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JULIO MESQUITA 1891 - 1927
5 DE JULHO DE 2010
Link Especialistas acreditam que a internet possa alterar o modo como funciona o cérebro
R$ 2,50* ANO 131. Nº 42629
Teste. Confira se sua relação com a web é de dependência Pág. L3
Verba extra não melhora escolas com mau resultado
EDIÇÃO DE 0h15
estadão.com.br
Caderno2 Instrumental sem pudor A saudável promiscuidade sonora do grupo Meretrio, que lança seu segundo disco
PAULO LIEBERT/AE
Segunda-feira
RUY MESQUITA Diretor
FERNANDO SOUTELLO/AG O GLOBO
COPA2010
Metade das que receberam ajuda do MEC depois de obterem as piores notas de 2007 não atinge meta Além de medir a qualidade do ensino, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009, divulgado na semana passada pelo Ministério da Educação, revela o tamanho do desafioque émudar a situação deescolas e cidades com desempenho muito ruim. No foco do MEC encontram-se 1.822 municípios com notas inferiores a 4,2 em 2007 e mais 28 mil escolas com notas até 3,8 no mesmo ano. Desde então, mais de R$ 400 milhões foram liberados para as escolas. Mesmo
● Esforço. As seis escolas municipais de Cajuru (SP) estão entre as mais bem avaliadas. VIDA / PÁG. A14
recebendo dinheiro e suporte técnico, pouco mais da metade dos piores municípiosnorankingmelhorou oindicador no intervalo de dois anos, entre as duas últimas edições do Ideb (2007 e 2009),apontode superarsuasrespectivas metas. VIDA / PÁGS. A12 A A16
Mbasogo, 31 Serra e Dilma anos no poder, definem planos recebe Lula de governo O presidente Lula foi recebido ontem na Guiné Equatorial pelo ditadorTeodoroMbasogo.Nopoderdesde 1979, Mbasogo tenta tirar seu país do isolamento. “A gente tem de ser pragmático”, disse Norton Rapesta, do departamento de Comércio do Itamaraty. NACIONAL / PÁG. A6
Os presidenciáveis já definiram as linhas de seus programas de governo. O PSDB vai dar ênfase à política econômica, apresentando José Serra como o “presidente da produção”. Dilma Rousseff (PT) destacará a manutençãodos programas sociaisdopresidente Lula. NACIONAL / PÁG. A4
TIAGO QUEIROZ/AE
Negócios O mascate digital já fatura R$ 1,17 bilhão O Grupo Hermes, primeira empresa de vendas por catálogo no Brasil, quer dobrar de tamanho em 2010. A internet será o caminho, diz Gustavo Bach (foto), que comanda a empresa.
Tensão na volta. O jogador Felipe Melo desembarca no Rio cercado por seguranças, em meio a xingamentos
Dunga é aplaudido; Felipe Melo, hostilizado A CBF anunciou ontem a demissão de Dunga como técnico da seleção. Seu substituto deverá ser conhecido até o final do mês. Dunga desembarcou em
Setor de carga aérea também sofre com infraestrutura ruim Depois do estrangulamento do setor portuário, agora é a vez de os aeroportos sentirem os efeitos da falta de infraestrutura para o transporte de cargas. Faltam áreas de armazenagem, instalações para produtos especiais e
CARLOS ALBERTO SARDENBERG Contribuições ao crescimento Reduzir a meta de inflação, a dívida pública e o peso do Estado na economia brasileira seriam medidas positivas na agenda das próximas eleições.
VISÃO GLOBAL Internet e papel A Rolling Stone capitalizou mal seu grande furo em décadas, escreve Emily Bell.
JOSÉ DE SOUZA MARTINS O Túnel 9 de Julho Pode-se fazer uma arqueologia das ideologias em conflito no Brasil desencavando o que há por trás dos nomes dos logradouros públicos.
ECONOMIA / PÁG. B2
INTERNACIONAL / PÁG. A10
METRÓPOLE / PÁG. C6
7 8 9 10 11 12
Porto Alegre e foi recebido com aplausos pelos torcedores. Já o volante Felipe Melo, que fez gol contra e foi expulso no jogo que eliminou o Brasil da Co-
mão de obra suficiente para liberar as mercadorias.Hácasosemqueamercadoria demora mais para ser liberada em território nacional do que para sair do país de origem, como a China, e chegar ao Brasil. ECONOMIA / PÁGS. B1 e B3
Tempo na capital de sol 25˚ Máx. Dia e calor 10˚ Mín. à tarde HOJE: 70 PÁGINAS * VER TABELA NA PÁGINA A3
ESTADO SOB CENSURA HÁ 339 DIAS. PÁG. A7
pa foi hostilizado no aeroporto do Rio. Os jogadores que desceram em São Paulo evitaram o contato com a imprensa e a torcida. PÁGS. E1 a E3
Boca de urna aponta avanço da oposição no México INTERNACIONAL / PÁG. A8
SP vai monitorar 4,8 mil presos com tornozeleiras METRÓPOLE / PÁG. C1
Grupo assalta relojoaria no Shopping Ibirapuera METRÓPOLE / PÁG. C3
NOTAS & INFORMAÇÕES
Em defesa do TCU Em boa hora, parlamentares querem impedir que o governo reduza as atribuições do tribunal. PÁG. A3
A2 Espaço aberto %HermesFileInfo:A-2:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
PUBLICAÇÃO DA S.A. O ESTADO DE S. PAULO
Fundado em 1875
Av. Eng. Caetano Álvares, 55 - CEP 02598-900 São Paulo - SP Caixa Postal 2439 CEP 01060-970-SP . Tel. 3856-2122 (PABX) Fax Nº (011) 3856-2940
Julio Mesquita (1891-1927) Julio de Mesquita Filho (1927-1969) Francisco Mesquita (1927-1969) Luiz Carlos Mesquita (1952-1970)
A censura, agora da Fifa ✽ ●
ALEXANDRE BARROS rganizaçõesgostam dever divulgadas ideias comasquaisconcordam.Acensura, além de repugnante, é perigosa para quem tem o poder. Quando os poderosos não sabem o que as pessoas pensam,umdiaacabamderrubados do conforto do poder. Um consultor de empresas, quando convidado a prestar algum serviço, ouvia o que os dirigentestinhamadizer,suaspreocupações e suas ideias de soluções. Logo depois fazia sua propostaeassinavaocontrato.Aprimeira coisa que pedia aos clientes era que o deixassem visitar os banheiros usados pelos funcionários. Sempre escalavam um ou dois assessores para acompanhá-lo. Ele recusava. Fazia questão de ir sozinho. Câmera na mão, fotografava tudo o que via escrito nas paredes. Na visitaseguinte jásabiaosproblemas da firma. Tinha uma vantagemsobrepesquisasemqueperguntavam a funcionários o que achavamdaempresa.Vianas paredesumretratorealistadacompanhia, dito com toda a franqueza.Asparedesdosbanheirosnão tinham censura. AgoraaFederaçãoInternacional de Futebol (Fifa) quer proibir a “visita aos banheiros”. NaFifa,acensuraquer,primeiro, preservar o emprego de juízes e bandeirinhas (e tudo o que vem de bom com esses empregos). Segundo, tentar provar que a tecnologia não é tão boa quanto o olho humano. A tauromaquia é um caso dramáticodecomoatecnologiamudou sua visão. Quase nada mudounastouradasaolongodosséculos. Só que agora há a tecnologia de câmeras e lentes, não disponível no passado. Sem falar que cinema e televisão antigamente eram em preto e branco. Quem assistia à fiesta brava por estesmeiosounaarenasemexcelentes binóculos (que eram muitocaros)não percebiaoquerealmente acontecia. Todos esperavamofinal,quandoaespadadeslizava com aparente suavidade paradentrodotouro,matando-o depois de uma luta desigual. Os bandarilheiros espetavam aqueles bastões floridos na nuca do touro e eram vistos como elegantes bailarinos em roupas de lantejoulas faiscantes. O picador, montado num cavalo, com uma lança dava uns toques também na nuca do touro. E eram admirados e aplaudidos por espectadoresdelirantes.Chamavame a atenção que o cavalo do picador estava sempre com os olhosvendados.Éclaro,ocavalo
O
não era bobo e a única forma que os humanos tinham de fazê-lo enfrentarotouroemquaseigualdadedecondiçõeseracensurando a sua vista. Entram em cena a TV e os progressos da ótica. Tente assistir a uma tourada no seu televisor LCD ou LED, comprado com redução de impostos. O que você vai ver é uma cena inimaginável quando esses recursos não existiam. O picador enfia a lança e gira-a, estropiando os músculos do pescoço do touro de uma maneira e com uma dedicação raramente vistas na maldade humana. Depois os bandarilheiros “confirmam”osferimentosespetando as bandarilhas, que danificam mais o pescoço do animal a cada movimento que ele faz. Ainda não ouvi falar de proibir transmissões de touradas pela TV, mormente nos países onde
A tecnologia reduz dia a dia o espaço para os totalitarismos – políticos, econômicos e esportivos
José Vieira de Carvalho Mesquita (1959-1988) Julio de Mesquita Neto (1969-1996) Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1959-1997)
Américo de Campos (1875-1884) Nestor Rangel Pestana (1927-1933) Plínio Barreto (1927-1958)
ONGs protege seus árbitros escondendo a verdade. Nada de novo, só que, sempre quealgumainstituiçãotentouescamotear seus erros ou atrasar mudançastrazidaspelatecnologia,pormeiodacensura,atecnologiaganhou.Ahumanidadeacabou mais feliz, mais gratificada e melhorou seu nível de conforto e prazer. (Antes que alguém reclame, isso não se aplica ao desenvolvimento de armas cada vez mais mortíferas.) A solução da Fifa de tentar esconder a verdade de milhões de fãstambémnãodarácerto.Amédiooualongoprazo,atecnologia ganhará. Daqui a pouco teremos árbitros eletrônicos muito mais severos e precisos do que os humanos. É nessa direção e com uma velocidade cada vez maior que caminham a tecnologia e a humanidade. O erro, a crueldade, a incompetência ficam a cada diamaisevidenteseintoleráveis. Censurá-lossóadiaoproblemae preservaaestruturaarcaicadaFifa um pouco mais. Árbitroseletrônicos ganharão dos humanos. Aceitar isso só traz a verdade mais cedo. Como caem as ditaduras políticas, cairão as esportivas. A tecnologia reduz dia a dia o espaço disponívelparaostotalitarismos–políticos, econômicos e esportivos. AFifa está sendo reprovada no testebásicodoliberalismo:admitirquealguémdigaaverdadeque mais o detentor do poder odeia que seja divulgada. Outras pessoas,organizações,governosereligiõesaprenderamque,nofim,a tecnologia mata o totalitarismo.
elas são praticadas. Acho que a maltagostadamaldade.Aprobabilidade de o touro ganhar é de menos de 1%, mas existe. Recentemente um toureiro mexicano, depois de espetado por touros em duas corridas, fez o que lhe mandou o bom senso: fugiu, pulou a cerca e disse que, com ele, touradas, nunca mais. O futebol está enfrentando problema parecido. Esta é a primeira Copa do Mundo com TV digital,emaltadefinição,disponívelpraticamentenomundointeiro. Agora os fãs veem os horrores ✽ que, outrora, juízes e bandeiri- CIENTISTA POLÍTICO, É DIRETORnhasignoravamoudeixavampas- GERENTE DA EARLY WARNING: OPORsar,fosseporfaltadevisão,como- TUNIDADE E RISCO POLÍTICO (BRAdidade ou incompetência. Ne- SÍLIA). E-MAIL: ALEX@EAW.COM.BR nhum daqueles milhares de fãs no estádio ou na TV iapercebermesmo,então, passava qualquer coisa. SINAIS PARTICULARES Fiatlux!Olanceacontece, você vê em casa com todos os detalhes: a falta, a bola que cruza instantaneamente a lateral e volta, o impedimento, os tombos, os massacres. Em suma, tudo aquilo que, sem a tecnologia, os juízes podiam deixar passar e ninguém notava. E mais, a tecnologia repete em segundos a jogada suja, incompetente ou ilegal.Oárbitroéjulgadodemocraticamente por milhões de telespectadores ao redor do planeta. Fica clara a sua incompetência ou a sua parcialidade. A solução da Fifa é fantástica e aparentemente confortável: censura. Proíba-se mostrar replay de cenas duvidosas. A organização protege-se e
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DENIS LERRER ROSENFIELD ara que se possa melhorcompreender o debate sobre o Código Florestal e o parecer do deputado Aldo Rebelo é necessário analisar o trabalho de ONGs nacionais e internacionais que atuam fortemente no Congresso e entre os formadores de opinião. Apesar de suaauradepoliticamentecorretos,representaminteressesconcretos, mormente de países do Primeiro Mundo que competem com o Brasil e gostariam de ter maior ingerência em nossos assuntos. Agricultura, pecuária, agronegócio e energia ficariam comeles,enquantonósdeveríamos cuidar de nossas florestas. Se a posição deles prevalecer o País se tornará um grande museu ambiental, um zoológico de luxo, enquanto eles se dedicarão às atividades produtivas. Economia de mercado protegida para eles, atraso para nós. Observe-se, ademais, que essas ONGs, de “direita” e de “esquerda”, atuam como verdadeiros lobbies, fazendo valer seus interesses. Seria interessante que fosse aprovada uma lei de regulamentação da atuação de lobbies, em que algumas condições básicas seriam estabelecidas: 1) Quem são seus dirigentes? 2) Quem são seus apoiadoresefinanciadores? 3)Quaissão os seus respectivos orçamentos?4)Quantoganhamseusexecutivos e operadores? Trata-se de uma questão básica de transparência,paraalémdopalavreado de defesa da “humanidade”. Aliás, a “humanidade” deles é
P
bastante curiosa, pois o que vale para nós não vale para eles. Em nossoCódigoFlorestalatualexistea“reservalegal”,pelaqualtoda terra cultivável deve preservar, de florestas e biomas nativos, no Sul, 20% da área; no Cerrado, 35%; e na Amazônica, 80%. Ora, esseinstitutonãoexistenosEUA e na Europa. Eles não são obrigados a preservar nada, poluem o planeta com seu estilo de vida e exigemquenossopaíssejapreservacionista. Os países de Primeiro Mundo devastaram praticamente todas as suas florestas nativas. Vejamos alguns desses movimentos e ONGs. O WWF Brasil, ONG sediada nos EUA, tem fortes financiadores e apoiadores, contando com grande equipe. Sua atuação no Brasil, além de militar contra a revisão do Código Florestal, situa-se nas áreas de infraestrutu-
Não fossem hipócritas, deveriam usar critérios válidos para o Brasil em seus países de origem
ra e agricultura. É contra a construção do Terminal Portuário de Morrinhos (MT), do Terminal PortuáriodaBamin,doPortoSul (BA) e a soja produzida no País. O Greenpeace, ONG cada vez maisacusadadefraudesnaEuropa e de utilização dos recursos coletados para seus dirigentes, é contra a construção da HidrelétricadeBeloMonte,ostransgênicos, a pecuária na Amazônia, além de ser evidentemente contraa revisão do Código Florestal. Seus financiadores e apoiadores são expressivos. O Instituto Socioambiental (ISA),ONG ambientalista e indigenista, além de ser contra a revisão do Código Florestal, é contra a construção de hidrelétricas, centrando seus ataques em Belo Monte. Seus apoiadores e financiadores se dizem defensores dos LEO MARTINS “povosdafloresta”.Dentre eles, além de empresas e fundações, temos governos estrangeiros. OCentrodeApoioSócioAmbiental (Casa), por sua vez, segue a orientação da Teologia da Libertação, no sentidodepromover,inclusive, movimentos de criaçãonoPaísde“naçõesindígenas”. Além de suas ações contrárias à revisão do Código Florestal, o Casa posiciona-se contra a construçãodehidrelétricas,emparticular a de Belo Monte. Procura igualmente condicionar os financiamentos do BNDES às suas próprias condições, evidentemente apresentadascomode“preservação da natureza”. Seusapoiadoresinternacionais são importantes, mis-
turando-se igrejas, empresas, ONGs e fundações. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), braço do MST, além de contrário à revisão do Código Florestal, é contra a transposição do Rio São Francisco e a construção das hidrelétricas em geral. Centra suas ações nos projetos de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, de Belo Monte,RiachoSecoePedraBranca, na Bahia, e de Itapiranga, na fronteira do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entre outras. Já a Via Campesina-MST atua também contra a revisão do Código Florestal,ostransgênicos,oagronegócio, a cultura de cana-deaçúcar e a produção de etanol, as florestas de eucaliptos e a cultura da soja. Ademais, tem forte atuação junto aos movimentos indigenistas e quilombolas. A Conservation International tem vasta atuação internacional, está presente no Peru, no Equador, na Selva Lacandona (México), centro operacional dos “zapatistas”. No Brasil, posiciona-se contraarevisãodoCódigoFlorestal e a agricultura em Minas Gerais e na Bahia, por meio da ampliação em 150 mil hectares do Parque Nacional Grande Sertão Veredas. É contra a construção do Terminal Portuário daBamin, do Porto Sul (BA) e do traçado final da Ferrovia de Integração Leste-Oeste (Fiol). Tem fortes apoiadores empresariais, de fundações e governos estrangeiros. A Amigos da Terra, forte ONG internacional,tementreseusfundadores Brice Lalonde, que foi ministro do Meio Ambiente de Mitterrand. Ele chegou a declarar que o Brasil deveria “renunciar a parcelas de sua soberania sobrearegiãoamazônica”.Destaca-se na Europa por sua campanha contra o etanol brasileiro. A lista apresentada não é, evidentemente, exaustiva, mas permite um olhar um pouco mais abrangente sobre os interesses em jogo. Todos lutam pela preservação da “reserva legal”, isentando-se de qualquer ação do mesmo tipo em seus países de origem. Se não fossem hipócritas,deveriamusarosmesmoscritérios. Fica uma sugestão: o Brasilpoderiacomprometer-secom o “desmatamento zero” e essas ONGs, com todos os seus recursos e apoiadores, deveriam comprometer-secomacriaçãoda“reserva legal” nos EUA e na Europa, com a recriação de “florestas nativas”. Utilizariam todo o conhecimento e tecnologia de suas grandes universidades. Poderiam começar com 20%, o mínimo existente no Brasil. Mostrariam sua verdadeira vocação ambiental e planetária. ✽ PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS. E-MAIL: DENISROSENFIELD@ TERRA.COM.BR
Fórum dos Leitores GASTOS PÚBLICOS Terceira Grande Depressão
Agora que a ilusão do futebol já passou, devemos prestar atenção na possibilidade da terceira Grande Depressão (Paul Krugman). O País não consegue o controle dos gastos públicos e certamente isso tem alto preço. Tudo indica que o futuro poderá ser tenebroso. Para ganhar eleição, porém, tudo vale. Não sei como a “vaca” Brasil consegue sobreviver. JULIO BRANDÃO julio@brandaoramos.adv.br Marília
Se o Supremo Tribunal Federal (STF) é o primeiro a desrespeitálas, para que leis? Viva a anarquia jurídica brasileira!
políticos de caráter mesquinho, empiricamente comprovado. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral mobilizou a sociedade contra esses vilões, recebendo dela aplausos de aprovação, porque a lei representa o seu sentimento: os brasileiros querem ética no governo. É pedir demais? Que cumpram o seu papel de atores também fundamentais nesse processo de saneamento da nossa política. É a vontade do povo! Ninguém aguenta mais tanta sem-vergonhice exibida às claras, como “nunca antes na história desse país”!
MILTON BULACH mbulach@gmail.com Campinas
MYRIAN MACEDO myrian.macedo@uol.com.br São Paulo
poderemos acreditar na eficácia das leis vigentes? Para toda regra (lei) há uma exceção (liminar). Por essa e outras informações se percebe que será difícil acreditar num bom governo. MARCO ANTÔNIO MARTIN markitocps@yahoo.com.br Campinas
Anarquia jurídica
FICHA ‘QUASE’ LIMPA Liminares A vez do STF
De que adianta uma lei de iniciativa popular como a Ficha Limpa entrar em vigor e, após apenas um mês, os políticos quererem burlá-la? Como nós, brasileiros,
Que os ministros do STF não permitam que a Lei da Ficha Limpa perca o seu efeito moralizador, sucumbindo aos “encantos” de
A Ficha Limpa já era? Acorda, Brasil! VANDERLEI ZANETTI vanzanetti@uol.com.br São Paulo
DESAPROPRIAÇÕES Calote cruel e desonesto
A irregularidade grassa, desonesta e cruel, nas desapropriações públicas. As apontadas na reportagem Irregularidade barra túnel até Imigrantes (1.º/7) são um caso específico, e uma bagatela diante da desfaçatez política contínua do não-pagamento dos precatórios judiciais há muito transitados em julgado. Meu pai morreu no ano passado, aos 86 anos de idade, sem um tostão furado. Lutando até o fim para receber os dele, em vão também foi sua tentativa de negociá-los no mercado de “moedas podres” (tal denominação dos títulos públicos espelha bem o caráter dos devedores), indignado pela cobrança do vil deságio. Como, então, continuar desapropriando, se o que já se desapropriou ainda não foi pago? É o mesmo que dever inúmeras e substanciosas presta-
ções do carnê das Casas Bahia seguro de que o comerciante autorizará a emissão de tantos outros a bel-prazer do cliente caloteiro! ARMANDO C. DA SERRA NEGRA a.serranegra@gmail.com São Paulo
IPTU PROGRESSIVO Para imóveis prontos?
Animados com a possibilidade de ampliar a oferta de imóveis para a população, deixamos de considerar aspecto fundamental na aprovação do Projeto de Lei 458/ 2009 pela Câmara Municipal, tema de editorial do Estado (1º/7, A3): a constitucionalidade ou legalidade da medida. Ao admitir a aplicação de instrumentos como progressividade do IPTU para imóveis prontos que estejam vazios, sem uso ou subutilizados, o projeto extrapola o que diz a Constituição federal em seu artigo 182, que prevê “parcelamento
e edificação compulsórios” unicamente de solo urbano não edificado. Tal artigo foi regulamentado por legislação federal específica (n.º 10.257, conhecida como Estatuto da Cidade), que estabelece a aplicação desse instrumento urbanístico unicamente para terrenos. Em momento algum, portanto, a legislação alcança imóveis prontos ou edificações não utilizadas. Tanto é assim que a primeira penalidade prevista na Constituição para o inadequado aproveitamento do solo urbano é o parcelamento ou a edificação compulsórios, o que, obviamente, não se pode aplicar a imóvel já construído. O Secovi-SP considera altamente positivo esse projeto, pois a indução da utilização de terrenos não edificados ou glebas não utilizadas contribui para o bom desenvolvimento da cidade. Maior oferta de áreas proporciona maior oferta de imóveis, repercutindo nos preços de venda e locação, bem como contribuin-
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Conselho de Administração Presidente
Membros
Aurélio de Almeida Prado Cidade
Fernão Lara Mesquita, Francisco Mesquita Neto, Júlio César Mesquita, Patricia Maria Mesquita e Roberto C. Mesquita
Notas e Informações A3
Opinião
Informação
Administração e Negócios
Diretor de Opinião: Ruy Mesquita Editor Responsável: Antonio Carlos Pereira
Diretor de Conteúdo: Ricardo Gandour Editor-Chefe Responsável: Roberto Gazzi
Diretor Presidente: Silvio Genesini Diretor de Mercado Leitor: João Carlos Rosas Diretor Financeiro: Ricardo do Valle Dellape Diretora Jurídica: Mariana Uemura Sampaio
estadão.com.br A versão na Internet de O Estado de S. Paulo
Notas & Informações
Em defesa do TCU Durante muito tempo se criticou o Tribunal de Contas da União (TCU), assim como os demais Tribunais de Contas dos Estados e dos municípios, em razão da desproporção entre seus custos – onerados por folhas de pagamento invariavelmente generosas – e os resultados práticos de sua atividade fiscalizadora. Afinal, as irregularidades na gestão pública eram apontadas pelas cortes de contas, mas nada acontecia, em termos de ressarcimento ao erário ou de castigo aos maus gestores. Desde que entrou em vigor a Constituição de 1988, no entanto, os Tribunais de Contas têm demonstrado a sua relevância, contendo os desperdícios do dinheiro público e impondo aos administradores o efetivo respeito às boas normas da administração
pública – sem falar na recuperação, ainda que parcial, de recursos malbaratados. É exatamente por isso – porque agora é capaz de fiscalizar atenta e rigorosamente os atos do poder público – que o Tribunal de Contas da União tem sido combatido pelo Poder Executivo federal, que não perde ocasião de tentar tolher as ações do órgão. Em boa hora, um grupo de 203 deputados e 35 senadores pretende impedir que o governo reduza as atribuições do órgão na fiscalização da execução de obras públicas. Trata-se da criação da Frente Parlamentar em Defesa do Tribunal de Contas da União. Em ato realizado terça-feira no Senado o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC) lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia acusado o TCU de ser responsável por atrasos nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para o deputado esse procedimento do pre-
sidente “só facilita os processos escusos daqueles que sempre ganharam dinheiro ilicitamente, às custas de negociatas com o dinheiro público”. Comentando o resultado concreto das ações do TCU, Bornhausen informou que, nas 153 obras fiscalizadas pelo órgão em 2008, foram identificados “indícios de irregularidades graves” em 60 delas, o que justificaria plenamente a paralisação dessas obras. “Entre os problemas encontrados estão sobrepreço, superfaturamento e irregularidades nas licitações”, observou. O mais importante é que, pelos dados apresentados, as fiscalizações do TCU conseguiram evitar um prejuízo de R$ 2,8 bilhões aos cofres públicos – quase o triplo dos R$ 950 milhões identificados em 2007. Segundo o presidente da Frente, deputado Eduardo Sciarra (DEMPR), o movimento em defesa do TCU tornou-se necessário e urgente de-
O CNJ e os precatórios pesar da entrada em vigor da Emenda Constitucional 62, que desde dezembro do ano passado estabeleceu regras mais objetivas – mas nem por isso justas – para pagamento dos precatórios, como são conhecidas as dívidas e obrigações do poder público reconhecidas oficialmente pela Justiça, alguns Estados e municípios continuaram atrasando os depósitos, o que levou advogados de vários credores a recorrer à medida extrema prevista pela Constituição, requerendo intervenção federal por descumprimento de decisões do Judiciário. Para poupar de mais problemas os milhares de cidadãos e empresas que legitimamente esperam há anos dispor do dinheiro a que têm direito, por determinação judicial, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu instituir um Cadastro de Entidades Devedoras Inadimplentes e criar um comitê gestor, integrado por um juiz estadual, um juiz federal e um juiz trabalhista, para auxiliar os presidentes de tribunais no controle dos pagamentos. A iniciativa foi tomada pelo conselheiro Ives Gandra da Silva Martins Filho, que também é ministro do Tribunal Superior do Trabalho, e se baseia na Emenda 62. Ela determina que a União, os Estados e os municípios reservem uma parcela de sua receita corrente líquida para o pagamento de dívidas judiciais, destinando no mínimo 50% do valor para quitação dos precatórios por ordem cronoló-
A
do para o bom urbanismo, notadamente em regiões dotadas de infraestrutura, como é o caso do centro, colaborando para a revitalização da região. Teme-se, todavia, que a inadvertida inclusão do imóvel pronto no texto do projeto possa invalidá-lo, na medida em que poderá sofrer questionamentos quanto à sua legalidade. CLÁUDIO BERNARDES, vice-presidente do Secovi-SP secovi@secovi.com.br São Paulo
GREVES Judiciário
A greve dos servidores do Judiciário, em São Paulo, ganhou novo alento e promete se estender para sempre, com a lapidar decisão do STJ, que proibiu o governo de cortar o ponto dos grevistas. Assim, os “servidores” não trabalham, mas recebem. Calma, que ninguém é de ferro!
gica e até 50% para negociação com o credor ou por leilão ou venda a terceiros. A lista de credores inclui os detentores de créditos alimentícios – ou seja, cidadãos que têm direito a receber dos cofres públicos diferenças salariais, aposentadorias e pensões atrasadas. A lista inclui ainda cidadãos e empresas que contestaram com sucesso, na Justiça, os valores das indenizações geradas por desapropriações de imóveis. A Emenda Constitucional 62 também transferiu para os tribunais a responsabilidade de controlar os pagamentos dos precatórios. Entre outras san-
Uma resolução que tenta pôr fim ao calote que poderes públicos impingem aos cidadãos ções, os órgãos públicos inadimplentes ficam proibidos de receber repasses regulares ou extraordinários do governo federal. Além de ter criado um registro nacional dos órgãos públicos caloteiros, que não cumprem sistematicamente as determinações judiciais, a resolução que o CNJ baixou, cumprindo seu papel fiscalizador, padroniza os formulários para expedição de precatórios em todo o País. E, para organizar de forma mais eficiente, racional e objetiva as listas de pagadores, a resolução do CNJ também estabeleceu critérios e medidas práticas para a formalização de convênios entre tribunais e entidades públicas. Embora a parcela mínima da receita corrente líquida para
ARSONVAL MAZZUCCO MUNIZ arsonval.muniz@superig.com.br São Paulo
USP
Nota 10 para o editorial A greve e os valores da USP (2/7, A3). Uma instituição como essa universidade não pode ficar à mercê de grupos radicais que em nada contribuem para o desenvolvimento de nosso país, ao contrário, só destroem tanto os bens materiais como, ainda mais grave, valores éticos e morais de uma sociedade, agindo realmente com truculência e não respeitando a democracia. Meus protestos, pois os impostos que pago não são para ser desperdiçados dessa maneira, em causas que vão totalmente contra a ordem jurídica de uma sociedade. Fora baderneiros! SILVANA P. DE AZEVEDO silvanaa@br.inter.net Campinas
pois que o governo incluiu no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2011 medidas para brecar a sua atuação. São cinco condições, mantidas no parecer do relator, senador Tião Viana (PT-AC), que deverão ser observadas antes de o TCU determinar a paralisação de obras públicas. Assim, os auditores terão que comparar, por exemplo, o custo da obra irregular com os reflexos sociais de sua paralisação. “É o que chamamos de usurpação das atribuições do tribunal”, disse o deputado. Além da usurpação de atribuições, o “condicionamento” que se pretende impor ao cumprimento da lei leva a um pragmatismo indecente, eticamente inaceitável. Mal comparando, é como se um policial, antes de perseguir um suspeito de assalto, fosse obrigado a calcular – em termos de “custo/benefício” – o valor dos objetos roubados levando em conta as despesas de combustível da viatura,
as horas de trabalho do pessoal e a depreciação dos equipamentos usados na perseguição, acrescidas dos efeitos do problema social que teria a sua família se confirmada a sua culpa. No ato de criação da frente parlamentar o representante do TCU, ministro Ubiratan Aguiar, fez um apelo a deputados e senadores para que aprovem propostas que facilitem a atuação do órgão. Citou, como exemplo, a que permitiria ao órgão quebrar os sigilos bancário e fiscal de gestores sob investigação. Essa, no entanto, não deve ser função do TCU, cabendo a prerrogativa ao Ministério Público e aos órgãos policiais, com a devida autorização judicial. Não restam dúvidas, no entanto, de que devem ser dadas ao Tribunal de Contas da União as melhores condições de capacitação técnica, para suas análises e fiscalizações, em benefício da preservação do patrimônio coletivo.
A demanda por técnicos pagamento de dívidas judiciais prevista pela Emenda Constitucional 62 seja muito baixa, os prazos tenham sido estendidos ainda mais e os governos tenham sido beneficiados pelo dispositivo que lhes permite fazer leilões para dar prioridade a quem aceite quitar seus créditos com grande desconto, rompendo com isso a ordem de apresentação dos precatórios, ainda assim alguns Estados e municípios vinham postergando os depósitos sob a justificativa de que aquele texto constitucional ainda não havia sido regulamentado. Era muita desfaçatez, reconheceram os integrantes do CNJ. “Agora não tem mais como o poder público deixar de fazer o pagamento por falta de regulamentação da matéria”, diz o conselheiro e ministro Martins Filho. E, como prefeitos e governadores chegaram a cogitardearguirainconstitucionalidade da resolução, antes de baixá-la o órgão encarregado de zelar pelo controle externo do Poder Judiciário criou um grupodetrabalhoparasubmetercada um de seus dispositivos a uma minuciosa avaliação técnico-jurídica. A resolução tem 46 artigos. Mas, como diz o conselheiro Jefferson Kravchychyn, “uma resolução mais enxuta não traria a resposta que é exigidapelos advogados,pelostribunais e pelos jurisdicionados”. Não fosse a iniciativa do CNJ, os credores de precatórios, que já haviam sido prejudicados pela Emenda Constitucional 62, continuariam sendo vítimas do calote de prefeitos e governadores.
“É, já começaram a sujar a Ficha Limpa...” GLALCO ITALO PIERI / SÃO PAULO, SOBRE AS LIMINARES colyacpieri@uol.com.br
“Lei da Ficha Limpa para quê, se ministros do STF e do TSE beneficiam políticos com ficha suja? Brincadeira!” CELSO NASCIMENTO / SÃO PAULO, IDEM celso@directasa.com.br
“E agora, povo brasileiro, o que será de nós? Que tal uma Ficha Limpa no judiciário (com minúscula mesmo)?” ÂNGELO DE AGOSTINI /CAMPINAS, IDEM angedemari@gmail.com
demanda por mão de obra especializada, que vem crescendo mais do que a capacidade do sistema de ensino de atendê-la, é hoje um dos grandes problemas enfrentados pelo Brasil. As instituições de ensino superior, públicas e privadas, vêm, bem ou mal, dando conta do recado. O mesmo não acontece nos outros níveis de ensino. As graves deficiências do ensino básico são notórias e só há muito pouco tempo se acordou para a necessidade de aumentar a oferta de cursos técnicos profissionalizantes, vitais para o desenvolvimento econômico de qualquer país. Como uma das vantagens do capitalismo é suprir a demanda onde quer que ela surja, não espanta a notícia de que, com as prometidas riquezas da exploração do petróleo na camada do pré-sal, tenham sido criados no País, nos últimos dois anos, cem novos cursos superiores, a maioria em instituições privadas, voltados para o setor petrolífero, segundo informa o Ministério da Educação. A maioria de tais cursos destina-se à formação de tecnólogos, em cursos de menor duração que os de bacharelado universitário. É o modelo dos junior colleges, criado nos Estados Unidos ainda no século 19. São cursos de dois anos, feitos depois do ensino médio, que podem funcionar como um cursinho para aspirantes à universidade, mas que, quase sempre, têm um cunho vocacional ou profissio-
A
nalizante.Olicenciamento obtido vale para conseguir empregos, às vezes muito bons, e permite aos formados, se o desejarem, prosseguir os estudos em nível mais avançado. O tecnólogo de hoje pode ser o engenheiro de amanhã, certamente com mais prática. Isso não chega a ser propriamente uma novidade no Brasil. Há escolas técnicas de alto nível em São Paulo, no Rio e em outros grandes centros, mantidas por universidades ou faculdades privadas e públicas ou por entidades empresariais, como as do Sistema S (Senac e Senai, por exemplo). A oferta, porém,
Cresce muito a demanda de pessoal de nível médio com formação técnica especializada é ainda muito limitada e há preconceito contra os licenciados por esses cursos. Um exemplo disso é dado pela Petrobrás, que nãoaceita suainscriçãonosconcursosquepromove parapreencher vagas destinadas a profissionais com ensino superior. Ela só admite a inscrição de tecnólogos nos concursos que exigem formação média. A Petrobrás prefere patrocinar cursos oficiais por meio do Programa deMobilização daIndústria Naval (Prominp), o que não deixa de ser útil. Mas isto talvez não baste para atender a suas necessidades. De acordo com seu plano de negócios para 2009-2013, ela precisará de profissionais de 185 categorias para preencher 207 mil novos empregos e parece improvável que consiga for-
má-lossócomasmedidasadotadas até agora. Muitas outras empresas dos setores industriais e de serviços valorizam os tecnólogos que aquiseformam.Nasmultinacionais, é frequente o oferecimento de estágios ou cursos de treinamento em suas matrizes para pessoal de nível médio, nos quais os brasileiros são obrigados, também, a aprender línguas estrangeiras. Não raro, alguns dos melhores são convidados a trabalhar em fábricas ou operações na matriz ou em outros países. Há queixas, porém, quanto ao baixo nível de escolaridadee de conhecimentotécnico básico de um bom número deles, o que exige de sua parte um esforço redobrado. Este é um ponto negativo, que deve ser enfrentado com ações dos governos federal e estaduais para melhorar o ensino básico. No que diz respeito aos cursos técnicos superiores, a preocupação do Ministério da Educação não deve ser com quem os ministra, mas com sua qualidade. Afinal, todos “têm de cumprir a mesma legislação dos cursos de bacharelado e se submeter aos mesmos mecanismos de avaliação”, como afirma Marcelo Feres, coordenador de regulação da educação profissional da Pasta. Este é mais um exemplo de como as exigências do mercado ajudam o Brasil a mudar para melhor. Nada contraa contratação de trabalhadores estrangeiros, se e quando for necessário. Mas o que resolve o problema é dar mais oportunidades a milhões de jovens brasileiros em busca de formação e emprego.
Avenida Engenheiro Caetano Álvares, 55 6º andar, CEP 02598-900 Fax: (11) 3856-2920 E-mail: forum@grupoestado.com.br
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Toda comissão técnica é dispensada; novos nomes devem ser definidos até o fim do mês ● “Que eu saiba, Dunga nunca treinou qualquer time antes de aventurar-se na seleção brasileira. Deu no que só podia dar.” OSWALDO ROBERTO RODRIGUES
● “Agora que a seleção perdeu, aparecem urubus colocando defeitos. Se tivesse ganhado da Holanda, Dunga seria o cara.” HELIO LEITE
● “Conselho sábio para quem irá assumir o comando da seleção é saber escutar a voz do povo na convocação dos jogadores.” ANTONIO PICHEK
As cartas devem ser enviadas com assinatura, identificação, endereço e telefone do remetente e poderão ser resumidas. O Estado se reserva o direito de selecioná-la para publicação. Correspondência sem identificação completa será desconsiderada. Central de atendimento ao leitor: 3856-5400 – falecom.estado@grupoestado.com.br Central de atendimento ao assinante Capital: 3959-8500 Demais localidades: 0800-014-77-20 www.assinante.estadao.com.br Classificados por telefone: 3855-2001 Vendas de assinaturas: Capital: 3950-9000 Demais localidades: 0800-014-9000 Central de atendimentos às agências de publicidade: 3856-2531 – cia@estado.com.br Preços venda avulsa: SP: R$ 2,50 (segunda a sábado) e R$ 4,00 (domingo). RJ, MG, PR, SC e DF: R$ 3,00 (segunda a sábado) e R$ 5,00 (domingo). ES, RS, GO, MT e MS: R$ 5,00 (segunda a sábado) e R$ 6,50 (domingo). BA, SE, PE, TO e AL: R$ 6,00 (segunda a sábado) e R$ 7,50 (domingo). AM, RR, CE, MA, PI, RN, PA, PB, AC e RO: R$ 6,50 (segunda a sábado) e R$ 8,00 (domingo) Preços assinaturas: De segunda a domingo – SP e Grande São Paulo – R$ 64,90/mês. Demais localidades e condições sob consulta.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Nacional
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Sucessão. Obedecendo ao calendário eleitoral, candidatos do PT e PSDB devem entregar hoje ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um resumo das suas propostas de governo. A candidata do PV expôs na internet sete diretrizes básicas que orientarão o seu plano
Programa de Serra foca na produção, Dilma mira social e Marina, educação Julia Duailibi Roldão Arruda SÃO PAULO
João Domingos BRASÍLIA
Os candidatos à Presidência já definiram as linhas gerais de seus programas de governo. O PSDB vai dar ênfase à economia, apresentando José Serra como o “presidente da produção”. A petista Dilma Rousseff destacará a manutenção e ampliação de programas sociais. A definição dos programas foi acelerada nos últimos dias, por causadanovaresoluçãodoTribunal Superior Eleitoral (TSE) que obriga os partidos a apresentar, no registro das candidaturas, o programa dos candidatos ou ao menos um resumo das propostas. O PT e o PSDB devem entregá-las hoje – último dia para o registro, pelo calendário eleitoral. A candidata Marina Silva (PV), que oficializou a candidatura na semana passada, expôs na internet as sete diretrizes básicas que orientarão seu programa. Ela aponta a educação como prioridade básica e orçamentária, afirmando que o Brasil precisa de esforçoemergencialparaenfrentar aescassezdetrabalhadoresqualificados em áreas estratégicas. Otextoqueserviudebase para a definição do programa tucano, um calhamaço de quase 90 páginas, foi dividido em quatro blocos transversais, que podem ser lidoscomo capítulos:ação política,desenvolvimento,questãosocial e, por último, democracia e cidadania. “Essa é a consolidação da nossa visão sobre Brasil”, diz o coordenador do programa de governo, Xico Graziano. No capítulo sobre desenvolvimento,o textodestaca que o País não cresce mais por deficiências na infraestrutura, justamente a área em que a principal adversáriadeSerra,Dilma,exploracomo capital eleitoral. Ele também enfatiza a falta de uma estratégia de desenvolvimento e o baixo nível deinvestimentospúblicos.Nasequência, o programa apresenta políticas destinadas a mudar esse cenário e a criar empregos, apresentando o tucano como o “presidente da produção”. Social. As propostas de Dilma a serem entregues ao TSE são uma cópiafieldetudoqueelaeopresidente Luiz Inácio Lula da Silva vêm falando a respeito de um eventual governo da petista. Elas estão divididas em oito temas. O primeiro é que o governo Lula mais valoriza, os programas sociais, que, de acordo com Dilma,
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já tiraram 24 milhões de pessoas da pobreza em sete anos e meio. A petista propõe priorizar a qualidade da educação, melhorando os salários dos professores e aumentando o número de bolsas para que os alunos sejam mantidosnasescolas,alémdeaulas informatizadas com acesso à banda larga. Ela anuncia uma reforma urbana, com participação dos governos federal, estaduais e municipais, destinada a beneficiar sobretudo os mais pobres. Dilma deve manter a política econômica, prometendo realizar a reforma tributária que não aconteceu no governo Lula. Economia. Marina, que concorre pelos verdes, também deve manterapolíticamacroeconômica do governo. Mas pretende, na mesma linha de Serra, reduzir o nível de endividamento do setor público e aumentar a capacidade de investimento do Estado. Uma das chaves no texto com as sete diretrizes programáticas de governo de Marina é a palavra “sustentável” – aplicada em quasetodososcapítulos.Naáreaeconômica, significa tanto a absorção de novas tecnologias de baixo carbono, quanto a criação de fundosparafinanciarodesenvolvimento próprio. Ela promete manter e ampliar os programas sociais, ao mesmo tempo que fala na necessidade de avançar. “O objetivo é superar a pobreza por meio da garantia doacessoedaofertadeoportunidades a indivíduos e famílias para a sua inclusão produtiva na sociedade”, diz o texto. No documento dos tucanos, o bloco que trata da questão dos programas sociais deve destacar o compromisso com o ensino profissionalizante–umadasportas de saída vistas por Serra para programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família. Segurança. As diretrizes do
programa de Serra abordam a questão da segurança no mesmo bloco que trata de democracia. Isso está ligado à concepção de que o problema da insegurança vai além da área policial, significando na prática um risco ao pleno exercício da cidadania. A candidata do PT deve reforçar os programas de segurança pública que estão em curso. Ela faz o mesmo em relação ao sistema de saúde pública, prometendo aprimorar a “eficácia” do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindomaisrecursos,reforçando as redes de atenção à saúde e unificandoasaçõesentreosdiferentes níveis de governo.
PLANO DE GOVERNO ● Principais diretrizes dos candidatos do PSDB, PT e PV que concorrem à Presidência nas eleições deste ano SERGIO CASTRO/AE-21/6/2010
DIDA SAMPAIO/AE-25/5/2010
FILIPE ARAUJO/AE-12/4/2010
JOSÉ SERRA (PSDB)
DILMA ROUSSEFF (PT)
MARINA SILVA (PV)
● Desenvolvimento
● Programas sociais
● Política cidadã
Criar mecanismos para produzir mais bens manufaturados e gerar mais postos de trabalho
Manter e ampliar o Bolsa-Família e criar programas semelhantes
Governar com os recursos públicos e ampliar o debate sobre ações do governo
● Educação Melhorar o salário dos professores e introduzir a banda larga nas escolas
● Educação Esforço para enfrentar falta de trabalhadores qualificados em áreas estratégicas
● Saúde Dar mais recursos ao SUS e unificar as ações nos diferentes níveis de governo
● Economia Manter política macroeconômica com redução do endividamento do setor público e adoção de tecnologias de baixo carbono
● Ação política
Ordenar e regulamentar a política do País agilizando reformas em tramitação ● Questão social
Investir no ensino profissionalizante como uma das portas de saída para programas de transferência de renda e manter o Bolsa-Família ● Democracia e cidadania
Relacionar a questão da falta de segurança ao exercício pleno da cidadania, sem tratar o assunto como questão policial
● Reforma urbana União, Estados e municípios devem promover reforma para os mais pobres ● Meio ambiente Reduzir o desmatamento e impulsionar a matriz energética limpa, com ênfase para os biocombustíveis
● Diversidade Valorizar e promover a diversidade social, cultural e ambiental ● Política externa Ação baseada em princípios sólidos, não em conveniências imediatas
PSDB estuda ‘100 ações’ e quer Justiça Juvenil e drogas como questão de saúde Adriana Carranca
O candidato tucano à Presidência, José Serra, prepara um plano detalhado de governo com “100 açõesparamudaro Brasil”.Serra quer o documento pronto em agosto,quandoteminícioohorário eleitoral gratuito. Uma prévia está sendo laborada por especialistas em diversas áreas, como segurança e agronegócios. A equipe de coordenação do plano de governo reunirá
suaspropostassoboguarda-chuvadasquatrodiretrizesque oPSDB apresenta hoje ao TSE. Cada um dos tópicos será aprofundado.Oamplodocumento,comtodas as ideias reunidas, será submetido ao crivo de Serra. Ele apontará as cem ações que deverão compor o texto final do plano de governo. Entre as ações que estão sendo discutidas está a criação de uma Justiça Juvenil. Adolescentes com idade entre 16 e 21 anos
seriam alvo de políticas específicas.Oassuntoépolêmicoepoderia exigir mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente. Outra novidade é o combate às drogas como política de saúde pública – não de segurança. A SecretariaNacionaldePolíticas sobreDrogas,subordinadaaoGabinete de Segurança Institucional, passariaparaoMinistériodaSaúde,com tratamentode viciados e especial atenção ao crack. Ações deprevençãoseriammunicipali-
zadas, com repasse de verbas federais e o envolvimento das pastas da Educação e Assistência. Trata-se de mudança em relação à política tucana em São Paulo,comfocoempresídioseaparato policial. No plano de Serra, o combate ao narcotráfico se concentra nas fronteiras, em portos eaeroportos,comumapolícianacional fardada. O objetivo é aumentar o controle da carga que entra no País, incluindo armas e pirataria.APolíciaFederalseconcentraria em inteligência. BandeiradeSerra,oMinistériodaSegurançaPúblicaarticulariapolíticas nos Estados, alinhadas a uma diretriz nacional.
Eixo
JOÃO PAULO CAPOBIANCO: “Sustentabilidade é elemento central nas propostas de Marina’ COORDENADOR DA CAMPANHA DE MARINA SILVA (PV)
Pesquisas mostram que petista perde no eleitorado feminino José Roberto de Toledo ESPECIAL PARA O ESTADO
Chama a atenção, na mais recentepesquisaIbope,adiferençaentre as intenções de voto de homens e mulheres, principalmente em relação a Dilma Rousseff (PT). A presidenciável tem 10 pontosamenos no eleitoradofeminino,secomparadoaomasculino: 34, contra 44%. No Datafolha, a discrepância chega a 16
pontos porcentuais: 46% a 30%. Com José Serra (PSDB) ocorreo oposto.Otucano bateDilma entre as mulheres por 41% a 34%, no Ibope, e perde entre os homens por 36% a 44%. Na média, os dois candidatos empatam em 39%. Marina Silva (PV) está mais equilibrada:tem10%noeleitorado masculino e 9% no feminino. Há diferenças de perfil e de comportamento entre eleitores e eleitoras que ajudam a enten-
der a preferência de alguns por Dilma e de outros por Serra. Elas aparecem nos cruzamentos da pesquisa Ibope. Embora o grau de satisfação seja alto, as mulheres estão ligeiramente mais insatisfeitas com a vida do que os homens: 19% a 15%.Isso serefletenaopiniãodelas sobre o governo Lula. A aprovação, embora muito alta, é 6 pontos menor que entre os homens.
Em comparação ao eleitorado masculino,mais eleitoras demoram a escolher seu candidato. Há 41% de indecisas, na pergunta de intenção de voto espontânea, contra apenas 31% entre os homens, segundo o Ibope. Isso atrapalha Dilma. Ela empata com Serra no eleitorado feminino (17% a 18%) e abre vantagem no masculino (27% a 17%). Nasimulaçãode 2.ºturno,Serratambémvenceentreasmulheres (46% a 39%) e Dilma vai melhor do que o tucano entre os homens: 48% a 39%. Quais seriam as razões dessas diferenças de comportamento eleitoral entre os sexos? A respostapareceestarmaisnodesconhecimento de Dilma por parte
do eleitorado feminino do que em uma maior rejeição das mulheres à sua candidatura. É 50% maiorograu dedesconhecimento de Dilma entre as mulheres do que entre os homens (12% a 8%). ParaSerraessadiferençapraticamente não existe. Na rejeição aDilma, adiferença éestatisticamente desprezível: 24% (mulheres), contra 22% (homens).Para Serra esses porcentuais são de, respectivamente, 23% a 29%. O desconhecimento maior de Dilma entre as mulheres é consistente com a proporção de eleitores que dizem ter visto
alguma propaganda política nas últimas duas semanas. Entre os do sexo feminino, 34% dizem ter visto comerciais ou programas de Serra, ante só 25% que viram os de Dilma. Entre os homens há um empate técnico: 32% viram a propaganda de Serra e 29%, a de Dilma. ● Na telinha
Acesse detalhes das pesquisas no iPhone com o aplicativo ‘Eleições 2010’, desenvolvido pelo ‘Estado’ e pela Gol Mobile. Na App Store, da Apple, é possível baixar de graça. Veja tutorial: politica.estadao.com.br
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O ESTADO DE S. PAULO
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O ESTADO DE S. PAULO
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BAHIA
PARANÁ
Assessoria de Jaques Wagner desmente informação sobre enfarte A política baiana foi sacudida na manhã de ontem com a notícia que circulava pela internet dando conta de que o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, teria sofrido um enfarte. A informação foi logo desmentida pela assessoria do governo do Estado, por meio de nota oficial. Conforme o comunicado, Wagner foi ao Hospital Espanhol, no bairro da Barra, em Salvador, pela manhã, acompanhado da primeiradama Fátima Mendonça para a realização de exames de rotina,
com a confirmação médica de que está tudo bem com a saúde do governador. Wagner permaneceu no hospital até o início da noite e somente foi liberado após a realização de uma arteriografia – que possibilita uma melhor visualização das artérias e consequentemente a detecção de possíveis placas de gordura. Como precisava de repouso após o procedimento, o governador petista foi orientado pelos médicos a permanecer no local, de onde saiu por volta das 18h30.
MATO GROSSO
SANTA CATARINA
Requião e presidente do Expedito Júnior acerta PPS trocam socos com PR nome do vice
Candidato à reeleição terá mais tempo na TV
Estado pode ter mais de 500 concorrentes
Um encontro no aeroporto de Campo Mourão entre Roberto Requião (foto), do PMDB, com o presidente do PPS no Estado, Rubens Bueno, terminou em confusão. Bueno teria sido agredido verbalmente por Requião e revidado com um soco. No Twitter, Requião escreveu: “Estendi a mão para cumprimentar o limpinho, que negou o cumprimento e tentou me arranhar como uma gata histérica. Levou o peteleco que merecia.” Bueno nega ter recebido um soco.
Estimativa feita com base em consultas às assessorias jurídicas dos candidatos ao governo de Mato Grosso aponta que o governador Silval Barbosa (PMDB) terá o maior tempo de TV destinado à propaganda eleitoral gratuita no Estado. Pelos cálculos extraoficiais, o peemedebista ficará com aproximadamente 42% do tempo total de cada bloco e terá cerca de 15 minutos e 34 segundos dos 36 minutos destinados a todos os candidatos.
Se o número de candidatos a deputados estaduais e federais ficar como o estimado até sexta-feira pelos partidos no Estado, pelo menos 500 postulantes disputarão o voto de 4,5 milhões de eleitores catarinenses. O prazo para registro dos nomes na Justiça Eleitoral termina hoje e as três principais coligações trabalharam no fim de semana. Só as alianças do PT de Ideli Salvatti (foto) e do DEM, de Raimundo Colombo, têm nove partidos cada.
Lula prepara investida em SP, Minas e Bahia
RONDÔNIA
O candidato tucano ao governo de Rondônia, o ex-senador Expedito Júnior, terá como companheiro de chapa o ex-vice-governador do Estado e ex-deputado Miguel de Souza (PR). A definição ocorreu depois que o PSB desistiu da coligação com o PSDB para a corrida eleitoral deste ano. Antes de aceitar o convite para ser vice de Expedito, Miguel de Souza estava decidido a disputar uma vaga na Câmara.
Giro na África Celso Junior/AE
Presidente pretende concentrar agenda nesses três Estados, que representam 40% do eleitorado; ação no Sul não está descartada ATRÁS DE VOTOS
madaemagosto–,apresençafísica de Lula nos Estados poderá ser decisiva, preveem coordenadores da campanha.
l Estados onde Lula quer concentrar agenda na reta final de campanha
Companheiros. Em São Paulo
Malu Delgado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deu sinais ao comando da campanha da sua candidataàPresidência,DilmaRousseff (PT), de que poderá concentrar a sua agenda em São Paulo, Minas e Bahia na reta final da eleição, caso haja um quadrodeascensãodacandidata nas pesquisas de intenção de votos nas próximas semanas. Ciente de que funciona como ímã de votos para a candidata, o presidente articula uma cartada para a reta final do primeiro turno,ainda queos petistas,incluindo o próprio Lula, optem pela cautela em comentários públicos, evitando cogitar a possibilidade de uma disputa fácil contra o tucano José Serra. Pelas últimas duas pesquisas divulgadas, DilmaeSerraaparecememsituação de empate. Além do fato de os três Estados serem estratégicos sob o ponto de vista eleitoral – juntos,
São Paulo 22,4%
(30 milhões de eleitores)
Bahia 7%
(9,3 milhões de eleitores)
Minas Gerais 10,7%
(14 milhões de eleitores)
FONTE: TSE (ABRIL DE 2010)
INFOGRÁFICO/AE
representam 40% do eleitorado, oequivalentea53milhõesdeeleitores –, há ainda razões afetivas que explicam o direcionamento da agenda de Lula. Diante das incertezas da JustiçaEleitoralsobreoqueépermitido ou vedado nos palanques eletrônicos– decisão que só será to-
✽Bastidores
● Às claras
Malu Delgado
Os prefeitos de Tacaratu e São Vicente Férrer, no interior de Pernambuco, vão apoiar Dilma. A decisão levou em conta os benefícios recebidos do governador Eduardo Campos (PSB), aliado de Lula.
