YULE/IMBOLC. Ano 2 . Edição nº 5 . gratuita
EDITORIAL
Por Lorenna Escobar
Finalmente conseguimos elaborar mais uma revista BTW, e, é com enorme satisfação que apresentamos a todos mais um resultado de nosso trabalho. A cada edição podemos reunir o conhecimento geral sobre a Wica e ceder aqueles que anseiam por maiores esclarecimentos sobre a Arte. Agradeço a participação de todos os envolvidos, ao apoio do Coven Caldeirão de Cerridwen que auxíliou a equipe BTW a formular mais essa revista, tornando possível o início de mais um ano para todos nós. Então a partir daqui mantemos mais um canal de auxílio ao pensamento pagão e contribuindo para reflexões que levam ao conhecimento intelectual e espiritual.
“Rainha da Lua, Rainha do Sol, Rainha dos Céus, Rainha das Estrelas, É o Senhor da Vida que nasce novamente; Escuridão e lágrimas serão afastadas quando o Sol cedo chegar!”
Abençoados sejam!
índice Tradição x interpretação Wica e a Sagrada dinâmica de polaridades Um estudo sobre polaridades em Yule A vassoura da Bruxa Wica e o Futuro Imbolc Luz e Purificação Aprendendo o que é Espiritualidade Gerald Gardner Defina Wica
“O tempo é muito lento para os que esperam Muito rápido para os que tem medo Muito longo para os que lamentam Muito curto para os que festejam Mas, para os que amam, o tempo é eterno.” William Shakespeare
Equipe BTW Mario Martinez Brutus Lobão Lorenna Escobar Simone Abraços Sévine Kayná Giulia
Projeto gráfico: Lorenna Escobar
TRADIÇÃO X INTERPRETAÇÃO Por Mario Martinez Existe uma clara dificuldade, por parte do público interessado, em estabelecer os limites do que é e do que não é tradicional. O que percebemos é uma posição altamente controversa do caminho dito tradicional. Isso é explicado, em parte, pela total inexistência de material publicado, embora atualmente existam outros meios de pesquisa muito mais rápidos e eficazes do que nós, da velha guarda, contávamos 40 anos atrás.
Quando fundamos nosso site wiccagardneriana.net e
nossa Lista de discussão no Yahoogrupos, não fazíamos idéia de que esses limites quase não existiam mais. Mal dava para reconhecer nos rituais que assisti no Brasil, a Arte dos Wica na qual eu fora iniciado mais ou menos trinta anos antes. O choque inicial foi então substituído pela necessidade de explicar esses limites e salientar que toda religião possui suas fronteiras, que a tornam única entre todas as outras, e são essas fronteiras que a definem. Quando você retira as fronteiras você perde a definição e sem definição estava acontecendo diante dos meus olhos o que já parecia evidente a todos os Iniciados e historiadores da Bruxaria: a palavra “Wicca” estava perdendo o significado. Todos os tipos estranhos de distorção podiam ser observados no final dos anos 1990 e de certo modo ainda podem hoje. Pessoas se denominando “wiccanas” e comemorando as estações trocadas; outras decidem que
o clima onde vivem tem apenas 3 estações e passam a celebrar 6 Sabás em vez de 8; decidir que os Athames são perigosos e então não precisam de fio ou que não precisam ser de ferro; cultuar deuses nativos americanos em vez do Deus de Chifres. Isso e muito mais era praticado nos quintais das casas, nos apartamentos e nas praças públicas como sendo “Wicca”. A grande pergunta que fazíamos a nós mesmos, era o que deveria significar para essas pessoas ser um “Wicca” !? Quase a totalidade delas havia feito um rito de auto-iniciação, e estavam fazendo o que lhes dava na cabeça e reinventando a Roda ou oferecendo cursos com iniciação. Lembro-me de que a primeira coisa que tentamos fazer foi mostrar aos verdadeiros buscadores quais são os limites da Wica, ou seja, quais as feições que a religião possui e que a distinguem das outras centenas de religiões
pagãs do mundo. Este trabalho está longe de terminar, e não tem sido fácil. Em parte por causa dos ideais americanos ecléticos de individualismo e igualitarismo, além da tendência social moderna de abraçar todos os tipos de diversidade. Com isso, as bases hierárquicas da Arte dos Wica foram sabotadas em troca de uma falsa noção libertária. Era esse o quadro no início de 2001. Naquela época ninguém tinha escrito ou comentado nada a respeito da teologia dos Wica. A teologia é a base de tudo e se você desconhece ou ignora a teologia, em breve você estará praticando alguma
outra religião. Uma das ênfases da teologia tradicional está baseada nos gêneros de polaridades: isso significa que Wica é uma religião duoteísta na qual as divindades são a Deusa da Lua e das Estrelas e o Deus de Chifres, o Divino Feminino e o Divino Masculino, cuja união erótica dá vida ao universo. Essa essência teológica apóia-se na oposição mágica do masculino e feminino e na atração mútua dos sexos opostos. Por isso, existem determinadas práticas que não se ajustam e nem funcionam na Wica, como por exemplo, as energias mágicas geradas por pessoas do mesmo sexo. Essas
polaridades
aparecem em tudo na religião, desde a Roda do Ano aos mais sagrados atributos dos antigos Deuses. Tradicionalmente, o principal atributo do Deus é a masculinidade pura, e o da Deusa a feminilidade pura. O Deus é o poder por excelência, a força impetuosa, ardente, ígnea, a paixão, a chama penetrante, o poder ativo que representa o fogo que queima e que movimenta todas as energias do universo. A Deusa é a sabedoria por natureza, a Fonte passiva e misteriosa da criação, a fluidez receptiva representada pelas águas e o secreto encanto da Lua. Da união dos dois poderes supremos opostos
e complementares, surge a criação do mundo dos fenômenos. Então, para que se possa dizer que se pratica Wica, é necessário que ambos os poderes supremos sejam cultuados em igualdade. Como isso é feito, já é assunto daqueles que estão sendo treinados, iniciados e elevados nos graus. O princípio dos gêneros de polaridades é a base fundamental da Wica, como estabelecida e difundida por Gerald Gardner. Nossos Deuses são os dois Pilares Opostos no coração da realidade, o Deus de Chifres faz amor com a Deusa (Hiero Gamos divino) em todas as
épocas, mundos e dimensões da existência, mantendo o universo unido pelo Amor. Acredito que esta seja uma das características mais marcantes da Wica, e posso dizer que ela determina com certeza se aquilo que se está praticando pode ser chamado de Wica. Lembrome de que uma coisa que me chamou muito a atenção foi a sistemática destruição, eliminação e rebaixamento do Deus de Chifres: uns o eliminaram totalmente da religião, enquanto outros o transformaram num ser assexuado, um eunuco. Se estamos falando da Arte dos Wica, então estamos falando
lera. Nem mesmo autores tradicionais escreveram sobre esse tema, e os poucos que o fizeram, usaram elementos e exemplos emprestados de religiões orientais. O motivo ? Era considerado perjúrio falar sobre teologia. Contudo, se a teologia tivesse sido explicada desde o início, o impacto que as interpretações erradas causaram na Arte, seria bem menor.
