Panorama audiovisual Ed. 62 Abril de 2016

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Tecnologia pensada fora da caixa

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62 ISSN 2236-0336

Ano 6 - Edição 62 - Abril/2016

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Editorial

A nova dimensão do cinema

Ano 6 N° 62 Abril de 2016 Redação

O maior evento sobre tecnologias para produção de mídia vai muito além dos estandes e se espalha por dezenas de salas do Centro de Convenções de Las Vegas, durante a NAB Show. Existem debates sobre quase tudo, mas a organização valoriza alguns temas quentes, como as infraestruturas Broadcast/IP, a Realidade Virtual, a implementação do HDR nas produções em 4K, o ATSC 3.0, as transmissões em 8K, o futuro do cinema e a distribuição de mídia pela internet. Algumas das salas mais disputadas durante a conferência receberam as sessões sobre o futuro do cinema. Numa delas, havia a pretensão de desenhar os seus próximos 100 anos, colocando em pauta o uso da sala de cinema e os métodos para garantir que as produções atuais estejam preservadas para as próximas décadas. Não houve consenso, mas está claro que existe espaço para uma experiência mais imersiva, seguindo a tendência da realidade virtual e usando soluções não disponíveis nas residências. Quanto à preservação dos filmes, nenhuma tecnologia sobreviveu à prova do tempo como a película e o que temos agora é uma disputa entre consórcios e empresas para emplacar suportes de gravação como discos ópticos, fitas de dados e discos de estado sólido. Na dúvida, os estúdios usam de tudo um pouco, antevendo que estas propostas não passam de formatos de transição. Em outro momento, o cineasta Ang Lee foi responsável por uma fila com centenas de jornalistas, profissionais e fãs, que desejavam conhecer a sua experiência na rodagem do filme “Billy Lynn’s Long Halftime Walk”, que estreia em novembro. O diretor de “As Aventuras de Pi” abraçou o pioneirismo e captou as imagens em 4K 3D, com High Dynamic Range, a 120 frames por segundo e utilizando câmeras Sony F65 4K. Com muita simplicidade, Ang Lee explicou que a tecnologia estava disponível e havia segurança para colocá-la em uso – com o óbvio apoio de toda a estrutura de engenharia da Sony e da Sony Pictures. Lee conta que aproveitou para variar a taxa de frames conforme a cena para uma exploração “artística” das possibilidades criadas pelo 3D/4K/HDR. Hoje não existe nenhuma sala de cinema no mundo capaz de exibir as imagens de “Billy Lynn’s Long Halftime Walk”, por isso a Christie forneceu dois projetores a laser Mirage 4K especialmente para este momento. A reação do público aos 11 minutos de imagens inéditas foi impressionante, especialmente porque não se tratava de um look com cara de 24p, muito menos de vídeo. Surgia ali um novo caminho, com detalhes e variações de luz extasiantes. Na sessão que reuniu algumas das maiores distribuidoras e exibidoras norte-americanas, o debate era outro: Como fazer os arquivos chegarem a cada sala de exibição com segurança e gastando o mínimo de dinheiro? Embora os hard drives tenham substituído as latas de celuloide, o fluxo de distribuição mudou pouco e exige muitos gastos com duplicação e transporte da cópia física. Vista com ceticismo pela plateia, a proposta mais desafiadora é criar centros de gerenciamento, que usariam redes IP privativas para enviar os dados até os servidores de cada sala de exibição. Em última instância, estas centrais acabariam com a figura do exibidor, pois teriam capacidade para ligar os projetores, iniciar a projeção e monitorar cada sala da rede, inclusive para saber quantas pessoas há na plateia. O maior risco apresentado para esta solução é vazamento de cópias em alta qualidade dos filmes, durante a transmissão. A resposta para isso apareceu antes que a sessão acabasse: Vamos usar os mesmo parâmetros adotados pelos bancos.

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Fernando Gaio (MTb: 32.960) fernando.gaio@vpgroup.com.br Reportagem

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Sumário

12 Cobertura NAB Show 2016 Análise completa do mercado e todas as novidades em tecnologia

Nesta Edição

10 Estudo 5G Américas

12 Novidades NAB 2016

América Latina está longe do ideal em termos de espectro radioelétrico.

Os lançamentos das principais marcas durante o maior evento do mercado.

11 Business Continuity na Rede Globo

44 Artigo: Playout em nuvem

Emissora emprega soluções Glookast e Object Matrix.

Considerações sobre o futuro do playout para emissoras de televisão

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Notícias

5G Americas divulga estudo: América Latina está longe do ideal em termos de espectro radioelétrico Falta de espectro dificulta o pleno desenvolvimento de serviços sem fio e restringe o potencial de crescimento do setor de telecomunicações.

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enhum mercado na América Latina chegou aos 50% dos 1.300 MHz sugeridos para 2015 pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) em seu relatório ITU-R M.2078. Este documento estabelece os requisitos para a atribuição de espectro e o bom funcionamento das IMT-2000 e IMT-Avançadas (tecnologias conhecidas como 3G e 4G), indicados no white paper intitulado “Análise das recomendações da UIT sobre o espectro na América Latina”, publicado recentemente pela 5G Americas. De acordo com o estudo, somente quatro países na região atribuíram o uso de mais de 30% do total sugerido pela UIT para 2015: Argentina (31%), Brasil (41,7%), Chile (35,8%) e Nicarágua (32,3%), dos quais todos já autorizaram o uso da faixa de 700 MHz. Além disso, três mercados estão abaixo do patamar de 20% em relação à meta de espectro sugerida: El Salvador (16%), Guatemala (16,2%) e Panamá (16,9%). Esses países ainda não anunciaram a data do próximo passo no processo de concessão de licenças para uso do espectro. Entretanto, os demais países na América Latina atribuíram o uso de menos de 30% e mais de 20 % da meta sugerida. “A falta de espectro para o desenvolvimento de serviços móveis tem efeito negativo para os consumidores, que permanecem sem serviços inovadores e altamente funcionais, e também restringe o potencial de crescimento do setor de telecomunicações”, explicou José Otero, Diretor da 5G Americas para a América Lati-

na e o Caribe. “Frequências de espectro são essenciais para o desenvolvimento tecnológico e para os serviços decorrentes, que geram benefícios para a sociedade, com vistas ao atendimento de necessidades cada vez maiores de banda larga - serviço tido como fundamental para o progresso econômico da comunidade. O documento aborda a premência de mais espectro harmonizado em toda a região”. A UIT não é o único organismo que identificou a necessidade de atribuir mais espectro. Um estudo da Next Generation Mobile Networks (NGMN) Alliance de 2007, entre outros, estipula que os requisitos de espectro totalizarão entre 500 MHz e 1 GHz para 2020, em função da região do mundo. Além disso, o Plano Nacional de Banda Larga 2010, elaborado pela Comissão Federal de Comunicações (FCC, Federal Communications Commission) dos Estados Unidos, pede que a atribuição de 500 MHz de espectro seja realizada até 2020. “Os órgãos reguladores latino-americanos devem continuar a valorizar a importância que as pessoas dão para a disponibilidade de mais espectro no mercado, impulsionando o crescimento econômico e a conectividade global em seus países. É motivo de satisfação evidenciar maiores esforços por parte de certos governos nesse sentido em perceber que o espectro é ingrediente essencial de desenvolvimento e avanços na sociedade, tal como a agua, o saneamento e as estradas foram no passado”, concluiu Otero. PA


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Globo emprega Glookast e Object Matrix em sua solução de Business and Production Continuity Tecnologias garantem continuidade nos negócios e produção no maior centro televisivo da América Latina.

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Glookast, empresa inovadora em soluções para fluxo de trabalho MXF para broadcast e dramaturgia e a Objetc Matrix, desenvolvedora de sistemas de storage e archiving para a indústria de mídia, anunciaram hoje a entrega de plataformas de Disaster Recovery e Business Continuity para os Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. As soluções permitem automatizar o arquivamento de conteúdo por demanda usando a interface Avid Interplay, tanto em resolução nativa como em baixa resolução nos centros de produção e de Disaster Recovery. “Garantir que o trabalho continue em qualquer uma de nossas instalações é de importância fundamental. Nós requisitamos não somente a continuidade sem percalços, mas também um fluxo de trabalho automatizado, capaz de garantir que cada mudança de projetos, movimentação de ativos de mídia, edição de clipe, exclusão de ativos, seja imediatamente e automaticamente refletidos em nosso ponto de Disaster Recovery. Depois de muita consideração, determinamos que implementar uma estratégia de recuperação de desastre usando tecnologia da Glookast e Object Matrix traria benefícios técnicos, estratégicos e comerciais para a empresa”, afirmou Maurício Felix, diretor de Tecnologia de Projetos e Suporte. “Combinando a habilidade de nossos editores de continuar trabalhando independente de interrupções locais com capacidade de trazer o conteúdo de volta sem percalços para a locação primária é o que mais nos impressionou”. Uma das partes chave da estratégia de recuperação de desastre da Globo é provida pela família de produtos Glooport da Glookast, usando o medialretriever, medialtransformer e o medialparker. O Glooport garante que clipes em resolução funcional sejam criados e disponibilizados aos editores, com todos os metadados, na locação de Disaster Recovery. O Medialretriever também é usado para garantir que clipes em resolução completa sejam restaurados auto-

maticamente como uma demanda de processamento background e checado no sistema Avid Interplay. O sistema MatrixStorage da Object Matrix foi selecionado pela Globo para garantir proteção dos dados e sua disponibilidade nas duas locações, permitindo a editores acessar conteúdo em qualquer um dos locais com nenhuma latência. Conforme os requerimentos de Storage da Globo cresceram, eles também passaram a demandar um sistema que pudesse escalonar sua capacidade, disponibilidade e fluxo de trabalho. “A Globo está selecionando a Object Matrix como um parceiro de confiança para seu Storage não somente como um afirmação da força de nosso portfólio de produtos, como nossa habilidade de entregar soluções que resolvam problemas específicos à indústria de Mídia”, afirmou Nick Pearce, co-fundador da Object Matrix. “Isso nos deu mais uma emissora prestigiada da região em nossa carta de clientes e indica que as organizações estão selecionando plataformas à prova de futuro quando se trata de escolher infraestrutura de armazenamento e recuperação de desastre”. “Estamos extremamente orgulhosos de nossos produtos Glookast terem sido selecionados para um projeto tão grande nos Estúdios Globo, dando à muitas produções internas e externas ingest automatizado usando nossa linha de produtos Gloobox. Isso certamente reconhece a liderança da Glookast em soluções para fluxos de trabalho de produção de mídia”, afirmou Edel Garcia, Vice-Presidente Executivo de Vendas e Marketing da Glookast. “Os Estúdios Globo são uma referência mundial à produção de conteúdo em alto nível, e este projeto só foi possível com uma visão única e abordagem da divisão de tecnologia da Globo e a capacidade de integração do time de engenheiros CIS Group, nosso distribuidor no Brasil. As equipes de projeto e suporte da Globo trabalharam muito próximas com a CIS Group, Glookast e Object Matrix”. PA


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Especial

Fora da O NAB Show 2016 foi tudo, menos convencional. Com alianças não-usuais, um momento de mercado peculiar, e novos produtos revolucionários, tratou-se de um evento para a posteridade. Por Flávio Bonanome

