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Seu material está realmente plano? SOLUÇÕES COMPLETAS PARA PROCESSAMENTO DE BOBINAS
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Você está confiante de que seu material vai continuar plano depois que seu cliente cortar a laser, na guilhotina ou puncionar? Só porque o material parece plano, não significa que ficará assim. Devido a tensões internas contidas no aço, uma vez que o material é cortado, pode apresentar o efeito mola (memória da bobina). O Sistema de Nivelamento por Estiramento produz o material mais plano e mais estável possível, independentemente da forma da tira que é processada. Em uma comparação de resultados, o estiramento será sempre muito superior a qualquer outro tipo de processo de nivelamento. O desafio da Red Bud – Como o Nivelador Estirador excede o limite de escoamento em todo o material,de cima para baixo e de lado a lado da bobina, o processo produz material plano que é significativamente mais estável do que qualquer outro produto. O Niveladores Estiradores também são muito mais fáceis de operar do que outros tipos de Niveladores. O operador simplesmente estira o material até que esteja plano. O resultado final é um material plano e que permanece plano. Seus clientes vão notar a diferença.
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Produzindo material plano que permanece plano.
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Expediente
Editorial
Voltando a pisar no acelerador
Edição 135 - ano 20 Setembro/Outubro 2019 Siderurgia Brasil é uma publicação de propriedade da Grips Marketing e Negócios Ltda. com registro definitivo arquivado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial sob nº 823.755.339. Coordenador Geral: Henrique Isliker Pátria Diretora Executiva: Maria da Glória Bernardo Isliker
HENRIQUE ISLIKER PÁTRIA EDITOR RESPONSÁVEL
TI: Vicente Bernardo Consultoria jurídica: Marcia V. Vinci - OAB/SP 132.556 mvvinci@adv.oabsp.org.br Editor e Jornalista Responsável: Henrique Isliker Pátria - MTb-SP 37.567 Repórter Especial: Marcus Frediani MTb:13.953 Projeto Editorial: Grips Editora Projeto Gráfico: Ana Carolina Ermel de Araujo Edição de Arte / DTP: Ana Carolina Ermel de Araujo Capa: Criação: André Siqueira Fotos: Divulgação, André Siqueira, Shutterstock e Kardel LIVE MEDIA/Guilherme Kardel Impressão: Ipsis Gráfica e Editora A opinião expressada em artigos técnicos ou pelos entrevistados são de sua total responsabilidade e não refletem necessariamente a opinião dos editores. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Rua Cardeal Arcoverde 1745 – conj. 113 São Paulo/SP – CEP 05407-002 Tel.: +55 11 3811-8822 grips@grips.com.br www.siderurgiabrasil.com.br Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou qualquer meio, sem prévia autorização.
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O brasileiro está vivendo entre esperanças e “fake news”. Após amargarmos um período dos mais sombrios em que milhares de pessoas tiveram a sua vida revirada de cabeça para baixo por conta do desemprego e a consequente necessidade de rapidamente arrumar alguma coisa para sobreviver, aragens ainda fracas começam a soprar no horizonte. Pena que as noticias negativas, nem sempre verdadeiras, além de algumas trapalhadas, sempre mal interpretadas pela imprensa negativa, fazem parte desse nosso cotidiano. Após vários trimestres com PIB (a soma de tudo que é produzido no país) caindo pelas tabelas, a última medição divulgada mostrou uma tímida, mas consistente recuperação e principalmente uma nova sinalização de tendência. Também caiu o número de pessoas desempregadas e, ainda, contabilizamos neste final de semestre um novo recorde com o maior contingente de pessoas ocupadas, nada menos do que 93,584 milhões. Só para se ter um ideia, esse número – que ainda não é o ideal, exatamente pela taxa de desemprego – é maior do que a soma dos habitantes de vários países europeus. Há outros sinais como o recorde de financiamento de veículos em julho, quando foram concedidos R$ 11,2 bilhões em empréstimos, a melhor marca
desde que a contagem começou a ser divulgada em 2011. Sinais da retomada de capacidade de compra das pessoas. Em nossa edição deste mês chamamos atenção para a cobertura especial do Congresso Aço Brasil. Estivemos em Brasília e acompanhamos de perto todo o desenvolvimento do evento, que contou com a presença de vários ministros de Estado e membros do alto escalão do governo, bem como do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, que fez um breve relato de seu governo e das realizações já concretizadas. Entre as demais matérias, chamamos a atenção para aquelas que versam sobre a Automação e a Robotização na Indústria, para a Utilidade dos Tubos de Aço e, ainda, sobre uma questão muito em moda nos dias de hoje: quando devemos negociar preços de nossos produtos com nossos clientes? Continuamos desejando que você seja o leitor mais bem informado do segmento. E, para isso, contamos com seu apoio em nos apontar falhas, virtudes e sugestões para melhor entregarmos nosso trabalho. Portanto, utilize nossos meios de interação com você e fique à vontade para nos contatar. Boa leitura!
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Índice de matérias
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EDITORIAL Voltando a pisar no acelerador
ANÁLISES E PROJEÇÕES O melhor do Congresso Aço Brasil! Temas relevantes foram discutidos no evento
TUBOS DE AÇO A importância dos tubos de aço
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ARTIGO TÉCNICO
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EVENTOS
Análise da influência da deformação no processamento termomecânico de um aço bainítico por dilatometria
PLANEJAMENTO Sim, robotizar é possível
MARKETING Até que ponto devo negociar preços com meu cliente
• Intermach 2019 • Feimec 2020
ESTATÍSTICAS
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ANUNCIANTES
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O melhor do Congresso Aço Brasil! Temas relevantes foram discutidos no evento O que está em jogo é a siderurgia brasileira! E como fazer para ela retomar seu posicionamento e voltar a crescer, ou pelo menos voltar ao patamar de dez anos atrás. Henrique Pátria
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Este foi o espírito e as questões colocadas em pauta no 30º Congresso Aço Brasil, promovido pelo Instituto Aço Brasil – IABr entre os dias 20 e 21 de agosto na capital do Brasil, Brasília e que contou com as presenças das mais altas autoridades do país, com destaque para o Presidente da República Jair Bolsonaro, presente no segundo dia do evento.
Temas de grande relevância foram cuidadosamente selecionados pela organização, visando aproveitar esta oportunidade impar de reunir os principais players nacionais e internacionais da siderurgia e uma grande plateia repleta de CEOs, Proprietários, Acionistas, Diretores de alto escalão nas empresas, Consultores, Especialistas e Políticos. Os temas escolhidos
para os debates foram: “Competitividade e abertura comercial”; “A indústria de transformação é estratégica para o País?”, “Crescimento Econômico − drivers de consumo”e“Futuro da Indústria Brasileira do Aço – A visão dos CEOs”. A revista Siderurgia Brasil, mais uma vez esteve presente realizando a mais completa cobertura e acompanhando todos os principais detalhes do evento.
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O Presidente da República, Jair Bolsonaro, marcou presença no evento
ca de 50% de todo o aço produzido no mundo. Ao trazer a questão para o Brasil, afirmou que se compararmos o consumo per capita do Brasil que gira nos 70 kg com o chinês que beira 600 kg/ ano, percebe-se que há muito a fazer em nosso país e o aço é fundamental para este desenvolvimento. Ele acredita que com a retomada do desenvolvimento econômico e, principalmente, com a evolução da tecnologia que promete cidades totalmente automatizadas em pouco tempo, o Brasil poderá evoluir muito. Por fim, ressaltou a imFoto: Kardel Live Media/Guilherme Kardel
A abertura ocorreu no dia 20 com a presença do presidente do Conselho do Instituto Aço Brasil, Sérgio Leite de Andrade, do presidente executivo, Marco Polo de Mello Lopes, dos conselheiros e as presenças do ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e do ministro de Estado de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Já no dia seguinte a abertura do evento deu-se com a apresentação da Conferência Especial, proferida por André B. Gerdau Johannpeter atualmente Chairman da Worldsteel Association. Logo no início de sua apresentação, chamou a atenção para o excesso de capacidade de produção mundial da siderurgia, pois há no momento, aproximadamente 400 milhões de toneladas excedentes de aço espalhados pelo mundo com natural concentração na China. Segundo André “Esta produção que é de 2.235 milhões de toneladas com um consumo de 1.840 milhões de toneladas, tornam a situação insustentável. Onde colocar este excedente é um grande desafio», que vem sendo discutida em todas as reuniões da WSA. Apesar da China consumir cerca de 50% de todo o aço mundial, ela ainda produz um excedente fabuloso que é colocado nos quatro cantos do mundo. Além de ser a maior consumidora hoje ela é responsável pela produção de cer-
portância do aço para o meio ambiente, pois este é um produto que ao contrário dos plásticos e outros derivados de petróleo tem um ciclo de vida que não termina devido a reciclagem constante. Em seguida o Congresso recebeu a presença do Presidente da República, Jair Bolsonaro, que estava acompanhado de seu Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e foram recebidos pelo presidente do IABr, Sérgio Leite de Andrade e o executivo Marco Polo de Mello Lopes. Ao saudar o Presidente da República Sérgio Leite anunciou o lançamento do índice de confiança da indústria do aço (ICIA) pelo qual o IABr, fará um mapeamento do desenvolvimento e das expectativas para os seis meses seguintes das indústrias siderúrgicas brasileiras. Sérgio Leite garantiu também ao Presidente todo o apoio e confiança de que as reformas que estão em curso principalmente a Reforma Tributária irão contribuir diretamente para o destravamento da economia e o início de um novo ciclo de desenvolvimento para nosso país. Salientou que o desenvolvimento da siderurgia está intimamente ligado com o crescimento econômico brasileiro. Em seu discurso o Presidente Bolsonaro saudou os congressistas, agradeceu o convite e manifestou a satisfação de ver um grupo tão seleto buscando
Onyx Lorenzoni, Chefe da Casa Civil, também compareceu e falou aos presentes
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Sérgio Leite, presidente do IABr, anunciou o lançamento do índice de confiança da indústria do aço (ICIA), que fará um mapeamento do desenvolvimento e das expectativas para os seis meses seguintes das indústrias siderúrgicas brasileiras
Por fim conclamou os empresários a investirem no Brasil, pois este é um país que tem tudo para dar certo. Um dos pontos altos do Congresso foi a palestra proferida pelo professor Thomas Eckschmidt que é empreendedor e coautor do livro Fundamentos do Capitalismo Consciente, onde defendeu a união de ecossistemas e a mudança do modelo mental para os empresários brasileiros. Segundo ele é preciso envolver todos os colaboradores. É preciso trabalhar de forma coletiva para Foto: Kardel Live Media/ Lya Astrid
as alternativas para o Brasil. Mencionou que nesta 3ª feira já estava em vigor uma nova linha de crédito imobiliário, com juros mais baixos (taxa de 25% mais inflação − IPCA), que irá beneficiar diretamente a indústria da construção civil e, consequentemente, a indústria brasileira do aço. Segundo as palavras do Presidente esta iniciativa “vai revolucionar a construção civil, diminuir de 30% a 50% o valor da mensalidade para quem vai contrair empréstimo para comprar sua casa própria sendo uma alavanca para o setor da construção civil”. Falou da medida provisória que desobriga a publicação de balanços em jornais impressos, o que representa uma economia de R$ 1,2 bilhão para o setor empresarial. Declarou também sobre o processo de desburocratização que já está aprovado no Congresso e que facilitará o desenvolvimento de iniciativas de cidadãos comuns que querem empreender. Mencionou que a questão da aproximação do Brasil, com os países desenvolvidos da Europa é um grande passo destes primeiros seis meses de governo. Por fim disse que cuidar do meio ambiente também é outra preocupação que está no radar de seu governo. A preocupação com saída de nossos bens minerais sem nenhuma recompensa para o Brasil, tem seus dias contados.
