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Editorial
O momento das incertezas está passando
Edição 130 - ano 19 Setembro/Outubro 2018 Siderurgia Brasil é uma publicação de propriedade da Grips Marketing e Negócios Ltda. com registro definitivo arquivado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial sob nº 823.755.339. Coordenador Geral: Henrique Isliker Pátria Diretora Executiva: Maria da Glória Bernardo Isliker TI: Vicente Bernardo Consultoria jurídica: Marcia V. Vinci - OAB/SP 132.556 mvvinci@adv.oabsp.org.br Editor e Jornalista Responsável: Henrique Isliker Pátria - MTb-SP 37.567 Repórter Especial: Marcus Frediani MTb:13.953 Projeto Editorial: Grips Editora Projeto Gráfico: Ana Carolina Ermel de Araujo Edição de Arte / DTP: Ana Carolina Ermel de Araujo Capa: Criação: André Siqueira Fotos: Divulgação Divimec Impressão: Gráfica Elyon DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA A EMPRESAS DO SETOR E ASSINATURAS A opinião expressada em artigos técnicos ou pelos entrevistados são de sua total responsabilidade e não refletem necessariamente a opinião dos editores. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Rua Cardeal Arcoverde 1745 – conj. 113 São Paulo/SP – CEP 05407-002 Tel.: +55 11 3811-8822 grips@grips.com.br www.siderurgiabrasil.com.br Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou qualquer meio, sem prévia autorização.
HENRIQUE ISLIKER PÁTRIA EDITOR RESPONSÁVEL
Caso se confirmem os resultados apresentados pelas pesquisas eleitorais, o Brasil está prestes a dar uma guinada política no sentido diametralmente oposto ao que vínhamos observando ao longo dos últimos 15 anos. Temos muitas condições para o crescimento como os recursos naturais e hídricos, nosso sub solo esconde minérios em profusão, possuimos condições para implantação de usinas de energia solar e eólicas e uma infindável lista de benesses que Deus nos concedeu além de uma população ávida por desafios. Porém, na mesma proporção, a falta de respeito por parte dos nossos governantes conseguiu minar esse cenário, gerando uma população de milhões de desempregados, outros tantos milhões de micro e pequenos empreendedores que juntamente com grandes empresas faliram ou estão saindo do país, este quadro gerou milhões de endividados e desanimados com o seu próprio futuro. Mas, somos a “Terra da Esperança”. E, como tal, nossa expectativa é começar tudo de novo, com um governo que abandone as velhas práticas nefastas, e que se volte para o desenvolvimento econômico.
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Estamos convictos de que tudo isso vai, efetivamente, acontecer. Por essa razão, nas páginas desta edição da Revista Siderurgia Brasil, caprichamos em apresentar uma fotografia bastante positiva e colorida do momento. São reportagens selecionadas com o máximo carinho para você, que já nos acompanha há 20 anos. Assim, falamos do sucesso do Congresso Aço Brasil, do Fórum de Desenvolvimento da Abimaq, da economia mundial vista pelos olhos de uma das maiores consultorias internacionais, além de entrevistas, dados, lançamentos de produtos e tudo que de mais importante aconteceu recentemente em nosso setor. Finalmente – mas nem de longe menos importante –, reiteramos o desejo de receber a sua opinião, que muito nos ajudará a elaborar as pautas de nossas próximas edições. Por isso, fica mais uma vez o convite: entre em contato com a gente por meio de todos os canais que colocamos à sua disposição, OK?! Muita esperança e boa leitura para você!!!
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Índice de matérias
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EDITORIAL O momento das incertezas está passando
PROJEÇÕES Representantes da Indústria se reúnem com presidenciável
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Na rota do crescimento
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CONGRESSO DO AÇO
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LANÇAMENTOS
Questão de ordem
ATUALIDADES As barreiras a serem ultrapassadas
Novo caminhão no mercado
ECONOMIA MUNDIAL
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Inauguração de novo Centro de Pesquisas e Tecnologia
EVENTOS Feira Metalurgia
ARTIGO TÉCNICO Matérias Primas adequadas para fabricação de Tubos Soldados no processo HFIW
ESTATÍSTICAS OPINIÃO Pensamento tributário parou no tempo
VITRINE
ANUNCIANTES
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Um novo jeito de dar as cartas nos mercados emergentes
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EMPREENDIMENTOS
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Projeções
Representantes da Indústria se reúnem com presidenciável Juntamente com líderes de vários outros segmentos industriais, a Abimaq apresentou sugestões para a retomada do crescimento.
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Em uma reunião no Rio de Janeiro em que estavam presentes o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Melo Lopes, e outros representantes da indústria nacional, o presidente executivo da Abimaq, José Velloso entregou um documento chamado de “Cartilha aos Presidenciáveis” ao candidato Jair Bolsonaro, contendo sugestões e visando contribuir com o que for necessário para a retomada do crescimento econômico do Brasil. O documento é fruto de uma coalizão entre várias entidades representativas da indústria nacional que acreditam na retomada do processo de crescimento econômico, a partir da definição do novo Presidente da República. (Veja o documento abaixo) Segundo o documento entregue em mãos ao candidato que lidera as pesquisas “Para gerar EMPREGO e RENDA, o Brasil precisa retomar o crescimento econômico. E, como concordam dez em dez economistas o INVESTIMENTO de hoje é o CRESCIMENTO de amanhã. Impostos menores sobre o sistema produtivo, um SISTEMA TRI-
BUTÁRIO SIMPLES, JUROS compatíveis com o retorno das indústrias e um CÂMBIO que garanta a competitividade dos produtos brasileiros são essenciais para a retomada dos investimentos e do crescimento econômico. É DISTO QUE O BRASIL PRECISA!”. Ainda, segundo Velloso, “Preparamos para ser entregue a todos os presidenciáveis, para que eles tivessem a oportunidade de conhecer e entender as premissas básicas que consideramos imprescindíveis para o que o país retome o caminho do desenvolvimento”. Ele explicou ainda que os grandes players mundiais têm, cada um, um projeto de país e sua agenda macroeconômica visa obter e manter um crescimento sustentado. No Brasil, a estratégia não pode ser diferente. É necessário que o país se empenhe em ter uma indústria de transformação robusta, diversificada e competitiva capaz de se destacar no cenário internacional, que, assim como ocorreu em muitas nações hoje desenvolvidas, garanta à sociedade brasileira desenvolvimento tecnológico, empregos de qualidade e renda digna. Sabemos que, apesar de estar saindo de uma das mais profundas crises da sua história, o Brasil ainda tem
Foto: Divulgação
Henrique Pátria
grandes desafios porque convive com elevada dívida pública que o levou ao rebaixamento no ranking de bom pagador internacional, elevados juros de mercado, câmbio instável, baixo nível de investimento privado, ausência de investimento público. Ainda assim, o próximo governo tem que ter a clara noção de que o aumento da desigualdade social e da violência, a polarização da sociedade, o alto desemprego e o crescente desalento de nossa juventude não podem ser enfrentados sem a retomada do crescimento sustentado, essencial inclusive para o equilíbrio das contas públicas. “Gostaríamos de alertar inclusive que é preciso, portanto, que o novo governo tome medidas urgentes no sentido de se organizar de forma a permitir o crescimento sustentado da economia de modo que a reversão da desindustrialização garanta emprego e renda para o cidadão. Para isso são necessárias ações que garantam a isonomia competitiva do setor produtivo, proporcionando ampliação de sua participação no mercado doméstico e internacional”.