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presentando mais estabilidade do que crescimento, a NAB Show 2016 fechou seu balanço com uma visitação muito similar à do ano passado. Segundo o comunicado oficial, durante os três dias de feira e cinco de congresso, mais de 103 mil de pessoas de 187 diferentes países passaram pelos pavilhões do Las Vegas Convention Center. Apesar de soar perjorativo, a estagnação não desmerece de forma alguma este que é um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, até porque, em um evento como a NAB, o que vale é conteúdo. Foram 1.874 empresas demonstrando seus produtos e soluções em mais de um milhão de metros quadrados de área de exposição. Só por isso, já dá para imaginar que a quantidade de assuntos e tendências apresentadas atingiu uma magnitude difícil de ser compilada mesmo para quem esteve no chão de feira. Isso é ainda mais verdade nesta edição de 2016 da feira, onde pela primeira vez em muitas edições, a temática não foi ditada por um único grande assunto ou movimento de mercado. A NAB deste ano, acima de tudo, refletiu o atual estado de consolidação que o segmento de produção e distribuição audiovisual tem passado. Ao mesmo tempo que paira uma dúvida sobre qual será o modelo de consumo de mídia do futuro, fica a impressão de que não há

uma direção totalmente clara que deve ditar os investimentos nos próximos anos. Enquanto emissoras, operadoras, produtoras e demais clientes do mercado tentam entender onde vale a pena colocar seus cada vez mais limitados recursos, a indústria tenta oferecer soluções para todas as situações ao mesmo tempo, criando um cenário de pluralidade tecnológica e de alguma incerteza com relação ao futuro. Está cada vez mais claro que o broadcast tradicional deve começar a ceder espaço para plataformas de distribuição OTT (Over-thetop) inclusive para a programação ao vivo, mas ninguém sabe dizer quando ou como. Nesta mesma toada, o desenvolvimento tecnológico também se apresenta dividido. Enquanto que a promoção da ultra-resolução 4K e 8K continua empurrando os fabricantes a apresentarem mais e mais soluções, duas novas tendências que já vinham sido debatidas nos anos anteriores, ganharam uma força de urgência. A primeira delas é o HDR (High Dinamic Range) que promente agregar muito mais detalhe de cor e luminosidade, oferecendo uma qualidade extremamente superior mesmo nas resoluções já utilizadas hoje. Já o outro tema é um assunto que temos abordado já há um bom tempo nas páginas da Panorama Audiovisual, mas que só ago-


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Especial

Alguém com uma camiseta desta na apresentação da Avid? Claramente não seria uma NAB Convencional…

ra parece trazer propostas realmente concretas e uma movimentação ativa das fabricantes: a infraestrutura IP. Apresentada inicialmente como “a solução do broadcast usando um único cabo por roteadores comuns”, aos poucos o mercado percebeu que aplicar este conceito era um pouco mais complicado do que trocar seus SDI por Ethernet e magicamente tudo passar a funcionar. A ausência de uma consistência, regulamentação de protocolos e pouca interoperabilidade apresentou-se como um sério problema para quem pretendia fazer uma migração rápida para a nova infraestrutura. E foi exatamente na NAB 2016 que a indústria percebeu que, se quisesse obter sucesso na venda de seus novos produtos, precisaria dar uma resposta final à estes dilemas, mesmo que isso significasse andar de mãos dadas com seus maiores competidores. E foi exatamente isso que vimos logo decara.

Alianças estranhas Quando, em 6 de agosto de 1997, a Apple anunciou uma parceria com a Microsoft para o desenvolvimento de novas soluções em computação pessoal, o mercado de tecnologia ficou em choque. Apesar de, analiticamente, o acordo ser extremamente benéfico para ambas as partes, ver dois rivais históricos juntos era algo difícil de engolir para a maioria dos consumidores de uma ou outra vertente tecnológica que ainda hoje disputam entre si a hegemonia de diferentes segmentos. Guardadas as devidas proporções de impacto e valor de mercado, a NAB 2016 deu aos seguidores do mercado profissional um pouco deste mesmo gostinho. Mal começou os primeiros eventos fechados à imprensa e já pudemos ver um dos representantes da Avid usando uma camiseta escrito “Eu amo a Adobe”, dando a sensação de que aquela não seria uma NAB convencional. A alegoria, que aconteceu durante o Avid Connect 2016, evento realizado pela Avid no final de semana que precede a NAB para apre-

“A Sony é uma das líderes em tecnologia em nossa indústria e isso nos deixa muito felizes em colaborar com eles para ampliar a abordagem ao IP e a interoperabilidade de nossos equipamentos”, afirmou Marco Lopez, presidente da Grass Valley

sentação de novidades, treinamentos e debates, foi uma forma de criar um marco em cima de um dos grandes anúncios da marca. Agora o Adobe Premiere Pro, principal concorrente do Avid Media Composer, passa a integrar o Avid Media Central Platform como uma aplicação de terceiros totalmente integrado com o ecossistema em desenvolvimento pela marca. Apesar de parecer uma simples integração de aplicativo dentro da plataforma, a ação traz uma carga simbólica muito maior. O sucesso do Media Composer como plataforma não-linear para edição de vídeo atraiu uma forte concorrência que ofereciam aquilo que o software não tinha: um sistema aberto e interoperável. Com o passar dos anos, a Avid passou à investir mais em criar soluções ponta-a-ponta e garantir que o usuário ficasse centralizado em seu fluxo de trabalho do que promover um intercâmbio com os demais desenvolvedores do mercado. A visão mudou bastante quando Louis Hernandez Jr. assumiu como CEO da empresa e passou a promover uma espécie de abertura da Avid com a visão Avid Everywhere, a criação da ACA (Avid Costumers Association) e a implantação da Media Central Platform. Apesar de esta última ser aberta à aplicações de terceiros desde seu lançamento, a chegada da Adobe como parceiro mostra certa seriedade no conceito de “abertura” e “interoperabilidade” para além de chavões de marketing. Com outro objetivo, mas causando o mesmo impacto em termos de mercado, a aliança entre Grass Valley e Sony também causou muito barulho entre os visitantes do evento. A parceria entre as duas grandes concorrentes no segmento de equipamentos em hardware para produção audiovisual traz uma intenção mais profunda, a de promover a adoção mais célere da infraestrutura em IP. “A Sony é uma das líderes em tecnologia em nossa indústria e isso nos deixa muito felizes em colaborar com eles para ampliar a abordagem ao IP e a interoperabilidade de nossos equipamentos”, afirmou Marco Lopez, presidente da Grass Valley durante o evento de imprensa da marca. De acordo com o executivo, a Grass Valley passará a produzir uma placa IP-IP para o GV Node que permitirá compatibilidade com a interface NMI e o codec LLVC da Sony, permitindo trafegar dados entre os dois ecossistemas. A contrapartida da empresa japonesa vem na forma de suporte à aliança Aims cuja Grass Valley é uma das fundadoras. A Aims é um dos principais movimentos em pról da interoperabilidade de ecossistemas baseados em IP apoiado por diversas fabricantes criando


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Especial

“Quando houve a transição do SD para o HD, o investimento feito pelos clientes foi muito alto, então há um grande medo de que seja necessário gastar este mesmo volume de dinheiro de novo”, explica Dan May, presidente da Blackmagic Design

um “mapa de fluxo” de funcionamento do trabalho. Pode parecer pouco, mas levando em consideração o movimento clássico de padronização, onde cada empresa-chave defende uma aliança separada de suas concorrentes (em analogia ao que aconteceu no áudio sobre IP nos últimos 10 anos), a união da Sony e Grass Valley dá ao Aims uma legitimidade muito acima do normal como força motriz para a padronização de vídeo por IP. Outra aliança que chamou atenção foi a firmada entre a Panasonic e a Canon. As empresas proporam uma solução de vídeo sobre IP com a ajuda da porta de enlace VoIP recentemente desenvolvida para 4K e HD. Durante a feira, as fabricantes conectaram os estandes uma da outra usando um cabo Ethernet 10 Gb. Cada estande possui uma câmera 4K e no espaço da Panasonic também está um servidor de vídeo 4K. Juntos, os estandes mostram um sistema usando a porta de enlace VoIP, onde todos os usuários podem selecionar vídeo direto do servidor com ajuda de um software de corte. A porta de enlace VoIP converte os sinais de banda base de 4K/60p em pacotes IP e utiliza compressão TICO para poder transmitira até três canais de 4K/60p através de um único cabo Ethernet 10Gb. Permite sinais 4K/60p de dois canais ou sinais HD de oito canais em um tamanho de 1U compatível como SMPTE 2022, SMPTE 2059 e SMPTE RDD 35, assim como sincronização de tempo pela própria rede IP. Mais uma vez, as soluções todas estão em acordo com o fluxo proposto pela Aims.

ções reais em fluxos de trabalho completos. No nível do debate, as discussões não estavam mais nos meandros de se o IP seria ou não o futuro, mas sim, em como ele iria ser operacionalizado neste futuro próximo. Em outras palavras, como seria ditada a interoperabilidade e a padronização destes sistemas. O problema é que este momento de debate acaba gerando um certo receio de mercado. “Em alguns casos o IP já é uma realidade. O único empecilho que temos encontrado é que alguns clientes tem segurado os investimentos até que se defina o que se dará da padronização dentre distintos equipamentos”, explica Rafael Castillo, diretor de vendas para a América Latina da SAM. É exatamente este panorama de incertezas que está levando a maioria dos fabricantes a apresentarem aquilo que está sendo chamado de “Soluções Híbridas”, equipamentos que aceitam tanto a infraestrutura SDI como IP, ou que com uma atualização simples possam fazê-lo. “Quando houve a transição do SD para o HD, o investimento feito pelos clientes foi muito alto, então há um grande medo de que seja necessário gastar este mesmo volume de dinheiro de novo”, explica Dan May, presidente da Blackmagic Design para as Américas. Ciente deste desafio, a fabricante australiana famosa por suas soluções acessíveis, está focando em oferecer produtos que possam trafegar de um ecossistema para outro sem grandes percalços. “Nós já temos portas Ethernet na maioria de nossos produtos.

IP: Um caminho sem volta A NAB 2016 não foi a primeira vez em que IP fou extensamente debatido, mas com certeza foi a primeira vez que o tema pareceu concretamente próximo de aplica-

“Em alguns casos o IP já é uma realidade. O único empecilho que temos encontrado é que alguns clientes tem segurado os investimentos até que se defina o que se dará da padronização dentre distintos equipamentos”, explica Rafael Castillo, diretor de vendas para a América Latina da SAM

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Especial

Agora, graças a Tico Alliance, que nos garante grande capacidade de compressão, nossos clientes podem, por meio de uma simples atualização, trabalhar com infra em IP usando roteadores e cabos padrão 10G com o preço típico Blackmagic”, explica. Outra marca que teve como principal mote a aposta forte em IP foi a Newtek. Além das já clássicas demonstrações ao vivo das capacidades da linha de produtos Tricaster, a fabricante promovia em seu estande o suporte NDI à seus produtos. “O NDI é um protocolo aberto para infraestrutura IP compatível com a Aliança Aspen e com a recomendação SMPTE 20.22, que vai permitir uma enorme flexibilidade em termos de entradas e saídas para nossos produtos, bastando reconhecer os dispositivos de captura e transmissão na rede”, explicou Filippo Ferlini, diretor de vendas para a América Latina da marca. De acordo com o executivo, apesar do medo do grande investimento para a migração, quando se trata de novas instalações, o IP deve servir até mesmo como um “barateador” de custos. “Da mesma

“Há espaços bons no Chile, Colômbia e Costa Rica. Fora o México que é o principal mercado”, explicou sem meias verdades David Alexander, diretor comercial da Brainstorm

Sempre em renovação Com certeza com o evento de imprensa mais empolgante da NAB 2016, a Ross Video aproveitou o encontro com jornalistas para apresentar seus resultados financeiros, estratégia e, claro, novos produtos. Dentre o que mais chamou a atenção estava a Câmera Acid, primeira empreitada da marca neste tipo de produto que pretende revolucionar a maneira como se faz Chroma Key para produção e broadcast. Durante o evento, aproveitamos a presença sempre acessível de David Ross, CEO da fabricante, para conversar um pouco sobre esta nova estratégia, os rumos dos produtos Ross em um ambiente IP e o mercado brasileiro. Confira a entrevista abaixo. Panorama Audiovisual: De onde veio a ideia de entrar no segmento de câmeras? David Ross: Tudo começou com nosso trabalho junto a Future Group (Empresa norueguesa que mistura novas mídias e games), a qual somos investidores para desenvolvimento de Games com realidade aumentada. Eles precisavam fazer

alguns efeitos ao vivo usando Chroma Key que fossem tão bons quanto os utilizados em pós produção de cinema. Claro que temos muito orgulho do nosso UltraChrome, mas sabemos que há alguns problemas fundamentais ali que precisávamos resolver para atender esta demanda. Baseado em nesta solução, o pessoal da Future Group começou a sugerir um novo fluxo de trabalho que gerou esta ideia de cair o queixo. O resultado foi tão bom que percebemos que deveríamos criar este produto e mudar a forma como Chroma Key é feito. PAV: Temos visto a Ross trazer produtos que não abraçam 100% nenhuma das tendências de tecnologia, mas que ao contrário, são amigáveis à tudo… Ross: Este é um momento de grandes incertezas. Há pessoas que dizem que o futuro será 1.5G outros que será SDI, outros que será IP, ou 12G SDI, ou Aspen, ou Aims… O que está acontencedo é que nem todos os clientes vão acabar indo para o mesmo caminho. Há simplesmente muitas opções disponíveis mesmo tempo. Então, queremos estar presentes sem precisar tomar nenhum partido, porque não queremos alienar nossos clientes. Queremos prover serviços para pessoas apoiadoras do Aims, Aspen, 12G, qualquer um que queira aprimorar seu fluxos de trabalho. PAV: Mas esta necessidade de abraçar tudo não acaba deixando o produto mais caro? Ross: Você pode dizer que sim, mas ao mesmo tempo, temos clientes que confiam em nós e se fizermos isso, os clientes vão continuar vindo a nós qualquer que seja o projeto que tenham porque sabem que estaremos lá para ajudá-los em qualquer escolha que façam. PAV: A Ross anunciou recentemente algumas mudanças em sua distribuição, com a entrada da Brassvideo no portfólio. Como está a presença de vocês no Brasil hoje? Ross: Estamos trabalhando duro para conquistar nosso espaço no Brasil. Sim, estamos passando por algumas mudanças mas jamais mudamos nossa dedicação ao mercado e quero deixar claro para nossos clientes de qualquer tamanho que estaremos lá dando o suporte que eles precisam e oferecendo nossos produtos para comprarem da forma que quiserem.



