Educação Mediada por Tecnologia

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Equipe EAD

Caderno de Conteúdo Instrucional

Educação Mediada por Tecnologia

1a Edição 2008


Universidade de Ribeirão Preto [Dados Gerais ]

© AERP – Associação de Ensino de Ribeirão Preto 2008 Trabalho realizado pela Universidade de Ribeirão Preto – SP Autores: Equipe EAD Disciplina: Educação Mediada por Tecnologia Edição 1 – set./2008 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na Web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Universidade de Ribeirão Preto.

Unaerp - Universidade de Ribeirão Preto Avenida Costábile Romano, 2.201 - Ribeirânea - Ribeirão Preto SP – CEP 14096-900 Fone e Fax: (16) 3603 - 6873 – 0800-7718388

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Educação a Distância [Estrutura Organizacional]

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Dados Gerais

Chanceler Dr. Electro Bonini Reitora Profª. Drª. Elmara Lucia Bonini Corauci Coordenadoras da Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão - DEPE Profª. Me. Sonia Maria Camargo dos Santos (Ensino de Graduação e Pós-Graduação Lato Sensu) Profª. Dra. Neide Ap. de Souza Lehfeld (Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu) Profª. Me. Carmen Silvia Gonçalves Lopes (Extensão) Coordenadora da Diretoria de Administração e Finanças Sra. Alícia Maria Bonini Ribeiro Assessoria de Comunicação Institucional Profª. Me. Sonia Maria Camargo dos Santos Divisão de Acompanhamento e Registro Acadêmico – DARA Sra. Carolina Bonini Ribeiro Porto Coordenador Acadêmico-Administrativo de Educação a Distância Prof. Me. Dyjalma Antônio Bassoli Membros Efetivos da Equipe EAD Profª. Esp. Alessandra Fracaroli Perez Profª. Drª. Alexandra de Souza Melo Profª. Me. Aline Cazarini Felício Prof. Esp. Daniel do Carmo Prof. Esp. Enir da Silva Fonseca Prof. Me. Fernando César Mendonça Profª. Me. Mariúcha Magrini Neri Preparação dos originais para editoração Profª. Me. Mariúcha Magrini Neri Aline Cristina Fernandes Vitale – Estagiária Priscila Jovana Lemes Souza – Estagiária Produção Gráfica, Diagramação e Capa Prof. Esp. Daniel do Carmo Alaor Machado Neto - Estagiário Secretaria de EAD Julia Bombig Piassa Sandra Fernanda Baldini Massuco Monitores Eduardo Vaz de Oliveira Janaína Duarte Binhardi Matheus Rissardi Ferreira

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Educação Mediada por Tecnologia [Apresentação]

Rompendo as barreiras Olá aluno do Programa de Educação a Distância da UNAERP. Como você já deve ter sido informado, esta disciplina será a porta de entrada para seu curso ministrado a distância. A partir dos conceitos aqui apresentados, você poderá acompanhar, de modo privilegiado, todas as atividades de seu curso em EAD. Fique atento a todas as informações e dicas aqui apresentadas, pois serão muito úteis para seu sucesso. Lembre-se que, para seu auxílio durante o curso, você tem todo o suporte de que necessita. Conte com seus tutores e monitores para resolver com você todas as dificuldades que encontrar. Bons estudos!

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Dados Gerais

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Educação Mediada por Tecnologia [Sumário]

UNIDADE 1 Longe daqui, aqui mesmo......................................................................... 12 O sistema Moodle...................................................................................... 14 Bem vindo ao AVA.................................................................................... 15 Referências Bibliográficas......................................................................... 23 Referências Midiáticas............................................................................... 23 UNIDADE 2 Definições................................................................................................... 26 Histórico da EAD ..................................................................................... 27 Aspectos da Educação a Distância ......................................................... 35 e da Educação Presencial.......................................................................... 35 EAD na Sociedade do conhecimento..................................................... 47 Referências Bibliográficas......................................................................... 54 Referências Midiáticas............................................................................... 54 UNIDADE 3 Como se desenvolve a aprendizagem..................................................... 57 Aprendizagem Ativa.................................................................................. 60 Buscar respostas ou usar as existentes?.................................................. 63 Aprendizagem significativa em EAD..................................................... 66 Aprendizagem colaborativa e cooperativa em EAD............................ 69 Referências Bibliográficas......................................................................... 71 Referências Midiáticas............................................................................... 71 UNIDADE 4 Avaliação como elemento motivador de aprendizagem....................... 73 A Avaliação como fase do processo de aprendizagem......................... 77 A auto-avaliação e o planejamento de aprendizagem........................... 80 A métrica da avaliação da aprendizagem (notas, regras) ..................... 82 Referências Bibliográficas......................................................................... 86 Referências Midiáticas............................................................................... 86

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UNIDADE 5

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Sumário

Características do aluno EAD.................................................................. 89 Desenvolvendo o perfil de aprendiz em EAD...................................... 93 Lidando com o tempo............................................................................... 95 Usando a netiqueta.................................................................................. 104 Fazendo pesquisa na Internet: dicas e cuidados.................................. 108 Considerações Finais............................................................................... 113 Referências Bibliográficas....................................................................... 114 Referências Midiáticas............................................................................. 114

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Tutorial – Utilizando o AVA]

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Nesta Unidade Longe daqui, aqui mesmo.............. 12 O sistema Moodle.............................. 14 Bem vindo ao AVA.............................. 15 Referências Bibliográficas................ 23 Referências Midiáticas...................... 23 Atividades Veja no Guia da Disciplina as atividades propostas para esta unidade.

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partir de agora você freqüentará o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), que é um ambiente para a realização de todas as atividades relativas ao curso que está iniciando.

O ambiente virtual de aprendizagem é um sistema cognitivo que se constrói na interação entre sujeitos-sujeitos e sujeitos-objetos, transformam-se na medida em que as interações vão ocorrendo, que os sujeitos entram em atividade cognitiva. [...] Não existem fronteiras rígidas do que é meio, objeto e sujeito, pois um ambiente virtual de aprendizagem, sob a perspectiva construtivista, se constitui, sobretudo, pelas relações que nele ocorrem. (MAÇADA, 2001, p. 44)

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No AVA você vai encontrar todos os conteúdos disponibilizados pelos professores-tutores, assim como, o registro de toda sua vida acadêmica. Portanto, tenha sempre a mão seu login (código de acesso ao sistema) e sua senha, porque você poderá acessar o AVA de qualquer terminal de computador conectado a internet. Unidade 1

Nós da UNAERP e toda equipe EAD desejamos a você um ótimo curso. Mas, antes mesmo de seguir por um tutorial que vai orientá-lo na sua navegação pelas principais telas do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), é muito importante que você entenda o contexto da Educação a Distância, mediada por tecnologia, para assim, usufruir todos os benefícios dessa modalidade, com mais desenvoltura, clareza e segurança na construção do seu aprendizado.

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Tutorial – Utilizando o AVA]

Longe daqui, aqui mesmo Desde meados do século passado a humanidade vem experimentando um desenvolvimento tecnológico acelerado que, entre outras coisas, tem encurtado as distâncias e quase sempre alterado a nossa noção de tempo. Esse desenvolvimento em vários níveis da atuação humana, principalmente no campo da informática, acaba por ser o maior responsável pelas transformações do homem social, propiciando um ambiente de mudança da sociedade industrial, estruturada nas relações de trabalho, para uma sociedade do conhecimento, estruturado nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), tendo as redes virtuais como suporte. Como podemos observar, essa ambiência virtual desenvolvida a partir do surgimento da internet é formalizada pelas TIC e está caracterizada pelo acúmulo de informações na rede. Estas, por sua vez, podem ser acessadas, transformadas e devolvidas independentemente do tempo e local de sua origem, bastando para isso, à presença de um suporte físico como um terminal de computador conectado na rede, ou qualquer outro tipo de receptor como os aparelhos de telefonia móvel e em breve a TV Digital. [...] quando uma pessoa, uma coletividade, um ato, uma informação se virtualizam, eles se tornam “não-presentes”, se desterritorializam. Uma espécie de desengate os separa dos espaços físicos ou geográficos ordinários e da temporalidade do relógio e do calendário. É verdade que não são totalmente independentes do espaço-tempo de referência, uma vez que devem sempre se inserir em suportes físicos e se atualizar aqui ou alhures, agora ou mais tarde. (LÉVY, 1996)

Na educação o uso das TIC também tem uma importância sem precedentes para a construção do aprendizado. Seja ela para o acesso aos conteúdos disponibilizados na rede, ou ainda, para a realização de uma comunicação dialógica (de mão dupla) com esse mesmo conteúdo proposto, com membros de seu curso e com o seu conhecimento tácito.

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Entretanto, esse novo paradigma percebido na educação mediada pela tecnologia requer muito mais que um simples acesso as informações depositadas na rede virtual. É necessário a utilização de Unidade 1

sistemas de gerenciamento de cursos na Web que permitem, por meio de suas ferramentas, a criação, a organização e o gerenciamento desses cursos. Neles estão incluídos recursos para a manipulação de textos e gráficos, o gerenciamento de arquivos, a comunicação entre participantes dos cursos, a administração de informações, o acompanhamento do desempenho dos participantes, a segurança de acesso, a segurança de acesso a bancos de dados, gerar estatísticas de uso, montar testes, enquetes e avaliações para os participantes, entre outras. (DEL CASTILHO, 2005).

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Unidade

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O sistema Moodle A UNAERP optou pelo sistema Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), um sistema Open Source, ou seja, de código aberto, “baseado nos princípios pedagógicos construtivistas”, segundo seu criador, o pedagogo e cientista computacional Martin Dougiamas. É utilizado por centenas de universidades de várias partes do planeta e dispõe de um grande número de ferramentas capaz de suportar atividades de ensino-aprendizagem. Por ser um sistema de código aberto, permitiu que o EAD da UNAERP criasse um Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) com características próprias, sendo sua apresentação gráfica muito próxima as estruturas dos blogs, formato que você já está falimiliarizado e de grande sucesso na net. Outra vantagem do sistema é que sua estrutura pode ser dividida em módulos, o que torna mais fácil acrescentar novos conteúdos, como também, analisar, pesquisar, compartilhar e construir o aprendizado.

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Bem vindo ao AVA

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O AVA é uma ferramenta facilitadora no desenvolvimento das atividades propostas nas unidades das disciplinas. São inúmeras as possibilidades de operações com os recursos disponibilizados nesse ambiente. Como você pode ver logo abaixo, a interface gráfica (forma de apresentação da janela e seus componentes) é bastante amigável permitindo assim, o acesso rápido aos conteúdos das unidades, a interação com outros participantes do seu curso, a pesquisa através de outros links e hiperlinks, e uma fácil navegação pelos recursos disponíveis. Isso tudo, para você ter a sua mão, todas as ferramentas necessárias para um completo processo de aprendizagem reflexivo e participativo. O AVA ainda permite a você acompanhar a agenda de eventos e as notícias do curso, trocar correspondência através de email com o seu tutor e com os participantes de sua turma, executar e enviar as atividades propostas na unidade, podendo essas ser individual ou coletiva, participação nos fóruns, chats, textos relacionados com o assunto discutido e várias outras informações complementares. Veja abaixo algumas das funcionalidades mais freqüentes do AVA e que você deverá usar como aluno.

Passo-a-passo das principais janelas do ambiente Acessando o AVA:

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Como você pode ver, destacamos nessa janela o endereço na Web (http://www4.unaerp.br/), a identificação do usuário que deverá sempre estar acompanhada de sua senha. Nossa intenção é que você memorize essas informações para poder acessar o ambiente em qualquer lugar e em qualquer horário para a realização das atividades propostas. É bom sempre lembrar que essas atividades têm um prazo determinado pelo tutor para a sua execução. Exemplo, a Unidade 1 da disciplina de Economia ficará disponível para acesso no período de 0h00 do dia 4, até as 23h55 do dia 17 de agosto. Após o encerramento desse período todo o material fica indisponível, incluindo a entrega das atividades exigidas. Portanto, acesse o ambiente sempre que houver uma oportunidade para acompanhar os prazos para execução das tarefas agendadas. Assim que você efetuar seu logon (usuário e senha) abrirá uma tela onde estarão relacionadas, na coluna central da tela, todas as disciplinas que está cursando naquele momento. Acesse uma disciplina escolhida clicando no nome dela, como vemos abaixo. Observe que nessa tela está relacionada todas as disciplinas na qual você está matriculado:

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Na seqüência você acessa a tela principal da disciplina escolhida. Observe que essa está dividida em diversas janelas: uma central, com a programação da disciplina e seus conteúdos, e diversas janelas laterais, na esquerda e na direita da janela central. Unidade 1

Passaremos a tratar cada janela como item de acesso.

Como você pode observar na figura acima, logo abaixo do nome da instituição, no topo da tela, do lado esquerdo, item 1, há uma barra de navegação (sempre disponível), com a marcação da tela em que você está. Dessa forma, você pode usar os links para retornar as telas anteriores. Para retornar à Tela Principal faça-o somente através dessa barra.

Atenção: não use a seta ï (back) do navegador (Browser).

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O item 2 é a confirmação do seu acesso. No item 3 está a programação da disciplina e os conteúdo propostos pelo professor-tutor. Ainda nessa janela do centro você vai encontrar as atividades de cada unidade. Para fazer a navegação por essa janela é necessário usar a barra de rolagem do Windows. Sempre que você acessar uma disciplina no AVA, automaticamente aparecerá no lado esquerdo superior, uma janela (item 4) com o título Participantes. Ao selecionar esse link, aparecerá uma listagem com todos os participantes dessa disciplina. É só localizar o nome de interesse, clicar sobre ele para entrar no perfil do mesmo. No item 5 aparece o janela Atividade. Nela temos vários links – fóruns, pesquisas de avaliação, glossários, questionários, recursos, etc.. Fique sempre atento aos itens dessa janela porque todas as atividades solicitadas pelo professor-tutor estarão relacionadas nela. Também serve de atalho para a execução do que está sendo solicitado. Na janela de Busca nos Fóruns, item 6, você pode fazer a busca por tema ou palavra. O item 7, janela Administração, é possível acompanhar suas notas através do boletim eletrônico. Você também encontra nessa janela o link para cancelar a matrícula na disciplina. No alto, à direita, você pode observar as janelas Últimas Notícias, Próximos Eventos e Mensagens, itens 8, 9 e 10 respectivamente. Esses espaços servem como uma espécie de agenda e com várias informações importantes que são dirigidas a você durante o curso, incluindo um demonstrativo de mensagens.

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Participe sempre dos fóruns

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A sua participação nos fóruns é muito importante. O caminho é o seguinte:

Clicando na janela Atividades e depois em Fóruns, você terá acesso a todos os Fóruns criados até aquele momento. Nesta janela você terá uma visão geral sobre a sua participação nos diferentes fóruns distribuídos pelos tópicos da disciplina e que estão em andamento naquele momento. Clicando no Fóruns desejado, você o abrirá para leitura e/ou interação com os participantes (alunos e professor).

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Unidade

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Nessa janela, você encontrará uma tabela com os fóruns que estão abertos e as respectivas unidades de aprendizado, o tópico no qual cada um se encontra inserido, as mensagens não lidas em cada um, sua condição ou não de monitoramento das mensagens de cada fórum e finalmente sobre sua condição de assinante, ou seja, em caso afirmativo, recebendo a mensagem do fórum em seu e-mail pessoal.

Monte seu glossário da disciplina Uma forma de facilitar o aprendizado é você montar um glossário, uma espécie de dicionário específico sobre a disciplina ou tema, para posterior consulta. O ideal é você ir inserindo as expressões mais importantes e seu significado em uma área específica para isso. Então proceda da seguinte maneira: Na janela Atividade, ou ainda na janela Programação da página principal da disciplina, localize o link Glossário. Acesse e inicie a inserção do conteúdo que julgar necessário. Localize o link na janela lateral, ou na janela central, figuras a seguir:

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Tutorial – Utilizando o AVA]

Executando uma tarefa Algumas atividades solicitadas são definidas como tarefas que podem ser individuais ou não. São inseridas na janela Programação (janela central) pelo tutor de acordo com o andamento da disciplina. Ao selecionar o link Tarefa, você receberá na tela uma descrição do que deve ser feito e com o prazo estipulado pelo professor-tutor para a sua realização. Se você necessitar enviar um arquivo com sua tarefa, utilize a caixa no final da tela:

Lembre-se sempre de que existe um tamanho máximo permitido para envio de arquivos.

Muito bem, com esse roteiro de navegação já é possível você dar os primeiros passos no AVA. E lembre-se, a forma de utilização das ferramentas no Ambiente Virtual de Aprendizado é comum a todos os cursos. O professor-tutor tem liberdade para escolher qual usar dependendo do conteúdo de sua disciplina. Conforme você vai utilizando os recursos do sistema, mais amigável vai se tornando o ambiente. Com isso, a sensação de insegurança (comum nos primeiros dias) tende a desaparecer. Estas informações são apenas dicas de uso geral que você terá à sua disposição para alguma consulta de última hora. Lembre-se de to-

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Unidade 1

das as orientações que recebeu em seu primeiro dia de aula neste curso e sempre que necessário, busque ajuda quando se sentir inseguro ou quando não conseguir entender as orientações publicadas pelo professor-tutor. Para os assuntos ligados à tecnologia, como a utilização das ferramentas do AVA, você terá à sua disposição o monitor de EAD. Entre em contato sempre que sentir esta necessidade.

Referências Bibliográficas MAÇADA, D. L., Rede virtual de aprendizagem: interação em uma ecologia digital. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Programa de PósGraduação em Informática na Educação, Porto Alegre - RS - Brasil, 2001. LÉVY, P., O Que é o Virtual? São Paulo: Editora 34, 1996, P. 21. DEL CASTILLO, R.A.F., A incorporação de ambientes virtuais de aprendizagem no ensino superior. Um estudo na Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP: [s.n.], 2005. Disponível no endereço eletrônico http://libdigi.unicamp.br/ document/?code=vtls000378210. Acesso em 20. Jun. 08

Referências Midiáticas Imagem 1: Disponível em: <http://sites.google.com/site/mlgestaoeconsultoria/_/ rsrc/1249564899542/config/app/images/internet.jpg>. Acessado em 04/nov/2010

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Considerações gerais sobre Educação a Distância]

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Nesta Unidade • Definições.......................................... 26 • Histórico da EAD ............................. 27 • Aspectos da Educação a Distância e da Educação Presencial........................................... 35 • EAD na Sociedade do conhecimento............................ 47 • Referências Bibliográficas............ 54 • Referências Midiáticas................... 54 Atividades Veja no Guia da Disciplina as atividades propostas para esta unidade.

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ocê já conhece a educação presencial, por ter estudado grande parte de sua vida nesta modalidade. A educação presencial é aquela em que o ensino é feito em Imagem salas de1 aulas onde o professor tem contato direto o aluno. Porém, nos últimos tempos, encontramos outras modalidades de ensino. A educação a distância (EAD), objeto deste nosso estudo, pode ter ou não momentos presenciais, mas vai acontecer fundamentalmente com professores e alunos também, porém, separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. Atualmente são encontrados modelos de cursos a distância em vários formatos como textos impressos, programas de rádio ou televisão, fitas de áudio e vídeo, programas de computador, Cd-rom, DVD e Internet. Em se tratando de EAD em nível superior, como seu curso, há que se preverem encontros presenciais para determinadas atividades, como avaliações, por exemplo. Desta maneira, podemos dizer que na educação superior a distância o que realmente temos, por essência, é uma educação semipresencial.

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Unidade 1

A educação a distância ainda gera muita discussão entre aqueles que defendem a idéia e vêem grandes benefícios dessa modalidade e os que acham ser um ensino de qualidade inferior ao ensino presencial. Mais adiante, ainda neste capítulo, você terá oportunidade de encontrar com mais detalhes estes posicionamentos, e por fim, ao realizar este curso terá sua própria percepção sobre o assunto. Ainda há resistência, tanto por parte de alguns professores, quanto por parte de alguns alunos. Um dos motivos dessa resistência é a falta de conhecimento sobre essa modalidade de educação, sua potencialidade e potencialidades em relação ao ensino tradicional. Diante deste contexto, o objetivo de estudo dessa unidade é conceituar a EAD, expondo sua origem, características e possibilidades.