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Na rota do
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O horizonte parece promissor para o desenvolvimento do setor de máquinas e equipamentos no Brasil. Mas é preciso trabalhar muito para transformar tal promessa em realidade. Marcus Frediani
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No comecinho do mês de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), relativa ao mês de agosto 2018. E os resultados não foram, digamos, muito animadores: o cômputo do estudo deu conta que a indústria geral registrou queda da produção física de 0,3% em comparação mensal, livre dos efeitos sazonais. Com isso, a indústria brasileira cravou
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o segundo mês de queda consecutiva, despencando em ambos um acumulado de 0,4%. A noticia “menos pior”, contudo, foi que no acumulado do ano a variação é positiva em 2,5% e em 12 meses em 3,1%. Agora, a boa notícia mesmo para um dos mais importantes clientes do setor siderúrgico é que o setor de máquinas e equipamentos está conseguindo manter a rota de crescimento em 2018, segundo dados
divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) em seu último boletim mensal. O destaque para o mês de agosto foi que a receita líquida apresentou alta de 5,9%, no acumulado do ano, já a produção física, medida pelo IBGE teve uma alta de 5,3%, na fabricação de máquinas e equipamentos, no mesmo período. Na publicação, a entidade também diz acreditar que dada a conjuntura
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Máquinas e Equipamentos
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação Abimaq
Foto: Divulgação Abimaq
interna, esses resultados terno que podem influen- de dois mandatos é essencial para a foram obtidos porque o seciar o setor, são a guerra competitividade de bens e serviços tor, em grande parte, se viu comercial, que ganha no- brasileiros”, enfatiza Marchesan. obrigado a buscar alternavos capítulos constantetivas no mercado externo. mente, além da situação O futuro em discussão “Contudo para um crescidelicada pela qual atraTodos esses pontos relacionamento mais consistente é vessa a Argentina, grande dos ao futuro do setor de máquinas imprescindível uma reação compradora de máquinas e equipamentos no Brasil estiveram do mercado interno, que e equipamentos do Brasil. na pauta do 4º Congresso Brasileiro virá caso o novo governo A incerteza pode ser ob- da Indústria de Máquinas e Equipaconsiga estabilizar o quaservada no índice de con- mentos, promovido pela Abimaq no dro político e propor as João Carlos Marchesan, fiança da indústria. dia 17 de setembro, no auditório de reformas que o país neces- presidente do Conselho Além disso, sua sede, em São Paulo/ sita”, destaca o texto. os executivos SP. No evento, foram dede Administração da Para entidade, o cená- Abimaq da Abimaq resbatidos com especial desrio atual continua contursaltam a imtaque os caminhos para o bado, com incertezas principalmente portância de uma agenda crescimento sustentado, com o quadro político e das diretri- de reformas estruturantes, as novas oportunidades zes a serem tomadas pelo próximo diminuindo as incertezas e de negócios no comércio governo. “O presidente que assumir tornando o ambiente mais global e as tecnologias em janeiro de 2019 herdará um país adequado, para a volta do disruptivas que contribuique cresce de forma insuficiente e crescimento, por meio da rão para promover o deque acumula entre desempregados, subsequente volta da casenvolvimento econômico pessoas que desistiram de procurar pacidade de investimento. e a inovação da indústria, José Veloso, presidente emprego e trabalhadores em tempo “Defendemos um modelo contando, para isso, com executivo da Abimaq parcial, um contingente de quase 30 de desenvolvimento ecoa realização de diversos milhões de pessoas, ou seja, mais de nômico centrado na produção de bens painéis e palestras dos economistas um quarto da população economica- complexos e serviços sofisticados dos cinco candidatos à presidência da mente ativa”, afirma João Carlos Mar- condição indispensável para garantir República mais bem posicionados nas chesan, presidente do Conselho de o crescimento sustentado. Para tanto pesquisas, explicando suas propostas Administração da Abimaq. um ambiente macroeconômico ajus- para a próxima gestão. Ainda segundo a associação, os tado e a contínua redução do ‘Custo Durante o Congresso, foi entrepontos relacionados ao mercado ex- Brasil’ até sua eliminação num arco gue aos palestrantes e a todos os seus participantes o documento da entidade intitulado “O Caminho para o Desenvolvimento”, proposta inicialmente encaminhada aos presidenciáveis. O presidente executivo da Abimaq, José Veloso, fez uma apresentação sintética sobre o assunto, reforçando a importância desse trabalho, que também havia sido entregue anteriormente a todos formadores de opinião que são considerados relevantes na indústria. “A história mostra que o crescimento econômico dos países até hoje só foi possível via aumento de sua produção, principalmente de bens de serviços de alto valor agregado e via ampliação do fluxo de comércio com uma crescente inserção na economia mundial”, ressaltou Veloso na ocasião, citando 4º Congresso Brasileiro da Indústria de Máquinas e Equipamentos, promovido pela Abimaq trechos do documento.
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Nos últimos cinco anos, o setor de Petróleo e Gás passou de um crescimento vertiginoso a total estagnação, período em que a crise brasileira foi substancialmente agravada pela situação internacional – com a cotação do barril do óleo caindo para um terço do valor que vinha sendo negociado até então –, bem como pelos desdobramentos da operação Lava Jato. Porém, segundo informa a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), já existem claros sinais de que o setor está “entrando nos eixos” e de que a trajetória de crescimento está sendo retomada. De acordo com a entidade, o preço atual do barril, na faixa dos US$ 80, já consegue viabilizar muitos dos empreendimentos que se encontravam paralisados e, no nosso caso, a retomada dos leilões da ANP, os ajustes no ambiente regulatório e o nosso potencial de reservas com custos de produção decrescente têm transformado o Brasil em um dos principais polos de interesse do setor no mundo.
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“As oportunidades estão aí e temos que estar preparados para participar desse mercado, que, se, por um lado, é bastante promissor, por outro ainda requer muitos ajustes, que abrangem fatores externos à indústria, melhorias internas em tecnologia, gestão e processos e, não menos importante, a melhoria no ambiente de negócios e na relação comprador/vendedor”, destaca um comunicado distribuído pela Abimaq no dia 5 de outubro, data da primeira reunião para reformulação do modelo de atuação do Conselho de Oléo e Gás da entidade, realizada em sua sede, com a participação direta das associadas interessadas, colocando as empresas diretamente em contato com o que acontece no setor. Na ocasião, foram formados três comitês para tratar de assuntos específicos, onde os especialistas das empresas poderão participar diretamente, trocando experiências com seus pares. Inicialmente serão formados três comitês: tributação, regulação e ambiente de negócios e qualquer associada poderá
Foto: Agência Petrobras
Petróleo e gás: rumo a retomada
participar, segundo seu interesse. “Nesses pontos, a Abimaq tem importante papel a desempenhar, quer seja na maximização do aproveitamento das demandas considerando as restrições existentes, quer seja na busca da redução das restrições que nos prejudicam, tais como as baixas exigências de Conteúdo Local, o alto Custo Brasil, o desconhecimento de nosso potencial e a falta de identificação das oportunidades, entre outras”, reforça, ainda, o documento da entidade.
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Questรฃo de ordem
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Reformas estruturais e investimentos em infraestrutura são essenciais para a revitalização da indústria siderúrgica e da economia brasileira. Marcus Frediani
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des destaques da programação, assim como também foram as participações das personalidades convidadas, que se revezaram em painéis para tratar das questões relacionadas à indústria brasileira e mundial do aço. Na ocasião, diante da proximidade das eleições que seriam realizadas em outubro, bem como das expectativas sobre as políticas a serem adotadas pelo novo governo, a indústria do aço considerou importante debater os problemas que levaram ao encolhimento da economia brasileira nos últimos anos e à queda da participação da indústria no PIB, buscando soluções para melhorar o ambiente de negócios no país. Por esse motivo, o novo presidente do Conselho do Instituto Aço Brasil, Sergio Leite de Andrade – empossado na sessão de abertura do Congresso, Adri Felden, Marcos Issa | Argosfoto
Com o objetivo de promover a análise e o debate de temas de grande relevância para a indústria do aço no Brasil e no mundo, em sua 29ª edição, o Congresso Aço Brasil – o maior evento nacional da cadeia produtiva do aço –, reuniu perto de 500 participantes, entre representantes da indústria do aço e da cadeia metal-mecânica, órgãos públicos, parlamentares, consultorias, bancos, academia, organismos internacionais e Imprensa. Realizado pelo Instituto Aço Brasil entre os dias 21 e 22 de agosto, no Hotel Transamérica, em São Paulo/SP, o encontro também congregou renomados palestrantes nacionais e internacionais. Uma conferência sobre o cenário político, com foco nos possíveis cenários que virão como desdobramento das eleições 2018 foi um dos gran-
Discurso de abertura do presidente da República, Michel Temer
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Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil e Sergio Leite de Andrade, novo presidente do Conselho, empossado na sessão de abertura do Congresso
juntamente com seu novo vice, Marcos Faraco Wahrhaftig –, afirmou que a entidade está bastante confiante no crescimento e desenvolvimento no Brasil nos próximos anos. Mas, alertou que, para que isso possa se transformar em realidade, algumas providências essenciais precisam ser tomadas. Nessa toada, fez um apelo muito especial ao presidente da República, Michel Temer, que marcou presença no primeiro dia do encontro, para que não haja abertura unilateral do mercado brasileiro em um mundo cada vez mais protecionista. “Sei das preocupações do setor e reafirmo que temos que proteger nossa indústria”, respondeu Temer em seu pronunciamento, no qual ressaltou também a importância da indústria do aço na economia brasileira e ressaltou a retomada do setor, que passou por momentos difíceis nos últimos anos. “No ano passado, estive presente neste mesmo evento, quando víamos que o setor siderúrgico passava por um momento crítico. Hoje, constato com alegria um crescimento de produção e vendas do aço para os mercados nacional e internacional”, destacou. Em linha com Temer, o ministro da pasta da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima, que também prestigiou a abertura do Congresso Aço Brasil, subli-
Brasil”, que juntamente com a valorização cambial encarecem o produto nacional em relação ao importado em 30,4%. “Durante esse período em que procuramos ter competitividade, nossas indústrias devem ter algum tipo de proteção, para se desenvolver e crescer, gerar emprego e renda e resolver o principal problema, que é a falta de investimento”, afirmou Roriz. Dados do setor Com efeito, no Congresso Aço Brasil 2018 foi feita uma avaliação geral do atual setor siderúrgico no Brasil. Segundo Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil, os indicadores de atividade da indústria do aço referente aos primeiros sete meses de 2018 apontaram a continuação da trajetória de recuperação moderada do setor.“A fraca base de comparação de 2017 continua ampliando o crescimento em 2018. A greve dos caminhoneiros, que afetou fortemente a atividade da indústria do aço em maio deste ano, continua influenciando negativamente os dados do acumulado do ano”, ressaltou o executivo. No cômputo parcial, a produção brasileira de aço bruto alcançou 20,2 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a julho de 2018, o que representa um incremento de 3,4% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 13,6 milhões de toneladas,
nhou que uma série de medidas que estão sendo tomadas pelo governo em parceria com as entidades ligadas à indústria do aço, entre elas o Instituto Aço Brasil, para garantir isonomia no mercado nacional. “Destaque nesse sentido foi o esforço conjunto das empresas, entidades e embaixada brasileiras em Washington para evitar que os Estados Unidos sobretaxassem os produtos brasileiros, assim como fez com os chineses e de vários outros países”, pontuou, enfatizando o ponto de vista de que não existe país forte sem uma indústria forte. Para tanto, José Ricardo Roriz, na condição de presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), fez questão de observar, na sequência do pronunciamento do ministro do MDIC, que o Brasil precisa oferecer isonomia no ambiente de negócios às empresas brasileiras, para que possam competir com as de outros países. Segundo ele, essa falta de isonomia se reflete nos com- Ex-ministro e economista Delfim Netto, participando do primeiro ponentes do “Custo Painel do evento – Indústria – Protecionismo ou isonomia?
