de nós, mesmo quando deveríamos ser mais esclarecidos, permitimos que nossos julgamentos morais sejam moldados pela formulação actual de nossas leis - na suposição, errónea, de que se a lei
É de se notar que a palavra hebraica utilizada para filhos, que ele seja criança, menino ou um feto no O aborto deve ser analisado dentro de uma ventre materno é yeled ou yeledim. Este termo referevisão alargada e nunca reduzida como desejam se aos filhos independente de estarem no ventre alguns. Não podemos ceder à tentação de que a materno ou não. Encontramos também a palavra vontade da mãe é soberana. A mulher é que manda geber, palavra traduzida por “macho”, “homem” no seu corpo e ponto final. Quando pesamos em “marido”, mas também para uma criança ainda não gestação, devemos ter em mente relacionamento nascida (Jó 3.11-16). e isto implica vontades e não apenas a vontade e devemos pensar no direito da criança, que mesmo O grego faz uso da palavra brefos para recémsem poder se expressar é um ser humano. nascidos e crianças mais velhas. Contudo, Lucas Muitas posições existem e muitas opiniões, utiliza esta mesma palavra para referir-se a João mas qual a posição da teologia? Baptista enquanto ainda estava no ventre de sua mãe (Lc 1.41-44). Existe também a palavra huios, 1. ABORTO NA BÍBLIA utilizada para designar “filhos” e este mesmo termo A Bíblia não trata directamente da temática se refere a João Batista ainda no ventre materno. do aborto. Existem dois textos no Antigo Testamento que tratam do aborto mas em nenhum caso, o mesmo Todos os textos falam de uma pessoa. Um ser é desejado pela mulher ou pelo casal. O primeiro vivo. “As Escrituras pressupõem reiteradamente a caso é ocasionado por uma briga e por acidente fere continuidade de uma pessoa, desde a concepção até a mulher que está grávida e ela aborta, o agressor o ser adulto. Aliás, não há qualquer palavra especial deve pagar uma multa ao marido. Se a mulher sofrer utilizada exclusivamente para descrever o ainda algum outro dano, aplica-se a lei de talião (Êx 21.22- não nascido que permita distingui-lo de um recém23). Outro texto que fala sobre o aborto aparece no nascido no tocante a ser e com referência a valor profeta Amós. É um texto de juízo contra as nações pessoal.” limítrofes de Israel. O texto apresenta juízo contra os 2. A VALORIZAÇÃO DA VIDA amonitas por estes terem desventrado as mulheres grávidas de Gileade (Am 1.13). O contexto mostra A Bíblia é o livro da vida. Ela enaltece a vida que, o objectivo dos amonitas ao tomarem tal atitude em todos os seus sentidos. A vida e a concepção da era que as mulheres não tivessem descendência e vida são algo supremas. O sexto mandamento diz: assim, pudessem ocupar o seu território. O texto não “Não matarás” (Êx 20.13). A ideia é a de não se está a falar directamente contra o aborto, mas sim de deve assassinar. É preciso preservar a vida. O livro uma atitude que busca garantir seu território. do Êxodo também declara que não se deve matar o inocente e o justo (Êx 23.7). O texto deixa de parte O Novo Testamento não mostra nenhum qualquer possibilidade de concretizar tal ato. A vida texto a condenar o aborto. Há apenas um texto que é preciosa e deve ser preservada. gera uma polémica, que é o texto onde se condena a pharmakeia (Gl 5.20), que em determinados A Bíblia valoriza a vida. O Senhor declara momentos foi interpretado como produtos abortivos, que não devemos matar. Por quê? “Porque há algo contudo, a tradução é “feitiçaria”. “magia” e estas distintamente precioso e singularmente especial na substâncias são condenadas no Apocalipse (Ap 9.21, vida humana. Na avaliação divina, a vida é tão valiosa 18.23, 21.8, 22.15). e extraordinária que ele ordena a sua proteção e preservação. Estes são os textos que se relacionam com o aborto. Vemos que a atitude abortiva, é vista como penas ela representa a imagem da leviana e violentamente por outros seres humanos. Aquele algo mal e que é violador dos princípios divinos. que criou a vida certamente tem todo o direito de avaliá-la e de estipular o seu valor. permite algo, isso deve ser moralmente permissível.”
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Resumindo de modo simples o que o Senhor quis transmitir em Êxodo 20:13, podemos dizer: “A vida é tão importante que ninguém tem o direito de extingui-la”. Quando lemos o mandamento: “Não matarás”, tem embutido nele um aspecto positivo que diz que é essencial viver em paz com o próximo. É estar reconciliado e unido ao semelhante. Jesus leva este princípio bem sério. É por isso que, Ele diz que devemos amar os nossos inimigos e orar por eles (Mt 5.44). O apóstolo Paulo declara que enquanto depender de cada um de nós, devemos estar em paz com todos os homens (Rm 12.18). Quem vive em paz, não agride o seu semelhante. Não vai destruir a vida do outro. É alguém que valoriza a vida. A vida tem que ser valorizada e preservada porque o ser humano carrega em si, à imagem e semelhança de Deus. O ser humano tem valor intrínseco. Ele espelha para o outro um reflexo do ser moral que Deus é. Mesmo sendo um ser caído, ele em este sentido moral porque Deus é um ser moral e não apenas isto, a sua imagem e semelhança reside também na atitude relacional. Deus é comunhão e o ser humano, na sua realidade relacional e o facto de viver em comunhão espelha ao outro a imagem de Deus. A vida é preciosa. Ela é uma dádiva de Deus. Sendo assim, somos completamente a favor da vida. Dizemos não ao aborto, porque ele desvaloriza a vida. “A nossa oposição como cristãos à prática do aborto deve ser firme e convicta. Nesta questão damos as mãos a católicos, humanistas e quaisquer outras pessoas que se associem à luta “pró-vida” e contra a luta “pró-escolha” .
