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CLÍNICA AKASA

CLÍNICA HOLÍSTICA DE REPOUSO PARA TRATAMENTO DE DOENÇAS PSICOMENTAIS EM JOÃO PESSOA - PB WANESSA JAQUELINE CINTRA SOUZA UNIPÊ | 2020


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA ARQUITETURA E URBANISMO

WANESSA JAQUELINE CINTRA SOUZA

CLÍNICA HOLÍSTICA DE REPOUSO PARA TRATAMENTO DE DOENÇAS PSICOMENTAIS EM JOÃO PESSOA - PB

Trabalho de conclusão de Curso de Graduação em Arquitetura e urbanismo do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, em cumprimento às exigências institucionais para obtenção do título em Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Me. Fhillipe Germano Bezerra.

JOÃO PESSOA I 20 20


S729s

Souza, Wanessa Jaqueline Cintra. Clínica holística de repouso para tratamento de doenças psicomentais em João Pessoa – PB /Wanessa Jaqueline Cintra Souza. - João Pessoa, 2020. 85f. Orientador (a): Prof. Me. Fhillipe Germano. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Arquitetura Holística. 2. Terapias alternativas. 3. Saúde mental. I. Título.

UNIPÊ / BC

CDU - 721


AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pelas infinitas bênçãos que vem me proporcionando e por ter me guiado nesse lindo caminho que tem sido a minha vida. Sou infinitamente grata aos meus pais, Antônio e Madalena, por me apoiarem nessa jornada louca e me darem tanto suporte em ser livre e me deixar voar para outros lugares para realizar meus sonhos. A meus irmãos, Andrezza e Anderson, por acreditarem nas minhas ideias loucas e me ajudarem no momentos mais difíceis. A minha avó Floriza, que é um anjo na vida de qualquer pessoa que ela se faz presente. Aos meus tios, primas e padrinhos, que me ajudaram de alguma forma nessa minha jornada insana que foi a graduação, e sempre que eu precisava estavam lá independente do que fosse. As minhas amigas Alexandra e Talita, que moraram comigo durante a graduação, que aguentaram meus surtos, a maioria das vezes, com muita paciência e o carinho e respeito que tivemos por todo esses anos. Aos meus amigos de infância, Alexandre, Marcielly, Kelvia, Igor, Felipe e Lucas que me alegraram em momentos de tristeza, por me incentivar, me apoiar e dar força nos momentos mais difíceis. Aos meus professores da AGV, Vitor e Gabi, por todo o apoio e força que me deram durante todo esse longo e cansativo processo que foi o TCC. Ao meu orientador Fhililipe Germano, pela paciência e todos os ensinamentos compartilhados durante a graduação, e a todos os professores que conheci e me ensinaram algo. Aos meus amigos que vou levar para vida que fiz durante a graduação, Amália, Lucas, Filipe, Rafaella e José Matheus, que me ensinaram tanto, foram tão generosos comigo. Sou muito grata por tudo.


RESUMO Em busca pelo bem-estar das pessoas e pela melhor forma de cuidar da saúde, de maneira a encontrar o equilíbrio para enfrentar as dificuldades diárias, este trabalho tem como objetivo realizar um anteprojeto voltado para a Arquitetura Holística e conceber um espaço baseando-se nos princípios da mesma, onde as pessoas possam ter uma proximidade com a natureza. O anteprojeto surgiu da necessidade de um espaço com métodos integrativos que auxilie no tratamento dos transtornos mentais comuns leves e moderado, uma vez que esses transtornos vêm crescendo a cada ano. Nesse sentido, através da análise bibliográfica sobre o tema, estudo de viabilidade do lote escolhido e pesquisa in loco, foi possível desenvolver o anteprojeto da Clínica AKASA, que tem como objetivo identificar as práticas Integrativas que serão oferecidas, oferecer meios para melhoria da qualidade de vida através do bem-estar físico e mental, e utilizar conceitos e estratégias da arquitetura regional que propiciem a integração com a natureza. Ele será voltado para aqueles que desejam reencontrar o equilíbrio e saúde através de terapias que levem em consideração o ser humano de forma global, tratando o corpo e mente de forma integrada. Palavras-chave: Arquitetura Holística, terapias alternativas, saúde mental.

ABSTRACT Looking for the well-being of people and for a better way of to take care of health, in order to find the balance to deal with the daily difficulties, this article aims to make a preliminary draft directed to Holistic Architecture and conceiving a space created on its values in which people can be closer to nature. This project came from the necessity of a space with integrative methods for helping with light and moderate common mental disorders’ treatment once their numbers are increasing every year. Thus, through the bibliographic analysis about the theme, the viability study of the chosen lot and the in loco research, it was possible to develop the AKASA Clinic’s preliminary draft which goal is to identify the integrative practices that will be offered, providing means for the improvement of life quality through mental and physical wellbeing, and also using the concepts and strategies from regional architecture that concede the integration with nature. This project will be aimed at those people that wish to regain their health and balance through therapies that can treat body and mind in an integrated way, taking into account the human being as a whole. Keywords: Holistic Architecture, Alternative therapies, mental health.


LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: Rede CAPS...........................................................20

FIGURA 17: Pátio interno -Centro Psiquiátrico Friedrichshafen....

FIGURA 38: Diagrama de locação e ventilação.........................56

FIGURA 61: Salão 02.............................................................69

FIGURA 2:Pintores renascentistas mostravam através de suas

..........................................................................................37

FIGURA 39: Diagrama volumetria..........................................56

FIGURA 62: Piscina e restaurante...........................................70

telas a técnica da trepanação ...............................................24

FIGURA 18: Circulação-Centro Psiquiátrico ............................37

FIGURA 40: Buda Karana.......................................................57

FIGURA 63: Academia...........................................................70

FIGURA 3: Hospital Psiquiátrico Bethlem Royal - Londres/

FIGURA 19: Refeitório -Centro Psiquiátrico.............................37

FIGURA 41: Roda do Darma...................................................57

FIGURA 64: Área da Piscina...................................................71

Inglaterra, primeiro hospital psiquiátrico da Europa ..............25

FIGURA 20: Centro Maggie de Oldham....................................37

FIGURA 42: Diagrama volumetria..........................................57

FIGURA 65: Deck para meditação – 01....................................72

FIGURA 4: ‘Não para o asilo dos pobres’ escrito em Italiano,

FIGURA 21: Sala toda em madeira Centro Maggie de Oldham...38

FIGURA 43: Diagrama volumetria..........................................58

FIGURA 66: Deck para meditação – 02....................................72

Hospital .............................................................................26

FIGURA 22: Planta baixa Centro Maggie de Oldham.................38

FIGURA 44: Diagrama circulação vertical................................59

FIGURA 67: Varanda funcionários..........................................73

FIGURA 5: Hospício Pedro II, Gravura de Victor Frond .............26

FIGURA 23: Cortes esquemáticos Centro Maggie de Oldham....39

FIGURA 45: Acessos..............................................................59

FIGURA 68: Varanda pacientes...............................................73

FIGURA 6: A depressão está entre as mais comuns e avassaladoras

FIGURA 24: Spa Aigai............................................................39

FIGURA 46: Diagrama – estrutura..........................................60

FIGURA 69: Estúdio pilates....................................................74

doenças psiquiátricas...........................................................27

FIGURA 25: Área da piscina Spa Aigai.....................................39

FIGURA 47: Brises parte interna do pátio................................61

FIGURA 70: Consultório individual – 01..................................75

FIGURA 7: Relacionamento saudável com o corpo e prevenção

FIGURA 26: Recepção Spa Aigai.............................................40

FIGURA 48: Brises parte externa da edificação........................61

FIGURA 71: Consultório Individual – 02..................................75

dos transtornos alimentares.................................................28

FIGURA 27: Diagrama Spa Aigai.............................................40

FIGURA 49: Texturas utilizadas no projeto..............................61

FIGURA 72: Quarto acolhimento............................................76

FIGURA 8: A dependência de qualquer substância psicoativa, ou

FIGURA 28: Mapa de localização do lote.................................44

FIGURA 50: Fachada – 01.......................................................64

FIGURA 73: quarto acolhimento ............................................77

seja, que altere os comportamentos, é chamada de dependência

FIGURA 29: Mapa de localização do lote.................................44

FIGURA 51: Fachada – 02.......................................................65

química...............................................................................28

FIGURA 30: Terreno proposto................................................45

FIGURA 52: Fachada – 03.......................................................65

FIGURA 9: Óleos essenciais para aroma terapia.......................30

FIGURA 31: Terreno proposto................................................45

FIGURA 53: Fachada – 04.......................................................66

FIGURA 10: Sala de tratamento usando cromoterapia.............30

FIGURA 32: Mapa de Macrozoneamento.................................45

FIGURA 54: Fachada – 05.......................................................66

FIGURA 11: Sala de arte terapia.............................................30

FIGURA 33: Mapa Atributos Naturais......................................46

FIGURA 55: Fachada e varandas.............................................67

FIGURA 12: Sessão de Reiki...................................................30

FIGURA 34: Mapa Uso e Ocupação do Solo..............................46

FIGURA 56: Fachada – 06.......................................................67

FIGURA 13: Tratamento com Acupuntura...............................31

FIGURA 35: Mapa Sistema Viário............................................47

FIGURA 57: Hall....................................................................68

FIGURA 14: Sessão de meditação...........................................31

FIGURA 36: Carta solar e diagrama de condicionantes climáticas.

