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1_ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES Senhor Jesus Cristo, Bom Pastor da vossa Igreja, Vós que tanto nos amastes que destes a vida por todos nós, e, depois de ressuscitado de entre os mortos, prometestes estar connosco até ao fim dos tempos, nós vos suplicamos: fazei com que haja mais cristãos que se deixem cativar pelo Vosso amor e se ofereçam para o irradiar pelo mundo como sacerdotes, religiosos ou religiosas. Ajudai‑nos, Senhor, a tudo fazermos para que esta graça nos seja concedida na comunidade cristã a que pertencemos. Teremos então mais razões para Vos bendizer, em união com Santa Maria, Vossa Mãe bendita: Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Ámen. 7
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2_MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
«Propor as vocações na Igreja local»
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 480 DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES 15 DE MAIO DE 2011 - IV DOMINGO DE PÁSCOA QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS!
particular da nossa atenção é o modo como Jesus chamou os seus mais íntimos colaboradores a anunciar o Reino de Deus (cf. Lc 10, 9).
O 48.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no dia 15 de Maio de 2011, IV Domingo de Páscoa, convida‑nos a reflectir sobre o tema: «Propor as vocações na Igreja local». Há sessenta anos, o Venerável Papa Pio XII instituiu a Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais. Depois, em muitas dioceses, foram fundadas pelos Bispos obras semelhantes, animadas por sacerdotes e leigos, correspondendo ao convite do Bom Pastor, quando, «ao ver as multidões, encheu‑Se de compaixão por elas, por andarem fatigadas e abatidas como ovelhas sem pastor» e disse: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe» (Mt 9, 36-38).
Para começar, vê‑se claramente que o primeiro acto foi a oração por eles: antes de os chamar, Jesus passou a noite sozinho, em oração, à escuta da vontade do Pai (cf. Lc 6, 12), numa elevação interior acima das coisas de todos os dias. A vocação dos discípulos nasce, precisamente, no diálogo íntimo de Jesus com o Pai. As vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada são fruto, primariamente, de um contacto constante com o Deus vivo e de uma oração insistente que se eleva ao «Dono da messe» quer nas comunidades paroquiais, quer nas famílias cristãs, quer nos cenáculos vocacionais. O Senhor, no início da sua vida pública, chamou alguns pescadores, que estavam a trabalhar nas margens do lago da Galileia: «Vinde e segui‑Me, e farei de vós pescadores de homens» (Mt 4, 19). Mostrou‑lhes a sua missão messiânica com numerosos «sinais»,
A arte de promover e cuidar das vocações encontra um luminoso ponto de referência nas páginas do Evangelho, onde Jesus chama os seus discípulos para O seguir e educa ‑os com amor e solicitude. Objecto
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própria vontade à d’Ele. Trata‑se de uma verdadeira e própria escola de formação para quantos se preparam para o ministério sacerdotal e a vida consagrada, sob a orientação das autoridades eclesiásticas competentes.
que indicavam o seu amor pelos homens e o dom da misericórdia do Pai; educou‑os com a palavra e com a vida, de modo a estarem prontos para ser os continuadores da sua obra de salvação; por fim, «sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai» (Jo 13, 1), confiou ‑lhes o memorial da sua morte e ressurreição e, antes de subir ao Céu, enviou‑os por todo o mundo com este mandato: «Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações» (Mt 28, 19).
O Senhor não deixa de chamar, em todas as estações da vida, para partilhar a sua missão e servir a Igreja no ministério ordenado e na vida consagrada; e a Igreja «é chamada a proteger este dom, a estimá ‑lo e amá‑lo: ela é responsável pelo nascimento e pela maturação das vocações sacerdotais» (João Paulo II, Exort. ap. pós‑sinodal Pastores dabo vobis, 41). Especialmente neste tempo, em que a voz do Senhor parece sufocada por «outras vozes» e a proposta de O seguir oferecendo a própria vida pode parecer demasiado difícil, cada comunidade cristã, cada fiel, deveria assumir, conscientemente, o compromisso de promover as vocações. É importante encorajar e apoiar aqueles que mostram claros sinais de vocação à vida sacerdotal e à consagração religiosa, de modo que sintam o entusiasmo da comunidade inteira quando dizem o seu «sim» a Deus e à Igreja. Da minha parte, sempre os encorajo como fiz quando escrevi aos que se decidiram entrar no Seminário: «Fizestes bem [em tomar essa decisão], porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por
A proposta, que Jesus faz às pessoas ao dizer‑lhes «Segue‑Me!», é exigente e exaltante: convida‑as a entrar na sua amizade, a escutar de perto a sua Palavra e a viver com Ele; ensina ‑lhes a dedicação total a Deus e à propagação do seu Reino, segundo a lei do Evangelho: «Se o grão de trigo cair na terra e não morrer, fica só ele; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24); convida‑as a sair da sua vontade fechada, da sua ideia de auto‑realização, para embrenhar‑se noutra vontade, a de Deus, deixando‑se guiar por ela; faz ‑lhes viver em fraternidade, que nasce desta disponibilidade total a Deus (cf. Mt 12, 49-50) e se torna o sinal distintivo da comunidade de Jesus: «O sinal por que todos vos hão‑de reconhecer como meus discípulos é terdes amor uns aos outros» (Jo 13, 35). Também hoje, o seguimento de Cristo é exigente; significa aprender a ter o olhar fixo em Jesus, a conhecê‑Lo intimamente, a escutá‑Lo na Palavra e a encontrá‑Lo nos Sacramentos; significa aprender a conformar a
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vocações sacerdotais e religiosas, e de modo particular as missionárias» (Decr. Christus Dominus, 15). O Senhor precisa da vossa colaboração, para que o seu chamamento possa chegar aos corações de quem Ele escolheu. Cuidadosamente escolhei os dinamizadores do Centro Diocesano de Vocações, instrumento precioso de promoção e organização da pastoral vocacional e da oração que a sustenta e garante a sua eficácia. Quero também recordar‑vos, amados Irmãos Bispos, a solicitude da Igreja universal por uma distribuição equitativa dos sacerdotes no mundo. A vossa disponibilidade face a dioceses com escassez de vocações torna‑se uma bênção de Deus para as vossas comunidades e constitui, para os fiéis, o testemunho de um serviço sacerdotal que se abre generosamente às necessidades da Igreja inteira.
meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade» (Carta aos Seminaristas, 18 de Outubro de 2010). É preciso que cada Igreja local se torne cada vez mais sensível e atenta à pastoral vocacional, educando a nível familiar, paroquial e associativo, sobretudo os adolescentes e os jovens – como Jesus fez com os discípulos – para maturarem uma amizade genuína e afectuosa com o Senhor, cultivada na oração pessoal e litúrgica; para aprenderem a escuta atenta e frutuosa da Palavra de Deus, através de uma familiaridade crescente com as Sagradas Escrituras; para compreenderem que entrar na vontade de Deus não aniquila nem destrói a pessoa, mas permite descobrir e seguir a verdade mais profunda de si mesmos; para viverem a gratuidade e a fraternidade nas relações com os outros, porque só abrindo‑se ao amor de Deus é que se encontra a verdadeira alegria e a plena realização das próprias aspirações.
O Concílio Vaticano II recordou, explicitamente, que o «dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade cristã, que as deve promover sobretudo mediante uma vida plenamente cristã» (Decr. Optatam totius, 2). Por isso, desejo dirigir uma fraterna saudação de especial encorajamento a quantos colaboram de vários modos nas paróquias com os sacerdotes. Em particular, dirijo‑me àqueles que podem oferecer a própria contribuição para a pastoral das vocações: os sacerdotes, as famílias, os catequistas, os animadores. Aos sacerdotes recomendo que sejam capazes de dar um testemunho de comunhão com o Bispo e com os outros irmãos no sacerdócio, para garantirem
«Propor as vocações na Igreja local» significa ter a coragem de indicar, através de uma pastoral vocacional atenta e adequada, este caminho exigente do seguimento de Cristo, que, rico de sentido, é capaz de envolver toda a vida. Dirijo‑me particularmente a vós, queridos Irmãos no Episcopado. Para dar continuidade e difusão à vossa missão de salvação em Cristo, «promovam o mais possível as
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eficaz intercessão, se possa difundir no âmbito de cada comunidade a disponibilidade para dizer «sim» ao Senhor, que não cessa de chamar novos trabalhadores para a sua messe. Com estes votos, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica.
o húmus vital aos novos rebentos de vocações sacerdotais. Que as famílias sejam «animadas pelo espírito de fé, de caridade e piedade» (Ibid., 2), capazes de ajudar os filhos e as filhas a acolherem, com generosidade, o chamamento ao sacerdócio e à vida consagrada. Convictos da sua missão educativa, os catequistas e os animadores das associações católicas e dos movimentos eclesiais «de tal forma procurem cultivar o espírito dos adolescentes a si confiados, que eles possam sentir e seguir de bom grado a vocação divina» (Ibid., 2).
Vaticano, 15 de Novembro de 2010 PAPA BENTO XVI © Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana
Queridos irmãos e irmãs, o vosso empenho na promoção e cuidado das vocações adquire plenitude de sentido e de eficácia pastoral, quando se realiza na unidade da Igreja e visa servir a comunhão. É por isso que todos os momentos da vida da comunidade eclesial – a catequese, os encontros de formação, a oração litúrgica, as peregrinações aos santuários – são uma ocasião preciosa para suscitar no Povo de Deus, em particular nos mais pequenos e nos jovens, o sentido de pertença à Igreja e a responsabilidade em responder, com uma opção livre e consciente, ao chamamento para o sacerdócio e a vida consagrada. A capacidade de cultivar as vocações é sinal característico da vitalidade de uma Igreja local. Invoquemos, com confiança e insistência, a ajuda da Virgem Maria, para que, seguindo o seu exemplo de acolhimento do plano divino da salvação e com a sua
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3_MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CEVM
MENSAGEM PARA A SEMANA DAS VOCAÇÕES 1 - A arte de evangelizar Na sua mensagem para o 48.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que ocorre no dia 15 de Maio de 2011 e que em Portugal fazemos preceder por uma semana de oração e activida‑ des pastorais centradas na Vocação, o Santo Padre Bento XVI diz‑nos que «promover e cuidar das Vocações é uma arte aprendida nas páginas do Evan‑ gelho, com Jesus que chama os seus discípulos para O seguir e que os educa com amor e solicitude». 1
e com a vida. Confiou‑lhes o memorial da sua morte e ressurreição. Depois enviou‑os por todo o mundo a continuar a missão por Ele iniciada e selada com a oblação da Sua vida. Esta é a proposta hoje renovada em cada chamamento e a pedagogia hoje necessária em cada vocação. O “vem e segue‑Me” de ontem é o mesmo de hoje: na urgência e na exigência; na generosidade que se pede e na missão que se propõe. Cristo continua a chamar. Ter esta certeza e ouvir a Sua voz é condição imprescindível que nos faz acreditar que as vocações continuarão a surgir e podem aumentar.
A escola em que esta arte se aprende e se ensina ao longo do tempo é sempre a escola da oração, seguindo a pedagogia de Jesus, o Mestre, que antes de chamar os discípulos passou a noite em oração, «à escuta da vontade do Pai, numa elevação interior acima das coisas de todos os dias». 2
A vocação é um dom. «A Igreja é chamada a proteger este dom, a estimá‑lo e a amá‑lo».3
Jesus chamou, logo no início da sua vida pública, alguns pescadores do mar da Galileia. Mostrou‑lhes a missão que lhes ia confiar. Manifestou‑lhes progressivamente múltiplos “sinais” que revelavam o sentido e o conteúdo desta missão. Educou‑os com a palavra
1 - Cf. Mensagem do Santo Padre para o 48º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. 2 - Cf. Ibidem. 3 - Cf. JOÃO PAULO II, Pastores dabo Vobis, nº. 41.
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Santo Padre, que onde há uma prática constante da pastoral vocacional, não faltam vocações». 5
Não nos faltam sinais, situações e pessoas a dizer‑nos o caminho que Deus nos indica e a afirmar‑nos que a arte evangélica do chamamento está presente e activa na Igreja do nosso tempo e é abraçada com entusiasmo e generosidade por muitos cristãos e numerosas comunidades.
Estou certo de que, em Portugal, já foi percorrido um longo caminho no sentido que o Santo Padre nos aponta. A cultura vocacional que se promove, o esforço de um trabalho pastoral comum entre todas as Dioceses e com os Institutos Religiosos de Vida Consagrada e o ânimo sentido em todos quantos à pastoral vocacional dão o melhor de si mesmos são sinais vivos a afirmar diariamente a certeza de que, “quem semeia com alegria colherá a seu tempo com abundância”.