PT paulista tenta reverter votos e desestabilizar PSDB
E
m São Paulo, os petistas acompanham com lupa os cenários traçadospelaspesquisas. Emcálculos internos, consideram que a diferença entre Dilma Rousseff e José Serra pode cair para menos de 2 milhões de votos, o que, estatisticamente,naavaliaçãodessespetistas,aumentariaa chance de uma eventual vitória no primeiro turno,dependendodosresultadosnorestodoPaís. Os tucanos já chegaram a contabilizar uma vantagem de até 7 milhões de votos em São Paulo, mas a diferença atual entre Serra e Dilma, em média, está na casa de 3 milhões a votos a mais para o tucano no Estado, segundo pesquisas internas do PT. Na última pesquisa Datafolha, a diferença entre o tucano e a petista no Estado é de 10 pontos (43% a 33%). A margem de erro é de dois pontos. Para o PT, ainda que a sua candidata seja derrotada por Serra em São Paulo – o cenário mais provável até o momento –, a redução significativa desta vantagem teria um efeito político desestabilizador no PSDB. Como os dois partidos estão enraizados e têm suas origens no Estado, uma votação satisfatória de Dilma no reduto paulista pode impulsionar o fortalecimento de outros nomes do PT no Estado.
e na Bahia, os candidatos petistas, Aloizio Mercadante e Jaques Wagner, respectivamente, são companheiroshistóricosdopresidente. São Paulo é ainda o berço petista e Estado onde o presidente consolidou sua trajetória política. Os petistas lembram, por exemplo, o tom emocionado do discurso de Lula no comício do 1º de Maio em São Bernardo do Campo, quando chegou a chorar ao se “despedir” dos trabalhadores da região. No caso de Wagner, petistas o citam, hoje, como um dos amigos mais próximos do presidente Lula. Além disso, o governador da Bahia é um dos poucos petistas com chance concreta de ser reeleito em outubro. A Bahia teria, também, o simbolismo de ser a porta de entrada de Dilma no Nordeste, região onde aglutina o maior porcentual de votos. Aécio. Em Minas, o presidente
acredita que o seu empenho poderia garantir a ida do ex-ministro Hélio Costa (PMDB) ao segundoturnoda corrida estadual, oque abriria,segundo dirigentes do PT, a possibilidade de vitória contra Antonio Anastasia (PSDB), afilhado político do ex-governador Aécio Neves. A avaliação do comando da campanha de Dilma é de que a situação no Estado do Rio é mais confortável, com vantagem ampla da petista sobre o seu principal adversário. Desta forma, a presença do presidente no Estado não seria, por ora, uma prioridade eleitoral. Dilma teria, na visão petista, um palanque seguro e vitorioso aoladodo governadorSérgioCabral (PMDB), que disputará a reeleição. Não está descartada, também, uma ação estratégica de Lula na região Sul, onde o tucano apresentaomelhordesempenhocontra Dilma. O presidente, por exemplo, atuou pessoalmente para desmontar a possibilidade deopedetistaOsmarDias,candidatoaogovernodo Paraná,secoligar com os tucanos – o que, se concretizado, poderia ampliar as vantagens de Serra.
zendo o seu exemplo, pode ser uma contribuição política”, disse Rapesta. “A gente tem de ser pragmático”, completou. Comonotempodasditaduras sul-americanas, entidades internacionais de direitos humanos acusam países ricos de financiar e promover atuais regimes totalitários da África. É o caso da Guiné Equatorial.
Órgãos internacionais estimam que 60% dos 600 mil habitantes do país vivem na pobreza Durante a presidência de Francisco Nguema, de 1968 a 1979, o país foi batizado de “Auschwitz da África”, pelo genocídio da minoria bubi, querepresenta15%dapopulação – os fangues são maioria. A deposição de Nguema pelo sobrinho e atual ditador, Teodoro, não trouxe liberdade de expressão e democracia para o país do Golfo da Guiné.
Estilo. Mbasogo com Lula: limusine e tropa de seguranças
ENCONTRO COM O DITADOR Presidente é recebido por Mbasogo, que está no poder da Guiné Equatorial desde golpe em 1979 Leonencio Nossa ENVIADO ESPECIAL MALABO
E
m meio ao mormaçodaflorestadaGuiné Equatorial e aos temores da febre da malária,opresidenteLuizInácio Lula da Silva desembarcounocomeçodatardedeontem no pequeno aeroporto da Ilha Bioko, onde o ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo o aguardava com uma limusine preta, bandas de música e duas centenas de seguranças marroquinos. No poder desde um golpe em 1979 e titular de uma contade € 600 milhões, Mbasogo costumadizerquenão acredita na segurança dos homens de seu país, uma ex-colônia francesaredescoberta háquase 15 anos por companhias de exploração de petróleo dos Estados Unidos. Do lado de fora do aeroporto,Lula eMbasogo foramsaudados por uma claque formada por adultos e crianças que
vestiam camisetas com as fotos dos dois. Músicos contratados pelo governo local tocaram canções nativas. As recepções “acaloradas” a chefes de Estado de países emergentes fazem parte de uma estratégia de Mbasogo para tirar o país do isolamento político e cultural. O ditador incluiu até mesmo o português entre as línguas oficiais para entrar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O diretor do Departamento de Comércio e Investimentos do Itamaraty, Norton Rapesta, disse que o Brasil tem interesse em exportar tratores, máquinas agrícolas, produtos de alumínio, bebidas e confecções para a Guiné Equatorial. Rapesta chegou a citar a ditadura militar brasileira (1964-1985) na defesa dos negócios com a Guiné. Ele afirmou que, à época, grandes países negociavam com o Brasil. “Quando a gente tinha ditadura no Brasil, ninguém ia negociar com a gente?” “O fato de o Brasil se aproximar (da Guiné Equatorial), tra-
Exportações. Em 2009, o Brasil importou US$ 257 milhões em petróleo bruto da GuinéEquatorial. As exportações brasileiras não passaram de US$ 45 milhões, basicamente carnes congeladas. Diante dos baixos preços dos produtos chineses, os representantes do Itamaraty tentam convencer governos e empresáriosdospaísesafricanos a respeito da “durabilidade”eda “resistência” dosprodutos brasileiros. A Guiné Equatorial, por exemplo, está mais interessada nos serviços de empreiteiras e engenheiros brasileiros para tocar obrasfinanciadas pelodinheiro do petróleo. O governo de Mbasogo constrói uma nova capital para o país, a Nova Malabo, que ficará ao lado do centro antigo da capital e de um bolsão demiséria. Entidadesinternacionais estimam que 60% dos 600 mil habitantes da Guiné Equatorial vivem na pobreza. As construtoras do Brasil enfrentam uma série de problemas logísticos e de pessoal para atender à demanda de obras na Guiné Equatorial e emoutrospaísesdo continente africano. Faltam engenheiros e vias de acesso. “Um contêiner, para chegar à África do Sul, tem de passar pelos portos de Cingapura e Dubai”, reconhece Rapesta. Hoje, o presidente terá encontro reservado com o ditadorMbasogonopaláciopresidencial de Malabo. Em seu 11.º giro pelo continente africano, Lula viaja à tarde para Nairóbi, no Quênia. Ele ainda passará por Tanzânia, Zâmbia e pela África do Sul, onde, no dia 11, assiste à final da Copa do Mundo de Futebol em Johannesburgo.
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Movimento faz blitz para barrar ficha-suja MCCE se une ao Ministério Público Eleitoral e até à Polícia Federal para reforçar pente fino no último dia de registro das candidaturas Moacir Assunção SÃO PAULO
Ana Paula Scinocca Carol Pires BRASÍLIA
Apesar das recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contrárias à lei da Ficha Limpa, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) se arma para, em parceria com o Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal, verificar com lupa o registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nos tribunais regionais. Hoje, até as 19 horas, é o prazo limite para o registro dos candidatos e o primeiro momento em que podem haver impugnações de pretendentes com ficha suja. ● Para acessar
Entidades de combate à corrupção inauguram este mês o site www.fichalimpa.org.br. Ali o eleitor poderá consultar o histórico criminal de seus candidatos ou denunciar falsos fichas-limpas.
‘Estado’ está sob censura há 339 dias Desde 29 de janeiro, o Estado aguarda uma definição judicial sobre o processo que o impede
SegundoadiretoradoMCCE,JovitaJosé Rosa, váriosseminários têmsidoorganizadosparaimplementar a fiscalização. “Temos conversado muito comoMinistérioPúblicoeaPolícia Federal para fazer o controle social desse processo. Teremos comitês nas principais capitais brasileiras para acompanhar o registrobem de perto”, afirmou. Oscomitês, deacordo com Jovita, estão sendo montados em parceria com entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as principais das 44 entidades que compõem o MCCE. Nestes locais, os membros do MCCE atuarão em contato direto com órgãos públicos ligados à transparência administrativa, como a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal.AlémdaFichaLimpa, as entidades estarão de olho em questões como a compra de votos e denúnciasrelacionadas aimprobidade administrativa. A diretora do MCCE observou que, para integrantes do movimento, tanto o senador Herácli-
to Fortes(DEM-PI) quanto adeputada estadual Isaura Lemos (PDT-GO)–queobtiveramdecisões do STF favoráveis ao registro de suas candidaturas – estão inelegíveis. “Eles foram condenados por um colegiado e a lei é clara”, anotou. O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Mozart Valadares Pires, foi cauteloso ao comentar as decisões do Supremo. Ele não viu “flexibilização ou fragilização” da lei nos casos em que o STF permitiu o registro das candidaturas de políticos com a ficha suja. “É preciso ter cuidado e serenidade”, disse Pires. “O senador entrou com recursoeoprazoparaoregistrotermina amanhã (hoje). O ministro (Gilmar Mendes) só concedeu o efeito suspensivo ao senador para evitar dano irreparável ou de difícil reparação.” Ele ressaltou que a lei da Ficha Limpa é um marco e se disse tranquilo quanto à aplicação. “Não é porque temos lei rígida que vamos querer impedir que todos sejam candidatos. Não pode se transformar em caça às bruxas.”
dedivulgarinformaçõesarespeito da Operação Boi Barrica, pela qual a Polícia Federal investigou aatuação doempresárioFernando Sarney. A pedido do empresário, filho do senador José Sarney (PMDBAP), o jornal foi proibido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) em 31 de julho do ano passado de noticiar fatos
relativos à operação da PF. Em18 de dezembro, Fernando entrou com pedido de desistênciadaação.Maso jornalnão aceitou o arquivamento. No dia 29 de janeiro, o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira apresentoumanifestaçãoemquesustenta a preferência do jornal pelo prosseguimento da ação, para que o mérito seja julgado.
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Internacional
estadão.com.br Galeria. Na África do Sul, o mosaico racial de Durban blogs.estadão.com.br/olhar-sobre-o-mundo
Tensão eleitoral. Onda de violência do narcotráfico afasta eleitores e pelo menos sete pessoas são brutalmente assassinadas durante as votações em 14 dos 32 Estados; vitória pode impulsionar o Partido Revolucionário Institucional nas eleições presidenciais de 2012
Oposição no México vence em nove Estados, indica boca de urna LUIS LOPEZ/REUTERS
CIDADE DO MÉXICO
O Partido Revolucionário Institucional (PRI), o principal de oposição no México, teria eleito os governadores de ao menos 9 Estados nas eleições regionais de ontem, segundo pesquisas de boca de urna, divulgadas pela rede Televisa. As eleições – nas quais foram escolhidos 12 governadores e quase 2 mil prefeitos e deputados estaduais – são consideradas o maior desafio político para o presidente mexicano, Felipe Calderón, desde que assumiu o cargo, em 2006. Com a popularidade do presidenteembaixaporcausadacrescente violência, o PRI – que governou o México por 71 anos até ser derrotado pelo Partido Ação Nacional (PAN), de Calderón, no ano 2000 – era o favorito em grande parte do país. Uma vitória arrebatadora do PRI poderá impulsionar o partido para campanha presidencial de 2012. Episódios de violência foram registradosontem, apósum processoeleitoralmarcadopelaintimidaçãodecandidatos eassassinatos cruéis de políticos. Apesar do reforço policial ordenado por Calderón, nos 14 dos 32 Estados onde foi realizada a votação, pelo menos 7 pessoas foram assassinadas ontem. A guerra contra os cartéis do narcotráfico deterioraram drasticamente a segurança no México, fazendo com que o número de assassinatos durante o governo de Calderón ultrapassasse a marca de 26 mil. Corpos mutilados e decapitados são exibidos em público por traficantes com frequência. Nasemanapassada,ocandidatodoPRIpara ogoverno doEstado de Tamaulipas, Rodolfo Tor-
PARA ENTENDER
Estratégia de Calderón não deu resultados Desde que foi eleito, em 2006, o presidente Felipe Calderón intensificou a luta contra os cartéis do narcotráfico, mas sem resultados. Cerca de 50 mil soldados combatem pelo menos 214 grupos criminosos ligados aos 8 cartéis que atuam em todo o país. A violência cresceu e hoje 15 milhões de armas clandestinas circulam no México, a maioria vinda dos EUA, onde são vendidas livremente. Mais de 26 mil pessoas morreram desde que Calderón assumiu o governo. O narcotráfico trouxe ao país US$ 40 bilhões em 2009, superando a entrada de divisas vindas do petróleo, que foi de US$ 30 bilhões. Já a economia do país encolheu – no ano passado, o PIB mexicano retrocedeu mais de 6% – e hoje 42% dos mexicanos reprovam o governo do presidente Calderón. Insegurança. Policial vigia centro de votação em Ciudad Victoria, no Estado de Tamaulipas: temor entre os eleitores re, foi assassinado em uma emboscada. Torre era o favorito nas pesquisas e tinha como principal proposta de campanha melhorar a segurança na região, que faz fronteira com os EUA e é uma das principais rotas de entradadadroga para o
mercado americano. OPRIescolher oirmãodeTorre, Egidio, para substituí-lo na candidatura. Egidio votou ontem usando um colete à prova de balas, acompanhado por seguranças e escoltado por policiais fortementearmados.Várioscandidatos pediram proteção. A participação no processo eleitoralem Tamaulipas, porém, foi fraca. Além dos eleitores, de-
zenas de mesários não compareceram aos centros de votação por medo da violência. EmCiudadJuárez,umdosmunicípios mais violentos do Méxicocomumamédiadedezassassinatospordia,uma cabeçafoideixada na porta da casa de um dos candidatos a prefeito. Apesar de ter sido acusado de ter laços com o narcotráfico, o favorito para ganhar a prefeitura
da cidade era Hector Murguia, do PRI. Crueldade. Em Chihuahua, ca-
pital do Estado de mesmo nome, os corpos de quatro homens amanheceram pendurados em três pontes da região. Deacordocomautoridadeslocais, as vítimas foram “torturadas e mortas a tiros”. No Estado de Hidalgo, no cen-
tro do país, dois policiais foram assassinados no município de Actopan durante um confronto comsupostos integrantes docrime organizado. Um líder indígena associado ao Partido da Revolução Democrática (PRD) também foi assassinado em Tenejapa, no Estado de Chiapas, no sul do país, quando voltava de atividades partidárias. / AP, AFP, EFE e REUTERS
PONTOS-CHAVE ● Criminalidade
●
Egidio Torre (foto) foi escolhido pelo PRI para ser o candidato da legenda no Estado de Tamaulipas após o assassinato de seu irmão, Rodolfo, na semana passada
19
● Poder do governo
Força opositora
Estados são governados atualmente por representantes do PRI. Segundo o partido, o número representa 59,4% da população
EDUARDO VERDUGO/AP
O PAN governa atualmente 7 dos 32 Estados mexicanos, o equivalente a 21,9% da população. Já o Partido da Revolução Democrática tem representantes em 5 Estados e na capital
EDUARDO VERDUGO/AP
JOSEPH BARRA/AP
‘Guia espiritual’ do Hezbollah morre no Líbano aos 74 anos Recorte, cole, descubra, desenhe! Em formato gibi, o Estadinho é diversão garantida.
Todo sábado no Estadão.
O grão-aiatolá Fadlallah conhecido por sua posição anti-EUA, era considerado um dos fundadores do grupo xiita BEIRUTE
O grão-aiatolá do Líbano Mohammed Hussein Fadlallah, uma das maiores autoridades religiosasdos muçulmanos xiitas e considerado um dos fundadores
do grupo militante Hezbollah, morreu ontem aos 74 anos em um hospital de Beirute. Líderes políticos e religiosos do Irã, Bahrein e Iraque prestaram ontem tributo a Fadlallah, refletindo a lealdade que ele tinhadexiitas doGolfoàÁsia Central. Fadlallah, que ultimamente estava muito fraco para fazer seustradicionaissermões,foi internado na sexta-feira após sofrer hemorragia interna. O aiatolá, conhecido por sua posição anti-EUA, foi descrito
nos anos 80 como líder espiritual do Hezbollah – uma alegação desmentida por ele e pelo grupo radical xiita. Fadlallah, que nasceu em 1935 no Iraque e viveu na cidade sagrada xiita de Najaf até os 30 anos, foi um dos fundadores do Partido Dawa, do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Malik, e guia espiritual. Ele escapou de várias tentativas de assassinato, incluindo uma com um carro-bomba que deixou 80 mortos. Uma multidãosereuniuparaprestarcondo-
Fadlallah. Uma das maiores autoridades religiosas xiitas lências na mesquita de Hassanein no sul de Beirute, onde Fadlallah fazia seus sermões, e o Hezbollah anunciou três dias de luto. Ele será enterrado na mesquita amanhã. / AP
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estadão.com.br
VISÃO GLOBAL
Radar Global. Veja no blog os links das notas blogs.estadão.com.br/radar-global
A antiquada estratégia da ‘Rolling Stone’ E R/A LLE MÜ COS MAR
Revista não soube aproveitar entrevista exclusiva na qual general McChrystal criticava governo de Obama ✽ ●
EMILY BELL THE GUARDIAN
destituição do general americano Stanley McChrystal, no dia 25, teveo impacto deum ovo de pterodáctilo caindo de 10 mil metros de altura sobre a imprensa noticiosa dos Estados Unidos. Uma entrevista na revista Rolling Stone feita pelo jornalista freelancer Michael Hastings documentou as atitudes insubordinadas do general em relação ao governo do presidente Barack Obama, o que provocou a sua demissão do comando das forças americanas e da Otan no Afeganistão. Generais americanos, Rolling Stone, conflitos mal planejados, revistas semanais decidindo o que vai ser manchete; só faltou Joan Baez e Walter Cronkite envolverem-se para completaressasensaçãodeque acordamos em 1968. DesdeaépocadeHunterS.Thompson a Rolling Stone jamais ficou tão impopular perante a Casa Branca como agora. Mas uma análise da história da revista levou analistas do setor de mídia a achar que, na verdade, ela pouco ou nada mudou, em essência,
A
nos últimos 40 anos. Embora sua propriedade do furo tenha ficado nítida, a rápida difusão da entrevista pela internet depois que a Rolling Stone “atiçou” as agências noticiosas com algumas cópias adiantadas, a revista ficou fora do assunto que ela própria provocou. Só divulgando a entrevista para os leitores três dias após a demissão de McChrystal,a Rolling Stone achava que, provocando o “burburinho” em outros veículos de comunicação, mas ocultando a história dos seus leitores até a revista chegar nas bancas, ela poderia ampliar suas receitas.
Publicação erra ao não estabelecer objetivos claros para seu conteúdo na internet Poderia ser o caso, mas ignorando totalmente a invenção da internet, a Rolling Stone perdeu o controle de sua própria matéria, que acabou ficando exposta, e potencialmente comprometeu ospossíveis benefíciosquepoderiaauferir em termos de leitores online e receita provenientes da reportagem.
Reconstruir a confiança para alcançar a paz Parceria entre Obama e ‘Bibi’ é vital para avançar processo ✽ ●
MARTIN INDYK THE WASHINGTON POST
atual turbulência nas relaçõesEUA-Israelencobre um desdobramento surpreendente: o presidente Barack Obama e o primeiroministro Binyamin “Bibi” Netanyahu, que se reúnem amanhã em Washington, estão começando a desenvolver uma relação de trabalho construtiva sensível às preocupações um do outro. Por exemplo, o Departamento de Estatística de Israel reportou em maio que no primeiro trimestre não houve nenhum início de construção nos assentamentos da Cisjordânia – um pedido que Obama fizera no iníciodeseu governo.Desdeavisita embaraçosa do vice-presidente Joe Biden a Jerusalém em março, NetanyahudiscretamentebloqueounovaspropostasdeconstruçãoemJeru-
A
Websfera
salém Oriental, demolições de habitações palestinas e despejos de palestinos ali residentes. Em troca, Obama anunciou recentemente uma ajuda militar adicional de US$ 205 milhões a Israel para pagar pela instalaçãodesistemasdedefesaanti-foguetes para cidades fronteiriças israelenses.Nomês passado,Netanyahu elogiou o governo Obama por assegurar a aprovação da mais recente resolução do Conselho de Segurança da ONU reforçando sanções ao programa nuclear do Irã. Há um ano, os establishments de segurança nacional israelense e americano vêm coordenando estreitamente a contenção das ambições nucleares iranianas. Os que veem Israel como um ônus e anseiam por um presidente que imponha a paz a Israel não gostarão dessas novidades.Masosquebuscam umavanço no processo de paz no Oriente Médio
O melhor da internet
BLOOMBERG
Da prisão, Fujimori dá dicas para eleger a filha
Semanalmente, uma peruana de 35 anos visita uma prisão perto de Lima para pedir conselhos a um condenado a 25 anos de cárcere por corrupção e violação de direitos humanos. Keiko
Fujimori busca junto ao pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, dicas para conseguir votos para as eleições presidenciais de 2011. “Ele recomenda que eu vá às pequenas cidades e escute o que o povo tem a dizer”, relata a deputada eleita em 2006 com votação recorde. Ao falar do governo do pai nos anos 90, Keiko valoriza o combate ao Sendero Luminoso e a estabilização da economia. Não menciona os esquadrões da morte. A dez meses das eleições, ela tem 22% das intenções de votos. Está empatada com o prefeito de Lima, Luis Castañeda.
As agências noticiosas, os blogs, websites de jornais, todos procuraram tirar vantagem com a entrevista de McChrystal,emboraowebsitedaprópria revista não admitisse a existência da reportagem, apenas postando a matéria sem muita convicção, quando todo o mundo ocidental já
e a efetiva contenção das ambições nucleares do Irã – incluindo líderes árabes moderados – devem receber de braços abertos o que parece ser um reconhecimento por Obama e Netanyahu de que nenhumdelespodealcançarseusobjetivos a menos que trabalhem um com o outro e não contra. O incidente da Frota da Liberdade foi um teste importante desse recém-descoberto respeito. A canhestra interceptação do Mavi Marmara por Israel deixou Obama numa posição incômoda, obrigando-o a escolher entre condenar Israel, ganhando com isso crédito no mundomuçulmano,oudefenderodireito de um aliado cercado de inimigos de se defender. Trabalhando estreitamente com Netanyahu – eles conversaram ao menos três vezes por telefone durante a crise – Obama forjou uma abordagem que impediu a ruptura das relações turco-israelenses, deteve a condenação doConselhodeSegurançadaONU,configurou uma investigação palatável para Israel e seu afrouxamento do bloqueio a Gaza de uma maneira que atende aos requisitos da normalização de vida em Gaza sem desconsiderar as legítimas preocupações de segurança de Israel. Mas a proteção de Obama a direitos israelensesnummomentoemque orestante do mundo vem se manifestando contra as trágicas mortes de militantes por Israel tem um custo. A mão estendida de Obama ao mundo muçulmano sofreu um revés: a única coisa que pode compensá-lo é um movimento sério para resolver o problema palestino. Nesseaspecto,ocongelamentodoinício de construções na Cisjordânia e a ausênciade açõesprovocativasem Jeru-
tinha tomado conhecimento dela. O problema enfrentado pela Rolling Stone foi resultado direto de sua falta de compreensãoquantoaoobjetivodasuapresençanainternet. Se soubesse, para fazer seu marketing – atrair mais assinantes, chamar mais leitores, anunciarseusredatores,dar pistas sobre seu conteúdo –, então
salém Oriental por Netanyahu ajudam apreparar ocenário.Opoliciamentopela Autoridade Palestina da Cisjordânia sob seu controle para impedir ataques violentos contra israelenses começa a mostrar que há um parceiro palestino responsável. Mais ainda, a Liga Árabe endossou formalmente a entrada dos palestinos em “negociações indiretas” com Israel – um endosso que não será retirado a despeito da crise de Gaza. Embora poucos pareçam ter notado, esses fatores combinam-se para criar o ambiente mais propício para negociações de paz desde o início da segunda intifada em 2000. Pressão intensa. Mas em menos de quatro meses, a menos que sejam feitos progressos em questões de fronteiras e segurançaecomecemnegociaçõesdiretas, Netanyahu ficará sob intensa pressão para descongelar as atividades de assentamentos,eoendossodaLiga Árabe será retirado. Isso não pode ser do interesse de Netanyahu ou de Obama na medida em que um batalha para superar a crítica internacional e o outro busca uma inovação num “interesse vital de segurança nacional”. Persiste a dúvida sobre se eles conseguirão superar a desconfiança que permeou e envenenou seu relacionamento pessoal e construir uma parceria pela paz. Obama conseguirá convencer Netanyahu de que busca mais seu êxito como pacificador do que a queda da coligação de direita do outro e ele está falando sério quando diz que está “determinado a impedir que o Irã obtenha armas nucleares”? Netanyahu conseguiráconvencerObamadequees-
deveria ter sido bem explícita sobre o caminho a tomar, e provavelmente isso não teria incluído a transferência de seu marketing para outros veículos. Noentanto, seoseu principal objetivo era aumentar a publicidade, conseguir leitores e distribuir o conteúdo, então deveria também ter ficado claro que a publicação do material era melhor do que nada. O imobilismo sugere que a revista Rolling Stone definiu como meta potencial do seu website vender revistas. E a melhor maneira de vender revistas,oujornais, nacabeça dealgumas editoras, é estabelecer sua presençanainternet,masimpedir aspessoas de lerem seu conteúdo. É uma posição perfeitamente sensata,masnãoexiste nenhumaevidência de que isso funciona da maneira prevista pela Rolling Stone. O experimento do Times, de Londres, de cobrar por seu conteúdo na web, reduziu à metade o volume de leitores imediatamente e seu número deve cair mais ainda com o tempo. Mas se as receitas ou as vendas do jornal melhorarem, estão ficará provado que a estratégia funcionou. Algumas revistas bem sucedidas – como a New Yorker e a Economist – usam a internet como atrativo e uma ferramenta de marketing para seu produtoimpresso,efazemissocombastante imaginação e sucesso. Enfim,aRolling Stone deveriasebeneficiar da publicidade em todo o mundo e lembrar o leitor sério de que pode fazer também um jornalismo com impacto. Mas da próxima vez que tiver um furo que pode balançar o governo, e isso pode ocorrer daqui a duas semanas ou 20 anos, é improvável que ela repita o mesmo tratamento. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
✽ É DIRETORA DE CONTEÚDO DIGITAL DO JORNAL ‘THE GUARDIAN’
tá sendo sério sobre a solução de dois Estados e não ganhando tempo até o começo do ciclo eleitoral americano?Alémdisso,Netanyahuconseguirá animar Obama a fazer sua parte para isolar o Irã com o início de negociações de paz com a Síria e acalmar as coisas no front setentrional de Israel? Dois gestos humanos simples poderiam criar um ambiente para testar as propostas. Quando Netanyahu estiveremWashington,Obamadeveria convidá-lo sozinho a Camp David para uma caminhada vespertina nos bosques. Por sua parte, como ele se espelha em Winston Churchill, Netanyahu precisa fazer um esforço real para ganhar a confiança de Obama,do mesmomodo comoChurchill cortejou Roosevelt antes da entrada dos EUA na 2.ª Guerra. Se eles conseguirem construir um entendimento comum sobre uma maneiradeavançar,Netanyahudeveria responder recebendo Obama em Israel, onde ele pode ajudar o presidente a iniciar o atrasado processo de reconstruir a confiança do povo israelense na franqueza americana e abrandar seu sentimento de vítima cercadadeinimigos.ComdisseChurchill: “Conversar é melhor que guerrear.” Se Obama e Netanyahu puderem aprender a conversar, talvez eles tambémpossamalcançarumaverdadeira paz. / CELSO M. PACIORNIK ✽ É VICE-PRESIDENTE DE POLÍTICA EXTERNA BROOKINGS INSTITUTION E ESCRITOR
Rodrigo Cavalheiro ABC
EL PAÍS
Fazer política no Quênia dá dinheiro
Cidade multará em € 600 quem usar burca
Com os 18% de aumento salaA prefeitura de Lleida, primeira rial, os congressistas do cidade a proibir o uso da Quênia ganharão cerca burca na Espanha, estide US$ 126 mil ao pulou multa para as ano. A renda, parecimulheres que infrinDOS USUÁRIOS da à dos parlamengirem a lei. As muDA WEB NO BRASIL çulmanas que cotares americanos, TÊM MAIS DE 35 já colocaria os políbrirem o corpo dos ANOS ticos quenianos enpés à cabeça em préFONTE: comScore tre os mais bem padios públicos pagagos do mundo. Mas o rão entre € 30 e € 600. salário chama mais atenAs autoridades da localidação porque é 172 vezes maior de do noroeste espanhol promeque o de um queniano comum. tem adverti-las primeiro.
32,1%
THE GUARDIAN
URUGUAIAS
400 mil
computadores estão disponíveis a todos os alunos de escolas públicas do Uruguai
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computador é reservado a cada estudante do Ensino Fundamental FONTE: AFP
Políticos do Paquistão mentem sobre diploma Pelo menos 1.100 políticos paquistaneses podem perder o mandato por falsificar seus diplomas universitários. As autoridades já contestaram 160 parlamentares federais e estaduais e mandaram outros 850 pedidos de esclarecimento a universidades do país. A lei que exige dos políticos o ensino superior completo é de 2002. Foi aprovada pelo então presidente Pervez Musharraf, que desejava elevar o nível do Parlamento.
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JACQUELYN MARTIN/AP
Afeganistão. Soldado americano fuma enquanto monta guarda no Vale de Arghandab, perto de Kandahar. Em uma operação de tropas afegãs e estrangeiras, 63 rebeldes foram mortos e 16 toneladas de drogas, apreendidas
EUA. Na Califórnia, Tio Sam de perna de pau comemora o Dia da Independência
AP
Rússia. Presidente Dmitri Medvedev passa tropas em revista no cruzador nuclear russo Pedro, o Grande, em Vladivostok
FRED THORNHILLL/REUTERS
Canadá. Rainha Elizabeth II saúda o público após assistir a culto em Toronto
POLÔNIA
SETEMBRO NEGRO
GUERRA AO TERROR
ISRAEL
ARMÊNIA
Liberal Komorowski vence 2º turno e derrota irmão do presidente morto
Morre idealizador do massacre de Munique
Petraeus assume comando militar
Hamas acusa premiê de mentir sobre Shalit
Hillary diz que fim de conflito é prioridade
Mohammed Oudeh (foto) morreu na sexta-feira em Damasco, aos 73 anos, de falência múltipla dos órgãos. Conhecido como Abu Daoud, Oudeh foi líder do Setembro Negro, grupo criado para vingar a expulsão dos palestinos da Jordânia em 1970. Nos Jogos Olímpicos de 1972 em Munique, o grupo matou 11 membros da equipe olímpica israelense.
O general americano David Petraeus assumiu ontem formalmente o comando da força internacional de 130 mil homens que luta contra a insurgência no Afeganistão. Petraeus afirmou que a guerra está entrando em um momento crítico: “Estamos envolvidos numa dura luta.” Junho foi o mês com maior número de mortes de soldados estrangeiros no Afeganistão: 102.
O movimento palestino Hamas acusou ontem o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, de mentir sobre uma possível troca de prisioneiros para negociar a libertação do soldado israelense Gilad Shalit, em poder do grupo islâmico. “Trocaram de opinião por uma questão primária, para salvar a unidade de seu governo”, disse Mahmoud Zahar, um dos líderes do Hamas em Gaza.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton (foto), afirmou ontem que ajudar a Armênia e o Azerbaijão a resolver o conflito na região separatista de Nagorno-Karabakh é uma das prioridades dos Estados Unidos. Em visita aos dois países, ela afirmou que Washington fará sua parte para ajudar a pôr fim ao conflito e sugeriu que uma resolução traria prosperidade ao Cáucaso.
O candidato liberal Bronislaw Komorowski derrotou ontem o conservador Jaroslaw Kaczynski no segundo turno das eleições na Polônia com 52,6% dos votos, apuradas 95% das urnas. Segundo os resultados oficiais, Kaczynski teria obtido 47,4% dos votos. Antes mesmo da divulgação dos resultados, ele admitiu a derrota. “Tenho de começar fazendo o que exigem as boas maneiras, que é felicitar o vencedor”, disse Ka-
czynski, irmão gêmeo do presidente Lech Kaczynski, morto em 10 de abril num acidente aéreo na Rússia, o que levou a uma nova eleição na Polônia. O desastre matou outras 95 pessoas, entre elas muitos militares de alta patente e autoridades. A vitória de Komorowski, apoiado pelos beneficiados pelas reformas econômicas após a queda do comunismo, levará seu partido a assumir completamente o poder.
Arquivo Estado Há 50 anos
Cuba nacionaliza bens de americanos Medida foi adotada em represália à aprovação nos EUA da redução da importação de açúcar da ilha Rose Saconi
O
Conselho de Ministros de Cuba anunciou em 5 de julho de 1960 a nacionalização detodososnegóciosepropriedades comerciais americanas existentes na ilha. Uma medida dessa ordem era esperada em Washington desde que os Estados Unidos aprovaram a redução da importação de açúcar cubano. “Havana: aprovada uma lei que autoriza a expropriação de todos os bens dos EUA” era o título da reportagem do Estado. O texto dalei,publicadonaíntegra,destacava pontos do documento que autorizavaa expropriação depropriedadesquandofosse“consideradoconvenienteàdefesadointeresse nacional”.
De cinemas a espetáculos musicais. De teatros a grandes exposições. Caderno 2: sua agenda cultural.
De segunda a sexta no Estadão.
Punhal e facão. O cubano Revolución deu a notícia: “Conselho de ministrosconcedepoderesaopresidenteeaoprimeiro-ministropara nacionalizar.” No El Mundo, a manchete foi: “Emvigoraleidedefesaeconômica: poderão ser expropriadas todas as propriedades de americanos.” Em destaque, chargena qual umamãoempunhavaumpunhale outra, um facão. A ilustração tinha a legenda: “Contra a Lei Punhal, a Lei Facão.” Por Lei Punhal, Cuba designava a autorização dada ao presidente Eisenhowerparareduziracompra de açúcar cubano. Editorial do jornal Hoy afirmou: “Asnaçõessocialistaspoderãofornecer a Cuba a maioria dos produtos que os imperialistas nos negarem com o objetivo de criar um
conflito entre produção e consumocubano.Éimportantequeopovopossacompreender plenamente que a guerra econômica é longa e difícil.” No dia seguinte, em Washington,oporta-vozdoDepartamento de Estado declarou aos jornalistas que “a expropriação deliberada, efetuada pelo governo cubano, é uma lei discriminatória, arbitrária e confiscatória”. O episódio foi um dos que marcaram o início de uma relação diplomática conflituosa entre os dois países e que dura até hoje.
estadão.com.br Blog. Saiba o que acontecia há um século no blogs.estadão.com.br/cem-anos-atras
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Vida
estadão.com.br Leia. Nasa prepara testes de novo robô para explorar Marte estadão.com.br/ciencia
/ AMBIENTE / CIÊNCIA / EDUCAÇÃO / SAÚDE / SOCIEDADE
Entre os piores de 2007, metade não atingiu meta apesar de ajuda do MEC Governo gastou R$ 400 milhões para melhorar nota de 1.822 municípios e de esperado, mas muitas cidades com nota até 2 no Ideb/2009 avançaram pouco
28 mil escolas que tiveram desempenho abaixo do e, no ciclo de 5ª a 8ª série, 8% pioraram seu índice PAULO PINTO/AE
Marta Salomon Lígia Formenti /BRASÍLIA
Além de medir a qualidade do ensino no País, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009 revela o tamanho do desafio que é mudara situação deescolas ecidades com desempenho muito ruim. Municípios e escolas compiordesempenho–cujoresultadoédivulgado hoje –receberam prioridade nas ações do Ministério da Educação (MEC), mas em muitos casos, nem essa ajuda extra resolveu. No foco do ministério encontram-se 1.822 municípios com notas inferiores a 4,2 em 2007 e mais 28 mil escolas com notas até 3,8 no mesmo ano. Desde então, mais de R$ 400 milhões foram liberados para as escolas. Mesmo recebendo um auxílio em dinheiro e suporte técnico, pouco mais da metade dos pioresmunicípiosno ranking nacionalconseguiu melhoraro indicadornointervalode doisanos,entre as duas últimas edições do Ideb (2007 e 2009), a ponto de superar suas respectivas metas. A reportagem do Estado selecionou 155 municípios com notas até 2 na segunda etapa do ensino fundamental (de 5ª a 8ª série).A nota2equivaleamenosda metade da média nacional (4,6). O levantamento revela que, na avaliaçãodo desempenho, quase ametade(45%),oquecorrespondea70municípios,ounãoconseguiu alcançar a meta ou piorou a nota–nesseuniverso,58municípios (37,4%) evoluíram, mas não alcançaram a nota, e 12 (8%) andaram para trás entre 2007 e 2009. Os outros municípios melhoraram a ponto de, pelo menos, alcançar a meta. Na amostra das 4.ª séries sele-
●●
PARA ENTENDER
Cálculo do Ideb é feito a cada 2 anos O Ideb é formado por:
1. Rendimento É o fluxo dos alunos, ou seja, a taxa de aprovação de um ano para outro, medida pelo Censo Escolar. Abandono e retenção diminuem o rendimento.
2. Desempenho É a média das notas dos alunos nas avaliações nacionais: Prova Brasil (de 4.ª e 8.ª séries) e Saeb (3.º ano do ensino médio, por amostragem).
Quadro negro. Estudante do ensino fundamental de São Paulo: melhoria consistente inclui capacitação de professores, diz MEC
ESFORÇO EM VÃO ● Municípios com as notas mais baixas cujo desempenho piorou Cidade
Ideb 2007 Ideb 2009
Chaves (PA)*
2,0
Correntes (PE)
1,6
1,4 1,3
Itatuba (PB)
1,8
1,4
Boca da Mata (AL) Jardim de Angicos (RN)
1,8 1,9
1,5 1,6
Santo André (PB)
2,0
1,7
Marajá do Sena (MA)
2,0
1,8
Tomar do Geru (SE)
2,0
1,8
Ibirataia (BA)
2,0
1,8
Ibitita (BA)
2,0
1,5
*Escolas de 1ª à 4ª série; nos demais municípios, escolas de 5ª à 8ª série FONTE: MEC
cionada pelo Estado, com 47 municípios que tinham nota 2 no Idebde2007, 25cidades, oque dá
poucomaisdametade(53,1%),alcançaram a meta. Outros 22 municípios (47%) não alcançaram a meta. As metas variam de escola para escola e de município para município, dependendo do ponto de partida de cada um. Um exemplo de município que andou para trás é Chaves, no Pará. Em 2007, a educação da cidade recebeu nota 2 até a 4.ª série. Dois anos depois, quando a meta era chegar a 3,2, a nota foi de 1,4. Itatuba, na Paraíba, está na mesma situação: no intervalo de dois anos, a nota piorou, caindo de 1,8 para 1,4, ainda mais distante da meta de 2,6. O Nordeste concentra as piores situações. Também houve casos de melhora significativa, a ponto de a metaser ultrapassada comfolga. Foi o que aconteceu em Tucano,
MÉDIAS DO IDEB/2009 ●
De 1.ª a 4.ª série: 4,6
Antes: 4,2 (2007) e 3,8 (2005). Meta de 2009: 4,2 ●
De 5.ª a 8.ª série: 4,0
Antes: 3,8 (2007) e 3,5 (2005). Meta de 2009: 3,7 ●
Ensino médio: 3,6
Antes: 3,5 (2007) e 3,4 (2005) Meta de 2009: 3,4 Fonte: Inep
na Bahia. Em dois anos, a nota mais do que dobrou, de 2 para 5,4, superando a média nacional. A meta para 2009 era 3.
“Os primeiros resultados deverão aparecer a partir do Ideb de2011”,avaliaMaria doPilar Lacerda,secretáriadeEducaçãoBásica do MEC. Nas próximas duas semanas, técnicos do ministério cruzarão dadosdoIdebparaavaliarocomportamento das escolas e municípios com pior desempenho. “Reformas educacionais demoram até uma geração, porque há fatoresimportantescomoaescolaridade das mães e a formação de professores”, alega. Apoio técnico. Maria do Pilar contaque houvedificuldadesparadefinir o apoiotécnico efinanceiro aos municípios com pior desempenho. O ponto de partida para a ajuda era a apresentaçãodeumplanopelosmunicí-
pios e escolas. Inicialmente, de cada 10 planos apresentados ao MEC, 7 eram devolvidos, por serem inadequados. “Em um caso, omaiorproblemaeraaalfabetização de crianças, mas o plano previaareformadacozinha.Issoconsumiu o ano de 2008 inteiro. E, no final, apenas um em cada dez planoseradevolvido”. Pilarsediz otimista: “Trata-se de uma mudança estrutural, que depende de mobilização, não é pirotecnia.” Entre as medidas adotadas commaisfrequência nos municípiosdepiorIdeb,asecretáriadestacou cursos para formação de professoresde português e matemática para as séries iniciais do ensino fundamental – 280 mil professoresjáseinscreveram.
Paciência
MARIA DO PILAR LACERDA: “Reformas educacionais
demoram até uma geração”
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO MEC DIVULGAÇÃO
Em Apuarema, na Bahia, perplexidade pelo pior índice Secretária de Educação do município com a nota mais baixa até a 4ª série, de apenas 0,5, atribui fiasco a vários fatores Eliana Lima ESPECIAL PARA O ESTADO SALVADOR
Ainda sob o impacto da notícia de que o município registrou o pior indicador do Índice de DesenvolvimentodaEducaçãoBásica(Ideb), com média de 0,5 até a 4ªsérie doensinofundamental,a secretária de Educação da cidade baiana de Apuarema, Zaira
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Dias dos Santos, se disse perplexa e sem uma explicação clara. No Ideb de 2007, o município teve nota 2,7. “Não entendi o que aconteceu e não saberia precisar o que provocou um desempenho tãobaixo”,disse,acreditandotratar-sedeum conjunto defatores. Em busca de uma resposta, ela diz que reunirá a equipe hoje, quando ocorre o retorno de professoresealunosdorecesso junino,parafazeruma avaliaçãoconjunta da situação – as férias escolares de meio de ano na Bahia ocorremnomêsdejunho,coincidindo com os festejos de São João. Ao assumir a pasta, em janeiro de 2009, a secretária, que é for-
Toda quinta no Estadão.
madaemLetrasporumafaculdade particular, diz ter encontrado aeducação municipal mergulhada em uma série de problemas. “As escolas estavam com autorizações vencidas; documentação irregular; falta de prestação de contas, que levou à suspensão nos repasses do Programa Dinheiro Direto nas Escolas (PD● Diferenças de série
Nas redes que já completaram a transição para o ensino fundamental de 9 anos, o primeiro ciclo vai do 1.º ao 5.º ano (e não da 1ª à 4ª série) e o segundo, do 6º ao 9º ano (e não da 5ª à 8ª).
DE);umaúnicacoordenaçãopedagógica para atender a todos os 120 professores, que atuam nas 23 escolas do município, entre outros”, enumera. Irregularidades. “Não quere-
mos direcionar culpa a ninguém, mas temos de admitir que as coisas não estavam funcionando bem”, afirma. Zaira garante, porém,quevemseempenhandopara melhorara educação no municípioequeaospoucosasirregularidades estão sendo resolvidas. Segundo ela, cada unidade escolar já conta com coordenação pedagógica própria; a maioria dosprofessoresingressou noensino superior e começa a ser im-
plantando um Projeto Político Pedagógico no município. Ela afirma também que o índice de evasão escolar é pequeno, à exceção do curso noturno, direcionado a alunos adultos, que, em razão das obrigações com o trabalho pelo sustento, durante o dia, abrem mão do aprendizado, principalmente aqueles que moram na zona rural. A secretária também observa que ainda existe resistência por parte dos alunos para a realização da Prova Brasil, por meio da qual os estudantes são avaliados para o cálculo do Ideb. A dificuldade deles, de acordo com Zaira, refere-se principalmente ao preenchimento dos gabaritos.
1.ª À 4.ª SÉRIE l Município com pior colocação PI
PE AL
TO
BA 0 km
SE Salvador
Apuarema
200
Ideb: 0,5 MG N
OCEANO ATLÂNTICO
INFOGRÁFICO/AE
Apuarema fica no sul da Bahia, distante 390 quilômetros da capital, Salvador. Possui 1.600alunoseumapopulaçãoestimada em pouco mais de 7 mil habitantes,tendoaprefeituracomo o principal empregador.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Vida A13
Qualidade do ensino médio cai no DF Em Brasília, gasto por aluno é recorde e professores são os mais bem pagos do País; outros 5 Estados tiveram desempenho abaixo da meta Ligia Formenti Marta Salomon / BRASÍLIA
Dono do maior gasto por aluno da rede pública, o Distrito Federal registrou piora no Ideb para o ensino médio. Outros cinco Estados apresentaram desempenho aquém do esperado nessa etapa – Roraima, Piauí, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro–, embora o País tenha superado, na média, a meta proposta, de 3,5 . Numa comparação com os resultados obtidos na edição anterior do Ideb, em 2007, o Distrito Federal e Roraima andaram para trás em 2009. O Ideb de Roraima caiu de 3,5 para 3,4, enquanto o do DF passou de 4,0 para 3,8. A queda no DF chama a atençãoporirnacontramão domovimento geral no País, mas sobretudo pelas boas condições de sua rede de ensino. Ano passado, os gastos por aluno alcançaram R$ 8,7 mil. Além disso, os professores são os mais bem pagos no País – a média salarial supera os R$ 4 mil, bem acima dos valores nos outros Estados. A professora Maria Helena Guimarães, ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), acredita que o problema deve-se em parte à alta rotatividade de secretários de Educação. “O resultado é uma prova de que, para boa educação, é preciso mais do que um bom orçamento”, diz ela, que foi secretáriadeEducaçãodoDFdurante 6 meses, em 2007. O atual secretário de Educa-
MG sobe quase 1,0 e passa a liderar ranking de 1ª a 4ª ● Em dois anos, o Ideb de Minas
Gerais para a 4ª série aumentou 0,9, levando o Estado da 5ª posição no ranking nacional à liderança. Das 15 cidades que mais subiram, 9 estão em Minas. A melhor delas, Clarival, aumentou sua nota em 3,9, ficando com 8,2.
ção do DF, Marcelo Aguiar Santos, há dois meses no cargo, diz não saber as razões da piora no desempenho no ensino médio. Mas ele avalia que a trajetória descendente não é preocupante. “Foram apenas 0,2 a menos, algo que pode ser revertido.”
NOTAS DO IDEB POR ESTADO MELHOROU
PIOROU
Diferenças. Apesar de todos os
NÃO MUDOU
2005
Estados terem atingido suas metas para 2009 no caso da 4.ª série do fundamental, a diferença que separa o Pará de Minas Gerais chega a 2 pontos. De forma geral, em todos os níveis de ensino, o ranking mostra que as Regiões Nordeste e Norte se mantiveram nas últimas colocações, enquanto Sudeste e Sul permanecem nas posições do topo. A secretária de Educação Básicado MEC, Maria doPilar Lacerda, pede cautela nas comparações. “Classificações são perigosas.Nãopodemoscompararrealidades tão diferentes”, afirma. A secretária observa, porém, que alguns locais despertam maior preocupação pelas dificuldades históricas, como Bahia e Alagoas. “Para esses locais, é preciso um olhar diferenciado.” Sergipe, Rio de Janeiro e Amapá também preocupam por serem os três Estados com maior porcentagem de escolas que não conseguiram cumprir a meta. O fato de o Estado ter obtido a médianecessária significa que asdiferenças internas cresceram. Ou seja, o forte crescimento de umascompensouo fracodesempenho de outras. / COLABOROU
2007
NÃO ATINGIU A META PARA 2009
2009
2005 1.º SÃO PAULO
1.º DISTRITO FEDERAL MINAS GERAIS
SANTA CATARINA
3.º SÃO PAULO
3.º DISTRITO FEDERAL
4.º PARANÁ
4.º MATO GROSSO
5.º SANTA CATARINA
2007
2009
2005 1.º
PARANÁ
2.º
SANTA CATARINA
3.º
R. G. DO SUL
6.º PARANÁ
7.º R. G. DO SUL
7.º ACRE
MATO GROSSO
SÃO PAULO 6.º
DISTRITO FEDERAL 9.º
M. G. DO SUL
10.º RIO DE JANEIRO
ESPÍRITO SANTO M. G. DO SUL
R. G. DO SUL
9.º GOIÁS
ESPÍRITO SANTO
RONDÔNIA
10.º
CEARÁ
11.º M. G. DO SUL
11.º GOIÁS
11.º
ACRE
12.º TOCANTINS
12.º CEARÁ
12.º
GOIÁS
13.º CEARÁ
TOCANTINS
TOCANTINS
14.º PIAUÍ
14.º RORAIMA RONDÔNIA
PARAÍBA
RIO DE JANEIRO
16.º ACRE
16.º RORAIMA
17.º PERNAMBUCO
17.º MARANHÃO
18.º PIAUÍ
RORAIMA 16.º
19.º AMAZONAS
AMAZONAS
RONDÔNIA
R. G. DO NORTE
BAHIA RIO DE JANEIRO 20.º
21.º PERNAMBUCO
PARAÍBA
MATO GROSSO 23.º
23.º R. G. DO NORTE
SERGIPE
24.º PARAÍBA
BAHIA
26.º BAHIA
27.º PARÁ
27.º ALAGOAS
PARÁ AMAPÁ
SERGIPE
26.º ALAGOAS
SERGIPE MARANHÃO
PARÁ
23.º AMAPÁ
AMAZONAS PERNAMBUCO
AMAPÁ
19.º MARANHÃO
2009
MINAS GERAIS
MINAS GERAIS
6.º ESPÍRITO SANTO
2007
R. G. DO NORTE ALAGOAS 27.º
PIAUÍ INFOGRÁFICO/AE
ALEXANDRE GONÇALVES
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As escolas estaduais nessa etapa também se destacam: 77% alcançaram ou passaram a meta e 29% obtiveram nota igual ou maior que 6,0. Nenhuma outra rede estadual chegou aos 17% de colégios com mais de 6,0. No ensino médio, Minas subiu uma posição e hoje está em 3º lugar do País. O curioso, porém, é que a pior escola de 5ª a 8ª série fica em Belo Horizonte. Com Ideb 0,2, é provável que tenha havido erro no envio dos dados.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
CELIO MESSIAS/AE
Cajuru, no interior, é a número 1 do País Município perto de Ribeirão Preto tem maior média e as 3 melhores escolas de 1ª a 4ª série Brás Henrique ENVIADO ESPECIAL CAJURU (SP)
O município de Cajuru, de apenas 27 mil habitantes e situado na região de Ribeirão Preto, conseguiu uma proeza dupla na avaliação de 1.ª a 4.ª série no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb): foi o município com a melhor média do País (8,6) e emplacou as três primeiras escolas dessa faixa do ranking. E as outras três escolas municipais não fizeram feio: chegaram em 5.º, 6.º e 11.º lugar. A notícia foi muito festejada pelos educadores da cidade. Na EscolaMunicipaldeEnsinoBásico (Emeb) Aparecida Elias Draibe – a campeã brasileira do Ideb, com nota 9,0 – o clima era de surpresa. A diretora, Rita deCássia Fonseca Salvador Souza, admitequeesperavaapenasmelhorar o índice anterior (ocupou a sétima posição, com nota 7,2). Quando soube da nova avaliação, achou que era trote. “Aqui temos um comprometimento com professores e funcionários, e issoserefletenosalunos”,dizRita. A professora Ilda Mara Torrano, de 54 anos, confirma que, no início de ano, os professores lançamumdesafioaosalunos:tornar a escola, de 300 alunos, a melhor
da cidade. “Mas ser a primeira do País nem a gente esperava”, diz. Afestatambémseestendeuparaoutrasduasescolas municipais da cidade: a André Ruggeri e do Bairro Dom Bosco. Ambas dividiramasegundacolocação,comnota 8,8. As demais escolas municipais ranqueadas obtiveram nota 8,5, 8,3 e 8,2. Modelo. “A nossa prioridade
eraeducaçãoe saúdenacidade, e fizemos um diagnóstico do que precisávamos melhorar”, diz a secretária da Educação de Cajuru, Isabel Ruggeri Ré, que é mulherdoprefeitoJoãoBatistaRug-
Jeriquara investe em qualificação e comemora 1º lugar Com cerca de 3.500 habitantes, também na região de Ribeirão Preto, Jeriquara tem o melhor ensino de 5ª a 8ª série do País na avaliação do Ideb para a 8ª série – sua nota é 6,6. A Emeb Professora Wanderit Victal Ferreira Alves, municipalizada em 1998, tem 276 alunos e atende alunos entre 5ª e 8ª séries, e o resultado surpreendeu, pois em 2007 teve
Desempenho. Professores ajudam alunos na escola Aparecida Elias Draide, em Cajuru, que teve nota 9,0 no Ideb: excelência geriRé (PP).Os cercade130 professores da cidade que não tinham Pedagogia no currículo fizeram o curso, em parceria com o Sistema COC, de Ribeirão Preto, além de cursos a distância. O município adotou, há seis anos, o apostilado do Núcleo de
4,5 no Ideb. “A cidade é pequena e isso facilita, mas o nosso diferencial foi o trabalho dos professores nas salas de aula”, afirma a diretora Vanessa Rizzatti Alves. A unidade de ensino, uma das três públicas do município (as outras são uma creche e escola de 1ª a 4ª séries), tem salas com até 25 alunos e adota os livros do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), do governo federal, além de sala de informática. “Temos professores efetivos e avaliações constantes, envolvendo as famílias dos alunos, e pou-
ApoioàMunicipalizaçãodeEnsino (Name), braço do COC. O projeto Name é usado em cerca de 100 municípios do País, sendo 80% no Estado de São Paulo. Outras medidas ajudaram a impulsionar a educação na cidade, como a instalação de salas de
ca evasão escolar”, explica Vanessa. “Esse resultado nos surpreendeu porque a cidade é pequena, com pessoas simples, e poucas crianças, por exemplo, têm computador em casa”, informa a supervisora de Educação de Jeriquara, Andresa Liporini. O prefeito Alexandre Alves Borges (DEM) diz que, dos 44 professores da rede municipal, apenas 1 não tem graduação. “Temos um bom nível de qualificação e sempre trazemos palestrantes.” Jeriquara destina 28% de seu orçamento para a educação – acima dos 25% exigidos por lei.
computação e até de uma sala de cinema. “É o uso da sétima arte na educação”, explica Isabel. Desde2009existeaindaoCentro deAtendimento deEspecialidades (CAE), para atender qualquer aluno da rede pública com problema de aprendizagem. O CAEjátemlocalpróprio,compsicóloga, psicopedagoga e fonoaudióloga. As crianças são acompanhadas dos pais nesses casos. Em caso de faltas de alunos, uma ouvidora vai às residências para verificar se o problema é de saúde, social ou educacional, e encaminhas as soluções. Orçamento. Outros fatores ex-
plicamoresultadosurpreendente de Cajuru. Do orçamento municipal de R$ 33 milhões, R$ 12 milhões– o equivalente a36,3% – vão para educação, bem acima dos 25% estipulados por lei. A prefeitura está investindo ainda em cursos técnicos – de informática, administração e ciências contábeis, todos gratuitos,
LEONARDO SOARES/AE
Em bairro pobre, colégio tem sucesso ao envolver alunos e pais Escola da zona leste estimula alunos a escrever textos sobre a história de sua comunidade Carolina Stanisci ESPECIAL PARA O ESTADO
o envolvimento da comunidade foramalgumasdasrazõesquederam à escola estadual Professora RitaPintodeAraújoamelhor nota do Ideb no ciclo de 1.ª à 4.ª série na capital paulista: 7,6. “A gente faz um trabalho diferenciado. Com a minha classe, tenhoprojeto para matemática e leitura”, conta Eliane, orgulhosa, mas não surpresa, com a nota alta:“Já tínhamosido bemnoSaresp (prova aplicada pelo governo de São Paulo).” A professora éresponsável por 1 das 12 turmas de 3.ª e 4.ª séries que assistem aulas pela manhã. Há outras 12 turmas, de 1.ª e 2.ª séries, que vêm à tarde. Ao todo, a escola tem 840 alunos.
