O Livro dos Mil <3

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC São Paulo, 2016

um livro-objeto sobre o amor Por Vanessa Freitas Orientação por Marcos Pecci


CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC São Paulo, 2016

um livro-objeto sobre o amor Por Vanessa Freitas Orientação por Marcos Pecci


CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC São Paulo, 2016

Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Freitas, Vanessa O Livro dos Mil Corações: Um livro-objeto sobre o amor / Vanessa Freitas - São Paulo (SP), 2016. 96 f.: il. color. Orientador(a): Marcos Pecci, Fernando Citroni, Fernanda Borges Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Bacharelado em Design com Linha de Formação Específica em Design Gráfico) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2016. 1. Design Gráfico 2. Livro-objeto 3. Amor 4. Feira Plana 5. Arte Conceitual I. Pecci, Marcos (Orient.) II. Citroni, Fernando (Orient.) III. Borges, Fernanda (Orient.) IV. Título

um livro-objeto sobre o amor Por Vanessa Freitas Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design com Linha de Formação específica em Design Gráfico, orientado pelo Profº Marcos Pecci


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um livro-objeto sobre o amor Por Vanessa Freitas Área de concentração: Local: Data de Defesa:

de

de 2016

Resultado: FREITAS, Vanessa - 1989 O Livro dos Mil Corações - São Paulo, 2016 Orientador: Marcos Pecci (Bacharelado em design Gráfico) Centro Universitário Senac

MARCOS PECCI

FERNANDO CITRONI

FERNANDA BORGES

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC


Dedicatória

Agradecimentos

Este trabalho é dedicado em primeiríssimo

À Loredana de Oliveira por confiar em mim

lugar à minha mãe, pois sem ela nada disso

para dar vida ao seu projeto.

seria possível.

Ao meu orientador Marcos Pecci por toda a

À família que escolhi por sempre me apoiarem

paciência e conhecimentos compartilhados,

nos momentos em que precisei e fazerem o

além de toda a confiança depositada em mim.

papel da minha família de sangue ausente.

À profª Fábia por me estender a mão em um

Ao Geovani Pagotti por me lembrar sempre

(de vários) momento de desespero e fez toda a

que sou capaz de tudo e mais um pouco.

diferença pra mim.

E à todos que simplesmente amam.

E por último, mas de forma alguma menos importante, à todos

os professores que

participaram da minha vida aqui no Centro Universitario Senac.


Palavras-chave Design Gráfico, Livro-objeto, Amor, Feira Plana, Arte Conceitual Keywords Graphic Design, Artist’s Book, Love, Feira Plana, Conceptual art.


Resumo: Este projeto explora a origem do Livro de Artista e suas

independentes, como a Feira Plana e a Feira Tijuana,

vertentes. Pesquisa desde os cadernos de William Blake,

possibilitando a interação entre a obra e o espectador.

as transformações da Arte no Modernismo e no Dadá, com

Resulta na produção de 10 (dez) quebra-cabeças,

Marcel Duchamp, até Livros de Artista contemporâneos,

acondicionados separadamente em embalagens que,

como os de Artur Barrio e Lygia Pape, passando pelos

quando juntas, formam um coração. Traduzindo, assim, a

principais artistas representantes do grupo Fluxus, como

mensagem contida nos textos de Loredana de Oliveira,

George Maciunas e Henry Flynt. A pesquisa apresenta

artista gráfica, escritora e idealizadora do projeto “Livro

também o cenário atual dos artistas que seguem essa

dos Mil Corações”, para uma linguagem visual, usando o

linha de criação e expõem seus trabalhos em feiras

amor como temática unificadora.

Abstract: This project explores the origins of the Artit’s Books and its

work in independent fairs like Feira Plana and Feira Tijuana,

aspects. Researches since William Blake’s notebooks, the

making possible for the viewer to interact with their work.

transformations of Art in Modernism and Dada, with Marcel

It results on the production of puzzles separatadely placed

Duchamp, until contemporary artist’s books like Artur Barrio’s

in packagings that, once put together, forms a geometric

and Lygia Pape’s, as well as artists from Group Fluxus, like

heart. Therefore, translating the message behind Loredana

George Maciunas and Henry Flynt. The research also

de Oliveira’s words into a visual language, using love as a

presents artists who follows this line of art and exhibit their

unifying theme.


introdução pág. 11

capítulo 1 capítulo 2

A Origem do Livro de Artista pág. 14

Modernismo e Anti-Arte Dadá pág. 18

capítulo 3 A Transformação Através da Arte Conceitual pág. 21


capítulo 4 Cenário Atual do Artista Independente pág. 28

memorial descritivo

pág. X

pág. X

considerações finais

anexos

pág. 34

referências pág. X

lista de imagens pág. X


introdução


O embasamento teórico deste trabalho

de textos diversos disponíveis online, que

livros de artista fazem parte cada vez mais,

referências

o termo Livro de Artista é recente apesar

bem como zines, posters, artes postais,

bibliográficas relacionadas à temática do

de sua origem nos cadernos de William

e outros. Investiga-se acerca de eventos

Modernismo, da anti-arte nas vanguardas do

Blake, consultados no site da British Library.

multiculturais, tais como a Feira Plana e a Feira

século XX até a concepção da Arte Conceitual,

Traçando a trajetória desde então até as

Tijuana, que disponibilizam seus espaços

em meados dos anos 1950. Foram realizadas

produções

deste

para diversos artistas independentes como

leituras de livros, como “Conceitos da Arte

tipo de obra, analisou-se Livros de Artista

editoras, coletivos, designers, galerias para

Moderna”, com textos de diversos autores

diversos para entender formatos, estética,

que possam expor, divulgar, vender, trocar

acerca das vanguardas, organizados em uma

conceitos, processos e materiais utilizados,

ou doar suas produções.

única publicação por Nikos Stangos, “Arte

tais como a trilogia “Livro da Criação”, “Livro

Buscando um olhar direto dos artistas

Conceitual” de Christina Freire e o livro de

da Arquitetura” e “Livro do Tempo”, de Lygia

sobre o gênero pesquisado, foram realizadas

mesmo título escrito por Paul Wood. Foram

Pape, demonstrando as transformações que

entrevistas com os artistas brasileiros que

também acessados blogs de arte conceitual

este gênero sofreu com as influências sociais,

produziram Livros de Artista recentemente e

e livros de artista, o acervo virtual do Itaú

econômicas e culturais ao longo das décadas,

falaram sobre suas experiências pessoais ao

Cultural, e artigos disponíveis online, como o

reforçadas por uma pesquisa imagética de

produzí-los. •

de Julio Plaza para a Revista São Paulo.

exemplos dos temas abordados.

