Junto aos ribeiros de rúben grandes foram as resoluções do coração

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Junto aos ribeiros de Rúben grandes foram as resoluções do coração.

Welington José Ferreira


O coração do ser humano é parecido com um porto inacabado. Ou semelhante a um salão de guerra, desses onde os altos comandos tomam certas decisões. Sempre tem ali um salão destes, nem que este seja uma tenda improvisada montada a beira da cidade sitiada. Lá tem o general romano com a maquete a sua frente posicionando as miniaturas das máquinas de guerra, inclusive invenções inéditas dos engenheiros recém formados daqueles tempos de outrora. Pode ser que não houvesse a tal da maquete que sempre aparece nos filmes nos acampamentos romanos, mas na segunda guerra estavam lá. Se bem que virou padrão cinéfilo, porque até nos filmes chineses lá estão os imperadores posicionando os bonequinhos de seu sempreinvencível-exército. .Nesse palco ou salão oval montado no campo de batalha tem sempre um monte de gente opinando e pelo menos umas três linhas gerais de estratégias. Pelo menos três. Nunca vi um plano de guerra com menos que três estratégias diferentes, mesmo que na verdade somente uma seja factível. Seja como for é ali que se tomam as importantes decisões que definirão o futuro de determinada batalha. Lá em Juízes há um cântico de Débora que lembra um desses salões improvisados do qual ela canta " nas correntes de Rúben grandiosas foram as decisões do coração". O coração tem sempre um salão destes em algum lugar interior e lá o nosso conselho de guerra sempre se reúne. Nosso conselho de guerra interior tem sempre três personagens presentes em todas as reuniões, nossa mente, nosso coração e a nossa carne - nossa consciência corporal. Pelo menos esses três. As vezes tem uma guerra antes da guerra propriamente dita, quando essas três entidades interiores rolam no chão do salão improvisado discutindo qual deve ser a melhor estratégia, e as vezes a briga se prolonga até as altas horas da madrugada. Vivemos num mundo em guerra em todos os sentidos. E todo mundo tem sua guerra individual. Incluindo cada uma de nossas partes, essas três que nos constituem Nossas bravas entidades, mente, coração e carne também tem suas guerras individuais e quando chegam no salão interno já vem manchadas de lama, arranhadas espancadas, feridas e por vezes cobertas de sangue. Pois é. O corpo luta contra o cansaço, obesidade, enfermidades, mudanças hormonais, metabólicas, processos de desgaste, envelhecimento, fortíssimos desejos. Quando chega no salão...está um trapo. A alma, representada pela mente, cansada de lutar contra conceitos, desejos, pensamentos, tristezas, sentimentos, memórias, lembranças, reminiscências, marcas emocionais, vícios de comportamento, atitudes mentais adquiridas, as feridas dos destratos, o estudo cansativo, a luta para sobreviver, as relações de trabalho, relacionamentos, etc. O coração que empresta seu salão, nosso eu interior, chega cambaleante as vezes. Ele é que recebe os tiros mais pesados da


