A Ilusão Biográfica - Pierre Bourdieu –
Pierre Bourdieu. (1997). Razões práticas sobre a teoria da acção. Lisboa: Celta. pp. 53-59 (Tradução Miguel Serras Pereira)
A história de vida é uma dessas noções do senso comum que entraram de contrabando no universo científico; primeiro, sem alarido nem aparato, entre os etnólogos, depois, mais recentemente, e não sem algazarra, entre os sociólogos. Falar de história de vida é pressupor pelo menos, e já e bastante mais que nada, que a vida é uma história e que uma vida é inseparavelmente o conjunto dos acontecimentos de uma existência individual concebida como uma história e a narrativa dessa história. É isto que de facto diz o sentido comum, quer dizer, a linguagem corrente, que descreve a vida como um caminho, uma estrada, uma pista, com as suas encruzilhadas (Hércules entre o vício e a virtude), ou como uma caminhar, quer dizer, um trajecto, uma carreira, um cursos, uma passagem, uma viagem, um percurso orientado, uma deslocação linear, unidirecional (a “mobilidade”), comportando um começo (“um princípio na vida”), etapas, e um fim, no duplo sentido, de termo e de finalidade (“fará o seu caminho” significa “será bem sucedido”, “fará uma bela carreira”), um fim da história. É aceitar tacitamente a filosofia da história no sentido de sucessão de acontecimentos históricos, que se encontra implicada numa filosofia da história no sentido de narrativa histórica, em suma, numa teoria da narrativa, narrativa de historiador ou de romancista, indiscerníveis sob este aspecto, biografia ou autobiografia nomeadamente. Sem pretensões de exaustividade, podemos tentar pôr em evidência alguns dos pressupostos desta teoria. Em primeiro lugar, o facto de “a vida” constituir um todo, um conjunto coerente e orientado, que pode e deve ser apreendido como expressão unitária de uma “intenção” subjectiva e objectiva, de um projecto: a noção sartreana de “projecto original” limita-se a estabelecer explicitamente o que se encontra implicado nos “já”, “a partir de então”, “desde muito jovem”, etc., das biografias correntes, ou nos “sempre” (“sempre amei a música”) das “histórias de vida”. Esta vida organizada como uma história
(no
sentido
da
narrativa)
desenrola-se,
segundo
uma
ordem
cronológica, que é também uma ordem lógica, a partir de um começo, uma origem, no duplo sentido de ponto de partida, de início, mas também de
http://webfoliommm.blogspot.pt/
1
princípio, de razão de ser, de causa primeira, até ao termo que é também um alvo, um cumprimento (telos). A narrativa, seja biográfica ou autobiográfica, como
a
de
um
inquirido
que
“se
confia”
a
um
inquiridor,
propõe
acontecimentos que, nem todos nem sempre se desenrolando na sua estrita sucessão cronológica (quem quer que tenha recolhido histórias de vida sabe que os inquiridos perdem constantemente o fio da estrita sucessão do calendário), tendem a, ou pretendem, organizar-se em sequências ordenadas segundo relações inteligíveis. O sujeito e o objecto da biografia (o inquiridor e o inquirido) têm de certo modo o mesmo interesse em aceitar o postulado do
sentido da existência narrada (e, implicitamente, de qualquer existência). Temos sem dúvida o direito de supor que a narrativa autobiográfica se inspira sempre, pelo menos em parte, na preocupação de dar sentido, de conferir razão, de destacar uma lógica ao mesmo tempo retrospectiva e prospectiva, uma consistência e uma constância, estabelecendo relações inteligíveis, com as que há entre o efeito e a causa eficiente, entre os estados sucessivos, assim constituídos em etapas de um desenvolvimento necessário. (E é provável que este ganho de coerência e de necessidade se encontre na origem do interesse, variável segundo a posição e a trajectória, que os