é

apresentado

através

de

mais

contemporâneas

Para direcionar esta pesquisa ao projeto

Esta trajetória culmina no cenário atual

proposto, percebe-se, através da leitura

das produções independentes, do qual os

11



capĂ­tulo 1 A origem do livro de artista


Os estudos acerca do universo do Livro de Artista são recentes apesar das primeiras manifestações deste gênero serem datadas do começo do período medieval e também, mais a frente, no Renascimento com os cadernos de Leonardo Da Vinci. Entretanto, pesquisadores do assunto apontam os cadernos do poeta e artista visionário William Blake como o grande ponto de partida da categoria (MILLER, 2000).

William Blake (1757-1827) Nascido em Londres, William Blake foi um poeta, pintor e autor de gravuras sobre pedra e madeira que evidenciam a influência que a Bíblia teve em sua vida ao ser criado por seus pais e seus três irmãos (BENTLEY, 1995). Segundo o site da British Library, detentora das cópias originais dos

Fig. 1 - Páginas 22 &amp; 23 da cópia digital de The Notebook of William Blake.

cadernos de Blake, este pontapé inicial do livro de artista começou com o caderno de seu irmão, Robert Blake, que morreu em 1787. Em posse de William, estas páginas se tornaram reduto de rascunhos e anotações (fig. 2 e 3) utilizadas como parte do processo de criação de livros de poemas ilustrados, como Songs of Innocence (1789) e Songs of Experience (1794). Seus ideais libertários, apontando a Igreja e a alta sociedade como exploradores dos mais pobres, foram os principais combustíveis de suas criações (ARANTES, 2007).

Fig. 2 - Páginas 26 &amp; 27 da cópia digital de The Notebook of

14

William Blake.


Em algumas de suas páginas já percebemos também a experimentação de diferentes técnicas de ilustração e recortes como recursos de linguagem não linear, a fim de servir de consulta e inspiração para suas próprias versões finais, posteriormente.

Livro de Artista Em seu artigo para a Revista Arte em São Paulo, Julio Plaza (19542003) comenta acerca do que se constitui a produção de um livro de artista, termo este que possui diversas ramificações. Segundo o Quadro Sinóptico dos Livros de Artista, elaborado por Julio Plaza em 1981, pode-se concluir que existem diversas classificações para o gênero.

“A criação do livro como forma de arte comporta um distanciamento crítico em relação ao livro tradicional; contestando-o recria-se a tradição em tradução criativa, fazendo surgir novas configurações e formas de leitura. Com a mudança do sistema linear para o simultâneo, mudamos também a sistemática de leitura, não mais lidamos com símbolos abstratos, mas com figuras, desenhos, diagramas e imagens. Livro é montagem de signos, de espaços, em que convém diferenciar os diferentes tipos de montagem já que esse procedimento é o processo fundamental da organização dos signos icônicos.” (PLAZA, Julio. O livro como forma de arte (I). Revista Arte em São Paulo, São Paulo, v. 6, abr., 1982.) • Fig. 3 - Quadro Sinóptico dos Livros de Artista, Julio Plaza, 1981

15



capĂ­tulo 2 modernismo e anti-arte dadĂĄ


De acordo com Stangos (1991), o que se denominou de uma forma geral como Arte Moderna, tornou-se força libertadora em meio aos anos 1900, período de grandes transformações sociais, políticas e econômicas, concomitantes ao desenvolvimento da filosofia e da ciência. “Os movimentos e conceitos da Arte Moderna foram intencionais, programados, deliberados e dirigidos desde o começo. Fizeramse acompanhar de manifestos, documentos e declarações programáticas.

Os

movimentos

artisticos

modernos

foram

essencialmente ‘conceituais’: as obras eram consideradas em função dos conceitos que exemplificavam.” (STANGOS, Nikos. Conceitos da Arte Moderna. Prefácio. 1991)

Vivia-se um descrédito de sistemas e valores autoritários tradicionais bem como a contestação acerca da tradição do passado nas artes. “Dadá visou destruir as razoáveis ilusões do homem e recuperar a ordem natural e absurda. Dadá quis substituir o contra-senso lógico dos homens de hoje pelo ilogicamente desprovido de sentido.[...] Dadá é a favor do não sentido, o que não significa contra-senso. Dadá é desprovido de sentido, como a natureza. Dadá é pela natureza e contra a arte. Dadá é direto como a natureza. Dadá é pelo sentido infinito e pelos meios definidos.” (ARP, Hans, “I become more and more removed from aesthetics”, ibid., p. 48.) Fig. 4 - “Bicycle Wheel”, Duchamp, 1913

18


Esta declaração de Arp sobre o Dadá é claro exemplo do movimento anti-arte, que ironiza a sociedade condenada mas, ao mesmo tempo, necessita da mesma para existir. Este movimento auto-destrutivo da arte moderna - batizado em Zurique, de onde se propagou para o mundo - não só contestou a si próprio e ao cenário artistico, como também questionou os parâmetros da máxima “O que é arte?”. Precedeu a definitiva transformação, que se dará com a arte conceitual de Marcel Duchamp. A anti-arte Dadá trouxe consigo a prática de técnicas não usuais para causar a interação entre a obra e o expectador, levantando questionamentos sobre a própria Arte em si. Explora ainda as idéias e conceitos, sendo a idéia mais importante do que a realização do trabalho em si. Como exemplo destas experimentações, o Readymade - conceito criado e explorado por Duchamp durante a sua carreira - é definido pela utilização de objetos industrializados para demonstrar artisticamente o desprezo pelo seu significado enquanto objeto, referindo sua produção primariamente à ideia do que ele representa. (FREIRE, 2006) •

Fig. 5 - “A Fonte” (Fountain), Duchamp, 1917

19


20


capítulo 3 a transformação através da arte conceitual

21


Segundo Freire (2006), a Arte Conceitual transformou a idéia que a maioria das pessoas têm de que arte pode ser apenas um desenho, escultura e/ou pintura. Um processo difícil que até hoje permanece enigmático para muitos. “(...)toda arte depois de Duchamp é conceitual porque a arte só existe conceitualmente” (Segundo Kosuth apud FREIRE,

