Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti Unidade Curricular: Técnicas e Dinâmicas na Condução de Grupos Docentes: Prof. João Gouveia / Prof. José Luís Gonçalves Discente: Vítor Manuel Moreira Leal
A Liderança na Dinâmica de Grupos
Abril – 2009
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 2 2. CONCEITO DE LIDERANÇA ..................................................................................................................... 3 3. ESTILOS DE LIDERANÇA........................................................................................................................... 3 3.1 Líder Autoritário ................................................................................................................................. 3 3.2 Líder “Laissez-faire”............................................................................................................................ 4 3.3 Líder Democrático .............................................................................................................................. 4 4. REFLEXÃO................................................................................................................................................. 4 5. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................ 6
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1 . INTRODUÇÃO
A Revolução Industrial do séc. XVII trouxe consigo um conjunto de grandes transformações sócioeconómicas, que se caracterizam, a nível empresarial, por um enorme desenvolvimento industrial reflectindo na produtividade, na utilização de novas tecnologias e consequentemente, por inevitáveis modificações laborais. Nomes como Elton Mayo e Kurt Lewin marcaram o surgimento da escola das relações humanas, da visão das empresas como um sistema social, onde os indivíduos interagem e participam, onde o factor humano está sujeito a muitas outras condicionantes e motivações para além do estímulo económico. A liderança é uma das temáticas que mais atenção tem merecido por parte de investigadores e profissionais dos diversos sectores de actividade. Considera-se um tópico fundamental nas relações de trabalho, uma vez que os liderados identificam o estilo de liderança como um factor que provoca conflitos laborais. Ao mesmo tempo, as incompatibilidades pessoais ou profissionais entre líder e liderado, a coexistência de lideranças formais e informais, assim como, a integração dos diferentes estilos ao longo da cadeia hierárquica de uma organização, são apenas parte da complexidade e subjectividade inerente ao tema. No decorrer dos anos, a liderança foi estudada e entendida como um traço de personalidade, isto é, dependendo exclusivamente de características pessoais e inatas do sujeito. Actualmente, percebemos que uma atitude de liderança depende da aprendizagem social do indivíduo e, por isso mesmo, pode ser treinada e aperfeiçoada. O seguinte trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular Técnicas e Dinâmicas na Condução de Grupos, onde irá dar ênfase a vários dos conteúdos estudados, destacando os tipos de liderança na dinâmica de grupos. O presente trabalho refere a forma como este estudo contribuiu para a minha evolução profissional.
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2 . CONCEITO DE LIDERANÇA
A competência de comunicação e a transmissão de ideias relacionam-se com o conceito de liderança. O termo “liderança” é extremamente complexo, visto que, existem inúmeras definições para este conceito. Durante muito tempo, a liderança foi estudada relacionando-se com características pessoais e inatas do sujeito. Entendia-se que as qualidades inerentes ao líder, tais como, a inteligência, a amabilidade, a força física, etc., eram características determinantes do potencial de líder. Segundo Fachada (1998), a liderança é um fenómeno interpessoal exercida em determinada situação através do processo de comunicação humana, com vista à comunicação de determinados objectivos. Visto que a liderança é a capacidade de influenciar pessoas para que se envolvam voluntariamente em tarefas para a concretização de objectivos comuns, o líder pode ser entendido como aquele que decide o que deve ser feito e faz com que as pessoas executem essa decisão. O desempenho dos sujeitos implica que o líder adopte um modo de liderança específico e adequado às características desse grupo. O líder, através de influências de estratégias, pode alterar os comportamentos dos sujeitos de modo intencional e desta forma, impôr o seu domínio. O tipo de comportamento de liderança envolve funções como o estruturar, distribuir funções, orientar, coordenar, controlar, motivar, elogiar, punir, reforçar, etc.
3. ESTILOS DE LIDERANÇA
Não existe um estilo único de liderança: Há diferentes formas do líder exercer a sua influência e de se relacionar com os elementos do grupo. Os diferentes tipos de liderança geram diferentes atitudes dentro dos grupos, assim como, diferentes comportamentos individuais. Kurt Lewin desenvolve, nos anos EUA, em 1939 um conjunto de investigações com Lippitt e White sobre atmosferas de liderança, no qual refere a existência de três tipos de líderes: autoritário, laissez-faire (liberal) e democrático.
3.1 Líder Autoritário Neste tipo de liderança autoritária ou autocrática é o líder que toma decisões sem consultar o grupo. Além de fixar as tarefas de cada um, determina o modo de as concretizar. Não há espaço para a iniciativa pessoal, sendo este tipo de liderança gerador de conflitos, de atitudes, de 3
agressividade, de frustração, de submissão e desinteresse, entre outras. A produtividade é elevada, mas a realização das tarefas não é acompanhada de satisfação.
