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L Luis Marques & João Borges Este trabalho visa iniciar e despertar uma certa curiosidade nos alunos de psicologia do 12º ano no que toca a um dos ramos desta mesma área, a Gestalt, também conhecida como ―Teoria da Imagem‖. Para isto será apresentado um friso cronológico bem como uma breve enunciação sobre os principais intervenientes gestaltistas e também os seus estudos.
Colégio de São Teotónio Rua do Brasil Nº49, Coimbra, Portugal 239701467 +351239717733 05-10-2009
Índice Cronologia…………………………………………………………………pág.2 Introdução…………………………………………………………………pág.3 o Definição de Gestalt o Gestalt enquanto Psicologia o Fundadores o Fundamentos Teóricos Personalidades…………………………………………………………….pág.5 Expansão da Psicologia da Gestalt…………………………………….....pág.8 O Que Parece Não É……………………………………………………...pág.10 Textos Teóricos……………...………...………………….……………….pág.11 o Trecho de Gestalt Theory, de Max Wertheimer o Excerto de “Principles of Gestalt Psychology” de Kurt Koffka o “An Old Pseudoproblem” de Wolfgang Kohler Bibliografia e Infografia………………………………………………….pág.37
1880-1943
1800
1886-1941
1900
1887-1967
2000
Introdução Definição de Gestalt:
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria Forma ou Estrutura, um conjunto de coisas que se prendem, se apoiam e se determinam reciprocamente (determinam uma estrutura global, um todo). Gestalt enquanto Psicologia:
A Psicologia da forma, Psicologia da Gestalt, Gestaltismo ou simplesmente Gestalt é uma teoria da psicologia que considera os fenómenos psicológicos como um conjunto autónomo, indivisível e articulado na sua configuração, organização e lei interna. É fundado na ideia de que o todo é mais do que a simples soma de suas partes.
Fundadores:
Wertheimer, Kohler e Koffka, são os apelidos que lembram os pais do conhecido gestaltismo. Baseados nos estudos psicofísicos, os quais relacionaram à forma e à percepção, construíram a base das teorias gestaltistas. Iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Estavam também interessados em investigar quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de óptica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade.
Fundamentos Teóricos:
Quatro princípios para percepção de objectos e formas: Tendência à estruturação – Tendência humana de estruturar os diferentes elementos. Elementos semelhantes; Segregação Figura-Fundo – Percepção de figuras definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos. Não se podem ver objectos sem separá-los do seu fundo. Boa Forma - Facilidade com que percepcionamos as figuras. Percepcionamos mais facilmente, as simples, regulares, simétricas e equilibradas. Constância Perceptiva - Três tipos de constância: o Grandeza (estabilidade de percepção em relação ao tamanho dos objectos); o Forma (forma que os objectos têm); o Cor (que tem a ver com a quantidade de luz recebida).
Personalidades
Max Wertheimer Max Wertheimer (Praga), frequentou o liceu local até os dezoito anos e depois estudou Direito por alguns anos na Universidade de Praga e depois filosofia e psicologia em Berlin. Finalmente firmou-se na Universidade de Frankfurt, onde fez pesquisas e conferências por vários anos, tomando-se professor em 1880-1943
1929. Durante a Primeira Guerra, fez pesquisas
militares sobre dispositivos de escuta para submarinos e fortificações portuárias. Wertheimer era o mais velho dos três primeiros psicólogos da Gestalt e o líder intelectual do movimento. Em 1921, com Koffka e Kohler, fundaram a revista ―Psychologische Forschung” (Pesquisa Psicológica), que se tomou o órgão oficial da Gestalt. Vinte e dois volumes foram publicados antes de ela ser suspensa em 1938 pelo regime nazista; a publicação foi retomada em 1949. Com seu estudo da percepção do movimento aparente, Max Wertheimer iniciou o movimento conhecido por psicologia da Gestalt.
Kurt Koffka Kurt Koffka foi provavelmente o mais inventivo dos fundadores da Gestalt, estudando na Universidade de Berlim (doutorou-se em 1909 em psicologia) e na de Edimburgo, na Escócia. No ano seguinte, iniciou Kóhler na Universidade de Frankfurt. Durante a Primeira Guerra, trabalhou com pacientes lesionados cerebrais e afásicos numa clínica psiquiátrica. No fim da guerra, quando os psicólogos dos Estados Unidos começavam a tomar conhecimento de que uma nova escola de pensamento se desenvolvia na Alemanha, então Koffka escreve um artigo, (―A Percepção: Uma Introdução à Teoria da Gestalt‖) onde apresenta os conceitos básicos da Gestalt. 1886-1941
Embora tenha sido importante como primeira exposição formal da revolução da Gestalt aos psicólogos americanos, o artigo pode ter um efeito obtuso à expansão do movimento, o título, ―A Percepção‖, deu início a um mal-entendido que se mantém até hoje, isto é, a ideia de que a psicologia da Gestalt se ocupa exclusivamente da percepção, não tendo portanto relevância para outras áreas da psicologia. O principal motivo pelo qual os primeiros psicólogos da Gestalt concentraram suas publicações sistemáticas na percepção foi o Zeitgeist (espírito da época). A psicologia de Wundt, contra a qual se revoltaram os gestaltistas, obtivera boa parte do seu apoio de estudos sobre a sensação e a percepção, razão por que os psicólogos da Gestalt escolheram a percepção como fim de atacar Wundt. Em 1921, Koffka publicou ―O Desenvolvimento da Mente‖, um livro sobre psicologia do desenvolvimento infantil. Em 1935, publicou ―Princípios de Psicologia da Gestalt‖, um livro elaboradamente complexo e que não veio a ajudar em muito na compreensão da psicologia da Gestalt, como ele pretendia.
Wolfgang Kohler Wolfgang Kohler, o mais jovem dos três, era o porta-voz do movimento. Seus livros, escritos com cuidado e precisão, tomaram-se as obras definitivas sobre a psicologia da Gestalt. Nasceu na Estônia, mas aos cinco anos mudou-se para o norte da Alemanha. Sua educação universitária foi em Tübingen, Bonn, e em Berlim, onde se doutorou sob a orientação de Carl Stumpf em 1909. Foi para a 1887-1967
Universidade de Frankfurt, tendo chegado pouco antes de Wertheimer e do seu estroboscópio.
Em 1913 viaja para África para estudar chimpanzés, sendo interrompido pela eclosão da 1ª Guerra Mundial. Quatro anos passados produz o clássico ―A Mentalidade dos Macacos‖ De volta à Alemanha sucede a Stumpf como professor de psicologia da Universidade de Berlim, onde ficou até 1935. A razão aparente de sua nomeação para esse cargo foi a publicação em 1920 do livro ―Gestalt’s Físicas Estáticas e Estacionárias‖, que obteve consideráveis aplausos por seu alto grau de erudição. Deixou a Alemanha nazista em 1935, devido a contínuos conflitos com o governo pois as suas aulas eram invadidas por grupos de nazis. Depois de emigrar para os Estados Unidos, Kõhler ensinou na Pensilvânia, publicou vários livros e editou a revista gestaltista ―Psychological Research‖. Em 1956, recebeu o Distinguished Scientific Contribution Award da APA e, pouco depois, foi eleito seu presidente.