Eliane, que adora matemática, conseguiu transmitir seu gosto pela disciplina aos estudantes. “Acho que os desafios têm melhorado bastante o desempenho deles. Tenho alunos que fizeram provaeste mês enão erraram nenhuma vírgula.” A professora também credita o sucesso da escola ao envolvimento dos pais. Há reuniões mensais entre eles e os professores. A vice-diretora, Rosemeire da Silva Avanzi, endossa a preocupaçãodaescolacomacomunidade. Localizada no bairro Jardim Adutora, na Zona Leste, a “Rita”, como é conhecida, fica distante do centro. Mas o fato de estar em áreapobre nãoatrapalhounaho-
1.ª À 4.ª SÉRIE l Escola paulistana com melhor colocação
JARDIM ADUTORA
Escola Estadual Rita de Araújo
Ideb: 7,2
‘Enigmas’. Eliane em ação INFOGRÁFICO/AE
Outro diferencial ressaltado pela vice-diretora é o incentivo à produção de textos com temas transversais. Na aula de história, os alunos podem escrever sobre a história da comunidade, de sua família. Até receitas culinárias os estudantes já escreveram. “É uma coisa simples, mas ali ele (aluno) tem o contato com a lei-
Escola da USP aposta em mestres e doutores
semanais à escola. O salário inicial dos docentes é de R$ 3,3 mil, podendo chegar a R$ 8 mil – outrodiferencialqueatraiprofissionais capacitados e motivados.
LEONARDO SOARES/AE
Salário de até R$ 8 mil para professor e dedicação exclusiva são destaque na Escola de Aplicação da USP
5.ª À 8.ª SÉRIE melhor colocação
Carlos Lordelo
A Escola de Aplicação da USP, cujas séries finais do ensino fundamental tiveram o melhor desempenhonoIdeb,apostanaformação de seus docentes. Quase metade já concluiu ou está cursando mestrado, e três são doutores.Essaéaconsequênciadireta da ligação entre a Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo e a maior instituição de ensino superior do País. Em 2009, a escola tirou nota
Diversidade. Criada em 1959,
l Escola paulistana com
Escola de Aplicação da USP
BUTANTÃ
Ideb: 6,2
Referência. Beatriz e a mãe, Vânia: aluna diz ‘amar’ escola INFOGRÁFICO/AE
6,2 – a média brasileira foi 4,0. Em dois anos, seu Ideb cresceu 0,5 ponto e quase alcançou a meta para 2013. Segundo a diretora da escola, Daniela Lopes Scarpa, a parceria
coma Faculdade deEducação da USPcontribuiparaosbonsresultados. “A teoria que é produzida láacabaaparecendoaqui, naprática”, diz. A unidade também é objeto de pesquisa para alunos e
docentes da USP. Eladestacacomopontopositivo a estrutura de trabalho dos cerca de 50 professores. Empregados como servidores públicos, eles precisam dedicar 40 horas
l Município com melhor colocação MS
Cajuru
MG
Ideb: 8,6 0 km
N
200
SP
São Paulo
RJ
OCEANO ATLÂNTICO INFOGRÁFICO/AE
aos jovens do ensino médio – a partirdeagosto. “Queremosevitar que os adolescentes vão para o corte de cana”, diz Isabel. Na escola campeã do ranking do Ideb, o objetivo daqui para frente é melhorar ainda mais o resultado. “Trabalhamos muito a leitura e, após esse resultado, a nossaresponsabilidadevaiduplicar”, afirma a professora Denise do Prado Silva.
tura e com as quantidades.”
radedeixarparatrásoutrasescolas paulistanas. “Acho que, pela própria dificuldade financeira dos pais, a gente acaba tendo muito contato com eles”, dizRosemeire, que chorou de emoção ao saber que sua escola tinha sido “campeã” no Ideb. “Sinto que fui coroada por todos meus esforços.”
“Professora, a senhora precisa passaro enigma”,alertam osalunos de Eliane do Carmo Evangelista de Oliveira às segundas-feiras, quando ela se esquece de sugerirjogoseadivinhaçõesde matemática, para que resolvam no decorrer da semana. A motivação dos estudantes e
1.ª À 4.ª SÉRIE
antes mesmo da Faculdade de Educação, a escola tem hoje 738 alunos do 1.º ano do ensino fundamental ao 3.º ano do ensino médio. Anualmente, são sorteadas 60 vagas no 1.º ano do fundamental entre filhos de professores e funcionários da USP e da população em geral. “O fato de não fazermos uma seleção representa um desafio, porque as turmas que entram nãosãohomogêneas”, dizDaniela.“Masessadiversidadeéaprincipal característica da escola. Nossofocoestánaformaçãoampla dos alunos.” Alunado9.ºanodoensinofundamental, Beatriz Lima de Sousa, de 14 anos, diz “amar” a esco-
Acompanhamento. O segredo do sucesso da escola parece fácil de ser seguido, como explica a vice-diretora: “Digo aos pais que é importante olhar os cadernos do filho, ver se realmente ele está fazendo a lição. Se não estiver, nos procure. Eu atendo todos os pais que nos procuram.” Seguindo à risca essa cartilha, a“Rita”équeridaporalunos,funcionários e comunidade. Uma das funcionárias mais longevas é Aparecida Lopes da Silva, de 62 anos. Ela entrou há 25 anos como servente e hoje é zeladora, mora na escola. “É difícil alguém querer sair daqui. Uma escola dessas ninguém vai achar melhor”, conta ela, com conhecimento de causa. Andressa, sua filha de 10 anos, está na 4.ª série, e adora o lugar. “Já vi professor chorar por não conseguir ficar dando aula aqui.”
la. “Os professores sempre fazematividadesdiferentes, nãoficam só na parte teórica. Também aproveito a disponibilidade deles no contra-turno para vir aqui tirar dúvidas”, conta. A mãe da garota, a professora de Biblioteconomia Vânia Mara Alves Lima, gosta tanto da escola que também tentou uma vaga para o filho mais novo, de 10 anos. Mas ele não foi sorteado e estuda num colégio particular. “A escola tem obrigação de se destacar, afinal está dentro de uma universidade e os professores têm salários razoáveis”, diz. Para o professor de matemática Josenilton Andrade de Franca, o desempenho no Ideb demonstra que o trabalho está sendo feito “a contento” em um lugar que precisa dar conta de alunos de diferentes origens. “Em algumas turmas, o filho do servente estuda com o filho do doutor da USP.”
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Alunos não aparecem e direção fecha portões Na pior escola de 5ª a 8ª série de São Paulo, decadência desmotiva alunos Paulo Saldaña ESPECIAL PARA O ESTADO
Aescolaqueteveopiordesempenho no Ideb (2,6) na cidade de São Paulo na 8.ª série estava fechada na noite da última sexta-
Estado de São Paulo atingiu metas Mariana Mandelli Alexandre Gonçalves
O resultado das escolas estaduais e municipais do Estado de São Paulo no Ideb, de forma global,ultrapassouasmetas estabelecidas. Entre 2007 e 2009, nos anos finais do ensino fundamental, São Paulo semanteve em primeiro lugar do ranking nacional, com Santa Catarina. Já em relação aos anos iniciais, o Estado paulista caiu da primeira para a terceira posição – Minas Gerais e o Distrito Federal alcançaram índices 5.6, enquanto São Paulo teve 5.5. A queda de posição, segundo o ex-ministro e atual secretário de EstadodaEducação,PauloRenatoSouza,nãoépreocupante.“Estamos muito bem, a diferença é insignificante”, disse ao Estado. A rede estadual superou todas asmetas estabelecidas.A redeteve Ideb de 3.6 para o fundamental I (a meta era 3.4); 4.6 para o fundamentalII(meta:4)e5.4para o ensino médio (meta: 4.9). Nos anos iniciais do fundamental, cerca de 81% dos estabelecimentos de ensino cumpriram a meta. Já nos anos finais, o número foi de 70%. Cerca de 15% das escolas estaduais de 1.ª a 4.ª série atingiram Ideb igual ou maior que 6, nível de excelência. De 5.ª a 8.ª, o total cai para cerca de 0,3%. Para Paulo Renato, o desempenho melhor do primeiro ciclo do fundamental se deve à resposta rápida que essas séries dão às políticas públicas. “Alémdisso,oconjuntodedisciplinas e de professores, com classes de um só docente, são mais fáceis de acompanhar”, explica. “Já de 5.ª a 8.ª série, o conjunto é mais heterogêneo. Mas osresultadosvãonamesmadireção.” A rede estadual, no entanto, tem resultados desiguais – a pior e a melhor escola em São Paulo são estaduais. Segundo a pasta,issoocorrepelaabrangência da rede. “É o Estado que vai à periferia,quegaranteauniversalidadedaeducação.Porisso,nossa rede é mais diversa”, afirma Paulo Renato. Município. Na rede municipal, oIdebdosanosiniciais dofundamentalfoide4.7,sendoqueameta era 4.5. Cerca de 81% das escolas cumpriram a meta, mas apenas 0,9% teve Ideb igual ou maior que 6. Para os anos finais, o índice foi de4.2 – a meta era 4.3. Uma média de 55% das escolas cumpriram a meta. No entanto, nenhuma alcançou o nível 6. OsecretáriomunicipaldeEducação, Alexandre Schneider, se disse bastante otimista com os resultados apesar de ainda não ter tido acesso às informações completas. “Embora estejamos 0,1 abaixo da meta no ciclo II, nossa melhora foi muito substancial. Nosso Ideb cresceu 14,6%.Issosignifica queareorganização da rede que estamos fazendo está funcionando.”
● Escola na lanterna
A pior escola de 1ª a 4ª série da capital é uma escola estadual indígena, Djekupe Amba Arandy, com Ideb 2,5. A diretoria afirmou que a escola “não pode ser comparada com escolas regulares”.
feira. Mesmo em dia letivo, nenhum aluno da escola estadual Etelvina de Góes Marcucci, em Paraisópolis, foi à aula. A direção fechou os portões e foi embora. Antesdeencontrar aescola fechada, a reportagem telefonou
inúmeras vezes para falar com a direção, mas ninguém atendeu. Apesar de o efeito do jogo do Brasil na Copa, transmitido bem mais cedo, explicar parte do vazio, alunos garantem que isso é uma regra por ali. “Toda sexta-
feira é esse deserto. Ninguém aparece”,contaEdivaniadeFreitas, de 15 anos, que, de mochila nas costas, permanecia sentada na frente do prédio vazio. “Eu me esforço para aprender alguma coisa, mas tem professor que fazachamadae,diante dabagunça,sequer dá aula”,diz aaluna do 1.º ano do ensino médio que sonha ser professora de português. A escola já teve dias melhores. Em 1996, chegou a ficar entre as cinco melhores no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e era vista como exemplo. Graças a uma parceria com a seguradora Porto Seguro, em 1991,
houve um trabalho de conservação eassessoriapedagógica. Mas aescolaentrou no trilhoda decadência e a parceria foi encerrada. Alunoscontamque nãohácarteiras para todos e as que existem estão mal conservadas. Por faltadefuncionários,osestudantes têm de conviver com a sujeira. Algumas salas estão com vidros quebrados e os tampões das mesas foram encaixados nas janelas para barrar o frio. A quadra não tem luz e os alunos do noturnonãopodemusá-la.“Aescola está tão decadente que os alunos nãotêm motivação deir”, diz a aluna do 3.º ano Vaneza dos Santos Piauy, de 17 anos.
Vida A15
5.ª À 8.ª SÉRIE l Escola paulistana com pior colocação
PARAISÓPOLIS
Escola Estadual Etelvina Marcucci
Ideb: 2,6
INFOGRÁFICO/AE
A16 Vida %HermesFileInfo:A-16:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
LEONARDO SOARES/AE
Só 5,7% das escolas têm Ideb maior que 6,0 Nota é parâmetro internacional de qualidade; no ciclo de 5ª a 8ª série o quadro se agrava, com apenas 0,3% dos colégios dentro dessa meta Ligia Formenti Marta Salomon / BRASÍLIA
Em todo o Brasil, apenas 5,7% das escolas públicas do ensino fundamental alcançaram 6,0 no Ideb, nota vista como sinônimo de qualidade. Seis é a média registrada em países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e foi adotada pelo MEC como objetivo para ser alcançado no País até 2021. No segundo ciclo do ensino fundamental (da 5.ª a 8.ª série), só 109 escolas (0,3%) atingiram índice 6,0. Delas, 28 estão no Estado de São Paulo e só uma na capital: a Escola de Aplicação da Universidade de São Paulo. Das34.643instituiçõesanalisadas nessa etapa, 6 tiraram nota maior do que 7,0. Deste grupo, três são colégios militares: de Santa Maria (RS), de Salvador (BA) e de Campo Grande (MS). Para secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, os resultados não surpreendem.“Oaumentodasescolas com bom desempenho será gradativo. Sabíamos que, nesta terceira edição, o grupo de excelência ainda seria reduzido”, admitiu. Ela também considera esperado o destaque dos colégios
militares, cujos alunos são submetidos a uma seleção prévia. “Alunos dessas instituições têm perfil diferenciado porque passam por um processo seletivo.” Nos anos iniciais do ensino fundamental, de 1.ª a 4.ª séries, mais escolas obtiveram nota maior ou igual a 6,0 – foram 3.235 escolas, ou 6,7% do total. Neste caso, nenhuma está localizada na cidade de São Paulo. As dez melhores do País nessa etapa ficam fora das capitais. Técnicos do MEC avaliam que háumaprobabilidade deas escolas terem bom desempenho se estiveremem comunidadescom nível de renda e escolaridade mais elevado, mas essa não é uma condição indissociável para a qualidade da educação. De 1.ª a 4.ª séries, 19 escolas tiveram nota acima de 8,0; 10 delas são do Estado de São Paulo. A mais bem colocada também é paulista: Escola Municipal Apa● Exceção
97,4%
das escolas de 1ª a 4ª série de Sobral, no Ceará, obtiveram nota 6,0 ou superior no Ideb de 2009
recida Elias Draibe, em Cajuru. Concentração. Algumas cida-
des se destacam por concentrar várias escolas de qualidade. Para a etapa de 1.ª a 4.ª série, Sobral, no Ceará, é um excelente exemplo nordestino, região com as piores notas gerais: 38 das 39 escolas obtiveram nota 6,0 ou mais. Em números absolutos, a cidade do Rio de Janeiro é a primeira, com 73 colégios com Ideb 6,0 ou mais, seguida por Curitiba, com 56. Entre os bolsões de qualidade, uma outra cidade paranaense aparece. Apenas na rede municipal de Joinville, Santa Catarina, estão seis escolas das escolas de 5.ª a 8.ª série com nota superior a 6,0. Em São José dos Campos, São Paulo, estão outras quatro. Com todos os dados do Ideb 2009em mãos, técnicosdo MEC partem agora para uma análise mais profunda das experiências de sucesso, com o objetivo de multiplicá-las. “A média obtida naescolanãopodeserconsiderada isoladamente. Temos de levar emconta o nível socioeconômicodosestudantes dasinstituições”, afirma Maria do Pilar. Como tradicionalmente o desempenho dos alunos é melhor emlugares maisricos,o MECde-
Destaque. Escola da USP foi a única da cidade de São Paulo a ficar com Ideb superior a 6,0
Colégio da UFPE consegue nota 8,0 de 5ª a 8ª série mos bem, mas precisamos melhorar.” Esta foi a reação de José Carlos Alves, diretor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), melhor no Ideb para 8ª série. Segundo Alves, esta é a segunda vez que o colégio se sobressai
no Ideb, mas a escola, segundo ele, não tem preocupação de se sair bem em testes ou avaliações. “O foco do colégio é a formação do aluno, é o conhecimento histórico acumulado, é o ensinar o aluno a pensar”, afirmou ele, que vê o bom desempenho como resultado natural de uma escola que tem professores com dedicação exclusiva e formação acadêmica sólida, salas de aula com 30 alunos, uma boa estrutura e a cumplicidade das famílias. Criado há 52 anos para ser re-
ve estudar com atenção casos de sucesso em locais com índice econômicomais baixo. “A ideiaé tentar aprender com essas experiências, identificar estratégias novas que possam ser replicadas
em outras instituições”, conta. Um trabalho recente feito com Unicef em escolas localizadas em regiões mais pobres com bom aproveitamento escolar identificou pontos em comum.
● “A nota 8,0 mostra que esta-
ESPAÇO
RELIGIÃO
MUDANÇA CLIMÁTICA
INVENÇÃO
Estação Espacial Internacional recebe nave de carga após duas tentativas
Papa pede amor pelos sacerdotes
Expedição investiga glaciar da Oceania
Criado na Itália maior labirinto do mundo
O papa Bento XVI (foto) pediu ontem na localidade italiana de Sulmona que se ame os sacerdotes, apesar de suas “debilidades”, numa referência implícita aos escândalos de pedofilia que atingem a Igreja. “Amai a vosso bispo, amai a vossos sacerdotes”, afirmou. Diante de cerca de 200 jovens ele denunciou a sociedade de consumo, “os falsos valores propostos”.
Uma equipe de cientistas extraiu amostras do glaciar que coroa o maior monte da Oceania, antes que ele seja destruído pelo aquecimento global, para analisar séculos de história e estudar o efeito do homem sobre o clima. A expedição ao Puncak Jaya, um monte na região indonésia de Papua que os especialistas consideram Oceania, retirou três barras de gelo a 32 metros de profundidade.
Seis anos se passaram desde que o italiano Franco Maria Ricci deixou a revista de arte FMR. Agora, ele anuncia a criação de um labirinto feito de sebes de bambu, em Fontanellato – perto de Parma –, que abrange sete hectares. Essa medida é cinco vezes maior do que a do labirinto Jardim Pineapple, que fica no Havaí, e está registrado no Livro Guiness de Recordes como o maior do mundo. Ricci afirmou que usou como base dois mosaicos romanos para dar forma a sua invenção. Ali, também está sendo construído um centro
etapa disputam 550 vagas em 13 cursos. Professores de cursinhos consideraram a prova de grau médio de dificuldade. Os vestibulandos resolveram 12questõesdissertativasdeciências da natureza e matemática e 12 de ciências humanas. A inclusão de perguntas de filosofia e
sociologia não agradou. “O candidatofoiorientadoa lerosparâmetros curriculares do MEC. Mas lá não há uma sequência de tópicos”, afirmou o coordenador doEtapa,Rogerio Forastieri.
de ciências humanas que, a partir deumtextosobreamortedeChico Mendes, pedia ao vestibulandoquediscorressesobreacondição atual da Floresta Amazônica – esse texto não foi impresso. A abstenção foi baixa ontem. Dos convocados, apenas 247 – 8,7% do total – não compareceram aos
A nave de carga russa Progress M-06M foi acoplada ontem com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) após a interrupção da tentativa de sexta-feira, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia (CCVE). A manobra ocorreu de forma automática, como estava previsto, disse um porta-voz do CCVE em declarações à agência russa Interfax. A Progress M-06M foi acoplada ao módulo de serviço russo Zvezda com ajuda do sistema automático de
aproximação e engate Kurs, o mesmo que falhou no dia 2. A nave não-tripulada, que foi lançada na quarta-feira da base de Baikonur, no Casaquistão, levou 2.630 quilos de carga à ISS, como combustível, água, oxigênio, alimentos, roupas e equipamentos. Na sexta-feira, uma falha no sistema Kurs provocou a interrupção da primeira tentativa de acoplamento quando a nave russa estava a 2 km da ISS, sem que seus tripulantes pudessem conectar o sistema de engate manual.
Prova da Unesp não traz dificuldade para estudante Carolina Stanisci ESPECIAL PARA O ESTADO
A Universidade Estadual Paulis-
ta (Unesp) realizou ontem à tarde a segunda fase do vestibular domeiodoano. Os2.851vestibulandos que passaram para essa
PLANETA Investimentos ‘sustentáveis’ já movimentam US$ 20 trilhões Os fundos de investimentos que atendem aos Princípios para o Investimento Responsável (PRI, na sigla em inglês), iniciativa das Nações Unidas para estimular critérios de sustentabilidade entre instituições financeiras, já movimentam US$ 20 trilhões em recursos em todo o mundo. “Há um movimento forte, entre bancos e bolsas de valores, de aplicar critérios socioambientais na análise dos investimentos. Isso crescerá nos próximos anos”, afirma
}
PeterClifford, secretário-adjunto da Federação Mundial de Bolsas. Clifford participou de uma reuniãodoórgãosediadanaBM& FBovespa, em São Paulo. Um dos focos do encontro, que reuniu representantes de 30 bolsas diferentes, era como o mercado pode incorporar os critérios de sustentabilidade na negociação de ações. “O vazamento de petróleo no Golfo do México derrubou o valor das ações da BP. Isso é um exemplo de que o mercado responde imediatamente aos impactos ambientais”, diz Clifford.
3 bolsas
de valores aderiram aos Princípios do Investimento Responsável da ONU: São Paulo, Johannesburgo e Istambul
lou a segunda parte da questão 4
JEFFERSON RUDY/MMA/DIVULGAÇÃO
produtores rurais querem que a área seja reduzida para 400 mil hectares, e o governo do Estado apresentou proposta de redução para aproximadamente 300 mil hectares. ENERGIA
Camponesas aderem a cozinhas solares
ILEGAL. Floresta já teve operação para retirar ‘boi pirata’
O Ministério Público Federal (MPF) vai criar uma equipe para investigar a tramitação dos projetos de lei e decretos legisla-
“Essasescolasapresentavamexcelentedireçãoeprojetopedagógico, professores engajados, alta participação da comunidade”, diz Maria do Pilar. / COLABOROU ALEXANDRE GONÇALVES
para visitantes que deve abrir em 2012. Na ocasião, ele aproveitou para aconselhar os futuros frequentadores a levar celulares para o passeio, pois podem precisar de ajuda na hora de sair, como ocorreu com o jornalista Corrière della Sera. Ele foi o primeiro a experimentar a andança pelo labirinto do italiano e registrou que se perdeu no caminho de volta.
CORREÇÃO
No gráfico da pág. A24 da edição de ontem, o valor de sódio equivale a 2,1 g de sal, e o total do dia a 10,78 g de sal
locaisdeprova.Hoje,osestudantes fazem a redação e a prova de linguagensecódigos.Érecomendável chegar ao local do exame antes das 14 horas, quando fecham os portões. A lista de aprovados será divulgada no dia 21, nos sites da Unesp (unesp.br) e da Vunesp (vunesp.com.br).
Blog. Evolução nas alturas blogs.estadao.com.br/herton-escobar
A jararaca-de-alcatrazes, criticamente ameaçada de extinção, vive apenas na Ilha de Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo e se alimenta de lacraias e lagartos.
MPF investiga projetos para reduzir floresta
LACERDA, RECIFE
estadão.com.br
ISOLADA
JAMANXIM ● Sobe e desce
Falha. Em nota, a Vunesp anu-
ferência de ensino, o Colégio de Aplicação da UFPE é disputado. Anualmente, cerca de 1,2 mil alunos inscrevem-se para a seleção que escolhe 60 estudantes que cursarão a partir da 5.ª série até o fim do ensino médio. É uma escola experimental em metodologia e as experiências que dão certo são divulgadas com as redes de ensino municipais e estadual. “O Ideb só nos disse que podemos ir adiante”, conclui o diretor. / ANGELA
tivos que têm como objetivo reduzir o tamanho da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. Na opinião do MPF, essas propostas são incentivos à grilagem e à ampliação do desmatamento no local. A floresta tem hoje 1,3 milhão de hectares, mas
Um grupo de mulheres agricultoras de Totogalpa, na fronteira da Nicarágua com Honduras, estão substituindo a madeira e energia que é gerada por combustíveis fósseis por fogões e painéis solares. Dessa forma, evitam o desmatamento (não precisam mais da lenha) e doenças respiratórias. “Nós gostamos mais das cozinhas solares porque economizamos lenha e tempo para
cozinhar, não há produção de poeira, nem de fumaça”, disse Nimia López, beneficiada com um forno solar. Yelba María López, outra beneficiada no projeto, deixou de gastar ao mês US$ 5 com lenha e teve uma economia de 85% na conta de energia elétrica. A cooperativa de mulheres pretende agora construir um restaurante e um hotel. / AFRA BALAZINA e ANDREA VIALLI, com AGÊNCIAS
“Hoje consumimos 30% a mais de recursos naturais do que a Terra consegue repor. É preciso mudar o padrão” Hélio Mattar PRESIDENTE DO INSTITUTO AKATU
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Polêmica
Contas do governo
Briga de gigantes
Petrobrás analisa 40 recursos sobre licitação de sondas
Gratificação perde espaço nos salários do Poder Executivo
Leila Lória, da Telefônica, defende abertura do mercado de TV a cabo
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Economia estadão.com.br
MONALISA LINS/AE-27/8/2006
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& NEGÓCIOS
Gargalo chega ao setor de carga aérea Problemas, como a falta de áreas de armazenagem, expõem a fragilidade do transporte aéreo no País e já preocupam indústria nacional Renée Pereira
Depois do estrangulamento do setor portuário, agora é a vez de os aeroportos sentirem os efeitos da falta de infraestrutura para o transporte de cargas. Os problemas são iguais aos dos portos: faltam áreas de armazenagem, instalações (câmaras refrigeradas) para produtos especiais e mão de obra suficiente para liberar as mercadorias dentro de padrões internacionais. O resultado tem sido a ampliação do tempo de desembaraço dosprodutos importados. Há casos em que a mercadoria demora maisparaserliberadaemterritório nacional do que para sair do país de origem, como a China, e chegar ao Brasil. “Esse problema prejudica não só o transporte aéreo,mastambémaindústria,que perde velocidade na produção”, afirma Allemander Pereira, consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Representantes do setor industrial temem que o problema se agrave ainda mais neste semestre, quando é esperado um aumento nas importações para atender ao Dia da Criança e ao Natal. A luz amarela já acendeu em aeroportos como os de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, Confins, em Belo Horizonte, Salvador e Manaus. Os primeiros sinais de estrangulamento surgiram em 2008, antes da crise mundial. Na época, alguns terminais já estavam operando acima da capacidade, conforme estudo feito pela McKinsey&Company, a pedido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O trabalho mostrou que,naáreadeimportação, Viracopos trabalhava com 140% da capacidade. Em exportação, Confins atingiu 130% e Salvador, 113%. Guarulhos estava em nível bastanteelevado,de84%(importação) e 78% (exportação). Com o arrefecimento da economia, os aeroportos passaram bem pelo ano de 2009. Mas o alívio durou pouco. Desde o início do ano, o volume de importações, que cresceu 41,5% até maio, tornou visível a fragilidade do transporte aéreo. Em Manaus, onde está localizado um dos maiores polos industriais do País, o problema chegou ao limite, diz o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus, Wilson Périco. Sem área suficiente para atender ao volume crescente, asmercadorias ficaram armazenadas no pátio, cobertas apenas por lonas. Para piorar, o número de pessoas para registrar e liberar os produtos não foi suficiente. “As cargas demoraram até 18 dias para serem liberadas”, afirma Périco. Segundo ele, a estimativa é que as empresas tiveram prejuízo de US$ 650 milhões entre fevereiro e maio. Périco afirma que o problema foi agravado pela Copa do Mundo, que ampliou a produção de TVs. “Mas teremos problemas a partir de setembro, se a Infraero (que administra os aeroportos) não fizer investimento em um terminal de cargas.” A Infraero não respondeu ao pedido de entrevista da reportagem. Diretor da TAM queixa-se de falta de áreas para terminais
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B2 Economia %HermesFileInfo:B-2:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
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Para acelerar o crescimento ✽ ●
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
B
rasil fora da Copa, as eleições presidenciais logo chegarão ao centro donoticiário.Adiantando, eis alguns pontos que merecem atenção no que se refere ao modelo macroeconômico: Metas de inflação – o regime de metas funciona no Brasil desde 1999, com bastante sucesso. Ainflação,medidapeloIPCA,roda em torno dos 4,5% ao ano, no centro da meta, e os juros reais estão na faixa dos 5%, ante os 15%verificados no iníciodo regime. Já basta? A resposta é não. A meta de inflaçãonoChile,noMéxico,naCoreia do Sul e na China é de 3% ao ano, considerado um padrão mais adequado para emergentes de renda média. Assim, há três possíveis avanços que poderiam ser implementadosnoregimedemetas.Primeiro,colocar naleiaindependência do Banco Central. Hoje, há uma autonomia operacional concedi-
da pelo presidente da República, que, portanto, pode cancelá-la a qualquer momento. Isso é um fator de incerteza – e toda incerteza leva a uma inflação mais elevada (e, pois, a juros mais altos). Asegundamudançaseriareduzir a meta e a margem de tolerância,hojededoispontosparacima eparabaixo.Assim,arigor,ainflação brasileira pode ir a 6,5% num ano, o que é muito elevado. Costuma-se dizer que o Brasil tem a mais alta taxa de juros entre os países importantes. Tem também a meta de inflação mais alta. A terceira mudança seria um programa para eliminar as indexações que ainda existem na economia brasileira, como as diversas modalidades de correção automática de preços e contratos. Dívida pública – A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) está em torno dos 40% do PIB. Já foi de 70%, de modo que houve uma notável redução. Mas, entre osemergentesimportantes,opadrão é de 30%. A Dívida Pública Bruta, aqui, se aproxima dos 70% do PIB – é também mais elevada do que na concorrência. Dívida elevada é uma das causas de juros mais altos. Portanto,
uma boa política seria estabelecer metas de redução desse endividamento, nos dois conceitos. O peso do Estado – Também seria uma boa política a introdução de metas de redução do peso do Estadonaeconomia.Nãoépreciso, dada a dificuldade política e jurídica, demitir funcionários e fechar órgãos. Há alternativas: por exemplo, de cada dois que se aposentam, contratar apenas um novo funcionário. Ou estabelecer como regra que todo o gasto público cresce sempre abaixo da expansão do PIB. Paralelamente, é preciso aplicarprogramasdeeficiêncianaadministraçãopública.OBrasilgasta com saúde e educação a mesma coisa que gastam outros países com melhores resultados. Reforma tributária – Políticas de redução e controle de gastos públicos criam o espaço para a tão sonhada reforma tributária, comoduploobjetivodediminuir a carga e simplificar o sistema. Hoje, é impossível falar em redução de impostos diante de uma dinâmicadegastospúblicossempre crescentes. Investimentos – É o ponto fracodaeconomiabrasileira.Namé-
dia, os países emergentes investem 28,5% ao ano, com destaque para os asiáticos, normalmente acima dos 30%. Na América Latina a média cai para 22,5% ao ano. E o Brasil? Neste século, o melhor que conseguiu foi 20%, em 2000. A média de 2003/2008, até a crise global, foi inferior a 17%. Por isso, o crescimento brasileiro também está abaixo das médias global e latino-americana. O Brasiltemumapropensãoaocon-
Eleições de volta ao centro do noticiário, pensemos em pontos que merecem atenção... sumo, a começar pelo governo. Estabelecer metas de investimentospúblicoseprivadosépossível, mas apenas em conjunto com políticas de redução e controle do gasto público. Petrobrás. Comentamos aqui,
na semana passada, como o governo Lula está impondo enormestarefaseprogramasdeinvestimentos à Petrobrás, em alguns pontos contra a opinião técnica da própria estatal. É o caso das
três refinarias em construção, ao mesmo tempo, em Pernambuco, Ceará e Maranhão – todas longe tanto dos centros de produção de petróleo quanto dos principais mercados consumidores de derivados. Parabancartodosessesinvestimentos,aPetrobrásterádeseendividarecomprometersualucratividade atual. Além disso, o governo vai capitalizar a estatal entregandobarrisdepetróleo“futuros”,enquantoosminoritáriosterão de entrar com dinheiro vivo. Váriosleitorescomentaram. O e-mail abaixo, do leitor Davi Lamas,resumebemaposiçãodeminoritários descontentes: “Gostaria de demonstrar meu profundo descontentamento diante dos inúmeros erros que a Petrobrás vem cometendo. Obviamente,estee-mailpodeserinsignificante,masachointeressante demonstrar o sentimento do acionistaminoritário, aindamais diante do aporte do Oceano Atlântico em troca de ações da empresa. Se não bastassem a questão política, os gastos excessivos,afaltadeplanejamento,vejam o plano de negócios patético da estatal, que comprometerá a
empresa no mínimo pelos seis próximos anos – jogando no lixo o lucro por ação, a rentabilidade, etc.DeveriamaprendercomaVale, uma empresa preocupada com o acionista e que traz valor real ao mesmo. É o contrário do que faz a Petrobrás, que se tornouumsinônimodemáadministração, ingerência e falta de controle. (A capitalização a ser promovidapelogovernotemsidodefinida como) ‘manobras de um país sem leis’, segundo sites de economia internacionais.” De outro lado, o próprio presidente Lula tem dito que a Petrobrás, por ser estatal, deve mesmo agircomo instrumento do governo na promoção de investimentos no País. Essa seria sua função principal, e não a distribuição de lucros aos acionistas. O valor das ações da Petrobrás tem estado em queda, refletindo tanto as preocupações dos minoritáriosquantoasdecisõesdo governo para a estatal. ✽ JORNALISTA E-MAIL: SARDENBERG@CBN.COM.BR / CARLOS.SARDENBERG@TVGLOBO. COM.BR
Humor S.A.
Imposto sobre Grandes Fortunas
A borrasca está vindo, mas a festa está bem boa
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EVERARDO MACIEL
L
i fragmentos, divulgados pela imprensa, do denominado 3.º Plano Nacional de Direitos Humanos. Pareceu-me um amontoadodeideiasemquepredominam platitudes e bizarrices,reproduzindovelhosdiscursos marcados pelo radicalismo hiperbólico. Surpreendi-me, entretanto, com uma esdrúxula referência ao Imposto sobre Grandes Fortunas. Ao compulsar o Decreto n.º 7.037, de 2009, que aprova o mencionadoplano,pudeconstatarque setrata deummodorrento calhamaço de 228 páginas no qual há uma furtiva menção àqueleimposto.A proposiçãoseria “regulamentar a taxação do Imposto sobre Grandes Fortunas previsto na Constituição”. A cerimoniosa referência ao texto constitucionalnãosalva apobreza da frase. Como regulamentar o que jamais foi instituído? Como “taxar” um imposto? A inserção da proposta no plano, por sua vez, é singularmente pitoresca. Ela integra o “Objetivo Estratégico II” (afirmação dos princípios da dignidade humanae daequidadecomo fundamentosdoprocessodedesenvolvimento), que é parte da “Diretriz5” (valorizaçãoda pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento), que, enfim, se inclui no “Eixo Orientador II” (desenvolvimentoedireitoshumanos).Essagongórica articulação foi capaz de, impressionantemente, desembocar na malsinada proposição. É um assombroso salto lógico. A extravagante ideia poderia ser vista apenas como concessão feita aos bolsões políticos “radicais, porém sinceros” – para usar um chavão frequentemente repetido no governo Geisel. Não é assim, entretanto. Tramita no Congresso Nacional projeto de lei complementar, já aprovado na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara dos Deputados,quepretende instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas, menoscabando o tamanho da carga tributária brasileira. OImpostosobreGrandesFortunas foi concebido na França, no início da década de 80, tendo sua denominação alterada, ainda naquela década, para Imposto de Solidariedade sobre a Fortuna. Poucos países copiaram tal inovação tributária, alguns deles por pouco tempo. Foi nesse contexto que a Constituição de1988acolheu anovidade,conquanto condicionando a instituição do imposto à edição de uma lei complementar. A experiência mostrou que aquele imposto encerra inúmeros vícios de concepção. Tem baixa capacidade arrecadatória – na França, por exemplo, não representamaisque0,7%dasreceitas tributárias. Sua base de cálculo é confusa, em virtude das dificuldades em estabelecer
Definitivamente, não existe vínculo conceitual entre direitos humanos e o excêntrico tributo opisodeincidênciaedasinúmeras exclusões da base de cálculo – a exemplo de obras de arte e bensdeusoprofissional.Constitui um notável desestímulo à poupança e um peculiar caso de pluritributação, pois tributa mais uma vez um patrimônio já tributado pelos impostos patrimoniais, para não falar da tributação da renda que lhe deu origem. De resto, revelou-se um infeliz incentivo à expatriação de capitais e domicílios fiscais. Não se alegue que a instituição do Imposto sobre Grandes Fortunasseriaumaformadeampliar os recursos para despesas sociais, porque esses gastos não demandam financiamento por um tipo especial de tributo. Ao contrário, a regra geral é não haver vinculação entre imposto e despesa. Tampouco se pode pretender, por aquela via, elevar os níveis de progressividade tributá-
ria – tese, a propósito, em gradual desuso no mundo, como evidenciam os contínuos avanços, na Europa Oriental, da onda simplificadora centrada no flat tax. A progressividade, malgrado seu caráter polêmico, é matériajá alcançável poralíquotas do Imposto de Renda e dos impostos patrimoniais. Noprojeto deleicomplementar, a incidência ocorreria a partir de patrimônios superiores a R$2milhões. Arecentee perigosa explosão nos preços dos imóveis urbanos converteria parte significativa da classe média das grandes cidades brasileiras em contribuintes do imposto, mesmoquenãotenhahavidocorrespondente aumento de sua renda líquida. De mais a mais, como ficariam aqueles que optaram por construir fundos financeirosparacustearsua aposentadoria, sobretudo quando se considera a hipótese plausível de colapso da Previdência? As alíquotas variariam de 1% a 5%. Na hipótese da alíquota máxima,nãoconsideradaaincidência dos impostos patrimoniais, sua incidência, no prazo de 20 anos, corresponderia à completaestatizaçãodopatrimônio tributado. Nem a mais perversa mentalidade estatizante lograria conceber algo com maior requinte de perversidade. Definitivamente, inexiste qualquer vínculo conceitual entre direitos humanos e o excêntrico Imposto sobre Grandes Fortunas – uma curiosidade francesa.A extensafronteiraentreosdireitoshumanoseatributação se desdobra nas limitações constitucionais ao poder de tributar, na prevenção de discriminações e privilégios fiscais infundados, na observância do princípio da capacidade contributiva e, de modo afirmativo, na efetivação dos direitos do contribuinte e equalização de suas relações com o Fisco. Isso, contudo, é outra história. ✽ CONSULTOR TRIBUTÁRIO, FOI SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL (1995-2002)
MARCO ANTONIO ROCHA
O
presidente Lula assinou um artigo para o jornal Financial Times (FT), publicado na semana passada, com o título A Nation’s Destiny. Naabertura doartigo elediz “I have great reason to be proud of the achievements of my government”. É o que basta para perceberqueumdospróximosachievements do seu governo bem que poderia ser a troca de quem escreve para ele em inglês. No resto do artigo ele trombeteia sobre como reconstruiu um país que estava destruído e sobre como está construindo agora o futuro de um país que não tinha futuro. Comoomaior marqueteirode si próprio que o País já viu, não há por que recriminá-lo. Já dizia o sábio Abelardo Barbosa, também conhecido por Chacrinha, que “quem não se comunica, se trumbica...” E Lula até hoje não se trumbicounem porexcesso decomunicação. Todavia, sua clarinada topa com alguns abafadores no mesmojornal, namesma edição. Um dos artigos, de John Paul Rathbone, traz o título A boa sorte ajuda a fortalecer a economia do Brasil. Ou seja, não foi o ferrabrás de Caetés que levou, sozinho, o velho Brasil a novos tempos, alegadamente melhores (nas estatísticas). Logooarticulistaapontaaquilo que o governo se empenha em obscurecer: “Graças às políticas anti-inflacionárias do ex-presidente FHC, continuadas por Lula, a hiperinflação que arruinava o País nos anos 80 é um pesadelo dequeninguémselembra.Asexportaçõesquintuplicaramemvalor nos últimos 20 anos. E a dívida externa caiu para apenas 4% do PIB.” “O líder sindical que antes gritava ‘fora FMI’ se tornou o presidente que pagou as dívidas do Brasil com essa instituição – e acabou emprestando a ela US$
14 bilhões”, alardeou Lula no seu artigo,omitindo osdesgastantes esforços anteriores para negociar a acachapante dívida externa, dos quais ele foi o beneficiário, pois quando assumiu ela já era um problema equacionado. Também,comodizoarticulistadoFT,muitodorecentesucesso financeiro e econômico brasileiro resulta das políticas (atuais), “mas uma boa parte é também devida à pura e simples boa sorte”. E explica que os bancos brasileiros, “escaldados por passadas crises”, fizeram a maior parte das suas aplicações internamente, “ao invés de se aventurarem pelo mundo”. Evitaram, desse modo, a armadilha do subprime. Ao mesmo tempo, a fome da Ásia por commodities manteve em alta os preços e as exportações do Brasil, enquanto os juros próximos de zero nos EUA ajudaram “a inundar o País com dinheiro barato”. Bem, essa boa sorte não esta-
Os prognósticos para a economia mundial são cada vez piores, menos no governo brasileiro rá à disposição do próximo governante brasileiro. “Anova GrandeDepressãoestá vindo. Garantido”, diz Andrew R. Sorkin, do The New York Times, ecoando o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, no mesmo jornal, para quem estamos no começo da “terceira recessão”. A de 2008-2009 (a “marolinha” de Lula) teria sido apenas um aperitivo. A terceira, de que fala Krugman, será comparável às de 1873 e de 1929, verdadeiras hecatombes. E Sorkin oreforça,enumerandoasequência de meltdowns dos mercados modernos nos últimos 20 anos. NareuniãodoG-20emToronto, há alguns dias, deu-se preferência a políticas de ajuste para combater o desastre que se prevê, e que já estão sendo adotadas pelos países da Europa. Essas políticas se traduzem em geral por queda do consumo das famílias,dossaláriosedoempre-
go – por retração generalizada. Ruim para as exportações e para a captação de recursos internacionais, dos quais precisamos. Krugman e outros dizem que não é hora de ajuste, e sim de aumentar os gastos públicos para impulsionar a demanda. Mas os governos dos países ricos já gastaram “uma baba” – como diz o povo – para salvar da falência seus sistemas financeiros. E a demanda... nada! Essa divergência mostra que ninguém tem uma boa receita para evitar o que está previsto. Mas não há divergência sobre o que está previsto: borrasca brava. Os “fundamentos” das economias de quase todos os países estão se deteriorando, criando uma perspectiva indigesta. Repetindo Rathbone, o Brasil beneficiou-se muito de uma boa conjuntura:commodities em alta, juros internacionais em baixa. Bonança sem precedentes, frisou um relatório do Fundo Monetário Internacional. Porém, a equação está se invertendo com as medidas de autodefesa que os grandes países adotam. Menos um deles: o Brasil! Aqui os fundamentos tambémnão estão no bom caminho. Alguns já estão no mau caminho: a conta de transações correntes;osaldocomercial;ainflação; o déficit público; as taxas dejuros. As “bondades”doCongresso e do presidente, com o salário mínimo; as aposentadorias; o Bolsa-Família; o Minha Casa, Minha Vida; e os proventos do funcionalismo ainda não tiveram tempo de fazer estragos nas contas públicas e na inflação, mas o tal do mercado – cuja mão não é nada invisível – mostra, pelo termômetro dos “futures”, que aposta mais na dificuldade do ano que vem do que na alegria de agora. Isso tudo não inquieta nem um pouco nosso peripatético presidente – é problema de quem pegar o bastão. ✽ JORNALISTA E-MAIL: MARCOANTONIO.ROCHA@ GRUPOESTADO.COM.BR
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Economia B3 ALEXANDRE FONSECA/PAGOS – 5/5/2010
Faltam áreas para construir terminais Diretor da TAM reclama da falta de espaço para novos investimentos em aeroportos Renée Pereira
Um dos grandes problemas dos principais aeroportos do País é a restrição de áreas para construir novos terminais de carga. É o que ocorre em Guarulhos e em Brasília, afirma o vice-presidente Comercial e de Planejamento da TAM, Paulo Castello Branco. Ele explica que a empresa tenta há algum tempo construir um grande terminal em Guarulhos – local que ele considera já estar estrangulado –, mas está impedido por falta de espaço. “Precisodeduasáreasesóconsegui uma. Estamos dispostos a investir na infraestrutura, mas precisamos ter condições”, lamenta o executivo. Ele comenta
que a mesma situação ocorre no aeroporto de Brasília, hub (principal centro de operação) da TAM no País. É a partir dali que a empresa faz toda a distribuição da carga. “Faltam áreas cobertas para abrigar as mercadorias. Falta espaço para operacionalizar a carga. Tudo isso reduz a nossa agilidadeparaescoaracarga”,explica. Em Guarulhos, aeroporto que concentra 54% de toda carga aéreamovimentadanoPaís,asituação é muito parecida, afirma o presidentedoSindicatodosDespachantes Aduaneiros de São Paulo, Valdir Santos. Além de áreas de armazenagem, faltam câmaras refrigeradas para acomodarprodutosperecíveis,vacinas e medicamentos. Embora o
Sinal vermelho. No aeroporto de Manaus, falta de galpões deixou mercadorias expostas, cobertas apenas com lona aeroporto contecom duas“geladeiras”, elas não têm dado conta da demanda, conta Santos. “Algumas empresas estão perdendomercadoriasporqueficamfora da geladeira.” Outro problema é o fato de existir, dentro dessa câmara re-
Roubo. O presidente da Asso-
CARGA EM ALTA l Depois da crise iniciada em 2008, movimentação de carga aérea volta a crescer
Volume em toneladas
Maiores movimentações em 2009
VARIAÇÃO
18%
72.965 FEV./09
86.110 FEV./10
frigerada, muita carga estragada, que não pode ser incinerada no local por causa da legislação ambiental. “Tem de tirar dali e levar para outro lugar. É uma burocracia grande. Enquanto isso, não há espaço para colocarmos mercadoria nova”, lamenta Santos.
AEROPORTOS
EM MILHARES DE TONELADAS
Uso da capacidade dos principais aeroportos do País EM PORCENTAGEM DE USO DA CAPACIDADE
Guarulhos
337,6
Viracopos
189,7
AEROPORTOS
Manaus
134,2
Guarulhos
78
84
Viracopos
95
140
Confins
130
34
Salvador
113
58
Galeão
80,0
Brasília
41,0
FONTE: SNEA E MCKINSEY
EXPORTAÇÃO
IMPORTAÇÃO
INFOGRÁFICO/AE
ciação das Empresas Comissárias e Agentes de Carga de Minas Gerais (Codaca), Roger Rohlfs, contaquetemevitadofazerqualquer operação por Guarulhos por causa do risco de roubo da carga. “Prefiro gastar mais tempo e dinheiro e trazer algumas mercadorias por Confins. O gargalo já está instalado em Guarulhos”, diz ele. Santos também alerta para os problemas que podem surgir no segundosemestre.Emmaio, por exemplo, Viracopos, em Campinas (SP), segundo maior em car-
gas, já bateu recorde de movimentação. “O que era para ocorrer no segundo semestre ocorreu no primeiro. Será um caos nos próximos meses.” Só no ano passado, o aeroporto movimentou cerca de 189,7 mil toneladas de produtos. Com importações, o uso da capacidade desse terminal chegou a 140% ao longo de 2009. A falta de infraestrutura também virou incômodo para a indústria de Goiás. Na capital, Goiânia, o Aeroporto Santa Genoveva costuma armazenar os produtos no pátio, em barracas delonas, diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Goiás, Roberto Elias. Paraele, osetor éum dosgrandes gargalos do Estado e atrapalha bastante o polo farmoquímico da região, o terceiro maior do País. “Chega a ser pior do que a nossalogísticarodoviária”,analisa Elias.
Em todo o mundo, carga aérea deve crescer 10% ao ano ● Na avaliação de especialistas,
o governo precisa encontrar logo uma saída para desafogar os aeroportos. “A tendência mundial para o transporte aéreo de carga é de crescimento de 10% ao ano”, diz o presidente da Associação das Empresas Comissárias e Agentes de Carga de Minas Gerais (Codaca), Roger Rohlfs. Para o diretor da Federação das Indústrias de São Paulo, Carlos Cavalcanti, a solução é repensar o modelo dos aeroportos. E o melhor caminho, segundo ele, seria conceder os serviços à iniciativa privada, para dar velocidade aos investimentos.
Artigo
Contrato é para ser cumprido O contrato de seguro não permite dois pesos e duas medidas. Seguradora e segurado devem agir com integral boa-fé ✽ ●
ANTONIO PENTEADO MENDONÇA
O
contrato de seguro é uma avença para a qual a lei exige em artigo específico do Código Civil a mais absoluta boa-fé dos contratantes. Quer dizer, do segurado e da seguradora, ou melhor, da seguradora e do segurado. A ordem correta é esta, pela simples razão de o produto ser desenvolvido e comercializado pela companhia de seguro e apenas adquirido pelo segurado. A boa-fé da seguradora deve se iniciar no momento em que a empresa decide desenvolverumprodutoparasercomercializadodentrode determinados parâmetros, visan-
do a garantir riscos específicos. Vale dizer, ainda antes de ter a apólice e seus cálculos atuariais concluídos, a seguradora já deve agir com total boa-fé na identificação do público-alvo para o novo seguro e na forma de atingi-lo com o máximo de eficiência para ambas as partes. A seguradora deve ter claro que o grande beneficiário da transação, pelas próprias regras do seguro, deve ser o segurado, a quem ela disponibiliza uma proteção concreta contra riscos que podem ou não ocorrer. Uma seguradora não aceita o riscodosegurado,elasecompromete a indenizá-lo caso o risco que o ameaça e coberto por sua apólice se materialize, transformando-se num sinistro. O segurado não transfere para aseguradora aobrigação demorrer por ele, ou de pegar fogo no lugar do seu imóvel. O risco de morrer continua sendo do segurado, da mesma forma que o risco de incêndio continua recaindo sobre o seu imóvel. A seguradora se compromete, mediante o recebimento de uma paga, a indenizar os sinistros acontecidos dentro dos termos e condições de sua apólice. Daí a necessidade de a apólice
ser clara. O que está em jogo é a reposição de um patrimônio ou capacidade de atuação que, se não for reposto, ocasiona prejuízo insanável para o segurado. Com clausulado nebuloso, o contrato de seguro permite interpretação nebulosa e abre espaçoparaa negativada indenizaçãoemsinistro indubitavelmente coberto. Não há situação mais injusta do que esta. Todo sinistro representa uma perda para o segurado. Perda que se materializa obrigatoriamente num prejuízo econômico, mas que pode irmuitoalém,tantoemsuas consequências diretas sobre o patrimônio, como sobre a estabilidade psíquica do segurado. É verdade que a imensa maioria dos sinistros é indenizada
sem complicações, de forma relativamente rápida e satisfatória para o segurado. Mas isso não autoriza a companhia a agir com menos boa-fé nos outros casos. Pelocontrário, comoa obrigação da seguradora é pagar as indenizações cobertas, nos limites do contrato, cada vez que ela deixa de assim proceder, ainda que demorando apenas um pouco mais do que o que seria indispensável, ela está deixando de atentar para o princípio da boafé que ela, como seguradora, nãosótem a obrigaçãode conhecer e respeitar, mas, acima de tudo, valorizar, para poder exigir do segurado que ele guarde a mesma lisura na sua parte da avença.