buscar o crescimento dos negócios e a melhoria da qualidade de vida de todos os agentes envolvidos na atividade, inclusive no meio ambiente. Segundo ele, o importante para as empresas e para os negócios é ter alguém que esteja envolvido e faça parte efetivamente da equipe. Esta integração é fundamental. Ele disse que um indicativo é que enquanto sociedades cooperativas crescem cerca de 20% ao ano, com a participação de todos os envolvidos as empresas comuns crescem somente 5%. Por fim, disse que “Líder não é mais o cara que está lá na frente. É o cara que fica no meio, e que dá exemplos de cooperação e participação” motivando a equipe a buscar o sucesso. No painel Competitividade e abertura comercial o assunto girou em torno de um tema que tem sido objeto de todas as mais recentes coletivas de imprensa patrocinadas pelo IABr, e que diz respeito a correção de determinadas assimetrias competitivas do produto nacional. A abertura comercial necessária do Brasil vem se chocar com o problema que encontram os empresários nacionais ao terem de enfrentar o chamado Custo Brasil e perder a competitividade. Um dos participantes deste painel foi o Secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais,
Marcos Prado Troyjo, Secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, participante do Painel 1 – Competitividade e abertura comercial
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Marcos Prado Troyjo, que insistiu de que o Brasil tem de se inserir na economia global, Segundo ele o governo atual quer fazer com que o país passe de uma nação “escondida do mundo”, para uma nação onde o comércio exterior faça parte importante no desenvolvimento de seu povo. Para o economista Antonio Corrêa de Lacerda, que participou do painel, a revisão do Custo Brasil é imprescindível para que as indústrias nacionais não sofram com uma abertura indiscriminada que venha matar a indústria nacional. Outros participantes seguiram na mesma linha dizendo que hoje, por exemplo, no setor do aço, todos continentes adotaram medidas restritivas ao recebimento de importações, a começar pela guerra comercial declarada entre EUA e China, que acabou sobrando farpas para o aço brasileiro. O Brasil, assim como os demais países da América Latina, são os únicos locais livres de restrição e isto precisa ser revisto urgentemente. O próximo painel, A indústria de transformação é estratégica para o País?, contou com a presença de Secretário Especial Adjunto de Produtividade, Emprego e Competitividade do governo, Igor Calvet, que relatou em sua fala algumas das medidas já tomadas pelo governo Bolsonaro como a Medida Provisória da Liberdade Econômica, que reduz burocracias para criação de empresas pequenas. Descreveu alguns casos concretos e disse que o governo está trabalhando ativamente para melhorar este quadro e citou como exemplo o processo de privatizações que já está em curso e que colocará o Brasil em outro patamar. Os representantes da indústria participantes do painel, alertaram para o fato de que a industria brasileira está em queda livre em participação no PIB, uma vez que caiu de 36%, em 1949, para 11,3%, em 2017. Mesmo assim segundo os executivos a indústria continua fazendo altos investimentos em tecnologia e produtividade e está se preparando para enfrentar o desafio da“Indústria 4.0”. O painel seguinte, Crescimento Econômico – drivers de Consumo, foi aberto pelo Ministro de Estado Chefe da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que bateu os executivos de algumas das maiores na tecla de que precisamos transformar siderúrgicas instaladas no Brasil, incluinnosso país Brasil em uma nação. Mostrou do o presidente do Conselho do IABr, todas as medidas já tomadas pelo gover- Sérgio Leite, que é o Diretor Presidente no no sentido de melhorar as condições da Usiminas, tiveram a oportunidade de de negócios no Brasil e monstrou em que destacar os esforços de cada uma de suas estado elas foram entregues pelo gover- companhias e os investimentos previsno passado. Ele chamou de “Revogaço” – tos para a continuidade do crescimento. a série de medidas e decretos que foram Chamou a atenção o fato de que a revogados pelo governo com o objetivo indústria siderúrgica tem uma ociosidade reduzir a burocracia. Disse, por exem- de de cerca de 30% , mas os executivos plo, que já foram mapeados 131 mil car- anunciaram que nos próximos cinco gos de confiança ocupados por servido- anos são esperados investimentos na res admitidos sem concurso e em muitas ordem de 9 milhões de dólares destinavezes inaptos para a posição. Disse que dos a inserir definitivamente o setor no já foram suprimidos 21 mil cargos e até o conceito da “Industria 4.0” e melhorar final do ano espera suprimir mais 25 mil as condições de competitividade e de cargos. Que foram cancelados cerca de produtividade. 60 mil atos normativos que dificultavam Todos esperam que muito rapidade todas as formas ao país crescer e por mente sejam removidas barreiras trifim um dado preocupante pois foram lo- butárias e operacionais através das recalizados empréstimos de cerca de 17 bi- formas anunciadas pelo governo para lhões de dólares que ele considera a fun- colocar o setor no seu devido lugar em do perdido pois dificilmente retornarão. pleno crescimento. A seguir os demais participantes apresentaram várias sugestões para que seja incrementado o consumo do Modelo BGB Modelo BGE aço, sendo uma das de 2.000 até 10.000kg de 500 até 50.000kg mais importantes a retomada de cerca de 4.700 obras da construção cívil que estão paradas em todo o Brasil e que já tem cerca de 2/3 da obra pronta. Veja no site mais opções O presidente da de acabamento para proteção de CBIC, José Carlos altas temperaturas Controle e impactos Rodrigues, disse remoto padrão Controle que obra retomaremoto da é emprego no dia seguinte, mas reconheceu que o governo sozinho Várias opções de Kit troca rápida impressoras para etiquetas de bateria não tem recursos PRECISÃO E CONFIABILIDADE NO CONTROLE E TRANSMISSÃO DOS DADOS DE PESAGEM para esta medida. ROBUSTA E CONFIÁVEL COM A MELHOR RELAÇÃO CUSTO X BENEFÍCIO No último paiTelefones: (11) 3053-1790 nel do dia. Futuro (11) 2901-1895 (11) 2548-9906 da Indústria Bra(11) 99314-8822 sileira do Aço – A contato@navarro.com.br www.navarro.com.br visão dos CEOs,
Balança para Pesagem em Pontes Rolantes
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Tubos de Aço
A importância dos tubos de aço Um produto de mil e uma utilidades. Assim, pode ser definido o tubo de aço. Produzidos em aço ao carbono ou inox estão presentes em nossas vidas, em todos os momentos. Henrique Pátria
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Para acompanhar as demandas da era moderna e na velocidade imposta pela rápida necessidade de se criar novos e eficazes produtos, os tubos de aços se apresentam como produtos ideais para uns cem números de utilidades. Com características geométricas diversas – circulares, quadrados ou retangulares ou ainda, com desenhos próprios eles contribuem para um efeito visual agradável, além da redução de peso, aumento de resistência e economia na execução de projetos sejam, no campo arquitetônico, como no da construção industrial, na fabricação de peças, móveis e milhares de outros produtos. Tubos de aço são os produtos derivados da industrialização das chapas metálicas, mais consumidos em todo o mundo. São fundamentais para a indústria como um todo, notadamente na automobilística que se utiliza dos tubos em várias formas e estruturas na maioria de suas necessidades. Mais de 60% da estrutura de um veiculo automotor é feito a partir de
uma estrutura tubular. A indústria da construção civil que encontrou neste produto a solução para inúmeros problemas sejam, no campo da condução de líquidos, gases, canais de escoamento e outros como também na parte de arquitetura e design absorvendo grandes vantagens pelo peso das estruturas, plasticidade, sem falarmos na beleza arquitetônica e outros predicados que os tubos de aço proporcionam. É só pensar rapidamen-
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te nas grandes estruturas mundiais em pontes, viadutos, torres e outras obras, que são adaptáveis a qualquer ambiente, sob qualquer tipo de pressão, ou condições climáticas. Para se falar no futuro, o próprio formato dos foguetes colocados no espaço, pela Nasa e outras agências espaciais, invariavelmente tem o formato de um grande tubo. O que diferencia um tubo de aço de outro são os processos de fabricação, as normas técnicas a que estão submetidos e a matéria prima utilizada na sua fabricação. No quesito normas técnicas, há uma série de normas em vigor visando atender diretamente a especificidade de cada uso. Para citar algumas temos as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas para as normas brasileiras; a ASTM – normas americanas da American Society for Testing and Materials; DIN – normas alemãs da Deutsches Institut für Normung; API – normas exclusivas para tubos da industria petrolífera e outras normas um pouco mais especificas. As normas técnicas nada mais são que os padrões
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técnicos que garantem a qualidade de produtos industriais e científicos. Quando nos referimos aos tubos feitos a partir do aço ao carbono os mais comuns e utilizados comercialmente são: Tubos de Aço com Costura São os mais comuns, conhecidos e largamente utilizados. Quanto a esta nomenclatura segundo os especialistas é uma denominação atualmente errônea, mas que está consolidada em todo o mundo. A explicação é que no inicio os tubos eram soldados em um processo de baixa freqüência (50 a 60 hz) que dava ao material uma aparência de material “costurado”. Atualmente o processo de formação e fechamento do tubo é feito por solda longitudinal pelo processo E.R.W (Solda por Resistência Elétrica) em alta freqüência que garante a homogeneidade da matéria prima com a solda e que além de conferir ca-
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racterísticas de ótima qualidade ao produto final elimina, totalmente a idéia de “costura” no tubo.