do Deus mais másculo e viril já cultuado. Problemas de bloqueios pessoais e dificuldades em saber lidar com a própria sexualidade fizeram com que os buscadores auto-iniciados retirassem da teologia e da liturgia todos os elementos que pudessem lembrar esses bloqueios. Entretanto, Wica é e sempre foi uma religião sexual, romântica e erótica em vários aspectos. Mas essa faceta nunca era descrita ou comentada em nenhum dos livros que eu
Atualmente, um dos grandes problemas com a Wica está justamente na diferença entre a tradição e a interpretação que se dá a essa tradição. Um dos fatos mais tristes que eu já tive a oportunidade de ver, é a interpretação que alguns Gardnerianos norte-americanos deram à Arte, inclusive afirmando categoricamente que Wica não tem uma teologia. Particularmente eu nunca vi uma religião sem teologia. Na verdade, a teologia
pode ser percebida através de todo o Livro das Sombras. Os elementos teológicos são muito óbvios. O que não é óbvio é a insistência de certas pessoas em negar o que está escrito lá, e lendo podemos distinguir entre o que é tradicional e o que é interpretação pessoal. A estrutura geral da essência teológica é óbvia no Livro das Sombras, e se existem pessoas que se recusam até a ver o fato de que toda a base teológica está no Livro, então não há muito a ser feito com elas a não ser ignorá-las. Muitas pessoas ainda teimam em separar Wica da Bruxaria Gardneriana, numa tentativa de validar interpretações pessoais. Entretanto encontrei uma definição que derruba essa teoria eclética, e que diz: “Wica Gardneriana é uma religião iniciatória, de Mistério que deriva seus Mistérios da Carga da Deusa e da Lenda da Descida, como evidenciado no Livro das Sombras de Gerald
Gardner. A linha iniciatória também deve retroceder a GBG para que seja Gardneriana.” Aliás, eu nunca conheci nenhuma religião de Mistério que não fosse teísta, quer seja Eleusiana, Órfica e até mesmo o Mitraísmo. Tenho folheado as várias versões do Livro das Sombras de Gerald Gardner. A Carga da Deusa, que aparece no BAM como “Leviter Veslis” e que foi reescrita por Doreen Valiente quando ela estava no Coven de Gardner, é um texto comum usado por todos os Covens Gardnerianos. A Carga é o texto mais conhecido e usado na Arte. O estudo dessas fontes teológicas pelos iniciados é essencial. Não estou dizendo que é fácil, só que é essencial. Mesmo iniciados e Elders encontram paradoxos se forem analisar textos de Linhas diferentes. Um desses paradoxos nos mostra que a Deusa e o Deus vem de uma fonte primordial, impessoal e de gênero neutro, chamada
A Carga retrata a Deusa como a Fonte primordial: “Eu sou a Alma da Natureza. De Mim todas as coisas vêm e para Mim todas as coisas devem retornar”. Entretanto o conceito de Dryghten me parece não ser constante na Arte, e não pode ser encontrado em várias versões do Livro em Linhas diferentes. Novamente temos aqui um contraste entre tradição e interpretação. Porém essa interpretação tem que ser observada por verdadeiros iniciados, e não por ecléticos ou auto-iniciados que não tem nenhum contato com os textos tradicionais. Além disso, paradoxo é inevitável na religião, porque religião é sobre o Mistério, sobre a totalidade. Sempre que oTodo é observado,
a contradição estará presente. Religião e Verdade, ambas são contraditórias porque sempre haverá a possibilidade da inclusão dos opostos. Não se trata de nenhum problema, mas de um Mistério. Como vimos, entender e viver uma tradição depende de sermos iniciados nela; mesmo assim, é necessário que os iniciados tenham a honestidade necessária para não impor sobre a tradição seus gostos e tendências pessoais, caindo no terreno das interpretações erradas. A preservação da antiga Arte no futuro dependerá dessa conscientização.
Figura de Miguel Avanteo (1962). Fonte: conchigliadivenere.wordpress.com
Dryghten; também existem textos que afirmam que a Deusa é a Fonte primordial, como por exemplo, a visão teológica de que Ela veio primeiro e é eterna, dá nascimento ao Deus de Chifres que morre a cada ano para renascer Dela.
WICA E A SAGRADA DINÂMICA DE POLARIDADES Por Sevine Kayná “Aceitando-se que na maioria das pessoas parece haver um desejo de ter um deus e uma deusa, creio que podemos considerar que este era o caso há quatro mil anos, e toda a evidência da arqueologia aponta para isso.” Gerald Gardner - O Significado da Bruxaria (p. 56).
A citação encontrada acima mostra o pensamento de Gerald Gardner sobre a orientação instintiva e tão antiga quanto a própria existência do homem no mundo, de cultuar os dois princípios presentes em tudo na natureza: O Feminino e o Masculino.
Essa inegável relação entre gêneros, que são ao mesmo tempo opostos e complementares, sempre foi observada: Claro e Escuro, Frio e Calor, Macho e Fêmea, como os dois pólos de uma bateria, cujo equilíbrio é importante e sua união é sagrada e de natureza criativa. A Bruxaria Gardneriana, sendo uma religião caracterizada por sua ancestralidade, mantém preservada em sua estrutura teológica, tal sabedoria universal, conhecida como “Dinâmica dos Gêneros de Polaridades”, através do culto ao Casal Divino: A Deusa da Lua e das Estrelas e o Deus de
Selene and Endymion , Sebastiano Ricci Fonte: mlahanas.de
Negativa; *O Deus - Princípio Masculino: Doador, Quente, Ativo, Duro, Positivo.
Chifres, em sua união amorosa, romântica e erótica, criadora de todas as coisas, em um ciclo eterno de vida, morte e renascimento, o que faz da Wica uma religião única e específica. A Deusa e o Deus são os pilares, os pólos cósmicos dos princípios Feminino e Masculino, e podem ser caracterizados de acordo com esse entendimento: *A Deusa - Princípio Feminino: Receptiva, Fria, Passiva, Macia,
Assim, observando que tudo precisa de sua contraparte para ser completo, os Wica buscam viver em harmonia e equilíbrio, espelhando e refletindo tal compreensão em todos os seus ensinamentos e práticas. É por isso que os trabalhos são realizados entre casais, formados por homens e mulheres (não é obrigado que sejam casais perfeitos, ou seja que exista um relacionamento amoroso entre essas duas pessoas, embora Gardner afirme que é algo interessante para o trabalho, quando possível). As mulheres são sacerdotisas do Deus de Chifres e os homens são sacerdotes da Deusa da Lua e das Estrelas. Seguindo tal raciocínio temos também que todas as iniciações e elevações são feitas mantendo as polaridades, da mesma forma
O motivo para tanto cuidado em preservar essa estrutura da Tradição é muito simples e pode ser entendido se lembrarmos de um dos seus Dogmas: - “O Superior é Como o Inferior” (“Wicca Gardneriana” de Mario Martinez, pág. 29). Dessa forma, os Wica buscam alcançar a sintonia com as Divindades, agindo em semelhança com a sua eterna dança cósmica de amor, criando uma“bateria” de vontades,onde cada sacerdotisa e sacerdote compõem um dos pólos opostos e complementares, o que permite que as energias sutis, elevadas em trabalho com magia no Plano Físico, por semelhança e simpatia, possam ser conduzidas e cristalizadas nos Planos Superiores.