A Expansão da Psicologia da Gestalt Na metade dos anos 20, o movimento da Gestalt já era uma casa de importância na Alemanha, centrada no Instituto de Psicologia da Universidade de Berlim. Abrigada numa ala do antigo Palácio Imperial, contava com um dos maiores e mais bem equipados laboratórios do mundo. A revista Psychological Research era activa, e os gestaltistas investigavam vários problemas psicológicos. A ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha em 1933, forçou muitos estudiosos, inclusive os líderes da Gestalt, a deixar o país. O movimento passou a ocupar uma posição inferior no sistema académico alemão da época, tendo o centro passado para os Estados Unidos. A expansão do gestaltismo nos Estados Unidos foi feita através de contactos pessoais, bem como de artigos e livros aliados a aulas dadas por Koffka e Kohler Nos anos 20, alguns livros de Koffka foram traduzidos para o inglês. Uma série de artigos sobre a Gestalt, escritos pelo americano Harry Helson, publicados na Arnerican Journal of Psychology, também fizeram muito para disseminar o ponto de vista gestaltista nos Estados Unidos. Koffka e Kohler visitaram os Estados Unidos para dar aulas e conferências em universidades. Embora atraísse atenção nos Estados Unidos, sendo considerada por alguns psicólogos americanos uma útil contradição aos exageros do behaviorismo A psicologia da Gestalt não encontrou aceitação geral. Em primeiro lugar, o behaviorismo vivia então o auge da sua popularidade. Em segundo, havia o problema da barreira linguística; as principais publicações gestaltistas estavam escritas em alemão, e a necessidade de tradução era eminente. Em terceiro, como já observamos, muitos psicólogos acredita que a Gestalt só tratava da percepção. E, em quarto, os três líderes foram para escolas americanas que não tinham programas de pós-graduação, sendo difícil para eles atrair discípulos que expandissem o movimento. Temos de considerar isso, um factor contextual que restringiu o desenvolvimento da psicologia da Gestalt no país.
Contudo, a razão mais importante para a aceitação relativamente lenta da Gestalt nos Estados Unidos foi que o behaviorismo era a segunda fase da oposição americana a Wundt. Os americanos acreditavam que os gestaltistas tinham ido para o país protestando contra algo que já não estava em questão o que foi perigoso para a escola da Gestalt, pois os movimentos revolucionários precisam de algo a que se opor, a fim de sobreviver. Quando perceberam as tendências da psicologia americana, os gestaltistas encontraram um novo alvo — a escola reducionista e atomista do behaviorismo. Os gestaltistas alegaram que o behaviorismo, à semelhança da psicologia wundtiana, também lidava com abstracções artificiais. Os psicólogos da Gestalt também criticavam a negação behaviorismo da validade da introspecção e sua eliminação da consciência. Koffka alegava não haver sentido em desenvolver uma psicologia sem consciência, como os behavioristas tinham feito, porque isso reduzia a psicologia a uma mera colecção de pesquisas com animais. Com o tempo, os princípios gestaltistas foram absorvidos nas áreas da psicologia infantil, da psicologia aplicada, da psiquiatria, da educação, da antropologia e da sociologia. Além disso, alguns psicólogos clínicos combinaram a abordagem da Gestalt com a psicanálise. A tendência geral na psicologia americana tem sido considerar os ensinamentos dos psicólogos gestaltistas acréscimos interessantes e potencialmente úteis a outros sistemas, mas não como a base de um sistema abrangente. Para alguns psicólogos, a concepção da Gestalt permanece vital, e ela continua a estimular pesquisas. Já não tem o espírito combativo de uma revolução, mas os seus adeptos trabalham para aprimorar seus pontos básicos. A psicologia da Gestalt não foi totalmente absorvida pela corrente principal da psicologia americana, conservando uma identidade de movimento minoritário. Contudo tem exercido uma influência visível em muitas áreas da psicologia, incluindo a percepção, o pensamento, a aprendizagem, a personalidade, a psicologia social e a motivação.
O Que Parece Não É
Mulher Nova ou Mulher Velha
Cálice ou Duas Faces
Mulher ou Um Saxofonista
Olho ou Túnel Sem Fundo
Textos Teóricos Trecho de Gestalt Theory, de Max Wertheimer O material a seguir vem de uma palestra feita por Max Wertheimer na Sociedade Kant em Berlim, Alemanha, em 17 de Dezembro de 1924. Falando de psicologia, filosofia e ciências sociais, Wertheimer assinalou as diferenças entre uma abordagem total e uma abordagem que envolva a redução do objecto de estudo a elementos. Os pontos específicos discutidos incluem: (1) a definição básica de psicologia da Gestalt; (2) a abordagem wundtiana elementarista ou atomista da psicologia e a tentativa de Ehrenfels no sentido de acrescentar novos elementos; (3) exemplos da abordagem gestaltista das totalidades; (4) a natureza dos campos psicológicos, que são mais do que somas de sensações; e (5) a relação entre mente e corpo (os mundos espiritual e material) e a semelhança, em termos gestaltistas, entre os dois. O que é a teoria da Gestalt e o que ela pretende? A ―fórmula‖ fundamental da teoria da Gestalt poderia ser expressa da seguinte maneira: Existem totalidades, cujo comportamento não é determinado pelo dos seus elementos individuais, mas nos quais os processos parciais são eles mesmos determinados pela natureza intrínseca do todo. A teoria da Gestalt alimenta a esperança de determinar a natureza dessas totalidades. Com essa fórmula, poderíamos terminar, pois a teoria da Gestalt não é nem mais nem menos do que isso. Ela não está interessada em decifrar as questões filosóficas que semelhante fórmula poderia sugerir. A teoria da Gestalt está voltada para a pesquisa concreta; ela não é somente um resultado, mas também um dispositivo; não é apenas uma teoria sobre resultados, mas um recurso para descobertas ulteriores. Não se trata tão-só de propor um ou mais problemas; trata-se também de tentar ver o que de fato está ocorrendo na ciência. Não é possível resolver esse problema relacionando possibilidades de sistematização, classificação e organização. Se o quisermos abordar realmente, devemos ser orientados pelo espírito do novo método e pela natureza concreta das próprias coisas que estamos
estudando, dispondo-nos a penetrar naquilo que é efectivamente dado pela natureza... Tudo o que posso esperar numa discussão tão breve é sugerir alguns problemas que no momento ocupam a atenção da teoria da Gestalt e algo do modo pelo qual eles estão sendo abordados. Repetindo: o problema não se refere apenas ao trabalho científico — é um problema fundamental da nossa época. A teoria da Gestalt não é algo que nos caiu súbita e inesperadamente de cima; ela é, em vez disso, uma convergência palpável de problemas que envolvem todas as ciências e as várias concepções filosóficas dos tempos modernos. Examinemos, por exemplo, um dado evento da história da psicologia. Alguém, a partir de uma experiência viva, recorreu à ciência e perguntou o que ela tinha a dizer acerca dessa experiência; a pessoa encontrou grande número de elementos, sensações, imagens, sentimentos, actos de vontade e leis que regem esses elementos — e lhe disseram: ―Faça a sua escolha; reconstrua a partir deles a experiência que teve.‖ Esse procedimento criou dificuldades na pesquisa psicológica concreta e levou ao surgimento de problemas que desafiavam a solução pelos métodos analíticos tradicionais. Historicamente, o impulso mais importante veio de von Ehrenfels, que levantou o seguinte problema. A psicologia dissera que a experiência é um composto de elementos: Ouvimos urna melodia e, quando a ouvimos outra vez, a memória nos permite reconhecê-la. Mas o que será que nos permite reconhecer a melodia quando ela é tocada num novo tom? A soma dos elementos é diferente, mas a melodia é a mesma; na realidade, muitas vezes nem sequer percebe mos que foi feita uma transposição. Quando consideramos retrospectivamente a situação vigente, a nossa atenção é atraída por dois aspectos da tese de von Ehrenfels; de um lado, somos surpreendidos pelo carácter essencialmente somático da sua teoria e, de outro, admiramos sua coragem em propor e defender sua posição. Estritamente interpretada, a proposição de Ehrenfels era: eu toco uma melodia familiar de seis tons e emprego seis novos tons; mas você reconhece a melodia, apesar da mudança. Tem de haver alguma coisa mais do que a soma de seis tons, isto é, uma sétima coisa, que é a qualidade da forma, a Gestalt qualitativa, dos seis tons originais. É esse sétimo factor ou elemento que lhe permitiu reconhecer a melodia a despeito da transposição.