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Considerações gerais sobre Educação a Distância]

Definições De acordo com Moran (2008), Educação a Distância pode ser definida como sendo o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, no qual professores e alunos estão separados fisicamente e/ou temporalmente; porém estão interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas1. É importante considerar a legislação maior que rege a EAD no Brasil. Trata-se do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, mais conhecida como LDB). Mais adiante, neste capítulo, você encontrará novos detalhes sobre este Decreto. Neste documento encontramos que a educação a distância caracteriza-se como “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. Ainda é comum encontramos na literatura tanto o termo Ensino a Distância, quanto Educação a Distância. Mas não se trata de sinônimos de nossa língua. Segundo Demo (1994), o ensino a distância é uma proposta para socializar informação, transmitindo-a da maneira mais hábil possível, e a educação a distância, por sua vez, implica não somente na transmissão de informação, mas também no processo de construção do conhecimento, exige do aluno autonomia, autodidatismo e a autodisciplina. É importante saber desta diferença e passar a denominar EAD como “Educação a Distância”, pois seu principal objetivo é promover educação.

1 Conjunto das técnicas e dos serviços de comunicação à distância que associam meios informáticos aos sistemas de telecomunicações. Dicionário da língua portuguesa on-line. Disponível em: www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx

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Histórico da EAD

Unidade 1

A Educação é desenvolvida através do envolvimento de duas partes, o educador – que pode ser o pai, a mãe, o professor, e o educando – aquele que se propõe a aprender. Para que a aprendizagem aconteça, é preciso que haja interação entre essas duas partes. É importante que esse processo seja liderado pelo educador, que sabe o que deve ser ensinado, mas, por outro lado, se não houver a participação ativa do educando, no sentido de receber a educação, podemos dizer que nada acontece. A interação é o meio pelo qual haja a transferência do conhecimento. O importante, no entanto é a vontade de ensinar e de aprender. Hoje, podemos dizer que existem várias formas de se promover a interação entre as duas partes. A cada dia que passa, descobrimos uma forma mais simples de contato. Podemos citar como exemplo, o encontro presencial das duas partes, a troca de correspondência via correio ou via computador, as partes podem utilizar o telefone para conversas online ou ainda o computador, que permite, através da Internet, que elas troquem textos, arquivos de voz, vídeos, mensagens instantâneas e ainda possibilita uma viagem fantástica através dos hipertextos e sites especializados que vão enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. Historicamente, quando não se tinha toda essa tecnologia disponível, o ensino se baseava no encontro presencial. Nesses encontros - que aconteciam muitas vezes na casa do professor, ou em uma escola, ou ainda em uma biblioteca - o professor apresentava aos alunos o conteúdo a ser estudado por meio de aulas expositivas. Era comum nesses encontros, o professor fazer a leitura de livros que eram raros e caros por serem copiados um-a-um, o que inviabilizava sua aquisição por grande parte da população. No Brasil, até o final do século XIX o estado não se preocupava com a educação. Tinha acesso a ela apenas a elite da população cujas famílias conseguiam pagar professor particular, que geralmente vinha até a casa do aluno ministrar suas aulas, ou então mandavam os filhos estudarem na Europa. Isso era muito comum entre as famílias abastadas. O século terminou tendo a sociedade um grande desafio de educar sua população, face ao

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Considerações gerais sobre Educação a Distância]

desenvolvimento acelerado das indústrias que se despontavam no Brasil e no mundo. Operários precisavam ser treinados e para isso, primeiro tinham que ser alfabetizados. Esse era o grande desafio. É consenso de que a EAD começou quando Guttenberg inventou a imprensa, no século XV. Foi um invento que permitiu a popularização do livro. A construção do texto por meio de caracteres móveis permitiu o fácil acesso ao livro, possibilitando que pessoas autodidatas e com vontade de aprender não precisavam ir à escola, ou ao encontro do professor para adquirir conhecimento uma vez que podiam fazer isso através dos livros. Isso fez com que escolas da época resistiram por muito tempo à utilização de livros didáticos, com a justificativa de que, se isso acontecesse, os alunos não precisariam mais do professor para o desenvolvimento de sua aprendizagem, o que se comprova hoje não ter sido verdade. Hoje com a facilidade que temos no acesso ao conhecimento, o papel do professor ganha importância na seleção de qual conhecimento adquirir para de desenvolver competências desejadas.

Cenário da EAD no Mundo e no Brasil No mundo a mediação da tecnologia é utilizada na educação há muito tempo. Existem registros de que em 1833 a Suécia começou a utilizá-la, sendo seguida pela Inglaterra em 1840, depois a Alemanha em 1856 e a partir daí varias outras iniciativas vêem sendo experimentadas com sucesso. Não se sabe precisar quando começou a EAD no Brasil. Há indícios de que antes do início do século XX já existia algum movimento nesse sentido, mas os primeiros registros levam ao ano de 1.904 como sendo o início provável, quando aconteceu a criação da primeira escola de ensino por correspondência que utilizava o correio como meio de comunicação. O objetivo da utilização da tecnologia de comunicação para encurtar a distância entre o professor e o aluno era permitir o acesso ao maior número de pessoas à educação. Era necessário permitir que operários, que tinham uma intensa jornada de trabalho, pudessem se alfabetizar ou se aperfeiçoar em suas profissões. Nessa época, as tecnologias de comunicação disponíveis eram os correios, que permitiam a aprendizagem através de troca textos

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e correspondências e em seguida vieram as rádios que tinham o poder de alcance a quase a totalidade da população. Em 1923 foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro que em 1937 abrigou o Serviço de Radiodifusão Educativa do MEC dando início a um programa educacional a distância oficial, ou seja, supervisionado pelo MEC. Pretendia-se com isso atingir uma grande massa da população através do rádio. Unidade 2

Na década de 1960 com a viabilização de uma nova tecnologia, a televisão, o governo brasileiro reforça a EAD com a concessão e instalação, a partir de 1966, de diversas TVs Educativas - TV Universitária de Pernambuco, TV Educativa do Rio de Janeiro, TV Educativa de São Paulo, dentre outras. O uso dessa nova tecnologia permitiu um grande avanço da educação através de um sistema de ensino não formal a distância. Hoje, dispomos de uma gama muito grande de tecnologias baseadas na Internet que, por meio de um terminal de computador, permite a utilização de vários formatos para multimídia simultaneamente, de forma mais eficiente e com uma sofisticação tão grande que o professor pode conduzir o aprendizado do aluno com toda segurança necessária, possibilitando que isso seja feito, utilizando-se de métodos pedagógicos sofisticados, com grande vantagem sobre o ensino tradicional. É possível e factível se ter um uma educação de qualidade superior com o uso das atuais tecnologias. No Brasil, o MEC supervisiona a EAD por meio de credenciamento de instituições, reconhecimento de cursos e processos de avaliação continuada do ensino superior. As bases legais estão expressas na LDB (Lei 9.394) de 1996 e suas ações normativas se baseiam em legislação específica que serão vistas posteriormente e podem ser consultadas no site da SEED/MEC.

Cenário de EAD na UNAERP A Universidade de Ribeirão Preto é uma das instituições pioneiras na pesquisa de educação mediada por tecnologias no Brasil. Desde meados da década de 90, investidas significativas foram realizadas na busca pela melhor ferramenta de mediação tecnológica para auxiliar as ações educacionais da instituição.

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Considerações gerais sobre Educação a Distância]

Desde então, vários processos de capacitação docente e a inclusão de disciplinas semipresenciais em cursos reconhecidos, criaram uma sólida base para que a UNAERP pudesse pretender alçar vôos mais audaciosos e ofertar cursos superiores a distância. A publicação da Portaria MEC nº 1.210, de 12 de dezembro de 2007, alcançada após criterioso processo de avaliação do Ministério da Educação, veio conferir a possibilidade de concretização destes anseios, e coroou de êxito toda uma comunidade acadêmica, que passa a partir deste momento ofertar cursos superiores com a qualidade educacional, que sempre diferenciou a UNAERP no cenário das Instituições de Ensino Superior, fazendo-o agora na modalidade a distância. A UNAERP conta com uma equipe de EAD, com coordenadores, professores conteudistas, tutores, revisores, designers gráficos e monitores, que são, no conjunto, os personagens principais na condução do curso.

A Regulamentação da Educação a Distância no Brasil Agora que você já teve conhecimento sobre como surgiu a EAD no mundo e no Brasil, passaremos a apresentar algumas considerações acerca da legislação que rege esta modalidade no Brasil. Façamos algumas considerações históricas sobre a legislação da educação brasileira: Alves (2007), em seu estudo “Consolidação da Legislação da Educação a Distância”, aponta que data do final da década de 60 e início da década de 70 as primeiras normas sobre a EAD no Brasil (Código Brasileiro de Comunicações - Decreto-Lei nº 236/67, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 5.692/71). Essa última possibilitava o ensino supletivo ministrado com a utilização do rádio, televisão, correspondência e outros meios de comunicação, portanto, já nesta ocasião estava prevista a educação mediada por tecnologias ou educação a distância. Nesse estudo relata o autor que muitas tentativas de criação de Universidades Abertas e a Distância e de regulamentação da EAD surgiram no Congresso Nacional, mas a maioria não teve êxito, sendo os projetos de lei arquivados pelas mais diversas razões.

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Pois bem, muito tempo se passou até que o Brasil conseguisse avançar e apresentar uma proposta legislativa que pudesse orientar as ações que já aconteciam pontualmente em educação a distância. Porém, antes de falarmos de educação na modalidade a distância, é necessário falar de como é apresentada a educação na legislação brasileira, de modo geral, e em determinados momentos fazer uma analogia entre as duas modalidades, presencial e distância. Unidade 2

A lei maior de nossa nação é a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, conhecida como Constituição Federal, e que dentre os muitos aspectos de que trata, assegura a todos o direito à educação. É possível observar no Artigo 205 da Constituição Federal que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Entretanto, considerando a forma presencial tradicional de ensino, muitas pessoas estavam impossibilitadas de usufruir de seu direito à educação, pois, devido a vários fatores, como tempo ou recursos financeiros, ou até mesmo a ausência de Instituições de Ensino Superior (IES) na região de sua moradia, não conseguiam freqüentar cursos superiores presenciais. Continuando nossa leitura nesta legislação, o Art. 206 da Constituição apresenta os princípios em que o ensino será ministrado. Destacamos o inciso III, que prevê “pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas” na educação, contemplando, entendemos, a educação a distância como uma possível concepção pedagógica de ensino. Tendo citado a maior lei do Estado Brasileiro, passamos a apresentar algumas informações sobre a legislação hierarquicamente maior dentro educação brasileira. Falamos agora da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/96, conhecida popularmente como LDB, e que revogou a Lei nº 5.692/71, citada no início deste tópico.

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Esta lei subordina-se hierarquicamente à Constituição Federal e cumpre respeitá-la em toda a sua extensão. O principal artigo da LDB que trata de EAD é o artigo 80, que apresentamos abaixo. Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

Esse artigo, portanto prevê a implantação da EAD, porém, ainda seria necessário regulamentá-lo. Cumpriu ao Decreto nº 2.494/98, já revogado, a sua primeira regulamentação. Atualmente, o artigo 80 da LDB, e, portanto, toda a EAD são orientados pelo Decreto nº 5.622/2005. Concebe o artigo 1º do Decreto nº 5.622/2005 a caracterização da EAD como: “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.

Algumas outras informações do Decreto nº 5.622/2005 são muito importantes para que você compreenda a regulamentação da EAD na legislação educacional brasileira. Prossigamos então. A EAD pode ser ofertada em todos os níveis: na educação básica, educação de jovens e adultos, educação especial, educação profissional, técnicos, de nível médio, tecnológicos de nível superior, e educação superior (seqüenciais, de graduação, de especialização, de mestrado e de doutorado). Isto foi previsto pelo artigo 2º do Decreto nº 5.622/2005. Para garantir uma sólida formação, encontramos no artigo 3º deste decreto que os cursos em EAD devem observar o que está disposto na legislação em vigor para quaisquer dos níveis acima

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apontados. Assim, os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial.

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Neste mesmo artigo ressalta-se que os cursos e programas em EAD poderão aceitar transferência e aproveitar estudos realizados pelos estudantes em cursos e programas presenciais, da mesma forma que os estudos realizados nos cursos e programas a distância poderão ser aceitos em outros cursos e programas a distância e em cursos e programas presenciais. Este dispositivo do decreto trata com igualdade as “duas” modalidades da educação. Assim, não há hierarquia na educação tratando-se do mesmo nível educacional. Ou seja, um curso de graduação realizado a distância tem a mesma validade de um curso de graduação realizado presencialmente. Portanto, os diplomas obtidos na modalidade a distância são equivalente àqueles obtidos em cursos presenciais, e têm validade nacional (Artigo 5º). Abriremos parênteses aqui para informar que desde 2001, cursos presenciais reconhecidos também podem ter disciplinas em EAD. Os cursos presenciais podem introduzir na organização pedagógica e curricular de seus cursos, até 20 % (vinte por cento) da carga horária total do curso em disciplinas que utilizem modalidade semipresencial. Esta atividade é regulamentada pela Portaria nº 4.059/2004, que revogou a Portaria n. 2.253/2001 que foi a que deu origem a esta regulamentação. Porém, para ofertar cursos em EAD, as instituições têm que passar por um processo de credenciamento institucional que as qualifica para atuar nesta modalidade (Artigo 9º). Também, do mesmo modo que acontecem com cursos presenciais, os cursos de EAD passam por reconhecimento e renovação de reconhecimento (Artigo 22), e por todos os mecanismos de supervisão do Ministério da Educação. É fundamental que você conheça e verifique o credenciamento da Instituição à qual você está matriculado ou que pretende iniciar um curso em EAD. Assim, temos a oportunidade aqui de apresentar que, cumprindo com todas as exigências da legislação em vigor para Educação

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a Distância, a UNAERP alcançou seu credenciamento e, pela Portaria 1.210/2007, e está autorizada a oferecer cursos superiores a distância (veja ao final deste tópico o link para acesso à pagina do Diário Oficial da União com a publicação desta portaria, bem como o link do Ministério da Educação que aponta as Instituições credenciadas para EAD). Dentro de cada projeto institucional de EAD, há especificidades quanto à concepção pedagógica do programa e cursos. Todas estas informações estão disponíveis em seu Guia de Curso, recebido no seu primeiro dia de aula e disponível em seu Ambiente Virtual de Aprendizagem. Muito bem, agora você já tem alguns parâmetros para compreender como a EAD está legalmente amparada.

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Aspectos da Educação a Distância e da Educação Presencial É inevitável a comparação entre as modalidades presencial e a distância na educação superior. Mas perguntamos, será que é preciso? Cada qual não cumpre papéis diferentes no processo de educação brasileira? Unidade 2

Porém, sabemos muito sobre educação presencial e quando se fala de EAD, pouco podemos falar, visto que temos poucas informações, e muitas delas erradas. Esta unidade possibilitará a sua reflexão sobre as duas modalidades. Para isso usaremos vários estudos realizados por pesquisadores educacionais que trazem informações fundamentais para que você compreenda melhor este universo em que está inserido neste momento, e possa avaliar com mais elementos a EAD e sua relação com a modalidade tradicional de ensino. Quando se faz uma comparação entre as modalidades de educação presencial e a distância, inevitavelmente encontramos contraposições acirradas. Muitas vezes essas questões são levantadas na expectativa de aprovar uma modalidade e desaprovar outra. Muitas pessoas defendem a educação presencial como única forma confiável de educação. Outros dizem que, mesmo existindo há milênios, esse modelo de educação ainda não conseguiu atingir plenamente seus objetivos, e que a chegada da educação mediada por tecnologias seria possível cumprir com melhor eficiência tal desafio. Já existem aqueles que defendem uma proposta híbrida em que o melhor modelo é aquele que usa as metodologias presencial e a distância simultaneamente. Um fato, porém, é indiscutível: a tecnologia mediando a educação veio pra ficar. A cada momento, novos recursos tecnológicos surgem e vão se tornando parte de nossa vida. Quem de nós se imagina sem seu celular? Quem fica sem abrir sua caixa de e-mails diariamente? Do mesmo modo, a tecnologia veio se aproximando da educação e se tornando parte dela. Aqueles mais saudosistas, e são muitos, dizem que educação não se faz a distância. Dizem só ser possível fazer educação de

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modo síncrono e presencial, ou seja, todos na mesma hora e mesmo local simultaneamente, assistindo às aulas ministradas por um professor. Não é de admirar que observemos um cenário assim, visto que a grande maioria da população brasileira teve experiências presenciais na maior parte, senão na totalidade, de suas experiências educacionais. Por outro lado, não há uma cultura positiva em relação a educação a distância no Brasil. Por isso, propostas educativas ofertadas a distância são tidas por muitos como inconcebíveis. Isso acontece devido ao pouco tempo de regulamentação da EAD no Brasil (veja informações estudadas neste capítulo sobre legislação em EAD), e ao pequeno número de projetos ainda em andamento. No exterior, projetos de EAD são realizados há décadas e seus resultados são percebidos pela comunidade de modo muito mais positivo e realista. Cursos em EAD existem em mais de 80 países. Podem ser encontrados tanto em nações desenvolvidas como em nações em desenvolvimento. Veja alguns dos maiores e mais tradicionais programas encontrados no mundo, publicados pelo Caderno de Brasileiro de Ensino de Física, no ano de 2006: • Canadá Athabasca University (desde 1970) com 32.000 alunos ingressando anualmente em 39 cursos de graduação e 2 cursos de mestrado; • Estados Unidos University of Wisconsin (desde 1958), com 12.000 alunos à distância matriculados anualmente; • Estados Unidos Penn State University (desde 1892). Além dos Estados Unidos, atende a mais de 40 países com mais de 50 cursos e 20.000 novas matrículas a cada ano; • Alemanha Fern Universität Hagen, (desde 1974). Oferece cursos de graduação, mestrado, pós-graduação e educação continuada.