Que moral alguém tem para exigir do outro que se portebem, se ele não age da mesma forma? O contrato de seguro não permite dois pesos e duas medidas. Tantoaseguradoracomoosegurado devem, por força de lei, agir com integral boa-fé em todas as situações e em todos os momentos do contrato que os une. Indo além, a seguradora deve agir com total boa-fé em todos osseus contratos, haja ounão indenização a ser paga. Se ela, ainda que numa única avença, deixa de respeitar esta regra, não pode exigir dos demais segurados, e muito menos através do Judiciário, que ele proceda diferentemente dela. Se para a seguradora uma indenização pode não ter qual-
quer impacto no resultado, para o segurado o seu recebimento pode significar a sobrevivência. Quem exige que o outro se porte bem deve dar o exemplo. Como se indignar porque alguém o deixa esperando se você normalmente chega atrasado? A mesma regra vale no negócio do seguro. Como exigir do segurado que aja com absoluta transparência se a seguradora não paga corretamente os sinistros cobertos? ✽ É ADVOGADO, SÓCIO DE PENTEADO MENDONÇA ADVOCACIA, PROFESSOR DA FIA-FEA/USP E DO PEC DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS E COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO. E-MAIL: ADVOCACIA@ PENTEADOMENDONCA.COM.BR
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
MARCOS DE PAULA/AE-11/3/2010
Petrobrás analisa 40 recursos sobre licitação de sondas Os sete concorrentes qualificados iniciaram uma guerra na qual trocam acusações entre si em documentos enviados à estatal Kelly Lima / RIO
Elevados riscos financeiros e uma guerra já declarada entre concorrentes podem inviabilizar a megalicitação que a Petrobrás lançou no ano passado para contratação de até 28 sondas a serem construídas no Brasil. A abertura dos envelopes com os valores propostos está prevista para quintafeira, e cada um dos quatro pacotesem que a licitação está dividida deve girar em torno de US$ 5,5 bilhões. Entre os grupos que disputam aencomenda,háconsórciospreparandoantecipadamenterecurso judicial. Da parte dos bancos que avalizam o processo, o temor é de que o pacote seja entregue a empresas técnica e financeiramente incapacitadas de cumprir uma encomenda de grande porte. Pelo risco elevado, os juros sobreo financiamentotambémdeverão ser maiores e, na opinião de construtores, essas taxas podem tornar a obra inviável. Sãoseteosconcorrentesqualificados, que iniciaram uma guerra na qual trocam acusações entre si em documentos enviados à Petrobrás,aosquaisaAgência Estado teve acesso. A maioria dos 40 recursos apresentados pelas empresas trata principalmente da qualificação de três grupos (AndradeGutierrez,Eisaeoconsórcio Alusa/Galvão) para a segunda fase da disputa. Os três utilizam o design de plataforma feito pela empresa Gusto, braço do grupo holandês SBM, com impropriedades para um projeto de grande porte, segundo avaliações técnicas de auditorias contratadas pelas demais concorrentes. O recurso apresentado pela Odebrecht – que está na disputa em consórcio com a OAS e UTC, visandoaconstruçãode umestaleiro na Bahia – possui 120 pági-
PARA LEMBRAR Em outubro do ano passado, a Petrobrás lançou licitação para a encomenda de 28 sondas de perfuração em águas ultraprofundas, que pela primeira vez serão construídas no Brasil. A encomenda faz parte de um pacote maior, de 40 equipamentos para perfurar principalmente a região mais promissora na exploração de petróleo no País: o pré-sal. As 12 primeiras já foram contratadas no mercado internacional, já que a indústria brasileira não teria condições de cumprir os prazos de operação da primeira unidade, para o ano que vem. As estimativas são de que o negócio movimente mais de US$ 20 bilhões e crie cerca de 30 mil empregos. Todas as unidades serão entregues entre 2013 e 2017, para serem instaladas em áreas do
pré-sal. Na época do anúncio da concorrência, o diretor da Área de Serviços da estatal, Renato Duque, explicou que a ideia dos pacotes com sete plataformas de uma vez teve como objetivo dar escala e “possibilitar a instalação de um novo estaleiro no País”. As sete primeiras sondas serão de propriedade da estatal e as demais, alugadas. A Petrobrás decidiu, também, exigir conteúdo nacional de equipamentos, em escalonamento: as duas primeiras sondas terão 25% de conteúdo nacional; as três seguintes, 40% e, depois disso, pelo menos 50%. Navio-sonda é um navio projetado para perfuração de poços submarinos. Os primeiros sete navios terão capacidade de perfurar lâmina d’água de três mil metros. Risco. Plataformas vão atuar em áreas a 300 km da costa e em 3 mil metros de profundidade
nas e se baseou em laudo preparado pela DNV, empresa alemã deauditoria comumentecontratada pela Petrobrás para avaliar a estrutura técnica de projetos. O consórcio liderado pela Odebrecht, o estaleiro Jurong, deCingapura,eoEstaleiroAtlântico Sul, sediado em Pernambuco, utilizam projetos da empresa LMG, em alternativa ao da Gusto. Já o estaleiro Keppel, também de Cingapura, utiliza o da Gusto,masfezalteraçõesque foram aprovadas nas auditorias. Resposta. Em resposta aos ata-
ques sofridos, os três estaleiros apresentam laudo de outra auditoria contratado pela Gusto que, naavaliaçãodas fontesconsultadaspelaAgênciaEstado,acabaexpondo ainda mais impropriedades contidas no design. Na resposta apresentada pelo estaleiro
Eisa, por exemplo, consta laudo em que a Gusto especifica a necessidade de retirada de todos os trabalhadores da plataforma no caso de tormentas, sob o risco de adernamento da unidade. Considerandoqueasplataformas vão atuar em áreas do présal, a 300 quilômetros da costa e conectadasapoçosatrêsmilmetros de profundidade, técnicos do setor acreditam que este não seria o modelo mais adequado. As discordâncias entre os candidatos foram confirmadas pela Agência Estado com cinco representantes de diferentes empresas e entidades envolvidas no processo. Nenhum, no entanto, concordou em se identificar, paranão terprejudicadaasuaparticipação na disputa. O principal alvo dos ataques é o consórcio Alusa/Galvão, que também foi procurado pela reportagem,
● Propostas
US$ 800
milhões deve ser o orçamento de corte da Petrobrás
US$ 690
milhões deve ser a proposta da Alusa/Galvão
US$ 700
milhões deve ser a proposta dos demais consórcios
mas não retornou as ligações. Além do problema do design, o consórcio contrariaria exigênciada Petrobrásno processolicitatório,ao contratarsuportetécnico da Cosco. A estatal exige
Lula quer que estatal atue em Cabo Verde Em visita ao país da África, presidente disse que pedirá à estatal que faça prospecção no mar cabo-verdiano ILHA DO SAL, CABO VERDE
A Petrobrás poderá fazer prospecção de petróleo em Cabo Verde. Em visita ao país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que pedirá à direção da estatal brasileira que inicie as conversas com o governo ca-
bo-verdiano.“Queremos expandir a Petrobrás para que ela possa fazer estudos em outros lugares, sobretudo em águas profundas. Conversei com o primeiroministro e Cabo Verde tem interesse em fazer estudos em suas águas”, disse Lula, em um pronunciamento conjunto com o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves. O presidente brasileiro afirmou que, assim que regressar ao País, após sua viagem por seis nações da África, conversará com a direção da estatal. “Eu assumi o compromisso de, re-
gressando ao Brasil, conversar com a direção da Petrobrás para que venha gente aqui fazer uma primeira conversa com autoridades de Cabo Verde para ver as possibilidades”, disse Lula. Lula permanecerá em continente africano até o dia 11 de julho, final da Copa do Mundo. Tecnologia. Segundo o presi-
dente brasileiro, a atuação da Petrobrás em Cabo Verde deverá ser feita com transferência de tecnologia em exploração em águas ultraprofundas, área em que a Petrobrás tem excelên-
cia no mercado mundial. “Nós não vamos abdicar da política de solidariedade. Vamos partilhar o conhecimento que nós temos com os outros países”, afirmou o presidente brasileiro. “O Brasil está vivendo um momento muito especial, com perspectiva de exploração em águas ultraprofundas, na chamada camada do pré-sal. Há o compromisso de investir US$ 224 bilhões até 2014 na construção de sondas, navios, pesquisa e expedições”, acrescentou. José Maria Neves, por sua
que o suporte técnico tenha construídopelomenosuma sonda de perfuração para mais de três mil metros e, além disso, que a mesma esteja operando. Aúnica unidadenestasespecificaçõesfeita pelachinesa Cosco foi destinada à própria Petrobrás e ainda não iniciou operações.Hánosetor, noentanto, rumores de que o forte ataque ao consórcio Alusa/Galvão se deve principalmente à suspeita de que a empresa virá com um preço muito mais baixo na apresentação da proposta comercial. Corte. Fontes consultadas estimam que o orçamento de corte da Petrobrás estaria na casa dos US$ 800 milhões por plataforma, e que o consórcio deverá apresentar proposta de US$ 690 milhões, enquanto os demais ficarão entre US$ 700 milhões e
vez, demonstrou entusiasmo com a possibilidade de a estatal de petróleo brasileira atuar em Cabo Verde. “Há indicações de que pode haver petróleo em Cabo Verde em águas ultraprofundas, e gás também”, disse o primeiro-ministro. Neves afirmou que é estratégico para Cabo Verde ter o domínio do mar e das riquezas provenientes do mar do arquipélago. “Nós queremos cooperar com o Brasil para realizar os estudos técnicos necessários para saber se há recursos petrolíferos ou gás aqui em Cabo Verde. Essa é uma área fundamental de cooperação”, disse o primeiro-ministro cabo-verdiano. /
US$ 750 milhões. Durante o projeto, um pool de bancos financia a obra. À medida que cada embarcação é entregue, o financiamento é assumido pela Petrobrás, com juros retroativos ao período da construção.Otemordos bancoséfundamentado em experiência malsucedida anterior da Petrobrás na contratação de pacotes de obras de equipamentos de grande porte com um único construtor. Nadécadade90,ganhounotoriedade o projeto Ametista, que previaaconstrução de seisplataformas pelo grupo Marítima, do empresário German Efromovich.O prazo eo preço do contrato foramestouradoscomlargamargem e a Petrobrás, além de se ver obrigada a assinar termos aditivos com aumentos de custos, acabou recebendo apenas quatro das seis unidades.
● Exploração
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA PRESIDENTE DO BRASIL
“Nós não vamos abdicar da política de solidariedade. Vamos partilhar o conhecimento que nós temos com os outros países.” “O Brasil está vivendo um momento muito especial, com perspectiva de exploração em água ultraprofunda.”
AGÊNCIA BRASIL
Agenda IOB Dia 5 IRRF - Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no período de 21 a 30/06/2010, incidente sobre rendimentos de: a) juros sobre capital próprio e aplicações financeiras, inclusive os atribuídos a
residentes ou domiciliados no exterior e títulos de capitalização; b) prêmios, inclusive os distribuídos sob a forma de bens e serviços, obtidos em concursos e sorteios e lucros decorrentes desses prêmios; c) multa ou qualquer vantagem por rescisão de contratos.
IOF – Pagamento do IOF apurado no 3o decêndio de junho/2010: - Operações de crédito - Pessoa Jurídica. Código: 1150 - Operações de crédito Pessoa Física. Código: 7893 Operações de câmbio - Entrada de moeda. Código: 4290 - Operações de câmbio - Saída de
moeda. Código: 5220 - Aplicações financeiras. Código: 6854 - Factoring. Código: 6895 - Seguros. Código: 3467 - Ouro, ativo financeiro. Código: 4028
DIA 6 Salário de junho/2010 - Pagamento dos salários mensais.
O prazo para pagamento é até o 5.º dia útil do mês subsequente ao vencido.
DIA 7 FGTS - Depósito, em conta bancária vinculada, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço correspondentes à remunera-
ção paga ou devida em junho/2010 aos trabalhadores. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) - Envio, ao Ministério do Trabalho e Emprego da relação de admissões e desligamentos de empregados ocorridos em junho/2010.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Economia B5
Disputa de gigantes na TV a cabo Decisão da Anatel de liberar a entrada das teles na TV a cabo pode colocar frente a frente Oi, Telefônica e Net/Embratel MONALISA LINS/AE-28/7/2006
Karla Mendes / BRASÍLIA
PARA ENTENDER
O aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que as operadoras de telefonia entrem no mercado de TV a cabo expôs o embate entre os gigantes do mercado de telecomunicações no Brasil: Net/Embratel, Oi e Telefônica. Enquanto as operadoras de telefonia (Oi e Telefônica) têm restrições para operar na TV a cabo, a Net (principal operadora de TV paga do País) vem crescendo na oferta de telefonia fixa. Dados da Teleco, consultoria especializada no setor, mostram que, do fim de 2008 ao primeiro trimestre deste ano, a Net/Embratel, controlada pelo grupo mexicano América Móvel, foi a única que teve aumento de número de linhas de telefones fixos, saltando de 5,36 milhões para 6,68 milhões. Só o Net Fone, serviço operado pela Embratel e vendido nos pacotes da companhia de TV paga, passou de 1,8 milhão para 2,67 milhões no período.E,noúltimobalançodivulgado pela Net, a companhia relata que 89% dos clientes de banda larga têm o telefone fixo atrelado ao serviço. Na mão contrária, estão Oi e a Telefônica, que viram seus númerosde linhasativasdespencarem. A base de clientes de telefonia fixa da Oi (incluindo a Brasil Telecom) regrediu de 22,07 milhõespara 21,09milhões.Nogrupo espanhol, por sua vez, os números passaram de 11,67 milhões para 11,2 milhões. Uma das explicações é que, enquanto só a assinatura base de um telefone fixooferecidopelasconcessionárias custa cerca de R$ 40 por mês, por esse preço a Net oferece pacotes que incluem banda larga, TV e telefone.
Medida da Anatel é questionada No final de maio, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu acabar com um dos principais entraves ao crescimento da TV a cabo no País: a falta de licenças. Até essa decisão, havia um número limitado de licenças que poderiam ser vendidas e, por isso, elas eram objeto de licitação. Além disso, o serviço era limitado a apenas 900 municípios no País. Por meio de uma medida cautelar, a Anatel decidiu acabar com essas limitações, abrindo espaço para que as operadoras de telefonia, proibidas de atuar nesse mercado, passem a disputá-lo. A abertura, porém, é questionada pela Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA). Evolução. Segundo Leila Lória, da Telefônica, redes de cabo se tornaram estrutura para a oferta de multisserviços triple play “A Net cresce porque tem a vantagem de oferecer TV a cabo, banda larga e telefone fixo em um único pacote, por um preço que as concessionárias não conseguem oferecer”, diz uma fonte do mercado. Reserva de mercado. Paulo Mattos, diretor de regulamentaçãoda Oi,reclamaque osegmento de TV a cabo é um dos últimos quevigoracomreservademercado e tem praticamente um único grupo operando por região, o queéincompatívelcomaLeiGeral de Telecomunicações. “Isso é monopólio e favorece a venda
de pacote de TV a cabo, voz e banda larga pelo grupo Net/Embratel. A decisão da Anatel beneficiará centenas de empresas queestãoinscritas paraobterautorização para prestação do serviço”, disse. “O aumento do númerodecompetidoresbeneficiará todos os consumidores.” Leila Lória, diretora executiva da Telefônica, destaca que a Net tem 80% do mercado de TV a cabo e defende a abertura desse mercado, pois as redes de cabo se tornaram estrutura para a oferta de multisserviços triple play, que agregam TV, internet e telefone fixo. “A banda larga,
11º encontro internacional de
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queé o mercado que tem o maior potencial de crescimento, não tem restrições. A telefonia fixa também é livre, tanto que as TVs entram em voz. TV a cabo é o único com limite”, criticou. André Borges, vice-presidente jurídico e de relações institucionais da Net, foi enfático ao dizer que a empresa não tem medo da concorrência das teles. “Já tivemos muito medo. Mas isso não corresponde mais à realidade, pois já concorremos diretamente com as operadoras”, ressaltou.Oexecutivocitouoexemplo da Oi, da Telefônica e da própria Embratel, que oferecerem o
serviço de TV por assinatura via satélite, o chamado DTH. Ele destacou, no entanto, que apreocupaçãodaempresaéaforma como a abertura do mercado está sendo conduzida pela Anatel. “É uma questão de ordem legal.Nãosepodetomarumadecisãoadministrativaquedesconsidera a lei vigente”, ressaltou o executivo. Apreocupaçãodealgumasfontesdogovernoetambémdomercado, no entanto, é se a abertura total e sem restrições proposta pela Anatel pode acabar tendo um efeito bumerangue, em que a maior beneficiada seria a Oi – já
que a Telefônica, pela legislação atual, não poderia atuar na TV a cabo como controladora, por causadasrestriçõesaocapitalestrangeiro. “O grande problema é concorrencial. Se a decisão da Anatel vigorar, teremos só três players no mercado: a Oi, a Net e a Telefônica. Como ficamos então nós, consumidores?”, questiona uma fonte do governo. Segundo essa fonte, há mais de mil pedidos de licenças de TV a cabo na Anatel feitos por pequenas empresas. Sem restrições às gigantes do setor, diz a fonte, essas empresas seriam engolidas.
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Gratificação perde espaço nos salários Em sete anos, despesas com vencimentos do Poder Executivo quadruplicaram, enquanto gastos com gratificações cresceram 83% Edna Simão / BRASÍLIA
Antes utilizadas como artifício para elevar a remuneração, as gratificações para os servidores públicos perderam espaço para os reajustes salariais no governo Luiz Inácio Lulada Silva. A mudança da política de correção salarial do funcionalismo ficou evidente em 2007 e se intensificou no ano seguinte, quando várias categorias tiveram melhora dos rendimentos mensais básicos e, algumas delas, incorporaram as gratificações fixas. Essa alta dos salários teve impacto direto nas contas públicas. O Boletim Estatístico de Pessoal, divulgado pelo Ministério do Planejamento, mostra que, de 2003 para 2010 (acumulado dos últimos 12 meses até janeiro), as despesas com salários (de civis do Poder Executivo, exceto militares) quadruplicaram, passando de R$ 5,201 bilhões para R$ 20,319 bilhões. Já os gastos comgratificações cresceram num ritmo menor, de R$ 5,392 bilhões para R$ 9,889 bilhões – atingindo o pico em 2008, com R$ 10,540 bilhões. Esses números apontam, apesar do aumento dos gastos, que houve uma nítida mudança na composição das despesas, o que dá um pouco mais de liberdade para o governo aumentar salários sem ter ampliação equivalente de gratificações que são indexadas ao rendimento fixo. No acumulado dos últimos 12 meses, as gratificações para os servidores públicos representavam 12,4% das despesas totais de R$ 79,5 bilhões do Poder Executivo. Já os salários (vencimen-
A BUSCA DO EQUILÍBRIO l Melhora dos salários de servidores reduz peso das gratificações nas despesas com pessoal
Vencimentos dos servidores públicos Participação nas despesas
EM BILHÕES DE REAIS
28
25
Gratificações de Cargos
20,319
20
26,6%
24
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
12
28
80
24
70
9,889
0
0
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
40 30
8 4
2010*
12,4%
12
2 2003
50
16
4
79,486
60
20
4
8
0
EM BILHÕES DE REAIS
6
12
5
Participação nas despesas
8
16
10
EM BILHÕES DE REAIS
10
20
15
Pessoal civil do Executivo
20 10 2003
2010*
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
*Acumulado de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010
FONTE: BOLETIM ESTATÍSTICO DE PESSOAL DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
tos) passaram a corresponder a 25,6% dos gastos totais. Em 2003, a situação era bem diferente. O peso das gratificações equivalia a 14,8% das despesas totais, enquanto os salários respondiam por 14,3%. Extinção. A diretora de Relações de Trabalho da Secretaria de Recursos Humanos (SRH) do Ministério do Planejamento, Marcela Tapajós e Silva, reforçou que a inversão ocorreu por causa dos reajustes negociados com os servidores em 2008. Na ocasião, os vencimentos totalizaram R$ 10,540 bilhões, ou20,3% das despesas, e asgratificações de cargos somaram R$ 13,460 bilhões, o equivalente a 15,9%. “As negociações de 2008 aumentaram os vencimentos de todas as categorias. A proporção não foi uniforme, mas todos
INFOGRÁFICO/AE
foram atendidos”, disse a diretora da SRH. Mesmo com essa mudança no perfil das despesas, as críticas de analistas e consultores conti-
nuam, porque os dispêndios já são elevados e só tendem a subir nos próximos anos. De 2008 para 2009, as despesas da União com pessoal tiveram uma expansão de 14,5%, atingindo o patamar recorde de R$ 149,648 bilhões. Na avaliação de economistas, essa despesa reduz a margem de investimentos em educação, saúde e infraestrutura, fundamentais para a sustentação do crescimento econômico no longo prazo. A diretora de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento explicou que, durante muitos anos, as gratificações foram utilizadas para compensar a falta de reajustes. Com isso, o contracheque do servidor ficou cheio de “penduricalhos”. A partir de 2011, a liberação de um benefício adicional ao salário será feita de acordo
mo ano, passam a vigorar as gratificações por desempenho no governo federal. Para Marcela, o uso de critérios de desempenho para conceder benefícios adicionais é importante para estimular os funcionários públicos, mas não pode ser maior que a principal remuneração. Abaixo os principais trechos da entrevista.
A gratificação é um benefício que o governo pode conceder ou retirar na hora que quiser. Muitas foram criadas por causa da dificuldade de conceder reajustes. É uma maneira de melhorar a remuneração do servidor sem ter um impacto tão alto no orçamento. Por isso, a remuneração dos servidores ficou cheia de penduricalhos.
● Por que se gasta tanto com pagamento de gratificações?
● Por que o impacto no orçamento acaba sendo menor?
● Extinção
MARCELA TAPAJÓS DIRETORA DE RELAÇÕES DE TRABALHO DA SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
“As negociações de 2008 aumentaram os vencimentos de todas as categorias. A proporção não foi uniforme, mas todos foram atendidos. Por muito tempo, as gratificações foram usadas para compensar a falta de reajustes. Mas agora elas caminham para a extinção.”
com critérios de desempenho. “As gratificações caminham para a extinção”, disse Marcela, acrescentando que isso é um processo gradual. Metas. O governo já trabalha, nessa linha, para reduzir a quantidade de gratificações. Em 2011, o valor de 48 das 61 gratificações existentes será definido de acordo com o desempenho doservidor. Em março, foi publicado no Diário Oficial da União, o decreto n.º 7.133/2010, regulamentandoos critérios para realização das avaliações por desempenho do serviço público. O valor do benefício levará em conta o resultado de avaliação individual do chefe direto. Atualmente, o benefício adicional é fixo e não há metas claras para os servidores. Por isso, as gratificações, que deveriam ter
valores variáveis, acabam se tornando fixas. Cerca de 200 mil servidores ativos serão avaliados a partir do próximo ano. A iniciativa, porém, já encontra resistências. O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, já afirmou ser contrário às novas determinações. A avaliação é de que o salário do servidor ficará menor. A coordenadora-geral de Avaliação de Desempenho da Secretaria de Recursos Humanos, Simone Velasco, explicou, no entanto, que a adoção de um sistemade gratificação por desempenho tem como objetivo melhorar a qualidade dos serviços públicos e estabelecer metas para produção. “Será possível dar mais visibilidade aos resultados”, destacou.
ENTREVISTA
Marcela Tapajós e Silva DIRETORA DA SEC. DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
‘Remuneração dos servidores ficou cheia de penduricalhos’ BRASÍLIA
A diretora de Relações de Trabalho da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Pla-
nejamento, Marcela Tapajós e Silva, trabalha para reduzir a quantidade de gratificações embutidas na rentabilidade dos servidores públicos. No próxi-
Sobre o vencimento básico incidem vantagens indiretas, adicionais como de tempo de serviço. Algumas vantagens correspondem a um porcentual sobre o vencimento básico. Com a gratificação isso não acontece. ● Desde 2008, os gastos com
vencimentos passaram a representar mais do que as gratificações. Como justificar essa mudança? Isso reflete as negocia-
ções salariais feitas em 2008.
Não foi na mesma proporção, mas aumentamos todos os vencimentos. Estamos tentando mudar, simplificar a composição dos salários. ● Como fazer isso?
Estamos procurando fortalecer os vencimentos básicos e criar gratificações de desempenho. A remuneração por desempenho é um incentivo ao servidor. Mas não pode ser a parte principal da remuneração. / E.S.
SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL RELEASE A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) comunica a publicação no DOC de 02/07/2010 do Extrato do Edital 64/SMADS/10 e convocação de audiência conforme segue: Edital 64/SMADS/10: Dia 19/07/10, às 14:00hs, na Rua Pedro de Toledo, 1.529 - Vila Clementino - Auditório térreo.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO AVISO DE LICITAÇÃO
O Departamento Regional de São Paulo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) comunica a abertura da licitação:
CONCORRÊNCIA Nº 112/2010 – Objeto: Aquisição de conjuntos de pré-automação e conjuntos de automação CFTV. Retirada do edital: a partir de 05 de julho de 2010. Entrega dos envelopes: até as 9h45 do dia 03 de agosto de 2010. Abertura: às 10h00. Retirada de edital: Na Avenida Paulista, 1313, 2º andar, Bela Vista, São Paulo, SP, ou pelo site www.sp.senai.br.
Gerência de Licitações de Bens e Serviços – GLBS
CONVITE Nº. 01/2010 OBJETO: Contratação de auditoria externa. MODALIDADE: Técnica e Preço. LOCAL: Rua Rosa e Silva, 60, 3º andar – prédio anexo, Higienópolis, São Paulo/SP. SESSÃO PÚBLICADE ABERTURA: dia 20 de julho de 2010. HORÁRIO: 14h30m (horário de Brasília). O edital poderá ser retirado através do site do CRC SP, no seguinte endereço: www.crcsp. org.br, opção: “Licitações”, ou pessoalmente na Rua Rosa e Silva nº. 60 - 6º andar, em São Paulo, nos seguintes horários: das 09 às 17 horas. JEFFERSON DI LORENZO CASCÓN Presidente da CPCL
AVISO DE LICITAÇÃO - ORIGEM CAGECE - PREGÃO ELETRÔNICO Nº 20100127 OBJETO: Registro de preço para aquisição de tubos de polietileno para ramal predial a serem utilizados pelas unidades de negócio da CAGECE, conforme especificações contidas no Edital e seus Anexos. RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS VIRTUAIS: No endereço www. comprasnet.gov.br, através do nº 292/2010, até o dia 19/07/2010 às 09:00 horas (horário de Brasília). OBTENÇÃO DO EDITAL: No endereço eletrônico acima ou no site www.seplag. ce.gov.br. Procuradoria Geral do Estado, em Fortaleza, 30 de Junho de 2010. VALDIR FONTES – PREGOEIRO.
SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL AVISO DE LICITAÇÃO Edital de Licitação Pública nº 10161/2010 Abertura do Processo de Licitação Internacional Contratante: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD Beneficiário: Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - SMADS Fonte de Recursos: Governo - Projeto BRA/03/015 Modalidade: Edital de Licitação Pública Nº: 10161/2010 Objeto: Contratação de consultoria para desenvolver Curso de Práticas Administrativas específicas para a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Critério de Avaliação: Menor preço global Data limite para o recebimento de propostas: 05/08/2010 - 11:00h (horário de Brasília) Endereço eletrônico para informações adicionais: https://www.undp.org.br/licitacoes Data limite para esclarecimentos: 15/07/2010. Contato: pnudlicitacoes@undp.org
O Departamento Regional de São Paulo do Serviço Social da Indústria (SESI) comunica as aberturas das licitações:
1 - PREGÃO ELETRÔNICO Nº 101/2010 – Objeto: Aquisição de televisores LCD de 32”. Retirada do edital: a partir de 05 de julho de 2010. Recebimento das propostas: até as 8h30 do dia 16 de julho de 2010. Início de recebimento dos lances: 16 de julho de 2010 às 9h30.
2 - CONCORRÊNCIA Nº 099/2010 – Objeto: Aquisição de equipamentos para cozinha industrial. Retirada do edital: a partir de 05 de julho de 2010. Entrega dos envelopes: até as 10h45 do dia 23 de julho de 2010. Abertura: às 11h00.
3 - CONCORRÊNCIA Nº 160/2010 – Objeto: Aquisição de cadeiras, sofás e longarinas. Retirada do edital: a partir de 05 de julho de 2010. Entrega dos envelopes: até as 8h45 do dia 26 de julho de 2010. Abertura: às 9h00.
4 - CONCORRÊNCIA Nº 166/2010 – Objeto: Aquisição de móveis para escritório (armários, gaveteiros e mesas). Retirada do edital: a partir de 05 de julho de 2010. Entrega dos envelopes: até as 8h45 do dia 23 de julho de 2010. Abertura: às 9h00. Retirada de editais:
Pregões eletrônicos: exclusivamente pela Internet, no endereço web www.licitacoes-e.com.br ou por intermédio do portal www.bb.com.br Demais licitações: na Avenida Paulista, 1313, 2º andar, Bela Vista, São Paulo, SP, ou pelo site www.sesisp.org.br.
Gerência de Licitações de Bens e Serviços – GLBS
Toda quinta no Estadão.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
França busca corte de gastos e crescimento Segundo ministra da Economia, país não vai escolher entre rigor fiscal ou expansão BENOIT TESSIER/REUTERS-16/6/2010
AIX-EN-PROVENCE, FRANÇA
A França não está escolhendo entre medidas de austeridade para diminuir sua dívida ou ações para impulsionar o crescimento econômico, mas está fazendo ambos. A afirmação foi feita ontem pela ministra da Economia do país, Christine Lagarde. Ela ainda criou uma nova palavra para definir essa combinação:“rilance”, umajunção de “rigueur” (rigor) e “relance” (crescimento). O neologismo da ministra se soma a uma nova dimensão para um debate sobre como o governo foge de conversas de rigor para evitar analogias entre sua postura de austeridade e os profundos cortes de gastos implementados durante o governo do presidente François Mitterand, em 1983. O governo francês prometeu reduzir o déficit público para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, ante 8% neste ano. “Rigor ou crescimento não é uma escolha; não é um nó górdio”, disse Christine, que participou de encontros econômicos em Aix-en-Provence, na região sudeste do país. “A política econômica que implementamos na França é uma dose sutil entre assumir responsabilidade em uma situação extremamente difícil, e onde deixamos o restante do trabalho do plano de crescimento enquanto aumentamos o financiamento para grandes estratégias”, resumiu a ministra. Ela disse que as três ações se-
Combinação. ‘Rigor ou crescimento não é uma escolha’, disse a ministra Christine Lagarde rão medidas para impulsionar o investimento e inovação, citando mudanças em impostos para empresas e créditos tributários para inovação. Rigor. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), JeanClaude Trichet, por sua vez, disse a jornalistas que não tem problemas com a palavra “rigor”. “Estamos num período em que temos de gerir com muito cuidado todos os orçamentos”, afirmou a repórteres. “Chamar isso de rigor? Não tenho problemascom isso.Austeridade? Chamo isso de bom gerenciamento de orçamento”, acrescentou. /
Índia descarta rever aumento no preço dos combustíveis ● O ministro das Finanças da
Índia afirma que não vai voltar atrás na questão dos recentes aumentos dos preços dos combustíveis, apesar da greve nacional convocada pelo principal partido oposicionista. A inflação em alta levou o banco central do país a elevar a taxa de juros em 25 pontos básicos na sexta-feira, um mês antes da data prevista
para uma avaliação da taxa. “Não está em questão reconsiderar o aumento nos combustíveis”, afirmou Pranab Mukherjee. O governo indiano retirou subsídios estatais dos preços da gasolina no fim de junho e elevou os preços de outros combustíveis. Os aumentos vão representar uma alta de quase 1% na inflação, que atingiu 10,1% em maio. O ministro disse concordar com a decisão do banco central de elevar os juros. A expectativa é de novo aumento de 0,25% nos juros na reunião do BC indiano marcada para 27 de julho.
REUTERS
Companhia Aberta CNPJ nº 60.746.948/0001-12
Aviso aos Acionistas O Banco Bradesco S.A. comunica aos seus acionistas e ao mercado a aprovação, pelo Banco Central do Brasil, em 25.6.2010, do processo de Aumento do seu Capital Social no valor de R$2.000.000.000,00, elevando-o de R$26.500.000.000,00 para R$28.500.000.000,00, com bonificação de 10% em ações (uma ação nova, da mesma espécie, para cada 10 ações possuídas), deliberado na Assembleia Geral Extraordinária realizada em 10.6.2010, informando que: • serão beneficiados os acionistas que estiverem inscritos nos registros do Banco em 13.7.2010. A partir de 14.7.2010, as ações passarão a ser negociadas ex-bonificação; • as ações oriundas da bonificação serão incorporadas à posição dos acionistas em 16.7.2010, estando disponíveis em 19.7.2010; • os dividendos mensais serão mantidos em R$0,013219250 por ação ordinária e R$0,014541175 por ação preferencial, de maneira que os valores pagos mensalmente aos acionistas serão incrementados em 10%, a partir do dividendo referente ao mês de agosto/2010 a ser pago em 1º.9.2010; • é de R$5,847253119 o custo unitário atribuído às ações bonificadas, de conformidade com o disposto no Parágrafo Primeiro do Artigo 47 da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº 1.022, de 5.4.2010, que constará do “Comprovante de Ações Escriturais para Declaração de Rendimentos do Exercício de 2011, relativo ao Ano-Calendário 2010”; • para os acionistas que desejarem transferir frações de ações oriundas da bonificação, fica estabelecido o período de 19.7 a 19.8.2010, em conformidade com o disposto no Parágrafo Terceiro do Artigo 169 da Lei nº 6.404/76. Transcorrido esse período, eventuais frações remanescentes serão separadas, agrupadas em números inteiros e vendidas em Leilão a ser realizado em 30.8.2010 na BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, devendo os respectivos valores ser colocados à disposição, em 13.9.2010, dos acionistas que fizerem jus, mediante: − crédito em conta corrente em Instituição Financeira, desde que os dados cadastrais estejam completos em nossos registros; − pagamento à BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, que repassará os respectivos valores aos detentores dos direitos cadastrados em seus registros, por intermédio dos seus Agentes de Custódia; − pagamento em Agência Bradesco para aqueles que não mantiverem conta corrente em Instituição Financeira, mas que estiverem com os dados cadastrais regulares em nossos registros, devendo após a notificação apresentar-se na Agência Bradesco de sua preferência, munidos de documento de identificação, para recebimento do valor a que têm direito. Para os acionistas não identificados ou não localizados, os valores serão mantidos à disposição na Sociedade, e, quando solicitados, serão pagos mediante a regularização de seus cadastros. As ações que compõem o Capital Social participarão, em igualdade de condições, a partir de 13.7.2010, dos Dividendos Mensais e eventualmente Complementares e/ou Juros sobre o Capital Próprio que vierem a ser declarados, bem como, de forma integral, a eventuais vantagens a partir da citada data. Simultaneamente à operação no Mercado Brasileiro, e na mesma proporção, serão bonificados os ADRs – American Depositary Receipts no Mercado Americano (NYSE) e os GDRs – Global Depositary Receipts no Mercado Europeu (Latibex), sendo que os investidores receberão 1 (um) DR novo para cada 10 (dez) DRs de que forem titulares na data-base de 13.7.2010, observando-se que: • as frações resultantes, a exemplo da operação no Brasil, serão separadas, agrupadas em números inteiros e vendidas nas respectivas Bolsas de Valores, sendo os valores creditados aos detentores das frações; e • após a efetivação da operação, os DRs – Depositary Receipts continuarão a ser negociados na proporção de 1 (uma) ação preferencial para 1 (um) DR, nos referidos Mercados. Cidade de Deus, Osasco, SP, 1º de julho de 2010.
Banco Bradesco S.A.
Economia B7
B8 Economia %HermesFileInfo:B-8:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
FINANÇAS PESSOAIS
}
Se aborrecer pra quê?
Especialistas indicam como escolher uma corretora para investir na bolsa Custos não são o ponto mais importante. Foco deve ser na quantidade e qualidade das informações passadas pela mediadora das negociações HÉLVIO ROMERO/AE–1/10/2008
Roberta Scrivano
Investir em ações é cada vez maiscomumnoBrasil.Eescolher umacorretora éo primeiro passo para começar a aplicarnabolsa. Segundoespecialistas em finanças pessoais, para cada perfil de investidor há pontos importantes a seremobservadosantesdeescolher quem fará a mediação dos investimentos. Por incrível que pareça, os custos não são o mais importante. “Sobretudo para quem nãoentendedeações”,dizRogério Bastos, da consultoria FinPlan. Em geral, as corretoras que oferecem taxas mais em conta disponibilizam menos materiais e consultoria personalizada ao investidor, segundo Bastos. “O que não é bom para os mais inexperientes”, completa. O especialista afirma que, conforme o investidor for se sofisticando, por meio de cursos, com a leitura de prospectos e gráficos, é possível procurar a corretora com os menores custos. Observarasolidezda corretora, por meio de dados como patrimônio, por exemplo – quenormalmenteestãodisponíveis nos sites – é outro fator relevante. “É importante olhar isso para que você tenha confiança na hora de investir”, explica o educador financeiro Mauro Calil. E é sobretudo no quesito ‘confiança’ que as corretoras dos bancos, que têm as taxas de corretagem e de custódia AÇÕES
PONTOSIMPORTANTES ●
Taxa de corretagem e de custódia
São os dois custos básicos cobrados pelas corretoras. É importante checar os dois. Muitas vezes há desconto na corretagem, mas o custo da custódia é alto ●
●
Informação
Análise de balanço das empresas listadas na bolsa, disponibilização de analista ou assessor para o esclarecimento de dúvidas, além de cursos gratuitos são alguns dos serviços oferecidos por parte das corretoras ● Facilidades Home broker simples e com informações que atendam as necessidades do investidor. Serviço de motoboy também é uma facilidade oferecida por algumas corretoras, caso seja necessário assinar um documento
Ações. Hoje, segundo a Bovespa, 55% dos investidores preferem negociar pelo home broker mais altas, conquistam os clientes. “Todos sabem que no banco no qual se é correntista há segurança de investir”, completa. O famoso home broker, sistema online em que o investidor
negocia as ações diretamente, sem haver a necessidade de contatar o corretor, também deve ser conhecido antes de abrir a conta na corretora. Marcos Crivelaro, professor
de finanças da Fiap, recomenda principalmente aos jovens conhecer bem o sistema. “Os mais velhos, normalmente, preferem o método tradicional de contatar o corretor pelo telefone.”
PRINCIPAIS ÍNDICES DA BOVESPA NA SEMANA (%)
NO ANO (%)
-5,24 -5,07 -4,14 -3,20 -1,20
-10,44 -12,26 -5,85 -6,35 -1,16
Ibovespa IBX (50 ações mais negociadas) IGC (Governança Corporativa) ITAG (Tag Along Diferenciado) IEE (Energia Elétrica)
● Os papéis ON da Redecard
registraram desvalorização de 12,6% na semana em que se encerrou a exclusividade entre credenciadoras e bandeiras de cartão de crédito. Somente no dia 1º de julho, a Redecard fez 264 mil transações com cartões Visa em suas máquinas.
Solidez
Checar os resultados financeiros das corretoras é importante para garantir a segurança do investimento. Apesar de não ser obrigatória a divulgação, normalmente as corretoras disponibilizam os dados no site
REDECARD ON
12,6%
BOLSAS INTERNACIONAIS NA SEMANA % NO ANO %
28,50 27,50
R$ 24,57
26,50 25,50 24,50 25/6
2/7
Dow Jones Nasdaq Frankfurt Tóquio Londres
-4,51 -5,92 -3,90 -5,48 -4,13
-7,11 -7,82 -2,07 -12,73 -10,62
MAIORES ALTAS NA SEMANA
%
LOJAS RENNER ON MMX MINERAÇÃO ON GOL PN DURATEX ON BRASKEM PNA
MAIORES BAIXAS NA SEMANA
REDECARD ON MMX MINERAÇÃO ON BMFBOVESPA ON B2W VAREJO ON FIBRIA ON
MAIORES ALTAS EM 12 MESES
4,57 2,50 1,85 1,85 1,71
COPEL PNB DURATEX ON CCR RODOVIAS ON ROSSI RESIDENCIAL ON BRASKEM PNA
%
%
123,85 113,09 106,39 106,27 85,29
MAIORES BAIXAS EM 12 MESES
B2W VAREJO ON LIGHT ON PETROBRÁS ON CIELO ON REDECARD ON
-12,59 -11,69 -11,63 -11,49 -11,06
apenas dois pregões, já acumulou uma queda de 5,24%.
Euro**
2,2327
2,2500
(R$/ )
MAIORES POR PATRIMÔNIO
MAIORES POR RENTABILIDADE
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
Western Asset DI Max Ref FI Itaú Sovereign Refer DI FI Plural Capital Yield FI Refer DI Lm DI Max Top FIC FI Refer Leme Refer DI FI L Prazo
0,09 0,08 0,08 0,08 0,08
0,05 0,04 0,04 0,04 0,04
4,62 2,28 2,54 3,84 3,87
3.449.209,38
2069,33
93.344,07 103.195,20 2.302,67 4.442,55
10,23 1,03 1,06
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
0,61 0,59 0,59 0,36
0,61 0,59 0,59 0,25
8,76 7,71 8,07 6,88
29.078,83 3.143,91 3.145,74 45.611,22
2001,23 13,17 13,32 1,33
0,33
0,23
7,14
256.157,81
1,19
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
9,32 2,46 2,38 1,82
9,32 2,46 2,38 1,82
7,44 -8,91 0,75 -3,68
14.099,25 1.607,25 76.566,61 379,16
107,44 0,73 100,75 1,17
1,68
1,68
-22,28
52.993,61
0,97
1,13
Renda Fixa MAIORES POR RENTABILIDADE
Western Asset Bond R Fixa FI* Itaú PrIV Vertice RF Pre L Pr FICFI* Itaú PrIV Vertice RF Pre L Prazo FI* Btg Pactual FI RF Ima B HSBC FI Previdênc RF Previs
FI Multimerc Cred Priv Mero* Infinity Platinum FI Mult* Premium FI Mult Cred Priv Inv Exterior* P9 FI Multimercado* Oak FI Multimercado* MAIORES POR RENTABILIDADE
Rst Create Fundo Invest Aç* Bergamo Fundo Invest Ações* FI Aç Proprietario 10* Jpp FIA* Itaú Argos Ações FI*
4.150
2,2200
4.100
5,87 5,21 4,31 3,98 3,74
DIA (%)
ANO
5,87 -6,95 5,21 -45,44 4,31 -4,64 3,98 -10,14 3,74 -7,23
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
14.167,27 19,39 7.800,01 265,38 15.804,91 95,36 64.655,84 1172653,29 436.469,92 19227,48
FRAM Capital Previdência FI RF LP Bradesco FI RF Master Índices Icatu Hartford Aposent Inflação RF FI FI Banestes Previdenciário RF Brasilprev TOP Atuarial FI RF
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
0,46 0,32 0,28 0,27 0,27
0,26 0,21 0,28 0,17 0,27
7,57 6,64 7,48 4,37 7,60
19.367,53 151.282,09 123.158,61 52.055,46 2.032.030,22
1,16 1,11 1408,23 1,16 1,46
Geração Futuro FGTS Petrobrás Credit Suisse FMP FGTS Petrobrás BNP Paribas FMP FGTS Petrobrás FDO Pactual FGTS Petrobrás ALFa I - FMP - FGTS Petrobrás
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
-2,55 -2,56 -2,57 -2,57 -2,58
-2,55 -2,56 -2,57 -2,57 -2,58
-26,68 -26,62 -26,86 -26,71 -26,49
8.472,96 17.969,23 8.488,84 10.627,83 187.850,80
84,21 8,98 8,89 906,38 985,15
MÊS (%)
DIA (%)
ANO
PL (R$ MILHÕES)
COTA (R$)
ABN AMRO FMP FGTS Vale II Alfa I FMP FGTS VRD Alfa II FMP FGTS VRD Alfa III FMP FGTS VRD Banespa FMP-FGTS CVRD
4,51 4,57 4,44 4,46 4,37
20.631.731,99 17.791.851,84 15.225.426,78 14.323.311,97 8.407.036,48
7,94 65,87 3,78 73,66
MÊS (%) ANO(%)
0,04 0,08 0,08 0,08 0,08
12,17
DIA (%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
0,05 0,05 0,04 0,04
0,09 0,12 0,04 0,08
4,54 9,92 4,09 4,69
11.360.752,98 8.139.981,39 7.176.266,19 6.831.175,52
10,44 425,59 11,91 1337,17
0,04
0,04
4,22
6.166.793,09
3,81
MÊS (%) ANO(%)
DIA (%)
0,06 0,04 0,04 0,22 0,22
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
4,71 4,40 4,67 7,56 7,85
10.694.199,84 8.130.104,91 4.287.876,86 3.916.668,86 3.474.334,58
4815,17 5401,27 3,77 2,94
MÊS (%) ANO(%)
0,06 0,04 0,04 0,22 0,22
6,15
Fundo de ações livre Geração L. Par FIA* Tempo Capital Principal FI Aç* Bird Fdo Invest Aç Invest Exteri* Geração FIA Programado* Tempo Capital FIC FI Ações*
DIA (%)
0,59 1,04 -5,02 0,87 1,03
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
-7,42 -11,63 -0,05 -11,52 -12,43
2.214.909,82 980.010,60 937.754,40 839.584,08 743.021,42
53,14 116,59 971,56 1,63
114,83
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
42.832.851,45
9.897.951,24
1,77 2,63 175,65 1,76 1,79
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
-27,08 -27,10 -26,96 -26,49 -26,92
599.270,48
138.243,82
8,89 88,67 9,02 985,15 93,37
MÊS (%) ANO(%)
PL (R$ MILHÕES)
COTA (%)
522.180,06
10,83 10,65 106,71 113,03 11,08
0,59 1,04 -5,02 0,87 1,03
Previdência renda fixa Bradesco FI RF Master Previdência Bradesco FIC RF VGBL FIX Realprev FI Renda Fixa Brasilprev TOP TPF FI RF Caixa FI Previnvest RF Gestão
DIA (%)
0,05 0,04 0,05 0,06 0,04
0,09 0,07 0,09 0,06 0,09
4,68 3,13 4,65 4,58 4,58
14.880.943,98 13.468.136,51 12.401.384,44
0,43 0,43 0,43 0,43 0,43
0,43 0,43 0,43 0,43 0,43
-11,06 -11,16 -11,16 -11,30 -11,19
210.521,43 5.392,14 53.604,66 9.741,65 217.824,44
112,92 1107,56 1118,96 1077,77 11,08
MAIORES POR PATRIMÔNIO
Bradesco FGTS Petrobrás Itaú Petrobras FMP FGTS BB FMP FGTS Petrobrás Alfa I - FMP - FGTS Petrobrás Itaubanco Petrobrás FMP FGTS
DIA (%)
-2,62 -2,62 -2,62 -2,58 -2,61
MÊS (%) ANO(%)
-2,62 -2,62 -2,62 -2,58 -2,61
341.709,43 303.137,37 187.850,80
Previdência Vale FGTS
Previdência Vale FGTS MAIORES POR RENTABILIDADE
COTA (%)
Previdência Petrobrás FGTS
Previdência Petrobrás FGTS MAIORES POR RENTABILIDADE
FIC FI Multim Petros Master* Safra Global FI Mult Cred PrIV* FIC FI Multimc Petros Moder* Select 1 FIC FI Multi. Prev.* Fprf2 Albatroz FI Multim Prev*
MAIORES POR PATRIMÔNIO MÊS (%)
PL (R$ MILHÕES)
* ESSES FUNDOS INDICAM A COTA DE ABERTURA DE ONTEM, MAS OS DADOS SOBRE RENTABILIDADE E PATRIMÔNIO LÍQUIDO REFEREM-SE AO DIA
ÍNDICE
4.000 25/6
2/7
Fundos* 1 1 1 1 1 1 1
4.016,22
4.050
3.950
25/6
2/7
Aplicações
Renda Fixa DI Setorial Energia Setorial Telecom. Ibovespa ativo IBX Ibovespa
0,20 0,19 -2,25 -3,25 -3,94 -4,86 -5,26
1 1 1 1 1 1 1
Euro ** CDI CDB médio Poupança Dólar ** Ouro Ibovespa
1,41 0,19 0,18 0,14 0,02 -1,49 -5,24
123,85 É a variação da ação Lojas Renner ON nos últimos 12 meses
* ÍNDICE CALCULADO PELA AE, A PARTIR DA RENTABILIDADE MÉDIA DOS MAIORES FUNDOS DA ANBID **DADOS DO BANCO CENTRAL
Multimercados Multiestratégia
MAIORES POR PATRIMÔNIO MÊS (%)
Previdência renda fixa MAIORES POR RENTABILIDADE
Bram FI RF Bradesco FI RF Multi Índ Camburiu BB R Fixa Lp 50 Mil FICFI* Itaú Francês Renda Fixa FI BB R Fixa Lp 90mil FIC FI* MAIORES POR PATRIMÔNIO
Fundo de ações livre
0,04 0,04 0,04 0,04 0,04
MÊS (%) ANO(%)
Renda Fixa MAIORES POR PATRIMÔNIO
Multimercados Multiestratégia MAIORES POR RENTABILIDADE
BB Top DI FI Refer DI Lp* Santander FI Refer DI Bram FI Refer DI Rubi Itaú Referenciado DI FI HSBC FI Referenciado DI Lp
DIA (%)
4.300
4.200
2,2300
2,1900
Referenciado DI
IBX ativo* 4.250
2,2400
2,2000
Referenciado DI
corretoras que oferecem descontos nas taxas de corretagemapartir deumnúmero específico de compra e venda de papéis. Os especialistas recomendam cuidado com esse tipo de pacote, já que o desconto pode estimular indevidamente o investidor a realizar as compras. “Lembre-se que a corretora ganha a cada compra e venda de ação”, reforça Calil. Oeducadorfinanceiro tambémrecomendaatençãodoinvestidor nos cursos de análise gráfica oferecidos gratuitamente pelas corretoras que “estimulam a troca de posição da carteira no curto e no curtíssimo prazo.”
RANKING DA SEMANA
2,2100
FUNDOS
Cuidados. Existem também
● O euro fechou a semana com uma alta de 1,41%, e a Bovespa, em
%
-21,68 -20,41 -18,30 -13,16 -12,78
Tambéméprecisocuidado para ver se o pacote escolhido englobahomebroker,mesaecorretor. “Se só tiver home broker e você quiser fazer uma reserva de ações de um IPO, não poderá.
Porisso,dependendo doobjetivo,ébomfazeropacotecompleto”, emenda Calil. Bastos, da FinPlan, também recomenda manter conta em apenas uma corretora. “Não há porque ter conta em mais de uma, a não ser que o objetivo seja ter informações variadas.” Checarseacorretorasótrabalha com ações também é um ponto importante. Ter exclusividade na renda variável não é muito interessante, segundo Calil. “Em um momento como o atual, de forte oscilação na bolsa, é possível reverter o dinheiro que está nas açõesparaumCDB,porexemplo”, comenta. Há corretoras que trabalham com ações, CDB, tesouro direto e fundos de investimentos.
MAIORES POR PATRIMÔNIO
BB FMP FGTS Vale do Rio Doce Bradesco FMP FGTS Vale Itaú FMP FGTS Vale Itaubanco FMP FGTS Vale Banespa FMP-FGTS CVRD
DIA (%)
0,43 0,43 0,43 0,43 0,43
0,43 0,43 0,43 0,43 0,43
-11,30 -11,44 -11,39 -11,10 -11,19
448.238,73 329.483,91 229.402,15 217.824,44
FONTE: ANBIMA
ENTENDA: REFERENCIADO DI - INVESTE, NO MÍNIMO, 95% DA CARTEIRA EM TÍTULOS QUE ACOMPANHAM O CDI OU A SELIC. RENDA FIXA - MANTÉM, NO MÍNIMO, 80% DA CARTEIRA EM TÍTULOS FEDERAIS. CURTO PRAZO - INVESTE EM TÍTULOS DE ATÉ 375 DIAS QUE ACOMPANHAM O CDI OU A SELIC E TENHAM PRAZO MÉDIO DE ATÉ 60 DIAS. MULTIMERCADOS COM RENDA VARIÁVEL - APLICA EM DIVERSOS ATIVOS (COMO DÓLAR, OURO E AÇÕES). AÇÕES LIVRE - NÃO ACOMPANHA ÍNDICES DE AÇÕES E NÃO SE VOLTA A SETOR ESPECÍFICO. IBX - ACOMPANHA O ÍNDICE BRASIL. IBX ATIVO - BUSCA SUPERAR O ÍNDICE BRASIL. IBOVESPA - BUSCA A VARIAÇÃO DO IBOVESPA. IBOVESPA ATIVO - BUSCA SUPERAR O IBOVESPA. CAMBIAL S/ AVALANCAGEM - APLICAM CAMBIAL C/ ALAVANCAGEM - IDÊNTICO AO ANTERIOR, ADMITE ENDIVIDAMENTO.
TESOURO DIRETO * VENCIMENTO
NTN-B
15/8/2012 15/5/2015 15/8/2020 15/8/2024 15/5/2035 15/5/2045 NTN-B-principal 15/5/2015 15/8/2024 LTN 1/1/2011 1/1/2012 1/1/2013 LFT 7/3/2013 7/3/2015
ANO (%)
6,61 6,57 6,37 6,31 6,31 6,29 6,57 6,27 11,31 12,00 12,12 0,00 0,00
R$
1.949,28 1.900,35 1.922,48 1.920,87 1.874,96 1.871,20 1.415,60 819,46 947,83 844,05 751,94 4.278,42 4.278,42
ENTENDA: NOTA DO TESOURO NACIONAL SÉRIE B (NTN-B) - PAGA VARIAÇÃO DO IPCA E JUROS FIXADOS NA COMPRA (PREFIXADO). OS JUROS SÃO PAGOS TODO O SEMESTRE. NOTA DO TESOURO NACIONAL SÉRIE B (NTN-B) PRINCIPAL - PAGA A VARIAÇÃO DO IPCA E JURO PREFIXADO. O JURO E O PRINCIPAL SÃO PAGOS NO VENCIMENTO. LETRA DO TESOURO NACIONAL (LTN) - JURO PREFIXADO COM RECEBIMENTO SEMESTRAL. NOTA DO TESOURO NACIONAL SÉRIE F (NTN-F) - RENTABILIDADE DEFINIDA, ACRESCIDA DE JURO PREFIXADO. JUROS SEMESTRAIS. LETRA FINANCEIRA DO TESOURO (LFT) - RENTABILIDADE DA SELIC E RESGATE NO VENCIMENTO.
* TÍTULOS A VENDA
CÂMBIO
MOEDA
Dólar comercial* Dólar turismo* Euro comercial* Euro turismo* Franco suíço** Peso argentino** Libra esterlina** Iene** Peso chileno** Rublo** Yuan** Dólar australiano** Dólar canadense** Dólar Hong Kong**
POUPANÇA
COMPRA (R$)
1,7740 1,7600 2,2315 2,1730 1,6697 0,4517 2,7019 0,0202 0,0033 0,0571 0,2625 1,4998 1,6736 0,2309
* COTAÇÃO AE / ** COTAÇÃO BC
VENDA SEMANA (R$) (%)
1,7760 1,8870 2,2327 2,3470 1,6707 0,4524 2,7035 0,0203 0,0033 0,0572 0,2627 1,5011 1,6747 0,2310
-0,17 -0,32 1,41 1,16 2,66 0,00 1,18 1,66 0,03 -0,21 0,34 -3,40 -2,33 0,35
15/6 a 15/7 16/6 a 16/7 17/6 a 17/7 18/6 a 18/7 19/6 a 19/7 20/6 a 20/7 21/6 a 21/7 22/6 a 22/7 23/6 a 23/7 24/6 a 24/7 25/6 a 25/7 26/6 a 26/7 27/6 a 27/7 28/6 a 28/7 29/6 a 29/7 30/6 a 30/7 1º/7 a 31/7 1º/7 a 1º/8 FONTE: BC
TR
TBF
POUPANÇA
0,1086 0,1152 0,0936 0,0579 .0,0329 0,0614 0,0939 0,1158 0,0787 0,1144 0,0597 0,0277 0,0561 0,0807 0,1113 0,1032 0,1151 0,1151
0,8194 0,8260 0,7742 0,8083 0,7731 0,8119 0,8546 0,8266 0,8393 0,8252 0,8101 0,7679 0,8065 0,8413 0,8321 0,8139 0,8259 0,8259
0,6091 0,6158 0,5941 0,5582 0,5331 0,5617 0,5944 0,6164 0,5791 0,6150 0,5600 0,5278 0,5564 0,5811 0,6157
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FINANÇAS PESSOAIS Seu Dinheiro
Economia B9 estadão.com.br
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NILANI GOETTEMS/AE
Poupança é melhor opção para jovens que querem investimento de curto prazo ● Tenho 21 anos e acabei de conseguir meu primeiro emprego. Meu salário será de R$ 1,8 mil. Poderei guardar cerca de R$ 300. O que devo fazer com esse dinheiro? Poupança, previdência, ações?
A primeira coisa a definir é quais são os seus objetivos financeiros. Ninguém poupa simplesmente porque quer guardar dinheiro e sem objetivo algum. Poupar é um ato de sacrifício, afinal você está deixando de consumir para ter mais dinheiro no futuro. Para os seus objetivos de curto prazo, a caderneta de poupança, títulos do tesouro, como as LFTs, ou mesmo um fundo de renda fixa pode ser uma boa alternativa. Para objetivos de prazo mais longo, como aposentadoria, há alternativas como as Notas do Tesouro, planos de previdência, fundos de ações ou investir diretamente em ações. Lembre-se sempre de que quanto menor o prazo e maior a importância para você do dinheiro aplicado, menos risco deve ser corrido. ● Minha renda mensal é de R$ 5 mil. A de minha mulher é de R$ 4 mil. Temos um filho de três anos. E, como o preço dos imóveis está cada vez mais alto em São Paulo e os aluguéis também estão subindo, gostaria de saber se vale mais a pena continuar como locatário ou fazer um financiamento imobiliário.
Poupar antes para depois gastar é
sempre recomendado. Por outro lado, não será nada bom pagar aluguel quando você estiver aposentado. Assim, como o casal é novo e tem boa renda, vale a pena pensar em trocar o aluguel pela prestação da casa própria. Uma boa alternativa é buscar inicialmente um imóvel mais em conta que gere uma prestação próxima ao gasto de aluguel pago atualmente. O tempo está a favor desses nossos leitores que podem posteriormente realizar uma poupança maior e trocar por um imóvel melhor. Aluguel ou financiamento. Procurar imóvel em que a prestação seja similar ao aluguel é bom negócio ● Já ouvi falar, mas não entendo muito o
que é “mercado de opções”. Quero saber para que tipo de investidor ele é bom negócio.
As opções pertencem ao grupo chamado de Derivativos, tal como operações de mercado futuro e swaps, que são ativos financeiros de alto risco. Quem adquire, por exemplo, uma opção de compra de ações da Petrobrás tem o direito, e não o dever, de comprar o lote de ações combinado, pelo preço combinado até a data de exercício da opção. A Bovespa mantém oferta de muitas séries de opções de diversas empresas. Um exemplo é a opção de ação da Petrobrás PN PETRI40, que vence no dia 20 de setembro ao preço de R$ 40. Assim, nessa data, caso o preço à vista dessa ação esteja acima desse valor, por exemplo R$ 45, você exerce a opção pagando somente os R$ 40, caso contrário você perde o prêmio pago pe-
la compra da opção. Trata-se de um mercado que envolve muito dinheiro e que usualmente é para investidores muito experientes com muito conhecimento do assunto. ● Admito que não tenho muita experiência com ações. É melhor eu investir por meio de um corretor ou pelo home broker?
O mercado de ações é de risco e exige do investidor conhecimento e tempo para que possa ser operado. A gestão da própria carteira pelo home broker, ou mesmo pelo corretor, exige que você tenha conhecimento sobre gestão, diversificação, empresas, saiba dar ordens, acompanhe o mercado para saber momentos de entrada e de saída. Logicamente, o corretor pode ajudá-lo, mas, mesmo assim, tempo e conhecimento são essenciais. Caso você não te-
nha esses elementos, a recomendação ao leitor é que ele inicialmente entre num fundo de ações, que tem por trás um gestor profissional. Enquanto isso, ele deve buscar conhecimento sobre o mercado, lendo sobre o assunto ou mesmo fazendo cursos na área. Uma dica importante é acessar o próprio site da Bovespa, que tem muito material para aprendizado e mantém simuladores para testar os conhecimentos. ● Minha casa é alugada e meu banco tem oferecido seguro residencial, para que eu esteja coberta caso ocorra incêndio ou mesmo a quebra de algum vidro. O sr. acha que vale a pena?