Por mais estranha que possa parecer, essa concepção partilha com muitas outras hipóteses, mais tarde abandonadas, a honra de ter visto e enfatizado com clareza um problema fundamental. Mas também foram propostas outras explicações. Uma delas afirmava que, além dos seis tons, havia intervalos — relações — e que esses intervalos é que permaneciam constantes. Em outras palavras, pedemnos que suponhamos não somente elementos como também ―relações entre elementos‖ como componentes adicionais do complexo total. Mas esse ponto de vista não deu conta do fenómeno porque, em alguns casos, também a relação pode ser alterada sem destruir a melodia original. Outro tipo de explicação, também voltada para sustentar a hipótese elementarista, foi de que contribuem para esse total de seis ou mais tons determinados ―processos superiores‖ que operam sobre o material dado a fim de ―produzir‖ unidade. Tal era a situação até que a teoria da Gestalt fez a pergunta radical: é de fato verdadeiro que, quando ouvimos uma melodia, temos uma soma de tons individuais (elementos) que constituem o fundamento essencial da nossa experiência? A verdade não será talvez o inverso disso? O que de fato temos, o que ouvimos de cada nota individual, o que experimentamos em cada ponto da melodia é uma parte determinada ela mesma pelo carácter do todo. Aquilo que a melodia nos dá não vem (mediante a influência de algum factor auxiliar) como um processo secundário da soma dos elementos como tais. Em vez disso, aquilo que acontece em cada parte individual já depende daquilo que é o todo. A carne e o sangue de um tom dependem desde o começo do papel desse tom na melodia... Faz parte da carne e do sangue das coisas dadas pela experiência (Gegebeahei ten), como, em que papel, e em que função elas estão no seu todo. Deixemos o exemplo da melodia e voltemo-nos para outro campo. Examinemos o caso dos fenómenos de limiar. Há muito se afirma que um certo estímulo produz necessariamente uma certa sensação. Segue-se que, quando dois estímulos são suficientemente diferentes, as sensações também o serão. A psicologia está repleta de cuidadosas investigações acerca dos fenómenos de limiar. Para dar conta das dificuldades que se encontram constantemente, supôs-se que esses fenómenos têm de ser influenciados por funções mentais superiores, juízos, ilusões, atenção, etc. E isso continuou até que se levantasse a questão radical: é realmente verdadeiro
que um estímulo específico sempre evoca a mesma sensação? Não será possível que as condições totais prevalecentes determinem elas mesmas o efeito da estimulação? Essa espécie de formulação leva à experimentação, e as experiências mostram, por exemplo, que quando vejo duas cores, as sensações que tenho são determinadas pelas condições totais de toda a situação de estímulo. Logo, o mesmo padrão de estímulo físico local pode dar origem a uma figura unitária e homogénea ou a uma figura articulada com partes distintas, todas elas dependentes das condições totais que podem favorecer quer a unidade quer a articulação. Evidentemente, a tarefa consiste em investigar essas ―condições totais‖ e descobrir que influências elas exercem sobre a experiência... O nosso ponto seguinte é o fato de o meu campo compreender também o meu Ego. Não há, desde o início, um Ego em confronto com outros, mas a génese de um Ego nos oferece um dos mais fascinantes problemas, cuja solução parece residir em princípios da Gestalt. Contudo, uma vez constituído, o Ego é uma parte funcional do campo total. Procedendo como antes, podemos, pois, perguntar: o que acontece com o Ego como parte do campo? Será o comportamento resultante o tipo de coisa fraccionada que o associativismo, a teoria da experiência e outras coisas parecidas nos fazem crer? Os resultados experimentais contrariam essa interpretação; e, mais uma vez, descobrimos com frequência que as leis dos processos totais que operam num tal campo tendem a um comportamento significativo de suas partes. Esse campo não é uma soma de dados sensoriais, e nenhuma descrição dele que considere esses elementos separados primários será correcta. Se fosse, para as crianças, os povos primitivos e os animais, a experiência não passaria de sensações fragmentadas. As criaturas mais desenvolvidas do que aquelas teriam, além de sensações independentes, alguma coisa superior e assim por diante. Mas esse quadro total é o oposto do que a pesquisa concreta revelou. Aprendemos a reconhecer as ―sensações‖ dos nossos manuais como resultados de uma cultural ulterior profundamente distinta das experiências dos estágios mais primitivos. Quem experimenta a sensação de um vermelho especifico nesse sentido? Aquilo a que o homem das ruas, as crianças ou os povos primitivos
costumam ter acesso é alguma coisa colorida, mas, ao mesmo tempo, estimulante, alegre, forte ou comovente — não ―sensações‖. O programa para tratar o organismo como parte de um campo mais amplo requer a reformulação do problema no que se refere à relação entre organismo e ambiente. A conexão estimulo - sensação tem de ser substituída por uma conexão entre a alteração nas condições do campo, a situação vital e a reacção total do organismo por uma mudança em sua atitude, impulso e sentimento. Há, no entanto, outro passo a ser considerado. Além de ser parte do seu campo, um homem é também um entre outros homens. Quando um grupo de pessoas trabalha junto, raramente ocorre, e, quando ocorre, só em condições multo especiais, que essas pessoas constituam uma mera soma de Egos independentes. Em vez disso, o empreendimento comum costuma tomar-se sua preocupação mútua, e cada uma delas trabalha como uma parte significativamente operante do todo. Considere mos um grupo de habitantes dos Mares do Sul engajados em alguma ocupação comunitária ou um grupo de crianças brincando. Apenas em circunstâncias muito particulares um ―Eu‖ se destaca sozinho. Então, o equilíbrio obtido no decorrer de uma harmoniosa e sistemática ocupação pode ser perturbado e dar lugar a um novo equilíbrio substituto (em certas condições, patológico)... A questão fundamental pode ser formulada de modo bem simples: são as partes de um certo todo determinadas pela estrutura interna desse todo, ou têm os eventos uma natureza independente, fragmentária, fortuita e cega, de modo que a actividade total seja uma soma de actividades parciais? Os seres humanos podem, é verdade, inventar uma espécie de física própria — por exemplo, uma sequência de máquinas — que exemplifiquem a última metade da nossa pergunta, mas isso não significa que todos os fenómenos naturais sejam dessa espécie. Eis aqui um ponto em que a teoria da Gestalt é menos facilmente compreendida; isso porque grande número de preconceitos sobre a natureza tem se acumulado ao longo dos séculos. Considera-se a natureza algo que tem leis essencialmente cegas, em que tudo o que acontece no todo é apenas a soma de ocorrências individuais. Essa concepção foi o resultado natural da luta que a física sempre teve de travar para se libertar da teleologia. Hoje, podese ver que somos obrigados a trilhar outros caminhos que não os sugeridos