FIGURA 58: Sala de espera....................................................68

FIGURA 15: Centro Psiquiátrico Friedrichshafen.....................36

..........................................................................................47

FIGURA 59: Copa..................................................................69

FIGURA 16: Implantação Centro Psiquiátrico Friedrichshafen..36

FIGURA 37: Fluxograma........................................................52

FIGURA 60: Salão – 01...........................................................69


LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS TABELA N° 1: Aspectos do antigo e novo paradigma ..................................... 32 TABELA N° 2: Resumo dos projetos correlatos............................................... 40 TABELA N° 3: Usos de lote, Zona Turística 2................................................... 45 TABELA N° 4: Vagas de estacionamento......................................................... 45 TABELA N° 5: Programa de necessidades - Administrativo............................ 50 TABELA N° 6: Programa de necessidades - Apoio........................................... 51 TABELA N° 7: Programa de necessidades – Saúde e bem estar..................... 51

LISTA DE SIGLAS CAPS MS OMS PASM PICS PNPIC SMS SRT SUS TOC UPA USF

Centro de Atenção Psicossocial Ministério da Saúde Organização Mundial da Saúde Pronto Atendimento de Saúde Mental Práticas Integrativas e Complementares Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares Secretária de Saúde Serviços de Residência Terapêutica Sistema Único de Saúde Transtorno Obsessivo-compulsivo Unidade de Pronto Atendimento Unidade de Saúde da Família


LISTA DE MÚSICAS

QR CODE

Rag’n’Bone Man - Lay My Body Down

Linkin Park – Numb

Amy Winehouse – Rehab

Kesha – Playing

Jess Glynne - Don’t Be So Hard On

Logic, Alessia Cara e Khalid - ‘1-800-273-8255’

Yourself

U2 - Beautiful Day

Rachel Platten - Fight Song

MGMT - Time to pretend

Labrinth - All For Us

Foo Fighters - Times Like These

Supercombo - Amianto

Billie Eilish - Everything i wanted

Emicida part. Majur e Pabllo Vittar -

Pink - F*nk perfect

AmarElo

Beyonce - Pretty hurts

Lady Gaga - 911

Avicii - SOS

Green Day - Still Breathing

Sandy -Tempo

Imagine Dragons – Demons

Birdy - People help the people

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01

INTRODUÇÃO

02

3.1 ANÁLISE DE PROJETOS CORRELATOS 3.2 CENTRO PSIQUIÁTRICO FRIEDRICHSHAFEN 3.3 CENTRO MAGGIE DE OLDHAM 3.4 AIGAI SPA

INTRODUÇÃO 20

REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A PSICANÁLISE E PSICOLOGIA 2.2 LUTA ANTIMANICOMIAL 2.3 SOBRE OS TRANSTORNOS 2.4 TERAPIAS ALTERNATIVAS 2.4.1 TERAPIAS CLASSÍCAS 2.5 A ARQUITETURA HOLISTICA

24 25 27 29 29 32

04

CN

REFERENCIAL PROJETUAL

DIAGNÓSTICO DA ÁREA 4.1 ÁREA DE INTERVENÇÃO 4.2 BAIRRO JARDIM OCEANIA 4.3 LOTE 4.4 DIAGNÓSTICO DO ENTORNO 4.5 ANÁLISE CLIMÁTICA

44 44 44 46 47

36 36

05

37 39

PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

06

RF

50

CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO

O PROJETO O PROJETO

64

80

REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS

52

PROPOSTA ARQUITETÔNICA 6.1 ZONEAMENTO 6.2 VOLUMETRIA E CIRCULAÇÃO 6.3 ACESSOS AO EDIFÍCIO 6.4 SISTEMA ESTRUTURAL 6.5 ESQUADRIAS E MATERIALIDADE

07

CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS

PROGRAMA DE NECESSIDADES E DIMENSIONAMENTO 5.1 FLUXOGRAMA

UMÁRIO

03

56 57 58 59 60 61

AP

APÊNDICES APÊNDICES

84


01

INTRODUÇÃO

A lei da mente é implacável.O que você pensa, você cria; O que você sente, você atrai; O que você acreditaTorna-se realidade. BUDA


INTRODUÇÃO O presente trabalho aborda através da arquitetura holística, a elaboração de um anteprojeto de uma clínica de repouso para a cidade de João Pessoa, auxiliando no tratamento de doenças e transtornos mentais, tendo como foco a depressão e a ansiedade. Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), o número de casos de depressão cresceu 18% entre 2005 e 2015. Apenas metade daqueles que precisam de tratamento psiquiátrico recebem ajuda, e quadros depressivos são as principais causas de suicídio no mundo (TUCHLINSKI C, 2018). No Brasil, ainda segundo a OMS (2017), quase 6% da população, no total de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com a depressão, e cerca de 800 mil pessoas estão na estatística do suicídio a cada ano. Segundo o Ministério da Saúde em 2015, 18,6 milhões de pessoas sofriam com transtorno de ansiedade no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). Transtornos mentais são disfunções do funcionamento da mente, que afetam as pessoas em qualquer idade, e são provocados por alterações no sistema nervoso central. Existem vários tipos de transtornos mentais, os mais comuns incluem depressão, transtorno de personalidade, ansiedade, entre outros (FARIA C, 2019). Historicamente as décadas de 1980 e 1990 foram de reflexões sobre o funcionamento da assistência psiquiátrica no país, para rever o papel do hospital psiquiátrico, utilizando princípios dos direitos humanos dos usuários e proporcionar o convívio com o meio comunitário. Segundo dados de 2013, da Coordenação Nacional da Saúde Mental, a desospitalização dos portadores de transtornos mentais é contínua. Entre 2002 e 2012 houve uma diminuição de leitos psiquiátricos de 51.393 para 29.958 e uma redução do percentual de

gastos com a rede hospitalar de 75,24% para 28,91%. Por outro lado, a quantidade de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) subiu de 424 para 1.981 e o percentual de gastos extra hospitalares aumentou de 24,76% para 71,09%. Em 2018, na cidade de João Pessoa, são disponibilizados quatro Centros de Atendimento Psicossocial, Caps III – Gutemberg Botelho, Caps AD – Rangel, Caps Caminhar e Caps I – Infanto Juvenil Cirandar, Unidade de Acolhimento Infantil - R. Morise de Miranda Gusmão Cristo Redentor e as residências terapêutica Paraíso e a residência terapêutica Nosso Lar, além do Pronto Atendimento de Saúde Mental –Pasm (PREFEITURA DE JOÃO PESSOA, 2018).

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OBJETIVOS

Diante desse contexto nacional e local esse trabalho tem como objetivo principal desenvolver um projeto de arquitetura, em nível de anteprojeto, de uma clínica de repouso para tratamento de doenças psicomentais utilizando-se das diretrizes das terapias holísticas, de caráter privado na cidade de João Pessoa - PB. Como objetivo especifico de esclarecer questões sobre os transtornos mentais, como também abordar a importância de um espaço que auxilie no tratamento dos pacientes e das práticas holísticas. Disponibilização de uma arquitetura que permita uma integração com a natureza.

METODOLOGIA

PESQUISA DOCUMENTAL Foram realizadas análises nas Clínicas de repouso e nos CAPS. Utilizar sites de órgãos que oferecem dados estatísticos, como o site do IBGE e MINISTÉRIO DA SAÚDE, além de informações obtidas na Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba. INSTRUMENTOS QUE SERÃO UTILIZADOS Algumas normativas que envolvem o setor federal foram consultadas para que a construção do presente trabalho fosse feita. Pode-se exemplificar a Cartilha Direito à Saúde Mental do Ministério da Saúde, o livreto Política Nacional de práticas integrativas e complementares do SUS e a Lei da Reforma Psiquiátrica. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Foram estabelecido diretrizes que nortearam o desenvolvimento do anteprojeto, baseadas na análise das referências projetais e nos estudos de caso, bem como em dados e conceitos levantados por meio dos estudos bibliográficos. Elaboração de um programa de necessidades, com a criação de um dimensionamento, através da setorização dos ambientes, visando atender as diretrizes funcionais da proposta. Escolha da área de intervenção e o respectivo terreno para a inserção do equipamento proposto, e análise de informações legais que auxiliam na compreensão do lugar e finalmente a elaboração da proposta.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Figura 1:Rede CAPS. Fonte: Ministério da Saúde, 2004.