2. O fruto da evangelização No passado mês de Fevereiro, na Mensagem dirigida ao Congresso Latino ‑Americano sobre as Vocações, o Santo Padre Bento XVI dizia que uma acção missionária mais incisiva traz como “fruto precioso”, junto ao fortalecimento da vida cristã em geral, o aumento das vocações de especial consagração.
O momento da sementeira é já, em si, o primeiro sinal da hora da colheita que ali mesmo se anuncia. O semeador é sempre alguém moldado pela fé confiante e sustentado na serenidade paciente.
De acordo com esse texto, para Bento XVI e certamente para todos nós, «a abundância de Vocações é um sinal eloquente de vitalidade eclesial, assim como da forte vivência da fé por parte de todos os membros do Povo de Deus». 4
3. Da experiência do passado à missão de sempre
Em Portugal, ao repensarmos juntos a pastoral da Igreja e ao desenharmos os traços necessários de um novo rosto missionário, temos de partir da convicção firme e da decisão consciente de que “a Igreja, no mais íntimo do seu ser tem uma dimensão vocacional”.
Ao escolher como tema para o próximo Dia Mundial das Vocações: «Propor as vocações na Igreja local», o Santo Padre Bento XVI recorda‑nos a decisão de Pio XII, que há sessenta anos instituiu a Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais.
Assim, a Igreja é chamada em cada um dos seus membros a dar testemunho fiel e alegre da própria vocação como meio privilegiado para despertar nos jovens o desejo de seguir Cristo. «A experiência ensina‑nos, diz o
4 - Cf. Mensagem de Bento XVI ao Congresso Latino-Americano. 5 - Cf. Ibidem.
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pastoral, quando se realiza na unidade da Igreja e visa servir a comunhão».8
Depois, diz‑nos o Santo Padre: «em muitas Dioceses, foram fundadas pelos Bispos obras semelhantes, animadas por sacerdotes e leigos».6
Coincide esta Semana de Oração pelas Vocações com a Semana da Vida que se centra na família como berço do dom sagrado da vida que a família deve aco‑ lher com generosidade e fazer crescer com desvelo e dedicação. As famílias são frequentemente a primeira escola da vocação e os pais e avós são muitas vezes os mais hábeis, intuitivos e natu‑ rais cultivadores desta arte evangélica.
A Igreja em Portugal, ainda hoje, usufrui deste trabalho desde então realizado e desta iniciativa aí nascida. Cumpre‑nos uma palavra de gratidão a quantos têm servido a causa da pastoral vocacional ao longo do tempo, pelo muito que todos lhes devemos. O Concílio Vaticano II lembra‑nos explicitamente, que o «dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade cristã».7
Celebra‑se, igualmente, no coração desta semana o aniversário da primeira Aparição de Nossa Senhora, em Fátima. Confiamos à Virgem Maria e aos Beatos Francisco e Jacinta esta missão da Igreja para que, com a sua eficaz intercessão, renovemos com novo ardor e acrescido entusiasmo o nosso compromisso de propor as Vocações na Igreja em Portugal.
Assim, “propor as vocações na Igreja local” é missão de todos e de cada um de nós. Para nos ajudar a assumir mais conscientemente esta missão e a viver mais intensamente esta Semana de Oração pelas Vocações de especial consagração, a Comissão Episcopal Vocações e Ministérios pediu ao Secretariado Diocesano das Vocações de Viana do Castelo, a mais jovem Diocese de Portugal, para elaborar o presente Guião.
Aveiro, 3 de Março de 2011
+ António Francisco dos Santos Bispo de Aveiro e Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios
Expresso, em nome da CEVM, uma palavra de gratidão a Viana do Castelo pela disponibilidade desde logo manifestada e pela presença sempre activa e colaborante nas iniciativas da pastoral vocacional. Também aqui, como nos recorda o Santo Padre na sua mensagem, «o empenho na promoção e cuidado das vocações adquire plenitude de sentido e de eficácia
6 - Cf. Mensagem do Santo Padre para o 48º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. 7 - Cf. Decr. Optatam Totius, nº. 2. 8 - Cf. Mensagem do Santo Padre para o 48º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.
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4_PROPOSTA DE REFLEXÃO IGREJA COMUNIDADE VOCACIONAL DINÂMICA VOCACIONAL NA IGREJA 1. A Igreja ‑ uma comunidade chamada 2. A Igreja - uma comunidade que chama a) Vocação: voz que se ouve na Igreja b) |Vocação: voz que se ouve numa comunidade eclesial concreta c) Vocação: voz que se ouve na comunidade por meio de pessoas concretas d) Vocação: voz que se ouve na comunidade através de meios concretos 3. A Igreja - uma comunidade que acolhe as vocações 4. A Igreja - uma comunidade que envia os vocacionados
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1. A IGREJA - UMA COMUNIDADE CHAMADA A vocação cristã e, dentro desta, a vocação de especial consagração, pertence à dinâmica teológica de Deus. De facto, na Sagrada Escritura, Deus não é nunca apresentado como motor: Deus não move, não empurra. Deus não impõe. Simplesmente propõe, Deus chama. Por isso, dizemos que a vocação pertence à dinâmica de Deus. Mas é uma realidade altamente complexa. É qualquer coisa única e irrepetível que se verifica no diálogo amoroso entre Deus e o homem. É uma realidade dinâmica que se confunde com a própria vida humana (Populorum Progressio, 15). Pode dizer‑se que o homem nasce para a vocação, para ser chamado. 1 Muito embora a vocação seja uma realidade fundamentalmente pessoal, ela tem sempre relação com a comunidade, com a Igreja, nomeadamente quando se trata das vocações de “especial consagração”. Na verdade, a própria Igreja não passa de uma comunidade pensada e chamada por Deus, o mesmo é dizer, não passa a Igreja de uma comunidade de chamados, de vocacionados. Isto o exprimimos, por exemplo, em cada Eucaristia que celebramos quando o sacerdote que preside a esta reunião festiva e sacramental invoca, no início da celebração, “a graça de N. Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo, estejam convosco” ao que toda assembleia responde “bendito seja Deus que nos reuniu (nos congregou, nos chamou) no amor de Cristo”. Por isso ela se chama uma “ekklesia”, isto é, uma convocação geral e universal. Os seus limites não se circunscrevem a uma raça, uma estirpe, uma dinastia fundada no sangue, na cultura, no território. O seu único fundamento é a vocação, o chamamento do Senhor em todos e cada um dos seus aspectos, em todas e cada uma das suas realidades dinâmicas. Vejamos agora esta relação das vocações de “especial consagração” com a comunidade eclesial a partir de três ângulos: o chamamento, o acolhimento e o envio ou missão.
1 - “A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus (...)”. GS, 19.
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2. A IGREJA - UMA COMUNIDADE QUE CHAMA a) VOCAÇÃO: VOZ QUE SE OUVE NA IGREJA Como vimos anteriormente, quem chama é sempre Deus. A vocação é, por assim dizer, o mistério de Deus que irrompe na existência humana. É Ele quem aparece no Antigo Testamento a chamar Adão (Gn 3, 9), Noé (Gn 6, 13), Abraão (Gn 12, 1), Moisés (Ex 3,4), Samuel (1 Sam 3, 4), os profetas (Is 6, 9). É Ele quem aparece em Jesus Cristo, a chamar os Apóstolos (Jo 1, 39 ss) e, na história da Igreja, a chamar tantas figuras que surgiram em momentos de oração, de encontro diversificado com o Senhor. Nesta perspectiva, fazem sentido as palavras de Jesus no evangelho de João: “Não fostes vós que me escolheste. Fui Eu que vos escolhi a vós” (Jo 15, 16). Na vocação, ou no processo vocacional, Deus é o protagonista principal. Nela o homem é apenas alguém que é chamado. Nada há de semelhante nas religiões pagãs, nas religiões cosmogónicas antigas ou nas religiões do extremo Oriente. É um chamamento, por um lado, gratuito e essencialmente pessoal, e por outro, um chamamento constante, que não cessa nunca de se ouvir. A sua explicação é unicamente o amor de Deus. Aqui entronca a recomendação solene de Jesus sobre as vocações: “Rogai ao Senhor da messe para que mande operários para a sua messe” (Mt 9, 36-38) – palavras, aliás, que o Papa Bento XVI faz questão de citar na sua mensagem para o Quadragésimo Oitavo Dia Mundial de Oração pelas Vocações neste IV Domingo da Páscoa.2 Ele é, portanto, quem chama para a messe. Na parábola da vinha, Ele é quem convida os trabalhadores (Mt 20, 4). Aliás, isso bem o entenderam os Apóstolos desde o início. Quando se pôs a questão de escolher alguém para ocupar o lugar de Judas, Pedro pede a Deus que lhes conceda outro para o seu lugar (Act 1, 24). Posto isto, fica claro que é sempre Deus quem chama. Entretanto, o lugar normal e privilegiado, até, onde se ouve este chamamento do Senhor é a Igreja, podendo por isso dizer‑se, em certo sentido, que é a comunidade eclesial quem chama os vocacionados, isto é, faz‑se voz de Deus que chama. É assim teologicamente, por vários motivos: 1. Primeiro, porque a Igreja é o prolongamento, o rosto visível de Jesus na História. Por isso mesmo, ela O deve visibilizar também, chamando aquelas pessoas de que o Senhor necessita para que no mundo Ele possa aparecer como sacerdote, profeta e rei. 2 - A este propósito, refere logo no início Sua Santidade: “A XLVIII Jornada Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrada no dia 15 de Maio de 2011, quarto Domingo de Páscoa, convida-nos a reflectir sobre o seguinte tema: “Propor as vocações na Igreja local”. Há sessenta anos, o Venerável Papa Pio XII institui a Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais. No seu seguimento, obras semelhantes foram fundadas pelos Bispos em muitas dioceses, animadas por sacerdotes e leigos, em resposta ao convite do Bom Pastor, o qual, “contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor” e disse: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”. (Mt 9,36-38)”.
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2. Em segundo lugar, porque as vocações não são senão uma expressão da própria vocação global da Igreja de prolongar Jesus Cristo. A pluralidade de vocações na Igreja, outra coisa não é senão irradiação da vocação eclesial. 3. Em terceiro lugar, porque as vocações na Igreja são todas à imagem e semelhança da vocação de Jesus Cristo: “Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo 20, 21). Ora, a vocação de Jesus teve a sua origem numa comunidade: a comunidade fontal, origem de todas as comunidades, isto é, a comunidade trinitária. Vocação comunitária na sua origem, a vocação de Jesus foi uma vocação comunitária na sua manifestação histórica. Jesus Cristo como O grande chamado apareceu no meio de um povo, no seio de uma família, numa comunidade religiosa, etc. A própria experiência eclesial da primeira hora mostra ser a comunidade eclesial o elemento decisivo no surgir das vocações. A Igreja aparece na origem das vocações. Senão vejamos: Filipe é quem chama Natanael (Jo 1, 45), André é que chama Simão (Jo 1, 41), a Igreja em oração é quem chama Matias (Act 1, 23 ss), é a comunidade que aparece a escolher os sete diáconos (Act 6, 3), Paulo, por ordem expressa de Cristo é na Igreja que vai verificar a autenticidade da sua vocação. É mandado, depois da conversão, a Ananias (Act 9,6). Depois, vai ver a Pedro, chefe da Igreja (Gal 1, 18), etc. Ligada à Igreja pelo desígnio de Deus, a vocação anda ainda ligada à Igreja porque, em todas as suas formas, a vocação radica‑se no mistério do Baptismo. Ora, o Baptismo é um sacramento confiado à Igreja. Há ainda uma outra razão teológica desta ligação das vocações à Igreja. É a sua fonte teológica. Sabemos bem que qualquer vocação tem a sua origem no Espírito Santo. As vocações na Igreja revelam sempre a potência extraordinária do Espírito Santo. Ora, bem sabemos que o Espírito Santo é Espírito comunitário. Ele congrega a Trindade Santíssima. Ele congrega a Igreja. Tudo o que Ele faz é comunitário. Radicadas e inseridas na Igreja que é a grande comunidade que chama, as vocações revelam, por um lado, a Igreja como grande sinal ou sacramento de salvação. Por outro lado, elas são sempre um sim não apenas a Deus, mas também à Igreja, no sentido de a levarem a realizar na história esse sacramento salvador. B) VOCAÇÃO: VOZ QUE SE OUVE NUMA COMUNIDADE ECLESIAL CONCRETA É claro teologicamente que a vocação anda ligada à Igreja como comunidade que chama, como aliás acabamos de verificar. Porém, esta Igreja não é uma Igreja abstracta. É uma Igreja concreta, situada na história real. Essa Igreja é, sem dúvida
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alguma, a Igreja local ou diocesana. Não há outra Igreja concreta a não ser essa que se exprime na Diocese. Por isso ela, a comunidade diocesana, tem que ser uma fonte constante por onde passa e brota constantemente o chamamento do Senhor. São e devem ser expressões da comunidade diocesana, na perspectiva vocacional, antes de mais, a família cristã - essa pequena Igreja doméstica como a designa o Concílio Vaticano II (LG 11). A família tem que ser uma das mais belas expressões da Igreja como comunidade que chama. Depois da família, é a paróquia, como célula viva da Igreja diocesana e seu prolongamento, sua expressão viva e actuante. A paróquia, ou é uma comunidade que chama ou não é uma paróquia da Igreja de Jesus Cristo – como adverte o documento conciliar Optatam Totius (OT 2). Com a paróquia é expressão deste Igreja, como comunidade que chama, cada um dos institutos religiosos presentes na Diocese e concretizada nas comunidades reais que existem no tecido da Diocese (OT 2). Com a diocese, como tal, a paróquia, a família, as comunidades religiosas, sobretudo o seminário diocesano, os seminários dos religiosos, os seus postulantados, os seus noviciados, os seus juniorados, as casas de formação, são e devem ser comunidades que chamam e expressão da Igreja que chama. Cada um desses lugares deveria ser um cenáculo de oração pelas vocações e uma fonte de actividade vocacional (OT 2). Expressões desta comunidade que chama terão que ser muito particularmente também as escolas católicas que existem numa Diocese. Por elas a Igreja está no meio dos jovens, a quem o Senhor chama muito especialmente. Têm que ser expressões desta comunidade eclesial que chama, todos os movimentos, associações laicais, institutos seculares, etc... Penso ainda nos Cursos de Cristandade, comunidades neo‑catecumenais, Renovamento Carismático, cursos de preparação para o matrimónio, catequese, escutismo católico, guias de Portugal, grupos de casais, e todos os demais sectores da pastoral em geral. E, como animadores e expressão viva e actuante e dinamizadora de todas estas expressões concretas da Igreja, há que incluir, obviamente, os secretariados diocesanos da pastoral vocacional e seus grupos ou núcleos espalhados pelas paróquias que constituem a Diocese.
