Contos e Poemas - Melancolia Bucólica

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Contos & Poemas Melancolia Bucólica ao Divino Amor à Esperança de te

Wandeson Ricardo


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Contos & Poemas – Melancolia Bucólica ao Divino Amor à Esperança de te 2013 Wandeson Ricardo (AnĝeloH4qr-Li)

Contos & Poemas – Melancolia Bucólica ao Divino Amor à Esperança de te de Wandeson Ricardo da Silva é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Não Adaptada.

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A

gradecimentos

Agradeço a Deus por cada dia e saúde e a toda família e amigos pelo apoio e também a todos aqueles que dispuseram-se a baixar este pequeno livro. Que Deus abençoe a todos nós e nos ilumine trazendo-nos sabedoria, saúde, amor e paz. Paz e amor a todos! Energias positivas!

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E

m memรณria de,

Em memรณria de Tio Dede e de todos aqueles que adentraram o plano espiritual, que a divina luz esteja a iluminar todos e que Deus abenรงoe todos nรณs e traga conforto a familiares e amigos.

Deus lhe abenรงoe! E que Sua luz esteja ao seu lado a guiar-lhe caro leitor.

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Sumário Prefácio.....................................................................................11 Poemas...........................................................................................14 Ĉiu Via Amo..............................................................................16 Princesa dos lábios negro como a noite....................................17 Divino Amor, Brilho Eterno Ao Luar.......................................19 Cântico de Glória Mãe Terra.....................................................20 Colapso.....................................................................................23 Madura Melancolia...................................................................25 Eterno Descansar......................................................................26 Desejos Dum Descansar...........................................................27 Rainha Morte............................................................................28 Teu Seio....................................................................................29 Sonhos de Insônia.....................................................................30 Sutil Amor.................................................................................31 Madrugada Fria Vazia...............................................................32 Oração Poética -Divina Rosas do Amor...................................33 Oração Poética - Belíssima Dadiva o Amar..............................34 Solidão e distorção....................................................................35 Pedaços ao Ventre da Mãe Terra...............................................36 Lúgubre.....................................................................................38 Rainha do Pássaro da Morte ....................................................41 Flores Místicas .........................................................................42 Freyja, Husky mais Bela...........................................................43 Contos............................................................................................45 9


A Pequenina Invisível ..............................................................47 Flores e lágrimas ......................................................................49 Sabedoria Bucólica e a Deusa dos Bosques Gaya....................52

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Prefácio

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s noites e os dias por vezes inspiradores e solitários,

ver-se na escrita um belo refúgio e possibilidades de viver-se realidades alternativas impossíveis de serem vividas em uma sociedade materialista e superficialistas. Amores e paisagens com os quais poder-se-ia viver e vê-los em sonhos tão perfeitos sublimes e doces. Mas em fim de sonhos não passam apenas projeções para da realidade fugir-se em frente a fria parede de aço de nossa tão rude e brutal sociedade em fim melhor é manter-se vivos sonhos que como analgésicos acalmam nosso espirito. “O que é há de errado!?” Pode proferir alguém, mas a resposta longe está. Entre caminhos tortos tentando descrever sentimentos e visões de um mundo distorcido as vezes se perdemse nesta enebriante e fugaz tentativa. Trago aqui minhas visões, impressões e sonhos não vividos e talvez, de todo o certo, a angustia que afligi-nos nesta sociedade...

Wandeson Ricardo (AnĝeloH4qr-Li) 11


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Poemas

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Ĉiu Via Amo Mia soleca kaj trista koro, sen vi, mia animo estas malplena, plena de la malgajeco. Mia animo bezonu de vian amon, ĉiu via amo, ke okupu mian animon. Ĉiuj larmo de mia animo, mia trista koro, sen vi, mia trista koro bezonas de vin.

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Princesa dos lábios negro como a noite Sob sombras, nas quais perco-me sem te, tão longe, sob a escuridão, ouço sussurros em uma mórbida noite, te perco. Ouço as batidas fugazes, d'um melancólico coração, um que jaz em silêncio mas ecoa ainda em minh'alma já não tão presente. Espírito que perdido se sente em devaneios profundos de déjà-vu intenso penso quão fugaz és que perco-te. Corro, o ar parece pesar, e como grilhões a esfacelar meus pulmões, minha traqueia, laringe 16


d'um cansaço interminável desmaio. Realidades e sonhos se misturam, psicodélicos como nuvens de fumaça, embebiam-se em denso nevoeiro de cores e perfumes, revolvo-me, tua face tão doce e pálida cujos contornos suaves avisto em minh'alma todo meu interior conclamam-te. Deliram-se todos os sentidos, sem aparente sentido algum, te perco a face ao escuro da noite tão sombria. Mas o doce e gélido brilho de teus negros lábios, enxergo e aos meu lábios sinto tocar, e o frio cadavérico de tua doce alma à minha adentrar. És que após seus lábios tocar, sinto que a mim a morte já pode levar.

