Centro Comunitário Integração e Acolhimento no Subsetor N-14 de Ribeirão Preto

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CENTRO COMUNITÁRIO INTEGRAÇÃO E ACOLHIMENTO NO SUBSETOR N-14 DE RIBEIRÃO PRETO



UNIVERSIDADE PAULISTA VITOR ALVES SOARES

CENTRO COMUNITÁRIO Integração e Acolhimento no Subsetor N-14 de Ribeirão Preto

Orientadora: Prof. Tatiana

de Souza Gaspar

Ribeirão Preto 2019



UNIVERSIDADE PAULISTA VITOR ALVES SOARES

CENTRO COMUNITÁRIO Integração e Acolhimento no Subsetor N-14 de Ribeirão Preto Trabalho de conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em Arquitetura e Urbanismo Apresentado à Universidade Paulista - UNIP.

Orientadora: Prof. Tatiana de Souza Gaspar

Ribeirão Preto 2019


CIP - Catalogação na Publicação Soares, Vitor Centro comunitário: Integração e Acolhimento no Subsetor n-14 de Ribeirão Preto / Vitor Soares. - 2019. 125 f. : il. color Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de Ciência Exatas e Tecnologia da Universidade Paulista, Ribeirão Preto-SP, 2019. Área de Concentração: Equipamento comunitário. Orientador: Prof. Me. Tatiana Gaspar. 1. Centro Comunitário. 2. Biblioteca Parque. 3. Ribeirão Preto. I. Gaspar, Tatiana (orientador). II.Título.

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).




AGRADECIMENTOS E aqui estou encerrando mais um ciclo em minha vida para dar início a novos que estão por vim. Foram cinco anos de muitas surpresas e bons momentos que pude dividir com excelentes pessoas. Se cheguei até aqui acredito que devo agradecer primeiramente a Deus, agradeço muito a minha mãe Vande que sempre me incentivou tanto eu como meu irmão a estudar e correr atrás de nossos sonhos, ela que sempre esteve comigo todas as madrugadas antes de ir para a faculdade. Agradeço ao meu irmão Gabriel que sempre me ajudou no que foi necessário para que eu fizesse a faculdade e a toda minha família que sempre me apoiou. Agradeço a todos os professores e funcionários da UNIP ligados ao curso com eles pude aprender muito de como ser um bom arquiteto, em especial a professora Tatiana que está comigo nessa reta final do curso como minha orientadora. E agradeço muito a todos meus amigos de sala, afinal se não fossem todas essas pessoas eu não teria conseguido chegar sozinho aonde cheguei. Muito obrigado a todos por esses incríveis cinco anos.


RESUMO O trabalho apresentado a seguir tem como objetivo a criação de um Centro Comunitário na região do Subsetor Norte (N14) de Ribeirão Preto, que apresenta déficit de equipamentos públicos voltados à sua população. O projeto do Centro Comunitário visa criar uma estrutura capaz de oferecer, além dos serviços públicos de assistência social e comunitária, espaços de cultura e lazer com qualidade para a população da área. Para tanto, foram feitos estudos sobre a região que nos permitiram compreender as carências que ela possui e pesquisas projetuais de referências arquitetônicas que conseguiram transformar o contexto urbano onde foram inseridas. Palavras-chave: Ribeirão Preto.

Centro

Comunitário,

Biblioteca

Parque,


SUMÁRIO Introdução 10 Debate Teórico 15 Habitação O caso de O caso do O caso de

social e equipamentos comunitários Medellín Rio de Janeiro Ribeirão Preto

Análise Urbana

16 23 26 29

31

Caracterização da Área 32 Legislação 50 Definição do Terreno 53 Análise do Terreno 56

Referência Projetual

58

Parque Biblioteca León de Grieff Biblioteca Parque Rocinha C4 Edifício Projeto Viver Centro Comunitário Vistas de Cerro Grande Concurso para a Unidade Básica de Saúde

59 65 69 74 77

Partido Projetual

81

Conceito 82 Demandas 83 Programa de necessidades Centro Comunitário 85

O projeto

89

Diretrizes Projetuais 90 Níveis 95 Setorização 96 Circulação e Acessos 98 Estrutura 100 Áreas Externas 101 Materialidade Centro Comunitário 102 Desenhos Técnicos 104 Imagens 3d 116 Considerações Finais 121

Referências Bibliográficas

122


01 INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO O município de Ribeirão Preto, localizado no interior do Estado de São Paulo, possui, vinculado à sua Secretária de Assistência Social, nove equipamentos de caráter social voltados para diferentes públicos, tais como: idosos, crianças, moradores em situação de rua, entre outros. Ao localizarmos tais equipamentos no mapa da cidade, percebemos sua maior concentração nas áreas Norte e Oeste, que são marcadas pela concentração da população da cidade com menor poder aquisitivo. Reflexo disso é a concentração de assentamentos precários nessas regiões. Acredita-se que essa situação esteja relacionada ao fato desses setores serem os que possuem menor valorização da terra, além de receberem menores investimentos de infraestrutura. (SILVA, 2015). Pontuando esses equipamentos no recorte da Zona Norte e Oeste percebemos, entretanto, que sua distribuição não é feita de maneira regular, de modo que alguns subsetores não recebem a instalação desse tipo de equipamento. Entre eles, o Subsetor Norte 14 (N-14), que conta com um total de 3.425 habitantes. (IBGE, 2010).

Brasil

São Paulo

Ribeirão Preto

Imagem: Localização Subsetor N-14 Fonte: Próprio Autor

13

Subsetor N-14


MAPA ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS Fonte: Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

N 17 N 16 N 18

N 10 N 19

N 15 N 7

N 8 N11

N 6

N 12

N 3 N 4 N 2

N13

N 9

N 14

N 5 N 1

CPFL

CENTRAL

PEDREIRA SAID

PEDREIRA INDERP

PEDREIRA

Legenda:

Assentamento Precário

Subsetor N-14

14

ϱ<ŵ

Quadrilátero Central


MAPA EQUIP. DE ASSIST. SOCIAL Fonte: Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

N 17 N 16 N 18

N 10 N 19

N 15 N 7

N 8 N11

N 6

N 12

N 3 N 4 N 2

N13

N 9

N 14

N 5 N 1

CPFL

CENTRAL

PEDREIRA SAID

PEDREIRA INDERP

PEDREIRA

Legenda:

Equipamentos Sociais

Subsetor N-14

15

ϱ<ŵ

Quadrilátero Central


Percebendo essa escassez e usando como exemplo o caso de Medellín e seus Parques Bibliotecas, traçamos como objetivo para este Trabalho Final de Graduação a implantação de um Centro Comunitário que forneça suporte social para os moradores do Subsetor N-14 da cidade de Ribeirão Preto, oferecendo espaços adequados às práticas culturais, educativas, de saúde e lazer. Para tanto, também é nosso objetivo compreender as carências da região, analisando características sociais, demográficas, econômicas, ambientais e culturais do subsetor. Foram realizados levantamentos para a identificação dos recursos existentes e das organizações que operam no local, o que permitiu a elaboração de um programa de necessidades capaz de integrar os moradores do subsetor. Para a tomada de decisões corretas em relação à implantação do Centro Comunitário no Subsetor N-14 de Ribeirão Preto, foram realizadas visitas ao local durante os finais de semana do mês de abril de 2019, no período da manhã e tarde. Feito o diagnóstico completo da área, foram realizadas pesquisas sobre projetos de arquitetura que propuseram a implantação de equipamentos públicos com caráter comunitário capazes de mudar o panorama da região onde foram inseridos, como é o caso dos Parques Bibliotecas em Medellín, as Bibliotecas Parque do Rio de Janeiro, o Projeto Viver em São Paulo. Estes estudos tiveram como finalidade a compreensão das intervenções através de análises que consideraram suas implantações e usos para suprir as necessidades da área. Ao final dessa etapa, foram formuladas as diretrizes que foram utilizadas no projeto do Centro Comunitário no Subsetor N-14 de Ribeirão Preto, que integra a parte final desste trabalho. 16


02 DEBATE

TEÓRICO

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HABITAÇÃO SOCIAL E EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS Os equipamentos comunitários são definidos como equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares, possuindo relação direta com as formas de morar do seu entorno. Ao menos desde o século XIX, pode-se dizer que algumas formas de produção de habitação estiveram vinculadas à presença de equipamentos comunitários, como no caso das Vilas Operarias. Segundo Bonduki (2014), essas vilas eram formadas por um conjunto de casas simples, mas higiênicas, salubres e moralmente recomendáveis, dotadas ou não de equipamentos comunitários. Esses, por sua vez, eram responsáveis por manter os funcionários próximos ao ambiente de trabalho até mesmo em seu tempo livre, transmitindo aos trabalhadores a ideologia desejada pelos industriais (BONDUKI, 2014).

Vista de 3 sobrados da antiga vila operária Marechal Hermes Fonte: oglobo.globo.com/rio/vila-operaria-marechal-hermes-completa-cem-anos-2773153, Acesso: 20/09/2019.

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Nas Vilas Operárias, os equipamentos surgiram por iniciativa dos donos das indústrias, sem interferência do Poder Público. No Brasil, somente após a década de 1930 quando o Estado passou a intervir em todos os âmbitos econômicos do país, a produção da habitação tornou-se uma questão social de responsabilidade pública (BONDUKI, 2014). Durante esse período foram criadas as primeiras Instituições que produzira em grande escala Habitações de Interesse Social, como foi o caso dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que a partir de 1937 passaram a produzir habitações destinadas a trabalhadores assalariados com carteira assinada. A produção feita pelos IAPs foi marcada pela qualidade de suas habitações inseridas em um conjunto dotado de equipamentos comunitários (BONDUKI, 2014).

IAPS da Penha, construído em 1949 Fonte: oglobo.globo.com/rio/conjuntos-na-era-vargas-se-multiplicaram-paradar-teto-trabalhadores-2773327, Acesso: 20/09/2019.

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No mesmo período de atuação do IAPs se inicia, em 1946, a estruturação do Departamento de Habitação Popular (DHP) no Rio de Janeiro, destinado à produção de habitação para os funcionários com baixos salários na prefeitura. A produção habitacional por esse departamento foi vista como inovadora, devido à presença de arquitetos modernos à frente do órgão. Bonduki ressalta que: “A construção de conjuntos residenciais somente se torna uma prioridade do DHP quando Carmen Portinho é nomeada diretora do órgão, em 1948” (BONDUKI, 2014, p.304). A produção proposta pelo DHP foi marcada pela vontade de se produzir conjuntos residenciais com grande qualidade arquitetônica, inseridos na malha urbana já consolidada, que deveriam funcionar como unidades autônomas dotadas de certa variedade de equipamentos comunitários. Além da presença de grandes nomes que participaram de forma contínua ou pontual, estão o arquiteto Reidy, o paisagista Burle Marx e o artista plástico Candido Portinari (BONDUKI, 2014, p.305). Entre os conjuntos produzidos pelo DHP aquele que ganhou maior destaque, chegando a internacionalmente reconhecido, foi o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, o Pedregulho, projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy em 1947. Localizado no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro o conjunto teve como finalidade abrigar funcionário públicos. O projeto abrange um total de 328 apartamentos de diferentes tipologias, além de contar com equipamentos e serviços como: escola primaria, ginásio, vestiário, piscina, centro de saúde, lavanderia, playground, mercado e creche (BARON, 2011, p.120).