inquiridos atribuem ao empreendimento biográfico1.) Esta propensão do inquirido para se transformar em ideólogo da sua própria vida selecionando, em função de uma intenção global, certo acontecimento significativos e estabelecendo entre eles conexões de molde a justificar a sua existência e a conferir-lhes coerência, como as implicadas pela sua instituição enquanto causas ou, mais amiúde, enquanto fins, depara com a cumplicidade natural do biógrafo que tudo, a começar pelas suas disposições de profissional de interpretação, leva a aceitar semelhante criação artificial de sentido. É significativo que o abandono da estrutura do romance como narrativa linear tenha coincidido com o pôr em questão da visão da vida como existência dotada de sentido, no duplo sentido de significação e de direcção. Esta dupla ruptura, simbolizada pelo romance de Faulkner, O Som e a Fúria, exprime-se com toda a clareza no final do Macbeth: “Uma história contada por um idiota, uma história cheia de som e de fúria, mas sem sentido.” Produzir uma história de vida, tratar a vida como uma história, quer dizer como a narrativa coerente de uma sequência significante e orientada de acontecimentos, talvez seja sacrificar a uma ilusão retórica, a uma representação comum da existência, que toda uma tradição literária não parou nem para de reforçar. É por isso que é lógico buscarmos apoio junto dos que romperam com essa tradição no próprio terreno da sua consumação exemplar. Como indica Alain Robbe-Grillet, 1
Cf. F. Muel-Dreyfus, Le Metier d’educateur, Paris, Éd. de Minuit, 1983.
http://webfoliommm.blogspot.pt/
2
“o
advento
do
romance
moderno
está
precisamente
ligado
à
seguinte
descoberta: o real é descontínuo, formado de elementos sobrepostos sem razão, cada um deles único e ainda mais difíceis de apreender por surgirem de maneira incessantemente imprevista, fora de propósito, aleatória.”2 A invenção de um novo modo de expressão literária faz aparecer a contrario a arbitrariedade da representação tradicional do discurso romanesco como história coerente e totalizante e da filosofia da existência que, para alguns dos seus
iniciadores, é
indissociável
da revolução
retórica a
que nos
referimos.3 Mas não se pode em todo o caso esquivar a questão dos mecanismos sociais que favorecem ou autorizam a experiência corrente da vida como unidade e como totalidade. Como responder, com efeito, sem sair dos limites da sociologia, à velha interrogação empirista sobre a existência de um eu irredutível à rapsódia das sensações singulares? É possível sem dúvida descobrir no habitus o princípio activo, irredutível às percepções passivas, da unificação das práticas e das representações (quer dizer, o equivalente, historicamente constituído, e, portanto, historicamente situado, desse eu cuja existência devemos postular, segundo Kant, para darmos conta da síntese do diverso sensível dado na intuição e da ligação das representações numa consciência). Mas esta identidade prática não se dá à intuição a não ser na inesgotável e inapreensível série das suas manifestações sucessivas, de tal maneira que o único modo de a apreendermos como tal consiste, talvez, em tentar recaptá-la na unidade de uma narrativa totalizante (como autorizam que se faça as diferentes formas, mais ou menos institucionalizadas, do “falar de si”, confidência, etc.). O mundo social, que tende a identificar a normalidade com a identidade entendida como constância para consigo próprio de um ser responsável, quer dizer, previsível ou, pelo menos, inteligível, à maneira de uma história bem construída (por oposição à história contada por um idiota), propõe e dispõe toda a espécie de instituições de totalização e de unificação do eu. A mais evidente é evidentemente o nome