Arte

Conceitual. [Kindle]. 2006, loc 315.) Levanta questionamenos com relação a concepção de arte, tanto do espectador, como do sistema que avalia obras, as julgando como aptas ou não a fazer parte de uma exposição. Explora as idéias e conceitos, sendo a idéia mais importante do que a realização do trabalho em si. “[...] arte conceito é acima de tudo uma arte na qual o material são os conceitos, argumentando em seguida que, uma vez que os conceitos são estritamente vinculados à linguagem, a arte conceitual é um tipo de arte na qual o material é a linguagem.” (Segundo Flynt apud WOOD, Arte Conceitual. 2002, p. 8) Paul Wood (2002) utilizou inicialmente o termo “arte conceitual” ao se referir a uma vanguarda surgida no final dos anos 1960, que em meio a uma situação efervescente na cultura e na política, a partir da instituição do Modernismo, executava atividades múltiplas baseadas na linguagem, fotografia e processos. No entanto, o termo foi utilizado oficialmente por Henry Flynt, em meio as atividades associadas ao Grupo Fluxus, em Nova York, 1961. Além de Flynt, este grupo tem George Maciunas, que escreveu seu manifesto (fig. 6), e John Cage como seus principais artistas representantes, entre outros nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.

22

Fig. 6 - Manifesto Fluxus, George Maciunas, 1963


Se identificavam como movimento anti-arte, buscavam criticar e desmaterializar a obra de arte tradicional e formas alternativas de circulação das mesmas, como performances, filmes e publicações da Revista Fluxus, em seu período de maior atividade (1960-1970). A desmaterialização da obra é justamente a proposta do Livro de Artista. “Livros de artista são livros ou objectos em forma de livro; sobre os quais, na aparência, final o artista tem um grande controle. O livro é entendido nele mesmo como uma obra de arte. Estes não são livros com reproduções de obras de artistas, ou apenas um texto ilustrado por um artista. Na prática, esta definição quebra-se quando o artista a desafia, puxando o formato livro em direcções inesperadas.” (BURY, Stephen. “Artists’ books – the book as a work of art”. 1995) A visão crítica acerca da arte tradicional se manteve ao longo das décadas posteriores, modificando o cerne da Arte. Se os Readymades de Duchamp já demonstravam ruptura com o cunho tradicional de representação da visão do artista, toda esta argumentação do grupo Fluxus, que se permeou em outros grupos e manifestos da arte conceitual, era a grande virada da Arte que passa a ser a representação da idéia do artista. O cenário fértil da arte vivido naquele momento foi berço para a criação de livros de artista como os de Lygia Pape, que realizou a trilogia “Livro da Criação” (fig. 7), “Livro da Arquitetura” e “Livro do Tempo”, e Artur Barrio com o seu “Livro de Carne” (fig. 8).

Fig. 7 - Livro da Criação, Lygia Pape 1959-1960

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A leitura deste livro é feita a partir do corte/ação da faca do açougueiro na carne com o consequente seccionamento das fibras/fissuras, etc, etc, assim como as diferentes tonalidades, colorações. Para terminar, é preciso não esquecer das temperaturas, do contato sensorial (dos dedos), dos problemas sociais, etc etc (BARRIO, 1979)

Luis Antonio Ribeiro, do blog Literatortura, analisa o Livro de Carne como a busca de uma arte que não seja apenas conteúdo, mas também corpo, matéria e materialidade. O livro composto por peças de carne que se deterioram rapidamente proporciona uma experiência diferente para cada expectador. O livro deixa de ser, então, objeto de leitura e passa a ser objeto de arte. A Arte não representa mais em apenas uma tela aquilo que o artista vê, mas sim o que o artista pensa e quer expressar de uma forma conceitual, escolhendo o suporte de acordo com a sua proposta. •

Fig. 8 - Livro de Carne, Artur Barrio, 1979

24




capĂ­tulo 4 cenĂĄrio atual do artista independente


Feiras Independentes Com uma iniciativa da Galeria Vermelho para criar um espaço expositivo apto a mostrar obras de formato incompatível com o espaço expositivo tradicional, foi realizada a primeira Feira de Arte impressa do Tijuana em 2009 (fig. 9), reunindo editoras que se dedicam à publicação de livros de artista e edições especiais, geralmente limitadas e numeradas. Funciona

como

um

espaço

de

apresentação,

distribuição

e

comercialização de publicações, livros de artista, gravuras, pôsteres. Conta com a participação de editoras, coletivos e artistas nacionais e internacionais. Em 2010 começa a publicar livros de artista utilizando o selo Edições Tijuana, que tem exposição fixa em sua banca, alocada no espaço da Galeria Vermelho, em São Paulo (fig. 10). Sua décima edição, nos dias 7 e 8 de maio de 2016, foi realizada no Parque Lage, no Rio de Janeiro, oferecendo oficinas, conversas com diversos artistas que publicaram livros-objeto e também performances, além da

fig. 9 - Feira de Arte Impressa do Tijurana, 1ª edição. Galeria Vermelho, 2009

participação dos expositores selecionados. A proliferação de feiras independentes gerou como por exemplo a Feira Plana, que desde sua primeira edição, em 2013 no Museu da Imagem e do Som, tem ajudado a divulgar o trabalho dos diversos expositores, dentre eles editores, artistas, coletivos, designers, galerias e ativistas guerrilheiros. A proposta é formar um ambiente de venda, troca ou doação de seus livrosobjeto, zines, posters, artes postais, dentre tantos outros (fig. 11).

fig. 10 - Banca, Galeria Vermelho, São Paulo - SP

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Em apenas um dia de evento foram responsáveis por um marco histórico para o cenário da arte independente no Brasil. O número de candidatos pleiteando expor seus projetos na Feira Plana cresceu tanto nos últimos três anos, que sua idealizadora, Bia Bittencourt, foi convidada a utilizar o espaço da Bienal para a próxima edição, prevista para março de 2017. Oferece também palestras e oficinas gratuitas, aonde fomenta-se o exercício da criatividade e do pensar em arte como também um produto. Recentemente também ganhando espaço no cenário das feiras independentes, a Feira Kraft teve sua segunda edição realizada este ano, nos dias 6 e 7 de maio. Organizada por um grupo de estudantes de Artes Visuais, contou com a presença de mais de cinquenta expositores, que utilizaram o prédio do Instituto de Artes da UNESP como espaço de troca e comercialização de seus diversos projetos (fig. 12), oferecendo também oficinas e palestras.