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Vista do conjunto do Pedregulho Fonte: vejario.abril.com.br/cidades/um-dos-simbolos-de-sao-cristovao-comemora-o-fim-de-uma-longa-reforma/, Acesso: 20/09/2019.

O DHP chegou ao fim em 1962 e, em 1964, os IAPs perderam a função de produzir habitação, transferindo essa função para o recém-criado Banco Nacional de Habitação (BNH), a partir da iniciativa do Governo Militar para reduzir o déficit habitacional provocado pela inflação (OLIVEIRA, 2014). Introduzido em um cenário de crise que afetou diretamente a construção civil, os promotores privados dessas habitações estimuladas pelo BNH inseriam suas unidades habitacionais em áreas distantes dos centros e, em muitos casos, sem equipamentos que atendessem aos moradores, o que ocorreu por estarem em terrenos de menor valor. Por isso, os conjuntos habitacionais produzidos durante o período do BNH foram marcados pelo distanciamento físico entre as moradias e

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demais equipamentos comunitários de uso coletivo, além da baixa qualidade de implantação das habitações em relação ao entorno urbano.

Vista de um dos conjuntos produzidos pelo BNH Fonte: resimob.com.br/a-historia-do-bnh-banco-nacional-de-habitacao/, Acesso: 20/09/2019.

Em 1986, uma profunda crise acabou por extinguir o BNH, o que gerou grande impacto para o setor habitacional (OLIVEIRA, 2014, p. 40). Durante o período entre a extinção do BNH e a formulação do Ministério das Cidades (2003), o país se viu sem uma política nacional responsável pela produção de habitação, ficando essa administração subordinada a cinco

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ministérios (BONDUKI, 2014, p.83). No início do século XX, novos programas destinados à produção habitacional foram criados, com destaque para o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que aos poucos recuperou a exigência ao atendimento de outros usos, em locais próximos às unidades habitacionais implantadas pelo Programa. O Programa MCMV surgiu no ano de 2009, destinado à construção de habitação direcionada para três faixas de renda distintas (OLIVEIRA, 2014, p. 42). Para sua aprovação foram aplicados critérios básicos, dentre os quais a proximidade das habitações com os equipamentos comunitários existentes, ou então, diante da inexistência dos mesmos, a construção de novos, a fim de suprir a demanda criada pelo adensamento populacional gerado pela implantação dos conjuntos de habitação. O Programa passou por atualizações que aumentaram as exigências sobre o diagnóstico das áreas onde os conjuntos seriam implantados, a fim de oferecer moradias dotadas de infraestrutura básica e próximas a equipamentos comunitários (ROLNIK, 2014).

Vista de um dos conjuntos produzidos pelo Minha Casa Minha Vida Fonte: aecweb.com.br/revista/noticias/obras-do-minha-casa-minha-vida-terao-comissao-de-representantes/17776, Acesso: 20/09/2019.

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A produção massiva de habitação longe dos centros, ocorrida desde o período do BNH, quando se perdeu por completo a relação entre a habitação e demais equipamentos de uso público, até o MCMV, quando houve uma discreta retomada nesse sentido, mas sem promover com eficácia a construção de ambos (ROLNIK, 2014), acabou por gerar áreas marcadas pela falta de equipamentos comunitários e com infraestrutura básica deficiente, ocasionando, por sua vez, problemas de segregação sócio espacial em diversas cidades brasileiras. A solução destes problemas enfrenta dificuldades tanto no âmbito social quanto econômico, mas, igualmente, pode gerar amplo impacto positivo para a sociedade, como pode ser aprendido dos exemplos citados a seguir, ocorridos em Medellín, na Colômbia, e nas cidades brasileiras Rio de Janeiro e São Paulo, a partir da implantação de centros comunitários em áreas carentes de equipamentos públicos.

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O CASO DE MEDELLÍN Como exemplo de notório reconhecimento de intervenções bem-sucedidas em áreas com população de menor poder aquisitivo, temos o caso de Medellín, que é a segunda maior cidade colombiana e possui uma história marcada pela violência e tráfico de drogas. No entanto, a partir dos anos de 1990, deu-se início a uma série de transformações urbanas e sociais importantes, que visavam mudar essa imagem da cidade. Tais mudanças atingiram áreas como a infraestrutura de transporte, habitação e educação, tendo a implantação dos parques bibliotecas como marco nesse processo (CAPILLÉ, 2000). A intervenção consiste em cinco áreas de ação. Primeiramente, são criados meios de locomoção eficientes, com a construção de linhas de metrô, teleféricos e até mesmo escadas rolantes, a fim de facilitar a mobilidade entre todas as áreas da cidade, sem diferença entre elas. Na sequência, são concebidas habitações sociais nos bairros em que já existam assentamentos precários, com o intuito de não remanejar a população do lugar onde habitam. Junto à promoção de habitação, são implantados os parques bibliotecas, que consistem em “equipamentos públicos construídos para promover práticas educativas, culturais e sociais de seus bairros circundantes, bem como atuar como centros de encontros das comunidades locais” (CAPILLÉ, 2000, p.51). A fim de promover a melhoria das estruturas públicas existentes, também são reformadas as escolas e outras instalações públicas do local. Por fim, promove-se a renovação do espaço público, criando a integração entre todas as intervenções (CAPILLÉ, 2000).

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Escadas rolantes na Comunidad 13 Fonte: thecityfixbrasil.com/2012/04/19/favelas-dorio-terao-escadas-rolantes-inspiradas-em-sistema-demedellin/, Acesso: 20/09/2019.

Metrocable na cidade de Medellín Fonte: http://via.ufsc.br/comuna-13-inclusao-social-por-meio-da-inovacao/, Acesso: 20/09/2019.

A implantação dos parques bibliotecas em Medellín teve como intenção criar nos bairros da cidade, equipamentos capazes de promover para a sua população, práticas educativas, culturais e sociais. A escolha da área de implantação destes equipamentos teve como intenção a mudança na imagem de extrema violência do local onde foram inseridos. Os parques bibliotecas também possuem o intuito de formação da população circundante, oferecendo cursos e atividades a fim de capacitar a população dentro de um mercado formal (CAPILLÉ, 2000). Os parques bibliotecas também podem ser considerados como uma forma do Estado marcar sua presença na região, pois adotam uma linguagem arquitetônica contrastante com o entorno. Nesse sentido, a implantação de uma nova volumetria é entendida por seus promotores como uma peça chave para

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o sucesso dos parques bibliotecas e de toda intervenção em Medellín, juntamente com a participação da população das comunidades por meio de grupos locais nas tomadas de decisões junto aos coordenadores das construções (CAPILLÉ, 2000). De modo sintético, o “Modelo de Medellín” se consistiu em uma série de projetos que, promovendo intervenções de cunho urbano e político, promoveram uma mudança social nas regiões que eram marcadas por uma imagem de pobreza e violência. Esse modelo de organização e intervenção se difundiu por parte da América do Sul, chegando à cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, em 2009.

Parque Biblioteca Fernando Botero, Espanha e León de Greiff Fonte: archdaily.com.br/br/01-78071/parque-biblioteca-fernando-botero-g-ateliers-architecture, archdaily.com/2565/espana-library-giancarlo-mazzanti, archdaily.com/593/leon-de-grief-library-park-giancarlo-mazzanti, Acesso: 20/09/2019.

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O CASO DO RIO DE JANEIRO A implantação das Bibliotecas fez parte de um conjunto de ações do governo no campo da habitação, saúde, esporte e atendimento à mulher (GONÇALVES, 2016, p. 36 ). Com inspiração nos parques bibliotecas de Medellín, o Estado do Rio de Janeiro buscou de forma semelhante a implantação de equipamentos comunitários em regiões carentes da capital e região metropolitana, como em Niterói, Manguinhos, Rocinha e Alemão. A implantação desses equipamentos foi possível devido ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), promovido pelo Governo Federal, que visava “buscar a melhoria das condições de vida da população, intensificando ainda mais a inclusão social” (ZUGLIANI, 2017, p.18). Assim como no caso de Medellín, a opção pela região de implantação das Bibliotecas Parque se deu pela busca de mudança de cenários marcados pela violência e criminalidade provindas do tráfico de drogas em áreas carentes de equipamentos sociais e que apresentavam baixos Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). No Rio de Janeiro e em Niterói, foram implantadas quatro bibliotecas, que receberam o nome de Biblioteca Parque (e não Parque Biblioteca, como em Medellín) e que tinham a intenção de tornarem-se um “espaço cultural e de convivência, com qualidade física, humana e de serviços” (LINS e SABBAG, 2017, p. 80): Essas bibliotecas objetivam ser lugares que se aproximem de centros culturais com ampla acessibilidade, realizando atividades culturais e de promoção de leitura nos mais diversos suportes, visando estimular

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a produção, a fruição e a difusão das produções artísticas e, especialmente, a viabilização do acesso a cultura. (LINS e SABBAG, 2017, p. 80).

As bibliotecas do Rio de Janeiro são fundamentadas por três princípios: ética, estética e técnica. A ética é responsável por promover a vida em sociedade, em que é necessário o consenso, a convivência e a união e interação com o próximo. O principio da estética tem a intenção de criar nas pessoas a sensibilidade de buscar e se apropriar do conhecimento dentro das bibliotecas. Por último, a técnica mostra através de ações, os deveres e desafios lançados com a criação das bibliotecas. (GONÇALVES, 2106, p. 35 ). As Bibliotecas Parque foram inauguradas em momentos diferentes. A de Manguinhos, em 2010; a de Niterói, em 2011; a da Rocinha, em 2012; e a do Alemão, que recebe o nome de Biblioteca Parque Estadual, em 2014. Cabe destacar que as Bibliotecas de Niterói e do Alemão, embora destinadas a atender prioritariamente a população residente em assentamentos precários, estão distantes dos mesmos, o que gera grande discussão sobre sua real finalidade (ZUGLIANI, 2017, p. 28). Contudo, as Bibliotecas criadas a partir do modelo de Medellín, tanto na Colômbia quanto no Brasil, buscam mudar o cenário onde estão inseridas, aumentando o acesso da população residente em assentamentos e bairros precários, à educação e cultura. Nesses equipamentos, acredita-se que a qualidade arquitetônica seja capaz de potencializar a ocupação, convivência e utilização dos espaços culturais oferecidos. Nos casos implantados na cidade de Medellín, as melhorias alcançadas por essas intervenções já são um

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fato real e consolidado, faltando no Rio uma continuidade dessas intervenções e estudos para entender até que ponto a inserção dessas Bibliotecas foram, de fato, capazes de mudar o cenário das comunidades onde estão inseridas.

As quatro bibliotecas parques do Rio de Janeiro Fonte: bibliotecasparque.rj.gov.br/bibliotecas/, Acesso: 20/09/19.