Os tubos com costura são produzidos a partir de diferentes matérias primas e sempre dentro das especifi-
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Tubos de Aço
cações que são as normas técnicas já citadas. O processo e produção de um tubo é relativamente simples, pois o tubo de aço nada mais é do que a soldagem de uma chapa de metal. Com a utilização de instrumentos, ferramental e máquinas apropriados as extremidades de uma chapa são unidas, obedecendo a padrões predefinidos. Esta união das extremidades é soldada formando o tubo de aço que evidentemente pode ter diferentes bitolas, espessuras de parede, metragens longitudinais etc. Uma vez formado, ele pode ser transformado em tubo quadrado, retangular ou outras formas especificas dentro de padrões próprios e pode ter sua qualidade melhorada através de processos de eliminação de rebarbas, remoção de excessos de solda, trefilação, recozimentos ou outros. Dentre os maiores consumidores de tubos destacam-se a indústria automobilística, pois grande parte dos veículos utilizam peças oriundas de estruturas tubulares; a indústria de implementos agrícolas uma vez que, com a utilização de bases tubulares os implementos se tornam mais leves, facilitando a operação; as usinas açucareiras que possuem uma gigantesca necessidade de movimentação de líquidos; a industria de móveis em geral e a industria da construção civil que se utilizam de tubos em praticamente todos os seus projetos, a
industria aeroespacial, a industria naval e uma infinidade de outros segmentos que tem no tubo a sua principal matéria prima. Tubos de Aço sem Costura Os tubos sem costura não levam solda na sua composição, pois partem de um cilindro de aço, que uma vez aquecido são perfurados formando o tubo como produto final. Da mesma forma obedecendo a rigorosas normas técnicas. Isto faz com que este produto se torne perfeito para utilização em ambientes onde haverá muita pressão de óleo, vapor ou líquidos. Não tendo pontos de solda, não há pontos de ruptura, por mais duras as exigências a que serão submetidos. São muito utilizados em caldeiras com operação em altas temperaturas, em locais onde são exigidos grandes esforços mecânicos como pistões hidráulicos e principalmente na indústria de petróleo e gás que trabalha na maioria das vezes sob forte pressão e exigências máximas. Tubos com Revestimentos Para aumentar a vida útil dos tubos e conseqüentemente do produto final que se utilizam de tubos para sua fabricação são utilizados processos indústrias de revestimentos, sendo um dos mais comuns o processo de galvanização a fogo.
A galvanização a fogo é um processo de revestimento de zinco em estruturas de aço através de imersão a quente. O aço passa a ter uma proteção extra que lhe confere maior longevidade e resistência contra ataques abrasivos e em ambientes agressivos. Isto tudo com baixo custo de manutenção. Com isso os tubos se tornam mais resistentes e duradouros, mesmo que expostos a condições climáticas adversas, pois não estão sujeitos a estragos causados pela corrosão. Além da galvanização, existe uma série de produtos utilizados na proteção interna e externa dos tubos, visando o aumento de sua vida útil. São comuns os revestimentos com tinta tipo Epoxi, com poliuretano, com borrachas e outros produtos. O consumidor ou usuário que se utiliza de tubos para sua linha de produção ou suas necessidades especificas encontra no mercado soluções adequadas ao atendimento de suas necessidades. Tais revestimentos, normalmente atuam na adequação do tubo quanto a agressividade do liquido, óleo ou vapor que ele conduzirá, quanto a abrasividade, a toxidade etc, aumentando a sua vida útil. Aços utilizados na fabricação de tubos Os aços mais comuns utilizados na fabricação de tubos são: Laminados a frio O aço laminado a frio é o aço laminado a quente submetido a um tratamento adicional de redução de espessura a frio sendo posteriormente recozido. Com isso sofre redução de espessura e adquire tolerâncias de formas mais estreitas podendo apresentar dimensões que podem variar de 0,20 a 3,00 mm. Os tubos produzidos a partir de laminados a frio normalmente contemplam espessuras de parede, com baixa tolerância, mas estão muito suscetíveis a oxidação o que tornam necessários cuidados no armazenamento e transporte. São largamente utilizados na indústria de autopeças e automobilística.
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Aços inoxidáveis Segundo os especialistas dentre as vantagens apresentadas por este produto está o seu fácil processo de conformação o que o torna muito versátil e adaptável a várias situações. Atende a diversas necessidades além de manter a beleza e estética do projeto, pode ser prensado, curvado ou adquirir formatos diferenciados para atender as exigências. É muito comum vermos verdadeiras “obras de arte” na
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Laminadas a Quente São os tubos normalmente com espessuras acima de 2 mm, não são tão suscetíveis a oxidação e não possuem comumente uma tolerância dimensional tão apertada quanto os tubo de aço laminados a frio. São muito utilizados na construção civil, no setor metal mecânico, em indústrias de móveis, autopeças e automobilístico, agricultura e outros.
construção civil, principalmente na composição de ambientes internos ou externos, com o emprego de tubos de aço inoxidável. Também no campo industrial são muito utilizados em ambientes muito corrosivos como usinas de açúcar e
álcool, em picos extremos de altas ou baixas temperaturas, em indústrias farmacêuticas, de laticínios, de alimentos e outras utilidades. Henrique Pátria. Editor Chefe da revista Siderurgia Brasil
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Sim, robotizar é possível
Planejamento
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O perfeito entendimento dos conceitos da i4.0 por todos os setores da sociedade é o que vai definir e ajudar os empreendedores brasileiros a decidirem os melhores projetos que deverão receber investimentos nas áreas de Automação e Robotização Industrial em suas empresas. Marcus Frediani
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Dez entre dez palestras que assistimos por aí relacionadas ao tema da Indústria 4.0, dizem que ela é uma tendência irreversível e uma realidade irrecorrível na vida dos empreendedores, e que a inovação é a principal ferramenta dela. Só que inovação exige tempo e, principalmente, investimentos, ambos fatores muito escassos no atual momento da economia e na realidade da indústria brasileira, embora se tenha uma visão de que muitos empresários dispõem de amplos recursos financeiros, mas não se sentem estimulados a fazer investimentos até que nossa economia dê “sinais de retomada, o que, no atual cenário, é uma incógnita bastante incômoda e paralisante. Nesse âmbito, esforços direcionados à robotização das fábricas e usinas siderúrgicas brasileiras – pelo menos em larga escala – ainda parecem anos luz do atual momento histórico, uma propositura considerada aberrante por uma boa parte dos analistas desse importante setor da economia, uma vez que, segundo estes, ela se atravessa de maneira indesejada, como um grande tronco, na estrada dos tijolos amarelos que poderia nos conduzir a melhores níveis de desenvolvimento econômico. Nesta entrevista exclusiva à revista Siderurgia Brasil, Marcelo Miranda, especialista em Automação Industrial, e CEO e cofundador da Accede Automação Industrial, dá uma verdadeira aula sobre esses temas, jogando luz sobre as possibilidades e oportunidades virtualmente infinitas que sua análise e implementação irão aportar num futuro que começa hoje, tendo como pano de fundo a Indústria 4.0. Vamos saber mais!