próprio que, enquanto “designador rígido”, segundo a expressão de Kripke, “designa o mesmo objecto em não importa que universo possível”, quer dizer, concretamente, em estados diferentes do mesmo campo social (constância diacrónica) ou em campo diferentes no mesmo momento (unidade sincrónica para além da multiplicidade das posições ocupadas4). E Ziff, que descreve o nome próprio como “um ponto fixo num A. Robbe-Grillet, Le Miroir qui revient, Paris, Éd. de Minuit, 1984, p. 208. “Tudo isto faz parte do real, quer dizer, é fragmentário, fugidio, inútil, tão acidental até e tão particular que qualquer acontecimento aparece aqui a cada instante como gratuito e toda a existência afinal de contas como que privada da menor significação unificadora” (A. Robbe-Grillet, ibid.) 4 Cf. S. Kripke, La Logique des noms propres (Naming and Necessity), Paris, Éd. de Minuit, 1982; e também P. Engel, Identité et Référence, Paris, Pens, 1985. 2 3
http://webfoliommm.blogspot.pt/
3
mundo móvel”, tem razão quando vê nos “ritos baptismais” a maneira necessária de uma atribuição de identidade.5 Através desta forma muito singular de nomeação constituída pelo nome próprio encontra-se instituída uma identidade social constante e duradoura que garante a existência do indivíduo biológico em todos os campos possíveis onde ele intervém enquanto
agente, quer dizer, em todas as suas histórias de vida possíveis. O nome próprio “Marcel Dassault” é, juntamente com a individualidade biológica cuja forma socialmente instituída representa, o que assegura a constância através do tempo e a unidade através dos espaços sociais dos diferentes agentes sociais que são a manifestação dessa individualidade nos diferentes campos, o patrão empresário, o patrão da imprensa, o deputado, o produtor de filmes, etc.; e não é por acaso que a assinatura, signum authenticum que autentica tal identidade, é a condição jurídica das transferências de um campo para o outro, quer dizer, de uma agente para outro, das propriedades ligadas ao mesmo indivíduo instituído. Enquanto instituição, o nome próprio é arrancado ao tempo e ao espaço e às variações segundo os lugares e os momentos: por aí, assegura aos indivíduos designados, para além de todas as transformações e de todas as flutuações biológicas e sociais, a constância nominal, a identidade no sentido da identidade consigo próprio, de constanti sibi, exigida pela ordem social. E compreende-se
que,
em
numerosos
universos
sociais,
os
deveres
mais
sagrados do si próprio para consigo assumam a forma de deveres para com o nome próprio (que é sempre, também, em parte, um nome comum, enquanto nome de família, especificado por um primeiro nome). O nome próprio é a atestação visível da identidade do seu portador através dos tempos
e
dos
manifestações
espaços
sucessivas
socias, e
da
o
fundamento
possibilidade
da
unidade
das
socialmente reconhecida
suas de
totalizar estas manifestações em registos oficiais, curriculum vitae, cursos
honorum, registo criminal, necrologia ou biografia que constituem a vida em totalidade finita pelo veredicto proferido sobre um balanço provisório ou definitivo. “Designador rígido”, o nome próprio é a forma por excelência da imposição arbitrária operada pelos ritos de instituição: a nomeação e a classificação introduzem
divisões
marcadas,
absolutas,
indiferente
às
particularidades
circunstanciais e aos acidentes individuais, na fluidez e no fluxo das realidades biológicas e sociais. Assim se explica que o nome próprio não possa descrever propriedades e que não veicule qualquer informação sobre aquilo que nomeia: dado que aquilo que designa nunca é mais do que uma rapsódia compósita e 5
Cf. P. Ziff, Semantic Analysis, Ithaca, Cornell University Press, 1960, pp.102-104.