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Divino Amor, Brilho Eterno Ao Luar Sois eterno, transcendes e alimentas alma, dadiva sois, como ar, tão necessário sois ao coração, mesmo que o ar faltasse ao pulmão, minh'alma teu amor teria e para sempre viveria. Duma eterna existência ao lado de te estou. Oh! Amor dadiva sublime por entre os campos, e o ar bucólico que meus pulmões preenche, à te ofereço todas as rosas, e a noite dar-te-ei as estrelas sob o brilho da lua. Oh amor sublime! Divino sois. Não tens idade e nem conheces limites, sois meu ar e minha espada, a energia que me move.

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Cântico de Glória Mãe Terra Cantos das melodias, doces à Mãe Terra celebram, e sobre seu seio nosso pranto enxuga. Divindades cantam, celebram, nos alimentando da Grande Mãe, à Deus damos glória em altar, amor à Mãe Terra, nossa glória.

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Sir James Campos verdes onde brotava a fartura, hoje repousam minhas lรกgrimas. O Senhor James sempre contou-me, onde o perigo estava, fluia o rio que meus prantos levam, hoje uma guitarra chora lembrar do antigos, e meus versos ao vento caem.

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Sob a Chuva Os curtos dias duma alegria qual nĂŁo sinto, vejo todos Ă cantar, a fogueira parece nunca apagar, e assim permanece a melancolia, sob as sombras da morte. Cantar uma vida que nunca vivi. Chorar e ouvir uma melancolia que eterna em mim cai.

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Colapso Uma sociedade em colapso, profundo coma. Obcecado capital vendem suas almas, choram mães frente ao muro de aço. Nesse sistema famílias e Deus não há espaço, as colunas à ruírem, não há amor só melancolia em ilusões, mortes, o vazio...

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Brotar Escuridão a brotar em uma morta sociedade, caem-se o corpos, choram as mães. A sociedade o destrói, corroê su'alma e coração. Versos a uma Sociedade Alternativa, dita loucuras são, dum que espera Nova Era, num'Alternativa Sociedade.

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Madura Melancolia Na ausência do amor, faz-se frio um coração. Vazio, sem amor, jaz um coração morto pela dor, duns preceitos, e uma belíssima amada que ao seu lado não está, chorando está um maduro amor, pelo qual estar-se à sonhar.

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Eterno Descansar As vezes a questionar o por qual motivo continuar, sem a lugar algum chegar. Porque seguir, sem ter para onde ir, sem ao menos sorrir. A o ar faltar, pela espera de nos braços da Mãe Terra eternamente descansar...

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Desejos Dum Descansar Eterno descansar, desejo dalma repousar, fuga duma sociedade a beira de colapsar. O já não respirar, eterno desejo de descansar, a morte, uma fuga da medíocre sociedade, que já morta está.

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Rainha Morte Rainha que docemente meu nome chama, só, perdido a vagar, a espera de meu ultimo suspirar e ao ventre da Mãe Terra retornar. O ar se vai, o amor nunca liberdade verá, tão pouco alegrar-se-á pois os lábios duma amada não conseguirá tocar.

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Teu Seio Quedas, profundas melancolias, dia após dia. Vivendo sob a brisa do amor, que as vezes nem sopra. Triste brisa que não vêm, só chora um coração que as dor do mundo já não suporta. Em teus seios repousar, sob o amor.

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Sonhos de Insônia Esqueço-me os dias, dias que me perco à sonhar, dormindo ou acordado, voam os pensamentos, perdidos em tristes noites de insônia. Triste insônia que nos persegue, a beira dum colapso nos vemos. Só vendo triste o tempo passar.

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Sutil Amor Amor cujos olhares se cruzam, Belíssima dádiva de Deus, está no ar, que necessito respirar. Nossas almas cruzam-se, doces lábios tocam-se. Tristezas amenizam-se, pois o amor brota, e como rosas florescem.

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Madrugada Fria Vazia Noites longas, insônia, vazias num frio cortante. Não pode-se respirar, um pesado e gélido ar, tão pouco consegue-se amar, e largado à solidão sem o ar de seu pulmão, um coração sem pulsar, se vai ao adeus.

