Fanzine

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arte: Rene Margera


Senac 2015 PP1N - CE FANZINE Bruno Bezerra Cinthia Teixeira Rene Margera Sheila Soares Stephanie Nascimento Tamires Alves William Romanini


pUbLI CIDaDE

& ConTemPo raNeIDAde


BABY BOOMERS

e NosGERAÇÃO últimos 50 anos tivemos uma Y aceleração em questões tecnológicas, no jeito

em que a indústria começou a produzir, no pós-guerra várias fabricas que trabalhavam com produtos bélicos tiveram que se adaptar para continuar no mercado, assim começou o surgimento dos eletrodomésticos, a principio as pessoas não sabiam como utiliza-lós adequadamente, com isso a publicidade começou campanhas para impulsionar o consumo desses produtos, o que acabou gerando uma mudança no modo de se viver e na visão de mundo das gerações que começaram a surgir. Após a segunda guerra mundial (1939-1945), com a volta dos soldados para casa as mulheres começaram a engravidar e teve um “boom” de bebês, por isso essa geração ficou conhecida como baby boomers, eles ficaram marcados por terem um pensamento de reconstruir o mundo, falaram não para guerra com o movimento Hippie, foram os jovens que lutaram contra a ditadura no Brasil, é a geração da bossa nova, dos festivais de músicas. Com o foco em possuir uma renda estável, pois cresceram ouvindo seus pais falando sobre a guerra e como que tiveram que economizar durante essa época, não apresentavam preferência por marcas no momento da compra, eles compravam produtos devido experiência passada com a marca.

foto: internet

Geração Y é a geração que nasceu nos anos 80, foi uma geração que cresceu junto com os avanços tecnológicos, como televisão, videogame, com a expansão econômica de diversos países, ficaram conhecidos por serem pessoas distraídas e ambiciosas que sempre estao trocando de emprego . Na hora de consumir as vitrines são responsáveis pela compra por impulso e a maioria só compra determinadas marcas e ainda procuram a facilidade no pagamento como descontos e parcelamento, na hora de comprar eletrônicos são exigentes, pois necessitam estar conectados com as redes sociais. Cerca de 91% acessam regularmente as redes sociais e utilizam esses canais para reclamar de produtos que não o supriu da maneira desejada, criatividade e inovação são coisas que chamam atenção dessa geração, uma campanha bem feita faz com que eles mesmo compartilhem pela internet, estão sempre debatendo e divulgando varias questões, diferente da geração baby boomers que foram influenciados por rádio e televisão, meios que não permitiam contestação.


ConsuxpubLI mismo cidade O consumismo é a vontade de adquirir um bem, que não é uma necessida-

de e sim um impulso momentâneo, o resultado dessa compra se torna em endividamento devido à falta de planejamento financeiro. Esse comportamento é influenciado devido ao capitalismo, onde as marcas agregam valor na vida do individuo, principalmente entre o publico jovem, como adolescentes que tem preferência por marcas de tênis e roupas, onde em sua visão de mundo para serem aceitos em seus grupos é necessário eles utilizarem esses produtos, a indústria capitalista se aproveita dessa fase onde eles estão criando sua identidade, que a todo o momento a necessidade de expressar sua personalidade, se alto afirmar individuo, para vender seu produto como se eles realmente tivessem uma identidade e status. Mas com analise de todas as faixas etárias e classes sociais podemos notar que o consumismo afeta todas elas, porém os mais atingidos são os jovens como já foi citados acima, mulheres e os pais, como sabemos seus filhos são um ponto fraco na hora de consumo, pois são eles que

possuem o capital na hora de ir ao mercado, shopping, lojas e etc, atualmente vivemos em uma era onde a falta de tempo para se dedicar aos filhos é algo muito comum, para suprir essa necessidade de atenção eles compram de acordo com o que os filhos pedem, tentando satisfazer as vontades de seus filhos, os deixando alegres mesmo com essa ausência dos pais, com isso percebemos que a publicidade das marcas influencia tanto a vida familiar, social e que ao mesmo tempo as pessoas não param para refletir o porque que estão consumindo dessa forma, falta um pouco de analise de seu próprio estilo de vida, o que realmente é necessário e o que prescindível.