fig. 11 - Feira Plana, 1ª edição. MIS, 2013

fig. 12 - Feira Kraft, 2ª edição. Instituto de Artes da UNESP, 2016

29


Artistas independentes Em entrevistas concedidas por artistas desta geração, foi interessante constatar que haviam algumas semelhanças entre seus projetos, apesar de não se conhecerem nem compartilharem finalidades ou requisitos para a realização dos mesmos. Ambos definiram seus conceitos com base em suas experiências pessoais, criando obras pensando no que aquilo representaria ou em como tocaria a alma do seu expectador e leitor. Combinaram com suas próprias essências, mantendo a sinceridade nas intimidades, fossem suas ou de outros, que procuraram expressar graficamente. Thiago Limón, artista visual e ilustrador, já conta com dois livros de artista em seu portfolio. O “Barriga D’Água” (fig. 13), produzido durante o seu último ano de faculdade, é a sua expressão das frustrações existencialistas, causadas pela vida em uma cidade grande como São Paulo. Por sua vez, “Di(e)spensa” (fig. 14), exibido na Biblioteca Mário de Andrade de Junho a Agosto de 2015 como parte da exposição “Entre a Obra e a Dobra”, aborda a relação do indivíduo para com suas memórias ao longo da vida, como são criadas e desfeitas de acordo com o que somos condicionados,

fig. 13 - Barriga D’Água, Thiago Limón, 2014

pela sociedade, a pensar, agir, e nos comportar.

fig. 14 - Di(e)spensa, Thiago Limón, 2015

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Em “Faz um tempo que preciso contar uma coisa… que não tive coragem de falar” (fig. 15), a designer gráfica e ilustradora Fernanda Georgiadis explora a temática da revelação de segredos íntimos a parentes ou pessoas próximas através de cartas, método muitas vezes utilizado pela dificuldade em se expressar e/ou medo da reação ou reprovação. Ambos usaram como principais referências visuais o cenário artístico do livro independente dos anos 1960 a 1980, encontrados em sua maioria através de uma pesquisa online. Não se impuseram limites para a experimentação de técnicas, utilizando tintas, grafite, carvão, nanquim, papéis de diversas texturas e gramaturas. •

fig. 15 - Faz um tempo que preciso contar uma coisa... que não tive coragem de falar, Fernanda Giorgiardis, 2015

31


32


memorial descritivo

33


logo

fig. 16 - Primeiros estudos de logo em vetor

Em busca de um logo que representasse a fluidez e a imperfeição do sentimento que é o amor, após os primeiros testes em vetor (fig. 16), chegou-se neste traço contínuo utilizando tinta guache preta. A intenção foi unir o símbolo

universal do amor (o

coração) ao título do projeto, O Livro dos Mil Corações. O resultado foi então fotografado e editado no photoshop para fig. 17 - Logo desenhado sobre vidro com tinta guache

34

se atingir o resultado final (pág. 35).


â&amp;#x20AC;˘ Logo finalizado na paleta de cores do projeto

C 0 M 100 Y 100 K 0

C 0 M 75 Y 100 K 0

C 0 M 32 Y 100 K 0

485C

orange 021C

7549C

A escolha da palheta de cores consistiu em combinar cores anĂĄlogas e complementares para C 100 M 0 Y 55 K 0 3275C

C 47 M 100 Y 0 K 0 2405C

proporcionar uma harmonia visual, ao mesmo tempo que transmite uma energia vibrante.

35


embalagens

fig. 18 - Processo de criação das facas

As embalagens que compõem este livro objeto, ao serem montadas e encaixadas umas nas outras através de linguetas e seus recortes correspondentes, formam um coração geométrico inspirado no Tangram, fig. 19 - Embalagens montadas formando o coração estilo Tangram

36

um tipo de puzzle chinês (fig. 19).


• Facas

Fig. 20 - Direito Vermelho Redução de 75% com relação ao tamanho real

37


Fig. 21 - Esquerdo Vermelho Redução de 75% com relação ao tamanho real

38


Fig. 22 - Direito Roxo Redução de 75% com relação ao tamanho real

39


Fig. 23 - Esquerdo Roxo Redução de 75% com relação ao tamanho real

40


Fig. 24 - Direito Verde Redução de 75% com relação ao tamanho real

41


Fig. 25 - Esquerdo Verde Redução de 75% com relação ao tamanho real

42


Fig. 26 - Direito Amarelo Redução de 75% com relação ao tamanho real

43


Fig. 27 - Esquerdo Amarelo Redução de 75% com relação ao tamanho real

44


Direito Laranja Redução de 76% com relação ao tamanho real

Fig. 28 - Esquerdo Laranja Redução de 76% com relação ao tamanho real

45


24.58

4.27

5.66 46

17.72

5.00

6 6 . 5

Fig. 29 - Faca base para lado direito e esquerdo vermelho, com cotas Redução de 75% com relação ao tamanho real


18.88

0 0 . 5

18.82

10.42

5.00

5.68

8 6 . 5

5.00

Fig. 30 - Faca base para lados direito e esquerdo roxo e verde, com cotas Redução de 75% com relação ao tamanho real

47


19.69

5.68

5.00

6

5.00

48

10.42

10.42

21.75

5.6

Fig. 31 - Faca base para lados direito e esquerdo amarelo, com cotas Redução de 60% com relação ao tamanho real


14.69

5.68

5.00

17.04

8 6 . 5

Fig. 32 - Faca base para lados direito e esquerdo laranja, com cotas Redução de 75% com relação ao tamanho real

49


Todas as embalagens montadas no formato final (LxAxP) 20 x 20 x 5 cm

50


A fim de se manter a estrutura montada enquanto transportada, desenvolveu-se uma luva de acetato (fig. 20), a ser também utilizada como suporte para montagem dos puzzles contidos em cada caixa, e também para facilitar

Fig. 33 - Luva de acetato (LxAxP) 20,2 x 20 x 5,2 cm

a leitura dos textos em seus versos, devido à transparência do acetato.