A vida é para ser valorizada. Tem que ser
amada e, devemos apoiar e dar valor à ela. Há três razões fundamentais que apoiam o valor da vida, a saber: 1. A vida é um dom de Deus (Jó 1.21; 33.4; Sl 31.15) – “Não assassinarás” refere-se à dignidade
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e singularidade do homem que vive sob a bênção e proteção de seu Criador. Deus é o dono da vida e o homem o seu administrador (Dt 30.15; Sl 36.9; Lc 12.20). 2. A vida é um bem inalienável – Quitar a vida própria ou alheia é ofender a Deus e depreciar o Criador. Também é ofender a si mesmo e ao próximo, porque é deixar de acreditar em qualquer tipo de ajuda externa. O valor da vida não depende dos anos acumulados, nem da capacidade física ou intelectual da pessoa. Antes, a vida é um bem pessoal intransferível e incalculável. Por isso, nenhum indivíduo, nenhuma organização ou sociedade, nenhum grupo de médicos e nem o próprio Estado secular podem arrogar a si o direito de legalizar a matança de seres indefesos ou classificar as pessoas, separando as que devem morrer ou as que devem viver. A valorização e proteção da vida como bem pessoal proíbe de forma categórica o suicídio, a eutanásia, o infanticídio, o feticídio e o genocídio. 3. A vida é um bem da comunidade – Atentar contra a vida do próximo é uma ofensa à comunidade cujo o núcleo é a família. O apóstolo Paulo, usando a analogia do corpo e das funções dos seus membros, ensinou que “Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam” (1 Co 12.24-26). 5 3. UM SER PLENO Pensar na realidade do aborto é pensar no homicídio. Entendemos isto porque, cremos que no ato da concepção há na verdade um ser pleno. A ciência tem procurado cada vez mais definir quando a vida inicia, mas o Criador mostra que há vida iniciase na concepção. No ventre está um ser com vida e este deve ser valorizado, pois é um ser pleno. É importante fazer esta declaração de que há um ser pleno. É uma pessoa que existe. Não podemos entrar nas questões de quando na verdade, a pessoa passa a existir. “Para os judeus, o ser humano só passa a existir a partir do seu nascimento, isto é,
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quando recebe o “fôlego da vida”, por isso nem sempre consideraram pecaminoso o aborto, como os cristãos. Ainda assim, para muitos deles – certamente para os judeus ortodoxos – o aborto é considerado um pecado grave na maioria dos casos.” Cada vez mais, com o avanço científicotecnológico, podemos perceber que o feto é uma pessoa. É um ser pleno. Os aspectos médicos e jurídicos mostram-nos cada vez mais esta realidade do ser pleno pelos seguintes aspectos: O surgimento da Medicina Neonatal, que salva recém-nascidos prematuros diminutos, portadores de graves enfermidades; A sobrevivência de fetos em abortos tardios; A técnica do ultra-som, que permite à mãe ver as feições do feto e, talvez, até mesmo “uni-la” a ele; Cirurgia e outros tratamentos médicos do feto; A proteção em lei a fetos de mães que trabalham fora; O reconhecimento crescente de que o “fumar passivamente” do feto da mãe fumante pode ser considerado abuso contra a criança; A conscientização pública, cada vez maior, do impacto causado no feto pelo uso do álcool ou drogas pela mãe, incluindo a condenação de uma mulher por fornecimento de cocaína a terceiro devido a efeitos causados em seu bebê nascitruno. Existem textos bíblicos que mostram todo o valor do ser humano ainda no vente materno. Um dos textos mas extraordinário é o do salmista que diz: “Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.” (Sl 139.13-16). No chamado do profeta Jeremias, Deus lhe diz: “Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei
por profeta.” (Jr 1.4-5). Aqui percebemos o Criador a se relacionar com a pessoa ainda no ventre materno e o mesmo acontece no texto de Isaías 49.1,5. A Bíblia valoriza a vida. Percebemos claramente que os textos “falam do valor da pessoa humana ainda no ventre materno, ilustram o discernimento de Deus quanto ao feto. Os nascituros são formados pela habilidade artesanal de Deus e vistos por ele; são considerados dignos de serem chamados pelo nome; é de se esperar que nasçam e venham a se tornar um dia pastores, reis e profetas. Deus é o autor dos nascituros e tudo indica que lhes concede o status de ser humano (Jó 3.3,4; Salmo 95.6,7; 100.3; 119.73; Isaías 442,24).” O aborto é um atentado contra a vida do ser humano. Não estamos discutindo política ou teologia, estamos a tratar de um tema relativo às pessoas e precisamos valorizar a vida humana. 4. CASOS COMPLEXOS, O QUE FAZER? Existem situações delicadas em que uma mulher ou casal se vêem num dilema e são confrontados com a dura realidade de optar pelo aborto ou não. Existem três situações que podem levar à discussão e a ideias divergentes quanto ao desfecho da decisão. Estes casos são: a) risco de vida da mulher; b) má formação do feto e; c) violação da mulher. A verdade é que não existe um consenso. Contudo, reconheço que aqui a questão é muito pessoal e devemos permitir que na posição pessoal e na questão da maturidade espiritual de cada um. Antes do mais e para não deixar ninguém na dúvida, assumo que nestes casos e tendencialmente não me oponho à prática do aborto, mas percebo que cada pessoa deve decidir após um período grande de reflexão e busca da vontade de Deus na sua vida. 1. Aborto Terapêutico – Aqui coloca-se uma opção, uma escolha angustiante entre salvar a vida da mãe e o risco de sacrificar a vida da mãe e do filho. Não podemos condenar a mulher e a família, independente da escolha que seja feita. 2. Aborto Eugénico – Este envolve má formação do feto. Este termo é utilizado quando existe grande risco e probabilidade do feto está afectado e a criança nascer com graves anomalias ou malformações.
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3. Aborto “moral”, “ético” ou humanitário. Este tipo de aborto acontece em caso de violação ou por relações incestuosas. Estes são casos específicos e bem delicados. Acima de tudo, são pontuais e únicos. Sendo assim, devemos ter cuidado e buscar entender a dramaticidade do problema. Precisamos ser solidários e apoiar seja qual for a decisão tomada.
Não basta posicionarmo-nos contra o aborto, precisamos ser pró-activos e criar condições para amparar e apoiar as pessoas que passam por este dilema. Sendo assim, precisamos criar gabinetes de apoio social, ter coragem de montar uma estrutura para poder oferecer fraldas e leite, como também cuidado assistencial. Se a mãe ou família decidir entregar a criança para adopção devemos ter um gabinete com apoio 5. O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR psicológico para que possa ser feito todo o processo PESSOAS QUE VIVEM ESTE DILEMA? da desvinculação e também suporte jurídico para O aborto não é solução, mas o facto é que em que todas as informações legais sejam tratadas e nossa sociedade ele é um caminho. Contudo, a decisão tudo fique perfeitamente esclarecido. de abortar nunca é uma decisão feita de ânimo leve. Podemos dizer que foi criado um certo facilitismo, Em relação às pessoas que optaram pela experiência mas o facto é que qualquer pessoa ou família que opta do aborto, creio que precisamos tomar as seguintes pelo aborto, num momento ou outro, irá enfrentar as atitudes: consequências psicológicas de tal atitude. 1. Não julgar – É muito difícil não criarmos A mulher ou família que passa a viver estes juízo de valor, mas se a pessoa chega depois do ato dilemas necessita ser apoiada. Contudo, antes de consumado não podemos fazer mais nada. Se ela falar sobre o que podemos fazer em relação à pessoa vem até nós, é porque está a necessitar de amparo. ou família que passou pelo aborto, devemos mostrar o que podemos fazer com aquela pessoa que não 2. Acolher – Sim, devemos amparar e acolher de deseja passar pela experiência do aborto, mas não forma incondicional. Não significa que aceitamos o têm dificuldades psico-sócio-económicas? que foi feito. Pelo contrário, abrimos a porta para que Em primeiro lugar, diante da crise que a a pessoa possa desabafar e aliviar. É um processo da pessoa passa é preciso criar uma rede de apoio e cura que levará à confissão e ao perdão pessoal. solidariedade à sua volta. Desta maneira é necessário 3. Acompanhar – É necessário fazer-se presente. que lhe seja promovido todas as condições para que Acompanhar não é intrometer-se, mas estar próximo sua gravidez seja levada até o fim. e disponível. É estar presente para partilhar os dilemas, as lágrimas mostrar que a pessoa não está Contudo, surge a questão, quem irá cuidar da criança? sozinha na sua jornada. Não existe uma resposta a esta pergunta mas Se conseguirmos agir assim, sem várias: a) A mãe ou o casal podem criar com o apoio compactuarmos com a atitude, mas amarmos a pessoa da família e ou da rede social que foi estabelecida e formos pró-activos, creio que conseguiremos ser à sua volta; b) A criança pode ser cuidada por um mais eficientes e além do mais, veremos mudanças familiar próximo que deseje fazê-lo e permitindo reais dentro da nossa sociedade. assim a interacção da mãe com a criança. Estes familiares podem ser os avós que acolheram o neto e 6. CONCLUSÃO dar-lhe-ão todo o apoio necessário; c) A criança pode A Bíblia é clara quanto a questão do aborto. ser entregue para adopção. Desta forma, podemos afirmar que são raros os casos Tenho consciência que estas situações são em que o aborto pode ser moralmente justificado. difíceis, mas são caminhos possíveis. Como cristão, Somos a favor da vida e lutamos pela vida. A precisamos tomar atitudes acolhedoras e se dizemos Bíblia dignifica o ser que está dentro do ventre da que lutamos pela vida, precisamos abrir nossas mulher. O Criador o vê como um ser pleno e esta casas, igrejas e grupos para ajudar quem esta a viver deve ser a nossa postura também. este dilema. Devemos apoiar psico-emocional e financeiramente.