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Especial

“Acho importante que cada empresa se mantenha em sua área de negócio. Para entrar no negócio de computação em nuvem, é preciso ter a preocupação com todos os aspectos de segurança, desde a criptografia até ataque de Hackers, por exemplo”, explica Mário Souza, CEO da wTVision

forma que atualizar parques instalados é complicado, os clientes e projetos novos devem se beneficiar muito do IP, graças à economia em muitos quesitos como cabeamento e o próprio custo e quantidade de equipamentos”, explica Ferlini. Dan May, da Blackmagic concorda. “Eu concordo com quem diz que não quer investir em IP agora porque tem tudo funcionando em SDI, mas ao mesmo tempo, se vou construir uma Unidade Móvel agora, por que não fazê-la em IP e granhar em muitos quesitos?”. E foi exatamente o que vimos como um dos grandes destaques da NAB 2016 durante a coletiva de imprensa da Sony. Como de praxe, a fabricante japonesa apresentou uma série de cases mundiais que estão usando as tecnologias da marca, e o principal destaque ficou para a nova Unidade Móvel da Rede Globo construída totalmente com infraestrutura IP e 4K. A UM, que é fruto de uma parceria assinada entre as duas empresas em setembro de 2015, foi construída para a demanda de transmissões esportivas e deve começar a rodar ainda em maio. Os detalhes completos desta aplicação você confere na próxima edição da Panorama Audiovisual.

“Nossos produtos encaixam-se bem nos novos orçamentos reduzidos por conta da crise, oferecendo funcionalidade e bom preço”, afirma Filippo Ferlini, diretor de vendas da Newtek

Segurança de dados Agregados à migração para infraestrutura IP surgem diversas preocupações no que diz respeito ao modus operandi das novas tecnologia e também à sua confiabilidade. Desta forma, desde que começou a se falar em fluxo de trabalho baseado em arquivos, há cinco anos, já surgiu as primeiras preocupações com relação às garantias de segurança dos sistemas de armazenamento e sua capacidade de recuperação em caso de desastre. Com a popularização de fluxos inteiros baseados em núvem, esta preocupação ampliase ainda mais em um ambiente conectado. Visando oferecer um aporte maior neste sentido, a Grass Valley anunciou uma parceria com a fornecedora de soluções de CyberSegurança Tripwire para ofercer uma fortificação para seus sistemas de playout baseado em nuvem. Com o anúncio, a fabricante tornou-se a primeira empresa da industria de produção e entrega de conteúdo audiovisual a de fato colocar dentro de seu portifólio uma solução de proteção de dados para além da criptografia. “Termos tanto uma líder no setor broadcast e no segmento de segurança de dados sob o mesmo guarda-chuva nos permite atingir diretamente as necessidades de nossos clientes hoje”, afirmou Mike Cronk, vice-presidente de marketing da Grass Valley referindo-se à Belden, proprietária tanto da fabricante como da Tripwire. “Conforme a indústria migra para o IP, a segurança se tornou um pilar fundamental da transição, garantindo proteção sobre os valiosos ativos digitais”, concluiu. Apesar do quê de novidade óbvia, o anúncio da parceria criou uma reflexão bastante profunda sobre o que de fato representa a preocupação com a segurança de dados para uma empresa da indústria do audiovisual. Chamar para sí a responsabilidade de proteger a nuvem do cliente pode agregar valor à seu produto, mas a atribuição de culpa em caso de desastre pode ser o calcanhar de aquiles da estratégia. “Acho importante que cada empresa se mantenha em sua área de negócio. Para entrar no negócio de computação em nuvem, é preciso ter a preocupação com todos os aspectos de segurança, desde a criptografia até ataque de Hackers, por exemplo”, explica Mário Souza, CEO da wTVision. Apesar da preocupação com a segurança, este tipo de esforço não é algo nem um pouco novo para as emissoras de TV. “Desde sempre e ainda hoje, emissões enviadas por satélite tem seus sinais roubados e retransmitidos ilegalmente. A própria Rede Globo sofreu com pirataria de sinal enviado para o Japão por anos. Não é a tecnologia IP que trouxe este risco”, explica.


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“Temos sido bem sucedidos em encontrar formas de instalar entregas menores para trabalhar com nossos clientes em um cronograma mais lentos, adaptados para este momento”, afirmou Andres Martinez, vicepresidente da Pebble Beach

Entusiasta da nova tendência, Souza acredita que este período de desconfiança do novo modelo deva ser passageiro. “Há 10 anos todos nós tínhamos servidores de e-mail em nossas empresas e hoje é tudo hospedado em nuvem seja com Google, Microsoft, Yahoo, etc. Há grande semelhança com o que houve nestra transição, quando tínhamos medo de perder nossos e-mails, e hoje vemos que estão muito mais seguros do que nunca estiveram, porque se uma empresa como esta falha, se se perde os dados, ela deixa de existir no dia seguinte, porque já não se admite este tipo de falha”, completa.

O peso Brasil Outro contraponto em relação as edições anteriores da NAB Show foi a presença do Brasil como assunto…ou a falta dele. Os atuais problemas econômicos e políticos do país agravados pela situação

Alfredo Cabrera e Armando Moraes da EVS

flutuante do câmbio acabaram empurrando um pouco do protagonismo do país para escanteio, diminuindo sensivelmente a quantidade de brasileiros no evento. Mesmo entre os expositores, alguns fabricantes preferiram não ter em seu estande equipes de atendimento focadas no país, relegando a função à suas equipes gerais para América Latina. “Pensamos que a América Latina hoje é um grande mercado passando por um momento delicado, mas sim, há espaços bons no Chile, Colômbia e Costa Rica. Fora o México que é o principal mercado”, explicou sem meias verdades David Alexander, diretor comercial da Brainstorm. Pelo discurso, fica claro que o Brasil não está entre os principais planos da empresa espanhola de cenários virtuais e grafismos, pelo menos à curto prazo. Apesar desta visão mais conservadora, haviam empresas que pareciam não parecer preocupados com a crise, ou até mesmo criando estratégias para prosperar durante ela. Era o caso da Pebble Beach, que chegou a construir parte de seu estande adesivado em português, tamanho era o interesse no mercado brasileiro. “Conhecemos o mercado brasileiro há alguns anos, temos instalações grandes no país e já vimos o país enfrentando problemas financeiros antes. Toda sorte, temos sido bem sucedidos em encontrar formas de instalar entregas menores para trabalhar com nossos clientes em um cronograma mais lentos, adaptados para este momento”, afirmou Andres Martinez, vice -presidente de vendas da marca. Adaptação era a palavra chave para a empresa nesta NAB, que teve como principal atração o Marina Express. Trata-se de uma versão do sistema de recuperação de desastre Marina, só que em uma versão em pequenos pacotes escalonáveis pensada exclusivamente para mercados como o Brasil. “Queremos dar ao cliente a possibilidade de nos ter como uma degustação, ou mesmo para clientes menores que ainda não tem um bom orçamento para este tipo de solução”, concluiu o executivo. Outra empresa que parecia bastante confortável com a situação de crise no Brasil era a Blackmagic. “Momentos de crise fazem clientes que estavam acostumados à grandes verbas terem de trabalhar com soluções de melhor custo-benefício, que é exatamente o tipo de produto que fazemos”, afirmou Dan May, presidente da marca para as Américas. Filippo Ferlini da Newtek também concorda com


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a estratégia. “Nosso produto tradicionalmente tem um valor mais atrativo, então é mais fácil para nós nos adaptarmos a momentos delicados e nossos clientes podem contar com nossas soluções quando os orçamentos diminuem”, explica. Mas é claro que não é só de pessimismo e adaptação que o mercado de produção e distribuição de mídia brasileiro deve viver este ano. A chegada dos Jogos Olímpicos Rio 2016 apresenta uma grande oportunidade para as empresas tradicionais do segmento esportivo. É o caso da EVS. “Temos duas pessoas no Brasil, grandes clientes no país e não vamos recuar por conta de crise. Estamos sólidos no território e queremos continuar crescendo”, afirmou Alfredo Cabrera, novo vice-presidente de vendas para a América Latina. Na empresa há somente quatro meses, Cabrera já tem um plano bem sólido relativo aos jogos. “Estamos tendo um excelente ano com projetos grandes sendo fechados. O coração das Olimpíadas é todo EVS com os servidores do Host Broadcaster Services. Além disso, clientes antigos estão renovando suas Unidades Móveis para os jogos e há quem esteja adquirindo nosso produtos para locação durante o evento. Queremos deixar todas as oportunidades de negócio aberta para nossos clientes”, explica o executivo. Entre estas ações de apoio, está planejado um grande suporte in loco, inclusive para locatários de equipamento. Outro trabalho a ser desenvolvido pela fabricante nos próximos meses é um extenso esforço de treinamento. “Percebemos que os profissionais na América Latina são muito bons no controlador, mas falta um pouco de conhecimento no fluxo de trabalho completo dos produtos EVS”, afirma Cabrera. A ideia é uma série de cursos gratuitos, dentro e fora de clientes, que vão garantir uma

O principal destaque do evento da Sony foi a nova Unidade Móvel da Rede Globo 100% 4K baseada em IP

certificação da marca válida em qualquer lugar do mundo. Claro que nem só de peculiaridades viveu a NAB Show 2016. Muitos foram os lançamentos em tecnologia, alguns extremamente empolgantes e outros que vêem de encontro com necessidades já existentes dos clientes. Todas estas grandes novidades você confere nas páginas a seguir, ou em nosso website (www.panoramaaudiovisual.com.br). PA

Delírio padronizado Um Grupo de Padronização para os Grupos de Padronização. De forma simples, é isso que o novo IABM tentará ser a partir desta NAB 2016. Anunciando o início de suas atividades logo no primeiro dia do evento, o novo esquema pretende oferecer

Peter White, CEO da IABM

um selo de cerificação no esquema afiliação para todos os esforços de padronização criados fora das instituições tradicionais, como ITU e EBU, para criação ecossistemas coesos. “Nós estamos lançando nosso esquema de afiliação em resposta aos muitos desafios que nossa indústria tem enfrentado”, afirmou Peter White, CEO da IABM. “Seja na migração SDI para IP, HD para UHD, HDR ou WCG, entrega de conteúdo de forma tradicional ou novo, há diversos problemas no tema de padronização, melhores práticas e interoperabilidade que precisam ser resolvidos”, explica. A ideia é que os Grupos de Padronização possa solicitar a afiliação. Em seguida, a mesa diretora da IABM avalia o Grupo por critérios como Abertura de Sistema, Não-lucrativo, ausência de discriminação de empresas, ausência de interesse comercial, abertura para troca de informações de tecnologia, e outros. Se o candidato obedecer a todas estas normas, ele ganha o selo de Afiliação. Apesar de a primeira vista o sistema parecer como um burocratizador em um mundo já confuso, a verdade por trás da iniciativa está muito mais ligada à presença de alguns players pouco confiáveis no segmento. “O fato é que alguns Grupos de Padronização são sérios e fazem um bom trabalho e outros são fachadas para atividades comerciais”, afirmou White. De forma que o IABM parece uma espécie de esforço de segregação oficial para proteger a indústria de se tornar refém de marcas que buscam construir protocolos que beneficiam somente a um lado.