artilharia invisível, sente os terrores noturnos, ouve as vozes do passado, percebe intenções ocultas e as coisas espirituais dolorosas como só elas podem ser. Mas é nesse salão que a vida acontece. Normalmente as decisões do coração são as melhores, as da mente centradas ou em argumentos ou em emoções, as vezes falham e as da carne normalmente um desastre. Não. Nem sempre. As vezes o corpo sente exatamente o que necessita sentir. Só não podemos deixar guiar os rumos da reunião. Há o Conselheiro. Essa figura estóica por vezes aparta a briga dos três. Dos três. Sempre dos três. E suas decisões são melhores do que as do coração, da mente ou da carne. O salão de guerra interior se ilumina quando ele se manifesta, afinal sua educação não permite falar sem que hajam ouvintes. O Espírito de Deus sempre está presente nas reuniões do conselho de guerra. Sempre. Ao menos naqueles que sofreram a reforma interna, aquela reforma tão radical que Nicodemos uma vez até questionou "Como pode alguém nascer de novo?" e claro, convidá-lo a habitar nesse coração reformado pelo menos para todo o sempre. Não necessariamente na mesma ordem. As vezes esses três obstinados que representam a gente de um modo integral, coração, mente, corpo, dão uma de joão-sem-braço, discutem, chegam as suas conclusões de logística e voltam imediatamente para o campo de batalha. O resultado é sempre o mesmo. Coração cambaleante apoiado na mente errante, com tapaolho e braço enfaixado e nosso corpo se arrastando até a mesa do conselho. Sempre os três. Já diziam antigos provérbios que sem conselhos não se vai a guerra. A moça virtuosa, no amor, é o premio, para o coração de um homem que entrar e sair do conselho interior, aconselhado por Deus! Ou para a moça, o homem virtuoso, é o premio. Não necessariamente na mesma ordem. Um conselho de respeito. Para os três. Sim. Necessariamente para os três.


WELINGTON

CORPORATION

Livro de Juizes, Velho Testamento.

Tem uma nação, creio que ...num sei... cabras maus, dona de um exército com 900 carros de ferro, tanques de guerra da época, governante chamado Jabin, comandante chamado Sisera. Por 20 anos eles obrigaram a nação israelita a pesado jugo de impostos, tomando bens, agricultura, rebanhos, etc. Sisera seria assessor de Darth Vader, essa ocupação não era pacifica, instauraram um reino de terror, mortes diárias, estupros, prisões, crueldade manifesta em doses cavalares como instrumento de dominação. Não havia em tal época acordos internacionais para tratamento de prisioneiros, etc. Sísera era o cabra-cruel. Não são referidos seus atos de violência de maneira explicita, mas pelo desespero israelita subtende-se que ditadura seria uma palavra doce para explicar a situação. Uma profetiza de nome Déborah vai até um dos nobres de Israel e diz que se ele reunir um exército das tribos e enfrentar o poderosíssimo exército de Jabin, será vitorioso.


Baraque, diz, OK, Desde que VOCÊ, DEBORAH, venha junto para a batalha. Não estava concedendo muito crédito na dita profecia. Deborah vai com ele, mas, avisa que por causa dessa semiincredulidade, meio crédulo, meio incrédulo, ele vencerá, MAS, não iria ficar com o crédito. Já que necessitava de uma mulher ao seu lado numa frente de guerra, a vitória plena viria pelas mãos de uma mulher E Lá foi Baraque reunindo tropas e convocando gente para a missão suicida entre as cidades e tribos de Israel. Algumas não quiseram ir. Ao passar pela tribo de Ruben, na parte da terra que ficava perto de um ribeiro, vou chutar, Jordão, houve uma certa apreensão. Afinal não é todo dia que convidam a você a ir lutar contra inimigos invencíveis, sabendo que se perder os caras são cruéis demais da conta. E eles se reúnem perto do ribeiro pra decidir se vão ou não. Se tivessem decidido não ir, o desfalque seria tão grande que as chances cairiam pra menos que zero. Eles resolvem ir. Junto aos ribeiros de Rúben grandes foram as resoluções do coração. Israel vence, o exército invencível é vencido, os carros de guerra destroçados. Sisera foge desesperado para uma cidadela qualquer onde não houvesse israelitas e entra numa tenda qualquer a convite de uma mulher qualquer que falava aramaico, a mesma língua dos assírios. A moça não era israelita. Pertencia a uma tribo árabe de nômades do deserto, antiga tribo que tinha um ancestral comum com os israelitas: Um tal de JETRO pai de uma tal de ZIPORA Esposa de um tal de MOISÈS A moça era justamente descendente do sogro de Moisés. OH! AZAR! Sisera! A moça acaba com ele dentro da tenda.

Deborah canta essa vitória e no seu cântico uma das estrofes do cântico é:

Junto aos ribeiros de Rúben grandes foram as resoluções do coração.


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