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C) A VOCAÇÃO: VOZ QUE SE OUVE NA COMUNIDADE POR MEIO DE PESSOAS CONCRETAS É ponto assente que não são as estruturas que chamam. São as pessoas concretas que formam as comunidades por quem passa a voz do Senhor que chama. Deus quis precisar das pessoas concretas. Se elas não intervierem, não há Igreja que chama, nem há expressões eclesiais que chamem. Entre essas pessoas concretas, há que lembrar, antes de mais, o Bispo, no âmbito da Diocese. Lembra‑lho a Igreja no Decreto Christus Dominus – sobre o Múnus Pastoral dos Bispos; no Decreto Ad Gentes - sobre a actividade missionária da Igreja; no Decreto Optatam Totius - sobre a Formação Sacerdotal; no próprio Código de Direito Canónico e, mais ainda, o Papa João Paulo II na Exortação Apostólica Pastores Gregis (54). De facto, ele tem a missão de visibilizar, de tornar presente Jesus Cristo no tecido da Diocese e, por isso tem de O tornar presente também na sua missão de chamar. Terá que fazê‑lo certamente na Eucaristia, nas homilias que faz ao povo que lhe está confiado, mas também em tantas outras ocasiões que fazem parte da sua missão pastoral, nomeadamente na altura da administração do crisma. A vocação - recordamos o dito anteriormente – anda ligada ao Espírito Santo. Com o Bispo são todos e cada um dos sacerdotes, sobretudo os párocos que prolongam o Bispo em cada uma das parcelas da Igreja Diocesana. Com o clero, são pessoas concretas pelas quais passa a vocação de uma Igreja que cha‑ ma os religiosos, os membros dos Institutos Seculares e outros consagrados da Igreja. São pessoas concretas que devem intervir, em nome desta Igreja como comunidade que chama, no âmbito sagrado da família, os pais. Na Bíblia, são muitas vezes as mães que aparecem a oferecer a Deus os seus filhos. Para isso foram unidos, em família, por um sacramento da Igreja que os pôs necessariamente também ao serviço da Igreja. Entre tais pessoas concretas que têm de intervir numa Igreja concreta que é vocacional, estão certamente todos os que continuam e prolongam os pais na educação dos filhos. São todos os que desempenham missões educativas na escola católica e não católica, mas muito especialmente, como é claro, na escola católica. Vêm aqui muito particularmente os professores de religião e moral, os catequistas, os directores de colégios. Por eles passa muito especialmente a Igreja que chama. Na verdade, frustram a Igreja, na sua dimensão vocacional, se o não fizerem da melhor forma que lhes for possível.
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Em suma, todos os cristãos, deveriam ser estas pessoas concretas que fazem da Igreja uma comunidade que chama. Vêm aqui sobretudos os jovens. Muitas vezes, eles são o melhor veículo do chamamento do Senhor - “Jovens sede apóstolos uns dos outros”, pediu insistentemente o Papa João Paulo II, de saudosa memória. D) VOCAÇÃO: VOZ QUE SE OUVE NA COMUNIDADE ATRAVÉS DE MEIOS CONCRETOS Igreja concreta, pessoas concretas, requerem meios igualmente concretos, no âmbito da Igreja como comunidade que chama. Entre esses meios concretos que têm que se usar na Igreja para que ela seja a tal comunidade que chama, estou a pensar, antes de mais, na oração pelas vocações que deve ser feita por todos e a todos os níveis. A este propósito, refere o Santo Padre na sua Mensagem para este ano: “a arte de promover e cuidar das vocações encontra uma referência luminosa nas páginas do Evangelho nas quais Jesus chama os seus discípulos para o seguirem e os educa com amor e zelo. Objecto particular da nossa atenção é o modo como Jesus chamou os seus mais próximos colaboradores para anunciar o Reino de Deus (cfr Lc 10,9). Acima de tudo, é evidente que o primeiro acto foi a oração por eles: antes de chamá‑los, Jesus passou a noite sozinho, em oração e em escuta da vontade do Pai (cfr Lc 6,12), numa ascese interior acima das coisas de todos os dias.”. A oração é, teologicamente, o irromper de Deus na existência histórica e concreta dos homens. E Deus chama sempre quando se revela. Cito novamente o Papa quando diz: “A vocação dos discípulos nasce propriamente no colóquio íntimo de Jesus com o Pai. As vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada são primariamente fruto de um constante contacto com o Deus vivo e de uma insistente oração que se eleva ao “Senhor da messe” seja nas comunidades paroquiais, seja nas famílias cristãs, seja nos cenáculos vocacionais.”. Daí este importante meio, na linha de uma comunidade que chama. A recomendação do Senhor é clara a este respeito: “Orai ao dono da messe para que mande operários para a Sua messe”. Outro meio, igualmente recomendado e sublinhado repetidamente pelo Concílio e pelo Santo Padre, é o testemunho dos vocacionados, nomeadamente a sua alegria, o seu exemplo, a sua vida. Insistem neste meio concreto o Decreto Presbyterorum Ordinis – sobre o Ministério e a vida dos sacerdotes; o Decreto Perfectae Caritatis – sobre a renovação da vida religiosa; o Decreto Optatum Totius – ao qual já aludimos. Neste contexto, diz o Papa, na referida mensagem: “Em particular (…), os sacerdotes sejam capazes de dar um testemunho de comunhão com o Bispo e com os outros irmãos presbíteros, para garantir o húmus vital aos novos rebentos de vocações sacerdotais”.
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Com a oração e o testemunho da vida, outro meio fundamental é a Palavra de Deus. Nela vai o sopro de Deus (o dabar), o Espírito Santo que a faz sempre eficaz, nomeadamente, na linha vocacional. Daqui parte a importância da leitura da Bíblia, dos cursos bíblicos, retiros bíblicos, leitura da Bíblia em família. Com a Palavra de Deus, anda ligada a sua celebração e explanação na homilia, na pregação a todo o povo de Deus, onde não pode nem deve faltar nunca a dimensão vocacional. Ali deve aparecer sempre a vocação em geral mas também a hipótese das diversas vocações na Igreja: vocação sacerdotal, religiosa, missionária, contemplativa, institutos seculares, etc. O que digo da pregação e da homilia vale também para a catequese. “Os catequistas e os animadores das associações católicas e dos movimentos eclesiais, convencidos da sua missão educativa, procurem de tal forma “cultivar o espírito dos adolescentes a si confiados, que eles possam sentir e seguir de bom grado a vocação divina”, continua o Santo Padre. Isso supõe que, na preparação dos catequistas, não esteja ausente a formação neste capítulo. Outros meios concretos e importantes são os retiros e movimentos de animação espi‑ ritual em geral. São momentos privilegiados para se ouvir a voz de Deus que chama. A direcção espiritual, que é uma forma de ajudar a encontrar Deus e os seus planos a nosso respeito, é também um meio muito importante. As visitas pastorais do prelado às paróquias – às quais já tivemos oportunidade de aludir – entram também aqui na linha dos meios concretos na Igreja como comunidade vocacional. A celebração de ordenações, feita, nomeadamente, nas próprias paróquias, são um outro meio importante. O mesmo se diga de profissões religiosas, sobretudo quando forem perpétuas, a ida pela primeira vez para as missões, etc. Estou ainda a pensar na celebração dos vinte e cinco ou cinquenta anos de vida sacerdotal ou episcopal, religiosa ou missionária, nas próprias paróquias de origem ou noutras. Os meios de comunicação social (jornais diocesanos ou simplesmente paroquiais ou inter-paroquiais) são um meio a aproveitar, neste sentido. Todos sabemos da influência que têm os meios audiovisuais, a rádio, a televisão, a internet, etc. É claro que há um meio de base e que está na raiz de todos os demais. É uma pastoral de juventude bem cuidada, bem atendida, bem estruturada na Diocese. De facto, as vocações devem nascer, como o melhor fruto desta pastoral de
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jovens. Atrevo‑me a dizer, até, que quando da pastoral de jovens não resultam vocações sacerdotais, religiosas e missionárias, haverá que interrogar‑se sobre a autenticidade de tal pastoral. A par desta, reveste‑se de igual importância a pastoral vocacional nos seus diversos níveis, pelo que: “ocorre que cada Igreja local se torne cada vez mais sensível e atenta à pastoral vocacional, educando nos vários níveis, familiar, paroquial, associativo, sobretudo os rapazes, as raparigas e os jovens (…)”. Por conseguinte, o Papa recomenda aos bispos nas suas dioceses: “sede zelosos na escolha dos operadores para o Centro Diocesano de Vocações, instrumento precioso de promoção e organização da pastoral vocacional e da oração que a sustém e lhe garante a eficácia”. Também a atenção aos acólitos numa paróquia pode ser um manancial vocacional, nomeadamente ao sacerdócio. Lembrou‑o o Papa João Paulo II na Carta que dirigiu a todos os sacerdotes do mundo por ocasião da Quinta‑Feira Santa do ano 2004: “Caros irmaõs sacerdotes, privilegiai, juntamente com outras iniciativas, a atenção aos acólitos, que constituem uma espécie de viveiro de vocações sacerdotais. O grupo de acólitos, bem acompanhado por vós no âmbito da comunidade paroquial, pode percorrer um válido caminho de crescimento cristão, formando uma espécie de pré‑seminário”.
3. A IGREJA - UMA COMUNIDADE QUE ACOLHE AS VOCAÇÕES A Igreja não é apenas uma comunidade orientada para o chamamento dos vocacionados. Ela é vocacional também no sentido em que deve ser uma comunidade que acolhe as vocações. Na verdade, pertence à própria natureza teológica da Igreja o acolhimento vocacional e isto por vários motivos. Primeiramente, as vocações são um dom do Senhor à Sua Igreja para que ela possa cumprir a sua missão. Como dom de Deus, a Igreja tem o dever de acolhê ‑las reconhecidamente. Depois, as vocações – cada uma delas – é uma prova de amor que Deus manifesta à Igreja. Cada uma delas é uma expressão do amor de Deus pelo seu povo. As vocações são ainda uma forma de Deus falar à Igreja, de lhe dizer o que pretende dela neste ou naquele momento da história. A Igreja tem o dever de ouvir essa palavra do Senhor que vai em cada um dos vocacionados. Acolher as vocações é uma forma de a Igreja viver a sua fé em Deus.