A decisão sobre a compra de seguros depende de seu comportamento em relação a riscos. Pense ao menos um segundo sobre as consequências da ocorrência de algum sinistro, como pegar
fogo em sua casa. Caso esse pensamento lhe traga muita dor é porque você não suporta a ideia de correr esse tipo de risco. Então, é melhor comprar o seguro residencial. No caso da aquisição do seguro, você deve pensar nesse gasto como um investimento e não ficar se lamentando pelo dinheiro pago pela apólice e nada ter acontecido. Eu costumo dizer que a cada final de ano eu comemoro o fato de ter pagado seguro saúde, ou de carro, e não ter usado. Por outro lado, não deixe de pesquisar preços das apólices e de ter muito cuidado na escolha da seguradora e do corretor. ✽ FÁBIO GALLO É PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV E DA PUC-SP
Ouro é investimento arriscado para pessoa física Mesmo batendo recordes de valorização, analistas não recomendam o metal precioso para pequenos investidores Roberta Scrivano
Nos últimos três meses, o ouro ficou no topo do ranking dos investimentos mais rentáveis no Brasil, com alta de 8,97%, para R$ 74,10 o grama. A valorização da commodity ocorre, historicamente, quando o mundo está em momentos de crise financeira –
como é o caso atual, na Europa – ou social, como em épocas de guerras.Especialistaseminvestimentos, no entanto, explicam que aplicar em ouro não é recomendadopara pequenosinvestidores. “É muito técnico, arriscado e, além de tudo, não há liquidez. Não é um investimento para pessoa física”, diz Natan Blanche, economista da Tendências Consultoria. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em cada mês do primeiro semestre desse ano, foram negociados 500 contratos, em média, de 250 gramas de ouro. A Bovespa não divulga
quantos deles são de pessoa física. Mas, diante do valor do contrato – R$ 18,5 mil na sexta-feira –, é possível supor que o volume de pequenos investidores é baixo. Também há a possibilidade de comprar ouro na Bovespa pelo contrato fracionado de 10 gramas (R$ 741), que no primeiro semestre foi negociado 600 vezes por mês em média, ou de 0,225 gramas (R$ 16,7), quase 1000 contratos em cada mês. Mesmocomovolumeumpoucomaisexpressivo,MarcosAmaral, diretor da corretora Spinelli, queoperaouronabolsa,considera a movimentação baixa. “Por-
tanto, não é para qualquer um. Você pode comprar hoje e não necessariamente conseguir vender amanhã”, reforça. Fábio Cervone, consultor independente especializado em economia internacional, explica que o enfraquecimento desse mercado no Brasil se deu por conta da estabilização econômica do País. “Com a inflação controlada e com a criação do dólar flutuante,o investidor podeaplicar em recursos não tão reais como o ouro”, explica. Amaral diz ainda que o cenário de pouca liquidez não tem perspectiva de se reverter. “Esse
Reajuste do aluguel (Julho)
inflação (%)
INSS
mercado existe de fato apenas nos Estados Unidos. Em Londres, também há liquidez, mas de maneira muito mais tímida.” Para comprar. Para aqueles
● Só para os grandes
NATAN BLANCHE ECONOMISTA DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA
“É muito técnico, arriscado e, além de tudo, não há liquidez. Não é um investimento para pessoa física”
que, mesmo com as recomendações de não entrarem nesse investimento, decidirem adquirir alguns gramas do metal, Blanche, da Tendências, faz algumas recomendações. “O ouro só devesercompradopormeiodecorretoras autorizadas pelo Banco Central. Além disso, deve-se levarparacasasomenteocertificado e não a barra do metal”, diz. Ele explica: “Primeiro por uma questão de segurança. Segundoporque,sevocêlevarabarra para casa, quando você decidir vendê-la, terá de pagar caro para ter umcertificado doouro”, completa.
Suas Contas Imposto de Renda na fonte BASE DE CÁLCULO (R$)
Até 1.499,15 De 1.499,16 até 2.246,75 De 2.246,76 até 2.995,70 De 2.995,71 até 3.743,19 Acima de 3.743,19
ALÍQUOTA
PARCELA A DEDUZIR
– 7,5 15 22,5 27,5
Isento 112,43 280,94 505,62 692,78
Deduções: R$ 150,69 por dependente; pensão alimentícia integral; contribuição ao INSS. Aposentado com 65 anos ou mais tem direito a uma dedução extra de R$ 1.499,15 no benefício recebido da previdência pública ou privada.
IGP-M (FGV) 1,0517 IGP-DI (FGV) IPC (FIPE) -
IPCA (IBGE) INPC (IBGE) ICV (DIEESE)
-
OBS.: FATORES VÁLIDOS PARA CONTRATOS CUJO ÚLTIMO REAJUSTE OCORREU HÁ UM ANO
Salário mínimo (Julho)
R$ 510,00
ÍNDICES
IPCA(IBGE) INPC (IBGE) IGP-M (FGV) IPA-M (FGV) IGP-DI (FGV) IPA-DI (FGV) IPC-DI (FGV) INCC (FGV) IPC-FIPE ICV- DIEESE
JUNHO
ANO
12 MESES
TRABALHADOR ASSALARIADO*
0,85 1,09 -
3,09 3,50 5,68 6,46 5,12 5,12 3,86 4,48 3,06 3,19
5,22 5,31 5,17 5,04 4,38 4,38 5,28 6,07 4,93 5,62
MÊS DE COMPETÊNCIA: JUNHO Salário de contribuição
TRABALHADOR DOMÉSTICO
Alíquota
Até 1.040,22 De 1.040,23 a 1.733,70 De 1.733,71 a 3.467,40 * Empregador
8% 9% 11% 12%
OBS.: Válida para salários pagos a partir de fevereiro de 2010. Pagamento até 15/7/2010.
AUTÔNOMOS
Alíquota
Máx. (R$)
Mín. (R$)
Empregado 8 a 11 Empregador 12 Total 20 a 23
40, 80 61,20 102,00
381,41 416,09 797,50
Base
Preocupar-se com a saúde, a família, o futuro e o patrimônio é absolutamente normal. O que não é normal é você precisar de uma seguradora e isso virar um aborrecimento. Esta é a diferença quando você escolhe a SulAmérica. Você conta com 114 anos de experiência de quem procura fazer tudo de um jeito cada vez mais rápido, claro e fácil. Desde o momento da escolha até a hora que você precisa. A SulAmérica se preocupa com tudo para você não ter que se chatear com nada.
SulAmérica Seguros, Previdência e Investimentos. Se aborrecer pra quê? Consulte seu corretor de seguros.
sulamerica.com.br/seaborrecerpraque
11%
56,10
** Contribuinte individual que trabalha por conta própria (antigo autônomo), sem relação de trabalho com empresa ou equiparada. Códigos: Individuais: 1163 mensal e 1180 trimestral. Facultativos:1473 mensal e 1490 trimestral.
Agilidade e transparência. A combinação perfeita para evitar aborrecimentos. Seguro e previdência são para resolver os aborrecimentos e não para ser mais um. Só uma seguradora que tem o compromisso de trazer mais transparência e agilidade pode afirmar isso para você.
A pagar
Autônomo (plano simplificado)**
510,00 No Estado de São Paulo, o valor mínimo de contribuição é de R$ 102,00 e o máximo de R$797,50. Outros Estados têm piso salariais próprios.
Alíquota
De 510.00 até 3.467,40 20% De 102, 00 até 693,48
B10 Economia %HermesFileInfo:B-10:20100705:
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A semana
Bancos privados financiam graduação
●
Entre os produtos oferecidos, empréstimo mais completo e menos burocrático é oferecido pelo Itaú Unibanco PAULO LIEBERT/AE–10/1/2010
Roberta Scrivano
Depois de passar no vestibular, vem o pesadelo da matrícula e de, pelo menos, mais quatro anos de mensalidade. De olho na dificuldade que os novos universitários têm de arcarcomessescustos,osbancos privados oferecem, cada vezmais, empréstimospara financiar a graduação. Entre as opções oferecidas, a única que engloba todos os anos da faculdade é a do Itaú Unibanco. Com taxa de juro de8%ao ano,ocréditouniversitário precisa ser renovado a cada semestre ou a cada ano, deacordocomagradecurricular do curso. “E só damos crédito para quem estudar em umadasuniversidade credenciadas”, diz Marcos Antonio Vaz de Magalhães, diretor do Itaú Unibanco. O universitário não precisa ser correntista do banco para conseguir o financiamento, mas é obrigatória a garantia de um fiador. Para o segundo semestre deste ano, o Santander prevê lançaruma linha parecida. Para usá-la, o estudante precisa ser aluno de uma universidade conveniada ao banco. A linha financiará 100% do valor dagraduaçãocompossibilidade de pagamento em até o dobrodotempodocurso epoderá ser recontratada a cada seis meses. A taxa será de 1,95% ao mês, com prazo de 90 dias pa-
Fies, da Caixa, é opção para quem comprova baixa renda ● Se o estudante pode compro-
var que não tem condições de arcar com os custos da universidade é possível tentar o Financiamento Estudantil (Fies) da Caixa Econômica Federal. O banco não divulga o cronograma com as datas de inscrição com antecedência, mas vale a pena ficar de olho no site da Caixa para saber o momento de se candidatar. A taxa de juros é de 3,4% ao ano e o banco financia a graduação completa, independentemente do custo. O pagamento é facilitado: a primeira prestação é cobrada 12 meses depois da adesão ao financiamento.
Vestibular. Depois do resultado da prova, jovens têm de encarar a matrícula e a mensalidade ra quitar a primeira prestação. OHSBC,quecomeçouafinanciar graduação há um ano,vincula o empréstimo à abertura de umaconta universitária.“Financiamos, no máximo, um ano de faculdade e tem de ser o último”, dizLucianaSammarco,diretoraexecutiva de produtos de varejo. A taxa está entre as mais caras: 2,5% ao mês. Adecisãodelimitarofinanciamento ao último ano ou semestre, segundo Luciana, é “para que o jovem não inicie a sua vida
financeira inadimplente”. Na conta universitária do HSBC, são disponibilizados limite de R$400 para o cheque especial edeR$500paraocartãodecrédito,semanecessidadedecomprovação de renda. OBradesco,porsuavez,ofereceumCDCuniversitárioaoscorrentistas. Os processos do banco são um pouco mais burocráticos.Asprestaçõesnãopodem ultrapassar 30% do valor da renda mensal do estudante. A taxa de juro é a mais alta quando compa-
rada aos outros bancos: 2,55% ao mês. Alunos de quaisquer instituições podem solicitar o empréstimo da instituição. Atenção. Maria Inês Dolci, da
ProTeste (Associação Brasileira deDefesadoConsumidor),recomenda “muita atenção” na hora de fechar o financiamento universitário. “Muitas vezes é inevitável fazer o empréstimo, mas é preciso pesquisar e fazer cálculosparaquenãoseinicie umprocesso de inadimplência.” Olhar
ocustoefetivototaldo empréstimo – ou seja, ver de fato quanto vai ser pago, somando juros e encargos – e observar as regras do contrato do empréstimo são as principais indicações de Dolci. Além disso, ela salienta que, uma vez fechado o contrato, o jovem terá de ter maturidade para controlar o consumo. “Enquantoofinanciamentodafaculdade não for quitado, o universitário não deve entrar em outras dívidas de longo prazo, como financiamento de carro.”
Segunda, 5 Inflação: IPC-Fipe (junho). Feriado nos EUA. Zona do Euro, Alemanha, Reino Unido: atividade Setor Serviços (junho). Zona do Euro: Vendas no varejo (maio). Reino Unido: Confiança do Consumidor (junho). ● Terça, 6
Dados/Anfavea (junho). Indústria: produção regional em maio (IBGE). CNI: Indicadores Industriais (maio). EUA: Atividade (ISM) Serviços (junho). Austrália: Reunião do Banco Central sobre juros. ● Quarta, 7 Inflação: IPCA, INPC e IGPDI (junho). Zona do Euro: PIB final (1º trimestre). Japão: Transações Correntes (maio). ● Quinta, 8 Inflação: IPC-S (prévia de julho). Indústria: emprego e salário em maio (IBGE). IBGE: Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (junho). Europa e Reino Unido: Reunião do Banco Central sobre juros. EUA: Dados/Crédito ao Consumidor (maio). Reino Unido e Alemanha: Produção Industrial (maio). ● Sexta, 9 Feriado Estadual em SP. Inflação: IGP-M (prévia de julho). EUA: Estoques e vendas no atacado (maio). França e Itália: Produção Industrial (maio).
Ano XX – Nº 1029 – Segunda-feira, 05 de julho de 2010
Sindicato institui museu da intermediação imobiliária
Corretor Cidadão O sindicato desenvolve trabalhos voltados à responsabilidade social. No mês de junho, o Programa Corretor Cidadão está voltado a arrecadação de leite em pó a ser distribuído ao Amparo Maternal, uma entidade que presta assistência materno infantil (Atestado de Utilidade Pública Federal). Durante a fase de gestação e amamentação, as mamães e os bebês ficam alojados no Amparo Maternal e recebem toda estrutura necessária para garantir o bom desenvolvimento e um futuro de qualidade. Corretor, a sua participação é muito importante! Mobilize seus amigos e familiares e traga sua doação aos postos de arrecadação no sindicato, na UNISciesp e na Agência Regional da sua cidade.
Na primeira reunião de diretoria da atual gestão, ocorrida em 1 de julho p.p, evento marcado pelo clima de união, comprometimento com as questões administrativas do sindicato e ainda, com o futuro da profissão do corretor de imóveis, foi aprovada a criação do museu da intermediação imobiliária. Acreditando que a memória e os acontecimentos passados fizeram possíveis as ações concretizadas na atualidade, a diretoria do Sciesp instituiu o museu da intermediação imobiliária, espaço nobre destinado às recordações e acervos de todo o patrimônio histórico que apresente identidade com a categoria. Afirmando ter o sindicato como sua segunda casa, Aida Maria A. C. Marques foi nomeada curadora do museu e, muito emocionada, fez questão de realizar a primeira doação: a bandeja de prata outorgada a Antonio Macuco Alves, em 1969. Os diretores ainda incluíram como uma das prioridades de pauta a elaboração de planejamento estratégico que
Membros da nova diretoria.
Alexandre Tirelli, presidente do Sciesp; Odil de Sá, 1º vice-presidente do sindicato e José Augusto Viana Neto.
tenha por objetivo aprimorar as ações necessárias para o bom desenvolvimento da entidade e a profícua defesa da categoria. O projeto visa nortear as ações, levantar o cenário atual da entidade, bem como, das atividades atualmente implementadas pelo Sciesp, encontrando os parâmetros que sirvam de alicerce para a conquista das metas impostas para os próximos anos. A reunião de diretoria teve como convidados especiais José Augusto Viana Neto, presidente do Creci/SP, Clovis Rocha, presidente do Conselho Consultivo, Paulo Nathanael, reitor da UNISciesp e Orlando Almeida, corretor de imóveis e Secretário Municipal do Controle Urbano de São Paulo que alertou sobre a responsabilidade ética do profissional ao intermediar imóveis apenas em situação regular e ainda sugeriu a criação de um hino para os corretores de imóveis.
Colaborador em Destaque 2010 Mauro Capasso, assessor financeiro do Sciesp foi outorgado com o título Colaborador em Destaque pelos bons serviços prestados ao longo dos anos. Com muita dedicação e empenho, Capasso tornou-se sinônimo de responsabilidade. Por este motivo, os membros da atual gestão fizeram questão de prestar homenagem trazendo até o ambiente de trabalho, o carinho dos familiares e colegas de profissão. “Por todo compromisso e competência com que desenvolve suas atividades no comando da tesouraria do Sciesp, esta homenagem é mais do que merecida,” afirmou Isa Santos, tesoureira geral.
A diretoria agradeceu a dedicação dos colaboradores do sindicato, evidenciando que a participação de cada um é muito importante para a construção da história da profissão.
Mauro Capasso recebe homenagem das mãos de Odil de Sá
Encontro Executivo ECI “Fatores que influenciam para a evolução na carreira de corretor” A UNISciesp convida todos os participantes da XIII edição e das turmas anteriores do curso Especialista em Consultoria Imobiliária para participar do Encontro Executivo, dia 13 de julho, às 19h, na sede social do sindicato. “Fatores que influenciam para a evolução na carreira de corretor” será o tema abordado por Luiz Fernando Gambi, diretor do Secovi/SP. Os corretores que não assistiram o curso e têm interesse em participar, devem entrar em contato com o sindicato e assegurar sua presença através dos telefones abaixo, ramal 589.
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Economia B11
Salão do Automóvel terá novo recorde Em sua 26ª edição, evento, que começa em outubro, garantiu a presença de 42 expositores, número nunca antes atingido CLAUDIO TEIXEIRA/AE-27/10/2008
Cleide Silva
Carros elétricos, híbridos e modelos futuristas já têm presença garantida no Salão do Automóvel de São Paulo, seguindo a tendência dos principais salões do setor, como os de Detroit (EUA), Paris (França) e Frankfurt (Alemanha). O evento brasileiro, que está entre os seis maiores do mundo, será realizado em outubro e terá mais de 450 automóveis em exposição, cerca de 40% deles lançamentos, de acordo com os organizadores. No ano em que a indústria automobilística projeta vendas e produção recorde e a ascensão do Brasil ao posto de quarto maior mercado mundial, a 26.ª edição do Salão do Automóvel também terá número recorde de expositores em seus 50 anos de existência. Serão 42 fabricantes nacionais e importadores, sem contar os estandes de empresas de acessórios e serviços. Oito marcas de importados participam da mostra pela primeira vez, entre as quais cinco chinesas: Chery, Hafei, JAC, Jinbei e Lifan, que vão se somar à Chana e à Effa, o que dará um total de sete expositoras chinesas. Esse número só fica atrás das 13 fabricantes instaladas no Brasil, que estarão presentes com modelos nacionais e também importados. Para abrigar todas essas marcas, a empresa organizadora do salão, a Reed Exhibitions Alcantara Machado, precisou realizar remanejamentos no pavilhão do Anhembi – que não cresceu em área –, como eliminar mezaninos antes usados pelas exposito-
Balanço. O salão de 2008 registrou a presença de 36 expositores, que exibiram pouco mais de 400 modelos; cerca de 600 mil visitantes foram ao evento ras para eventos e mudar o local da praça de alimentação, além de reduzir a participação de fabricantes de peças e acessórios. “Ganhamos cerca de 7 mil a 8 mil m²”, diz Juan Pablo De Vera, presidente da Reed que, no início das negociações dos espaços, enfrentou pressão de marcas que não queriam ficar de fora. A área total do pavilhão é de 85 mil m². Cada metro custa R$
610. Os maiores estandes têm 2,7 mil m². Paraoespecialistaemestratégias empresariais e professor da Universidade Mackenzie, Marcos Morita, o retorno para a empresa na participação de eventos desseporte“éintangível”ecertamente benéfico à imagem da marca, que tem contato mais direto com consumidores, fornecedores e concessionários.
“Ficar de fora de um salão como este pode até prejudicar a marca e gerar mal-estar”, avalia Morita. Em 2008, por estratégia da direção local, a Audi, pela primeira vez, não participou do salão. Tempos depois, o presidente da empresa foi substituído. Nos bastidores do setor, comentou-se que a ausência teria sido um dos motivos da troca de comando.Este ano amarca foi uma
do álcool. A Fiat faz sua estreia no salão, com o 147
2000
CRONOLOGIA 1960 Primeiro salão No Pavilhão do Ibirapuera, em São Paulo, evento reuniu as 12 montadoras da época. Entre os modelos expostos estavam o Aero-Willys e o DKW
1986 Só importados Indústria nacional não participa da mostra, que teve 59 modelos importados apenas para exposição, como a Ferrari 328
1964 1 milhão de carros Salão celebra a marca de 1 milhão de carros produzidos no País. Uma das novidades apresentadas no evento foi o Toyota Bandeirante
1968 Chegam os médios Lançamento dos primeiros carros de médio porte feitos no Brasil, entre os quais o Ford Corcel (foto)
1970
1990
Novo endereço Mostra começa a ser realizada no pavilhão de exposições do Anhembi e tem entre os lançamentos a Variant, da Volkswagen
Salão da abertura Com a liberação das importações, salão apresenta os primeiros modelos importados para venda, como o Alfa Romeo 164
1994 1976 Crise do petróleo Fabricantes exibem os primeiros motores adaptados para uso
A vez dos populares Todas as montadoras lançam automóveis com motor 1.0, como o Gol Plus, da Volkswagen
Conceitos no Brasil Montadoras apresentam, pela primeira vez, veículos conceito (que mostram tendências futuras), trazidos das matrizes
2006 Chegam os chineses A marca chinesa Chana marca presença no salão. A Fiat apresenta o primeiro carro conceito desenvolvido no País, o FCC
das primeiras a reservar espaço. O salão de 2008 tinha 36 expositores de carros, segundo a Reed,compoucomaisde400modelos. O número de visitantes esperados, de aproximadamente 600 mil pessoas, é o mesmo dos últimos anos, pois o espaço “não tem capacidade para abrigar mais”, lamenta De Vera. A diferença é que, este ano, o evento terá um dia a mais que os anteriores – estará aberto ao público de 27 de outubro a 7 de novembro. Três meses antes do salão, a Reediniciauma sériedeações para divulgar o evento. Os shopping centers do grupo Iguatemi, a rede de restaurantes Fogo de Chão e a de restaurantes de beira de estrada Graal exibirão, ao longo desse período, diversos automóveis camuflados, ao estilo do que as montadoras fazem quando precisam testar novos modelos nas ruas sem revelar detalhes. “A ideia é chamar atenção para algo inédito, que desperte interesse”, diz De Vera. Ações serão realizadas em São Paulo e outras setecapitais:BeloHorizonte,Brasília,Curitiba, PortoAlegre, Recife, Rio e Salvador.
2008 Salão verde Seguindo tendência mundial, exposição teve diversos veículos com tecnologias menos poluentes, como carros elétricos (GM Volt) e híbridos
● Reed Exhibitions
Cinquentenário. Segundo De
Vera, quando começou, em 1960, aexposiçãomostrava carros,barcos, motocicletas, caminhões e autopeças. Nos últimos anos, diante da grande demanda, esses quatro últimos segmentos cria-
NICKY LOH/REUTERS-29/12/2007
Exigências no mercado, carros verdes serão destaque Diversas montadoras vão levar ao Salão do Automóvel modelos com motores que agridem menos o meio ambiente Vitrinepara mostrar,em um únicoespaço,modelosrecém-lançados e os que chegarão em breve ao mercado, além das principais novidades tecnológicas do mundo automobilístico, o Salão do Automóvel, que ocorre a cada dois anos, deve registrar outro recorde este ano: o de exposição doschamadoscarrosverdes,modelos queagridem menos o meio
ambiente, atualmente uma exigência na maioria dos mercados mundiais. Pelo menos dez carros elétricos ou com tecnologia híbrida (tem dois motores, um movido a gasolina ou diesel e outro elétrico) estão previstos para a mostra, mas o número pode ser maior porque várias montadoras ainda fazem segredo do que vão mostrar. Entre as presenças já confirmadas está a do Fiat Mio (ou FCC III), carro-conceito que a montadora brasileira desenvolveu com base em sugestões de consumidores. O modelo tem motor elétrico e emissão zero.
A Stuttgart, responsável pela importação dos veículos Porsche no Brasil, vai mostrar o Cayenne híbrido, utilitário esportivo recém-lançado na Europamovidoagasolinaeeletricidade. A intenção da empresa é testar o interesse dos consumidoreslocaispeloprodutoparafutura importação. Bateria. O i-Miev, carro elétrico da Mitsubishi, estará no evento Híbrido. Único modelo híbrido
à venda no País, o MercedesBenz S400 híbrido, que custa R$ 450 mil, também estará na mostra. Outro que está sendo testado localmente e também tem espaço reservado pela Mitsubishi é o elétrico i MiEV, já com a dire-
ção do lado esquerdo. A Citroën trará da França o Hypnos híbrido, carro-conceito a gasolina e elétrico. Já a Nissan negocia com a matriz a apresentação do Leaf, o elétrico da marca que será lançado nos Estados
ram eventos próprios e o Salão do Automóvel pode dedicar-se inteiramente à sua vocação, que é a de mostrar as novidades e os avanços da indústria automobilística em tecnologia e design dos automóveis. Para o presidente da Reed, “o salão é uma oportunidade para ver produtos inéditos e também conhecer os produtos mais recentes lançados pelas montadoras”. O mercado brasileiro ganhou destaque internacionalmente. As matrizes das empresas instaladas no País apoiam o evento e enviam produtos recém-lançados lá fora para a mostra,assimcomooschamadoscarros-conceito, que mostram as tendências do setor. Além das brasileiras (incluindo, claro, as multinacionais instaladas no País) e chinesas, outras nacionalidades que estarão com automóveis expostos no salãosãoalemã(cincomarcas), italiana (quatro), inglesa e coreana (três cada), sueca e japonesa (duas)eamericana,suecaeespanhola (uma).
Unidos e na Europa no fim do ano e que deve chegar ao Brasil futuramente. AToyota devemostrar o híbrido Prius (que deve ser importado do México, onde começa a ser produzido no segundo semes-
A empresa anglo-holandesa, que detém a maior parte das ações do grupo Alcantara Machado, realiza 470 feiras por ano em 34 países. Para 2010, a receita prevista é de US$ 1,5 bilhão.
tre) e a Honda o Insight. A General Motors, que no salão de 2008 apresentou o elétrico Volt, desenvolvido pela matriz americana, ainda não definiu se terá carros verdes em seu estandeesteano. Aempresaconfirma,por enquanto,osimportados Camaro – que chegará ao mercado no fim do ano – e o novo veículo que será produzido em São Caetano do Sul ainda este ano, provavelmente a picape derivada do Agile. Outras novidades serão o Citroën Aircross, utilitário compacto derivado do C3 que será produzido no Rio, o compacto Audi A1, o J3 Sport da chinesa JAC, o Fiat Bravo com novo motor, o Renault Fluence e o Nissan March, entre muitos outros modelos. / C. S.
B12 Economia %HermesFileInfo:B-12:20100705:
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Voce contou os leoes? O Brasil ganhou todos eles no Festival de Publicidade de Cannes deste ano. Homenagem do Estadao, representante oficial do Festival no Brasil, ao nosso desempenho: 58 leoes (recorde nacional), Grand Prix em Midia Impressa, Agencia do Ano (AlmapBBDO), ouro inedito em Radio, medalha de ouro em Cyber no Young lions, e ainda fomos o 20 Pais em numero de inscricoes.
O ESTADO DE S. PAULO
C1 %HermesFileInfo:C-1:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Criminalidade
Urbanismo
Cultura
Câmeras flagraram assalto a relojoaria noShopping Ibirapuera
Com giz e tinta, ativistas pintam ciclofaixas pela cidade
Grupo de teatro leva a tour pelo ‘pior de São Paulo’
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PAULO PINTO/AE
Metrópole estadão.com.br
CHICO SIQUEIRA/AE – 6/5/2008
SP vai monitorar 4,8 mil presos com tornozeleiras Sistema eletrônico serve para acompanhar detentos dos regimes semiaberto e aberto; equipamento vai custar R$ 41 milhões Marcelo Godoy
O governo de São Paulo vai monitorar até 4,8 mil presos do regime semiaberto por meio de tornozeleiras eletrônicas. O contrato com o consórcio vencedor da licitação para a prestação do serviço deve ser assinado em 30 dias. Os cerca de 3 mil detentos que diariamente deixam as prisões para trabalhar serão vigiados por meio do equipamento. Porenquanto,sónascinco saídas anuais de presos para a visita deparentesaSecretariadaAdministração Penitenciária (SAP) pretende manter sob controle o número máximo de presidiários previsto(4,8mil).Opreçodo novoesquemade segurançaserá de R$41milhões,aseremgastosdurante os 30 meses do contrato. “Testamos o sistema nos últimos dois anos e, desde que nenhum novo contratempo apareça, assinaremos o contrato em 30dias”,afirmou aoEstadoosecretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. Ele se refere a recursos judiciais ou administrativos das empresas derrotadas na licitação. São Paulo seria o primeiro Estado a monitorar os detentos que saem diariamente das prisões. No dia 16 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionoualeiquepermiteomonitoramento eletrônico dos presosqueestão nos regimessemia-
Adoção de aparelho deve ter resistência ● A Secretaria da Administra-
ção Penitenciária espera encontrar resistência de alguns juízes para a adoção da tornozeleira, mesmo sabendo que conta com o apoio de amplos setores da magistratura. É que a medida, mesmo depois da sanção da lei pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda é matéria polêmica. O Ministério da Justiça, por exemplo, entende que a lei só poderá sair do papel depois de regulamentada, definindo o sistema de monitoramento e as responsabilidades dos participantes do esquema – empresas, governo e Judiciário. A SAP acredita que a lei sancionada no dia 16 já permite o uso do equipamento. O Tribunal de Justiça ainda não julgou nenhum caso. / M.G.
berto e aberto. Foragidos. Por ano, no Estado,
cerca de 5 mil deles não voltam para as cadeias e se tornam foragidos. Há ainda aqueles que aproveitam a saída diária para roubar e cometer crimes com o álibi de que estavam trabalhan-
do. Com o monitoramento será possível verificar o caminho pelo qual o preso passou enquanto estava com a tornozeleira. Se ele romper o lacre da pulseira, um alarme vai disparar na empresa contratada para vigiá-lo. De imediato, a empresa informará a SAP, que vai chamar a Polícia Militar para que uma viatura seja despachada, a fim de reencontrar o presidiário. O preso que cometer a infração perde de imediato o direito de cumprira apena no regime semiaberto e, recapturado, será mandado de volta ao regime fechado. “A empresa não saberá quem é o preso. Cada pulseira será monitorada por meio de um número”, contou o secretário. Só o Departamento de Inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária saberá o nome do preso correspondente à pulseira rompida e o local onde o detento deve estar. O sistema de monitoramento deve ser descentralizado pela SAP em suas coordenadorias do interior – cada uma cuidará dos presos de sua região. Testes. “Na fase de testes nós
buscamos inicialmente a tecnologia das empresas que fazem monitoramento de carros e cargas e das que monitoram presos na Argentina e nos Estados Unidos”, contou Gomes. O equipamento foi testado em 30 presos de três regiões do Estado. Os
Sistema. Aparelho foi usado em 2008 durante fase de testes no interior do Estado
COMO FUNCIONA 1 O preso recebe a
tornozeleira ao deixar o presídio. Ela é lacrada por funcionários da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP)
O PRESO TERÁ O SEU TRAJETO PARA O TRABALHO OU A VISITA À FAMÍLIA MONITORADOS, POIS A TORNOZELEIRA FUNCIONA COMO UM GPS
Em caso de
2 rompimento, um
alarme vai tocar na empresa do consórcio que fará o monitoramento. A empresa saberá o número da tornozeleira rompida
em que a corrente foi rompida para tentar a recaptura do foragido
INFOGRÁFICO/AE
Estados Unidos e não a de Brasília. Uma das pulseiras – que acabou reprovada – podia ser aberta sem que o alarme na central de controle disparasse. “Era precisosaber se astornozeleiras eletrônicas estavam adaptadas à nossa realidade”, afirmou Gomes.
Rio Grande do Sul testa equipamento em 15 condenados Avaliação vai levar 30 dias; intenção do governo do Estado é usar aparelho em pelo menos mil presidiários até 2011 Elder Ogliari PORTO ALEGRE
Quinze condenados que cumprem penas no regime aberto estão portando tornozeleiras eletrônicas desde o fim do mês passado no Rio Grande do Sul. Eles se ofereceram como voluntários para testar o equipamento por 30 dias, período que a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) usará para avaliar o sistema de vigilância a distância e decidir se ele será adota-
7 8 9 10 11 12
do ou não. Como a expectativa é otimista, o governo do Estado acredita que lançará o edital para aquisição de aparelhos na primeira quinzena de agosto, duas semanas depois do encerramento dos testes. A intenção é ter mil condenadosdos regimesabertoe semiaberto usando a tornozeleira até o início de 2011 e 5 mil até o fim de 2014. Como parte deles terá direito a dormir em casa, a perspectiva é de redução da superlotaçãodospresídiosedosalbergues.
LÁ TEM... ● Buenos Aires, Argentina
Mais de 1.300 condenados pela Justiça na Província de Buenos Aires usaram as tornozeleiras eletrônicas desde abril de 2002, ano em que o sistema foi implementado. O serviço de vigilância custa 27,60 pesos argentinos (US$ 7) diários por pessoa. A Província de Buenos Aires tornou-se o primeiro lugar da América Latina a usar esse tipo de tecnologia
para vigiar os movimentos de pessoas condenadas pela Justiça – essa modalidade de segurança ainda não é aplicada no resto do país. Especialistas afirmam que o equipamento serve para “descomprimir” as prisões. Apenas 6% dos usuários das tornozeleiras haviam tentado remover o aparelho. A Província de Mendoza está avaliando o uso do equipamento.
queamulherestá esperando.Ele já sai do Instituto Penal de Viamão diariamente para trabalhar em serviços de faxina e diz que não vai se incomodar com a tornozeleira. “Quero ficar longe
das más influências das prisões”,afirmou, aomostrar oaparelho preso à perna. Duranteoperíododeusoexperimental da tornozeleira, os apenadossecomprometemanãore-
Ajuda. Um dos 15 voluntários
tem26anos,cumpre penadecinco anos e oito meses por assalto, está no regime aberto há um ano e três meses e acredita que o uso do equipamento vai ajudá-lo a mudar de vida e a criar o filho
inteligência, por meio do número da tornozeleira, identificará o preso e chamará a Polícia Militar
4 A PM vai ao lugar
FONTE: SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA
presidiários escolhidos para usar o equipamento foram voluntários que tinham bom comportamento na prisão. Durante essa fase alguns defeitos no sistema foram detectados pelos técnicos da SAP, como o fato de um dos aparelhos registrar a hora de um fuso dos
A empresa avisa a
3 SAP, cujo setor de
tirar o aparelho, não mostrá-lo a terceiros,recarregarabateriaperiodicamente, não se afastar do perímetro preestabelecido para seus deslocamentos e voltar para o albergue à noite. Eventuais transgressões podem ser detectadas imediatamente pelos monitores. Neste caso, o preso se tornaforagido,passa aserbuscado pela Brigada Militar e pode voltar ao regime fechado. O superintendente de Serviços Penitenciários, Mario Santa Maria Junior, acredita que a tornozeleira pode facilitar a reintegração dos presos à sociedade. Atualmente,o Rio Grande doSul tem 30 mil presos em suas penitenciárias e albergues. Cerca de 11 mil estão nos regimes aberto e semiaberto. Críticas. O uso da tornozeleira
Só depois de concluir os testes é que a secretaria fez o edital para a licitação, em 2009. Houve ainda ações na Justiça impugnando a licitação e levou quase um ano para que todas fossem decididas. O consórcio vencedor é composto por quatro empresas. é reprovado pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) do Rio Grande do Sul. “Isso é inconstitucional, estigmatizaoportadordiantedecolegas de trabalho, da família e da sociedade”, avalia Jair Krischke, conselheiro da organização. “Com tornozeleira ou sem, se alguém decidir fugir, o Estado não tem agentes para ir buscá-lo. E o preso que quer se ressocializar também fará isso com ou sem tornozeleira.” Para Krischke, os condenados não recebem o tratamento previsto na lei, com instalações adequadas à recuperação. “Como o Estado não constrói presídios, tenta reduzir a superlotação commedidascomoessa(tornozeleiras eletrônicas), que violam o direito à intimidade e não servem para nada.”
C2 Cidades/Metrópole %HermesFileInfo:C-2:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
ALÔ, SÃOPAULO
25° 10°
0mm 0%
QUA 7/7
25° 12°
0mm
QUI 8/7
25° 12°
0mm
Aracaju Belo Horizonte Brasília Boa Vista Belém Campo Grande Cuiabá Curitiba Florianópolis Fortaleza Goiânia João Pessoa Macapá
19°/23° Abaixo de 19°
Franca 14°/26°
Ribeirão Preto
S. J. do Rio Preto
12°/31°
15°/30°
0%
Araraquara 10°/29°
Presidente Prudente 14°/30°
Bauru
Piracicaba
12°/28°
Sol/chuva Sol Sol Sol/chuva Sol/chuva Ensolarado Sol Ensolarado Sol Sol/chuva Sol Sol/chuva Sol/chuva
Sol/chuva Sol/chuva Sol/chuva Sol Sol Sol Sol/chuva Sol Ensolarado Sol/chuva Sol Sol Sol/chuva
NO
São Paulo 10°/25°
NE
12nós
O
Ubatuba
SO
Guarujá
Itapeva
Santos
9°/25°
L
14°/25°
Cananeia 15°/24°
Nublado
Parcialmente nublado
0,5m
S
15°/26°
Céu claro
SE
17°/26°
Iguape
www.estadao.com.br/sms
Pancadas de chuva
5 Segunda
6 Terça
0h21 10h49 15h30 20h13
5h58 11h45 16h32
Chuva
0,7 1,1 0,5 1,0
7 Quarta
0h36 6h15 12h39 17h43
0,7 1,1 0,6
Chuva com trovoadas
8 Quinta
0,9 0,5 1,2 0,6
1h15 6h45 13h34 18h56
Cena da Cidade
Arte
Diversão
Onde: Rua Dr. José de Queirós Aranha, 246, Vila Mariana, e Rua Cotoxó, 110, Pompeia Quando: Inscrições até dia 30 Preço: R$ 400 Informações: Telefones 3214-0553 e 3873-0099
Onde: Rua Turiaçu, 2.100, Pompeia (Bourbon Shopping) Quando: Domingo a sexta, 12h às 20h, e sábados, 10h às 22h Preço: Grátis Informações: Tel. 3874-5050
A argentina Rebeca Luciani realiza um laboratório experimental de cor e ilustração, similar a um curso que dá na Espanha. As aulas serão entre 23 e 27 de agosto nos dois endereços acima
No piso Pompeia do shopping fica, até dia 25, o game Guardiães da Natureza. Crianças têm de destruir monstros para salvar o planeta. O objetivo é mostrar que os pequenos devem cuidar da natureza
Meio ambiente
Crianças
Onde: Rua Doutor Mário Ferraz, 414, Jardins (Casa do Saber) Quando: Quinta, 20h Preço: Grátis Informações: Tel. 3707-8900 e www.casadosaber.com.br
Onde: Avenida Cruzeiro do Sul, 2.630, Santana (Biblioteca de São Paulo) Quando: Sábado, 11h Preço: Grátis Informações: 2089-0800 e pelo site www.bibliotecadesaopaulo.org.br
A professora e cientista política Cristiane Lucena discute três regimes internacionais de proteção ambiental. Ela mostra quais são as opções de sucesso e as de fracasso nessa área
Adultos e crianças podem participar da Oficina de Io-io com os profissionais Anselmo e Anik. Eles ensinarão manobras radicais com o brinquedo, como fazer com que ele ande no chão e dê voltas
Seus Direitos ESTRATÉGIA DO LUCRO Plano de saúde para idosos
Não estou conseguindo contratar um plano de saúde para minha mãe, de 64 anos. A preferência é pela Dix Amil, mas consultei vários corretores e recebi a informação de que a Dix Amil, entre outras, não aceita pessoas com mais de 59 anos. Entrei em contato com a operadora, que informou que só fazia adesões por meio de corretor. O que fazer se nenhum corretor quer nos atender? Um deles explicou que as principais empresas de plano de saúde não pagam comissão ao corretor por propostas de planos individuais para pessoas com idade superior a 59 anos, por isso, eu não conseguia contratar o serviço. Esse corretor aceitou fazer a proposta da minha mãe, mas a Dix Amil não a aceitou, exigindo uma entrevista. Desde o dia 1.º/6 tento ligar nos dois telefones informados, e ninguém atende. CARLA COVOLO / SÃO PAULO A Diretoria de Atendimento Amil Assistência Médica Internacional
TÚNEL DO TEMPO O vendedor de doces parece estar numa cena dos anos 50, mas a foto foi feita ontem, na Vila Maria Zélia, antigo bairro operário, no Belém, zona leste de São Paulo ● TIAGO QUEIROZ/AE
Informe-se
As cartas devem ser enviadas para consumidor. estado@grupoestado.com.br, pelo fax 3856-2940 ou para Av. Engenheiro Caetano Álvares, 55, 6˚ andar, CEP 02598-900, com nome, endereço, RG e telefone, e podem ser resumidas
to jurídico, devendo, no caso das operadoras de saúde, haver uma maior fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por coibir tal prática. Consumidores que enfrentem situação semelhante a essa devem fazer reclamações no Ministério Público, na ANS e, sendo mantida a resistência da contratação, podem mover ações judiciais obrigando os convênios médicos a aceitá-los, assim como requerer o pagamento de indenização por dano moral em razão da atitude discriminatória. Julius Cesar Conforti, advogado,
Ltda. informa que entrou em contato com a beneficiária, esclareceu suas dúvidas, tomou as providências necessárias e agendou a entrevista.
A leitora diz: Após a intervenção do jornal a seguradora entrou em contato e marcou a entrevista. Detalhe: somos da zona leste e a entrevista foi marcada para ocorrer em Santo Amaro, não é para dificultar? Análise: Visando cada vez mais ao aumento de lucros, as operadoras de saúde não querem idosos como clientes. O perfil que interessa é o do jovem, e, sobretudo saudável, que irá, por vários anos, pagar pelos serviços, mas que raramente irá utilizá-lo. Para dificultar o ingresso de novos clientes idosos, os planos e seguros-saúde desestimulam os corretores a comercializar seus produtos para pessoas com mais de 60 anos de idade, não lhes pagando comissão. Tal prática faz com que os corretores criem empecilhos para os idosos, para que eles não deem prosseguimento à contratação do plano ou do seguro-saúde. Toda e qualquer prática discriminatória é proibida por nosso ordenamen-
Loterias 39.439 26583 44,940 23.300 19.077
é membro da American Health Lawyers
INDICAÇÃO ERRADA Consumidor leva a culpa
ção. Remarquei a visita. Nessa data, depois de várias horas de espera, liguei e soube que o carro do técnico havia quebrado, por isso ele não viera. Sem saber a quem reclamar, busquei contato no site da Electrolux. Não consegui ser atendido no SAC. Enviei mensagem explicando o caso para a assessoria de imprensa. Recebi resposta informando que o meu relato seria enviado à Ouvidoria da Electrolux. Passados alguns dias e sem resposta, enviei nova mensagem. A mensagem dizia que a Ouvidoria entraria em contato. Passaram-se 3 semanas e não recebi retorno. O consumidor é tratado como se fosse a parte menos importante dos negócios da companhia. LUIZ MILANESI / SÃO PAULO
Ao constatar defeito em minha lavadora Electrolux, solicitei o serviço da assistência técnica autorizada, obtido no site da própria fabricante. O técnico compareceu, cobrou R$ 15 pela visita e deixou uma nota dizendo não ter constatado nada de errado. Mas a lavadora continuou com o mesmo problema: não fazia a última centrifuga-
A Electrolux informa que esclareceu ao sr. Milanesi que o atendimento técnico foi efetuado por terceiros, ou seja, não pertencentes à Rede Nacional de Serviços Autorizados Electrolux, o que impede a atuação da empresa.
O leitor discorda: A Electrolux nunca me esclareceu nada. Agora a culpa é minha porque
busquei uma não autorizada, que me ludibriou, cujo telefone obtive com a própria Electrolux. Análise: O Procon-SP informa que, de acordo com o art. 18 do Código de Defesa do Consumidor, é de 30 dias o prazo para o fornecedor resolver o problema apresentado pelo produto. Vencido esse prazo, o consumidor poderá exigir, a sua escolha, a substituição do produto por outro similar ou a restituição da quantia paga, atualizada monetariamente, ou o abatimento proporcional do preço. O fabricante é obrigado a informar de forma clara e precisa os locais que prestam serviço de assistência técnica autorizada; e as eventuais falhas nessa prestação de serviço também são de responsabilidade do fabricante. Sendo assim, o consumidor deve, munido da documentação pertinente ao caso (nota fiscal, ordens de serviços da assistência técnica, etc.), formalizar uma reclamação num órgão de defesa do consumidor ou ingressar com ação no Poder Judiciário, para que o seu direito seja resguardado. Valéria Cunha é assistente da Diretoria de Atendimento do Procon-SP
ATENÇÃO: O quadro abaixo não deve ser usado para a conferência oficial das loterias. Dependendo do horário dos sorteios e do fechamento de edição, alguns resultados podem estar defasados. Confira os resultados oficiais no site www.caixa.gov.br
3/7/10 R$ 600.000,00 R$ 12.000,00 R$ 9.000,00 R$ 7.410,00 R$ 6.000,00
MILIONÁRIA Nº 04461 1˚ Prêmio 2˚ Prêmio 3˚ Prêmio 4˚ Prêmio 5˚ Prêmio
83.488 42.773 34.723 57.431 76.637
1,0 0,4 1,3 0,5
20°/26° 21°/34° 16°/29° 20°/28° 14°/24° 12°/20° 20°/25° 21°/24° 15°/25° 14°/24° 8°/16° 16°/23° 23°/35° 13°/20° 11°/27° 21°/35° 13°/16° 26°/32° 14°/18° 15°/27° 21°/36° 12°/21° 22°/30° 8°/14° 9°/14° 23°/30° 22°/24° 19°/29° 21°/36°
Volume de chuva (mm) Probabilidade de chuva (%)
Agenda da Semana
1˚ Prêmio 2˚ Prêmio 3˚ Prêmio 4˚ Prêmio 5˚ Prêmio
0 Assunção +6 Atenas +5 Barcelona +5 Berlim +5 Bruxelas Buenos Aires 0 -1,5 Caracas -2 Chicago +5 Estocolmo +5 Genebra Johannesburgo +5 Lima -2 Lisboa +4 Londres +4 Los Angeles -4 Madri +5 México -2 Miami -1 Montevidéu 0 Moscou +7 Nova York -1 Paris +5 Roma +5 Santiago -1 Sydney +13 Tel-Aviv +6 Tóquio +12 Toronto -1 Washington -1
13°/23°
Receba por sms a previsão de onde você está
FEDERAL Nº 04463
Fuso Mín./Máx.
20°/29° 24°/32° 22°/29° 23°/34° 11°/26° 21°/34° 21°/29° 19°/34° 15°/31° 21°/26° 23°/30° 22°/34° 19°/26°
N
12°/24°
10°/27°
Maceió Manaus Natal Palmas Porto Alegre Porto Velho Recife Rio Branco Rio de Janeiro Salvador São Luís Teresina Vitória
22°/28° 11°/24° 14°/26° 23°/32° 23°/32° 17°/31° 18°/35° 9°/23° 15°/25° 23°/31° 16°/31° 22°/29° 23°/33°
Mín./Máx.
TÁBUA DE MARÉS: Porto de Santos
11°/24°
Ourinhos Sorocaba
Tempo
4°/20°
11°/27°
S. J. dos Campos
NEVOEIRO O nevoeiro se orma ando o res riamento da madr ada a da a condensar as part c las de vapor de á a presentes na atmos era ormando ma n vem bastante próxima s per cie e pre dica a visibilidade.
Mín./Máx.
C. do Jordão
Campinas
12°/25°
Cheia 25/7 (22h37)
Poente 17h33
NOITE
NO MUNDO
Tempo
0%
0%
TARDE
NAS CAPITAIS
24°/27°
14°/28°
0mm
MANHÃ
28°/32°
Votuporanga
26° 11°
Crescente 18/7 (7h11)
Probabilidade de chuva
Acima de 32°
Na capital
Nova 11/7 (16h41)
Nascente 6h49
Volume de chuva
PRÓXIMOS DIAS EM SP O ar seco permanece nos próximos dias. O sol aparece e não chove.
TER 6/7
Minguante 4/7 (11h36)
PREVISÃO PARA HOJE EM SÃO PAULO Sol e calor à tarde. Frio à noite.
26/6/10 R$ 1.000.000.00 R$ 32.000.00 R$ 27.000.00 R$ 14.300.00 R$ 12.720,00
QUINA Nº2336
3/7/10
Quina (2)
R$ 2.621.250,97
Quadra (188)
R$ 3.278,51
Terno (11.739) 14
17
39
45
LOTOFÁCIL Nº544 1º/7/10 Oito apostadores acertaram as 15 dezenas e vão receber R$ 131.506,97 02 04 05 07 08
R$ 75,00
09
11
13
14
15
76
18
19
21
23
24
MEGA SENA Nº1193 Sena (Acumulou)
3/7/10 R$ 6.480.249,51
Quina (72)
R$ 18.268,32
Quadra (5.845) 02
09
R$ 321,47 12
14
32
54
CORPO DE BOMBEIROS: 193 OU WWW.CCB.POLICIAMILITAR.SP.GOV.BR POLÍCIA MILITAR: 190 OU WWW.POLICIAMILITAR.SP.GOV.BR POLÍCIA CIVIL: 197 OU WWW.POLICIA-CIV.SP.GOV.BR DISQUE-DENÚNCIA: 181 (SP) OU (011) 3272-7373 SPTRANS: 0800-771-0118 (BILHETE ÚNICO E CARTÃO FIDELIDADE) ITINERÁRIOS DE ÔNIBUS: 156 DEFESA CIVIL: 199 PROCON: 151 SABESP: 195 AES ELETROPAULO: 0800-727-2196 COMGÁS: 0800-011-0197 RODÍZIO: NÃO PODEM CIRCULAR NO CENTRO EXPANDIDO, DE 7H ÀS 10H E DE 17H ÀS 20H, CARROS E CAMINHÕES COM PLACAS DE FINAIS
1e2 Há um Século 5 de julho de
1910 (Pariz) A missão brasileira de propaganda recebeu communicação de ter sido inaugurado em Vienna, no conhecido Casino Veneza em Vienna, um pequeno pavilhão brasileiro para a venda de café em xícaras.
estadão.com.br Blogs. Leia mais notas no blogs.estadao.com.br/cem-anosatras/
SERVIÇO: O Estado publica diariamente as loterias. Fique atento ao número e à data de realização dos sorteios.
DUPLA SENA Nº877 Sena (Acumulou)
14
18
28
30
Sena 2.˚ sorteio (0) Quina (23) Quadra (1.738)
06
07
22
2/7/10 R$ 3.991.349,73
33
41
R$ 0,00 R$ 5.207,05 R$ 65,62
32
38
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LOTOMANIA Nº1050 3/7/10 20 acertos (Acumulou) R$ 2.077.908,92 01 02 03 04 06 17
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Cidades/Metrópole C3 LEONARDO SOARES/AE
Câmera filmou roubo em relojoaria do Ibirapuera Cinco homens participaram da ação, na noite de sábado; ontem, três joalherias fecharam as portas, mas o shopping abriu normalmente Carolina Dall’olio
● Na fuga
Uma câmera instalada bem na frente da entrada da relojoaria S.Rolim, no Shopping Ibirapuera, zona sul de São Paulo, flagrou a ação do grupo armado que assaltou a loja na noite de sábado e fugiu correndo pelas escadarias. De acordo com a equipe de segurança do shopping, as imagens permitem concluir que ao menos cinco homens participaram do crime e torna possível a identificação dos assaltantes. Além da câmera da porta da relojoaria,outrasqueestãoespalhadaspeloscorredoresdo shoppingajudaramaregistrar oassalto e a fuga dos bandidos. O material deve ser entregue à polícia ainda hoje. Os vídeos vão mostrar que os assaltantes não enfrentaramdificuldadespararoubar a relojoaria. Embora a loja contasse com seguranças próprios, além dos fornecidos pelo shopping, nenhum deles tinha autorização para deter os criminosos, que estavam armados. A orientação da administração do Ibirapuera para casos comoesseénãoentrar emconfronto direto com os bandidos para evitar que um eventual tiroteio possavitimar frequentadoresdo local.Porisso,ossegurançasapenas seguiram os ladrões até a saída, protegendo os clientes. A facilidade com que os assaltantesconseguiramrealizarocrime e fugir já assusta funcionáriosdeoutrasrelojoarias.“Agente se sente inseguro porque, na
ASSALTOS A JOALHERIAS EM SHOPPINGS
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relógios da marca Rolex ficaram para trás na fuga pelas escadarias do segundo para o primeiro piso do Shopping Ibirapuera
R$ 100 mil
é o valor aproximado dos relógios que foram perdidos durante a fuga. Dos nove mostruários da Rolex na loja, sete foram esvaziados
hora H, vê que o segurança não pode fazer nada”, conta a vendedora de uma joalheria vizinha à S.Rolim. Ao todo, o Shopping Ibirapuera abriga 21 relojoarias e joalherias. Cada uma tem uma câmera de segurança na porta. Depois do crime, três joalherias fecharam as portas ontem. A S.Rolim também ficou sem funcionar até as 16 horas, mas depois voltou a atender o público. Os funcionários não quiseram falar com a reportagem. Ontem, o shopping funcionavanormalmente.Asfamíliaspasseavam pelos corredores, em um clima que contrastava com a tensão do dia anterior. O Shopping Ibirapuera afirma que não houve tumulto durante o assalto. Mas os funcionários negam. A vendedora de uma das lojas vizinhas à S.Rolim conta que, na hora do roubo, as pessoas come-
çaram a gritar “ladrão! ladrão!” e se esconderam dentro das lojas. “Foiumcorre-corredanado,porque os bandidos passaram com a armanamãoe opessoalseassustou”, conta a mulher. “Era sábado à noite, o shopping estava lotado, cheio de criança. Não era para ficar com medo?” Parte do grupo dos assaltantes fugiu pela loja de roupas C&A,quetemsaída paraaAvenidaIbirapuera.Outros trêsbandidos desceram as escadas do segundo para o primeiro piso correndo. Eles foram perseguidos por três seguranças do shopping, mas conseguiram escapar. A direção do shopping informou que os seguranças são proibidos de intervir em situações que coloquem a vida dos clientes em risco. A administração nega que tenha havido tumulto na hora do crime. Investigação. O Departamento
de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic) investiga se os grupos que assaltaram duas vezes em junho joalherias do Shopping Cidade Jardim – a Tiffany e a Corsage, que vende Rolex–têm ligaçãocomoscriminosos que invadiram a S.Rolim. Pelo menos dez suspeitos dos dois assaltos foram presos nos últimos 20 dias – o último, do caso Tiffany, foi capturado anteontem.Amaiorpartedosassaltantes foi detida na própria capital – três deles foram presos na região de São Mateus, na zona leste. / COLABORARAM DIEGO
Silêncio. S.Rolim, a loja assaltada, abriu ontem depois das 16 horas; funcionários não falaram
DEPOIMENTO
Eulina Oliveira, Jornalista do Grupo Estado
‘Fiquei impressionada com a rapidez dos ladrões. Não houve tiros’ Sábado, pouco antes das 20 horas. Eu passeava despreocupada pelo Shopping Ibirapuera, quando percebi uma movimentação atípica. Eu subia de escada rolante do piso Ibirapuera, no térreo, para o piso Campo Belo, no 1.º andar, quando vi um homem no sentido contrário, descendo a toda velocidade, com um bebê no colo. Achei estranho. O que estaria acontecendo? Quando terminei de subir a escada, vi uma aglomeração, vá-
rias lojas com as portas abaixadas e um nervosismo no ar. Logo percebi a joalheria S.Rolim, que vende relógios, com boa parte da vitrine vazia. Fui até a frente da loja e notei lá dentro funcionárias chorando, apavoradas. O local havia acabado de ser assaltado. Fiquei impressionada com a rapidez dos ladrões. Não havia nenhum vidro quebrado. Não houve tiros. Soube depois que teriam sido cinco assaltantes, que escaparam com facilidade.