por esse tipo de intencionalismo. Demos mais um passo e indaguemos: qual a posição disso tudo diante do problema do corpo e da mente? Que valor tem o meu conhecimento das experiências mentais de outra pessoa e de que maneira eu o obtenho? Há, com efeito, velhos dogmas estabelecidos sobre esses pontos: O mental e o físico são totalmente heterogéneos; há entre eles uma dicotomia absoluta. (Partindo disso, os filósofos desenvolveram uma série de deduções metafísicas destinadas a atribuir todas as boas qualidades à mente, reservando à natureza as odiosas.) No tocante à segunda questão, meu discernimento de fenómenos mentais em outras pessoas é explicado tradicionalmente como uma inferência por analogia. Interpretado estritamente, esse princípio afirma que alguma coisa mental se associa inexpressivamente com alguma coisa física. Observo o físico e infiro o mental a partir dele de acordo com o seguinte esquema: observo alguém pressionar um botão na parede e infiro que ele quer que a luz se acenda. Pode haver associações desse tipo. Contudo, muitos cientistas se sentiram perturbados por esse dualismo e tentaram salvar-se recorrendo a hipóteses deveras cimosas. De fato, a pessoa comum se recusaria violentamente a crer que, quando vê seu companheiro perplexo, assustado ou encolerizado, vê somente certas ocorrências físicas que em si mesmas (em sua natureza interior) não têm nenhuma relação com o plano mental, estando apenas superficialmente vinculadas com ele: você viu frequentemente isso e isso se combinou, etc. Têm havido muitas tentativas de contornar esse problema. Fala-se, por exemplo, de intuição, e diz-se que não pode haver outra possibilidade, já que eu vejo o medo do meu companheiro. Não é verdade, alegam os intuicionistas, que eu veja apenas as simples actividades corporais conjugadas inexpressivamente com outras actividades invisíveis. Por mais inadmissível que isso possa ser, uma teoria da intuição ao menos tem uma coisa em seu favor: ela mostra a suspeita de que o procedimento tradicional possa ser revertido com sucesso. Mas a palavra intuição é, na melhor das hipóteses, um nome daquilo que devemos nos esforçar por apreender. Essa e outras hipóteses, entendidas como hoje são, não farão progredir o empreendimento científico, visto que a ciência requer uma penetração fecunda, e não a mera catalogação e sistematização. Mas a
pergunta é: em que situação se encontra de fato a questão? Olhando com mais cuidado, descobrimos um terceiro pressuposto, o de que um processo como o medo é uma questão de consciência. Será isso verdade? Suponha que você veja uma pessoa amável ou volante. Alguém supõe que essa pessoa se sente piegas? É possível que ninguém possa acreditar nisso. A característica predominante desse comportamento pouca relação tem com a consciência. Uma das mais fáceis invenções da filosofia é identificar o comportamento real de um homem e a direcção de sua mente com sua consciência. Diga-se de passagem que, na opinião de muitas pessoas, a distinção entre idealismo e materialismo implica a que há entre o nobre e o ignóbil. Contudo, será que alguém de fato quer, com isso, contrastar a consciência com a alegre floração das árvores? De fato, o que há de tão repugnante no materialista e mecânico? E o que há de tão atraente no idealista? Será que isso provém das qualidades materiais das peças conectadas? Em termos gerais, a maioria dos manuais e teorias de psicologia, apesar de sua permanente ênfase na consciência, são muito mais ―materialistas‖, áridos e exangues do que uma árvore viva — que provavelmente não tem nenhuma consciência. A questão não é saber quais são os elementos materiais, mas qual é o tipo de totalidade. Operando em termos de problemas específicos, cedo se percebe quantas actividades corporais existem que não dão nenhum indício de urna separação entre corpo e mente. Imagine uma dança, urna dança cheia de graça e júbilo. Qual é a situação numa tal dança? Teremos uma soma dos movimentos físicos dos membros e uma consciência psíquica? Não. É claro que essa resposta não resolve o problema; temos de começar outra vez. E me parece que um ponto de abordagem adequado e promissor foi descoberto. Deparamos com muitos processos que, em sua forma dinâmica, são idênticos independentemente de variações no carate material dos seus elementos. Quando um homem é tímido, temeroso ou enérgico, feliz ou triste, com muita frequência é possível demonstrar que o curso de seus processos físicos é Gestalt idêntico ao curso seguido pelos processos mentais. Mais uma vez, posso apenas indicar a direcção do pensamento. Toquei na questão do corpo e da mente apenas para mostrar que os problemas que discutimos também têm seus aspectos filosóficos.
Isso nos leva mais perto de uma tentativa de apresentar uma concepção do problema tal como ilustrado por suas manifestações específicas em vários campos. Concluindo, posso sugerir uma certa unificação dessas ilustrações mais ou menos da seguinte maneira. Considero a situação do ponto de vista de uma teoria de agregados e pergunto: como deveria ser um mundo em que a ciência, os conceitos, a pesquisa, a investigação e a compreensão de unidades interiores fossem impossíveis? A resposta é óbvia. Esse mundo seria uma multiplicidade de peças díspares. Em segundo lugar, que tipo de mundo deveria haver a que uma ciência fragmentária se aplicasse? A resposta é de novo bem simples, pois basta-nos aqui um mero sistema de associações pareadas repetidas que sejam cegas e fragmentárias em termos de carácter, um sistema em que todas as coisas estão disponíveis para a aplicação dos métodos fragmentários tradicionais da lógica, da matemática e da ciência em geral, na medida em que estas suponham semelhante mundo. Mas há um terceiro tipo de agregado que só foi investigado superficialmente. Trata-se dos agregados em que uma multiplicidade não se compõe de elementos adjacentes, mas organizada de maneira tal que um termo em seu lugar nesse agregado é determinado pelas leis totais do próprio agregado. Pictoricamente: suponha que o mundo fosse um vasto tablado no qual há muitos músicos. Ando por ali ouvindo e observando os músicos. Suponha primeiro que o mundo seja uma pluralidade sem sentido. Todos agem como querem, cada qual por si mesmo. O que acontece quando ouço juntos dez músicos poderia ser a base da minha conjectura sobre o que todos eles estão fazendo, mas isso é apenas uma questão de acaso e probabilidade, tal como ocorre na cinética das moléculas de gás. — Uma segunda possibilidade seria que, cada vez que um músico tocasse dó, outro tocasse fá, x segundos depois. Eu formulo unia teoria de acoplamentos cegos, mas a execução como um todo continua sem sentido. É isso que muitas pessoas pensam que a física faz; mas o verdadeiro trabalho da física o desmente. — A terceira possibilidade é, digamos, uma sinfonia de Beethoven na qual pudéssemos seleccionar uma parte do todo e trabalhar a partir disso rumo a uma ideia do princípio estrutural motivador e determinante do todo. Nesse caso, as leis fundamentais não são elementos fortuitos, concernindo o próprio carácter do evento. “História da Psicologia” de Shultz (capítulo 12)
Principles of Gestalt psychology by Kurt Koffka (1935)
WHY PSYCHOLOGY?
Psychology is a very unsatisfactory science. Comparing the vast body of systematized and recognized facts in physics with those in psychology one will doubt the advisability of teaching the latter to anybody who does not intend to become a professional psychologist, one might even doubt the advisability of training professional psychologists. But when one considers the potential contribution which psychology can make to our understanding of the universe, one's attitude may be changed. Science becomes easily divorced from life. The mathematician needs an escape from the thin air of his abstractions, beautiful as they are; the physicist wants to revel in sounds that are soft, mellow, and melodious, that seem to reveal mysteries which are hidden under the curtain of waves and atoms and mathematical equations; and even the biologist likes to enjoy the antics of his dog on Sundays unhampered by his weekday conviction that in reality they - are but chains of machine-like reflexes. Life becomes a flight from science, science a game. And thus science abandons its purpose of treating the whole of existence. if psychology can point the way where science and life will meet, if it can lay the foundations of a system of knowledge that will contain the behavior of a single atom as well as that of an amoeba, a white rat, a chimpanzee, and a human being, with all the latter's curious activities which we call social conduct, music and art, literature and drama, then an acquaintance with such a psychology should be worthwhile and repay the time and effort spent in its acquisition. THE DILEMMA OF GERMAN PSYCHOLOGY OUT OF WHICH GESTALT THEORY AROSE.