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Como uma forma alternativa para os transtornos mentais as terapias holísticas são formas de tratamento que se concentra na recuperação de uma maneira abrangente. O tratamento holístico é uma resposta ao que algumas pessoas veem como uma abordagem mais reacionária à saúde a tendência de tratar apenas os sintomas, em vez de encontrar e tratar a causa raiz ou abordar uma confluência de múltiplos fatores contribuintes. Muitas pessoas que acham que a medicina tradicional fracassou, recorreram à medicina holística, na esperança de que seus médicos entendam a natureza complexa de sua doença, e se aprofundem na fonte da questão direcionando o tratamento para toda a pessoa, não apenas aos sintomas óbvios (LAUTIERI A, 2019).

As referências de pesquisas bibliográficas serviram de base prática e teórica para a elaboração do anteprojeto da clínica de repouso, foram elas: teses, dissertações, livros e artigos publicados, seguindo orientação de pesquisa das seguintes palavras-chaves: Saúde Metal, Holística, Clínicas psiquiátricas. CAPÍTULO 01

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02

REFERENCIAL TEÓRICO

Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é agora. BUDA


2 REFERENCIAL TEÓRICO No referencial teórico será abordado temas que foram essenciais para o embasamento e elaboração da proposta, o primeiro trata-se da Contextualização das doenças mentais e um pouco sobre elas. Será abordado também a importância da arquitetura holística e a concepção de uma arquitetura com um novo paradigma. 2.1 A PSICANÁLISE E PSICOLOGIA A ciência que se conhece como Psicologia, pode ser determinada em dois períodos diferentes; que segundo Schultz e Schultz (2015), é no século V a. C., onde estudava o comportamento humano, discutido nesta época por filósofos, como Platão e Aristóteles, com o Mito da Caverna e o Princípio da não Contradição. Respectivamente a Psicologia só foi reconhecida de fato como ciência em meados do século XIX. Ao falar-se da psicologia e psicanalise, sempre remete-se a Freud, que foi uma das mentes mais controversas e emblemáticas da sua época. Suas teorias ajudaram a constituir o ponto de vista mais comum acerca de várias das questões que a Psicologia ainda discute e estuda, como por exemplo: a personalidade, a sexualidade, o inconsciente, os sonhos, dentre outros (SCHULTZ E SCHULTZ, 2015). A psicanálise é um campo de atuação clínico e teórico que independe da Psicologia que tem origem na medicina, de acordo com Souza (2010). A psicanálise pode ser considerada como um modelo de cunho teórico, descritivo e explicativo de mecanismos e processos que dizem respeito à “alma” humana (SOUZA, P. C. 2010). A psicologia surge no âmbito da filosofia e na ciência o que reflete em várias definições. É muito conhecida como o estudo da mente. Alguns preferem referir-se a uma vida mental, um conceito aparentemente menos estático do que mente. A Psicologia seria a ciência da vida mental (Harzem & Miles, 1978). 24

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Para entender as reformas psiquiátricas é preciso compreender um pouco sobre a loucura, a partir dela se começou o interesse pela psicanálise. Nem sempre foi uma doença passível de diagnóstico, tratamento e cura, ou ainda um erro passível de correção e punição. Asilos, hospícios e manicômios, eram os nomes para designar as instituições que visavam abrir, recolher e dar algum tipo de assistência para os loucos. Na idade média a loucura era vista como experiência trágica, ela recebia uma explicação mística e na era moderna algo que precisava ser afastado de todos (VALENTE A, 2007).

loucos por serem os excluídos do Reino de Deus assim como os bruxos. No Renascimento, as práticas de perseguição só pioraram, os loucos seriam os vagabundos, devassos, enfermos, presidiários, alquimistas, homossexuais, prostitutas, deficientes, idosos e órfãos. Eles eram abandonados como uma forma de higienização social (FURTADO CINTIA, 2018). Na era moderna entre os séculos XVII e XVIII, segundo Amarante (2003), caracterizou-se por três fenômenos: a urbanização, a estruturação do Estado e industrialização. Essas transformações provocaram uma série de transformações na Europa, como o aumento da pobreza e de mendigos, se deu a criação e disseminação de instituições que tinham como função abrigo. O Hospital Real de Bethlem, localizado na cidade de Londres, foi o primeiro hospital psiquiátrico conhecido na Europa; passou a receber pacientes por volta de 1337, onde eles recebiam um tratamento considerado cruel e desumano. O Hospital mudou a sua sede diversas vezes, por volta de 1700, os considerados “lunáticos” que eram tidos como pacientes, recebendo um trato desumanizado; além de, neste século haver o costume por parte das pessoas, de ir a Bethlam observá-los (ANDREW, et al. (2013).

Figura 2: Pintores renascentistas mostravam através de suas telas a técnica da trepanação. Fonte: Melkberg, 2018.

A partir do século XVI, a loucura irá basear-se na máxima “penso, logo existo” de Descartes, a humanidade passa a ver o louco como alguém desprovido de razão e distante da verdade¹. O racionalismo irá separar a sabedoria da loucura. Não era uma questão moral, de conduta, de certo ou errado (FOUCAULT,2014). Na Idade Média, os loucos herdavam os mesmo espaços onde os leprosos eram exilados e abandonados até a sua morte, os hereges os que eram contrários aos dogmas da Igreja, a instituição que dominava todos os saberes da época, também eram considerados

Figura 3:Hospital Psiquiátrico Bethlem Royal Londres/Inglaterra, primeiro hospital psiquiátrico da Europa Fonte: Universidade Federal de Ouro Preto, 2011.

Somente no século XX, após a Segunda Guerra, as críticas e as denúncias de desumanidade e maus tratos nos hospitais psiquiátricos vão crescer exigindo mudanças e reformas na estrutura do tratamento psiquiátrico. As preocupações governamentais geradas pelos índices de cronicidade das doenças mentais, com sua consequente incapacidade social. Assim, aparece a psiquiatria social, mudando o campo da atuação da psiquiatria da doença mental para a saúde mental. 2.2 LUTA ANTIMANICOMIAL Várias transformações e medidas começaram a ser tomadas a partir da década de 1960 quando, o movimento conhecido como “Luta Antimanicomial” iniciou-se no Hospital Psiquiátrico de Gorizia na Itália, onde psiquiatras presenciaram uma serie de atrocidades, abusos e negligências contra os pacientes, e decidiram promover dentro do hospital uma série de mudanças práticas, que trouxeram contribuições teóricas, no tratamento das pessoas internadas no Hospital (BEZERRA JR, et al. 1992). A reforma psiquiátrica propunha que não bastava trocar o local de tratamento, mas mudar a forma de conceber a problemática da loucura, do cuidar, pensar e lidar com ela. Segundo Amarante (2003), eles faziam uma crítica ao modelo manicomial, propondo uma outra forma de entendimento e psiquiatria, abordando de forma crítica e dialética.

¹Na filosofia de Descartes, a loucura vê-se privada do direito a alguma relação com a verdade. CAPÍTULO 02

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Figura 4: ‘Não para o asilo dos pobres’ escrito em Italiano, Hospital Psiquiátrico de Gorizia na Itália. Fonte: CENAT, 2018.

Da mesma forma que na Europa, no Brasil em certo momento da sua história também transformou o louco em um problema a ser tratado. No período colonial, as doenças mentais eram tratadas de duas formas: os pobres viviam nas ruas ou eram internados na Santa Casa da Misericórdia, onde ficavam presos nos porões, enquanto os doentes de grande poder aquisitivo eram isolados em suas casas. Pressionado pelas denúncias da sociedade e dos médicos, D. Pedro II cria o Hospício D. Pedro II, inaugurado em 1852. O local ficou conhecido como “Palácio dos loucos.” Com a degradação do atendimento, em 1890, surgem às primeiras críticas de intelectuais sobre os hospícios brasileiros (CCS, 2017).

Mas foi apenas no ano de 1992, que aprovou-se em vários Estados brasileiros as primeiras leis que visavam substituir os leitos psiquiátricos por uma rede que fosse integrada para a atenção da Saúde Mental, e desta maneira, políticas públicas realizadas pelo Ministério da Saúde com diretrizes da Reforma Psiquiátrica começaram a ganhar forma. Os anos 1990 facilitaram esse processo, já que foram os anos de implantação do Sistema Único de Saúde (SILVA, 2003). A primeira normatização do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS veio através da portaria SNAS N° 224, de Janeiro de 1992. Assim começaram a ser definidos como sinônimo dos Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS). Após aprovação da Lei 10.216/01 o ministério da Saúde publicou novos instrumentos legais que regulamentavam o funcionamento dos CAPS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Segundo o Ministério da Saúde (2018), os Ambulatórios Multiprofissionais de Saúde Mental oferecem serviços compostos por médico psiquiatra, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, enfermeiro que atuam no tratamento de pacientes que apresentam transtornos mentais.

Figura 5: Hospício Pedro II, Gravura de Victor Frond. Fonte: Monografia, FLÁVIA Ana, 2018.

