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Cidade de Goiás – Patrimônio da Humanidade
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o processo de inscrição da cidade de Goiás para obter o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, foi elaborado um Dossiê de candidatura. Nele foi utilizado uma visualidade posta da imagem considerada patrimônio, num processo de apagamento da memória dos outros referenciais da história local. Durante esse processo, foram determinados os referenciais da memória que ganharam alegoria visual, de modo que o patrimônio refletisse objetos, coleções, monumentos e expressões artísticas que remetiam à colonização europeia, deixando à margem os espaços não vistos, longe do centro histórico, o que “produziu” silenciamento de parte da memória construída além das barreiras do centro histórico. Todavia, o patrimônio da comunidade está em todos os lugares, sendo necessário compreender o que não está posto, os espaços não ouvidos, espaços marginalizados, como os existentes na cidade de Goiás, cuja
história não foi construída apenas pelos “conquistadores”, como também, e sobretudo, pelos que aqui viviam, como os indígenas e os africanos. A memória cultural desses povos constitui elemento essencial para a construção da identidade do povo goiano. Um dos mecanismos para análise dos espaços “esquecidos” dentro do campo das visualidades é a educação patrimonial de forma que o educando possa compreender a construção da ideia do patrimônio na cidade de Goiás, que vai além daquilo que foi “tombado”. Nessa perspectiva, é necessário que se discuta a sensibilização dos estudantes em relação às questões das visualidades presentes no patrimônio cultural, buscando implementar ações educativas para estimular a comunidade a apropriar-se de seus bens culturais tangíveis e intangíveis, integrando-os às suas vidas e ao seu cotidiano.