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Por Que Não é Suficiente Dizer “Eu Não Sou Racista”?

POR QUE NÃO É SUFICIENTE DIZER ‘EU NÃO SOU RACISTA?’

POR BERNIE HOLFORD

O racismo não é apenas moralmente errado; é um pecado. Como cristãos adventistas do sétimo dia, estamos muito preocupados com o pecado e como defini-lo para que possamos reconhecê-lo e evitá-lo. Sabemos que o “pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4), e esperamos que, guardando todos os dez mandamentos, seremos contados com as ovelhas de Jesus no dia do julgamento (Mateus 25:32, em diante). No entanto, de Mateus 5:21 em diante, Jesus desafia essa definição mínima de pecado. O pecado não é apenas um ato físico, mas uma atitude. Ele redefine o pecado do assassinato como raiva inadequada contra outro ser humano. O pecado é mais abrangente do que a definição legal implica. De maneira semelhante, o racismo está mais enraizado do que muitos de nós reconhecemos. Desde a morte de George Floyd, em 25 de maio, aprendi que não é suficiente dizer: “Não sou racista porque não uso palavras preconceituosas e tenho amigos negros”. Como o problema do pecado, meu racismo inconsciente está profundamente enraizado em minha identidade e minha história.

Sendo um inglês branco (com mãe alemã), tentei reavaliar minha identidade cultural. O simples fato de ser branco deu a mim e a minha família oportunidades e privilégios que meus amigos negros e de minorias étnicas tiveram que trabalhar duro para conquistar. A primeira vez que me falaram sobre 'privilégio branco', rejeitei a ideia. Como filho de uma longa linhagem de orgulhosos ancestrais da classe trabalhadora, eu poderia facilmente falar sobre o privilégio da 'classe média' e como meus pais tiveram que trabalhar duro para escalar a chamada

Bernie Holford, MDiv, currently serves as the Senior Pastor for Luton North and Luton Central. Prior to this role, he served as Family Ministries Director at the South England Conference before being invited to serve as President for the Scottish Mission, and resides in Hemel Hempstead Herts, United Kingdom.

'escala social'. A segunda vez que tentei entender o conceito de 'privilégio branco', minha mente começou a entender que minha história era como alhos e bugalhos quando comparada com as experiências de meus amigos NAME (negros, asiáticos e de minorias étnicas). Mas eu ainda lutava com a ideia de que era um benfeitor do “privilégio branco” até que um amigo negro disse: “Eu posso ser educado, mas nunca vou poder mudar a cor da minha pele!” Enquanto eu orava e ponderava sobre isso, um amigo negro compartilhou pacientemente sua história. Como uma pessoa NAME, ele sempre seria considerado por muitas pessoas como “inferiores”. Foi como se Deus de repente me dissesse: ‘Ouça a história dele com compaixão e não com julgamento’. Deus abriu meu coração para perceber quão arrogante e indiferente minha atitude tinha sido com o sofrimento racial de meus irmãos e irmãs em Cristo. Algumas semanas atrás, confessei à minha congregação predominantemente negra que lamentava ter sido um aprendiz tão lento e prometi pedir a Deus que me ajudasse a lutar por justiça como a Bíblia ensina. Tenho orgulho de ser britânico e, em minha vida, experimentei uma redução do racismo após as terríveis injustiças de nosso passado colonial. No entanto, quando ouço os relatos dos meus amigos NAME sobre preconceito e, com frequência sobre violência racial, tenho que aceitar que o racismo, assim como o sexismo, ainda prevalece. Jesus chama a maioria para ajudar a minoria aflita (Lucas 4:18). Como cristão branco, é meu chamado estar ao lado dos oprimidos e falar contra todas as formas de injustiça. A maioria das pessoas com quem converso sabe que sou pastor e não usa linguagem racista perto de mim. Ocasionalmente, ao falar com vizinhos, posso ouvir uma insinuação racista. Eles estão aprendendo que tentarei desafiar com tato essas atitudes. Ser o sal de Jesus no mundo significa que tenho que orar por coragem para falar, mesmo que os outros não gostem. Gostaria de agradecer aos meus amigos negros que gentilmente me ajudaram nesse caminho para me tornar antirracista. Também fui inspirado por outros livros e palestras.1 Então, para resumir, o racismo sistêmico e geral é real e é tão disseminado quanto o pecado. O privilégio branco é um acaso, e eu sou chamado para ser mais do que “um não racista”, mas um soldado de Cristo, desafiando o racismo onde quer que eu o experimente. Minha oração é que Deus nos dê o desejo de entender melhor o racismo e nos guie em nossos ministérios antirracistas exclusivos para que juntos possamos modelar o poder do amor de Cristo neste mundo destruído.

NOTAS

1 ‘We Need to Talk About Race’ by Ben Lindsay, ‘White Fragility’ by Robin DiAngelo; https://youtu.be/HrOFpa

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