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INOVAÇÃO
Mudanças estratégicas são necessárias
Em todo negócio por mais bem sucedido que seja, há um momento em que a inovação se faz necessária. O melhora do produto ou serviço ou a substituição por outro mais moderno faz parte da evolução natural das coisas.
Henrique Pátria*
OO que significa o termo inovação? Segundo o “Dicionário Aurélio”, esta palavra representa qualquer ação ou efeito de inovar. E o que é inovar? Ainda segundo a mesma fonte, inovar é realizar algo novo ou que nunca havia sido feito antes; produzir novidades, criar coisas diferentes. Entendemos a inovação como uma mudança na forma de agir e de pensar e que invariavelmente causa impactos dos mais variados tamanhos e formas. A inovação na música, ou em um espetáculo teatral apresentado de forma diferente do convencional
quase sempre causa perplexidade, pois as pessoas não estavam preparadas para tal novidade. Inovação nas pesquisas médicas quase sempre trazem mais benefícios ou a solução para problemas até então insuperáveis. Há inúmeras formas de tratar do assunto inovação.
Vamos nos ater ao mundo empresarial onde na maioria das vezes a inovação é acompanhada de grandes dúvidas. Se o novo produto ou serviço apresentado for bem aceito e “pegar bem” pode transformar a vida desta empresa ou deste empreendimento. Há vários exemplos de que um negócio falido foi transformado em um negócio rentável e com muitos resultados, em função do lançamento de um novo produto que “caiu bem” ao seu publico alvo. Mas o inverso também é verdadeiro. Empresas de grande porte quase sempre possuem uma gerência de novos negócios que, no entanto na maioria das vezes está focada em buscar novos nichos para a colocação dos seus produtos já existentes. Há algumas exceções, entre elas a indústria farmacêutica que, via de
regra, possui um departamento focado em pesquisas e na busca de novas formulas que possam gerar novos produtos.
No entanto com a entrada da era da informática e com o aprofundamento das tecnologias a inovação tornou-se uma necessidade a vários segmentos empresariais dentre os quais um dos mais atingidos é o ligado às comunicações.
Mas não é só ele, com a velocidade das informações uma empresa poderá ter um produto tradicional que ela vende da mesma forma há vários anos, mas que com a chegada das inovações do setor, pode deixar de ser necessário ou simplesmente ver o o seu mercado sumir. Se esta empresa não estiver ligada e preocupada em mostrar novas utilidades para seus produtos, ou até novos produtos terá sérios problemas de subsistência.
Nem sempre a inovação é algo que dependa exclusivamente da atitude ou a vontade dos empreende
dores ou dos inovadores. Em muid tos casos ela é forçada pelo to mercado em pensar m em algo novo, inoe vador. v E este quadro tanto cabe para uma t empresa que fazia e botões e hoje vê b os mesmos botões o chegarem do ouc tro lado do mundo t por um custo quap se 100% menor que o seu, como uma peça de veículo como um paralama que descobriu-se que se ele for feito de fibra de vidro, ou de plástico endurecido tornará o veiculo mais leve, tão atraente quanto antes e com custos de fabricação menores. Neste caso o paralama de plástico já é a inovação de que nos referimos.
Já para as empresas ligadas a comunicação, principalmente as agências de publicidade o desafio é maior ainda, pois além da natural criatividade que este setor tem de demonstrar para encantar inicialmente seus clientes e posteriormente convencer os clientes de seus clientes sobre s suas campanhas, s a inovação é funa damental. d A partir da era do e smartphone n nada mais é como antes. Com c a informação, a as novidades, as a ofertas, os cono vites e os apelos v ao alcance de um click, se não houver a inovação na forma de se conduzir todo o processo de sedução do cliente a falência está definida.
A quantidade de plataformas de comunicação, as redes sociais, os aplicativos, Twiters, Instagran, Wats app, Facebook etc. já fazem toda a diferença e condenaram jornais, revistas e outros meios de comunicação a repensarem o seu papel na sociedade ou desistirem da competição.
