Informativo Evangélico Edição 13 www.vigiai.net
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Para mais de um milhão de internautas!
Editorial “Não tem jogo” Marcos Amazonas Santos Hoje as luzes do estádio ficarão apagadas. Não ouviremos os fogos e muito menos os gritos e as canções das torcidas. Estamos privados das belas jogadas. Não escutaremos as narrações e os gritos de gol. Infelizmente não teremos esta coisa linda que é uma partida de futebol. O SKANK em sua canção: “Uma partida de futebol” traz o seguinte verso: Posso morrer pelo meu time Se ele perder, que dor, imenso crime Posso chorar, se ele não ganhar Mas se ele ganha, não adianta Não há garganta que não pare de berrar
de lamento. Toda iluminação se desfaz e o que temos é a escuridão. Não veremos os abraços em comemoração de mais um gol. Não teremos as bandeiras a dançar e os gritos a embalarem e empurrarem o time para frente. As bandeiras ficam enroladas, os gritos foram abafados com a tragédia que se abateu. Silêncio! Não apenas um minuto de silêncio, mas silêncio total.
Consternação e muita tristeza. Hoje não gritamos pelo time e muito menos pelos atletas. O que ninguém esperava, a derrota maior e a dor Hoje gritamos erguendo nossas vozes aos que invadiria não apenas a torcida de um time, céus porque não entendemos tais tragédias. mas de todos os amantes do futebol e não só. Suplicamos não pelos que partiram, mas por nós Hoje aconteceu um imenso crime. O choro não é e principalmente para que o consolo e conforto pela derrota de uma partida de futebol, mas pela cheguem aos familiares daqueles que terão que morte inesperada não apenas dos jogadores, viver com a presença ausente. profissionais da imprensa, como também, da tripulação. Hoje o grito não é de alegria, mas de Hoje não veremos o nosso goleiro como o desespero. Todo a alegria do jogo ficou de lado homem de elástico, e nossos zagueiros ficaram e todos unidos e irmanados nos calamos em ma sem as chaves e os laterais já não fecham tristeza profunda. mais a defesa. O meio, lugar dos craques fica vazio e o time não vai para o ataque. O centroQuantos abraços que não serão partilhados. avante já não marca o gol para que em uníssono Quantas alegrias interrompidas. Quantas possamos gritar e celebrar. camisas ficaram por trocar. Hoje não nos unimos no estádio e muito menos à volta da televisão com Hoje não teremos a beleza de uma partida de os amigos para poder ver a partida de futebol. futebol e hoje ficamos sufocados com o grito de Resta-nos o silêncio e o vazio. Juntos refletimos gol atravessado na garganta. sobre a brevidade da vida e percebemos que num instante todos os sonhos, todos os desejos Que os holofotes fiquem desligados, as bandeiras esmorecem e para os que ficam resta a tristeza enroladas e nos conservemos em silêncio. e solidão. A alegria se foi e a tristeza reina em nossos Hoje o tapete real do estádio veste-se de preto. corações e com dor abdicamos de uma partida Os gritos são substituídos pelo silêncio. Os de futebol, para prantear aqueles que num sorrisos e gritos de alegria por lágrimas e gritos determinado momento foram os nossos heróis.