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As vocações são também uma forma de Deus entrar na história, de prolongar a incarnação de Jesus Cristo, de tomar corpo na história. As vocações são igualmente uma forma de o Senhor realizar o seu desígnio de salvação. Cada um dos vocacionados é o plano da salvação de Deus em acção na história. Cada um dos vocacionados é Deus que se revela no seu intento de salvar crianças, jovens, doentes, pecadores, gentes que estão longe da luz do evangelho, etc. É claro que o acolhimento se concretiza nas comunidades reais que integram o tecido diocesano. Em todos esses lugares, o acolhimento tem que se manifestar através de pessoas e de pessoas muito concretas: Bispo e todos os seus colaboradores imediatos, nomeadamente naqueles que na Diocese foram encarregados da obra das vocações ou estão à frente dos seminários e outros institutos destinados a acolher os jovens que sentiram o apelo do Senhor; sacerdotes e, muito em especial, os párocos nas suas paróquias; os Directores espirituais; os pais e irmãos no seio da família, etc. Na verdade, como alguém dizia, a falta deste acolhimento pode vir a resultar num aborto vocacional, como sucede na vida física, quando não se acolhe o filho que está para nascer. É por aqui que falham, por vezes, muitas vocações e, uma vocação falhada, pode vir a matar outras vocações que poderiam e deveriam nascer.
4. A IGREJA - UMA COMUNIDADE QUE ENVIA OS VOCACIONADOS Ao longo do desenvolvimento deste tema – Igreja comunidade vocacional – vimos que ela é quem chama os vocacionados. Vimos como a ela compete acolher os vocacionados que escutam a voz do Senhor que lhes chegou pelo seu intermédio. Vejamos agora como ela é também quem os envia. É um aspecto interessante e fundamental, pois bem sabemos que, já na Bíblia, todos aqueles a quem o Senhor chamava também os enviava. Na verdade, a vocação está orientada para a missão. Essa missão, porém, necessariamente anda ligada à Igreja. Por isso mesmo, ela é quem deve enviar os vocacionados. É assim, antes de mais, porque ela é o prolongamento histórico de Jesus Cristo no mundo – como aliás já foi referido no início. Ora, bem sabemos que Jesus Cristo é o grande enviado do Pai e é Ele também que envia. Ele mesmo o disse na manhã de Páscoa aos discípulos reunidos no Cenáculo: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo 20, 21). No evangelho de Lucas é Ele quem aparece a enviar
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os setenta e dois discípulos (Lc 10, 1). É Ele quem manda a Pedro, depois da Páscoa, apascentar as suas ovelhas e os seus cordeiros (Jo 21, 15-17). É Ele quem manda aos discípulos na ascensão: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo” (Act 1, 8). No evangelho de Mateus é Jesus quem dá ordem aos discípulos: “Ide, pois, ensinai todas as nações baptizando ‑as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19). Na vocação tudo vem de Deus por Jesus Cristo: o chamamento e também a missão. Compete, por isso, à Igreja, como sacramento de Jesus Cristo, enviar os vocacionados. Além disso, todas e cada uma das vocações, e é bom sublinhá‑lo, são dons concedidos à Igreja. Não foram propriamente dons para os vocacionados. Foram dons para a Igreja, em ordem ao cumprimento da sua missão. Por outro lado, as vocações são meios mediante os quais a Igreja vai realizando a sua missão de ser sacramento de salvação no mundo. Ela, pois, é quem deve estruturar o aproveitamento dos vocacionados para ela mesma ser esse sinal salvador no meio dos homens. Compete à Igreja enviar os vocacionados. Tal competência realiza‑se e efectiva‑se através dos que presidem à comunidade eclesial, em nome de Senhor da Igreja. São, por isso, agentes concretos do envio, em primeiro lugar, o Santo Padre em relação à Igreja e, em cada Diocese, o Bispo que preside à Igreja diocesana. Sempre que o fizerem, porém, eles actuam, não propriamente em seu nome pessoal, mas em nome da Igreja a que presidem e por ela, sobretudo, em nome de Jesus Cristo que a comunidade eclesial corporiza. Finalizamos com uma máxima, que alguém tomou como regra de vida para uma consagração plena e definitiva a Cristo e à Igreja, a bem‑aventurada Joana Jugan, fundadora das Irmãzinhas dos pobres: “PARA MIM O SERVIÇO, PARA A IGREJA O PROVEITO, PARA DEUS A GLÓRIA”.
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5_CATEQUESE PARA CRIANÇAS
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CATEQUESE PARA CRIANÇAS Objectivos: • Descobrir, através de exemplos da Igreja local, a beleza e a felicidade da vida consagrada. • Apresentar Jesus Cristo morto e ressuscitado a chamar e a enviar os discípulos em missão. • Deixar‑se interpelar por Jesus, para O seguir na vida consagrada.
Materiais: • 4 fotografias, pelo menos, de 4 pessoas consagradas (ver ponto 1 da Experiência Humana); • Em alternativa, quatro cartolinas com os seus nomes; • Cartaz alusivo à semana das vocações; • Um crucifixo de tamanho adequado; • 2 velas; • Bíblia; • 2 folhas com Mt 28,16-20, para ser lido de forma dialogada (ver ponto 4 da Palavra); • 4 tiras de papel com o texto bíblico (ver ponto 1 da Expressão de Fé); • Pagelas com a oração pelas vocações para este ano, uma para cada criança e catequista.
Cânticos: • Aleluia; • Ide por todo o mundo.
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I. EXPERIÊNCIA HUMANA
em curso, servindo‑se, por exemplo, do respectivo cartaz ou aludindo a ele.
1. O catequista prepare 4 fotografias, alusivas a quatro pessoas consagradas: podem ser de dois sacerdotes, um dedicado à vida paroquial e outro a trabalhar num país de missão, e de duas religiosas em actividades diferentes, por exemplo caritativas e de ensino.
Deixe que as crianças se exprimam sobre o que entendem por “vocações”, explicando‑lhes, de seguida, que na raiz dessa palavra está o verbo latino “vocare” que significa “chamar”. Só que, nesta semana, trata‑se de chamamentos especiais: no que se refere quer às pessoas chamadas quer, sobretudo, Àquele que chama. Quem será Ele, e que pessoas chama Ele? – É o que iremos ver nesta catequese. Quem sabe, talvez seja também algum de nós. Portanto, muita atenção!
O importante é que sejam, tanto quanto possível, de pessoas já conhecidas pelo menos de algumas crianças ou relativamente fáceis de conhecer e localizar (pelo menos, pelo endereço). De preferência, sejam oriundas da terra ou paróquia das crianças ou presentes nela, uma vez que o tema para esta semana das vocações está focalizado na Igreja local.
3. De seguida, o catequista distribua as referidas fotografias (ou cartolinas) pelas crianças, se necessário, agrupando‑as por fotografias. Não convém que cada grupo tenha mais de 4 ou 5 crianças. Se forem muitas, a mesma fotografia seja distribuída por mais do que um grupo.
O catequista procure também informar ‑se minimamente da vida e actividade das pessoas escolhidas. Pode até documentar‑se com material fotográfico. Mas que seja restrito. Caso contrário, pode levar as crianças a dispersarem ‑se em informações, desviando‑as do coração e do objectivo da catequese, de que se ocupam sobretudo a Palavra e a Expressão de Fé.
Convide, depois, as crianças a tentar descobrir de que pessoas se trata: nome, de onde são, o que fazem, onde e como o fazem e, sobretudo, o que sentem naquilo que fazem... E será que são mesmo felizes?...
Se o catequista não conseguir obter as fotografias, pode substituí‑las por quatro cartolinas, cada qual com o nome de cada uma das referidas pessoas.
Se forem pessoas totalmente desconhecidas, peça às crianças que, a partir das fotografias ou dos nomes, pelo menos tentem descobrir os referidos dados. Ou então digam o que gostariam de conhecer dessas pessoas, sabendo, desde já, que se trata de pessoas especiais.
2. Durante o acolhimento, o catequista informe as crianças sobre a semana das vocações que já está ou vai estar
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II. PALAVRA
4. No plenário, convidem‑se as crianças de cada grupo, a partir das fotografias que vão mostrando às restantes, primeiramente a expor as suas respostas ou perguntas.
1. Após ouvir as respostas, o cate‑ quista, sem as comentar, oriente as crianças para a leitura bíblica que se segue. Lá verão a verdadeira razão que leva essas pessoas (nomes) a darem‑se a Deus e aos outros, no bem que fazem. Lá verão quem as chamou para isso.
O catequista complete as respostas e/ou responda às perguntas com o que sabe acerca dos consagrados em causa e, se necessário, servindo‑se de outras imagens sobre a vida deles. Realce, sobretudo, a sua generosa entrega àquilo que fazem e àqueles a quem se dedicam, e, acima de tudo, a imensa felicidade e alegria que sentem e causam nos outros. São pessoas que merecem todo o nosso apreço e admiração…
E, quem sabe, talvez nos chame também a nós. Também nós, como aquelas pessoas, poderemos fazer os outros felizes…. 2. Se as crianças já tiverem a sua Bíblia (a partir do 4º ano de catequese), o catequista convide‑as a abri‑las em Mt 28, 16-20.
Acrescente que há muitos outros consagrados com as mesmas ou outras actividades. Desafie mesmo as crianças a indicarem os que conhecem e o que sentem acerca deles.Essas pessoas merecem a nossa admiração e gratidão, porque, sem elas, que seria daqueles a quem elas fazem tanto bem?... E até de nós (se for o caso, dizer em quê)?...
Nesse ou no outro caso, prepare‑as para a leitura, com os seguintes dados; - O que vamos ouvir, passou‑se pouco tempo depois de Jesus ter sido morto e ressuscitado. Foi, pois, numa altura do ano, quase como aquela em que estamos. Ainda se lembram de termos celebrado a morte e ressurreição de Jesus…. Pois bem, algum tempo depois da Páscoa, os discípulos de Jesus, alguns dos quais ainda duvidavam que Ele tivesse ressus‑ citado, tiveram uma experiência belíssi‑ ma e extraordinária. Na leitura que vai ser feita, veremos o que foi.
Depois, pergunte: o que leva essas pessoas (nomes) a entregarem‑se tanto (tarefas mais significativas que realizam)? Quem chamou o/a (nomes) a darem‑se tanto, para fazerem os outros tão felizes? Que vos parece?...
- (Para o caso de as crianças saberem ler bem:) Para melhor percebermos o que vai ser lido, proponho que sejam dois de vós a ler: um faz de narrador,
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isto é, conta a história; e outro lê as palavras de Jesus (o catequista pode dar às crianças escolhidas algum tempo para se prepararem). E aqueles de nós que só escutamos? Os que escutamos, vamos imaginar que éramos os discípulos de Jesus. Isto é, o que Jesus vai dizer é também para nós. Vão ver que assim vai ser tudo muito mais belo.
Catequista: Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São Mateus: Crianças: Glória a Vós, Senhor. Criança – narrador: Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram‑n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou‑Se e disse‑lhes: Criança - Jesus: Todo o poder me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando‑as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando‑as a cumprir tudo o que vos ensinei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Catequista: Palavra da salvação. Crianças: Glória a Vós, Senhor.
- Mas, não se esqueçam da razão da leitura: saber o que é que leva essas pessoas (nomes) a darem‑se tanto a Deus e aos outros (e a nós). O que elas fazem, terá ou não a ver com aquilo que Jesus nos vai dizer? 3. Para maior solenidade e se houver condições e tempo, pode ser feito um cortejo: • Com todos de pé, entra a criança que lê as palavras de Jesus com um crucifixo; seguem‑se duas outras, cada qual com uma vela acesa; finalmente, a que faz de narrador traz a Bíblia. • Durante o cortejo pode cantar‑se um cântico pascal (por exemplo, o Aleluia).
5. Após as respectivas crianças terem colocado a Bíblia e as velas sobre a mesa e todas se sentarem, o catequista afixe (ou peça para afixar) no placar, em volta do crucifixo, as fotografias (ou as cartolinas com os nomes) dos 4 consagrados. Depois, pergunte:
• A criança com o crucifixo, depois de o colocar ao centro do placar, vá para junto da que tem a Bíblia; de cada lado, ficam as duas com as velas. 4. Segue‑se a leitura de Mt 28, 16-20:
• O que é que Jesus acaba de mandar fazer aos discípulos? (Se necessário, a respectiva criança volte a ler as palavras de Jesus).
Catequista: O Senhor esteja connosco. Crianças: Ele está no meio de nós.
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III. EXPRESSÃO DE FÉ
• Olhem agora para as fotografias que estão junto de Jesus crucificado… E digam‑me: Será que Jesus disse o mesmo àquelas pessoas ali representadas (nomes)?...
1. Mas eu penso que, antes de lhes agradecermos a eles, temos de agradecer a Jesus. Afinal, como acabámos de ver, é Jesus que os chama e os acompanha em tudo o que eles fazem.