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Oração Poética - Divina Rosas do Amor Sob a noite gélida, teu amor suplico, sob bênçãos de Deus, inspira-nos o amor. Belíssima dadiva, oh, Deus abençoai-nos com todo teu amor, elevai-nos a alma, com tal puro amor, de bênçãos enchei-nos.

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Oração Poética - Belíssima Dadiva o Amar Divino amor, puro sem receios, divina criação a preencher noss'alma, tão puro amor com o qual abençoa-nos, aliment'alma que faminta estava, e aquece um melancólico coração que frio estava. Dadiva o amar belíssima é, por Deus todos amados, preenchidos com um sentimento tão puro, que não pode ser negado. Em todo seu explendor, amar, amar, as belas criações admirar, a Mãe Terra, e ver Deus em todas elas, e sentir a alma próxima vendo o amor brotar e semear-se por toda parte. 33


Solidão e distorção Vejo figuras se metamorfosearem-se, a plena solitária distorção, sem alguma emoção em uma sociedade vazia de sentimentos, que vazia de amor está. A solidão acompanhada, total distorção, vivendo embebido em ilusão, preso aos grilhões que a sociedade impõe. O Ser embriaga-se em sua próprias criações, perde, esquece o amor. Afoga-se em dor, as cores que cintilam, seus brilhos perdem, enquanto fechamos o coração, sem amor se vai uma vida. Chorão se os corações, afogando a alma que de te necessita, sem amor jorram os prantos d'alma perdida na escuridão. 34


Pedaços ao Ventre da Mãe Terra

À cada dia uma parte de mim se vai, menor estou, e o vazio aumenta, em meio a perdas, continua-se, viagens ao ventre da Mãe Terra, o reencontro divino. Além dos mares mais distantes, à face de Deus, o poder, vejo teu doce amor, que à um coração partido à cada dia, enxuga as lágrimas, e levanta-me como uma deusa. Caminhamos ainda feridos, mas as mãos estendidas estão, sinto-te perto como o amor de Deus, ela tão presente e inalcançável, minh'alma conforta. Oh! Amor sentimento divino, 35


como uma deusa despertas meu coração, que quase já não bate. Sois a flor cujas pétalas suaves ao vento carregadas, a esperança espalham com sublime perfume e paz, paz à noss’alma, confortas.

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Lúgubre Es um lúgubre lugar distante, onde jazem todos os sonhos perdidos e psicodélicos, onde futuro não há, onde sonhos se perdem, escondem-se em nuvens de melancolia, devaneios de realidades. Es o mórbido ar que se não respira, que em minh'alma se debatem, surpreendes-me em tanta obscuridade, como brilho, centelha de amores antigos, em vidas passadas, não mudam, vivem-se, em lúgubres sociedades inalteradas, amores. Amor e pesares como os de te emanam, mesmo por eternidades, 37


distâncias as quais não se avistam, sinto-te, tão perto, suave como brisa, cortante como afiadas laminas, fugazes, tão belas e esplendorosas, transmutam-se, corroem, sublimam. Em uma morta sociedade, onde os mais podres crimes jazem, vejo-te, por detrás de teu negro véu. Oh! Dama da noite, que com teu véu, encobre esta sociedade maldita, já decrepita, e a embala nos sonos mais profundos, como um moribundo, em pesadelos se perdem. Já não se erguem, se perdem. Oh! Bela dama, que não deixa cair-me só, que acalentas me com teus doces lábios, 38


já tão pálidos, lembrando-me de tempos vindouros, onde reluzem o brilho, brilho d'um amor puro e verdadeiro, que flui de tu'alma, e à sociedade faz brotar rosas, rosas dos mais doces e suaves perfumes. Não deixes entre os fios finos, que transpassam o já inexistente ser, deste imenso organismo que agora agoniza, e como um moribundo, dias melhores espera, que a beira da morte está, agoniza e teu nome clama, tão só morrer.

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Rainha do Pássaro da Morte Rainha que dormi as sombras, cujo brilho do mórbido ar, minh'alma escraviza em seus negros lábios, como um pássaro da morte que toca-me o coração. Eu sua face não encontrei, rosto do amor, sagrado, meu espirito embriaga, desejos dos quais não alimentarei, em um distante lugar, tão distantes de mim. Sem seu pálido rosto morro, sem os doces lábios tocar-te, sentindo-os, sem ao meu espirito tocar, sinto a morte se aproximar.

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Flores Místicas Dançam sutilmente tão belas, místicas, Seu perfume parece lhe acompanhar, sob o entardecer e luz d'um sol poente, Encantam como seu encanto, tão místico e doce. Florescem tão singelas, tranquilas O soprar do vento, as pétalas, parecem cantar sua ternura parece as almas aquecer. Cantam, encantam, uma tão doce sinfonia, conduzidas ao vento, parecem dançar como se ao retornar d'uma jornada, mística, como um ser, eterno, segui com o amor que floresce, e em seus campos acalmam minh'alma. Tão divinas, flores místicas.