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Sumário CAPA MATÉRIA PRINCIPAL 22 a 37 - Matéria Exclusiva Entrevista Pr. Moizés de Oliveira
vigiai Informativo Evangélico Edição 13 www.vigiai.net Dezembro de 2016 Criação Fabiano Sousa (In Memoriam) Jornalista e Designer Mtb-SP 66.300
INSTITUCIONAL
1 - Capa - Matéria Exclusiva Entrevista Pr. Moizés de Oliveira 2 - Editorial - “Não tem jogo” - Pr. Marcos Amazonas 3 - Sumário e Expediente
PARCEIROS
4 e 5 - Rede Batista de Educação 6 e 7 - Dr. Gilberto Garcia 8 - Igreja Batista Parque do Carmo - São Paulo-SP. 9 - Dr. Rubens Teixeira 10 e 11 - Vida Total da Igreja 12 e 13 - Editora Cristã Evangélica 14 e 15 - Casa de Apoio “Boto Rosa” 16 - Pr. Gilson do Carmo Batista 17 - Revista Fidelidade
ARTICULISTAS
18 a 19 - Pr. Ivo Augusto Seitz 21 - Renata Santos 39 - Gézio Medrado 40 e 41 - Dr. Gilberto Garcia
HOMENAGEM
20 - Pr. Prentice Walin 42 - Somos todos “Chape”
ESPECIAL
38 - Lar Batista de Criança
Editor e diagramador Jornalista Vital Sousa Mtb-SP 63.588 E-mail: vital.sousa@gmail.com facebook.com/vital.sousa.3 Produção Ministério Vigiai.net www.vigiai.net vigiai.net@gmail.com Contatos E-mail: vigiai.net@gmail.com facebook.com/vital.sousa.3 Caixa Postal 207 - Taubaté - SP CEP 12010.970 Tiragem Para mais de um milhão de internautas Nota Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos seus autores, e não representam necessariamente a opinião do Informativo. É proibida a reprodução total ou parcial de reportagens, entrevistas, artigos, ilustrações e fotos, sem a prévia anuência dos titulares dos direitos autorais. “Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.” (Mateus 24:42-44)
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100 anos de conquistas e vitórias Neste dia 22 de novembro deu-se inicio as comemorações do centenário da Convenção Batista Mineira, que acontecerá em 2018. O primeiro momento da celebração foi marcado por uma cerimônia que aconteceu no auditório principal do Colégio Batista Mineiro, onde estiveram presentes inúmeras personalidades batistas. Logo após este momento os presentes se dirigiram a sede da Convenção, onde houve um momento solene com o hasteamento das bandeiras do Brasil, Minas e da Convenção Batista Mineira. A história da Convenção Batista Mineira data de 19 de julho de 1918, quando as igrejas batista em Minas Gerais decidiram se unir e criar um órgão que as representasse. A organização da CBM veio oferecer novas possibilidades de serviço cooperativo e desenvolvimento da liderança. Quem lê os primeiros relatórios da Convenção sem dúvida é levado a crer que Deus ouve orações. Transcrito do livro do Pr. Ader Alves de Assis, intitulado “Pioneirismo e Neopioneirismo, cem anos de ação Missionária Batista em Minas”, vemos o apelo dos missionários naquela época: “mais alunos para o colégio, melhores professores, mais igrejas, mais batismos, mais pastores, mais evangelistas. E quando olhamos para o presente e vemos mais de 1.200 igrejas e congregações, mais de 1.000 pastores e evangelistas, o Colégio Batista com impressionantes 10 mil alunos, podemos admirar a fidelidade do Senhor e o quanto ele é bom. O quanto ele ouviu o clamor daqueles homens e mulheres que fundaram a Convenção e se dedicaram a expansão da doutrina Batista no Estado. Para o Pr. Marcio Santos, Diretor Executivo da CBM, “é um privilégio poder servir os batistas mineiros, dando continuidade a um belíssimo trabalho que começou a quase 100 anos e que já transformou a vida de centenas de milhares de pessoas por todo o estado de minas. Conheço poucas instituições que chegaram a impressionante marca de 100 anos e acredito que se chegamos até aqui é porque o Senhor sem dúvida nos sustentou com sua mão poderosa”, avaliou. Para o Pr. Ramon Márcio, Presidente da CBM, “é uma alegria participar de um momento como este. Estamos aqui hoje celebrando a graça e a misericórdia de Deus com os Batistas ao longos destes últimos 98 anos. Acredito que temos muito ainda a realizar e não tenho dúvidas que o Senhor há de nos sustentar”, ponderou. Para Fernando Borja, ex-aluno do Colégio Batista por 12 anos e atual vereador eleito em Belo Horizonte, “o início das comemorações do centenário da CBM é um marco histórico da igreja na sociedade de Minas Gerais, celebrando as conquistas de promessas alcançadas e vidas transformadas. Através de gerações os Batista vêm honrando a Deus e inspirando as pessoas”, comentou. A partir de agora até 19 de julho de 2018, a Convenção Batista Mineira promoverá uma série de ações por todo solo mineiro. A intenção é que todos os batistas possam participar deste momento único, sentindo-se parte de uma história que apenas começou e que ainda terá muitos capítulos pela frente. “Tenho muita motivação e estou muito entusiasmada. Atuar nos eventos do Centenário da Convenção Batista Mineira é uma possibilidade de servir. O desafio será trabalhar sempre com excelência e qualidade, promovendo estes momentos de celebração e gratidão a Deus até 2018”, complementa Ana Ribeiro, que está coordenando as comemorações do centenário.