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Marcos Lisboa, presidente do Insper, no primeiro Painel do evento – Indústria – Protecionismo ou isonomia?
aumento de 6,2% em relação a 2017. A produção de semiacabados para vendas foi de 5,6 milhões de toneladas no acumulado de 2018, um aumento de 5,1% na mesma base de comparação.“Devido a uma perda que ocorre durante o processo produtivo do aço, a soma da produção de laminados e semiacabados para vendas não equivale ao total da produção de aço bruto”, observou Marco Polo. No mesmo período, os dados do Aço Brasil deram conta de que as vendas internas foram de 10,5 milhões de toneladas, o que representou uma benfazeja elevação de 10,3% quando comparada com igual período do ano anterior. Já o consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 11,9 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2018, o que representa uma alta de 9,7% frente aos primeiros sete meses de 2017. Enquanto isso, de acordo com os dados do Instituto, as importações alcançaram 1,5 milhão de toneladas no acumulado de janeiro a julho de 2018, aumentando 4,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 1,6 bilhão, uma alta de 23,7% no mesmo período de comparação. “Já as exportações foram de 7,9 milhões de toneladas e US$ 4,9 bilhões nos sete primeiros meses do presente ano. Esses valores representam, respectivamente, queda de 6,0% e aumento de 15,7% na comparação com o mesmo período de 2017”, complementou o presidente executivo do Aço Brasil. Assimetrias competitivas Nos dois dias de trabalho do Congresso Aço Brasil, alguns pontos ficaram mais do que evidentes para que a indústria brasileira do aço volte a ter o vigor que apresentou num passado não muito distante. Entre eles, mereceu especial destaque, por exemplo, a reativação dos investimentos em infraestrutura e na construção civil requer segurança jurídica e linhas de crédito próximas ao padrão internacional, além de menor volatilidade cambial para o planejamento de longo prazo. SETEMBRO/OUTUBRO 2018 SIDERURGIA BRASIL 13
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Painel 2: Excesso de capacidade de produção de aço no mundo
Em relação a este último ponto, foi objeto de grande atenção no Congresso a divulgação de um estudo comprovando que a China não pratica economia de mercado no que se refere à indústria do aço. Naquele país, a maior parte das empresas é controlada pelo governo (central ou provincial) e recebem subsídios públicos. Ainda assim, possuem elevado nível de endividamento. Em outras palavras, a conclusão reafirmada durante o evento é que sem que sejam realizadas as devidas correções Depositphotos.com
Nesse sentido, ficou claro para os congressistas que fatores estruturais e sistêmicos não resolvidos ao longo de muitos anos – alguns, inclusive, exibindo quadro de agravamento – afetam sobremaneira os custos de produção no país, reduzindo a competitividade das empresas brasileiras. Entre eles, nada de muito novo, como a carga tributária elevada e cumulativa que incide sobre o setor, além de spreads bancários entre os maiores do mundo e gargalos de infraestrutura. Isso, sem falar na recente greve dos caminhoneiros que paralisou o país e onerou ainda mais a indústria devido ao aumento do preço dos fretes e à redução substancial e intempestiva do Reintegra. Foi consenso também entre os representantes de setores da indústria presentes ao evento que, dado o cenário atual de guerra no mercado internacional, fica ainda mais incongruente proposta de abertura comercial unilateral do Brasil, defendida por um grupo de economistas. Esse quadro, aliás, só tende a se agravar face ao aumento significativo do protecionismo no mundo em 2018, sendo o aço o produto mais afetado, seja por elevação de tarifas de importação, salvaguardas ou subsídios dados por governos para sustentar empresas que não sobreviveriam em uma economia de mercado.
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nas assimetrias competitivas existentes no país (e não nas empresas), haverá aumento substancial das importações, causadas pelo desvio de comércio e aceleração ainda maior do processo de desindustrialização do Brasil, com perda de renda e de empregos. “A indústria é a mola propulsora do desenvolvimento de um país. Todos os países com maior nível de renda fortaleceram a sua indústria para que ela pudesse sustentar a geração de renda e a consequente expansão de serviços e bem-estar social. O Brasil não pode prescindir de sua indústria e tampouco os brasileiros de seus empregos”, deixou o recado o novo presidente do Conselho do Instituto Aço Brasil, Sergio Leite. Investir é preciso Ao longo dos dois dias do Congresso Aço Brasil 2018, ficou bastante claro que o crescimento do Brasil depende da retomada dos investimentos em infraestrutura e das reformas que o país tanto precisa. O assunto foi tratado com especial destaque no painel “Infraestrutura – Destravando o Crescimento Econômico”, coordenado por Benjamin M. Baptista Filho, conselheiro do Aço Brasil e presidente da ArcelorMittal Brasil, que contou com a participação de José Carlos Martins, presidente da Câmara
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Brasileira da Indústria da Construção (CBIC); Paul Procee, líder do Programa de Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial e co-autor do estudo “Back to Planning: How to Close Brazil’s Infrastructure Gap in Times of Austerity”; e Eliana Taniguti, diretora da E8 Inteligência. Nele, os participantes ressaltaram a necessidade dos projetos no setor para destravar o crescimento, reforçando o consenso entre os representantes da indústria de que o investimento em infraestrutura fará o país voltar a crescer.“Para que isso aconteça, é preciso que um país invista pelo menos 5% do seu Produto Interno Bruto nesse tipo de obras. E o Brasil tem injetado atualmente menos de 2% do PIB no segmento, enquanto a Colômbia mantém um mínimo de 4% e a China, pelo menos 7% anuais”, ressaltou Procee.“Para crescer, um país precisa investir pelo menos 5% do seu PIB em obras de infraestrutura. E o mais grave é que ainda não foram criadas as condições para que o investimento voltasse ao Brasil. Projetos há, mas eles precisam sair do papel”, pontuou, a seu turno, José Carlos Martins, da CBIC. Na ocasião, a E8 Inteligência, também apresentou um estudo inédito feito pela consultoria a pedido do Instituto Aço Brasil, no qual foram analisadas 54 obras do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. “Os sistemas previstos no PPI de óleo e gás, ferrovias, aeroportos, portos e rodovias têm potencial de consumo de 8,4 milhões de toneladas de aço, gerando impactos relevantes para a indústria do aço e a cadeia subsequente”, revelou a coordenadora do estudo, Eliana Taniguti. De grande relevância na programação do encontro, foi, ainda, a realização do painel sobre “Sustentabilidade”, que trouxe nova visão sobre o aço como nutriente tecnológico e prestador de serviços, além dos desafios da indústria para uma economia de menor uso de carbono. Ainda acerca do tema, o Instituto Aço Brasil aproveitou o Congresso para fazer o lançamento do seu Relatório de Sustentabilidade 2018, o mais versátil e
totalmente responsivo do setor, realizado pelo conselheiro do Instituto e diretor presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, trazendo os dados dos três principais pilares da sustentabilidade: o econômico, o social e o ambiental.“Fomos pioneiros em produzir uma publicação como esta no Brasil, que é realizada a cada dois anos. Hoje, diversas outras indústrias já seguem o nosso exemplo”, lembrou Ayres Lima, em painel que debateu o tema da sustentabilidade na siderurgia com Peter Levi, analista de tecnologia de energia da Agência Internacional de Energia, e com o professor Michael Braungart, CEO da Environmental Protection and Encouragement Agency (EPEA). O que vem por aí Realizado no último dia do Congresso Aço Brasil, em São Paulo, uma discussão sobre os principais desafios que a indústria do aço encontra hoje. Participaram do debate os CEO’s da Gerdau, Gustavo Werneck; da Ternium, Marcelo Chara; e Jefferson de Paula, da ArcelorMittal Aços Longos para as Américas Central, do Sul e Caribe, todos também conselheiros do Instituto Aço Brasil. Todos eles concordaram que a inovação é, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma enorme oportunidade para as empresas continuarem a ganhar competitividade.“A partir de 2020, viveremos a era pós-digital, o que im-
plica no fortalecimento de pilares que já empregamos hoje, como a difusão de tecnologia e o uso de inteligência artificial, dados e analytics. Utilizamos novas maneiras de trabalhar e novos comportamentos, como o uso de uma metodologia ágil, foco no cliente e interação com o ecossistema tecnológico”, pontuou Werneck, da Gerdau, em sua participação. “Temos certeza de que o Brasil tem um potencial enorme e que a recuperação é possível se trabalharmos em conjunto”, destacou, por sua vez, Chara, da Ternium. “Acreditamos no aço, na empresa e no Brasil. Mesmo com a crise que houve no mercado nos últimos anos, continuamos investindo mais de R$ 1 bilhão por ano no país”, enfatizou, a seu turno, Jefferson de Paula, da ArcelorMittal. Na oportunidade, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, lembrou que o setor está saindo de uma das piores crises da sua história, que levou o setor a uma queda de 30% em vendas internas e no consumo entre 2013 e 2017. “O ano de 2018 começou bem, mas foi impactado pela greve dos caminhoneiros em maio. Mesmo assim, a expectativa é de crescimento”, sublinhou Lopes, deixando para discussão a questão: o que o setor precisa fazer para voltar a operar acima de 80% de sua capacidade instalada? “Atualmente, sua utilização está em 68%”, finalizou Lopes.