To do this I shall revert for a moment to the origins of our theory and to the leading ideas of its first founder, Max Wertheimer. Rather, experimental psychology had carried on a feud with speculative psychologists and philosophers who, not without reason, belittled its achievements and claimed that mind in its truest aspects could never be investigated by scientific methods, by methods derived from the natural sciences. How could, so the argument would run, the laws of sensation and association, which then composed the bulk of scientific psychology, ever
explain the creation or enjoyment of a work of art, the discovery of truth, or the development of a great cultural movement like that of the Reformation? The facts to which these opponents of scientific psychology pointed and the facts which the experimental psychologists investigated were indeed so far apart that they seemed to belong to different universes, and no attempt was made by experimental psychology to incorporate the larger facts in their system which was erected on the smaller ones, at least no attempt which did justice to the larger. Weighing this situation in retrospect we are forced to take an attitude similar to that which we took with regard to the materialism-vitalization controversy. We must admit that the criticism of the philosophers was well founded. Not only did psychology exhaust its efforts in trivial investigations, not only had it become stagnant with regard to the problems it actually worked on, but it insisted on its claim that it held the only key to those problems which the philosophers emphasized. Thus the historian was right when he insisted that no laws of sensation, association or feeling pleasure and displeasure - could explain a decision like that of Caesar's to cross the Rubicon with its momentous consequences; that, generally speaking, it would be impossible to incorporate the data of culture within current psychological systems without destroying the true meaning of culture. For, so they would say, culture has not only existence but also meaning or significance, and it has value. A psychology which has no place for the concepts of meaning and value cannot be a complete psychology. At best it can give a sort of understructure, treating of the animal side of man, on which the main building, harboring his cultural side, must be erected. On the other hand we cannot disregard the attitude of experimental psychology. Its position was this: for ages psychology had been treated in the way which philosophers and historians claimed to be the only true one, with the result that it had never become a true science. Clever, even profound, things might have been said about men's higher activities by speculative philosophers and "understanding" historians, but all these dicta bore the stamp of their authors' personalities; they could not be verified and could not produce a scientific system. Science wants an explanation in terms of cause and effect, but the kind of psychology they opposed gave explanations in terms of motives and values. This, the experimental psychologists averred, was no explanation at all, whereas their work was concerned with true causal theories. If it failed at the moment to include the cultural aspects, it did so only because it was so very young. But a building had to be erected from the bottom and not from the roof. "Psychologie von unten" was their slogan. And there is much to be said for this attitude. If we believe that the sciences, natural and moral, are not merely a collection of
independent human activities, some players playing one kind of game, others another, but that they are branches of one all-embracing science, then we must demand that the fundamental explanatory principles be the same in all. The dilemma of psychology, then, was this: on the one hand it was in possession of explanatory principles in the scientific sense, but these principles did not solve the most important problems of psychology, which therefore remained outside its scope; on the other hand, it dealt with these very problems, but without scientific explanatory principles; to understand took the place of to explain. WERTHEIMER'S SOLUTION OF THE DILEMMA.
This dilemma must have been prominent in Wertheimer's mind even when he was a student. Perceiving the merits and faults of both sides, be could not join either, but he had to try to find a solution of this acute crisis. In this solution two principles could not be sacrificed: the principles of science and of meaning. And yet these very two were the origin of the whole difficulty. Scientific progress occurs very often by a re-examination of the fundamental scientific concepts. And to such a re-examination Wertheimer devoted his efforts. And his conclusions can be stated in a few simple words, although they demand a radical change of our habits of thought, a change in our most ultimate philosophy. To explain and to understand are not different forms of dealing with knowledge but fundamentally identical. And that means: a causal connection is not a mere factual sequence to be memorized like the connection between a name and a telephone number, but is intelligible. I shall borrow a simile from Wertheimer (1925) - Suppose we entered Heaven with all our scientific curiosity and found myriads of angels engaged in making music, each playing on his own instrument. Our scientific training would tempt us to discover some law in this celestial din. We might then set out to look for regularities of such a kind that, when .angel A has played do, angel C would play re, then angel M fa, and so on. And if we were persistent enough and had sufficient time at our disposal, we might discover a formula which would make it possible for us to determine the note played by each angel at each moment of time. Many philosophers and scientists would say that then we had explained the music of the heavens, that we had discovered its law. This law, however, would be nothing more than a factual statement; it would be practical, making prediction possible, but it would be without meaning. On the other hand, we might try to hear the music as one great symphony; then if we had mastered one part, we should know a great deal about 'he whole, even if the part which we had mastered
never recurred again in the symphony; and if eventually we knew the whole we should also be able to solve the problem which was resolved by our first attempt. But then it would be of minor significance and derivative. Provided, now, that the angels really played a symphony, our second mode of approach would be the more adequate one; it would not only tell us what each angel did at any particular moment but why he did it. The whole performance would be meaningful and so would be our knowledge of it. Substitute the universe for Heaven and the occurrences in the universe for the playing of the angels and you have the application to our problem. The positivistic interpretation of the world and our knowledge of it is but one possibility; there is another one. The question is: Which is really true? Meaning, significance, value, as data of our total experience give us a hint that the latter has at least as good a chance of being the true one as the former. And that means: far from being compelled to banish concepts like meaning and value from psychology and science in general, we must use these concepts for a full understanding of the mind and the world, which is at the same time a full explanation. THE COMMON PRINCIPLE IN THE PRECEDING DISCUSSION
We have discussed quantity, order and meaning with regard to their contributions to science in general and to psychology in particular. We extracted each of our categories from a different science, but we claimed that despite their different origins, they are all universally applicable. And as a matter of fact, in our treatment of the issues involved in each of our three categories - we have found the same general principle: to integrate quantity and quality, mechanism and vitalization, explanation and comprehension or understanding, we had to abandon the treatment of a number of separate facts for the consideration of a group of facts in their specific form of connection. Only thus could quantity be qualitative, and order and meaning be saved from being either introduced into the system of science as new entities, the privileges of life and mind, or discarded as mere figments. GENERALITY OF THE GESTALT CATEGORY Do we then claim that all facts are contained in such interconnected groups or units that each quantification is a description of true quality, each complex and sequence of events orderly and meaningful? In short, do we claim that the universe and all events in it form one big Gestalt?
If we did we should be as dogmatic as the positivists who claim that no event is orderly or meaningful, and as those who assert that quality is essentially different from quantity. But just as the category of causality does not mean that any event is causally connected with any other, so the Gestalt category does not mean that any two states or events belong together in one Gestalt. "To apply the category of cause and effect means to find out which parts of nature stand in this relation. Similarly, to apply the Gestalt category means to find out which parts of nature belong as parts to functional wholes, to discover their position in these wholes, their degree of relative independence, and the articulation of larger wholes into subwholes." (Koffka, 1931.) Science will find Gestalten of different rank in different realms, but we claim that every Gestalt has order and meaning, of however low or high a degree, and that for a Gestalt quantity and quality are the same. Now nobody would deny that of all Gestalten which we know those of the human mind are the richest; therefore it is most difficult, and in most cases still impossible, to express its quality in quantitative terms, but at the same time the aspect of meaning becomes more manifest here than in any other part of the universe.