51


20.2 cm

52

5.2 cm


20 cm 20.2 cm

5.2 cm

Fig. 34 - Faca para luva de acetato Redução de 70% do tamanho original

53


puzzles

A fim de se representar os conceitos de que o amor é um sentimento que se constrói pouco a pouco, uma união de peças que se encaixam e um aprendizado a cada descoberta, foram desenvolvidos 10 puzzles (fig. 21 - 5 a partir de puzzles já existentes, e 5 a partir de fotos de Loredana de Oliveira que representam as suas formas de amor) divididos em peças com formatos diversos para conter nas caixas. No verso de cada puzzle econtram-se os textos da fig. 35 - Processo de criação dos puzzles

54

Loredana sobre o amor, a serem lidos após o encaixe das peças no interior da luva de acetato.


U G O G E O I U D Ã C O

D A B Ê R E

H E M A N D A I C O N A B A M I

D R E D C A E O F T E O E

F C T A B A O I C B R I R

I A A S G I E A U D O A

E U E A F X U C E Ã E

O E I O U E I H N S A I J O

C O M PLE T O

I O C S D A C O S U N

C O M PLE X O

A J S A O U E E D O E

LAÇ ÃO

U A I G H

I D L C A B F H

B F E M F E T A G C

C E H T J

Fig. 36 - Caça-Palavras (Frente) 16.5 x 12.7 cm

55


sofro pela minha boneca que é de pano e nunca saberá o gosto das coisas, nem o cheiro, nem o prazer de sentir uma pele macia sob suas mãos, mas, minha boneca não sofre, quem sofre por ela sou eu, foi quando também entendi que a vida é sofrida porque queremos que ela seja se ela é um labirinto e se da mesma forma que minha boneca de pano ela não sente nada…

quem tem que sentir, somos nós!

Fig. 37 - Caça-Palavras (Verso) 16.5 x 12.7 cm

56


Fig. 38 - Labirinto (Frente) 18.8 x 15.8 cm

57


AI AI VIDA, VIDA VIDA VIDA às vezes, quase sempre, ela me dá uma PREGUIÇA não tenho vontade de levantar, não tenho vontade de me animar, não tenho… von-ta-de de viver, é verdade… vocês nunca se sentiram assim? Não? mmm, deve ser só eu então, mas, sobre a vida, fui entendendo aos poucos que ela é como um grande labirinto, um lugar vasto, para um ser humano desbravar seus corredores, cheio de aromas...ruídos,pistas, e vamos seguindo, buscando um caminho uma saída, e aos poucos...sentindo...

Fig. 39 - Labirinto (Verso) 18.8 x 15.8 cm

58


Fig. 40 - Tetris (Frente) 16.4 x 14 cm

59


é difícil nos acharmos, não é? Fico pensando, em cada coisa que nos constrói que nos faz ser algo além da carne e do osso exposto felicidade pra mim é: tarde de sol com sorvete de casquinha amigos, risada e praia rir até parecer um porco, e continuar rindo sem vergonha do outro rir sempre e sorrir, sem receio de ser chamado de LOUCO.

Fig. 41 - Tetris (Verso) 16.4 x 14 cm

60


Fig. 42 - Tangram (Frente) 15.3 x 15.3 cm

61


Fig. 43 - Tangram (Verso) 15.3 x 15.3 cm

62


6

3

9

8

7

4

8

1 9

6

2 8

5 1

5

4

8

3

7

9

2

6

4

2

3

7

6

1

1 5

8

3

9

1

7

2 5

9

8

7

6

2

4

Fig. 44 - Sudoku (Frente) 14.3 x 14.3 cm

63


mas, em um momento que não me lembro...qual… todos meus motivos se perderam, adivinhem por que? adivinhem por quem? … por causa de um MENINO! ARGH, na verdade, não foi por causa de um, foram, vários...é que eu omiti algumas partes da história… ouveram até algumas meninas, mas, nunca me encantaram tanto…. esqueci de bomba, esqueci de boneca, esqueci até quem eu era…

Fig. 45 - Sudoku (Verso) 14.3 x 14.3 cm

64


Fig. 46 - Foto 1 - Nonna e Tia (Frente) 10 x 15 cm

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Fig. 47 - Foto 1 - Nonna e Tia (Verso) 10 x 15 cm

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Fig. 48 - Foto 2 - Mรฃos de Vรณ Hilda (Frente) 10 x 15 cm

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Fig. 49 - Foto 2 - Mรฃos de Vรณ Hilda (Verso) 10 x 15 cm

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Fig. 50 - Foto 3 - Minas do Sarau (Frente) 10 x 15 cm

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Fig. 51 - Foto 3 - Minas do Sarau (Verso) 10 x 15 cm

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Fig. 52 - Foto 4 - Malu (Frente) 10 x 15 cm

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Fig. 53 - Foto 4 - Malu (Verso) 10 x 15 cm

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Fig. 54 - Foto 5 - Mia[u] (Frente) 10 x 15 cm

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Fig. 55 - Foto 5 - Mia[u] (Verso) 10 x 15 cm

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consideraçþes finais

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Eu sempre soube que este livro seria para alguém Só não tinha entendido para quem Entre dúvidas e boas músicas entendi (I was a lover - TV On The Radio) Este livro é para quem quiser chegar até o fim e perceber que a vida é linda E que amar é uma dádiva, que todos podemos É gratuito Totalmente

E para isso escrevo, escrevo Para que se mil corações também escreverem, Eu saberei que o amor tem mil formas e mil jeitos de se apresentar

Por isso AME Infinitamente Até seu coração pulsar

Este e os textos deste projeto foram escritos por

Até ele brilhar E sair do seu peito

Loredana Oliveira, 28 Artista gráfica, ilustradora,

AME

fotógrafa e escritora.

Sem limites SEM barreiras

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Este projeto colaborativo entre Loredana e eu surgiu com a idéia de divulgar o projeto “O Livro dos Mil Corações” que em sua versão final será uma plataforma web para compartilhar histórias de amor. Em meio ao caos em que vivemos, isto se torna utilidade pública. Assim como o sentimento, o projeto desenvolvido para este TCC possui multiformas. Começou inclusive com a idéia de ter um formato de livro convencional, trabalhado, claro, nas texturas visuais e conceitos dos textos, seguindo a estética dos livros de artista desta pesquisa. E não é que a existência deste formato esteja eliminada, apenas remoldei o projeto, a partir dessa segunda etapa, como um livro-objeto que consiste de embalagens pela facilidade que tenho para trabalhar com este segmento, enquanto designer gráfica.