Essa é a forma simples,
natural e extremamente efetiva de trabalho mágico feito pelos Wica, nascida da pura observação e vivência dos ciclos básicos da vida, como vemos nesta outra citação de Gardner, no livro “O Significado da Bruxaria”: - “mas o homem primitivo não era puritano. Para ele, o falo e seu equivalente feminino eram a única representação sensata da Divina energia criativa” (pág. 50).
Alegoria da Escultura, Gustav Klimt (1889) Fonte: abcgallery.com
que dentro do Círculo Mágico, todas as coisas são passadas sempre de homem para mulher ou mulher para homem, nunca entre pessoas do mesmo sexo.
um estudo sobre as Polaridades em YULE Por Sevine Kayná Aqui no Hemisfério Sul, estamos quase no Solstício de Inverno ou, como é mais conhecido, o Yule, um dos quatro Sabás Menores comemorados pelos Wica. Todos os Sabás chamados “Menores” possuem uma orientação claramente voltada para a fertilidade da terra, e no caso de Yule isto está relacionado com o renascimento do Sol, a volta de dias progressivamente mais quentes e mais luminosos, após esse intervalo de tempo que vem desde Mabon, o Sabá anterior, onde tanto luz quanto o calor do astro rei foram diminuindo, até chegar à noite conhecida como “mais
escura do ano”, o próprio Solstício de Inverno. Uma coisa importante de lembrarmos antes de prosseguirmos com o assunto é que, apesar de dessa referência ao Sol, a Wica não é um Culto solar, nem adora ao Sol como um Deus. O Sol é um símbolo dessa energia capaz de fecundar a vida, características associadas ao Deus de Chifres, mas nem Ele é o Sol, tão pouco Ela é a Lua, pois tal como já foi mencionado, são Deuses Cósmicos. Podemos então observar nesse Rito alguns exemplos muito interessantes e esclarecedores do que é e de como acontece a dinâmica
É nesta fase de maior escuridão, quando a natureza sabiamente se recolheu, assim como tudo o que é vivo parece estar mais latente, que temos o momento ideal para renascimento da luz, através do resplandecer do sol. Da mesma maneira, nós, que estamos totalmente imersos nessa maré energética, no grande ciclo da vida, precisamos entender que é a partir de um momento de recolhimento, de reflexão e de encontro e melhor ainda, de confronto com tudo o que está guardado dentro de nós, que será possível renascer, abrir espaço para o novo, sem negar sombra ou luz, mas perceber que uma é necessária para a outra e para o equilíbrio. Em Yule a Deusa é chamada de “A Grande Mãe”, que trará para o mundo, através do seu
Caldeirão, o Útero Divino, a Criança da Promessa, o Deus de Chifres, que retorna do Submundo. Gerald Gardner, em “O Significado da Bruxaria”, nos explica que o Caldeirão da Grande Mãe é um Portal e que a Criança da Promessa é o fogo solar. É interessante, pois ainda temos pessoas que negligenciam a presença e a importância da ligação dos Deuses. Mas sem essa união não há equilíbrio. Então temos que, enquanto Ele é a pura
Scent of Magic Fonte: heaven and earthdesigns
entre as polaridades, que é universal na natureza, nas energias sutis e no trabalho de um Coven.
energia radiante da vida, do fogo e do sol, ela é o Grande Portal que permite a ele o nascimento e a ascensão. Ele é a luz do caminho, enquanto Ela é o próprio caminho e tudo que permite a sua existência. Também podemos observar na comemoração deste Sabá alguns costumes bem representativos da dinâmica das polaridades: A dança da Roda, cujo propósito é fazer o Sol renascer, é realizada em forma de ciranda, onde os membros se posicionam de forma alternada, sempre um homem e uma mulher, até que todos estejam em seu lugar. Numa dança para fazer o sol renascer, talvez alguns pensem “mas não devia ser feito só por mulheres?”, mas é claro que não, pois Wica trabalha sempre com polaridades, então, para a volta da luz, todos trabalham como casais. Assim o equilíbrio entre as energias e pólos é criada, e só assim é que algo pode existir.
Outro costume presente na Tradição é o de saltar o Caldeirão fumegante, uma forma de simbolizar purificação e o renovar da vida, do ano, pular o fogo renascido e deixar o que passou para trás. Isto também é feito em pares. Podemos observar que em todo momento,os membros do Coven estão atraíndo, através de seu trabalho em pares, as mesmas energias de renovação, recomeço e purificação que nascem também, através do imenso amor e poder dos Deuses, nos Planos Superiores. Este momento, que é recebido e esperado por todos com grandes alegrias e festejos para dar boas vindas ao poder e energia radiante do sol, que é a marca no Hemisfério Sul da chegada do ano crescente, e portanto o início de uma nova caminhada, e perfeitamente organizado para seguir o Dogma já mencionado na parte anterior deste texto “O Superior é Como o Inferior”.
Claro que há ainda muitos outros exemplos, mas os que foram citados aqui são específicos de Yule. Espero que através desse pequeno artigo, tenha sido possível esclarecer para os leitores um pouco mais sobre a sacralidade da dinâmica de polaridades dentro da Wica e como isso é trabalhado em um Coven, por suas sacerdotisas e sacerdotes, e ainda, de que a observação e a compreensão do equilíbrio formado pela união das polaridades não é algo pontual, que acontece entre as pessoas, e sim a própria manifestação Divina, que está em tudo.
“Welcome Yule, thou merry man, In worship of this holy day. Welcome be thou, Heaven-King, Welcome born in one morning, Welcome for whom we shall sing, ‘Welcome Yule!’ Welcome be ye, Stephen and John, Welcome Innocents every one, Welcome Thomas Martyr one, Welcome Yule. Welcome be ye, good New Year, Welcome, Twelfth day both in fere, Welcome, saintès lef and dear, Welcome Yule. Welcome be you, Candlemas, Welcome be you, Queen of Bliss, Welcome both to more and less, Welcome Yule. Welcome be you that are here, Welcome all, and make good cheer; Welcome all, another year, Welcome Yule.” Welcome Yule (Edith Rickert, 1910) ANTIQUITY OF CAROL SINGING (mid-Wintermas)
Foto autorizada de Hanna Kardenya Fonte: fickr.com
A vassoura da Bruxa Por Simone Abraços Sempre envolta em muito mistério e folclore, no imaginário popular, a Vassoura e a Bruxaria são indissociáveis. Na Wica, a Vassoura não é um Instrumento Mágico, mas um Instrumento Litúrgico - um Objeto Ritualístico. Um dos mais antigos costumes, é a utilização da Vassoura para a limpeza do local onde será lançado o Círculo Mágico – é o que chamamos de Varredura Ritual. Mas, se um Coven se reúne sempre em um mesmo lugar, não existe a necessidade dessa varredura, pois esse lugar é constantemente limpo e purificado. A Vassoura representa uma “ponte” entre Mundos ; uma porta de acesso ao Espaço Ritual ; um portal que permite a transição entre o Mundo
Visível e o Mundo Invisível - é “pulando a Vassoura” que os Membros entram e saem do Círculo Mágico. A Vassoura é um símbolo da União das Polaridades, onde seu cabo ( formato fálico ) é o elemento Masculino e as cerdas são o elemento Feminino. A junção do cabo e das cerdas – uma encenação do ato sexual – é a representação da União e do equilíbrio entre as Polaridades Opostas, o Ato de Criação que inicia e desencadeia o Ciclo de Vida, Morte e Renascimento. Existe uma infinidade de variações na escolha das madeiras para a confecção da Vassoura Ritual, mas, pelo seu simbolismo, que não é em vão, a Trindade mais tradicional é composta por galhos de Bétula, ramagens de Aveleira e tiras de Teixo - o seu cabo é feito com um galho de Bétula ; suas cerdas são feitas com ramos e folhagens de Aveleira e a amarração, para unir o cabo e as cerdas, é feita com tiras
(fibras da madeira de Teixo). A Bétula ( Betula alba – o cabo da Vassoura ), uma das Árvores Sagradas do Celtas, é por excelência,uma árvore com um grande Poder de Proteção, Purificação e Limpeza. Durante as Festividades que aconteciam entre os meses de Dezembro e Fevereiro, varas de Bétula eram usadas para golpear as costas dos participantes para que eles fossem purificados. Fazendo uma incisão no tronco dessa árvore, era possível obter uma seiva levemente açucarada que, misturada ao Vinho, era distribuída aos participantes. O nome Bétula significa “início” e “princípio”.