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Blindagem Jurídica estatutária das igrejas Dr. Gilberto Garcia
Carece um enfoque especial a questão do Sistema de Governo Eclesiástico, eis que, é no Estatuto Associativo que cada Grupo Religioso estabelece sua forma de Gestão Administrativo-Eclesiástica, que tradicionalmente são três: episcopal, presbiteral, ou congregacional, expostos, para efeito didático, sem qualquer juízo de valor, eis que cada Liderança Religiosa escolhe sua formatação estrutural jurídico-eclesiástica à luz de suas conveniências e peculiaridades, o qual fica delineado no Ato Constitutivo; sendo que, se episcopal, estabelece-se uma forma de governança centralizadíssima na liderança dministrativo-eclesiástica, onde os dirigentes legais são eleitos por um colégio deliberatorio reduzidíssimo, ou mesmo nomeados, sendo que convivem na congregação os membros e os fieis, entretanto os membros são associados-eclesiásticos com direito a voz e voto nas deliberações internas da Igreja, inclusive aptos para o exercício de cargos e funções estatutárias, e o fieis não tem qualquer vinculo associativo eclesiástico-jurídico, por isso, não participam das deliberações institucionais, em que pese, puderem se envolver ativamente das atividades de cunho religioso e espiritual. Ainda, se presbiteral, formata-se um sistema de governança centralizado num pequeno grupo, que neste caso é o presbitério, o qual, geralmente é eleito pelos associados-eclesiásticos, que após a eleição dos presbíteros não tem ativa participação nas deliberações, cabendo ao
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colegiado de presbíteros a administração eclesiástica da Igreja, numa espécie de governo representativo, existindo também em algumas congregações os associados afetivos, que por sua vez não participam de deliberações, mas também podendo envolver-se em todas as atividades religiosas-espirituais; e, se congregacional, historicamente, um sistema de governança participativo, sendo concebido na formatação jurídica onde cada membro da Igreja é um associado-eclesiástico, com direito a voz e voto nas deliberações, diferenciando-se dos denominados frequentadores que só se tornarão associados-eclesiásticos após serem submetidos ao procedimento de inclusão no rol de membros; mas, também tem surgido em vários Grupos Religiosos um denominado sistema misto de governo eclesiástico, que, como o nome revela, é uma espécie de junção de um pouco de cada sistema, com prevalência de um deles. (…)”. Fonte: Revista AdmEclesiástica – CBB Edição: 3T14 – Nº 163 – Ano: 41 Gilberto Garcia é Advogado, Pós-Graduado, Mestre em Direito. Especialista em Direito Religioso, Professor Universitário e Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros. Autor dos Livros: “O Novo Código Civil e as Igrejas” e “O Direito Nosso de Cada Dia”, Editora Vida, e, “Questões Controvertidas – Parte Geral Código Civil”, e, “Novo Direito Associativo”, Editora Método, e, ainda, do DVD – “Implicações Tributárias das Igrejas”, Editora CPAD. Gestor do Site: www.direitonosso.com.br Contatos: gilbertogarcia@direitonosso.com.br +55 (21) 2696-5244 +55 (21) 99912-6678 Rua: Antonio Teles de Menezes, 41/408 Centro – São João de Meriti/RJ CEP. 25.520-630
Descrição A igreja e seu estatuto Aquisição imobiliária, construção e reforma A igreja e os tributos, imunidade e isenção A responsabilidade legal do membro da igreja O ofício pastoral e a legislação A igreja e o serviço voluntário Para evitar que igrejas sejam surpreendidas por essas e outras questões legais importantes, o dr. Gilberto Garcia preparou esta obra esclarecedora e singular. Usando uma linguagem didática e acessível, O direito nosso de cada dia foi cuidadosamente elaborado para despertar e desenvolver nas igrejas, instituições e organizações religiosas uma cultura jurídica preventiva. Afinal, como apregoa o provérbio conhecido, prevenir continua sendo bem melhor que remediar! Revista Vigial Virtual | número 13 . dezembro 2016 |
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Igreja Batista em Parque do Carmo SĂŁo Paulo-SP Vivendo o amor de Cristo... Todos os dias...