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Como cristãos evangélicos, precisamos “compreender os princípios bíblicos e de ética envolvidos no debate acerca do aborto; precisam estar firmemente convictos de sua posição e com ela comprometidos; endossar sua posição dando apoio as pessoas envolvidas, manifestando-se tanto na defesa da mulher quanto do feto, interligados.” Somos contra o aborto. Condenamos a atitude, mas amamos as pessoas. Ao invés de condenar, devemos amar independente da opção que as pessoas façam. Temos que oferecer à mulher e família que vive este dilema apoio emocional, físico, financeiro e acima de tudo espiritual. Não ao aborto. Sim a vida e vida com qualidade. Bibliografia
quando começa a vida. Obra Missionária Chamada da Meia Noite, Porto Alegre, RS, 1995, p. 54 J. KEMP, Direito de viver, Mundo Cristão, São Paulo, 2003, p. 38 A. PALLISTER, Ética Cristã Hoje, Associação Evangélica Cascatas, Caldas da Rainha, 2002, p. 115 H. U. REIFLER, A ética dos dez Mandamentos, Edições Vida Nova, São Paulo, 1992, p. 113 G. MEILAENDER, Bioética: Um guia para os cristãos, Vida Nova, São Paulo, 1997, p. 44
G. MEILAENDER, Bioética: Um guia para os R. D. ORR, Decisões de vida e morte, JUERP, Rio de Janeiro, 1994, p. 56 cristãos, Vida Nova, São Paulo, 1997, p. 43 J. ANKERBERG, J. WELDON, Os fatos sobre o aborto: Respostas da Ciência e da Bíblia sobre
QUADRO DE ABORTOS NO BRASIL
Fonte: IBGE Revista Vigial Virtual | número 7 . outubro 2016 |
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APOCALIPSE
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O LIVRO DA VITÓRIA Delcinalva de Souza Lima O livro do Apocalipse é chamado pelo seu autor de “Apocalipse de Jesus Cristo” (Ap 1.1). A palavra apocalipse vem da palavra grega apokalypsis e significa revelação, tirar o véu que oculta algo para que se possa ver, desvendamento, manifestação daquilo que está oculto ou encoberto. O autor do livro ao chamá-lo de ποκλυψις ησο Χριστο (Apocalipse de Jesus Cristo) está afirmando que o conteúdo do livro é um desvendamento, uma manifestação feita por Jesus daquilo que estava oculto, encoberto.
por causa da palavra de Deus que anunciava e do testemunho que dava de Jesus. João escreve assim: “Eu, João, que também sou vosso irmão e companheiro na aflição, e no Reino, e na paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo” (Ap 1.9).
O João que escreveu o Apocalipse é o apóstolo amado, o irmão de Tiago e filho de Zebedeu (Mc. 3.17; Mt 4. 21-22). Sabe-se isso pelo fato de o escritor chamar-se a si mesmo, dentro da obra, de O Apocalipse é uma mensagem transmitida por João (1.1, 9 e 22.8) sem acrescentar nenhuma outra Jesus para ser entendida pelos cristãos do tempo em explicação, mostrando assim que era conhecido que o livro foi escrito, tendo como finalidade auxiliá- das igrejas da Ásia Menor, às quais escrevia. Além los e consolá-los no meio das dificuldades e para disso, Justino, o mártir, que escreveu entre 140 e isso o livro apresenta “Cristo como eternamente 166 d.C. afirmou que João, o apóstolo de Cristo, vitorioso sobre todas as condições temporais, e, escreveu o Apocalipse. assim, [encoraja] os cristãos do tempo de João, e de todos os tempos, até o retorno de nosso Senhor” O apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse (Summers, p. 138). quando uma grande perseguição aos cristãos estava começando e ele já estava exilado na ilha O livro afirma que a revelação de Jesus foi feita a de Patmos (Ap 1.9) . Quando João escreveu, pelo João e que ele a escreveu por ordem expressa do menos um cristão já havia sido morto em Pérgamo: próprio Jesus, que lhe disse: “O que vês, escreve-o “...e não negaste a minha fé, ainda nos dias de num livro” ( Ap 1. 11). Esse João, apresenta-se como Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto sendo um sendo um servo de Jesus Cristo (1.1), entre vós...” (Ap. 2.13) e a igreja de Esmirna foi irmão e companheiro dos cristãos que viviam na advertida a respeito do sofrimento que estava para Ásia Menor e que compartilhava com eles a aflição. vir, que incluiria prisão e tribulação (Ap.2.10). Tanto era assim que João estava na ilha de Patmos Patmos, onde o apóstolo João estava preso, é
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uma ilha árida e rochosa de 34,6 km2, no mar Egeu e hoje pertence à Grécia. No tempo do império romano, a ilha era usada como lugar de banimento de criminosos e o apóstolo João esteve exilado na ilha durante o governo do imperador Domiciano que governou de 81 a 96 d.C. Esse imperador era um devoto dos deuses pagãos (ídolos), construiu templos para esses deuses com seu nome e obrigou os judeus a pagarem um imposto especial porque não adoravam os deuses romanos nem o imperador. Domiciano também perseguiu os cristãos porque eles se recusaram a aceitar o imperador como divino. Sendo os cristãos monoteístas (adoradores de um único Deus), dando sua devoção apenas ao Deus Pai do Senhor Jesus Cristo, e aceitando apenas Jesus como Senhor, não prestavam culto à deusa Roma, nem ao imperador que exigia ser chamado de senhor e deus. Para entender o motivo da perseguição aos cristãos é preciso conhecer um pouco as atitudes dos imperadores romanos a respeito de si próprios. Júlio César declarou-se divino e fez com que uma estátua sua fosse colocada nos templos, juntamente com os outros deuses. Augusto César (31 a. C. a 14 d.C) aceitou o título de Sebastos, que significa digno de reverência e adoração, e aceitou também que nas províncias fossem construídos templos em sua honra. Calígula (37 a 41 d.C) exigiu ser adorado como divino e que a sua estátua fosse colocada no templo de Jerusalém, o que provocou grande furor por parte dos judeus e os conselheiros levaram o imperador a desistir desta idéia, ficando os judeus isentos da obrigação de adorá-lo. Enquanto os cristãos foram considerados judeus pelo governo romano, estiveram em segurança, pois também estavam isentos da obrigação de adorar o imperador, mas quando os cristãos deixaram de se reunir nas sinagogas (lugar onde os judeus se reuniam para ler o Velho Testamento, orar e cultuar a Deus), o cristianismo se tornou ilegal porque mostrou ser uma religião diferente do judaísmo e a lei romana proibia religiões novas. Seguindo o costume dos imperadores romanos, Domiciano determinou que ele próprio deveria ser cultuado e esse culto era exigido com mais rigor nas províncias do que em Roma, pois aumentava a
