SUPER
vigiai Informativo Evangélico Edição 08 www.vigiai.net
Lara Marques Papo de Jovem
A
grande escolha
Virtual
Sumário 1 - Capa - Lara Marques 2 - Sumário 3 - Abrace o Ministério Vigiai 4 - Editorial 5 - Comunicado e Expediente 6- Lara Marques - Papo de Jovem - “A grande escolha” 10 - Zaqueu Moreira de Oliveira - “Almas perfumadas” 12 - Parceiro da SuperVigiai Rede Batista de Educação
23 - Parceiro da SuperVigiai Marco Wanderley 24 - Geraldo Terto - “Cremação” 26 - Alonso S. Gonçalves “Pastoral urbana: Um desafio aos batistas”
28 - Josneide Jeanne - “O trabalho como adoração a Deus” 30 - João Pedro Gonçalves Araújo - “A laicização da teologia” 34 - Convenção Batista Carioca
42 - Parceiro da SuperVigiai Casa Abrigo Boto Rosa - Casa de apoio para criança com câncer 44 - Luiz Fernando R. de Souza 45 - Jonas de Oliveira - “Novos tempos na educação ministerial batista” 46 - Moizes de Oliveira - “O milagre da maquiagem” 48 - Joílton Oliveira - “Igreja reativa ou circunstancial diante ao envelhecimento” 50 - Primeira Igreja Batista de Santos
13 - Parceiro da SuperVigiai Editora Cristã Evangélica
35 - Parceiro da SuperVigiai Editora Cristã Evangélica
14 - Lécio Dornas - “Atestado de loucura - O ministério pastoral como uma onda gigante”
36 - Junta de Missões Mundiais
51 - Carlos A. M. Fernandes “Investir na família”
38 - Parceiro da SuperVigiai Rede Batista de Educação
52 - Entrevista - André Bahia “Por um novo Haiti”
18 - Ed René Kivitz - “Dar dinheiro na igreja”
39 - Parceiro da SuperVigiai Editora Cristã Evangélica
57 - Lar Batista de Crianças
20 - Gilberto Garcia - “Os Ministros Religiosos, o Charlatanismo e Curandeirismo”
40 - Parceiro da SuperVigiai Marco Wanderley
22 - ANAMEL
41 - Ozéas Dias Gomes - “Líderes aprendem Aprendendo com Jesus”
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58 - Reforma Protestante Cleverson Kauffman Bigarani “Vida cristã livre para Deus” 59 - Reforma Protestante - Heber Aleixo 60 - Convenção Batista Carioca
! i a i Vig
Abrace o Ministério Vigiai! O Ministério Vigiai não é só comunicação. Faz missões, literalmente, dando apoio à Cristolândia-SP (já entregamos mais de 40 mil peças de roupas nos últimos cinco anos), entre outros projetos. E faz da comunicação missões. Mas veio a crise econômica brasileira e os recursos para fins de publicidade desapareceram. Optamos por dar mais ênfase ao trabalho virtual. Caso você queira abraçar o Ministério Vigiai entre em contato pelo e-mail: vital.sousa@gmail.com e participe das nossas revistas virtuais; veja as capas abaixo: Semanal e Dia a dia. Ore pelo Ministério Vigiai!
Revistas Vigiai: informação e formação!
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Editorial
A nova Vigiai Boa semana. Estou fazendo apenas uma pequena adaptação no final, pois este editorial é da revista impressa Vigiai 21 que estará indo para gráfica no começo da próxima semana. A nossa revista renasce. A ideia durante o último trimestre foi de trabalhar somente na web, deixando de vez o projeto impresso. Com a crise as parcerias se tornaram escassas, os patrocínios diminuíram e os custos aumentaram. Resultado normal da equação: Fim de projeto. Pedimos orientação ao Senhor, otimizamos os custos e com alguns apoios o projeto avança, sem dar lucro, mas não acaba. Mas alguns custos terão que ser suprimidos e um deles será o apoio ao projeto “Cristolândia-SP”. Durante mais de cinco anos estive levando alimentos e principalmente roupas usadas, ultrapassando a casa de 40 mil peças. Bem sei que eles precisam muito de roupas usadas, mas os custos de locomoção inviabilizam a participação. Obrigado ao povo querido da Cristolândia-SP, aos amigos e líderes, Pr. Humberto e irmã Soraya. Que Deus continue abençoando esse ministério que presta relevantes serviços ao Reino. Deus há de suprir. A revista está linda, é a nova Vigiai. Foi gratificante haver me dedicado a aprender o mínimo em diagramação, pois agora, a revista tem a cara do editor, para o bem e para o mal; não há desculpas e acredito que está se tornando bem melhor. Um novo lay-out, com mais cores, mas sem esquecer do essencial: a substância. A matéria principal é com o amigo e parceiro de sempre, Pr. Moizes de Oliveira, irmão de verdade. Uma entrevista direta, sem rodeios, onde o conhecido homem de Deus externa seus pontos de vista de
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Vital Sousa, editor
forma elucidativa, de como vê o cenário batista, na contemporaniedade. Confesso que, no primeiro momento tive um certo receio com a repercussão da fala do amado pastor, mas analisando-a melhor, sei que a maioria de nossos leitores fará a leitura como eu fiz e a entrevista servirá como um alerta, uma preocupção genuína com o bem da Causa de Deus no meio batista. É preciso se colocar no coração do Pr. Moizes de Oliveira para poder sentir as suas palavras proféticas, sentimentais, mas, sobretudo, sábias. Pr. Exequias e Missionária Maria Helena também foram entrevistados, é uma melodia dos céus ouvir e compartilhar as palavras deste casal de Deus. Bela experiência de vida. Um refrigério. Quem é o Pr. Eber Silva? Amigo, com certeza. Solidário, humano, gentil. Eber Silva é gente. Novos articulistas dão o tom e um novo sabor à Vigiai. Vencendo obstáculos e com carinho, aí esta a Vigiai de novembro. Deveremos ter ainda em novembro ou dezembro uma edição especial para ANAMEL - Associação Nacional dos Magistrados Evangélicos que fará um Congresso em Salvador - meados de novembro - e a Vigiai estará presente. Deus é bom! Boa leitura. COMPLEMENTO PARA SUPERVIGIAI VIRTUAL 8 A Revista Vigiai semanal de domingo, Vigiai Virtual, agora é SuperVigiai porque passou para 60 páginas. E uma página só de índice que é uma auto-apresentação. A revista será reprisada ao longo da semana nas mídias Vigiai e parceiras, mas se tiver um tempinho, leia a revista na íntegra, está linda e com muita substância.
COMUNICADO
Roupas usadas para Cristolândia-SP.
Apesar de ter sido cancelado o transporte de roupas usadas, inclusive um grande lote da Igreja Batista no Bonfim foi descartado no começo desta semana; em caráter excepcional vamos levar a remessa da Primeira Igreja Batista de Caçapava na próxima terça-feira, 01.11.2016, com mais de 1.000 peças. Ore e seja parceiro do Ministério Vigiai para que este serviço seja reativado.
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Editor e diagramador Jornalista Vital Sousa Mtb-SP 63.588 E-mail: vital.sousa@gmail.com facebook.com/vital.sousa.3 Produção Ministério Vigiai.net www.vigiai.net vigiai.net@gmail.com Contatos E-mail: vigiai.net@gmail.com facebook.com/vital.sousa.3 Caixa Postal 207 - Taubaté - SP CEP 12010.970 Para mais de um milhão de internautas
vigiai Informativo Evangélico Edição 08 www.vigiai.net Outubro de 2016
Criação Fabiano Sousa (In Memoriam) Jornalista e Designer Mtb-SP 66.300
Nota Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos seus autores, e não representam necessariamente a opinião do Informativo. É proibida a reprodução total ou parcial de reportagens, entrevistas, artigos, ilustrações e fotos, sem a prévia anuência dos titulares dos direitos autorais. “Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.” (Mateus 24:42-44) Revista SuperVigial Virtual | número 8 . outubro 2016 |
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Papo de jovem
A GRANDE ESCOLHA
Lara Marques
A nossa vida é repleta de escolhas. Tudo o que fazemos e o que somos é feito de decisões. Isso acontece desde a infância, quando decidimos obedecer à professora, ou não. Ainda que as consequências acabem nos induzindo a algumas escolhas, o fato é que a decisão de fazer ou não fazer é inteiramente nossa. Quando crescemos, as nossas decisões começam a gerar consequências mais sérias e cada vez mais difíceis de reverter. Passamos a escolher a roupa que vamos vestir, o que vamos comer, a que horas voltaremos para a casa e, enfim, nos deparamos com uma escolha de extrema importância: com quem vamos nos casar. A boa notícia é que, hoje em dia, temos tempo para decidir isso; mas se pararmos para pensar bem, outras questões têm feito com que nós, jovens, tenhamos que tomar decisões de extrema importância ainda quando não sabemos nem escolher a roupa pra ir ao cinema com os amigos. Os tempos têm evoluído, os pensamentos têm evoluído. A escolha do casamento têm ficado pra depois, mas há outras questões tão, ou quase tão importantes quanto à escolha do matrimônio que têm tirado a paz dos jovens, no nosso tempo. Mal saímos de uma adolescência despreparada e devemos escolher um líder político para o nosso país – é claro que existem jovens de opinião já formada, que têm total preparo para escolher um líder político, mas estes são a minoria. Este é um exemplo, mas é claro que a questão não é essa. O fato é que, conforme crescemos, as nossas decisões vão se tornando cada vez mais relevantes. E essa tão discutida reforma do ensino médio está nos trazendo, ainda na adolescência, mais uma decisão de extrema importância, levando alunos recém-saídos do ensino fundamental a decidirem sua área de atuação; mas a questão aqui não é se está certo ou não; o que eu quero que reflitamos é: Será mesmo necessário decidir isso tão cedo?