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Nexis: storage em rede para até 1.4 PB Durante evento de imprensa, a Avid apresentou diversos anúncios em termos de conectividade, nova linha de grafismo e o sistema de storage

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omo já é tradição durante o NAB Show, a Avid abriu a sequência de apresentações para imprensa no sábado de manhã com uma porção de novidades em produtos e integração para parceiros. Entre os destaques está o novo sistema de Storage Nexis, a integração total da linha de produtos Orad e conectividade com diversos parceiros de desenvolvimento. Apresentado no final do evento pelo CEO da empresa Louis Hernandez Jr., mas sem sombra de dúvida principal destaque da apresentação, o AVID Nexis é o novo sistema de Storage da empresa. Com capacidade de armazenamento seriamente ampliadas, com o modelo básico começando nos 20 TB e indo até 1.4 PB, o sistema é pensado para ambientes compartilhados para até 300 seeds em alta-resolução. “Podemos dizer que o Nexis é um verdadeiro tanque de guerra. Enquanto outros Storages perdem dados quando alguma

de suas partes para de funcionar, o Nexis mantém toda a informação mesmo se estiver totalmente comprometido”, afirmou Dana Ruzicka, CPO da Avid. Todos os sistemas Avid Nexis incorporam o sistema de arquivos Avid Nexis | FS, permitindo que os usuários acessem, escalonem, personalizem, reconfigurem, gerenciem e protejam seus sistemas através de dois SSDs com hot swap para a configuração de sistema e gerenciamento de metadados. Em 2 RU, o sistema oferece conectividade de rede 10 Gigabit Ethernet (GbE) Outra novidade foi o novo posicionamento dos sistema de grafismo. Um ano após anunciar a compra da desenvolvedora israelense Orad, a Avid finalmente parece ter incorporado os produtos da marca à seu portfólio, removendo a antiga marca dos respectivos nomes. Desta forma, esta linha agora passa a ser composta pelos: Avid 4Designer, sucessor aprimorado da ferramenta de criação de animação 3D 3Designer com nova interface de usuário; o Avid Spark, novo produto de Telestration para esportes com interface de usuário Touch que dispensa presença de operador dedicado; Avid Maestro, flag-ship da antiga desenvolvedora agora já integrado com todo o ecossistema Avid e com funcionalidades de ingest, plauyout, gerenciamento de direitos de usuários e templates poderosos; e o Avid Playmaker, um servidor de replay com capacidades de 4K em tempo real.

Sucvessor do 3Designer, o Avid 4Designer oferece uma nova interface de usuário



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Avid Spark, novo produto de Telestration para esportes com interface de usuário Touch que dispensa presença de operador dedicado

Colaboração ao Vivo

Por fim, a Avid realizou uma apresentação com diversos parceiros que fizeram uso do Connectivity Toolkit para criar aplicações facilitadoras dentro do Avid Media Central Platform. O principal destaque ficou para a demonstração dos Adobe Premiere Pro, principal concorrente do Media Composer, funcionando perfeitamente integrado com Interplay e outras ferramentas da empresa. “Acho que ninguém diria, há cinco anos, que a Avid seria a empresa a liderar a abertura das soluções broadcast. Hoje somos a empresa mais aberta e convidados todos os desenvolvedores do segmento a integrar-se conosco”, afirmou o CEO, fazendo menção a antiga fama da empresa em relação à um eco-sistema totalmente fechado.

Após quase três anos desde o primeiro anúncio das possibilidades de colaboração ao vivo que acompanhariam o Media Central Platform, durante o Avid Connect 2016 pudemos ver ela acontecendo ao vivo pela primeira vez. Durante o evento, os executivos da marca demonstraram as possibilidades de colaboração via internet em tempo real dentro do Pro Tools para a gravação de uma faixa de áudio específica com um músico em local remoto ao vivo. Para a demonstração, os executivos abriram uma sessão do Pro Tools com uma trilha sonora pronta para um comercial de carro que ainda precisava de um solo de guitarra. Em seguida, entraram em contato pelo catálogo de artistas da Avid com o famosos guitarrista George Lynch e uma sessão de video-chat foi aberta para o briefing, tudo sem sair do software. Após um debate sobre a necessidades do Solo, o artista realizou dois Takes em tempo real da faixa que foram automaticamente alimentados para dentro da sessão do Pro Tools em segundos. “Uma das principais vantagens da colaboração é que, uma vez que a faixa é importada, todos os plug-ins que usados na gravação são listados e o usuário pode automaticamente acessá-los dentro do Avid Marketplace para compra ou locação”, explicou Thomas Graham, gerente de soluções da Avid. A demonstração teve o objetivo claro de acabar com o ceticismo acerca dos sistemas de colaboração da Avid e pareceu ter cumprido bem a missão. PA

Kula, IP-Edge, Alchemy XF, Rio e outras novidades SAM Empresa traz grande lista de novidades em produtos e conceitos de produção em IP

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ouco mais de seis meses após o anúncio da Quantel+Snell em SAM, a nova marca vem à sua ‘primeira’ NAB Show com um verdadeiro turbilhão de novidades. Durante a conferência de imprensa, realizada no primeiro dia do evento, os executivos da marca abordaram as transformações institucionais, o conceito que tem pautado a fabricante e, claro, falaram de novos produtos.

“Posso falar que tivemos um primeiro trimestre de 2016 realmente muito bom em termos de negócios e somos uma empresa lucrativa de novo”, afirmou Tim Felsthead, marketing de produto da empresa ao anunciar o balanço institucional da SAM. De acordo com o executivo, a criação da marca está trazendo a tona uma série de novos conceitos e produtos que estão vindo de encontro com as necessidades de mer-



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cado sem perder a herança de qualidade das antecessoras. É o caso da nova linha de switchers de produção multiformato Kula, apresentado pela primeira vez na NAB 2016. Trata-se de, ao mesmo tempo, uma evolução do consagrado Kahuna e sua adaptação à um mercado de menor porte. Os sistemas são extremamente compactos e permitem trabalhar em 4K, 1080p, HD e SD em versões de 1 M/E e 2 M/E, além de serem fáceis de instalar, abrindo mercados como pequenas emissoras e eventos ao vivo e religiosos, segmento que a marca hoje tem pouca representatividade. A linha é comercializada, por enquanto, com três painéis de controle ampliáveis com módulos adicionais de controle da linha Kahuna. A Kula também oferece até cinco camadas principais por M/E, 20 canais de DVE e recursos de codificação flutuantes e auxiliares, com até 36 entradas e 18 saídas programáveis, além de um extenso sistema de armazenamento interno de clipes para garantir produções de alto impacto. Ainda entre os produtos em hardware, outra novidade é o conversor Alchemist XF que, agora, passa a oferecer suporte para material 4K e HDR, com processamento em tempo real “várias vezes mais rápido” para conteúdo HD. Para a conversão de 4K, a empresa apresentará o UHD1000, um novo produto para a sua popular linha KudosPro de soluções para processamento de imagem. Outra novidade é o redesenho das interfaces de usuário dos produtos baseados em software da marca. “Estamos criando um ambiente mais coeso e fácil de usar. Agora todas as interfaces são intuitivas e similares entre si, dando a ideia de continuidade”, afirmou Felsthead. Entre as soluções redesenhadas está o Quantel Rio, trazendo recursos de Wide Color Gamut e HDR com uma interface totalmente remodelada, integração maior com soluções Avid e rastreamento de nuvem super precisa.

Fomentando a migração para ambientes IP No NAB 2016, a companhia apresenta uma nova certificação IP-Edge. Parte do esforço de padronização junto à Alliance for IP Media Solutions (AIMS), os produtos compatíveis IP-Edge estão assegurados em termos de interoperabilidade. Entre os sistemas estão switchers, processadores, servidores e sistemas de playout. Um dos primeiros produtos a ser lançado dessa linha é a solução de processamento IQ Edge, desenvolvida para oferecer capacidades de processamento de áudio e vídeo para ambientes IP em um pacote integrado.

“Posso falar que tivemos um primeiro trimestre de 2016 realmente muito bom em termos de negócios e somos uma empresa lucrativa de novo” - Tim Felsthead, marketing de produto da SAM

Software/Virtualização A SAM oferece uma variedade de plataformas orientadas por software e está em um processo de transição para um modelo de datacenter para muitas ofertas de produtos. As soluções CiaB – ICE, ICE IP e ICE SDC – juntamente com o Morpheus, o Momentum e o xFile da SAM são alguns exemplos dessa nova abordagem. Em resposta à crescente demanda de mercado pelo ajuste da duração de conteúdos, a SAM está apresentando também o Alchemist Kronos, que levará a qualidade de imagem dos conversores Alchemist para aplicações de ajustes de duração. Monitoração e Fluxo de Trabalho O Media Biometrics também é mostrado durante o NAB, trazendo capacidades únicas para a monitoração. Segundo a empresa, pela primeira vez, a monitoração automatizada entenderá não somente a qualidade da mídia mas qual a mídia correta. Essa solução já está disponível no portfólio da SAM, incluído no novo multiviewer integrado Sirius 800.

Edição

No estande da empresa, usuários ainda puderam conferir os já renomados switchers Kahuna

A SAM também lança uma suíte de produção remota, chamada News Solutions. Usuários tanto de desktops, notebooks e tablets terão acesso agora à capacidades de construir histórias com conteúdos gravados e ao vivo usando edição de linha do tempo e voiceover, como os softwares de edição não-linear do mercado, de forma remota. As sequências finalizadas poderão ser publicadas diretamente em redes sociais, páginas web eTV. O News Solutions é voltado para criadores de conteúdo que estão constantemente em movimento. Oferece streaming adaptativo para trabalhar com qualquer conexão de internet, seja em casa, no escritório, no aeroporto ou em um hotel. A infraestrutura é flexível e dinâmica, podendo atender qualquer quantidade de usuários. O sistema inclui um plugin para Adobe Premier com a capacidade de pesquisar por clipes de vídeo no sistema, editá-los com todas os recursos da Adobe e depois entregá-los nas plataformas online e na transmissão tradicional para as empresas. Para o playout, o News Solution pode ser armazenado dentro do NRCS e é compatível com todos esses sistemas incluindo iNews, Octopus, ENPS e Open Media. PA



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Soluções para transmissão esportiva em foco A wTVision apresentou renovação em seu portifólio de produtos de olho no ano olímpico.

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endo uma empresa líder no segumento de soluções para transmissão esportiva, era de se esperar que, em ano olímpico, a wTVision tivesse grande destaque em novidades. Entre as novidades estavam o FootballStats CG V5.0, a nova versão do software da wTVision dedicado a eventos de futebol, trazendo aumento nos parametros de qualidade com as suas novas e melhoradas características. Com uma nova interface, ainda mais fácil de usar, e um novo workflow de recolha de dados, o FootballStats CG V5.0 tem todas as ferramentas necessárias para garantir o melhor desempenho enquanto minimiza a possibilidade de erro humano. A wTVision apresentou também, na NAB, sua solução melhorada de automação de playout. O ChannelMaker V5.0 é um produto desenhado do zero e construído com o extenso conhecimento ganho no desenvolvimento e operação de versões anteriores do software. Este tem uma interface totalmente re-imaginado e extremamente intuitivo que inclui uma timeline em tempo real para fácil compreensão do alinhamento. O sistema é construído com base numa base de dados esaclonável, o que lhe permite não ficar lento, mesmo ao controlar os mais exigentes alinhamentos com meses de agendamento pré-feito. Nas régies de continuidade, o re-desenhado interface multi-channel do ChannelMaker permite que um único operador controle e faça a gestão de vários canais de uma forma rápida e simplificada, usando saídas IP e SDI Finalmente, o ChannelMaker V5.0 melhorou a sua integração com o

MAM (Media Asset Manager), o poderoso sistema de catalogação da wTVision, fazendo com que a organização e agendamento dos vídeos seja ainda mais intuitivo. Ideal para produtores que querem criar, otimizar ou expandir a arquitetura de canais de televisão, o ChannelMaker V5.0 estará disponível no terceiro trimestre de 2016. Este ano, outro foco da wTVision foi o inovador produto Scoreboard Eye - Scoreboard Vision Tracker. A solução de scoring em tempo real para desportos ao vivo é um poderoso sistema automatizado que faz a gestão de temporizadores de forma automatica, lançando os gráficos. Foi desenvolvido para ler informação de scoreboard como tempo, pontos ou faltas, e convertê-la num feed de informação em tempo real que será usado pelas soluções de desporto da wTVision. Foi então possível ver a integração do Scoreboard Eye com o BasketballStats CG. Os visitantes puderam ainda experimentar as ferramentas de Media da empresa, wTVision Media Ingester e wTVision Media Trimmer, bem como a solução da wTVision para produções de estúdio, Studio CG, que também integra com o GO Social. Seja a trabalhar em projetos ou a vender os seus produtos chave na mão, a wTVision fornece soluções de software para centenas de projetos em todo o mundo. A oferta da empresa para a industria de transmissão inclui: software, design, consultoria, outsourcing RH e serviços de operação. PA