3.2 Líder “Laissez-faire” Neste estilo de liderança liberal, o líder funciona como elemento do grupo e só intervém se for solicitado. É o grupo que levanta os problemas, discute as soluções e decide. O líder não intervém na decisão das tarefas, limitando-se a sua actividade a fornecer informações, se a sua intervenção for requerida. Nos grupos com este estilo de líder, quando o grupo não tem capacidade de autoorganização, podem surgir frequentes discussões, com desempenho de tarefas pouco satisfatório.
3.3 Líder Democrático Relativamente a este tipo liderança, o grupo participa na discussão da programação do trabalho, na divisão das tarefas, sendo as decisões tomadas colectivamente. O líder assume uma atitude de apoio, integrando-se no grupo, sugerindo alternativas sem, contudo, as impôr. Procura ser objectivo nas apreciações que faz no desempenho dos elementos do grupo e reenvia-lhe sínteses dos processos desenvolvidos. É aquele que é capaz de sentir o que se está a passar no grupo e é capaz de ter as atitudes adequadas para ajudar o grupo a ultrapassar os seus problemas. A produtividade é boa e, constata-se uma maior satisfação e criatividade no desempenho das tarefas, uma maior intervenção pessoal, bem como o desenvolvimento da solidariedade entre os participantes.
4. REFLEXÃO
A dinâmica de grupos quer, sobretudo, evidenciar o que aprendemos, as nossas experiências da convivência tentando perceber e compreender a ocorrência dos fenómenos que movimentamos nas nossas relações sociais. A integração e interacção são termos que utilizamos no nosso quotidiano às vezes entendidos como sinónimos. Segundo Ferreira (1999), integração deve ser entendida como “juntar-se, tornando-se parte integrante, incorporar-se”. Interacção, por seu turno, é uma “acção recíproca”, como revela a palavra. Tornar os primeiros contactos de um grupo ou de um novo trabalho em grupo, assegura que as primeiras vivências não se tornem obstáculos às experiências que possam acontecer, fazendo com que o momento da chegada se visualize o espírito do encontro, para que se viabilize a caminhada em grupo. 4
Nesta unidade curricular, verifiquei que a liderança pode ser entendida como um processo dinâmico que sofre alterações e adaptações contextuais, sendo importante, ao líder, desenvolver características que permitam a sua eficácia. A possibilidade de coordenar a realização de actividades irá colocar-me numa posição de liderança, assumindo a função de mediador de processos. A postura diante do grupo incidirá nos resultados do trabalho, assim como, será necessário envolver o grupo na realização de tarefas, procurando promover o entusiasmo e transmitir segurança. Assim, existirá a necessidade de ocupar um lugar que me permita ter sempre uma visão geral do grupo, de forma a identificar o grau de participação de cada um. As aulas, nesta disciplina, ajudaram-me a perspectivar a Dinâmica de Grupo como instrumento para o conhecimento da pessoa e do grupo, identificando alguns dos factores internos e externos que influenciam a vida e dinâmica grupal. No futuro estas capacidades, serão úteis nos diversos estilos de comunicação, com vista a uma comunicação assertiva, compreender as diferentes formas de liderança e reflectir acerca das vantagens e inconvenientes das mesmas, visando uma liderança mais eficaz. Os diversos exercícios, que foram evidenciados no decorrer desta disciplina, poderão auxiliar-me a desenvolver uma atitude de descentração e reflexão na acção, o respeito pela diversidade de opiniões, pela diferença e competências pessoais e interpessoais de comunicação, existindo a necessidade diariamente em expandir o acesso à informação, ao conhecimento e pode ser alcançado na altura e da forma que as pessoas necessitem.
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5. BIBLIOGRAFIA
FACHADA, Odete (1998), Psicologia das relações interpessoais, Lisboa, Edições Rumo Lda.
FERREIRA, J. (1999), Psicologia das Organizações, Lisboa, Mcgraw Hill Ed.
MIRANDA, S i m ã o ( 2 0 03), Novas Dinâmicas para Grupos, P o r t o , E d i ç õ e s ASA.
REGO, A. (1999), A Comunicação nas Organizações, Lisboa, Edições Sílabo.
SOUSA, Sérgio (1999), Recursos Humanos & Tecnologias de Informação, Lisboa, Ed. Informática Lda.
Referências retiradas da Internet:
http://paginasprofessor.no.sapo.pt/tecnicas1.htm, 18/04/2009, 18h.
http://pjdourados.vilabol.uol.com.br/dinamica.htm, 17/04/2009, 19h.
http://www.sato.adm.br/rh/dinamica_de_grupo_caract_de_um_lider.htm, 13/04/2009, 22h.
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