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Ora, se antigamente, ainda na juventude, o indivíduo tinha que pensar e planejar uma vida a dois, hoje nós, ainda jovens, temos que encarar decisões de um outro casamento: a nossa profissão. Digo isto porque, ao começar a trabalhar, deveremos fidelidade à nossa profissão, a ela teremos que nos dedicar na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença, trazendo-nos, ela, riquezas ou nos levando à completa pobreza. Ela estará conosco e nós estaremos com ela durante boa parte de nossa vida. Essa pressão toda faz com que muitos jovens façam escolhas erradas e acabem se frustrando; e um outro problema, igualmente preocupante, decorre disso: nós, jovens, sentimos que simplesmente não podemos parar. Até mesmo um período para refletir e decidir com mais clareza a área em que queremos atuar no mercado de trabalho é tido como perda de tempo. O maior problema de todos vem daí. A sociedade e a própria evolução das coisas nos faz acreditar que o tempo que temos deve apenas ser usado para preparação, para que entremos equipados no mercado de trabalho. E no meio disso tudo, cabe refletir “Onde se encaixa o nosso tempo com Deus?” A resposta é simples e bem dura: Nesse sistema, no qual estamos encaixados não há tempo para Deus. Não há, sequer, a necessidade de consultar a Deus para as tomadas de decisão. Nós postergamos a leitura bíblica para dar prioridade aos livros de leitura obrigatória dos vestibulares, trocamos as pregações por palestras motivacionais, o horário de ir para o culto é substituído por horas a mais de estudo. Não que haja algo de errado em se dedicar à conquista profissional, mas não devemos dar a ela o lugar que deveria ser ocupado por Deus em nossa vida; porque é isso que profissão é no atual sistema: nosso deus; e, ao que parece, devemos busca-la com toda dedicação e devoção.
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Estamos vivendo em uma sociedade doente, onde você pode até não ter Deus, mas ai daquele que não tem uma profissão. Os verdadeiros valores estão sendo esquecidos e o que vale agora é uma promoção dentro da empresa. E nós deixamos passar batido o fato de que sem Deus nós não somos nada e não conseguimos nada; e que de nada valem as riquezas acumuladas na terra e de nada vale a melhor colocação no vestibular. A enorme cobrança que os jovens do nosso tempo têm sofrido, leva a uma dedicação desmedida ao desenvolvimento intelectual e às conquistas por mérito próprio. Lamentável é constatar que estamos ficando ainda mais doentes, pois parecemos nutrir um amor pelo inalcançável. Estamos sempre à espera de um futuro que nunca chega. Nós não sabemos mais aproveitar as felicidades durante o percurso até a conquista da vida profissional. Quantas vezes deixamos de comemorar alguma conquista porque a encaramos meramente como uma parte de um processo em busca de “algo maior”? E quantas vezes não deixamos de encarar uma nota alta na escola como uma realização, mas a vemos como um passo a mais rumo a uma realização? O fato é que a ânsia pelo futuro nos leva a deixar de perceber os nossos anos estudantis como uma vida.
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Algo semelhante tem acontecido em nossa juventude em relação às decisões tomadas no âmbito espiritual: os jovens querem estar com Deus, em um futuro distante, mas não querem viver com ele agora. O mundo atual nos tem feito pensar que não temos tempo para quase nada, por isso devemos escolher desde cedo uma profissão e trabalhar por ela. A única decisão para qual o mundo nos faz acreditar termos tempo para tomar é a decisão de estar com Deus. Afinal, as portas de emprego se fecham, mas Deus está sempre ali esperando. Não nos deixemos enganar por essas palavras; sejamos jovens sábios como Daniel, Ester, Davi e tantos outros que, como nós, passaram por decisões cruciais, mas não deixaram de, antes de tudo, fazer a escolha mais importante, que é a de estar com o Senhor, que é o nosso bem mais precioso e não deixaram de buscar o melhor lugar, que não é o primeiro lugar no vestibular ou uma sala de faculdade, mas a presença do nosso Deus. Se queremos estar com Deus depois da morte, decidamos, então, viver com ele durante o percurso. E não deixemos que a vontade de conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho seja maior que a vontade de entrar no Reino dos Céus. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus, e todas as demais coisas vos serão providenciadas.” (Lucas 12:31)
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ALMAS PERFUMADAS
Zaqueu Moreira de Oliveira
prejudicando a nossa saúde física, mental e espiritual, e ao mesmo tampo perturbando os que nos cercam. O fato é que facilmente perdemos a naturalidade da vida, o sabor e o perfume do Eterno que em nós existe. A fantasia do amor desaparece levando-nos a esquecer que perante Tal afirmação, atribuída por alguns a Carlos Deus somos crianças, e o Papai do céu se abaixa Drummond de Andrade[2], leva-nos a questionar: para com Ele desfrutarmos da segurança que Que tipo de perfume exalamos como cristãos? carecemos. Seria bom nos irmanarmos com Permitimos que o espírito de ressentimento, outros que,agindo como crianças, são capazes amargura, malquerença ou ódio invadam o nosso de comerpipoca na praça ou lambuzar o queixo ser? Se isso acontece, a podridão que nos domina no sorvete, mas sempre exalam o aroma do amor. irá influenciar negativamente os que estão ao nosso derredor. O escritor aos Hebreus exorta: Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus “Ninguém seja faltoso, separando-se da graça de acendeu no céu […]. Ao lado delas, a gente não Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, acha que o amor é possível, a gente tem certeza. brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos […] Com elas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de sejam contaminados” (Hebreus 12.15b). rostinho colado. E a gente ri grande que nem Sempre que nos entregamos ao desânimo, ou à menino arteiro[3]. tristeza, decepção, intriga ou inimizade, estamos Em linguagem poética, Ana Cláudia Saldanha Jácomo[1] escreveu “Almas perfumadas”, em que diz: “Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta, de sol quando acorda e de flor quando ri”.
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O que nos leva a sentir esta atmosfera de bem-estar, a ponto de vivermos as delícias exaladas pelas flores em um jardim edênico? Nada mais, nada menos do que a graça de Deus. O termo grego traduzido por “graça” lembra atratividade, doçura, ou seja, o favor imerecido que Deus no seu infinito amor nos proporciona. E por que não aceitarmos e vivermos essa graça, para que espalhemos o maravilhoso aroma do ânimo, da fé, da paz e do amor que o Senhor nos proporciona? Conforme visto acima, a escritora lembrou a alegria do passarinho que canta, o brilho do sol ao
amanhecer e a beleza da flor, que mesmo na sua fragilidade exala agradável perfume. Adiante ela fala nas estrelas, que parecendo distantes, fazem-nos sentir o “cheiro” de seu brilho que transcende para a eternidade. A Bíblia apresenta Jesus como a ”luz do mundo” (João 8.12), que iluminou a nossa vida para que brilhemos (Mateus 5.16). Deus falou através do profeta Daniel: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12.3). O apóstolo Paulo recomenda
que, mesmo “no meio de uma geração pervertida e corrupta”, resplandeçamos “como luzeiros no mundo” (Filipenses 2.15). Permitamos viver Cristo, o Filho de Deus, cujo amor “excede todo entendimento” (Efésios 3.19), pois só assim refletiremos o verdadeiro cristianismo. Que jamais exalemos o “cheiro de morte para morte”, e sim o “aroma de vida para vida” (II Coríntios 2.16). Como cristãos, cumpre-nos brilhar com a alma perfumada, sabendo que “somos para com Deus o bom perfume de Cristo” (II Coríntios 2.15a).
[1] JÁCOMO, Ana Cláudia Saldanha. In: Releituras: novos escritores. Disponível em: . Acesso em: 08 jan. 2012. [2] ALMAS PERFUMADAS. In: Canto da poesia. Disponível em: . Acesso em: 08 jan. 2012. [3] JÁCOMO, op. cit., 2012. http://zaqueudeoliveira.blogspot.com.br/
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metros e cada surfista que entra numa onda assim, arrisca a vida. O Brasil já tem vários big riders famosos. Mas merece destaque o pernambucano Carlos Burle, que desceu a maior onda . já surfada em Maverick’s, norte da Califonia, EUA, em 2002. Imaginem vocês que este brasileiro de 35 anos ( na época com 31 aninhos ) foi rebocado pelo seu companheiro Eraldo Gueiros e desceu uma onda de cerca de 22 metros. O esporte é tão perigoso que um site na internet recentemente divulgou o seguinte: “Os principais riscos aos quais os atletas estão sujeitos é desmaiar por falta de ar e conseqüentemente morrer afogado, cair de mal jeito – nada agradável quando a velocidade alcançada pode chegar até 80 km/h – e deslocar ou quebrar algum membro.
Atestado de loucura O ministério pastoral como uma onda gigante Partindo para a onda...
Lécio Dornas*
Talvez muitos de vocês nunca ouviram nada a respeito, mas o grande lance hoje para quem curte o Surf e os esportes nas águas é o tow-in ( literalmente “rebocado para dentro”, ou ‘surf rebocado’ como é conhecido aqui no Brasil ). O esporte é uma verdadeira loucura, com uma descarga de adrenalina sem precedentes na história do esporte universal. Veja só como é o negócio: Um atleta conhecido como big rider, é levado na carona de um jet ski, ao topo de uma onda gigantesca de onde desce surfando. O esporte é praticado em ondas de cerca de 6
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Bater no fundo de coral e sofrer lacerações, rodar com o lip (parte superior da onda) e no impacto contra a água, quebrando o pescoço ou qualquer outro osso, são outras ocorrências comuns. Por causa disso tudo, os atletas assinam um termo de responsabilidade antes de entrar no mar. Os mais brincalhões dizem que é o famoso “atestado de loucura” (www.terra.com.br/agibin/index_frame/ jovem/falaserio/ , no ar em 9 de março de 2006 ). Você assinaria um atestado desses e se aventuraria na prática de um esporte como este que promete lhe proporcionar muita emoção e indescritíveis experiências emocionais e sabe-se lá de quantas outras naturezas? Muito bem, mas é exatamente isso que cada pastor faz ao assinar o termo de posse e assumir a liderança de uma igreja local. Normalmente ele é rebocado até aquela posição pelo seu prestigio, por sua reputação, por sua experiência em outros ministérios etc, situações e eventos usados pelo jet ski de Deus para conduzi-lo ao ponto de onde ele vai enfrentar a maior e mais fascinante aventura de toda sua vida: pastorear uma igreja local.