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Especial

Unicam XE: câmera 4K em dois blocos Proposta da Ikegami permite a substituição do conjunto óptico para atender necessidades futuras das operações

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Ikegami apresentou a sua grande aposta para captação ENG em Ultra Alta Definição, a câmera UHK-430, que abre a nova linha de soluções 4K Unicam XE da companhia. Possui três sensores CMOS 4K de 2/3” que oferecem resolução UHD (3840x2160p) e maior profundidade de campo para produções tanto em estúdio como em externas. A câmera está equipada com encaixe de lente B4 e permite a acoplação de grandes lentes de estúdio e viewfinders através do novo dispositivo de expansão opcional SE-U430. Sua construção em dois blocos permite que a cabeça do sensor e a lentes da UHK-430 sejam separados como uma unidade compacta para uma fácil implementação permitindo, inclusive, que seja usado com dispositivos de apoio como controles manuais de longa distância. Neste modo, a cabeça pode operar a 50 metros do corpo da câmera. A cabeça também pode ser substituída por outros conjuntos, como um com um grande sensor Super 35 mm. A câmera inclui saída para CCU 12G e IP, assim como um novo processador da Ikegami que permite a transmissão sem compressão a 40 Gbps através de fibra. “A UHK-430 é uma das novidades mais importantes da nossa linha de produtos nos últimos anos”, aponta Masanori Kondo, presidente da Ikegami Europa. “Permite gravar em UHD com uma qualidade muito alta e com HDR, ao mesmo tempo que facilita a interação fácil com sistemas atuais de alta definição. As opções de altos fps serão especialmente apreciadas por empresas de produção em unidades móveis, já que oferece acesso fácil à soluções de câmera lentas”, destaca. A camcorder pesa apenas 4,5 kg e dispõe de um visor de duas polegadas. O novo processador permite à UHK-430 oferecer matriz de cor de 16 eixos e um espaço de cor BT.2020 em 4K.

Periféricos A unidade de controle desenvolvida para ser usada com a UHK-430, modelo CCU-430, é uma proposta compacta de 3 RU e peso de 18,5 kg. Oferece saída comutável de 4 x 3G-SDI 4K, assim como saída HD. Uma entrada opcional permite trabalhar com vídeo 4K, HD e ambas resoluções ao mesmo tempo. Um sistema extensor SE-U430 permitirá o uso de um viewfinder e lentes grandes de estúdio. A câmera também tem uma porta de dados Gigabit Ethernet para permitir o controle em rede. Também integra um novo desenvolvimento iLog Ikegami que pode ser utilizado para dar um alto contraste quando trabalhando com HDR. Como novidade, a fabricante também lança três modelos de viewfinders para serem usados juntamente com o SE-U430 para complementar a câmera 4K. Há dois modelos LCD, o VFL201D de 2” e o VFL701D Full HD de 7” e um modelo OLED de 7.4”, o VFE741D. Todos os três incluem uma interface digital serial para o controle de menu integrado, tanto da câmera como do viewvinder.

Monitores 4K A fabricante aproveitou também para revelar dois novos monitores 4K. O modelo de 31.1 polegadas (HQLM-3120W) incorpora um painel LCD UHD, iluminação LED, 10-bit com taxa de contraste de até 1450:1. Neste modelo há duas entradas 4K e entradas 3G/HD-SDI e HDMI como padrão. Já o modelo HLM-3250WA é uma tela de 32 polegadas para a monitoração de resolução Full HD (1920x1080p) de 10-bit. Possui duas entradas 3G/HD/SD-SDI e duas composite analógica. Sua taxa de contraste chega a 1500:1. PA


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Controle de qualidade IP com a nova série Qx Produto trabalha também com conexões 12G SDI e traz mais de 12 ferramentas Paul Nichols, diretor de marketing da Phabrix

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isando acompanhar a migração dos padrões de transmissão para 4K e IP, a Phabrix, fabricante de sistemas de compliance para emissoras de TV, anunciou sua nova série Qx durante a NAB Show 2016. O novo produto, compacto como as demais séries da marca, traz 20 vezes mais processamento e capacidades IP e 12G SDI. “A necessidade de compliance para UHDTV na indústria brodcast exige medidas específicas que são tomadas como parte do lançamento de um produto. O Qx oferece esta leitura automaticamente em tempo real, sem processamento dentro do chip set, permitindo visualizar o sinal ‘ao vivo’”, explicou Paul Nichols, diretor de marketing da Phabrix. O Qx traz 20 vezes mais processamento que o anterior (Sx), trabalha com sinais híbridos em 12G SDI (UHDTV) e IP, traz uma interface de usuário totalmente remodelada baseada em código de cores e tem 12 ferramentas de compliance incorporadas. Disponível no NAB em duas versões, uma com tecnologia RTE para análise de camada física e um sem a tecnologia. Cada uma suporta até 48 Gbps de payload com quatro entradas e saídas 12 Gbps separadas. O produto começa a ser distribuído no segundo semestre e deve vir de encontro aos interesses dos broadcasters focados na migração 4K/IP. PA

Nova série Qx traz 20 vezes mais processamento e capacidades IP e 12G SDI


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4K em foco de 8.4 a 900mm Fujinon leva linhas 4K Ultra HD, Cabrio PL Cine e Eng e Premier PL 4K+ ao NAB 2016 e surpreende com três novos lançamentos

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Fujinon, divisão óptica da fabricante japonesa Fujifilm, trouxe ao NAB 2016 três grandes novidades que mostram que a empresa não está para brincadeira. Com o lançamento de uma lente zoom para aplicações broadcast UHD com distância focal indo de 8.4 a 900mm, a fabricante confirma sua excelência no setor e exibe sua linha completa de lentes no evento.

Zoom broadcast UA107x8.4 Sendo anunciada como a mais longa e ampla lente 4K já criada para aplicações broadcast UHD, a UA107X8.4 promete oferecer uma qualidade óptica 4K incomparável em toda e qualquer distância focal utilizada, marca característica da linha ZK series de lentes para cinema. “Com uma abertura focal de F/1.7 e uma distância focal indo de 8.4 à 900mm, a UA107 eleva o nível para a produção HD e UHD em todo o mundo”, destaca Thom Calabro, diretor de marketing e desenvolvimento de produtos da divisão óptica da Fujifilm. “Um sistema de anti-embaçamento proprietário reduz o tempo de inatividade da câmera devido a umidade, o que é preocupação crítica quando se está gravando em todos os tipos de climas”, explica o executivo ao falar que a câmera também oferece a tecnologia de estabilidade de imagem óptica OS-TECH para oferecer uma estabilidade muito firme. Com alta resolução, contraste e dynamic range – característicos da linha Premier 4K UA Series – os elementos ópticos dessa lente foram tratados com a tecnologia High Transmittance Electron Beam Coating (HT-EBC). Esse sistema permite a redução de flares e fantasmas nas lentes, enquanto aumenta a quantidade de luz

que passa pelas lentes para os sensores das câmeras. A lente ainda incorpora algumas funcionalidades já conhecidas por alguns usuários da marca, como o F number limit, Quick Zoom, presets de dois tiros, extensor de 2x e outras funções digitais para aumentar a flexibilidade de produção já presentes nas UA80x e XA99x.

Grande angular Ultra HD UA13x4.5. Desenvolvida especialmente para aplicações broadcast UHD, a lente pode ser utilizada em câmeras e camcorders Eng 4K com sensores


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Especial

de 2/3” Também foi desenvolvida com a tecnologia HT-EBC para oferecer consistência de imagens. “As capacidades de grande angular da UA13 e da UA107 são o resultado dos nossos mais novos softwares de simulação óptica, que foi usada para projetar os elementos esféricos de grande diâmetro da lente”, disse Calabro. “Além disso, o sistema de zoom por multi-grupos suprime as distorções de imagem e garante que as imagens 4K UHD capturadas por essas lentes se mantenham consistenes e precisas desde o centro até os cantos, não importando o quão iluminado ou grande é a angulação da filmagem”, ressalta. Essa unidade também permite a utilização de uma unidade servo para o controle de zoom, foco e iris. Utilizando encoders de 16-bit, a unidade servo oferece comunicações de duas vias entre a unidade servo e o operador remoto, usando tanto dados serial RS-232 ou comunicações analógicas tradicionais.

Zoom Premier PL 20-120 mm XK6x20 Outra das novidades apresentada no evento, é uma nova lente zoom, a Premier PL 20-120mm Cabrio XK (XK6x20), sendo anunciada como a próxima lente para operações grandes e pequenas de cinema. Projetada para os mercados de cinema e produção de vídeo, a nova lente oferece T stop de T3.5 de ponta a ponta, com a flexibilidade da linha Cabrio e um preço competitivo. Com seu peso de 2,9 kgs, permite ser equipado com um unidade de drive servo, tornando possível seu uso tanto como lente padrão PL como para aplicações eng. “O Cabrio XK entrega ópticas precisas, um T stop consistente de T3.5 em todo o range focal e operações servo suaves em um pacote compacto”, aponta Calabro. “Remova o drive servo e a lente pode aceitar facilmente os motores de cinema e matte boxes padrões da indústria. Não importa se você tem um conhecimento de filme ou de vídeo digital, o PL 20-120mm Cabrio XK oferece uma qualidade marcante e um flexibilidade sem precedentes”, explica. Este modelo oferece uma cobertura para sensores Super 35 em câmeras de cinema digitais, com uma iris de nove lâminas e saídas de dados de lentes exigidos em todoas as lentes para cinema atualmente, com compatibilidade para metadados LDS e /i Tech.

Outros modelos A Fujinon também levou à NAB toda a linha de lentes 4K Ultra HD Series, as lentes Cabrio PL Cine e ENG e a lentes de cinema Premier PL 4K+, além das populares lentes de produção XA99x8.4 e XA55x9.5BESM. Os visitantes puderam ver as lentes de campo UA80X9, e a zoom portátil UA22x8, da linha 4K Ultra HD Series, que são voltadas para aplicações broadcast e são compatíveis com câmeras 4K com sensor

de 2/3”. Essas lentes, segundo a fabricante, produzem a mesma distância focal que os operadores de câmera e diretores de fotografia esperam de lentes HD, mas com muito mais resolução, contraste e dynamic range. Com um zoom de 80x e estabilização de imagem óptica, o UA80x9 é ideal para a cobertura de eventos ao vivo de grande escala, como shows e esportes. A lente cobre distâncias focais do 9mm em grande angular para 720mm em teleobjetiva. Como referência, a fabricante aponta que seu tamanho e peso são similares às populares lentes de campo XA99x8.4. Com um design compacto e leve, a UA22x8 oferece um zoom de 22x com distância focal de 8mm (em grande angular) a 176mm (em teleobjetiva) para a captura em uma ampla variedade de aplicações, incluindo eventos ao vivo, produção de programas e noticiários. A fabricante também levou a linha Premier PL 4K+ de lentes zoom para cinema com os modelos 14.5-45mm T2.0, 18-85mm T2.0, 24180mm T2.6 e 75-400mm T2.8-T3.8. Todos os zooms possuem bocal PL e são similares em tamanho e peso, com um sistema para a trca rápida e eficiente de lentes. Já para a linha Cabrio series, a fabricante levou os modelos PL 19-90, PL 85-300, PL 14-35 e PL 25-300mm. Essa família de lentes é caracterizada por possuir as unidades servo exclusivas que permitem o controle elétrico de zoom, foco e iris. O servo para o modelo PL 25-300 é opcional, eliminando a necessidade de motores externos, que podem levar tempo para serem alinhados precisamente. Isso permite que as lentes sejam usadas como lentes PL padrão com como lentes estilo ENG. Todas as lentes Cabrio podem ser controladas usam os controladores sem fio padrão da indústria ou com as unidades com fio da Fujinon. Quanto à categoria de lentes de campo, o estande da Fujinon apresentou as lentes XA55x9.5BESM e a XA99x8.4. A primeira é uma lente teleobjetiva estilo box HDTV que é projetada para grandes instalações que precisam de planos próximo em longas distância. Disponíveis com um bracket de suporte para a montagem em câmeras estilo ENG, essas lentes possuem estabilização óptica de imagem, que a tornam ideal para qualquer aplicações onde o operador de câmera deve manter uma posição fixa por longos períodos, como eventos esportivos, templos e igrejas, apresentações corporativas ou shows. Já o XA99x8.4 combina alta performance de imagem com uma abordagem de zoom de longo alcance e um grande angular. Oferece zoom de 99x com distância focal indo de 8.4 a 832mm, e MOD de 2.9m. Essas lentes também incorporam a tecnologia de estabilização de imagem patenteada da Fujinon para desempenho estável, especialmente em gravações HD a longas distâncias. Codificadores de 16-bit de alta resolução são os padrões, tornando-o adequado para sinalização virtual, robótica e digital, além de outras aplicações. PA



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Nova câmera multi-uso ME200S-SH é destaque na NAB 2016 O novo produto é capaz de captar imagens profissionais em Full HD, mesmo em situações de pouca luminosidade. Fabricante também lança uma nova lente servo compacta projetada especialmente para a câmera.