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Com o desafio de inovar e apresentar equipamentos mais eficientes, os produtores de máquinas, mesmo diante das dificuldades que enfrentam, entendem que há um mercado novo esperando para ser preenchido. Henrique Pátria
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Vivemos um momento muito delicado em nosso país em que a indústria perdeu muito de sua representatividade e hoje luta para a retomada de seu espaço. Notadamente aquelas voltadas para a produção de bens de capital como é o caso das que se ocupam com a fabricação de máquinas e equipamentos reduziram muito ou quase paralisaram suas atividades. Em período de profundas incertezas, com os financiamentos longe de serem incentivo para novos empreendimentos ou modernização de parque industrial, são cada vez mais raros os casos de empreendedores que se dispõe a investir para melhorar a sua produtividade ou até mesmo para ampliarem seus negócios. A retração do mercado interno que se observa desde 2013/2014, aliada às altas taxas de inadimplência condenaram muitas empresas tradicionais a reduzir suas linhas ao máximo ou em muitos casos e infelizmente a fecharem as suas portas. Esta é uma das explicações para o elevado número de desempregados que hoje já atingiu pessoas com alto grau de conhecimento e especialização que não conseguem se recolocarem pela absoluta falta de oportunidades. Vivendo este cenário tivemos uma conversa com o Eng. Claudio Flor, titular da Divimec uma das mais importantes empresas brasileiras produtoras de equipamentos e instrumentos para o beneficiamento e processamento de metais. As máquinas e equipamentos Divimec estão espalhadas em todo o Brasil e em várias partes do mundo para onde foram exportadas.
Siderurgia Brasil: O segmento de máquinas e equipamentos continua atravessando um período muito difícil, quais foram os erros cometidos e mais do que isso, você vê algumas perspectivas para o futuro. Como é a situação atual de sua empresa, a Divimec? Claudio Flor: Nós empresários, há muito tempo, estávamos prevendo um período difícil pela frente, entretanto no “oba, oba!” da economia de consumo, não tomamos qualquer atitude que pudesse nos proteger e nos manter em patamares seguros na hora da crise. Mesmo vivendo no Brasil não contávamos com um governo com esta fúria arrecadatória e com pouco investimento na infraestrutura. Eu mesmo me coloquei à disposição do atual Ministro da Casa Civil, mas quando este me acenou para ajudá-lo eu me enclausurei com receio de enfrentar uma luta inglória por mudanças. Agora acredito que nós necessitamos mudar nossas atitudes e nossa forma de pensar para podermos sobreviver. Com a redução das atividades qual foi a estratégia que vocês adotaram para ultrapassar este “maremoto”. Partiram para a manutenção de equipamentos já existentes, retrofiting ou o que mais foi feito que o ajudasse a manter o seu negócio? Nós fizemos o que os governos não fizeram, e continuamos fazendo, ou seja, reduzimos o nosso custo fixo e procuramos inovar para ter uma melhor competitividade em nossos equipamentos visando ajudar às empresas
que deles fazem uso, apresentar produtos com maior qualidade e produtividade. Os serviços de manutenção e “Retrofitting” se tornaram um engano, isto pela dificuldade de elaborar projetos que ajudem a empresa a melhorar a sua produtividade. O equipamento sempre será antigo e o máximo que se obterá será um ajuste para recuperar parte de seus componentes e aumentar a sua vida útil. Em uma sociedade inovadora e acelerada os processos de “Retrofitting” e “Revamp” estão inviabilizados. Como exemplo eu digo: ninguém entra em uma concessionária e solicita o “Retrofitting” ou “Revamp” de um “Chevette” desejando sair com um “Cruze”. Quando esta revista estiver circulando certamente já teremos escolhido um novo governo. Na verdade todo o Brasil espera por novidades que venham minimizar os efeitos da retração que vivemos. O que você espera? Um “Novo Governo” com uma “Nova Ordem” é o Brasil que queremos e a esperança que o “jeitinho alegre brasileiro” não se confunda com corrupção, que rouba investimento que poderiam ser empregados em cultura, saúde e segurança. Além do Brasil sei que o seu mercado se estende para a América Latina. Você tem feito negócios em outros países recentemente? Que tipo de experiências tem tido e você tem sido bem sucedido nestes negócios?
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Atualidades
Eu acredito que a Inovação de Gestão seria fundamental em nosso país em todos os setores: sejam eles governamentais, culturais e empresariais. Eng. Claudio Flor, Divimec
Nosso mercado de “Bens de Capital” relacionado ao fornecimento de máquinas e equipamentos para processamento de metais sempre foi o Brasil, onde temos equipamentos em 90% dos estados da união, entretanto, já temos equipamentos no Chile, México, Argentina e Paraguai. No momento atual vender para o exterior “Bens de Capital” com prazo de entrega de 8 a 12 meses em nosso país que não tem qualquer estabilidade legislativa ou proteção cambial e infraestrutura de exportação torna este tipo de negócio uma verdadeira aventura.
No campo tecnológico há alguma evolução em andamento que aumente a produtividade e coloque as empresas em novo patamar? A evolução maior tem ocorrido nos materiais que após a “nanotecnologia” (manipulação da matéria numa escala atômica e molecular) proporcionou aos aços, ligas de alumínio, cobre e outros metais uma alta resistência o que coloca os materiais antigos em “check”. Nosso desafio maior hoje é produzir novos equipamentos que atendam todos estes tipos de materiais, evoluindo também na produtividade e observando uma melhor qualidade
e segurança operacional. Trocando em miúdos, isto significa novo mercado a ser explorado que terá suas dificuldades e seus desafios. Na verdade vivemos em franca evolução com nossos equipamentos. Eu considero com “Materiais de Alta Resistência” os novos produtos que estão surgindo e esta evolução pode ser bem definida quando comparamos que as chapas de aço usadas em automóveis na década de 70 tinham Resistência máxima de 320 Mpa quando hoje já temos algumas partes destes mesmos veículos sendo feitas com materiais de 1700 Mpa porém com menor espessura, menor peso. Consequentemente haverá menor consumo de energia na sua locomoção. (combustível fóssil ou energia elétrica). Você, como um empresário que já viveu muitas experiências e conhece várias economias pelo mundo, como poderia encerrar esta entrevista? Eu acredito que a Inovação de Gestão seria fundamental em nosso país em todos os setores: sejam eles governamentais, culturais e empresariais. Só com o chamado “Choque de Gestão” faremos com que nossas riquezas beneficiem a todos os brasileiros e consolidemos o grande “Brasil, como o país do presente”.
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Lançamentos
Novo caminhão no mercado No segmento automotivo a área de caminhões é uma das que vem demonstrando maior fôlego na retomada dos negócios. Henrique Pátria e extralongo, com 6.300 mm, ampliando o espaço útil para carga. Pode ser equipado também com tanque de combustível simples (275 L) ou duplo (550 L). Potente e versátil O novo Cargo 8x2 tem peso bruto total homologado de 29.000 kg e capacidade técnica de 30.150 kg. Pode ser equipado com diversos tipos de implementos, desde baú, carga seca, sider e guindaste até graneleiro e tanque. Seu motor ISB 6.7, de 306 cv, é o mais potente da categoria até 7 litros e conta com a tecnologia de emissões SCR (Redução Catalítica Seletiva), e incluem turbo com carcaça e rotor projetados para trabalhar com maior pressão, novos bicos injetores, filtro de ar e sistema de refrigeração de alta capacidade.
O novo caminhão Cargo 3031 8x2 oferece a opção da transmissão automatizada Torqshift, com recursos que otimizam o desempenho, a economia e a segurança do veículo, com mais conforto para o motorista. Como oferta de lançamento, o Cargo 3031 8x2 conta com um programa de financiamento subsidiado, com entrada de 20% e pagamento em 48 meses com taxa de 0,96%. O plano, na modalidade de crédito direto ao consumidor, inclui uma carência de 90 dias para o pagamento da primeira prestação. Segundo informações colhidas na data do lançamento deste caminhão a participação da Ford no mercado de caminhões do Brasil é de 23%. www.fordcaminhoes.com.br
Foto: Divulgação Ford
Aproveitando a boa onda de crescimento que o setor de caminhões atravessa, a Ford Caminhões lançou o novo caminhão Cargo 3011 8x2 que trouxe uma série de inovações e avanços visando aumentar a produtividade e otimizar o rendimento do transporte intermunicipal para médias e longas distâncias. Segundo a empresa o novo modelo conseguiu combinar maior capacidade de carga, robustez e segurança com a potência e economia do novo motor de 306 cv. Ainda segundo a empresa, com segundo eixo direcional original de fábrica, o novo Cargo 3031 8x2 oferece grande versatilidade em suas diferentes configurações. É disponível com cabine simples ou leito, transmissão manual ou automatizada Torqshift e dois comprimentos de chassi: longo, com 5.300 mm,
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Um novo jeito de dar as cartas nos mercados emergentes
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A nova edição do “Barômetro Coface” indica que o último trimestre foi marcado por um contínuo aumento dos preços do petróleo e pelas saídas de capital dos mercados emergentes, alimentando a depreciação de suas moedas. Essa tendência começou num contexto de dinâmica muito positiva na economia dos Estados Unidos, mas também aportaram riscos para diversos setores das economias emergentes, como é o caso do Brasil. Marcus Frediani
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No começo do mês de outubro, saiu a mais nova edição do Country and Sectors Risks Barometer da seguradora de créditos francesa Coface – o “Barômetro Coface Q3 2018” –, trazendo dados preocupantes, como o que dá conta de que o terceiro trimestre de 2018 foi marcado por um contínuo aumento dos preços do petróleo e pelas fugas de capital dos mercados emergentes, alimentando a depreciação de suas moedas. O agravamento das crises cambiais na Argentina e na Turquia nos últimos meses – que levaram a Coface a rebaixar as avaliações de seus países no segundo trimestre do ano – são casos emblemáticos. Essa tendência começou em um contexto de dinâmica muito positiva na economia dos
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Estados Unidos (crescimento de mais de 4% no segundo trimestre, com confiança empresarial em seu nível mais alto em 14 anos), o que surpreendeu tanto os participantes do mercado quanto o Federal Reserve dos Estados Unidos, levando o último a apertar sua política monetária mais rapidamente do que o esperado.