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O CASO DE RIBEIRÃO PRETO No município de Ribeirão Preto uma importante iniciativa de construção de equipamentos comunitários para a promoção e acesso da população à cultura e educação também merece ser destacada. O município foi uma das cidades brasileiras a receber a Fábrica de Equipamentos Comunitários (Faec), concebida pelo arquiteto João Figueiras Lima, popularmente conhecido como Lelé, que tinham como objetivo a construção, em escala industrial, de equipamentos comunitários que deveriam ser implantados em áreas carentes das cidades (MIYASAKA, 2016). Em Ribeirão Preto havia a proposta de construção de cinquenta Bases de Apoio Comunitário (BACs), entre os anos de 2002 a 2004. No entanto, essa meta não foi alcançada, provavelmente devido às mudanças de gestão ocorridas nos períodos posteriores, fato verificado também nas Faec implantadas em outras cidades. A justificativa para o cancelamento do programa foi relacionada ao alto custo das edificações, desconsiderando-se a qualidade e racionalização da concepção (MIYASAKA, 2016). As BACs foram dotadas de soluções arquitetônicas marcantes do arquiteto Lelé, como o uso de “sheds”, solução utilizada para tirar proveito da ventilação natural. Toda a estrutura utilizava materiais pré-fabricados na Faec, que se localizava em um galpão que no início do século XX era destinado ao carregamento de café. O meio de produção industrializado permitia a construção de uma BAC em apenas quarenta dias. As unidades contavam com um programa básico contendo sala de inclusão digital, biblioteca, serviço social, sanitários, copa, depósito e sala de espera. (MIYASAKA, 2016).

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A iniciativa das Fabricas de Equipamentos Comunitários possuía um potencial interessante, ao possibilitar a produção, em um curto espaço de tempo, de equipamentos dotados de grande qualidade arquitetônica. Infelizmente, a inconstância nas políticas públicas implementadas pelos sucessivos governos fez com que o projeto não seguisse adiante, como ocorreu em Ribeirão, onde estava prevista a construção de cinquenta unidades, mas somente oito foram feitas (MIYASAKA, 2016). Dessas oito, percebe-se ainda que a falta de manutenção para mantê-las em funcionamento acabou por gerar uma imagem negativa junto aos moradores do entorno, contrariando por completo o objetivo original do projeto, como é o caso da BAC do bairro Jardim Heitor Rigon, que desde 2014 está desativada e em estado de degradação avançado.

BAC Branca Salles, Ribeirão Preto Fonte: vitruvius.com.br/revistas/read/drops/11.037/3609, Acesso: 20/09/19

BAC Eugenio Mendes, Ribeirão Preto Fonte: Google Street View

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03 ANÁLISE URBANA

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A formação da zona norte da cidade teve início com a criação do Núcleo Colonial Antônio Prado, em 1887, que abrigou grande número de trabalhadores migrantes que chegavam à cidade para trabalhar nas lavouras de café. Ao longo do século XX, a área do antigo Núcleo acabou sendo desmembrada em diversos bairros, como o Campos Elísios e o Ipiranga, dois dos mais populosos da cidade, localizados na zona norte, nos subsetores N-1 e N-2, respectivamente. (SILVA, A. 2004).

Vista área subsetor N-14 Fonte: Imagem tirada por drone, 2018

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MAPA NÚCLEO COLONIAL Fonte: SILVA, 2017, editado pelo autor, 2019.

N 17 N 16 N 18

N 10 N 19

N 15 N 7

N 8 N11

N 6

N 12

N 3 N 4 N 2

N13

N 9

N 14

N 5 N 1

CPFL

CENTRAL

PEDREIRA SAID

PEDREIRA INDERP

PEDREIRA

0 1 2

Legenda:

Núcleo Colonial

Subsetor N-14

35

5Km

Quadrilátero Central


A formação do subsetor N-14 ocorreu durante as décadas de 1950, a partir dos processos de loteamentos do Jardim Jóckey Clube, Jardim Iracema, Cidade Jardim, Jardim Patriarca e Jardim Iara, e durante os anos de 1960 e 1969, quando foram registradas divisões em lotes dos bairros Jardim Paschoal Inneochi, Parque Hipódromo e Esplanada da Estação.

PQ. Permanen te de Exposições

JD. Jóckey Clube JD. Paschoal Innecchi JD. Iracema JD. Patriarca Cidade Jardim

PQ. Hipódromo Esplanada da Estação

Jardim Iara

0 100 200m Mapa de evolução urbana Fonte: Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

Legenda:

Divisa de loteamento

1950-1959

36

1960-1969


N-14 sexo área

Segundo o Censo 2010 realizado pelo IBGE, o subsetor conta com um total de 3.425 habitantes, sendo 1.693 do feminino e 1.732 do sexo masculino, distribuídos em uma total de 2.397.543,87 m². (IBGE, 2010).

Mulheres 49,43%

Próprio 58,2%

Homens 50,57% Subsetor N-14: Mulheres x Homens Fonte :IBGE Censo 2010, com edição gráfica do autor, 2019.

Outros 41,8%

Domicílios Particular Permanente Fonte :IBGE Censo 2010, com edição gráfica do autor, 2019.

90-94 anos 85-99 anos 80-84 anos 75-79 anos 70-74 anos 65-69 anos 60-64 anos 55-59 anos 50-54 anos 45-49 anos 40-44 anos 35-39 anos 30-34 anos 25-29 anos 20-24 anos 15-19 anos 10-14 anos 5-9 anos 0-4 anos

90-94 anos 85-99 anos 80-84 anos 75-79 anos 70-74 anos 65-69 anos 60-64 anos 55-59 anos 50-54 anos 45-49 anos 40-44 anos 35-39 anos 30-34 anos 25-29 anos 20-24 anos 15-19 anos 10-14 anos 5-9 anos 0-4 anos

150 100 50

0

50 100 150

População residente Pirâmide etária Fonte :IBGE Censo 2010

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O subsetor N-14 possui um total de cinco assentamentos precários reconhecidos pela Prefeitura Municipal (2019). Todos eles surgiram da ocupação de lotes originalmente destinados para a implantação de equipamentos públicos nos processos de loteamento do solo.

N-11 N-13

N-12

N-9

N-14

Localização Assentamentos precários entorno N14 Fonte :Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

Legenda:

Assentamentos precários

38


Dentro dos limites do subsetor existem apenas duas escolas de ensino público, o que evidencia a escassez de equipamentos capazes de suprir as demandas de toda a população residente na região.

N-11 N-12

N-13

N-9

N-14

Localização Equipamentos Público entorno N14 Fonte :Prório autor, 2019.

Legenda:

Escola

Posto de saúde

39


O subsetor N-14 abriga 3.425 habitantes, o que representa apenas 0,56% da população total da cidade de Ribeirão Preto, com 604.682 habitantes (IBGE, 2010). Esses dados podem ser melhor visualizadoaos quando comparamos o mapa de densidade construtiva, que ressalta as construções, com o mapa de vazios urbanos, que ressalta os espaços vazios da região. Nota-se a presença marcante de vazios urbanos, contrastando com os espaços de adensamento formados pelos assentamentos.

Construção 11,7%

Vazios 78,6%

Outros 9,7%

Subsetor N-14: Cheios x Vazios Fonte :Próprio autor

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Vazio urbano Subsetor N-14 Fonte: Prรณprio autor, 2019.

0 100 200m

0 100 200m

0 100 200m

0 100 200m

Mapa Densidade Construtiva Fonte: Prรณprio autor, 2019.

Mapa Vazios Urbanos Fonte: Prรณprio autor, 2019.

Legenda:

Legenda:

Cheios

41

Vazios


MAPA USO DO SOLO Fonte: Alunos do 4°ano do curso de Arq. e Urb. UNIP ano 2018, editado pelo autor, 2019.

0 100 200m

Legenda:

Residência

Comércio

Serviço

Institucional

Industria


Na região predominam residências e indústrias. Na escala local há poucas instituições, serviços e comércios, bem como poucas opções de atividades de lazer, cultura, educação e saúde para os moradores.

Exemplo de galpão industrial Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Exemplo de uso institucional Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Exemplo de resiência 2 pav Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Exemplo de uso comercial Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

43


MAPA GABARITO DE ALTURA Fonte: Alunos do 4°ano do curso de Arq. e Urb. UNIP ano 2018, editado pelo autor, 2019.

0 100 200m

Legenda:

Até 4m

Até 8m


O gabarito não ultrapassa o básico, de 10 metros, variando entre construções de até 4 metros, que são predominantes residenciais, e 8 metros, na maioria pavilhões industriais.

Exemplo de galpão Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Exemplo de galpão Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Exemplo de residência 2 pav Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

Exemplo de residência Fonte: Google Street View, 2019. Editado pelo autor, 2019.

45


MAPA HIERARQUIA VIÁRIA

Fonte: Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

0 100 200m

Legenda:

Via Expressa

Via Arterial

Via Coletora

Via Local


O mapa apresenta a hierarquia das vias estabelecida pela administração pública para a região, que influencia diretamente no dimensionamento e legislação de fluxo e recuos das edificações em tais vias.

Corte esquemático via expressa Fonte: Próprio autor

Corte esquemático via Fonte: Próprio autor

areterial

Corte esquemático via local Fonte: Próprio autor

47


MAPA DINÂMICA URBANA Fonte: Próprio autor

0 100 200m

Legenda:

Ponto de ônibus

Bar

Igreja

Escola

Indústria


O subsetor N-14 conta com apenas duas linhas de ônibus, responsáveis por fazer a ligação da região com o centro da cidade. Para destinos diferentes do centro é necessária a conexão com outras linhas, em diferentes pontos. Devido à falta de equipamentos, comércios e serviços, os principais polos de concentração dos moradores são os pequenos bares locais, as igrejas e as escolas estaduais, faltando equipamentos de uso coletivo para uso da comunidade. Com esse breve levantamento de mobilidade e usos podemos deduzir como fatores de problema para a região, a falta de ligação entre ela e o restante da cidade, a falta de espaços de convivência para a população e a proximidade das indústrias, o que ocasiona áreas com baixo grau de atividades comunitárias.

49


MAPA CURVA DE RUÍDO AEROPORTO Fonte: Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

0 100 200m

Legenda:

Curva de Ruído 1 Atual Curva de Ruído 1 proposta

Curva de Ruído 2 atual Curva de Ruído 2 proposta


A proximidade com Aeroporto Estadual Dr. Leite Lopes também é um fator restritivo, pois projeta sobre quase todo o subsetor sua curva de ruído, dividida em dois níveis:R1 (referente a 75dB), que impossibilita o uso residencial, público, industrial e recreacional nessa área; e R2 (referente a 65dB), que não impede o uso mas exige a adequação acústica da edificação a fim de reduzir os decibéis. Estando em processo de Homologação as alterações da nova curva de ruído feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sendo o modelo usado do ano de 1980 (APOLINÁRIO, 2017).

Foto Pista de decolagem Aeroporto Leite Lopes Fonte: Daesp

Foto relação Subsetor N-14 com o Aeroporto Fonte: Imagem tirada por drone, 2018.

51


LEGISLAÇÃO Segundo a legislação 2157/2007, que dispõe sobre o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, o subsetor N-14 é classificado como Zona de Urbanização Preferencial-ZUP, assim definida pela referida lei: composta por áreas dotadas de infraestrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas; incluindo as áreas internas ao Anel Viário, exceto aquelas localizadas nas áreas de afloramento do arenito Botucatu-Piramboia, as quais fazem parte da Zona de Urbanização Restrita;

0 100 200m

Mapa Macrozoneamento Fonte: Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

Legenda:

ZUP

Terreno de intervenção

52


COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

GABARITO RECUOS

h

5X

R

5m H=3X(L+R)

R=

10m

h= O coeficiente de aproveitamento fica estabelecido em 5 vezes a área do terreno.

10% Deve ser mantido 10% so solo natural.