Fonte: Um Trilho na floresta (blogspot)
A Aveleira (Coryllus avelana – a ramagem das cerdas) é a Árvore do Conhecimento e a detentora de toda Sabedoria. Seus galhos também eram usados para fabricar “Varinhas” de Adivinhação e para localizar mananciais (nascentes de água) e veios metálicos.
Teixo libera um vapor que, se inalado, provoca visões, delírios e estados alterados de consciência. Outras importantes variações de madeiras podem ser com o Freixo, o Salgueiro e a Sorveira.
O Teixo (Taxus baccata – para as tiras de amarração), por seu formato e crescimento inusitados, é conhecido como a “Árvore da Morte” - alguns de seus galhos crescem com as pontas voltadas para o solo (o Submundo) e fundem-se com seu tronco e com suas raízes.
Não sabemos exatamente quando a Vassoura Ritual surgiu, mas existem relatos de sua existência desde os tempos da Antiguidade. Talvez uma das mais famosas e antigas gravuras que retratam a Vassoura em um Sabá, seja a de Robin Goodfellow do ano de 1639 - século XVII.
Ao mesmo tempo que o Teixo é conhecido como a Árvore da Morte, ele também é chamado de “Árvore do Renascimento” - seu tronco principal se decompõe várias vezes durante sua longa vida e sempre um outro tronco surge (renasce) a partir de outros galhos – um símbolo de Imortalidade. Durante
o
Verão,
o Fonte: noticias.universia.net.mx
Podemos encontram vários relatos datados de séculos passados, que descrevem mulheres montadas em Vassouras, saltando e correndo nuas pelos campos durante a noite – eram Cultos noturnos pela Fertilidade dos campos, do Homem e dos animais. Entre palavras incompreensíveis, gritos e danças frenéticas, quanto mais alto elas saltassem com suas Vassouras, mais altas e vigorosas seriam as plantações e mais protegidos estariam os campos. Para entrar em transe, as Bruxas conheciam um método muito simples utilizando suas próprias Vassouras: com movimentos repetitivos e constantes, elas varriam, varriam e varriam. Muitas vezes, o cabo da Vassoura era untado com Ungüentos especiais – os Ungüentos de Vôo – e, através do atrito e do contato com o órgão genital, essa mistura penetrava na corrente
sanguínea e provocava várias sensações ( inclusive, excitação sexual). Entre essas sensações, as mais notáveis eram as visões e as impressões de queda e vôo. Muitos dos ingredientes dos Unguentos - que causavam alucinações, formigamento, tremores, alterações cardíacas, letargia e pressão baixa - eram extremamente venenosos e de difícil manipulação. Para alcançar os efeitos desejados, somente com muita prática e conhecimento sobre as dosagens e as propriedades específicas de cada um e, dependendo da planta, os efeitos podiam durar mais de 24 horas.
As mais diversas combinações entre esses ingredientes podiam ser aplicadas no cabo da Vassoura, esfregadas em determinadas partes do corpo da Bruxa, ingeridas em forma de Poções ou jogadas na fogueiras dos Sabás. Interessantes e curiosas histórias de vôos noturnos sempre estiveram associadas à Bruxaria. Mulheres que “cavalgavam” em suasVassouras e voavam em direção ao local do Grande Encontro - o Sabá,
a Assembléia das Bruxas. Muitas vezes, devido ao unguento aplicado no cabo ou no próprio corpo, essas mulheres visualizavam suas Vassouras transformando-se em animais – bodes, gatos, lebres, lobos, cobras, sapos, corujas, doninhas, etc. – ou elas mesmas transformavam-se nesses bichos – as conhecidas Metamorfoses Animalescas. Notadamente, sabemos que os Vôos Mágicos Noturnos (sejam em Vassouras ou em animais) e as Metamorfoses sempre foram o “núcleo” folclórico dos Sabás das Bruxas.
Fonte: thewica.co.uk
Na Bruxaria, as receitas desses Unguentos são guardadas a Sete Chaves. Entre os ingredientes mais conhecidos podemos citar: o Acônito (se esfregado na pele em pontos estratégicos, produz sensação de formigamento, letargia e leveza–como se estivesse “voando” ); Figueirado-Inferno (privação dos sentidos, excitação e delírios); a Mandrágora (além de ser um poderoso afrodisíaco, causa alucinações, delírios e visões).