RESGATE DO ESPAÇO PÚBLICO N

metrÔ santa cruz - são paulo/sp.

o cotidiano paulista as horas passam como segundos e as vezes nem prestamos a devida atenção ao que nos cerca.Por conta disso, elementos que fazem parte da vida do cidadão paulistano acabam passando despercebidos,como é o caso dos metros. É claro que sua funcão é o transporte coletivo e só,porem é um ambiente em que passamos boa parte do tempo,todavia não possuem nenhum valor cultural ou atração que os diferencie.É inusitado pensar que um ambiente tão visitado pode ser tão comum. São muitas e diversas as questões que determinam a relação dos cidadãos com seus espaços públicos e, consequentemen-

foto: internet

te, o significado que esses espaços assumem para o conjunto da sociedade. Podemos dizer que São Paulo é uma cidade repleta de espaços que não são utilizados para atividades artísticas e culturais, Fazendo com que a população o enxergue como um lugar tenebroso e que só possui serventia em caso de necessidade, como é o caso dos metrôs e trens. Felizmente, não podemos associar as características citadas a Estação Santa Cruz,pois o movimento Hip-Hop (um dos mais importantes da historia da musica) novamente contribuiu em nossa cultura. Todos os sábados, às 20h o público adepto do movimento se reúne no terminal, em frente ao colégio Arquidiocesano, na Vila Mariana, para a “Batalha da Santa Cruz”, que interage informação, diversão, e ainda desenvolve o raciocínio logico e a criatividade. As rimas são feitas no estilo Freestyle ou, comumente chamado, batalha de rimas improvisadas, sendo muito parecidas com o repente nordestino. Um MC (Mestre de Cerimônia) tem 30 segundos para mandar seu recado, em seguida o MC rival responde e o público avalia quem deve ser o ganhador. São de 2 a 3 rounds,

foto: internet


chave a chave conhece-se o grande vencedor. A ação começou pela falta de espaços de referência deste segmento, na região de São Paulo. O primeiro encontro aconteceu em 2006, em frente ao Shopping Santa Cruz. Já na sua segunda edição, cerca de 200 pessoas estavam reunidas. A aglomeração de pessoas em frente ao metrô toda semana chamou a atenção das grandes mídias. O que também contribuiu para a ascensão do evento foi o sucesso de rappers consagrados como Emicida e Rashid que tiveram grandes momentos nas batalhas. O lugar já foi palco de inúmeros documentários acadêmicos e também já foi tema de reportagem do programa de televisão “A liga” da emissora Bandeirantes. Também foi matéria de jornais conceituados, como a folha de são Paulo e Estadão. A Batalha da Santa Cruz vai além do lazer, é um estilo de vida. “Cada Batalha torna-se um momento único, só quem está presente sente a energia do lugar… Não seria quem sou hoje, como pessoa e como MC se não tivesse passado pela experiência da Batalha da Sta Cruz” fala Marcello

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Gugu, MC e Publicitário que durante muitos anos participou das batalhas e atualmente, junto ao grupo África Kids composto pelos rappers Flow MC, Bitrinho e DJ colorado, organizam a atividade. Portanto, a criação da batalha de Freestyle mostra o quão importante é o ato de dar valor aos espaços públicos, principalmente se o mesmo é um lugar no qual trafega milhões de pessoas todos os dias Diante deste cenário, podemos afirmar que o movimento Hip-Hop foi o grande responsável por propagar e dar vida ao metrô, o tornando diferente dos demais. A ação proporciona à população que por ele circula a oportunidade de vivenciar arte e cultura, entre a rotina tão feroz do grande centro.

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“Sou ringue, sou swing, sou arena, coliseu. Prazer meu nome é Santa Cruz: Sou eu” Descrição de Marcello Gugu sobre a Batalha da Santa Cruz.