Adaptando‑se às respostas das crianças, o catequista relacione as actividades dessas pessoas com o duplo mandato de Jesus:
Como oração, podemos fazer assim:
• Baptizar e celebrar todos os outros sacramentos (com realce para a Eucaristia) que fazem de nós e de tantas outras pessoas discípulos de Jesus.
• Vou distribuir por 4 de vós umas tiras de papel com palavras que Jesus nos disse (o catequista distribua‑as. Se as crianças têm dificuldade em ler, seja o catequista a fazê‑lo). Quando chegar a sua vez, cada um lê essas palavras.
• Transmitir, pela palavra, a acção e o modo de viver, o que Jesus fez e nos ensinou, para que nós e tantos outros sejamos verdadeiramente felizes. E isto em todas as nações da terra (indiquem‑se países em que realizam a sua missão) e até ao fim dos tempos.
• Entre cada um dos que lêem, outros 4, à vez, fazem uma oração por cada um daqueles 4 amigos. Por exemplo, o/a (nome de uma criança) diz acerca daquele amigo da primeira fotografia: “Senhor Jesus, nós vos bendizemos por todo o bem que o Sr. Padre (nome) nos faz.” E todos os outros respondemos: “Bendito sejais, Senhor” (repetir até todos saberem).
E foi também com aqueles amigos (no‑ mes) que Jesus prometeu estar. Portanto, foram chamados por Jesus, se calhar com as mesmas palavras que Ele acaba de nos dizer. E é com a força, a coragem e o amor de Jesus que eles fazem tanto bem, o mesmo que Jesus fazia. Sem eles e tantos como eles, nós e tantas outras pessoas não conhecerí‑ amos Jesus nem experimentaríamos o seu amor, aquele amor com que deu a vida por nós na cruz.
Depois de escolhidas as crianças que vão intervir e de todas se levantarem, o catequista convide‑as ao recolhimento e a rezarem voltadas para o crucifixo: 1ª criança: Jesus diz‑nos: “Ide e ensinai todas as nações”.
É por tudo isto que estes nossos amigos e tantos, tantos outros como eles merecem a nossa admiração e a nossa gratidão. Não acham?...
2ª criança: Senhor Jesus, nós vos bendizemos por todo o bem que o Sr. Padre (nome) nos faz.
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Após um breve silêncio, o catequista complete as sugestões das crianças, com o desafio: Além do que propuseram, sabem qual é a maior alegria que podemos dar a estes amigos (nomes)?... É também, pelo menos, alguns de vós sentirem o desejo de um dia fazerem o mesmo que eles e tantos outros sacerdotes e irmãs fazem. Não gostavam de um dia terem também a vossa fotografia ali no placar? De terem a coragem para dizer “sim” ao convite que Jesus nos faz: “Ide e ensinai todas as nações”?...
Todos: Bendito sejais, Senhor. 3ª criança: Jesus diz‑nos: “Baptizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. 4ª criança: Senhor Jesus, nós vos bendizemos por todo o bem que o Sr. Padre (nome) nos faz. Todos: Bendito sejais, Senhor. 5ª criança: Jesus diz‑nos: “Ensinai a cumprir tudo o que vos ensinei”.
Então sim: estes nossos amigos que tanto admiramos, ficariam muito, mesmo muito contentes, por verem outros dispostos a fazer o mesmo bem que eles fazem com tanta alegria. Quem de vós será capaz?...
6ª criança: Senhor Jesus, nós vos bendizemos por todo o bem que a irmã (nome) nos faz. Todos: Bendito sejais, Senhor. 7ª criança: Jesus diz‑nos: “Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”.
Se tal for possível, o catequista convide as crianças, individualmente ou em grupo, a escreverem a todos ou a alguns dos consagrados, manifestando‑lhes a sua gratidão e o seu desejo de um dia serem seus continuadores na sua missão.
8ª criança: Senhor Jesus, nós vos bendizemos por todo o bem que a irmã (nome) nos faz. Todos: Bendito sejais, Senhor.
3. Para as ajudar a pensarem nisso, durante a semana, distribua por cada criança uma pagela com a oração proposta para esta semana das vocações, para ser rezada por todos, na conclusão desta catequese e em cada dia da semana.
Após a oração, convidem‑se as crianças a afixar as tiras de papel junto das fotografias. 2. Agora sim, já podemos ver como agradecer a estes quatro amigos pelos quais acabámos de rezar a Jesus. Que‑ rem pensar um bocadinho sobre isso?...
No fim, pode cantar‑se o cântico “Ide por todo o mundo” ou outro semelhante.
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6_CATEQUESE PARA ADOLESCENTES E JOVENS
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CATEQUESE PARA ADOLESCENTES E JOVENS Acolhimento É conveniente que todo o material e espaço estejam preparados previamente. O animador deve acolher o grupo de forma oportuna.
Testemunhos Os testemunhos devem ser lidos, por pessoas diferentes se possível, ou facultados a cada um dos elementos. Se se achar vantajoso pode dividir‑se o grupo em grupos mais pequenos, e deixar que cada grupo analise os testemunhos.
TESTEMUNHO 1 Seminarista Teólogo, Seminário Conciliar de Braga Para mim falar em vocação é falar em resposta; resposta a um chamamento que fui descobrindo. Não há nada que eu possa identificar para vos contar quando tudo começou, mas acho que há duas coisas que eu vos posso dizer: primeiro sempre me fascinou a ideia de ser amigo daquele a quem me ensinaram a chamar Jesus, Ele que vivia naquela casinha tão pequena chamada sacrário; a segunda foi o amigo próximo d’Ele, o sacerdote da minha paróquia. O meu pároco era alguém feliz, mesmo sem esposa ou filhos. Tinha imensos amigos e todos o respeitavam pelo que desempenhava. Foi aí que comecei a pensar se não gostava de ser como ele. Fui alimentando esta ideia e quando terminei o secundário vim para o seminário maior de Braga. Aqui tenho crescido na amizade com o meu amigo Jesus. Tenho descoberto que Ele precisa de mim, mas eu preciso ainda mais d’Ele. Tento seguir os seus ensinamentos em tudo o que faço, mas nem assim deixo de errar como toda a gente. Quando me perguntam se valeu a pena, eu respondo: “Sempre vale a pena quando é por amor, e para o Amor”, depois é seguir perguntando dia a dia: “E hoje, Senhor, que queres de mim?”. A resposta é dada nas decisões acertadas que vou tomando, nos gestos de amor que vou fazendo, nas boas palavras dirigidas, na força que sinto dentro de mim. Sou o Ricardo, tenho 20 anos, e frequento o 3º ano do curso de Teologia.
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TESTEMUNHO 2 Sacerdote religioso da Comunidade Shalom, Braga Um dia senti que o Seminário era a minha casa. Havia algo que me empurrava para lá. Pequeno ainda, quis fazer um caminho de discernimento para aquilo que começava a intuir poder vir a ser a minha vida. Um dia, mais tarde! O caminho foi acontecendo. E o discernimento também. Até que um dia, o desafio de ser padre religioso apareceu no horizonte. A Comunidade Shalom tinha aberto uma casa em Portugal. Na altura, eram dois padres. Trabalhavam com jovens. Viviam o desafio da itinerância. Ir onde os jovens estavam. Falando‑lhes de Jesus Cristo na sua linguagem. Vivendo uma vida de simplicidade. E isso também começou a encantar‑me. Em 1985 entrei para a Comunidade. O Brasil foi nessa altura oportunidade para novas descobertas, novos desafios, lugares e pessoas. Outra vivência de Igreja. Outra proposta de formação. Outro carisma: evangelizar a juventude. O coração abriu‑se a esse mar de possibilidades tão grandes quanto o oceano que separava o primeiro despertar e o agora. Ordenei‑me padre em Dezembro de 1988. Uma etapa nova começava. Mas o primeiro chamamento ardia no coração. Deus ia revelando misteriosamente por entre desafios, projectos, presenças, pessoas, e a própria Comunidade, a sua presença amorosa e fiel. A fidelidade de Deus manifesta‑se na vida e na história de quem permanece fiel, apesar das dificuldades do caminhar. Essa é hoje a leitura da minha história vocacional. Deus chama. Desafia. Atrai. Encanta! O chamado vai-se perdendo neste constante desafiar de Deus. Hoje, padre, religioso‑consagrado da Comunidade Shalom, Deus continua a desafiar‑me por caminhos sempre novos. Os jovens de Portugal e do Brasil continuam no horizonte. Continuo a arriscar estar presente e a falar‑lhes de um Cristo jovem que também os desafia a uma vida de disponibilidade e de serviço. Continuo a gastar a minha vida e a empregar os meus dons ao serviço da Igreja. Continuo disponível para ir onde Deus me chamar. Sinto que a presença de Deus na minha vida e na minha vocação é uma realidade que me empurra sempre para a frente, mesmo quando o desafio parece mais difícil. Não há desafios difíceis quando a confiança naquele que nos chama e nos envia é inabalável.
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Sinto hoje, que estes quase 23 anos de vida de padre e religioso, têm sido dom de Deus para tantos jovens das realidades por onde tenho passado e para tantas pessoas que se cruzam com a minha história. Sinto‑me desafiado hoje, a uma vida de maior intimidade com Aquele que sempre me habitou. A fazer dos desafios, das responsabilidades pastorais, dos simples encontros do quotidiano, momentos de intimidade, de crescimento e de aprendizagem. Sinto que a minha história vai sendo perdoada e refeita. Habitada por um coração mais inteiro. Tocada por muitas fragilidades. Mas continuamente modelada pelo Amor e pela bondade daquele por quem decidi entregar a vida. Sinto algumas vezes o cansaço dos muitos afazeres. A alegria quando os frutos aparecem mais depressa. A tristeza quando a resposta não é a esperada. Mas vou aprendendo com a paciência do semeador que lança a semente e a deixa livre para que brote, porque nela vive o dinamismo do despertar silencioso. Sou o padre Afonso. Religioso da Comunidade Shalom. Moro em Braga. Dedico a minha vida aos jovens do Movimento Shalom. Colaboro também com o Seminário Conciliar, como director espiritual. afonso@comunidadeshalom.org
3 - REACÇÃO DOS PARTICIPANTES Este é o momento de cada um individualmente, ou por grupos, conforme a metodologia, se expressar sobre as conclusões ou dúvidas que tenham surgido da leitura e análise dos mesmos. O animador, tanto quanto for possível, deve orientar esta dinâmica, interpelando os participantes a se expressarem, ou porventura esclarecer possíveis dúvidas.
4 - REFLEXÃO DO ANIMADOR
Previamente, o animador deve aprofundar a temática. O QUE É UMA VOCAÇÃO? Em termos mais simples, “vocação” significa “chamamento”. Assim, em termos gerais, a tua vocação é o que Deus te chama a fazer através da tua vida. Todo a gente é chamada por Deus para O conhecer, amar e servir. A diferença reside nas distintas formas de conhecer, amar e servir a Deus.
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As vocações individuais variam entre ser solteiro, casado, consagrado, religioso e sacerdotal. No entanto, costumamos usar “vocação” para significar um chamamento à vida consagrada, religiosa ou sacerdotal. Aqui, o termo “vocação”, está mais relacionado com a vida consagrada, religiosa e sacerdotal, mas os princípios, e grande parte dos conselhos, são igualmente aplicáveis aos casados e à vida de solteiro. Na vida que Deus te concedeu, tens um propósito claro, cumprir a vontade de Deus, porque esta é a chave para alcançar a verdadeira fé, a felicidade eterna. Deus dá a cada um de nós uma missão especial na vida. À medida que crescemos e a vida avança, Ele revela‑nos essa missão, geralmente de maneira indirecta, de uma forma apelativa e interpeladora. Descobrir e, finalmente, seguir a tua vocação faz com que Deus se rejubile, porque se está a concretizar a missão a que fomos destinados: “Toma a tua cruz e segue‑Me” (Marcos 8,34). Deus diz‑nos uma coisa espantosa: que, mesmo antes de nos ter criado, Ele conhecia‑nos e chamou‑nos pelo nome. No entanto, isso não significa que se sabe sempre ao certo o que somos chamados a fazer na vida. Deus revela a Sua vontade de forma gradual, e nós somos livres em cometer o erro de negar o seu chamamento. Felizmente, Deus está sempre connosco e, por isso, devemo‑nos preocupar com a Sua vontade, com o que Ele quer para a nossa vida. Através da oração e fazendo o nosso melhor para viver de acordo com a Sua vontade no momento presente, Deus permanecerá sempre próximo. O QUE É UM PADRE? Um padre ou sacerdote é um homem que recebeu o sacramento da Ordem, o que lhe confere certos mistérios de Cristo, principalmente o mistério de consagrar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo, e o poder de perdoar os pecados no Sacramento da Reconciliação. Quando realiza estas coisas, o sacerdote age na Pessoa de Cristo. O QUE É UM PADRE DIOCESANO? Um padre diocesano é aquele que é chamado para servir as pessoas numa diocese particular. O bispo foi colocado por Cristo como a cabeça daquela diocese, o padre diocesano serve na obediência e colaboração com ele, servindo principalmente nas paróquias. A nível prático, pode‑se dizer que a Igreja se desenvolve através de sacerdotes diocesanos que servem as suas paróquias. Eles administram os sacramentos, são responsáveis pela instrução do seu povo, estão próximos das pessoas e das suas vidas para as aconselhar, perdoar e servir pacientemente.