Como o “Barômetro Coface” do segundo trimestre de 2018 já havia assinalado, vulnerabilidades específicas para países emergentes também explicam essa tendência. As economias argentina e turca são conhecidas por seus grandes desequilíbrios externos e, portanto, sua dependência de financiamento externo. Gran-
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Economia Mundial de parte da dívida pública e privada desses países é, efetivamente, em moeda estrangeira. Tanto na Argentina quanto na Turquia, a aceleração na depreciação de suas moedas nos últimos meses foi agravada por vários fatores. Para a Argentina, a decisão do presidente Mauricio Macri, em 29 de agosto, de solicitar ao FMI a liberação antecipada de recursos do empréstimo de US$ 50 bilhões concedido pela organização financeira internacional por meio de acordo assinado no início do mês de junho de 2018, preocupou os operadores do peso argentino. Isso teve o efeito contraproducente, criando pânico na economia argentina, que já estava em crise, com uma taxa de inflação média anual esperada de 30% para este ano. Após esse anúncio, o peso argentino subiu cerca de 13% em um dia e o banco central daquele país foi forçado a aumentar sua taxa básica em 1.500 pontos-base, para chegar a 60% ao ano. Esse rápido aperto das condições de crédito deverá empurrar a economia argentina para a recessão em 2018 (-2,4%, após + 2,9% em 2017). A deterioração contínua da economia do país é refletida nas avaliações setoriais da COFACE, com o rebaixamento de seis dos 13 setores. Nesta fase, a maioria das avaliações setoriais do país são classificadas como “Alto Risco” ou “Muito Alto Risco”. O case turco Um elemento catalisador relativo à Turquia foi o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sanções contra o país, materializadas pela duplicação das tarifas alfandegárias sobre as importações de metais turcos para 50%, e para 20% para o aço e o alumínio, em um cenário de agravamento de tensões entre os dois países. Além das dificuldades para o setor metalúrgico turco, as tensas relações do país com os Estados Unidos, sem qualquer perspectiva de conciliação no horizonte, provavelmente aumentaram a desconfiança
dos investidores em relação à lira turca, cujo valor caiu de 3,77 por dólar americano, no final de 2017, para 7,21 por dólar americano, em 13 de agosto de 2018. A intervenção do Banco Central turco para aumentar sua taxa de juros básica em 625 pontos base no início de setembro confirmou o aumento desta em 11,25% desde o último mês de abril, no mesmo cenário em que foi feito o anúncio de um programa de médio prazo pelas autoridades turcas para reduzir a fragilidade de sua economia, incorporando um grande plano de redução de gastos de quase 2% do PIB para seu orçamento de 2019, o poderia ajudar a reduzir o intensidade da crise. Problemas emergentes Em relação aos outros grandes países emergentes – África do Sul, Brasil e Índia, rebaixados de A4 para B em termos de grau de risco no segundo trimestre de 2018 – e a Indonésia parecem ser os mais vulneráveis ao risco de saída de capitais. Eles compartilham algumas características semelhantes com as economias turca e argentina, como mercados de capital domésticos desenvolvidos e líquidos, déficits em conta corrente, e um contexto político que pode alimentar a desconfiança dos investidores com as eleições até o final do ano ou em 2019. No entanto, os riscos de contágio nesses países são limitados por dois fatores. Primeiro, as economias da Índia, da Indonésia, da África do Sul e do Brasil são muito menos dolarizadas do que as economias turca e argentina. Em outras palavras, um declínio acentuado nas moedas locais teria um menor efeito de transmissão nas economias locais. Por exemplo, a parcela da dívida pública em moedas estrangeiras é inferior a 10% na África do Sul, no Brasil e na Índia, enquanto é próxima de 70% na Argentina. Em segundo lugar, esses países se beneficiam de altos níveis de reservas cambiais em geral. Por exemplo, a proporção de reservas cambiais do Brasil para a necessidade
de financiamento externo em 2019 foi de 200%, em comparação com 50% na Argentina. Melhorias no risco Além desses grandes países emergentes, alguns menores devem ser monitorados no contexto de alta volatilidade dos fluxos globais de capital. Assim, depois de ter diminuído a avaliação do país no Sri Lanka em junho, no terceiro trimestre de 2018 a COFACE está fazendo o mesmo com o Paquistão (de C a D), bem como com a Nicarágua (de C para D), devido à crise política. No entanto, nem todos os países emergentes estão assistindo um aumento nos riscos: as avaliações de risco país estão melhorando na Europa Central e nos países da Comunidade de Estados Independentes, como ilustrado pelas reclassificações da Eslováquia (de A3 para A2), da Croácia (de B para A4) e da Armênia (de D a C). A melhoria no risco emergente dos negócios também é visível por meio de mudanças nas avaliações setoriais da COFACE, como os transportes no México, em parte devido a negociações comerciais bem-sucedidas com os Estados Unidos. Finalmente, no contexto do aumento dos preços do petróleo, há uma evolução em muitos países exportadores, particularmente os do Conselho de Cooperação do Golfo. Além das economias emergentes, as incertezas sobre os termos do Brexit estão se tornando cada vez mais pronunciadas, e continuam pesando sobre a economia britânica. Além disso, a condução das negociações orçamentárias do governo italiano com as instituições europeias até o final do ano e a implementação ou não dos programas econômicos apresentados pela Liga e pelo Movimento “Five-Star” durante a campanha eleitoral, também deverão criar desconfiança nos mercados de capitais. Ao mesmo tempo, as medidas protecionistas dos Estados Unidos, cujos efeitos diretos são limitados nesse estágio, continuam preocupando empresas cuja confiança está se desgastando na Europa Ocidental e na Ásia.
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Protecionismo nos EUA: ainda um problema sério
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O número de medidas protecionistas em vigor em todo o mundo é 2,5 vezes maior do que em 2010. Na maioria das economias avançadas – como os Estados Unidos, a Europa Ocidental, o Japão, o Canadá e a Austrália – e em muitos dos principais países emergentes (Brasil, Argentina e Índia), a proporção de importações afetadas por medidas protecionistas é maior do que a das importações que se beneficiam de medidas favoráveis. No entanto, vários países do Sudeste Asiático (como Vietnã, Filipinas e Camboja), bem como a Rússia e vários países da América Latina (incluindo México, Colômbia e Peru) não seguem essa tendência. Entre as medidas protecionistas destaca-se o aumento dos direitos aduaneiros sobre as importações. Embora ainda sejam um pouco menos utilizados do que outros instrumentos, seu uso dobrou no período de noves anos (16% do total de medidas utilizadas até setembro de 2018, comparados a 8% em 2009). Como esperado, a aceleração das tarifas de importação nos Estados Unidos tem sido particularmente notável entre 2016 e 2018, período durante o qual elas cresceram de 5,4% para 12,5%. Esse período reflete o ponto de inflexão nas políticas comerciais do país, após a eleição de Donald Trump. Ao mesmo tempo, com o aumento contínuo do número de acordos comerciais regionais, a redução das barreiras comerciais é atualmente o instrumento mais utilizado para promover as redes de livre comércio e as cadeias produtivas multinacionais.
Exportações dificultadas O incremento do protecionismo global, desencadeado pelo recente aumento das tarifas alfandegárias nos Estados Unidos, é motivo de preocupação porque muitos dos países que participam das cadeias produtivas são afetados pelos efeitos em cascata. Além dos efeitos diretos, a COFACE identificou impactos negativos indiretos dos aumentos tarifários nas exportações de valor agregado de 12 setores comerciais em 63 países. Um aumento de um ponto percentual nas barreiras tarifárias dos Estados Unidos em um país específico leva a um decréscimo de 0,46% do valor acrescentado das exportações de um país parceiro para o país para o qual as taxas alfandegárias são atribuídas, em igualdade de condições. Quando esta estimativa é limitada aos setores manufatureiros, a queda salta para 0,6%. “Os efeitos indiretos sobre as exportações de valor agregado dos parceiros que mantêm operações com países que são alvo das tarifas dos Estados Unidos são significativos, embora, como esperado, são menores do que os impactos diretos”, afirma Julien Marcilly, econo-
mista-chefe da COFACE.“Isso pode ser explicado pelo fato de que os países parceiros podem redirecionar algumas de suas exportações para outros países fornecedores dos Estados Unidos não são afetados por barreiras tarifárias. Isso permite aos países parceiros mitigar o efeito de contágio de bens intermediários exportados por eles”, complementa o executivo. Os impactos indiretos são particularmente frequentes no setor de transporte – incluindo a indústria automotiva –, uma vez que é uma cadeia de produção multinacional complexa. Se as tarifas dos Estados Unidos no setor de transporte forem aumentadas em um ponto percentual para um determinado país, pode haver uma redução média de 4,4% nas exportações de valor agregado de um país parceiro para o país em questão. Por exemplo, a Alemanha, o Japão os Estados Unidos são os três países mais afetados pelos efeitos indiretos das barreiras tarifárias estado-unidenses nas exportações de automóveis chineses. Os setores de máquinas, mineração e papel-madeira também são afetados, com elasticidades de 3,1%, -3,1% e -2,4%, respectivamente. Em relação ao setor de eletrônicos (-1,4%), Vietnã, Coreia do Sul, Japão, Taiwan e Tailândia serão as principais vítimas dos efeitos indiretos das tarifas dos Estados Unidos sobre as exportações de telefones chineses. Por outro lado, os impactos indiretos são menores para produtos alimentícios e relativamente insignificantes para metais, produtos químicos e produtos agrícolas.