CULTUra nAs rUaS PRAÇA ROOSEVELT

foi graças a pressão da sociedade ou dos próprios habitantes da região. A Roosevelt é o exemplo, pois alguns skatistas utilizavam o espaço, e depois de anos a praça foi reformada pelo governo, sendo própria para praticar esse esporte. A arte de rua seja ela grafite, artesanato ou apresentações de rua, por mais bonito ou mais arriscado que foto: Stephanie Nascimento seja, as pessoas não se aproximam disso, muitos acham que arte é o que está no museu ou em uma feira de arte, fora isso, sempre foi criminalizada pela sociedade, pois seguimos um padrão estipulado por ela, a arte de rua só será valorizada quando se tornar “Padrão”, por exemplo o grafite que foi criminalizado, como as prefeituras não conseguiram evita-las, usam a tática de colocar nas cidades, tendo a oportunidade de evitar a pichação e usar referencias eurofoto: Stephanie Nascimento peias como a dos Gêmeos, que briga entre esses moradores. Sabemos que foram convidados em Londres para grafia Roosevelt é uma praça pública no centro tar um Castelo, tendo um grande sucesso e de São Paulo, com vários bares e lojas que hoje suas artes estão no Brasil. Portanto, artistas anônimos seja de rua, ficam abertos quase 24 horas. Conforme entrevistas feitas na própria grafiteiro, dançarino, palhaço, eles têm praça, os parques, espaços culturais, e pra- capacidade de expressar sua arte da mesma forma como os artistas famosos. ticamente o que temos construído hoje, A praça Roosevelt é um ambiente de extrema diversidade de cultura, gêneros e ideologias. Antes de se tornar um local que abrange o skate, também temos, dança, música e artes de rua, antigamente era apenas um local vazio e sem estrutura. A causa de discussões entre moradores de classe média alta da região com quem frequenta a praça, é por causarem barulhos, moradores de rua se instalando nos lugares cobertos, e o consumo de drogas. O que incomoda a burguesia, são as pessoas de baixa renda e de questão cultural diferente delas, assim são marginalizados pelo jeito de falar ou se vestir, tendo uma visão de que vão assalta-las a qualquer momento. Em relação ao barulho, o GCM (guarda civil metropolitana) interrompe determinados eventos ou até mesmo pessoas expressando sua arte, para que não ocorra


Pode ser que daqui alguns anos isso mude, mas sempre terá algo que será criminalizado. Isso é consequência da disputa de classes, pois o rico nunca irá aceitar o que é do pobre, ou então frequentar lugares e culturas que se tenha a população de pouco poder aquisitivo. A cultura de rua ou qualquer arte dentro dela, tem uma coisa que quebra qualquer barreira, não importa se você é de classe média alta ou baixa, o primordial é o que se faz ali dentro, o que você é. O que é o maior medo da burguesia, pois o espaço público, qualquer pessoa pode ter acesso.

OS PARLAPATÕES BAR E TEATRO

“As pessoas acham que temos um bar com um teatro no fundo, mas na verdade, temos um teatro com um bar na frente.” Edi Lima – Garçom e ator O Espaço Parlapatões encontra-se em frente à praça Roosevelt e é um dos lugares prediletos de pessoas de diferentes, estilos, culturas e ideologias. É o único lugar do bairro que permanece praticamente 24horas aberto. Acontecem peças teatrais, intervenções, músicas. A dica que dão, é do público aguardar as atrações no barzinho do teatro. Porém, alguns moradores se incomodam com o barulho que vem do espaço. Por ficar a madrugada toda aberto, quem mora nos prédios próximos, acabam jogando água, ovos e até mesmo cloro em cima das pessoas que estão na praça Roosevelt e nas calçadas, onde tem mais aglomeração. “Os burgueses se incomodam com o nosso barulho, reclamam que somos vagabundos e não temos o que fazer. Nosso barulho grita cultura, e acostumem burgueses, não vamos parar tão cedo” Mariana (nome fictício)

foto: Stephanie Nascimento

PARQUE AUGUSTA 100% VERDE O Parque Augusta é a última área verde permeável do centro da cidade, ou seja, é uma área com um grande bosque com árvores centenárias, inclusive espécies remanescentes da Mata Atlântica, como palmeira e jacarandá Pela primeira vez em 50 anos, o parque Augusta foi autorizado por Fernando Haddad, a destruição e privatizações de suas áreas, tendo apoio das imobiliárias Cyrela e Setin para a construção de 3 prédios no terreno do parque. Embora o terreno seja privado, o acesso púbico é obrigatório. Além de ser uma área tombada (bosque e árvores), a população tem direito de usufruir do patrimônio ambiental e cultural da cidade. Vivemos a maior crise hídrica da história de São Paulo, todas as áreas verdes são necessárias para reverter esse caos e equilibrar o índice de chuvas. Por isso ativistas pedem e protestam para que o parque reabra e crie o Parque Augusta 100% verde.