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• Inglaterra UK Open University (desde 1970). Atende mais de 50 países e cerca de 180.000 novos alunos se matriculam a cada ano. • Holanda The Open University of the Netherlands (desde 1984). Oito cursos de graduação. Unidade 2

• Espanha UNED (desde 1973). Tem cerca de 200.000 alunos e oferece 177 cursos de graduação, especialização e pós-graduação. • Índia Indira Gandhi National Open University (início em 1985). Atende 1,5 milhão de alunos na Índia e em 35 países, com cursos de graduação e pós-graduação. O cenário brasileiro, porém, está em mudança bastante rápida. A partir do crescimento da EAD no Brasil, já é possível encontrar uma percepção mais positiva da sociedade sobre EAD, visto que novas informações estão sendo divulgadas. Já se encontram alunos que fazem EAD que, por reconhecerem qualidade em sua formação, passam a indicar seu curso para outros colegas e assim a percepção da EAD passa, neste momento, por um cenário de transição. A EAD tem se mostrado uma modalidade que cumpre as necessidades educacionais da sociedade brasileira contemporânea. A enorme extensão do território nacional, aliada à dificuldade crescente dos profissionais que ao mesmo tempo buscam aperfeiçoamento e precisam administrar o tempo, encontram na EAD questões muito interessantes, pois além de romper com barreiras geográficas e temporais, rompem também com as barreiras sociais, culturais, raciais e religiosas, democratizando o acesso à informação e ao conhecimento, criando maiores oportunidades de trabalho e um aprendizado ao longo da vida (FUJITA, 2007). Na Educação a Distância a estrutura do curso, o currículo, os critérios de avaliação são os mesmos aprovados para os cursos presenciais. O que difere, portanto, são as atribuições do professor,

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a relação professor-aluno, os meios usados para veicular o conhecimento e a organização técnico-administrativa. Um dado curioso, e que é de desconhecimento de grande parte da população, é o fato de que em 2007 o ENADE, Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, realizado anualmente pelo Ministério da Educação (MEC), apontou que na maioria das áreas avaliadas, os alunos de cursos EAD estão se saindo melhor do que os estudantes que fazem o mesmo curso, na modalidade presencial. Foi a primeira vez, desde 2004, quando foi criado o ENADE, que o MEC comparou o desempenho dos alunos dos mesmos cursos nas modalidades a distância e presencial. Das 13 áreas avaliadas, sete delas tiveram alunos da modalidade a distância com melhor desempenho que os demais da modalidade presencial. Comparação entre desempenho de alunos presenciais e de EAD no ENADE 2007 Área

Presencial Distância

Administração

37,71

37,99

Biologia

32,67

32,79

Ciências Contábeis

34,97

32,59

Ciências Sociais

41,16

52,87

Filosofia

32,50

30,36

Física

32,50

39,62

Formação de Professores (Normal Superior) 42,82

41,52

Geografia

39,04

32,58

História

38,47

31,60

Letras

35,71

33,05

Matemática

31,68

34,16

Pedagogia

43,35

46,09

Turismo

46,34

52,26

Fonte: Estudantes de EAD em Revista, Ano 1, nº 1, Julho de 2008 - INEP/MEC

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Na análise inicial do curso, quando o aluno é avaliado no primeiro ano de ingresso, o resultado ainda foi mais revelador. Em nove das 13 áreas o resultado foi melhor para alunos de cursos EAD. E mesmo onde o ensino presencial esteve melhor, alunos de EAD tiveram desempenhos muito satisfatórios. Este quadro pode mostrar o real cenário da formação do aluno de EAD, que pode garantir formação equivalente, senão superior, à educação presencial nas áreas avaliadas pelo MEC. Unidade 2

Todas essas considerações mostram-se ainda mais promissoras se considerarmos que a educação a distância ainda está trilhando seus primeiros passos, e pode, num pequeno espaço de tempo, acelerar seu desenvolvimento, alcançando níveis ainda melhores. O Ministério da Educação tem lançado mão de critérios cada vez mais exigentes para promover a regulação do ensino superior brasileiro, de modo que, cada vez mais, é possível distinguir as propostas educacionais mais sérias tanto na educação presencial como a distância. Na educação presencial não existem tantas diferenças conceituais quanto na educação a distância. Toschi (2008) apresenta dois modelos encontráveis em EAD e que se diferenciam entre si, veja: • Modelo de massa: em que há produção em massa e os produtos tendem a ser padronizados. Há pouca ou nenhuma interação pessoal e crítica, uma vez que este modelo se apóia no isolamento do estudante. São tidos como pacotes educacionais. Há burocratização das tarefas e não se aproveita adequadamente a rede. • Modelo interativo: caracterizado por proximidade entre professores e alunos, valorizando as trocas e interações. Há cursos diversificados com planejamento flexível, favorecendo trocas permanentes entre ensinantes e aprendentes. O modelo do seu curso em andamento é o modelo interativo, que privilegia o tempo de estudo com atividades assíncronas de todos os agentes envolvidos, ou seja, cada um está estudando no seu tempo, e todos desenvolvendo conhecimento colaborativamente, alunos e professores.

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Mas não é só o modelo de massa na EAD, apresentado por Toschi, que não privilegia a interatividade. O ensino presencial, como o conhecemos, paradoxalmente, permite pouca participação do aluno. Como as atividades são síncronas, ou seja, acontecem num determinado espaço e tempo, elas têm hora para começar e acabar. Assim, não se torna um espaço privilegiado para possibilitar discussões amplas sobre os assuntos abordados, ou seja, muitas vezes a discussão e os saberes não ultrapassam a sala de aula, ao passo que na EAD, pelo caráter assíncrono das atividades, as reflexões são o foco central. Sabariz e Barreto (s.d.) apontam que há, na educação presencial, uma comunicação unilateral, de um lado o professor transmissor de informação e de outro o aluno como mero receptor. Os autores ainda defendem que “o professor assume o papel de principal fonte de informação e dependendo do grau de autoritarismo do mesmo, as perguntas são até indesejáveis, pois quebram o ritmo da exposição. Com isso, as interações professor-aluno e aluno-aluno se reduzem ao mínimo, e não é estimulada a capacidade de comunicação entre eles. Comparando as modalidades, os autores apóiam-se na idéia de que na EAD este cenário se torna bem diferente. [...].o professor evolui para uma situação na qual não existem limites bem delimitados entre quem ensina e quem aprende, isto é, o aluno pode interagir constantemente com o professor, fazendo ele agora o papel de facilitador. Com tudo isto, o aluno aprende a se conhecer, ser mais responsável, organizar melhor seu trabalho, cultivar a capacidade de comunicação participando de debates.

Tudo isto pode receber a contribuição de recursos multimidiáticos usados em EAD. Há a construção de material didático especialmente construído para o curso, atendendo ao que estabelece o projeto pedagógico institucional e do curso, e não a simples adoção de um livro tomado apenas como referência sem que haja a preocupação pedagógica de relacionar o seu conteúdo às exigências do curso.

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O Ambiente Virtual de Aprendizagem, principal meio de comunicação em cursos de EAD interativos, utilizando textos, fotos, gráficos, vídeos, áudios, são tidos como grandes motivadores da aprendizagem. Já é possível perceber o crescimento das consultas a sites de pesquisa, oriundos de universidades e bibliotecas, pelos alunos, que passam a incorporar essa ferramenta de pesquisa e aquisição de conhecimento à leitura de livros. Unidade 2

Finalizam os autores recomendando que na EAD o aluno deve abandonar seu comportamento passivo, característico do ensino tradicional, e migrar para um comportamento ativo na EAD, explorando o material didático disponibilizado, e as referências que ele sugere, interagindo com o professor e com os outros alunos. A educação presencial, que a totalidade da população brasileira realizou em algum momento de sua vida, tem características muito conhecidas. FUJITA (2007) apresenta essas principais características da educação presencial: • O professor, normalmente, é o único informante, detentor do conhecimento, aquele que ensina e tem como papel principal dar respostas certas; • O aluno, em situações assim, pode tender a tornar-se um sujeito dependente; • A seqüência dos conteúdos é, na maioria das vezes, rígida e linear; • Os exercícios, por conseguinte, são resolvidos por meio de “receitas” ou “modelos prontos” e assimilados por repetição; • O conteúdo gera o problema: na maioria das vezes o conteúdo, como é oferecido, não possui significado para o aluno; • O ensino apóia-se fundamentalmente no livro didático adotado, o que se torna empobrecedor, pois o livro passa a ser o fim último da aprendizagem e não um dos meios para atingi-la Outro autor (Chaves, 1999) traz mais informações que, segundo ele, caracterizam o modelo de ensino presencial:

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[Considerações gerais sobre Educação a Distância]

• Prioriza o conteúdo, seguido do professor e em ultimo lugar o aluno, sendo um modelo tipicamente concentrado no conteúdo e no docente, enquanto que a personalização e individualização estão centradas no aluno; • Se dá em um ambiente de aprendizagem totalmente estruturado e padronizado. Ou seja, os alunos começam a estudar na mesma hora, desenvolvem atividades pré-determinadas em uma seqüência pré-especificada; • Espera-se que todos os alunos iniciem seus estudos com a mesma idade, para poder padronizar os grupos de alunos classes, tanto quanto possível, por faixa etária. Conseqüentemente, não se pode levar em conta as diferenças individuais de interesse, aptidão, capacidade, estilo e ritmo de aprendizagem; • Tende-se a concentrar a atenção no aluno médio, negligenciando tanto os mais fracos como os mais fortes. Para corroborar essas opiniões, vamos observar o que Aldemir Cacique (2001), em seu estudo “O ensino presencial e via internet: uma experiência comparativa em educação a distância” apresenta um estudo realizado por Garcia e Cortelazzo, publicado pela Revista Nova Escola (1998) em que compara alguns dados entre a educação presencial e EAD. (quadro abaixo)

Na educação tradicional

Com a nova tecnologia

O professor

um especialista

um facilitador

O aluno

um receptor passivo

um colaborador ativo

A ênfase educacional

memorização de fatos

pensamento crítico

A avaliação

do que foi retido

da interpretação

O método de ensino

Repetição

Interação

O acesso ao conhecimento

limitado ao conteúdo

sem limites

Fonte: Revista Nova Escola, Ano XIII, Nº 110, Março de 1998.

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O autor comenta que surge um novo modelo educacional, onde os personagens que o integram assumem novos papéis e leva-nos a considerar a educação sob perspectivas que atendam às necessidades atuais de inclusão do indivíduo dentro de uma sociedade da informação. Nele o professor deixa de ser simplesmente transmissor do conhecimento passando Unidade 2

a atuar como elemento incentivador de descobertas e auxiliar no processo de aprendizagem do aluno (Cacique, 2001, p.1).

Reforçando a idéia de Aldemir Cacique, os pesquisadores Borba e Ayrosa (2001) sinalizam que a EAD via Internet pode agilizar o processo de ensino-aprendizagem junto a professores e alunos, principalmente no ensino superior, estágio da educação em que o aluno tem a maturidade esperada para curso em EAD. Na EAD, as limitações de espaço e tempo são vencidas e o modelo pedagógico adotado amplia no aluno a capacidade de ler, refletir e escrever (NOGUEIRA, 2007). Lima et al (2007), pesquisadores educacionais, apontam que a EAD foi alavancada com o surgimento da Internet de alta velocidade, caracterizando-se como um veículo para a comunicação a distância e assíncrona, que permite resgatar e aplicar os conhecimentos já desenvolvidos por pesquisadores das áreas de educação, psicologia da aprendizagem, comunicação e cognição, entre outras. Diz o autor que isto permite “repensar a educação e substituir as metodologias e estratégias arcaicas, que ficaram congeladas no tempo”. Os autores declaram que este modelo de EAD, apoiada pela Internet, tem como principal vantagem a flexibilização de tempo e do espaço, fazendo com que se ganhe tempo para se dedicar ao estudo, mas também à família e a assuntos pessoais, o que resulta em melhor qualidade de vida. Essas características permitem maximizar a aprendizagem, e simultaneamente diminuem o tempo necessário para o estudo, tornando o processo de ensino- aprendizagem mais eficiente.

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Educação Mediada por Tecnologia [Considerações gerais sobre Educação a Distância]

Além disso, os autores sinalizam que navegar, experimentar, explorar diversos ângulos de uma questão, simular, tomar decisões, enfim, relacionar-se com o objeto de estudo, no seu tempo, a partir de suas experiências anteriores e de sua motivação individual, permite ao aluno compreender melhor as leis, os princípios e as técnicas relacionadas com a [...] matéria estudada, que deixa de ser abstrata e distante e se transforma em conhecimento palpável e acessível. (Lima et al, 2007, p.4)

FUJITA (2007, p.3) apresenta que alguns educadores já estão percebendo que a metodologia tradicional, utilizada em sala de aula, já não mais contempla as necessidades dos alunos e muito menos seus verdadeiros anseios em relação à vida que se apresenta fora dos ‘muros da escola’. Percebem nitidamente que seus alunos estão cada vez mais desinteressados pelo conteúdo, desatentos, chegam sempre atrasados e não têm uma participação efetiva em sala de aula.

Para colaborar com a ação docente, Gomes et al (2007) diz que é necessário que haja um distanciamento docente do discurso monológico da resposta certa e da seqüência linear de conteúdos curriculares, com suas estruturas rígidas, partindo para a busca da flexibilidade, interconectividade, diversidade e variedade nas relações sociais, que são de interesse dos envolvidos no processo de aprendizagem, e que, coincidentemente, são encontráveis em EAD. Borges (2005, p.2), aponta que há um movimento de transição de paradigmas provocado [...] pela expansão da modalidade de Educação a Distância [...] Tal modalidade pode fornecer subsídios para auxiliar no processo de ruptura da concepção tradicional de educação, que se fundamenta na transmissão de conteúdos, centrada na figura do professor, cujo tipo de comunicação predominante é a comunicação unidirecional, do

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tipo um-todos [...] Na educação a distância, através das tecnologias digitais, temos a possibilidade de construir o modelo comunicacional todos-todos. Vale ressaltar que, estamos tratando aqui, de educação a distância on-line, a qual é fundamentada na aprendizagem colaborativa, no processo de co-autoria, onde o professor é o mediador e o orientador das atividades de aprendizagem. Unidade 2

O Prof. Moran (2003), já previra que estamos caminhando para uma aproximação sem precedentes entre os cursos presenciais (cada vez mais semipresenciais) e os a distância. Os presenciais terão disciplinas parcialmente a distância e outras totalmente a distância. E os mesmos professores que estão no presencial-virtual começam a atuar também na educação a distância. Teremos inúmeras possibilidades de aprendizagem que combinarão o melhor do presencial com as facilidades do virtual.

Você, caro aluno, caminha para uma formação em curso de educação mediada por tecnologia ou educação a distância, e são semeadores de um novo perfil profissional, e terão em seus currículos um curso a distância. Mas o que significa ter no currículo um curso a distância? A EAD faz surgir um novo modelo de profissional, que aprende a se comunicar síncrona e asssincronamente, que desenvolve competência dialógica ampla e efetiva com a sociedade, de modo convencional ou valendo-se das novas tecnologias. São profissionais que atingindo o aprender a aprender, comprometem-se com a autoformação. Isto porque em EAD é exigido uma constante reflexão crítica, autonomia e protagonismo do próprio desenvolvimento. Ter um curso a distância no currículo significa saber que, enquanto aluno, aprendeu a administrar seu tempo, pois a EAD possibilita flexibilidade na utilização do tempo. Significa que adquiriu autonomia, maturidade e responsabilidade para estudar e pesquisar, não estando preso à sala de aula ou a figura do professor, participando efetivamente da gestão do processo educativo como centro do mesmo.

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Considerações gerais sobre Educação a Distância]

É ser um profissional que está inserido numa esfera de maior percepção do permanente desenvolvimento tecnológico, que deverá encarar durante toda sua vida profissional, capacitando-se, assim, para incorporação e assimilação crítica das constantes novidades e paradigmas inovadores propostos pela sociedade. Em breve notar-se-á que o currículo marcado pela EAD será parâmetro de qualidade e seleção no mercado de trabalho, tendo em vista que o profissional formado pela EAD apresenta maior autonomia de estudo, capacidade de escrita, capacidade de interpretação, independência, domínio de leitura e competência para trabalhos individuais e em equipe por meio de mídias e tecnologias diversas. Com o que apresentamos aqui foi possível conhecer elementos que apontam claramente que as condições para se obter uma formação de qualidade não está limitada a uma metodologia, presencial ou a distância, e sim a um conjunto de elementos que usados adequadamente conduzem a um resultado positivo. Este estudo não teve a pretensão de estabelecer um juízo de valor, ou um julgamento que privilegiasse a EAD, mas apresentar critérios que permitam ao aluno de EAD conhecer elementos que caracterizam a modalidade educacional de seu curso, e que, equivocadamente ou por desconhecimento, não estão nas principais discussões sobre educação superior de qualidade. Feita esta leitura, siga para as atividades propostas. Realize-as com atenção e cuidado, buscando o melhor resultado possível.

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EAD na Sociedade do conhecimento Bem, já vimos muitos conteúdos interessantes até o momento. É possível que você tenha se surpreendido com algumas informações.

Unidade 3

Agora vamos abordar um novo enfoque: aquisição do conhecimento em EAD. Como você já teve oportunidade de refletir no item anterior, a EAD permite acesso a um novo mundo educacional. Paralela a esta nova modalidade de educação, há também um novo mundo de informações, que conjugados com esta metodologia de ensino pode multiplicar as possibilidade de aquisição de conhecimentos. Vamos a esta nova discussão. Você já deve ter estudado em outros momentos de sua vida escolar sobre a sociedade industrial, em que a produção era calcada na terra, no capital, no trabalho mecânico e nas matérias-primas Hoje, estamos em uma sociedade pós-industrial, não caracterizada apenas pelo claro aumento do setor de serviços (que absorve 60% da mão de obra, atualmente), mas também pelo trabalho intelectual, mais importante que a simples execução de tarefas. Antes, prioritariamente o que importava era a produção, com padronização de mercadorias, especialização do trabalho, agora a qualidade de vida tem sido colocada como mais importante. A intelectualização e a desconstrução da idéia de tempo e espaço contribuem para esta nova situação, pois permitem que o indivíduo possa realizar suas atividades em tempos e espaços diferentes, quebrando a idéia de simultaneidade da sociedade industrial. Esta nova sociedade, chamada Sociedade do Conhecimento, tem na inovação as atividades que geram mais riqueza, e o aumento da produtividade decorre do trabalho intelectual e da gestão do conhecimento. Há ainda uma forma alternativa de denominar esta Sociedade pós-industrial, chamada Sociedade do Conhecimento. Ela também se apresenta como Sociedade da Informação. Pedro Demo (2000), em seu artigo “Ambivalências da Socie-

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Unidade

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Educação Mediada por Tecnologia [Considerações gerais sobre Educação a Distância]

dade da Informação”, pontua que a nomenclatura da “sociedade do conhecimento” tem sido usada como sinônimo de “sociedade da informação”, mesmo que esta última noção contenha a perspectiva de rede, associado ao campo da informática, e, portanto, mais virtual do que física, embora não menos real. O autor aponta que há um desenvolvimento sem precedentes do conhecimento na sociedade e que é produto de sua própria ação, em que as capacidades que são construídas socialmente permitem que a sociedade opere por si mesma. Neste contexto, Barca (2007) apresenta sociedade da informação como um modo de desenvolvimento social e econômico em que há aquisição, armazenamento, processamento, valorização, transmissão, distribuição e disseminação de informação que conduz à criação de conhecimento e à satisfação das necessidades dos cidadãos. Mônica E. N. Borges (1995), em seu estudo “A informação como recurso gerencial das organizações na sociedade do conhecimento”, diz que o conceito de sociedade do conhecimento passa necessariamente pela análise dos processos de transformação que vêm ocorrendo na economia, na política e na cultura. Além do deslocamento do paradigma de sociedade industrial para sociedade da informação, há um movimento que vai da economia nacional para economia mundial, da centralização para descentralização, de modo que a sofisticação das tecnologias de informação torna o mundo mais integrado. Rompem limites de tempo e distância, transpõem barreiras sociais, culturais e políticas. Isso tem permitido que países mais avançados acumulem informações e estruturem esquemas de conhecimentos cada vez maiores e mais sofisticados para permitir mudanças qualitativas no setor econômico, que está diretamente relacionado ao fator conhecimento/informação. Se antes o que tinha valor era a ideologia da produção em série (era industrial), na sociedade do conhecimento a informação, gerando ação (conhecimento), constitui o mais importante recurso de agregação de valor. Borges (1995) exemplifica esta nova abordagem fazendo uma citação de Tofler (1992):

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A informação obtida pelo pessoal de venda e de marketing alimenta os engenheiros, cujas inovações precisam ser compreendidas pelo pessoal da área financeira, cuja capacidade de levantar capital depende da satisfação do cliente, que depende dos horários da companhia. Ou seja, há uma mudança radical na concepção de produção, enquanto processo integrado e simultâneo que não se limita ao ambiente da fábrica ou da organização, mas o transcende (Borges, 1995 p.2).

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Sinaliza a autora que a economia da informação produz empregos desafiadores, com alto grau de competência, que necessita desenvolver a capacidade de pensar criticamente, de planejar estrategicamente e de se adaptar a mudanças. E que as escolas têm que mudar, pois a sociedade do conhecimento exige que as pessoas sejam capacitadas, não apenas em leitura, escrita e matemática, mas também computação, sistemas políticos, sociais e históricos. A informação é o insumo básico do paradigma da sociedade do conhecimento. Neste contexto, a tecnologia da informação, é usada como ferramenta gerencial. A análise de dados transforma-se em informações imprescindíveis úteis aos negócios das empresas. Dados são convertidos em informações, modificando processos de decisão, interferindo diretamente em diretrizes e pressupostos estratégicos da organização. Finaliza a autora afirmando que a competitividade é diretamente proporcional à capacidade de obter informação, processá-la e disponibilizá-la de forma rápida e segura. Leal (2003), em seu estudo “Sociedade do conhecimento impactos para o futuro”, explica que o conhecimento tornou-se um dos principais fatores de superação de desigualdades, de agregação de valor, criação de emprego qualificado e de propagação do bem-estar. Na Sociedade do Conhecimento o que mais vale é o capital humano, os funcionários das empresas conhecem o seu know-how e podem repassar para os demais dentro da empresa. Quando este conceito é projetado para fora das empresas, verifica-se que os indivíduos estão cada vez mais exigentes e em busca de “produtos” que proporcionem algum benefício, que possuam um valor e não

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preço. Isso faz com que o conhecimento seja a principal matéria-prima das empresas. O que deve ficar claro na mente das pessoas é que nos próximos anos o conhecimento será o “carro chefe” para o sucesso, mas não o conhecimento individual somente, mas sim aquele que for compartilhado com a sociedade.