10<h>4

O gabarito máximo na área fica definido como 10 metros de altura do pavimento térreo até a soleira do elevador do último pavimento.

O recuo mínimo fica estabelecido em 5 metros em todas as faces do terreno ou pela fórmula h=3x(L+R).

70%

80%

A taxa de ocupação para A taxa de ocupação para uso residencial é igual não residencial é igual a 70%. a 80%.

53


O subsetor N-14 possui áreas classificadas como Zonas Especiais de Interesse Social-ZEIS com subclassificação de 1 e 2. Isso significa, no caso das ZEIS 1, que as áreas dentro do limite urbano que não são utilizadas por equipamentos e são servidas por infraestrutura no seu entorno podem ser destinada à construção de Habitações de Interesse Social. As ZEIS 2 são áreas já ocupadas por assentamentos precários e irregulares que possuem potencial de urbanização e produção de Habitação de Interesse Social.

0 100 200m Mapa Zonas Sociais Fonte: Prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, editado pelo autor, 2019.

Legenda:

ZEIS 1

ZEIS 2

54

Terreno de intervenção


DEFINIÇÃO DO TERRENO O terreno para implantação do projeto fica localizado no Subsetor N-14 da cidade de Ribeirão Preto – SP. A escolha do terreno levou em consideração a análise urbana da região apresentada anteriormente e a definição de uma base para o programa de necessidades que tornou possível avaliarmos o possível porte do equipamento para suprir as necessidades da região. Pontuados os terrenos vazios na região e seu domínio sendo público ou privado, a escolha se deu por um terreno quadrado de 7000 m² no interior do subsetor, localizado a uma distância de, no máximo, 1,2 km do assentamento mais distante. Comparando as possibilidades levantadas, a preferência pelo terreno se deu principalmente pela proximidade deste com as áreas com maior concentração e famílias. Ribeirão Preto

Subsetor N-14

Localização do terreno de intervenção Fonte: google earth, editado pelo autor, 2019.

55

Terreno Escolhido


MAPA TERRENOS VAZIOS Fonte: Próprio autor

0 100 200m

Legenda:

Terreno privado

Terreno público


MAPA DISTร NCIA EQUIPAMENTO Fonte: Prรณprio autor

0 100 200m

Legenda:

300 m/3 min 1,2 km/14 min

700 m/9 min

950 m/11 min

1,2 km/15 min


ANÁLISE DO TERRENO Declividade: O terreno possui desnível de 4 metros da R. Newton da Costa Teixeira em direção à R. Moacir Ribeiro.

o

L

Insolação: A insolação se dá pelo eixo leste oeste, exigindo maior atenção na fachada voltada para o oeste, a qual receberá o sol da tarde.

Vegetação Existente: Atualmente o terreno conta com arborização principalmente nas faces das ruas Newton da Costa e Moacir Ribeiro, não contanto com vegetação no seu interior, provavelmente por ser usado como campo de football. Ventos Predominantes: Os ventos vêm principalmente da região sudeste.

58


ANÁLISE DO TERRENO

Perfil da R. Hermelindo Del Rosso R. Hermelindo Del Rosso

543

542

R. Moacir Ribeiro

541 93.03

Perfil da R. Moacir Ribeiro

Área= 7.056,00m² 76.58

R. Newton da Costa Teixeira

Perfil da R. Newton da Costa Teixeira

544

R. DR. Silvio Aoyama

Perfil da R. DR. Silvio Aoyama

Dimensões do terreno e corte das calçadas voltadas para as respectivas vias Fonte: Próprio autor

59

0

5

10m


04 REFERÊNCIA PROJETUAL

60


PARQUE BIBLIOTECA LEÓN DE GRIEFF Ficha técnica: Obra: Parque da Biblioteca Pública León de Greiff Localização: Medellín, Colômbia Arquiteto: Giancarlo Mazzanti Arquitetos colaboradores: Andrés Sarmiento, Juan Manuel Gil, Fredy Pantoja, Pedro Saa, Gustavo Vásquez, Iván Ucros Engenheiro Estrutural: Sergio Tobon, Alberto Aschner Período de concepção: setembro de 2005 - janeiro de 2006 Período de construção: março 2006 - maio 2007 Área construída: 6800 m² Vista aérea Parque Biblioteca Fonte: plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biÁrea do lote: 37.546,72 m² blioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti, Acesso: 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019.

Contraste entre o Parque Biblioteca e seu entorno Fonte: plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti, Acesso: 20/09/2019.

61


A biblioteca está localizada na cidade de Medellín, na Colômbia, e seu entorno se caracteriza pela predominância residencial. Está distante do centro da cidade a fim de priorizar a implantação do equipamento em áreas próximas aos assentamentos informais. A biblioteca foi implantada no terreno em três blocos prismáticos dispostos de forma arqueada na orientação norte e sul, na superfície mais alta do terreno, o que possibilita a visualização da praça criada no nível mais baixo pelos três blocos. Esses blocos são interligados por uma circulação interna e externa que são feitas em níveis diferentes, fazendo de sua cobertura uma extensão do terreno e servindo de espaço de convivência.

Esquema implantação Fonte: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti/51270972b3fc4b11a70009e9-parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti-?next_project=no, Acesso: 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019.

62


Implantados no nível mais alto do terreno, a topografia não passou por severas alterações, já que os edifícios acompanharam o traçado das curvas de nível, fazendo recortes no terreno afim de que a cobertura dos blocos pudesse se configurar recorte do terreno como uma extensão do terreno. Esquema Fonte: plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti, Acesso: O terreno é completamente 20/09/2019. aberto, o que permite o acesso ao mesmo em diferentes pontos. O acesso principal está situado na fachada leste, enquanto outros acessos são possíveis pela praça no nível mais baixo, o que possibilita aos usuários subirem até o nível mais alto e acessar o edifício e circulação pela cobertura. Internamente, Acessos Fonte: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/ parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanos blocos são interligados ti/57424d75e58ece6ec900024d-parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti-foto?next_project=no, Acesso: por um túnel e são utilizadas 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019. rampas e escadas para promover Legenda: Acessos principais a circulação vertical. Acessos secundários Circulação externa

63


As plantas do edifício são organizadas em forma de retângulos de tamanhos modulares, o que possibilita melhor distribuição interna e racionalidade na disposição da estrutura.

Esquema implantação Fonte: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti/57425811e58ece6ec900026f-parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti-planta-1?next_project=no, Acesso: 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019.

Legenda:

Biblioteca

Sala multiuso

Auditório

Sanitários

Sala de apoio/depósito

Área de convivência

Sala de convivência da administração

64


As fachadas da biblioteca são marcadas pelo uso do concreto como elemento principal, material esse que se destaca diante do seu entorno caracterizado por construções feitas com tijolos cerâmicos. Das três fachadas existentes, duas delas são lisas, de concreto, sendo a principal composta por um grande pano de vidro que proporciona ventilação através de pequenas aberturas em forma de círculo, dispostas por toda a superfície moldada pelo cinza do concreto armado e complementada por quatro painéis móveis na cor vermelha.

Fachada principal Fonte: plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti, Acesso: 20/09/2019.

Os materiais empregados foram pensados para melhor eficiência e eficácia para o uso público. Por isso foram utilizados materiais de alta resistência, fácil manutenção e durabilidade, como o concreto usado em toda a parte

65


estrutural do projeto, pisos de vinil de diferentes formas e cores que delimitam os espaços pedagógicos, painéis de vidro sanduíche com resina colorida no interior (para dar cor aos espaços pedagógicos) e madeiras de teca usadas como brises.

Fachada em concreto Fonte: plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti, Acesso: 20/09/2019.

Fachada com painel de vidro Fonte: plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti, Acesso: 20/09/2019.

Brises de madeira Fonte: plataformaarquitectura.cl/cl/02-5937/parque-biblioteca-leon-de-grieff-giancarlo-mazzanti, Acesso: 20/09/2019.

66


BIBLIOTECA PARQUE ROCINHA C4 Ficha técnica: Obra: Biblioteca Parque da Rocinha C4 Localização: Rocinha, Rio de Janeiro, Brasil Arquiteto: Mayerhofer e Toledo Data de entrega: abril 2010 Área construída: 1600 m²

Vista aérea Biblioteca Parque Fonte: google earth, editado pelo autor, 2019.

Vista Biblioteca Parque Rocinha C4 Fonte: Flavio Carvalho

A biblioteca fica localizada no centro da favela da Rocinha, uma das maiores do Rio de Janeiro, em uma área considerada de uso misto. A inserção da biblioteca nessa comunidade visava alcançar os mesmos objetivos dos Parques Bibliotecas de Medellín, ao levar um equipamento de qualidade, com variedade de usos, para as pessoas que vivem na favela. O edifício foi implantado em um terreno composto por topografia de aclives

67


e declives, não dispondo de recuos e com seu acesso principal voltado para a estrada da Gávea.

Vista da fachada voltada para a estrada da Gávea Fonte: henryjenne.com.br/bibliotecaparquerocinha/, Acesso: 20/09/2019.

Internamente, a configuração da planta proporciona espaços amplos, sem delimitação de circulação horizontal, mas com distribuição do programa ao longo de cinco pavimentos que utiliza como circulação vertical uma escada e um elevador acessível a pessoas com deficiência.

68


Térreo Fonte: bibliotecasparque.rj.gov.br

1° Pavimento Fonte: bibliotecasparque.rj.gov. br

3° Pavimento Fonte: bibliotecasparque.rj.gov.br

2° Pavimento Fonte: bibliotecasparque.rj.gov.br

4° Pavimento Fonte: bibliotecasparque.rj.gov.br

69


O volume da edificação nos primeiros pavimentos se assemelha ao de um prisma, possuindo alguns lados com um chanfro mais acentuado a partir do segundo pavimento. Esse volume também varia em função do recorte feito na edificação para a criação da varanda, assemelhando-se a uma forma de “L”. De modo geral, as fachadas não apresentam grandes ornamentos, mas destaca-se o uso de cores chamativas nos planos de janelas e portas, em contraste com o restante da superfície branca do edifício.

Volume recortado Volumetria Fonte: Próprio autor

Como solução climática foram usadas janelas do tipo “maxi ar” que permitem a ventilação por efeito chaminé. As janelas também contam com colorações que diminuem a penetração de raios solares direto, além das varandas que permitem o afastamento e sombreamento da parte interna da edificação, garantindo assim uma melhor circulação de ar pelos ambientes.

70


EDIFÍCIO PROJETO VIVER Ficha técnica: Obra: Edifício Projeto Viver Localização: São Paulo-SP, Brasil Arquiteto: FGMF Arquitetos – Forte, Gimenes e Marcondes Ferraz Arquitetos Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz Arquitetos: Marília Caetano, Cecília Reichstul Fotógrafo: Marcelo Scandaroli Conclusão do projeto: 2003 Conclusão da obra: 2005 Área construída: 400 m² Área do lote: 1500 m²

Vista aérea Projeto Viver Fonte: google earth, editado pelo autor, 2019.

Vista do Projeto Viver Fonte: archdaily.com.br/br/625866/vencedor-do-premio-rogelio-salmona-edificio-projeto-viver-fgmf, Acesso: 20/09/2019.