Fonte: thewica.co.uk
Wica e o futuro Por Brutus Lobão Muitas Ordens, Grupos e Sociedades preservam e transmitem ainda hoje os Antigos Mistérios Sagrados. Partindo, até onde se sabe do imemorável Paleolítico, passando pelo Neolítico, Antigo Egito, Grécia e diversos representantes de ocultas Ordens que mantiveram os segredos da Arte dos Sábios vivos até os dias de hoje, temos a bruxaria, em especial a Bruxaria Gardneriana, como fulgurante e secreta guardiã e mantenedora dos Mistérios da Iniciação Antiga. A Iniciação Antiga acompanha o ser humano desde seu surgimento agindo na transformação do bicho homem, governado pela ignorância das aparências e pela superstição.Somente o Iniciado,
o ser humano esclarecido, pode caminhar nas trevas populadas de miragens que absorvem as massas de humanos irracionais, não Iniciados, cowans. Neste momento de inverno, governado pelas marés do enfraquecimento e do recolhimento, percebe-se uma impressão distante e grosseira do desfazimento e purificação que preparam o terreno para a renovação do brotar da vida. Assim também buscadores e candidatos no mundo inteiro procuram preparar-se, desfazendo-se dos enganos, e purificando a alma em busca da Iniciação nos Mistérios Antigos rumo ao despertar para uma primavera do espírito. Dentre tantas opções de ordens e sociedades secretas ou semisecretas, prometendo atender a um anseio que o ser humano demonstra ser tão antigos quanto a própria humanidade, a Iniciação nos Mistérios e o sacerdócio sagrado, que relevância e especificidade a Bruxaria
Gardneriana pode ter nestes dias modernos para atender a busca espiritual do ser humano? “Muito puritanismo e falsa modéstia, por exemplo, se foi pela proa.” Diz Gardner em seu livro The Meaning of the Witchcraft, cáp. XVII. Quando ele dizia isso seguia se referindo à relação geral do ser humano com o nudismo, a sexualidade e a beleza que estavam desbravando novos espaços naquela época.Gardner também comenta a muito importante manutenção da antiga crença na continuidade da vida além da morte pela Arte dos Wica contribuindo com o futuro da espiritualidade do ser humano. O ponto mais interessante da menção de Gardner é a relação entre o futuro, a Arte dos Wica e a liberação da nudez, da sexualidade e da beleza. Este é um ponto importante quando precisamos ressaltar a superioridade do processo Iniciatório nos Mistérios da Arte dos Wica e como isso vem servindo ao progresso,
diretamente e indiretamente, da humanidade. A Iniciação desperta no ser humano suas profundezas adormecidas e atrofiadas, reprimidas e ignoradas. Um trabalho com todas as limitações culturais e comportamentais deve ser feito para libertar o ser humano de toda e qualquer padronização castradora do espírito e da liberdade de ser. A sexualidade, a nudez e a beleza inflamam o desejo por prazer. Incitam forças que não podem ser resistidas por nenhum tipo de controle e nessa verdadeira e irrevogável
Preparation for the Sabbath (1936) William Mortenson
liberdade qual outraTradição de Mistérios pode ser lembrada? A atitude que tem prevalecido ao longo da existência humana é reprimir e esconder. A Arte dos Wica é diferente, pois trabalha com todas as nuances da natureza humana que ao longo da construção e evolução dos modelos sociais tem sido transformada em tabus, com o intuito de manter as primitivas forças escondidas dentro do ser humano reprimidas e sob o controle dos poderes seculares que os dominam, sejam as instituições religiosas de massa, ou os estados e seus governos, mídia e mercado mundial. Tradicionalmente os Wica trajam o Skyclad para revelar o corpo nu, como o céu noturno revela as estrelas, ao invés de usar uma tanguinha para “velar”, ou disfarçar, o sexo. Isso é verdadeira liberdade de toda ocultação, toda repressão, e aproxima o ser humano de tudo aquilo que esconde de si mesmo, que de outra forma
é negligenciado e concebido distorcidamente. É a ocultação da nudez que tem permitido ao ser humano ignorar as forças poderosas e primitivas e terríveis da natureza e ser mais facilmente seduzido pelas ilusões superficiais das roupas, adereços, comportamentos, ideias e verdades ou mentiras. A beleza é a manifestação das práticas de purificação ao longo do caminho de Mistérios da Arte dos Wica. Neste sentido não estamos falando de uma beleza vulgar que pode ser encontrada com facilidade nestes dias de estética plutocrática, mas de uma beleza e harmonia da alma purificada do Wica pelo trabalho da Arte, que segundo Gardner é muito maior que a beleza do corpo. Os Wica, portanto reconhecem beleza e harmonia na pureza, uma prática tão importante que se fosse seguida por todo ser humano poderia ter nos dado um momento presente melhor em termos gerais ambientais e sociais.
A sexualidade é o mais importante sacramento da Arte dos Wica, por que assim como os Deuses Antigos cream todo o cosmos por meio da sua união heterossexual, ou seja, a união da Deusa da Lua e das Estrelas e seu amante o Deus de Chifres, polaridades opostas complementares, os Wicas entram em contato também, pela união sexual mística heterossexual, com os poderes criativos da fertilidade escondidos no ser humano. A sexualidade põe em movimento as forças de conservação e destruição da vida.Aqui estão as duas colunas sagradas,Trevas e Luz, a Grande Mãe e o Deus de Chifres, a fêmea e o macho, a esquerda e a direita, erigidas para o transito dos mortos e dos vivos. O poder da criação, do amor e da morte, sem repressão, sem calúnia, permanece ardente. Poderíamos tocar no assunto do Açoite e das Cordas, que também é um tabu para aqueles que não conseguem
aceitar a dor da vida e da morte, mas prefiro me concentrar aqui nestes aspectos de prazer e beleza que fazem mais falta ao mundo do que a dor sempre presente, bem conhecida da humanidade. A Arte dos Wica não é só isso, mas esses aspectos são relevantes por serem fontes de sabedoria e poder indispensáveis no caminho do ser humano à iluminação dos Deuses Antigos, sendo encontrado nos dias de hoje praticamente com exclusividade na Wica Tradicional. Sistemas Iniciatórios que não trabalham com essas forças não tem condições de despertar as profundezas do ser humano para trazê-lo à clareza da eterna presença dos Deuses em todo o universo. Na Bruxaria Gardneriana a Deusa concede certeza às suas Crianças, não fé, enquanto em vida, e devido a todo o trabalho Iniciatório nos Mistérios os Wica não precisam acreditar em qualquer divindade,
eles conhecem os Deuses pessoalmente e tem certeza neles, não fé. Um olhar no futuro parece ter sido entusiasmante para Gardner que viu muitas falsas moralidades cair ao seu tempo, esperando que os antigos Deuses da Bretanha pudessem guiar mais uma vez seu povo rumo à evolução espiritual e humana seguindo o embalo da vinda da nova era astrológica de Aquário. Se quisermos olhar no futuro, hoje poderemos prever muitas ignorâncias se dissipando, mas corremos o mesmo risco que ele de não termos muito progresso na liberdade do ser humano para alegrar nossas hipóteses. Tudo o que um caminho Iniciatório, como a Arte dos Wica,utiliza de forma específica, secreta e eficientemente para despertar o ser humano para a Iniciação, nada pode fazer pelo ser humano comum não inserido no processo Iniciatório. Foto de Steven Mitchell Fonte: darkblackrose.wordpress
Por exemplo: A Bruxaria Gardneriana trabalha por meio do que chamam de os Oito Caminhos. Dentre as técnicas dos Oito Caminhos, há a utilização de nudez, sexo, açoitamento, inebriamento, danças, rituais, meditações, e etc... A Tradição dos Wica tem formas específicas e secretas de trabalhar com tudo isso e despertar o ser humano ignorante cowan para a Iluminação da Iniciação. No entanto o ser humano comum talvez nunca antes tenha feito tanto sexo, com toda liberdade, quanto ultimamente, nunca antes tenha experimentado a grande permissibilidade da nudez nos trajes sociais, a violência gratuita, o desregramento social das drogas legais e ilegais, danças, festas, e até mesmo prática de meditações e ioga difundidas no ocidente como um exercício mais exótico. A humanidade está iluminada? Em minha opinião o que
é conhecido como mundo de hoje ou de ontem é um parque de ilusões, uma matriz binária mental pronta pra responder qualquer não ou sim, que satisfaz muitos, mas deixa alguns esperando algo mais. Obviamente alguns precisam de Iniciação e Iluminação, e isso não é para a humanidade inteira, mas para poucos. Os Wica são poucos, e apesar da pequena influência indireta que podem contribuir com a evolução espiritual da humanidade, seu trabalho de evolução espiritual pessoal restrito ao grupo de Iniciados com que trabalha acontece dentro do Círculo Mágico, entre-mundos, por isso o futuro é uma curiosidade passível de muitas especulações, mas servimos aos Deuses Agora.
Imbolc Luz e Purificação Por Simone Abraços Entre o fim do Inverno e o prenúncio da Primavera, temos Imbolc - celebrado em 01 de agosto no hemisfério Sul e em 01 de fevereiro no hemisfério Norte, é também conecido por Oimelc, Imbolg, Candlemas e “Noite de Brigit”. Após um longo período de hibernação, é o renascimento e o despertar da Natureza que, após sofrer todos os rigores do Inverno ainda carrega os vestígios da época ais difícil e penosa do ano.Após um período marcado pela escuridão e por dias extremamente frios, Imbolc traz a promessa de que dias melhores virão e que a escassez, trazida pelo Inverno, está chegando ao fim.