submissão dos povos dominados ao império. Cada província era governada por um procônsul, que era responsável por administrar a justiça, garantir a ordem, cobrar os impostos, controlar os assuntos religiosos, e supervisionar os sacerdotes responsáveis pelos templos e esses sacerdotes tinham poder para exigir o culto ao imperador. Domiciano, por decreto dele mesmo, tornou-se “deus e senhor” e Suetônio, historiador romano, afirma que ele começava as suas cartas assim: “ Nosso Senhor e Deus ordena que seja feito desta ou daquela forma” (Summers, p. 123). Esse imperador mandou fazer estátuas suas de prata e ouro, colocá-las nos templos e punir com desterro, tortura, prisão ou morte aqueles que se recusassem a adorá-lo. A província da Ásia Menor (hoje Turquia) já de há muito havia se notabilizado pelo culto à deusa Roma e ao imperador. Em 195 a. C. Esmirna se orgulhava do templo dedicado à deusa Roma. Em 29 a. C. , nas cidades de Éfeso e Nicéia, foram construídos templos dedicados a Roma e ao imperador Júlio César. Adorar o imperador era prova de patriotismo e lealdade, contudo os cristãos não podiam oferecer sacrifícios diante da estátua do imperador nem declarar que o imperador era senhor, uma vez que isso feria a lealdade básica dos cristãos a Deus e a Jesus Cristo. Depois do ano 70 d.C., tendo Jerusalém sido destruída pelos romanos, a Ásia Menor tornou-se o centro do cristianismo e vivia ali a maioria dos cristãos, por isso era natural que nessa região se manifestasse maior resistência à adoração ao imperador, surgindo um grave conflito entre o estado romano e as igrejas cristãs, que levaria os cristão a perderem bens, casa e a própria vida. O livro do Apocalipse tinha um significado para os leitores aos quais foi destinado originalmente e o seu valor para nós depende de entendermos o significado para a época em que foi escrito. Assim, o livro do Apocalipse não pode ser desvinculado da época histórica em que foi escrito para que seja devidamente entendido. Revista Vigial Virtual | número 7 . outubro 2016 |
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O livro está organizado em atos e cenas que avançam para um fim apoteótico, e precisa-se observá-lo como um drama, no qual João expressa sua mensagem da vitória do Senhor Jesus e da sua igreja. A revelação começa em Deus, que é o fundamento e a fonte de toda a verdade - “revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu...” . Deus é a origem da revelação (ela provém de Deus), sendo um dom, uma oferta de Deus, pois é algo que o homem não conseguiria conhecer pelos seus próprios esforços. A revelação que tem sua fonte em Deus vem por meio de Jesus Cristo, que é o agente através do qual esta revelação é comunicada aos seus servos, aos cristãos. A verdade que Deus comunica aos seus servos é enviada por Jesus através do seu anjo (mensageiro celestial), que é o intermediário das visões deste livro. No Velho Testamento também os anjos eram os instrumentos pelos quais Deus, muitas vezes, se revelava aos seus profetas (Dn. 8.16; 9.21; Zc. 1.9, 13; 2.3; 4.1). Embora Jesus se sirva da instrumentalidade do seu anjo, em muitas visões dadas a João, o próprio Jesus apareceu a João (1.13) e lhe ordenou que escrevesse as coisas que veria (1.19) e lhe ditou as cartas para as sete igrejas (capítulos 2 e 3) e lhe mostrou a visão do céu (4.1). O anjo confia, então, a revelação a João para que este a comunique aos demais servos de Jesus. Tem-se, então, uma revelação cuja fonte é Deus, o mediador é Jesus, que é dada através de um anjo ao apóstolo João, que a transmite por escrito aos demais cristãos.
no versículo 1 é brevemente (logo). João estava escrevendo para um povo que estava sofrendo, que estava com a vida ameaçada e que precisava de uma mensagem de conforto e de fortalecimento imediato, assim o que acontecerá logo é a providencia de Deus para que a causa de Cristo triunfasse antes que houvesse vitória do império romano. Havia uma necessidade moral de que certas coisas realmente acontecessem logo, pois os cristãos perseguidos precisavam da certeza de que Cristo estava vivo, no meio deles e que providenciaria o triunfo deles sobre seus inimigos imediatos: Roma e o imperador Domiciano. Desta forma entende-se que uma parte do livro de Apocalipse já está cumprida, mas que outra parte ainda está para acontecer, no que diz respeito ao juízo final. A revelação foi notificada pelo anjo a João. A palavra grega traduzida por notificou quer dizer mostrada por sinais (símbolos). A mensagem do Apocalipse foi dada através de símbolos, que são sinais visíveis de algo invisível, de uma idéia ou de uma qualidade. Assim, a linguagem deste livro deve ser entendida como figurada e poucos são os textos em que poderemos tomar a linguagem como literal. Para entender o Apocalipse é preciso interpretar os seus símbolos.
A leitura das Escrituras era uma parte essencial de todo culto público realizado pelos judeus na sinagoga (Lc 4.16; At 13.15). As igrejas cristãs adotaram este costume também em seus cultos e a leitura das Escrituras passaram a ser parte importante do culto cristão. O meio de tornar conhecida das igrejas a revelação deste livro era Deus quer mostrar aos seus servos as coisas que através da leitura pública nos cultos. É declarado que devem acontecer, isto é, coisas que moralmente são aquele que tem o privilégio de ler essa mensagem necessárias “para que um fim justo seja cumprido; de Deus diante da congregação (Apoc. 1.3) é muito por isso é que estas coisas acontecerão em breve. feliz (bem-aventurado) e que também o são aqueles (...) Neste trecho do Apocalipse vemos que havia que escutam a leitura deste livro e também são uma necessidade moral de aquelas coisas serem muito felizes aqueles que guardam (obedecem) cumpridas brevemente para que o povo de Deus, as palavras escritas no livro, pois são verdadeiras, então oprimido, visse o seu braço revelado e o seu servem de advertência, consolo e estímulo para conforto estendido a eles numa época de aparente vencer as provas e manter-se fiel ao Senhor Jesus desastre” (Summers, p. 57). Cristo.
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Revista Vigiaique Virtual - 5a. edição - 08.10.2016 - www.vigiai.net - Página 24 Outra palavra nos chama a atenção Revista Vigial Virtual | número 7 . outubro 2016 |
Outra expressão que chama a atenção em Ap 1.3 é “ouvem as palavras desta profecia...” O livro do Apocalipse é profecia no sentido de ser mensagem vinda da parte de Deus para o seu povo, por comunicar a revelação divina aos cristãos. É profecia porque revela a realidade do conflito existente entre o reino deste mundo (a sociedade de costas voltadas para Deus, rebelada contra ele, dirigindo-se sem levar em conta a vontade divina e por isso estando sob o domínio de Satanás) e o reino do Senhor Jesus Cristo, sendo um conflito que atravessa a história, mas que terá um fim; nesse dia o Senhor Jesus se apresentará vitorioso e os seus servos serão vitoriosos com ele. Agora leia o livro do Apocalipse de uma só vez. Desta maneira você terá uma visão panorâmica da obra e poderá aproveitar melhor as lições que se seguirão. Não leia versículos isolados. Para ajudá-lo nesta leitura oferecemos a seguir uma estrutura do livro visto como um drama, isto é, peça representada em um palco. A cortina se abre e você vê as cenas se desenvolvendo. Durante a leitura não preste atenção nos detalhes, mas procure ver a cena como um todo. APOCALIPSE O Drama da Vitória do Senhor Jesus Prelúdio O Revelador - 1.1-20
3a. Cena - O Sétimo Selo - 8.1-6 4a. Cena - As Seis Trombetas - 8.5 a 9.21 Advertências ao mundo incrédulo Interlúdio O Pequeno Rolo e as Duas Testemunhas 10.1 a 11. 5a. Cena - A Sétima Trombeta - 11.15-19 O mundo já não existe SEGUNDO ATO 1a. Cena - A Luta de Satanás contra o Cordeiro 12.1 a 13.5 Interlúdio - Os anjos que proclamam o juízo (14.1-13) e o juízo (14.14-20) 2a. Cena - As Sete Taças - 15.1 a 16-21 A punição de Deus 3a. Cena - A queda de Babilônia - 17.1 a 19.6 4a. Cena - A Vitória Final do Senhor Jesus Cristo 19.6 a 20.15 5a. Cena - Tudo Novo - 21.1 a 22.5 Poslúdio Advertência Final - 22.6-21
As Sete Cartas - 2.1 a 3.22
Bibliografia
PRIMEIRO ATO
ASCRAFT, Morris. Apocalipse. In Comentário Bíblico Broadmam. Rio de Janeiro: Juerp, 1985. Vol. 12.