O ESPAÇO O espaço público na publicidade torna a busca de novas possibilidades para uma nova conquista em um novo olhar do homem em busca de uma nova era com um objetivo em recuperar o mesmo espaço para atribuir as novas posições do espaço privado. Que foram tiradas com o passar dos anos. Através, da publicidade podemos atingir o conceito do marketing, da venda, do comercio, e resgatar as obras primas, a arte na rua, os shows, as bandas, o teatro, a dança, a cultura em si de cada povo. Tem que ser respeitada e valorizada. Em que todos que busca esse direito de viver livremente sem regressões têm o direito de ocupar esse espaço publico. Seja de forma, produtiva para venda, para a troca, para o lazer, para o cinema, o show diversas finalidades. Mas, com tempo isso foi perdendo e dando o direito de vendas e comercio só em lojas e lugares estabelecidos pela lei do governo. Entretanto, a publicidade traz

PÚBLICO

força muito grande na liberdade dos direitos em que todos têm a liberdade de opinar, expressar. A cidade na intervenção urbana com a publicidade traz a arte, a técnica, ou habilidade para a manifestação humana com a necessidade de comunicar com alguém, e para isso ela se torna meios de comunicativos: TVs/comercial/praça/cinema através do ser humano por emoções, percepções. E, para comunicar a obra das artes na rua foram desenvolvidos diversos meios através dos tempos, dentre eles destacam-se a arquitetura, a escultura, a pintura, a escrita, a música, a dança, a fotografia, o teatro e o cinema. No entanto, dentre os elementos o que mais se destacaram é a própria imagem, como do artista como é afirmado, uma das potencialidades da imagem é seu poder para ocupar esse palco no espaço público. Contudo, a arte como conhecemos hoje, passou por profundas mudanças. E, na atualidade, fora dos ambientes convencionais do sistema da arte, sempre se foto: internet questiona: como é que os


NA PUBLICIDADE

artistas vêm se comunicando com a cidade? E, como a publicidade interage no espaço público? Dessa forma surgem as mudanças de resgatar o espaço como solução e a prática artística no espaço urbano, sendo inovador que pode ser considerada uma vertente da arte pública. A própria cultura distorce e torna-se objeto de consumo e exploração comercial ao invés de perceber que a luta pelo o espaço público é adquirido pela sociedade. Identificado um dos contextos da atual criatividade humana (a Arte Pública). O artista traz a sua arte para as ruas, praças para que muitos possam ver a suas obras. A publicidade interage na participação desse bloco de inovações expositivas não só contribui para as grandes as, galerias, teatros, casa de shows, mas está inserindo em um novo campo aberto e se limitações artísticas. O papel principal da publicidade é interagir com as mudanças na atualidade sem repreensões ou criticas, mas abordando o seu principal papel para a comunicação. Pois há uma relação de produzir, expor, protestar, papel de reflexão, pensamentos filosóficos, descrever desenhos da realidade. A publicidade mostra o produto e questiona que hoje o grafite brasileiro é reconhecido internacionalmente como uma forma de expressão particular de qualidade. E, que o artista

CONTEMPORÂNEA tem o seu momento mostrar suas obras e artes sem opressão. E trazendo novas culturas para o meio da publicidade. Eduardo Kobra é um artista Inicialmente que começou com a pichação e o grafite e se diversificou pela cidade de São Paulo. O artista traz a características de um bom desenhista. No qual o artista busca transformar a paisagem urbana por meio da arte resgatando a memória da cidade. Ele o espaço público para transmitir sua arte nas ruas e a publicidade contribui para destacar suas obras no espaço público.

foto: internet


arte: Rene Margera


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