Um costume muito antigo para incentiar a volta do Sol, era acender várias velas e tochas - inicialmente, eram chamas fracas, pequenas e suti, mas que prometiam aumentar com o passar dos dias, com a chegada da Primavera e com a proximidade do Verão. Com a volta lenta, e gradativa da luz, os dias vão se tornando cada vez mais longos e a escuridão vai diminuindo. A Deusa é a própria Natureza que está renascendo e desabrochando – a Menina, a Donzela, a Virgem das Flores – e esse desabrochar pode ser refletido em nosso interior. O Deus, como uma chama pequena e ainda fraca, irá se fortalecer dia-após-dia com a evolução da Roda do Ano, e com o seu poder Fertilizador, traz esperanças de Vida.
Como um Festival Agrícola e um Sabá de Fertilidade, essa era uma época muito importante para os nossos antepassados. Após um longo período de reclusão, esse era o momento de retomar as atividades agrícolas e pastoris. O arado tinha uma importância crucial e era a principal ferramenta do homem do campo. Era utilizado para revolver o solo castigado pelo Inverno, para misturar o húmus à terra após o degelo da neve, e para preparar os campos para a futura semeadura dando início ao Ciclo da Colheita. Com o Sol, ainda fraco e tímido, a vida começa a renascer com o distanciamento do Inverno, a vegetação começa a surgir nos campos e lentamente, os animais começam a ser devolvidos aos pastos. Oimelc significa “no leite” e marca o início do período de lactação dos rebanhos e do gado. Durante os
festejos de Imbolc, os pagãos derramavam leite nos campos para encorajar o surgimento de uma nova vida e para pedir bênçãos para as sementes e para as ferramentas agrícolas – em especial, o arado. Após o Inverno – casas fechadas por muito tempo e vários meses de recolhimento – uma grande limpeza é necessária e imprescindível. Com a transição entre as Estações e as mudanças ocasionadas por elas, as necessidades também mudam e passam a ser outras. É um período de novas expectativas, de preparação para uma nova fase, de planejamento e de renovação. É o momento de limpar, de renovar, de se desfazer do que é velho e do que já passou para ceder lugar ao que é novo e que ainda está por vir. Imbolc é o primeiro Sabá do Ano Crescente – período de expansão, de aumento e de crescimento das Marés Energéticas. Para
que possamos aproveitar essas Marés de Crescimento, precisamos entrar em sintonia e alinhamento com o ritmo natural desses fluxos de Energia. Se observarmos atentamente as mudanças que acontecem ao nosso redor nessa época do ano, basta permitirmos que isso aconteça dentro de nós : uma fase de grande estímulo para novos planejamentos e projetos. É um momento muito propício para avaliações – uma análise do nosso passado (o que queremos deixar para trás) e o planejamento do nosso futuro (o que desejamos e o queremos iniciar). Imbolc é também um Sabá de purificação. Para que uma nova fase se inicie, todo o acúmulo de escombros,velarias
e inutilidades que carregamos dentro de nós, precisa ser removido. São travas, pesos, apegos e estorvos que nos impedem de seguir em frente. Sem essa remoção - sem essa “limpeza” - não haverá espaço e nem condições para receber o que essa nova fase tem para nos oferecer. Considerado um Sabá ideal para Iniciações (não é uma condição ou uma obrigatoriedade), Imbolc representa novos começos. É a época para prepararmos o nosso “interior” para um novo ciclo e uma nova jornada. Como é um período de crescimento, o novato poderá acompanhar e vivenciar, desde o início, as marés energéticas no Ciclo de Vida, Morte e Renascimento. Desde épocas muito antigas, Imbolc é associado à Deusa Irlandesa Brigit ( Brighit, Brid, Brigid ). Ela é
a Deusa Celta do Fogo, da Forja e dos Ferreiros, da Cura, da Fertilidade, da Inspiração, da Poesia e das Artes, das Fontes e dos Poços Sagrados. É a Protetora dos rebanhos, do gado e das colheitas. É a Protetora do Fogo - a chama que não se apaga. Em Imbolc, Ela é aquela que traz a Cura e a Fertilidade para a terra. Por ser uma Deusa do Fogo, e ao mesmo tempo muito associada à água, os Celtas a homenageavam no Festival de Imbolc – o Festival que celebra o fim das Trevas e a volta da Luz. Essa noite é chamada de a “Noite de Brigit”. Como uma Deusa Tríplice – Donzela, Mãe e Anciã – Brigit, na personificação de uma Luz muito sutil e que ainda está em fase de crescimento, assume o seu aspecto de Donzela e é reverenciada como a “Noiva do Sol” ( Brigid , “Bride” = noiva em inglês ). Brigit foi e ainda é uma Deusa muito cultuada na Irlanda
e sua presença marcante está por todos os lados. Os casais que desejavam ter filhos, mas que tinham problemas com esterilidade, faziam oferendas em Poços, bebiam a água de fontes consagradas à Ela e pulavam fogueiras na noite dos festejos. Como um Festival do Fogo, várias fogueiras eram acesas e as pessoas as pulavam pedindo Fertilidade para os campos, para o Homem e para os animais.Atravessavam a fumaça purificadora e jogavam as cinzas na terra com a intenção de purificá-la e prepará-la para receber as sementes. Na impossibilidade de extinguir e de reprimir os Cultos em sua homenagem, Brigit foi “cristianizada” pela Igreja, e acabou sendo transformada em Santa Brígida de Kildare - local de seu Santuário na Irlanda. Para que esse Festival Pagão fosse esquecido, a Igreja adotou Imbolc dando-lhe um novo nome : Candlemas – a Festa da Luz.
APRENDENDO O QUE É A ESPIRITUALIDADE Por Giulia Antes de começar a conhecer a vida em um coven, frequentemente buscamos a Wica sem uma ideia clara do quê a Wica realmente é. Digo isso, pois por mais que leiamos e tentemos imaginar do que se trata, as surpresas são inevitáveis. Mas, ao contrário de serem surpresas onde nos encontramos em alguma situação inesperada, não, são as surpresas de, de repente, se encontrar mudado. A surpresa de ver o mundo, pois este parece ganhar novas formas, totalmente desconhecidas, a cada dia. É perceber a beleza do universo que nos cerca, as sutilezas das experiências e, também, a feiura das injustiças e tolices.