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Freyja1, Husky mais Bela Vazio gélido, ao longe o amor, ouço os uivos distantes. Oh! Freyja doce companhia, não mas o doce e gélido frio da Sibéria, tão só, ao ver-te livre nos bosques correr, por entre árvores, mesmo perdendo-te de vista, bela husky siberiana, ouço teus uivos melodiosos e latidos como se algo houvesse encontrado. Amigos fieis, doces companhias, tão perto à natureza o teu espirito, ouço os pássaros e a chuva que cai, por entre árvores escorrer, gotas tão suaves ao chão tocar. Cânticos da natureza ecoam, como sinfonias em total harmonia, com tua doce companhia, melodiosos uivos, 1 Freia (Freyja nórdico antigo) segundo mitologia nórdica é a deusa do amor, da fertilidade, das flores. http://pt.wikipedia.org/wiki/Freyja

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chamo-te, ouço-te. Perco-me na tão natural magia dum frio verde de outono, com tua sublime companhia, o brilhos de teus olhos azuis, e teu pêlo macio dum cinza azulado e branco, d'alma um encanto. Ao respirar dum tão doce ar, ver o brilho bucólico dum outono, nossos pulmões adentrar preenchendo noss'alma com positiva energia de Gaya, adorada Mãe Terra, e ver Freyja à uivar em consonância com a natureza estar, e a harmonia sentir, e preencher-se alma neste eterno harmonizar.

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Contos

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A Pequenina Invisível

Em um dia frio sob um céu cinzento uma menininha brinca com sua pequena e magra boneca – ela, a boneca, não está tão diferente da menininha – vestida com pequeninos pedaços de tecidos costurados como modestos retalhos. Tão ingênua, a pequenina brinca na calçada suja pela lama e o lixo jogado por transeuntes que por lá passavam ignorando-a totalmente como se a mesma ali não estivesse. Largada a sua frente vê-se algo que de certo aos olhos da multidão – que à passos ligeiros, como se corresse atrás de algo que nunca alcança-se – parece-se mais com um saco de lixo do que uma pessoa. – Olha mãe eu arrumei ela pintei-a o cabelo; dizia a menininha com seu sorriso angelical e ingênuo. E em sua doce ingenuidade a menininha, não entendia a pressa com a qual as pessoas passavam ou quando alguém passava e dizia “mulher preguiçosa, largada na calçada a essa hora do dia...”. A menininha em sua ingênua brincadeira chutava uma pequenina pedra com sua boneca como se chuta-se uma bola de futebol. E ali a menininha continuava dia após dia, noite após a 46


noite. Sob um céu cinzento, melancólico como um funeral, sem ver os raios do sol ou sob a noite gélida como a morte sem estrelas alguma. Até um dia cair em um sono tão profundo que não mas acordou. Dias depois não estavam mais lá. E enquanto a multid passava em sua frenética corrida, ninguém percebera sua ausência assim como não notavam sua presença. (Publicado no natal de 2011 em meu blog http://www.ptcnovelo.blogspot.com. Como uma forma de contestação valores materialistas e superficiais de nossa atual sociedade que muitas vezes fecha os olhos diante das injustiças.)

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Flores e lágrimas O vento soprava sobre as flores que acabaram de acordar dando as boas vindas sob um frio ameno com ventos sutis e delicados. Viam-se crianças brincarem e correrem por entre os pequenos jardins enquanto pequeninos animais corriam para esconderem-se. Sentado em um banco, marrom madeira com pequenas listras pretas e pés pretos, estava um senhor que lia calmamente seu jornal. Ele possuía uma expressão cansada e sutilmente melancólica. Com sua barba por fazer e um olhar distante e vazio o senhor refletia sobre o que lia e sobre a vida. Seus pensamentos distantes pareciam inundar-se de melancolia e perderem-se sob tempestades. – Não entendo … Ao longo de minhas décadas de vida. Sinto-me em um eterno déjà-vu. Dizia o senhor de aparência humilde. Uma pequena menina que brincava próximo a um pequenino jardim percebera a aparência e expressões melancólicas do senhor solitário que estava a ler um jornal. Sem ele perceber ela pegou um pequeno conjunto de flores azuis, amarelas e vermelhas e caminhou até ele. Logo o senhor percebeu pequeninos pezinhos 48