Revista Siderurgia Brasil: Marcelo, em sua análise, o que existe de “verdade verdadeira” nessa história toda que ronda a Indústria 4.0? E, em face aos problemas bastante conhecidos, o que poderia servir de chave-mestra para destravar esse impasse? Marcelo Miranda: A “verdade verdadeira”, como você colocou, é que a Indústria 4.0 (ou i4.0) é uma tendência irreversível. Hoje, temos uma fantástica associação de tecnologias de hardware e software que viabiliza a aplicação dos conceitos dela. Mas é verdade também que não basta inovação, estar aberto ao uso e implantação de um novo conceito que acreditamos ser excelente, porque isso exige investimentos de tempo e capital. E o fato de o Brasil não estar vivendo uma economia saudável e assim não atrair investimentos é um elemento que afeta qualquer projeto. A decisão de qual projeto deve receber investimentos nunca foi fácil quando a economia não nos anima. Por outro lado, ficar indiferente a essa mudança da Indústria 4.0 pode ser mais comprometedor do que se imagina. Em outras palavras, independentemente dos problemas, os investimentos precisam ser feitos. Mas como isso pode ser viabilizado? Já existem, por exemplo, linhas de crédito disponíveis para a implementação de projetos para a i4.0? Sim, meu entendimento é que os investimentos devem ser feitos. Veja, não temos um cenário proibitivo e, sim, um cenário difícil. E o entendimento dos conceitos da i4.0 por todos os setores da sociedade – incluindo governo, empresas, organizações e entidades em
geral – ajudará a decidir os melhores projetos que deverão receber investimentos. Gostaria de citar aqui o trabalho de discussão e divulgação dos conceitos da i4.0 que é feito pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), por meio do grupo de trabalho GT-MAV (NE: Grupo de Trabalho de Manufatura Avançada, criado em dezembro de 2014, do qual participam integradores de automação robotizada, fabricantes de máquinas nacionais e os representantes brasileiros das indústrias de robôs), que há anos discute e difunde os conceitos relativos ao tema, do qual participam também outras entidades, com o objetivo de gerar cada vez mais condições favoráveis para a implantação de projetos i4.0, inclusive com a participação do BNDES, que já oferece linhas de créditos para isso. Quando a gente conversa com muitos empresários, sentimos que há uma confusão generalizada entre os termos “automação industrial” e “robotização industrial”. Quais são as principais diferenças entre esses processos? Sim, muita gente ainda faz confusão com esses dois termos, que habitam o mesmo ambiente e, por isso, causam erro na interpretação. Automação Industrial é a mudança dos meios de produção manuais para meios automáticos, com o uso de máquinas e equipamentos, sendo os robôs um dos muitos equipamentos utilizados no processo automático. Já a Robotização Industrial está diretamente relacionada a implantação de robôs industriais para executar tarefas que antes eram executadas por huma-
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A indústria 4.0 tem foco no uso da informação como aliada da produção. Por essa definição concluímos que qualquer empresa deve estar atenta a essa mudança. Marcelo Miranda, especialista em Automação Industrial, e CEO e cofundador da Accede Automação Industrial
nos. Ou seja, a Automação Industrial é mais abrangente, e engloba, inclusive, a Robotização Industrial. Qual o perfil das empresas nas quais o “mergulho” na Indústria 4.0 – e, mais especificamente, na robotização – se faz, digamos, mais obrigatório e imprescindível hoje em dia? A indústria 4.0 tem foco no uso da informação como aliada da produção. Por essa definição concluímos que qualquer empresa deve estar atenta a essa mudança. Meu entendimento é que empresas onde a manufatura responde por parcela significativa da receita são as empresas que mais devem buscar o uso dos conceitos da indústria 4.0. Coletar mais informações, analisar e tomar decisões com base nesses dados de maneira muito mais rápida do que hoje fazemos. E quais seriam as empresas e atividades industriais mais “robotizáveis” atualmente? Podemos falar sobre a indústria de autopeças, por exemplo. Nesse tipo de indústria os conceitos da i4.0 podem ser aplicados na produção por meio do incremento da automação – incluindo a robotização –, bem como do uso de manufatura aditiva, da rastreabilidade, da IoT e, logicamente, de sistemas de dados Big Data para aproveitamento dos dados do processo de produção. Saindo um pouco da manufatura e entrando na
logística, vejo que empresas e-commerce têm muito a fazer em seus armazéns com o uso de estoques automatizados e robôs para localização e busca dos produtos vendidos. Tudo isso, sem esquecer do investimento em análise de dados e integração com fornecedores, a fim de oferecer prazos de entrega mais curtos. Hoje se fala muito em entrega no mesmo dia como objetivo nas grandes empresas de comercio eletrônico. Isso só é possível com a robotização e sistema de análise de dados e tomada de decisão. Suponho que cada empresa tenha o seu tipo de robô “certo” para desempenhar funções atinentes e específicas a ela, de acordo com suas reais necessidades. Some-se a isso o fato de, talvez embora ainda muito tímida, a relação robô/humano já existe há muito tempo na indústria. Então, o que é preciso considerar (e como) fazer as escolhas mais adequadas sem medo de errar? Eu diria que cada aplicação tem o tipo de robô certo, podendo haver coexistência de diferentes tipos de robôs dentro de uma mesma empresa. Muitas vezes não temos o robô certo para uma determinada função. Nesses casos, o trabalho colaborativo entre humanos e robôs pode ser a melhor indicação. Quem são os fornecedores, consultores ou especialistas que podem
ajudar na difícil tarefa de gerar a integração perfeita entre máquina e homem, dentro de uma proposta segura de desenvolvimento de sistemas inovadores? Investimentos em robotização requerem análise criteriosa do retorno de investimento e viabilidade do projeto. Eu já ouvi dizer: “Eu preciso ter um robô nessa fábrica!” OK, até entendo que por questões de marketing isso possa ser cabível, mas isso já se distancia do meu conhecimento. O que podemos considerar em um projeto envolvendo robôs são as características da atividade e a precisão, além de fatores como a repetibilidade necessária, o tempo de ciclo, as variações possíveis e cabíveis no processo, o tempo de vida do produto ou da linha de produção e, muito importante, quem vai estar ao lado da empresa nesse desenvolvimento. Contratar um especialista como funcionário da empresa ou colaborador exclusivo pode ajudar nesse processo? E vale a pena investir em startups para isso? Olha, ter um profissional da área de automação “em casa”, capaz de gerenciar a implantação desses projetos não é imprescindível, mas facilita – e muito – sermos assertivos e termos sucesso no projeto. Só que isso depende muito do tamanho das empresas e dos projetos. Já sobre quem pode ajudar na integra-
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ção perfeita, eu jamais deixaria de fora empresas em fase inicial com ideias inovadoras, ou seja, as startups: elas seriam, sem dúvida alguma, avaliadas. Mas entendo que experiência e um grupo de trabalho abrangente no que se refere ao uso das diversas tecnologias envolvidas em sistemas inovadores são fundamentais. E aqui fica claro que empresas integradoras de sistemas de automação com relevante histórico de projetos bem-sucedidos e excelente estrutura de trabalho estão mais próximas do sucesso. Por quê? Explico: a automação – principalmente quando temos a implementação de robôs – demanda a integração de várias tecnologias. E esses são, na maioria dos casos, projetos customizados para o cliente. Profissionais de diversas áreas são necessários. E a estrutura da empresa integradora, com profissionais e estrutura funcional adequada, é altamente
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relevante para o sucesso do projeto dentro do prazo necessário. Fala-se muito no nosso setor, que a indústria siderúrgica brasileira, encontra-se no “estado da arte”, pronta para encarar quaisquer desafios de produtividade e competitividade caso a demanda interna e externa ganhe musculatura e “a coisa toda” volte a funcionar como deve. Mas qual verdade existe nisso para o atendimento das novas necessidades propostas pela Indústria 4.0, principalmente no que diz respeito à robotização? Será que o nível de robotização atual desconstrói ou desmascara o tal “estado da arte” que vem sendo sistematicamente propalado pela indústria do aço? E o que, efetivamente, as usinas siderúrgicas poderiam ou deveriam fazer caso isso seja uma verdade? A indústria siderúrgica brasileira realmente tem capacidade de reação para
demanda interna e externa, o que me faz realmente pensar é o quanto ela terá capacidade de reagir a uma demanda menor caso ela aconteça. Nesse caso, e no caso do aumento da demanda, a melhoria do processo e a aplicação de tecnologias em fase com a i4.0 poderão auxiliar. Contudo, não só o nível de robotização é importante, como também a modernização, na linha de produção, por meio da aplicação de equipamentos conceitualmente desenvolvidos para criar a base digital necessária no que tange aos equipamentos são fundamentais. Informações de base de como os equipamentos estão operando – não somente em relação a sua função produtiva principal, mas também dados sobre os próprios equipamentos utilizados na produção – permitem aos sistemas de análise de dados entender em que parte o processo pode parar. A produção de aço, por exemplo, envolve grandes instalações e extensas áreas de extração ou produção.
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e a China – propulsores e utilizadores das mais variadas tecnologias, incluindo a robotização –, possuem histórica baixa taxa de desemprego, em torno de 3,7%, e em queda.
Saber onde e como cada equipamento está operando é um dos melhores ambientes para projetos de IoT, nos quais temos todos os equipamentos na mesma rede, com acesso remoto em dispositivos móveis como tablets e smartphones. E mais: a análise de dados auxiliando a operação e manutenção em tempo real. “Robotizar” naturalmente traz vantagens e benefícios para a indústria. Mas o consenso é que ela exige sempre grandes investimentos. Esse paradigma é verdadeiro, ou existem, digamos soluções “mais baratas” para dar, pelo menos, início ao processo? Todas as empresas que conheço que não eram “robotizadas”, e que hoje possuem um nível elevado de robotização, não chegaram a esse nível elevado da noite para o dia. Houve um aprendizado, alguns erros e muitos acertos. O fato mais importante que observei e observo nos casos de sucesso é que essas empresas tinham razões para investir em robotização e os projetos se mostravam possíveis, e com retorno de investimento interessante. É difícil falar genericamente sem considerar o porte da empresa e a capacidade de investimento dela, mas posso ser assertivo que soluções “mais baratas”, quando não morrem pelo caminho, não trazem o retorno esperado. Sempre é necessário tratar a robotização como um projeto, com pessoas e empre-
sas capacitadas, respeitando o investimento que o projeto demanda. A robotização vem sendo considerada o “algoz da empregabilidade”. Embora chovam exemplos de que isso não representa exatamente uma verdade (como fatos de que isso não aconteceu como consequência das mudanças da Revolução Industrial, no final do século 19, quando muitos trabalhadores foram beneficiados com o avanço das novas tecnologias), tal “fantasma” permanece. Como desconstruir esse dogma? Não acredito que esse dogma possa ser desconstruído no curto prazo. Realmente, essa relação entre robotização e emprego, entre automação e emprego e, mais recentemente, entre i4.0 e emprego, não será facilmente esquecida. Podemos ter exemplos em que a evolução trouxe mais empregos e vice-versa, mas o fato comum é que a evolução tecnológica não é freada por essa questão e o emprego, que ora está em um lugar (função), ora migra com a chegada de novas tecnologias, causando um sofrimento considerável, mas, muito mais, devidos a outros elementos. O emprego, de forma geral, está relacionado a diversos fatores, e os principais são a economia e a política. Não me lembro de uma crise financeira causada pelo avanço da tecnologia. E hoje, países como os Estados Unidos
Ainda acerca da pergunta anterior, “qualificar” e “capacitar” a mão de obra para os desafios dos novos tempos da indústria são termos muito em moda quando se procura tranquilizar as massas trabalhadoras – e seus sindicatos – no que diz respeito à chegada massiva dos robôs ao chão de fábrica. Mas, no Brasil, país que investe muito pouco até mesmo em educação fundamental, e menos ainda em capacitação profissional, isso tudo acaba parecendo uma miragem maldosamente ventilada pelos “capitalistas interessados apenas no lucro”. Tem jeito e como virar essa mesa e tratar a questão de maneira mais efetiva? A automação, a robotização e a inteligência artificial, mesmo tendo como objetivo melhorar a capacidade de máquinas e sistemas devem ser, sem dúvida, aliadas do desenvolvimento humano em sua essência. Não teremos equilíbrio se somente desenvolvermos mais e melhores sistemas automatizados somente preocupados com os resultados dos negócios. O impacto social de qualquer nova tecnologia ou aplicação de tecnologias existentes deve ser avaliado. E é nessa hora que temos a grande oportunidade de enxergar onde podemos contribuir para esse equilíbrio. Não há o que detenha o pensamento humano. Por isso, o desenvolvimento é um caminho sem volta. A tecnologia é nossa aliada e, quanto mais difundida – e, em alguns casos, regulamentada –, certamente nos trará incontáveis benefícios. O esforço envolvido nisso, entretanto, é titânico. Dividir o peso do piano entre todos os interessados não seria a alternativa mais interessante e eficiente? A avaliação do impacto da robotização ou qualquer outra tecnologia disruptiva é de suma importância. E deveríamos estar fazendo isso há mais
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tempo e a todo tempo. Temos exemplos nos quais a indústria reagiu às necessidades de mão de obra qualificada. O SENAI, mantido com recursos dos empresários, foi fundado em 1942 com a missão de formar profissionais para a incipiente indústria nacional e continua sendo importante formador de profissionais. E, hoje, realmente vivemos um momento similar de necessidade de mão de obra qualificada. Portanto governo, empresas e organizações devem trabalhar juntos e encarar a realidade, tanto dos benefícios quanto dos possíveis efeitos colaterais inerentes à aplicação de tecnologias nos processos produtivos. Geralmente, quem quer investir em automação e/ou em robotização em sua empresa acaba se deparando com um cipoal de termos técnicos, cujo entendimento beira o impenetrável para quem não está
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familiarizado com eles. Por exemplo, o que são sistemas de “Visão”? Olha, daria para escrever um livro sobre esses termos, tentarei ser conciso apresentando aspectos principais. Vamos começar pela sugestão, falando dos sistemas de “Visão”, que podem ser definidos como um conjunto de hardware e software utilizado para inspeções. Câmera(s), iluminação e software aplicativo são utilizados para interpretar a imagem obtida. O hardware envolvido nessa tecnologia capta imagens que são analisadas de acordo com parâmetros estabelecidos no software aplicativo desenvolvido para a aplicação. A análise da imagem nos permite controlar diversas características de produtos prontos ou em fase de construção e fornecer os resultados para controladores no processo de produção. Há também várias outras aplicações para sistemas de visão que vão além do controle de características. Posso citar, por exemplo, o reconhecimento de modelos,
reconhecimento da posição, leitura de código de barras como QRCode ou Data Matrix, leitura de códigos alfanuméricos (OCR), identificação de cores, entre outros. A associação de sistemas de visão com robôs permite a automação de processos de manipulação de forma muito prática, dispensando a necessidade de os produtos estarem sempre na mesma posição ou de serem do mesmo modelo. Outra associação importante, e aqui já falando da “Rastreabilidade”, é o uso de sistemas de “Visão”, em geral em formato de leitores de códigos, para informar um código único do produto para um sistema de rastreabilidade que, com base nessa e outras informações, documenta os dados de produção específicos desse produto, disponibilizando-os para uso imediato no processo e, também, para consultas futuras. E quais são as principais contribuições e benefícios deles?