http://www.gestalttheory.net/archive/koffka.html http://www.gestalttheory.net/archive/koffka2.html
AN OLD PSEUDOPROBLEM by Wolfgang Kรถhler
Why are the objects of the phenomenal world perceived as before us, outside of ourselves, even though today everybody knows that they depend upon processes inside of us, in the central nervous system? A psychologist will as a rule, immediately be able to give a simple solution to this curious problem. But that it is generally known may not be assumed. It is not only a philosopher like SCHOPENHAUER who uncritically accepts the erroneous premises implicit in that question and must then make the wildest assumptions to answer it. Many of the greatest physiologists, among them even Helmholtz, have failed to achieve full clarity on this question. MACH and AVENARIUS attempted to lead the scientific world away from the errors already implicit in the formulation of the paradox. But either their explanations remained little known, or they did not sufficiently elucidate the problem. For only a few years ago a well-known physician raised the question anew: "How is it that consciousness, which is bound to an organism, relates the changes in its sense organs to something located outside of itself?" All attempts to explain this "compulsion to project" appeared useless to him, for he felt that here is one of the eternal enigmas, related to the mind-body problem. It seems clear that this contemporary physician is not alone; rather he represents the majority of natural scientists. Students, at any rate even those of the natural sciences; always have to go through a sort of revolution in their picture of the world as they try to transform what appears so strange into a simple, transparent matter. Under these circumstances, it may indeed be worthwhile once more to correct in somewhat more detail the error inherent in this question. We have here a typical case of a difficulty which we create ourselves, in which we proceed on a correct line of reasoning for a while, but not consistently to the end. If new knowledge is gained in one area, while in a neighboring area an earlier stage of knowledge is inadvertently retained, contradictions must result. The path in the present case is directly determined by the development of physics from GALILEO and NEWTON on. Consequently, the way to discover and to eliminate the core of the difficulty that developed leads over this same road of natural science. Little would be gained if we tried to demonstrate by philosophical speculation that here must be an error, while science would find itself, just as before, led on its way to the same old paradox. The physics of the late baroque period destroyed naive realism. The objects which exist independently of the observer and are to be the subject
of scientific study could not possibly possess all the variegated characteristics which the phenomenal environment certainly shows. Thus the physicist subtracts many so called sensory qualities if he wants to extract what he considers the objective realities from the phenomenal manifold. I do not venture to judge whether the greatest minds of that time were immediately aware that much more is needed, namely a radical departure from the identity of phenomenal object and physical object. Sometimes it seems that for them the phenomenal object was simply the physical object itself, somewhat changed by all kinds of subjective trimmings, thus both basically still one and the same existence. Whatever the historical truth, after the elimination of the "secondary qualities," physics developed so rapidly that soon its way of thinking had to be applied to the relation between physical events and the organism. For example, whether a sound wave impinges on a violin string or on the human eardrum can, after all, make no difference in principle. From this moment on, there seems to be no escape from the paradox. Anatomy, physiology, and pathology teach us that about one point there can no longer be any possible doubt. The physical processes between object and sense organ are followed by further events which are propagated through nerves and nerve cells as far as certain regions of the brain. Somewhere in these regions processes take place which are tied to the occurrence of perception in general and, therefore, also to the existence of phenomenal objects. Thus a physical object which reflects light differently from its surroundings will be the source of a long series of successive processes of propagation and transformation through rather different media, until finally a complex of processes takes place which can be considered the physiological carrier of the corresponding phenomenal object. Now it would obviously be meaningless to identify with each other the starting point and such a late or distant phase of this sequence of events. Therefore this reasoning might well allow for similarities of some degree between the phenomenal object and its partner in the physical world; but in any case the two represent existences at least as different as the physical object and - in an entirely different spatial position - the brain process on which the existence of the phenomenal object directly depends. If I shoot at a target, nobody will claim that the hole in the target is the same thing as the revolver from which the bullet came. By the same reasoning, we may not identify the phenomenal object with the physical object from which the stimuli in question came. Under no circumstances has the phenomenal object anything to do with the place in physical space where the "corresponding" physical object is located. If it has to be localized at all at some point in physical space, then obviously it belongs most properly to that place in the brain where the directly corresponding physiological process takes place. It is immediately apparent that SCHOPENHAUER, HELMHOLTZ, the
above-mentioned physician, and everybody for whom this paradox exists would regard just such a localization of phenomenal objects and phenomenal qualities as the natural one. But instead, without any doubt, we have the phenomenal objects before us and outside of ourselves. We might be tempted to say that parts of the phenomenal world should not be thought of as localized in any place in the physical world as a matter of principle, since phenomenal and physical localizations are incommensurable. Therefore localization of a phenomenal object within the brain is also ruled out. But we should not make the answer to our question too easy. Such a purely negative statement certainly does not solve the problem before us. For the problem lies in the fact that phenomenal objects are localized in a definite position relative to our body, only not in it, but outside of it. Thus the simplest experience seems to contradict the epistemological argument just considered. One finds, therefore, among biologists and even philosophers, the assumption that the phenomenal object is somehow again withdrawn from the body into physical space and, wherever possible, precisely to the place of its physical counterpart ("compulsion to project"). Fantastic as such an idea may be, it is unfortunately not uncommon to find all kinds of hypotheses in psychology so confused that nobody would tolerate them in the natural sciences proper. There are surely also those who see in such an extraordinary achievement an expression of the superiority of mind over mere nature. As to the epistemological argument of the incommensurability of physic and phenomenal localization there is, however, this to say. Let us assume that it is absolutely correct and that, therefore, the total phenomenal world of a person is simply not definitely localizable anywhere in the physical world, because it is not possible even to conceive of the relative localization of phenomenal and physical facts. Then it follows that we may arbitrarily think of the totality of a person’s phenomenal world wherever in the physical world it would help our thinking. Such a procedure, if followed systematically, can never lead to an inconsistency precisely because, in fact, we are always dealing with the relative localization either of physical data or of phenomenal data among themselves, but never with localization of the one relative to the other. Now, according to our basic assumption, the totality of a person s perceptual world is strictly correlated with certain processes in his central nervous system. lt will then simplify our discussion and our terminology if, in what follows, we do not consider spatial relations of the phenomenal world as entirely separate from those in physical space, but think of the totality of the phenomenal world and its subdivisions as being mapped on those brain processes which certainly at
least correspond to them. After what has been said. this procedure will prejudice nothing. Whoever believes that he can cautiously avoid this assumption and prefers to conceive of the totality of the phenomenal world as permanently set apart in an incommensurable space, must reach exactly the same result, the same solution to the paradox which we will reach. And besides, I want to show that this solution succeeds entirely even if one maintains, with HELMHOLTZ and so many biologists, that phenomenal data "belong only to our nervous system." Phenomenal space everywhere offers examples of the relationship "outside one another." Next to my book, outside of it, is the pencil; still farther from both is the phenomenal object, the inkwell. This seems entirely natural to us. The only consideration required for the solution of our curious problem now consists in the fact that "my body," before which and outside of which the phenomenal objects are perceived, is itself such a phenomenal object along with others, in the same phenomenal space, and that under no circumstances may it be identified with the organism as the physical object which is investigated by the natural sciences, anatomy and physiology. Since at first, as long as this distinction is not yet obvious so that the pseudoproblem disappears, the situation is necessarily somewhat confusing, I shall explain it step by step. If I put my own hand next to the pencil and the inkwell, the hand reflects light and this stimulates my eye, exactly as the other two objects do. In that brain field which contains the physiological correlate of our perception - and, according to our assumption, also this perception itself - there thus occur not only two total processes corresponding to the external objects pencil and inkwell, but also a third process of generally exactly the same nature, connected with the appearance of the phenomenal object "hand." Nobody is surprised that the phenomenal object "pencil" is outside the phenomenal thing "inkwell." But it is no more astonishing that the hand as a third phenomenal object appears next to the other two and that, they in turn, appear outside of the hand. The processes in that brain field undoubtedly possess some properties on the basis of which perception in general is spatial; but also, more particularly, specific behavior of several brain processes corresponds to the phenomenal relations next to and outside of the respective phenomenal objects. If this particular behavior exists for the processes corresponding to pencil and inkwell, then in the case just discussed, it certainly does so in exactly the same way for both of these in their relation to the "hand process." Now, as I sit at my desk, besides my hand there is also visible in the more peripheral field a good portion of both arms and the upper part of my body. Obviously arms and body are phenomenal objects just as the hand or