A Sociedade da informação e a exclusão digital Pudemos observar que o fluxo de informações tornou-se o bem mais valioso. O acesso à tecnologia tornou-se prioridade, e os indivíduos que não tem acesso à informação estão marginalizados nesta sociedade, em uma nova modalidade de exclusão social chamada de exclusão digital. O computador, conectado a Internet, é um dos mais importantes elementos dessas novas tecnologias (Carvalho, 2006). Esses excluídos digitais não usufruem do valor crescente do conhecimento para o seu desenvolvimento humano, social e do grupo a que pertence. O uso do computador permitiu mudar a forma de como lidar com a informação. Há novos padrões de velocidade e armazenamento de informações. Lembre-se de como eram feitas suas pesquisas escolares antigamente. Usando livros pouco atuais, copiados ou datilografados em folhas e entregues ao professor. Imagine neste seu curso em EAD se precisasse dispor deste método... Ao digitarmos uma palavra ou frase em sites de busca da internet temos um universo de informações quase que instantaneamente, permitindo um acesso diferenciado de informações, nunca antes imaginado. Porém, é fundamental saber usar este novo meio de pesquisa, evitando cair nas facilidades de cópia de conteúdos. A idéia é usar desta nova fonte de informações para contribuir com a construção do conhecimento e isto só é possível se os conteúdos pesquisados sejam lidos e compreendidos e não apenas recortados da web e colados em seus trabalhos escolares. Veja no último capítulo desta disciplina

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o tópico “Fazendo pesquisas na internet: dicas e cuidados” e saiba como usar adequadamente este veículo de informações. Carvalho (2006) aponta uma analogia bem interessante. Diz a autora que uma pessoa que não tenha acesso a internet, está no mesmo patamar de alguém que não tem televisão em casa.

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Outro autor chamado Gadotti (2000), ao discutir a Sociedade da Informação e Educação, diz que graças às novas tecnologias como a Internet, é possível obter conhecimentos, de forma prática e acessível. Gigantescos volumes de informações permitem a pesquisa e o acesso de maneira muito simples, amigável e flexível. E este usuário de internet pode ser receptor de informações, mas também emissor de informações. Estas informações estão disponíveis em múltiplas mídias e permitem acessar conhecimentos transmitidos não apenas por palavras, mas também por imagens, sons, fotos, vídeos, dentre outros. O autor sinaliza que as novas tecnologias criaram novos espaços do conhecimento, e que além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos, pois cada dia mais pessoas estudam em casa, acessando o ciberespaço da formação e da aprendizagem a distância. Aponta o autor que o acesso à informação é um direito fundamental, pois sem ele não se tem acesso aos outros direitos. A informação está sempre e permanentemente presente e em renovação constante no ciberespaço, rompendo com a idéia de tempo para a aprendizagem. A sociedade do conhecimento se traduz por redes, conectividade, intercâmbio, contatos e interatividade. A sociedade do conhecimento possui múltiplas oportunidades de aprendizagem. As conseqüências para a escola e para a educação em geral são enormes: ensinar a pensar; saber comunicar-se; saber pesquisar; ter raciocínio lógico; fazer sínteses e elaborações teóricas; saber organizar o seu próprio trabalho; ter disciplina para o trabalho; ser independente e autônomo; saber articular o conhecimento com a prática; ser aprendiz autônomo e a distância (Gadotti, 2000, p.8).

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Neste contexto, a escola deixa de ser o espaço onde se “leciona” para ser um espaço onde se promove a “gestão do conhecimento”. Onde o educador é um mediador do conhecimento, e o aluno é o sujeito da sua própria formação, construindo conhecimento. Mas só isto não é suficiente. Barca (2007) ressalta que a escola deve saber orientar seus educandos para formas mais vantajosas de aproveitar as informações que nos cercam, e que equipamentos e Internet de banda larga são apenas ferramentas no processo de inclusão digital, tornando imprescindível ensinar os alunos a transformar dados em informação e informação em conhecimento. Seria o aprender a aprender, já citado em nossos estudos. À construção destes novos conhecimentos estão associados processos de utilização, recombinação e armazenamento de informações sejam elas físicas ou digitais. Esta nova atitude perante a informação e os meios de adquirir conhecimento traz mudanças significativas na vida das pessoas, principalmente daquelas que não nasceram na era digital e que precisam se requalificar sob pena de perder os seus postos de trabalho face às novas formas de execução das tarefas (Fischer apud Barca, 2007). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados sobre usuários de internet. Contou 32,1 milhões de usuários da internet no País, compreendendo a população de 10 ou mais anos de idade que acessou a internet, por meio de microcomputador, pelo menos uma vez, em algum local - residência, trabalho, escola, centro público de acesso pago ou gratuito. A maioria desses usuários é do sexo masculino (16,2 milhões), tem média de idade de 28 anos, 10,7 anos de estudo e rendimento médio mensal familiar per capita de R$ 1 mil. O perfil de quem não utiliza a rede é claramente distinto e, por isso mesmo, merece atenção: mais de 37 anos de idade, entre cinco e seis anos de tempo de estudo e rendimento médio mensal de R$ 333. Diante de tudo o que vimos, não podemos deixar de considerar a importância da universidade e seu papel na Sociedade do Conhecimento, pois o conhecimento é a grande força de produção e mudanças sociais. A EAD com a adoção das novas Tecnologias da Informação e Comunicação pode mudar o modelo vigente e sugerir um modelo organizacional contemporâneo, fomentando as

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redes de cooperação e a criação e disseminação do conhecimento (Todescat e Santos, 2006). Nesta nova sociedade, que busca pela inovação constante, a segurança pode estar na educação, de vez que ela permite a adoção de novas informações e conhecimentos permitindo a mobilidade entre carreiras e organizações. Com isto a universidade passa a ser um espaço cada vez mais adulto e mais instruído.

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A formação universitária tem sido constante buscada visto que os talentos humanos comandam este progresso na nova sociedade e as oportunidades de carreira dependem de uma sólida formação profissional. Todescat e Santos, 2006, em seu estudo “Universidade e a EAD na Sociedade do Conhecimento: Contemporaneidade Organizacional” aponta que a EAD pode colaborar e muito com este novo cenário educacional brasileiro e sua relação coma sociedade do conhecimento. Vejamos alguns dados: • Criação das universidades abertas ou virtuais (que existem em mais de oitenta países) em todos os continentes. • O Brasil tem dimensões continentais e as universidades estão localizadas apenas em grandes centros, dificultando o acesso a estas instituições de ensino; • Novas tecnologias de comunicação e de informação ganham espaços cada vez maiores e oferecem um instrumento eficaz e eficiente para a formação educacional; • EAD tem sido cada vez mais reconhecida como uma modalidade de boa qualidade para atender as exigências de educação ao longo da vida; • Na EAD, distinto do modelo presencial cuja interação ocorre face a face, o espaço não é físico, e sim comunicativo, que propicia o diálogo, a participação, a troca, elementos que possibilitam a aprendizagem colaborativa; • As pesquisas voltam-se preponderantemente para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que propiciem uma nova maneira de aprender e para o desenvolvimento tecnológico, Educação a Distância –

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procurando tornar as ferramentas mais amigáveis, mais didáticas, isto é, desenvolvendo o conhecimento com uma tecnologia acessível. Você obteve aqui muitas informações que puderam colaborar com seu conhecimento sobre esta atual Sociedade da Informação. Procure informações adicionais em sites de busca e participe ativamente das atividades propostas para esta unidade. Persista no rumo da informação, você só tem a ganhar! Bons estudos.

Referências Bibliográficas ALVES, J. R. M., Consolidação da Legislação da Educação a Distância – Leis. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, 2007 – 3. ed. CDU 37.011.001.4 BRASIL. Decreto-lei nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta a EAD no Brasil. ABRAEAD, p. 138, São Paulo: Instituto Monitor, 2006. CASTRO, N. J. O estudo a distância com apoio da Internet. 2002. Disponível em: http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm? Acesso em: 02 jul. 2008. CHIANTIA, F. C. Parecer - Qual o amparo legal para a Educação a Distância no Brasil? 2008. Disponível em: http://www2.abed.org.br/documentos Acesso em: 7 jun. 2008. CHAVES, E. O. C. Tecnologia na Educação, Ensino a Distância e Aprendizagem mediada pela Tecnologia: Conceituação Básica, 1999. Via World Wide Web: http:// www.chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/EAD.htm. Acessado em: 09/06/2008. DEMO, P. Pesquisa e Construção de Conhecimento: Metodologia Científica no Caminho de Habermas. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1994, 125p. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. HAMZE, A. O que é aprendizagem. Via World Wide Web: http://pedagogia.brasilescola.com/trabalho-docente/o-que-e-aprendizagem.htm. Acessado em: 10/06/2008. KURC, S. Histórico do EAD. Via World Wide Web: http://ccvap.incubadora.fapesp. br/portal/coletivo/1-historico-da-ead/. Acessado em: 16/06/2008. MORAN, J. M. O que é educação a distância. Via World Wide Web: http://www. eca.usp.br/prof/moran/dist.htm . Acessado em: 09/06/2008. SILVA, M. R. F. Construção da autonomia do sujeito aprendiz na EAD. Dissertação (Mestrado) – Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná. 93f. Curitiba, 2007.

Referências Midiáticas Imagem 1: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_27zNySxzM7I/TBGgh4FDdII/AAAAAAAABKc/0koBdoZvXa8/s1600/E-learning2.jpg>. Acessado em 04/nov/2010

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Nesta Unidade • Como se desenvolve a aprendizagem............................... 57 • Aprendizagem Ativa...................... 60 • Buscar respostas ou usar as existentes?.................................... 63 • Aprendizagem significativa em EAD............................................... 66 • Aprendizagem colaborativa e cooperativa em EAD................... 69

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ontinuando nossas atividades nesta disciplina, passaremos agora a discutir um pouco sobre aprendizagem. Como você está em um novo processo educacional, mediado por tecnologias, há conceitos que são comuns a qualquer metodologia de ensino, mas há um modo particular de ensinar e aprender quando se trata de EAD. Esta unidade levará você a algumas importantes reflexões sobre este processo e que ajudarão a adotar uma postura ativa diante da aprendizagem. Vamos aos novos conhecimentos.

• Referências Bibliográficas............ 71 • Referências Midiáticas................... 71

Atividades Veja no Guia da Disciplina as atividades propostas para esta unidade.

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Como se desenvolve a aprendizagem Você já parou para pensar como ocorre a nossa aprendizagem? Quais os princípios que regem a nossa aprendizagem? O mundo contemporâneo vive repleto de mudanças, denominadas quebra de paradigmas que, segundo Kuhn (1995), deve ser entendido, como um conhecimento que passa de um estado A para um estado B, culminado na evolução do conhecimento, ou melhor, no progresso da ciência. Unidade 3

A Educação, considerada um dos meios de inclusão social, vive hoje uma destas mudanças de paradigmas, que traz a Educação a Distância como uma modalidade nova de aprendizagem. Nessa modalidade, a aprendizagem se desenvolve mediada por tecnologias de comunicação e informação. Mas, antes de nos voltarmos para essa modalidade de aprendizagem, vamos discutir os princípios básicos da aprendizagem, que se caracterizam, principalmente, pela motivação para aprender e criação de um ambiente ideal para a aprendizagem. A motivação para aprender é definida por Redman (1997) como o desejo de uma pessoa de aprender e, não resta dúvida, de que a vontade da pessoa de se tornar envolvido no aprendizado influencia a conduta de ensino. Logo, concordamos com Chaves (1999) quando este afirma que “a educação pode acontecer através da auto-aprendizagem, isto é, da aprendizagem que não é provocada por nenhum processo de ensino formal, escolarizado, mas que acontece através das interações de uma pessoa com a natureza, com outras pessoas e com o meio cultural em que vive”. Redman (1997) defende que a aprendizagem que assim ocorre é mais significativa e acontece com mais facilidade do que a aprendizagem que decorre de processos formais e deliberados de ensino. Observa-se com essas definições que a aprendizagem pode se desenvolver de fora para dentro, ou seja, quando ocorre por ensino ou de dentro para fora, quando ocorre por auto-aprendizagem (CHAVES, 2003). Independentemente de como se desenvolve, deve haver a motivação para aprender.

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Segundo Redman (1997), a motivação é uma força que age sobre ou dentro da pessoa, podendo resultar de um motivo social, da tarefa ou físico. Os motivos sociais como necessidade de ligação, aprovação social ou auto-estima, acontecem quando as pessoas procuram outras com as quais podem comparar opiniões, capacidades e emoções. Por exemplo, pais recentes procuram técnicas de paternidade/ maternidade com pessoas as quais se identificam como modelos de função em seu ambiente social, tais como os avós. . Os motivos de domínio de tarefa baseiam-se em necessidades, como a realização e competência. Por exemplo, um adolescente com diabetes começa a testar seu nível de glicemia e tomar decisões quanto às dosagens de insulina na preparação para sair de casa frente às atividades programadas para aquele dia. A capacidade de controlar com sucesso o diabetes proporciona a motivação para dominar a tarefa. Os motivos físicos caracterizam-se pelo reconhecimento de um problema e a capacidade de tomada de decisões críticas que resultam em estímulos para a aprendizagem. Por exemplo, um adulto jovem que por um acidente automobilístico compromete seu modo de andar e necessitará do auxílio de uma bengala previsto para o resto da vida. Observa-se que a alteração física do andar será o motivo para a aprendizagem do uso da bengala, ou melhor, o reconhecimento de um problema físico neste caso, necessário à sobrevida, será um estímulo forte para a aprendizagem. Percebe-se que em todos os motivos apresentados, a aprendizagem é facilitada quando a pessoa tem uma participação ativa, ou melhor, quando está ativamente envolvida no ensino por meio de suas próprias motivações sejam elas sociais, de domínio de tarefa ou físicas. Portanto, quando nos referimos a aprendizagem mediada por tecnologias de comunicação e informação, estamos nos atendo ao uso destas tecnologias para ensinar, o que pode ser feito a distância, bem como a possibilidade que estas tecnologias oferecem ao criar ambientes favoráveis de aprendizagem, desde que a pessoa esteja motivada e interessada em aprender.

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A literatura defende que a grande vantagem do uso destas tecnologias de informação esta nas condições de utilização do tempo que, segundo Oliveira (2003) podem ser ajustadas aos interesses, demandas e possibilidades individuais; ao mesmo tempo, “as possibilidades dos ambientes digitais garantem a construção de novos espaços e tempos de interação com a informação/conhecimento e de comunicação social” (Kenski, 2002, p.257).

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Além desta grande vantagem, a aprendizagem nesta modalidade oferece um ambiente de aprendizagem com estratégias diversas que favorece uma comunicação efetiva, para isso, é necessário que o aprendiz participe das interações solicitadas entre o tutor e os participantes. Mas, antes, fique atento a algumas considerações importantes para facilitar sua aprendizagem: Crie um ambiente que o ajude a concentrar-se na tarefa de aprendizagem oferecida pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem. Opte por um ambiente tranqüilo durante suas interações, propiciando privacidade. Estabeleça mecanismos que facilitem a concentração e a atençaõ durante a interação, caracterizando um estado mental que lhe possibilite focalizar e compreender o que está estudando.

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Aprendizagem Ativa “Se quiser ir a alguma outra parte, tem que correr no mínimo duas vezes mais rápido” (Alice no país das maravilhas)

Você, caro aluno, deve estar se perguntando sobre o que é aprendizagem afinal. Mais do que isso, o que será que podemos entender como aprendizagem ativa. E por que devemos correr duas vezes mais rápido? Porque não basta correr como os outros, é preciso equiparmo-nos dos melhores meios de corrida. Em nosso caso a tecnologia. Ao longo das páginas seguintes, quando estivermos falando em aprendizagem, teremos em mente sempre a velocidade da aprendizagem por meio da EAD. Aprender segundo teóricos da educação da linha construtivista significa o comprometimento do aprendiz com seu processo de aprendizagem – ou seja, o conhecimento é CONSTRUÍDO. Não vem pronto, depende que acionemos aquilo que já sabemos para confrontar com novas visões de mundo e assim podermos nos dizer sujeitos de nossa aprendizagem. Em princípio, toda atividade de aprendizagem deve ser ativa porque pressupõe a interação do sujeito aprendiz com os conteúdos de aprendizagem, quem se coloca passivamente diante de uma situação de ensino-aprendizagem não aprende, torna-se mero reprodutor do saber alheio. Um exemplo disso é o do assistente de chefe de cozinha que só observa e jamais se dispõe a tentar cozinhar: sabe tudo na “teoria”, mas no vamos ver da prática deixa a desejar porque não se permitiu aprender ativamente. A interação do sujeito aprendiz com o que deve conhecer é mediada por um professor. Isso ocorre em qualquer situação de aprendizagem, seja na sala de aula seja na educação a distância. O que, entretanto, irá diferenciar essas duas modalidades é que pelo distanciamento entre professor-aluno, pela flexibilidade de tempo e pela necessária autonomia, o estudante do EAD precisa, mais do que os estudantes do ensino presencial, encarar ativamente sua aprendizagem. Ela se torna, para ele, um desafio maior e também

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mais saboroso, afinal o aluno (você que lê este material didático) é o principal agente desse processo. Para que fique mais claro, vamos discutir com um pouco mais de detalhes alguns aspectos. Você certamente já se defrontou, ao longo de sua vida com inúmeras atividades de aprendizagem, já deve ter ouvido também frases do tipo: “estou aprendendo inglês”; “estou aprendendo a dirigir”; “aprendi a fazer uma macarronada muito gostosa”; “entrei em um curso de informática para aprender a ‘mexer’ no computador”. Será que todas essas aprendizagens baseiam-se nos mesmos pressupostos? Unidade 3

Em parte sim, pois envolvem a pré-disposição daquele que está aprendendo para que, por meio de seus esforços pessoais e de sua dedicação atinja objetivos: falar inglês, cozinhar, dirigir, etc. Por outro lado, alguns saberes dentre os mencionados acima têm aplicabilidade imediata na vida prática, enquanto outros terão utilidade com o passar do tempo porque dizem respeito à formação do indivíduo, à sua atuação profissional. É o caso, por exemplo, do inglês. De todo modo se não houver uma atitude investigativa e crítica diante dos conteúdos estudados, dificilmente eles se tornaram úteis, seja no preparo da macarronada, seja na conversa em inglês. Você já deve estar percebendo a razão dessa insistência: a aprendizagem repudia a comodidade; estudar é aceitar desafios, encarar as dificuldades como algo a ser superado; aprender é perceber que o caminho é árduo, mas os retornos são certos e isso porque o aluno, o aprendiz, não conta apenas consigo, mas conta com os recursos que têm em mãos para estudar: seja o livro de receitas, seja o livro de inglês dos nossos exemplos. Isso não é tudo: o aluno, no caso dos conhecimentos escolares conta com o apoio, a mediação, a disponibilidade de socialização do saber do professor. É por meio desse agente da aprendizagem que o árduo caminho do saber fica mais instigante: o papel do professor não é fazer você aprender, mas é mostrar como você pode aprender seguindo distintos caminhos. A aprendizagem deve estar calcada, por isso, na solução de problemas. Deve despertar uma necessidade de enfrentamento de

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uma situação com vistas ao atendimento de metas. Você já havia pensado nisso? Pensado que o avanço sistemático dos saberes envolve uma postura de “solucionador de problemas”? Pois é, imagine você, caro aluno, que se os cientistas não se propusessem a solucionar problemas, a ciência pouco ou nada teria avançado, porque é a partir do momento que nos colocamos em posição de resolver situações que o conhecimento pode se acumular. Em resumo: para aprender bem é preciso, é urgente que o aluno saiba, como afirma o estudioso da educação Juan Pozo (1998, p.10), “APRENDER A APRENDER”.