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A reabilitação psicossocial é um conjunto de ações que buscam o melhoramento, a inclusão e o exercício de direitos de cidadania de pacientes e familiares, diante a criação e o desenvolvimento de iniciativas articuladas com os recursos do território nos campos do trabalho, habitação, educação, cultura, segurança e direitos humanos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). A cidade de João Pessoa, Paraíba, município onde será proposto o projeto da clínica de repouso, conta com quatro CAPS, disponibilizados pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, com o intuito de prestar assistência à população. Segundo dados da Prefeitura de João Pessoa em 2014, mais de 4,8 mil pessoas estavam cadastrados como pacientes (PREFEITURA DE JOÃO PESSOA, 2014). A Capital conta ainda com clinicas particulares psiquiátricas e psicológicas, a maioria localizada na zona Norte e nenhuma clínica de repouso com tratamentos naturais. 2.3 SOBRE OS TRANSTORNOS Transtornos mentais são disfunções no desempenho da mente, que chegam afetar pessoas em qualquer idade e, comumente, são provocados por complexas alterações do sistema nervoso central. Existem vários tipos de transtornos mentais, que são classificados em tipos, e alguns dos mais comuns que são aqueles relacionados à ansiedade, depressão, alimentação, personalidade ou movimentos, por exemplo. Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras

atividades importantes (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSCIATION. MANUAL DE DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICA DAS PERTURBAÇÕES MENTAIS, 2014 a, p.20).

Desses transtornos a depressão altamente prevalente na população em geral é definida como o estado de humor deprimido que persiste por mais de 2 semanas, com tristeza e perda do interesse ou do prazer nas atividades, podendo ser acompanhada de sinais e sintomas como irritabilidade, insônia ou excesso de sono, apatia, desregularidade no peso, falta de energia ou dificuldade para se concentrar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Segundo a OMS, nos últimos dez anos o número de pessoas com depressão aumentou 18,4%, isso corresponde a 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. No Brasil, 5,8% dos habitantes sendo a maior taxa do continente latino-americano sofre com a doença. Em relação à ansiedade, o Brasil também lidera, com 9,3% da população. As mulheres sofrem mais com a ansiedade: cerca de 7,7% das mulheres são ansiosas e 5,1%, deprimidas. Já entre os homens, o número cai para 3,6% nos dois casos.

Figura 6: A depressão está entre as mais comuns e avassaladoras doenças psiquiátricas. Fonte: Flix, PORTILHO Carolina, 2018 CAPÍTULO 02

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Os transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida. Eles são caracterizados por uma sensação de desconforto, tensão, medo ou mau pressentimento, que são muito desagradáveis e costumam ser provocados pela antecipação de um perigo ou algo desconhecido (DSM-50 2014). A somatização é um transtorno em que a pessoa apresenta múltiplas queixas físicas, localizadas em diversos órgãos do corpo, como dor, diarreia, tremores e falta de ar, mas que não são explicadas por nenhuma doença ou alteração orgânica. Geralmente, uma pessoa com doença psicossomática está frequentemente em consultas médicas ou pronto-socorro devido a estes sintomas, e o médico costuma ter dificuldade em encontrar a causa ( FARIA C, 2019). Os transtornos alimentares são definidos por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial. São mais comuns em jovens, e têm sido cada vez mais frequentes pela valorização estética (DSM-5 2014).

Figura 7: Relacionamento saudável com o corpo e prevenção dos transtornos alimentares. Fonte: UNIFRAN, 2020.

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O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença mental caracterizada pela presença de obsessões, que são pensamento impróprios, que surgem de forma indesejada, causando ansiedade. E se caracteriza também pelas compulsões que são comportamentos repetitivos, que não conseguem ser evitados, que acreditam ser uma forma de reduzir a ansiedade (FARIA C, 2019). A característica de um usuário de substâncias químicas consiste na presença do conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando o uso contínuo pelo indivíduo apesar de problemas significativos relacionados à substância. Uma característica é a alteração nos circuitos cerebrais que pode persistir após a desintoxicação, especialmente em indivíduos com transtornos graves (DSM-5 2014).

Figura 8: A dependência de qualquer substância psicoativa, ou seja, que altere os comportamentos, é chamada de dependência química. Fonte: VC Desenvolvimento Humano, 2019.

Existem ainda diversos outros tipos de transtornos, como os relacionados a problemas sociais, educacionais, profissionais ou econômicos, os destacados foram enfoque para produzir o programa de necessidades da clínica (DSM-5 2014). 2.4 TERAPIAS ALTERNATIVAS Terapias alternativas, envolvem uma visão como um todo do ser humano e dos tratamentos farmacológicos. Algumas terapias são mais voltadas para o interior do indivíduo, tratando suas percepções sobre si mesmo, outras focam no bem estar físico e auxiliam na melhora da postura corporal e remover a tensão de músculos e regiões doloridas. Hipócrates, o médico e filósofo grego que foi o pai da medicina ocidental e holística, tinha uma abordagem que via o paciente como um todo. Apesar disso seu holismo também era arraigado em valores culturais difundidos na sociedade grega. Ele queria mostrar que as causas da doença eram naturais, e não punições divinas como se acreditava até então, e que o equilíbrio e a saúde do corpo estão diretamente ligados ao ambiente em que vivemos (BYNUM W, 2011). Apesar da terapia holística estar em ascensão há algumas décadas, pode-se dizer que muitas de suas técnicas são quase tão antigas quanto a própria humanidade. Isso basicamente, se dá graças ao caráter natural e até mesmo rústico, de muito dos tratamentos utilizados. Os homens, ao longo de toda a história, pelo empirismo e observação, se tornaram capazes de identificar formas de tratamento alternativos para inúmeras doenças (REGYNA, C 2014). No final da década de 1970, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional² , objetivando a formulação de políticas na área. Desde então, a OMS expressa o seu compromisso em incentivar os Estadosmembros a formularem e implementarem políticas públicas para uso das terapias integrativas nos sistemas nacionais de atenção à saúde bem como para o desenvolvimento de estudos científicos para melhor conhecimento de sua segurança, eficácia e qualidade.

No Brasil, a legitimação e o estabelecimento dessas abordagens de atenção à saúde iniciaram-se a partir da década de 80 de forma experimental, principalmente, após a criação do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Muitos médicos prescrevem psicotrópicos, somente escutando queixas e fazem a prescrição de drogas com grande potencial de vício, também há muita desvalorização e desconhecimento a respeito do uso de outras terapias no tratamento do transtorno de ansiedade. Em 2006 o SUS já garantia esses tratamentos aos pacientes que conta com tratamentos como a acupuntura, yoga, meditação a homeopatia e fitoterapia são alguns exemplos, Tudo isto objetivando diminuir o consumo de psicotrópicos e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes (DANTAS, D. 2017). Em 2006, foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) onde o Brasil é referência mundial na área de práticas integrativas e complementares na atenção básica, segundo o Ministério da Saúde, 2018. É uma modalidade que investe em prevenção e promoção à saúde com o objetivo de evitar que as pessoas fiquem doentes. 2.4.1TERAPIAS CLÁSSICAS O portal do Ministério da Saúde disponibiliza a descrição de todas as práticas integrativas, portanto, vamos apresentar uma breve descrição de algumas práticas a partir das informações apresentadas no citado portal. Aroma terapia faz o uso de concentrados voláteis extraídos de vegetais, onde os óleos essenciais são usados para promover bem estar e saúde. ² Segundo a Organização Mundial da Saúde, a medicina tradicional pode ser definida como a soma total das práticas baseadas em teorias, crenças e experiências de diferentes culturas e tempos, muitas vezes inexplicáveis, utilizadas na manutenção da saúde, assim como na prevenção, diagnóstico, tratamento e melhora de enfermidades. CAPÍTULO 02

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Arte terapia é processo de cura individual e coletivo, que permite olhar para si e para o outro, aceitando os medos para então, observar e unir os sentimentos e sensações do inconsciente com as experiências artísticas que são conhecidas e conscientes.

Acupuntura compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes metálicas para promoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como para prevenção de agravos e doenças.

Figura 9: Óleos essenciais para aroma terapia. Fonte: Shutterstock, 2020.

Na cromoterapia são usadas cores para estabelecer o equilíbrio e a harmonia do corpo, da mente e das emoções, restabelecendo o equilíbrio das energias da cor no interior do corpo.

Figura 14: Sessão de meditação. Fonte: ThinkStock, 2017.

Figura 11: Sala de arte terapia. Fonte: Integrarte, 2017.

Reiki é a prática terapêutica que utiliza a imposição das mãos para canalização da energia vital visando promover o equilíbrio energético, necessário ao bem-estar físico e mental. Busca fortalecer os locais onde se encontram bloqueios, eliminando as toxinas, equilibrando o pleno funcionamento celular, e restabelecendo o fluxo de energia vital. Figura 10: Sala de tratamento usando cromoterapia. Fonte: Romedic, 2014.