the pencil and inkwell. They arise, physically and physiologically, in exactly the same way as the others, through retinal images and the ensuing processes in the nervous system; consequently they are subject to the same rules of relative localization as those objects. If there are understandable reasons why, under the conditions of our example, those other objects appear external to each other, then exactly the same reasons apply to their being external to my body as a phenomenal object. To enable us to see the situation still more concretely, we shall introduce an assumption which is certainly not entirely correct in this form and will need later correction. We shall assume that if two objects, such as pencil and inkwell, exist phenomenally side by side at a particular phenomenal distance, the corresponding brain processes simply exist next to each other at a particular distance, in short that phenomenal space and the spatial distribution of the directly corresponding processes in the brain field are, to some extent, geometrically similar or even congruent. Then consideration of the example just discussed shows that the complex of processes for my body as a phenomenal object is localized at a particular place in the physical brain field, that the processes for other phenomenal objects take place all around it, and that, because of the relative geometrical relationships of these processes, phenomenal objects must be next to each other everywhere in phenomenal space, and at the same time they must all lie outside of one (for me) especially important phenomenal object which I call my body. This is the first essential step to the solution of the paradox. If SCHOPENHAUER and many natural scientists after him were astonished by the "external localization" of phenomenal objects, the reason was only that they failed to apply to their own body an assumption which had become natural to them in considering other objects. For the body they retained the naive identification or confusion of physical and phenomenal object. But if we say some object is in front of "us," then what we mean by "us" is not the organism in the physical, physiological sense, but a phenomenal object among others which must show the same kind of localization relative to them as they have among themselves. And both, the other phenomenal objects as well as the "self" (in the everyday phenomenal sense) depend functionally on certain processes in one's own physical body; and likewise all relative phenomenal localizations depend on the distribution of these processes. Nobody has ever seen a phenomenal object localized relative to (outside of) his physical body. At this point the reader might still be slightly uneasy because now, to be sure, phenomenal objects are understandably outside of the phenomenal
self but still, according to our assumption, both of them exist inside our physical body. Later all doubts in this respect should disappear. But first an extension and a correction of what has been said so far are needed. An extension is necessary because our phenomenal world contains very much more than just visual facts. So far the discussion has been confined to the visual content of phenomenal space because we know, and are accustomed to this knowledge, that visual processes occur in orderly fashion in one connected physiological field. Therefore the arrangement of the visual phenomenal body next to other visual phenomenal objects is immediately convincing once we know that the phenomenal body may not be identified with the physical organism. Sound is also localized in phenomenal space but, in general, less precisely so. Likewise I feel the hardness of the table under my hands (as phenomenal objects), thus again in phenomenal space. An old controversy is concerned with the relations to vision of such phenomenal spatial data in other modalities. But in any case one fact is phenomenologically certain: Whether sharply or diffusely localized, sound appears to us in places of the same phenomenal space in which we see phenomenal objects (in the same or in different places). It is only because of this that I can say, for instance, "Just now I heard a rustling sound in the bushes over there," and thus relate the place of a sound to the position of a visually given phenomenal object. In just the same way I feel the hardness of the table for instance, somewhat to the left of the place where the phenomenal object pencil lies, and thus I localize a felt place in relation to a seen one. Anyone who is in the habit of letting his judgement about the facts of perception be determined by his knowledge of the peripheral sense organs may not at once agree at this point, since the organs of sight, hearing, and touch represent separate receptor surfaces, and certainly the primary regions of entrance of the respective nerves into the cortex are also separate from each other. But as to the first point, the two eyes are also two separate peripheral sense organs, the stimulation of which nevertheless unquestionably results in one connected visual phenomenal space. Furthermore, there is no good evidence at all for the assumption that the primary regions of entrance of the several sensory nerves are also the last stations of the sensory process. The alternative hypothesis would correspond much better with direct experience - that all sensory processes finally enter a field common to them all, and that here they interact according to their respective relations; this would be the basis for their localization in a single phenomenal space. This is the physiological version of a view which at one time was considered almost obvious, and which more recently has been advanced again by William STERN. It would be a bad argument if someone wished to object
that not infrequently discrepancies are observed between the localization of a sound and the position of the visual source of the sound, and that there are similar inconsistencies between the felt object and its seen form. The above assumption by no means implies that this could not happen; the observation of such a discrepancy indeed presupposes that acoustic location and visual location of the source of sound, that the tactual and the visual image, have in principle comparable characteristics since, in fact, I do compare the two. Normally, of course, not only does the localization of the phenomena of different sensory modalities take place in one and the same phenomenal space but also, at least by and large, whatever belongs together is perceived together; thus the locus of the sound and the locus of the source of the sound as a visual object coincide, etc. It is not essential for our question whether this approximate "fit" of the relative phenomenal localization of visual, auditory, and tactual objects is partly based on anatomy (as the unitary spatial order of seeing with the two eyes), or if an almost inconceivable amount of learning brings the locations of sounds, tactile objects, etc., into an approximately fitting relation to the unitary spatial order of the visual world, or if, finally, still other possible explanations might be considered. At any rate, this coordination of localization already exists very early in the life of the human being. And thus the other phenomenal data fit inte the one phenomenal context which was described first in its visual extension before the visually given bodyself. Therefore we may also conceive of the sensory processes of nonvisual origin as taking place in the same regions of the cerebral field where the corresponding visual process complexes take place (but see below). But a corresponding extension must also be made in regard to the phenomenal make-up of our bodily self. For it and its changing states, sensory data of nonvisual origin are undoubtedly even more important than its visual appearance which, for ourselves, always remains rather incomplete. Just as our phenomenal world is enriched by the sense of touch, but at the same time preserves to a high degree the correct correlation of visual phenomenal objects and tactile data in one phenomenal space, so what we perceive of ourselves through the sense of touch incorporates itself in and attaches itself, on the whole correctly, to the visual object, "our body." Into the same region of phenomenal space, again in proper context, a great deal of data are included which exist essentially only for one's own phenomenal body and its members, and about whose physiological foundations in sense organs of the skin, muscles, joints, etc., we are actually very poorly informed. These are what we experience even without looking: the phenomenal positions of our limbs, the felt tension or relaxation of extremities and parts of the body. In the consideration of the immediate phenomenal data, we need
continually to guard against slipping what is meant by these words into the physical-physiological states and changes in the corresponding regions of the physical organism. Obviously one of the most important groups of phenomenal data may not be forgotten, the one that concerns the change and motion of the phenomenal body and its limbs. It is well known that stimulation of the vestibular nerves gives rise, in a sense, to the purest perception of spatial dynamics. And all these states and events occur in and on the same phenomenal structure for which we have -phenomenologically quite properly - a single name, the self (in the everyday sense) without concerning ourselves with the enormous variety of different sensory inputs which, physiologically, contribute constantly to its make-up. This is again possible only because all these data, whatever their peripheral physiological source, may be ordered, in general, so entirely adequately in one structure of phenomenal space. The tension, which I just now feel in my right arm as I make a fist is localized in the structure which I experience visually as my right arm, etc. Again there is a conclusion to be drawn for brain physiology: the data from all these different sense organs contribute to the determination of one single segregated process complex, whose phenomenal correlate is called "self." Neither from considerations of brain physiology nor of phenomenology, therefore, does the "sensory heterogeneity" of the phenomenal self and of the phenomenal environment change anything of the fact that the one is surrounded by the parts of the other. There is then no reason whatever why the phenomenal environment should appear within the phenomenal self. This actually occurs only in special cases where it is a consequence precisely of the principle of normal appropriate organization of all sensory data in one phenomenal context: In taking food, I certainly perceive phenomenal objects, just now objects of the phenomenal environment, in the interior of the phenomenal body self that is to say, in the mouth - for a few minutes. But, of course, this has nothing to do with the paradox from which we started. It only means that in a unitary perceptual field (and, correspondingly, in a brain field of unitary structure) it is quite possible to have continuous shifts of a phenomenal image (and likewise of the underlying brain processes) from a surrounding area to a surrounded one (the complex of self processes). In addition to the above generalization of our considerations, from the visual facts only to perception in general, the solution of the paradox still requires the correction of a simplifying assumption which is not seriously tenable, but which has been made up to now. It is impossible that the spatial relationships in phenomenal space simply corrrespond to the geometrical relationships of their respective processes in the brain field. G. E. MĂœLLER pointed out a long time ago that this is not conceivable because, for example, visual space acts like a fairly uniform continuum,