71


O projeto viver está inserido na comunidade do Jardim Colombo, comunidade integrante do complexo Paraisópolis. Essa região expressa o extremo contraste entre as comunidades e o bairro formal, voltado para a moradia de uma população com alto poder aquisitivo. O local onde está localizado o Projeto Viver é caracterizado pelo uso residencial, sendo a falta de outros equipamentos no entorno uma das premissas de sua implantação.

Localização do Jd. Colombo no complexo Paraisópolis Fonte: vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.164/5265?page=1, Acesso: 20/09/2019.

72


Foi inserido em um terreno livre de 1500m², no centro da favela, de propriedade particular e que era usado pelos moradores como campo de futebol, depósito de lixo e também como um dos acessos dos moradores para a favela. Para superar a limitação do terreno em aclive, foi criada uma praça em patamares logo na entrada do terreno.

Escadaria criada para circulação Fonte: archdaily.com.br/br/625866/vencedor-do-premio-rogelio-salmona-edificio-projeto-viver-fgmf, Acesso: 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019.

Vista do terreno antes do projeto Fonte: archdaily.com.br/br/625866/vencedor-do-premio-rogelio-salmona-edificio-projeto-viver-fgmf, Acesso: 20/09/2019.

Inicialmente, a ideia era que fosse um terreno completamente aberto, mas para aumentar sua segurança foram instaladas grades ao redor, que permanecem abertas o dia todo e não impedem a permeabilidade da população pelo terreno, assim como acontecia antes do projeto. A circulação entre os prédios é feita por passarelas, sendo usadas escadas para acessar os pavimentos superiores.

73


Acessos e circulação Fonte: archdaily.com.br/br/625866/vencedor-do-premio-rogelio-salmona-edificio-projeto-viver-fgmf, Acesso: 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019.

Legenda:

Acessos

Passarela de ligação

Rua de ligação

Gradil

Gradil instalado Fonte: archdaily.com.br/br/625866/vencedor-do-premio-rogelio-salmona-edificio-projeto-viver-fgmf, Acesso: 20/09/2019.

74


Setorização Fonte: archdaily.com.br/br/625866/vencedor-do-premio-rogelio-salmona-edificio-projeto-viver-fgmf, Acesso: 20/09/2019.

A volumetria é composta por dois blocos de formatos prismáticos feitos de blocos de concreto, elevados do solo por pilares de concreto armado que se interligam por meio da passarela e cobertura. Apesar de suas diversas qualidades, a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida se torna um grande problema.

75


CENTRO COMUNITÁRIO VISTAS DE CERRO GRANDE Ficha técnica: Obra: Centro Comunitário Vistas de Cerro Grande Localização: Chihuahua, México Arquiteto: Arquitectura en Proceso Ano do projeto: 2011 Área construída: 693m²

Vista aérea Centro Comunitário Fonte: archdaily.com.br/br/874938/centro-comunitario-vistas-de-cerro-grande-arquitectura-en-proceso, Acesso: 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019.

Vista do Centro Comunitário Fonte: archdaily.com.br/br/874938/centro-comunitario-vistas-de-cerro-grande-arquitectura-en-proceso, Acesso: 20/09/2019.

76


O edifício está inserido em um assentamento em Chihuahua, no México, cercado por montanhas que influenciaram diretamente na implantação do edifício, que não deveria interromper a vista para a paisagem natural do entorno.

Vista do Centro Comunitário ao fundo uma das montanhas Fonte: archdaily.com.br/br/874938/centro-comunitario-vistas-de-cerro-grande-arquitectura-en-proceso, Acesso: 20/09/2019.

A circulação pelo edifício é livre, não possuindo barreiras no terreno. Como cada uso ocorre em um volume independente, só é necessária a passagem por um hall para acesso a cada ambiente específico. Devido a todo o contexto no qual está inserido, os autores optaram pela escolha de materiais naturais, que permitissem o diálogo do edifício com as paisagens montanhosas ao fundo,

77


sem contrastar com a comunidade.

Implantação que mostra a variiedade de acessos Fonte: archdaily.com.br/br/874938/centro-comunitario-vistas-de-cerro-grande-arquitectura-en-proceso, Acesso: 20/09/2019.

Relação entorno com o equipamento Fonte: archdaily.com.br/br/874938/centro-comunitario-vistas-de-cerro-grande-arquitectura-en-proceso, Acesso: 20/09/2019.

Materiais empregados Fonte: archdaily.com.br/br/874938/centro-comunitario-vistas-de-cerro-grande-arquitectura-en-proceso, Acesso: 20/09/2019.

78


CONCURSO PARA A UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Ficha técnica: Projeto: Concurso para a Unidade Básica de Saúde Localização: Parque do Riacho - CODHAB-DF Arquiteto: Saboia + Ruiz Arquitetos Equipe: Alexandre Ruiz, Thais Saboia, Rodrigo Vinci, Haraldo Hauer, André Bihuna D’Oliveira, Luca Fischer, Lucas Freitas, Michela Neri Ano do projeto: 2016

Vista aérea Terreno do concurso Fonte: portaldacidadania.pb.gov.br/ConcursoSelecao/Governo/Concurso/ConcursoProprio?actionName=UBSQuilombola, Acesso: 20/09/2019. Editado pelo autor, 2019.

Perspectiva da praça de acesso Fonte: archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df, Acesso:20/09/2019.

79


A ideia da proposta vencedora consistiu na construção de três blocos distribuídos de forma continua pelo terreno longitudinal, foi proposto que os usos fossem dispostos no perímetro destes blocos criando no centro praças internas para conforto dos pacientes.

Esquema pátios Fonte: archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df, Acesso:20/09/2019.

Os três blocos são divididos de forma que os usos de serviço e consultórios fiquem no primeiro bloco; no segundo está a administração, enquanto o terceiro bloco é destinado exclusivamente às áreas de consultórios.

80


Esquema setorização Fonte: archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df, Acesso:20/09/2019.

A circulação foi resolvida priorizando-se o fluxo dos pacientes pelo corredor criado pela praça interna, enquanto o fluxo de funcionários foi direcionado para os corredores externos.

Planta baixa Fonte: archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df, Acesso:20/09/2019.

81


Integração entre sala de espera e påtio interno Fonte: archdaily.com.br/br/874775/1o-lugar-no-concurso-para-a-unidade-basica-de-saude-em-parque-do-riacho-codhab-df, Acesso:20/09/2019.

82


05 PARTIDO

PROJETUAL

83


CONCEITO O Centro Comunitário tem como conceito a integração entre toda a população do subsetor N-14. Em especial, dos cinco assentamentos presentes na região. Para cumprir com esse papel de convívio e integração foi usada como estratégia a criação de um programa que supra realmente a necessidade da população, fazendo com que ela tenha um polo de educação, saúde, cultura e lazer próximo de onde moram. Isso cria automaticamente um uso ativo do equipamento e de todo o espaço do terreno.

Conceito Fonte: Próprio autor

84


DEMANDAS As demandas do projeto foram elencadas a partir de três pontos, sendo o primeiro a análise urbana apresentada anteriormente, que identificou a falta de equipamentos de cultura, educação, esporte e saúde na região do Subsetor N-14. O segundo ponto foi a entrevista com pessoas do assentamento Barbante Rosa. Nessas entrevistas, foram mencionadas mais vezes a falta de equipamentos de saúde e espaços para crianças no geral. O terceiro e último ponto considerado foi o uso já existente do terreno. Como a população próxima o usa como campo de futebol, optou-se pelo acréscimo de uma quadra poliesportiva ao programa de necessidades, com o intuito de não descaracterizar o uso já existente do terreno. Elencadas as demandas do projeto, e com a referência de cinco projetos arquitetônicos foi elaborado o programa de necessiades a fim de suprir as necessidades levantadas.

População usando o terreno ao final de semana para jogar football Fonte: Próprio autor

85


PROGRAMA DE NECESSIDADES Áreas Comuns

SETOR

Atividade Sociocultural

AMBIENTE

Recepção

Sanitário Feminino

Sanitário masculino

Teatro

Sala de ensaio

Biblioteca

Ludoteca

ÁREA (m²)

15

20

20

305

60

200

30

QUANTIDADE

2

2

2

1

1

1

1

DESCRIÇÃO

SETOR

Deve estar localizada próxima ao acesso principal e ter previsão de dois funcionários com uso de computador. Também deverá ser prevista área de guardavolumes.

Poderá estar distribuído ou concentrado.

Poderá estar distribuído ou concentrado.

Área livre descoberta

Deverá ter estantes para a guarda dos livros, mesas de O teatro poderá ter Espaço de integração formato livre. Deverá estudo, mesas com entre todas as áreas conter camarim com computadores para Área livre, sem a do Centro sanitários, sala de consulta, além de presença de Comunitário, sendo controle de vídeo e área de atendimento obstáculos físicos. responsável por fazer som, foyer, depósito Deve estar próxima ao com a presença de a distribuição de Teatro. dois funcionários com para cenários, fluxo para os computador. É bilheteria e ambientes. desejável uma área de bomboniere. recepção e área externa para leitura.

Qualificação Social e Profissional

Destinada ao público infantil, deverá ser um espaço lúdico e estar próximo à biblioteca.

Administrativo e Serviços

AMBIENTE

Corte e costura

Beleza

Administração

Almoxarifado

DML

Depósito de lixo

Processamento técnico

Área técnica

ÁREA (m²)

120

50

40

10

5

5

10

10

QUANTIDADE

1

1

1

1

2

1

1

1

Deve estar próximo ao almoxarifado.

Deve ter acesso direto à calçada pública próxima à via.

Área destinada à manutenção, processamento e segurança. Deve ser pensada para o uso de um funcionário com computador, além de área para guarda de material.

Deve estar próximo à recepção geral.

DESCRIÇÃO

Espaço destinado ao Espaço destinado ao ensino de técnicas de ensino de técnicas de corte e costura relacionados a área da beleza como: corte contando com áreas de cabelo, manicure, para criação, pedicure, etc. modelagem e corte.

Deverá ser pensada para o uso de até 10 funcionários com computador e sala de reuniões.

Depósito.

Atendimento clínico

SETOR

AMBIENTE

Consultório com sanitário

Consultório

Sala de vacina

Sala de procedimento

Sala de curativo

Sala de nebulização

Sanitário para usuário

Sanitário para deficiente

ÁREA (m²)

15

9

9

9

9

6,5

1,6

3,2

QUANTIDADE

1

1

1

1

1

1

2

1

DESCRIÇÃO

Espaço destinado ao atendimento individual, devendo Espaço destinado ao ser compartilhado atendimento pelos profissionais individual, devendo da equipe, obedecendo ser compartilhado a uma programação pelos profissionais previamente da equipe, obedecendo estabelecida. Quando a uma programação o consultório for previamente para uso estabelecida. ginecológico, prever sanitário privativo anexo.

Espaço destinado à administração de imunobiológicos e de medicação injetável. Na determinação dos fluxos de pacientes prever a localização desta sala, de forma que o usuário não transite nas demais dependências da UBS.

Espaço destinado à realização de Espaço destinado ao Espaço destinado à procedimentos tais Ambiente interno com Ambiente interno com tratamento de lesões administração de como: realização de lavatório e bacia lavatório e bacia . Deve ser previsto medicação inalatória pequenos sanitária. Aconselha sanitária. Aconselha procedimentos, coleta acesso de forma que o em pacientes. Sala se prever, também, se prever, também, de material para usuário não necessite que comporte cadeiras sanitários públicos sanitários públicos transitar pelas ou bancos que análises clínicas, separados por sexo. separados por sexo. demais dependências servirão para a administração de Deverá sempre existir Deverá sempre existir medicação inalatória, da UBS. Esta sala acomodação pelo menos um pelo menos um terapia de deve estar próxima à confortável dos sanitário destinado a sanitário destinado a reidratação oral e sala de lavagem e pacientes durante o deficientes. deficientes. permanência de descontaminação. procedimento. pacientes em observação.