http://webfoliommm.blogspot.pt/
4
díspar de propriedades biológicas e sociais em transformação constante, todas as descrições seriam válidas apenas nos limites de um estádio ou de um espaço. Por outras palavras, não pode atestar a identidade da personalidade, como individualidade socialmente constituída, anão ser ao preço de uma formidável abstracção. É o que nos lembra no uso inabitual6 a que Proust procede
do
nome
próprio
precedido
do
artigo
definido
(“o
Swann
de
Buckingham Palace”, “a Albertine de então”, “a Albertine revestida de borracha dos dias de chuva”), giro complexo através do qual se enunciam ao mesmo tempo
a
“súbita
revelação
de
um
sujeito
fraccionado,
múltiplo”,
e
a
permanência para além da pluralidade dos mundos da identidade socialmente atribuída pelo nome próprio.7 Assim, o nome próprio é o suporte (sentimo-nos tentados a dizer: a substância) daquilo a que se chama o registo civil, quer dizer, desse conjunto das propriedades (nacionalidade, sexo, idade, etc.) ligado a uma pessoa e à quais a lei civil associa efeitos jurídicos que são instituídos, enquanto aparentemente verificados, pelos actos de registo civil. Produto do rito da instituição inaugural que marca o acesso à existência social, é ele o verdadeiro
objecto
de
todos
os
ritos
de
instituição
ou
de
nomeação
sucessivos através doa quais se constrói a identidade social: estes actos (muitas vezes públicos e solenes) de atribuição, operados sob o controlo e com a garantia do Estado, são também designações rígidas, quer dizer, válidas para todos os mundos possíveis, que desenvolvem uma verdadeira descrição
social dessa espécie de essência social, transcendente às flutuações históricas, que a ordem social institui através do nome próprio; todos eles assentam com efeito no postulado da constância do nominal pressuposto por todos os actos de nomeação, e também, mais geralmente, todos os actos jurídicos que implicam um futuro a longo prazo, quer se trate dos certificados garantindo de maneira irreversível uma capacidade (ou uma incapacidade), dos contratos vinculando um futuro longínquo, como os contratos de crédito ou de seguros, ou das sanções penais, pressupondo toda a condenação a afirmação da identidade para além do tempo daquele que cometeu a crime e daquele que sofre o castigo.8
Inabitual em francês, e não, por exemplo, no português falado ou coloquial (por exemplo: “- Et Paul, où est-il? L’as-tu déjà vu? – Non, Paul est toujours en retard…” traduzir-se-iam em português por: “-E o Paulo, onde está? Já o viste? – Não, o Paulo atrasa-se sempre…”); mas, seja como for, embora não inabitual em portugês, o artigo definido exerce na nossa língua um efeito análogo ao que produz em francês nos exemplos que, a seguir, Bourdieu cita de Proust (N. do T.) 7 E. Nicole, “Personnage et rhétorique du nom”, Poétique, 46, 1981, pp. 200-216. 8 A dimensão propriamente biológica da individualidade – apreendida pelo registo civil sob a forma de sinalização e da fotografia identificadora – está sujeita a variações segundo os tempos e lugares, quer dizer, os espaços sociais que a tornam uma base muito menos garantida que a pura definição nominal. (Sobre as variações da hexis corporal segundo os espaços sociais, poderá ler-se S. Maresca, “La représentation de la 6
http://webfoliommm.blogspot.pt/
5
Tudo permite supor que a narrativa de vida tende a aproximar-se tanto mais do modelo oficial da apresentação oficial de si, bilhete de identidade, certidão de estado civil, curriculum vitae, biografia oficial, e da filosofia da identidade que
esse
modelo
subentende,
quanto
mais
nos
aproximamos
dos
interrogatórios oficiais dos inquéritos oficiais – no limite, o inquérito judicial ou policial -, afastando-se ao mesmo tempo dos intercâmbios íntimos entre familiares e da lógica da confidência e, curso nesses mercados protegido em que as pessoas estão entre si. As leis que regem a produção dos discursos na relação entre um habitus e um mercado aplicam-se a essa forma particular de expressão que o discurso sobre si próprio é; e a narrativa de vida variará, tanto na forma como no conteúdo, segundo a qualidade oficial do mercado em que for oferecida – contribuindo inevitavelmente a própria situação de inquérito para determinar a forma e o conteúdo do discurso recolhido. Mas o objecto