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O QUE É VIDA RELIGIOSA? As pessoas que vivem uma vida religiosa são chamadas de “religiosos”. Os religiosos buscam seguir Cristo mais de perto, professando publicamente os votos de pobreza, castidade e obediência através de uma ordem religiosa reconhecida dando testemunho público da sua consagração vestindo o hábito religioso, e vivendo em comunidade. Existem ordens ou comunidades religiosas de homens e de mulheres. As religiosas são freiras e os religiosos masculinos podem ser sacerdotes ou irmãos. As comunidades religiosas muitas vezes referem‑se a si mesmas como “famílias religiosas”. Cada um tem o seu próprio fundador e missão, e o seu “espírito de família”, ou espiritualidade própria. Por isso, se estás a considerar a vida religiosa, é necessário conhecer as comunidades em particular. O QUE É UM PADRE RELIGIOSO? Um sacerdote religioso é um membro de uma comunidade religiosa que recebeu o sacramento da Ordem. Ele está sob a autoridade dos superiores hierárquicos da comunidade onde se ordenou. Pode também servir a diocese local, através dos trabalhos da sua ordem ou congregação aí localizados. No entanto, ele não se limita a servir numa diocese, mas pode ser enviado para outras localidades, se os seus superiores assim o entenderem. Onde quer que ele sirva, fá‑lo com a permissão do bispo local. Alguns sacerdotes religiosos trabalham em paróquias, mas a maioria tem apostolados mais especializados, como a educação, retiros, comunicações, etc. QUAL É A VIDA LEIGA CONSAGRADA? Leigos consagrados são pessoas que se consagram a Deus através de promessas de pobreza, castidade e obediência, enquanto ainda leigos. Eles normalmente estão associados a algum grupo ou movimento. Como leigos, eles permanecem “no mundo” e muitas vezes exercem uma profissão, dando prioridade nas suas vidas à oração, ao testemunho e ao serviço. O QUE É UMA VIRGEM CONSAGRADA? Desde os primórdios da Igreja, houve aqueles que sentiram o apelo a consagrar‑se exclusivamente a Cristo de uma maneira privada. Nos últimos tempos tem havido um ressurgimento desta vocação onde uma mulher faz sua consagração particular na presença do seu bispo. O QUE É A VIDA CONTEMPLATIVA OU MONÁSTICA? A vida contemplativa dedica muito tempo para oração em cada dia, a maioria vive em silêncio e também se dedica ao trabalho manual. Existe uma grande tradição na Igreja, tanto da vida feminina e masculina, monástica e contemplativa. A oração e sacrifício oculto são de grande importância para o bem geral da Igreja.
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QUAL É A DIFERENÇA ENTRE UMA VOCAÇÃO E UMA FUNÇÃO OU PROFISSÃO? Há uma nítida diferença entre vocação e profissão, embora não sejam mutuamente exclusivos sendo que até se podem sobrepor. Profissão é um termo muito mais restrito, que usamos para designar uma carreira ou uma habilidade particular que desenvolvemos, geralmente com o propósito de nos sustentarmos economicamente e contribuir de alguma forma para o bem da sociedade, mas sempre considerando uma dimensão horizontal. Não precisas de acreditar em Deus para escolher uma profissão e exercê‑lo de uma forma extraordinária, fazendo muito bem aos outros. Uma pessoa pode escolher e alternar livremente de profissões dado que o ponto de referência principal é a sua preferência, o seu próprio benefício e as oportunidades que lhe surgem. Quando usamos a palavra vocação esta é introduzida numa dimensão vertical da nossa vida, especialmente no nosso processo de pensamento e decisões. Ao falarmos de vocação referimo‑nos à vontade de Deus, ou seja, o que acreditamos que Ele nos está a chamar para fazer da nossa vida, a finalidade pela qual Ele nos criou e como se relaciona com a nossa salvação e a salvação dos outros. Assim, uma vocação não é algo que podes mudar devido a um capricho, uma vez que não é algo que podes assumir com leviandade. Na sequência de uma vocação a questão principal é: Que quer Deus? e não: Que prefiro eu? Portanto, seria um grande erro assumirmos uma vocação à vida sacerdotal ou consagrada, ou para o matrimónio, pensando apenas em nós mesmos e não estar dispostos a comprometermo‑nos plenamente, “para melhor ou para pior”. Quando é que os jovens devem começar a responder ao chamado de Deus, ou seja, quando se deve entrar no seminário ou uma ordem religiosa? Dum ponto de vista geral, a resposta seria “imediatamente”, ou seja, se um jovem sente um chamamento, e prudentemente chegar à conclusão que é autêntico, não deve negá‑lo mas assumi‑lo e procurar segui‑lo. Na nossa vida diária, sempre que Deus nos pede para fazer alguma coisa, devemos seguir rapidamente e com generosidade. Esse é o princípio geral, mas quando somos confrontados com um chamamento individual e especial, vários factores e circunstâncias podem afectar a nossa resposta. Para alguém ainda menor de idade os desejos dos seus pais são um factor importante na sua decisão, precisando da sua permissão para tomar qualquer passo definitivo. Isto também se aplica a um adolescente ou jovem que ainda está no secundário que quer ir para um seminário. Os pais têm a responsabilidade de considerar se a criança está madura o suficiente, ou se o seu apego natural é seguir o caminho de Deus, etc. No fundo, a atitude mais importante para qualquer jovem é a de fomentar a relação e a generosidade com Deus. Assim como Samuel na Bíblia (1Sm,3): “Fala, Senhor, que o teu servo escuta.”
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Após ter ouvido os participantes, é oportunidade do animador aprofundar um pouco mais a temática da vocação com o grupo, tendo em consideração o que indicamos anteriormente. Apresentamos algumas questões para melhor orientação: • Todos temos uma vocação. Dêem exemplos de vocações - o animador interpela os participantes podendo ajudar, dando algumas pistas. • Sinto‑me tocado pelos testemunhos? • As vocações são variadas, e todos têm um lugar na casa de Jesus. Quero entrar também nesta casa de Jesus e sentar‑me com Ele? • Como posso seguir Jesus? • Estas e outras questões podem ser colocadas. É conveniente que seja um momento em que os jovens e adolescente se interroguem.
5. PALAVRA DE DEUS Leitura: Mt 9, 36-38 “Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Contemplando a multidão, encheu‑se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe»”. a) -Interiorização Na época em que Mateus escreveu o Evangelho, as comunidades cristãs, quarenta e sete anos após a morte e ressurreição de Jesus, passavam por momentos difíceis: problemas internos, conflitos com as lideranças do Judaísmo e a perseguição do Império Romano. O ardor missionário andava desmotivado. Em resposta a esta situação, Mateus escreve o discurso sobre a missão. Primeiramente faz uma introdução (cf. 9,36-38) mostrando que Jesus, se compadece das multidões cansadas e abatidas, que estavam a sofrer todo o tipo de problemas e exclusões. Ninguém se preocupava com o povo, o qual se encontrava em situação de provação. Parece um rebanho sem pastor, expressão conhecida no Primeiro Testamento (cf. Jr 23; Ez 34). Jesus expõe a situação aos discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. A urgência da missão evidencia‑se pela imagem “a messe é grande”.
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Urge maior número de colaboradores. É preciso insistir junto do “Senhor da messe” que envie muitos operários. Jesus não pede ao Pai que envie ceifeiros, mas recomenda aos discípulos: “Peçam ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe”. A iniciativa da missão é do Pai. Agindo desta forma, o Mestre, como bom educador, prepara e responsabiliza os discípulos para a missão. Diferentemente dos líderes políticos e sociais, os discípulos devem ser solidários com os sofrimentos do povo. Lembra‑nos o Papa Bento XVI que “as vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada são primariamente fruto de um constante contacto com o Deus vivo e de uma insistente oração que se eleva ao “Senhor da messe” seja nas comunidades paroquiais, seja nas famílias cristãs, seja nos cenáculos vocacionais”1. Para reflectir com os jovens e adolescentes: • Quem nos chama? • Sentimo‑nos chamados a desempenhar alguma função dentro da Igreja? • Quero ajudar os outros, e trabalhar na messe de Jesus? • Que podemos fazer para sermos testemunhas de Jesus? • Quem é para nós o “Senhor da messe”? • Estamos dispostos a ser trabalhadores da messe? • Também nós somos convidados a chamar outros. Quem é que eu posso chamar para trabalhar nesta tarefa de levar a mensagem de Jesus aos outros, e fazer com que eles acreditem verdadeiramente que Jesus tem uma mensagem de salvação para todos nós? • Estou disposto a pedir operários para a seara? Estas são apenas propostas. O animador deve orientar o melhor possível a reflexão dos participantes, interpelando‑os e provocando‑os, para que pensem nas questões, e assim seja rentável o diálogo. b) - Conversão Cristo continua a chamar seguidores para levarem a Sua mensagem, e todos participem da acção salvífica de Deus. Mensagem essa que requer em primeiro lugar uma conversão interior, e seja possível um testemunho de verdadeiros e fiéis colaboradores na missão da Igreja, a qual nos é dada pela condição de baptizados. Devemos por isso acolher a Palavra viva de Deus e torná‑la eficaz no nosso quotidiano.
1 BENTO XVI, Mensagem para a semana das vocações, 2011.
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EXPRESSÃO DE FÉ Através da tua oração pessoal e sincera pede ao Senhor pela tua vocação, que ela seja suscitada por Deus, que Ele te faça compreender o seu desígnio de salvação. Acredita que Deus é Pai e que olha por ti como cuida um pai do seu filho. Pede também que Deus te dê a força da fé para as adversidades da vida. SÍNTESE Deus tem uma mensagem para nós; deu‑no‑la a conhecer em Seu Filho Jesus Cristo. Pede‑nos hoje que trabalhemos todos juntos na edificação do Seu Reino; Reino de Amor, Paz e Justiça. Amor que todos temos de dar, Paz que temos responsabilidade de ajudar a reinar, e Justiça que devemos praticar. Jesus, nas suas palavras que dirigiu aos discípulos, pede também que peçamos trabalhadores para a tarefa de evangelizar. Todos têm lugar nesta messe, consagrados ou não, somos baptizados, e por isso devemos segui‑Lo, Ele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. COMPROMISSO Este é o momento em que cada participante, tocado pela Palavra de Deus, deve fazer o seu compromisso. Este pode ser para a semana, para a vida, numa situação em concreto, ou o que suscitar em cada um. Também o animador deve fazer o seu compromisso, pois não deve ficar alheio a tudo o que disse, fez pensar e dizer. Para este ponto podem utilizar‑se vários métodos; escrever num cartão previamente preparado, num cartaz, ou apenas guardado no coração. Terminado o encontro pode cantar‑se um cântico apropriado, desde que conhecido para que todos possam louvar cantando. Damos apenas como indicação o cântico
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ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES Senhor Jesus Cristo, Bom Pastor da vossa Igreja, Vós que tanto nos amastes que destes a vida por todos nós, e, depois de ressuscitado de entre os mortos, prometestes estar connosco até ao fim dos tempos, nós vos suplicamos: fazei com que haja mais cristãos que se deixem cativar pelo Vosso amor e se ofereçam para o irradiar pelo mundo como sacerdotes, religiosos ou religiosas. Ajudai‑nos, Senhor, a tudo fazermos para que esta graça nos seja concedida na comunidade cristã a que pertencemos. Teremos então mais razões para Vos bendizer, em união com Santa Maria, Vossa Mãe bendita: Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Ámen.