Como tiveram tempo de limpar a vitrine e sair sem que fossem pegos? Outro detalhe que me impressionou foi a ousadia de assaltarem o shopping em pleno sábado, dia de maior movimento. Além disso, o roubo foi no primeiro andar. Tiveram de fugir de escada, creio eu. A Polícia Militar chegou uns 15 minutos depois, pelas minhas contas. Também anteontem, outra joalheria foi assaltada no Rio. Há pouco tempo, duas lojas do mesmo ramo do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, sofreram o mesmo tipo de ataque. Parece que assaltar joalherias em shopping centers é a nova moda dos ladrões. Assim como foi o crime da chamada “gangue da marcha à ré” até bem pouco tempo atrás.
ZANCHETTA e TIAGO DANTAS
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Setembro 2007
Maio 2008
Maio 2010
Junho 2010
1 ferido em assalto à Casa das Alianças do Interlagos
4 homens assaltam a The Graces no Ibirapuera
8 homens levam R$ 1,5 mi da Tiffany do Cidade Jardim
10 homens assaltam a Rolex do Cidade Jardim REPRODUÇÃO
LEONARDO SOARES/AE-7/6/2010
Projeto de lei pode liberar porte de arma a 71 mil Proposta prevê a liberação para seis categorias de servidores públicos, entre eles, oficiais de Justiça Luiz Guilherme Gerbelli JORNAL DA TARDE
Um projeto de lei pode abrandar o Estatuto do Desarmamento e conceder o porte de arma para cerca de 71 mil servidores públicos. Na fila para entrar em votação no Senado, a proposta prevê que o porte seja liberado para seis categorias, entre elas peritos médicos da Previdência Social,oficiais de Justiçae defensorespúblicos. No ano passado,foram concedidos 1.256 portes no País, 47 em São Paulo, segundo levantamento do Instituto Sou
da Paz. O órgão estima que 8 milhões de armas legais e ilegais estejam em circulação. Idealizadopelodeputadofederal Nelson Pellegrino (PT-BA) em dezembro de 2005, o projeto previa, inicialmente, a liberação doportesóparaauditoresdotrabalho, o que já vale desde 2007. “À época, houve muitos casos de assassinatos”, disse o parlamentar. Um ano antes, seis auditores do trabalho foram mortos em Unaí (MG). Aochegar àComissãodeSegurançaPública,daCâmaradosDeputados, na legislatura passada, a proposta inchou e outras cinco categorias foram incluídas. Depois de aprovada pelas Comissões de Constituição e Justiça e Relações Exteriores do Senado, está no Plenário da Casa desde 28demaio.Osparlamentaresdefensores do projeto justificaram
Estatuto proíbe porte para cidadão, mas libera posse definiu regras para quais profissionais o porte de arma está liberado ou em que situação o cidadão pode ser dono de uma arma. Para o cidadão comum, a lei determina a proibição do porte, mas libera a posse. O brasileiro pode ter até seis armas, com 50 munições por ano para cada ar-
ma registrada. Policiais militares, civis, federais e integrantes das Forças Armadas têm o direito de ter três armas a cada dois anos. Os colecionadores podem ter quantas armas puderem permanecer armazenadas em locais que sejam seguros. No que diz respeito aos atiradores, eles podem ter 12 armas – quatro delas podem ser de uso restrito. Por fim, os caçadores podem ter 12 armas, para utilizar apenas na caça esportiva.
a medida como uma maneira de proteger os funcionários dessas categorias. Movimentos de defesa dos direitos humanos, a Igreja Católi-
ca e até quem poderá ter direito ao porte criticam a mudança da lei. Para a coordenadora da área de controle de armas do Instituto Sou da Paz, Heather Sutton, a
● O Estatuto do Desarmamento
liberaçãopodeajudarainterromper a queda nos índices de mortes por armas de fogo. “Não se deve legislar pela exceção. Essas categorias não precisamdearma para atuar. Abrir o porte pode ser realmente grave.” Para o Sou da Paz, a eficácia do Estatuto do Desarmamento pode ser medida pela queda constante de armas apreendidas – de 39.551, em 2003, para 21.880 em 2009. Outro efeito positivo é a redução nos índices de homicídiosdolosos.Já aPastoralCarcerária diz que o porte de arma seria “inócuo” para evitar a violência e “acabaria por aumentar o risco de abusos e violências por agentes públicos.” Exagero. Agredido por um interno da Fundação Casa (antiga Febem)em2007,ooficialdeJustiça Aylton Bekes Cesar acha a
Cenas do dia
medida exagerada. “Tive o meu antebraço direito quebrado e, por causa de uma pancada na cabeça, fiquei cego do olho direito, mas nem por isso concordo com essa proposta”, disse Cesar. Já representantes das categorias que poderão ter direito ao porte se mostram favoráveis ao projeto. Para a presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo, Yvone Barreiro, a liberação pode trazer segurança para os profissionais nos Estados cujos orçamentos para a segurança pública são baixos. “Os casos mais preocupantes são os dos colegas de Roraima, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Eles têm de andar armados para defender suas vidas”, diz. A Lei do Desarmamento foi sancionada em 2003, após amplodebateno Legislativo,que teve início em 2001.
estadão.com.br Veja mais fotos PAULO PINTO/AE
Protesto. Manifestação para a Avenida Barreira Grande, na zona leste; 600 reclamaram de falta de segurança e o desaparecimento de uma criança
WERTHER SANTANA/AE
Seco. Sem chuva há um mês, SP tem baixa umidade do ar
MANOEL BUENO/FOTOREPÓRTER/AE
Corrida. Circuito de 10 km em ruas do Ipiranga lembra o Dia dos Bombeiros
LEONARDO SOARES/AE
Fogo. Incêndio destruiu uma loja no Jaçanã
C4 Cidades/Metrópole %HermesFileInfo:C-4:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Ativistas criam ciclofaixas irregulares Com giz e tinta, eles sinalizam vias exclusivas para bicicletas pela cidade; segundo a CET, prática presta desserviço e confunde motoristas JOSE PATRICIO/AE – 18/6/2010
Rodrigo Burgarelli
Quem costuma passar pela Ponte Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste, já deve ter percebido uma nova faixa de pedestres, meio torta, que apareceu há menos de um mês em uma alça da Marginal do Pinheiros. Outra parecida surgiu não muito longe dali, na Rua dos Pinheiros, também na zona oeste. E ambas têm muito a ver com as várias bicicletas pintadas há cerca de duas semanas na Avenida Dr. Hugo Beolchi, na zona sul. Todos esses sinais foram feitos por cicloativistas no último mês, durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo. O raciocínio é simples: com quase todos os paulistanos na frente da televisão, é bem mais fácil levar giz, baldes de tinta e pincéis para o asfalto e fazer a pintura nasruasdesertas antesque o tráfego volte ao normal. Por ter sido a primeira, a faixa da Ponte Cidade Universitária, pintada durante o jogo contra a Coreia do Norte, na tarde de 15 dejunho,éumadasmaissimbólicas. O local escolhido pelos ativistas é movimentado, e, apesar dehavercalçada eumgrande fluxo de pedestres dos dois lados, não há sinal de pare ou semáforo e é difícil atravessar a alça sem correr o risco de ser atingido pelos carros. Por isso, também foi pintado no asfalto um aviso, a poucos metros da faixa: “Devagar, vidas”. Agora, como a seleção só jogará de novo na Copa em 2014, a pintura de sinais no asfalto deve voltar a ser feita durante a madrugada, horário de ruas vazias, no qual os ativistas costumam agir desde 2007, quando o movimento começou. Neste ano, um grupo de ciclistas colocou na internet um modelo de bicicleta para ser baixado, impresso e utilizado como fôrma por quem se interessar. Foi criado até um nome-fantasia – que também pode ser baixado no mesmo site – para denominar o movimento: “CETB”, ou Companhia de Engenharia de Tráfego de Bicicleta, uma paródia do
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Perigo. Símbolo pintado na Ponte Cidade Universitária: local movimentado e de travessia difícil
PARA LEMBRAR
CET delimitou travessia após protesto No início de maio, uma pichação de protesto chamou a atenção da CET e conseguiu com que uma faixa de pedestres fosse pintada na Avenida Miguel Estéfano, zona sul. A via havia sido recapeada, mas estava sem faixa de pedestre. Por isso, alguém pintou uma e escreveu “Cadê?”.Duas semanas depois, a CET refez a faixa de pedestres original. órgão de trânsito oficial da Prefeitura – Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Um dos ativistas, que preferiu não seidentificar, explicou que o
TRÁFICO DE DROGAS
objetivo não é protestar para que a administração municipal coloque uma ciclofaixa exclusiva nos locais pintados. Segundo ele,ossímbolosservemparalembrar ao motorista que a legislação de trânsito nacional prevê que todas as faixas podem ser usadas também por bicicletas. “O símbolo reforça a ideia de que o ciclista pode, sim, passar porali,comoestáescritonocódigo. A obrigação do motorista é compartilhar a via, mas muita gente ignora essa regra”, afirma.
ré,na zonaoeste, eaté umtrecho da Marginal do Pinheiros – antes deacicloviaserconstruída–também já foram alvos recentes dos cicloativistas. Juristas ouvidos pela reportagem frisam que a prática é ilegal. “Sinais de trânsito são normas administrativas, que só podem ser estabelecidos por autoridade pública. Eu apoio politicamente a ideia. Mas, do ponto de vista jurídico, é ilegal”, diz o professor de Direito Constitucional da PUC-SP, Pedro Serrano.
Conflito. A maior parte dos si-
Desserviço. A CET concorda
nais é pintada em locais onde os ciclistas consideram que há um conflito entre carros e bicicletas. E como a pintura não é centralizada por um só grupo, várias ruas da cidade já ganharam bicicletinhas nos últimos anos. A Avenida Paulista, por exemplo, é um dos locais mais recorrentes das ações – mas a maior parte dos símbolos já se apagou com o tempo. A Rua Groenlândia,nos Jardins,aAvenidaSuma-
com a ilegalidade das pinturas. “Esse tipo de sinalização presta um desserviço aos ciclistas, uma vez que os induz a correrem riscos ao circular em uma faixa que nãofoiplanejadaparareceberbicicletasnem oferece a segurança necessária”,afirmou oórgão, em nota. Há duas semanas, a CET apagou 33 bicicletinhas que haviam sido pintadas pelos ativistas na Ponte Cidade Universitária e na Rua Alvarenga.
RIO
rança, as armas dos policiais serão periciadas para saber se o tiro partiu da polícia. Luiz Gonçalves de Araújo, de 34 anos, foi submetido a cirurgia.
Brasil e Paraguai prendem pai e filho traficantes na fronteira com o MS O traficante Jonathan Soligo, o Pinguiño, foi preso ontem em uma fazenda em Aral Moreira (MS). No local, a Polícia Federal e agentes da Secretaria Nacional Antidroga do Paraguai apreenderam quase 50 toneladas de maconha. Anteontem, os agentes prenderam o traficante Irineu Soligo, o Pingo, pai de Pinguiño, em sua fazenda em Pedro Juan Caballero, fronteira com o Brasil. Os dois narcotraficantes são considerados pela Polícia Federal substitutos de Fernadinho
Beira-Mar na região paraguaia que faz divisa com Mato Grosso do Sul e estão na carceragem da Delegacia de Polícia Federal de Ponta Porã, no extremo sul do Estado. Pingo foi condenado pela Justiça Federal a 15 anos de prisão em Passo Fundo (RS), por tráfico internacional de drogas, e a 25 anos, em Ponta Porã, por tráfico de drogas, armas e formação de quadrilha. Pinguiño, além de traficante, também responde por homicídio no Paraguai.
Falecimentos Ignez Paranhos de Campos – Aos 101 anos, era viúva de João Baptista Parahyba Campos. Deixa os filhos Elisa Maria, Antonio Carlos, Francisco José e João Baptista, noras, genro e netos. O enterro foi no Cemitério da Consolação. Encarnacion Solsana Claveria de Tarrago – Aos 91 anos, era viúva. Deixa os filhos Maria, Antonio e Ana. O enterro foi no Cemitério de Congonhas. Cacilda Furquim Furtado de Mendonça – Aos 84 anos, era viúva de Antonio Bento Furtado de
Motofaixa
Em meados de maio, cicloativistas “invadiram” a motofaixa da Rua Vergueiro, na zona sul da capital, cuja entrega estava atrasada, e também lá pintaram o símbolo de uma ciclovia.
CASO BRUNO
Troca de tiros em unidade pacificadora Um morador foi baleado no peito, por volta das 3h50 de ontem, depois que policiais militares e traficantes trocaram tiros no Morro do Cantagalo, em Ipanema, zona sul do Rio. Na comunidade funciona uma Unidade de Polícia Pacificadora. Segundo a Secretaria de Estado de Segu-
Goleiro teria prometido fazer exame de DNA O goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, de 25 anos, teria prometido à estudante paranaense Eliza Samudio, também de 25, um apartamento em Belo Horizonte e um teste de DNA no começo do mês passado. A jovem, desaparecida desde 10 de junho, tentava provar na Justiça que o jogador de futebol é o pai do filho dela, de 4 meses. As afir-
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Debate
Sinais pintados por ativistas aumentam a segurança? Thiago Benicchio
Sim
Ainda que a pintura de sinalização ajude a aumentar pontualmente a segurança de pedestres e ciclistas, a maior contribuição desse tipo de iniciativa é ampliar o debate sobre mobilidade urbana. A ação dos ativistas denuncia a inação do poder público frente às prioridades estabelecidas pelo Código de Trânsito e explicita a brutal desigualdade na alocação de espaço e recursos para os diversos modos de transporte. Enquanto o eterno paliativo das obras viárias caríssimas continua sendo o anestésico para o uso irracional do automóvel, os cidadãos-pintores mostram que estimular o respeito à vida e o compartilhamento das ruas com segurança pode ser simples, barato e efetivo para desatar muitos nós urbanos. ✽ É DIRETOR GERAL DA CICLOCIDADE – ASSOCIAÇÃO DOS CICLISTAS URBANOS DE SÃO PAULO
Elmir Germani
Não
A pintura de sinais de trânsito por conta própria traz muito mais insegurança do que segurança. O órgão encarregado da sinalização é a CET, que conhece o assunto e tem corpo técnico qualificado para estudar o local em que a sinalização será colocada – e fazê-lo de maneira correta. Respeito os ativistas e apoio o uso da bicicleta. No entanto, pinturas não autorizadas podem trazer riscos para pedestres e ciclistas que, acreditando que os sinais foram feitos pela autoridade competente, utilizam as vias como se fossem seguras quando, na verdade, não são. O ativista pode fazer passeatas para defender o que pensa, mas não colocar vidas em risco. ✽ É DIRETOR DA TTC ENGENHARIA, EMPRESA ESPECIALIZADA EM TRÁFEGO, E EX-DIRETOR DA CET
mações foram feitas ontem pelo advogado Jader Marques, contratado por Luiz Carlos Samudio, pai de Eliza. Marques se reuniu com os delegados do caso, mas não informou detalhes sobre o encontro. BAIXADA FLUMINENSE
Explosão deixa 20 feridos em casa noturna Uma bomba de fabricação caseira explodiu ontem, por volta das 3h30, em uma casa noturna em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, deixando pelo menos 20 feridos. A Polícia Militar informou que as vítimas sofreram ferimentos leves. Não se sabe quem cometeu o crime.
ESTRADA
Motorista alcoolizado mata 3 na Imigrantes O motorista Iremar de Souza Lima, de 40 anos, atropelou e matou três pessoas que estavam no acostamento do km 12 da Rodovia dos Imigrantes, na noite de anteontem. Ele confessou ter ingerido álcool. CORREÇÃO
Na edição de ontem, o nome do Instituto Sangari saiu incorreto. O instituto é o braço sociocultural da empresa Sangari Brasil.
Para publicar anúncio fúnebre: Balcão Iguatemi – Shopping Iguatemi 1a - 04, tel. 3815-3523 / fax 3814-0120 – Atendimento de 2ª a sábado, das 10 às 22 horas, e aos domingos, das 14 às 20 horas. Balcão Limão – Av. Prof. Celestino Bourroul, 100, tel. 3856-2139 / 3857-4611 / fax 3856-2852 – Atendimento de 2ª a 6ª das 9 às 19 horas. Só serão publicadas notícias de falecimento/missa encaminhadas pelo e-mail falecimentos@grupoestado.com.br, com nome do remetente, endereço, RG e telefone
Mendonça Filho. Deixa filhos. O enterro foi no Cemitério da Paz.
enterro foi no Cemitério e Crematório Memorial Parque Paulista.
Ercília Galvão – Aos 83 anos. Filha de Benedito Galvão e Duzulina Pavanera, era solteira. Deixa filha. O enterro foi no Cemitério Parque dos Girassóis.
Paulo de Figueiredo Ferraz – Aos 85 anos, era viúvo de Yvonne Ribeiro Ferraz. Deixa filhos, noras, genros e netos. O enterro foi no Cemitério Flamboyant, em Campinas.
Carmelita Maria Carvalho da Silva – Aos 72 anos, era casada com Antonio Amaro da Silva. Deixa dois filhos. O enterro foi no Jardim Parque dos Ipês.
Francisco de Assis Quirino – Aos 60 anos, era viúvo de Maria do Socorro da S. Quirino. O enterro foi no Cemitério Jardim Parque dos Ipês.
Iraci Mau Pereira – Dia 3, aos 66 anos. Deixa irmãos e sobrinhos. O
MISSAS Lolita Gertum Setubal– Hoje, às 18h30, na Igreja São Gabriel, na Avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista (1º mês).
Ignez Paranhos de Campos – Amanhã, às 12 horas, na Igreja São José, na Rua Dinamarca, 32, Jardim Europa (7º dia). Antonio Royo Franco – Hoje, às 18h30, na Igreja Assunção de Nossa Senhora, na Alameda Lorena, 665-A, Jardim Paulista (7º dia). Clovis Glycerio de Freitas Filho – Hoje, às 18h30, na Igreja São Gabriel, na Avenida São Gabriel, 108, Jardim Paulista (1º mês). Francisco Papaterra Limongi Neto – Hoje, às 19h30, na Capela do Colégio Santa Cruz, na Avenida Arruda Botelho, 255, Alto de Pinheiros (7º dia).
Oftalmologista gostava de Chaplin OoftalmologistaAntonioCarlos Haddad gostava de clássicos do cinema. Assistia repetidas vezes aos filmes de Charles Chaplin.
De família síria, Haddad tinhaformaçãocatólica, mas frequentava um grupo espírita. Convidadoemmeadosdadécada de 1990, ele também havia chegado a grão-mestre da maçonaria, grau 33 – o mais alto. Mas era à Medicina que ele realmente se dedicava. Reconhecido, fazia transplante de córneasefoi presidentedo bancodeolhos.Tinhaumconsultório, era funcionário do Hospital do Servidor Público Estadual e atendia gratuitamente os pacientes carentes encaminhados pelo Hospital Sírio-Libanês. Dia 29, aos 58 anos.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Os R$ 6 milhões pagos para as tribos, porém, foram para a Funai, para a aquisição de terras Bruno Ribeiro JORNAL DA TARDE
e
autos.
empregos.
Esperança. Krukutus moram na zona sul, a 8 km da rodovia, e querem ganhar 100 hectares
ONDE FICA
PARA LEMBRAR
Trecho Sul do Rodoanel
SA B REPRE
sa
a
Compensação. A presença das aldeias da zona sul foi, em parte, uma das complicações no processo de licenciamento ambiental que antecedeu o Rodoanel, que levou cinco anos para sair. O acordo da empresa estadual Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) com a Funai previu transferênciadeR$2milhõespara cada uma das três tribos. “O depósito servirá para adquirir novas áreas para os indígenas e, com isso, ampliar as áreas hoje ocupadas por eles”, diz a Dersa, em nota. Juntas, as aldeias têm cercade50hectares.Aexpectativa é que a nova área tenha 100 hectares para cada uma. A Funai não diz se já foi definida uma data para que o processo de seleção das terras termine. Também não fala quantas famílias devem deixar as aldeias da capital. Só quando isso acontecer o dinheiro poderá ser sacado pela fundação.
Fepa
Eles vivem do artesanato, da ajudadeorganizações não-governamentais (ONGs), de empregos no setor público e, também, da caça, da pesca e de pequenos viveiros. Mas têm R$ 6 milhões guardados no banco. Os índios das três aldeias guaranis da cidade de São Paulo receberam essa bolada como compensação pela construçãodo Trecho Sul do Rodoanel. Mas a quantia não vai para as mãos deles. Será usada pela FundaçãoNacionaldoÍndio(Funai) para adquirir novas reser-
vas e transferir parte das tribos. “Aqui as terras são poucas para a gente viver bem”, diz o cacique Ataíde Gonçalves Vilharve, de 24 anos, da aldeia Barragem, na zona sul. Embora a aldeia viva em situação de pobreza, ele diz que a tribo aguarda a chegada das terras – não do dinheiro. Há cerca de mil índios vivendo nas aldeias Barragem e Krukutu, na região de Parelheiros, a pelo menos 8 quilômetros do Rodoanel (nas margens da Represa Billings). A outra aldeia, a Jaraguá, na zona norte, fica entre as RodoviasBandeirantes eAnhanguera e também foi beneficiada.
PAULO LIEBERT/AE-30/6/2010
Para os índios, o Rodoanel agravou os transtornos originados pelo adensamento de Parelheiros – que teve a população aumentada em 84% entre 1991 e 2000. Reduziu o espaço para a caça e o número de animais e tirou a tranquilidade.
Parelheiros Tribo indígena Krukutu
Colônia
A área das aldeias Krukutu e Barragem começou a ser ocupada por tribos guaranis na metade dos anos 1950. Índios vindos do Paraná se fixaram na região após contato com um sitiante japonês que ocupava as terras. O homem teria voltado para o Japão, deixando a propriedade com os guaranis. Ao mesmo tempo, a população de Parelheiros cresceu sem controle.
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Índios recebem compensação por Rodoanel
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
JOSÉ DE SOUZA MARTINS ✽ ●
josedesouza.martins@grupoestado.com.br
O Túnel 9 de Julho
P
ode-se fazer uma arqueologia das ideologias em conflito no Brasil apenas desencavando o que há por trás da história dos nomes dos logradouros públicos.Sãováriososcasosde manipulação ideológica dos nomes de ruas da cidade de São Paulo. Já em 1831, um vereador, para festejar a abdicação de d. Pedro I, de quem não
gostava, propôs a data com o nome de Rua 7 de Abril para a antiga Rua da Palha. Com a Proclamação da República, em 1889, São Paulo entrou em um surto demudançasdedenominações para demolir a memória da monarquia e impor ao povo os nomes e símbolos da nova ordem política. A Rua da Imperatriz virou 15 de Novembro, a Rua do Imperador virou Rua
Marechal Deodoro, a Rua do Príncipe virou Quintino Bocaiuva, a da Princesa virou Benjamin Constant, nomes republicanos.Aproveitarampara trocartambém nomes de forte tradição popular. Um mapa de 1899 nos diz que a Rua Direita tornara-se Rua Floriano Peixoto e a Rua de São Bento fora dedicada a Moreira César, coronel massacrado na Revolta de Canudos, na Bahia, quando
pretendia massacrar os místicos de Antônio Conselheiro, supostamente monarquistas. A guerra de nomes era uma guerra contra a tradição e o povo. Mas o povo resistiu. O do Marechal Deodoro foi banido da Praça da Sé, quando deslocaram a catedral para as proximidades da Praça João Mendes. O doMarechalFloriano foi deletado:o povo insistiu no velhíssimo nome de Rua Direita para a rua torta. A iconoclastia de tirar o nome muito antigo da Rua de São Bento não deu certo. O povo ignorou a pretensão republicana de trocar santo por coronel. Coronel, mesmo, só Santo Antônio, que desde a colônia teve essa patente, até recebendo soldo da Coroa. Um dos últimos episódios de demolição simbólica da história dos paulistas foi protagonizado pela prefeita Marta Suplicy. A pretexto de que o nome do Túnel 9 de Julho não era oficial, resolveu mudá-lo para Dr. Daher Elias Cutait, médico dos mais ilustres, que
foiprofessornaFaculdadedeMedicina da USP, na Santa Casa de Misericórdia e um dos fundadores do Hospital Sírio-Libanês. Decisão que “desomenageia” o homenageado, pois o nome “não pegou”, ficou entre parênteses. Nove de Julho é data sagrada do povo de São Paulo, símbolo do generoso sangue de muitos jovens, derramado pelo ideal da democracia, do direito e da liberdade. Mas a prefeita teimou na supressão do nome. Muita dor e muito pranto estão nele contidos. Na memória de muitos e em muitos corações, a Revolução de 9 de Julho de 1932 é um dos sinais de identidadedos paulistas.NopátiodaFaculdade de Direito, em monumento aos acadêmicos tombados nas frentes de combate, versos de Tobias Barreto a celebram na coragem de ousar e de optar:“Quando sesentebaterno peito heroica pancada, deixa-se a folha dobrada enquanto se vai morrer.”
Um tour pelo ‘lado irritante’ de SP Excursão de ônibus da trupe teatral Parlapatões leva a plateia ao ‘pior da cidade’; piadas tiram sarro de hábitos dos paulistanos, de situações típicas e de regiões da metrópole, como a Rua Oscar Freire, o centro e a Câmara Municipal. Passeio vai se repetir no sábado e no domingo Filipe Vilicic
“Gostaria de mandá-los para o inferno, mas vocês vão é para O Pior de São Paulo.” É com essa mensagem motivadora do ComandanteTrevor que, no último sábado, um grupo de 40 pessoas embarcou no ParlapaTour, uma excursão de ônibus pelo o que há de mais irritante na cidade. O passeio sai do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt. “Vamos botar caos nessa ordem”, anuncia o guia, interpretado pelopalhaçoHugoPossolo, do grupo Parlapatões. Ele e sua ajudante, a atriz Rachel Ripani, divide o público em filas para entrar no ônibus. “Mulheres com calcinhas de renda à esquerda, homens de jeans à direita”, diz ela. “Vamos logo. Todo mundo estressado porque paulistano é assim mesmo”, agita Possolo, apressando a entrada. Antes de ocupar seus assentos, os passageiros ainda precisam tomar do-
ses de vacina contra dengue e contra H 171 (código penal para estelionato) – “doença comum por aqui”, conta o guia.
PIADAS ●
Críticas. As piadas tiram sarro
dopaulistanoe deregiões da metrópole. “Revemos São Paulo de forma crítica”, afirma o dramaturgo Mário Viana, que escreveu o roteiro ao lado do Parlapatões. “Brincamos, por exemplo, com a má educação do povo, que nem cumprimenta no elevador e usa carteira de estudante falsa para pagar meia-entrada.” Mas eles não têm medo de irritar a plateia, formada principalmente por moradores da cidade – os alvos das piadas? “Até agora, ninguém reclamou”, diz Possolo. “Não hostilizamos”, completa Viana. “As cenas são em lugares públicos e não invadimos a privacidade das pessoas. Então, levam na esportiva.” Cômico. Uma das paradas do
Poluição
No ônibus, o grupo distribui brindes, como um frasco cheio de ar poluído de São Paulo. “E é só abrir para preencher novamente”, indica o guia.
diz um ator. “E farei um teste do ‘bofômetro’ para cadastrar pessoas para a Parada Gay.” ●
Kit sobrevivência
“Sou da Companhia de Engenharia de Tráfego de Pedestres”,
Os guias mostram o que é preciso ter para sobreviver em São Paulo: pregadores para tampar o nariz; boias contra enchentes; “dinheiro do ladrão”.
ParlapaTourénaRuaOscarFreire, região luxuosa conhecida pela concentração de lojas de grifes. “Chegamos ao zoológico”, alerta Possolo quando o grupo desembarcanavia.“Nãoalimentem os animais porque eles não estão acostumados com comida de pobres como vocês.” A caminhada pela rua é interrompida por cenas dos atores. Perto de restaurantes chiques,
por exemplo, dois deles ensinam como fazer churrasquinho de gato – “ícone” da cidade. Na calçada, um casal encena uma briga. “São todos espécimes raros, que representam 1% da população”, destaca Possolo. “Só que não achem que há apenas ricos aqui. Tem também aqueles que gastam todo o salário do mês para se vestir bem e andar na Oscar Freire.”
● Fiscalização
Cidadania. Nas piadas (ainda mais nas improvisadas), os atores aproveitam para cutucar o paulistano típico. “Na Oscar Freire vocês aprenderam que é permitido parar o carro na faixa de pedestre”, analisa o guia. “Porém, é preciso ter um carro importado e blindado para isso.” “Alguma coisa acontece quando cruza a Consolação com a Paulista”, alerta ele, dentro do ônibus. Na mesma hora, atores vestidos de bandidos entram no veículo – intervenções, brincadeiras e até um teste de conhecimento sobre a cidade são feitos durante o tour. “Somos do crime organizado e fazemos tudo direitinho”, diz um dos ladrões. “Quem quiser pagar com cartão de crédito, temosmaquininha.”Amaioria,porém, dá o “dinheiro do ladrão” – notas falsas distribuídas no começo em um kit básico de sobrevivência em São Paulo. “Agora, vamos visitar a nossa
sede”, avisa o criminoso. Nisso, oônibus para na frente da Câmara Municipal. “Vocês só não poderão entrar porque trabalhamos apenas de terça, quarta e quinta.” Origem. Possolo teve a ideia de criar O Pior de São Paulo em um voo. “Estava no mesmo avião queumcolegaquefazessaexcursãonaEspanha”,lembra.“Resolvi adaptar o espetáculo para cá.” A primeira saída do ParlapaTourfoiem2007. Essaéa segunda edição do passeio, que conta com sessões até domingo que vem–osroteiros eospontosvisitados variam. “O tour instiga um outro olhar para a cidade.”
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O ROTEIRO FOTOS: PAULO PINTO/AE
Política. Críticas a vereadores
Paradas. O guia, interpretado por Hugo Possolo, leva a plateia para a Rua Oscar Freire, que chama de ‘zoológico’; cenas na rua despertaram a atenção de quem passava
Paulistices
Curiosidades da metrópole
SÓ NA LINHA AMARELA
Um novo símbolo para o Metrô? Os mais atentos já notaram: nos postinhos das estações da Linha Amarela, o símbolo do Metrô não é o mesmo de sempre. Sinal de repaginação à vista? O tradicional ícone será substituído? Nada disso. Por meio de sua Assessoria de Imprensa, o Metrô informa que o símbolo das recém-inauguradas estações é a marca da ViaQuatro, empresa responsável pela administração da linha – tratase, vale lembrar, da primeira Parceria Público-Privada (PPP) na área de transporte. Azar daqueles – principalmente turistas – que se
Saída. Da Praça Roosevelt
Piadas. Em Pinheiros, tiram sarro da culinária local
Intervenções. Grupo faz cenas no meio da rua, como essa na Oscar Freire; ator ensina como se faz um ‘churrasquinho de gato’
Edison Veiga
apoiam na identidade visual para achar facilmente a estação de Metrô mais próxima (veja na imagem a diferença entre os ícones). Em operação desde maio, a Linha Amarela está funcionando apenas das 9h às 15h – o contrato de concessão prevê o horário reduzido nos seis primeiros meses, para a realização de ajustes técnicos. Dos 134 trens do Metrô paulistano, cinco estão em atividade na Linha Amarela – outros seis já foram adquiridos e devem entrar em funcionamento em breve. Novidade em São Paulo, estes novos trens são totalmente automáticos e funcionam sem condutores, como os da Linha 14 do Metrô de Paris.
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INTERROGAÇÕES Quando e onde ocorreu o primeiro voo brasileiro? Às 5h50 do dia 7 de janeiro de 1910, em Osasco – então vila do município de São Paulo. O aviador e inventor Dimitri Sensaud de Lavaud (1882-1947) percorreu 103 metros em 6 segundos. Detalhes do feito estão no recém-lançado livro 1910 – O Primeiro Voo do Brasil. ●
● E onde está esse avião?
High tech. Em cartaz até setembro na Estação Ciência (Rua Guaicurus, 1.394, Lapa), a exposição Epidemik tem videogame gigante em que, ao mesmo tempo, 40 jogadores simulam combater uma crise epidêmica.
O original não existe mais. Mas há uma réplica dele, batizado de São Paulo, no acervo do Museu TAM – Asas de Um Sonho, reaberto ao público no mês passado. O museu fica no km 249 da Rodovia SP-318, em São Carlos (SP). Informações pelo telefone (16) 3306-2020.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010 ANO XXIV – Nº 8052
Música
Política cultural
Memória
Festival de Petrópolis promove concertos à luz de velas
Lei Mendonça faz 20 anos e pode ganhar reformas
Piva, o verso final
Pág. D3
Pág. D3
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A idade é pouca, na casa dos 25 anos, mas há tempos eles se dão para todos os gêneros musicais sem o mínimo de pudor. Do heavy metal ao baião, da lambada ao jazz,dofrevoàvalsa.OquecaracterizaoMeretrioéumaverdadeira e saudável promiscuidade sonora. Por isso, lançando hoje seu segundodisco,batizadodeProjeto Meretrio, no Teatro da Vila, o grupo vem arrancando elogios de nomes respeitados no Brasil e é exemplo para os pares de sua geração de como fazer música instrumental autêntica e extremamente moderna. Em 2003, quando se conheceram na Unicamp, no curso de Música Popular, o guitarrista Emiliano Sampaio, o baixista Gustavo Boni e o baterista Luís André “Gigante”, que cursava percussão erudita, carregavam consigo bagagens de influências naturalmente distintas. No final do primeiro ano de universidade, os três juntaram-se para tocar jazz e música brasileira com o único objetivo de estudar novas linguagens. Despretensiosos, seis meses depois eles já tinham um pequeno repertório mesclando standards e algumas composiçõespróprias paraapresentar em shows. Faltava então um nome para o grupo. “Os grupos de música instrumental têm nomes muito ligados à raiz indígena, passarinhos, coisas da terra, mas a gente é essencialmente urbano, o grupo e o som não remetem muito a raízes brasileiras ou tradição e a gente estava procurando um nome diferente. Um amigo da faculdade fez esse trocadilhoeacabouficando”, comenta Emiliano. Pouco mais de três anos depois, o Meretrio gravou seu primeiro disco, homônimo, na base da camaradagem. O técnico de som Mario Porto cedeu seu home studio, que ficava próximo à Unicamp; Pedro Campanha, amigo de infância de Emiliano, fez a arte do álbum, e amigos co7 8 9 10 11 12
UM BALAIO DE SONS SORTIDOS Meretrio lança disco com naipe de sopros, mostrando a cara de uma nova geração que acredita na força da música instrumental mo Marcelo Vieira (violoncelo) e Marcelo Valezi (flauta) participaram em uma faixa. De lá para cá, os três rapazes amadureceram e se entrosaram ainda mais, sendo incensados por músicos respeitados, como Roberto Sion, regente da Orquestra Jovem Tom Jobim, o violonista e professor Ulisses Rocha e o baterista Paulo Braga. Sem deslumbre, o trio recebe as citações não como uma chuva de confetes, mas como incentivo. “O mais legal é ver esses caras que eu via na TV quando era moleque, começando a tocar, e hoje conhecê-los e ter esse contato,trabalhar junto”, diz Gustavo. “O que vale é ter a oportunidadede esses caras levarem nosso trabalho pra casa e depois ou-
MOVIMENTO ELEFANTES: CDS NO FORNO ● O Projeto Meretrio é apenas
mais um integrante de um coletivo que vem se mostrando pra lá de eficiente no trabalho de divulgação da música instrumental produzida no País, o Movimento Elefantes, que atua efetivamente
Amigos. O balaio sonoro do Meretrio não fervilha apenas no que diz respeito ao passeio elegante e natural que eles fazem pelos gêneros musicais nacionais e estrangeiros, mas também no tipo de formação instrumental e em relação aos diferentes amigos com quem eles se
misturam para tocar novos projetos. Exemplos disso são os registros que o trio vem fazendo, como o belo disco Na Cozinha, em que eles tocam com o pianista Pedro Assad, amigo de faculdade. Jovens que ainda têm muito a aprender e a palmilhar na carreira? Sem dúvida, descobertas e aprendizados são infinitos quando se trata de música, mas temas como Fantasia do Caos, Anel de Zebu, Mereless, Piquenique, Esquisofrenética e Os Sobrinhos Habbabs, com uma melodia que deveria ser emoldurada de tão bela, anunciam que a maioridade artística desses jovens músicos é um caminho inevitavelmente sem volta. Com um vasto horizonte pela frente, o Meretrio nos serve um
desde junho do ano passado, inspirado nos moldes da Movida Acústica Urbana, da Venezuela. O time é formado por dez big bands de sopro: Projeto Coisa Fina, Comboio, Banda Urbana, Projeto Meretrio, Jazzco, Soundscape, HeartBreakers, Reteté Big Band, Big Band da Santa e Banda Savana, que tocou durante muitos anos com Moacir Santos e voltou à ativa com o coletivo. “Esse movimento facilita muito pra gente
conseguir temporadas, divulgação na televisão, no rádio, em revistas e jornais. Certamente deu mais energia para os trabalhos das bandas. Mais da metade dos grupos do coletivo está lançando disco neste ano, ou seja, essa produção com certeza é incentivada por uma resposta que veio de mídia e de público”, comenta Emiliano. A próxima banda a lançar um disco é o Projeto Coisa Fina, em agosto. / L.N.
estadão.com.br Áudio. Ouça trecho da faixa A Dança Proibida em estadão.com.br/e/d1
vir os comentários, bons ou ruins; o importante é a resposta, essa resenha com eles”, completa Emiliano.
caldeirãocheiodeideiaseimpossível de ser rotulado, e não há como afirmar que é um grupo de jazz ou de música brasileira apenas. Eles são uma miscelânea na medidacertadediversasinfluências, como Moacir Santos, Charles Mingus, Maria Schneider Orchestra, Gil Evans, Pat Metheny, entre tantos outros. “A gente nãosegue uma vertentetradicional do jazz. Se você for em casa, eu tenho milhares de discos de pianista,saxofonista,trombonista,baterista,nãotenhoquase nenhum de guitarrista. A gente ouvemuitacoisadiferente,temcoisa pouco conhecida aqui no Brasil, como a Vienna Art Orchestra, moderna, de que a gente gosta muito”, diz Emiliano. Com a cabeça aberta, o grupo tem a possibilidade de explorar novos arranjos e sonoridades queaformaçãoinicialnãopermitia. Na companhia de um naipe desoprosformadoporseismúsicos, o trio se transformou em um noneto, ganhando o nome de Projeto Meretrio. O álbum da big band consegue aliar a sonoridadecheiadosmetaispreservando a essência do trio: a bateria versátil e respeitável de Gigante, as melodiosas linhas e improvisos de um baixo que parece cantar, de Gustavo, a guitarra sem firulas e as composições e arranjos inventivos de Emiliano.
QUEM É EMILIANO SAMPAIO COMPOSITOR E GUITARRISTA
✽ Formado no curso de Música Popular, com habilitação em guitarra, na Unicamp, o músico é o compositor e arranjador do Meretrio. Com versatilidade em escrever temas para diferentes formações instrumentais, ele passeia com naturalidade por diversos gêneros sem bairrismos, vícios ou pieguices. / L.N.
Gravado e mixado novamente por Mario Porto, desta vez em um estúdio maior, que comportasse todos os instrumentistas, o álbum tem uma unidade coerente, mesmo trazendo nove temas bem diferentes entre si. FaixascomoMerewelcome,Meresopros, De Jazz em Jazz e Pé na Fusão empolgam, mas a coisa esquentamesmocomMiedo delOscuro, “brincadeira” fabulosa inspirada em Fear of the Dark, do IronMaiden,ecomADançaProibida, uma lambada instrumental que lembra a pegada rítmica e o veneno das melodias de Moacir Santos, fazendo uma referência ao filme típico de Sessão da Tarde, Lambada - A Dança Proibida, de Greydon Clark. Para o show de hoje, eles prometem, obviamente, tocar os temas deste disco, mas também mostrarão novas composições, entre elas Meresurf e Merefunk, que entrarão no próximo álbum. “Este disco com o noneto encerra um ciclo, mais da metade das músicas do show já é de novidades. A resposta do público tem sido ótima”, diz Emiliano.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
DIRETO DA FONTE SONIA RACY
Colaboração Débora Bergamasco debora.bergamasco@grupoestado. com. br Gilberto de Almeida gilberto.almeida@grupoestado.com.br Marilia Neustein marilia.neustein@grupoestado. com. br Paula Bonelli paula.bonelli@grupoestado. com. br
estadão.com.br/diretodafonte
Encontros com o Estadão
Lente de Aumento
‘O PAÍS NÃO FAZ BOM USO DA SUA INFRAESTRUTURA’ David Neeleman, da Azul, acredita ser fácil promover a expansão dos aeroportos existentes no Brasil. David Neeleman, 50 anos, fundador da JetBlue nos Estados Unidos e da Azul no Brasil, vive na ponte-aérea São Paulo-Nova York. Filho de missionários mórmons, o empreendedor dos ares vai e volta dos EUA toda semana. Curiosamente, sempre “encrachatado”. Ele é visto semanalmente em voos de suas concorrentes TAM ou American Airlines portando a identificação. Conhecido pelos tripulantes que operam a rota – da aeromoça aos pilotos –, sequer durante a noite de sono, na classe executiva, ele abandona o crachá. Ao chegar para o almoço com esta colunista, no restaurante Sallvattore, o crachá continua à mostra. Por que o executivo não desgruda do acessório de plástico? “Eu gosto”, limita-se a responder o empresário. Famoso por seu déficit de atenção e português fortemente afetado pelo sotaque americano, Neeleman conta que nasceu e viveu no Brasil até os cinco anos de idade. Depois, seguindo os passos do pai mórmon, voltou para cá aos 19 anos, atuando como missionário no Nordeste. Tarefa que durou dois anos. Fruto de um investimento de US$ 200 milhões, a Azul é a quarta empresa aérea de Neeleman. E é com ela – hoje com dois anos e meio de existência – que o empresário pretende ficar. “Estou com 50 anos e este será meu último empreendimento”, anuncia. E mais: diz que a Azul já opera no azul. A seguir, os principais trechos da entrevista. ● Existe uma discussão gigan-
tesca sobre os aeroportos no Brasil. Qual é a sua opinião sobre a atual estrutura aeroportuária brasileira?
Antes de começar com a Azul, estudei os aeroportos do Brasil e cheguei à conclusão de que o País não faz bom uso do que tem. Por causa dos outros aeroportos é que Congonhas está superlotado. Mas ainda há espaço ali para expandir, criar novos terminais e novos pátios. Quando se promove expansão em aeroportos nos EUA, a coisa é complicada. Aqui, não, porque tem espaço. O alargamento feito na Marginal Tietê é mil vezes mais difícil do que ampliar terminais aéreos. ● O que emperra o processo?
Olha, não sou a favor de privatizar os aeroportos. Seria um processo muito demorado, com muitas brigas. A Infraero tem condições de fazer isso. Tem muita gente boa lá dentro. É só dar transparência ao processo e chamar pessoas de fora do Brasil
para ajudar. Existem especialistas no mundo inteiro. Poderíamos ampliar o Conselho de Administração da Infraero, colocar profissionais experientes e competentes nesse tipo de coisa. ● O senhor defende então um novo modelo de gestão?
Sim, temos que desburocratizar a Infraero. A Petrobrás, por exemplo, não segue a lei 8666, que engessa processos. Por que não fazer o mesmo com a Infraero, dando agilidade para a estatal? Acredito até que seja possível ter mais um terminal em Congonhas. Tudo pode ser feito em dois ou três anos. Você precisa montar uma planilha, chamar as empresas que operam este tipo de concessão e preparar a licitação. ● Você acha que a Infraero teria recursos para tanto?
Ela pode lançar bonds no mercado. Para mim, é difícil ouvir que é difícil. É algo fácil e que já foi feito muitas vezes no mundo. A solução é simples, entende? Se não tivesse terreno, aí sim seria complicado. Temos um aeroporto em Vitória que já começou e parou faz cinco anos (sorri). Em Goiânia, é exatamente a mesma coisa. ● Mas não há urgência no andamento?
Podemos fazer ações temporárias, como montar pátios e construir terminais provisórios. Não podemos é parar com o crescimento. O que falta em Guarulhos é pátio. Se você sabe onde o terminal novo vai ficar, podemos colocar um pátio em frente para ser utilizado provisoriamente. Aconteceu assim com o aeroporto de Long Beach. A Jet
JANETE LONGO/AE
Blue (empresa que criou nos EUA) queria entrar, mas não tinha sala de espera. Montamos uma e colocamos 42 voos por dia no aeroporto. Ficamos assim por dez anos. Coisa parecida foi feita em Nova York. Por que não fazer aqui? ● Você poderia explicar isso um pouco melhor?
Primeiro, temos que utilizar mais a infraestrutura que já está aí, aumentando o número de posições no estacionamento de aviões. Isto pode ser feito com uma simples pintura, identificando as aeronaves por tamanho. Depois, eu pergunto: por que não dividir os balcões de check-in por mais de uma empresa? Aí entram as instalações provisórias. Elas são parecidas com grandes contêineres metálicos e, em alguns casos, podem até ser adaptadas e usadas como fingers. Sua construção é muito rápida e terão um papel importantíssimo a cumprir na Copa e nas Olimpíadas.
Isabella Fiorentino e Stephano Hawilla no Kösebasi. JUAN GUERRA/AE
MARINA MALHEIROS/AE
● Por que você é contra a privatização dos aeroportos?
Não sou o único a ser contra. O governo também não quer. São Paulo tem dois aeroportos – um na cidade e outro fora. Mas a maioria das capitais brasileiras só tem um aeroporto. Se for privatizado, o gestor poderá cobrar o que quiser. E não existirá concorrência. Nos países onde os aeroportos foram privatizados, como Argentina, México e Inglaterra, não deu certo. São os aeroportos mais caros do mundo. É importante que os custos para as empresas aéreas fiquem baixos porque mais viajantes poderão voar, novos negócios serão gerados e a economia fluirá.
Sabrina Sato lamenta a derrocada da seleção canarinha.
Ildi Silva confere a coleção de Martha Medeiros. JUAN GUERRA/AE
● Como é funcionamento do sistema americano?
Não tem nenhum aeroporto importante nos Estados Unidos que seja privatizado. E o governo federal fez uma lei para os aeroportos estaduais e municipais. Todo dinheiro que ganham deve ser reinvestido em benefício do próprio terminal aéreo. ● Historicamente, o setor de aviação aérea brasileira sempre foi complicado. Por que você escolheu o Brasil para fazer uma nova companhia?
Daniel Dantas antes de entrar em cena na pele de Macbeth. DENISE ANDRADE/AE
DENISE ANDRADE/AE
Eu nasci no Brasil, eu amo o Brasil. Esse é o meu País. Quero fazer a diferença. ● A área de aviação é o setor industrial dos mais difíceis. Une a necessidade de se ter capital intensivo, é dependente de concessão, precisa de mão de obra especializadíssima e, como acontece nos hotéis, assento vago é renda perdida. Esse setor apaixona?
Existe uma fotografia tirada aqui no Brasil de quando eu fiz cinco anos. Em cima do meu bolo de aniversário havia uma aeronave. Tenho alma inovadora e oportunidades.
Ulli Ferrari no lançamento do livro de Veronica Stigger.
Julia Ferrari também foi à Livraria da Vila. JANETE LONGO/AE
● Acha que Congo-
ANDRE DUSEK/AE
nhas poderia ter mais voos?
Congonhas está trabalhando com 30 operações por hora. Nos Estados Unidos, a média é de 71 operações por hora. Podemos utilizar melhor nossos ativos sem risco de segurança. Precisamos de mais controladores. Acredito que daqui a quatro ou cinco anos, o número de passageiros vai triplicar. E a infraestrutura tem que acompanhar todo esse processo de desenvolvimento.
Lara Gerin aciona o radar durante inauguração de restaurante. MARINA MALHEIROS/AE
Sabrina Parlatore e Luciana Vendramini em desfile.
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Música. Festival MARCOS DE PAULA/AE
AO SOM DA ORQUESTRA, SOB A LUZ DE VELAS Conjunto de Câmara da Estônia encanta o público em Petrópolis Roberta Pennafort / RIO
“A gente lê nos livros, vê nos filmes,masviverissoaquiédiferente”, deslumbrava-se Ramon Theobald, menino de 17 anos, pouco antes de começar sua viagem no tempo. O passaporte era a entrada para o concerto da Orquestra de Câmara de Tallinn, da Estônia, convidada pelo Festival de Inverno de Petrópolis a tocar sob luz de velas, quinta-feira à noite, repertório que incluía Mo-
zart, Tchaikovsky, Mendelssohn,Griegeocompositorestoniano Arvo Pärt. Integrante do coro de canarinhos de Petrópolis, Ramon está longe de ser neófito – estuda piano desde os 11 anos e frequenta o festival há 5. O que o encantoudestavezfoiaatmosferadoconcerto:osmúsicosiluminados pelas velas, abrigados numa das salas do prédio histórico do Museu Imperial, antigo Palácio de Verão de d. Pedro II. O evento é realizado há dez
Museu Imperial. No Festival de Petrópolis, peças de Mozart, Tchaikovsky, Mendelssohn, Grieg anos pela Dell’Arte, que programa concertos com iluminação com velas em candelabros justamente para dar ao público a sensação de estar sendo transportadoàépocadosautoresapresentados.OcenárioéaSaladaBatalha, assim chamada porque em sua parede principal fica o quadro A Batalhade Campo Grande, do pin-
tor do século 19 Pedro Américo. Oito spots de luz artificial ficam acesos sobre a área dos músicos, para que eles possam acompanhar as partituras. “Não sabia queseriaàluzdevelas.Éumpouco difícil ler, mas é muito bonito. Fiquei fascinada por este lugar”, contou, pouco antes da apresentação, a violinista Marie Helen
Rannat,que,mesmovinda de um país de inverno rigorosíssimo, sentiuofriozinhodaSerraFluminense na pele. “Vim ao Brasil, então só trouxe roupas de verão!” A orquestra (em formação reduzida, com sete violinos, dois cellos e um contrabaixo) está em sua primeira turnê pela América do Sul. A Sala da Batalha, de 160
lugares, ficou com mais da metade de suas cadeiras ocupadas. O público foi conquistado pelas lindas melodias de Tchaikovsky, porção mais aplaudida da apresentação. “Foi deslumbrante. Tudo que vejo aqui vale a viagem”, derramou-se a dona de casa Amélia Teixeira, que mora em Itaipava, distrito de Petrópolis, e todo ano monta a agenda de inverno com as amigas levando em conta o festival. O evento começou dia 25, com As Quatro Estações, de Vivaldi, na catedral da cidade, lotada. “Foi de chorar”, comentou Ronaldo Latsch, da Sociedade Artística Villa-Lobos,habitué.Atéodia 18, virão outras atrações, como o jovem russo Dmitry Smirnov, sensação do violino, e a harpista brasileira Cristina Braga. Ambos tocarão na Sala da Batalha. A Serra é movimentada também pelo 9ª Festival de Inverno Sesc Rio, que vai do dia 13 a 1º de agosto,eteráshowsdeNeyMatogrosso, Adriana Calcanhotto, Hermeto Paschoal, Dominguinhos e outros, além de peças teatrais, dança, exibições de filmes, encontros literários e exposições.ParticipamascidadesdePetrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Programação completa no site www.sescrio.org.br.
Política Cultural. Incentivo
AOS 20 ANOS, LEI MENDONÇA PEDE REFORMA Captação de recursos estacionou em R$ 4 milhões e secretário vai enviar texto novo à Câmara “O modelo hoje é completamente equivocado, só atende a atividade da produção cultural, não o acesso aos bens culturais”, pondera. Ele elogia o Plano Nacional de Cultura do governo federal, que prevê a criação de fundos concomitantes ao uso da lei de incentivo. Calil defende também a adoção de um sistema semelhante, o Fundo de Especial de Promoção de Atividades Culturais (Fepac). A Lei Mendonça, informou Calil, sofre queda progressiva de aproveitamento – chegou a
JUAN GUERRA/DIVULGAÇÃO
Calil. “Modelo do incentivo é totalmente equivocado”
ter captação de R$ 36 milhões (em 1997), no auge, caiu para R$ 22 milhões no início da década e hoje se estabilizou em torno de R$ 4 milhões para todo o município, segundo informou o secretário. Ele atribui a queda ao maior rigor na análise de projetos a partir de 2005. Essa situação não é nova: em 2007, artistas e produtores culturais de São Paulo fizeram uma audiência com Calil para pedir retomada nos financiamentos (o grupo incluía então Paulo Autran, Juca de Oliveira, Bibi Fer-
Eficiência. Modelo das leis de incentivo no Brasil, a Lei Mendonça foi criada em dezembro de 1990 pelo então vereador Marcos Mendonça, daí o nome que a popularizou. Nos primeiros dez anos de existência, tornou-se uma das mais eficientes legislações de incentivo à cultura, tendo como base a renúncia fiscal do ISS e IPTU, e influenciou a criação de diversas leis semelhantes nos Estados e municípios. Este ano, recebe até 1.º de outubro de 2010, com valores por projetos limitados entre R$ 30 mil e R$ 600 mil.
globosat.com.br
Mais antigo mecanismo incentivado de apoio à Cultura, a Lei Mendonça, que completa 20 anos em dezembro, também está em via de mudar. Segundo o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, um novo texto deveráser enviado à Câmara Municipal ainda este semestre, reformulando a legislação – que se baseia na renúncia fiscal do Imposto Sobre Serviços (ISS) e do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
“Vamosmanterosinvestimentos e ampliar a possibilidade de adoção de instituições culturais por pelo menos dois anos”, disse Calil. O secretário é crítico das leisdeincentivo,acreditaque esse mecanismo tem causado distorções – “inchando” o valor dos projetos, por exemplo, e causando sobreposição de usos (um mesmo projeto se apresenta para captar recursos nas leis estaduais, municipais e federais, o que mostra o produtor cultural em busca de mais “conforto” na realização do projeto, diz).
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Jotabê Medeiros
reira, Beatriz Segal, Paulo Goulart, Nicete Bruno, Marco Ricca e Denise Fraga, entre outros). Àquela altura, a queda de captação era de cerca de 90%.
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FINAL DA COPA DO MUNDO
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Astral
LEÃO 22-7 a 22-8
ESCORPIÃO 23-10 a 21-11
Organize suas ideias antes de continuar em frente. É importante ter tudo organizado para poder agir com o melhor método possível. Isso parecerá tirar um pouco da adrenalina. O caso atual não é de aventura, mas de eficiência.
O espírito de nossa época é fazer pouco caso de conquistas e do esforço empreendido por todos os seres de boa vontade do passado. Com o passar do tempo, o círculo em que nossa humanidade se confina egoisticamente foi se reduzindo até transformar-se em apenas um ponto, o ponto de vista particular que, como não poderia ser valorizado, dado ser uma aberração cósmica, precisa deturpar, injuriar e desvalorizar tudo que os semelhantes fazem. Assim, o egoísta, a personalidade “egonauta” clama para si os despojos e tem seu momento de glória, que hoje em dia não chega sequer a 15 segundos. Enquanto isso, ondas de suprema importância estão em andamento. O que sobrará do egoísmo? Absolutamente nada, esse será sobrelevado pelo vento cósmico.
GÊMEOS 21-5 a 20-6
VIRGEM 23-8 a 22-9
Ainda que seu discurso seja cheio de gentilezas, isso não garante que as pessoas se convençam do brilho de suas ideias. Você terá de melhorar ainda mais se quiser mesmo que certas pessoas façam parte de seus projetos.
Acordos que pareciam quebrados para sempre poderão ser reconversados. Tudo muda e com uma rapidez tamanha que não dá nem tempo para convencer-se de as coisas serem assim ou assado. Reconsidere seus passos.