86


CENTRO COMUNITÁRIO Esporte e Lazer

SETOR

AMBIENTE

Sala Multiuso

Informática básica

Quadra poliesportiva

Área livre coberta

Lanchonete

Restaurante

Cozinha

60

50

800

150

15

50

30

ÁREA (m²)

1

1

1

1

1

1

1

QUANTIDADE

Áreas "skatáveis”

Espaço dotado de computadores para realização de curso Poderá ter usos básico de diversos, como cursos informática, sendo e palestras. usado fora dos horários de aula pela comunidade para o acesso a internet.

Espaços abertos com mobiliário que possibilite manobras para skatistas.

Além do uso do Uma quadra restaurante, poderá poliesportiva oficial Deverá receber até 20 Espaço destinado a ser utilizada para 20m x 40m reversível pessoas sentadas, servir aos ambientes cursos e oficinas Deve estar próxima às para duas quadras do Centro Comunitário além de área de bar, gastronômicas oficiais de basquete. áreas de uso livre. para atividades hall de recepção e voltadas para a A quadra permite o população. Deverá ter externas. caixa; uso longitudinal e despensa para guarda transversal. dos materiais.

Administrativo

12

Sala de espera para pacientes e acompanhantes 20

1

1

Recepção/Arquivo de prontuários

Atendimento odontológico

Sala para reuniões e educação em saúde

Sala para ACS

15

15

1

1

Farmácia (sala de armaz. De medicamentos) 25

1 As farmácias devem dispor de dimensão Espaço destinado aos apropriada, além de Espaço destinado á Agentes de Saúde, equipamentos, informação, registro, Espaço destinado a podendo em UBS recursos humanos e agendamento e Espaço destinado aos atividades educativas pequenas ser o mesmo procedimentos que em grupo. Prever encaminhamento. Sala usuários do serviço e espaço da Área de atendam as Boas seus acompanhantes acesso de forma que para guardar os Reuniões (item Práticas de que aguardarão o os usuários não arquivos de 6.1.5). Deverá sempre Dispensação. A atendimento pelo necessitem transitar prontuário em ter uma mesa de farmácia deverá ter segurança, com acesso profissional da USF. nas demais trabalho, acesso independente, fácil à recepção e dependências da UBS. computadores e de forma a não triagem. permitir a circulação arquivos. desnecessária de pessoas no ambiente.

Equipo odontológico

Escovário

12

4

1

Espaço destinado ao atendimento especializado de odontologia.

1

Copa/cozinha

3,6

4,5

Área para depósito de material de limpeza (DML) 3

2

1

1

Local destinado ao No caso de banheiro preparo e alimentação de funcionários, dos funcionários. deverá ser previsto Sala de acesso fácil box e local para e restrito a armários individuais, funcionários, dotada além das instalações de boa iluminação e sanitárias normais. ventilação.

Ambiente destinado à guarda de materiais de higienização da edificação.

SETOR

Área de compressor

AMBIENTE

1

QUANTIDADE

ÁREA (m²)

Destinado à Espaço destinado a realização de abrigar maquinário procedimentos para o funcionamento relacionados à do equipamento prevenção de doenças odontológico. A bucais. Espaço distância máxima até dimensionado para receber instalação de o consultório de lavatórios com odontologia é de 7 m, não podendo ser espelhos. O local instalado em nível deverá estar de preferência em espaço diferente. O local de próximo à sala de deve estar situado do lado de fora da USF. atendimento odontológico.

Apoio Banheiro para funcionários

DESCRIÇÃO

DESCRIÇÃO

SETOR

Sala de Recep. Lavagem e descontaminação 4 1

7,5

Sala de utilidades (apoio à esterilização) 4

1

1

Sala de esterilização

Abrigo de resíduos sólidos

Depósito de lixo

4

4

ÁREA (m²)

1

1

QUANTIDADE

Espaço em comunicação Ambiente que se com a área de comunique com a sala esterilização por de lavagem e Local destinado ao meio de guichê Local destinado ao descontaminação por acondicionamento do (50x50cm) com porta Ambiente para usos acondicionamento do meio de guichê com lixo não contaminado de abrir. Prever múltiplos. Prever lixo contaminado porta de abrir, aguardando remoção visores entre esta (lixo hospitalar). bancada seca. Prever instalação de bancada pelo serviço de sala e a de instalação de bancada com pia, armários Prever separação limpeza urbana. esterilização, com pia, armários para acondicionamento entre resíduo comum e Observar fechamento bancada com bojo de materiais, hamper biológico. Ambiente devido às questões de sobre e/ou sob medindo, localizado e lixeira com tampa e ventilado, porem com segurança, porém bancada, autoclave no eixo da bancada, pedal. prever ventilação, proteção contra (sobre bancada), instalação de bancada mas com proteção roedores. guichê de com pia, pia de contra roedores. distribuição de despejo, ducha para material, lavatório e lavagem e lixeira com exaustor. tampa e pedal.

87

AMBIENTE

DESCRIÇÃO


ORGANOGRAMA GERAL CENTRO COMUNITÁRIO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO UBS

ADMINISTRATIVO UBS

ATENDIMENTO CLÍNICO UBS

APOIO UBS

A organização dos espaços obedecera a ligação que os ambientes terão pela área livre, não possuindo em alguns casos como o da UBS ligação com outras áreas ou então o compartilhamento de áreas de apoio, sendo um espaço mais restrito que possuirá ligação com o restante somente pela área livre.

ÁREAS COMUNS

ESPORTE E LAZER

ATIVIDADE SOCIOCULTURAL

ADMINISTRATIVO E SERVIÇOS

Legenda:

Áreas comuns Atividade sociocultural Esporte e lazer Qualificação social e profissional ADM e serviços

QUALIFICAÇÃO SOCIAL E PROFISSIONAL

Administrativo Atendimento clínico Atendimento odontológico Apoio


ORGANOGRAMA DETALHADO CENTRO COMUNITÁRIO SALA DE UTIL.

ÁREA TÉCNICA

PROC. TÉCNICO

LUDOTECA

DVDTECA

SALA DE ENSAIO

RECEPÇÃO

BIBLIOTECA

Área livre coberta

TEATRO

DEPÓSITO DE LIXO

RESTAURANTE

COZINHA

LANCHONETE

D.M.L.

CORTE E COSTURA

SANITÁRIOS

SALA DE PROCED.

FARMÁCIA

EQUIPO ODONTOLÓGICO

D.M.L.

DEPÓSITO DE LIXO

COPA/COZINHA

ESCOVÁRIO

ÁREA DE COMPRESSOR

INFORMÁTICA BÁSICA

Legenda:

BANHEIRO DE FUNCIONÁRIOS

CONSULTÓRIO

SALA PARA ACS

SALA DE REUNIÕES

BELEZA

SALA DE NEBULIZAÇÃO

CONSULTÓRIO COM WC.

SALA DE ESPERA

RECEPÇÃO

QUADRA POLIESPORTIVA

SALA MULTIUSO

SALA DE CURATIVO

SANITÁRIO DE USUÁRIO

D.M.L.

ÁREA LIVRE DESCOBERTA

ABRIGO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

SALA DE VACINA

SANITÁRIO P.N.E.

ADM.

SANITÁRIOS

SALA DE LAVAG. E DESCONT.

SALA DE ESTER.

ALMOXARIFADO

Áreas comuns Atividade sociocultural Esporte e lazer Qualificação social e profissional ADM e serviços

89

Administrativo Atendimento clínico Atendimento odontológico Apoio


FLUXOGRAMA CENTRO COMUNITÁRIO SALA DE UTIL.

ÁREA TÉCNICA

PROC. TÉCNICO

LUDOTECA

DVDTECA

SALA DE ENSAIO

RECEPÇÃO

BIBLIOTECA

Área livre coberta

TEATRO

DEPÓSITO DE LIXO

COZINHA

LANCHONETE

CORTE E COSTURA

D.M.L.

SANITÁRIOS

DEPÓSITO DE LIXO

Acessos:

Funcionários

Rua

Médio

COPA/COZINHA

ESCOVÁRIO

Qualificação social e profissional ADM e serviços Fluxo privado: Alto Médio Baixo Alto

EQUIPO ODONTOLÓGICO

D.M.L.

Áreas comuns Atividade sociocultural Esporte e lazer

Fluxo público:

SALA DE PROCED.

FARMÁCIA

ÁREA DE COMPRESSOR

INFORMÁTICA BÁSICA

Legenda:

BANHEIRO DE FUNCIONÁRIOS

CONSULTÓRIO

SALA PARA ACS

SALA DE REUNIÕES

BELEZA

SALA DE NEBULIZAÇÃO

CONSULTÓRIO COM WC.

SALA DE ESPERA

RECEPÇÃO

QUADRA POLIESPORTIVA

SALA MULTIUSO

RESTAURANTE

SALA DE CURATIVO

SANITÁRIO DE USUÁRIO

D.M.L.

ÁREA LIVRE DESCOBERTA

ABRIGO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

SALA DE VACINA

SANITÁRIO P.N.E.

ADM.

SANITÁRIOS

SALA DE LAVAG. E DESCONT.

SALA DE ESTER.

ALMOXARIFADO

Baixo Público

90

Administrativo Atendimento clínico Atendimento odontológico Apoio


06 O PROJETO


DIRETRIZES PROJETUAIS Para organização do projeto no terreno foram pensandos eixos de circulação que permitam que as pessoas transitem e vejam o terreno por diferentes pontos, sem que a edificação se torne uma barreira física. A partir dessa primeira diretriz, propusemos a organização dos acessos principais voltados para a Rua Newton da Costa Teixeira, por ser essa a rua com maior fluxo de pessoas e veículos, e sendo por ela o acesso por transporte público. No entanto foi evitado a prolongação dos usos por essa via, tanto para que não se tornasse uma barreira visual para o restante do terreno, como também por se tratar da fachada oeste, que recebe maior insolação. Para a disposição dos usos no térreo, foi levado em consideração a facilidade de acesso e sua capacidade de interação com o exterior. Definiu-se, portanto, que neste pavimento deveriam estar a UBS, teatro, restaurante e quadra poliesportiva, áreas que permitem maior diversidade de uso, garantindo uma maior rotatividade do público. As demais áreas do programa foram dispostas no segundo pavimento: biblioteca, salas para cursos diversos, informática, sala multiuso e áreas administrativa do Centro Cominitário.

92


ILUSTRAÇÕES DIRETRIZES PROJETUAIS

Volume do projeto:Volume pensado para que se abra para a rua.

Eixos: Criação de eixos visuais e de circulação.

Espaços abertos: Criação de espaços abertos de qualidade.

Usos: Implantação de usos que garantem uma rotatividade de público no térreo.

93


ESTUDO 01 Nesse estudo foi pensado a distibuição dos usos em três diferentes platôs, no térreo as áreas seriam dispostas de forma bem setorizadas criando quatro volumes separados uns dos outros, que seriam ligados pelo pavimento superior.