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Buscar respostas ou usar as existentes? Um processo educativo eficiente é aquele em que os alunos são incentivados a “encontrar por si mesmos respostas às perguntas que os inquietam ou que precisam responder, ao invés de esperar uma resposta já elaborada por outros e transmitida pelo livro-texto ou professor” (POZO, op. cit.).

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Vejamos aqui uma conclusão interessante que pode ser enunciada a partir da citação acima: não basta apenas aprender a resolver problemas, mas é preciso, num processo educativo, que os alunos sejam capazes de propor problemas para si mesmos, de modo a transformar a realidade ao seu redor em algo que mereça ser questionado e estudado. Você consegue, caro aluno, perceber a importância disso? São duas dimensões que compõem a aprendizagem ativa: em primeiro lugar a noção de que as situações de aprendizagem se colocam como problemas a ser resolvidos; num segundo momento, as situações de aprendizagem promovem a competência do aluno para que ele mesmo se questione sobre sua realidade, sobre os conteúdos disciplinares, formule problemas e parta em busca de respostas para eles, o que significa que o aluno está aprendendo também a ser autônomo. Como diz Pozo: A aprendizagem da solução de problemas somente se transformará em autônoma e espontânea se transportada para o âmbito do cotidiano, se for gerada no aluno a atitude de procurar respostas para suas perguntas/problemas, se ele se habituar a questionar-se ao invés de receber somente respostas elaboradas pelos outros, seja livro-texto, professor, ou televisão. O verdadeiro objetivo final da aprendizagem da solução de problemas é fazer com que o aluno adquira o hábito de propor-se problemas e de resolvê-los como forma de aprender (POZO, 1998, p.15, grifos nossos).

Bem, parece que essas idéias já estão mais claras agora. Você, caro aluno, já deve estar começando a entender o grande papel que

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o seu empenho e a sua dedicação terão na construção de sua aprendizagem ativa. Podemos dizer isso, também de um outro modo. Pense, por exemplo, na administração do tempo para os estudos, na priorização de tarefas em detrimento de outras, nas horas de leitura, nas reflexões que os textos estudos, este texto inclusive, obrigam-no a fazer... Pensou? Agora perceba que a aprendizagem ativa, a aprendizagem por Solução de Problemas torna você o gerenciador de sua aprendizagem, você é o gestor das suas tarefas e como bom gestor dependerá de outros elementos do sistema de aprendizagem para ter êxito: (I) o estudo aprofundado, a pesquisa, a autonomia para aprender a aprender e (II) precisará contar com a ajuda de seu professor. Para solucionar um problema você depende, portanto, de si, do material de apoio, do professor e, por fim, deve saber sempre que a solução de um problema requer a utilização de estratégias e técnicas já conhecidas aliadas a outras, recém-descobertas. Aprender é ir em frente, sempre! A seguir são apresentadas técnicas que podem ajudá-lo a solucionar problemas e alguns procedimentos de solução de problemas. Estas são expostas por Pozo (1998, p.25):

Entendendo um problema Perguntas que podem ser feitas:

1. Existe alguma palavra ou parte da proposição que não entendo? 2. O problema é difícil? Por quê? 3. Qual é a meta para resolvê-lo? 4. De que dados eu disponho? Sei onde pesquisar? Consigo pensar em outros problemas semelhantes que já resolvi? 5. Posso explicar para outras pessoas no que consiste o problema? 6. Posso dar exemplos? 7. Posso generalizar?

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O que posso fazer: 1. Realizar tentativas de solução. 2. Realizar leituras. 3. Dividir o problema sem subproblemas. 4. Estabelecer submetas.

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Pelo exposto acima, você deve ter notado a importância de agir. A ação levará você à construção sólida e de qualidade de sua aprendizagem. A ação em prol da solução de problemas tornará a sua aprendizagem significativa.

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Aprendizagem significativa em EAD Qual será a diferença entre aprendizagem significativa e aprendizagem ativa? Até agora nós estivemos falando da aprendizagem ativa, ou seja, da importância do envolvimento do aprendiz no processo de aprendizagem e na importância da formulação/solução de problemas. O que será necessário, então, para que a aprendizagem se torne significativa? Vamos ver se um exemplo nos ajuda a compreender melhor... Vamos supor que um professor queira ensinar crianças de uma escola a usarem o computador. São comprados computadores, suplementos, mobiliário, enfim, a escola recebe a instalação de um completo e complexo laboratório de informática. Os alunos se defrontam com problemas como: o que é um computador, para que ele serve, como pode ajudar nossas vidas, etc... todos estão empolgados. A aprendizagem ativa está em processo, todos querem solucionar problemas, aprender a aprender, mas, por uma razão muito simples a aprendizagem ativa, a postura inquiridora dos alunos e a empolgação do professor não podem se transformar em aprendizagem significativa: a escola, muito pobre, não possui energia elétrica! A realidade é um problema a ser solucionado, ter computador para quem não tem sequer energia elétrica não é solução, não possibilita nenhum aprendizado significativo. Como lidar com essa situação? Em primeiro lugar é preciso dar meios de infra-estrutura para que os alunos da escola possam ter computador, a partir daí faz sentido utilizá-lo em na aprendizagem, a partir daí a aprendizagem pode se tornar significativa. De um modo geral podemos chamar de aprendizagem significativa aquela que faz sentido para os alunos, nem algo muito distante (como o computador na escola mencionada acima), nem algo muito banal que não mereça uma atitude investigativa. E no caso da EAD? Como construir uma aprendizagem significativa? Bem, depois das unidades anteriores você, aluno, já deve ter notado as especificidades e vantagens da EAD, porém nada disso,

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por si só, garante que sua aprendizagem na modalidade a distância de ensino seja significativa. Para que isso ocorra é fundamental que os problemas formulados/enfrentados digam respeito a situações condizentes com a realidade prática da profissão que você escolheu.

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Por exemplo, um curso de Banco de Dados não deve apresentar problemas concernentes ao uso da linguagem jornalística na programação de algoritmos, não porque não possa fazer isso, porém porque isso não faz sentido na realidade “Banco de Dados”. De igual modo, um curso de Comunicação Institucional não deve propor ao aluno problemas concernentes a Banco de Dados numéricos porque isso diz pouco aos profissionais dessa área. Assim, a aprendizagem significativa pressupõe que o conteúdo a ser aprendido faça sentido no contexto vivenciado pelo aluno. Mas isso ainda não é tudo! A aprendizagem se torna significativa de fato quando o aluno percebe o sentido dela própria. Em que medida isso ocorre? Na EAD, a aprendizagem se torna significativa quando avançam os conhecimentos sobre o curso freqüentado pelo aluno e quando o aluno vai se apropriando dos riquíssimos recursos da tecnologia para mediar sua aprendizagem; quando ele passa a dominar a tecnologia como linguagem, como meio de comunicar-se com outros colegas, com seu tutor, com conhecimentos que não têm fronteira de tempo e espaço. Assim sendo, uma aprendizagem significativa parte da postura ativa diante do que deve ser aprendido/ apreendido e se desdobra em conhecimentos específicos da área em que você, caro aluno, atuará, quando se formar bem como em conhecimentos relativos ao mundo virtual, à tecnologia e aos saberes múltiplos e variados que ela proporciona. Mais ainda: a sua aprendizagem terá se tornado significativa quando você perceber que mais do que ferramenta, o domínio da tecnologia pode ser fim, ou seja, pode proporcionar ganhos em termos de qualificação profissional e atualização com o que há de mais moderno na profissão em que atuará. Por isso, para construir uma aprendizagem significativa na modalidade EAD não basta atuar ativamente em relação à sua aprendizagem, mas é preciso que você a perceba como algo signi-

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ficativo em sua futura vida profissional, em sua vida cotidiana, em sua vida como cidadão. Os problemas serão reais, dirão respeito a situações em que você efetivamente deve saber acionar o que aprendeu para resolvê-los. Se assim for, se você puder fazer isso, então sua aprendizagem na modalidade EAD é significativa. É significativa também se não for feita por você isoladamente, afinal nós não somos ilhas! Precisamos da cooperação e da colaboração para nos constituirmos como sujeitos.

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Aprendizagem colaborativa e cooperativa em EAD Uma das características da EAD, como você já notou pela exposição das unidades anteriores, é a possibilidade de construção de conhecimentos em colaboração e cooperação com os colegas. Por que isso acontece?

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A concepção da EAD pressupõe troca e partilhamento de experiências de aprendizagem: os fóruns, chats, wikis, glossários são mecanismos de ensino-aprendizagem voltados para a construção coletiva dos saberes. Mais do que isso: São instrumentos de colaboração, de cooperação que permitem, na perspectiva da solução de problemas, a troca de vivências e de informações, a validação ou não de hipóteses sobre os caminhos para a solução destes diferentes problemas. Essa socialização de experiências e saberes permite também a socialização de dúvidas, de angústias em relação às dificuldades encontradas, de modo que os erros deixam de ser encarados como algo que jamais poderia acontecer e passam a ser encarados como algo que impulsiona a revisão de preceitos e os progressos nos estudos; como todos erram, a atitude colaborativa viabilizada pela estruturação da EAD favorece a capacidade de cada aluno para explicitar seus questionamentos, pontuando suas dificuldades ao mesmo tempo que aprendem a ouvir as dificuldades dos colegas. O conhecimento é visto como troca. A postura ativa mencionada acima se efetiva nesse processo de cooperação entre os alunos, processo este mediado pelo tutor que vai incentivá-los a engajar-se nos estudos. A atitude cooperativa/colaborativa também favorece o desenvolvimento de critérios de avaliação por parte de cada aluno de modo que não só você será capaz de avaliar o que seus colegas fazem, mas, principalmente, aprenderá a se auto-avaliar e aceitar o fato de ser avaliado não como crítica ao que faz, mas como mecanismo crucial para o que deve fazer. Toda atitude cooperativa e colaborativa favorece a tranqüilidade no processo de aprendizagem, favorece o planejamento

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das ações, a revisão de metas, permite o contato, a troca. Encare, pois, os seus colegas como parceiros, aqueles que, como você, estão aprendendo a desenvolver espírito crítico, estão aprendendo a ousar, estão perdendo a postura ingênua e passiva diante dos estudos. Seus colegas de turma são sua equipe e a meta final é o aprendizado de todos; o crescimento de todos; o ingresso de grandes profissionais no mercado de trabalho. A atitude colaborativa e cooperativa em EAD favorece o desenvolvimento de relações sociais, a mediação de conflitos de ordem interna e com outros colegas do grupo, a postura séria em relação a crenças e ideais. Capacidade de metacomunicação e de análise de funcionamento de grupos de tarefas, desenvolvimento de liderança. Você ainda não havia pensado nisso tudo, não é mesmo? Pois é, estudar é descobrir o mundo e o objetivo maior da EAD/ UNAERP é colocar o mundo ao seu alcance: a o alcance do seu saber, como desafio aos seus conhecimentos e como certeza de uma formação sólida o bastante para que você se considere um ótimo profissional e flexível o suficiente para que você saiba que no mundo de hoje tudo muda velozmente, o velho e o novo precisam reinventar-se e podem e devem ser reinventados por você, pela tecnologia da qual você irá se apropriar e pelos vínculos humanos que seu curso EAD/UNAERP vai possibilitar que construa. Para terminar uma citação emblemática: “Muitos acordarão um dia com a transformação já feita sem que tenham atentado para o processo construtivo. Olharão tudo com ar de espanto.” (Lauro de Oliveira Lima, 1971, p.62 apud: BENAKOUCHE, 2000.)

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Referências Bibliográficas BENAKOUCHE, T. EAD: solução ou problema? In: GT Educação e Sociedade/ XXIV Encontro da ANPOCS. Petrópolis, 2000. CHAVES, E. O. C. Tecnologia na Educação, Ensino a Distância, e Aprendizagem Mediada pela Tecnologia: Conceituação Básica. 1999. Disponível em: http:// www.chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/EAD.htm. Acesso em: 05 jun. 2008. KENSKI, Vani M. Processos de interação e comunicação mediados pelas tecnologias. In: ROSA, D., SOUZA, V. (Orgs.). Didática e práticas de ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares formativos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 1995. Unidade 3

LIMA, L. de O. Mutações em Educação segundo Mc Luhan. Petrópolis (RJ), Vozes, 1998, 22a. edição (1a. edição de 1971). NISKIER, A. Educação à Distância. A tecnologia da esperança. São Paulo, Edições Loyola, 1999. OLIVEIRA, G. P. O. Educação à distância mediada por tecnologias de informação/comunicação: uma proposta para a pesquisa em ambientes virtuais. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 2003. Disponível em: http://www.moodle.ufba.br/file.php/8818/BIBLIOTECA/Educacaoadistanciamediadaportecnologias.pdf. Acesso em 19 jun. 2008. PAIVA, V. Desmistificação das Profissões: quando as competências reais moldam as formas de inserção no mundo do trabalho. In: Contemporaneidade e Educação (Revista Semestral Temática de Ciências Sociais e Educação. Tema central: Qualificação e Informalidade. Org.: Luís Antônio Machado da Silva), Rio de Janeiro, ano II, no.1, maio 1997, p. 117-134. PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999. POSTMAN, Neil. Tecnopólio. A rendição da cultura à tecnologia. São Paulo, Nobel, 1994. POZO, J.I. ET al. A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998. REDMAN, B. K. The practice of patient education. 8ª ed., St. Louis: Mosby, 1997. SOUZA, Renato Rocha. Aprendizagem Colaborativa em Comunidades Virtuais. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção), Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, UFSC, Florianópolis, 2000, 94 p.

Referências Midiáticas Imagem 1: Disponível em: <http://www.milcopiaserecargas.com.br/v2/wp-content/ uploads/2009/11/internet.jpg>. Acessado em 04/nov/2010

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Nesta Unidade • Avaliação como elemento motivador de aprendizagem...... 73 • A Avaliação como fase do processo de aprendizagem... 77 • A auto-avaliação e o planejamento de aprendizagem.................................. 80 • A métrica da avaliação da aprendizagem (notas, regras) .... 82

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ste espaço será muito importante para a ampliação de nossos conhecimentos em EAD. Vamos tratar aqui sobre avaliação. Nossa idéia é tratar deste assunto de forma mais ampla e abrangente, e não só do processo de avaliação (aquele velho conhecido) dominado pelo professor. Ao final da leitura deste capítulo você terá oportunidade de observar o quanto a avaliação é importante para o seu processo de aquisição de conhecimento e competências. Avalie!

• Referências Bibliográficas............ 86 • Referências Midiáticas................... 86 Atividades Veja no Guia da Disciplina as atividades propostas para esta unidade.

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Avaliação como elemento motivador de aprendizagem

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Experimentamos diariamente a necessidade de avaliar! Ora avaliamos situações ligadas a nós mesmos, ora avaliamos circunstâncias relacionadas ao outro. A avaliação se apresenta, cotidianamente, como um instrumento que nos permite rever e revisar os objetivos que traçamos ou vivenciamos. Como ocorre freqüentemente em nossas vidas quando temos que avaliar pessoas, fatos e situações. Nesse contexto, deixar nossos valores e princípios próprios para avaliarmos, torna-se algo difícil, sofrido e há necessidade de nortearmo-nos. Isso ocorre porque quando avaliamos estamos julgando uma determinada realidade, ação ou postura de outra pessoa, em outro contexto e despir-se de nossos valores, princípios e realizar uma avaliação imparcial requer o conhecimento de critérios definidos, previamente ou concomitantemente, em relação à determinada prática ou circunstância julgada. Bem, antes de qualquer tomada de decisão é bom que tenhamos clara a definição de avaliação, não acha? Já parou para pensar o que quer dizer avaliar? No dicionário Aurélio, de acordo com Ferreira (1986), significa determinar a valia ou o valor de; apreciar ou estimar o merecimento de; determinar a valia ou valor, o preço, o merecimento, calcular, estimar; fazer a apreciação, ajuizar. Para autores como Amorim (2006), avaliar é ato cotidiano que também pode ser definido como medir. Antes de avaliar, Medel (2007) enfatiza a importância de se pensar sobre algumas questões que estão envolvidas no processo de avaliação como: Quem julga? Por que e para que se julga? Quais os aspectos da realidade a serem julgados? Quais os critérios e em que se baseiam? A partir dessas interrogações, temos de considerar a avaliação da aprendizagem, nosso motivo por estarmos falando deste assunto. Conforme salienta Monteiro (2007), avaliação da aprendizagem envolve filosofia de vida, sentido e posicionamento político, auto-estima, além de respeito à vivência e cultura de cada indivíduo. Ao avaliar encaramos um processo que deve respeitar as crenças, percepções, ideologias, posições, práticas e escolhas que informam

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os critérios que nortearam o julgamento da realidade avaliada. Desta forma, quando avaliamos temos que levar em conta três elementos: a realidade ou prática julgada, os padrões de referência de onde originaram os critérios de julgamento e o juízo de valor (DIAS SOBRINHO, 2003). Na educação, a avaliação da aprendizagem dos alunos não deve contemplar apenas elementos técnicos em seu processo, e sim, associar julgamentos de valor sobre o aluno e a prática docente em busca de um desempenho satisfatório do aluno, numa dinâmica onde, conforme salienta Freire (1998), ambos consigam avaliar a prática educativa. Com a avaliação torna-se possível verificar se os objetivos do curso foram alcançados e se as estratégias adotadas para a sua execução foram adequadas. Demo (1998) comenta que como prática educacional, a avaliação deve ser uma situação capaz de fornecer informação sobre o esforço do aluno durante seu desenvolvimento como sujeito de seu processo ensino-aprendizagem. Nesse cenário, deve ser elemento imprescindível do Projeto Político Pedagógico do curso, fundamentando-se na autonomia e cooperação dos atores envolvidos. Assim, a concepção pedagógica do curso determinará se a avaliação será tradicional ou inovadora. Na educação a distância esta avaliação ainda apresenta maior complexidade, pois teremos de romper paradigmas e re-estruturar novas formas de avaliar que atendam às dinâmicas da vida contemporânea. Nesta modalidade, a avaliação vem sendo repensada, sofrendo diversos ajustes e, nesse sentido, Reis (2005) comenta que “ao se incorporarem recentes recursos tecnológicos à forma de ensinar, foi preciso repensar a maneira de avaliar o processo de ensino aprendizagem, escolhendo e elaborando métodos e instrumentos que melhor atendessem à nova proposta”. Hack (2000) assinala que “a avaliação dos alunos nos cursos a distância precisa acompanhar as evoluções, se tornando um componente constante, em todo o processo ensino-aprendizagem”. Em cursos a distância é necessário que o aluno e professor consigam acompanhar o aprendizado. É preciso que você, aluno, participe, interaja, questione e sugira sobre o desenvolvimento de seu processo ensino aprendizagem!

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Quando entendida multiprofissionalmente, Santos (2008) ressalta que a avaliação tem papel importante, pois possibilita a produção de questionamentos, reflexões éticas e construção de sentidos, além de fornecer subsídios para a tomada de decisões por parte dos elementos envolvidos no processo devendo, “[...] ser vista como a promoção da educação através da promoção da aprendizagem, desenvolvimento do aluno e do ensino do professor, da melhoria da qualidade do currículo e o controle e melhoria da qualidade do sistema educacional”.