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Planejamento Bem, os benefícios obtidos com o uso de sistemas de “Visão” são inúmeros. Os mais visíveis, pedindo perdão pelo trocadilho (Risos) são a capacidade de várias análises por segundo, repetibilidade, ausência de alterações comuns à análise humana, permitem inspeção detalhada e com isso permitem um alto controle de qualidade. Podemos, também, citar a velocidade (ou taxa de aquisição) que os sistemas de visão podem trabalhar. Não é um absurdo falar em mais de dez análises por segundo, podendo chegar a até 20 análises por segundo. Aplicações na indústria de bebidas são as que mais exigem velocidade dos sistemas de visão. Uma referência que podemos citar: Uma linha de produção de bebidas em lata comumente produz 60 mil unidades por hora. Sistemas de visão inspecionam diversas características em 100% das unidades nessa velocidade! Por fim, os dados coletados por sistemas de visão (imagens e valores), além de serem imediatamente utilizados na linha de produção, podem ser armazenados e transferidos para sistemas de análise de dados em busca de tendências, estatísticas e, muito mais importante, de possíveis futuros defeitos nos produtos. A análise desses dados permite à produção agir antes que falhas comecem a acontecer e com isso há uma sensível diminuição das perdas na produção. E os tais sistemas de “Rastreabilidade”: como podem ser definidos? Sistemas de rastreabilidade documentam cada etapa do processo de produção de um produto por meio da aquisição e armazenamento de dados no decorrer do processo. Os dados são indexados com a identificação única de cada produto, ou seja, é como se cada unidade do produto tivesse um RG, e de fato tem, o nome dados a esse RG varia, como por exemplo: PN (Part Number), SN (Serial Number), Data Code entre outros. Essa identificação única é utilizada ao longo da cadeia produtiva. No final do processo temos todos os dados de produção específica para cada unidade produzida, bem como para as unidades rejeitadas ao longo do processo.
Mas qual é, exatamente, a natureza desses dados? Usamos tanto a palavra dados, que se faz necessário explicar e exemplificar o que entendemos por dados em sistemas de rastreabilidade. Os dados de um sistema de rastreabilidade são aqueles que de fato são relevantes e podem cooperar tanto no processo de produção quanto na análise futura do produto. Quaisquer dados, antes de existirem, requerem equipamentos nas máquinas para reconhecê-los e aqui já vemos a importância dos critérios para a escolha dos dados que farão parte do sistema. Alguns exemplos de dados são: dimensões, formatos, pressão, torque, força, atrito, inércia, temperatura e assim por diante. Não somente os resultados, mas também os parâmetros utilizados no processo no momento que o produto foi produzido. Tem como “decifrar” com um exemplo prático, citando os benefícios no âmbito da Indústria 4.0? Com certeza. Podemos citar o torque aplicado aos parafusos de um produto como um dado a ser controlado no processo, armazenado no sistema de rastreabilidade e disponibilizado para análise e prevenção de falhas e, também muito importante, para análise futura após a venda do produto. Nesse exemplo, conforme já citado, há a necessidade de equipamentos para reconhecê-lo (o torque aplicado). Sistemas de aperto com comunicação em rede são utilizados para montar os parafusos de forma controlada e fornecer o resultado para o sistema de rastreabilidade. Os mais importantes benefícios, já abrangendo a i4.0, são assegurar a qualidade do produto; documentar que os produtos foram produzidos e controlados de acordo com as normas aplicáveis no momento; fornecer dados para sistemas de análise de dados auxiliando na tomada de decisão imediata no processo; e, ainda, disponibilizar tais informações para uso mesmo após a venda dos produtos, o que também acaba auxiliando na melhoria destes.
Finalmente, e o tão falado conceito do LabVIEW: como ele pode ser traduzido? O termo LabVIEW, é, na verdade, o acrônimo em inglês para“Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench”. É uma plataforma de desenvolvimento de programas utilizando uma linguagem de programação visual, que foi desenvolvida pela empresa National Instruments (www.ni.com). O nome da linguagem é “G”. Na prática, LabVIEW permite a edição de programas utilizando um ambiente gráfico que facilita muito a vida dos programadores e em adição a esse ambiente de programação. Ele também permite a construção de instrumentos virtuais “Virtual Instruments” ou “VIs”como são chamados dentro dele. O LabVIEW pode ser utilizado para desenvolvimento de programas para as mais variadas finalidades, mas é na Aquisição de Dados que ele tem sua maior expressão. E a explicação para isso é que a associação de hardware de aquisição de dados e LabVIEW permite a criação de aplicações poderosas no que se refere à velocidade de aquisição e processamento de dados. O mesmo fabricante da ferramenta de programação LabVIEW produz inúmeros equipamentos para aquisição de sinais dos mais variados tipos. Uma máquina ou processo que precisa ter elevadas taxas de aquisição de dados (sinais), pode se beneficiar das características desse sistema. Ou seja, ele é uma ferramenta muito útil para gerar a precisão das medidas, correto? Sem dúvida. O uso da ferramenta LabVIEW permite a implementação de sofisticados sistemas de análises de grandezas, entre outras aplicações. A interface entre o LabVIEW e outros sistemas é extremamente amigável e muito bem desenvolvida e isso permite a integração dos sistemas desenvolvidos em LabVIEW com outros sistemas, compartilhando e formando banco de dados. E a alta taxa de aquisição e resolução permite análise minuciosa das grandezas, o que é determinante para a precisão das medidas.
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Marketing
Até que ponto devo negociar preços com meu cliente Jamais negocie preços para seus produtos que possam inviabilizar seus negócios ou que comprometam a qualidade de seus produtos. Enio Klein
2. O que você vende é adequado para aquele determinado cliente potencial específico? Muitas vezes você percebe que seu produto ou serviço oferece menos que o seu potencial cliente espera ou ele
Independentemente de quaisquer respostas que obtenha para as perguntas, jamais negocie preços que comprometam a viabilidade de seu negócio. Quando isso ocorre, o processo não é
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3. Seu cliente potencial está preparado para comprar naquele momento? É comum seu cliente ser atraído em uma campanha ou por uma oferta sua, porém, não tem orçamento para comprar ou ainda não está na hora de fazê-lo. Ainda assim, ele poderá mudar de ideia, simplesmente se você conceder o desconto que ele irá pedir para fazer seu produto ou serviço caber no seu bolso ou para se convencer que é um bom negócio, mesmo não estando no tempo certo para comprar. Embora você fale com um potencial cliente que realmente precise de seu produto ou serviço, ele talvez ainda não possa realmente se beneficiar do valor que eles oferecem. Muito cuidado com isso. Pode ser uma compra de uma vez só, pois o potencial cliente poderá ter o que chamamos de dissonância com a compra e culpá-lo por isso.
mais saudável para você e o cliente precisa tomar conhecimento disso. Alternativas ao desconto sempre podem e devem ser fornecidas. Ouça o cliente antes de atendê-lo em uma solicitação de desconto. Muitas vezes, uma variação no produto, um prazo de entrega diferente, um serviço adicional ou uma condição melhor no pagamento podem fazer com que o cliente desista do desejado desconto. Negociar nem sempre é preço. Não esqueça disso quando seu próximo cliente lhe pedir desconto. ivulgaçã
1. O seu cliente potencial vê valor no seu produto ou serviço? O cliente sempre pede um desconto quando não percebeu os benefícios de seu produto ou serviço. Como o brasileiro é muito ligado em bons negócios, se o preço lhe parece bom é capaz de comprar mesmo sem entender direito o valor que seu produto ou serviço agrega. Dependendo do caso, pode ser uma boa estratégia para você conceder o desconto, desde que não comprometa seus ganhos.
quer mais do que você pode dar naquele momento. Ele aceita comprar, porém, pede um desconto que compense estas lacunas. É justo, mas cuidado. Este tipo de negócio poderá lhe trazer problemas se as condições não forem muito bem acertadas.