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Empreendimentos
Inauguração de novo Centro de Pesquisas e Tecnologia Para demonstrar que o Brasil é um de seus objetivos de investimentos, a Petronas Lubrificants Internacional – PLI inaugura em Minas Gerais o seu mais moderno laboratório de pesquisas e desenvolvimento de novos produtos. Henrique Pátria
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América Latina que é a maior instalação dedicada ao desenvolvimento de tecnologia em fluidos para atender às necessidades crescentes do setor automotivo e industrial da região. A nova unidade está focada no desenvolvimento de inovações em fluidos industriais, lubrificantes e graxas, servindo também como centro de especialização técnica, atendimento ao cliente, gerenciamento de produtos e controle de qualidade.
Segundo disse Giuseppe D’Arrigo, CEO da PLI, em seu discurso de inauguração da unidade “Para a PLI, o novo Centro de Pesquisa e Tecnologia na América Latina simboliza nosso compromisso e crença no poder da tecnologia para ajudar as indústrias a serem bem sucedidas no futuro”. O investimento de R$ 20 milhões se junta à rede de centros de Pesquisa e Tecnologia da PLI em todo o mundo, incluindo China, Malásia, África do Sul e América do Norte. Essas instalações têm seu núcleo no Centro Global de Pesquisa e Tecnologia da Petronas em
Fotos: Divulgação
A Petronas, empresa fundada em 1974, na Malásia que se posiciona entre as sete maiores empresas mundiais no campo do processamento de lubrificantes, é a líder no transporte de óleo e gás, empregando cerca de 50 mil funcionários em todo o mundo escolheu a cidade de Contagem em Minas Gerais para implantar o seu novo Centro de Excelência em Pesquisa e Tecnologia na
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Turim, na Itália, que foi inaugurado em março deste ano. Na mesma ocasião em entrevista coletiva Guilherme De Paula, presidente da Petronas para as Américas, disse que a empresa espera um crescimento continuo do Brasil para os próximos anos pois segundo seu entendimento temos tudo por fazer e um potencial enorme de crescimento. Perguntado sobre o que esperava em termos de crescimento do PIB para o Brasil, ele disse que os estudos giraram em torno de um crescimento mínimo de 3% nos próximos exercícios. O Centro de Pesquisa & Tecnologia está estruturado em uma área de mais de 2.400 m² e abriga instalações de última geração, incluindo laboratório acreditado pela ISO 17025, para sua equipe de químicos, engenheiros e técnicos capacitados para executar mais de 105 testes diferentes da ASTM (American Society for Testing and Materiais). “A instalação é mais que uma estrutura física, que abriga o hardware e as pessoas que fornecem fluidos para os nossos clientes. Representa a nossa parceria com líderes mundiais nos setores automotivo e industrial. É a nossa promessa de inovar em direção ao melhor desempenho e sucesso futuro”, disse Syed Zainal, vice-presidente de marketing da Petronas (Downstream Business).
A Petronas que também é uma das patrocinadoras da Fórmula 1 em âmbito mundial e comercializa o Petronas Selenia, Petronas Syntium, Petronas Urania, Petronas Tutela, fluídos automotivos e uma série de lubrificantes e graxas industriais para seus clientes na região. Nos últimos seis anos, a empresa avançou da sétima para a quarta posição entre os principais players de lubrificantes no Brasil, o que demonstra sua capacidade e credibilidade para atender às necessidades de seus clientes. No início do ano, a PLI anunciou que comprometerá 75% de todos os projetos futuros de Pesquisa e Tecnologia para alcançar redução de emissões de CO , por meio de uma abordagem
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única em tecnologia e engenharia de produtos lubrificantes especializados. Aqui no Brasil a Petronas Lubrificantes Brasil (PLB) é a divisão de fabricação e comercialização de lubrificantes da Petronas Lubricants International responsável por atender às necessidades dos clientes na América Latina. A PLB tem uma das mais modernas fábricas do grupo, localizada em Contagem, Minas Gerais, com capacidade de produção de 220 milhões de litros por ano. Apoiada por uma ampla rede logística e centros de distribuição em Contagem, Curitiba, Recife e São Paulo, a PLB é comprometida em atender às demandas pelas marcas de lubrificantes industriais e automotivas na América Latina. Já em escala mundial a Petronas Lubricants International (PLI) é o braço mundial da Petronas − empresa nacional de petróleo da Malásia − de fabricação e comercialização de lubrificantes. Fundada em 2008, a Petronas Lubricants International fabrica e comercializa uma gama completa de produtos de lubrificantes automotivos e industriais de alta qualidade em mais de 90 mercados ao redor do mundo. Com sede em Kuala Lumpur, a PLI tem mais de 30 escritórios de marketing em 27 países, geridos através de escritórios regionais em Kuala Lumpur, Beijing, Turim, Belo Horizonte, Chicago e Durban. www.pli-petronas.com
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Uma feira com muito charme A Feira Metalurgia, realizada em Joinville mesmo no ambiente de apreensão e expectativas que vive o Brasil, deve gerar mais de R$ 350 milhões em negócios. Henrique Pátria
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timativa de negócios que deve ultrapassar os R$ 350 milhões em contratos assinados durante a feira ou contatos iniciados no evento e que deverão ser consolidados nos próximos 18 meses. Foram registrados visitantes de 11 países, três da Europa – Alemanha, Itália e Suíça – e oito das Américas – Argentina, Bolívia, Colômbia, EUA, Equador, México, Paraguai e Uruguai. A qualidade dos visitantes está
Fotos: Divulgação
Realizada na charmosa cidade de Joinville em Santa Catarina classificada entre as cinco cidades com maior incidência de empresas metalúrgicas no Brasil foi realizada a Metalurgia 2018 Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Siderurgia, Forjaria, Alumínio e Serviços. A feira recebeu mais de 13 mil visitantes oriundos de 17 estados brasileiros e de outros 11 países. Segundo os organizadores a mostra que foi realizada de 18 a 21 de setembro, em Joinville, SC. conta com a es-
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evidente no perfil identificado no evento. 16% são presidentes ou vice, sócios ou diretores, 21% ocupam cargos gerenciais, 50% funções técnicas e 13% estudantes. O maior grupo de visitantes, 25% vem do segmento de fundição, 10% do automotivo e 18% de engenharia, siderurgia, agrícola e tratamento térmico. A maioria veio em busca de máquinas e equipamentos, seguido de fundições e peças fundidas, automação, controle de processos e medição, fornos, caldeiras e tratamento térmico. Richard Spirandelli, diretor da Messe Brasil avalia que o clima entre os expositores é positivo. “A feira cumpriu o seu papel de relacionamento, negócios e capacitação, consolidando-se como o investimento em marketing B2B mais completo por ser a ferramenta que gera mais credibilidade nas negociações. Nada substitui o face a face”, argumenta. Eventos simultâneos com foco em profissionalização Pela primeira vez a Metalurgia contou com programação de workshops técnicos sobre inovações e tecnologias para o setor, apresentados por expositores. Foram 16 palestras gratuitas que contaram com a participação de 480 profissionais. O Espaço Portal do Aquecimento Industrial, que foi um dos sucessos a
parte, integrado à feira, abordou assuntos relacionados à indústria 4.0, aquecimento industrial e tecnologias voltadas às fundições. Foram 18 palestras gratuitas que reuniram 285 pessoas na feira, além dos que acompanharam a transmissão online. Um dos temas mais comentados atualmente no meio industrial, em todo o mundo, esteve no debate central do CINTEC 2018 Fundição. As 12 palestras e minicursos foram contemplados 560 profissionais. Rodada de Negócios A Rodada de Negócios realizada
durante a feira, ampliou a possibilidade de consolidar parcerias e contratos. Foram promovidas 275 reuniões de negócios entre empresários que demandam e ofertam produtos e serviços, com a participação de 84 pessoas. Na mesa de negociações participaram oito empresas compradoras, incluindo as grandes fundições da região – Tupy, Embraco, Schulz Automotive, LS Tractor, ArcelorMittal, Ciser, Fremax e Marcopolo – e 39 fornecedores. Durante o evento foram consolidados R$ 3,65 milhões em negócios, o que deve ser ampliado para R$ 18 milhões nos próximos seis meses. A Feira Metalurgia é realizada a cada dois anos, e este ano ocupou uma área de 8.000 m² de exposição no Centro de Convenções e Exposições Expoville. Organizada pela Messe Brasil, a Metalurgia é uma realização da ABIFA (Associação Brasileira da Fundição) e têm o apoio da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), da ABIMEI (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), do ICZ (Instituto Brasileiro de Metais Não Ferrosos), da Sociedade Brasileira de Metrologia e da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A próxima Metalurgia 2020 será realizada de 15 a 18 de setembro em Joinville – Santa Catarina.