CINEMA
MEMÓRIA
LIVRO
Passatempos
DOCUMENTÁRIO GERA PROTESTOS NO JAPÃO
MORRE O ATOR LAURENT TERZIEFF
BIOGRAFIA DE LUIZ GAMA É LANÇADA
Sudoku
O documentário vencedor do Oscar deste ano, The Cove, estreou neste fim de semana no Japão sob protestos de grupos que o consideram anti-japonês. Com boa parte das filmagens feitas com câmeras ocultas em Taiji, o longa aborda a matança de golfinhos e estava previsto para estrear no país em 26 de junho, mas uma agressiva campanha levou as salas a cancelarem a projeção – o que, por sua vez, abriu um debate sobre a liberdade de expressão. Espectadores questionaram o fato de a carne de golfinho ser rara nas mesas do Japão, ao contrário do que deixa a entender o filme. Não há data de estreia prevista no Brasil. / EFE
O ator e diretor de teatro francês Laurent Terzieff morreu na sexta-feira, aos 75 anos, devido a problemas pulmonares. Terzieff já estava com a saúde frágil quando recebeu, no último dia 25 de abril, o prêmio Moliére de melhor ator. Nascido em 27 de junho de 1935, tornou-se conhecido depois que o diretor de cinema Marcel Carné lhe confiou um dos papéis principais de Os Trapaceiros (1958). Também se destacou em filmes dirigidos por Claude Autant-Lara, Roberto Rossellini e Luis Buñuel, entre outros. Nos anos 80, se consagrou no teatro com a companhia que criou em 1961, mas continuou atuando em filmes, como Germinal (1993). / EFE
Hoje, das 19h às 21h30, ocorre na livraria Martins Fontes (av. Paulista, 509), o lançamento da obra Luiz Gama – Coleção Retratos do Brasil Negro (Selo Negro, 120 págs., R$ 21), de Luiz Carlos Santos. Na mesma noite, será lançado o livro Lélia Gonzales.
Nunca é tarde nem tampouco demais reorganizar tudo, é importante manter domínio sobre os passos que você dá e o caminho que você trilha. Porém, lembre que dominar nada tem a ver com controlar, são duas coisas diferentes.
Para jogar: Preencha com números de 1 a 9 os quadrados pequenos, as linhas verticais e horizontais. Não repita. 3 1 5 2 8 7 4 9 6
Solução
6002444
8 2 9 1 4 6 3 7 5
5 1 2 8 6 7 4
4 6 7 3 5 9 1 8 2
Quadrinhos
8 7 9 3 1 5 6
A Academia Brasileira de Letras realiza hoje, às 17h30, debate com Alberto da Costa e Silva e Cleonice Berardinelli sobre José Saramago. Será no teatro R. Magalhães Jr., prédio anexo da ABL (av. Presidente Wilson, 203, tel. 21- 3974-2500, Rio); grátis.
PEIXES 20-2 a 20-3
É melhor desprezar a sorte para não cair na tentação de tornar-se dependente dela. Sorte não é seu caminho, mas aventura consciente, a intencional tentativa de arrancar os melhores frutos que o destino oferecer.
2 1 9 6 4 7 8
OBRA DE SARAMAGO EM MESA-REDONDA
O dia em que você conseguir explicar suas complicadas ideias para qualquer criança entender, então terá dado o passo definitivo para realizar essas ideias. Até lá, tudo continuará sendo teoria a maior parte do tempo.
SAGITÁRIO 22-11 a 21-12
Nível Fácil
TRIBUTO
AQUÁRIO 21-1 a 19-2
Tudo que você repete diariamente, mesmo que inadvertidamente, se transforma em seu destino. Se você quiser melhorar seu destino terá então de melhorar seus hábitos, adaptandoos ao futuro almejado.
6 8 4 5 7 2 9 1 3
Considere agora que tudo que provocar demoras e atrasos poderá mostrar-se benéfico no futuro. Enquanto isso, você perceberá essas condições como molestas e negativas, mas sugiro que não lute demais contra elas.
O ciclo de mudanças ainda não se encerrou e parece que vai longe ainda. Por isso, procure não tentar se convencer de que algo seja fácil ou que você dominaria a situação de forma simples. Tudo é complexo, você sabe.
9 5 2 4 1 3 7 6 8
Urano inicia retrogradação em Áries; no mesmo signo a Lua é quarto minguante.
TOURO 21-4 a 20-5
CAPRICÓRNIO 22-12 a 20-1
1 7 3 6 9 8 2 5 4
O ponto de vista
Pessoas voltam atrás em seus passos e provocam adversidades e atrasos. À primeira vista isso pareceria negativo, mas se você conseguir enxergar além das aparências, perceberá que com o tempo isso será importante.
2 9 1 8 6 4 5 3 7
astro@0-quiroga.com
LIBRA 23-9 a 22-10
Essa estranha sensação de haver uma arquitetura ordenada e planejada por trás das aparências caóticas da realidade está deixando de ser mera sensação para transformar-se em conhecimento. A verdade libertará você.
7 3 6 9 2 5 8 4 1
✽ ●
CÂNCER 21-6 a 21-7
Tudo está mudando novamente. O ciclo de estabilidade ainda está longe de estabilizar-se, valha a redundância. Por isso, mantenha coração e mente com a maior flexibilidade possível, para adaptar-se às ondas que mudam.
5 4 8 7 3 1 6 2 9
QUIROGA
ÁRIES 21-3 a 20-4
5 1 7 4 8 3 2
Palavras Cruzadas Diretas
Minduim Charles M. Schulz
© Revistas COQUETEL — www.coquetel.com.br
Frank & Ernest Bob Thaves Aferrado ao lado prático da vida Imposto de Renda Pessoa Física (sigla)
Quantia associada ao contrato de casamento Gostar muito de
Setor hospitalar onde são realizadas operações Copiar clandestinamente em provas
Mudança pela qual passa a borboleta Não é? (pop.) Interjeição de cólera
Metal que Corpus torna o Christi aço e Peninoxidável tecostes
Diverte-se no show de humor
Assim, em espanhol Campo cultivado
T
(?) Leñas, estação de esqui na Argentina
Senhora (abrev.) Ricky Martin, cantor
Seriado de mistério da TV Peça do ventilador Adquirir; conquistar
Raiva Robert De (?), ator (Cin.)
Graça Aranha e Lima Barreto
Clínica de combate à obesidade
Curso d’água Gritaria; algazarra
Fator Osso inexistente triangular no jogo do ombro de xadrez (Anat.)
Letra grega correspondente ao "T"
R
Ave de canto tido como agourento
O melhor de Calvin Bill Watterson
Trabalhar; labutar Linha (abrev.)
Hiato de "coar" Posição do futsal
Epíteto da Portuguesa (fut.)
A folhagem das plantas
(?) Capone, mafioso dos EUA
Esboço à mão de desenho ou pintura Estado da Serra do Navio Ambíguo
Q Efeito colateral típico do antialérgico Solitário (?) Danson, ator dos EUA
Relação de nomes Que aumenta ou diminui progressivamente Parte de um filme Difíceis
BANCO
Deusa da Razão, na Mitologia grega
3/así — tau. 5/acauã — atena. 8/omoplata — prosaico.
Recruta Zero Mort Walker
Solenidades Actínio (símbolo)
Nélida Piñon: presidiu a ABL
SOLUÇÃO C M E N T A R R O C L I R L U R G I C C O
D E S O R D E M R M D O T E
P C L A R I R A M O R F O A S I M S R A L O E I R A A N C I S T R I O E A R S O R O A M A C R O Q L A MA P A A D U A L A T U Ã N A A T E P L I C A D
S O N O
O S A S GI
P F S E S S T P A A S R T E A L U I
Turma da Mônica Mauricio de Sousa
● Bem pensado
“A justiça se defende com a razão, e não com as armas. Não se perde nada com a paz, e pode perder-se tudo com a guerra.” João XXIII
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
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xima trama de Iris Abravanel na emissora.
86%
SEM INTERVALO KEILA JIMENEZ
dos televisores de plasma vendidos até 2013 no mundo terão tecnologia 3D, garante a Displaybank, empresa sul-coreana expert em pesquisas de mercado
keila.jimenez@grupoestado.com.br
● ‘Eu
tenho alegria para consolar todo o povo brasileiro’, a ani-
RedeTV! troca boleiros por boleiras
mada Cláudia Leitte, no Central da Copa, da Globo, chamando para um show logo após a derrota do Brasil
Walcyr Carrasco está pesquisando
A
RedeTV!quertrocarsuatradicional mesa-redonda de futebol por um debate só com mulheres bonitas. O Belas na Rede, mesa redonda sobre a Copa comandada por Paloma Tocci, com Cristina Lyra e Milene Domingues, deve assumir a vaga do Bola na Rede, encontro de boleiros no ar na emissora há 11 anos no ar. Com a mudança, prevista para depois da Copa, Fernando Vanucci deve ganhar um quadro no programa da mulherada, que já mostrou que entende de futebol. A novidade não tem a ver com audiência, e sim com a repercussão que Belas vem alcançando junto ao público e ao mercado anunciante. O martelo sobre a troca deve ser batido nos próximos dias.
no Japão cenários para sua próxima novela na Globo – ainda sem título – que sucederá Ti-Ti-Ti na faixa das 7 na emissora. Quando voltar, em agosto, dará um curso de roteiro de televisão na escola Incenna.
A série A Cura, de João Emanuel Carneiro, estreia dia 10 de agosto, na Globo. Irá ao ar às terças-feiras.
SBT (4) 6h00 7h00 9h00 12h45 13h15 13h45 14h15 16h00 17h00 18h00 19h05 19h30 20h15 21h15 22h15 22h20 23h10 0h10 1h00 1h45 2h45 4h00 5h00
Jornal Do Sbt - Manhã Carrossel Animado Bom Dia & Cia Série - Chaves Série - Arnold Série - Eu, A Patroa E As Crianças Cinema Em Casa - City Hunter: O Caçador de Encrencas Novela - As Tontas Não Vão Ao Céu Casos De Família Programa Do Ratinho Boletim De Ocorrências Sbt Brasil Novela - Uma Rosa Com Amor Hebe Boletim De Ocorrências Novela - A História De Ana Raio E Zé Trovão Sbt Repórter Jornal Do Sbt - Noite Série - Dois Homens E Meio/ Two And A Half Men Tele Seriados I - Série: O Último Recurso/ Eleventh Hour Tele Seriados II - Série: Veronica Mars: A Jovem Espiã Jornal Do Sbt - Madrugada Jornal Do Sbt - Madrugada/ Reprise
GLOBO (5)
reality No Tanque dos Tubarões. dente Comercial da RedeTV!, tem como meta agora a venda das quatro cotas de patrocínio do pacote de futebol, que comporta os campeonatos Inglês, Italiano e Copa da UEFA. Cada uma das cotas custa R$ 68 milhões (preço de tabela).
Coincidência ou não, humoristas que começam a ter destaque em cena logo deixam o Show do Tom, da Record. Foi assim com Shaolin, Pedro Manso e Tiririca. Não são poucos os merchandisings editados na versão de Roque Santeiro em DVD. A trama é uma das precursoras desse tipo de ação em folhetins, tendo merchandisings até de arame farpado.
Os cassetas, que chegaram a arrumar as malas rumo à África do Sul na semana passada, desistiram de ir antes mesmo de o Brasil ser eliminado da Copa. Pura sintonia Inimigas mortais em Passione, Mariana Ximenes (Clara) e Aracy Balabanian (Gemma) são só carinhos e risadas nos bastidores da novela das 9 da Globo.
Guia. TV 5h00 Novo Telecurso Prof. 5h10 Novo Telecurso - Ensino Fundamental 5h30 Novo Telecurso - Ensino Médio 5h45 Telecurso Tec 6h00 Tecendo O Saber 6h30 Telecurso Tec 6h45 Novo Telecurso - Ensino Fundamental 7h00 Novo Telecurso - Ensino Médio 7h15 Novo Telecurso Prof. 7h30 Via Legal 8h00 O Pequeno Urso/ Pingu 8h30 Vila Sésamo 9h00 Pequenos Cientistas 9h15 Baú De Histórias 9h45 Super Fofos 10h00 Dora, A Aventureira/ Pingu 10h30 Escola Pra Cachorro 10h45 As Aventuras De Piggley Winks 11h15 Cocoricó Na Cidade 11h30 Caillou 12h00 Arthur 12h30 Doug 13h00 Zoboomafoo 13h30 O Mundo Secreto Dos Jardins Mamangás 14h00 Minúsculos/ Bandeiras Do Mundo/ Shaun, O Carneiro/ Um Minuto No Museu 14h15 Dora, A Aventureira 14h45 Vila Sésamo 15h15 Super Fofos 15h30 Cocoricó Na Cidade 15h45 Escola Pra Cachorro 16h00 Camundongos Aventureiros 16h30 Arthur 16h45 Minúsculos/ Bandeiras Do Mundo/ Shaun, O Carneiro/ Um Minuto No Museu 17h00 Castelo Rá-Tim-Bum 17h30 Doug 18h00 Tudo O Que É Sólido Pode Derreter 18h30 Arquivo Zack 19h00 Login 20h00 Contos De Fada - O Garoto Que Saiu De Casa Para Saber O Que Era O Medo 21h00 Jornal Da Cultura (av) 21h35 Metrópolis 22h00 Roda Viva - João Grandino Rodas 23h30 Rumos Da Música - Itamar Vidal 0h00 Invenção Do Contemporâneo 18 Novas Territorialidades 1h00 Doctv Iv - A Luz Que Surgiu Por Trás Da Colina (2ª Exibição) 2h00 Login (2ª Exibição) 3h00 Univesp Tv
A RedeTV! estreia em outubro o Otaviano Pereira, superinten-
JOÃO MIGUEL JR./DIVULGAÇÃO
CULTURA (2)
Caderno2 D5
O SBT alugou uma fazenda em Tatuí, interior de São Paulo, como locação da novela Corações Feridos, pró-
Fábio Assunção deixou a produção de uma peça de Alfred Hitchcock em São Paulo. A montagem teve sua estreia alterada para setembro, mesma época em que começam as gravações de Insensato Coração, próxima novela das 9 da Globo, que traz o ator no elenco.
Cultura: 2182-3000; SBT: 3236-0111; Globo: 3131-2500; Record: 2184-4000; Rede TV!: 3306-1000; Gazeta: 3170-5757; Band: 3131-1313; ; Rede Vida: (17)3355-8432. Esta programação e
informações são de responsabilidade exclusiva dos canais e podem ser alteradas à última hora.
5h00 Telecurso Educação Básica Tecendo o Saber 5h15 Telecurso Profissionalizante 5h35 Telecurso Ensino Médio 5h50 Telecurso Ensino Fundamental 6h05 Sagrado 6h07 Globo Rural 6h25 Bom Dia SP 7.h5 Bom Dia Brasil 8h11 Radar 8h16 Mais Você 9h42 Globo Notícia I 9h45 TV Globinho 12h00 SPTV - 1ª Edição 12h45 Globo Esporte 13h15 Jornal Hoje 13h45 Vídeo Show 14h25 Vale a Pena Ver de Novo - Sinhá Moça 15h55 Sessão da Tarde. O Diário da Princesa 2 17h46 Globo Notícia II 17h49 Malhação ID 18h20 Escrito Nas Estrelas 19h05 SPTV - 2ª Edição 19h25 Tempos Modernos 20h15 Jornal Nacional 21h00 Passione 22h05 Tela Quente -Homem-Aranha 2 0h25 Jornal da Globo 1h10 Programa do Jô 2h40 Sessão Brasil Celeste & Estrela
RECORD (7) 6h30 7h20 8h30 9h30 12h00 14h30 16h30 18h15 19h00 20h10 21h15 22h15 23h15 0h15 1h15
Direto Da Redação São Paulo No Ar * Fala Brasil Hoje Em Dia Record Notícias Tudo A Ver Todo Mundo Odeia O Chris Série Os Mutantes Sp Record * Jornal Da Record Csi Investigação Criminal Série Ribeirão Do Tempo Repórter Record Csi Ny - Série Programação Iurd
REDETV! 5h00 Igreja Mundial da Graça de Deus 8h30 Leitura Dinâmica - Primeira Edição 9h00 TV Kids - Super Onze / Ilha dos Desafios 9h45 Manhã Maior 12h00 Interligado 13h00 Ig. Universal do Graça de Deus 14h05 RedeTVEsporte 15h00 A Tarde é Sua 17h10 Ig. da Graça, Nosso Programa 18h10 TV Kids - Pokémon/ Super Onze/ Pokémon/ Ilha dos Desafios 19h45 TV Fama 21h00 RedeTVNews 22h00 Operação de Risco 22h30 SuperPop 0h15 Leitura Dinâmica 1h10 Super Papo 3h00 Igreja da Graça, Nosso Lar
GAZETA (11) 6h00 Igreja Universal do Reino de Deus 8h00 Bestshop TV 8h20 Gazeta Shopping 8h40 Gazeta Imóveis 9h00 Manhã Gazeta 13h10 TV Culinária 14h00 Mulheres 17h50 Gazeta News 18h00 Gazeta Esportiva 19h00 Jornal da Gazeta 20h00 Igreja Universal do Reino de Deus 22h00 Super Esporte 22h15 Todo Seu 0h15 Gazeta Imóveis 0h35 Gazeta Shopping 0h45 Bestshop TV
BANDEIRANTES (13)
7h00 7h30 8h00 9h15 10h00 11h15 12h30 13h00 14h15 15h00 15h30 16h00 17h30 18h50 19h20 20h25 20h50 22h15 0h15 0h30 1h15 2h30
Primeiro Jornal Band Kids / Sp Band Kids Quase Anjos Dia Dia Jogo Aberto Jogo Aberto / SP Sp Acontece Os Cavaleiros Do Zodíaco Ei Arnold!l Que Dureza Márcia Brasil Urgente Brasil Urgente / SP Jornal Da Band Show Da Fé Band Mania Cqc Diário Da África Jornal Da Noite Show Da Copa Espaço Vida Vitoriosa
MTV (32) 9h15 Mtv Lab Radio 10h00 Colírios Capricho 10h55 MTV No Mundial - Paulo Bonfá Na Africa 11h00 Andy M. Show 11h30 Top 10 12h30 Noticias Entrev. 12h45 15 Minutos 13h00 Acesso Mtv 14h00 Quinta Categoria 15h00 Furo Mtv 15h30 Mtv Lab Playlist 16h00 Mtv Lab No Mundial 16h45 Mtv Sports 17h00 it mtv 17h30 Andy M. Show 18h00 Top 10 19h00 acasso mtv 20h00 16 And Pregnant 21h00 MTV No Mundial - Paulo Bonfá Na Africa 21h05 Rockgol 21h45 15 Minutos 22h00 Furo Mtv 22h30 Top Top Mtv 23h30 Lobotomia 0h00 Noticias Mtv 0h15 Fudêncio E Seus Amigos 0h30 Peak Season 1h00 MTV No Mundial - Paulo Bonfá Na Africa 1h05 Furo Mtv 1h30 Programa A 2 2h30 Mtv Lab Metalblog 3h00 Mtv Lab Bandas - Iron Maiden
TV PAGA ANIMAL PLANET 12h00 13h00 14h00 15h00 16h00 16h30 17h00 18h00 19h00 20h00
Depois do Ataque: Lobo e Bisão Predador Noturno Animal Planet ao Extremo Criaturas Titânicas Noite: Tubarões 60 Encontros Mortais Animal Planet ao Extremo Tubarão-Baleia Os Sobreviventes: Salvos Vídeos Divertidos do Animal Planet 21h00 O Encantador de Cães 22h00 Os Sobreviventes: Ouro 23h00 Sorte Selvagem
12h00 14h00 15h00 16h00 17h00 18h00 19h00 20h00 21h00 22h00 23h00
CONTROLE NA MÃO
Second Sight The Dead Zone C.S.I. Criminal Minds Criminal Minds Las Vegas Law & Order: Criminal Intent C.S.I. Miami C.S.I. Criminal Minds Gridlock'd - Na Contra-Mão
CANAL BRASIL 11h55 É Campeão! - Copa do Brasil 2006 12h50 Mais Uma Vez Amor 14h30 Clipe Brasil 15h30 Curta na Tela
Beverly Hills 90210 Felicity Will & Grace Everybody Loves Raymond Seinfeld According To Jim Ghost Whisperer Grey's Anatomy Private Practice 30 Rock Scrubs
SPORTV 7h00 8h00 9h30 10h30 11h00
Paul McCartney: Life Unexpected: Lobão e Leão Show em NY fim da 1ª temp. Lobo: Lobotomia TNT / 20h30 16h00 O Som do Vinil: Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros 16h30 Faixa Musical: Cássia Eller Rock in Rio (av) 17h30 A Casa de Banho de D.João 18h30 D. Helder Camara - O Santo Rebelde 19h45 Curta na Tela 20h15 Estúdio 66 20h30 Vigilante Rodoviário 21h00 Vozes da Informação 21h30 Espelho: Com Lázaro Ramos 22h00 Seleção Brasileira: O Céu de Suely 23h35 Larica Total - Tenha Sempre em Casa
MAX 12h20 14h30 16h25 18h15
Dublê de Anjo Possessão Cegos Temos Vagas 2: A Primeira Diária 19h55 Um Amor de Tesouro 22h00 Sem Vestígios 23h50 O Suspeito
DISCOVERY 12h00 Sem Corte e Sem Censura: Luta pela Vida 13h00 O Mundo Futuro: Superhumanos 14h00 A Supercâmera: Líderes de Torcida 14h30 Grandes Destruições 15h00 São Paulo sob Ataque 16h00 Guerra de Gangues 17h00 À Prova de Tudo 18h00 O Mundo Futuro: Amanhã Radical 19h00 Criaturas Titânicas 20h00 A Supercâmera: FrancoAtirador 20h30 Grandes Destruições 21h00 Atração Perigosa 22h00 Desaparecidos: Mulher Odiada 23h00 Guia de Sobrevivência: Seqüestro de Avião
ESPN BRASIL
AXN
16h00 17h00 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 21h00 22h00 23h00 23h30
6h30 8h00 9h00 11h00 13h00 15h00 16h00 17h30 19h00 20h30 21h30 22h30 0h00
Sportscenter : 1ª Edição - (av) ESPN Brasil Especial ESPN Brasil Especial ESPN Brasil Especial Bate-Bola 1ª Edição - (av) ESPN Brasil Especial ESPN Brasil Especial Bate-Bola 2ª Edição - (av) Linha De Passe : MesaRedonda - (av) ESPN Brasil Especial ESPN Brasil Especial Linha de Passe: Mesa Redonda Sportscenter : 2ª Edição
FILM & ART 12h00 Alarme / O Apartamento 14h00 Doc Martin
Liv / 22 h
MTV/ 23h30
15h00 New Tricks 16h00 M. Argerich y A. Boreyko Concerto em Sol de Ravel 18h00 The Sessions 19h00 A Arte do Roubo 20h00 Os Mistérios do Inspetor Lynley 22h00 Lewis S.4
FOX 12h00 13h00 14h00 16h30 17h30 18h00 18h30 19h00 20h00 20h30 21h00 22h00 22h30 23h00
One Tree Hill Justiça sem Limite Jerry Maguire: A Grande Virada Bones Futurama Os Simpsons Os Simpsons Bones Os Simpsons Os Simpsons Justiça Sem Limite Modern Family Modern Family O Homem da Casa
GNT 12h00 12h30 13h00 14h00 15h00 16h00 17h30 18h00 19h00 20h00 21h00 22h30 23h30
MULTISHOW 12h00 As 5 Mais Votadas no Site 12h30 Viagem Sem Fim 13h00 Kaiak 13h30 Operação S2 14h00 Altas Horas 16h00 Urbano 16h30 De Cara Limpa 17h00 Cilada: Saúde 17h30 Sound 18h00 Meu Brother 18h30 Meu Namorado é Um Idiota 19h00 TVZ 21h30 Cilada: Saúde 22h00 Lugar Incomum 22h30 Intercâmbio 23h00 Multishow Music Live: Kaiser Chiefs Live At The Ma in Square Festival 23h30 Papo Calcinha 23h45 Sexshake
NATIONAL GEOGRAPHIC Quero Ser Sexy de Novo Magnetismo Animal Happy Hour Manhattan Connection The Oprah Winfrey Show Voo 816 - Psicopata a Bordo Interprograma Kitchen Nightmares Happy Hour The Oprah Winfrey Show Porque a Bíblia Me Diz Assim Manhattan Connection Weeds: Mamãe Acha que Pássaros Estão Atrás Dela
HBO 12h00 13h40 15h15 15h45 17h35 19h17
A Terra Vista de Cima Os Aloprados Especial Vampiros 17 Outra Vez Tributo Delta Farce: Missão Incompetência 21h00 Hung 21h30 Hung 22h10 30 Dias de Noite
MAX PRIME 11h00 13h00 14h30 16h15 18h00 20h00 22h00
20h15 Prêmios Contigo! 22h00 Império 23h55 Prêmios Contigo!
Aracnofobia Mar Mortal Morcegos Spawn - O Soldado do Inferno Fugindo do Inferno Os Condenados Enigma do Espaço
MGM
12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 16h00 16h30 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 21h30 22h00 22h30 23h00
As 5 Mais Votadas no Site Viagem Sem Fim Kaiak Operação S2 Altas Horas Urbano De Cara Limpa Cilada: Saúde Sound Meu Brother Meu Namorado é Um Idiota TVZ Cilada: Saúde Lugar Incomum Intercâmbio Multishow Music Live: Kaiser Chiefs Live At The Ma in Square Festival 23h30 Papo Calcinha 23h45 Sexshake
LIV 12h00 14h00 14h30 15h00 16h00 17h00 18h00 19h00 20h00 21h00 22h00 23h00
O Profissional Superstars Rumo ao Estrelato Charmed Dawson's Creek Life Unexpected Extreme Makeover: Reconstrução Total: Família Burns Charmed Dawson's Creek Life Unexpected Life Unexpected Velozes e Furiosos
SONY
11h40 A Batalha de Riddick 13h55 Thomas Crown - A Arte do Crime 16h00 Os Três Amigos 18h00 O Virgem de 40 Anos
12h00 America's Next Top Model 13h00 The Real Housewives Of New York 14h00 Grey's Anatomy 15h00 Private Practice
13h00 14h00 15h00 15h30 17h30 19h00 20h00 22h00 2h00
Sportv News (av) Bom Dia África (av) Tá Na Área África (av) Pré-Jogo (av) Copa Do Mundo Fifa 2010 Argentina x Alemanha Quartas De vFinal (av) Troca De Passes África (av) Tá Na Área África (av) Pré-Jogo (av) Copa Do Mundo Fifa 2010 Paraguai x Espanha Quartas De Final (av) Troca De Passes África (av) Sportv News (av) Seleção Sportv (av) Sportv News (av) Liga Mundial De Vôlei - Coréia Do Sul x Brasil (av)
TCM 12h00 13h00 14h00 15h50 17h05 19h00 20h00 21h00 22h00 23h40
Bonanza Os Pioneiros Alta Sociedade Punhos de Campeão Robin e Marian Os Invasores Os Viajantes do Tempo Bonanza O Fugitivo Impacto Fulminante
TELECINE ACTION 11h20 13h05 14h45 16h20 18h10 19h50 22h00
Hell - A Ira Está Solta Dupla Personalidade B13 - 13º DISTRITO Último Golpe, O (2007) Golpe Do Destino Justiça Vermelha Anjos Da Noite - Underworld
TELECINE CULT 12h15 14h20 15h40 18h35 20h25 22h00
História Real, A Noite Das Assombrações Perfume De Mulher Trágico Acaso Blefando Com A Morte Satyricon De Fellini
TELECINE LIGHT 11h05 13h10 14h45 16h20 18h10 20h15 22h00
Outra, A Polícia Desmontada Fuga Das Galinhas, A Mãe Para O Meu Bebê, Uma Amor Para Toda Vida, Um Morte Na Universidade Em Seu Lugar
TELECINE PIPOCA 12h45 14h40 16h25 18h25 20h10 22h00
Hotel Bom Pra Cachorro, Um Escorregando Para A Glória Eu Te Amo, Cara Espanta Tubarões, O Coisas De Meninos E Meninas Por Que Eu Me Casei?
TELECINE PREMIUM 10h55 12h30 14h25 15h55 17h35 19h35 22h00
Enquanto Ela Está Fora Lista - Você Está Livre Hoje?, A 3 Porquinhos E Um Bebê Vida De Casado Mulher Invisível, A Intrigas De Estado Troca, A
TNT 12h00 14h15 18h00 20h30
O Enigma do Colar Pearl Harbor Voltando a Viver Paul McCartney: Good Evening New York City 22h00 TNT Cinema a la Carte
UNIVERSAL CHANNEL
11h00 13h00 14h00 15h00 16h00 16h30 17h00 19h00 20h00 21h00 22h00 23h00
A Névoa House Law & Order SVU Law & Order Medical Detectives Medical Detectives A Casa Amaldiçoada Law & Order SVU House Brothers & Sisters The Good Wife The Good Wife
WARNER 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 15h00 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 21h00 22h00 23h00
Two and a Half Men Two and a Half Men Friends Friends Third Watch O Homem Bicentenário Friends Friends Two and a Half Men Two and a Half Men Cold Case Cold Case The Mentalist Human Target
INFANTO-JUVENIL CARTOON 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 15h00 16h00 17h00 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 21h30 22h00 22h30 23h00 23h30
Programação Cartoon Bakugan Ben 10 Ben 10: Força Alienígena Twisted Whiskers Star Wars: A Guerra dos Clones Zeke's Pad Sábados Secretos Pink Panther & Pals Scooby Doo, Cadê Você? Garfield Tom e Jerry Os Jovens Titãs Os Jovens Titãs Pink Panther & Pals Scooby Doo, Cadê Você? Garfield Tom e Jerry
DISCOVERY KIDS 12h00 Dinotrem 12h30 Toot & Puddle: O Visitante da Austrália / A Festa da Alcachofra 13h00 Hi-5 Austrália 13h30 Will e Dewitt: A Peça da Escola/ O Segredo 14h00 Franklin 14h30 Martha Fala: Martha, a Testemunha/ Martha, um Cão de Princípios 15h00 Sid, O Pequeno Cientista 15h30 Garota Supersábia 16h00 Milly e Molly 16h30 Lazytown: Robbie, o Roqueiro 17h00 Hi-5 Austrália 17h30 Backyardigans: Robin Hood, o Limpo 18h00 Princesas do Mar: A Princesa Dançarina / Más Vibra ções 18h30 Angelina Ballerina 19h00 Will e Dewitt: Will Vai Acampar / Vá Embora, Mancha Feia 19h30 Peixonauta: O Caso Da Falta De Ovos /O Caso Das Co isas Que Desaparecem 20h00 Mister Maker 20h30 Mecanimais: O Trem Elefante / Bolas Em Jogo 21h00 Toot & Puddle: A Lenda de Pocket Hollow / O Mistér io 21h30 Willa e os Animais 22h00 Backyardigans: Mudanças da Arábia 22h30 Lazytown: Amigos para Sempre 23h00 Garota Supersábia: Estraga-Fes tas do Pijama / Liçõ es de Fila com Dona Redund¿ 23h30 Martha Fala
DISNEY CHANNEL 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00
Zack & Cody: Gêmeos a Bordo Hannah Montana Os Feiticeiros de Waverly Place Sunny Entre Estrelas Zack & Cody: Gêmeos em Ação
14h30 15h00 15h30 16h00 16h30 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 22h00 22h30 23h00 23h30
A Nova Escola do Imperador Phineas & Ferb Os Substitutos Jake Long da Disney, O Dragão Ocidental Phineas & Ferb Phineas & Ferb Ninguém Merece! Os Feiticeiros de Waverly Place Jonas Zack & Cody: Gêmeos a Bordo Phineas & Ferb Starstruck: Meu Namorado É uma Superestrela Os Feiticeiros de Waverly Place Hannah Montana Minha Vida com Derek Sunny Entre Estrelas
DISNEY XD 12h00 12h30 13h00 15h00 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 19h30 20h00 20h30 21h00 21h30 22h00
Jibber Jabber Os Padrinhos Mágicos Pequenos Gênios Zathura - Uma Aventura Espacial Kid vs. Kat Kid vs. Kat Kid vs. Kat Liga dos Supermalvados Pucca Mistureba Os Padrinhos Mágicos Kid vs. Kat Liga dos Supermalvados Zeke e Luther Zathura - Uma Aventura Espacial
NICKELODEON 12h00 12h30 13h00 13h30 14h00 14h30 15h00 15h30 16h00 16h30 17h00 17h30 18h00 18h30 19h00 20h00 20h30 21h00 21h30 22h00
Bob Esponja Fanboy e Chum Chum Os Pinguins de Madagascar Bob Esponja Big Time Rush Drake & Josh Zoey 101 I-Carly The Troop Bob Esponja Os Padrinhos Mágicos Os Pinguins de Madagascar Drake & Josh I-Carly Isa TK+ Zoey 101 True Jackson I-Carly Drake & Josh Manual de Sobrevivência Escolar do Ned 22h30 Zoey 101 23h00 Kenan & Kel
TV RÁ TIM BUM 12h00 12h15 12h30 12h40 12h50 13h00 13h15 13h30 13h40 13h55 14h10 14h20 14h30 14h45 15h00 15h10 15h40 16h10 16h45 17h15 17h45 18h15 18h30 19h00 19h10 19h20 19h30 19h45 20h00 20h05 20h15 20h30 21h00 21h30 22h00
1, 2, 3, Agora é Sua Vez X-Tudo Os Caça Livros Os Reciclados Anabel Carrinhos Escola de Princesinhas Kiara e os Luminitos Os Ecoturistinhas Simão e Bartolomeu Show do DJ Cão De Onde Vem? Pequenos Cientistas Tchibum TV Passeio Animal Glub Glub Qual é, Bicho? Rá Tim Bum Castelo Rá Tim Bum Ilha Rá Tim Bum Baú de Histórias Cocoricó Vila Sésamo Os Caça Livros Os Reciclados Kiara e os Luminitos Carrinhos Escola de Princesinhas Brasil Futebol Clube Show do DJ Cão Cocoricó na Cidade Mundo da Lua Castelo Rá Tim Bum Ilha Rá Tim Bum Cambalhota
Filmes na TV
Dia de rever o bom e ‘velho’ Aranha Luiz Carlos Merten City Hunter – O Caçador de Encrencas 14H15 NO SBT (City Hunter). Hong Kong, 1992. Direção de Jing Wong, com Jackie Chan, Richard Norton, Joey Wang .
O Velocidade Máxima de Jackie Chan. O astro faz detetive mulherengo que é contratado para encontrar a filha de um magnata japonês, que fugiu de casa. Seguido pela assistente ciumenta, ele acaba num navio de cruzeiro, que é invadido por terroristas. Jackie Chan coestrela – com Jaden Smith – o novo Karate Kid. É garantia de ação, e humor, você sabe. Admiradores do game Street Fighter vão perceber que o diretor Wong se apropria de vários personagens e situações para incrementar a
ação. Reprise, colorido, 96 min. O Diário da Princesa 2 15H55 NA GLOBO (Princess Diaries 2: Royal Engagement). EUA, 2004. Direção de Garry Marshall, com Julie Andrews, Anne Hathaway, Hector Elizondo, John RhysDavies, Heather Matarazzo, Chris Pine.
No segundo filme da série, Anne Hathaway, como a princesa de Genóvia, descobre que precisa se casar, para assumir o trono. Naturalmente que Julie Andrews está a postos, para providenciar um noivo. Embora esta sequência não tenha metade da graça do original – e até seja, a rigor, desnecessária –, o elenco ajuda a segurar o interesse. Reprise, colorido, 115 min. Homem-Aranha 2 22H05 NA GLOBO (Spider-Man 2). EUA, 2004. Direção de Sam Raimi, com Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Alfred Molina, James Franco, Elizabeth Banks, Bruce Campbell.
O recente evento da empresa Sony em Cancún marcou a apresentação
internacional do novo Homem-Aranha. Andrew Garfeld é quem fará o papel no quarto filme da série, dirigido por Marc Webber, de 500 Dias com Ela. À espera, você pode rever o segundo filme com Tobey Maguire, no qual o herói enfrenta cientista que vira cobaia da própria experiência e se transforma no Dr. Octopus. Ação, efeitos, sólidos conflitos afetivos e familiares – um filmaço. Reprise, colorido, 127 min. Celeste & Estrela 2H40 NA GLOBO Brasil, 2002. Direção de Betse De Paula, com Dira Paes, Fabio Nassar, Ana Paula Arósio, Mark Hopkins, Hugo Rodas, Vladimir Carvalho, Nivia Helen.
A jovem diretora Betse de Paula teve uma sacada inteligente, senão de gênio. Como a maioria dos diretores brasileiros vive reclamando sobre como é difícil fazer um filme no País, ela resolveu tematizar – ou ficcionalizar – o assunto. Dira Paes faz a diretora dentro do filme, Ana Paula é co-protagonista e estrela da ficção. O resultado é bem interes-
sante e divertido, mesmo que muitas piadas pareçam cifradas demais. Você precisa saber de outros bastidores para identificar de quem Betse está falando. Se souber, a coisa toda fica mais engraçada. Reprise, colorido, 96 min. Amanhã A Globo exibe amanhã, no Intercine, o preferido do público entre – Lágrimas do Sol, de Antoine Fuqua, com Bruce Willis, Monica Bellucci e Fionnula Flanagan, sobre militar da Marinha que deve resgatar médica na selva africana; ela condiciona sua saída do local ao salvamento dos refugiados em seu hospital; está formado o quadro para o conflito entre dever e consciência humanitária (EUA, 2003 , fone 0800-709011); e Proposta Indecente, de Adrian Lyne, com Robert Redford, Demi Moore e Woody Harrelson, obra que causou grande polêmica e foi considerada audaciosa há 17 anos, sobre milionário que oferece a homem endividado uma fortuna para dormir com a mulher dele; de
novo temos aqui em embate entre consciência, ou ética, e necessidade (EUA,1993, fone 0800-70-9012). TV Paga Satyricon de Fellini 22 h no Telecine Cult (Satyricon di Fellini). Itália, 1969. Direção de Federico Fellini, com Martin Potter, Hiram Keller, Salvo Randone, Magali Noel, Capucine, Alain Cuny, Fanfulla, Donyale Luna.
Na época de A Doce Vida (1960), Fellini chegou a dizer que estava fazendo o Satyricon dos tempos modernos. Se aquele filme abriu a década de 1960 e antecipou as mudanças de comportamento que iriam marcá-la, o grande diretor propõe aqui uma marcha-ré, fechando aqueles anos – os que mudaram tudo – com um retorno à fonte de Petrônio. Ele se baseia no autor clássico do Império Romano para narrar as aventuras de Encólpio e Ascilto num mundo que, mais do que em transformação, está em declínio. Pedofilia, homossexualismo, canibalismo, rituais e perversi-
dades diversas – Fellini espelha na Roma antiga uma discussão sobre os valores (morais) que era própria do biênio 1969/70. Três anos mais tarde, ele fez outro grande afresco sobre Roma. Todos os filmes citados possuem uma estrutura episódica. Você poderia mudar incidentes de lugar sem modificar a estrutura dramática. Mas, de todos, o visual de Satyricon é o mais delirante (e impressionante). Reprise, colorido, 128 min. Impacto Fulminante 23h40 no TCM (Suddeen Impact). EUA, 1983. Direção e interpretação de Clint Eastwood, com Sondra Locke, Pat Hingle, Bradford Dillman.
Clint dirige e interpreta o quarto filme da série com o policial conhecido como Dirty Harry. Ele era casado com Sondra Locke, que faz a protagonista feminina. A trama gira em torno de violência contra a mulher, mostrando a caçada a um estuprador. Dirty Harry sempre foi um personagem polêmico. Aqui, mais que nunca. Reprise, colorido, 117 min.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Guia. Cinema ESTREIAS
CLASSIFICAÇÃO DOS FILMES
★ ruim | ★★ regular | ★★★ bom | ★★★★ ótimo
Uol Lumière, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Kinoplex Itaim, Reserva Cultural.
O Pequeno Nicolau Le Petit Nicolas, França/2009, 91 min. Infantil. Dir. Laurent Tirard. Com Máxime Godart, Valérie Lemercier e Kad Merad. Conta a história de Nicolau, um menino que tem medo de ser ignorado pelos pais quando suspeita que eles esperam um outro bebê. Livre. DUBLADO: Bourbon, Cidade Jardim, Cine Sabesp, Cine Tam, Cine Uol Lumière, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Metrô Santa Cruz. LEGENDADO: Belas Artes, Bourbon, Cine Sabesp, Cine TAM, Cine Uol Lumière, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Reserva Cultural.
Vittorio de Sica – Minha Vida, Meus Amores Vittorio D, Itália/2009, 92 min. Documentário. Dir. Mario Canale e Annarosa Morri. Depoimentos de Clint Eastwood, Mario Monicelli, Ken Loach, Woody Allen e Mike Leigh. Traça a trajetória do cineasta italiano Vittorio de Sica, por meio do making of de seus filmes e depoimentos de colegas. Livre. Cine Bombril, Cine TAM, Cinesesc, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Cartas para Julieta ★★
Letters To Juliet, EUA/2010, 105 min. Romance. Dir. Gary Winick. Com Amanda Seyfried, Gael García Bernal e Vanessa Redgrave. A jovem Sophie ajuda uma senhora a tentar reencontrar o grande amor. 10 anos. Anália Franco, Bourbon, Boulevard Tatuapé, Central Plaza, Cine TAM, Iguatemi, Gemini, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Market Place, Pátio Higienópolis, Villa-Lobos.
Elevado 3.5 ★★★ Brasil/2007, 72 min. Documentário. Dir. João Sodré, Maíra Bühler e Paulo Pastorelo. O filme retrata a vida de pessoas que moram ou trabalham perto do Minhocão, famosa via elevada paulistana. 10 anos. Espaço Unibanco.
Em Busca de uma Nova Chance The Greatest, EUA/2009, 99 min. Drama. Dir. Shana Feste. Com Carey Mulligan, Susan Sarandon. A família Brewer passa precisa superar morte do filho Bennett. 12 anos. Bristol, Gemini, Pátio Paulista Playarte.
Em Teu Nome ★★
EM CARTAZ Abraço Corporativo ★★★
Brasil/2009, 75 min. Documentário. Dir. Ricardo Kauffman. O consultor de RH Ary Itnem busca a divulgar a Teoria do Abraço na mídia. Livre. Belas Artes.
Brasil/2009, 100 min. Drama. Dir. Paulo Nascimento. Com Leonardo Machado, Fernanda Moro e Marcos Paulo. O filme retrata a Ditadura Militar brasileira através da história do estudante Boni. 14 anos. Bourbon, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex.
O Escritor Fantasma ★★★★
Aproximação ★★★★ Disengagement, Alemanha-Itália-Israel-França/2007, 115 min. Drama. Dir. Amos Gitai. Com Juliette Binoche, Liron Levo, Jeanne Moreau. Após a morte de seu pai, Ana decide tentar encontrar a filha. 12 anos. Belas Artes.
The Ghost Writer, Alemanha-EUA/2010, 128 min. Drama. Dir. Roman Polanski. Com Ewan McGregor. Escritor é contratado para redigir livro sobre as memórias do primeiro-ministro da Inglaterra. 12 anos. Belas Artes, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Gemini.
Brilho de uma Paixão ★★★★
Esquadrão Classe A ★★
Bright Star, Austrália-França-Reino Unido/2009, 119 min. Drama. Dir. Jane Campion. Com Abbie Cornish, Ben Whishaw e Paul Schneider. Narra a história de Fanny, uma garota que se apaixona pelo poeta John Keats. 12 anos. Bourbon, Bristol, Cine Bombril, Cine TAM, Cine
The A-Team, EUA/2010, 121 min. Aventura. Dir. Joe Carnahan. Com Liam Neeson, Bradley Cooper e Jessica Biel. Quatro integrantes de grupo paramilitar escapam da prisão e passam a viver como mercenários. Baseado em série de TV dos anos 80. 12 anos. DUBLADO: Butantã, Interlar Aricanduva, Marabá, Pátio Paulista Playarte. LEGENDADO: Anália Franco, Bristol, Eldorado, Jardim Sul, Kinoplex Vila Olímpia, Plaza Sul, Santana Plaza.
DIVULGAÇÃO
O Estudante ★★ El Estudiante, México/2009, 96 min. Drama. Dir. Roberto Girault. Com Jeannine Derbez, Cuauhtémoc Duque. Homem de 70 anos, decide entrar na faculdade para estudar literatura. 14 anos. Bristol, Cine UOL Lumière, Gemini.
A Fita Branca ★★★★ Das Weisse Band – Eine Deutsche Kindergeschichte,Alemanha-Áustria-França-Itália/2009, 144 min. Drama. Dir. Michael Haneke. Com Christian Friedel. No ano de 1913, uma pequena cidade da Alemanha começa a presenciar estranhos eventos. 16 anos. Belas Artes, Gemini.
Flor do Deserto ★★★ Desert Flower, Alemanha-Áustria-Reino Unido/2009, 120 min. Drama. Dir. Sherry Horman. Com Liya Kebede, Sally Hawkins. A trajetória da modelo Waris Dirie, desde sua infância sofrida na Somália até a carreira de sucesso nos Estados Unidos. 14 anos. Belas Artes, Bristol, Cidade Jardim, Frei Caneca Unib. Arteplex, Kinoplex Itaim, Reserva Cultural.
Fúria de Titãs ★★ Clash of the Titans, EUA-Reino Unido/2010, 118 min. Aventura. Dir. Louis Leterrier. Com Sam Worthington. Perseu tem a missão de salvar a Terra. Para isso, tem de lutar contra Hades, deus do submundo. 14 anos. DUBLADO: Butantã, Central Plaza, Interlagos, Interlar Aricanduva, Metrô Itaquera, Metrô Tatuapé, Plaza Sul, Shopping D, SP Market. LEGENDADO: Eldorado (3D), Metrô Santa Cruz.
O Golpista do Ano ★★ I Love You Phillip Morris, EUA/2008, 102 min. Comédia. Dir. Glenn Ficarra e John Requa. Com Jim Carrey, Ewan McGregor e Rodrigo Santoro. Steven Russel resolveu assumir sua homossexualidade e passa a viver a vida intensamente. 16 anos. Anália Franco, Bourbon, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Jardim Sul.
Hanami – Cerejeiras em Flor
★★★★ Kirschblüten – Hanami, Alemanha–França/2008, 127 min. Drama. Dir. Doris Dörrie. Com Elmar Wepper e Hannelore Elsner. Ao saber que o marido tem pouco tempo de vida, Trudi decide fazer com que ele aproveite com alegria o tempo que lhe resta. Um incidente muda o curso da história. 14 anos. Frei Caneca Unibanco Arteplex .
Brilho de uma Paixão. Garota se apaixona pelo poeta Keats Homem de Ferro 2 ★★ Iron Man 2, EUA/2010, 124 min. Ação. Dir. Jon Favreau. Com Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Scarlett Johansson, Mickey Rourke, e Samuel L. Jackson. Tony Stark enfrenta as consequências de ter revelado ao mundo que é o Homem de Ferro. 12 anos. DUBLADO: Interlar Aricanduva.
Os Homens que Não Amavam as Mulheres ★★★
Män Som Hatar Kvinnor, Suécia/2009, 152 min. Suspense. Dir. Niels Arden Oplev. Com Michael Nyqvist, Noomi Rapace. Um jornalista e uma detetive investigam o caso de uma garota que desapareceu há 36 anos. 16 anos. Belas Artes.
Ilha do Medo ★★★★ Shutter Island, EUA/2009, 148 min. Drama. Dir. Martin Scorsese. Com Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo. Detetive viaja até um hospital psiquiátrico – em uma ilha – de onde uma perigosa assassina fugiu. 16 anos. Belas Artes.
A Jovem Rainha Vitória ★★★
The Young Victoria, EUA-Reino Unido/2009, 100 min. Drama. Dir. Jean-Marc Vallée. Com Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany. Vitória assume o trono da Inglaterra e precisa enfrentar uma crise constitucional e lidar com seus sentimentos. 10 anos. Belas Artes, Bourbon, Cidade Jardim, Cine TAM, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Iguatemi, Kinoplex Itaim, Pátio Higienópolis, Reserva Cultural .
Kick-Ass – Quebrando Tudo ★
Kick-Ass, EUA/2010, 118 min. Ação. Dir. Matthew Vaughn. Com Nicolas Cage, Aaron Johnson e Clark Duke. Dave está cansado de sofrer injustiças nas ruas. Influenciado por histórias em quadrinhos, ele sai pela cidade, vestindo uma fantasia, para enfrentar bandidos. 16 anos. Central Plaza.
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PARA QUEM NÃO ECONOMIZA EM BOM GOSTO, MAS SABE DAR VALOR AO DINHEIRO.
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Mademoiselle Chambon ★★★
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França/2009, 101 min. Drama. Dir. Stéphane Brizé. Com Vincent Lindon e Sandrine Kiberlain. Jean é um pai de família que tem uma vida tranquila. Mas isso muda quando ele se vê atraído pela professora de seus filhos, Mademoiselle Chambon. 12 anos. Reserva Cultural.
Mary e Max – Uma Amizade Diferente ★★★ Mary and Max, Austrália/2009, 93 min. Animação. Dir. Adam Elliot. A amizade entre uma menina solitária de oito anos e um homem de quarenta anos. Livre. Belas Artes. Ambiente Rosa May Sampaio | CASACOR 2010
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Coeurs, França-Itália/2006, 120 min. Drama. Dir. Alain Resnais. Com Sabine Azéma e Lambert Wilson. As carências e fantasias secretas de um grupo de personagens, entre eles um corretor de imóveis apaixonado por sua colega de trabalho. 16 anos. Belas Artes.
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Patrick 1.5 Patrick 1,5, Suécia/2008, 103 min. Comédia. Dir. Ella Lemhagen. Com Gustaf Skarsgård, Torkel Petersson. Casal gay decide adotar uma criança, mas, por um erro, recebem um adolescente de 15 anos. 12 anos. Espaço Unib., Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Plano B ★★
The Back-Up Plan, EUA/2010, 106 min. Comédia Romântica. Dir. Alan Poul. Com Jennifer Lopez, Alex O'Loughlin e Michaela Watkins. Zoe cansou de esperar pelo homem perfeito e resolve fazer inseminação artificial. Mas, no mesmo dia conhece Stan. 12 anos. Boavista, Metrô Itaquera, Shopping D. LEGENDADO: Anália Franco, Bourbon, Bristol, Central Plaza, Cidade Jardim, Eldorado, Jardim Sul, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Market Place, Metrô Santa Cruz.
O Preço da Traição Chloe, Canadá-EUA-França/2009, 99 min. Drama. Dir. Atom Egoyan. Com Julianne Moore. O relacionamento de Catherine e David vai bem, até que ela passa a suspeitar de que o marido a trai. 16 anos. Gemini.
Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo ★★★
Prince of Persia: The Sands of Time, EUA/2010, 116 min. Aventura. Dir. Mike Newell. Com Jake Gyllenhaal, Gemma Arterton, Ben Kingsley e Alfred Molina. O Príncipe Dastan precisa recuperar o poder e proteger uma antiga adaga mágica. 12 anos. DUBLADO: Anália Franco, Boavista, Butantã, Continental, Interlagos, Interlar Aricanduva, Jardim Sul, Marabá, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Penha, Plaza Sul, Santana Plaza, Shopping D, SP Market. LEGENDADO: Anália Franco, Boulevard Tatuapé, Bourbon, Bristol, Central Plaza, Jardim Sul, Kinoplex Vila Olímpia, Market Place, Metrô Santa Cruz, Pátio Paulista Cinemark, Santana Plaza, Shopping D.
O Profeta ★★★★
Un Prophète, França/2009, 155 min. Drama. Dir. Jacques Audiard. Com Tahar Rahim, Niels Arestrup. Malik é condenado a seis anos de prisão. Na cadeia, recebe ordens e missões do líder de uma gangue. Mas Malik não quer apenas obedecer e começa a bolar seus próprios planos. 18 anos. Cine Bombril, Espaço Unib., Reserva Cultural.
Quincas Berro D’Água ★★★
Brasil/2010, 104 min. Comédia. Dir. Sérgio Machado. Com Paulo José. Em vez do velório tradicional como deseja a família de Quinca, amigos levam defunto para uma última noitada. 14 anos. Espaço Unib., Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Rita Cadillac – A Lady do Povo
★★★ Brasil/2007, 77 min. Documentário. Dir. Toni Venturi. Mostra o dia a dia de Rita Cadillac com depoimentos de amigos e conhecidos da ex-chacrete. 18 anos. Espaço Unibanco.
A Saga Crepúsculo: Eclipse The Twilight Saga: Eclipse, EUA/2010, 135 min. Romance. Dir. David Slade. Com Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner e Dakota Fanning. Bella precisa fazer uma escolha: ficar com seu verdadeiro amor, o vampiro Edward, ou conservar a amizade com o lobisomem Jacob. 12 anos. DUBLADO: Anália Franco, Boavista, Boulevard Tatuapé, Bourbon, Butantã, Campo Limpo, Center Norte, Central Plaza, Continental, Eldorado, Interlagos, Interlar Aricanduva, Itaim Paulista, Jardim Sul, Kinoplex Vila Olímpia, Lapa, Marabá, Market Place, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Pátio Paulista Cinemark, Penha, Plaza Sul, Santana Plaza, Shopping D, SP Market, Villa-Lobos, West Plaza. LEGENDADO: Anália Franco, Boavista, Boulevard Tatuapé, Bourbon, Bristol, Center Norte, Central Plaza, Cidade Jardim, Cine Tam, Eldorado, Frei Caneca Unibanco Arteplex, Iguatemi, Interlagos, Interlar Aricanduva, Jardim Sul, Kinoplex Itaim, Kinoplex Vila Olímpia, Marabá, Market Place, Metrô Itaquera, Metrô Santa Cruz, Metrô Tatuapé, Pátio Higienópolis, Pátio Paulista Cinemark, Pátio Paulista Playarte, Penha, Plaza Sul, Santana Plaza, Shopping D, SP Market, Villa-Lobos.
O Segredo dos seus Olhos ★★★
El Secreto de sus Ojos, Argentina-Espanha/2009, 127 min. Drama. Dir. Juan José Campanella. Com Ricardo Darín e Soledad Villamil. Detetive investiga o assassinato de uma mulher, ocorrido há 25 anos. 14 anos. Belas Artes.
Sempre Bela ★★★★
Belle Toujours, França-Portugal, 70 min. Drama. Dir. Manoel de Oliveira. Com Michel Piccoli e Bulle Ogier. Inspirado no livro de Joseph Kessel, o filme retoma os personagens Henri Husson e Séverine Serizy do longametragem ‘A Bela da Tarde’, de Luís Buñuel. 14 anos. Frei Caneca Unibanco Arteplex.
Sex and the City 2 ★★
EUA/2010, 146 min. Comédia. Dir. Michael Patrick King. Com Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Kim Cattrall e Penélope Cruz. Samantha, Charlotte, Miranda e Carrie decidem quebrar a rotina e viajar ao Oriente Médio. 14 anos. Jardim Sul, Pátio Paulista Cinemark, Pátio Paulista Playarte.
Solo ★★★ Brasil/2009, 72 min. Drama. Dir. Ugo Giorgetti. Com Antonio Abujamra. Homem reflete sobre a cidade de São Paulo e o mundo atual. Livre. Espaço Unibanco .
Toy Story 3 ★★★★
EUA/2010, 113 min. Animação. Dir. Lee Unkrich. Quando o jovem Andy vai para a faculdade, decide doar seus brinquedos para uma creche. Livre. DUBLADO: Anália Franco (3D), Boavista, Boulevard Tatuapé, Bourbon (Imax – 3D), Bristol (3D), Butantã, Campo Limpo (3D), Center Norte (3D), Central Plaza (3D), Cidade Jardim (3D), Cine TAM (3D), Eldorado (3D), Frei Caneca Unibanco Arteplex (3D), Iguatemi (3D), Interlagos (3D), Interlar Aricanduva (3D), Itaim Paulista, Jardim Sul (3D), Kinoplex Itaim (3D), Kinoplex Vila Olímpia (3D), Lapa, Marabá (3D), Market Place (3D), Metrô Itaquera (3D), Metrô Santa Cruz (3D), Metrô Tatuapé (3D), Pátio Higienópolis (3D), Pátio Paulista Cinemark (3D), Penha, Plaza Sul (3D), Santana Plaza (3D), Shopping D (3D), SP Market (3D), Villa-Lobos (3D), West Plaza. LEGENDADO: Anália Franco (3D), Bourbon (Imax – 3D), Bristol (3D), Central Plaza (3D), Cidade Jardim (3D), Cine TAM (3D), Eldorado (3D), Frei Caneca Unibanco Arteplex (3D), Iguatemi (3D), Jardim Sul (3D), Kinoplex Itaim (3D), Kinoplex Vila Olímpia (3D), Market Place (3D), Metrô Santa Cruz (3D), Pátio Higienópolis (3D), Pátio Paulista Cinemark (3D), Santana Plaza (3D), Shopping D (3D), SP Market (3D), Villa-Lobos (3D).