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Figura 13: Tratamento com Acupuntura. Fonte: Tua saúde, 2019.

Meditação é uma prática mental individual, que consiste em treinar a atenção de modo não analítico ou discriminativo, a diminuição do pensamento repetitivo e a reorientação cognitiva, promovendo alterações no humor e melhora no desempenho cognitivo, além de proporcionar maior integração entre mente, corpo e mundo exterior.

Segundo o Ministério da Saúde (2018), as terapias estão presentes em 9.350 estabelecimentos em 3.173 municípios, sendo que 88% são oferecidos em postos de saúde. Em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos individuais em práticas integrativas e complementares. Hidroginástica é um exercício que pode ser praticado por pessoas que visam melhorar seu condicionamento físico e sair do sedentarismo de uma maneira muito divertida. Muitos são os benefícios com a prática regular e bem orientada. A hidroginástica melhora o condicionamento físico e cardiorrespiratório; aumenta circulação, resistência e força muscular.

Figura 12: Sessão de Reiki Fonte: Tuasaúde, 2019. CAPÍTULO 02

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2.5 ARQUITETURA HOLÍSTICA O Holismo vem do grego holos, que significa totalidade e refere-se à compreensão da realidade como um todo integrado, um todo cósmico, onde os elementos tem uma inter-relação e correlação permanente, entre si e com o todo. A arquitetura para ser contemporânea, é necessário que todos os problemas arquitetônicos sejam solucionados sob o “conceito humanístico e holístico”, onde todos os aspectos do problema sejam observados de forma com o todo (Zanettini, 2006). Segundo Westmann (1993) o paradigma social vem se transformando gradualmente, assim como o design está mudando. Existe uma onda de mudança crescendo gradualmente através do desenho e profissões ligadas às edificações. Esse paradigma tem algumas particularidades mais relevantes que estão dispostas no quadro abaixo, que podem ser norteadores para projetos que pretendem seguir o holismo.

TABELA N° 1: Aspectos do antigo e novo paradigma Fonte: D’AVILLA Fernanda, editado pela autora, 2020.

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Algumas diretrizes podem ser encontradas na psicologia ambiental e na arquitetura sensorial que podem auxiliar na criação um espaço propício ao tratamento da pessoa com transtorno mental. Para isso, faz-se necessário previamente entender o que seria a humanização nos espaços de saúde e algumas de suas estratégias. Em clínicas com o uso de terapias alternativas, os tratamentos são direcionados de acordo com as necessidades de cada pessoa, uma vez que cada um é um ser diferente. Portanto, cada tratamento é planejado levando em consideração essas necessidades e os recursos disponíveis nas clinicas. É essencial alcançar um equilíbrio entre o meio ambiente e os tipos de tratamentos e os problemas e necessidades particulares de cada indivíduo. Sendo assim, propomos uma clínica que exercerá um tratamento único para cada pessoa, como uma experiência que possa incluir a percepção e o deixar-se afetar não somente pelo que se apresenta na superfície do sujeito, a queixa ou os sintomas, mas que considere a sua subjetividade, sempre singular, e que o ambiente seja propicio para cada tratamento.


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REFERENCIAL PROJETUAL

O segredo da saúde para o corpo e para a mente é não lamentar o passado, não se preocupar com o futuro ou antecipar problemas, mas viver sinceramente no momento presente com sabedoria. BUDA


3 REFERENCIAL PROJETUAL

O Centro Psiquiátrico Friedrchshafen foi devidamente escolhido de forma a buscar o contato do paciente com o entorno com grandes panos de vidro e trazendo os acessos para o pátio principal buscando iluminação e ventilação natural. Cores vivas nos objetos contrastando com a leveza das paredes e pisos.

3.1 ANÁLISE DE PROJETOS CORRELATOS No referencial projetual é apresentado três projetos correlatos que auxiliaram na concepção da clínica de repouso para tratamento de doenças psicomentais usando terapias holísticas. Foi utilizado a metodologia de Baker (1997), de acordo com pontos mais importantes, que são: Ficha Técnica (nome do autor, tema, data), Genius Loci (Informações acerca do local de implantação), Iconologia (dimensão poética da arquitetura), Identidade (características que ajudam a definir o modelo arquitetônico), programa de necessidades, Plástica, Estrutura, materiais (relação entre estrutura e forma) e composição geométrica do desenho. 3.2 CENTRO PSIQUIÁTRICO FRIEDRICHSHAFEN O centro psiquiátrico Friedrichshafen (Figura 15), projetado pelo escritório de arquitetura Huber Staudt Architekten em 2011, localizado em Friedrichshafen, Alemanha, conta com uma área de 3274.0 m2. O edifício se fecha para um pátio verde de grandes dimensões e aproveita o contorno da ladeira explora-o tipologicamente, proporcionando entradas em dois níveis diferentes. Um amplo corredor envidraçado emoldura a visão generosa da paisagem ondulada e ajuda a enfatizar a inclinação natural, mesmo dentro do pátio coberto.

3.3 CENTRO MAGGIE DE OLDHAM O centro Maggie de Oldham, foi projetado por Rijke Marsh Morgan do escritório Drmm, no ano de 2017 em Oldham, Reino Unido. Conta com uma área de 260m². Maggie’s Centres são espaços mantidos por uma instituição filantrópica que oferece suporte físico e psicológico gratuito para pacientes em tratamento de câncer. Suas impressionantes estruturas arquitetônicas conhecidas como “a arquitetura da esperança”, vem se espalhando por todo Reino Unido desde 1996, quando o primeiro centro foi inaugurado em Edimburgo.

Figura 15: Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. Fonte: archdaily, 2014.

O edifício principal do hospital, construído na década de 1960, domina o terreno extenso do campus. Os edifícios adjacentes, tanto o da creche quanto os equipamentos residenciais se relacionam ortogonalmente com o hospital. A área de entrada entre a nova construção e o hospital existente proporciona um espaço ameno e convidativo aos pacientes, visitantes e empregados do hospital a relaxar.

Figura 17: Pátio interno -Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. Fonte: ArchDaily, 2014.

Figura 18: Circulação-Centro Psiquiátrico. Fonte: ArchDaily,2014

Figura 16: Implantação Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. Fonte: Google Earth, Pereira, Paloma Maria Ramos, 2018.

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elementos pré-fabricados, que correspondem às marcações verticais do revestimento de madeira. O revestimento vertical, composto por perfis de madeira confere ao edifício, através de sua transparência, uma aparência aberta e arejada.

Figura 19: Refeitório -Centro Psiquiátrico. Fonte: ArchDaily,2014

Materiais como o concreto aparente e a madeira, predominam no edifício interna e externamente. O concreto é trabalhado de maneira sofisticada: grandes superfícies horizontais marcadas pelos painéis e

Figura 20: Centro Maggie de Oldham. Fonte: ArchDaily, 2018.

CAPÍTULO 03

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O projeto para o Centro Maggie de Oldham é mais focado em seu conteúdo do que nos aspectos formais do edifício. Os pilares esbeltos que conformam a sua estrutura, fazem com que o edifício pareça flutuar diante a vegetação nativa do jardim. A partir deste oásis central, uma árvore frondosa atravessa o edifício, trazendo a natureza para dentro. A ampla utilização de madeira no projeto faz parte de uma estratégia institucional do Maggie’s que tem o objetivo de transformar o caráter asséptico da arquitetura hospitalar, geralmente configurando ambientes desprovidos de esperança e que por consequência, acabam por desanimar os pacientes. O Centro de Oldham é o primeiro edifício não efêmero completamente construído a partir de madeira laminada colada sustentável de tulipwood³. O projeto dos painéis de madeira CLT de tulipwood foram detalhados para cumprirem com sua função estrutural e ao mesmo tempo, ser o próprio acabamento. As peças que compõem o forro foram reutilizadas a partir das sobras de madeira do processo de fabricação dos painéis CLT, garantindo um desperdício quase zero.

Figura 23: Cortes esquemáticos Centro Maggie de Oldham. Fonte: ArchDaily, 2018.

A área total construída, se distribui pelo pavimento térreo, um volume superior, e um pavimento semienterrado utilizado para garagem e serviços. A luz traz um drama e luxo, o vento e a chuva penetram o spar trazendo mais vida. No pavimento principal, após passar pela área de vestiário de clientes, chega-se aos pátios internos, as áreas de espera e relaxamento, com jardins e espelhos d´água. O maior desses pátios é ocupado por uma longa piscina, um amplo espaço de relaxamento, protegido e sombreado.

3.4 AIGAI SPA

Figura 21: Sala toda em madeira Centro Maggie de Oldham. Fonte: ArchDaily, 2018.