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Muito embora a avaliação seja um critério sempre exigido para garantir a confiabilidade do processo educacional, ela é um tanto questionada quando se fala dos métodos utilizados. Muito dificilmente se alcança a segurança necessária para se garantir que o processo avaliativo surtiu o efeito desejado, ou seja, ser um processo integrado à aprendizagem. A avaliação, como fim maior, deve funcionar como elemento motivador e incentivador da aprendizagem, e, portanto, centralizada no progresso do aprendente, e não como um conjunto de provas e ou trabalhos, realizados em datas previamente estipuladas e que servem para aprovar ou reprovar o aluno. Reforçando esta questão, KRAEMER (2005), sinaliza que há problemas quando se estabelece o foco nas provas. Diz o autor que estas comumente são utilizadas como objeto de pressão psicológica, sob pretexto de serem um ‘elemento motivador da aprendizagem’, e diz ser comum ver professores utilizando ameaças como “Estudem! Caso contrário, vocês poderão se dar mal no dia da prova!” ou “Fiquem quietos! Prestem atenção! O dia da prova vem aí e vocês verão o que vai acontecer...” . O autor alerta que assim as provas são utilizadas como um fator negativo de motivação, e os alunos estudam pela ameaça da prova, não pelo que a aprendizagem pode lhes trazer de proveitoso e prazeroso. Quando a avaliação estabelece seu foco na obtenção de competências, a avaliação deixa de ser somente um objeto de certificação da consecução de objetivos, mas também se torna instrumento de diagnóstico e acompanhamento do processo de aprendizagem.

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Após a apresentação desses pontos centrais no processo de avaliação fica o convite para refletirmos, juntos, a respeito do processo ensino-aprendizagem aplicado no curso que realiza e que tenha consciência da importância de sua avaliação considerando seu conhecimento, sua bagagem, seus princípios e valores, buscando outras ponderações nessa nova trajetória. Sigamos com nossos estudos!

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A Avaliação como fase do processo de aprendizagem Como vimos, os métodos de avaliação ocupam, sem dúvida, espaço relevante no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao processo de ensino-aprendizagem. Avaliar, não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas.

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Kraemer (2005) citando Oliveira (2003) assinala que as avaliações devem representam os instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo em que forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina – mas não somente -, à medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as condições individuais do aluno, sempre que possível. A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informando as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes. A avaliação procura sempre, no processo de ensino-aprendizagem, um caminho a seguir entre um ponto de partida e um ponto de chegada, naturalmente que é necessário verificar se o desenvolvimento do processo atende ao objetivo traçado, se alguns pararam por não saber o caminho ou por terem enveredado por um desvio errado. Desta forma, a avaliação vai demonstrar conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, que etapas do ensino já atingiram num determinado ponto do percurso e que dificuldades estão a revelar. Esta informação é necessária ao professor para procurar meios e estratégias que possam ajudar os alunos a resolver essas dificuldades e é necessária aos alunos para se aperceberem delas (não podem os alunos identificar claramente as suas próprias dificuldades num campo que desconhecem) e tentarem ultrapassá-las

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com a ajuda do professor e com o próprio esforço. A avaliação proporciona um apoio durante o desenvolvimento do processo, contribuindo para a obtenção dos resultados de aprendizagem. A avaliação possui três grandes funções: diagnosticar, verificar e apreciar. • A avaliação diagnóstica: é utilizada para determinar o nível atual de conhecimento do aluno, identificar as lacunas em habilidades e necessidades. Ajuda o professor a conhecer o aluno. Para Miras e Solé (1986, P. 381) a avaliação diagnóstica é a que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino-aprendizagem. • A avaliação formativa: verifica se o aluno está atingindo gradativamente os objetivos previstos sob forma de conceitos, habilidades e atitudes. A finalidade deste modelo de avaliação é recolher subsídios que revelem para alunos e professores os pontos positivos e negativos do processo ensino-aprendizagem. Com as informações geradas nessa avaliação o professor pode regular melhor a sua ação pedagógica e o aluno poderá tomar consciência das suas dificuldades, administrarem melhor seu tempo e possivelmente corrigir os seus próprios erros durante o curso. Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar correção e recuperação. • A avaliação somativa: tem função classificatória e seu objetivo é atribuir uma nota definitiva, tendo por base os níveis de aproveitamento que foram anteriormente estabelecidos. Segundo Miras e Solé (1996, p. 378) determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada. A avaliação formativa, recebendo colaboração da avaliação

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somativa, é a mais utilizada em EAD, por que ela permite um olhar contínuo da participação do aluno em ensino-aprendizagem. Possibilitando assim, uma ação informativa e reguladora para os envolvidos no processo. Esta avaliação contínua e abrangente é fundamental para atingir melhorias significativas na qualidade das ações em EAD e para a resolução de problemas.

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A auto-avaliação e o planejamento de aprendizagem Continuando nosso assunto avaliação, trataremos agora do processo de auto-avaliação no processo de aprendizagem. Este processo pode ser um pouco mais complicado à primeira vista, pois no processo de aprendizagem esta incumbência sempre acaba centralizada no professor. Porém, como nosso objetivo é o desenvolvimento de competências, faz-se necessário um trabalho conjunto nesta tarefa. O docente de posse de alguns dados contribui com a avaliação do aluno, porém a avaliação do próprio aluno é o elemento fundamental do processo. A avaliação é a parte mais importante de todo o processo de ensino-aprendizagem. Kraemer (2005) cita Bevenutti (2002) que diz que avaliar é mediar o processo ensino-aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos. A avaliação dos alunos implica na consideração ao seu ritmo próprio e a sua auto-avaliação. Este deve ser um processo contínuo e, portanto, em vários momentos. A avaliação do aluno abrange as avaliações individuais escritas e presenciais; avaliação individual feita pelo tutor, sob os aspectos da aprendizagem, da motivação e do empenho do aluno; avaliação das atividades de grupo feitas pelo tutor; auto-avaliação, feita pelo aluno, ao final de cada unidade do programa, para possibilitar-lhe o conhecimento do seu próprio desenvolvimento. A autonomia dada ao aluno pode ser entendida, também, como uma forma de lhe possibilitar a construção do conhecimento e da cidadania, individual e coletivamente. Uma forma de fazer a auto-avaliação é o aluno ser incentivado a colecionar, o registro de suas reflexões e impressões sobre a disciplina ou curso, opiniões, dúvidas, dificuldades, reações aos conteúdos e aos textos indicados, às técnicas de ensino, sentimentos, situações vividas nas relações interpessoais e outros aspectos. No momento devido, todo esse material colecionado poderá oferecer subsídios para a avaliação do aluno, do professor, dos conteúdos

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e das metodologias de ensino, assim como para estimar o impacto da disciplina, curso ou programa educacional.

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Nessa perspectiva, percebe-se que a avaliação do aluno está em perfeita consonância com princípios da abordagem construtivista, tais como: o conhecimento é construído; a construção do conhecimento se efetiva por meio de experiência vivida pelo próprio aluno; o contexto cultural e social em que a experiência se processa é que determina a forma como o conhecimento é construído. Na visão construtivista, o conhecimento construído reflete a realidade da perspectiva do aluno que o construiu, ou seja, o conhecimento provém da atividade do aprendiz e tem se construído em relação com a sua ação e sua experiência do mundo (Clancey, 1991). Temos então que, se os alunos ocupam diferentes contextos, os saberes por eles construídos resultam de processos de aprendizagem diferentes. Sendo assim, não haveria conhecimento homogêneo e, portanto, a avaliação não pode se basear em padrões pré-estabelecidos. É necessário planejamento para uma avaliação eficaz sem fiscalização excessiva ou respostas pré-estabelecidas. A avaliação é parte do jogo pedagógico do ir e vir, fazer e refazer em busca da construção do conhecimento. Em síntese, sob o ponto de vista da organização e gestão do ensino na modalidade de EAD, a avaliação é um processo amplo que envolve a verificação contínua da aprendizagem dos alunos.

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A métrica da avaliação da aprendizagem (notas, regras) Caros alunos, as regras e/ou critérios a serem utilizados na avaliação de aprendizagem em EAD obedecem a uma legislação específica e merecem olhares atentos! O convite para você é para integrar-se a esse movimento de revisão e atuação! As definições sobre as avaliações são de extrema importância durante o planejamento de um curso, pois a avaliação dimensiona se os objetivos do curso foram alcançados e se as estratégias adotadas foram apropriadas, podendo ser adotadas a do tipo diagnóstica, somativa e formativa, conforme já discutido anteriormente nessa Unidade. Para Esteban (1999, p. 22) “a avaliação é compreendida como um processo de investigação, tanto do aluno como dos professores, da equipe envolvida e da Instituição, no sentido de que “avaliar é interrogar e interrogar-se”. A partir dessa concepção de avaliação, o aprendizagem do aluno deve ser o foco, priorizando a avaliação formativa, que é realizada ao longo do processo ensino-aprendizagem. A avaliação formativa, para Perrenoud (1999), é “toda prática de avaliação contínua que pretende melhorar as aprendizagens em curso, contribuindo para o acompanhamento e orientação dos alunos durante todo o seu processo de formação. È formativa toda a avaliação que ajuda o aluno a aprender e se desenvolver, que participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo”.

Esse tipo de avaliação caracteriza-se por ter um movimento contínuo que aponta reorganizações e correções no processo de desempenho do aluno, orientando a intervenção, o planejamento e as estratégias do professor. Na modalidade a distância, respeita-se o processo de construção do conhecimento e o tempo do aluno, assim sugere-se metodologias que privilegiam e incentivam a descoberta e a busca de conhecimentos. Essa busca, quando respaldadas pelas tecnologias, é facilitada pelo acesso às informações disponíveis na web e ainda pelas possibilidades de comunicação síncronas e assín-

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cronas, as quais visam à interação interpessoal, a troca de experiências e informações favorecendo a ampliação do conhecimento por meio da ajuda do coletivo. Nesse contexto, há uma variedade de instrumentos de avaliação que podem ser utilizados em EAD, porém os mais comumente usados, de acordo com Amorim (2006) são: • Discussões: realizados para promover a discussão de temas específicos do curso. Essas discussões podem ser realizadas de 3 formas:

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a. Fórum: discussão assíncrona, conduzida pelos formadores, que incentivam as trocas de idéias e experiências. Favorece a reflexão e a elaboração das participações, possibilitando maior qualidade e aprofundamento no conteúdo estudado e discutido; b. S eminário Virtual: semelhante à atividade Fórum, no entanto, nesta modalidade um ou dois grupos ficam responsáveis por propor as questões a serem discutidas, conduzir as discussões do fórum, fazer uma análise e avaliar a participação dos colegas; c. Bate-Papo (chat): discussão síncrona que gera participações curtas e pouco elaboradas, contudo, possibilita aumentar a proximidade entre os participantes do curso, contribuindo para aumentar a colaboração entre eles; • Portfólio: onde todo processo pode ser comentado pelos formadores e aprendizes de forma colaborativa e construtiva. O aprendiz é motivado a entrar num ciclo de revisões onde tem a oportunidade de construir e depurar seus novos conhecimentos; • Provas à distância ou presenciais – as provas à distância consistem em exercícios contendo questões que os estudantes terão que responder e enviar ao centro do curso/ tutor. As presenciais, por sua vez, podem ser de vários tipos: de ensaio ou de resposta livre, prova prática ou de execução, prova objetiva e prova oral, sendo essa última

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raramente utilizada nesta modalidade de ensino, exceto em provas de idioma, podendo ser feita através de fitas cassete ou de vídeo. No caso de provas a distância, segundo Garcia Aretio (1999), apresenta como vantagens o controle periódico do progresso dos alunos, possibilitando avaliação contínua; impõe a necessidade de estudo, devido à determinação de enviar a prova ao tutor em data determinada; evita a sobrecarga de estudo em determinadas datas. Ressalta que o estudo se realizará de forma sistemática, uma vez que as provas avaliarão uma parte do conteúdo que terá sido aprendido em determinado tempo; ajuda a reter aspectos fundamentais da matéria; serve de estudo preparatório para as provas presenciais; orienta os docentes sobre possíveis dificuldades de aprendizagem em determinados conteúdos; conduz os professores/tutores e redatores a averiguar onde estão as dificuldades típicas da matéria, bem como as possíveis falhas na redação das provas, entre outras possibilidades. Ainda para Garcia Aretio (1999), as provas presenciais colocam o aluno em situação de demonstrar até que ponto os trabalhos realizados são fruto de seu esforço pessoal. Essas provas podem ser de vários tipos: de ensaio ou de resposta livre, prova prática ou de execução, prova objetiva e prova oral, sendo essa última raramente utilizada nesta modalidade de ensino, exceto em provas de idioma, podendo ser feita através de fitas cassete ou de vídeo. A escolha dos tipos de instrumentos que serão utilizados na avaliação é fundamental para o bom resultado deste processo, bem como à sua confiabilidade. É necessário escolher instrumentos adequados e adaptados à proposta pedagógica lembrando, contudo, que múltiplos instrumentos podem e devem ser usados em um processo de avaliação, pois cada um deles tem sua importância e procura avaliar uma determinada característica, numa dinâmica onde um complementa o outro e enriquece o processo ensino-aprendizagem proposto. No Brasil, o avanço do uso das tecnologias em benefício da avaliação tem esbarrado na própria legislação que regulamenta os cursos de educação a distância. No que se refere à avaliação

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da aprendizagem, o Decreto 5.622, de 2005, em seu artigo 4º, determina: “A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante: I. cumprimento das atividades programadas; e II. realização de exames presenciais. §§ 1º Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa. §§ 2º Os resultados dos exames citados no inciso Unidade 4

II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância.”

Veja, aluno, que esta legislação prioriza o uso da avaliação prsencial em detrimento das demais, numa perspectiva de que assim estaria garantida a seriedade e qualidade dos cursos. Estudos demonstram, que quando os exames presenciais não são a única forma de avaliação, é sobre eles que recai o maior peso para efeito de nota final. Neste nosso processo, em atendimento à legislação educacional brasileira, não será diferente, muito embora tenhamos uma visão mais ampla do processo de avaliação em EAD. Nosso compromisso, como personagens nesse processo ensino-aprendizagem, é participar, discutir e dinamizar as formas de avaliação, tornando claro, durante as atuações, que todos os instrumentos são válidos e de importância individual única na busca de atingirmos o objetivo proposto no curso: seu efetivo aprendizado! Sigamos com nossos estudos! Pronto para o novo tópico? No último capitulo de nossa disciplina vocês terão oportunidade de discutir o papel do aluno na EAD.

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Referências Bibliográficas AMORIM, E. S. M. dos S. Avaliação Formativa (2006). Disponível em: http://wiki. sintectus.com/bin/view/EaD/AvaliacaoFormativa . Acessado em 30 de junho de 2008. DEMO, P. Questões para Teleducação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. DIAS SOBRINHO, J. Avaliação da Educação Superior. São Paulo: Cortez. 2003. FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira S. A. 1986. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia - saberes necessários à prática educativa. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998. HACK, L. E. Mecanismos Complementares para a Avaliação do Aluno na Educação à Distância. Disponível em: http://www.inf.ufrgs.br. Acessado em 30 de junho de 2008. MEDEL, C. R. M. de A. A Avaliação da Aprendizagem nos dias de hoje. Disponível em: http://www.webprofessores.com/novo/artigos/ver_artigo. Acessado em 30 de junho de 2008. MONTEIRO, R. A Avaliação na Modalidade a Distância: processos e significações. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2007 . Acessado em 30 de junho de 2008. REIS, I. S. C. L. Avaliação e o Processo de Ensino - Aprendizagem On-line. Disponível Em: http://www.abed.org.br/congresso2005 . Acessado em 30 de junho de 2008. SANTOS, S. G. Modalidade de Avaliação. Disponível em: ufsc.br . Acessado em 20 de junho de 2008.

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Nesta Unidade • Características do aluno EAD...... 89 • Desenvolvendo o perfil de aprendiz em EAD...................... 93 • Lidando com o tempo................... 95 • Usando a netiqueta........................ 104 • Fazendo pesquisa na Internet: dicas e cuidados.............................. 108 • Considerações Finais...................... 113 • Referências Bibliográficas............ 114 • Referências Midiáticas................... 114 Atividades Veja no Guia da Disciplina as atividades propostas para esta unidade.

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stimado aluno, chegamos à ultima unidade desta disciplina. Como o tempo passa rápido... Percebeu quantas informações importantes você passou a dominar. No início destes estudos, certamente você nem imaginaria que muitas destas informações existiam, não é mesmo? Pois bem, nesta parte final de sua disciplina, já dominando todo conhecimento visto até este momento, passamos a fazer uma reflexão junto com você sobre o papel do aluno de EAD. Como você já viu anteriormente, para alcançar o sucesso desejado em um curso de EAD, é preciso de uma série de fatores desenhados minuciosamente na oferta de seu curso. Porém, sem o aluno se comprometer com os estudos a distância, nada disto terá sido efetivo. Nesta última unidade você receberá importantes informações e dicas que muito lhe ajudarão nos estudos deste curso, e serão válidos durante toda a sua permanência nele e para sua vida pessoal e profissional também, por que não? Pronto para esta última jornada? Então vamos juntos.

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Características do aluno EAD Quer saber mais sobre você? Como estudar? Quais suas atitudes quando está na condição de aluno? E hoje que resolveu fazer um curso à distância, como deve ser sua forma de estudar? Vamos pensar um pouco sobre essas questões? Os registros atuais sobre a oferta de cursos de educação a distância no Brasil demonstram que são freqüentados por pessoas que estão em grandes centros urbanos, com tempo escasso e sem rotina fixa e também por aqueles cidadãos que moram distantes da Universidade ou escola e possuem dificuldades de transporte (RODRIGUES, 2008). Unidade 5

Já pensou no motivo que o levou a fazer sua escolha? Em estudos realizados por Maia (2003), os fatores que levam o aluno a fazer um curso a distância compreendem a dificuldade ou impossibilidade de deslocamento de suas localidades para a Universidade ou escola onde poderia estudar, a flexibilidade do horário para realizar as tarefas ou ainda, quando possui alguma necessidade especial, necessitando estudar em seu ambiente sem a exigência de deslocamento. Quando nos referimos à flexibilidade de horário, onde o aluno concilia o fazer on-line com seus compromissos pessoais, temos que considerar a necessidade de disciplina e comprometimento com os prazos de entrega das atividades e retornos aos tutores, além do ritmo estabelecido pela capacidade individual de cada aluno, pois precisará estar atento ao seu tempo de assimilação de conteúdos. Moore e Kearsley (2007) comentam que é um desafio estudar fora da Instituição de ensino, em casa ou no trabalho, locais onde freqüentemente o aluno da EAD interage com os conteúdos, pois nestes espaços existem muitas distrações, fato que exigirá dele um treinamento de si mesmo visando a aquisição de hábitos de estudo disciplinado, em momentos classificados como propícios, utilizando técnicas e métodos adequados. Você terá de pensar que momento é esse, em seu caso! Nesse cenário, os alunos apresentam-se com diferentes formações e necessidades, advêm de diversos grupos socioeconômicos

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e culturais, de variadas faixas etárias, trazendo na bagagem pessoal uma diversidade de culturas que refletem suas origens, conhecimentos resultantes de sua história de vida, formação acadêmica e fatores inerentes ao ser humano (TONIETO; MACHADO, 2005). Imagine que cada curso de educação a distância surge com determinada finalidade e essa condição determina o perfil do aluno que o freqüentará! Pesquisas como de Tonieto e Machado (2005) lembram que o perfil do aluno em EAD está relacionado à categoria de curso que está realizando, ressaltando que em cursos abertos onde se busca aprimorar os conhecimentos em determinada área ou adquirir novas habilidades, e que o aluno se matricula espontaneamente, é predominante pessoas de mais idade e maturidade, apresentando senso crítico apurado. Em contrapartida, os cursos fechados ou direcionados, promovidos por Instituições, onde a participação do aluno é exigida pela matriz curricular ou por vislumbrar oportunidades de ascensão profissional, normalmente são freqüentados por público diversificado de acordo com a Instituição e a população alvo ao qual se destinam. Como essa modalidade de educação ocorre a distância, pressupondo o uso do computador, em geral, os alunos devem possuir facilidades para lidar com as tecnologias, ser auto-disciplinados, dinâmicos e independentes conseguindo administrar seu tempo para estudar sem a presença constante do professor. Deve ser capaz de “aprender a aprender” e de realizar estudos independentes, participando de todo o processo, desde a formulação dos objetivos até a avaliação da aprendizagem. Precisa administrar seu tempo de estudos, pesquisas e elaboração de tarefas com atitude madura e responsável. Litto (2003) refere que estudar a distância não é para todos, enfatizando que aquele aluno que precisa de cobranças ou elogios, freqüentemente, não possui algumas das características necessárias para fazer um curso a distância. Deve, sim, ser uma pessoa que cumpre prazos, madura e autônoma, como exige a vida contemporânea, realizando tarefas de forma responsável e com dinamismo, atendendo ao perfil de trabalhador com múltiplas competências e qualificações, que trabalha em grupo e permanece, constantemente, pronto a aprender e se informar, autonomamente (BELLONI, 2003).