Atestado de loucura O ministério pastoral como uma onda gigante
Lécio Dornas*
As igrejas, como as ondas do mar, são diferentes umas das outras. De forma que a experiência em outras igrejas ajuda apenas como referencial, pois cada pastorado é uma nova e singular aventura. Há ondas maiores e menores, igrejas também... No mar as maiores são mais perigosas e muito mais desafiadoras; com as igrejas é um pouco diferente, o desafio e os perigos são basicamente os mesmos, embora saibamos que as igrejas grandes e antigas representam um universo menos conhecido por parte de quem as vê de fora, portanto, um perigo maior.
entender que o fato de você ser um pastor e aquela igreja desejar tê-lo como líder, não bastam para garantir o sucesso de um ministério. Veja estas dicas colhidas, não apenas da literatura do gênero, mas também de algumas dezenas de conferências, congressos e seminários que freqüentei no Brasil e no exterior e, sobretudo, da avaliação que tenho feito da minha própria experiência nesses quase vinte anos como pastor sênior de igrejas de portes pequeno, médio e grande, que tive o privilégio de pastorear nos Estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso e, atualmente, Bahia.
A metáfora do surfista se preparando para ‘pegar’ uma onda, aplicada à liderança da igreja, foi usada por Rick Warren em seu best seller: “Uma igreja com propósitos” : “Pastorear uma igreja em crescimento, tal como surfar, pode parecer fácil para o leigo, mas não é. Requer destreza e competência” ( 1997, p.19 ). Em 1995, quando Rick Warren publicou seu livro, o tow-in tinha acabado de ser mostrado ao mundo, através de cenas do filme Endless Summer II, mostrando surfistas sendo rebocados por jet sky a ondas gigantes. O filme é de 1994, provavelmente o ano quando “Purpose-Driven Church” estava sendo escrito. Assim hoje, 11 anos mais tarde, com o towin ocupando o lugar de mais nova moda no desafio às ondas, podemos alargar o conceito de Rick Warren e olhar para o pastorado de uma igreja local como uma operação de alto risco, que só não vitima quem está devidamente preparado, suficientemente equipado e satisfatoriamente cercado de todo aparato de segurança disponível.
Então, antes de dizer sim a um convite e antes de assinar o termo de posse, que é o nosso atestado de loucura, reflita sobre estas dicas de pastor para pastores: 1. Deixe Deus ser o seu rebocador! No tow-in, tudo começa com a escolha de um bom rebocador. Um atleta experiente parte para uma onda gigante no jet sky conduzido por uma pessoa de sua inteira confiança e de grande afinidade. Ao assumir a liderança de uma igreja, não pule na garupa de qualquer jet sky para ser rebocado ao seu pastorado. Cuidado, muito cuidado, com as manobras, os jeitinhos, as “amizades”, os interesses denominacionais etc. Só aceite ser rebocado pelo Senhor que te chamou e te sustenta no seu ministério. “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério.” (I Timóteo 1:12 – RA). Quando Deus é o seu rebocador, você pode assinar com tranqüilidade o termo de responsabilidade e enfrentar a onda gigante do seu novo ministério. Você será abençoado.
Não é raro vermos pastores deixando ministérios esmagados, emocionalmente com pescoço quebrado, psicologicamente com membros fraturados e eventualmente, com a fé abalada. Tudo por que assinaram um atestado de loucura sem as devidas precauções. Neste artigo, o foco é precisamente lançado sobre os cuidados que um pastor precisa ter ao aceitar o desafio de pastorear uma igreja local. É necessário
2. Tamanho não é documento, olho na missão! Não se deixar impressionar e muito menos intimidar com o tamanho da onda é outro segredo do sucesso no tow-in.
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É claro que o medo está presente, na verdade o medo exerce até um papel de manter o surfista alerta e ligado em tudo à sua volta, mas a questão toda não é o tamanho da onda, mas sim o estado do mar. Perceba que, por maior que seja a onda, será sempre uma gota quando comparada ao mar. Por isso o surfista deve concentrar-se em sua missão de surfar na onda e sair dela na hora certa, em segurança. Ao assumir a liderança pastoral de uma igreja local, mantenha-se no foco do cumprimento de sua missão: Pastorear o rebanho de Deus de forma a conduzi-lo a um crescimento saudável. Lembrese que sua tarefa não é fazer as coisas sozinho sozinho mas, sim equipar as pessoas da igreja para que elas realizem o ministério: “Foi Ele quem “deu dons às pessoas. Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja. Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo.”( Efésios 4:11, 12 – NTLH ). 3. Prepare-se e equipe-se adequadamente! Surfar numa onda de 6, 10 ou até 20 metros de altura, não é brincadeira e não pode ser levado na brincadeira. Não adianta nada querer ou sonhar em surfar uma super onda se você não se preparar para isso. Os grandes atletas das ondas chegaram lá depois de uma trajetória de treinamentos, cursos, participações em campeonatos menores; tiveram que aprender os mistérios do mar e os segredos das ondas, precisaram criar intimidade com aquelas ondas. Também precisam de equipamentos, que vão desde aqueles acessórios básicos até ferramentas mais específicas selecionadas a partir de cada realidade a ser enfrentada. Querer surfar grandes ondas sem estar preparado física, emocional e psicologicamente pode acabar em desgraça. Não é diferente no ministério pastoral, onde o obreiro precisa estar preparado física, emocional, psicológica, acadêmica e espiritualmente. A falta de preparo adequado numa dessas dimensões pode colocar a perder todo o sonho de um pastorado promissor. Ao assumir o pastorado de uma igreja local, tenha a consciência de que você precisa cuidar de sua saúde, do seu corpo, pois o desgaste é muito grande no exercício do pastorado. Mas o equilíbrio psicológico e emocional precisa ser nutrido e a qualidade da vida espiritual deve ser a mais elevada. Quanto ao equipamento, as ferramentas são as mais variadas, procure conhecer as estratégias e os recursos disponíveis. Atente para as experiências
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de outras culturas e realidades, aprenda o que está dando certo em todos os lugares, leia a respeito de novos modelos, filosofias de ministérios e sobre tudo o que tiver a ver com a igreja local. Seja um ‘devorador’ de livros e de artigos. Procure agregar à sua formação acadêmica, treinamentos e capacitações que possam ser úteis no seu ministério, seja um eterno aprendiz. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.” ( Efésios 4:13,14 – RA ). 4. Não se descuide da segurança! Segurança é a regra número um no tow-in. Em alguns lugares, como em algumas ilhas do Hawai, o tow-in só pode ser praticado por atletas que primeiro se submetem a um treinamento, onde significativa parte é dedicada ao aspecto da segurança. Há questões ligadas ao condicionamento físico, ao preparo par lidar com situações de perigo, aparato de segurança compatível com a periculosidade da manobra. Enfim, se o atleta se descuidar de sua segurança, pode se tornar vítima de seu esporte amado. O exercício do ministério pastoral também requer do obreiro que se cerque de medidas preventivas que lhe garantam a segurança necessária para liderar e abençoar seu rebanho como pastor. Algumas medidas o protegem como não tomar decisões isolado, não agir desconsiderando quem está junto, levar em conta a opinião de quem está te ajudando a remar no mesmo barco. Também é oportuno ficar ligado às armadilhas que o inimigo arma o tempo todo; quer nas finanças, ou no relacionamento com o sexo oposto; quer no trato com o poder, ou no lidar com a vaidade. Muito cuidado! Cada um tem seu ponto franco e o diabo acaba descobrindo... ali ele ataca ferozmente. Monte guarda e cerque-se de segurança. Já vi muitos caindo que, no passado, criticaram e caluniaram que caiu. Quando você tomar conhecimento que um outro pastor caiu em qualquer área de sua vida, ore por ele, ajude-o se puder; caso não possa, interceda por ele. Aprenda com a queda dos outros e tome providências para que o inimigo não faça de você a próxima vítima. “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes.” ( I Timóteo 4:16 – RA ) e ainda
“Eu trato o meu corpo duramente e o obrigo a ser completamente controlado para que, depois de ter chamado outros para entrarem na luta, eu mesmo não venha a ser eliminado dela.” ( I Coríntios 9:27 – NTLH ). 5. Não tente caminhar sozinho! O tow-in é um esporte impossível de ser praticado sozinho. O atleta de tow-in precisa desenvolver uma parceria com um outro atleta que o rebocará no jet sky até o topo da onda. É uma relação de confiança e de muita proximidade. Um acaba ‘lendo os pensamentos’ do outro, a sintonia vai ficando cada vez mais fina e quanto maior for a confiança um no outro, maiores são as chances de sucesso. Se a pessoa que atuar como rebocador for um estranho, a manobra será totalmente prejudicada. A idéia de companheirismo e de mentoria no exercício do ministério pastoral tem sido muito difundida em nossos dias. Graças a Deus hoje se dá muita ênfase nessa necessidade de que o pastor tem de ter alguém com quem contar no seu ministério e para quem contar os seus mistérios. É claro que existe muito pietismo e muita compreensão errada e exagerada do que vem a ser mentoria; mas o fato é que é um verdadeiro desatino querer levar sozinho toda carga emocional de um pastorado. Marcos Wunderlich é Consultor, palestrante, atua principalmente em Capacitação, Instrumentação e Implantação de Coaching e Mentoring em empresas e organizações, aliado aos processos de Gestão e Liderança de Alta Performance. Num artigo recente publicado na WEB ( http://www.consultores.com.br/ artigos.asp?cod_artigo=312 ), no ar em 10 de março de 2006), ele citou uma definição de mentoria cunhada pelo americano Jack Carew: “Mentoria é o ato de despertar as grandes possibilidades que existem nas pessoas”. Ser mentor não é vigiar o outro, tampouco subjugá-lo, mas sim despertar o outro para as suas potencialidades e valores; é fazê-lo ver onde pode chegar e deixá-lo fazer as própria escolhas e tomar as própria decisões, acompanhando-o de forma a garantir-lhe apoio e auxilio sincero e verdadeiro. Wunderlich comenta, no mesmo artigo, que “Tornar-se Mentor significa tornar-se um amigo do Mentorado, num relacionamento que pode se estender por longo prazo ( ... ). A Mentoria não é terapia, mas uma forma de autodesenvolvimento a partir das orientações do Mentor.” Ao assumir a liderança pastoral de um igreja local, eleja um parceiro de aração e compartilhamento, faça dele o seu mentor e se lance nessa tarefa de melhorar a cada dia em cada área de sua vida. Deixar-se mentoriar é declarar amor por você mesmo, é querer o próprio bem. “...toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério.” ( II Timóteo
4:11 ). Chegando à praia... Não resta a menor dúvida de que, de fato, assumir a liderança pastoral de uma igreja local é assinar um atestado de loucura. Porém, lembremos que “aquilo que parece ser a loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana”. ( I Coríntios 1:25 – RA ). E ainda que “Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco.”( I Coríntios 1:27 – RA ). Deus vai usar a loucura do Evangelho, através da loucura de ministérios pastorais locais comprometidos com os valores do Seu reino em nosso querido Brasil. Para tanto, não tenha receio de colocar em prática as estratégias e as idéias que o Senhor colocar em seu coração. Não sacralize os métodos e nunca canonize as estratégias, pois a graça e a sabedoria de Deus não são uniformes, mas sim multiformes ( I Pedro 4:10 e Efésios 3:10 ). Deixe Deus rebocar você para as ondas enormes e maravilhosas, desafiadoras e cheias de oportunidades e de bênçãos, como você jamais conseguirá imaginar. Esta é minha versão pessoal de Jeremias 33:33 “Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.” Que Deus nos abençoe em nossos minsitérios e, construindo sábias parcerias, partamos para a conquista de grandes ondas! *Lécio Dornas é o Pastor da Comunidade Brasileira da First Baptist Church Windermere, na Grande Orlando, FL. www.cbborlando.org
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Dar Dinheiro
Na Igreja Pr. Ed René Kivitz
Dar dinheiro na igreja tem sido uma prática cada vez mais questionada. Certamente, em virtude dos abusos de lideranças religiosas de caráter duvidoso e da suspeita de que os recursos destinados à causa acabam no bolso dos apóstolos, bispos e pastores, não são poucas as pessoas que se sentem desestimuladas a contribuir financeiramente. Outras tantas se sentem enganadas, e algumas o foram de fato. Há ainda os que preferem fazer o bem sem a intermediação institucional. Mas o fato é que as igrejas e suas respectivas ações de solidariedade vivem das ofertas financeiras de seus frequentadores e fiéis. Entre as instituições que mais recebem doações, as igrejas ocupam de longe o primeiro lugar na lista de valores arrecadados. Por que, então, as pessoas contribuem financeiramente nas igrejas. Não são poucas as pessoas que tratam suas contribuições financeiras como investimento. Contribuem na perspectiva da negociação: dou 10% da minha renda e sou abençoado com 100% de retorno. Tentar fazer negócios com Deus é um contrassenso, pois quem negocia sua doação está preocupado com o benefício próprio, doa por motivação egoísta, imaginando levar vantagem na transação. É fato que quem muito semeia, muito colhe. Mas essa não é a melhor motivação para a contribuição financeira na igreja.