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7_CATEQUESE PARA ADULTOS
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VOCAÇÃO NA E PARA A COMUNIDADE Sensibilidade de muitos adultos: procurar o seu próprio caminho (privatização da fé) No contexto sócio‑cultural em que vivemos, com forte tendência para o individualismo, o adulto tem a tendência de se dispersar entre tantas propostas e solicitações. Daí que a opção por uma única trajectória não é fácil, caindo muitas vezes na dispersão. É importante propor‑lhe um caminho e ajudá‑lo a aprofundar
o sentido unificador da sua vida, apontando uma direcção. Esta catequese ajuda o adulto a reflectir sobre a sua vocação. A oração é a melhor forma de tomar consciência dessa mesma vocação no seio de uma comunidade e também de pedir ao «Senhor da messe» pelas vocações. Propostas bíblicas: Ex 3, 1-12 sarça ardente; Mt 4, 18-22 (Mt 9,9; 9, 36-38).
INTERROGO A DIRECÇÃO DA MINHA EXISTÊNCIA Há formas muito diferentes de enfrentar a vida, fruto de projectos de vida mais díspares, assim como da sua ausência. Hoje cada adulto é chamado a construir a sua própria identidade ao longo de toda a sua existência. A vida de um adulto, numa cultura marcada por muitas solicitações, é vivida como uma contínua reelaboração de si mesmo, da sua identidade pessoal. Porém, para não cair na dispersão, é importante uma direcção, um caminho que dê sentido e unidade à história de uma pessoa. A angústia é muitas vezes o resultado de uma vida sem uma direcção. E os homens podem tomar muitas direcções: «contemplando a multidão, encheu‑se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor (Mt 9, 36). Convidar os adultos a reflectirem e descreverem (mesmo a desenharem se for possível) três situações mais características dos adultos no contexto sócio‑cultural actual. Entretanto, cada um pode procurar identificar o seu traço característico. Eis as mais diversas interpretações: oprimido (arrasado); aberto (eléctrico); no contra (inconformado, rebelde); vencido; perplexo e resignado; volátil e inseguro; conformista; necessitado de ajudada e de confiar; evasivo (salve‑se quem puder); paciente; inexpugnável; empreendedor; aberto a novos horizontes; condicionado e viciado, drogado; «atado», o eterno indeciso; ditador, prepotente, que gosta de dominar os outros; individualista, hedonista; obstinado; condicionado, frustrado e vencido; auto‑suficiente e seguro; pessimista e alienado; despreocupado, diversão desenfreada; indeciso; confiado e disponível; seguro e livre; rígido e intriguista.
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PARTILHA Partilham em grupo e depois em assembleia as descrições ou os desenhos que conceberam. ESCUTO A PALAVRA Ex 3, 1-12; Mt 4, 18-22 O texto trata da vocação de Moisés que leva o rebanho do seu sogro a pastar. Ao chegar à montanha do Senhor, o Horeb (termo que quer dizer «árido», «seco»), um anjo, mensageiro de Deus, aparece‑lhe como uma chama no meio de uma sarça (v.2). A chama e o fogo que não se apaga estão presentes também na linguagem dos profetas (cf. Is 10,17; Ez 14,14-27) e representam a voz de Deus. O anjo do Senhor é o próprio Deus. Deus fala a Moisés, chama‑o pelo nome, mas ao mesmo tempo convida ‑o a não se aproximar e a tirar as sandálias dos pés. A presença de Deus torna o lugar «terra sagrada» (v.5): o calçado contamina o terreno que o homem deve percorrer apenas com os pés descalços. Deus apresenta‑se a Moisés como o Deus que chamou e acompanhou os Pais (Abraão, Isaac e Jacob) no caminho para a terra prometida. Moisés cobre o rosto, porque o homem não pode olhar Deus na face: e ver o fogo é ver o pró‑ prio Deus (cf. Ex19, 21). Deus declara ‑lhe a sua intenção: viu a desgraça do seu povo, escutou o seu clamor e quer libertá‑lo da escravidão. Quer fazê‑lo sair do Egipto para levá‑lo para uma terra onde encontrará prosperidade (vv. 7-8), e Moisés deverá guiá‑lo. «E agora, vai; Eu te envio ao faraó, e faz sair»
(v. 10): com estes verbos é indicada a missão confiada a Moisés. Mas ele tem medo, hesita, não se sente capaz para assumir uma responsabilidade tão grande: «Mas quem sou eu…» (v.11). Deus responde ‑lhe: «Eu estarei contigo…» (v. 12), garantindo‑lhe presença e assistência, e diz‑lhe que, quando terminarem a sua missão, ele e o seu povo o adorariam no mesmo monte. O chamamento constitui para Moisés uma ruptura radical com o passado. Moisés deve abandonar o seu trabalho, a sua família para a missão que lhe foi convidada: sair do Egipto, libertar o seu povo da escravidão. Ele pode mos‑ trar resistências, pode procurar evitar a responsabilidade, mas no final não pode fugir da missão: é levado a renun‑ ciar a si próprio, a sair da sua vontade e a responder a uma missão dedicada a servir o seu povo (Moisés morre às portas da Terra Prometida, tendo como missão conduzir apenas o povo).
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das suas ideias de autorealização, para mergulharem numa outra vontade, a de Deus, e deixarem‑se guiar por ela; faz ‑lhes viver uma fraternidade que nasce da disponibilidade total a Deus (cfr. Mt 12, 49-50) e que se torna identificativo da comunidade de Jesus: “Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35)» (Mensagem do Papa para XLVIII Jornada Mundial de Oração pelas Vocações).
No Novo Testamento, o chamamento e a vocação dos discípulos (Mt 4, 1822) é o exemplo do chamamento e da vocação de todos os cristãos (Mt 9, 9): «a proposta de Jesus compromete e é exaltante. Naquele “segue‑me!” Jesus convida os discípulos a entrarem na sua amizade, a escutarem de perto a sua Palavra e a viverem com Ele; ensina‑lhes a dedicação total a Deus e ao anúncio do seu Reino (…); convida‑os a saírem das suas vontades fechadas em si mesmas,
Viver a vida adulta (individual e colectiva) como «chamamento» e «vocação» significa reconhecer e confiar numa presença que abre o caminho e que se oferece a cada um como a garantia de ressurreição e de superação de todo o azar ou destino. O Evangelho não é mais do que o anúncio de que a vida e a história têm um sentido, isto é, uma direcção e um significado, pois estão cheios de Deus. O que distingue o crente do não crente é a consciência de olhar a vida como «vocação». O crente sente‑se «chamado», e chamado a viver a sua missão dentro da história de um povo, de uma comunidade de fé, peregrina e chamada por Deus (a exemplo de Moisés). REORIENTO A MINHA VIDA O seguimento de Cristo compromete: qual é o meu olhar sobre Jesus? Conheço ‑O intimamente? Escuto‑O na Palavra? Encontro‑O nos Sacramentos? Harmonizo a minha vida com a de Cristo? Se cada um, cada família e toda a comunidade se convertesse a uma vida de intimidade com o Senhor, a um vocação fruto de um chamamento e que leva a um compromisso de vida, então as vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada seriam verdadeiramente promovidas e cuidadas. «As vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada são primeiramente fruto de um constante contacto com o Deus vivo e de uma insistente oração que se eleva ao “Senhor da messe”» (Mensagem do Papa para XLVIII Jornada Mundial de Oração pelas Vocações).
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Quantas vezes vivo a minha missão de cristão de forma indiferente? Não reajo perante as dificuldades dos outros? Vivo distraído nas minhas inúmeras preocupações? Compromisso de Oração, individual e comunitária: [1 Ts 5, 17-18; Ef 6, 18; 1 Tm 2, 8; Lc 10, 38-42; Sl 62 (63)] • Já alguma vez pensaste que no encontro com Ele tens a possibilidade de te reencontrares e te renovares? Escuto a Sua voz? Tomo uma direcção? Descubro o sentido da minha vida? Vivo a minha vocação comprometido com a comunidade? • Já pensaste que a oração é o passo importante na arte de promover e cuidar das vocações? Antes de chamar os seus discípulos, Jesus passou a noite sozinho, em oração e em escuta da vontade do Pai (cf. Lc 6, 12). E hoje também nos exorta: «Rogai ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a Sua messe» (Mt 9, 38)
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8_JOGRAL DA SEMANA DAS VOCAÇÕES DE 2011 tanto a rezar pelos teus protegidos, como a guiá‑los. LEITOR 1: Observaste de longe resvalar num caminho escorregadio e cintilar com muito fumo esta boa fé que se mostrava aos amantes da vaidade, indagadores da mentira. LEITOR 2: Porque não abandonais nada do que criastes? LEITOR 1: Estais, sempre, na presença dos que vagueiam longe de Vós? LEITOR 2: Em tudo isto se devem reconhecer e celebrar os vossos profundos segredos e a vossa misericórdia sempre tão vizinha de nós. LEITOR 1:Ergue até Si os que se Lhe sujeitam? LEITOR 2: Porque aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas entra por outro lado, é ladrão. LEITOR 1: O que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim ninguém se pode vangloriar diante de Deus. LEITOR 2: Mas, aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. LEITOR 1: Pois! Quem entrar por Jesus será salvo.
LEITOR 1:Jesus percorria todas as cidades e aldeias. LEITOR 2: Quem é que Ele procurava? LEITOR 1: Entra no teu quarto interior e fecha as janelas, entra como um outro visitante. LEITOR 2: Para que Deus apareça, para que a sua presença na fé se faça densa, consciente e refrescante, com uma atenção aberta, livre de pessoas e de clamores. LEITOR 1: Assim como o trigo não brotará se a terra não estiver arroteada e oxigenada, também nós temos de preparar o terreno para acolher o mistério da graça. LEITOR 2: Sentimo‑nos como uma mistura incoerente de pedaços de nós próprios que se lançam em diferentes direcções. LEITOR 1: E por estarmos divididos, LEITOR 2: Sentimo‑nos vencidos. LEITOR 1: Por estarmos desintegrados, LEITOR 2: Sentimo‑nos derrotados, incapazes de sermos senhores de nós próprios, desassossegados e infelizes. LEITOR 1: Há um conjunto de fenómenos, de acontecimentos e coisas que se prende à nossa atenção, que perturba a nossa quietude interior, que nos excita e nos dissocia. LEITOR 2: O trabalho é uma vocação, onde tens que utilizar a mesma energia,
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9_VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES DE ESPECIAL CONSAGRAÇÃO 2011
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VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES DE ESPECIAL CONSAGRAÇÃO 2011 NOTA INTRODUTÓRIA E EXPLICATIVA DA VIGÍLIA 1. A vigília deste ano tem como tema: “Propor as vocações na Igreja local” apresentado pelo Papa Bento XVI na habitual mensagem para o dia mundial de oração pelas vocações. Dentro do espírito da proposta do Santo Padre, nesta noite de oração, iremos ter presente também, como pano de fundo, o tema da Luz. Jesus Cristo é a Luz do mundo, através d´Ele “A Luz brilhou nas trevas”. (Jo 1,5) É Ele o centro da nossa existência, é Ele quem chama, escolhe e ilumina a noite da nossa incerteza, das nossas dúvidas e angústias. Só Cristo dá sentido e plenifica na Verdade o coração humano que permanece “inquieto enquanto não repousar” no seu Senhor. A Luz de Cristo ressuscitado ilumina e corresponsabiliza para a missão de anunciar a boa nova, a que todo o cristão é chamado. 2. Encontrando‑se a igreja a meia‑luz, apenas com o Círio Pascal aceso junto do altar, expõe‑se o Santíssimo. Após a homilia, quem preside acende uma vela no círio, seguindo‑se um seminarista (ou uma criança / adolescente ou jovem da catequese), um religioso(a), um catequista e um casal expressando assim a corresponsabilidade na promoção das vocações sacerdotais e consagradas. Após todos terem a sua vela acesa irão espalhar essa luz a toda a assembleia. Neste momento acendem‑se por completo as luzes da igreja que até então apenas focavam o Santíssimo Sacramento. A assembleia permanecerá com a vela acesa até ao final da vigília, sinal de Cristo Ressuscitado que aponta o “caminho da luz”. O jogral, imediatamente após o “Rito da “Luz”, acontece como reconhecimento das “trevas” que, em nós, necessitam da claridade divina, da graça santificante de Deus. “O verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina.” (Jo 1, 9).