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Embora saibamos que o indivíduo, na idade adulta, possua com maior freqüência grande parte das características acima citadas, em estudo de Pallot e Pratt (2004) são apresentados dados do National Center for Education Statistics (2002) que demonstram não haver faixa etária determinada de pessoas matriculadas em cursos a distância: [...] em 31 de dezembro de 1999, 65% das pessoas com menos de 18 anos haviam ingressado em um curso on-line, o que indica que a popularidade dos alunos universitários, considerados tradicionais, com idade entre 19 e 23 anos, também ingressaram em tais cursos. Cinqüenta e seis por cento das pessoas com idade entre 24 e 29 anos, matricuUnidade 5

laram-se, e o índice de pessoas com mais de 30 anos que fizeram o mesmo foi de 63%. As estatísticas confirmam que o número de homens e mulheres é bastante semelhante. Com exceção dos grupos indígenas e dos nativos do Alaska (dos quais apenas 45% ingressaram em cursos on-line), cerca de 60% de pessoas de todas as raças participam de tais cursos.

Nessa modalidade, o professor deve ser o recurso do aprendente e o ambiente onde o aluno estuda e aprende deve estar atrativo o bastante para prender sua atenção por longo período de estudo/ pesquisa, se apropriando de estímulos que garantam a manutenção de seu interesse, visando atender ao objetivo do aluno que, quando adulto, busca aprender para aplicar o conhecimento, imediatamente, na resolução de seus problemas (KNOWLES, 1995). Assim, o aluno da EAD é o ator principal de seu processo de aprendizagem e deve ser estimulado, no ambiente virtual de aprendizagem, a estudar e pesquisar de forma independente buscando informações e trocas de experiências que consolidem sua aprendizagem, seja individual ou em grupo. Nessa dinâmica, participando efetivamente do processo de aprender a aprender, os alunos têm se mostrado exigentes em relação ao conteúdo e design do curso, processo e ambiente de aprendizagem, interatividade e retorno dos profissionais e monitores, conforme assinalam Maia (2003) e Maia, Rondelli e Furuno (2005). Educação a Distância –

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Desta forma, você denotará a eficácia do programa de educação a distância disponibilizado quando evidenciar sua aprendizagem efetiva (SANTOS, 1999). Reflita sobre como tem feito suas tarefas, e se o ambiente está compreensível. Quais os pontos mais complexos? Quais os mais simples? Você conseguiu pensar sobre o porquê de sua escolha? Estaremos juntos nesse amadurecimento!

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Desenvolvendo o perfil de aprendiz em EAD Para iniciarmos nossa discussão sobre perfil de aprendiz, vamos nos reportar a alguns anos atrás em que precisávamos nos deslocar do nosso serviço ou da nossa casa (que poderia ser de outra cidade) ou de qualquer outro local para uma escola, onde havia a presença do professor que transmitia seu conhecimento. Esta educação, chamada presencial, já foi objeto de estudo nesta disciplina.

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Você já teve oportunidade de conhecer as características das duas modalidades e sabe que hoje na EAD, esta situação ainda existe, mas com uma nova concepção educacional, ou seja, não mais baseada na transmissão de conhecimento, mas voltada para a investigação, onde professor é considerado mediador do processo de ensino-aprendizagem e o aluno têm uma participação ativa nesse processo com sua experiência de vida, análise das situações até resultar numa postura conscientizada (FREIRE, 1987). Logo, nessa modalidade para você aprender é necessário possuir habilidades de gerenciamento de tempo, que você terá a oportunidade de receber dicas mais adiante nessa disciplina, bem como é necessário ter motivação com um grau de autonomia condizente a capacidade de construir sua aprendizagem. A autonomia apresentada no trabalho de Silva (2007, p. 22) é entendida como a capacidade de “ser livre para agir de acordo com sua vontade, com responsabilidade, solidariedade e respeito ao outro”. Relacionando esse conceito de autonomia com Educação à Distância percebemos que o fato do material estar disponibilizado para estudo e o aluno ter o seu tempo e o seu espaço para seus estudos, resultando num ritmo pessoal, nos leva a refletir que o perfil do aprendiz em EAD exige a criação de novos hábitos de estudo, determinação, perseverança e estar ciente de que terá que buscar novas maneiras e atitudes para lidar com suas dificuldades. Mas, para que você tenha esse desenvolvimento ativo, você não se encontra sozinho, você terá ao seu lado o professor que funcionará como um ator coadjuvante, aquele que irá trabalhar

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com você, te auxiliando, colaborando e cooperando com você. Segundo Silva (2007), o professor é aquele que enriquece o ambiente de aprendizagem, que provoca situações para que você, sujeito aprendiz, realize suas próprias descobertas, criando suas “estruturas intelectuais”. Em outras palavras, o professor é aquele que te incentiva a estudar e pesquisar de modo independente e, ainda, te conduz ao aprendizado colaborativo (lembra do conteúdo “Aprendizagem colaborativa/cooperativa em EAD”?), utilizando atividades individuais ou em grupo. E você será aquele que irá interagir com o “assunto focalizado observando, analisando, levantando hipóteses, aplicando estratégias, que poderão confirmar ou não as hipóteses levantadas” (CASTRO et al., 2002). Com todas essas atribuições, esses autores, ao caracterizar o aprendiz em EAD, defendem que se trata de um aluno que deixa de vivenciar uma situação de receptor passivo para uma postura de busca participativa e reflexiva, onde ele constrói seu conhecimento a partir do contato, da interação com os mais variados objetos e possibilidades de novos conhecimentos. Retomando ao início de nossa discussão, quando apresentamos a atual concepção educacional, vemos que o perfil do aprendiz em EAD favorece a prática dessa concepção, pois você será aquele que não mais será ensinado, mas aquele que será instigado a aprender. Para isso, prepare-se para aceitar desafios na construção do seu próprio conhecimento, com muito entusiasmo, dedicação com finalidade e vontade de estudar (no seu ritmo pessoal!).

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Lidando com o tempo “O tempo é irreversível no sentido objetivo de sua dimensão. Eu posso rever, ao nível subjetivo, o tempo passado através das recordações e do aprendizado obtido com as experiências acumuladas. Não posso ter o tempo de volta [...] o tempo é inelástico, ou seja, eu não posso guardar ou ‘esticar o tempo.’ A experiência do tempo pode ser maior ou menor naquilo que se refere à sensação que nos permeia, mas a hora continua segundo a sua convenção de 60 minutos como o dia será de 24 horas.” BERHOEFT (1985, p.2). Unidade 5

Continuemos amigos. Neste tópico passaremos a discutir Administração do tempo e como esta pode impactar em nossas vidas. Entretanto, ao contrário do que se poderia esperar, não vamos iniciar nossa discussão sobre Administração do Tempo conceituando o assunto. Faremos isso mais adiante. Quero agora que identifiquem o motivo pelo qual vamos estudar essa questão e como ela colaborar para a adoção do perfil de aluno EAD. Nossa vida é um corre-corre sem fim, não é mesmo? Comumente somos pegos pela falta de tempo para cumprir com todos os compromissos que assumimos diariamente. Temos que estender nosso período de trabalho para cumprir aquela tarefa na empresa; por falta de tempo, protelamos o passeio que gostaríamos de fazer com os amigos ou com a família, deixamos de realizar aquele hobby de que tanto gostamos. No presente momento, se não nos organizarmos, podemos correr o risco de não cumprir em dia tarefas do curso superior a distância. A correria com que temos vivido faz com que optemos pelas tarefas emergentes, que surgem inesperadamente e se impõem como ordem do dia; agindo assim, protelamos outras tarefas urgentes, que já estavam previstas e que também deveriam ser realizadas com rapidez; isto sem falar no atropelo das tarefas de rotina.

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“Encontrando” tempo para estudar Com tantas tarefas a serem cumpridas diariamente, com prazos “apertados”, caberia a pergunta: “existe tempo suficiente em minha vida para iniciar um curso superior a distância”? Se você está lendo este texto é porque já respondeu positivamente a este questionamento e está matriculado no curso. Agora é preciso não frustrar suas expectativas, organizando-se para acomodar mais esta atividade, tão importante para concretizar suas aspirações futuras. Sabemos que muitas escolhas são difíceis, principalmente quando o tempo é escasso. Iniciar um curso superior a distância pode significar a opção por abrir mão, temporariamente, de alguma outra prioridade. Esta é uma das decisões que você deverá enfrentar. Mas, se não é possível corrigir todo este problema de ajuste de tempo para tão distintas tarefas, ao menos é possível minimizar a extensão de suas mazelas. O segredo para isso é a organização, ou ainda, a programação das tarefas. É preciso se programar para conseguir cumprir com a qualidade desejável todas as atividades do dia-a-dia e, também, com muito otimismo, se organizar para o lazer, compromissos sociais, imprescindíveis para saúde de todos nós; ao fazermos essa programação, estamos, na verdade, organizando o tempo. Entendemos que administrar o tempo ajudará a melhorar o resultado de suas ações cotidianas. E que esta deve ser a rotina pretendida para seus compromissos diários. Extrapolar horários para cumprir compromissos, deve ser exceção e não regra na vida de ninguém. Pretendemos que as informações que vamos apontar, nesta pequena unidade, ajudem você a reconhecer alguns truques e dicas que, sendo criteriosamente utilizados, certamente vão colaborar para que você aprenda a ‘otimizar’ seu tempo. Meias verdades: “Tem tempo quem quer ter tempo”. Não basta querer, tem que saber utilizar de ferramentas específicas para tal fim e saber dimensionar as atividades em que está envolvido. Alguns excessos podem derrubar suas intenções, então,

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atenção! Excesso de tarefas, de papéis desempenhados, de interrupções, de telefonemas, de reuniões, dentre outras, podem comprometer seu tempo.

Administração o tempo Tempo é uma questão de prioridade. (Antonio Amorim, 2007) Definir tempo é um tanto complexo. Experimente realizar uma pesquisa na web para comprovar a enorme quantidade de informações que existe sobre o assunto e as múltiplas abordagens que são possíveis para o termo ‘tempo’.

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A melhor definição encontrada, e que melhor se ajusta a esta abordagem que fazemos agora, o refere como ‘unidades de tempo’. Mais usualmente é empregado o dia, dividido em horas e estas, por sua vez, em minutos e estes em segundos. Da mesma forma que o dividimos, podemos multiplicá-lo. Os múltiplos do dia são a semana, o mês, o ano. Este último pode agrupar-se em décadas, séculos e milênios. Quando se busca conceituar Administração do tempo também é possível encontrar muitas “formulas e estratégias” para dividir seu tempo entre as várias atividades/compromissos que temos no cotidiano. Mas é imprescindível saber que não é o tempo simplesmente que temos que administrar, visto que este é imponderável, e sim quem faz uso dele – as pessoas. É possível encontrar que Administração do Tempo é “uma ferramenta gerencial, que tanto pode ser utilizada nas empresas quanto em nossas vidas, permitindo a organização de metas pessoais e profissionais com menor dispêndio de energia física e mental”. Mas é preferida a definição que apresenta que “a expressão Administração do Tempo não é exata. O certo é administração da pessoa para alocar estrategicamente o tempo”. Administrar o tempo não uma novidade para nenhum de nós. Entretanto, será que conseguimos fazer isso da melhor maneira? Bem ou mal, sempre o fazemos. O problema está em que não pensamos criticamente se adotamos a maneira correta e mais eficiente de usá-lo.

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Veja bem, não queremos que se torne escravo do relógio, mas que tenha controle sobre ele e possa usá-lo como seu aliado nesta jornada diária, seja para administrar o tempo das tarefas de trabalho e/ou lazer, ou o tempo de estudos, uma vez que todas essas tarefas coexistem em seu cotidiano e precisam, para que sua execução aconteça da melhor forma, de uma programação. Existem muitas “fórmulas” para se administrar o tempo. Recolhi a de Renato Fridschtein (2003), que apresenta um estudo em que, segundo ele, são passados “alguns truques para fazer primeiro aqueles 20% que acabam rendendo 80% dos resultados”. O autor apresenta que tempo é o recurso mais escasso e o mais valioso que existe, e que aprender a administrar o tempo é uma das ações mais importantes que qualquer pessoa pode fazer para melhorar suas chances de sucesso nos negócios e na vida. Penso que todos concordamos com o autor, e podemos observar que pessoas competentes e de sucesso, adotam métodos eficientes para conseguir administrar seu tempo. Reforçando esta idéia, cito Antonio Amorin (2007) que diz que “Planejar o tempo significa saber o que se quer fazer e ordenar as ações para a realização da maior quantidade de atividades no menor prazo para se atingir seus objetivos”. Fridschtein (2003) aponta alguns métodos que podem ajudar significativamente quem deseja iniciar nesta jornada: 1. Agenda diária a. Escrever uma lista de tudo o que quer realizar (primeira atividade do dia). b. No final do dia, avaliar tudo o que conseguiu fazer e transferir para o dia seguinte o que não foi feito. 2. Estabelecer prioridades a. Prazo - data de entrega de uma tarefa (truque: programar cada coisa para dois dias antes da data final). b. Resultados - priorizar as atividades que trarão o maior resultado. c. Facilidade (ou dificuldade) - realizar antes tudo o que é

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mais rápido e fácil. Atividades complicadas devem ser fragmentadas em partes, tornando um problema difícil em problemas menores e mais fáceis de resolver. Cada pequena parte resolvida é uma parte do todo, assim, quase sem querer, grandes obstáculos são ultrapassados. O autor recomenda a construção de uma planilha, com as seguintes colunas: 1. Atividade - o que deve ser feito; 2. Prazo - a data de entrega; 3. Resultados - nível de resultado esperado;

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4. Facilidade - nível de facilidade (fácil, médio, difícil ou 1, 2, 3, 4, 5); 5. Prioridade - definir a prioridade de cada ação; 6. Completado - marcar cada atividade concluída.

Você já ouviu falar em Ócio Criativo? Esta é uma teoria de Domenico de Masi, professor de Sociologia do Trabalho na Universidade La Sapienza de Roma. Segundo o autor, o futuro pertence a quem souber libertar-se da idéia tradicional do trabalho como obrigação ou dever, e for capaz de apostar numa mistura de atividades, onde o trabalho se confunde com o tempo livre e com o estudo. Não se engane imaginando que esta é uma tarefa simples de fazer. Mais difícil do que planejar, neste caso, é executar o plano traçado. Mesmo sem perceber, priorizamos atividades em detrimento de outras. Reveja e ajuste seus planos novamente nestes momentos, pois o planejamento que você fez é muito importante e não pode ser descartado a cada vez que tiver que ser alterado. Há nele uma intenção estratégica que deve ser recuperada sempre que perdida. Em uma apresentação da Reisner Consultores Associados (2006) (disponível em http://www.reisner. com.br/mais/art_di-

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cas_tempo.pdf) há algumas “Dicas de Administração do Tempo”, que apresentamos agora: • Não adie; • Faça da primeira vez; • Faça o que mais te aborrece primeiro; • Decida; • Bloqueie as interrupções. Desafie-se a iniciar este planejamento! Pois bem, agora que você já recebeu algumas informações sobre a importância em se tornar uma pessoa que administra o tempo, passaremos a discutir como isto pode ser feito dentro de seu curso em educação a distância.

Administração do tempo no contexto da EAD “No estudo encontro prazer e consolo, e nada é tão agradável, que com ele não seja mais agradável, nada tão triste, que com ele não fique menos triste.” (Plínio)

Você se lembra dos tempos de colégio? Claro, bons tempos! O professor sempre dizia para estudar um pouco por dia e não o dia todo antes da prova. Pois é, não é novidade para ninguém que quem estuda ao longo do ano, com ritmo constante, acaba saindo-se muito melhor do que quem deixa para estudar as vésperas das avaliações. Quem assim não faz, não raro, vê-se obrigado a passar noites em claro para fazer aquilo que deveria fazer durante o decorrer do tempo. Pois é, estas informações, ainda contemporâneas, continuam verdadeiras. Você pode ter obtido algum êxito, realizando seus compromissos estudantis às vésperas das avaliações, mas será que o intuito de estudar é simplesmente obter aprovação na disciplina? Claro que não!

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Segundo Morin (2001), o objetivo da educação não é o de somente transmitir conhecimentos, mas criar um espírito para toda vida, onde ensinar é viver em transformações consigo próprio e com os outros. No Capítulo I apresentamos as principais diferenças entre a modalidade presencial e a distância, e você já tem possibilidade de perceber que em EAD o aluno é o protagonista do processo educacional que está inserido. Para obter sucesso nesta modalidade é preciso organização, disciplina e administrar o tempo para cumprir com os estudos.

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Como em qualquer curso presencial, um curso em EAD também tem limites para conclusão. Existem sim liberdade e flexibilidade maiores do que os cursos tradicionais, mas é preciso estar atento para não deixar acumular tarefas durante o curso, correndo o risco de inviabilizá-lo se não se atentar ao tempo. Observando o Guia do Curso e o Guia de disciplinas de seu curso, você consegue identificar que terá simultaneidade de oferta de disciplinas. Em média, você deverá cursar três disciplinas ao mesmo tempo em cada módulo. Estas disciplinas têm atividades que devem ser cumpridas em prazos pré-estabelecidos por um cronograma publicado pelo professor na sua Sala de Aula Virtual (leituras do material didático, pesquisas, realização de trabalhos, interação na sua Sala Virtual, avaliações on-line, dentre outras). Estas atividades foram distribuídas para que o aluno tenha um período médio de horas semanais de estudo. Este tempo pode ser ligeiramente menor ou maior dependendo de seu desempenho. Se pensarmos em estabelecer uma média diária, de segunda a sexta, poderíamos dividir este trabalhos em períodos iguais de horas de estudo para cumprir com estas atividades. Mas convenhamos, não é todo mundo que consegue se organizar desta maneira. Assim, no seu curso superior a distância, você pode distribuir este tempo como melhor lhe convier. Você tem flexibilidade de horários. É possível trabalhar mais tempo no seu final de semana, construindo seus trabalhos, realizando suas leituras e pesquisas, complementando seus estudos com um tempo menor durante os dias da semana. Existem atividades que podem ser realizadas em pequenos

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espaços de tempo livre, enquanto outras necessitarão de um tempo maior de dedicação. Tudo isto pode ser facilmente reconhecido estudando atentamente o guia de cada disciplina e organizando seu tempo para cumprir cada uma destas tarefas. Desenvolva a idéia de quanto tempo você precisa para realizar determinado tipo de tarefa. Estabeleça tempos mínimos e máximos. Destine o melhor momento para leituras mais complexas e difíceis, e de preferência quando estiver mais descansado. Tarefas como resumos ou organizar anotações já podem ser possíveis entre uma atividade e outra, em pequenos espaços de tempo. Veja que sua tarefa, além de encontrar o tempo, é saber destiná-lo ao uso. Planeje como cumprir suas tarefas. Crie uma planilha para cada módulo que se inicia e siga o plano de estudo traçado. Anote tudo que deverá ter a mão quando for questionar o seu tutor, quer seja pela web ou telefone ou pessoalmente, evitando que tenha que se dedicar a isto mais vezes do que o pretendido, tomando desnecessariamente seu tempo. Use a portabilidade que o material didático impresso confere. De modo geral, você deve se organizar para realizar suas leituras, mas nada impede que algumas leituras possam ser feitas em momentos diversos como deslocamentos no trânsito, se você usa transportes coletivos, ou em vários outros momentos livres do seu dia-a-dia. Se ocorrer algum atraso não se desespere. Contate o seu tutor e peça a ajuda para cumprir com as atividades em atraso. Ele tem possibilidade de avaliar a viabilidade de concessão de novos prazos e lhe oferecer o apoio que necessita para vencer suas principais dificuldades frente ao estudo. Neste caso, será necessário reordenar as prioridades de seu cotidiano, privilegiando um tempo maior para colocar seus estudos em dia. Mas fique atento, não comunique seu tutor na última hora, pois ele também tem que cumprir prazos e, por isso, pode não conseguir atendê-lo. Bem, espero que, com base nas informações apresentadas, você possa se organizar para cumprir com todos os seus compromissos profissionais, familiares e do curso. Queremos ser seus parceiros neste novo tempo que se inicia em suas vidas. Contem

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com o apoio de toda a nossa equipe para seguir determinado e confiante em seus estudos. Como último momento de motivação, deixo aqui uma mensagem de um dos maiores pensadores da humanidade, Gandhi: “Quem sabe concentrar-se numa coisa e insistir nela com forte objetivo, obtém, ao cabo, a capacidade de fazer qualquer coisa”.