Projeto por

Vanessa Freitas, 27 Designer Gráfica

Nele acredito exercer todos os aprendizados acumulados durante os últimos oito semestres cursados, assim como os acumulados pela experiência dos últimos cinco anos na área trabalhados. Experimentação de materiais e técnicas, tipografia, editorial, identidade visual e embalagem. O plano é sempre seguir em frente com o projeto, fazer um planejamento completo para divulgá-lo em sites de financiamento coletivo, oferecendo este livro-objeto como recompensa pela contribuição. Faremos disto um projeto de todos para ajudar todos a espalhar o amor.

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referĂŞncias

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lista de imagens

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Figura 1 - Páginas 22 &amp; 23 da cópia digital de The Notebook of William Blake. p. 14 Fonte: http://www.bl.uk/collection-items/the-notebook-of-william-blake Figura 2 - Páginas 26 &amp; 27 da cópia digital de The Notebook of William Blake. p. 14 Fonte: http://www.bl.uk/collection-items/the-notebook-of-william-blake Figura 3 - Quadro Sinóptico dos Livros de Artista, Julio Plaza, 1981. p. 15 Fonte: http://sibila.com.br/arte-risco/o-livro-como-forma-de-arte/4533 Figura 4 - “Bicycle Wheel”, Duchamp, 1913. p. 18 Fonte: http://www.understandingduchamp.com Figura 5 - “A Fonte” (Fountain), Duchamp, 1917. p. 19 Fonte: http://www.understandingduchamp.com Figura 6 - Manifesto Fluxus, George Maciunas, 1963 p. 22 Fonte: http://georgemaciunas.com/about/cv/manifesto-i Figura 7 - Livro da Criação, Lygia Pape 1959-1960. p. 23 Fonte: http://www.lygiapape.org.br/pt/obra.php Figura 8 - Livro de Carne, Artur Barrio, 1979. p. 24 Fonte: http://literatortura.com/2015/03/voce-conhece-o-livro-feito-de-carne Figura 9 - Feira de Arte Impressa do Tijurana, 1ª edição. Galeria Vermelho, 2009. p. 28 Fonte: http://cargocollective.com/tijuana Figura 10 - Banca, Galeria Vermelho, São Paulo - SP. p. 28 Fonte: http://cargocollective.com/tijuana Figura 11 - Feira Plana, 1ª edição. MIS, 2013. p. 29 Fonte: http://www.hypeness.com.br/2013/03/veja-o-que-rolou-na-1afeira-plana-que-reuniu-publicacoes-independentes-no-mis

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Figura 14 - Di(e)spensa, Thiago Limón, 2015. p. 30 Fonte: http://thiagolimon.com Figura 15 - Faz um tempo que preciso contar uma coisa... que não tive coragem de falar, Fernanda Giorgiardis, 2015. p. 31 Fonte: Acervo da artista Figura 16 - Primeiros estudos de logo em vetor, Vanessa Freitas, 2016 p. 34 Fonte: Acervo pessoal Figura 17 - Logo desenhado sobre vidro com tinta guache, Vanessa Freitas, 2016 p. 34 Fonte: Acervo pessoal Figura 18 - Processo de criação das facas, Vanessa Freitas, 2016 p. 36 Fonte: Acervo pessoal Figura 19 - Embalagens montadas formando o coração estilo Tangram, Vanessa Freitas, 2016 p. 36 Fonte: Acervo pessoal Figura 20 - Direito Vermelho, Vanessa Freitas, 2016 p. 37 Fonte: Acervo pessoal Figura 21 - Esquerdo Vermelho, Vanessa Freitas, 2016 p. 38 Fonte: Acervo pessoal Figura 22 - Direito Roxo, Vanessa Freitas, 2016 p. 39 Fonte: Acervo pessoal Figura 23 - Esquerdo Roxo, Vanessa Freitas, 2016 p. 40 Fonte: Acervo pessoal

Figura 12 - Feira Kraft, 2ª edição. Instituto de Artes da UNESP, 2016. p. 29 Fonte: Acervo pessoal

Figura 24 - Direito Verde, Vanessa Freitas, 2016 p. 41 Fonte: Acervo pessoal Figura 25 - Esquerdo Verde, Vanessa Freitas, 2016 p. 42 Fonte: Acervo pessoal

Figura 13 - Barriga D’Água, Thiago Limón, 2014 p. 30 Fonte: http://thiagolimon.com

Figura 26 - Direito Amarelo, Vanessa Freitas, 2016 p. 43 Fonte: Acervo pessoal


Figura 27 - Esquerdo Amarelo, Vanessa Freitas, 2016. p. 44 Fonte: Acervo pessoal Figura 28 - Direito e esquerdo Laranja, Vanessa Freitas, 2016 p. 45 Fonte: Acervo pessoal Figura 29 - Faca base para lado direito e esquerdo vermelho, com cotas, Vanessa Freitas, 2016 p. 46 Fonte: Acervo pessoal Figura 30 - Faca base para lados direito e esquerdo, roxo e verde, com cotas, Vanessa Freitas, 2016 p. 47 Fonte: Acervo pessoal Figura 31 - Faca base para lados direito e esquerdo amarelo, com cotas, Vanessa Freitas, 2016 p. 48 Fonte: Acervo pessoal Figura 32 - Faca base para lados direito e esquerdo laranja, com cotas, Vanessa Freitas, 2016 p. 49 Fonte: Acervo pessoal Figura 33 - Luva de acetato, Vanessa Freitas, 2016 p. 51 Fonte: Acervo pessoal Figura 34 - Faca para luva de acetato, Vanessa Freitas, 2016 p. 53 Fonte: Acervo pessoal Figura 35 - Processo de criação dos puzzles, Vanessa Freitas, 2016 p. 54 Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal Figura 39 - Labirinto (Verso), Vanessa Freitas, 2016, Texto por Loredana de Oliveira, 2015 p. 58 Fonte: Acervo pessoal Figura 40 - Tetris (Frente), Vanessa Freitas, 2016 p. 59 Fonte: Acervo pessoal Figura 41 - Tetris (Verso), Vanessa Freitas, 2016, Texto por Loredana de Oliveira, 2015 p. 60 Fonte: Acervo pessoal Figura 42 - Tangram (Frente), Vanessa Freitas, 2016 p. 61 Fonte: Acervo pessoal Figura 43 - Tangram (Verso), Vanessa Freitas, 2016, Texto por Loredana de Oliveira, 2015 p. 62 Fonte: Acervo pessoal Figura 44 - Sudoku (Frente), Vanessa Freitas, 2016, p. 63 Fonte: Acervo pessoal Figura 45 - Sudoku (Verso), Vanessa Freitas, 2016, Texto por Loredana de Oliveira, 2015 p. 64 Fonte: Acervo pessoal Figura 46 - Foto 1 - Nonna e Tia (Frente), Vanessa Freitas 2016, Foto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 65 Fonte: Acervo pessoal