O spa Aigai foi projeto pelo escritório Figueroa.Arq no ano de 2014, na cidade de São Paulo e conta com uma área de 1200m². O Spa de terapias holísticas foi projetado para ser um oásis urbano, um lugar de recolhimento, tranquilidade e relaxamento. A construção deste lugar busca uma quietude geralmente desconsiderados nos ambientes que habitamos cotidianamente. A fachada de concreto aparente e ripas que se organizam de forma emoldurada diante de um grande painel cerâmico, assim como o extenso jardim vertical. Essa longa parede verde contorna a esquina, onde torna-se curva e se prolonga até a extremidade oposta do terreno. Figura 25: Área da piscina Spa Aigai. Fonte: ArchDaily, 2020.

Trazendo a relação com o exterior e com a natureza, foi possível no Aigai graças aos 12 pátios projetados, com espelhos d´água e vegetação, nenhum pátio é igual ao outro. Em metrópoles como São Paulo pode em muitas vezes ser a primeira e única relação com a natureza que muitos tem diariamente. ³Tulipwood é a madeira amarelada esverdeada produzida a partir da tulipa, encontrada no lado oriental da América do Norte e também em algumas partes da China.

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Figura 22: Planta baixa Centro Maggie de Oldham. Fonte: ArchDaily, 2018.

Figura 24: Spa Aigai Fonte: ArchDaily, 2020. CAPÍTULO 03

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O programa de necessidades do spa conta com a administração, apoio área técnica, recepção, repouso, sete salas de tratamento, sendo seis no térreo e uma no piso superior (com entrada independente), onde são oferecidos massagens e banhos especiais. Para sintetizar as análises dos correlatos, o quadro a seguir traz as categorias da metodologia de Baker que foram analisadas e os respectivos elementos que auxiliaram no desenvolvimento do anteprojeto.

Figura 26: Recepção Spa Aigai Fonte: ArchDaily, 2020.

TABELA N° 2: Resumo dos projetos correlatos. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Figura 27: Diagrama Spa Aigai Fonte: ArchDaily, 2020.

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DIAGNĂ“STICO DA Ă REA

Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo. BUDA


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA 4.1 ÁREA DE INTERVENÇÃO Foi realizado um estudo na área de intervenção da proposta onde foram analisados alguns aspectos físicos como propriedades do terreno e seu entorno, aspectos bioclimáticos como a topografia, ventilação e insolação dominantes no lote, e também aspectos legais que são as diretrizes de legislação atuantes na área de intervenção. A partir da pesquisa temática sobre os transtornos mentais, das abordagens teóricas relacionadas à arquitetura holística realizada, foi possível compreender melhor o tema e, como isso, a definição da edificação.

e Manaíra pela Avenida Governador Flávio Ribeiro Coutinho (Retão de Manaíra). Devido à área praiana, recebe anualmente centenas de turistas, principalmente na alta temporada. Possui em sua área comercial hotéis, supermercados, lojas de vários segmentos, colégios e uma estrutura completa com bares e restaurantes. 4.3 LOTE

Com isso a escolha do bairro Jardim Oceania se justifica pelos seus atributos físicos e espaciais, mas também pela sua centralidade e fácil acesso aos diversos públicos de João Pessoa, bem como por comportar equipamentos públicos e privados já consolidados e paisagens naturais exuberantes.

O terreno escolhido localiza-se na Avenida Governador Argemiro de Figueiredo com Rua Lindolfo José Correia das Neves. O terreno é formado por 4 lotes que conta com 40 metros de largura por 33,85 metros de comprimento, totalizando 1,354 metros quadrados de área. Figura 30: Terreno proposto. Fonte: Google earthe, 2020.

Figura 31: Terreno proposto. Fonte: Google earthe, 2020.

Segundo o Código de Urbanismo da Prefeitura Municipal de João Pessoa, que classifica o uso e ocupação do solo de acordo com a função a ser exercida e as dimensões do lote e de sua construção (figura 19). A clínica que está sendo proposta está inserida ZT2, Zona turística 2 no Setor 49.

Figura 28: Mapa de localização do lote. Fonte: GOOGLE Maps, editado pela autora, 2020.

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TABELA N° 3: Usos de lote, Zona Turística 2. Fonte: Código de Urbanismo de João Pessoa. Editado pela autora, 2020.

Na tabela 3, que determina os usos dos lotes, encontram-se os índices urbanísticos a serem respeitados na execução do projeto. Determinando que a área mínima do lote deve ser de 450 m2 com uma frente mínima de 15 metros, a ocupação máxima de 50% da área do terreno, altura máxima de 3 pavimentos, os recuos mínimos frontais de 5 metros, laterais de 2 metros e de fundos de 3 metros.

TABELA N° 4: Vagas de estacionamento. Fonte: Código de Urbanismo de João Pessoa. Editado pela autora, 2020.

4.2 BAIRRO JARDIM OCEANIA Jardim Oceania é um bairro da Zona Leste do município de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Faz limite com o bairro do Bessa ao Norte pela Avenida Campos Sales, ao Sul com os bairros Aeroclube

A clínica proposta se enquadra Serviço de Bairro (SB), que é um grupo de edificações que podem ser classificadas por serem: atividades de serviços ligados ao atendimento do bairro, como as definidas na categoria de “Serviços locais”, sem limitação de área edificadas e serviços diversos de ourivesaria, consertos de eletrodomésticos, casas lotéricas, consultórios, clínicas, saunas, academias de ginástica com área edificada até 200m2 (duzentos metros quadrados); postos de abastecimentos com área mínima de 720m2 (setecentos e vinte metros quadrados).

Figura 29: Mapa de localização do lote. Fonte: Google earthe, 2020.

Figura 32: Mapa de Macrozoneamento. Fonte: Prefeitura municipal de João Pessoa. Editado pela autora, 2020.

O Código de Urbanismo também trata sobre a quantidade mínima de vagas para estacionamento, em seu Anexo 7, representado pela Tabela 4, determina que para clínicas deve existir uma vaga de estacionamento a cada 50 m2 construídos. CAPÍTULO 04

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4.4 DIAGNÓSTICO DO ENTORNO Com o propósito de realizar um estudo do entorno do terreno escolhido, foi elaborado alguns mapas que pudessem identificar o meio que o mesmo está inserido dentro do bairro Jardim Oceania, entre eles o mapa de atributos naturais (figura 35). O terreno apresenta uma pequena variação de altitude de 1 metro, assim, mantendo sua grande parcela do lote plano que é perceptível, através de sua planta de topografia, que este não possui grandes aclives ou declives.

Quanto ao uso e ocupação do solo nas quadras imediatamente próximas ao terreno escolhido é predominantemente residencial, com alguns lotes comerciais, institucionais e de uso misto, é possível perceber que é uma área relativamente adensada sendo ocupados por diferentes edificações, compreendendo portanto, com alguns lotes vazios, incluindo o terreno escolhido. Como mostra a figura 36.

incida diretamente nos cômodos, e os brises permitem a entrada de iluminação e ventilação natural, agregando também na estética da edificação.

Figura 35: Mapa Sistema Viário. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

4.5 ANALISE CLIMÁTICA

Figura 34: Mapa Uso e Ocupação do Solo. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Figura 33: Mapa Atributos Naturais. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

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O mapa de sistema viário mostra o fluxo e intensidade das vias próximas ao terreno escolhido dentro da área estudada. A principal via de acesso ao lote seda pela Avenida Governador Argemiro de Figueiredo, sendo de mão única e fluxo moderado.

A cidade de João Pessoa expressa um clima tropical quente e úmido, com temperaturas médias anuais que variam de 23°C a 31°C e ventilação predominantemente oriunda do Sul e Leste (Weather Spark, 2020). Sendo assim, na figura abaixo é possível identificar como se comporta os condicionantes ambientais (direção dos ventos e percurso solar), na edificação. Para amenizar os efeitos da irradiação solar foi utilizado beirais e brises. A escolha dos beirais foi uma solução para que o sol não

Figura 36: Carta solar e diagrama de condicionantes climáticas. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. CAPÍTULO 04

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05

PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO O Pensamento se manifesta como a palavra. A palavra se manifesta como a ação. A ação se desenvolve como hábito. E o hábito se solidifica no caráter. Então observe com cuidado o pensamento e os trejeitos do pensamento. E faça-os vir do amor. BUDA


5 PROGRAMA DE NECESSIDADES E DIMENSIONAMENTO Com a análise do terreno, referencial teórico e adequando as normas e leis vigentes, a partir das dimensões exigidas pela NBR 9050, código de urbanismo e o livro Arte de projetar em arquitetura, de Ernst Neufert (2013) foi elaborado o programa de necessidades, a fim de propor e dimensionar espaços adequados para a clínica de repouso, assim fornecendo um funcionamento adequado dos ambientes e almejando responder as necessidades dos usuários, elaborando um programa de necessidades que atenda as diversas atividades presentes.

Em sua totalidade, o programa de necessidades soma 919,15 m² de área construída, tendo ainda o total de 20 vagas de estacionamento que foi dimensionada segundo o código de urbanismo.