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Que estes sejam bons tempos!

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Usando a netiqueta Pronto para mais conhecimentos? A comunicação é uma importante ferramenta do nosso dia-a-dia. Porém, neste novo momento a comunicação de faz de modo mais eficiente e variado. Uma das principais vias de comunicação atual é a internet. Usamos freqüentemente comunicadores instantâneos (Msn, Skype, e outros) ou através do correio eletrônico (e-mail), e agora você se comunica utilizando um AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Este tópico ajudará você a perceber alguns detalhes muito importantes para melhor se comunicar utilizando a internet. Então, vamos ao que interessa. Com a passar do tempo os usuários da Internet criaram regras de comportamento próprias para a comunicação. Ao conhecer essas regras certamente você evitará possíveis confusões ao se comunicar. Elas assemelham-se a atitudes que temos em nosso dia-a-dia como dizer “obrigado”, ”por favor,” “com licença”, e assim por diante. Para iniciarmos a nossa discussão sobre o assunto Netiqueta primeiramente vamos defini-la, considerando alguns autores. A netiqueta é um conjunto de boas maneiras ou boas práticas para que possamos conviver bem em comunidade na Internet (NETIQUETA, 2008). Segundo Castro (1997), Netiqueta pode ser um conjunto de regras de etiqueta (comportamento) na Internet. Essas regras refletem normas gerais de bom senso para a convivência dos milhões de usuários na rede. Ainda para Silva (2003) são recomendações que tem como objetivo facilitar a comunicação através dos recursos de uma rede. O nome Netiqueta vem de “Etiqueta de Rede” (Net Etiquete). Enfim, em linhas gerais são informações para que possamos nos comunicar de forma adequada através da Internet. Assim, considerando um curso a distância é extremamente importante termos esse conceito, pois a todo o momento nos comunicamos com as pessoas através do Ambiente Virtual de Aprendizagem. Vamos, então, conhecer agora as principais recomendações para termos uma boa “etiqueta”, ou seja, nos comunicarmos com as pessoas de forma educada através do computador.

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• A primeira dica traz uma recomendação básica, todos nós gostamos de ser bem tratados, portanto, o respeito é essencial, assim respeite para ser respeitado e trate os outros como você gostaria de ser tratado. Lembre-se sempre que as pessoas possuem opiniões diferentes e temos que entender suas posições e colocações, portanto, não devemos escrever para outra pessoa algo que não gostaríamos de ler.

• Pessoas inteligentes e educadas sempre utilizam do diálogo, assim privilegie uma discussão em alto nível, nunca dispondo de palavras inadequadas ou de duplo sentido, mesmo que você receba mensagem dessa forma. Uma boa dica é escrever a mensagem no momento, salvá-la e não enviá-la, certamente no dia seguinte você reescreverá a mensagem de forma mais branda.

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• Responda todas as mensagens recebidas, pois é educado retornamos para as pessoas, provavelmente você já ficou chateado quando encaminhou uma mensagem e não obteve resposta. E ainda lembre-se de agradecer às pessoas que o ajudarem.

• Não escreva frases utilizando somente caracteres em maiúsculo, pois na Internet escrever tudo em maiúsculo é o mesmo que gritar. Utilize sempre caracteres maiúsculos e minúsculos para elaboração de suas mensagens e textos. Segundo Castro (1997), frases em maiúsculas são aceitáveis em títulos e ênfases ou avisos urgentes. • Evite utilizar caracteres especiais, cores e outros métodos de formatação para destacar palavras em sua mensagem, como as pessoas utilizam computadores de diversas configurações e softwares de diversos fabricantes a formatação pode ser visualizada de forma diferente entre os diversos sistemas. Uma boa opção é utilizar *asterisco* para destacar uma frase ou palavra. • Durante a comunicação com pessoas de diferentes regiões (ou países), evite a utilização de gírias, ou expressões regionais. Uma interpretação em uma determinada região não garante que ela tenha o mesmo significado para seu destinatário, às vezes, pode ser até ofensiva.

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• Quando você digitar uma mensagem muito longa, é recomendado deixar uma linha em branco em algumas partes do texto, paragrafando-o. Assim, o texto ficará mais organizado, facilitando a leitura. • Quando se trata de uma comunicação síncrona como em uma sessão de bate-papo, a linguagem se aproxima da oralidade, se ficar extremamente atento para cuidar da escrita correta, corre-se o risco de perder o fio do diálogo. Todavia, utilize sempre a pontuação, pois ler um texto sem pontuação, sempre gera um grande desconforto. • Todos nós gostamos de ser lembrados por aquilo que fazemos, escrevemos ou pensamos, assim quando retirar algum texto da Internet, livros ou qualquer outra fonte, cite-as, ou seja, mencione quem escreveu. • Quando estiver conversando com outra pessoa através de programas de mensagem instantânea, não interrompa o assunto tratado pela outra pessoa, isso é muito desagradável. Durante a conversa procure não enviar mensagens diferentes do assunto, pois a pessoa poderá ficar confusa, sem saber se você leu ou ignorou a mensagem enviada por ela, escreva pelo menos algo confirmando que você leu a mensagem. • Procure não repassar mensagens de corrente por e-mail, pois o objetivo delas é apenas de espalhar boatos na Internet. Conforme Silva (2003), pelas políticas da Internet, você pode ter sua conta de e-mail perdida se fizer mal uso dele. • Ao escrever uma mensagem procure ser objetivo e claro e após terminar de escrever, é sempre bom fazer uma leitura antes de encaminhá-la. • Não divulgue sem autorização e-mails de pessoas que você mantém contato através de comunicação on-line. • Assuma que sua mensagem está trafegando sobre uma via não segura, desta forma não envie informações pessoais que não enviaria em uma carta comum. Lembre-se sempre que sua comunicação através do computador reflete como você estaria conversando com a pessoa se ela

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estivesse na sua frente, assim nunca escreva para alguém algo que você não diria cara a cara.

Finalizando, os textos e ou mensagens escritos são o tipo de comunicação mais utilizado no processo de interação nos cursos on-line, deve-se, portanto, evitar textos pouco claros e pouco precisos, além de erros de linguagem que possam comprometer a qualidade e a compreensão desta comunicação.

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As regras da netiqueta visam tornar a Internet um lugar mais sadio, ensinando as pessoas que certas atitudes aparentemente inofensivas podem aborrecer, atrapalhar ou agredir outros usuários, devendo ser evitadas. O usuário que desrespeita a netiqueta, propositalmente ou não, prejudica também a si mesmo, porque é “deixado de lado” pelos outros utilizadores (SILVA, 2004).

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Fazendo pesquisa na Internet: dicas e cuidados Como último tópico desta unidade, vamos passar apara você algumas orientações importantes sobre pesquisas na internet. Certamente você utiliza muito a Internet para fazer suas pesquisas. Saiba que isso se tornou possível, porque a tecnologia da informação e comunicação está presente em todos os segmentos da sociedade e a informação passou a ser disseminada de forma muita rápida e prática. Por exemplo, tempos atrás era comum um pesquisador, professor ou estudante ficar horas e horas em uma biblioteca procurando um artigo ou texto científico, um livro, ou até mesmo esperar dias, semanas ou meses por esse material. Atualmente, a rede mundial de computadores transmite grande parte dos documentos científicos e muita informação, todavia, temos que tomar alguns cuidados para não utilizarmos e até mesmo disseminarmos informações inverídicas. Como é simples criar um site e divulgar informações que são vistas pelo mundo inteiro, é muito importante fazer pesquisas e utilizar informações apenas de sites confiáveis, ou seja, informações que tiveram uma análise prévia. O autor Guidi (2008), cita que uma página sem responsável, tem pouco ou nenhum valor para a bibliografia de uma pesquisa. A veracidade de todas as fontes pesquisadas deve passar pela crítica do pesquisador. A Internet é um excelente veículo de informação científica que abriu espaço a muitos cientistas anônimos, porém também é alvo de várias inverdades nos mais diferentes ramos. Tudo isso deve ser levado em consideração quando se pesquisa na Internet. O portal de buscas GOOGLE, atualmente, é o mais utilizado para procurar qualquer informação na Internet, outro portal que também vem se destacando é o WIKIPÉDIA, porém é necessário cuidado e critério com essas informações. Uma boa dica é procurar sempre a informação desejada em sites oficiais, portais científicos ou bibliotecas digitais. Quando você realizar uma pesquisa sobre um assunto deve colocar sempre palavras-chave. Pois, quanto mais especificida-

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de empregar, mais próximo de um resultado desejado chegará. Todavia, em outras situações, se o assunto for muito específico poderá não receber resultados satisfatórios, assim será necessário refazer a busca, especificando assuntos afins, ou seja, palavras-chave correlatas.

O site Conscienciologia traz algumas dicas para pesquisar na Internet, sendo elas:

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Conforme Guidi (2008), a escolha da palavra a ser pesquisada deve contemplar ao mesmo tempo uma especificidade e generalidade. Esse equilíbrio também depende do tema que está sendo pesquisado. Por exemplo, se você digitar “Universidade” existirá uma gama de resultados para você ler, por isso, especifique o nome da universidade que você quer saber, por exemplo, “Universidade de Ribeirão Preto”, isso focalizará o tema e trará resultados mais específicos.

• Coloque o objeto de sua pesquisa entre aspas. O número de documentos encontrados será menor, porém com maior qualidade e precisão. • Quando procurar um nome com sobrenome, use vírgulas. Exemplo: Silva, João da. A resposta será mais precisa do que se você digitasse João da Silva. • Na pesquisa de nomes, use letras minúsculas, mas com a primeira letra maiúscula, pois se você fizer uma busca, por exemplo, por maria serra, pode chegar páginas que mostram os tipos de serras (montanhas) do país. • Se não souber qual a grafia correta de uma palavra, você pode usar o * (asterisco). Exemplo: você procura o nome Christopher, mas não sabe como se escreve. Digite C*risto* e terá páginas que contém Christopher (em meio a outros termos semelhantes, como Jesus Cristo, Cristianismo, etc). Mas nem todos os sites de pesquisa aceitam o recurso. • Para fazer uma busca exata, coloque um ponto final na palavra a ser pesquisada. • Quando se trata de endereços (URL), é melhor utilizar dois pontos antes do assunto que você deseja pesquisar. Digi-

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tando, por exemplo, :url:shareware, o buscador pegará sites que tenham a palavra shareware em sua url. Se você digitar :tex:saúde, obterá páginas que contêm a palavra saúde. • Use uma frase exata, se souber a expressão exata a ser pesquisada, coloque-a entre aspas. Por exemplo: “Universidade de Ribeirão Preto”. • Use texto em letras minúsculas em suas pesquisas, quando você usa texto em minúsculas, o serviço de pesquisa localiza resultados em maiúsculas e minúsculas. Quando você usa texto em maiúsculas, o serviço de pesquisa só localiza resultados em maiúsculas. Exemplo: quando você pesquisa paralelepípedo, aparecem Paralelepípedo, paralelepípedo e PARALELEPÍPEDO nas suas páginas de resultados. Mas, quando você pesquisa Paralelepípedo, aparece apenas Paralelepípedo nas páginas de resultados. • Inclua e exclua palavras, para certificar-se de que uma palavra seja sempre incluída em sua pesquisa, coloque um sinal de adição (+) antes da palavra-chave (sem espaços) na caixa de pesquisa. Para certificar-se de que uma palavra seja sempre excluída de sua pesquisa, coloque um sinal de subtração (-) antes da palavra-chave (sem espaços) na caixa de pesquisa. Exemplo: Para localizar receitas de biscoitos de chocolate sem manteiga, experimente receita biscoito +chocolate -manteiga. • Faça o uso de coringas, quando você digita um asterisco (*) no final de uma palavra-chave, é possível pesquisar várias formas da palavra. Exemplo: Digite proba* para localizar probabilidade, probatório, probabilismo e probabilista. As pesquisas podem ser classificadas em simples e avançada. Uma pesquisa simples é utilizada para buscas em geral e uma pesquisa avançada geralmente é utilizada para encontrar informações específicas, assim em uma pesquisa avançada utiliza-se operadores booleanos (OR (ou), AND (e), AND NOT (e não) e NEAR (próximo)). Por exemplo, se você quisesse encontrar informações que tenham a palavra “São José” você deve utilizar em uma busca avançada “São AND José”.

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Existe várias formas de gravar e/ou copiar um texto ou documento da Internet, quando você encontrar o texto desejado poderá copiá-lo por partes, selecionando apenas as áreas de interesse, porém nunca copie a página inteira, pois ela é constituída de vários objetos (figuras, fotos, tabelas, entre outros), que quando copiados como um todo levará também a estrutura da página, assim eles devem ser copiados distintamente. Todavia, como já estudamos anteriormente, sempre devemos referenciar as informações que são escritas por outras pessoas.

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Para obter uma imagem (foto, desenho, figura, entre outros) é preciso gravá-la e não copiá-la, isso também acontece com músicas e vídeos. Para gravar um desses objetos deve-se clicar com o botão direito sobre eles e selecionar a opção “salvar imagem como” ou “salvar destino como”, informando sempre o local (pasta) do computador onde o arquivo será gravado. Outra forma de gravar um arquivo da Internet é fazer um download2, sendo que essa possibilidade está disponível em alguns sites. Para fazer um download basta clicar no link de download. Segundo AISA (2008), existe muito mais conteúdo (informações) na Internet em inglês do que em português. Isso já é conseqüência de sua história (tudo começou nos Estados Unidos) e do grande percentual de internautas naquele país. Para ter idéia, 57% da população on-line no ano de 2000 falava inglês e, apenas 1,7%, falava português. Portanto, você provavelmente terá resultados de pesquisas mais abrangentes se utilizar palavras em inglês como base. Quem lê e escreve em inglês ainda leva vantagem na Internet de hoje. Quando você estiver pesquisando na Internet estará sujeito a vários estímulos que podem desviar sua atenção do tema de sua pesquisa. A postura daqueles que pretendem realmente pesquisar na Internet deve ser regida por uma autodisciplina mesmo antes de se conectar a Internet; tendo de antemão as palavras a serem buscadas e o tempo de trabalho frente ao computador. Ao entrar num site de interesse realiza-se uma leitura dinâmica para descobrir se ele pode ou não fazer parte de sua bibliografia (ainda não é a leitura definitiva), se sim, grave o arquivo ou pagina do site para uma leitura mais detalhada posteriormente (GUIDI, 2008). Educação a Distância –

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De acordo com Lamprecht citado por Vox Scientiae (2007), os erros mais comuns por parte das pessoas que fazem buscas na Internet são: • O computador pode “pensar” como um ser humano e, portanto, compreenderá automaticamente o meu assunto. Saberá exatamente o que eu preciso. • O computador tem acesso a todo material escrito no mundo, remontando a muitos anos atrás, e toda essa informação está armazenada numa grande base de dados. • O computador contém os números de chamada dos periódicos citados nos resultados de busca, de qualquer biblioteca a que o cliente queira recorrer, ou o computador fornecerá automaticamente acesso ao texto integral de todos os artigos sem qualquer custo adicional. • Todas as bases de dados selecionadas oferecem excelente cobertura tanto de livros quanto de periódicos. • Existe uma base de dados para cada área de pesquisa. • É necessário apenas um pequeno esforço para recuperar o que se precisa, sem necessidade de um raciocínio mais profundo. • Não há necessidade de pesquisar mais sobre um assunto, uma vez que a busca no computador tenha sido concluída. Por fim, não imprima ou copie um conteúdo da Internet sem antes lê-lo e entendê-lo, pois pesquisar é buscar com diligência, informar-se acerca de um determinado assunto. Quando apenas copiamos algo não adquirimos o conhecimento.

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Considerações Finais Nesta disciplina você pôde conhecer importantes elementos sobre a metodologia de Educação Mediada por Tecnologias ou Educação a Distância. Todos os assuntos aqui tratados são muito importantes para sua vida acadêmica em EAD, porém não esgota o assunto. É necessário que, nesta e em outras disciplinas, você busque informações complementares para auxiliá-lo na construção de seus conhecimentos.

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Os debates realizados durante a disciplina certamente foram fonte de informações complementares neste conteúdo que estudamos e através deles você pôde estender seu conhecimento sobre o assunto. Certamente as informações aqui recebidas a auxiliarão durante sua jornada acadêmica. Tendo finalizado os estudos desta disciplina, sua responsabilidade aumenta quanto à adoção de um perfil adequado de aprendiz em EAD. O uso consensual destes conhecimentos sempre lhe auxiliará e será seu aliado na melhoria de seu rendimento frente às atividades de seu curso. Novas informações são divulgadas freqüentemente e sua atenção a estas deverá ser constante. Seja o protagonista de seu conhecimento, estude com determinação e alcance seus objetivos educacionais. Fica aqui o desejo de que alcance muito sucesso. Bons estudos.

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Referências Bibliográficas BELLONI, M. L. Educação a Distância. 4. ed. São Paulo: Autores associados, 2003. KNOWLES, M. Self-Directed Learning. Chicago: Follet. 1995. LITTO, F. M. Perspectivas da Educação a Distância no Brasil: Três Cenários a Ponderar [1997-2002]. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, São Paulo, v. 2, n. 3, 2003. MAIA, C. EAD: experiências inovadoras em educação a distância no Brasil – reflexões atuais, em tempo real. São Paulo: Ed. Anhembi Morumbi, 2003. MAIA, C.; RONDELLI, E.; FURUNO, F. (Org.) A educação a distância e o professor virtual: 50 temas e 50 dias on-line. São Paulo: Ed. Anhembi Morumbi, 2005. MOULIN, N.; PEREIRA, V.; TRARBACH, M. A. Formação do Tutor para as funções de acompanhamento e avaliação da aprendizagem a distância. 11º Congresso Internacional de Educação a Distância, 2004, Salvador. Anais do 11º Congresso Internacional de Educação a Distância, 2004. MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Educação a distância uma visão integrada. São Paulo: Thomson Learning, 2007. PALLOT, R. M.; PRATT, K. O Aluno Virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004. RODRIGUES, M. Perfil dos alunos. Disponível em: http://www.vestibular.brasilescola.com/ensino-distancia/perfil-dos-alunos.htm. Acessado em 09 de junho de 2008, às 21:00h. SANTOS, E. T. Educação a Distância – conceitos, tecnologias, constatações, presunções e recomendações. São Paulo: EPUSP, 1999. TONIETO, M. T.; MACHADO, E. C. A Questão do Sucesso do Aluno em EAD. In: XII Congresso internacional de Educação a Distância, 2005, Florianópolis. Anais do XII Congresso Internacional de Educação a Distância, 2005.

Referências Midiáticas Imagem 1: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_tBOSvRY_tUI/Sw76wbpSf7I/AAAAAAAAAAU/shaJaPHtMTI/s1600/Imagem+p+b.jpg>. Acessado em 04/nov/2010

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