próprio deste discurso, quer dizer, a apresentação pública, e, portanto, a oficialização, de uma representação privada da própria vida de alguém, implica um acréscimo de imposições e de censuras específicas (cujo limite é representado pela sanções jurídicas contra as usurpações de identidade ou o porte ilegal de condecorações). E tudo permite supor que as leis da biografia oficial tenderão a impor-se muito para além das situações oficiais, através de pressupostos insuficientes da interrogação (como a preocupação com a cronologia e com tudo aquilo que é inerente à representação da vida como história), através também da situação de inquérito que, segundo a distância objectiva entre o interrogador e o interrogado, e segundo a capacidade do primeiro para “manipular” a relação, poderá variar desde essa forma branda de interrogatório oficial que, as mais das vezes, sem que o sociólogo o saiba, o inquérito sociológico é, até à confidência, através por fim da representação mais ou menos consciente que o inquirido faça da situação de inquérito, em função da sua experiência directa ou mediata de situações equivalentes (entrevista de escritor célebre, ou de homem político, situação de exame, etc.) e que orientará todo o seus esforço de apresentação de si, ou, melhor, de produção de si. A análise crítica dos processos sociais mal analisados ou mal controlados, que agem, sem que o investigador se dê conta, na construção dessa espécie de artefacto irrepreensível que “a história de vida” é, não constitui o seu próprio fim. Conduz a construir a noção de trajectória como série de posições sucessivamente ocupadas por um mesmo agente (ou um mesmo grupo) num espaço ele próprio em devir e submetido a transformações incessantes. Tentar compreender
um
vida
como
uma
série
única
e
bastando-se
a
si
de
paysannerie. Remarques ethnographiques sur le travail de représentation de dirigeants agricoles”, Actes de la recherche en sciences sociales, 38, Maio de 1981, pp. 3-18.
http://webfoliommm.blogspot.pt/
6
acontecimentos sucessivos sem outro nexo além do da associação a um “sujeito” cuja constância não é sem dúvida senão a de um nome próprio é mais ou menos tão absurdo como tentar dar conta de um trajecto no metropolitano sem levar em conta a estrutura da rede, quer dizer, a matriz das relações objectivas entre as diferentes estações. Os acontecimentos biológicos definem-se como outras tantas colocações e deslocações no espaço social, quer dizer, mais precisamente, nos diferentes estados sucessivos da estrutura da distribuição das diferentes espécies de capital que estão em jogo no campo considerado. O sentido dos movimentos levando de uma posição a outra (de um editor a outro, de uma revista a outra, de um bispado a outro, etc.) define-se, segundo toda a evidência, na relação objectiva entre o sentido no momento considerado dessas posições no interior de um espaço orientado. O mesmo é dizer que só podemos compreender uma trajectória (quer dizer, o envelhecimento social que, embora o acompanhe inevitavelmente, é independente do envelhecimento biológico), na condição de termos previamente construído os estados sucessivos do campo no qual ela se desenrolou, e, portanto, o conjunto das relações objectivas que uniram o agente considerado – pelo menos, num certo número de estados pertinentes do campo – ao conjunto dos outros agentes cometidos com o mesmo campo e confrontados com o mesmo espaço dos possíveis. Esta construção prévia é também designada
a
superfície social, pelo
simultaneamente
nome
como
próprio,
ocupadas
num
descrição
quer
dizer,
momento
rigorosa o
dado
da
conjunto do
personalidade das
tempo
posições por
uma
individualidade biológica socialmente instituída actuando como suporte de um conjunto de atributos e de atribuições de molde a permitirem-lhe que intervenha como agente eficiente em diferentes campos9.
A distinção ente o indivíduo concreto e o indivíduo construído, o agente eficiente, é dobrada pela distinção entre o agente, eficiente num campo, e a personalidade, como individualidade biológica socialmente instituída pela nomeação e portador de propriedades e de poderes que lhe garantem (em certos casos) uma superfície social, quer dizer, a capacidade de existir como agente em diferentes campos 9
http://webfoliommm.blogspot.pt/
7