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Artigo Técnico
Matérias Primas adequadas para fabricação de Tubos Soldados no processo HFIW Um dos problemas encontrados na operação de formadoras de tubos de pequeno diâmetro é desconsiderar a qualidade do aço. Outro problema é a indiscriminada variação da largura de fitas cortadas para alimentação das formadoras. Condemir Silva Filho*
Parte I – Larguras de Fitas A boa prática diz que tudo que puder ser padronizado no processo de fabricação melhora a velocidade na solução de problemas, no treinamento de funcionários e, principalmente na medição e na redução de custos. A matéria prima é algo que deve ser padronizado na produção de tubos por processo de formação contínua, inclusive nos tubos de pequeno diâmetro. Faz parte da padronização das matérias primas, tanto a composição química do aço e suas propriedades – resistência, dureza, etc. – como as dimensionais – espessura, largura e acabamento. Nesta primeira parte, vamos comentar o quesito “Largura da Fita” que deve alimentar as formadoras. Sabemos que a matéria prima é um item de grande peso na composição do custo de tubos soldados. A largura é um item de controle obrigatório pois apropria a matéria prima diretamente ao produto final, considerando algumas perdas normais do processo.
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Também sabemos que a largura da fita é calculada para um determinado diâmetro de tubo, considerados alguns fatores importantes. Dentre eles: - Conceito do ferramental; - Número de passagens da formadora (máquina); - Espessura; - Propriedades do Aço. Os conceitos do ferramental e máquina determinam quanto é necessário para as dobras e curvas durante a conformação contínua, bem como o quanto o material deve ser comprimido para expulsar as impurezas na região da solda durante o caldeamento do tubo. As propriedades do aço, como o retorno elástico (springback), interferem no quanto se deve aplicar de esforço para se obter uma conformação definitiva. Teoricamente, para cada tipo de aço e para cada espessura deveria existir uma largura única, mas isso na prática é inviável e quase impossível. Assim, um mesmo jogo de ferramental processa um diâmetro externo e uma faixa de espessuras, além de uma gama de tipos de aço. Então, para um mesmo diâmetro padroniza-se uma largura para uma faixa de espessuras e o operador efetua os seus“ajustes finos”para uma melhor performance da produção. Os valores padrão de largura são obtidos por fórmula matemática considerando os aspectos acima, geralmente estabelecidos pelos projetistas da máquina e ajustados pelos fabricantes de tubos e perfis. Dito isso, vamos então ao quesito “Largura de Fita” Alteração de Largura de Fita é um fenômeno que acomete boa parte das fábricas de tubo no Brasil. Basta surgir um problema que dificulte a produção de tubos soldados por alta frequência
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que se acredita que ao mudar a largura de fita, tudo será resolvido. Como uma epidemia, muda-se indiscriminadamente a padronização de larguras. Ela é o bode expiatório dos problemas mal resolvidos ou mal analisados. Alterar a largura de uma fita pode resolver para um caso, mas pode prejudicar todos os demais itens que seguem o padrão previamente estabelecido. Outro “mito patológico” que cabe aqui registrar é se pensar que o melhor aproveitamento da fita ou tira seja efetuado por um artifício para “otimizar” o rendimento metálico da bobina. Alguém pode falar: “aumenta 1 mm em cada fita que a perda total da bobina cai para 1,0 %”. Isso é verdade só para a perda da bobina no processo de slitter, que é apenas uma parte do processo de conformação contínua de tubos. O tubo não vai sair mais pesado por isso e vai gerar mais sucata através do excesso dos refilos removidos do cordão de solda e outras perdas que serão apenas postergadas. Entretanto, as consequências para o processo de formação de tubos são péssimas. O operador tem que ficar ajustando a máquina o tempo todo: reduz a velocidade; aumenta a potência de solda e acaba se perdendo nos ajustes. A causa disso é explicada no exemplo a seguir: Tubo: Ƒ 25,40 x 1,50 mm SAE 1010 • redução na calibração = 0,50 mm no diâmetro • tolerância no diâmetro externo (NBR 6591) = ± 0,20 mm • largura da fita padrão = 78,0 mm Suponha o aumento de 1 mm na largura de fita para esse tubo. Isso representa que a compressão de solda deve superar também em 1 mm para que o tubo saia da seção de solda com o diâmetro de projeto! E isso é uma enormidade que pode trazer consequências desastrosas. Para nova largura de 79 mm, o tubo seria 1 ÷ ʌ (Ł 0,32 mm) maior no diâmetro. Note que isso é maior que tolerância de norma para o diâmetro externo do tubo! A força de compressão de solda teria de aumentar em dois terços em comparação com a largura padrão para compensar o novo diâmetro – o que não é recomendado metalurgicamente, pois frequentemente leva a falhas na solda. Para evitar isso o operador dá um jeitinho de produzir o tubo maior. Como consequência, o operador altera a regulagem dos castelos, da solda e ainda da velocidade da formadora para conseguir levar o tubo até a calibração com 0,32 mm maior que o normal. Para se chegar às tolerâncias finais, a calibração tem que trabalhar com 0,82 mm de redução (0,50 mm + 0,32 mm) – o que aumenta em 64% o esforço de calibração. Dependendo da formadora, pode requerer energia acima da capacidade dos motores e desarmar a máquina. Pode ainda haver patinação dos rolos gerando marcas e sujando o ferramental, obrigando a parada para sua retífica. O tubo, na melhor das hipóteses, ainda corre o risco de sair com marcas e empenamento, fatalmente com aumento das perdas e desvios de qualidade.
Também há consequências quando se faz um tubo utilizando fitas com largura abaixo da padronizada, como por exemplo a produção de tubos com solda fraca e/ou com diâmetro na saída da seção de solda abaixo do estabelecido para ser calibrado em seguida. É intuitivo notar que a calibração não irá ajudar na tração do tubo e podem haver marcas, riscos, empenamento, e até consequências mais graves. – Então? Qual foi a economia? Por isso, alterar a largura de fita deveria ser feito apenas com autorização da diretoria da empresa depois de uma análise do setor técnico. Ocorre que, em alguns casos reais, temos que conviver com larguras de fitas diferentes das padronizadas. É comum nos casos em que se compram as fitas já cortadas (“slitadas”). Recomenda-se, nesses casos, que sejam inspecionadas no recebimento e agrupadas primeiro por tipo de matéria-prima (bobina) e depois por largura. Desse modo, o operador conhecendo o problema, perderá menos tempo ajustando a máquina e, consequentemente, gerará menos perdas. Parte II – Importância da Matéria Prima Como já foi dito, a matéria prima (MP) é o item de custo mais relevante na fabricação de tubos de aço soldados diretos de máquina. Portanto, deve-se ter cuidado suficiente no manuseio e transformação em todas as etapas do processo. Outro aspecto relevante e muitas vezes subestimado é a qualidade do material, ou seja, sua especificação para o processamento nos equipamentos de tubos de pequeno diâmetro soldados a alta frequência. Um operador experiente já vivenciou esta situação: “A produção estava indo bem até entrar esse rolo de fita! Daí tive que ficar ajustando e gerou toda essa perda...“ É comum dizer que tubos soldados aceitam qualquer tipo de MP e algumas normas são muito abertas quanto a isso. De fato, os tubos soldados aceitam como MP uma ampla gama de composição química e propriedades mecânicas – mas não qualquer tipo de MP! Tubos soldados não são todos iguais. Há os soldados por processo SAW, TIG, Eletrodo, Laser, etc. e há os HFIW. Lembremos que a maior característica da solda HFIW é a não aplicação de metal de adição (usa o próprio metal base). Em relação à composição química, a matéria prima ideal é a que tenha uma faixa limitante de “metalóides” (C, Mn, Si, P, S, etc). Alguns deles afetam propriedades de soldabilidade do material, que é diferente para o processo HFIW: • Excesso de Silício (Si) – O Si é, em termos leigos, um “isolante” eletromagnético – Lembre-se que a solda HFIW é baseada em princípios de indução eletromagnética – Fica difícil soldar nesse processo! Além disso o Silício e também o fósforo (P) possuem faixa de teores indesejáveis para produção de tubos, perfis e outras peças para galvanização a fogo. • Falta ou Excesso de Carbono (C) – Tanto a falta como o SETEMBRO/OUTUBRO 2018 SIDERURGIA BRASIL 29
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Artigo Técnico
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A maioria das Usinas possui aços específicos para fabricação de tubos, que associam tanto a composição química como as propriedades mecânicas que as tornam ideais para atendimento às normas e controle do processo. Frequentemente, algumas bobinas encalhadas no estoque (tanto das usinas como dos fabricantes) necessitam ser “desovadas” através da transformação em tubos ou perfis com os mais variados defeitos e inconvenientes: De forma ou superfície: Bobinas ou fitas com empeno lateral, Quebra de superfície Deformação de borda Com variação dimensional: Bobinas ou fitas com variação de espessura Variação de largura Composição química incerta: Os conhecidos “roll-chance” são gerados nas Usinas como um subproduto, porém ainda sendo classificado como aço tem muitas vezes boas propriedades para fabricação de tubos HFIW, mas o aspecto crítico é sua variação ao longo da corrida ou mesmo da bobina. O ideal é que se exija um certificado de composição e propriedades da Usina ou se faça análise química e metalúrgica desses materiais para poder classificá-los em alguma norma conhecida. Sabemos que a composição química é um fator importante para as propriedades mecânicas do aço (Alongamento, Limite de Escoamento e de Resistência). Cada aço tem um compor-
tamento diferente na conformação à frio e consequentemente requer um ajuste de máquina também diferente. Imagine que uma Ordem de Produção vai para a fábrica requisitando vários rolos de fita com composições químicas diferentes umas das outras. Se o operador não se importar ou desconhecer esse fato, fará uma série de ajustes a cada passagem de emenda. Facilmente evidenciados por empenamento, falhas na solda, riscos, etc. Ou seja, aumento de perdas! Agora dá para entender o motivo do questionamento do operador experiente no início deste artigo! Do mesmo modo que foi exposto na parte I, o setor de Programação da Produção deve selecionar as bobinas tanto de largura, como de matéria prima adequada para o processo. Entretanto, havendo variação de composição química ou mesmo na suspeita dessa variação, deve-se agrupá-las e programá-las para o final da montagem (corrida de produção). Sempre abrindo uma nova Ordem de Produção para os casos que há divergências significativas de composição e/ou propriedades mecânicas. Lembro aqui, que não somente na formação contínua de tubos por processo HFIW, mas também em outros processos como no Corte Longitudinal (slitter), Corte Transversal e Perfilação Contínua, etc., o aspecto “Matéria Prima” interfere diretamente na regulagem do equipamento pelo operador.