R. Hermelindo Del Rosso

0

5

10m

R. DR. Silvio Aoyama

0

Legenda: CRAS Áreas comuns Atividade sociocultural Esporte e lazer Qualificação social e profissional Administração e serviços

94

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

5

10m

R. DR. Silvio Aoyama

Fluxos Áreas verdes Ponto de ônibus Ventos predominantes Acessos funcionários Acesso público


ESTUDO 02 Nesse estudo, após visita ao assentamento Barbante Rosa, foi feita alterações no programa de necessidades, fazendo a inclusão da UBS. Nessa solução as áreas antes muito bem setorizadas passram a ser mais integradas umas com as outras.

0

5

10m

R. DR. Silvio Aoyama

0

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

5

10m

Legenda: UBS Áreas comuns Atividade sociocultural Esporte e lazer Qualificação social e profissional Administração e serviços

95

R. DR. Silvio Aoyama

Fluxos Áreas verdes Ponto de ônibus Ventos predominantes Acessos funcionários Acesso público


ESTUDO FINAL Nesse estudo foi feito o alinhamento entre os blocos prismáticos da UBS e restaurante com o teatro, a biblioteca foi movida do térreo para o primeiro pavimento ficando suspensa dobre o restaurante e teatro criando um vão de 20m.

0

5

10m

R. DR. Silvio Aoyama

0

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

5

Legenda: UBS Áreas comuns Atividade sociocultural Esporte e lazer Qualificação social e profissional Administração e serviços

96

10m

R. DR. Silvio Aoyama

Fluxos Áreas verdes Ponto de ônibus Ventos predominantes Acessos funcionários Acesso público


NÍVEIS O programa do projeto foi distribuído ao longo de 4 platôs em diferentes níveis, com o intuito de proporcionar uma circulação suave ao usuário pelo terreno: Nível 0 – No mesmo nível da Rua Newton da Costa, por onde ocorre o acesso à UBS, que é um equipamento com características que exigem acesso direto e facilitado. Nível -0,5 - Por ele é feito o acesso ao teatro e aos pavimentos superiores, a partir de escada e elevador. Nível -1 – Nele está o restaurante e o acesso de funcionários para o pavimento superior. Na área externa, permite acesso ao palco exterior do teatro. Nível -2,3 – Nível da quadra poliesportiva, que recebeu essa diferença por permitir a criação de uma arquibancada. A quadra fica no mesmo nível da Rua Moacir Ribeiro.

97


SETORIZAÇÃO

98


Os ambientes do Centro Comunitário foram distribuídos em três pavimentos: Térreo - Distribuído em 4 platôs, por onde se acessa a UBS no nível 0, o teatro e sanitários de uso público no nível -0,50, o restaurante no nível -1,00 e a quadra poliesportiva no nível -2,30. Meio nível – Nele se localiza a sala de ensaio do teatro que é acessada por escada ou elevador localizado no nível -0,50, o mezanino do restaurante e áreas técnicas para armazenamento de água e manutenção. 1°Pavimento – Onde se encontra toda a parte administrativa do Centro Comunitário, como também salas destinatas a diferentes cursos, a biblioteca e os sanitários de uso público. Legenda:

Áreas comuns Atividade sociocultural Esporte e lazer Qualificação social e profissional ADM e serviços

99

Administrativo Atendimento clínico Atendimento odontológico Apoio


CIRCULAÇÃO E ACESSOS

100


Os acessos, tanto do público quanto de funcionários, ocorrem ao longo dos diferentes níveis criados. Para a circulação pública e coletiva foi priorizada a integração entre o exterior e o interior. Dessa forma, os corredores de circulação pública se abrem para o exterior, o que também permite a conexão com o restante da quadra. Já a circulação de funcionários foi pensada de forma mais restritiva e por isso ocorre no interior dos espaços, contudo a UBS foi organizada ao longo de três corredores que possibilita uma melhor distribuição dos fluxos de pacientes, funcionários e materiais. A circulação externa entre os níveis do terreno ocorre por rampas e escadas ao longo do eixo central da quadra, enquanto o acesso aos pavimentos superiores ocorre pelo uso de escada ou elevador localizados no nível -0.50 e -1,00. Legenda:

Circulação público Circulação funcionários Circulação vertical

101

Acesso público Acesso funcionários


ESTRUTURA Inicialmente, a estrutura do projeto foi pensada a partir de um sistema convencional com pilares de concreto em malha estrutural de 5 por 5 metros. Com o desenvolvimento da proposta, adotou-se um sistema com estrutura em aço corten treliçada, esse sistema foi escolhido a fim de possibilitar a locação de pilares com maior espaçamento entre si: 10 metros no eixo longitudinal e 15 metros no eixo transversal, com perfis mais esbeltos. A solução conformou dois volumes prismáticos de 15 por 40 metros, que são separados entre si por um vão de 20 metros no qual está suspensa a biblioteca no pavimento superior. A criação desse vão veio a partir da diretriz de eixo de visão entre as extremidades do terreno e como solução para a estruturação do pavimento superior sobre esse vão foi a utilização do já mencionado sistema de treliça em todo pavimento superior.

Malha estrutural seguida Fonte: Próprio autor

Perspectiva do esqueleto estrutural Fonte: Próprio autor

102


ÁREAS EXTERNAS O projeto das áreas externas partiu do princípio das praças secas, empregando pouca vegetação e ampliando os espaço abertos para a utilização ativa do espaço. A pavimentação policromática da área foi pensada em concreto combinado com piso intertravado, que formam eixos de ligação entre todos os acessos do Centro Comunitário. Para o mobiliário foram usados bancos de concreto que permitem não só o uso para descanso, mas também se tornam objeto de manobra para skatistas. No nível mais baixo do terreno ficam concentrados os espaços para prática de esportes, com uma quadra poliesportiva e áreas “skatáveis” formadas pelo mobiliário e rampas.

103


MATERIALIDADE

COBERTURA: Em telha metálica termoacústica trapezoidal.

VENEZIANA INDUSTRIAL: Em chapa de de alumínio com pintura branca

VEDAÇÕES EXTERNAS: Feitas com placa cimentícia.

PAINÉIS VENTILADOS: Em chapas de aço perfuradas com fechamento de vidro.

104


CENTRO COMUNITÁRIO

ESCADA: Em armado com vazados.

concreto espelhos

COBERTURA: Em vidro estruturado por montantes de aço.

JANELA MAXIM-AR: Folha em vidro com montante em aço.

PAÍNEL EXTERNO: vidro, estruturadO montantes de aço.

105

Em por



LEGENDA: 1 Recepção/Arquivo de prontuários e espera 2 Sala para reuniões e educação em saúde 3 Sala para ACS 4 Farmácia 5 Sala de procedimento 6 Sala de curativo 7 Sala de vacina 8 Consultório

R. Hermelindo Del Rosso

9 Consultório com sanitário 10 Sanitário 11 Sala de nebulização 12 Copa/cozinha 13 Banheiro para funcionários 14 de 15 16

Depósito de material limpesa (DML) Depósito de lixo Sala de odontologia

17 Área de compressor 18 Escovário 19 Sala de recepção lavagem e descontaminação 20 Sala de utilidades 21 Abrigo de resíduos

i = 5%

i = 5%

i = 5%

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

i = 5%

sólidos 22 Sala de esterilização 23 Biblioteca e ludoteca 24 Restaurante 25 Lanchonete 26 Cozinha 27 Recepção 28 Cabine de som 29 Sala de ensaio 30 Depósito 31 Camarim 32 Área técnica 33 Processamento técnico 34 Almoxarifado 35 Vestiário 36 Administração 37 Sala multiuso 38 Bomboniere 39 Beleza 40 Informática 41 Sala de criação 42 Sala de modelagem 43 Sala de costura 44 Teatro 45 Quadra poliesportiva 46 Foyer 47 Bilheteria

i = 5%

i = 5%

Telha sanduíche trapezoidal

R. DR. Silvio Aoyama

PLANTA BAIXA COBERTURA ESC. 1:250


C

D

-0,69

-0,70

i = 8,00%

prontuários e espera 2 Sala para reuniões e educação em saúde 3 Sala para ACS 4 Farmácia 5 Sala de procedimento 6 Sala de curativo 7 Sala de vacina 8 Consultório

Piso intertravado com coloração vermelha

-0,85

i = 2,71%

-0,50

i = 7,86%

R. Hermelindo Del Rosso

i = 5,68%

0

LEGENDA: 1 Recepção/Arquivo de

9 Consultório com sanitário

-1

10 Sanitário 11 Sala de nebulização 12 Copa/cozinha 13 Banheiro para funcionários

-1 0

2

10

3

15 6

22

10

7 12

10

B

21

14 13

20

19

15

1 2 3 4 5 6

14

7 8 9 10 11 12

14 de 15 16

-1

Piso intertravado com coloração cinza

17 16 15 14 13

10

-1

Sobe

-2,30 0

35

B

26

0

1 11 9

8

16

-1

10

17

17 16 15 14 13 12 11 10 9

24 Sobe

0

25 -1

2 1

-1

Desce

i = 8,33%

-1

i = 8,33 %

45

-0,5 Desce

10 -0,5

10

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

Sobe

2 1

A -0,5

38

-0,5

31

10

31

14

30

-1,0

Desce

28

-0,5

7 6 5 4 3 2 1

46

10

A

-2,30

-0,5

-2,0

-1,0

44

18 Escovário 19 Sala de recepção lavagem e descontaminação 20 Sala de utilidades 21 Abrigo de resíduos

32 Área técnica

i = 8,33%

Desce -0,5

R. Moacir Ribeiro

0

% i = 8,33

R. Newton da Costa Teixeira

Desce 0

Desce

17 Área de compressor

sólidos 22 Sala de esterilização 23 Biblioteca e ludoteca 24 Restaurante 25 Lanchonete 26 Cozinha 27 Recepção 28 Cabine de som 29 Sala de ensaio 30 Depósito 31 Camarim

1 2 3 4 5 6 7 8

0

7 6 5 4 3 2 1

5 4

Desce

18

Depósito de material limpesa (DML) Depósito de lixo Sala de odontologia

33 Processamento técnico 34 Almoxarifado 35 Vestiário 36 Administração 37 Sala multiuso 38 Bomboniere 39 Beleza 40 Informática 41 Sala de criação 42 Sala de modelagem 43 Sala de costura 44 Teatro 45 Quadra poliesportiva 46 Foyer 47 Bilheteria

47 -2,30

-0,5

Canteiro com grama bermuda

-1

-0,34

Piso intertravado com coloração azul

D

C

0

i = 1,84%

-1

R. DR. Silvio Aoyama

PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO ESC. 1:200


C

D

LEGENDA: 1 Recepção/Arquivo de

R. Hermelindo Del Rosso

prontuários e espera 2 Sala para reuniões e educação em saúde 3 Sala para ACS 4 Farmácia 5 Sala de procedimento 6 Sala de curativo 7 Sala de vacina 8 Consultório 9 Consultório com