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Há quem contribua por obrigação. É verdade que a Bíblia ensina que a contribuição financeira é um dever de todo cristão. A prática do dízimo, instituída no Antigo Testamento na relação de Deus com seu povo Israel foi referida por Jesus aos seus discípulos, que deveriam não apenas dar o dízimo, mas ir além, doando medida maior, excedendo em justiça. A medida maior era na verdade muito maior. Os religiosos doam 10%, os cristãos abrem mão de tudo, pois creem que não apenas o dízimo pertence a Deus, mas todos os recursos e riquezas que têm em mãos pertencem a Deus e estão apenas sob seus cuidados. Alguns mais nobres doam por gratidão. Pensam, “estou recebendo tanto de Deus, que devo retribuir contribuindo de alguma maneira”. Nesse caso, correm o risco de doar apenas enquanto têm ou apenas enquanto estão sendo abençoados. A gratidão é uma motivação legítima, mas ainda não é a melhor motivação para a contribuição financeira. Existem também os que contribuem em razão de seu compromisso com a causa, com a visão, acreditam em uma instituição e querem por seu dinheiro em algo significativo. Muito bom. Devem continuar fazendo isso. Quem diz que acredita em alguma coisa, mas não mete a mão no bolso, no fundo, não acredita. Mas essa motivação está ainda aquém do espírito cristão. Aliás, não são apenas os cristãos que patrocinam o que acreditam. Muitos são os que doam por compaixão. Não conseguem não se identificar com o sofrimento alheio, não conseguem viver de modo indiferente ao sofrimento alheio, sentem as dores do próximo como se fossem dores próprias. Seu coração se comove e suas mãos se apressam em serviço. A compaixão mobiliza, exige ação prática. Isso é cristão. Mas ainda não é suficiente. Poucos contribuem por generosidade e fazem o bem sem ver a quem. Doam porque não vivem para acumular ou entesourar para si mesmos. Não precisam ter muito. Não precisam ver alguém sofrendo, não perguntam se a causa é digna, não querem saber se o destinatário da doação é merecedor de ajuda. Eles doam porque doar faz parte do seu caráter. Simplesmente, são generosos. Gente rara, mas existe. O relacionamento com Jesus gera esse tipo de gente. Finalmente, há os que contribuem por piedade. Piedade, não no sentido de pena ou dó. Piedade, como devoção, gesto de adoração, ato que visa apenas e tão somente manifestar a graça de Deus no mundo. Financiam causas, mantém instituições, ajudam pessoas, tratam suas posses como dádivas de Deus, e por isso são gratos, e são generosos. Mas o dinheiro que doam aos outros, na verdade entregam nas mãos de Deus. Para essas pessoas, contribuir é adorar. Pr. Ed René Kivitz
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“Os Ministros Religiosos, o Charlatanismo e Curandeirismo”
Dr. Gilberto Garcia*
alguma coisa tem a obrigação de provar o que está alegando), ampla defesa (o direito do acusado de utilizar todos os recursos previstos na lei), o direito ao contraditório (a possiblidade do acusado provar inocência com contraprovas), o direito ao devido processo legal (a metodologia e os prazos da acusação e da defesa), o direito ao duplo grau de recurso (ser julgado, fora as exceções constitucionais, por duas instâncias); e, especialmente para os Cristãos, que estão adstritos a Preceitos Bíblicos, à luz do Livro de Deuteronômio 19:15, que regra o princípio da acusação baseada em duas ou três testemunhas, e, no Evangelho de Mateus 18:15-17, onde o Senhor Jesus estabelece a metodologia do processo de julgamento na Igreja. O Código Penal, artigo 283, tipifica o charlatanismo como: “Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível.” e o curandeirismo é definido como um delito comumente como crime contra a saúde pública, estabelecido no Código Penal, artigo: 284, através das seguintes ações exercidas: “(...) prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; usando gestos, palavras ou qualquer ou meio; fazendo diagnósticos. (...)”, sendo que o senso comum, o define como prática pseudocientífica, visando ludibriar ou enganar as pessoas, com o intuito de obtenção de benefício, inclusive financeiro.
F
oi divulgado pela mídia nacional a existência de uma carta onde supostamente uma Igreja Evangélica teria solicitado a seus fiéis que se passassem por enfermos curados, simulando milagres, o que foi negado pela liderança, e o assunto foi encerrado, até porque não foram achados estes fiéis, que, segundo a notícia propagada teriam participado desta suposta farsa religiosa; entretanto, se comprovada, tal atitude poderia ser criminalizada como uma fraude, o que alguns estudiosos tem denominado de “estelionato espiritual”. No Estado Democrático de Direito são assegurados aos cidadãos no que tange a acusações, seja em Organizações Privadas ou Órgãos Públicos: a presunção de inocência, (quem acusa alguém de
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O Código Penal, artigo 283, tipifica o charlatanismo como: “Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível.” e o curandeirismo é definido como um delito comumente como crime contra a saúde pública, estabelecido no Código Penal, artigo: 284, através das seguintes ações exercidas: “(...) prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; usando gestos, palavras ou qualquer ou meio; fazendo diagnósticos. (...)”, sendo que o senso comum, o define como prática pseudocientífica, visando ludibriar ou enganar as pessoas, com o intuito de obtenção de benefício, inclusive financeiro. Assim, o charlatão e o curandeiro são espécies de
“fraudadores”, que tem alto poder de persuasão, especialmente diante de pessoas em estado de vulnerabilidade física e/ou emocional, podendo ser alguém que pretensamente exerce uma atividade profissional na área de saúde e assegura cura para pacientes sem efetivamente poder garantila de forma cientifica; se aplicando, também, entre outros, aos ministros de confissão religiosa, seja o babalorixá candomblecista, monge budista, padre católico, pastor evangélico, rabino judeu, sacerdotisa umbandista, sheik mulçumano etc, se eventualmente, também, anunciarem a cura, que de igual modo não possa ser cientificamente comprovada, inclusive através de pericia médica. O Sistema Judicial Pátrio possui algumas premissas fundamentais inseridos na Constituição Federal que garante ao cidadão que é suspeito de alguma ilegalidade, daí a importância das investigações dos policiais, detetives etc, podendo ser indiciado se estas investigações tiverem fundamentos e provas, para então tornar-se acusado, quando o Ministério Público recebe do Delegado de Polícia Civil a investigação procedida, e, quando é o caso, apresenta contra o cidadão uma denúncia perante o Juiz, que, se recebida o transforma em réu, sendo, ato contínuo, convocando a apresentar sua defesa, para aí, ao cotejar as versões, julgar o caso trazido à justiça, e somente quando não couber mais qualquer recurso da condenação, ser considerado legalmente culpado pelo ordenamento legal. Por isso, uma pessoa se enganada, através do grande
poder de convencimento, sobretudo em razão de seu estado de vulnerabilidade, no anúncio (fazendo-a acreditar) de uma cura, seja por profissional de saúde, ministro de confissão religiosa, ou outra pessoa, é da competência do ofendido, ou seu representante legal, apresentar queixa na Delegacia de Polícia, acompanhada de provas robustas da alegada fraude do charlatão, tendo o cuidado de se resguardar com provas, sob pena, de responder criminalmente, como também previsto no Código Penal, por denunciação caluniosa, ou seja, acusar alguém sem provas, estando sujeito a sofrer por parte do levianamente acusado uma Ação Judicial de Indenização por Danos Morais. A Legislação Nacional assegura o “Segredo de Ofício”, artigo 154, Código Penal, garantido especialmente aos advogados, psicólogos e ministros de confissão religiosa, o direito legal de guardar silêncio, inclusive judicialmente, bem como, a proibição do compartilhamento de questões conhecidas em razão do exercício do ofício; a Constituição Federal estabelece que o Brasil é um Estado Laico, artigo 19, I, CF/88, (Não Existe Religião Oficial no País), e ainda, dispõe que é inviolável a crença e consciência do cidadão, artigo 5º, inciso: VI, CF/88, assegurando aos religiosos e fieis de todas as confissões espirituais, o exercício de sua crença, com base em seus Livros Sagrados, respeitadas as normas de ordem pública, não podendo o Estado intervir em questões espirituais, crenças religiosas ou de fé, direito fundamental do cidadão brasileiro.