Começamos a aprender, a perceber, aquilo que construímos e que por vezes atuam como barreiras para novas experiências (as travas, os medos, a estrutura da mente). A partir desse anseio, da percepção, o amor e a confiança podem crescer como forças maiores que prevalecem e a coragem aparece e nos segundos ditos como sábios nos é mostrado o que deve ser feito com nossas próprias barreiras. A coragem é um atributo que nós auxilia a jogar os medos, traumas e travas no lixo, sem pena, sem olhar para trás. E, com isso, novamente vem a surpresa, pois é difícil imaginar como seríamos sem
essas barreiras, sem um resumo de “quem somos”. Começamos a ficar mais atentos. Aos poucos, vamos purificando os sentidos para que, cada vez mais, possamos vivenciar os momentos em sua plenitude. As emoções se tornam mais ricas, sinceras e desprendidas porque, talvez no passado, eram desacreditadas ou desvalorizadas. O corpo aparentemente se torna mais receptivo às sensações, e aquilo que nos move passa a ser Vontade, simplesmente pura e intensa. Porém, vale lembrar que nada disso acontece sem que haja uma busca verdadeira, em que se faça o que é necessário e, isso inclui mais do que apenas
ações ou singelas participações dentro da família. É mais do que tarefas ou deveres de casa. Não existem garantias no campo da espiritualidade, ou é ou não é, pois nenhum método será capaz de mudar alguém sem que este esteja aberto e receptivo. A transformação depende da própria pessoa. Isso parece óbvio e, na teoria, todos admitem que seja, mas na prática significa estar disposto a abater quem você é. Não se trata de algo que venha a partir de argumentos ou teorias, a criação de um molde a partir daquilo que se acha que deve ser, precisa existir de fato. Algumas pessoas acreditam que a responsabilidade do desenvolvimento do buscador depende do Mestre. Essa é uma
noção equivocada e ignorante. Pois não basta apenas entrar em um coven, é necessário fazer o trabalho proposto. Os Mestres são capazes de abrir os caminhos para o conhecimento, apontam os meios para a libertação e, ensinam sobre a Arte,. Permitem, àqueles que buscam, a oportunidade do conhecimento, mas cabe ao buscador o aprendizado e reconhecer, então, no Sacerdócio a sua vocação. Se o adepto não for sincero em sua busca, se não estiver disposto a sacrificar seus anseios pela Arte, a se entregar, e, efetivamente fazer aquilo que precisa ser feito, verá as barreiras existentes como intransponíveis. Será incapaz de largar os pesos que o prendem ao chão e, como tantos antes, não será capaz de prosseguir. Não basta apenas participar e realizar os trabalhos colocados e inseridos
no cotidiano, pois chegam momentos que o adepto deve estar disposto a morrer. De nada adianta escutar as lições do Mestre, estudar, participar e passar por“provas”, sem jamaais colocar o próprio ser à prova. A
espiritualidade não está restrita a pequenos momentos, ideias, discursos ou atos de heroísmo. Não é uma vestimenta e nem é um sentimento que cessa quando voltamos para casa ou quando decidimos que existe algo mais urgente a se fazer. A espiritualidade não é só fazer, é ser e aprender a existir de fato, sempre.
Gerald Gardner Por Lorenna Escobar Dito por muitos como o “pai” da bruxaria talvez porque ele foi um dos bruxos mais conhecidos da época e que conseguiu divulgar um pouco da Bruxaria Tradicional Britânica. Ele tentou derrubar o conceito massificado sobre as bruxas e a missa negra, sendo essas coisas completamente opostas e desconexas. Mas ele obteve sucesso? Gerald Brosseau Gardner, foi iniciado em um coven, do qual hoje podemos identificar uma linhagem de sucessão de um dos nove covens fundados por George Pickingill estabelecido antes do século XIII. Os integrantes desses covens eram conhecidos como bruxos hereditários de um ofício transmitido a eles através dos séculos.
Dafo ou Edith Rose Wodford - Grime (1887-1975) uma mulher possuidora de grande sabedoria, foi a Bruxa que iniciou Gardner em 1939. Com seu infinito interesse em história e arqueologia, Gerald Gardner contribuiu muito para Arte, buscando suas origens que eram muito antigas e por isso mesmo indisponíveis para pessoas comuns da época. E foi seu grande interesse pelo ocultismo e feitiçaria, que provavelmente o fez se encontrar entre alguns bruxos, um grupo secreto, um grupo de bruxas hereditárias. Gardner tinha 55 anos no momento de sua iniciação alegou, que havia passado muitos anos na Malásia e tinha um enorme interesse no folclore, magia e mitologia. Ele publicou “High Magic’s Aid” (Auxílio da Alta Magia) como uma história que envolve Bruxaria e grandes mistérios das práticas mágicas, acreditamos que o intuito da publicação dos seus livros era Fonte: geraldgardner.com
Fonte: geraldgardner.com
Gardner entrou em contato com a Ordem Rosacruz Crotona Fellowship.
de divulgar que a Arte ainda vivia naquela época. Ele morreu em 1964, com a idade de 79. Gardner nasceu em 1884, e passou uma grande parte de sua infância, e a maioria de sua trabalhando a vida adulta, no exterior. Seus anos adultos foram gastos principalmente na Malásia, com um período de três anos em Bornéu. Permaneceu na Inglaterra em 1936, onde junto de sua esposa Donna moravam em Londres, onde ficou até a ameaça de eclosão da guerra em 1938. Gardner então se mudou para a área de New Forest, comprou uma casa em Highcliffe, uma pequena cidade entre Poole e Lymington em Dorset. Logo depois de mudar para lá,
Após a queda das leis contra bruxaria, o livro “Bruxaria Hoje”(1954) apareceu, este foi descrito em caráter de um trabalho antroólogo apoiando algumas teorias sobre a feitiçaria moderna e ada antiga religião pagão. Com seus 75 anos de idade, Gardner escreveu “O significado da Bruxaria” (1959). Seus livros inspiraram a curiosidade de muitas pessoas e despertou em alguns adeptos o desejo de conhecer e de vivenciar os mistérios da antiga Arte. GBG morreu, deixando um legado memorável. Grande parte de seus pertences foram herdados por sua família descendente da Arte, inclusive deixando seu famoso museu a Monique Wilson, Alta Sacerdotisa iniciada por ele em 1962.
Até hoje é tratado como um homem memorável, de acordo com sua história percebemos que Gardner foi uma pessoa capaz de construir muitas coisas, para alguns até eram coisas inimagináveis. Com seu grande poder e simpatia contribuiu para a Arte, cumprindo o seu papel como Sacerdote, pois sua vida foi a Arte porque ele se transformou Nela – O Wica. Ele mostrou muito ao mundo pela sua experiência de Vida, transmitiu uma enorme “carga” de ensinamentos através de seu legado, isso, no entanto foi apenas uma centelha de sua sabedoria, pois o essencial ficou reservado aos que pertenceram aos Seus – A família Gardneriana. Quando pude estar no seio da família, tive um sonho muito interessante e que me deu uma inspiração muito grande, uma consolidação que meu caminho estava ali, no momento certo, pronto a ser
trilhado. Estive com ele nesse sonho, um senhor que prendia toda a minha atenção, a minha frente; Sua percepção inspirava confiança em suas fortes e firmes palavras, mas que ao mesmo tempo eram suaves e doces. Sei hoje que não se tratava apenas de um sonho, ele estava ali a imagem que tenho na lembrança ele era todo azul, era como se ele tivesse vindo me dar as boas vindas e uma pequena advertência das responsabilidades de um sacerdócio. Gostaria muito de lembrar os pequenos detalhes desse “sonho”, mas sua presença em si já foi e será inesquecível para mim.