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AGRADECIMENTO AO POVO COLOMBIANO Querido Povo Colombiano, Muito obrigado! O povo brasileiro está sofrendo muito neste período devido a uma enorme crise política e econômica. Para piorar a situação, a delegação do amado time da Chapecoense sofreu um grave acidente quando estava feliz por ir a uma sonhada final da Copa da América do Sul. Bandeira Brasil Colombia Morreram muitas pessoas queridas no território de vocês: atletas, jornalistas e outros profissionais. Alguns foram salvos porque vocês lutaram por salvar suas vidas. Como brasileiro, gostaria de agradecer ao Povo Colombiano, especialmente às pessoas de Medellín, aos voluntários, ao Atlético Nacional que mostraram bondade e humanidade com as vítimas do vôo e solidariedade com o povo brasileiro. Vocês foram generosos ao máximo, resgataram as vítimas, apoiaram com muitos gestos e entregaram o título ao nosso Campeão Chapecoense. Vocês também são nossos campeões. Eu estive na Colômbia para reuniões e palestras e sei que vocês são um povo extraordinário. Mas desta vez, vocês nos mostraram que são muito maiores do que eu imaginava. São de uma grandeza única. Vocês são um grande povo. Nós nunca nos esqueceremos este gesto de vocês Colombianos. Muito obrigado. Deus abençoe vocês e ajude a superar todos os seus desafios. Um grande abraço de brasileiros que se consolaram com gestos de carinho de vocês. Rubens Teixeira * Rubens Teixeira é analista do Banco Central do Brasil, ex-diretor financeiro e administrativo da Transpetro, professor, escritor e palestrante. Doutor em Economia (UFF), mestre em Engenharia Nuclear (IME), pós-graduado em Auditoria e Perícia Contábil (UNESA), engenheiro de fortificação e construção (IME), formado em Direito (UFRJ, aprovado na OAB-RJ), bacharel em Ciências Militares (AMAN). Foi um dos ganhadores do Prêmio Tesouro Nacional com trabalho baseado em sua tese de doutorado intitulado: “A Importância da Credibilidade para o Equilíbrio Fiscal: uma avaliação para o caso brasileiro”. É coautor do best seller “As 25 Leis Bíblicas do Sucesso” e do “DESATANDO O NÓ DO BRASIL: propostas para destravar a economia e travar a corrupção.”
www.vidatotaldaigreja.com.br Marque hoje o SeminĂĄrio da sua igreja!
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Igreja Batista em Rio Grande - RS Numa parceria com a Igreja Batista de Interlagos, Linhares - ES, a Igreja Batista de Rio Grande, realizou os Seminarios Vida Total da Igreja e Pessoas Compartilhando Jesus com o Pastor Darrell Robinson e Pastor Odilon Pereira.
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É ho
oje!
FOTOS DE GILSON DO CARMO BATISTA
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“SE”
(uma vida em três capítulos) Ivo Augusto Seitz
“Minha motivação ao estudar Marcos 1.40 é ir além da constatação do poder de Deus sobre a doença.” Prentice Walin (11.12.1954 - 17.11.2016) Construindo. Quatro áreas marcam a vida de um judeu realizado diante da sociedade – a saúde, o trabalho, a prosperidade, a alegria. Por isso, desde cedo procurei ter uma vida normal. Encontrei a esposa perfeita, juntos constituímos uma bela família e construímos nossa casa. Procurei ser exemplo no trabalho, com o que ganhei amigos de verdade. Convivo com facilidade com qualquer pessoa. Considero tudo o que tenho como a recompensa natural do esforço. Isso me anima a seguir adiante. Sinto que a felicidade, a alegria e o amor me acompanharão sempre, e cada vez mais! De repente minha paz foi abalada. Foi naquele dia em que vi uma coisa estranha no braço. Tentei não dar muita importância. Eu vivia tão bem! Mas aos poucos desconfiei. Poderia ser algo sério. Cheguei à porta para examinar melhor. A esposa percebeu minha preocupação e se aproximou. Eu não consegui falar, apenas estendi o braço para que ela visse. Sua reação foi imediata. Assustada, mas procurando controlar-se, sussurrou – tu sabes o que tens que fazer! Ela foi comigo até o templo. Íamos em silêncio. Aquele ambiente de solene grandeza, com suas pedras enormes, já não me impressionava. Aguardei ser chamado à presença do sacerdote.