*Gilberto Garcia é Mestre em Direito, Professor Universitário e Presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros). Autor dos Livros: “O Novo Código Civil e as Igrejas” e “O Direito Nosso de Cada Dia”, Editora Vida, e “Novo Direito Associativo”, e, Coautor nas Obras Coletivas: “Questões Controvertidas - Parte Geral do Código Civil”, Editora Método/Grupo GEN, e, “Direito e Cristianismo”, Editora Betel, bem como, do DVD - “Implicações Tributárias das Igrejas”, Editora CPAD. Editor da Revista Eletrônica de Direito Religioso: www.direitonosso.com.br//www.fb.com/odireitonosso
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CREMAÇÃO Geraldo Terto, pastor, colaborador com o Jornal Batista “Cremação é uma técnica funerária que reduz um corpo a cinzas através da queima do cadáver” Wikipédia. Há exemplos na Bíblia de pessoas que foram queimadas, mas não se trata de cremação. Não há tanto no Velho como no Novo Testamento proibição a cremação. O assunto é polêmico entre os evangélicos. Alguns, ao ler ao pé da letra Gênesis 3.19 ”Do suor do teu rosto comeras o teu pão, até que tornes a terra, porque dela foste tomado; porquanto é pó, e ao pó tornarás.” Defendem que o corpo humano só pode ser sepultado. Ainda há aqueles que acham dificuldade na ressurreição dos mortos; como se Deus não fosse capaz de ressuscitar corpos que tenham sido sepultados ou cremados. O Pastor Nilson Dimarzio quando era diretor de O Jornal Batista em seu editorial “Cremação: certo ou errado?” de 16/09/1990, escreveu: “Quanto à ressureição final por todos os que creem na Palavra de Deus, esta de forma alguma será alterada pela cremação. A transformação do corpo acontecerá, quer esteja ele sepultado, intacto ou já reduzido a cinzas. “Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que é isto que é mortal se revista da imortalidade” (I cor.15.53). Para os gregos e romanos a cremação era considerada um destino nobre aos mortos. No Japão, a cremação foi adotada com o advento do budismo importado da China. O Japão possui pouquíssimo espaço territorial, por isso os cidadãos passaram a considerar normal cremar todos os mortos e as religiões passaram a recomenda-la. Na cidade de São Paulo, a sexta cidade maior do mundo, com 11.821.873 habitantes; no crematório do cemitério municipal de vila alpina é cremado 300 cadáveres, em média, por mês, em sua maioria de indigentes; e as cinzas são jogadas na grama do cemitério.
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Era prática dos israelitas sepultar seus mortos. Sara morreu quando Abraão peregrinava entre os filhos de Hete. Os donos da terra ofereceram suas sepulturas, mas Abraão preferiu comprar um campo por quatrocentos síclos de prata para sepultar Sara sua mulher (Gen 23.1-20). Outro costume antigo era prantear a morte de seus líderes por muitos dias. Preferimos o Sepultamento à Cremação pelo sentimento de preservação. Queremos ver o morto descer à sepultura ou ser colocado numa gaveta. Conscientemente, não queremos nos separar dele. Precisamos saber onde nosso morto está enterrado. Conheci uma família que perdeu um jovem de maneira trágica; sua irmã mais velha entrou em luto e não saiu mais, ela dizia que tinha morrido com ele; sua depressão era tão profunda que perdeu a alegria de viver. Costumamos ver pessoas em cemitério que conversão diante de sepultura falando com o ente querido ali enterrado; compartilham com eles tudo que acontecem em suas vidas. Nos cemitérios mais antigos as lápides são verdadeiros monumentos. No cemitério da consolação, o mais antigo e famoso da capital paulista, encontram-se imensos mausoléus com esculturas de artistas brasileiros e italianos. A meu ver, para preservar a memória do falecido. Os mausoléus têm sido substituídos pelos Cemitérios Verticais. O cemitério memorial de Santos (SP) é o mais alto do mundo com 14 andares e 10 mil gavetas. O que diferencia é a higiene e a assistência aos familiares. FONTES DE INFORMAÇÃO: 1–Enterro ou Cremação- Palavra Prudente. 2-Cremação- Pesquisa Google. 3-Wikipédia – Enciclopédia livre. 4-Nilson Dimarzio – O Jornal Batista.
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PASTORAL URBANA: UM DESAFIO AOS BATISTAS
Alonso S. Gonçalves
Jesus, modelo de pastoreio Pastoral urbana procura dar conta da enorme dificuldade que a igreja tem em compreender a sua dimensão urbana e sua missão nas cidades brasileiras com os seus problemas diversos e seus desafios holísticos. Mesmo morosa, a igreja tem demonstrado certas articulações com a sociedade no sentido de enxergar àqueles que estão fora dela como objeto da ética e da ação pública, mais isso tem ocorrido de forma paulatina e, em alguns casos, quase imperceptível. A incapacidade de ler a realidade da cidade e contribuir para amenizar as suas mazelas, passa por problemas e conceitos crônicos no âmbito das igrejas a começar pelo entendimento transferido no decorrer da história sobre o papel do pastor. No caso do protestantismo de missão, o ideal de pastor é entendido a partir do evangelismo conversionista, que apela muito mais para a conversão individual ao invés da transformação social. Além disso, o pastor, no protestantismo de missão, de modo geral, é o guardião do sistema denominacional, onde sua figura é central para o bom desempenho das funções eclesiásticas. Não se desenvolve uma pastoral a ponto de se comprometer com o contexto. É uma pastoral voltada para a o templo, para o reduto dos membros que consomem do pastor sua capacidade intelectual, suas habilidades, talentos, dons e energia. As igrejas têm sérias dificuldades quanto à compreensão do pastoreio quando entendido fora do indivíduo, ou seja, do pastor. De alguma maneira há uma excessiva preocupação com o ser do pastor, como suas qualificações morais, oratória, credenciais teológicas e espiritualidade. Pastoreio não diz respeito apenas às funções do pastor enquanto figura eclesiástica, mas é algo que ultrapassa os muros do templo e atinge a sociedade. A busca por uma pastoral que reflita as ações da igreja na sociedade a partir da sinalização do Reino de Deus segue sendo um desafio para a realidade batista.
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Jesus não propôs uma nova religião, mas o Reino de Deus. A ação pastoral de Jesus olhava para as pessoas e nunca para as estruturas como o luxuoso templo de Jerusalém. O modelo pastoral de Jesus impõe à comunidade de discípulos uma práxis que não olhe apenas, ou tão somente, para a igreja, mas sim para a cidade. Jesus não vivia nas sinagogas, mas sim nas cidades. Ele vivia no meio das pessoas. Em seu ministério Jesus sempre focou as pessoas. Ao mesmo tempo, Jesus contrariou as estruturas religiosas que, ao longo do tempo, perdeu a capacidade de olhar as necessidades daquela gente. É principalmente nos evangelhos sinóticos que o pastoreio de Jesus se mostra de maneira muito clara. Ele olha a multidão e tem compaixão porque eram como ovelhas que não tinham pastor; ele olha para Jerusalém e chora porque gostaria de abrigá-la assim como as galinhas faz com seus pintinhos; ele comissiona seus discípulos para sair a toda gente pregando as boas novas do Reino. O pastoreio de Jesus envolve a sua pessoalidade. Ele se doa ao outro nas suas necessidades espirituais e materiais. Jesus vive entre o povo. Come e bebe com gente menosprezada que viviam marginalizadas na sociedade de então. Ele se assenta com publicanos e compartilha com eles o pão. Sua vida é de intensa entrega a essas pessoas ao ponto de os fariseus dizerem que ele era “comilão e bebedor de vinho”, por compartilhar a mesa com essa gente. Jesus vivia na companhia do povo e sua caminhada foi pelos vilarejos e cidades. Ele não ficou enclausurado em uma sinagoga decorando partes da Torá, mas viveu a experiência do Abba de forma intensa e procurou mostrar e demonstrar o rosto humano de Deus àquela gente. O modelo pastoral de Jesus é baseado em uma práxis que integrava o ser humano à sua terra, aos seus direitos e ao seu Deus. Esse deve ser o modelo pastoral perseguido pela igreja que quer ser relevante na sociedade, que tem como base a Bíblia e a práxis de Jesus.
