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É realmente necessário praticar lentamente? Dr. Noa Kageyama Como todos os que tiveram aulas de música, em varias ocasiões me pediram que pratique lentamente. Mas, prestei atenção ao conselho dos meus professores? Não. Depois de tudo, qual é a finalidade de praticar lentamente? Tudo é mais fácil quando se toca lentamente – claro, que se pode tocar com maior exatidão a um tempo mais lento. Que há de novo nisto? Mas… porque tantas pessoas confiam tanto em praticar lentamente? Prática lenta nas Artes Marciais Comecei a mina incursão nas artes marciais quando entrei para o colégio. O meu sensei de karaté fazia-nos praticar, constantemente, as novas técnicas em camara lenta para assegurar-se de que estávamos a utilizar a forma correta e, realmente, a desenvolver e entender os detalhes de cada movimento. Claro, tardei um pouco em entender o porque de estar a fazer desse modo. No início, como em música, pensei que era uma perda de tempo. Mas depois dei-me conta do difícil que era dar murros ou pontapés em camara lenta. Requeria um conhecimento muito mais profundo do que cada movimento necessitava na realidade. Lentamente, entendi onde tinha deixado o barco todos estes anos. O objetivo não é se o murro ou o pontapé acertam no alvo (ou se tocas o intervalo correto ou a nota afinada), mas sim que faças tudo corretamente durante todo o caminho. Por outras palavras, estás a manter os teus músculos relaxados? Estás a mover todos os teus músculos da maneira mais efetiva? Estás a maximizar a tua precisão e eficiência? Estás a fazer corretamente até o mais pequeno detalhe?

Prática lenta em música Tinha esquecido todo este tema até há bem pouco tempo quando tive o prazer de entrevistar o concertino da Philadelphia Orchestra, David Kim, para um projeto no qual estou a trabalhar. Ele revelou-me que uma das chaves do seu sucesso (e também para fortalecer a confiança) é a prática super lenta. Um processo de prática em camara lenta enquanto se está completamente consciente, sumamente comprometido, e a pensar profundamente, em tempo real, sobre o que se está a fazer. Casualmente, este não é um processo dolorosamente tortuoso, mas sim que habitualmente é um processo absorvente e gratificante. Uma maneira pela qual se abrem portas a muitas micro descobertas satisfatórias que podem acabar sendo a chave para que uma frase soe como deveria e que comunique exatamente o que se pretende. Isto parece-se muito ao que o grande golfista Ben Hogan aparentemente fez para aperfeiçoar o seu swing (Hogan demostrando como trabalha a sua tacada em camara lenta).


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Dois mal-entendidos Então, porque é que não praticamos lentamente mais frequentemente? Não é porque somos preguiçosos; creio que se deve a um grande mal-entendido. 1. Estamos demasiado preocupados com o resultado, não com o processo Dito de outra forma, esquecemos que como chegamos é tão importante como se conseguimos ou não. o objetivo de praticar lentamente não é somente baixar a velocidade com o fim de toca-las perfeitamente. Trata-se de aperfeiçoar a execução e procurar forma adicionais de tocar inclusive melhor, enquanto se toca suficientemente lento como para monitorizar e pensar nos mais pequenos detalhes. Estão-se a cultivar os hábitos corretos para que, quando a velocidade aumente, se siga tocando da forma correta? Ou há muitas deficiências e maus hábitos que levam a cometer erros quando se aumenta a velocidade? 2. Não se pratica lento o suficiente Já que o objetivo é ser capaz de pensar, monitorizar e analisar a técnica enquanto se toca, praticar a um tempo moderado cumpre com o propósito. É demasiado rápido para que se possa observar, processar e modificar os pequenos detalhes. A ideia é a de utilizar a pratica super lenta para que se possa dar atenção a todos os detalhes subtis do mecanismo, incrementar a consciência do que realmente está a acontecer e encontrar formas de melhora-lo. Então, é mais adequado pensar numa prática lenta ou super lenta, em lugar da velha prática lenta regular, que tende a conduzir a repetições descerebradas de uma passagem num tempo lento. Leiam este artigo escrito pelo esperto em artes marciais Peter Freedman, o qual ajuda a esclarecer o que deveríamos estar a fazer quando praticamos lento.

Atue Tente-o! E não se esqueça de ter o seu diário de prática à mão já que, indubitavelmente, descobrirá novas soluções e detalhes técnicos subtis que não tinha notado antes.


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