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Dizem que vender é a arte de negociar. É uma meia-verdade. Vender é bem mais do que negociar, embora seja essa uma etapa necessária e sempre presente nos processos de vendas. É um engano, contudo, acreditar que quando se fala em negociar, nos referimos apenas a preços. Brasileiro gosta de negociar preços e pede com frequência alguma redução no preço. É importante, no entanto, ficar atento para não prejudicar o seu negócio. Se não prestar atenção, acaba vendendo com prejuízo. Faça-se, pelo menos, três perguntas antes de conceder qualquer desconto:
*Enio Klein, CEO da Doxa Advisers; Professor de Pós-Graduação na Business School SP; Especialista em Transformação Digital. Engenheiro graduado pela PUC-RJ, com especialização em Sistemas. Foi professor nos cursos de MBA Marketing da FIA-FEA (Universidade de São Paulo) e, atualmente, é professor em vendas e marketing da Business School São Paulo.
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Artigo Técnico
Análise da influência da deformação no processamento termomecânico de um aço bainítico por dilatometria Tâmie de Souza Perozzo, Rodrigo Afonso Hatwig, Rafael Menezes Nunes e Alexandre da Silva Rocha*
Resumo A indústria metal mecânica é uma das maiores responsáveis pelo elevado consumo energético resultante de etapas de aquecimento e reaquecimento de metais e de fornos para tratamentos térmicos. No forjamento convencional, as peças são austenitizadas, deformadas e então submetidas a uma sequência de tratamentos térmicos para melhoria de propriedades mecânicas. Com o objetivo de tornar as indústrias mais competitivas através de uma manufatura energicamente eficiente, diminuindo o impacto ambiental gerado, novas tecnologias no desenvolvimento de processos termomecânicos e de materiais foram desenvolvidas. Neste contexto, está o forjamento controlado que consiste em processar termomecanicamente um material visando bons valores de resistência mecânica e tenacidade através do controle do resfriamento contínuo posterior ao forjamento, substituindo os tratamentos térmicos subsequentes. A possibilidade de obter microestrutura bainítica durante o resfriamento
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contínuo em baixas velocidades também torna os aços bainíticos uma alternativa para se alcançar melhores propriedades mecânicas economizando energia. Para entender como ocorre a transformação bainítica durante o processamento termomecânico, a dilatometria é um recurso poderoso na simulação física do processo de forjamento controlado. O objetivo deste estudo é determinar as influências de diferentes parâmetros do processamento termomecânico na caracterização metalúrgica e mecânica no aço DIN 18MnCrSiMo6-4 por dilatometria. 1. Introdução O forjamento, processo de conformação mecânica por deformação é convencionalmente realizado a quente. O aquecimento do componente para posterior operação de conformação é responsável pela redução do limite de escoamento do material aumentando sua forjabilidade [1]. As etapas de trata-
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Figura 1 – Rotas de Forjamento (a) Forjamento convencional e (b) Forjamento controlado
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mento térmico como têmpera, revenido, e estágios subsequentes para alívio de tensões garantem melhoria nas propriedades mecânicas, mas resultam em um elevado consumo energético proveniente dos fornos. Uma alternativa para eliminação das etapas de tratamento térmico convencionais e otimizando o tempo de processo, proporcionando maior flexibilidade da produção e menor consumo energético, é a substituição pelo resfriamento controlado imediatamente após a realização do forjamento [2], como mostra a Figura 1. Através do controle dos parâmetros de deformação plástica a quente e das posteriores condições de resfriamento dos tratamentos termomecânicos, é possível obter aços com uma boa combinação de propriedades mecânicas que atendam aplicações industriais [3]. Neste contexto, o emprego de aços bainíticos no forjamento controlado é ótima alternativa na substituição dos processos convencionais, visto que a microestrutura bainítica pode ser obtida durante resfriamento isotérmico ou resfriamento contínuo a partir da temperatura de forjamento, economizando energia proveniente dos tratamentos térmicos e custos referentes a outros processos de fabricação [4]. O resfriamento contínuo para obtenção da bainita possibilita uma ampla faixa de velocidades de resfriamento resultando em uma ampla variação de morfologias que a caracterizam, as quais estão diretamente relacionadas ao comportamento mecânico do aço [5]. A microestrutura bainítica obtida por resfriamento contínuo pode apresentar resultados ainda melhores de resistência mecânica e tenacidade do que os aços martensíticos revenidos [6]. Para entender melhor como ocorrem as modificações microestruturais durante o processamento termomecânico de um aço bainítico a dilatometria é uma importante técnica de análise experimental da cinética das transformações de fase [7]. As curvas dilatométricas obtidas durante o resfriamento contínuo resultantes da contração térmica do material, permitem a definição dos microconstituintes presentes nos aços por
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meio dos intervalos de temperatura e tempo de transformação, caracterizando uma simulação física confiável do forjamento controlado [8]. O presente estudo é parte do projeto “Manufatura Energeticamente Eficiente para Aços Bainíticos Avançados Baseada no Processamento Termomecânico” desenvolvido em cooperação com o Laboratório de Transformação Mecânica – LdTM da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Leibniz-Institut für Werkstofforientierte Technologien – IWT, em Bremen na Alemanha, através do Programa BRAGECRIM. No âmbito do projeto, os parâmetros de processo que resultam na transformação bainítica estão sendo estudados através de simulação computacional, física e de experimentos reais de forjamento controlado na indústria. A microestrutura obtida está sendo analisada por meio de caracterização metalúrgica através de técnicas como: Dilatometria, Análise in-situ, Difração de raios-X, metalografias ópticas e de varredura e a caracterização mecânica está sendo realizada por meio de diversos ensaios mecânicos. Nesta pesquisa será apresentado resultados de experimentos de dilatometria na determinação da janela de processamento do forjamento controlado. O aço bainítico DIN 18MnCrSiMo6-4 foi submetido a ciclos termomecânicos no Dilatômetro Dil 805 A para análise da influência de parâmetros grau de deformação e temperatura de deformação na caracterização metalúrgica e mecânica do material. 2. Materiais e métodos O aço ligado DIN 18MnCrSiMo6-4 foi o material utilizado para a confecção das amostras para os experimentos de dilatometria. A Figura 1 apresenta a caracterização da microestrutura e o valor de dureza obtido da amostra na condição inicial de recebimento. A microestrutura predominante é a bainita granular e percebe-se presença de ferrita, nas áreas brancas entre os pacotes de bainita. O valor de dureza encontrado é o característico para essa microestrutura.
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Artigo Técnico mação, possibilitando a transformação martensítica, que originalmente ocorre em taxas de resfriamento mais rápidas. O efeito da deformação, que atrasa a transformação bainítica, pode ser explicado pelos mecanismos de refino de grão e estabilização mecânica que em alguns aços ligados são responsáveis por dificultar a formação da bainita [9].
Figura 2 – Metalografia do aço 18MnCrSiMo6-4
2.1. Experimentos de Dilatometria Os experimentos de dilatometria foram realizados no Dilatômetro Dil 305A localizado no IWT (Leibniz-Institut für Werkstofforientierte Technologien) – Bremen, na Alemanha. As amostras na forma cilíndrica obtidas por eletro erosão nas seguintes dimensões: ɕ = 5mm e l0 = 10mm foram austenitizadas a 1210°C a uma taxa de aquecimento de 10°C/s, deformadas em 40% e 20% em relação ao comprimento inicial em 3 diferentes temperaturas de deformação: 1050°C, 950°C e 850°C, e resfriadas a uma taxa de resfriamento de 2°C/s. Também foi realizado um ensaio sem deformação com os mesmos parâmetros a fim de comparar os efeitos da deformação. O intervalo de temperaturas em que ocorre a transformação bainítica foi determinado pela análise das curvas obtidas nos experimentos. As curvas relacionam a variação dimensional (ᇞL/Lo), resultante da expansão ou contração térmica, temperatura (°C) e/ou tempo (s). A transformação bainítica pode ser identificada através das deflexões presentes nas curvas durante a etapa de resfriamento, as temperaturas de início e fim da transformação de fase são indicadas pelos pontos de início e fim das deflexões. 3. Resultados e discussões Através dos resultados dos experimentos dilatométricos foi possível analisar a influência de dois parâmetros na cinética da transformação de fase: a variação dos graus de deformação entre 40% e 20% e de diferentes temperaturas de deformação, 1050°C, 950°C e 850°C. Na Figura 3 curvas para os experimentos com diferentes graus de deformação são mostradas, e percebe-se que o aumento da deformação atrasa o início da transformação microestrutural na etapa de resfriamento, além desta acontecer de forma mais lenta e em um intervalo maior de temperaturas. As curvas das amostras que foram deformadas possuem o final da deflexão em temperaturas mais baixas que pertencem ao campo martensítico neste aço. Portanto, mesmo que a taxa de resfriamento aplicada nestes experimentos seja 2°C/s, uma taxa lenta que usualmente resulta em transformação bainítica, a aplicação de uma deformação muda a cinética da transfor-
Figura 3 – Curvas dilatométricas dos experimentos com diferentes graus de deformação. Forjamento controlado
A presença da microestrutura martensítica nas amostras deformadas é indicada nas metalografias da Figura 4 a) e b). Na amostra que foi deformada em 40%, percebe-se quase que unicamente microestrutura bainítica, com base na morfologia de feixes e no elevado valor de dureza. Na segunda amostra, deformada em 20%, constata-se uma microestrutura mista, que possui martensita, bainita e ferrita como microconstituintes, e valor de dureza intermediário. Por fim, a última amostra, que não foi deformada, apresenta bainita com morfologia granular e um pouco de ferrita em sua composição, além do valor de dureza inferior ao das demais amostras. Esse resultado indica que o aumento do grau de compressão acelera o mecanismo de refino do grão retardando a taxa da reação da bainita, visto que em alguns aços ligados que possuem taxa de crescimento dos feixes de bainita superior a taxa de nucleação nos contornos do grão austenítico, uma redução no tamanho do grão resulta em um número limitado de pontos de nucleação, reduzindo o volume total transformado [10] [11].