Uma pastoral que procura, por todos os meios, se aproximar daquilo que a Bíblia ensina sobre o cuidado, sobre o olhar diferenciado para com as pessoas, principalmente para com aqueles e aquelas que mais sofrem, porque é uma pastoral comprometida com as pessoas (1). Esse é o desafio, não somente, mas principalmente, às igrejas que carregam em sua trajetória uma concepção eclesiocêntrica de pastorear, uma vez que na tradição protestante o sujeito do pastoreio é o ministro ordenado e não, necessariamente, os cristãos. Falta ainda fomentação de um entendimento de que todos são convocados por Jesus para o desempenho da missão pastoral não sendo, portanto, a missão de apenas um indivíduo, ou seja, o pastor da igreja. Superar o eclesiocentrismo Essa noção de olhar a igreja-templo como centro do universo religioso e até mesmo entender que fora dela não há salvação, se dá por conta da mensagem imprimida ao longo da trajetória das igrejas no Brasil. A mensagem do Reino de Deus é integral, não paliativa. Ela visa o ser humano por inteiro. A pastoral urbana se dá a partir do comprometimento com a sociedade, tornando-a parte dela, deixando de privatizar a fé para assumir os desafios prementes de uma cidade. Uma igreja que tem como novidade o Reino de Deus e todas as implicações disso, não pode olhar apenas para si mesma. A experiência dos batistas com questões sociais já vem de longa data. Os batistas dedicaramse em ampliar casalares, conhecidas como Lar Batista de Crianças que atendem crianças e adolescentes vítimas de maus tratos; na Junta de Missões Mundiais (JMM/CBB) é perceptível que o olhar tem sido direcionado para questões sociais e humanitárias, superando uma velha máxima de apenas ir para pregar o evangelho. Mas a experiência mais significativa dos batistas nesses últimos anos tem sido o trabalho na região central de São Paulo conhecida como cracolândia. Juntamente com a Primeira Igreja Batista em São Paulo, a Junta de Missões Nacionais (JMN/CBB) por meio dos missionários Pr. Humberto e Soraya Machado, desenvolvem um trabalho com adictos procurando ajudá-los com alimentação, higiene pessoal e no tratamento com o fim de integrá-los à sociedade de maneira mais digna. O lugar conhecido como Missão Batista Cristolândia (MBC) no centro de São Paulo tem sido alvo de inúmeras reportagens e matérias na TV como uma demonstração de que é possível
ajudar pessoas a superarem o vício das drogas. O trabalho da MBC, além de oferecer apoio para a recuperação de dependentes químicos, tornou-se também uma reflexão teológica e pastoral. Depois da Cristolândia começou uma reflexão profícua em torno da missão da igreja, da pastoral urbana, com o propósito de contribuir, de maneira mais efetiva, na diminuição dos males sociais que atingem nossas cidades. Não por acaso, que outras unidades da Cristolândia vêm sendo implantadas em diferentes lugares no país. Viver na cidade e patentear a presença da igreja nela é um desafio. Entendendo seu contexto, apontando soluções pastorais, é uma possibilidade de evangelização. O que é preciso entender é que a igreja deve estar presente em todos os dramas do ser humano, e uma das formas de estar presente é tornando-se ativa na vida da cidade. A igreja não precisa apenas vivenciar a experiência da MBC como um modelo de pastoral urbana. Ela pode concretizar ações em sua localidade e seu contexto. Medidas podem ser tomadas... Nota (1) CHECA, Rafael. A pastoral da espiritualidade cristã: fundamento teológico; setores de atuação; orientação mistagógica. São Paulo: Loyola, 2003, p. 40. Alonso S. Gonçalves Pastor na Igreja Batista Central em Pariquera-Açu/SP. Mestre em Ciências da Religião (UMESP). Licenciatura em Filosofia (ICSH). Bacharel em Teologia (FTBC/FAETESP). Docente no Seminário Batista Grandes Lagos. Contato: alonso3134@hotmail.com
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O Trabalho como adoração a Deus
Josneide Jeanne
Quem disse que trabalho é tortura, enfado ou um fardo? Muito pelo contrário, o trabalho não foi uma incumbência atribuída ao homem como um castigo, mas sim, foi criado por Deus e dado ao homem como um privilégio de administrar toda a criação divina. O trabalho é, e sempre foi, uma bênção de Deus para nós! Deus, ao terminar sua obra criadora do céu, da terra, dos animais e a feitura do homem a Sua imagem e semelhança “tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gen. 2.15). Portanto, Deus concedeu ao homem a tarefa honrosa de lavrar a terra e dela cuidar. Isso foi e continua sendo um privilégio! O termo trabalho se originou da palavra hebraica “avodah”, conforme consta em Gênesis 2:15, acima citado. Essa palavra também significa adoração. Portanto, Deus recebe nosso trabalho como adoração a Ele! A palavra trabalho (avodah) é formada a partir da raiz “avad”, da qual se originam as palavras escravo, servo, criado. Dessa mesma raiz originam-se, ainda, os nomes próprios: Obede (servo, escravo), Obadias (servo de Jeová), Abdão (servidor, aquele que serve), Abdeel (servo de Deus), Abdi (meu servo), etc. A finalidade precípua do trabalho, tal qual foi pensado por Deus, deveria ser um ato de adoração, pelos servos do Senhor, que na gênese da criação, eram Adão e Eva. Todavia, devido à desobediência do homem, a terra foi amaldiçoada, passando a produzir espinhos e cardos, e, daí o trabalho de lavrá-la ficou mais pesado e árduo, conforme Gen. 3.17: “E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida”. Deus criou o homem para crescer, frutificar e lavrar a terra, ou seja, administrar a sua criação e viver em comunhão com Ele e sua família. Ele nos dá o exemplo de que devemos trabalhar, pois foi Ele que tudo criou e, portanto, Ele trabalhou primeiro para criar terra, céus, natureza e, por último o homem a quem Ele instituiu como seu administrador, porque o fez a sua imagem e semelhança. Jesus, o filho unigênito do Deus altíssimo, o nosso Senhor e Salvador, declarou em João 5:17 “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Portanto, Jesus nos ensina e nós dá o exemplo, como forma de adorá-lo; trabalhar não somente pelo resultado, mas para servi-lo. O apóstolo Paulo exorta aos servos de Éfeso, a trabalharem para os seus senhores como se estivessem servindo a Cristo. E os exorta a fazê-lo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens (Efésio 6: 6-7).
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Não atribuo à maldição lançada à terra e à dificuldade imposta por Deus ao homem, como motivo de, ao longo do tempo, o trabalho ter se tornado um fardo para muitos. Hoje estamos numa situação lastimável de exploração do homem pelo homem, por causa da desobediência. Ainda hoje lemos notícias de trabalho escravo no Brasil e em várias partes do mundo. E, o que é pior, o homem tornou-se escravo do seu próprio labor, vivendo em função dele e de seu resultado. O trabalho não tem sido compreendido como uma forma de adorar a Deus, mas ao deus deste século, que escraviza o homem, devido à sua desobediência, considerando que a ele não foi permitido dominar sobre o seu semelhante. Desse estado de coisas adveio a exploração do homem pelo homem e subsiste a exploração do semelhante, com a exacerbação dos ideais de lucro através do trabalho alheio. Enfim, um sistema altamente competitivo, do qual decorrem questões sociais seríssimas, que desestruturam famílias e, consequentemente, toda a sociedade, já que a família é a sua base. O trabalho na antiguidade, diz-nos sua origem etimológica, foi compreendido por muitos como fardo, atividade desnecessária e cansativa, não sendo visto com bons olhos, pois, no latim, trabalho vem de “tripaliu”, que era um instrumento de tortura formado de três paus (tri: três e paliu: paus). Naquele tempo quem trabalhava eram apenas os escravos e os pobres. O trabalho, todavia, foi criado por Deus para abençoar o homem e pra propiciar a ele meios de adorálo juntamente com seus familiares, comunidade, sendo certo que das 132 aparições públicas de Jesus no Novo Testamento, 122 foram no local de trabalho. Das 52 parábolas que Jesus contou, 45 tinham em seu contexto o local de trabalho (Os Hillman Marketplace Oversighters Magazine 2010). Tudo isso nos levar a refletir que o trabalho e o local onde ele se desenvolve, contribui para a formação dos nossos valores e padrões, tendo um lugar privilegiado não apenas para nossa sociabilização, mas para as nossas estratégias de evangelização, através do exemplo, pois somos luz do mundo e sal da terra. A luz não pode ficar escondida em qualquer lugar, nem tampouco o sal pode ser insípido, pois se assim for, para nada serve, senão para ser jogado fora. Por fim, o trabalho para o servo do Senhor é uma bênção, pois, através dele, poderá desenvolver seus talentos, capacidade, inteligência e sabedoria que herdamos de Deus. Ele é reconhecido em todas as constituições e perante a Organização Internacional do Trabalho como meio de dignificar o homem! E, como já dizia o poeta: “o homem sem trabalho não tem honra, e sem a sua honra se morre e se mata”. Revista SuperVigial Virtual | número 8 . outubro 2016 |
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A LAICIZAÇÃO DA TEOLOGIA
João Pedro Gonçalves Araújo*
O título talvez induza o leitor a pensar na discussão atual acerca da relação das instituições de ensino teológico com o MEC. Certamente. Já se vão quase duas décadas (1999), que se discute no Brasil a possibilidade de o ensino de Teologia ser ou não reconhecido pelo Governo Federal. Nesses anos, muitas idas e vindas. Muitas discussões já foram travadas. Muitas profecias. Algumas, triunfalistas, diziam que a instituição reconhecida atrairia mais alunos para si e que as concorrentes não reconhecidas perderiam mercado. Esta profecia não tem se concretizado de todo. Outra profecia, mais apocalíptica e pessimista, dizia que o reconhecimento possibilitaria uma forma de o curso ser monitorado, vigiado ou direcionado pelo MEC. A discussão ainda continuará – talvez mais uma profecia. Atualmente, os evangélicos em geral e os batistas em particular se organizam em três frentes sobre o reconhecimento oficial: uma, que deseja o reconhecimento; a segunda, não o quer, e uma terceira, que está em dúvida. Para alguns, a Teologia reconhecida seria um tipo de laicização de uma atividade sagrada, um monitoramento daquilo que é particular, ou a regulamentação Federal de algo que é próprio de cada denominação. Segundo o MEC, a Teologia reconhecida, nunca deixará de ser um saber livre, mas oferecido com critérios de excelência. Visto que muito têm sido escrito e tentado esclarecer sobre assunto, prefiro tratá-lo sob uma outra perspectiva. Nesse caso, não uso o termo laicização da Teologia como uma ingerência externa, governamental, “secular”. Laicização volta a ter o sentido de povo, vindo da sua raiz laós, do grego. Com isso, afirmo que a Teologia, seu acesso, saber e estudo devem ser dados ao povo em geral e não como uma atividade restrita de um grupo mais ou menos fechado com aspirações específicas. Para justificar o que pretendo com a laicização da Teologia, faço uma ligeira historicização do saber intelectual do homem. Pretendo mostrar que toda forma de saber foi, na antiguidade, uma atividade restrita a poucos, aos reis, sacerdotes e nobres. Nos últimos séculos, contudo, o saber passou a ser direito do homem comum, de todos. Além disso, passou a ser uma obrigação do Estado.