Foi levado em consideração que a edificação é de caráter privado, tendo em vista que pode ser acessada por todos que sofrem de transtornos mentais e necessitam de tratamento e internação no auxílio do tratamento. É considerada uma clínica de repouso de pequeno porte tendo em vista que foi dimensionada para internar até 14 pessoas, este atenderá em caráter de 24 horas. O programa de necessidades conta com cinco setores que foram dicididos em 3 blocos: administração, recepção, saúde e bem estar, apoio e acolhimento. TABELA N° 6: Programa de necessidades - Apoio. Elaborado pela autora, 2020.

TABELA N° 5: Programa de necessidades Administrativo. Elaborado pela autora, 2020. TABELA N° 7: Programa de necessidades – Saúde e bem estar. Elaborado pela autora, 2020.

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CAPÍTULO 05

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5.1 FLUXOGRAMA

Após a elaboração do programa de necessidades e do cålculo do dimensionamento, o processo de elaboração do anteprojeto exigiu que um fluxograma dos ambientes propostos fosse elaborado, contribuindo para a setorização dos ambientes e fluxos a ser em seguido por funcionårios e pacientes.

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Figura 37: Fluxograma. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

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CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO

Quando começamos a entender o quanto a felicidade e o sofrimento são mutáveis, confiamos menos em condições externas. BUDA


6 PROPOSTA ARQUITETÔNICA Para conceber o projeto da Clínica foi utilizado como partido a integração com o externo através de varandas e de um pátio central que permite maior ventilação nos ambientes. A edificação também foi locada de forma que se tivesse uma vista privilegiada do mar, possibilitando maior permeabilidade, ventilação e insolação natural.

O partido também se deu pela distribuição do programa de necessidades dividido em três pavimentos com seus volumes variando de tamanho partindo dessa ideia de uma volumetria primária, foram aplicadas a essa forma as transformações subtrativas, desta forma, criou-se um edifício em forma de U que se interligam por um pátio interno onde se situa um deck para meditação e yoga e áreas abertas com pilotis que foram dispostas para ser um local amplo com integração com o exterior através de esquadrias camarão.

O projeto traz referencias da cultura Tailandesa e regional principalmente na fachada com o uso dos materiais, dos brises, nas cores, os espelhos d’água e a escultura do Buda Karana que representa o afastamento das energias negativas. Foi utilizado um símbolo budista como ponto central no pátio e em alguns ambientes da clínica, a Roda do Darma que tem como significado os primeiros ensinamentos de Buda, desse símbolo foi extraído a forma arredondada do seu núcleo que representa o Nirvana, quando se encontra a libertação final e definitiva do sofrimento e quando teremos a felicidade eterna (SOBRE BUDISMO, LEONARDO OTA, 2018).

6.1 ZONEAMENTO O zoneamento foi desenvolvido a partir das análises feita do lote, das condicionantes e respeitando a legislação vigente da área. Para a elaboração da setorização foram definidos 5 categorias para o edifício com o intuito de facilitar a logística e compressão do funcionamento desses ambientes. Figura 42: Diagrama de volumetria Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Figura 40: Buda Karana Fonte: Virtude em arte.

Figura 38: Diagrama de locação e ventilação. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Figura 39: Diagrama volumetria. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Figura 41: Roda do Darma. Fonte: Sobre budismo.

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O edifício foi divido em três blocos principais, funcionários, pacientes e a recepção que divide os dois. Ela se subdivide em setor de apoio que funciona no térreo setorizada na região de rua Lindolfo José Correia das Neves possibilitando um fácil acesso a essa área de serviço. A recepção principal foi locada de forma que fosse o ponto central da construção com a ideia de espaço aberto tendo apenas a escada helicoidal como ponto escultural. A administração que foi locada no segundo pavimento também voltada para Rua Lindolfo José Correia, seguindo a setorização de serviço. CAPÍTULO 06

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O acolhimento foi locado no terceiro pavimento, tendo sua disposição elaborada para possibilitar aberturas em todos os quartos. A área de bem estar e saúde fica distribuída nos três pavimentos mas no bloco oposto ao de serviço separando as áreas de apoio e paciente, como mostra a figura 44.

6.3 ACESSOS AO EDIFÍCIO Por o terreno escolhido ser de esquina e possuir duas frentes foi um fator positivo para a implantação do edifício, visto que a principal frente é voltada para a Avenida Governador Argemiro de Figueiredo, assim tendo o acesso voltado para os pacientes e visitantes. Já a fachada, localizada na Rua Lindolfo José Correia das Neves, permite o acesso à praia e tem fluxo viário baixo, está o acesso de serviço da edificação, estando localizadas as áreas de carga e descarga das cozinhas, estacionamento para os funcionários e a casa de lixo e gás.

6.2 VOLUMETRIA E CIRCULAÇÃO Em relação a volumetria, foi tirando partido da subtração da forma e variando o tamanho dos blocos proporcionando varandas e espaços sobre pilotes como o estúdio e o salão de refeição. Através do zoneamento e distribuição dos ambientes ficou estabelecido o bloco em formato de U, que é interligado por um pátio central e um amplo hall de entrada no bloco principal. De forma a preservar a privacidade de cada ambiente, brises moveis de corrediça foram implementados nos beirais das fachadas para proteger contra insolação. As circulações verticais foram dispostas no hall de entrada tendo uma escada helicoidal como ponto principal e escultural em seu centro, os elevadores ficaram opostos, sendo um de serviço e outro social.

É S S VE JO E N O LF AS O D D IA N I E .L R R OR C

Figura 44: Diagrama circulação vertical. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

NORTE É S S VE JO E N O LF AS O D D IA N I E .L R R OR C

NORTE

AV .G OV .A R

GE

M

acesso paciêntes acesso funcionários Estacionamento funcionários

AV .G OV .A R

IR

O

estacionamento paciêntes

DE

DE

GU

ER

ED

O

Acesso praia

GE

M

estacionamento paciêntes

Figura 43: Diagrama volumetria Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

acesso paciêntes acesso funcionários Estacionamento funcionários

IR

O

DE

DE

FI

GU

ER

ED

O

Acesso praia

Figura 45: Acessos. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

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FI

CAPÍTULO 06

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6.4 SISTEMA ESTRUTURAL O sistema estrutural utilizado partiu da necessidade da planta e de acordo com a disposição dos ambientes, ou seja, não possuem uma modulação de pilares com espaçamentos exatos. A estrutura do edifício é formada por um sistema de vigas e pilares de concreto armado moldados in loco (dimensão 20x30cm), sendo que os pilares das varandas são arredondados. Para as lajes, foi escolhido o sistema alveolar pré fabricado de concreto.

Figura 46: Diagrama – estrutura Fonte: Produzido pela autora, 2020.

6.5 ESQUADRIAS E MATERIALIDADE Devido a todos os ambientes possuírem grandes aberturas voltadas para o lado externo do edifício, foram criados brises ripados de madeira, modelo Aura System com perfil de correr, ideal para grandes fachadas, além de trazer mais dinâmica na estética, garantem um melhor conforto térmico e minimizam a luminosidade no interior desses espaços. Na parte interna voltada pro pátio foi colocado brises de madeira fixos pivotantes, bloqueando incidência solar e controlando a luminosidade.

Figura 47: Brises parte interna do pátio. Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

No que se refere à materialidade, foram escolhidos materiais mais naturais e regionais, como a madeira, pedras naturais e o concreto. Além disso, o uso do vidro transparente também foi utilizado com o intuito de garantir permeabilidade visual para o exterior. Em relação aos pisos, o concreto aparente foi escolhido para os ambientes internos. Já nos ambientes externos, foram escolhidos os pisos permeáveis da Braston, o piso grama ecológica Jabaquara, pode usar para estacionamentos, pátios, calçadas, entre outros. Também foi usado espelhos d’água para trazer diferentes sensações e remeter a Tailândia. Dessa forma, também há a combinação de diferentes texturas e a interação delas com a natureza. Além disso, as composições de diferentes massas vegetais e o uso de jardim vertical foram usadas para permitir diferentes sensações ao paciente. DECK MADEIRA

PISO CIMENTO QUEIMADO

GRAMA SÃO CARLOS

PEDRA NATURAL

MÁRMORE

MADEIRA

Figura 48: Brises parte externa da edificação. Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Figura 49: Texturas utilizadas no projeto Fonte: Texture, editado pela autora, 2020.

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O PROJETO

Não permita que o comportamento dos outros tire a sua paz. A paz vem de dentro de você mesmo, Não a procure à sua volta Buda


O PROJETO - FACHADAS

Figura 51 Fachada Fonte: Produzida pela autora, 2020. Figura 50: Fachada Fonte: Produzida pela autora, 2020.

Na fachada principal foi usado esculturas do Buda, trazendo referencias orientais assim como o uso do Bonsai , que representa miniaturizada, porém realista, da natureza, na forma de uma árvore. Marcando ainda mais a natureza presente nas fachadas.