1 2 3 4 5

Sobe

sanitário

2,20 RESERVATÓRIO 2.000L

10 Sanitário 11 Sala de nebulização 12 Copa/cozinha 13 Banheiro para funcionários

RESERVATÓRIO

6 7 8 9 10 11

5.000L

14 de 15 16

32

i = 5%

Sobe

15 14 13 12

RESERVATÓRIO

RESERVATÓRIO

B

32

2,20

B

5 4 3 2 1

2.000L

5.000L

3,00

2,20

RESERVATÓRIO 2.000L

i = 5% Desce 17 16 15 14 13 12 11 10 9

RESERVATÓRIO

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

Sobe

RESERVATÓRIO

2.000L

2.000L

Sobe

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

2,25

32 2,75

1 2

2,25

2,25

29

D

C

h = 1,1 m

RESERVATÓRIO

18 Escovário 19 Sala de recepção lavagem e descontaminação 20 Sala de utilidades 21 Abrigo de resíduos

32 Área técnica

A

Desce

A

17 Área de compressor

sólidos 22 Sala de esterilização 23 Biblioteca e ludoteca 24 Restaurante 25 Lanchonete 26 Cozinha 27 Recepção 28 Cabine de som 29 Sala de ensaio 30 Depósito 31 Camarim

1 2 3 4 5 6 7 8

2.000L

Depósito de material limpesa (DML) Depósito de lixo Sala de odontologia

33 Processamento técnico 34 Almoxarifado 35 Vestiário 36 Administração 37 Sala multiuso 38 Bomboniere 39 Beleza 40 Informática 41 Sala de criação 42 Sala de modelagem 43 Sala de costura 44 Teatro 45 Quadra poliesportiva 46 Foyer 47 Bilheteria

R. DR. Silvio Aoyama

PLANTA BAIXA NÍVEL 2,25 ESC. 1:200


C

D

LEGENDA: 1 Recepção/Arquivo de

R. Hermelindo Del Rosso

prontuários e espera 2 Sala para reuniões e educação em saúde 3 Sala para ACS 4 Farmácia 5 Sala de procedimento 6 Sala de curativo 7 Sala de vacina 8 Consultório 9 Consultório com sanitário

6 7 8 9 10 11

15 14 13 12

5,00

14 de 15 16

Desce

35

i = 5%

1 2 3 4 5

12

Sobe

5,00

10 Sanitário 11 Sala de nebulização 12 Copa/cozinha 13 Banheiro para funcionários

35

B

33 32

B

36

34 5,00

i = 5%

5,00

23

5,00

A

Desce

15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

14

40

5,00

h = 1,1 m

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

30

5,00

39

42

43

10

10

33 Processamento técnico 34 Almoxarifado 35 Vestiário 36 Administração 37 Sala multiuso 38 Bomboniere 39 Beleza 40 Informática 41 Sala de criação 42 Sala de modelagem 43 Sala de costura 44 Teatro 45 Quadra poliesportiva 46 Foyer 47 Bilheteria

37

D

C

41

18 Escovário 19 Sala de recepção lavagem e descontaminação 20 Sala de utilidades 21 Abrigo de resíduos

32 Área técnica

A

h = 1,1 m

17 Área de compressor

sólidos 22 Sala de esterilização 23 Biblioteca e ludoteca 24 Restaurante 25 Lanchonete 26 Cozinha 27 Recepção 28 Cabine de som 29 Sala de ensaio 30 Depósito 31 Camarim

R. Moacir Ribeiro

h = 1,1 m

R. Newton da Costa Teixeira

27

Depósito de material limpesa (DML) Depósito de lixo Sala de odontologia

R. DR. Silvio Aoyama

PLANTA BAIXA 1° PAVIMENTO ESC. 1:200


4.30

4.30 Depรณsito

DML

5,00

5,00

Informรกtica

2.05

5,00

2,75

-0,50

BHO

BHO

-1,00

Camarim

DML

Camarim

Depรณsito

2,30

R. Hermelindo Del Rosso

A

A

R. Moacir Ribeiro

Vรฃo do Elevador

R. Newton da Costa Teixeira

-0,50

3.55

0,00

3.55

2.55

3.05

2,25

R. DR. Silvio Aoyama

CORTE AA ESC. 1:200


1.80 Vestiário

5,00

BHO Vestiário

1.80

ADM

2.60

Sala de Reunião

2.80

8,00

3,00

Sala de Esterilização

Sala de Utilidades

0,00

BHO Funcionários

Copa

Sala de Vacina

Sala de Curativo

2.80

2,20

BHO

0,00

Sala para ACS

Sala de Reuniões

-1,00

2,30

B

B

R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

R. DR. Silvio Aoyama

CORTE BB ESC. 1:200


2.80

4.30

1.80

8,00

DML

2.05

BHO

0,00

2.95 Sala de Utilidades

Abrigo de Resíduos Sólidos

0,00

R. Hermelindo Del Rosso

R. Moacir Ribeiro

Consultório Odontológico

C

BHO

C

Teatro

R. Newton da Costa Teixeira

-0,50

4.02

2.95

5.30

2,75

3.05

5,00

R. DR. Silvio Aoyama

CORTE CC ESC. 1:200


4.30

4.30

2.80

Biblioteca e Ludoteca

Almoxarifado

Informática

5,00

Sala Multiuso

3.55 Restaurante

Bho

BHO

-1,00

-1,00

Teatro

R. Hermelindo Del Rosso D

R. Moacir Ribeiro

-1,00

R. Newton da Costa Teixeira

Vestiário

Beleza

5.80

Mezanino Restaurante

3.00

2,20

Vão do Elevador

5,00

2.05

Processamento Técnico

2.60

5,00

D

R. DR. Silvio Aoyama

CORTE DD ESC. 1:200


R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

R. DR. Silvio Aoyama

FACHADA R. NEWTON DA COSTA TEIXEIRA ESC. 1:200


R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

R. DR. Silvio Aoyama

FACHADA R. HERMELINDO DEL ROSSO ESC. 1:200


R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

R. DR. Silvio Aoyama

FACHADA R. MOACIR RIBEIRO ESC. 1:200


R. Moacir Ribeiro

R. Newton da Costa Teixeira

R. Hermelindo Del Rosso

R. DR. Silvio Aoyama

FACHADA R. DR. SILVIO AOYAMA ESC. 1:200


IMAGENS 3D

Vista fachada Rua Newton da Costa Teixeira Fonte: Prรณprio autor

Vista fachada Rua Moacir Ribeiro Fonte: Prรณprio autor

119


Vista fachada Rua Hermelindo Del Rosso Fonte: Prรณprio autor

Vista fachada Rua Dr. Silvio Aoyama Fonte: Prรณprio autor

120


Vista foyer do teatro Fonte: Prรณprio autor

Vista foyer do teatro Fonte: Prรณprio autor

121


Vista da entrada da UBS Fonte: Prรณprio autor

Vista corredor de acesso a biblioteca Fonte: Prรณprio autor

122


Vista sala administrativa Fonte: Prรณprio autor

Vista do interior do teatro a partir do palco externo Fonte: Prรณprio autor

123


CONSIDERAÇÕES FINAIS A falta de equipamentos comunitários é uma realidade que atinge muitas cidades brasileiras, entre elas, Ribeirão Preto. Isso ocorre por diferentes circunstâncias, mas historicamente tem sido um problema enfrentado sobretudo pela população com menor poder aquisitivo, que muitas vezes reside em assentamentos precários em infraestrutura e espaços comunitários para educação, saúde e cultura. As análises de projetos implantados em diferentes países tornou possível a constatação da importância equipamentos comunitários com qualidade arquitetônica para a mudança do cenário de precariedade em áreas onde foram inseridos. Tais referências também contribuíram para o primeiro programa de necessidades elaborado para o projeto do Centro Comunitário. Outros usos foram incorporados ao programa a partir de necessidades diagnosticadas especificamente na região do Subsetor N-14 de Ribeirão Preto, o que nos permitiu criar um equipamento em que a população conseguirá se identificar e melhor se apropriar dos usos propostos. Contudo, durante a realização desse projeto foi observada a ausência de equipamentos comunitários em subsetores próximos ao escolhido, o que nos mostra que essa iniciativa não pode ser pensada de forma isolada, pois a falta de equipamentos é um problema que atinge grande parte da população com menor poder aquisitivo. Nesse sentido, acreditamos que o presente trabalho final de graduação pode contribuir para que novos estudos sejam formulados para a implantação de equipamentos comunitários em áreas com maior concentração de assentamentos precários e conjuntos habitacionais de interesse social em Ribeirão Preto. 124


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APOLINÁRIO, Paulo. Moradores do Jardim Aeroporto acusam falta de transparência da Prefitura: Assosiação de moradores exige que conste nos carnês do IPTU o tipo de zoneamento no qual estão os imóveis. Disponível em < https://www.revide.com. br/noticias/cidades/moradores-do-jardim-aeroporto-acusamfalta-de-transparencia-da-prefeitura/>. Acesso em:09 mar. 2019. BAENINGER, Rosana. A transição urbana brasileira: trajetória, dificuldades e lições aprendidas. In: MARTINE, G.; MCGRANAHAN, G. População e Cidades. Brasília: UNFPA, 2010. p. 11-24. BARON, Cristina M.P. A produção da habitação e os conjuntos habitacionais dos institutos de aposentadorias e pensões – IAPs, v. 5, n. 2, p. 102 – 127, 2011. Disponível em: <http://revista.fct.unesp.br/index.php/topos/article/ download/2287/2092>. BONFIM, Catarina de J. et. al. CENTRO COMUNITÁRIO. DireçãoGeral de Ação Social: Núcleo de Documentação Técnica e Divulgação. LISBOA: 2000. BONDUKI, Nabil. Os pioneiros da habitação social no Brasil: Volume 1. 1. São Paulo: Unesp, 2014. CAPILLÉ, Cauê. Arquitetura como dispositivo político: Introdução ao projeto de parques bibliotecas em Medelín. Prumo, Rio de Janeiro, v. 02, n. 03, p. 43-63, 2017. Censo 2010. Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/ painel/?nivel=st>. Acesso em: 19 de fevereiro de 2019. GONÇALVES, Aline. Bibliotecas parque no Rio de Janeiro: Breve histórico. Salvador, v. 11, n. 2, p. 14, abr. 2016. Disponível em: < https://portalseer.ufba.br/index.php/ revistaici/article/view/13012/11059>. Acesso em: 08 mar. 2019. 126


LINS, A. M.; SABBAG, A. M. D. Política de indexação: um estudo nas Bibliotecas Públicas do Estado do Rio de Janeiro. Ribeirão Preto: Biblioteca Escolar; 2017. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/berev/article/view/125966>. Acesso em: 09 mar. 2019. MACHADO, Débora dos S. C. Público e comunitário: projeto arquitetônico como promotor do espaço de convivência. São Paulo, 2009. Dissertação (Mestrado) – Arquitetura e Urbanismo – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2009. MIYASAKA, Elza. Arquitetura e industrialização das construções de Joao Fugureiras Lima – Lelé. Revista de Arquitectura, São Carlos, 56-66. PREFEITURA DA CIDADE RIBEIRÃO PRETO. Secretaria Municipal de Assistência Social. Disponível em: <https://www. ribeiraopreto.sp.gov.br/scidadania/i27principal.php>. Acesso em: 10 de fevereiro de 2019. ROLNIK, Raquel et al. (Coord.). Ferramentas para avaliação da inserção urbana dos empreendimentos do MCMV. LabCidade. FAU/USP. 2014. SÁ, Leonardo. Clássicos da Arquitetura: Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho)/Affonso Eduardo Reidy. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-12832/ classicos-da-arquitetura-conjunto-residencial-prefeitomendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy>. Acesso em: 11 mar. 2019.

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