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Por volta do terceiro milênio antes de Cristo, o ensino passou a ser dado aos filhos dos faraós, pois convinha o falar bem como característica do bom governante. Era necessário saber falar bem para governar bem. Perto do ano dois mil antes de Cristo, não bastava falar bem, o governante também deveria ser possuidor de cultura. No tempo de Alexandre, o grande, o governante deveria falar bem, ser um homem de cultura e saber comportar-se bem. Desde então, os bons modos passaram a ser exigidos do homem de governo. Junto com os governantes, os sacerdotes também tinham o privilégio de saber ler e escrever. Aliás, até mesmo um rei poderia não saber ler e escrever, mas o sacerdote, sim. Lembremos que o sentido da palavra hieroglifo (ou hieróglifo). Essa palavra é constituída de duas outras no grego, uma que aponta para o sagrado (hierós) e a outra ao escrito (glyphein). O hieroglifo, portanto, além da escrita, era um saber que pertencia apenas aos sacerdotes. Era um saber sagrado, de poucos. Juntamente com a arte de ler e escrever, a hermenêutica – arte da interpretação – era função sacerdotal. Alguns autores afirmam que a palavra hermenêutica vem de Hermes, irmão de Apolo e intérprete e mensageiro da vontade de seu irmão e dos deuses. Interpretar, pois, era uma atividade em que a pessoa sabia a vontade e os pensamentos de Deus e transmitia essa mensagem aos homens. Assim, passou para a nossa história que as habilidades em escrever, ler, interpretar e falar são ofícios do sacerdote, do homem religioso preparado especialmente para esse fim. Por volta do século sexto, Pitágoras defendeu e estendeu a instrução aos governados, ao povo. A partir desse tempo, a escola passou a ser uma atividade democratizada, para todos. No entanto, a educação como assunto de interesse do Estado começou apenas a partir do primeiro século da nossa era. Em Roma, a educação começava na família e passava depois para um profissional do ensino, o pedagogo.
Já pelo sexto século, os cristãos começaram a educar os jovens no intuito de formar as próximas gerações de sacerdotes.
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A LAICIZAÇÃO DA TEOLOGIA
João Pedro Gonçalves Araújo* No século oitavo, a educação voltou a ser interesse do Estado, mas a prática pedagógica ainda estava a cargo do clero. Ressalte-se que, no século quarto, na França e na Itália, as escolas começaram a ser mantidas pelo Estado e voltadas para o ensino dos leigos. Ao mesmo tempo, nos mosteiros, fora das cidades, o ensino era exclusivo dos aspirantes à carreira sacerdotal. No século onze a Igreja assumiu a hegemonia na educação, e, tanto leigos como religiosos podiam estudar nas escolas eclesiásticas. Não à toa, a filosofia produzida naquele tempo era chamada de escolástica, porque era originada nas escolas religiosas. Em 1179 o papa Alexandre II impõs à Igreja e mosteiros a obrigação do ensino dos leigos pobres, mesmo dos que não aspiravam ao sacerdócio. Durante a Idade Média, predominou o sistema feudal de produção. Com o fim do feudalismo e o início do modo de produção capitalista (acúmulo de capital, produção visando o lucro), surgiu a figura do mestre livre, podendo tanto ser um sacerdote ou leigo. Por esse tempo, surgiram as universidades. Com os mestres livres, os novos profissionais passam a ser ensinados na arte de uma cultura letrada e no aprendizado de uma profissão. Nesse tempo a educação ganhou a função de ajudadora no processo de aprendizagem de um ofício. Ensino e trabalho se uniram, ou melhor, o mundo do trabalho abarcou o mundo do saber e começou a se servir dele para cumprir os seus propósitos. Desde então, a formação do operário passou a ter como exigência a capacitação pela educação. Nos séculos dezoito e dezenove a educação passou a ser mais e mais leiga. Aprendia-se uma arte, um ofício, uma profissão. Nas chamadas escolas humanistas, aprendia-se também um saber e não apenas se aprendia como se tornar um sacerdote ou operário. O saber é um dos principais meios de emancipação do homem. O homem que sabe pensa melhor, age melhor, questiona mais, sabe mais. Em nossos dias, não se aprende somente para o exercício de um ofício. Mais e mais as pessoas fazem um curso que as capacitam a um ofício e um segundo curso que funciona como um tipo de autenticação de si mesmas. É nesse sentido que trato da laicização da Teologia. Em alguns círculos, a Teologia ainda representa um saber restrito, privilegiado, reservado a uns poucos que aspiram ao trabalho eclesiástico.
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A LAICIZAÇÃO DA TEOLOGIA
João Pedro Gonçalves Araújo*
Em Dezembro/2005, empreendi uma pesquisa em Brasília com 85 alunos de 23 instituições de ensino teológico. Desse total, trinta e seis (mais de 30%) desejavam apenas o aperfeiçoamento cristão e catorze queriam servir como professores. Somente dezesseis (menos de 20%) queriam estudar teologia visando o pastorado. Dos entrevistados, cerca de 20% já tinham outro curso universitário. Com esses dados, começo a pensar que as pessoas estão dizendo que elas não consideram o estudo de Teologia da mesma forma que a liderança da igreja local ou da sua denominação. A separação da Teologia dos outros saberes universitários é fruto da revolução francesa. Desde então, a Teologia ficou restrita a um saber local, guetizado, tímido, um conhecimento pragmático – apenas para quem quer ser pastor/padre/missionário. O século vinte e um, porém, provavelmente irá nos ensinar que a Teologia terá que sair do seu casulo eclesiástico e pragmático e interagirá com outros saberes. Até bem pouco tempo, um pastor que tivesse cursado Teologia era o único homem sábio em sua congregação. Não é mais assim hoje. Ele é um sábio entre tantos outros e alguns dos membros de suas igrejas já o tem ultrapassado em estudos. Agora, o próprio povo está dizendo com as suas atitudes que querem estudar Teologia, não para competir com o seu pastor, mas para ajudar mais na igreja; não para pastorear, mas para servir melhor. A Teologia deixou de ser um ofício que alguém aprende a fazer para ser algo feito por alguém que deseja saber mais. Esse saber está deixando de ser um estudo utilitarista: estuda-se para ser pastor. Agora, estuda-se a Teologia para ser útil. Diante desse cenário, podemos pensar na Teologia, portanto, como um saber menos privatizado, mais socializado; menos clericalizado e mais democratizado. Em alguns dos nossos seminários, a Teologia já vem sendo ensinada com uma qualidade maior que o próprio governo exige. Portanto, muito mais que ser reconhecida pelo MEC, a Teologia tem que ser conhecida pela igreja. No MEC, a Teologia será legalizada e reconhecida; na igreja, laicizada e democratizada. * João Pedro Gonçalves Araújo é pastor e preside a Igreja Batista no Lago Sul, Brasília-DF.
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Uma nova realidade eleitoral para o Brasil
Thais de Abreu Lacerda
janelas eleitorais, fica permitida a mudança de partido efetuada antes do período de 30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, que se realizará no ano anterior ao término do mandato vigente. Além também da fixação de tetos para gastos em campanha em todas as instâncias. A propaganda eleitoral também foi afetada e teve A população brasileira assistiu, estarrecida, aos seu prazo alterado de 90 para 45 dias. Já se sabe, últimos acontecimentos ocorridos durante toda a que, em função de tantas mudanças e também do operação Lava Jato e também os desdobramentos atual cenário tecnológico em que vivemos, que o da mesma, que acabaram redundando no modus operandi das campanhas irá ser afetado, Impeachment da Presidenta Dilma, prisão e seja pelos prazos ou pela ausência de recursos, afastamento de vários empresários e políticos de as redes sociais serão muito utilizadas com este alta relevância no cenário brasileiro. fim e também poderão servir de alternativa para a população que realmente está disposta a fazer Como consequência de um exaustivo processo de diferente desta vez. mudanças políticas no Brasil, que, aparentemente, não se encontra nem mesmo perto do fim e como Sim, a responsabilidade também é nossa. Não fruto de várias tristes constatações de que o atual adianta transferirmos a responsabilidade para sistema eleitoral vigente não conseguiu cumprir aqueles que se desviaram do objetivo central o seu fim maior, o de proporcionar, ao país, a do sistema jurídico democrático. Nós também possibilidade de um processo eleitoral idôneo nos mantivemos cegos frente ao que ocorria e acessível (tanto aos candidatos, como para bem debaixo de nossos narizes, quando não a população). A Lei 13.165/2015, denominada corroborando com a podridão que se estabeleceu como Reforma Eleitoral de 2015, implementou dentro do que há de mais sagrado no Estado alguns avanços que poderão, aparentemente, Democrático de Direito: a política de verdade propiciar um modelo menos dispendioso e com (origem do sistema democrático – polis grega), certeza irá direcionar grande parte do movimento o contrabalanceamento dos três poderes e a de campanha para as redes sociais. separação do público e do privado, que guardam sistemáticas e regras muito diferentes. Uma das questões polêmicas mais debatidas, sem dúvida, seria o veto às doações de empresas De fato, não será uma lei a resolver o problema. privadas aos candidatos, uma vez comprovada Mas não vamos ignorar a evolução. Ela é bemà necessidade de contraprestação destes vinda. Talvez voltemos àqueles tempos em que investimentos em prol dos doadores ou de seus política era coisa de discussão em casa durante o interesses, detectada durante as investigações almoço e o jantar, entre família, vizinhos e amigos. que cercam o cenário político brasileiro. Sem Talvez precisemos retroceder para evoluir. dúvida, uma alternativa bem razoável a todas as aterrorizantes constatações que observamos *Thais de Abreu Lacerda estupefatos nos últimos meses. Coordenadora de Direito da Faculdade Batista de Alguns prazos também foram significativamente Minas Gerais afetados: o prazo mínimo para filiação partidária, antes de um ano, passa a ser de seis meses Fonte: http://redebatista.edu.br/faculdade-batista/ antes da data das eleições. Com relação às uma-nova-realidade-eleitoral-para-o-brasil/
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www.casabotorosa.org
CasaAbrigoBotoRosa INSTITUTO GUERREIROS DO NORTE ISSAC/THAIENNY Casa de apoio para criança com câncer AJUDE-NOS! Rua Santa Marcelina, 586 Vila Carmosina Zona Leste, São Paulo Cep: 08270-070 Contato (92) 98236-4610 (11) 97189-2528 (11) 2385-7559 casabotorosa.messias@gmail.com casabotorosa.thaiana@gmail.com casabotorosa.atendimento@gmail.com
Rodrigo e a mãe dele, Célia, precisaram se mudar para São Paulo, onde ele se submeteu a tratamento para um câncer. A família gastou em média R$ 5 mil por mês
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Bom Dia!! Como nos falamos via facebook Queremos apresentar-lhes, o projeto Casa Boto Rosa. Estamos na captação de parceiros sociais, que possam engajar-se conosco nessa missão tão importante e necessária para a sociedade manauara, como também para os demais estados do Norte do Brasil Por isso em anexo uma simples cartinha de apresentação, para que possam conhecer esse projeto tão necessário às crianças e jovens com câncer do Norte, enviadas para tratamento em São Paulo. Agradecemos e esperamos carinhosamente que ao lerem essa cartinha, possam vir somar conosco nessa missão em prol dessas crianças e jovens em tratamento fora de seus domicílios. As empresas do Grupo Manaós, fazem parte do grupo de empresas que já apoiam a Boto Rosa em São Paulo capital, hospedando os pacientes barés e seus acompanhantes, mas estamos captando novos parceiros, pois nossos custos são bem altos, e ainda não temos nenhum convênio com orgãos governamentais. A poucos dias recebemos o apoio da Concept Brands na pessoa do Sr. Otávio, que faz toda a criação de midia/mkt do Grupo VDA-AGUACRIM. Muito Obrigado! Pr. Messias Lopes Oi Eu sou o Isaac , era de Santarém-PA Eu sou a Thaienny, sou de Manaus-AM Somos guerreiros – fundadores da CASA BOTO ROSA. Sabia que desde 2011 o Instituto Alguem*, de Manaus, já enviou mais de 90 guerreiros (as) do Norte, para tratamento contra o câncer e quase todos para São Paulo? Capital? Que no Norte, não tem tratamento ainda para certos tipos de cânceres infanto – juvenis? Que a nossa Casa Abrigo, que tem a “cara do Norte”, já esta funcionando em ItaqueraSP, perto do TUCCA? Desde Outubro/2015? E que nós somos os primeiros a serem hospedados?