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ntre os destaques da Canon no segmento de câmeras para a NAB Show 2016 está a nova multi-uso ME200S-SH. O produto incorpora o renomado sistema de auto-foco Dual Pixel CMOS AF o que a faz uma opção a considerar para uma ampla variedade de aplicações desde retransmissores de televisão até produções cinematográficas, assim como para documentários investigativos, científicos ou de natureza. A ME200S-SH é capaz de captar imagens profissionais de alta qualidade Full HD, mesmo em situações de pouca luz. O produto combina alguma das melhores características da famosa série de câmera EOS Cine junto com o tamanho, a flexibilidade e as características operacionais da popular ME20F-SH. O modelo tem saída em 1080/60p e 50p, Dual Pixel CMOS AF e controle remoto via RC-V100. Com o acessório a ME200S-SH permite controle remoto de focus, íris, auto exposição, e filtros ND. A câmera traz ISO nativo de 204,800 e ainda tem opções de gravação em infra-vermelho, de forma que pode até ser usada par sistemas de vigilância. O modelo aceita lentes com montagem EF e Cine-Servo, com saídas 3G/HD-SDI e HDMI para permitir que os usuários transfiram o vídeo através de um único cabo para uma variedade de equipamentos periféricos, incluindo gravadors e monitores. Um jack de lentes de 12 pinos é oferico para permitir a comunicação entre a unidade de drive e algumas lentes selecionadas.Também oferece um mini-jack estéreo de 3.5mm para permitir a conexão com microfones ou equipamentos de áudio.

Pensando na mobilidade para a nova câmera, a fabricante também lançou uma nova lente zoom servo compacta. O modelo CN-E18-80mm R4.4L IS KAS S, assim como o nome sugere, é uma lente oferece uma distância focal de 18 a 80 mm combinando as funcionalidades das lentes EF da Canon com a precisão e o aspecto cinematográfico das lentes de Cinma da Canon. A lente está pronta para trabalhar com 4K com estabilização de imagem óptica e foco automático e é compatível com câmeras que possuem sensor Super 35mm, mantendo a luminosidade em qualquer distância focal em T4.4, semelhante ao F4.0. Também oferece novo lâminas de íris de abertura de diafragma para ajudar a capturar um aspecto mais artístico das firmagem, permitin-

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do o chamado efeito “bokeh” em áreas fora de foco. A CN-E18-80mm vem equipada com um unidade servo recém desenvolvida, que oferece uma mudança fácil entre os modos manual e servio, permitindo o controle motorizado de foco, zoom e iris. A unidade também é compatível com controladores de lentes padrões da indústria, como as ZSD-300D ou FPD-400D da própria canol. Pensando em facilitar o uso para ENG, a Canon também desenvolveu um acessório de grip opcional especialmente desenvolvido para as novas lentes, a ZSG-C10. O acessória conecta a câmera através de um cabo de 20 pinos, permitindo que uma variedade de funções da lente sejam controlados pelo grip.

Kit de câmera e atualizações Além dos novos produtos, a Canon anunciou no NAB 2016 um Kit de Cinema, composto pela câmera ME20F-SH – lançada em 2015 - com 10 acessórios, oferecendo uma economia significativa em relação às compras individuais; e uma série de atualizações de firmware para suas soluções. A lista de acessórios incluídos no kit, que já começou a ser disponibilizado pelo mundo a partir de abril, conta com o gravador externo Atomos Shogun Flame, o mini baseplate Zacuto, um pacote de SSD da SanDisk, um braço articulado Noga, cabo HDMI, bateria adicional e bateria com cheese plate, cabo D-Tap/D-Tap, cabo XLR e um carregador de bateria que também pode ser usado como adaptador de energia. Quanto às atualizações, há novidades para a prórpia câmera ME20F-SH, parar as câmeras de cinema digital EOC C300 e C100 Mark

Nova lente oferece distância focal de 18 a 80 mm e possui uma unidade servo especialmente desenvolvida para maior mobilidade

II, para as camcorders XC10, XF305, XF300, XA35, XA30 e VIXIA HF G40, para as telas de referência 4K DP-V2410 e DP-V3010 e para a lente Cine-Servo 17-10mm. As novidades das atualizações e a disponibilidade de cada atualização anunciada pode ser conferida no hotsite em inglês www.usa. canon.com/NAB2016Firmware PA

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Artigo

Você deveria considerar migrar o seu Broadcast Playout para a nuvem? O que é um channel-in-a-box sem a caixa? É um channel-in-the-cloud, é claro! Com a prevalência de operações na nuvem em todos os setores, é hora de considerar a migração do seu broadcast playout para a nuvem? Antes de descartar a possibilidade, vamos ver como a convergência de TI e vídeo está criando a tempestade perfeita para a adoção do playout baseado em nuvem. Por Ian Cockett*

O VOD e outros OTTs têm potencial para estar entre os primeiros a adotar o playout baseado em nuvem

A

migração do channel-in-a-box para o channel-in-the-cloud não é novidade. Esta transição está chegando há muito tempo e quando os equipamentos falham ou chegam no fim da sua vida útil, quase sempre a solução é utilizar componentes comerciais. Durante a última década, os broadcasters têm substituído constantemente hardware proprietário dedicado por soluções comerciais de TI na cadeia de transmissão. Em todo o mundo, o channel-in-a-box já oferece uma cadeia de transmissão completa em 1RU ou 2RU, e tem evoluído muito além das capacidades limitadas gráficas e de playout dos anos anteriores. Não é mais uma solução limitada a pequenos broadcasters, os CiB de hoje são uma solução viável para MCOs com requisitos de automação complexos.

A virtualização se torna realidade

nas empresas de TI antes de se estabelecer no broadcast. A natureza 24/7/365 única da indústria e a sua necessidade de precisão absoluta exigem que uma tecnologia seja adotada somente após ter sido testada por todos. Para a virtualização, esse tempo chegou. Todos os outros, no comércio eletrônico, nas finanças, nos cuidados de saúde, vivem no mundo virtualizado já há algum tempo. Ele funciona, e hoje quase todos os principais fornecedores de tecnologia de broadcast possibilitam a virtualização de algumas, mas geralmente não todas, as suas aplicações de broadcast. Porém, normalmente ainda há alguns elementos de hardware proprietário no início ou no fim da cadeia de transmissão, e poucas empresas são capazes de oferecer uma solução totalmente virtualizada. Isso nos leva ao nosso terceiro e último elemento de tecnologia para a habilitação da nuvem.

Para entender a verdadeira importância da transição do proprietário para o comercial, os componentes de software devem ser capazes de funcionar em ambientes virtualizados. A hospedagem de vários serviços em um único servidor minimiza drasticamente o impacto da operação de broadcast no centro de dados, reduzindo o CAPEX inicial. Outros benefícios, como uma implementação mais fácil e menor consumo de energia, reduzem o OPEX. Avanços anteriores, como o armazenamento RAID, eram comuns

Frequentemente, o vínculo proprietário na cadeia virtual é o servidor de playout e ingest SDI, mas a transição do sinal de banda base para vídeo sobre IP continua a ganhar impulso. Agora, chegou a um ponto de inflexão. O surgimento de SMPTE 2022-6 e VSF TR-03, que proporcionam padrões de alta taxa de bits para formatos de até 1080p/50 e 1080p/60 sobre uma rede IP gerida, permite a conclusão da tran-

O vídeo sobre IP substitui a banda base


DECENTRALIZADO...

...n達o seria legal?

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Artigo

Uma implementação totalmente virtualizada é o próximo passo para as empresas de broadcast que procuram a evolução de serviços baseados em IP em paralelo com métodos mais tradicionais de distribuição de canais

sição. A adoção por parte dos fornecedores de tecnologia de broadcast atingiu massa crítica e a cadeia de transmissão completa pode ser habilitada em infraestruturas de TI padrão e redes IP. Naturalmente, os equipamentos com sinal de banda base e hardware dedicado permanecerão em uso por algum tempo em algumas instalações. Muitos MCOs têm requisitos de personalização únicos, que estão sendo atendidos através de uma melhor abordagem para equipar a instalação de transmissão. Em muitas organizações essas instalações antigas ainda permanecem, sem previsão de substituição por vários anos. E como diz o ditado, se não está quebrado, não conserte! Embora as tecnologias de base estejam preparadas para a implementação de nuvem pública, os obstáculos permanecem. O broadcast pode estar pronto para a nuvem, mas a nuvem pode ainda não estar pronta para o broadcast. Mais precisamente, você poderia argumentar que a nuvem pública não está pronta para o horário nobre e os SLAs (acordos de nível de serviço) mais exigentes do broadcast. Uma nuvem privada poderia estar pronta (falaremos mais sobre isso posteriormente). Vamos começar com as limitações da nuvem pública. Assumindo a segurança adequada, um caso ilustrativo de uma organização interessada em introduzir eficiência operacional em larga escala são os prestadores de serviços de transmissão de broadcast. Empresas como a Encompass, na América do Norte, e a Ericsson, na Europa, têm acordos de nível de serviço exigentes e específicos com os seus clientes, titulares de licenças de broadcast. Esses SLAs ultrapassam os SLAs atualmente oferecidos por fornecedores de nuvens públicas como a Amazon, Microsoft e Rackspace.

Assumindo a segurança adequada, um caso ilustrativo de uma organização interessada em introduzir eficiência operacional em larga escala são os prestadores de serviços de transmissão de broadcast.

Além de garantias de largura de banda e tempo de operação para cumprir os SLAs, a latência ainda deve ser drasticamente reduzida na nuvem pública antes que possa ser usada para transmitir eventos ao vivo. Como podem atestar os assinantes da MLB.tv nos EUA, muitas vezes as mídias sociais estão explodindo e os alertas no celular foram recebidos antes da transmissão da jogada decisiva na televisão do espectador OTT. Décadas de vida sob a Lei de Moore nos ensinaram que a tecnologia vai avançar até o ponto onde os grandes provedores de nuvem pública serão capazes de atender os SLAs da transmissão padrão. Ainda não se sabe se eles vão estar dispostos a rever sua tabela de preços para ser um recurso economicamente viável para os MCOs. Atualmente, os custos de armazenamento e computação para o funcionamento de um grande número de canais permanentes na nuvem pública e os custos para obter esses streams de alta taxa de bits da nuvem, provavelmente, ultrapassem o que custaria uma instalação para hospedar esses recursos internamente.