1a. Cena - A Corte Celestial - 4.1 a 5.14 O trono de Deus - 4.1-14 O rolo lacrado com selos - 5.1-5 O Cordeiro abre os selos - 5.6-14 2a. Cena - Os Seis Selos (6.1-7) O drama do sofrimento humano
HENRY, Matthew. Commentary on the whole Bible. New York: Fleming H. Revel Company, s/d. Vol 6. SUMMERS, Ray. Digno é o Cordeiro – uma interpretação do Apocalipse. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1957. Revisado por Editor do Webartigos.com
Fonte: REVISTA FIDELIDADE
Interlúdio - As DuasVirtual Multidões - 7.1-17 Revista Vigiai - 5a. edição - 08.10.2016 - www.vigiai.net - Página 25 www.revistafidelidade.com.br
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O FUTURO DAS
DENOMINAÇÕES Pr. Aloizio Penido Bertho Em minha última viagem missionária com um grupo de irmãos da Igreja que pastoreio a Europa, constatei tanto em Portugal, Inglaterra e França a morte das denominações evangélicas e com elas o desaparecimento quase que total das igrejas. Durante boa parte daquela viagem procurei saber com os lideres de algumas poucas igrejas que conseguiram sobreviver quais as razoes que levaram a tamanha destruição a ponto dos templos grandes e bem arquitetados de muitas igrejas serem transformados em Mesquitas, salões de festas e casas de shows? As respostas eram praticamente as mesmas: as próprias denominações, e não apenas o secularismo cultural como imaginamos, foram as responsáveis pelo próprio desaparecimento. As maiores igrejas batistas independentes hoje existentes não tem mais do que 300 pessoas frequentando as reuniões porque o islamismo aproveitou o vazio e rapidamente se expandiu. Mas o que as denominações fizeram que provocou
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o seu quase total desaparecimento? Infelizmente tenho que confessar que foi o mesmo que estamos vendo acontecer no Brasil com as denominações históricas: As igrejas deixaram de ser vistas como autônomas e as denominações passaram a impor sobre elas regras rígidas para serem cumpridas. Tais imposições eram quase sempre baseadas em normas religiosas que não deixavam espaço para a atuação do Espírito Santo na vida das igrejas. As decisões tomadas eram quase sempre baseadas em acordos e conchavos humanos muito próximo do que acontece no meio político secular que tanto reprovamos; Como conseqüências vieram os rachas e as divisões; As estruturas denominacionais passaram a ser gerenciadas por pessoas que não tinham mais o temor de Deus e, por conseguinte, sem perceberem começaram a sufocar as igrejas tirando-lhes a espontaneidade, a ação do Espírito, os recursos para gerirem seus próprios negócios, levando-as a frieza, indiferença e a secularização.
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esperar acontecer aqui para lamentarmos o passado Os pastores deixaram de orar e de estudar a Bíblia de perdas como já fazemos com o enfraquecimento e, por isto, não mais ouviam a voz de Deus. Os de seminários que já foram referencia no mundo, sermões se tornaram frios e os cultos em liturgias perdas de colégios que viveram tempos de glória mortas. Tudo na vida das igrejas se tornou mecânico e o fechamento de instituições como a JUERP que e sem vida porque o espaço para a ação do Espírito já teve o maior parque gráfico da América Latina Santo foi tirado prevalecendo tão somente a para produção de bíblias, revistas, hinários e vontade humana. Mas como diz um dos belos hinos materiais que auxiliavam as igrejas no seu projeto do nosso hinário cristão que foi feito num tempo de de evangelização. avivamento espiritual, “… sem a graça do Senhor a Igreja murcha.” Na última reunião dos pastores batistas mineiros em junho desde ano, sob muitas palmas, 80% Durante os meus 35 anos de ministério tenho sido votaram dizendo não as mulheres pastoras que participante atuante nos diversos segmentos da queiram fazer parte da OPBBMG e uma Igreja nossa denominação que tanto aprendi a amar. que há sete anos vinha sendo acompanhada por Seja como Executivo do Estados de Minas por 15 uma comissão doutrinária com muita dificuldade, anos, ou como membro do Conselho da CBB por mesmo com o parecer favorável da comissão para mais de 20, presidindo a Ordem dos Pastores do a permanência da igreja, precisou que o seu pastor Brasil por dois mandatos e de igual modo a JMN, o fizesse um apelo público afirmando que gostaria Encontro dos Executivos Batistas, ou como integrante de continuar no quadro das igrejas cooperantes da diretoria da CBB, tenho constatado que muito do com a Convenção para escapar da exclusão e que aconteceu na Europa está acontecendo também aos candidatos concorrentes a presidência da entre nós há muito tempo. Na verdade não é de hoje Convenção foi-lhes imposto o constrangimento de que as denominações no Brasil vem perdendo forças afirmarem se suas igrejas contribuíam com 10% e já se percebe o raiar do pós denominacionalismo para o Plano Cooperativo, caso contrário, como acontecendo por todas as partes com o isolamento aconteceu com um Pastor indicado, que teve que de muitos pastores tentando “salvar suas igrejas”. Em dizer publicamente que sua igreja não é cooperante alguns Estados o poder da máquina administrativa nos termos impostos, não pode concorrer. tanto das convenções como das ordens de pastores tem procurado tirar cada vez mais o espaço das Se tais ocorrências que aparentemente representam igrejas tentando fazer delas apenas caixas de zelo com o Causa são relevantes ou não, não tenho ressonância das estruturas. O problema maior é como ajuizar, mas também não sei para onde tudo que dificilmente se encontra nos postos de comando isto nos levará. Espero que as experiências do das denominações pessoas que tenham deixado passado já vivenciadas na Europa nos ensinem uma igrejas crescente e submissa a voz de Deus algumas lições, porque de uma coisa eu sei, se para ocupar essas funções. A conseqüência natural as igrejas forem sufocadas e perderem o fervor quando a liderança é formada por pessoas que não espiritual a queda é certa, pois igreja não é negócio foram bem sucedidas no ministério é a tentativa de de homens; é sim, a expressão maior do poder de sufocar as igrejas com a imposição de regulamentos Deus na face da terra e nada pode deter-la, a não e regras que as torne robotizadas para servirem aos ser a própria estrutura da qual é parte. Pensemos interesses das estruturas denominacionais, quando nisto antes que seja tarde demais. devia ser exatamente o contrário. Este é um caminho de morte já vivido na Europa e não precisamos Pastor Aloizio Penido Bertho Primeira igreja batista de Juiz de Fora, MG
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A antropologia da
imagem de Deus
Pr. Jorge Pinheiro O shemá era a oração que duas vezes por dia os judeus elevavam ao Eterno. Essa prece reconhece Deus como único e diz que deviam amá-lo com todo leb, com toda nefesh e com toda meod, conforme Deuteronômio 6.5. Leb e lebab, que os gregos traduziram por cardia e nós por coração, nos falam dos movimentos do corpo humano. Leb e sua variante lebab ocorrem 858 vezes nas Escrituras hebraicas, das quais 814 se referem ao coração humano. Expressam a noção antropológica de que somos movidos por sentimentos e emoções que movimentam e dirigem nossos membros e corpo. Têm a realidade anatômica e as funções fisiológicas do coração enquanto expressões das atividades do ser humano, que levam às disposições de ânimo como alegria e aflição, coragem e temor, desejo e aspiração, e também às funções intelectuais como inteligência e decisão da vontade, que na cultura ocidental atribuímos ao cérebro. Nas passagens do livro de Gênesis que nos falam do leb constatamos que a antropologia se apresenta como uma psicologia teológica. Assim, leb tem um significado antropológico que fala daqueles aspectos que nos levam aos movimentos do sentir, do querer e do agir, que compõem a personalidade humana.