Figura 52: Fachada Fonte: Produzida pela autora, 2020.

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Figura 53: Fachada Fonte: Produzida pela autora, 2020.

Nas fachadas laterais também foi usado materiais com diferentes texturas e cores como a madeira, cimento queimado e o vidro. Os brises e janelas de vidro com proteção para proporcionar privacidade as pessoas.

Figura 54: Fachada Fonte: Produzida pela autora, 2020.

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Figura 55: Fachada e varandas. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

Na fachada Leste é possível ver a subtração das formas e como as varandas agregaram esteticamente para o edifício, trazendo mais dinâmica para o local. Também foi usado pontos da arquitetura moderna como o uso de pilotis, planta livre e terraço jardi.

Figura 56: Fachada Fonte: Produzida pela autora, 2020. CAPÍTULO 07

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HALL No hall com conceito aberto você se depara com uma escada helicoidal escultural, que permite uma permeabilidade e visualizar já a maioria dos ambientes como a sala de espera, a copa e principalemente o jardim que tem vista para o mar. Para trazer privacidade na área dos funcionários foi disposto uma estante como divisória dos ambientes.

COPA

SALÃO

Figura 60: Salão. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

SALA ESPERA

RESTAURANTE

Figura 57: HALL Fonte: Produzida pela autora, 2020.

A sala de espera, a copa e o salão de alimentação trás materialidades diferentes como a pedra natural e o uso de palha nos moveis trazendo uma regionalidade e textura para o espaço.

Figura 58: Sala de espera. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

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Figura 59: Copa. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

Figura 61: Salão. Fonte: Produzida pela autora, 2020. CAPÍTULO 07

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ÁREA PISCINA

Figura 62: Piscina e restaurante Fonte: Produzida pela autora, 2020.

A piscina de hidroginástica conta com um deck para apreciação da paisagem e meditação como também se funde ao espelho d’água que fica na fachada Sul, trazendo diferentes sensações ao paciente que estiver indo até a piscina. Figura 64: Área da Piscina. Fonte: Produzida pela autora, 2020. Figura 63: Academia Fonte: Produzida pela autora, 2020.

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DECK PARA MEDITAÇÃO

VARANDA FUNCIONÁRIOS

Figura 65: Deck para meditação. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

O jardim interno se integra com todo o edifício, em seu centro a um deck no formato da Roda do Dharma com um pequeno espelho d’água voltado para aqueles que querem fazer meditação e Ioga e até atividade em grupo. A iluminação com esferas proporciona um clima de aconchego para o local se tornando ainda mais convidativo.

Figura 66: Deck para meditação. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

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VARANDA PACIENTES

Figura 67: Varanda Funcionários. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

A varanda do primeiro pavimento fica voltada para área administrativa, sendo integrada com a copa dos funcionários, onde foi colocado mesinhas para servir de apoio e proporcionar um ambiente de descontração. O local conta com um deck no formato da Roda do Dharma que tem um nível diferente para servir como vaso para uma árvore de pequeno porte, proporcionando sombra no deck para aqueles que quere meditar ou praticar Ioga. A varanda no terceiro pavimento voltada para os pacientes segue a mesma linha contando também com uma iluminação mais intimista para proporcionar ainda mais conforto ao local. Figura 68: Varanda pacientes. Fonte: Produzida pela autora, 2020. CAPÍTULO 07

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ESTUDIO PILATES

O estúdio para pilates e academia traz a ideia de exercício ao ar livre pois mesmo ficando dentro do edifico, ele se integra com o jardim interno a piscina e o espelho d’água. Com os aparelhos de exercício voltados para um espelho que reflete o mar traz ainda mais essa sensação de integração com a natureza.

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CONSULTÓRIO INDIVIDUAL

Figura 69: Estúdio pilates. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

Figura 70: Consultório individual. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

Figura 71: Consultório individual. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

O consultório individual foi concebido para ser um local onde o paciente se sinta seguro, foi colocado uma ante câmera para se ter acesso a área principal de atendimento com a intenção de barrar o som e proporcionar maior segurança para quem estiver sendo atendido. O ambiente principal do consultório traz moveis com cores claras e vegetação para trazer mais aconchego para o paciente.

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QUARTO ACOLHIMENTO

trazendo uma regionalidade para o local, também foi usado moveis mais claro e de madeira para trazer mais conforto ao ambiente e descaracterizando a ideia de quarto hospitalar. 76

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Figura 72: Quarto - acolhimento. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

Figura 73: Quarto - acolhimento. Fonte: Produzida pela autora, 2020.

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CF

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As criaturas que habitam esta terra em que vivemos, sejam elas seres humanos ou animais, estão aqui para contribuir, cada uma com sua maneira peculiar, para a beleza e a prosperidade do mundo. Dalai Lama


CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da dinâmica de vida atual, onde o ritmo urbano é cada vez mais acelerado, tudo está em constante mudança o ser humano está em um contexto de vida desafiante onde a pressão mental e física é cada vez maior, as pessoas se veem carentes de momentos de relaxamento e auto cuidado, uma pausa para cuidar da sua saúde mental. A clínica Akasa traz a proposta de ser um refúgio em meio ao caos urbano, um local onde você possa se interiorizar com você mesmo. Com a ideia de não aparentar ser uma clínica ou um área hospitalar e sim um local aconchegante onde o paciente venha a se sentir em um local seguro como sua própria casa. Através deste trabalho, almejou-se contribuir para o desenvolvimento de uma arquitetura para saúde mais humanizada, saindo do comum e ambientes favoráveis à promoção de práticas holísticas que promova o bem estar do paciente, como um local que se propõe a ser um oásis urbano. Portanto, que este trabalho sirva de apoio e contribua para que outros profissionais e estudiosos tenham por objetivo tratar a arquitetura como integração do meio com o todo e de forma mais humanizada.

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RF

REFERÊNCIAS

Observe a própria mente, já que ela, sem dúvida, é o guru. Milarepa


REFERÊNCIAS ALVES, D. Reforma psiquiátrica. Centro Cultural da Saúde. Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/memoria%20da%20 loucura/mostra/reforma.html>. Acesso em 30 de Setembro 2019. Amarante P, (coord).Archivos de Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2003d. Acesso em 26 de Setembro de 2019. Amarante P, (org.) Ensaios subjetividade, saúde mental e sociedade.Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000. Acesso em 26 de Setembro de 2019. AMSTALDEN, A. PASSOS, E. A reforma psiquiátrica brasileira e a política de saúde mental.Centro Cultural Ministérioda Saúde. Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/reforma.html>. Acesso em 30 de Setembro de 2019. ANDREWS, J.; BRIGGS, A.; PORTER, R.; TUCKER, P.; WADDINGTON, K. The CCS. REFORMA PSIQUIÁTRICA. Centro cultural Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/memoria%20 da%20loucura/mostra/retratos06.html> Acesso em26 de Setembro de 2019. Bakerjian, D. Manual MSD. VERSÃO SAÚDE PARA A FAMILIA. 2018. <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/ quest%C3%B5es-sobre-asa%C3%BAde-de-pessoas-idosas/ presta%C3%A7%C3%A3o-de-cuidados-a-idosos/casas-de-repouso> Acesso em 6 de Dezembro de 2019.

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Harzem, P. & Miles, T. R. (1978). Conceptual issues in operant psychology. Chichester: Wiley. Acesso em 21 de Abril de 2020. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População residente.

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CONCLUSÃO

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AP

APÊNDICES

Milhares de velas podem ser iluminados a partir de uma única, e a vida da vela não será encurtada. A felicidade nunca diminui sendo compartilhada. Buda



UNIPÊ - TFG 2020.2 WANESSA J. CINTRA SOUZA

PLANTA BAIXA - 1° PAV ESC 1/100

3/8

m

UNIPÊ - TFG 2020.2 WANESSA J. CINTRA SOUZA

PLANTA BAIXA - 2° PAV ESC 1/100

4/8

m


UNIPÊ - TFG 2020.2 WANESSA J. CINTRA SOUZA

CORTE AA - CORTE BB ESC 1/100

5/8

m

WANESSA J. CINTRA SOUZA

ESC 1/100

UNIPÊ - TFG 2020.2 WANESSA J. CINTRA SOUZA

CORTE CC ESC 1/100

6/8

m


WANESSA J. CINTRA SOUZA

ESC 1/100

WANESSA J. CINTRA SOUZA

ESC 1/100

UNIPÊ - TFG 2020.2 WANESSA J. CINTRA SOUZA

FACHADA LESTE - FACHADA OESTE

UNIPÊ - TFG 2020.2 WANESSA J. CINTRA SOUZA

FACHADA NORTE - FACHADA SUL

ESC 1/100

7/8

m

ESC 1/100

8/8

m



CLÍNICA AKASA

CLÍNICA HOLÍSTICA DE REPOUSO PARA TRATAMENTO DE DOENÇAS PSICOMENTAIS EM JOÃO PESSOA - PB


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