1. EXPOSIÇÃO DO SS. SACRAMENTO CÂNTICO: “A messe é grande e os operários são poucos.” (ou outro apropriado) TERMINADO O CÂNTICO, DE JOELHOS, QUEM PRESIDE DIZ: Meus Deus, eu creio, adoro, espero e amo‑Vos. Peço‑Vos perdão pelos que não crêem, não adoram e não Vos amam … (três vezes. Pode cantar‑se)
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APÓS AS JACULATÓRIAS REZA PAUSADAMENTE: Senhor Jesus, viemos adorar‑Te porque és digno de toda a honra e todo o nosso amor, mereces ser louvado com a nossa vida em todos os momentos e onde quer que nos encontremos. Tu és a Palavra viva que ilumina e dá sentido à nossa humanidade pobre e frágil, és a «minha força, de quem terei medo?» Toda a nossa esperança és Tu, está em ti, vem de ti. Acolhe, ó mestre, a nossa humilde oração e ensina‑nos a ser como Tu, a amar como Tu, a viver como Tu uma vida de comunhão permanente com o Pai. Continuas a dizer‑nos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe.» É para isso que hoje aqui estamos. Vimos pedir‑Te obreiros para a messe tão vasta e tão necessitada da sua presença. O mundo precisa de homens e mulheres que sejam luzeiros da Tua esperança e da Tua paz, o mundo clama por quem lhe transmita confiança e verdade… Ó mestre! Toca o coração dos jovens da nossa diocese para que aprendam a abri ‑lo, sem medo, ao teu convite. Que eles cheguem ao conhecimento do teu grande amor. Liberta‑os dos seus medos, das suas dúvidas, dos seus “projectos de auto ‑suficiência” e fá‑los entender que só Tu dás pleno sentido às suas vidas. Só Tu, Jesus, podes operar maravilhas em nós, no mundo, na Igreja. Só Tu, Senhor, através nosso testemunho, podes chamar muitos e santos missionários do Teu Reino. O mundo precisa de Ti!… CÂNTICO: “O Senhor é a minha força, nada temo.” (Taizé ou outro apropriado) MOMENTO DE SILÊNCIO
2. ACLAMAÇÃO: ALELUIA! Leitura do Evangelho segundo S. Mateus (Mt 9, 35 – 38) «Naquele tempo, Jesus percorria as cidades e aldeias, ensinando nas Sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Contemplando a multidão, encheu‑se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.»
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HOMILIA “RITO DA LUZ” Segue‑se o momento simbólico da «Chama de Cristo». Quem preside à celebração, juntamente com um seminarista (ou uma criança / adolescente ou jovem da catequese), um religioso(a), um(a) catequista e um casal dirigem‑se ao Círio Pascal e acendem a sua vela cuja luz irão espalhar à assembleia. Estas permanecerão acesas até ao final da vigília. CÂNTICO: “A Luz de Cristo ilumina a terra inteira” (ou outro apropriado) PRESIDENTE: Cada um de nós é, neste momento, portador da voz e da luz de Cristo Ressuscitado. Essa Luz simboliza o nosso compromisso de oração, trabalho e de resposta à sua vocação. Todos somos membros responsáveis da missão, os “discípulos” que Ele escolheu e envia todos os dias para a sua messe. Que esta Luz aponte para o caminho que temos de percorrer e toque as famílias da nossa diocese, levando‑as a promover e a acolher o dom da vocação nalgum dos seus membros.
3. JOGRAL
(dois jovens)
Jesus, eu sei que Tu és o Caminho…, mas apontam‑me tantos outros caminhos apetecíveis, enganosos e nem sempre recuso enveredar por eles. Perdão, Senhor. Senhor, eu sei que Tu és a Verdade…, mas tantas vezes me deixo convencer por aparências de verdade as quais me ofuscam o teu rosto. Perdão, Jesus. Jesus, eu sei que Tu és a Vida…, porém emaranho‑me em tantos esquemas de morte e destruição de mim mesmo e do meu próximo. Perdão, Senhor. Senhor, sei que é perdoando que se é perdoado…olha como sou um triste quando me fecho à Tua misericórdia e não consigo perdoar a mim próprio e aos outros. Perdão, Jesus. Jesus, eu sei que é dando que se recebe…mas sou tão egoísta porque não quero dar‑Te sequer um pouco do meu tempo para nos encontrarmos na Eucaristia preferindo ficar cómodo no meu mundo. Perdão, Senhor.
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Senhor, também sei que devo testemunhar‑te com a vida que levo para que os meus irmãos Te vejam…acontece que sou, muitas vezes, uma imagem desfocada da pessoa extraordinária que és Tu. Perdão, Jesus. Jesus, eu sei que sou pecador, tenho “pés de barro”, mas sei também que contigo a meu lado serei, cada dia, um pouco melhor e contribuirei para a instauração do Teu Reino sobre a «face da Terra» dando o meu «sim» ao teu chamamento. «Fica connosco Senhor!» CÂNTICO: “ Fica connosco Senhor” (ou outro apropriado)
4. PRECES Presidente – Irmãs e irmãos, diante do Senhor Sacramentado, ergamos a nossa voz ao Pai e, por seu intermédio, apresentemos‑lhe as nossas súplicas confiando em suas mãos a nossa vida e a do mundo inteiro. Digamos: Senhor da messe, ouvi a nossa oração. 1 – Pelo Papa Bento XVI, sucessor do apóstolo Pedro, para que seja imagem e sinal da unidade eclesial diante de um mundo dividido e indeciso. Oremos irmãos. 2 – Pelo nosso Bispo N…, sucessor dos apóstolos, para que seja promotor e garante do Evangelho de Cristo e, à imagem do Bom Pastor, saiba acolher e orientar os que andam longe do caminho da verdade. Oremos irmãos. 3 – Pela nossa diocese de N…, e suas paróquias, para que se abra ao espírito da missão evangélica e nela se promovam, sem cessar, as vocações à vida consagrada. Oremos irmãos. 4 – Por todos os consagrados(as), imitadores de Cristo, para que sejam sentinelas e profetas da esperança, testemunhando ao mundo a beleza da sua vocação. Oremos irmãos. 5 – Pelos seminaristas, seus formadores e responsáveis da pastoral vocacional da nossa diocese, para que sintam, cada dia, a presença do Senhor que os chama e se deixem orientar pela Sua Palavra, única capaz de vocacionar e «discernir os corações». Oremos irmãos.
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6 – Pelos catequistas das nossas comunidades cristãs, para que permaneçam fiéis à missão que a Igreja lhes confia e testemunhem às crianças e jovens a felicidade e o entusiasmo de seguir Jesus Cristo. Oremos irmãos. 7 – Pelas famílias cristãs do mundo inteiro, sementeiras de vida e gérmen de uma nova sociedade, para que assumam a responsabilidade de educar os seus filhos na Fé de Cristo e da sua Igreja, acolham e promovam com alegria as vocações consagradas dentro dos seus lares. Oremos irmãos. 8 – Por todos nós aqui presentes, para que nos deixemos interpelar pelo convite do Senhor da messe a segui‑Lo sem medo e sem vergonha e conformemos a nossa vida à Sua vontade. Oremos irmãos. PAI NOSSO... (pode ser cantado) Depois da oração do “Pai Nosso” o presidente ajoelha diante do SS. Sacramento e, após alguns momentos de silêncio, convida todos a rezarem a Oração pelas Vocações deste ano. ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES: Senhor Jesus Cristo, Bom Pastor da vossa Igreja, Vós que tanto nos amastes que destes a vida por todos nós, e, depois de ressuscitado de entre os mortos, prometestes estar connosco até ao fim dos tempos, nós vos suplicamos: fazei com que haja mais cristãos que se deixem cativar pelo Vosso amor e se ofereçam para o irradiar pelo mundo como sacerdotes, religiosos ou religiosas. Ajudai‑nos, Senhor, a tudo fazermos para que esta graça nos seja concedida na comunidade cristã a que
pertencemos. Teremos então mais razões para Vos bendizer, em união com Santa Maria, Vossa Mãe bendita: Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Ámen. BÊNÇÃO Bendito seja Deus…. DESPEDIDA CÂNTICO FINAL: “Sois a semente que há‑de crescer” (ou outro apropriado)
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10_CONTACTOS DOS SECRETARIADOS DIOCESANOS Algarve P. Pedro Filipe Duarte Manuel Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional Largo da Sé, 20 | 8000-138 Faro T- 289 807 590 | vocalgarve@gmail.com
Coimbra Cónego Aníbal Pimentel Castelhano Secretariado das Vocações de Coimbra Seminário Maior da Sagrada Família Rua Vandeli 2 | 3004-547 Coimbra T - 239 792 340 | 918 127 085 smsf.coimbra@mail.telepac.pt padreanibal@sapo.pt | p_a_psantos@hotmail.com
Angra do Heroísmo P. Gregório Joaquim Couto Rocha Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional Seminário Episcopal de Angra Rua do Palácio, 33 | 9700-143 Angra do Heroísmo T- 295 216 123 | seminariodeangra@mail.telepac.pt
Évora P. Heliodoro Maurício Nuno Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Praça D. Dinis 1 | 7170-054 Redondo T - 266 909 144 | 967 877 139 heliodoro.nuno@gmail.com
Aveiro Drª Ondina Maria Ramos de Matos Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional | Centro de Acção Pastoral Rua José Estêvão, 50 | Vera Cruz | 3800-201 Aveiro T - 966 161 242 director@sdpj-aveiro.org |ondina.matos@gmail.com
Funchal P. Marcos Fernandes Gonçalves Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Cúria Diocesana – Pastoral das Vocações Largo Conde Ribeiro Real 49 – C. P 4550 9001-801 Funchal T - 291 220 147 vocare@sapo.pt marcosfunchal@sapo.pt
Beja P. João Paulo Quelhas Domingues Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional Seminário de Nª Srª de Fátima Rua D. Afonso Henriques, 1 A | 7800-049 Beja T - 284 311 250 | jpquelhas@hotmail.com
Guarda P. Hélder José Tomás Lopes Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional Casa Paroquial Rua de Santo António 1 | 6320-392 Sabugal T - 271 752 116 | 966 549 561 pe.helderlopes@gmail.com sdpv.dioceseguarda@gmail.com
Braga P. Avelino Marques Amorim Departamento Arquidiocesano para as Vocações Seminário de N. Srª da Conceição Rua de S. Domingos, 94 B | 4710-435 Braga T - 253 202 820 | 965 098 699 seminariomenor@diocese-braga.pt pavalinoamorim@gmail.com
Lamego P. José Fernando Duarte Mendes Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional Seminário Maior de Lamego Lugar da Rina | 5100-196 Lamego T - 254 612 151 | 918 602 293 seminariodelamego@gmail.com sdpvlamego@gmail.com | pe.zefernando@gmail.com
Bragança – Miranda P. Rufino Manuel Rodrigues Xavier Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Seminário de S. José Av. Cidade de Zamora | 5300-111 Bragança T - 273 300 140/6 | 933 351 209 rufinoxavier@gamil.com
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Leiria – Fátima P. Jorge Manuel Faria Guarda Serviço de Animação Vocacional Seminário Diocesano de Leiria Rua Joaquim Ribeiro Carvalho, 2 | 2414-011 Leiria T - 244 845 032 | 962 445 325 jmguarda@gmail.com
Setúbal P. Rui Augusto Jardim Gouveia Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Seminário de S. Paulo R. D. Alvaro Abranches da Câmara 1 2800-016 Almada T- 212310 401 | ruigouveia@iol.pt
Lisboa P. José Miguel Barata Pereira Sector de Animação Vocacional Mosteiro de São Vicente de Fora Campo de Santa Clara | 1149-085 Lisboa T - 218 810533 | 967 003429 vocacoesesxpto@gmail.co | pezemiguel@gmail.com
Viana do Castelo P. Rui Filipe Gonçalves Rodrigues Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Seminário Diocesano de Viana do Castelo Rua de S. José | 4900-308 Viana do Castelo T - 258 827 739 | 965 377 887 seminariovc@sapo.pt chamaviana@gmail.com
Portalegre – Castelo Branco P. Rui Miguel dos Santos Rodrigues Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Avenida P. José Agostinho Rodrigues 74 Apartado 69 | 7440-014 Alter do Chão T - 245 612 466 | 967 435 895 padrerui@sapo.pt
Vila Real P. António Paulo de Sousa Rodrigues Vocações e Pré-Seminário Seminário de Vila Real Rua D. Pedro de Castro 1 | 5000-669 Vila Real T - 259 322 034 | 938 907 856 antoniopaulo8@hotmail.com
Porto P. Jorge Manuel Madureira Soares Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Seminário do Bom Pastor Rua D. António Barroso, 101 | 4445-396 Ermesinde T - 229 741 341 | 962 878 136 correio@seminariodobompastor.pt
Viseu P. António Jorge dos Santos Almeida Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Juventude e Ensino Superior Seminário Maior de N. Sra. Da Esperança Largo de Sta. Cristina| 3504-517 Viseu T - 231 467 360 | 965 124 444 ccjv.viseu@gmail.com | info@padretojo.net
Santarém P. Ricardo Alexandre Ferreira Conceição Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Rua Dr. Mendes Pedroso 11 A | 2000-035 Santarém T - 243 321 008 | 917 838 402 ricardo.conceicao@sapo.pt
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