Defina Wica Por Lorenna Escobar Wica é descrição das práticas de uma tradição específica e particular da Bruxaria. Wica é uma religião centrada na polaridade dos Deuses, opostos e complementares, uma religião sacerdotal e iniciática. Portanto podemos também dizer que a Wica não é uma religião de massa, não existe qualquer tipo de proselitismo nela, abrimos as portas e divulgamos sobre a Arte, afim de desmistificar e esclarecer alguns conceitos para que aqueles que foram bruxos em outra vida possam reconhecer
o seu caminho. Assim mostramos as bases e alguns fundamentos da religião para aqueles que buscam e que almejam seu crescimento e desenvolvimento, pessoas em geral, que se encontram e tem certa atração para a religião. Qualquer investigação sobre o passado da Arte nos levará a práticas ancestrais, temos registros dessas desde o período neolítico, sabendo-se que se trata de rituais que são realizados repetidamente, pré-estabelecidos, mantidos e perpetuados por meio das tradições. Wica como “A antiga Religião” tem raízes profundas, tanto nos mitos antigos repassados quanto nas pinturas nas cavernas, como uma religião Viva. Os Sacerdotes e Altos Sacerdotes estão conectados a uma força motriz, propondo-se a servir os Deuses da religião herdada de Gerald Gardner (1884-1964), um iniciado na antiga Arte, conhecido como “pai” da Bruxaria mo-
derna. Uma religião pagã onde padrões morais e éticos são totalmente diferenciados, seguindo uma conduta sacerdotal proeminente. Um caminho de profunda beleza, mistério e magia. Os integrantes se reúnem em Covens, seguem por um caminho Sacerdotal em que não existem seguidores. Seguimos na formação dessa irmandade, onde os portais se abrem ao amor e confiança na busca do mais intrínseco valor da comunhão entre Deuses e Homens. Gerald Gardner diz, em seu livro The Meaning of the WitchCraft, do impacto quando topou com algo interessante, ele estava entre iniciados e a palavra Wica o atingiu de certa forma que sabia que estava em meio a uma antiga Religião e logo ele se deparou em meio a um círculo mágico, onde foi iniciado. Estavam no Culto das Bruxas, pessoas que ainda existiam nesse mundo, apesar de toda a perseguição, injúrias, mentiras e conotações grotes-
cas e irônicas que atuavam sobre a imagem das Bruxas. As perpetuações das práticas da Arte foi mantida em alguns lugares da Inglaterra, os ritos adotados remontavam a práticas da Arte francesa e escandinava, alguns estabelecidos em East Anglia e Norfolk. George Pinkingill é o mais velho conhecido representante dessa Arte, como o fundador de nove covens na região Inglesa, os quais esses foram “mães” de vários outros covens e linhagens. O Deus de Chifres era servido e honrado pelas mulheres enquanto que a Deusa era honrada pelos homens: estamos tratando de uma religião de fertilidade onde a Deusa é consorte do Deus, uma religião polarizada, onde aspectos como luz e
sombras são necessários para manter o equilíbrio. Os Wica são bruxos, de uma religião organizada e alicerçada em princípios básicos e naturais para eles, sua organização é definida pelo sistema de Graus, cedidos através dos rituais de iniciação e elevações. Entretanto esse “sistema” possibilita-se estabelecer uma hierarquia dentro das tradições. Seus fundamentos foram mantidos seguindo uma Teologia, Liturgia, História e Dogmas que formam uma base estrutural que deve ser observada, entendida e obedecida, de forma livre e por vontade. Bruxas existem, podem estar mais próximas do que se imaginam. Geralmente não são feias, nem cabelo desgrenhado ou com verrugas no nariz, mas muitas das vezes são doces e amáveis. São homens e mulheres que seguem um ano litúrgico, os Sabás, cujo tema principal é a Roda do Ano, ou Roda da transformação, onde podemos abrir os olhos quanto aos
processos da natureza e do homem, suas passagens principais que contemplam os mistérios da vida, morte e renascimento. O pentagrama geralmente é atribuído aos Bruxos, uma estrela de cinco pontas dentro de um círculo que une essas pontas é um símbolo da Vida e da União. Os elementos da natureza, terra, ar, fogo e água são representados através das pontas da estrela, sendo a ponta superior considerado como a ponta da ascendência e do crescimento, da união Divina. Wica geralmente é descrita como a Arte dos Sábios, onde se estabeleceu uma estrutura tradicional, ou seja, transmissão de conhecimentos e valores através das gerações. Uma linhagem pode ser identificada quando a transmissão é feita de forma ininterrupta de homem para mulher e de mulher para homem. Servir os Deuses é um dos aspectos notáveis que ligam todos os Wica.
“São as pessoas que se chamam de Wica, os ‘sábios’, que praticam os ritos antigos e que têm, juntamente com a superstição e muito conhecimento de ervas, preservada, em segredo os ensinamentos e os processos de trabalho que eles próprios pensam ser magia ou bruxaria” Por Gerald Gardner “A Wica é uma Religião Iniciática, Sacerdotal, de Transcendência e de Mistérios e ela possui sua própria Teologia, Mitologia, Liturgia e História uma Religião única entre tantas outras. É uma religião estabelecida e específica, na qual existe um princípio desde a sua fundação, de que um bruxo sempre é e será iniciado por outro do sexo oposto.” Por Mario Martinez
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““Wicca” é uma palavra anglo-saxã originalmente aplicada a um dos ramos do antigo clero pagão. A palavra é a ancestral da moderna palavra “witch”, e muitos wiccanos chamam a si mesmos de
bruxos (witches) e usam “witchcraft” como um nome alternativo para sua religião. Em termos da Arte, antes de 1960 somente os bruxos tradicionalistas ingleses usavam esse nome, e nós ainda cremos que esse termo só pertence a nós. Mais recentemente, “Wicca” tem sido usado para um imenso número de reconstruções e revivalismos pagãos e suas práticas”. Fonte: www.wiccagardneriana.net “Uma religião iniciática e sacerdotal, pautada em Mistérios que guia seus adeptos a uma transformação através da experiência sagrada com a Deusa e o Deus, fazendo-os compreender que vida e morte fazem parte do eterno espírito presente em todos nós.” Por Delia Morgan Os Wica reconhecem o movimento natural dos ciclos da natureza como recorrentes e dinâmicos, os balanço entre o dia e a noite, verão e o inverno, nascimento e morte. Celebram esses ciclos da Natureza
e se encontram-se sob a luz do luar para honrar os Deuses em seus aspectos de transformação, crescimento, declínio, morte e nascimento. Os princípios de equilíbrio e polaridades são essenciais para a Arte e as interações desses princípios provocam um despertar de forças da sua própria natureza interior, que é imanente e transcendente a todas as coisas, o poder pessoal.
próxima edição A revista BTW é publicada quatro vezes ao
ano e seu objetivo é informar, esclarecer e desmistificar origens, dogmas e práticas da Wica Gardneriana e mostrar que os ensinamentos de Gerald Gardner ainda estão vivos e florescendo no seio dos covens tradicionais. Esta revista é aberta a comunidade em geral, caso desejem publicar algum artigo enviar para btw.revista@gmail.com com o assunto “artigo”. Será nos reservado o direito de resumir e editá-los para maior clareza, estilo, gramática e/ou precisão. Participe da seção Carta do Leitor e envie suas opiniões, dúvidas e sugestões. É só enviar para o endereço btw.revista@gmail.com com o assunto “carta do leitor”. Para participação ativa e debates, inscreva-se na lista: http://br.groups.yahoo.com/group/wiccagardneriana/ Site: http://wiccagardneriana.net Interessados em participar do Grupo de Estudos em Goiânia escrever para o endereço btw.revista@gmail.com
“É a profundidade das raízes que preserva a árvore”. Gerald B. Gardner