Figura 4 – Metalografias as amostras ensaiadas por dilatometria com diferentes graus de deformação. a) amostra deformada em 40%; b) amostra deformada em 20%; c) amostra sem deformação.
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c) possui morfologia em formato de feixes e valor elevado de dureza, que caracteriza martensita. Assim, pode-se concluir que o aumento da temperatura de deformação foi eficaz em impedir o atraso da transformação bainítica, resultante dos mecanismos impulsionados pela compressão das amostras.
Em contrapartida, sabe-se que os efeitos da deformação na microestrutura de um metal quando esta é aplicada em temperaturas menores são mais acentuados, ou seja, o aumento da temperatura da compressão pode amenizar os mecanismos que afetam a microestrutura resultantes da deformação, como estabilização mecânica e refino do grão. A fim de minimizar a influência da deformação na cinética das transformações, o experimento com o grau de deformação de 40% foi replicado em duas temperaturas de deformação mais altas: 1050°C e 950°C. A análise das curvas, na Figura 5 permite sugerir que os efeitos da deformação foram reduzidos com o aumento da temperatura de deformação, visto que para as duas maiores temperaturas, a transformação microestrutural ocorreu em um intervalo de temperaturas que caracterizam o campo bainítico deste aço. Além disso, as metalografias das amostras deformadas em temperaturas mais elevadas, Figura 6 a) e b), apresentam morfologia granular, que caracteriza majoritariamente presença de bainita na composição. Diferentemente, a microestrutura da amostra deformada a 850°C, Figura 6
Figura 6 – Metalografias as amostras ensaiadas por dilatometria em diferentes temperaturas de deformação. a) amostra deformada a 1050°C b) amostra deformada a 950°C; c) amostra deformada a 850°C.
Figura 5 – Curvas dilatométricas dos experimentos em diferentes temperaturas de deformação.
4. Conclusão Os resultados mostram a possiblidade de se alcançar boas propriedades mecânicas em um aço processado termomecanicamente, substituindo as etapas convencionais de tratamento térmico pelo resfriamento controlado posterior a deformação. No estudo, a dilatometria foi um eficiente recurso na simulação física do forjamento, permitindo concluir que a deformação exerce grande influência na cinética das transformações de fase durante o resfriamento. O aumento do grau de deformação favorece o refino do grão e promove a estabilização mecânica, sendo estes dois mecanismos responsáveis por retardar a transformação bainítica em aços em que a taxa de crescimento dos feixes de bainita é superior taxa de nucle-
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Artigo Técnico ação nos contornos do grão austenítico, reduzindo o volume total de bainita com o refino do grão. O atraso da transformação bainítica e continuidade do resfriamento favoreceram a transformação martensítica, a qual ocorre em temperaturas menores e resulta em valores elevados de dureza, que podem comprometer a tenacidade do material. O aumento da temperatura de deformação foi eficaz em minimizar os efeitos desses mecanismos, garantindo microestrutura bainítica semelhante as das amostras não deformadas mesmo com o aumento do grau de deformação. 5. Referências Bibliográficas [1] DIETER, G. E. Metalurgia Mecânica. Editora Guanabara Dois, 2 ed, 1981. [2] KASPAR, R., BAQUET, I. G., SCHRELBER, N., RICHTER, J., NUßBAUM, G., KOTHE, A. “Application of thermomechanical treatment on medium-carbon microalloyed steels continuosly cooled from forging from forging temperature”, Materials Technology, Steel Research, 68, No. 1, pp. 27-31, 1997. [3] EL-BITAR, T., FOUAD, N., ZAKY, A. I., EL-RADY, S. A. “Effect of cooling rate after controlled forging on properties of low carbon multi-microalloyed steels”, Materials Science and Engineering A, v. 534, pp. 514–520, 2012. [4] BHADESHIA, H. K. D. H., Bainite in Steels: Transformations, microstructure and properties, 2 ed, IOM Communications Ltd, 2001. [5] BRAMFITT, B. L., SPEER, J. G., “A perspective on the Morphology of Bainite”, Mettallurgical Transactions A, v. 21, n. 3, pp. 817-829, Mar. 1990. [6] CABALLERO, F. G., CAPDEVILA, C., ROELOFS, H., CHAO, J.,“Influence of bainite morphology on impact toughness of continuously cooled cementite free bainitic steels”, Materials Science Technology, v. 28, n.1, pp. 95-102, Dec. 2011. [7] ANDRÉS, C. G., CABALLERO, F. G., CAPDEVILA, C., ÁLVAREZ, L. F., “Application of Dilatometric Analysis to the Study of solid-solid Phase Transformations in Steels”, Materials Caracterization, v. 42, n. 1, pp. 101-111, Feb. 2002. [8] HUNKEL, M., HOLGER, S., STEINBACHER, M., “Dilatometry”, In: Vyazovkin, S., Koga, N., Schick, C. (eds), Handbook of Thermal Analysis and Calorimetry, 2 ed., chapter 3, USA, Elsevier B. V., 2018. [9]YANG, Z. G., WANG, J. P., BAI, B. Z., FANG, H. S.,“Grain refinement and microstructural evolution of grain boundary allotriomorphic ferrite/granular bainite steel after prior austenite deformation”, Materials Science and Engineering A, v. 369, pp. 112-118, 2004. [10] YANG, J. R., HUANG, C. Y., HSIEH, W. H., CHIOU, C. S.,“Mechanical Stabilization of austenite against bainitic reaction in Fe-Mn-Si-C Bainitic Steel”, Materials Transactions, JIM, v. 37, n. 4, pp. 579-585, 1996. [11] MATSUZAKI, A., BHADESHIA, H. K. D. H.,“Effect of austenite grain size and bainite morphology on overall kinetics of bainite transformation in steels”, Materials Science and Technology, v. 15, n. 5, pp. 518-522, 1999.
6. Informações adicionais O projeto BRAGECRIM nomeado “Manufatura Energeticamente Eficiente para Aços Bainíticos Avançados Baseada no Processamento Termomecânico”, esta sendo realizado em cooperação Brasil (UFRGS) e Alemanha (Leibniz-Institut für Werkstofforientierte Technologien - IWT). *Tâmie de Souza Perozzo: Ingressou no programa de pós-graduação da UFRGS em 2017 e realizou os experimentos apresentados nesse artigo no período de março a novembro de 2018 no IWT, em Bremen, na Alemanha. Graduou-se em Engenharia Mecânica em 2017 pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul) com período sanduíche na University of Birmingham no Reino Unido. Mestranda no Programa de Pós-graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais (PPGE3M) da UFRGS, com ênfase em Processos de Fabricação. Realizou mestrado sanduíche no Leibniz-InstitutfürWerkstofforientierteTechnologien - IWT em Bremen, na Alemanha com foco na simulação física de processos termomecânicos por dilatometria e caracterização de aços bainíticos. Rafael Menezes Nunes: Graduou-se em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2006, mestrado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com período sanduíche na Universität Bremen (2008). Fez doutorado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com período sanduíche na Universität Bremen (2012) atuando em processos de Conformação Mecânica e engenharia de distorção. Atualmente é professor adjunto A da UFRGS. É professor colaborador e orientador de Mestrado no PPGE3M - UFRGS. Alexandre da Silva Rocha: Graduou-se em Engenharia Mecânica em 1994 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1996 formou-se Mestre em Engenharia e em 2000 obteve o título de Doutor em Engenharia pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais (PPGE3M) da UFRGS (conceito CAPES 7). Foi professor e pesquisador da Universidade do Vale do Rio dos Sinos de 1999 a 2001. De 2001 a 2004 atuou como pesquisador do Materials Science Institut (StiftungInstitutfuerWerkstofftechnik, IWT) em Bremen na Alemanha, tendo participado do projeto SFB 570 - DistortionEngineering do DFG, sendo responsável por desenvolvimentos na área de Análise de Tensões Residuais. Rodrigo Afonso Hatwig: Doutorando em Processos de Fabricação pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais (PPGE3M) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Entre os anos de 2018/2019 realizou atividades de pesquisa no Leibniz-InstitutFürWerkstofforientierteTechnologien – IWT, em Bremen, na Alemanha. Possui mestrado em Processos de Fabricação (PPGE3M - 2015) e graduação em Engenharia Metalúrgica (UFRGS - 2012).
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Enio Klein
Eventos
A nova revolução industrial, chamada de Indústria 4.0 será tema obrigatório na Intermach 2019 quilômetros quadrados e A feira é organizada e promovida pela Messe está posicionada entre as Brasil e segundo Richard cinco mais importantes Spirandelli, um dos orgacidades do setor metal nizadores da feira, “Neste mecânico brasileiro. momento em que está Pela sua localização esse iniciando a retomada tratégica, Joinville está no econômica, a realização centro de uma região das de feiras é fundamenmais industrializadas do tal para os empresários Sul do Brasil, onde se instomarem contato com o talaram grandes empreque há de mais moderno sas como BMW e General Motors, além de empresas Richard Spirandelli, um dos em diversos setores de nossa economia”. já tradicionais na região organizadores da Feira Segundo os organicomo a Fundição Tupy, Tizadores são esperados mais de 20 mil gre, Weg, ArcelorMittal e outras. A Intermach já se firmou como visitantes, dentre profissionais altaponto de parada obrigatória para os mente qualificados que certamente profissionais em todos o níveis que te- encontrarão na feira as maiores novinham relação com ferramentaria, mol- dades do setor. Em evento paralelo a organizades, automação industrial, logística, ensaios e agora automação e robotização ção divulgou nos últimos dias que a Abimaq, BRDE e Finep apresentarão industrial. no dia 17 − primeiro dia da feira − a linha Finep Inovacred 4.0 de financiamento para inovação e manufatura avançada. Esta linha de crédito é destinada a empresas com receita operacional de 0 até R$ 300 milhões/ ano para financiar para a formulação e implementação de Planos Empresariais Estratégicos de Digitalização que abarquem a utilização, em linhas de produção, de serviços de implantação de tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0. Estão sendo oferecidas taxas favoráveis e prazos alongados, e um mecanismo simplificado de aprovação. Convidamos todos a nos visitar no stand nº 98 na rua D. www.intermach.com.br Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
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A irreversível presença da Automação Industrial com a adoção de robôs para diversos tipos de serviços e a modificação dos processos e rotinas que estão no bojo dos conceitos da Indústria 4.0 serão amplamente discutidos nos corredores e nos pavilhões de conferência da Intermach 2019, que será realizada nos dias 17 a 20 de setembro no Pavilhão da Expoville em Joinville – Santa Catarina. A revista Siderurgia Brasil está dando amplo apoio ao evento e estará presente com seu stand, onde receberá amigos e clientes para as costumeiras trocas de idéias e repercussões sobre o que está acontecendo na indústria no Brasil. Joinville é a cidade mais populosa de Santa Catarina com pouco mais de 600 mil habitantes, ficando na frente inclusive da capital Florianópolis. Possui uma área de pouco mais de 1.100
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Feimec 2020 vai acontecer em um bom momento da economia Os patrocinadores e organizadores acreditam que a FEIMEC 2020 será realizada em clima de muito otimismo com a retomada dos negócios em todo o Brasil.