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Nunca tinha estado tão perto dele. Era um homem cordial, extremamente sério. Examinou minhas mãos, o braço, e depois de um longo suspiro disse – precisamos observar com mais cuidado. Fui levado a uma sala, onde ficaria isolado por sete dias. O tempo, que às vezes voa, literalmente parou naquela semana. Quando voltei à presença do sacerdote, vim com a esperança de ser liberado. Quem sabe ele sorriria e me dispensaria com alguma recomendação, que eu certamente cumpriria, para o meu próprio bem. Não foi assim. O sacerdote não sorriu nem me devolveu à família, mas ordenou outros sete dias de afastamento para confirmar ou retirar a suspeita quanto à minha saúde. Amarguei dias ainda mais compridos. Para meu desespero, o que eu temia, aconteceu. Fui declarado impuro. O mesmo que ser condenado à morte. Justamente eu, um bom marido, bom pai, bom funcionário, bom... bom... era posto diante de uma morte certa, mas lenta, que levaria meu corpo aos poucos. Sem nem ao menos poder me despedir dos meus queridos com um abraço, acenei para eles de longe. Queria ser forte, mas chorei quando vi cada lágrima, o pranto, o adeus. Fui levado para uma caverna fora da cidade. Nunca tinha estado lá, por ser um lugar proibido para qualquer cidadão, mas sabia exatamente o que me esperava. Homens com graves deformações físicas me acolheram com um misto de atenção e tristeza. Arranjaram um canto para mim, onde me sentei por não sei quanto tempo. O tempo, aliás, não tinha mais sentido. Estava com raiva, também não sei do que ou de quem. Só pensava que aquilo não podia ser real. Eu não merecia estar ali. Assim, no escuro e no silêncio do meu canto, dormi.
Acordei com um companheiro que oferecia um pão. Foi minha primeira conversa. Ele não falava de dias, meses, anos, da dor, do lugar. Sua história era igual à minha: de repente, a vida se quebrara em mil pedacinhos. Naquela mistura de emergência de hospital com solitária de presídio, sem direito a visitas, fui aprendendo a me conformar. Desisti da lógica, da justiça, da pressa, das notícias, do tempo.
Observava nos companheiros o avanço da doença, o tormento, a dor, a hora tão esperada da morte. Esperada, sim, porque até ela era melhor do que apodrecer em vida. Meu sonho acabou. Tudo terminou. Ou quase tudo: ainda restavam as lembranças, que, se por um lado molhavam meu rosto de lágrimas, ao mesmo tempo alimentavam um sentimento de dever para com o futuro da minha família, ameaçada de perder até a casa se a doença tivesse contaminado as paredes. Eu encararia morrer, mas não suportaria ver meus queridos abandonados. Como é duro o nunca mais! Como o para sempre dói! Como é humilhante deixar de ser gente! Banido, expulso, excluído, comecei a clamar a Deus por um socorro. Se. Somente as grandes notícias chegam até nossa aldeia discriminada. Poucos parentes e amigos arriscam nos visitar. Assim mesmo, têm que guardar a distância obrigatória de cem metros, o que impede um bom abraço e exige conversarmos aos gritos. Lá na cidade eu tinha ouvido falar de Jesus de Nazaré. Mas naqueles dias eu tinha tudo, nada me faltava! Contavam milagres, palavras sobre arrependimento e fé. Não me impressionei. Eu estava realizado com a minha família, a casa, o trabalho, tinha planos, saúde e alegria! Quem, naquela situação, precisaria de um Deus? Quando trouxeram a notícia de que Jesus estava na região, resolvi ir à cidade para vê-lo. Saí no escuro, coberto por uma boa capa que mal deixava os olhos livres. Sabia que enfrentaria o preconceito da multidão, a autoridade da lei, a mão pesada do soldado. Com menos agilidade, mas recuperando a velha disposição, corri como nos meus melhores dias. O pior que poderia acontecer seria eu morrer, mas até isso era melhor do que apodrecer em vida. Então vi Jesus. Teria que agir rápido. Para vencer o medo, pensei nos meus queridos. Comparei com a caverna sombria, do nunca mais, do todos distantes, do tudo destruído... Jesus poderia me curar! Atirei-me de joelhos diante dele. O pano que me cobria o rosto caiu. Todos recuaram aterrorizados. Menos Jesus.