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Meod, que os gregos traduziram por dynamis e nós por força, aparece trezentas vezes nas Escrituras hebraicas, e traduz a idéia de intensidade e abundância. Em alguns textos, como no caso do crescimento do povo hebreu no Egito, meod aparece ligado à idéia de reprodução, de muitos filhos, o que nos leva a uma compreensão diferente do termo dynamis em grego, que nos fala de uma força física externa ao ser humano. Em hebraico podemos entender meod como potência, aquela força, aquela energia que faz de nós seres criadores, tanto no sentido biológico como intelectual. Seria potência que identifica o ser humano, capacidade de gerar que faz o humano crescer e multiplicar-se. Mas, nefesh, que os gregos traduziram por psyché, mas que significa garganta, respiração, fôlego, pessoa, vida e alma,[1] sem dúvida, nos fala da plenitude daquilo que é humano, conforme encontramos em Gênesis 2.7. Dessa maneira, nefesh possibilita um rico diálogo com o texto de Gênesis e nos permite uma reconstrução dos significados da natureza humana. A expressão nefesh leva a uma concepção de exterior versus interior,[2] que tem por base Deuteronômio 32.9, quando afirma que “uma parte de Iaveh faz seu povo”. Mobiliza assim em diferentes níveis essa força criacional, que constitui uma parte de Deus.
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A matéria-prima utilizada por Deus na modelagem humana é ordinária, enquanto material pertencente a ordem comum de “ló nefesh”: inanimados e animais. É o sopro de Deus que faz especial essa matéria ordinária. Mas será que estamos somente diante de um símbolo ou, de fato, a força criacional de Deus transmite à matéria ordinária não somente vida, mas transfere intensidade e profundidade? De certa maneira, não é absurdo dizer que os seres celestiais são criaturas integralmente espirituais. Sua existência procede do exterior da força criacional de Deus. A exteriorização traduz-se no fato de que a força criacional se dá através da palavra, da palavra criadora de Deus. Nesse sentido, nefesh procede da interioridade de Deus e por isso é conhecida como “ein sof”, que vem de seu interior. “Ele soprou” deve ser entendido como continuidade da afirmação anterior “façamos o ser humano” (Gênesis 1.26), de maneira que nefesh liga céu e terra, o que está acima e o que está abaixo. Por isso, dizemos que a natureza humana é superior à natureza angélica, porque procede da interioridade de Iaveh. Traduz ação mediadora e conjuntiva da força criacional. Donde, a natureza humana procede de atributos divinos não ostensivos, discretos, que se traduzem em integridade holística, pluralidade social, sabedoria, compreensão e abertura à transcendência. Nefesh entende-se e revela-se enquanto natureza que se torna compreensível e inteligível. É transbordamento e transparência do Espírito de Deus, que indica transbordamento e transparência no humano, daquilo que relaciona o que está em cima com o que está em baixo. Da leitura de Gênesis 2.7 podemos constatar que o texto fala de respiração e daquilo que o humano passa a ser: ele não tem uma nefesh, ele passa a ser uma nefesh. O texto e o pensamento literário dos hebreus são sintéticos. Daí que a chave para chegarmos a uma compreensão analítica dele exige identificar com que parte do corpo o ser humano pode ser comparado e onde o agir humano faz interface com nefesh, utilizando para isso textos que apresentam diferentes sentidos de nefesh. Embora a expressão nefesh apareça 755 vezes nas Escrituras hebraicas e seja traduzida seiscentas vezes na Septuaginta por “psyché”, garganta e estômago podem ser tomados por paradigma e transmitem a idéia de necessidade, de algo difícil de ser saciado. Nesse sentido, a palavra
alma nos dá uma tradução incompleta, pois a idéia é que “Iaveh Deus formou o ser humano do pó da terra e insuflou em suas narinas o seu hálito e o ser humano se tornou um ser vivente que necessita Dele para ser saciado”. Nefesh não traduz algo bom ou mal, mas a realidade das necessidades fundamentais e imprescindíveis da alma humana, que ao não serem ou não estarem preenchidas por Deus produzem alienação, individualismo, descrença, ignorância e idolatria. Mas como o sopro de Deus pode ter gerado um ser humano com tal índole de insaciabilidade? Se entendermos a nefesh como o órgão das necessidades vitais, dos movimentos emocionais da alma, somos levados a entender o pensamento sintético hebreu ao ver a nefesh como síntese da própria vida. Assim, as necessidades humanas criadas pelo próprio Deus só podem ser saciadas por Ele. “Quem me encontra, encontrou a vida e alcançou benevolência de Iaveh. Quem não me acha, faz violência à sua nefesh. Todos os que me odeiam, amam a morte”. Provérbios 8.39 e seguintes. No relato de Gênesis 2.7 o ser humano é definido como nefesh hayah, um ser vivente, que necessita ser saciado. Quando integrado ao seu Criador, nefesh é transbordamento e transparência do Espírito de Deus, que indica transbordamento e transparência no humano, daquilo que relaciona o que está em cima com o que está em baixo. Mas essa natureza também se vai constituir enquanto expansão dos significados da imagem de Deus, em graça e amor. “Ele soprou” traduz o fato de que as coisas do intelecto e do coração expressam-se através dos órgãos da fala, em especial, garganta e boca, que possibilitam o sopro. Nefesh como substantivo ganhou vários sentidos, sendo garganta um deles, e assim é usado em Provérbios 23.2, quando diz “põe uma faca à tua garganta, se fores uma pessoa de grande apetite”. A garganta ou goela é por onde entra e sai a respiração, o ar. O ser vivente, então, ganhou a designação nefesh, ser respirador. No caso do humano refere-se basicamente à forma que o espírito e a inteligência, sem forma em si, assumiu ao animar o corpo.[3] Esse padrão simboliza a interioridade da natureza humana.