A opção privada Ao invés de esperar que a nuvem pública atenda às necessidades da indústria de broadcast, a implementação da nuvem privada já é uma alternativa viável para muitos casos de uso de playout e automação hoje. A implementação poderia ser similar a do CiB. Antes da implementação completa 24/7, uma instalação de nuvem poderia servir como uma opção para recuperação de desastres. Muitos broadcasters implementaram seu primeiro CiB como um backup do seu sistema de transmissão anterior. Os benefícios adicionais de uma arquitetura de nuvem incluem não só a flexibilidade para instalar e desinstalar canais em um instante, conforme necessário, mas também a capacidade de reutilizar completamente o hardware estrutural na hora. Por exemplo, recursos desnecessários podem ser alocados para MAM, ou mesmo para atividades empresariais mais genéricas. Quando for necessário atualizar o hardware, o tempo para desativação e reativação é uma fração em comparação com implementações antigas. Uma empresa de porte médio ou grande pode se beneficiar muito de uma implementação de nuvem privada. Durante os picos de demanda de playout, gráficos e automação, é menor o número de atividades de missão crítica (como arquivamento automatizado para


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LTO ou a nuvem) que podem perder prioridade para alocar computação e largura de banda para a atividade no ar. As redes de esportes regionais e universitários são conhecidas por ter exatamente esses tipos de grandes flutuações nas necessidades de computação, armazenamento e playout durante as transmissões diárias e ao longo do ano. As transmissões ao vivo estão limitadas a algumas horas por dia e estão concentradas ao longo de um determinado número de meses. Uma implementação de nuvem privada seria a solução ideal. Entre os serviços de entretenimento mais propensos a picos, o VOD e outros OTT também deveriam estar entre os primeiros adotantes de playout baseado em nuvem. No entanto, poderia ser ideal para os MVPDs (distribuidores de programação de vídeo multicanal).

Primeiras implementações Em setembro de 2015, Digital Media Centre, provedor de serviços de logística de mídia para proprietários de conteúdo e MVPDs, procurou a Pebble Beach Systems para instalar uma solução integrada de canais Orca totalmente IP, de grande escala e completamente virtualizada, para uma implementação de nuvem privada. O sistema é controlado via a solução de automação Marina, da Pebble Beach, e oferece novos níveis em termos de flexibilidade e eficácia de custo. Muitos outros prestadores de serviços e seus clientes estão considerando essa implementação inovadora para suas próprias necessidades. Os broadcasters não têm que esperar que os provedores de serviços de nuvem pública resolvam suas deficiências para se beneficiar de uma arquitetura de nuvem. Eles podem começar hoje a implemen-

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tar soluções escaláveis baseadas em padrões, num centro de dados próprio ou de parceiros.

Conclusão Os sistemas de playout integrado baseados em software e executados em hardware de TI comercial são usados no mundo inteiro. Uma implementação totalmente virtualizada é o próximo passo lógico para as empresas de broadcast que procuram a evolução de serviços baseados em IP em paralelo com métodos mais tradicionais de entrega de canais. A flexibilidade para instalar ou desinstalar canais dinamicamente, em um instante, é um conceito revolucionário para as empresas acostumadas a fazer as coisas do jeito tradicional. No entanto, com os orçamentos e cronogramas de hoje, as soluções de canais IP virtualizados definidos por software como Orca, da Pebble Beach Systems, chegaram no momento certo para as organizações que buscam uma solução pura de vídeo sobre IP. Para núcleos de centralcast, prestadores de serviços, MCOs (Operadores de canais múltiplos), broadcasters de esportes, e empresas tais como editoras que procuram novas maneiras de informar o seu público, um channel in a box virtual oferece uma opção acessível para implementar ou contratar canais baseados em IP, quase que instantaneamente, sem a necessidade de racks e hardware complexo, semanas ou meses de configuração e preparação. PA

*Ian Cockett é Diretor Técnico da Pebble Beach Systems.


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Hamilton Picolotti 10P e Paulo Ribeiro Grupo adquire operações da fabricante de transmissores broadcast no Brasil e promete uma fase de crescimento para a empresa. Por Flávio Bonanome

Hamilton Picolotti e Paulo Ribeiro, novos sócios da Screen Brasil

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enovação completa e dinâmica para a indústria de equipamentos de transmissão. É esta a proposta dos empresários Hamilton Picolotti e Paulo Ribeiro para uma nova fase na história da Screen Brasil após a aquisição da operação, ativos e propriedade intelectual da empresa no Brasil. O negócio, de valor não divulgado mas estimado em algumas dezenas de milhões de reais, encerra uma período de instabilidade para a fabricante que durou quase dois anos. Fundada em meados dos anos 1980 na Itália como fabricante de transmissores para o seguimento de radiodifusão, a Screen atingiu status de uma das principais representantes de seu segmento do

‘Eu e o Paulo somos sócios há 30 anos e temos experiência em encontrar empresas com problemas e solucionar as coisas. Tudo que fizemos até hoje foi assim. Encontramos situações extremamente problemáticas e transformamos em algo confortável

mundo, gerando uma grande expansão mundial. Em 2007 o grupo iniciou suas atividades no Brasil com a construção de um grande fábrica em Pouso Alegre, Minas gerais, atingindo rapidamente papel de protagonismo na indústria nacional de transmissores. A insegurança veio com os problemas financeiros vividos pela matriz europeia da marca que culminou com a falência jurídica da Screen na Italia. Os problemas financeiros acabaram refletindo na confiança que o mercado tinha sobre continuidade das operações comerciais no Brasil. As dúvidas acabaram no começo de Março de 2016 com a aquisição da filial brasileira pela Holding Augmentum, dos sócios Hamilton e Paulo. Experientes em situações de gestão de crise, os empresários vêem na Screen uma oportunidade de aproveitar a grande reputação da marca no Brasil para desenvolver um modelo de negócio lucrativo, competitivo e focado na inovação tecnológica. Além disso, a aquisição garante à fabricante operação totalmente independente, mas sem abrir mão da parceria do laboratório de desenvolvimento italiano para a criação de novos sistemas e produtos. Para entender melhor como se dará esta nova fase da Screen, a Panorama Audiovisual teve uma conversa franca com Hamilton Picolotti e Paulo Ribeiro. Durante o bate-papo, falamos sobre as credenciais dos empresários, os planos para o futuro e o que os antigos e novos clientes da marca devem esperar para esta primeira fase de transição.


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Panorama Audiovisual: Como vocês chegaram até a Screen Brasil? Hamilton Picolotti: A Screen nos foi apresentada há três anos, inicialmente como um projeto de Lease-Back*, o que não nos interessou. Desde então ficamos trabalhando esta ideia e tivemos conhecimento que ela estava em um processo bastante complicado na Itália. Vimos que aqui no Brasil ela continuava fazendo todo o trabalho e inclusive financiando a matriz, o que, de certa forma, sangrou muito a empresa aqui. Com estas informações, nos interessou muito participar do processo de aquisição desta empresa aqui no Brasil. Só que sempre buscamos parcerios para estar conosco de forma tecnológica, então esta aquisição foi feita em parceria com a DB Broadcast, empresa que adquiriu as operações da Screen na Itália. Então, hoje são operações independentes mas com intercâmbio completo de tecnologia.

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Será ‘Screen Future’ na Itália e ‘Screen Brasil’ no Brasil. A principal parceria é na área de desenvolvimento tecnológico. Vamos continuar com os nossos laboratórios para desenvolvimento de novos equipamentos

PAV: Qual a experiência de gestão que vocês pretendem trazer para a Screen? Picolotti: Temos alguma experiência na gestão de crises. Por muitos anos fomos proprietários de uma revendedora de bebidas, parceiros da Ambev, para todo o Sul de Minas. Quando assumimos o negócio, em 1994, a empresa tinha 6% de mercado. Quando saímos em 2013, estávamos com 76%. Isso representa ampliar vendas mensais de cerveja de 7 mil dúzias para 250 mil dúzias. Chegamos a ser chancelados pela Ambev como melhor revendedor do Brasil em 2002 e 2003 e ficamos entre as top 10 por 10 anos. Eu e o Paulo somos sócios há 30 anos e temos experiência em encontrar empresas com problemas e solucionar as coisas. Tudo que fizemos até hoje foi assim. Encontramos situações extremamente problemáticas e transformamos em algo confortável. O efeito disso é que começam os assédios de compradores, que foi o que aconteceu conosco na época da Ambev. Quando a empresa está como a Screen está agora, pouca gente tem interesse, a hora que transforma isso em algo confortável, sempre aparece alguém querendo adquirir. Isso não é ruim do ponto de vista “sucesso”, mas é ruim de você se encontrar numa faixa hetária altamente produtiva, vender sua empresa, e ficar sem desafios. Foi por isso que sentimos esta necessidade construir um novo negócio.

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*Lease-Back: Operação em que uma empresa arrenda ativos para outra empresa para receber capital de giro e, aos poucos, paga de volta o valor dos ativos com juros até integralizar novamente o capital.


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A Screen Brasil está sediada em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais

PAV: Então com a DB Broadcast o vínculo com a Itália continua de certa forma... Paulo Ribeiro: Sim, totalmente. Somos a mesma marca, mesma empresa, a única diferença é que são denominações diferentes. Será “Screen Future” na Itália e “Screen Brasil” no Brasil. A principal parceria é na área de desenvolvimento tecnológico. Vamos continuar usando nossos laboratórios para desenvolvimento de novos equipamentos. Mas é importante salientar que a Screen Brasil é hoje uma empresa 100% brasileira e que detém todas as patentes e tecnologias dos produtos Screen comercializados aqui.

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PAV: Qual a situação da Screen hoje? Picolotti: Apesar de tudo que o time viveu nos últimos meses, a situação da Screen no Brasil hoje é altamente positiva. Tenho visto em meus primeiros contatos neste mercado que, embora existisse esta sombra de dúvidas pela continudade da empresa, o time de vendas e atendimento trabalhou os clientes de forma bastante positiva, se vê o orgulho das pessoas de estarem conosco. O que chamou muita atenção é que eles vêm com muita alegria conversar com o time da Screen.

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Ribeiro: Percebemos a força da marca quando ouvimos clientes falando que retiveram seus investimentos por mais de um ano até saber o desenrolar dos acontecimentos da Screen... Picolotti: Nosso maior desafio agora é conseguir filtrar os inúmeros parceiros que querem fazer parceria de desenvolvimento conosco. Temos sido bastante assediados, principalmente por empresas italianas.

O pós venda hoje é tão importante, que esta sombra que pairava era exatamente por isso, o medo de adquirir o produto nesta transição e não ter atendimento depois. Vamos continuar fazendo o que sempre fizemos

PAV: Como fica o suporte para antigos clientes Screen? Ribeiro: Esta é uma das principaais dúvidas dos clientes, o pos vendas. Quero aproveitar para falar para os nossos clientes ficar tranquilos que isso será uma prioridade da nossa gestão. O suporte sempre foi, e vai continuar sendo, uma das nossas prioridades. O pós venda hoje é tão importante, que esta sombra que pairava era exatamente por isso, o medo de adquirir o produto nesta transição e não ter atendimento depois. Vamos continuar fazendo o que sempre fizemos.

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Picolotti: Temos um grande parque instalado, até porque mesmo com a indefinição toda a Screen continuou vendendo, houve vendas todos os meses do ano, com o mesmo prazo de entrega e tudo mais. E claro que para a Itália isto era uma grande vantagem manter a operação brasileira funcionando para aumentar o valor da empresa na venda. Quanto a solução de continuidade, vamos continuar sempre. Temos experiência neste tipo de gestão. Estamos aqui para continuar à frente da Screen nos próximos 10 ou 15 anos e vamos ampliar nosso leque de portifólio também, com muita coisa acontecendo que vai permitir ampliar o leque de produtos. PAV: Ou seja, não se tratra de uma operação de compra, valorização e venda? Picolotti: De jeito nenhum, nem queremos isso. Eu e o Paulo gostamos de trabalhar, ter um problema sadio é o nosso dia a dia. Viver sem ter o sabor do desafio, da realização, não é o que queremos. Fizemos isso a vida inteira, então é mais uma etapa que estamos encarando como desafio e a solução de continuidade vai existir sempre, ou seja, estamos lá para continuar como industrial para as próximas décadas.

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PAV: Haverá alguma mudança nos canais de venda? Picolotti: Neste momento não. Continuamos com os canais de venda tradicionais. Os projetos serão aprimorados e haverão novos projetos, mas por enquanto não podemos anunciar nada. Em termos de região de negócios, queremos centrar na América do Sul, América Central e talvez América do Norte. Outras regiões como a África, até existe uma conversa em negociação, mas não tem nada definido. A questão maior se dá por conta de fuso-horário e idioma.