Aqui na Grips Editora, corremos contra o tempo e ao menos chegamos a plena convicção que novidades e inovações devem fazer parte da pauta de onze entre dez reuniões
que sejam programadas para se falar de estratégia e desenvolvimento.
Para todas as empresas a zona de conforto deve ser abandonada mesmo que a nova situação não seja fácil de ser encarada. Como disse ali atrás, o novo produto, ou o produto renovado terá de “cair bem”, terá de ser aceito pela maioria para que se torne sucesso. As resistências deverão ser vencidas e a nova era deverá se encarada com todo o carinho e com toda a vontade de tornar-se a nova realidade.
*Henrique Pátria, editor responsável da Grips Editora.
Opinião
base é a Educação
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De um modo geral a situação educacional brasileira é vexatória. Esse quadro dramático é um dos sustentáculos da desigualdade social no país e um entrave para a elevação da produtividade nacional.
OO baixo nível da educação no Brasil impacta negativamente em vários aspectos da vida social. Tal fato contribui para a proliferação da violência urbana, gera desrespeito às normas mínimas de civilidade e compromete a competitividade da produção nacional.
A educação está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento econômico. Os países com os melhores indicadores de bem-estar social são os que registram os maiores níveis educacionais. Na Nova Zelândia, Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, a média de escolaridade da população supera 12 anos. No Brasil esse indicador é ligeiramente superior a 7 anos, inferior ao observado em nações como Chile, Argentina, Jamaica e Peru, todos com mais de 9 anos de escolaridade.
Em termos qualitativos a situação brasileira também é ruim. O Programme for International Student Assessment (PISA) programa de avaliação coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que em 2015 dos 70 países analisados o Brasil se posicionou em 63º em ciências (Cingapura, Japão e Estônia foram os 3 primeiros), 59º em leitura (Cingapura, Hong Kong e Canadá ficaram nas 3 primeiras posições) e 66º em matemática (Cingapura, Hong Kong e Macau foram os 3 primeiros).
O Brasil é um dos países que menos gastam com alunos dos ensinos fundamental e médio, mas na área universitária o desembolso se aproxima do observado em nações de renda elevada. No primeiro ciclo do ensino fundamental (até a 5ª série) o gasto brasileiro por ano chega a US$ 3,8 mil por aluno. A média dos países da OCDE é de US$ 8,7 mil. Nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio a situação não é muito diferente. Para cada aluno brasileiro Marcos Cintra*
são gastos em média por ano US$ 3,8 mil, enquanto que a média da OCDE é de US$ 10,5 mil. A situação brasileira se aproxima dos países mais ricos no ensino universitário, onde a média nacional de US$ 11,7 mil, ligeiramente superior aos US$ 11,5 mil da Itália, não fica muito distante da média de US$ 16,1 mil das economias que compõem a OCDE.
De um modo geral a situação educacional brasileira é vexatória. O país investe relativamente pouco no ensino básico e o pouco que é investido se traduz em educação de má qualidade, como se apura no resultado do PISA. Considerando a população totalmente analfabeta e o analfabetismo funcional o Brasil conta com apenas 1 em cada 4 cidadãos plenamente alfabetizado. Esse quadro dramático é um dos sustentáculos da desigualdade social no país e um fator determinante para o baixo nível de renda de uma grande massa de assalariados e um entrave para a elevação da produtividade nacional.
No âmbito universitário cabe destacar que apesar do valor que se investe por aluno há fatores que impedem maior retorno social dos recursos aplicados. Por exemplo, há limitações no tocante a celebração de acordos entre universidades e o setor privado e isso se traduz em ineficiência para a produção doméstica.
Há muito a ser feito na esfera educacional do país, principalmente no âmbito público. Grande parte dos governantes brasileiros não aprendeu com o sucesso de países como, por exemplo, o Japão e a Coréia do Sul, que investiram muito em educação e hoje colhem os bons frutos dessa iniciativa. No Brasil continuamos negligenciando seu papel como fator de transformação social. *Marcos Cintra é doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular da Fundação Getulio Vargas. É autor do projeto do Imposto Único. É presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). www.facebook.com/marcoscintraalbuquerque Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.
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