while the corresponding processes of the brain field are anatomicallygeometrically distributed over the two hemispheres; and therefore, from purely geometrical considerations, something, like a gap or at least a gross disturbance of continuity would have to be brought about by this inhomogeneity of the geometrical distribution of the processes. The same thing follows from the irregular arrangement of blood vessels in the nervous tissue (also emphasized by MĂœLLER). Quite aside from such considerations, phenomenal space has a large number of characteristics which would be all together incomprehensible on the assumption that its structure and its articulation in each concrete case were determined by nothing but purely geometrical relations of individual local processes. The new psychology of perception has demonstrated beyond any doubt that only the functional distribution of processes, as well as gradations and articulations in such a context, can be regarded as the physiological basis of the phenomenal spatial order. Accordingly, the physiological theory of phenomenal space must be dynamic, not geometrical. The symmetry of a perceived circle, for example, would not depend on the mere geometrical relationships between the loci of independent individual processes, but on the fact that, in an extended whole process which underlies the visual circle, a corresponding symmetry of the functional context exists. A more detailed discussion would lead us too far from our topic. It will suffice if we show, by means of an analogy from elementary physics, how this changed assumption permits us also to solve those difficulties arising from the anatomical peculiarities. Let a three-dimensional network or lattice be formed from filiform conductors, such that the conductors may be considered the edges of many equal small cubes. Consequently, at the corners of each such cube six filaments are in electrical contact, while they are otherwise encased in insulating sheaths. If such a network is connected to the poles of a battery in a certain manner, then the distribution of the stationary current may, of course, be represented purely geometrically. But this is a rather superficial procedure, since purely spatial data mean very little for what takes place here, and since the distribution of the current must essentially be related to portions of the conductor. As far as geometry is concerned, the stationary distribution of current would be very different - it would be distorted - if the network were "bent," if some filaments were curved, etc. At the same time, however, in terms of length of conductor or amount of resistance, the distribution would be the same as before. Indeed, in these terms the distribution could still be considered the same even if some of the filaments (between two junctions) differed in length from the others but had the same resistance. Under these conditions there would certainly be considerable discrepancies between a description of the current in purely geometrical
coordinates and one (the only adequate one) in functional coordinates. For instance, in the latter terms a certain distribution of current would have to be characterized as "homogeneous" while its density per square centimeter would vary considerably from place to place. Since the distinction between functional and geometrical coordinates may be applied to other events, and thus must not be restricted to the case of stationary electrical currents, it may well be applied to the central nervous system and especially to that part of it whose processes underlie the spatial order of our perception. It is clear, then, that only functional coordinates may be used and that, therefore, the geometrical-anatomical position of the individual conducting structures and cells relative to each other becomes meaningless (a position partly determined by all kinds of secondary factors). With this step, the difficulties discussed by MĂœLLER disappear. As a very rough approximation we can, of course, still assume a correspondence of geometrical-anatomical and functional coordinates of the system. For functionally neighboring parts of the tissue are usually also geometrical-anatomical neighbors, and functionally very distant parts are also separated anatomically from each other by a certain distance in space. But this correspondence will not hold in detail and will not apply strictly. lt will be irrelevant for the understanding of the ordering of events in such a field since the functional distances are the only ones that really matter. Without this principle it is impossible to understand even the relation between visual ordering of space and the corresponding brain events. It is all the more necessary if we want to make comprehensible in physiological terms the fitting coordination of the phenomena of the various sensory modalities in one common space. (This needs to be considered in relation to the simplifying formulation above [2nd part].) But perhaps this point of view is most important for the understanding of the construction of the phenomenal self from such different sensory material. Again, it cannot seriously be maintained that in the brain region in question the corresponding process complex represents a kind of geometrical copy of the phenomenal body. For what matters are precisely the functional coordinates and these may be "distorted" in a great many ways. This correction of the relevant coordinate system will not in the least change the relative localization of phenomenal self and phenomenal environment. "Being outside" and the changing distance of phenomenal objects relative to the phenomenal body are again to be thought of as functionally determined only, as a gradation in the extended context of processes which the purely geometrical distributions reflect only very roughly.
After this, nothing at all remains of the paradox of the localization of our phenomenal environment around us. Whatever relative phenomenal localization may take place is determined by functional proximities and distances in the underlying nervous process distributions. The fact that in their totality these are contained within the meanings and the skull in no way enters into these functional connections. Therefore they could not possibly appear in our perception, whose spatial character, indeed, depends only on those functional connections. Only if, during the analysis, we shift from one kind of coordinate system to an entirely different kind, can we possibly still find difficulties here. If the phenomenal self depends on one process complex, the phenomenal environment on other such complexes, and if the relative phenomenal localization of the two corresponds to functional externality (just as two different phenomenal objects in the environment are outside of each other), then there is no problem left. I do not wish to give the impression that this discussion leads to nothing more than to the disappearance of the old paradox. So far the emphasis has been on the fact that, in general, separate localization of phenomenal environment and self is natural and necessary for consistent thinking. From a slightly different point of view, however, these same considerations lead, rather, to a functional equivalence and kinship of the phenomenal self and phenomenal objects, which again cannot be understood as long as this self is not recognized as a separate part of the phenomenal world. Physiologically, the self and the objects of the environment represent complexes of processes in one and the same brain field. It is by no means necessary, and not even likely that these process complexes are functionally entirely indifferent to each other. The psychology of perception is full of instances of mutual influences between the objects nd occurrences of the phenomenal environment. For example, forms, sizes, and directions of seen objects may be strongly influenced by a suitably chosen surrounding visual environment. Because objectively and physically these are nothing but independent and mutually practically indifferent objects, forms, or contours, because there is thus no corresponding influence outside the organism, these distortions are usually called "illusions." But psychology is coming more and more to realize that, physiologically in any case, this is a matter of true influences on visual process complexes by their neighbors in the field. After what has been said, it does not astonish that among the processes which underlie the phenomenal organization of space; more intimate functional connections exist than between the individual objects in physical space, whose forms, sizes, etc., are independent of each other under ordinary circumstances. Particularly striking influences are often observed in phenomenal space
when there are movements in the field. Everybody has noticed, for example, that the moon clearly moves in the opposite direction when clouds pass in front of it. This is called "induced" movement of a phenomenal object, and recently DUNCKER has been able to offer a satisfactory explanation of its remarkable properties. If, now, the phenomenal self belongs to the same interconnected field in which objects of the phenomenal environment can exert such an influence on one another, we may then expect that the same influence which is exerted, for instance, on the moon by the passing clouds may, under suitable conditions, also be exerted on the phenomenal self by vigorous movements of the phenomenal surroundings. Now, it is well known, and has even become a favorite amusement at country fairs, that obvious rotation of the visual environment leads regularly to rotation of the phenomenal self in the opposite direction, while the physical organism remains at rest. This phenomenon becomes, in principle, fully comprehensible if we consider the organization of the process complex which underlies the phenomenal self as part of the whole field of connected processes corresponding to everything phenomenal. This simple example shows particularly impressively that phenomenal space and the underlying physiological field structure have qualities which do not exist in the same way in physical space. In particular, there are dynamic relations between the process complex of the self and the environment processes in the brain field which have no correlate in any analogous causal connections between the physical organism and its physical environment. But if we have gone this far, to be consistent, we must go very much farther. For, considerations of continuity demand that every kind of behavior in which we are directed toward a part of the environment will have to be understood as the expression of a vectorial state or event between the momentary process of the self and the environmental process in question. Depending on the actual characteristics of the two which, of course, always determine such a vectorial state, very different directions may occur. Such psychological facts as "attending to," "feeling attracted or repelled by," "hesitating before something," etc., occur in experienced space as directed from a phenomenal object to the self or vice versa. If one wants to be consistent, these will have to be incorporated in the schema outlined here of a correspondence between phenomenal order and functional connections in the brain field. But a more concrete development of this idea is hardly possible without also treating the phenomena of memory; it would therefore lead us too far from our problem. http://www.gestalttheory.net/archive/kohl1.html http://www.gestalttheory.net/archive/kohl2.html http://www.gestalttheory.net/archive/kohl3.html
Bibliografia e Infografia http://www.gestalttheory.net/archive/kohl1.html http://www.gestalttheory.net/archive/kohl2.html http://www.gestalttheory.net/archive/kohl3.html http://www.gestalttheory.net/archive/koffka.html http://www.gestalttheory.net/archive/koffka2.html ―História da psicologia moderna‖ de Shultz