Figura 36 - Caça-Palavras (Frente), Vanessa Freitas, 2016 p. 55 Fonte: Acervo pessoal

Figura 47 - Foto 1 - Nonna e Tia (Verso), Vanessa Freitas 2016, Texto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 66 Fonte: Acervo pessoal

Figura 37 - Caça-Palavras (Verso), Vanessa Freitas, 2016, Texto por Loredana de Oliveira, 2015 p. 56 Fonte: Acervo pessoal

Figura 48 - Foto 2 - Mãos de Vó Hilda (Frente), Vanessa Freitas 2016, Foto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 67 Fonte: Acervo pessoal

Figura 38 - Labirinto (Frente), Vanessa Freitas, 2016 p. 57

Figura 49 - Foto 2 - Mãos de Vó Hilda (Verso), Vanessa Freitas 2016,

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Texto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 68 Fonte: Acervo pessoal Figura 50 - Foto 3 - Minas do Sarau (Frente), Vanessa Freitas 2016, Foto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 69 Fonte: Acervo pessoal Figura 51 - Foto 3 - Minas do Sarau (Verso), Vanessa Freitas 2016, Texto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 70 Fonte: Acervo pessoal Figura 52 - Foto 4 - Malu (Frente), Vanessa Freitas 2016, Foto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 71 Fonte: Acervo pessoal Figura 53 - Foto 4 - Malu (Verso), Vanessa Freitas 2016, Texto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 72 Fonte: Acervo pessoal Figura 54 - Foto 5 - Mia[u] (Frente), Vanessa Freitas 2016, Foto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 73 Fonte: Acervo pessoal Figura 55 - Foto 5 - Mia[u] (Frente), Vanessa Freitas 2016, Texto original de Loredana Oliveira, 2015 p. 74 Fonte: Acervo pessoal

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anexos

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P: Como foi a sua experiência ao produzir um Livro de Artista?

R: Foi bastante interessante. Percebi que para mim as coisas se compõem melhor e com mais autenticidade quando são feitas com verdade e alma. Sinto que quando me proponho a concretizar algo que me toca no íntimo e não necessariamente sou obrigado a justificar, o resultado é mais verdadeiro. Foi o caso dos meus livros, tanto o Barriga d’água quanto o Diespensa. Considerei a produção como parte do processo, visto que nos dois livros tive o propósito de estabelecer claramente um conceito e diretriz, para que houvesse coerência no projeto gráfico como um todo e não se desse apenas fosse um livro ilustrado. P: Qual foi o principal conceito utilizado?

R: No Barriga d’água eu abordo o conceito de psicossomática social, os dissabores da vida numa metrópole e boa parte da carga existencialista que me levou a essas questões. No Diespensa, a temática é a memória do indivíduo e a forma como ele lida com essas lembranças ao longo da vida, principalmente por estar frente a uma sociedade que estimula uma posição normativa sobre quase tudo que o cerca. Esse

Entrevista com

Thiago Limón, 25 Artista gráfico e ilustrador Autor da exposição “Marginália” na Biblioteca Mário de Andrade 92

você viu, eu lembro! :)


P: Conte um pouco sobre o seu processo criativo, inspiração, materiais utilizados, etc.

R: Meu processo criativo é muito simples, como dito acima, procuro

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Concordo em participar, como voluntário, do estudo que tem

sempre alinhar o conceito geral com o material e linguagem a ser desenvolvida. É uma peça de arte mas não deixa de comunicar, sabe?

como pesquisador responsável o(a) aluno(a) de graduação Vanessa Côrtes

É preciso chegar no outro. Minha inspiração é a vida real que ora ou

Freitas de Barros, do curso de Bacharelado em Design Gráfico do Centro

outra acabo fantasiando. Meus materiais são muitos, curto bastante

Universitário Senac, que pode ser contatado pelo e­mail wannycfb@gmail.com

hibridismo e não tenho problemas em experimentar. Porém, eu

e pelos telefones (11)30478105 e (11) 966996984. Tenho ciência de que o

adoro grafite, carvão e nanquim.

estudo tem em vista realizar entrevistas com alunos e professores, visando, por

P: Quais foram as suas principais referências?

R: Não tive uma referência exata, nada que eu me lembre pra eleger assim com tanta certeza. Mas gosto muito do período de 60,70 e 80 do livro de artista aqui no Brasil. Talvez porque esse período fora sensacional na produção artística no geral.

parte do(a) referido(a) aluno(a) a realização de um trabalho de conclusão de curso intitulada “O Livro dos Mil Corações: Publicação editorial de textos sobre o amor explorando a estética do Livro de Artista”. Minha participação consistirá em conceder uma entrevista que será enviada e respondida através do meu e­mail pessoal limonthiago@gmail.com. Entendo que esse estudo possui finalidade de pesquisa acadêmica, que os dados obtidos não serão divulgados,

P: O que recomenda a outros artistas que desejam produzir um

a não ser com prévia autorização, e que nesse caso será preservado o

R: Sinceridade no seu trabalho, acho que isso basta para qualquer

disso, sei que posso abandonar minha participação na pesquisa quando quiser

Livro de Artista?

anonimato dos participantes, assegurando assim minha privacidade. Além

outra produção. Ah, tem o lance da empatia também, pense em

e que não receberei nenhum pagamento por esta participação.

quem vai ter acesso a esse pedaço de você, como será que isso

chega no outro?