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Tanto a Abimaq, quanto a Informa Markets Brasil, que são respectivamente os patrocinadores e organizadores da Feimec 2020, acreditam que este próximo evento que será realizado em São Paulo entre os dias 05 a 09 de maio de 2020 seja um grande sucesso por conta do clima muito favorável da economia e dos negócios. As reformas da previdência que está em vias finais de aprovação e a reforma tributária, juntamente com as várias medidas de impacto econômico, como a recente norma de incenti-
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vo a empreendedores e as medidas já tomadas de incentivos à desburocratização começaram a atrair para o Brasil investimentos privados internos e externos que por certo trarão nova alavancagem ao desenvolvimento nacional. Segundo os organizadores já estão reservados cerca de 80% dos espaços do São Paulo Expo, que é um dos mais modernos Centros de Eventos da América Latina. Como as feiras de negócios se
constituem em um excelente momento de aproximação de compradores e fornecedores a organização tem tudo para acreditar que existem grandes possibilidade de mais uma vez a feira tornar-se um dos pontos altos do ano. A revista Siderurgia Brasil firmou parceria com a Informa e com a Abimaq e mais uma vez será uma das principais mídias apoiadoras do evento. Para mais informações visite: www.informamarkets.com.
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Estatísticas
Produção de aço sofre novo revés em julho Setor se ressente da falta de retomada da atividade econômica mas acredita que a retomada está próxima.
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Segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil a produção brasileira de aço bruto foi de 19,7 milhões de toneladas nos primeiros sete meses de 2019, o que significa uma queda de 4,3% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 13,5 milhões de toneladas, queda de 2,4% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2018. A produção de semiacabados para vendas totalizou 5,3 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2019, uma retração de 7,3% na mesma base de comparação. Esta informação vem corroborar a afirmação de Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto na última coletiva de imprensa realizada em São Paulo, na qual ele afirmou que a siderurgia só irá retomar o caminho do desenvolvimento no momento em que o próprio Brasil retomar o crescimento econômico, pois a atividade da siderurgia é indissociável com o crescimento nacional.
Nesta exportação está acentuada a N dificuldade que o Brasil está tendo na dific colocação de seus produtos em face colo das restrições mundiais que cod meçou nos Estados Unidos e rapidamente se espalho pelos cinco continentes e também pela crise por que passa a Argentina, que é um dos grandes parceiros brasileiros. Se considerarmos exclusivamente o mês de julho de 2019 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,4 milhões de toneladas, uma redução de 20,6% frente ao apurado no mesmo mês de 2018. Já a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, 2,2% inferior do que a registrada em julho de 2018. A produção de semiacabados para vendas foi de 710 mil toneladas, uma redução de 22,9% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2018. As vendas internas recuaram 6,9% frente a julho de 2018 e atingiram 1,6 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,8 milhão de toneladas, 7,1% (Unid. 103t) inferior ao apurado no mesmo período de 2018. As exportações de julho foram de 1,0 milhão de toneladas, ou US$ 584 milhões, o que resultou em aumento de 1,9% e redução de 6,9%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2018. As importações de julho de 2019 foram de 201 mil toneladas e US$ 220 milhões, o que representou uma redução de 6,9% em quantum e de 8,3% em valor na comparação com o registrado em julho de 2018.
As vendas internas foram m de 10,7 milhões de toneladas de janeiro eiro a julho de 2019, o que representa uma retração de 0,5% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 12,1 milhões de toneladas no acumulado até julho de 2019. Este resultado representa uma queda de 1,5% frente ao registrado no período de 2018. As importações alcançaram 1,5 milhão de toneladas no acumulado até julho de 2019, uma queda de 1,6% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 1,5 bilhão e recuaram 5,4% no mesmo período de comparação. As exportações atingiram 7,7 milhões de toneladas, ou US$ 4,6 bilhões de janeiro a julho de 2019. Esses valores representam, respectivamente, queda de 1,8% e de 6,0% na comparação com o mesmo período de 2018.
PRODUÇÃO SIDERÚRGICA BRASILEIRA
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Distribuição de aço começa a apresentar os sinais da retomada Números apresentados no mês de julho, divulgados nesta semana, confirmam os bons resultados da economia. Segundo divulgação feita ta pelo Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, entidade que reúnee mais de 80% das empresas que trabalham com aços planos no Brasil, no mês de julho foi contabilizada uma alta de 16,4% quando comparada
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a junho, atingindo o mont tante de 288,0 mil toneladas contra 247,5 mil. Se compararmos com o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 276,0 mil toneladas, registramos uma elevação de 4,3%. No acumulado do ano nota-se que o maior crescimento deu-se no item chapas grossas/placas, (+12,5% ) o que evidencia uma retomada de crescimento do setor de equipamentos pesados, como máquinas, tratores, implementos agrícolas etc , seguido por laminados a quente (+8,5%), laminados a frio/folhas metálicas (+8.4% e finalmente chapas zincadas (+4,3%).
Já as compras tiveram a elevação de 20,2% em relação a junho, com volume total de 276,6 mil toneladas. Já se compararmos com julho do ano passado (284,4 mil ton.), o resultado foi uma queda de 2,7%. Com este movimento os estoques atingiram pela primeira vez neste ano o numero indicado como ideal para os estoques, ou seja, 2,6 vezes o giro das vendas. Em números absolutos, os estoques tiveram a queda de 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 762,7 mil toneladas. Com respeito às importações ocorreu uma situação diferente. Em função de que no mês anterior os números terem sido muito baixos, foi registrado um crescimento de 50,2% com um volume de 97,2 mil toneladas. Mas se compararmos com o mesmo mês do ano passado este número representou uma queda de 12,7%. Segundo os dirigentes da entidade é esperada a repetição destes números para o próximo mês.
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Estatísticas
Indústria de Máquinas tenta recompor suas perdas Resultado do mês trouxe novo alento que pode ser mais animador a partir da divulgação do crescimento do PIB acima do esperado.
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Conforme informação da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos o setor registrou um avanço em relação ao mês anterior, mas recuou em relação ao mesmo mês no ano passado. No tocante a receita houve um crescimento em relação ao mês anterior de +2,4%, mas queda quando comparado com o mesmo mês de 2018 que foi de -5,2%. Em função disto o crescimento acumulado no ano de 2019 encolheu mais um pouco, de +3,9%, observado no encerramento do semestre, para +2,4% até o mês de julho. Infelizmente foi registrado um recuo no mercado doméstico que vinha sustentando crescimento neste ano. Os números são de - 9,8 neste mês em re-
lação ao mês anterior e pior ainda quanto ao movimento sobre o mesmo mês de 2018, quando registraram queda de - 17,2%. Entretanto no ano como um todo prevalece a melhora no mercado doméstico que acumulou crescimento de 5,8% no período. Segundo os analistas da Abimaq esta queda na atividade doméstica, com o adiamento da retomada econômica tem inviabilizado aos empresários planejamentos concretos de intensificação dos investimentos. O que tem sido observado é a substituição de componentes e máquinas visando somente a manutenção das atividades sem a preocupação
com aumento de produtividade uma vez que o mercado não dá sinais de melhora. Por outro lado o comércio exterior , ao contrário do observado nos últimos anos, os sinais também não são animadores, porque estamos diante de um mundo em desaceleração, principalmente naqueles mercados onde o setor de máquinas e equipamentos nacionais tem maior presença, ou seja, no Mercosul, onde a Argentina acaba de declarar moratória e Zona do Euro e China que estão mais preocupadas com a guerra comercial iniciada pelos EUA. Cabe uma ressalva, pois mesmo com a desaceleração no cenário internacional, em julho de 2019, as exportações de máquinas e equipamentos, registraram bom desempenho e cresceram 24,1%, tanto em relação ao mês anterior como sobre o mesmo mês do ano anterior. Os analistas esclarecem que este bom desempenho foi reflexo das vendas de máquinas e equipamentos para o Paraguai e também para Holanda, juntos contribuíram para reduzir a queda acumulada em 2019, de - 7,1% no semestre para -3,2% até o mês de julho. Com a divulgação de um bom desempenho do PIB brasileiro, a eminente aprovação da Reforma da Previdência e as noticias de que a Reforma Tributária caminha de forma acelerada injetam um novo animo no setor. Um sintoma positivo desta retomada é de que mesmo com a atividade ainda fraca, o setor manteve as contratações e encerrou o mês de julho/19 com mais 8.000 pessoas empregadas sobre o final de 2018, um total de 309 mil colaboradores.
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Lançado o APP para construção em Aço O CBCA – Centro Brasileiro de Construção em Aço que é uma instituição gerida pelo Instituto Aço Brasil – IABr que tem por objetivo incentivar e apoiar a construção em aço no Brasil, acaba de informar que lançou o Guia Orientativo da Construção em Aço, um aplicativo visando orientar investidores, construtoras, arquitetos, engenheiros, fabricantes, montadores e clientes finais para as boas práticas em relação à construção em aço. Diversas entidades já manifestaram seu apoio a iniciativa entre elas Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), Asociación Latinoamericana del Acero (Alacero), Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR), Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), Instituto de Metais Não Ferrosos (ICZ) e Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). Baixe o aplicativo Guia da Construção em Aço nas lojas Google Play Store e Apple Store.
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