iniciamos somente com algumas doações de anjos bondosos que acreditam nessa causa? Já temos alguns apoiadores (vide o site), mas queremos convidarlhe para somar e fazer parte desse time do bem: “Amigos da Boto Rosa”. A casa abrigo comporta até 12 pacientes com 12 acompanhantes, no momento estamos com 12 hospedes, e fornecemos 5 refeições diárias, medicamentos (quando o hospital passa a receita e não tem o mesmo no hospital), transportes para o tratamento nos hospitais, e mais importante: muito amor e dedicação àqueles que chegam para seus tratamentos, e não tem onde se hospedarem. Podemos contar com seu bondoso apoio? Que tal associar sua marca/ empresa a essa causa? Que não é nossa, mas é de todos nós. Como sua empresa poderia somar conosco?
nosso projeto? E quem sabe firmarmos essa parceria para o bem de tantos guerreiros (as), que são enviados para tratamento fora de seus domicílios. Imagine crianças e acompanhantes saindo do Norte, para uma cidade grande ás vezes sem nada conhecer, sem apoio, para um local com outros costumes, cultura, culinária etc... , mas a Boto Rosa, é uma casa baré, onde temos nossas comidas típicas, costumes, redes para dormir; e acima de tudo muito amor por cada um ali. Não temos ainda nenhum convenio com entidades governamentais, sobrevivemos apenas com recursos próprios e o apoio de ANJOS EM FORMA DE GENTE, que nos ajudam a cada mês. Um beijo no seu coração!!!
Podemos agendar uma visita Que Deus lhe abençoe e a nós (O Isaac já faleceu), e que para apresentarmos melhor também. MANAUS- ESCRITÓRIO: AV: COSME FERREIRA, 2010 (92) 98236-4610/ (92) 3085-5847 R: 229 Casabotorosa.messias@gmail.com / casabotorosa.thaiana@gmail.com5Revista SuperVigial Virtual | número 8 . outubro 2016 |
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Igreja reativa ou circunstancial diante ao envelhecimento Joílton Oliveira
Uma igreja reativa é aquela que toma as providências depois que o incêndio começa a arder. É chamado Igreja Circunstancial quando sendo proativa toma as providências para evitar que o incêndio ocorra, toma as providências antes dos fatos acontecerem, se antecipa e toma as medidas preventivas. Estamos preparados para um cenário futuro fortemente longevo? Pelos estudos e pesquisas que vem circulando pela web parece que não. O pior é que ignoramos que tal fenômeno afetará a todos nós, mais cedo ou mais tarde. Uma realidade bem mais séria do que parece. Pergunto será que nossas igrejas estão preparadas para o envelhecimento? Temos líderes que estão sendo capacitados para lidar com o envelhecimento? Será que temos aproveitado os idosos da nossa igreja ou estamos “deixando de lado”? Qual o envolvimento dos idosos na igreja? O que estamos fazendo para evangelizar os idosos? Quantos missionários temos que desenvolvem projetos evangelísticos para idosos? O despreparo e o desconhecimento da sociedade em relação ao envelhecimento originam mitos, preconceitos e estereótipos sobre a velhice. A representação que a nossa sociedade faz do indivíduo que completa sessenta anos é quase sempre de debilidade e de incapacidade. Sem avaliar as consequências, descarta-o (não apenas como força de trabalho, mas, principalmente, como tal), retira-lhe autonomia (é considerado incapaz para conduzir sua própria vida, seus negócios, etc.), imprime-lhe uma condição de dependência (econômica e social), naturalmente que variando de grupo para grupo. A velhice pode ser considerada uma fase feliz da existência humana, um momento de transição de experiência e sabedoria, que pode ocorrer com toda dignidade. Vamos possibilitar ao cidadão idoso, a descoberta de suas potencialidades, através de ações de conhecimento bíblico e espiritual, ações motivacionais, de autoconhecimento utilizando um conjunto de atividades socioeducativas integradas entre si. Pois sabemos que eles são, uma inestimável fonte de experiência, sabedoria e inspiração.
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Temos igrejas hoje em dia que nem pensam em trabalho como idosos, algumas só lembram do idoso uma vez ao ano (quando lembram) no dia 01 de outubro que é comemorado o dia Nacional e Internacional do idoso, algumas até possuem ministério com idosos mais não dão apoio para tal, igrejas que realizam cultos separados para idosos excluindo uma aproximação de gerações. Hoje, desponta um novo tempo, pois os idosos têm uma vitalidade grande para viver projetos futuros (a curto prazo), contribuir na produção, participar do consumo e intervir nas mudanças sociais e políticas. Os gerontologistas não encaram mais o “declínio mental, por exemplo – como necessariamente natural”. Sendo essa situação é vista como resultado de um estilo de vida sedentário, reforçado por estereótipos negativos sobre o envelhecimento que nos condiciona a esperar o declínio físico e mental nos últimos anos de nossa vida. Quando se chega à Terceira Idade, é um novo momento, o de começar uma nova etapa, iniciar novos caminhos, novas conquistas, compartilhar experiências dos caminhos já percorridos e nunca dizer “já percorri por todos eles”. Os caminhos continuam, porém com brilho diferente, pode acreditar. Basta seguir em frente e vislumbrar as novas possibilidades, novas amizades, os novos momentos. Está na hora de nós como igreja despertarmos sobre que temos na igreja temos membros que estão envelhecendo. Muitas igrejas ainda não despertaram para esse “fenômeno”, estão esperando que aconteça um incêndio para providenciar quem apague, não seria melhor evitar que aconteça o incêndio, afinal podemos ser proativos e não circunstanciais? Joílton Oliveira Palestrante, Fisioterapeuta, Bacharel em Teologia ,Especialista em Geriatria e Gerontologia, Mestrado em Gerontologia e Aconselhamento Pastoral, e Curso de Atualização em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).Formação em Gestão de Equipes, Planejamento Estratégico, Planejamento e organização de Eventos, Aconselhamento e Clínica Pastoral, Capelania Hospitalar, Curso Craw (finanças), Liderança Haggai, Curso de Especialização em Cuidado com o Idoso entre outras habilidades.| Todos os Direitos Reservados Contatos para cursos e palestras www.maturidadeativa.org Revista SuperVigial Virtual | número 8 . outubro 2016 |
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REFORMA PROTESTANTE VIDA CRISTÃ LIVRE PARA DEUS Pr. Cleverson Kauffman Bigarani
É um enorme privilégio poder escolher andar no caminho onde a vida é para Deus! Quando somos libertos por Cristo, a vida cristã não é para os próprios benefícios. Os cristão vivem para a glória de Deus e não para satisfazer seus meros desejos. Importante saber que fomos criados para Deus. O grande desafio nesta vida é se desprender do egocentrismo e viver uma vida criativa de realização em Cristo Jesus! A vitória de Cristo na Cruz não é para vivermos para nós mesmos. A conquista obtida por Jesus na Cruz da ao ser humano a oportunidade de reconhecer o Senhorio de Jesus e daí, então, se apropriar da vitória na cruz não para conquistas egoístas, mas para por um fim à vida dominada pelo egoísmo. Por meio da Cruz experimenta-se a libertação da escravidão e o ser humano pode viver o melhor da vida. Vamos viver com criatividade a Palavra de Deus, celebrando a vitória na Cruz e satisfazer Àquele que é digno de receber a honra, a glória e o louvor! Como a nossa festa no dia 31.10 é da Reforma Protestante (499 anos) e não a festa das bruxas, ofereço para a nossa reflexão 2 Coríntios 5.15 e Efésios 2.8-10. Deus pra sempre seja louvado!
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REFORMA PROTESTANTE “Eu não vou à igreja para ouvir novidades. Eu vou à igreja para relembrar as mesmas verdades que eu insisto em esquecer.” (Dr. Timothy Larsen) Neste domingo (30/10), vamos nos lembrar das antigas verdades da Reforma Protestante. Junte-se a nós para louvar a Deus pela vida de homens e mulheres que se deidicaram para viver uma vida que glorificasse a Deus. O Domingo da Reforma Protestante certamente será um momento abençoador para todos nós! Pr. Heber Aleixo
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