murmurei – Se... Aí ajuntei toda minha fé e coragem e completei - ...se tu queres, Senhor, podes me tornar limpo! Ele me ouviu. Ele me olhou. Ele me tocou! Ele falou – Quero! Sê limpo! Ele mandou que eu não falasse sobre isso, e que me apresentasse ao sacerdote para o ritual da purificação. Sei que ele pensava na minha dignidade, na minha plena reintegração à família e à sociedade. Tem sido difícil controlar o impulso de sair falando, tenho procurado evitar as multidões. Mas anuncio a todas as pessoas, sãs ou doentes, pobres ou ricas, que nunca digam não a Deus! Não há barreiras que nos impeçam diante de Jesus. Por sua vontade declarada, voltei ao amor, à família, à esposa, aos amigos. Voltei a ser gente. Voltei a ser salvo eternamente! Sei que foi o próprio Deus que me inspirou a dizer aquele “SE”. Eu sabia que ele poderia me curar. Era isso o que eu queria. Mas de lá para cá oro sempre não por aquilo que não tenho, e sim pelo que Deus quer me dar! Esta foi a última mensagem do pastor Prentice, com base no homem leproso de Marcos 1.40. Anotei o conteúdo, inclusive com frases escritas por ele no esboço, e pedi autorização para reescrever. Não imaginava que, exatamente um mês depois, no seu tratamento para o transplante do fígado, Deus o conv ocasse para junto de si. Minha homenagem a este companheiro de pastorado que quando menino perdeu pai e mãe, familiares, a casa, vivendo na rua, no tráfico, e na prisão onde se encontrou com Cristo pelo ministério do pr. Paulo César de Matos (hoje no RJ). Homenagem que se completa com a foto do encontro de casais onde Prentice e Rosane Porto Walin nos abençoaram. (Redação e foto - Ivo Augusto Seitz, Igreja Batista da Floresta, Porto Alegre, RS).
Eu não tinha estudado um discurso. Eu sabia que ele tinha poder para me curar. Mas como pedir isso a ele, eu, um pecador condenado por Deus? Então Revista Vigial Virtual | número 13 . dezembro 2016 |
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“O chamado para orar também pode ser solitário” Missionária da JMM - Renata Santos
Quantas vezes seu coração arde por orar por um motivo específico (sua cidade, seu país, um irmão doente, lutas pessoais) mas ninguém se anima a “subir o monte”em oração com você, ou às vezes dizem que vão orar sim, mas na verdade, vc sabe que é não. Não sei se te anima, mas Jesus também passou por isso. Lucas 22 diz que Jesus chamou seus discípulos, para orar com Ele, pois ele estava com o coração queimando de angústia. Lucas 22:44 e 45 “Cheio de uma grande aflição, Jesus orava com mais força ainda. O seu suor era como gotas de sangue caindo no chão. Depois de orar, ele se levantou, voltou para o lugar onde os discípulos estavam e os encontrou dormindo. Então, se seu coração queima por sua cidade, Ore. Se seu coração queima pela política do seu país, ore. Se seu coração se compadece por famílias que perderam seus entes queridos, ore. Se seu coração queima por enfermos que, talvez você nem conhece pessoalmente, ore.
Se seu coração se angustia, por situações pessoais, que apenas seus amigos mais íntimos saibam, ou não, ore. Apresente diante de Deus. Em Lucas 22, diz que um anjo do Senhor, animava Jesus, dava forças para enfrentar o que vinha pela frente. Ore, mesmo que você saiba que a resposta de Deus à causa apresentada, seja negativa. Ele te animará, te dará forças e a Sua presença. Ore mesmo que seja óbvio que o que você quer vai acontecer (devemos orar pelas chuvas serôdias em nossas vidas). Ore, mesmo que você não saiba o que pode acontecer. Fil 4 diz que a paz de Cristo tomara conta de nossos corações quando apresentamos os pedidos ao Pai, em oração, súplicas com ação de graças. Revista Vigial Virtual | número 13 . dezembro 2016 |
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