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Claro que estamos preocupados, este impacto político na economia tem nos assustado, porém, eu tenho 52 anos. Eu já vi o Brasil ser taxado de um país que iria quebrar algumas vezes quando na verdade eu só ví o Brasil crescer

PAV: Vocês estão entrando no mercado em um momento de crise e retração econômica do país. Como isso influencia no modelo de negócio que vocês estão propondo para a Screen? Picolotti: Claro que estamos preocupados, este impacto político na economia tem nos assustado, porém, eu tenho 52 anos. Eu já vi o Brasil ser taxado de um país que iria quebrar algumas vezes quando na verdade eu só ví o Brasil crescer. Então sei, que sim, podemos ter um hiato de tempo mais complicado, mas somos um grande país, um grande mercado que está pronto para consumir, novos bens, produtos e técnicas. Claro que há algum receio, mas isso não pode nos paralisar. É mais uma coisa que entra no radar de preocupação, mas não em efeito paralizante. Nossa última grande aquisição foi em 1994 exatamente no advento da criação da URV, a transição para o governo Fernando Henrique Cardoso, então faço muito esta correlação com este momento, que

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é basicamente o mesmo cenário de incerteza que temos hoje. Problemas a gente vai sempre ter, o que nos remete a mais um desafio mas não nos paralisa. PAV: Este cenário de incerteza aplica-se também à política de TV Digital no Brasil. Como vocês vêm o futuro do ISDB -T e da transmissão digital? Ribeiro: O ISDB-T é um padrão bastante definido e amplamente utilizado. Claro que já estamos vendo coisas sobre o ATSC 3.0 e outros formatos que vão surgindo como novidades. Então todos os padrões vão sofrendo atualizações, vão sofrendo alterações para melhor, mas no ISDB-T ainda não houvimos nada de evolução, até porque ainda estamos em fase de implantação. É lógico que podem e devem surgir novas atualizações do ISDB-T, mas ainda acredito que neste mesmo formato, ainda haja um bom tempo para poder pensar em algumas coisas, mas ainda vamos ter bastante tempo com o padrão atual em operação.

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PAV: Esta demora influencia o negócio de vocês de qual forma? Picolotti: Empresarialmente, por um lado é ruim porque entramos em um alongamento de um processo que poderia ser mais curto. Por outro lado é muito bom para nos dar tempo de mostrar a que nossa nova administração veio, ganhar confiança dos clientes. Isso nos beneficia mais do que atrapalha. Claro que a curto prazo isso é um problema que vem se alastrando nos últimos anos e vai causando algum impacto no faturamento da empresa, mas nossa visão é de longo prazo, então estamos preparados para isso. PA

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Páginas Vermelhas

Lucha Libre:

absorvendo o golpe e devolvendo mais forte Por Simone Kliass* | Fotos: Divulgação

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este mês a Lucha Libre completa dois anos no ringue de produção de áudio -- e já tem grandes vitórias pra comemorar. A Panorama Audiovisual bateu um papo com os sócios Paulinho Corcione e Igor Ferreira nos estúdios da produtora em São Paulo. Paulinho, responsável pela direção artística da Lucha Libre, foi produtor musical na Voicez e sócio produtor da Jamute, além de já ter tocado com artistas como Shakira, Mutantes e Roger Glover. Igor, o sócio executivo, trabalhou nas agências F/Nazca S&S, Young & Rubicam e Fallon, e foi produtor executivo na Trator Filmes. Panorama Audiovisual: Qual foi a motivação para abrir uma nova produtora de áudio num mercado tão concorrido?

Paulinho: Decidimos abrir porque nossos momentos profissionais eram favoráveis. Eu já tinha trabalhado nove anos na Voicez que foi uma grande escola pra mim, como foi pra vários outros profissionais do mercado. Também aprendi bastante na produtora Jamute, onde eu era sócio. O Igor foi producer em várias agências grandes, executivo em produtora de imagem e de quebra é um ótimo baixista. Unimos isso à nossa amizade e foi natural. Somos empreendedores. PAV: Quais foram os principais desafios que vocês encararam? E as formas que vocês encontraram para apresentar a nova produtora aos clientes? Paulinho: A primeira dificuldade: dinheiro! E a segunda, conseguir trabalho. Você pode ter cento e cinquenta anos de mercado e não adianta. Se resolver abrir uma produtora, tem que bater em portas, ganhar a confiança novamente. Tudo de novo! Mas a primeira dificuldade se resolve quando soluciona-se a segunda.



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Páginas Vermelhas PAV: A Lucha Libre nasceu em um mercado de grandes e fortes concorrentes. Paulinho: Os concorrentes são fortes sim. Mas o Igor e eu já trabalhávamos com eles há tempos. A maioria deles vem de outras produtoras, assim como eu. Eu tive a sorte de trabalhar em uma produtora onde boa parte deles estavam. E o Igor, por ter sido de várias agências, já conhecia muita gente também. Então o que nós procuramos foi um diferencial. Temos pouco tempo de vida, mas dentro da ética já conseguimos parcerias com grandes agências -- e por confiarmos demais no nosso trabalho, divulgamos nosso nome de maneira até agressiva. PAV: Pode citar um exemplo? Paulinho: No Festival do Clube de Criação no ano passado montamos um ringue de lucha libre, trouxemos os lutadores, inclusive o Michel Serdan do “Gigantes do Ringue”, com mariachis fazendo a trilha ao vivo. Mostramos que não viemos pra brincadeira, mas viemos também para nos divertir. A Lucha não quer ser a produtora da modinha. Quer que as pessoas conheçam a marca, o trabalho, experimentem e fiquem conosco. Igor: Investimos muito em publicidade. Não somos low profile. PAV: Quais foram as principais conquistas até hoje? Paulinho: Em nosso primeiro ano emplacarmos três leões em Cannes, um prêmio no El Ojo, e também no Clio Awards. Igor: E pelo segundo ano consecutivo somos responsáveis por toda parte sonora de McDonald’s no Brasil e pela América Latina. Fazemos campanhas para Heineken, Caixa, Ofner, AIG, Correios… PAV: Falando em festivais, Paulinho, você foi no SxSW este ano. O que mais chamou a sua atenção no festival? Paulinho: Vi a volta da qualidade na fabricação dos eletrônicos e microfones. Vi uma procura muito grande pelo novo, que produz som velho, com cara de novo. Vi os microfones e violões dando um passo a frente nisso tudo. A Telefunken e a Taylor dando um show. Musicalmente, alguns dos destaques foram Iggy Pop e Josh Homme, The Kills, George Clinton & Parliament Funkadelic, Leon Russel e Jonathan Terrell, voz nova com som antigo. PAV: Vocês também vão participar do festival de Cannes Lions agora em junho. Quais outros festivais vocês acham importantes para uma produtora de áudio marcar presença? Paulinho: Eu gosto muito do Coachella na Califórnia e do Ciclope – International Advertising Craft Festival que acontece em novembro em Berlim. PAV: Igor, por que você migrou para o áudio? E de que maneira a sua experiência em produção em outros elos da cadeia publicitária te ajudou? Igor: Eu sou um producer audiovisual, a música sempre esteve na minha vida desde criança. Quando eu estava em agência, ou como executivo de produtora, o áudio sempre fez parte do processo. O fato de agora

A Moonshot produz para TV séries, reality shows, documentários e outros formatos

estar do outro lado do balcão ajuda muito porque sei o que os criativos querem comprar. PAV: E o que os criativos querem comprar? Igor: Eu tenho a teoria de que a agência não orça, ela escolhe. Pelo menos quando eu era producer em agência senti isso. De uns tempos pra cá, as produtoras de áudio praticam valores muito parecidos. Mais do que preço, as agências escolhem um estilo, agilidade no processo, atendimento e relacionamento. PAV: Paulinho, qual é o seu conceito de um bom diretor de criação de uma produtora de áudio? Paulinho: Ele não poder ter como referências apenas os sites de publicidade, e nem as bandas de cinco minutos de sucesso. Tem que ter também, mas não como foco principal. Tem que ler muitos livros, assistir a filmes novos e antigos e ter boa memória. Se juntarmos isso a uma dose de ousadia, outra de cara de pau, mais uma de sorrisos ou choro quando necessário, teremos no mínimo uma identidade musical. O importante é a produtora ter a cara artística de seu produtor principal. Ela precisa também saber fazer boa música com pouco prazo, o que nunca é o ideal, mas, viável. Basta ter embasamento. Também acho que a produção de áudio não tem que se fechar no áudio. Precisamos produzir conteúdo interessante para os criativos, fazer músicas pra passar sensações. Por isso, produzimos conteúdo para o Update or Die!, Billboard e também para o Kid Vinil na 89 FM. Não dá mais pra fazer só música de 30 segundos. Tem que fazer letras, redigir, ajudar. E acima de tudo, viabilizar o trabalho. PA

SOBRE A AUTORA Simone Kliass é locutora, vice-presidente do Clube da Voz, apresentadora e repórter com mais de 12 anos de experiência na TV aberta, por assinatura e corporativa. simonekliass.com.br



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2016

De 31 de maio a 2 de junho de 2016

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Agenda Acompanhe aqui o roteiro com as melhores sugestões de congressos, festivais, exposições, mostras, cursos, treinamentos e eventos do mercado audiovisual.

5 a 8 de Abril Prolight + Sound

Frankfurt (Alemanha) pls.messefrankfurt.com/

16 a 21 de Abril 2016 NAB SHOW 2016

Feira e congresso promovidos pela Associação Norte Americana de Radiodifusores em Las Vegas. O NAB SHOW é considerado o maior evento do setor no mundo e é reconhecido pela capacidade de reunir os principais fabricantes e apontar as tendências dos setores audiovisual e broadcast. www.nabshow.com

O Congresso Church Tech Expo 2015 teve 100 de programação e recebeu 80 palestrantes em 65 sessão. Os temas centrais são: Integrando Áudio, Vídeo e Luz; Acústica e Inteligibilidade; Sistemas de PA e Sonorização; Produção de Apresentações Musicais; Mixagem e gravação; Seleção e configuração de microfones; Produção HD Ao Vivo; Implantação e Vantagens do Live Stream; Integração com Switcher e Robótica; Projeção e Processamento de Vídeo; Integração com Mídias Sociais; Infraestruturas baseadas em IP; Digital Signage Aplicada; Projetos de sucesso; Automação de Processos e Eventos; Desafios da Iluminação. www.churchtechexpo.com.br

31 de Maio a 02 de Junho de 2016 PANORAMA SHOW

17 a 19 de Maio

AES BRASIL – 14º Congresso de Engenharia de Áudio www.aesbrasilexpo.com.br

24 a 26 de Maio de 2016

Bit! International Audio-Visual Technology Trade Show

Esta será a 17ª edição do evento que reúne o mercado audiovisual espanhol e a sua indústria de broadcast. O evento é realizado pela IFEMA e parceria com a revista Panorama Audiovisual. www.ifema.es/broadcast_06

31 de Maio a 02 de Junho de 2016 Church Tech Expo

A Church Tech Expo reúne o melhor das tecnologias de áudio e vídeo para templos, igrejas, locais de pregação e adoração. Exposição, palestras técnicas e workshops cobrem os segmentos de sonorização, mixagem, captação em vídeo, projeção, gravação, edição e transmissão. Em 2015, o evento reuniu 90 expositores, representando mais de 200 companhias, e mais de 7 mil visitantes. Participe e conheça o que há de mais inovador no setor. Aprenda com exemplos práticos como ampliar e otimizar as suas instalações ao lado dos principais fornecedores, integradores, consultores do mercado nacional e mundial. Entenda como e onde investir para ampliar o alcance de sua mensagem. O evento é destinado a líderes e representantes de religiões, membros de ministérios, equipes técnicas e de projeto, operadores de áudio e vídeo, e todos os envolvidos com áudio, vídeo e iluminação em templos e igrejas.

O mais importante latino-americano dedicado às tecnologias de Produção Audiovisual e Broadcast será realizado no São Paulo Expo (antigo Centro de Exposições Imigrantes), em São Paulo. Serão três dias de exposição e congresso dedicados ao aperfeiçoamento profissional, debate sobre tecnologias e promoção de negócios. Os temas-chave do congresso são soluções para produção e distribuição de áudio e vídeo em TV, cinema, novas mídias, publicidade, animação e games. Em 2015 o evento reuniu 7000 visitantes, incluindo mais de 1000 congressistas, que participaram de 65 sessões de debate e workshops. www.panoramaaudiovisualshow.com.br

4 a 7 de Junho

AES 140th Convention Paris (França) www.aes.org

10 a 14 de agosto Siggraph

Vancouver (Canadá) http://s2014.siggraph.org/

25 a 28 de agosto BIRTV

Beijing (China) http://www.birtv.com


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CHURCH EXPO 2ª FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INFRAESTRUTURA E SOLUÇÕES PARA TEMPLOS E IGREJAS

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