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excesso são prejudiciais à solda. Podendo afetar a recristalização do aço na ZTA – Zona Termicamente Afetada – e fragilizar a solda. • O Excesso de Manganês (Mn) propicia defeitos e óxidos indesejáveis que iniciam trincas internas fragilizando a solda. A informação do Carbono Equivalente do aço também é um indicador importante para análise da viabilidade de produção de tubos no processo HFIW.
*Condemir Silva Filho é consultor da CSF e engenheiro mecânico com grande experiência como gestor em centros de serviços e fábricas de tubo.
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EstatĂsticas
Distribuidores de aço não conseguem a recuperação esperada
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Diante do quadro de incertezas e instabilidade por que passa o nosso paĂs o setor de distribuição e processamento de produtos siderĂşrgicos amarga mais um mĂŞs com resultados pĂďŹ os. Segundo dados estatĂsticos divulgados pelo ComitĂŞ de InteligĂŞncia Competitiva do Inda/Sindisider as vendas de aços planos em setembro contabilizou recuo de 13,8% quando comparada a agosto, atingindo o montante de 257,9 mil toneladas contra 299,2 mil toneladas. Ao considerarmos o mesmo mĂŞs do ano passado, quando foram vendidas 265,4 mil toneladas, a queda registrada foi de 2,8%. JĂĄ as compras junto as usinas pro-
dutoras foram de 244,4 mil toneladas que representa uma queda de 18,6%. Se considerarmos setembro do ano anterior a queda Ê de 7,2%. Com este movimento o giro dos estoques subiu, fechando em 3,5 meses de estoque, quando o ideal Ê no måximo 2,7 meses, e atingiram o montante de 906,3 mil toneladas com queda de 1,5%. Quanto às importaçþes houve um avanço de 14,4% em relação ao mês anterior,com volume total de 113,6 mil toneladas. Comparando-se ao mesmo mês do ano anterior (136,4 mil ton), as importaçþes registraram recuo de
16,8%. Segundo Carlos Jorge Loureiro, presidente executivo das entidades as projeçþes para outubro de 2018, reetem uma expectativa da rede associada de manutenção nos mesmos patamares das compras e vendas.
Produção de aço mostra pequeno crescimento
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Segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil em setembro de 2018 a produção brasileira de aço bruto foi de 3 milhĂľes de toneladas, o que representou um crescimento de 2,5% em relação ao mesmo mĂŞs no ano passado. Neste perĂodo a produção de laminados foi de 2,1 milhĂľes de toneladas, com um aumento de 10,8% na mesma
base de comparação. Jå a produção uçã ção o de semiacabados para vendas totalizaram lizaram 735 mil toneladas e diminuiu u 17,9% 2 em relação ao mesmo mês do ano anterior. No quesito vendas internass elas registraram um crescimen-to de 5,7% em relação ao mês anterior atingindo 1,6 milhão dee
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toneladas. tone to nela la O consumo aparente cresceu em 3,2% atingindo 1,8 cresc milhĂŁo milhĂŁ de toneladas. As importaçþes de setembro de 2018 altaçç cançaram 224 mil toneladas e c US$ U 231 milhĂľes, resultando em e um crescimento de 1,4% em quantum e uma alta de 7,4% em valor na comparação com setembro de 2017. Com respeito Ă s exportaçþes o IABr explicou que SECEX/MDIC mudou a metodologia de coleta dos dados do Portal Ăšnico de ComĂŠrcio Exterior, o que poderĂĄ gerar alteraçþes e revisĂľes signiďŹ cativas nos resultados acumulados atĂŠ setembro, assim como ocorreu em agosto. AtĂŠ que o sistema esteja normalizado, de forma a dar continuidade Ă tendĂŞncia original dos dados, o Instituto Aço Brasil optou por nĂŁo publicar, temporariamente, os indicadores de exportação da SECEX/MDIC.
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Opinião
Pensamento tributário parou no tempo A estrutura de arrecadação continua sendo preponderantemente o sistema artesanal da “auto apuração e auto recolhimento com auditoria”. Marcos Cintra*
com base na mera unificação de alguns tributos sobre o valor agregado, criando um burocrático e ultrapassado IVA (Imposto sobre Valor Agregado), idealizado há pelo menos meio século. É preciso pensar a reforma tributária com base no ambiente digital em que a sociedade vive e se desenvolve a passos largos. Não há como imaginar que tributos convencionais gerados na era do papel, dos livros contábeis e das barreiras físicas de transporte de mercadorias serão capazes de evitar a generalizada evasão tributária e suas dramáticas consequências para o financiamento do Estado moderno.
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*Marcos Cintra é Doutor em Economia pela Universidade Harvard, professor titular de Economia na FGV. Foi deputado federal (1999-2003) e autor do projeto do Imposto único. É presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
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nuam sendo as mesmas de sempre. As bases tributárias são as mesmas de um século atrás, ou seja: renda, consumo, riqueza e folha de salários. A apuração de débitos e créditos tributários continua presidida por conceitos como territorialidade, materialidade e nacionalidade. A estrutura de arrecadação continua sendo preponderantemente o sistema artesanal da “auto apuração e auto recolhimento com auditoria”. A principal forma de cobrança dos fiscos se dá em moldes convencionais. Continua sendo a movimentação física de mercadorias. A tecnologia digital não penetrou no âmago do pensamento tributário e nem influenciou o surgimento de conceitos melhor adaptados ao mundo moderno como a desmaterialização do valor, o desaparecimento das barreiras nacionais e a perda da capacidade de administração tributária dos Estados nacionais. Como definir origem e destino de um impulso eletrônico que em segundos roda toda a extensão do planeta? Como tributar ideias, pensamentos e projetos embalados e impulsos eletrônicos indecifráveis para o fiscal de impostos? Usando o dito popular, o que há de novo nos sistemas de informação utilizados pelas administrações tributárias atuais são apenas “remendos novos em calça velha”. Infelizmente parte do pensamento tributário não acompanhou a evolução tecnológica e um exemplo disso é a ideia de se fazer a reforma tributária no Brasil
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No mundo contemporâneo, regido pela tecnologia digital, as pessoas usufruem de maior comodidade em suas atividades rotineiras, vivem mais e otimizam o tempo com mais lazer. As empresas tornam-se mais eficientes e lucrativas, atendendo seus consumidores de forma customizada. A gestão pública conhece novos métodos de governança, abrindo possibilidades de desburocratização e transparência. Embora o impacto tecnológico da era digital seja praticamente universal, a ciência e a prática tributárias seguem impermeáveis a todas estas tendências revolucionárias. Os sistemas de arrecadação de tributos seguem destoando desta modernidade, mantendo seus conceitos e práticas desenvolvidos no século passado, durante a era analógica. Certamente alguns dirão que o sistema tributário se acha informatizado e automatizado. As declarações passaram a ser feitas pela internet e poderosos computadores cruzam informações dos contribuintes em busca de indícios de evasão. As notas fiscais eletrônicas permitem o acompanhamento online das transações realizadas nos mais variados mercados e o processo de cobrança é ágil. Mas a realidade é que o processo tributário acelerou em muitas de suas tarefas mecânicas de transporte e armazenamento de informações, mas continua se valendo de conceitos da era analógica. É como se subitamente dispusessem de máquinas de escrever e de calcular mais rápidas, mas as operações conti-
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O futuro da siderurgia mundial Divulgação
Entre os dias 16 e 18 de outubro foi realizada a Assembleia Geral da World Steel Association (WSA), em Tóquio, reunindo representantes da indústria siderúrgica de todo mundo, incluindo o Brasil. A tecnologia na indústria automobilística, as tensões comerciais entre países, o impacto climático e as demandas globais por aço foram os assuntos abordados na abertura da Assembleia Geral da World Steel Association (WSA). O Presidente da Nippon Steel e Sumitomo Metal Corporation (NSSMC) e presidente da WSA na gestão 2017/2018, Kosei Shindo, apresentou os temas principais da conferência para os representantes de siderúrgicas de todo o globo. Durante o evento, Shindo clamou aos governos que mantenham ativo o Fórum Global sobre Excesso de Capacidade de Aço, criado em 2016 para debater políticas que distorcem as demandas de produtos de aço, que tem duração de três anos.
Anunciantes
Aços Vic Ltda. ........................................................................................................................................... 9 CBSI - Cia. Brasileira de Serviços de Infraestrutura .......................................................................................13 Divimec Tecnologia Industrial Ltda. ............................................................................................................. 7 Esquadros Indústria e Comércio Ltda. ................................................................................................4 a capa Grips Editora ....................................................................................................................................3a capa Intermach 2019 ........................................................................................................................................31 JI Desenvolvimento Humano e Treinamentos Ltda. ......................................................................................13 Lubrimatic Comercial Ltda. - EPP ...............................................................................................................21 Red Bud ..........................................................................................................................................2a capa 34 SIDERURGIA BRASIL SETEMBRO/OUTUBRO 2018
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