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Portanto, para que o humano possa dar intensidade e profundidade a sua inteligência precisa de amor e graça, que nascem da interioridade de Iaveh. Em Gênesis 2.7, “ele soprou” significa que Aquele que soprou o fez numa determinada direção e com objetivo definido. Aqui, direção e objetivo traduzem destinação. Esse é o destino do humano: ter sua nefesh integralmente saciada por seu Criador e a partir daí relacionar-se com Ele, com o universo, com seus semelhantes e consigo mesmo. Nesse caso, temos uma nefesh em equilíbrio, plena do Espírito de Deus, o que se traduz em integridade holística, pluralidade social, sabedoria, conhecimento e abertura à transcendência. A ruptura dessa integridade produz alienação, individualismo, descrença, ignorância e idolatria. A antropologia da nefesh em Gênesis nos fala sobre a imagem de Deus e nos dirige a uma pesquisa teológica do humano, da humanidade, da pessoa e da comunidade, da pessoa e da ordem social, da pessoa enquanto excluído, da pessoa enquanto eleito, da humanidade e seu destino, ou seja, da vida para o mundo, do amor para o próximo e da criação para todos. Diante disso, devemos nos perguntar que princípios podem nortear tal pesquisa teológica? Sem dúvida, o princípio arquitetônico, enquanto revelação, fé objetiva, base e eixo da teologia. E logicamente o princípio hermenêutico, ou seja, a interpretação dos aspectos históricos e lingüísticos dessa revelação. Devemos partir, logicamente, da razão filosófica, que produz ordenação, mas não devemos esquecer a razão científica, enquanto leitura fenomenológica da natureza da antropologia e nem da razão ordinária, enquanto universalidade do senso comum. É bom lembrar, que toda análise metodológica, consciente ou inconscientemente, no correr da história da teologia, tem levado inexoravelmente a diferentes compreensões do fato teológico. Isto porque o princípio arquitetônico depende do que colocamos como base da estruturação geral da revelação e porque o princípio hermenêutico parte sempre de uma ou de múltiplas visões filosóficas que podem ser utilizadas como instrumentos de interpretação da história da revelação. Ou seja, quer queiramos ou não, a ideologia define a hermenêutica, pois o saber sempre está sob o risco de ser arrebatado
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pela ideologia, já que a ideologia permanece à espreita enquanto código de interpretação. Enquanto intelectuais temos amarras, pontos de apoio, somos transportados pela substância ética.[4] Aqui reside a dificuldade, toda teologia é transitória. Reflete um momento de compreensão da revelação e de sua história. Mas, em nosso trabalho, utilizaremos a antropologia que as Escrituras nos oferecem como um instrumental hermenêutico para compreender o homo brasiliensis. Isto porque embora não seja antropologia, a teologia nos oferece um roteiro antropológico legítimo. No centro da fé cristã se encontra Jesus Cristo, Deus e ser humano, revelador do divino e do humano. E se a teologia fala da divindade, ela fala a homens e mulheres, fala sobre um Deus que encarnou e que ama os homens e mulheres. Está a serviço do humano.[5] Não podemos fugir a essa realidade, por isso, teologicamente, nosso objetivo é fazer a partir da própria compreensão do humano uma leitura da imagem de Deus que responda aos questionamentos e necessidades teológicas das brasilidades. No livro das origens lemos: “agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo chão”. (Gênesis 1.26). Ora, se todo o universo é o mundo do ser humano, conforme afirmam os dois relatos da criação e o salmo oito, em que sentido o ser humano é a imagem de Deus? Como Deus conferiu ao humano essa correspondência? A partir da antropologia bíblica podemos ver que em primeiro lugar o homo sapiens é fruto de uma intervenção de Deus. Há uma concessão de encargo que diferencia o ser humano do resto da criação. Ele é apresentado como um momento sublime, especial, como um ser que coroa toda a ação criadora de Deus. Ele recebe responsabilidade e poder de decisão. Em relação a esta discussão, considero elucidativa a exposição que apresenta a imagem de Deus através de três concepções: substantiva, ou seja, física e psicológica; relacional, ou seja, com um tropismo à transcendência e possibilidade de relacionamento com Deus; e funcional, que se dá através da ação cultural do ser humano.
Acredito, porém, que privilegiar uma dessas concepções em detrimento das outras duas é perder a riqueza do ser humano enquanto imagem de Deus. Por isso, aqui correlacionamos as três concepções, já que formam uma totalidade. Em segundo lugar, Deus deixa claro a finalidade da decisão de criar um ser pessoal, segundo sua imagem. Tal ser deverá ter uma relação especial com o restante da criação. Deus cria e entrega ao ser humano sua criação. Este ser pessoal deverá estar sobre ela, numa relação de trabalho, produção e administração. O ser humano relaciona-se com a criação e através do uso e de suas descobertas em relação a ela, mantém uma permanente relação com Deus. Em terceiro lugar, a imagem de Deus é traduzida na relação que mantém com as criaturas, já que é uma relação de domínio. Ele reina sobre o universo produzido pelo poder criador de Deus. Mas aqui há um detalhe sutil: este direito de domínio não lhe é próprio, ele reina enquanto imagem de Deus. Ele não é proprietário, nem tem autonomia irrestrita sobre a criação. Imagem de Deus traduz também abertura à transcendência. Aqui estão dados os elementos que nos permitem entender porque faz parte da humanidade o abrir-se à transcendência e viver com ela. Há um deslumbramento permanente diante do absoluto, do sobrenatural e do mistério. Estamos diante de um ser que pode pensar o que não está aqui e agora, e que pode refletir sobre o que vai além da realidade factual. E é por poder pensar tais realidades que não podem ser vistas, que o ser humano enquanto imagem de Deus pode refletir sobre a eternidade e relacionar-se com o transcendente. Assim, ao ser feito imagem de Deus, o próprio Deus transfere à humanidade a capacidade de relacionar-se com Ele. Adão é um ser plural. Esse ser humano de que fala Gênesis 1.26, que deve ser uma imagem de Deus, não é uma pessoa em particular, pois a continuação do texto fala que eles dominem. Assim, estamos diante da criação da humanidade e o domínio do universo não é dado a uma pessoa, mas a comunidade dos homens. Ninguém pode ser excluído da autoridade de domínio dada por Deus à humanidade. Da mesma maneira, em Gênesis 1.27 temos uma outra característica fundamental dessa mesma humanidade: ela é formada por homens e mulheres. Para alguns teólogos, como Karl Barth,[6] tal explicação de Gênesis 1.27b, de uma humanidade formada por dois sexos, é apresentada
por Deus “quase à maneira de definição”. Logicamente, há uma intenção para que o texto bíblico se aprofunde em tais minúcias. É a de apresentar como o universo criado deveria ser administrado: através da convivência de seres que se completam e se amam. Ou seja, esse ser plural só poderia exercer o domínio através da comunidade, completando-se como homem e mulher. E para onde aponta o domínio? Todo o universo é o mundo do ser humano, por isso há a total desmitização da natureza. Não há astros divinos, terra divina, nem animais divinos. Todo o universo pode tornar-se o ambiente do ser humano, seu espaço, que ele pode adaptar às suas necessidades e administrar. E como ele consegue isso? Através da cultura, enquanto processo social e objetivo de sujeição da natureza, e através da necessidade de expansão e domínio, pessoal e subjetivo, que é peculiar a todo homem e mulher livres. Mas, o afastamento de Deus fez com que a humanidade perdesse sua capacidade de ser imagem de Deus viva e eficaz. Seu caráter inicial está distorcido e o mal perpassa todas suas ações. Assim, o ser humano lançou-se ao domínio de seus iguais, inclusive através do derramamento de sangue; suprimiu o equilíbrio e a mútua ajuda entre homem e mulher; mitificou a ciência e técnica; e lançou-se à destruição da própria natureza. Cristo é “a verdadeira imagem do Deus invisível” (Colossenses 1.15, cf. 2 Coríntios 4.4) e a Ele cabe fazer, a nível escatológico, aquilo que à humanidade tornou-se impossível. “Foime dado todo o poder no céu e na terra, por isso, indo, fazei discípulos em todas as nações...” (Mt 28.18).