______________________________ Assinatura São Paulo, 22 de abril de 2016 São Paulo, 8 de abril de 2012

93


P: Como foi a sua experiência ao produzir um Livro de Artista? R: Bom, primeiro de tudo, me trouxe uma satisfação enorme

trabalhar com esse projeto, até porque é um tema muito presente em minha vida. Acho que isso tornou as coisas mais “fáceis”, gostosas e emocionantes de fazer. Fiquei lisongeada pelas pessoas que cederam suas cartas e compartilharam comigo esse momento e fases tão difíceis de suas vidas. Lê-las e saber de cada história foi emocionante. Foi um desafio muito grande atingir todos os pilares conceituais e decidir a melhor forma para trabalhar com o material adquirido, tão delicado, importante e valioso. Foi um processo longo, de muitas ideias, testes e estudos. Ler cada carta, entender cada pessoa e cada história, e conseguir transparecer tudo isso através do design gráfico foi gratificante. O desenvolvimento do projeto foi muito gostoso, apesar de ter sido difícil, trabalhoso e com muitos obstáculos. Foi um processo de criação muito manual, onde pude ter muita liberdade. Foi divertido mexer com tinta, fazer experimentos e usar diversos materiais. Por eu ser uma pessoa muito ansiosa, sofri um pouco em relação ao tempo. Para fazer o projeto era preciso etapas e uma dependia da outra, então, isso me ensinou a desacelerar e ter um pouco mais de paciência. Precisei ter bastante foco e dedicação. Sinto que me superei. Fico

Entrevista com

Fernanda Georgiadis, 23 Designer gráfico e ilustradora

feliz de ter tido a oportunidade de ter realizado esse projeto e tenho esperança de conseguir ajudar muitas pessoas. P: Qual foi o principal conceito utilizado?

R: Sobre o conceito, a conexão foi simbólica e envolveu uma performance interativa: abrir as cartas, como se fosse algo pessoal, imergindo na vida de cada pessoa. Atendeu aos aspectos de segredo, impacto, valor, drama e o despertar da humanidade e da sensibilidade.

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P: Conte um pouco sobre o seu processo criativo, inspiração,

P: O que recomenda a outros artistas que desejam produzir

R: Dentro do que eu queria passar com o livro-arte, eu comecei

R: Busque um tema que você se identifique e que tenha

materiais utilizados, etc.

um Livro de Artista?

a pirar mesmo, na ação que o livro poderia proporcionar,

familiaridade. Um tema que você consiga entrar em sintonia.

no suporte e tudo mais. Primeiro pesquisei referências sem

Abrace o tema e o projeto. Entre de cabeça e de coração. Se

nenhum comprometimento. Bem livre mesmo! Depois comecei

entregue! Uma porque é delicioso isso, você sentir e se envolver

a pensar e pensar e pensar... Comecei a passar pro papel. E

totalmente. As coisas fluem melhor. Outra que o leitor vai sentir

conforme eu fui pirando e pesquisando referências na internet

isso também (claro que cada um na sua singularidade).

(principalmente no pinterest) e até em livros sobre cartas, eu fui testando. Fiz muitos mockups para teste até chegar no final. Claro que as cartas das pessoas me inspiraram muito.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Digamos que esse projeto foi bem emocional, entrei de cabeça

Concordo em participar, como voluntário, do estudo que tem como pesquisador

mesmo. Teve momentos de desespero, claro. Momentos que

responsável o(a) aluno(a) de graduação Vanessa Côrtes Freitas de Barros, do curso de

empacava e me desesperava. Mas ai surgia uma luz, uma ideia

Bacharelado em Design Gráfico do Centro Universitário Senac, que pode ser contatado

e as coisas fluíam novamente. Normal! Mas todo o esforço

pelo e-mail wannycfb@gmail.com e pelos telefones (11)30478105 e (11) 966996984.

vale apena quando você vê o resultado final. Te garanto! Os

Tenho ciência de que o estudo tem em vista realizar entrevistas com alunos e

materiais utilizados foram diversos: pano de algodão cru, linha de costura, papel para transfer, diversos tipos de papeis para fazer as cartas e envelopes, cola. Enfim, todos foram pensados na reciclagem e na reutilização. P: Quais foram as suas principais referências?

professores, visando, por parte do(a) referido(a) aluno(a) a realização de um trabalho de conclusão de curso intitulada “O Livro dos Mil Corações: Publicação editorial de textos sobre o amor explorando a estética do Livro de Artista”. Minha participação consistirá em conceder uma entrevista que será enviada e respondida através do meu e-mail pessoal limonthiago@gmail.com. Entendo que esse estudo possui finalidade de pesquisa acadêmica, que os dados obtidos não serão divulgados, a não ser com prévia autorização, e que nesse caso será preservado o anonimato dos participantes,

R: Não sei se consigo te dizer quais foram as principais. Teve

assegurando assim minha privacidade. Além disso, sei que posso abandonar minha

algumas chaves sim, mas uma que mais me marcou e foi o

participação na pesquisa quando quiser e que não receberei nenhum pagamento por

start de muita coisa, foi um livro-arte chamado “Queria ter

esta participação.

ficado mais”. Ele é de cartas também. Acabei comprando. É um livro de cartas soltas colocadas em envelopes também. Cada uma relata um acontecimento de uma viagem, de pessoas diferentes.

______________________________ Assinatura São Paulo, 26 de abril de 2016

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Concordo em participar, como voluntário, do estudo que tem como pesquisador responsável o(a) aluno(a) de graduação Vanessa Côrtes Freitas de Barros, do curso de Bacharelado em Design Gráfico do Centro Universitário Senac, que pode ser contatado pelo e­mail wannycfb@gmail.com e pelos telefones (11)30478105 e (11) 966996984. Tenho ciência de que o estudo tem em vista realizar entrevistas com alunos e professores, visando, por parte do(a) referido(a) aluno(a) a realização de um trabalho de conclusão de curso intitulada “O Livro dos Mil Corações: Publicação editorial de textos sobre o amor explorando a estética do Livro de Artista”. Minha participação consistirá em conceder uma entrevista que será enviada e respondida através do meu e­mail pessoal loredana.oliveira@gmail.com limonthiago@gmail.com. Entendo que esse estudo possui finalidade de pesquisa acadêmica, que os dados obtidos não serão divulgados, a não ser com prévia autorização, e que nesse caso será preservado o anonimato dos participantes, assegurando assim minha privacidade. Além disso, sei que posso abandonar minha participação na pesquisa quando quiser e que não receberei nenhum pagamento por esta participação.

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______________________________ Assinatura São Paulo, 20 de setembro de 2016 São Paulo, 8 de abril de 2012


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