logo a sua frente por debaixo do jornal. Ao colocar o jornal sobre o banco notou que ela sorria-lhe. – Oi... Disse a menina. – Olá... Respondeu o senhor com uma voz delicada e distante. – O senhor está triste? Ele ficou em silêncio a refletir sobre o que dizer a uma menina tão pequena e inocente. Não podia falar-lhe sobre os males da humanidade, a estupidez humana e suas guerras. Mas antes que pudesse pensar em algo a menina que fitava-lhe surpresa e sem entender o jornal sobre o banco, falou. – Pra o senhor. Disse ela com sua pureza e inocência. – Obrigado… Disse ele após pequeno silêncio com a voz engasgada quase a chorar. Após a menina se afastar uma lágrima tímida correu-lhe os olhos pela face já maltratada pelo tempo. Ele acostumara-se a questionar sobre a razão de se viver e de continuar neste mundo e ao observar uma pequena flor branca deixada pela menina sobre o jornal lembrando-se do brilho dos olhos da pequenina. Ele sorriu. Sorriu como se houvesse encontrado algo pelo qual havia procurado durante décadas sem sucesso. Sorria como uma criança. Levantou-se do banco e seguiu por um pequeno caminho florido 49


deixando para trรกs seu jornal que era carregado pelo vento. Que levarรก junto consigo sua melancolia e o desejo de partir e descansar o sono eterno que sempre imaginarรก desde sua juventude.

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Sabedoria Bucólica e a Deusa dos Bosques Gaya Caminhava por bosques de densas névoas, o estalar dos galhos pelo caminhar de divindades bucólicas a guardarem mágicos segredos de antigas e centenárias árvores e antigos povos pareciam entoar-se em cânticos contando antigos saberes. Conduzido por uma suave e doce voz a revelar o caminho por entre centenárias árvores, ouvindo-se ao longe o uivar dos lobos. Ouvindo cânticos cada vez mais próximos. Aproximar-me por detrás de uma árvores de pau-brasil eu via mulheres cada quais com rosas a cantar e dançar reverenciando a Mãe Terra. Mas és que se me revela logo ao lado sob sombra de uma árvore cujos frutos maduros caiam ao chão. Eram mangas das mais doces e brilhantes. Logo o Ancião convida-me a sentar e ofereceme a bela fruta, apontando para as mulheres que cantam e dançam com sua voz suave diz me. – Olhe todas as mais belas moças, porque não houvera ou haverá nada além da beleza que emana da essência, quem puder enxergará tais belezas e delas encantar-se-ão. 51


– Porque dançam e cantam? Pergunte-lhe timidamente em meu desconhecer de tais rituais. Mas tão logo antes responder-me tomou um fruto da gentil árvore que abençoava-nos com sua sombra e o cantar de suas folhas ao vento magicamente a combinar-se com os cânticos das mulheres que lá estavam e à mim estendeu como que dissestes toma, és as dadivas da Mãe Terra – Gaya – e tão logo disse: – És as dadivas por toda eternidade celebrada, uma divindade, como tal, obra prima de um deus criador de todas as coisas. Tão logo concluíra sua sábia lição, disse me: – Somos todos parte de um todo, como cada parte que confere saúde e juventude à teu corpo meu jovem, observais mais e verás... muito além do que teus olhos puderam enxergar... Caminhes, e verdes. Tão rápido concluíra seus sábios ensinamentos caminhou por entre as árvores e não o mais vendo mesmo ele em seu calmo e lento andar que revelava o peso da idade continuei sob a sombra da árvore de tão divino fruto o qual estava a saborear. Mas ao fim dei me conta, ao sentir um doce perfume da 52


Mãe Terra e sua suave brisa tocar-me o rosto da maravilha que me cercava... És que repentinamente diante de mim salta uma mulher a cantar e que puxando-me pela mão convida-me com seu gesto à dançar... Divino é seu sorriso tão calmo e doce que sinto minh'alma por instante desprender-se de meu corpo e de todas as preocupações e ilusões que antes me afligiam... – Cante o mais belo a natureza, cante o divino celebrar, seu puro ar, seu pulmão preencher-se e su'alma acalmar. Sinto em seu respirar o mais doce perfumar, a essência, o mais belo, o profundo amar... E não queiras mais minha mão soltar, mantenha-me perto do seu coração, e continues a celebrar, a divindade da Mãe Terra, e toda gratidão lhe dar.

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Cantava ela sem minha mão soltar... parecia como que nas nuvens caminhar... e seguia-se a melodia sem fim... seguia-se... sentido-se o doce ar... – Glórias a Mãe Terra, glórias ao Criador, por nada deixar faltar...

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Wandeson Ricardo AnÄ?eloH4qr-Li http://www.wanartsci.blogspot.com

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