Notas [] Nelson Kirst, Nelson Kilpp, Milton Schwantes, Acir Raymann, Rudi Zimmer, Dicionário Hebraico Português & Aramaico Português, São Leopoldo/Petrópolis, Sinodal/ Vozes, 1988. Verbete: vpn, p. 159. [2] Raphaël Draï, La Pensée Juive et L’Interrogation Divine, Exégèse et Épistémologie, Paris, Presses Universitaires de France, 1996, p. 414. [3] L. Byron Harbin, Teologia do Antigo Testamento (apostila), São Paulo, Faculdade Teológica Batista de São Paulo, 1997, p. 32. [4] Paul Ricoeur, Interpretação e Ideologias, RJ, Francisco Alves, 1990, pp.94-95. [5] Antonio Manzatto in Teologia e Literatura, São Paulo, Edições Loyola, 1994, p. 41. [6] Citado por Hans Walter Wolff, in Antropologia do Antigo Testamento, São Paulo, Edições Loyola, 1975, p. 215. Fonte Jorge Pinheiro, Teologia Bíblica e Sistemática, o ultimato da práxis protestante, São Paulo, Fonte Editorial, 2012, pp. 214222. Revista Revista Vigial Vigial Virtual Virtual | número | número 6 . outubro 7 . outubro 2016 2016 | |
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Dicas para um ministério relevante e eficaz Pr. Evaldo Rocha “De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade”. I Co 12.18 1. Saiba qual é o foco de seu ministério: visão e missão. Visão (o que seu ministério deseja ser) – Missão (o que seu ministério deseja fazer). Como servo de Deus você precisa trabalhar dentro da proposta de seu ministério. Precisa estar focado e alinhado com a equipe e com seu líder. Precisa estar concentrado em sua área de trabalho ou serviço. 2. Edifique pessoas e glorifique a Deus. Os filhos de Deus precisam avaliar sempre o que fazem e porque fazem. Charles Swindoll afirma: “Deus está pronto a abençoar certos líderes que de fato não se importam com quem recebe a glória”. Edificar pessoas e glorificar a Deus é o maior teste de um ministério.
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3. Esteja consciente de que vai falhar. Como servo de Deus você deve trabalhar sua mente que mesmo fazendo o máximo irá falhar. Uma coisa é falhar e outra é ser negligente. Assim, faça o seu melhor para Deus e aprenda com suas falhas. Pergunte: “O que posso aprender com isso?”; “Como posso ser mais eficiente da próxima vez?”; “O que devo mudar?”. 4. Busque oportunidades para se atualizar. O servo de Cristo deve ler (livros), participar de treinamento (cursos, seminários, oficinas, conferências etc). Investir em seu crescimento. Praticar os hábitos da maturidade (oração, leitura bíblica, comunhão, dedicação etc.) Saiba que você está em crescimento como discípulo. Verifique qual tem sido seu crescimento ao longo dos anos. 5. Seja um motivador. Cada cristão deve ser um encorajador. Deve influenciar positivamente. Principalmente aqueles que lideram no Senhor. Charles Swindoll alerta: “Você lidera alguém se o influencia”. E ainda como afirma J. Oswald Sanders: “Um princípio geral de liderança é que só podemos influenciar e liderar outros até o ponto a que nós mesmos chegamos”. Então, motive e influencie através de sua vida. 6. Fuja da visão pretérita. Alinhe-se com a visão de seu pastor e de sua igreja. Não fique falando sozinho. Saiba como as coisas estão acontecendo e qual é a orientação que está sendo dada. Não olhe para trás e sim para frente. Modifique sua postura quando esta não contribui para o bem de todos e para o sucesso do corpo de Cristo. Este é um novo tempo e o melhor está por vir! 7. Tenha vida antes de servir. O ministério precisa ser formado por pessoas sérias com Deus. A Bíblia nos coloca um padrão elevado. Você deve servir, mas deve verificar no que você está se transformando. Sua autoridade não está em sua agenda semanal, mas em sua vida diante de Deus e dos homens. Viva para a glória do Pai! Pr Evaldo Rocha http://www.evaldorocha.com/blog
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A escola que
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devemos faltar Pr. Antonio Carlos de Lima A escola é uma instituição na qual nos alistamos para instrução. Há inúmeros saberes dos quais as pessoas se apropriam quando terminam seus cursos. Isso implica dizer que a escola contribui para formar aqueles que fazem parte de seu rol. A falta às aulas significa que o matriculado pode ficar reprovado, segundo critério estabelecido pela instituição. Além da reprovação por falta, o aluno se subtrai dos ensinamentos que são passados no contexto das aulas, que não voltam mais.
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A pergunta que podemos fazer a nós mesmos é a seguinte: Estou valorizando esse importante segmento de minha igreja? Estou valorizando o investimento que minha igreja faz em literatura, para que tenhamos uma boa escola? Eu faço parte da relação de faltosos? Numa instituição de ensino quando os alunos não valorizam, faltam, eles estão imediatamente reprovados. Em nossas escolas cristãs não temos esse tipo de avaliação cirúrgica. Mas será, com sinceridade, que não estamos sendo reprovados? Aqueles que não estão matriculados estão reprovados. A reprovação é vista na vida dos alunos ausentes, e dos não matriculados, gente que não se dá ao conhecimento e prática da Palavra de Deus. São aqueles que diante da tentação cedem ao seu engodo. Nem Jesus se considerava acima da Palavra de Deus, por isso a estudava. Ele precisava dela para vencer as astutas ciladas do demo. No deserto quando tentado pelo Diabo, venceu-o com a Palavra de Deus. No deserto por três momentos Jesus foi tentado, nos três momentos a Palavra de Deus foi usada para repreender o maligno. Em toda a sua réplica ele disse: Está escrito – se está escrito, então o texto era lido por ele – (Mt. 4: 1-11). Eu devo muito a Escola Bíblica Dominical, fui matriculado nela a partir dos dez anos de idade. Ao longo da caminhada o ensino da Palavra de Deus moldou o meu caráter, tem me dado razão para viver em cada amanhecer. Amemos a escola que ensina a Palavra de Deus!
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Igreja Batista em Parque das Flores São Paulo-SP
A B R A Ç A
a Comunidade REPORTAGEM FOTOGRÁFICA Muito difícil escrever sobre a Igreja Batista em Parque das Flores sem se emocionar. Se Deus permitir irei escrever nas próximas semanas. Por enquanto as fotos retratam um pouco do que é uma agência do Reino que se preocupa mesmo com os menos favorecidos... são tantas ações, registro uma. Vital Sousa, redator
Pastor Mozart Barbosa Alves, pastor da Igreja Batista em Parque das Flores e sua esposa.
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Igreja Batista em Parque das Flores São Paulo-SP A B R A Ç A a Comunidade REPORTAGEM FOTOGRÁFICA Anote os dados da igreja, a ONG fica ao lado da igreja: Endereço: Rua dos Cravos, 117 - Parque das Flores, São Paulo - SP CEP 08391-290 - Telefone: (11) 2753-0531
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