Tudo Pode Dar Certo ★★★
Whatever Works, EUA/2009, 92 min. Comédia. Dir. Woody Allen. Com Larry David, Evan Rachel Wood, Ed Begley Jr. e Patricia Clarkson. Velho mal-humorado resolve abrigar uma menina de 21 anos em sua casa. 14 anos. Belas Artes, Espaço Unibanco, Gemini.
Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo ★★★★
★★★★ Brasil/2009, 107 min. Drama. Dir. Laís Bodanzky. Com Francisco Miguez, Caio Blat, Paulo Vilhena e Denise Fraga. Garoto passa por experiências e confusões típicas da adolescência. 14 anos. Central Plaza, Cine Sabesp, Frei Caneca Uniban-
Robin Hood ★★★ EUA/2010, 140 min. Aventura. Dir. Ridley Scott. Com Russell Crowe, Cate Blanchett e Mark Strong. Mostra como teve início a lenda do arqueiro que roubava dos ricos para dar aos pobres. 14 anos. DUBLADO: Continental.
Brasil/2009, 71 min. Drama. Dir. Marcelo Gomes e Karim Aïnouz. Construido de forma experimental, conta a história de um geólogo que faz uma viagem de trabalho, enquanto relembra seu amor. 14 anos. Cine Bombril, Espaço Unibanco, Frei Caneca Unibanco Arteplex .
- 13h50 / 16h20 / 19h00 / 21h40. ● 3 (181 lug.). Eclipse - 14a. - 14h00 / 16h30 / 19h00 / 21h30. ● 4 (103 lug.). O Pequeno Nicolau - dub. - L. 14h00 / 16h00 / 18h00. Legendado 20h00 / 22h00. ● 5 (103 lug.). Hanami - Cerejeiras em Flor - L. 14h00. Flor do Deserto - 14a. 16h30 / 19h00 / 21h30. ● 6 (125 lug.). O Golpista do Ano - 16a. - 14h10 / 16h20 / 22h00. Vittorio de Sica - Minha Vida, Meus Amores - L. - 18h30. Sempre Bela - 12a. - 20h10. ● 7 (103 lug.). Brilho de Uma Paixão - 14a. 14h00 / 19h00. A Jovem Rainha Vitória - 10a. - 16h30 / 21h30. ● 8 (103 lug.). As Melhores Coisas do Mundo - 14a. - 14h20. Em Teu Nome 14a.16h20. Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo - 14a. - 18h20. Quincas Berro D’Água - 14a. - 20h00 / 22h00. ● 9 (125 lug.). Escritor Fantasma - 14a. - 15h00 / 19h30. Patrik 1.5 - 12a. - 17h30 / 22h00. ★ Iguatemi - Cinemark Av. Brig. Faria Lima, 2.232, Jd. Paulistano. 3815-8713. De R$ 18 a R$ 29. Poltronas numeradas. ● 1 (266 lug.). Toy Story 3 - 3D - dub. - L. 11h00 / 13h30 / 16h30 / 19h30. Legendado 22h00. ● 2 (129 lug.). Cartas para Julieta - 10a. - 12h10 / 17h20 / 22h15. A Jovem Rainha Vitória - 10a. - 15h00 / 19h45. ● 3 (131 lug.). Eclipse - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 4 (140 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h30 / 15h30 / 18h10 / 20h40. ● 5 (140 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 21h50. ● 6 (172 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ★ Interlagos - Cinemark Av. Interlagos, 2.255, V. Inglesa. 5565-2570. De R$ 10 a R$ 15. (*) 3D De R$ 18 a R$ 21. ● 1 (201 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h55 / 14h30 / 17h10 / 19h40 / 22h10. ● 2* (294 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h40 / 21h10. ● 3 (207 lug.). Eclipse - dub. - 14a. 12h30 / 15h30 / 18h30 / 21h30. ● 4 (208 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 5 (161 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. 11h20 / 14h00 / 16h45 / 19h30 / 22h15. ● 6 (201 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h40 / 14h10 / 16h40 / 19h10 / 21h40. ●7 (212 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 8 (197 lug.).Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 9 (125 lug.). Fúria de Titãs - dub. 14a. - 12h35 / 15h00 / 17h25 / 19h55 / 22h20. ● 10 (119 lug.). Eclipse dub. - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ★ Interlar Aricanduva - Cinemark Av. Aricanduva, 5.555, Aricanduva. 3444-2564. De R$ 10 a R$ 22. ●1 (176 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 12h10 / 14h40 / 17h10 / 19h45 / 22h15. ● 2 (177 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h00 / 13h50 / 16h55 / 20h05. ● 3 (192 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h00 / 13h50 / 16h55 / 20h05. ● 4 (133 lug.). Fúria de Titãs - dub. - 14a. - 11h20 / 13h30 / 15h50 / 18h20 / 20h40. ● 5 (134 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 6 (206 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h35 / 14h00 / 16h25 / 19h05 / 21h35. ● 7 (117 lug.).Esquadrão Classe A dub. - 12a. - 17h20 / 22h30. As Melhores Coisas do Mundo - 14a. 15h00. Homem de Ferro 2 - dub. - 12a. - 12h25 / 19h55. ● 9 (178 lug.). Toy Story 3 - dub. - 12a. - 12h35 / 15h05 / 17h35 / 20h00 / 22h25. ● 10* (520 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 12h20 / 15h15 / 18h05 / 20h45. ● 11 (239 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h30 / 17h30 / 20h30. ● 12 (237 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 13 (189 lug.). Toy Story 3 - dub. - 12a. - 12h05 / 14h45 / 17h15 / 19h50 / 22h20. ● 14 (268 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h30 / 15h30 / 18h30 / 21h30. ★ Jardim Sul - UCI Av. Giovanni Gronchi, 5.830, Morumbi. 2164-7711. De R$ 15 a R$ 20. (*)3D De R$ 21a R$ 24 . Poltronas numeradas.1* (249 lug.). Toy Story 3 - 3D - dub. - L. - 14h25 / 16h50 / 19h15. Legendado 21h40. ● 2 (165 lug.). Esquadrão Classe A - 12a. - 15h25 / 20h55. Sex and the City 2 14a. - 18h00. ● 3 (191 lug.). Plano B - 12a. - 13h05 / 17h20 / 19h35 / 21h50. Ponyo - L. - 15h20. ● 4 (239 lug.). Eclipse - 12a. - 15h15 / 18h00 / 20h45. ● 5 (228 lug.). Eclipse - dub. - 12a. - 13h25 / 16h10 / 18h55 / 21h40. ● 6 (228 lug.). Eclipse - 12a. - 14h10 / 16h55 / 19h40 / 22h25. ● 7 (177 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 14h50. Legendado 17h20 / 19h50 / 22h20. ● 8 (165 lug.). O Golpista do Ano - 16a. - 14h35 / 16h45 / 18h55 / 21h05. ● 9 (413 lug.). Eclipse - 12a. - 13h00 / 15h45 / 18h30 / 21h15. ● 10 (191 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h15 / 15h40 / 18h05 / 20h30. ● 11 (235 lug.). Eclipse - dub. - 12a. - 14h45 / 17h30 / 20h15. ★ Kinoplex Vila Olímpia R. Olimpíadas, 360, V. Olímpia, 3131-2006. De R$ 18 a R$ 23. (*)3D De R$ 26 a R$ 29. (*) VIP De R$ 37 a R$ 49. ● 1 (125 lug.). Toy Story 3 dub. - L. - 14h00 / 16h30 / 19h00 / 21h20. ● 2 (125 lug.). Esquadrão Classe A - 12a. - 14h10 / 19h10. Príncipe da Pérsia - 12a. - 16h40 / 21h40. ● 3 (144 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 15h10 / 17h50 / 20h30. ● 4* (176 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 13h40 / 16h00 / 18h30. Legendado 21h00. ● 5 (189 lug.). Eclipse - 14a. - 13h30 / 16h10 / 18h50 / 21h30. ● 6* (98 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 15h40 / 18h20 / 21h00. ● 7* (98 lug.). Cartas Para Julieta - 10a. - 17h10 / 21h50. Plano B - 12a. - 14h50 / 19h30. ★ Market Place - Cinemark R. Dr. Chucri Zaidan, 920, V. Cordeiro. 3048-7405. De R$ 15 a R$ 28.
Poltronas numeradas. ● 1 (201 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 2 (369lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 3 (261 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h50 / 21h30. ● 4 (180 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h30 / 15h10 / 17h50 / 20h40. ● 5 (180 lug.). Plano B - 12a. - 17h25 / 19h45 / 22h05. As Melhores Coisas do Mundo - 14a. - 12h35 / 15h00. ● 6 (217 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h40 / 14h10 / 16h40. Legendado 19h20 / 22h10. ● 7 (134 lug.). Príncipe da Pérsia - 12a. - 13h35 / 18h40. Cartas para Julieta - 10a. - 11h10 / 16h15 / 21h20. ● 8 (219 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ★ Metrô Santa Cruz - Cinemark R. Domingos de Morais, 2.564, V. Mariana. 3471-8070. De R$ 13 a R$ 25. ● 1 (210 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h50 / 14h30 / 17h10 / 19h40 / 22h10. ● 2 (202 lug.). Plano B - 12a. - 12h20 / 15h00 / 17h20 / 19h50 / 22h15. ● 3 (268 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h40 / 15h10 / 17h45 / 20h20. ● 4 (206 lug.).Eclipse - 14a. - 12h30 / 15h30 / 18h30 / 21h30. ● 5 (203 lug.). Eclipse - 14a. - 12h30 / 15h30 / 18h30 / 21h30. ● 6 (206 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 7 (260 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h50. Legendado 21h40. ● 8 (230 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 9 (173 lug.). Fúria de Titãs - 14a. - 20h00 / 22h20. O Pequeno Nicolau - dub. - L. - 11h20 / 13h20 / 15h40 / 17h50. ● 10 (345 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 11 (206 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 11h10 / 13h50 / 16h30 / 19h10. Legendado 21h50. ★ Metrô Boulevard Tatuapé - Cinemark Rua Gonçalves Crespo s/n, Tatuapé. 2295-4006. De R$ 10 a R$ 16. ● 1 (251 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h00 / 18h30 / 21h30. ● 2 (240 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 3 (373 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 4 (240 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h40 / 14h30 / 17h20 /20h20. ● 5 (193 lug.). Príncipe da Pérsia - 12a. - 15h00 / 20h05. Cartas para Julieta - 10a. - 12h40 / 17h40. ★ Metrô Itaquera - Cine Box Av. José Pinheiro Borges, s/nº, Itaquera. 4005-9050.De R$ 9 a R$ 19. 3D R$ 21. ● 1 (427 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 15h00 / 17h50 / 20h40. ● 2 (395 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 13h10 / 16h00 / 18h50 / 21h40. ● 3 (322 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 13h30 / 16h05 / 18h30 / 21h00. ● 4 (294 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 15h05 / 17h30 / 20h00. ● 5 (315 lug.). Eclipse - 14a. - 12h40 / 15h30 / 18h20 / 21h10. ● 6 (164 lug.). Fúria de Titãs - dub. - 14a. - 14h10 / 16h30 / 18h45 / 21h15. ● 7 (208 lug.). Ponyo - dub. - L. - 14h30. Plano B - dub. - 12a. - 16h40 / 19h00 / 21h20. ● 8 (254 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 13h40 / 16h15 / 18h55 / 21h30. ★ Metrô Tatuapé - Cinemark Av. Radial Leste, s/nº, Tatuapé. 2092-9237. De R$ 10 a R$ 23. ● 1 (273 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h40 / 14h10 / 16h40 / 19h30 / 22h10. ● 2 (149 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 3 (116 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 4 (184 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h50 / 21h20. ● 5 (107 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h50 / 15h20 / 17h50 / 20h20. ● 6 (103 lug.). Fúria de Titãs - dub. - 14a. - 12h40 / 17h35 / 22h20. Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 15h00 / 19h50. ● 7 (189 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 8 (252 lug.). Eclipse - dub. - 14a. 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ★ Morumbi Cine TAM Av. Roque Petroni Junior, 1.089, Brooklin. 5189-4656. De R$ 16 a R$ 18. 4ª R$ 14. 3D De R$ 24 a R$ 26. ● 1 (248 lug.). Brilho de Uma Paixão - 14a. - 13h30 / 19h40. Cartas para Julieta - 10a. - 16h00. Vittorio de Sica - Minha Vida, Meus Amores - L. - 18h00. A Jovem Rainha Vitória - 10a. -22h00. ● 2 (207 lug.). Eclipse - 14a. - 13h30 / 16h10 / 18h50 / 21h30. ● 3 (246 lug.). Toy Story 3 - 3D - dub. - L. 13h30 / 16h00 / 18h30. Legendado 21h00. ● 4 (227 lug.). O Pequeno Nicolau - dub. - L. - 14h20 / 16h10 / 18h00 / 19h50. Legendado 21h40. ★ Pátio Higienópolis - Cinemark Av. Higienópolis, 646, Higienópolis. 3823-2875. De R$ 16 a R$ 27. ● 1 (113 lug.). Eclipse - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 2 (116 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h50 / 15h20 / 18h10 / 20h40. ● 3 (110 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 4 (96 lug.). Cartas para Julieta - 10a. - 12h40 / 17h20 / 22h10. A Jovem Rainha Vitória 10a. - 15h00 / 19h40. ● 5 (208 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 6 (217 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h40. Legendado 21h10. ★ Pátio Paulista - Cinemark R. Treze de Maio, 1947, Arco 501, Paraíso 3262-4065. De R$ 14 a R$ 27. ● 1 (216 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h50. Legendado 21h30. ● 2 (214 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 3 (214 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 4 (214 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h40 / 15h20 / 18h15 / 20h50. ● 5 (214 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 /
22h00. ● 6 (178 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h40 / 14h30 / 17h05 / 19h50 / 22h20. ● 7 (158 lug.). Sex And The City 2 - 14a. - 11h50 / 17h45. Príncipe da Pérsia - 12a. - 15h00 / 21h10. ★ Pátio Paulista - Playarte R. Treze de Maio, 1.974. Paraíso. 5053-6934 . De R$ 8 a R$ 14. ● 1 (265 lug.). Eclipse - 14a. - 13h20 / 16h00 / 18h40 / 21h20. ● 4 (186 lug.). Esquadrão Classe A - dub. - 12a. - 18h10. Em Busca de Uma Nova Chance - 12a. - 14h00 / 16h05. Sex And The City 2 - 14a. - 20h40. ★ Penha R. Dr. João Ribeiro, 304, Penha. 2091-6300. De R$ 9 a R$ 14. ● 1 (120 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 15h00 / 17h15 / 19h30 / 21h45. ● 2 (92 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 14h30 / 16h50 / 19h10 / 21h30. ● 3 (166 lug.). Eclipse - 14a. - 13h40 / 16h20 / 19h00 / 21h40. ● 4 (172 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 14h00 / 16h15 / 18h30 / 20h45. ● 5 (260 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 15h40 / 18h20 / 21h00. ● 6 (332 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 14h20 / 17h00 / 19h40. ★ Plaza Sul - Playarte Pça Leonor Kauppa, 100. - Jd. da Saúde. 5073-8642. De R$ 12 a R$ 22. ● 1 (140 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 16h30. Esquadrão Classe A - 12a. - 21h30. Ponyo - dub. - L. - 14h20. Fúria de Titãs - dub. - 14a. 19h00. ● 2 (263 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 12h20 / 14h40 / 17h00 / 19h20 / 21h40. ● 3 (140 lug.). Eclipse - 14a. - 13h21 / 16h01 / 18h41 / 21h21. ● 4 (140 lug.). Eclipse - 14a. - 13h20 / 16h00 / 18h40 / 21h20. ● 5 (140 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h20 / 15h00 / 17h40 / 20h20. ● 6 (234 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h21 / 15h01 / 17h41 / 20h21. ★ Santana Parque Shopping - UCI R. Conselheiro Moreira de Barros, 2.780 - Lauzane Paulista. 3131-2211. De R$ 11 a R$ 15. (*) 3D De R$ 19 a R$ 21. ● 1 (327 lug.). Eclipse - 14a. 13h00 / 15h45 / 18h30 / 21h15. ● 2 (167 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. 13h30 / 15h55 / 18h20 / 20h45. ● 3 (140 lug.). Plano B - 12a. - 15h10 / 19h55. Esquadrão Classe A - 12a. - 17h25 / 22h10. ● 4* (217 lug.).Toy Story 3 - 3D - dub. - L. - 14h25 / 16h50 / 19h15. Legendado 21h40. ● 5 (217 lug.). Eclipse - 14a. - 15h10 / 17h50 / 20h30. ● 6 (140 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 15h00. Legendado 17h30 / 20h00 / 22h30. ● 7 (167 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 14h00 / 16h40 / 19h20 / 22h00. ● 8 (327 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 14h45 / 17h30 / 20h15. ★ Shopping D - Cinemark Av. Cruzeiro do Sul, 1.100, Ponte Pequena. 3326-9171. De R$ 12 a R$ 23. ● 1 (246 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h10 / 14h40 / 17h10 / 19h40 / 22h10. ● 2 (291 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 3 (298 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h40. Legendado 21h10. ● 4 (351 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 5 (219 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h10 / 15h40 / 18h10 / 20h40. ● 6 (183 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 7 (231 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h30 / 15h20 / 18h30 / 21h30. ● 8 (130 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 11h20 / 13h55 / 16h30. ● 9 (116lug.). Fúria de Titãs - dub. - 14a. - 12h20 / 15h00 / 17h20 / 19h45 / 22h05. ● 10 (146lug.). Plano B - dub. - 12a. - 11h10 / 13h25 / 15h50 / 18h20 / 20h50. ★ SP Market - Cinemark Av. das Nações Unidas, 22.540, Jurubatuba. 5686-2595. De R$ 12 a R$ 24. ● 1 (163 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h10 / 13h40 / 16h15 / 18h45 / 21h15. ● 2 (156 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h30 / 15h30 / 18h30 / 21h30. ● 3 (383 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 4 (254 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h00 / 13h45 / 16h45 / 19h35 / 22h20. ● 5 (128 lug.). Fúria de Titãs - dub. - 14a. 17h20 / 19h45 / 22h10. As Melhores Coisas do Mundo - 14a. - 12h10 / 15h00. ● 6 (127 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 11h50 / 14h30 / 17h10 / 20h00. ● 7 (227 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 8 (328 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 9 (328 lug.).Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h40 / 14h10 / 16h40 / 19h10. Legendado 21h40. ● 10 (160 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 11 (282 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h40 / 15h10 / 17h40 / 20h20. ★ Villa-Lobos - Cinemark Av. das Nações Unidas, 4.777, Alto da Lapa. 3024-3851. De R$ 15 a R$ 27. ● 1 (271 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h50. Legendado 21h30. ● 2 (105 lug.). Cartas para Julieta - 10a. 12h10 / 17h20 / 22h15. As Melhores Coisas do Mundo - 14a. - 15h00 / 19h40. ● 3 (129 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h40 / 14h00 / 16h40 / 19h25 / 22h10. ● 4 (163 lug.). Eclipse - 14a. - 11h25 / 14h25 / 17h25 / 20h25. ● 5 (163 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 6 (129 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h40 / 15h15 / 17h40 / 20h20. ● 7 (122 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ★ West Plaza - Playarte Av. Francisco Matarazzo, s/nº, Barra Funda. 5053-6935. De R$ 12 a R$ 16. ● 1 (175 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 13h20 / 16h00 / 18h40 / 21h20. ● 2 (170 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h20 / 14h40 / 17h00 / 19h20 / 21h40.
Cine. Salas. Horários Esta programação é de responsabilidade exclusiva dos exibidores e pode ser alterada à última hora. Confira pelo telefone antes de sair de casa + = também e menos = não haverá sessão CINECLUBES E SALAS ESPECIAIS ★ Centro Cultural Banco do Brasil (70 lug.). R. Álvares Penteado,112, Centro. 3113-3651. Grátis e R$ 4. Emoção e Poesia: O Cinema de Yasujiro Ozu. Filmes e horários variados. ★Cinusp Paulo Emílio (100 lug.). Rua do Anfiteatro, 181,Colméia, Favo 4, Cidade Universitária. 3091-3540.Mostra: Irmão Marx. Filmes e horários variados. ★ Cinemateca Brasileira - Sala Petrobrás (110 lug.), Sala BNDES (210 lug.). Lgo. Senador Raul Cardoso, 207, V. Clementino. 3512-6111. Grátis e R$ 8.Fábrica de Sonhos: 100 Anos de Cinema e Psicanálise (IPA). Filmes e horários variados. Imagens do Oriente - Clássicos do Cinema Egípcio. Filmes e horários variados. IV Mostra de Bollywood e Cinema Italiano. Filmes e horários variados. AUGUSTA, PAULISTA E JARDINS ★ Belas Artes R. da Consolação, 2.423, Cerq. César. 3258-4092. De R$ 8 a R$ 16. ● 1 (293 lug.). Pequeno Nicolau - L. 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ● 2 (245 lug.). Tudo Pode Dar Certo - 12a. - 14h30 / 16h30 / 21h00. O Escritor Fantasma - 14a. - 18h30. ● 3 (163 lug.). Aproximação - 12a.15h40. Os Homens Que Não Amavam as Mulheres - 16a. 18h10. A Ilha do Medo - 16a. - 21h10. ● 4 (154 lug.). Mary e Max - 12a. - 14h00. A Jovem Rainha Vitória - 10a. 18h30. O Segredo dos Seus Olhos - 12a. - 16h00 / 20h30. ● 5 (97 lug.). Medos Privados em Lugares Públicos - 14a. 14h40. Abraço Corporativo - L. 17h00. Cineclube: O Homem Sem Passado - 14a. - 19h00. A Fita Branca - 12a. - 21h00. ● 6 (88 lug.). Flor do Deserto - 14a. 14h10 / 16h30 / 19h00 / 21h10. ★ Bristol - Playarte Av. Paulista, 2.064. 3289-0509. De R$ 15 a R$ 27. ● 1 (444 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 12h20 / 14h40 / 17h00 / 19h20. Legendado 21h40. ● 2 (144 lug.).Eclipse - 14a. - 12h20 / 15h00 / 17h40 / 20h20. ● 3 (144 lug.). Ponyo - L. - 13h30 / 15h35. Eclipse - 14a. - 17h41 / 20h21. ● 4 (177 lug.). Brilho de Uma Paixão - 16a. - 13h30 / 16h00 / 18h30 / 21h00. ● 5 (133 lug.). Flor do Deserto - 14a. - 13h45 / 16h15 / 21h15. Em Busca de Uma Nova Chance - 12a. - 18h45. ● 6 (242 lug.). Eclipse 14a. - 13h20 / 16h00 / 18h40 / 21h20. ● 7 (115 lug.). O Estudante - 14a. 16h45. Plano B - 12a. - 13h55. Príncipe da Pérsia - 12a. - 18h55. Esquadrão Classe A - 14a. - 21h25. ★ Cine Bombril Av. Paulista, 2.073. 3285-3696. De R$ 16 a R$ 18. 4ª R$ 12. Sessão Folha: De R$ 5 a R$ 10. Poltronas numeradas. ● 1 (300 lug.). Brilho de Uma Paixão - 16a. - 14h40 / 17h10 / 21h30. Vittorio de Sica - Minha Vida, Meus Amores - L. - 19h40. ● 2 (100 lug.). O Profeta - 18a. - 14h00 / 18h20 / 21h10. Projeto Folha: Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo - 14a. 16h50. ★ Cinesesc (326 lug.). R. Augusta, 2.075, Jd. Paulista. 3087-0500. De R$ 8 a R$ 12.Vittorio de Sica - Minha Vida, Meus Amores - L. - 15h00 / 17h00. Mostra: Takashi Miike Filme e horários variados. ★ Espaço Unibanco R. Augusta, 1.475, Cerq. César. 3288-6780. De R$ 12 a R$ 18. 5ª R$ 8. ● 1 (268 lug.). A Jovem Rainha Vitória - 10a. 14h00 / 20h00. Patrik 1.5 - 12a. 16h00 / 22h00. Vittorio de Sica - Minha Vida, Meus Amores L.18h00.● 2 (240 lug.). O Profeta - 18a.- 14h00 / 17h00 / 21h10. Solo L. 19h50.● 3 (189 lug.). O Pequeno Nicolau - dub. - L. 14h00 / 16h00. Legendado 18h00 / 20h00 / 22h00. ★ Espaço Unibanco R. Augusta, 1.470, Cerq. César. 3287-5590. De R$ 12 a R$ 18. 4 (107 lug.). Tudo Pode Dar Certo - 12a. - 14h00 / 18h00 / 22h00. O Escritor Fantasma - 14a. - 15h40 / 19h40. ● 5 (51 lug.). Rita Cadillac - A Lady do Povo - 18a. 14h30. Em Teu Nome - 14a. 16h00. Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo - 14a. 18h10. Quincas Berro D’Água - 14a. 19h50. Elevado 3.5 - 10a. 21h50. ★ Gemini Av. Paulista, 807. 3289-3566. De R$ 14 a R$ 16. ● 1 (379 lug.). Cartas Para Julieta 14h00 / 21h20. O Preço da Traição - 16a. - 15h55. Em Busca de Uma Nova Chance 17h40. Tudo Pode Dar Certo 19h30.● 2 (379 lug. ). O Estudante 14h40 / 21h40. O Escritor Fantasma - 14a. - 16h30. A Fita Branca 19h00. ★ Reserva Cultural
Av. Paulista, 900. 3287-3529. De R$ 13 a R$ 20. ● 1 (190 lug.). O Pequeno Nicolau - dub. - L. - 13h45 / 15h30. Legendado 19h35. Brilho de Uma Paixão - 16a. - 17h20 / 21h20. ● 2 (161 lug.). Brilho de Uma Paixão - 16a. - 13h40. Mademoiselle Chambon 16h00. Mostra: Takashi Miike 18h00 / 20h00 / 22h00. ● 3 (120 lug.). Flor do Deserto - 14a. 13h30 / 18h40. O Profeta - L. - 15h45 / 21h00. ● 4 (110 lug.). Flor do Deserto 14a. - 15h10 / 21h30. A Jovem Rainha Vitória - 10a. 13h15 / 17h30 / 19h30. CENTRO ★ Marabá Av. Ipiranga, 757, Centro. 5053-6881. De R$ 9 a R$ 16. ● 1 (430lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 14h00 / 16h20 / 18h40 / 21h00. ● 2 (122 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 18h10 / 20h40. Esquadrão Classe A - dub. - 12a. - 13h10 / 15h40. ● 3 (133 lug.). Eclipse - 14a. - 13h20 / 16h00 / 18h40 / 21h20. ● 4 (161 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h21 / 15h01 / 17h41 / 20h21. ● 5 (176 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h20 / 15h00 / 17h40 / 20h20. BAIRROS ★ Cine Sabesp (271 lug.). R. Fradique Coutinho, 361, Pinheiros. 5096-0585. De R$ 16 a R$ 18. 4ª R$ 12.O Pequeno Nicolau - dub. - L. - 14h00 / 15h50 / 17h40. Legendado19h30. As Melhores Coisas do Mundo - 14a. - 21h30. ★ Itaim Paulista Av. Marechal Tito, 7.579. Itaim Paulista. 2571-7649. De R$ 4 a R$ 8.● 1 (187 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 13h30 / 16h00 / 18h30 / 21h00. ● 2 (161 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h00 / 15h00 / 17h00 / 19h00 / 21h00. ★ Kinoplex Itaim R. Joaquim Floriano, 466, Itaim Bibi. 3131-2006. De R$ 18 a R$ 23. 3D De R$ 26 a R$ 29. Poltronas numeradas. ● 1 (187lug.). A Jovem Rainha Vitória - 10a. - 16h30 / 21h20. Brilho de Uma Paixão - 16a. - 14h00 / 18h50. ● 2 (161 lug.). Plano B - 12a. - 14h30 / 16h50 / 19h10 / 21h35. ● 3 (184 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 15h40 / 18h20 / 21h00. ● 4 (158 lug.). Cartas para Julieta - 10a. - 13h40 / 18h40 / 21h10. Flor do Deserto 14a. - 16h00. ● 5 (321 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 13h20 / 15h50 / 18h20. Legendado 20h50. ● 6 (319 lug.). Eclipse - 14a. - 13h30 / 16h10 / 18h50 / 21h30. ★ Cine UOL Lumière - Playarte R. Joaquim Floriano, 339, Itaim Bibi. 3071-4418. De R$ 15 a R$ 19.● 1 (195 lug.). Brilho de Uma Paixão - 16a. - 14h00 / 19h00 / 21h30. O Estudante - 14a. - 16h30. ● 2 (170 lug.). O Pequeno Nicolau - dub. - L. 14h45 / 16h45. Legendado 18h45 / 20h45. SHOPPINGS ★ Anália Franco - UCI R. Regente Feijó, 1.739, Tatuapé. 2164-7790. De R$ 11 a R$ 17. (*) 3D De R$ 19 a R$ 23 . ● 1 (382 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 15h45 / 18h30 / 21h15. ● 2 (308 lug.). Eclipse - 14a. - 14h00 / 16h45 / 19h30 / 22h15. ● 3 (242 lug.). Eclipse - 14a. - 13h30 / 16h15 / 19h10 / 21h55. ● 4 (120 lug.). Plano B - 12a. - 14h25 / 18h40. Esquadrão Classe A - 12a. - 20h55. Ponyo - L. - 16h40. ● 5 (132 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. 15h00. Legendado 17h30 / 20h00 / 22h30. ● 6 (239 lug.). O Golpista do Ano - 16a. - 13h05 / 17h25 / 21h45. Cartas Para Julieta - 10a. - 15h10 / 19h30. ● 7* (418 lug.). Toy Story 3 - 3D - dub. - L. - 14h25 / 16h50 / 19h15. Legendado 21h40. ● 8 (295 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 14h45 / 17h30 / 20h15. ● 9 (203 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 15h15 / 17h40 / 20h05 / 22h30. ★ Boavista R. Borba Gato, 59, Santo Amaro. 5547-6060. De R$ 8 a R$ 14. ● 1 (183 lug.). Eclipse - 14a. - 13h40 / 16h20 / 19h00 / 21h40. ● 2 (330 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 15h40 / 18h20 / 21h00. ● 3 (118 lug.). Eclipse dub. - 14a. - 14h20 / 17h00 / 19h40. ● 4 (95 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 14h30 / 16h45 / 19h15 / 21h30. ● 5 (95 lug.). Plano B - dub. - 12a. 14h45 / 19h10. Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. - 16h50 / 21h15. ★ Bourbon - Espaço Unibanco R. Turiaçu, 2.100, Pompeia. 3673-3949. De R$ 16 a R$ 20. 4ª R$ 12. 3D R$ 22 a R$ 24. (*)Vip.● 1 (213 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. 13h40 / 16h10 / 18h40. Legendado 21h10. ● 2 (202 lug.). Eclipse - 14a. - 13h30 / 16h10 / 18h50 / 21h30. ● 3 (202 lug.). Príncipe da Pérsia - 12a. - 13h30 / 16h00 / 18h30 / 21h10. ● 4 (213 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 15h40 / 18h20 / 21h00. ● 5 (202 lug.). O Pequeno Nicolau - dub. - L. 14h00 / 16h00 / 18h00 / 20h00. Legendado 22h00. ● 6 (202 lug.). Eclipse dub. - 14a. - 13h00 / 15h30 / 18h00 / 20h30. ● 7 (122 lug.). Cartas para Julieta - 10a. - 13h10 / 15h20 / 19h40 / 21h50. Em Teu Nome - 14a. 17h30. ● 8 (121 lug.). O Golpista do Ano - 16a. - 13h10 / 15h20 / 19h40 / 21h50. Ponyo - L. - 17h30. ● 9 (122 lug.). Plano B - 12a. - 13h00 / 15h10 / 17h20 / 19h30 / 21h40. ● 10* ( 62 lug.). Brilho de Uma Paixão - 14a. 14h00 / 19h00. A Jovem Rainha Vitória - 10a. - 16h30 / 21h30. ★ Bourbon - Espaço Unibanco Imax (327 lug.)
R. Turiaçu, 2.100, Pompeia. 3673-3949. De R$ 22 a R$ 34. Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 14h00 / 16h30 / 19h00. Legendado 21h30. ★ Butantã - Playarte Av. Prof. Francisco Morato, 2.718, Butantã. 5053-6938. De R$ 10 a R$ 14.● 1 (220 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 13h20 / 16h00 / 18h40 / 21h20. ● 2 (211 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h20 / 14h40 / 17h00 / 19h20 / 21h40. ● 3 (140 lug.). Fúria de Titãs - dub. - 14a. - 13h50. Esquadrão Classe A - dub. - 12a. - 16h00 / 18h30. Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. 21h00. ★ Campo Limpo Estr. de Campo Limpo, 459 , 2º Piso. 5512-7596. De R$ 7 a R$ 14. (*) 3D De R$ 9 a R$ 18. ● 1 (238 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 15h30 / 18h00 / 20h30. ● 2 (298 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 14h30 / 17h00 / 19h15 / 21h30. ● 3* ( 354lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 14h00 / 16h30 / 19h00 / 21h15. ● 4 (356 lug.).Eclipse - dub. - 14a. - 14h00 / 16h30 / 19h00 / 21h30. ● 5 (328 lug.).Eclipse - dub. - 14a. - 14h15 / 16h45 / 19h15 / 21h45. ★ Center Norte - Cinemark Trav. Casalbuono, 127, V. Guilherme. 2252-2395. De R$ 14 a R$ 25. ● 1 (325 lug.).Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h40 / 16h20 / 19h00 / 21h30. ● 2 (256 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 12h30 / 15h00 / 17h40 / 20h20. ● 3 (260 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 4 (224 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 5 (316 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ★ Centerplex Lapa R. Catão, 72, Lapa. 4005-9080. De R$ 8 a R$ 14. ● 1 (291 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h30 / 16h00 / 18h20 / 20h40. ● 2 (151 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 13h10 / 15h50 / 18h30 / 21h15. ● 3 (151 lug.). Eclipse dub. - 14a. - 14h30 / 17h10 / 19h50. ★ Central Plaza - Cinemark Av. Dr. Francisco Mesquita, 1.000, Ipiranga. 2914-7859. De R$ 11 a R$ 23. ● 1 (320 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 2 (361 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 13h10 / 15h40 / 18h10 / 20h40. ● 3 (152 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 12h30 / 15h30 / 18h30 / 21h30. ● 4 (118 lug.). Fúria de Titãs - dub. - 14a. - 11h10 / 13h35 / 16h15. Kick-Ass Quebrando tudo - 18a. - 18h40 / 21h20. ● 5 (151 lug.). Príncipe da Pérsia - 12a. - 11h25 / 16h40 / 21h45. Cartas para Julieta - 10a. - 14h10 / 19h20. ● 6 (98 lug.). As Melhores Coisas do Mundo - 14a. - 15h00. Plano B - 12a. - 12h20 / 17h40 / 20h00 / 22h20. ● 7 (270 lug.). Eclipse 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 8(266 lug.). Toy Story 3 - dub. L. - 12h10 / 14h40 / 17h10 / 19h40 / 22h10. ● 9 (278 lug.). Toy Story 3 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h50. Legendado 21h40. ● 10 (486 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ★ Cidade Jardim - Cinemark - Salas Bradesco Prime Av. Magalhães de Castro, 12.000. 3552-1800. De R$ 37 a R$ 49. ● 1 (127 lug.). Eclipse - 14a. - 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30 / 23h30. ● 2 (97 lug.). Toy Story 3 - dub. - L. - 11h10 / 13h40 / 16h20 / 19h10 / 21h40 / 0h10. ●3 (72 lug.). A Jovem Rainha Vitória - 10a. - 15h00. Plano B 12a. - 12h40 / 17h25 / 19h50 / 22h10. ●4 (82 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ★ Cidade Jardim - Cinemark Av. Magalhães de Castro, 12.000. 3552-1800 De R$ 18 a R$ 29.(*) 3D De R$ 25 a R$ 28. ● 5(181 lug.). Flor do Deserto - 14a. - 19h20 / 22h20. O Pequeno Nicolau - dub. - L. - 12h55 / 15h00 / 17h10. ●6 (219 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ●7*(274 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h40. Legendado 21h10 / 23h50. ★ Continental Av. Leão Machado, 100, Pq. Continental. 3765-3774. De R$ 8 a R$ 14. Sessão Pipoca: R$ 6. ● 1 (360 lug.). Príncipe da Pérsia - dub. - 12a. 14h30 / 17h00. Robin Hood - dub. - 12a. - 20h30. ● 2 (380 lug.). Eclipse - dub. - 14a. - 14h00 / 16h30 / 19h00 / 21h30. ★ Eldorado - Cinemark Av. Rebouças, 3.970, Pinheiros. 2197-7470. De R$ 15 a R$ 27. ● 1 (372 lug.). Eclipse - 14a. - 12h00 / 14h50 / 18h00 / 21h00. ● 2 (265 lug.). Toy Story 3 - dub. - 12h10 / 14h40 / 17h10 / 19h40 / 22h10. ● 3 ( 265 lug.). Eclipse - 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 4 (265 lug.). Eclipse 14a. - 13h00 / 16h00 / 19h00 / 22h00. ● 5 (265 lug.). Eclipse - 14a. 12h30 / 15h30 / 18h30 / 21h30. ● 6 (265 lug.). Eclipse - dub. - 14a. 11h30 / 14h20 / 17h30 / 20h30. ● 7 (187 lug.). Plano B - 12a. - 15h00 / 20h00. Esquadrão Classe A - 12a. - 12h25 / 17h20 / 22h20. ● 8 ( 297 lug.). Toy Story 3 - 3D dub. - L. - 11h00 / 13h30 / 16h10 / 18h50. Legendado 21h40. ● 9 (297 lug.). Fúria de Titãs 3D - 14a. - 21h50. Fúria de Titãs 3D - 14a. - 11h25 / 14h00 / 16h40 / 19h20. ★ Frei Caneca Shopping - Unibanco Arteplex R. Frei Caneca, 569, Cerqueira Cesar. 3472-2365. De R$ 16 a R$ 20. 4ª R$ 12. 3D R$ 22 a R$ 24. ● 1 (268 lug.). Toy Story 3 - 3D - dub. - L. 14h00 / 16h30. Legendado 19h00 / 21h30. ● 2 (234 lug.). Eclipse - 14a.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Caderno2 D7
Arte, Cultura e Lazer
Shows e Espetáculos de Arte
Anna Caterina Antonacci Soprano Donald Sulzen Piano 20 e 22 de julho, 21h
Sala São Paulo Programa inclui obras de Fauré, Hahn, Bachelet, Tosti, Cimara e Respighi.
“Antonacci tem a capacidade de expressão de Sarah Vaughan, o impacto vocal de Callas, o dramatismo de Piaf e a inteligência idiomática de Maria Cristina Kiehr.” The Independent
Informações e vendas: (11) 3258 3344
www.culturaartistica.com.br PATROCÍNIO
Programação sujeita a alterações Classificação etária: livre Preço especial para estudantes com até 30 anos, 30 min antes do concerto: R$ 10
Toda quinta no Estadão. Saiba todos os segredos e dicas de como beber e comer bem.
0800-118220 Para a programação completa visite www.sescsp.org.br
Informações sobre estas e outras atividades no TEATRO
MÚSICA
especiAl Futebol
Antonio del clAro Concerto com participação de Ricardo Ballestero. No repertório obras de Robert Schumann e Beethoven. Dia 7, 20h onde estão eles?
rodrigo cAmpos Dia 8, 20h pInheIroS
instrumentAl sesc brAsil
bocAto Dia 5, 19h ConSolação
rebú
CINEMA
Texto Jô Bilac. Direção Vinicius Arneiro. Com Teatro Independente. Qui. e sex., 21h
sp terror - FestivAl internAcionAl de cinemA FAntÁstico
prAtA dA cAsA
letuce Dia 6, 21h pompeIa
Texto Antunes Filho. Direção Emerson Danesi. Qui., 19h e 21h
mAcbetH Texto William Shakespeare. Direção Aderbal Freire-Filho. Com Renata Sorrah e Daniel Dantas. Sex. e sáb., 21h. Dom., 18h pInheIroS
EXPOSIÇÕES
ForA dA ordem: FotogrAFiAs dA nAtionAl geogrApHic
o piAno de guerrA-peiXe
Exposição composta por 60 fotos pertencentes ao acervo da coleção National Geographic, especializada em fotografia de meio ambiente, paisagem e sustentabilidade. Curadoria Eder Chiodetto. Abertura dia 8 Ter. a dom.
Lançamento do CD duplo em homenagem ao compositor brasileiro César Guerra-Peixe. Com Ruth Serrão. Dia 6, 21h
victor Asuncion (FilipinAs)
DANÇA
propAgAndA Com Lia Rodrigues Cia. de Dança e Grupo Cena 11 Até dia 11. Ter. a dom., 13h
A estÉticA do Futebol grAvurAs de rubens gercHmAn
mAmulengo riso do povo (pe) Dia 7, 18h IpIranga
ESPORTES
brincAdeirAs com cordAs
O quarteto interpreta música contemporânea do início do século XX. Dia 8, 21h
VIla marIana
São Caetano
em concerto – grupo contAdores de estóriAs(rJ) Dia 6, 21h
CIneSeSC
pInheIroS
Espaço ambientado para brincadeiras e jogos com cordas. Ter. a dom., 10h30 IpIranga
Fotografias e peças de cerâmica do Vale do Jequitinhonha (MG) que retratam o cotidiano e as obras das artesãs locais. Ter. a dom. IpIranga
pInheIroS Livre para todos os públicos
Não recomendado para menores de 10 anos.
pompeIa
Não recomendado para menores de 12 anos.
pInheIroS
imAgens do tri - A Arte e A estÉticA dA seleção de 70 Um olhar de desenhistas, cineastas, escritores e jornalistas sobre a seleção brasileira da Copa de 1970. Até dia 18. Ter. a dom. VIla marIana
ESTREIA DIA 7
Futebol underground Partida realizada num espaço totalmente escuro. Seg. a sex., 11h
especiAl musicAl
As pAlAvrAs e o mundo Exposição interativa que, por meio de instalações artísticas, traquitanas e adereços apresenta brincadeiras com os sons, sentidos, significados e usos das palavras. Ter. a dom.
A exposição apresenta 10 serigrafias que têm como tema o futebol. Ter. a dom.
sesc consolAção Futebol clube
ConSolação
bonecos dA terrA: vAle do JeQuitinHonHA
Exposição fotográfica sobre situações típicas da prática popular do esporte. Seg. a sáb.
Destaques:
ConSolação
Mario Canale e Annarosa Morri. Itália, 2009 Consulte a classificação indicativa e os horários das sessões
Concerto de piano em homenagem a Chopin. Dia 7, 21h
Futebol de vÁrzeA
Bauru, IpIranga, Santana e São CarloS
lAmArtine bAbo
A mostra de Takashi Miike presta homenagem ao controverso e versátil diretor japonês. Até dia 8.
vittorio de sicA - minHA vidA, meus Amores
Arditti QuArtet (inglAterrA)
Espetáculos, exposições e oficinas apresentam diferentes técnicas e vertentes do teatro de formas animadas. Até dia 10.
ginÁsticA ArtÍsticA inFAntil Vivências com os elementos ginásticos, como acrobacias, exercícios de solo e com materiais. Qua. e sex., 10h30 InterlagoS
Não recomendado para menores de 14 anos
movimento violão brAsil guitAr duo Curadoria Paulo Martelli. Direção Flávio Rodrigues e Fabíola Braga. 22h Peça para sua TV por Assinatura incluir o SESCTV em sua programação.
Não recomendado para menores de 16 anos
Não recomendado para menores de 18 anos.
Artes visuAis • cinemA • culturA digitAl • dAnçA • esporte • literAturA • meio Ambiente • músicA • teAtro • lAzer • educAção em 32 unidAdes no estAdo de são pAulo.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
MATTHEW SHIRTS
✽ ●
SEGUNDA-FEIRA LÚCIA GUIMARÃES MATTHEW SHIRTS
TERÇA-FEIRA ARNALDO JABOR
QUARTA-FEIRA ROBERTO DAMATTA
QUINTA-FEIRA LUIS FERNANDO VERISSIMO
SEXTA-FEIRA IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO MILTON HATOUM
SÁBADO MARCELO RUBENS PAIVA MARIA RITA KEHL
DOMINGO LUIS FERNANDO VERISSIMO JOÃO UBALDO RIBEIRO DANIEL PIZA
matthew.shirts@estadao.com.br
A primeira Copa
N
a primeira vez que morei no Brasil percebi a importância do futebol. Compreendia mal o português, mas dava para entender que se falava muito do assunto, e com prazer. Vivi em Dourados, Mato Grosso do Sul, entre 1976 e 1977, como aluno de intercâmbio cultural, onde descobri o Corinthians. Voltei, depois, aos Estados Unidos para fazer faculdade. No pequeno apartamento que alugava na cidade universitária de Berkeley, próxima a São Francisco, na Califórnia, havia na parede um pôster do Timão (da revista Placar). Isso já no comecinho da década de 80. Lembro-me até hoje – e lá se vão algumas décadas – de um colega, americano também, que entrou no meu quarto e ficou fascinado com a mistura racial dos jogadores daquela equipe. Ele comentou sobre os tons diferentes de pele, as características faciais, as etnias, o cabelo do Biro-Biro. Nunca havia visto nada parecido. E o amigo, diga-se, era es-
pecialista em história da África. Mudei-me para São Paulo, depois. Passei a estudar a história do esporte. Torci muito. Eu esperava demais da seleção: a confirmação de que a minha decisão de viver no Brasil fora acertada. Freud explica. Mas não me acho diferente nisso. Cada brasileiro cobra algo pessoal da seleção. Ela traduz a ideia de nação para o torcedor. Minha primeira Copa foi a de 1982, aos 24 anos. A beleza e a arte perderam. Ficou um vazio existencial depois. Daqueles. Mas eu me senti mais brasileiro por ter passado por uma derrota tão arrasadora com o restante do País. Estavanoestádioquando oBrasilderrotou a Itália nos pênaltis e tornou-se campeão depois de 24 anos, em 1994. A emoção foi forte também. Sentava eu nas numeradas dos bacanas, próximo a Pelé, em Pasadena, na Califórnia. Ao meu lado, o escritor Mario Prata passava mal, já a partir da prorrogação. Nos pênaltis, achei que ele iria desmaiar. Estava branco feito fantasma. Voltaria à Copa em 1998, na França, enviado mais
uma vez por este jornal, onde vi a final ao lado do filho do Prata, Antonio, que hoje escreve no Estadão também. Passamos boa parte daquela fatídica partida de mãos dadas. Nosso gesto não adiantou, como se sabe. Com o passar do tempo, ficou cada
Cada brasileiro cobra algo pessoal da seleção. Ela traduz a ideia de nação para o torcedor vez mais claro para mim como as Copas do Mundo pontuam a vida dos brasileiros. O tempo histórico é medido pelas Copas. Pode-se (e deve) falar da época de Vargas, da ditadura militar, da era FHC ou Lula. Mas desconfio que a maioria dos brasileiros analisa mesmo a história em termos de futebol, pelo menos de 1950 para cá. Cada Copa tem seu significado pessoal e, também, nacional. É possível lembrar onde se estava e o que acontecia em1970, 74, 78, 82, 86, 90 (menos),
94, 98, 2002 e 2006. Cada time gera uma série de expectativas que são realizadas, ou não. Os de 1982 e 2006 talvez tenham sido os mais trágicos. Prometeram uma realização utópica de todo o potencial criativo do Brasil, de tudo que o país tem de especial, mas sem conseguir vencer, frustraram as esperanças mais íntimas do povo. No seu ensaio genial sobre a história do futebol no Brasil, Veneno Remédio (Companhia das Letras), José Miguel Wisnik analisa a “variação ciclotímica, entranhadamente brasileira” da torcida. “Ela funciona” – escreve – “por uma oscilação polarizada entre veneno ou remédio...” Em termos nacionais, a seleção da “Era Dunga” empolgou menos porque prometeu menos: ganhar, nada mais. Foi antiutópica. Realista. É a reação ciclotímicaepé no chão aotime dodecepcionante “quadrado mágico” de 2006. Em termos pessoais, esta será para mim a Copa do meu pai e do meu filho caçula, Sammy. Consegui que o velho Garry, de 75 anos, virasse fã do futebol
lá na Califórnia, depois de décadas. Ele nunca conseguira entender a graça do futebol, apesar da minha insistência ao longo dos anos. Deu certo. Ele acorda às 6 da manhã para assistir aos jogos da Copa. Consulta a tabela. Boa parte do crédito, desconfio, cabe à vitória da seleção americana sobre a Argélia nos últimos minutos do jogo, que garantiu a passagem dos EUA para as oitavas de final. Disse-me, pelo telefone, que poucas vezes na sua vida viu um jogo – em qualquer modalidade de esporte – tão emocionante. Entendeu, enfim. O fato de o desfecho ser puramente hollywoodiano não prejudicou em nada esse entendimento, diga-se de passagem. Para o caçula Sammy, de 7 anos, esta é sua primeira Copa. Completou o álbum. Nunca vai esquecer. Entre os amigos, não se fala em outra coisa. Pena que o Brasil tenha sido eliminado. Ao menos foi por um time que joga bonito. Sua segunda Copa vai ser jogada em casa. Será memorável.
Memória ROBERTO PIVA ✽ 1937 - 2010 DIVULGAÇÃO
O POETA QUE MAIS SABIA VIVER À MARGEM Literatura brasileira acaba de perder um visionário de opiniões firmes Jotabê Medeiros
Paranoia tem um efeito meio alucinógeno, é um livro que inocula imagens na mente do leitor a todo instante. Nenhum verso é vulgar,nenhumaimageméestranha – e, ainda assim, todas são surpreendentes, como “terraços ornados com samambaias e suicídios” e “as galerias do meu crânionãoodeiammaisabatucada dos ossos”. É um grande livro de poesia sobre uma complexa metrópole, um retrato de São Paulo como poucos ousaram fazer. Também é, simultaneamente, um desafio para que se dê à palavra um status de essencialidade e um poder de contágio: nenhum verso é vulgar,nenhumaimageméestranha – e, ainda assim, todas são surpreendentes.
“E para que ser poeta em tempos de penúria?”, perguntava Roberto Piva em um de seus mais recentespoemas. Mais doqueseus contemporâneos, o poeta sabia o que era viver à margem: de opiniões firmes, visionário, feroz contra as unanimidades de laboratório, Piva também bradou orgulhosamente seu homossexualismo por becos e praças de São Paulo. Diagnosticado com o mal deParkinsonhácerca deumadécada, viveu modestamente nos últimos anos, sendo evitado por quem o bajulava e pelos círculos literários bem postos do País. Internadodesdemaio no Hospital das Clínicas, Piva morreu anteontem, aos 72 anos, em São Paulo, com falência múltipla dos órgãosdecorrente deumainsufi- Surrealismo. Em vez dos mesciênciarenal.Ele chegara aohos- tres da poesia consequente, espital com uma infecção na prós- trategista, escolástica, racional, tata, logo diagnosticada como eleserefugiounodelíriodeAntonin Artaud, um câncer – que William Blake e posteriormente Arthur Rimbaud, se espalhou pelos REFUGIOU-SE NOS no surrealismo ossos, agravando seu estado. Não DELÍRIOS DE BLAKE, de André Breton, e também na era a primeira inARTAUD, RIMBAUD, obra de Reich, ternação neste ANDRÉ BRETON... Jung, Freud e na ano. Em janeiro, busca dos deshaviasidohospitalizado com infecções urinária e vãos e das imagens do inconscardíaca; dois meses depois, vol- ciente. “Rimbaud/ garoto-Pantou ao hospital para uma cirur- zer/coxasdouradasde mochileigia no coração. O corpo foi vela- ro das estrelas/ puer da alquido no sábado, no Cemitério do mia”, escreveu, em 1995. Cultivava uma notável indeAraçá, e cremado na manhã de pendência de escolas, patotas e ontem na Vila Alpina. Piva tornou-se fundamental panelinhas.Ementrevista publipara a poesia brasileira em 1963, cada em 1983, vociferava contra quando,aindagaroto, lançouPa- a cultura oficial: “A maioria do ranoia, poemas-instântaneos da que você chama de ‘mandarins metrópole cinza, contraditória e bem-pensantes da cultura’ não brutal que se formava. O livro foi passa de um bando de galinhas reeditado em novembro do ano assustadas. Eles tentam fazer passado pelo Instituto Moreira pressão sobre minhas assumiSalles (208 págs., R$ 60). O IMS dasirregularidadesdecomportachegouaanunciarumlançamen- mentocomoformademeenquato na Casa das Rosas, no dia 7 drar. Se eu me enquadrasse, eu daquele mês, mas Piva já estava ganharia página inteira na immuito debilitado para participar prensa conformista. Eles gostada noite de autógrafos, que foi riam que eu me calasse sobre tudo, mas eu não me calo sobre naentão cancelada.
Piva, contra a cultura oficial. “A maioria dos mandarins bem-pensantes não passa de um bando de galinhas assustadas”
TRECHO
Eu
estou farto de muita coisa não me transformarei em subúrbio não serei uma válvula sonora não serei paz eu quero a destruição de tudo que é frágil:
cristãos fábricas palácios juízes patrões e operários uma noite destruída cobre os dois sexos minha alma sapateia feito louca um tiro de máuser atravessa o tímpano de duas centopéias o universo é cuspido pelo cu sangrento da. Para essa canalha, o meu pecado é ser poeta e intelectual na total insubordinação.” Muito ligado ao que classificava como “mistérios” da vida, tinha ligação com o xamanismo, a umbanda, a cosmogonia indígena. Podia ser virulento e doce, mas nunca desatento. “Não devemos excluir autoritariamente,
de um Deus-Cadela as vísceras se comovem eu preciso dissipar o encanto do meu velho esqueleto eu preciso esquecer que existo mariposas perfuram o céu de cimento eu me entrincheiro no Arco-Íris Ah voltar de novo à janela perder o olhar nos telhados como se fossem o Universo o girassol de Oscar Wilde entardece sobre os tetos eu preciso partir um dia para muito longe o mundo exterior tem pressa demais para mim São Paulo e a Rússia não podem parar quando eu ia ao colégio Deus tapava os ouvidos para mim? Extraído de Poema Porrada
como censor barato, nem os que se dizem marginais e não são e nemosque pensam quesãomarginais e são escriturários.” Uísquerdistas. Também não
suportava ser obrigado a viver em associações, partidos políticos ou na política convencional. “TivemaisproblemascomaIgre-
ja e a esquerda do que com os milicos”, dissecerta vezao Estado. “Aesquerdaémuito moralista; costumávamos chamá-los de uísquerdistas.” No manifesto O Século 21 me Dará Razão, escrito em fevereiro de 1984, ele advertia contra o “sindicato policial do crime, seus gângsteres ministros, seus partidos de esquerda fascistas, suas mulheres navios-escola, suasfardasvitoriosas,seuscassetetes eletrônicos, sua gripe espanhola, sua ordem unida, sua epidemia suicida, seus literatos sedentários, seus leões-de-chácara da cultura, seus pró-Cuba, anti-Cuba, seus capachos do PC, seus bidês da direita, seus cérebros de água choca”. Contra a literatura sedentária,RobertoPiva caminhava quase sozinho pelas noites de São Paulo, pelo centro da cidade – vivia num apartamento no bairro de Santa Cecília, soterrado por livros. A noite, segundo Piva,era“anoite mundanadasboates, dos comércios escusos, das galerias suspeitas, dos bares abarrotados de gente anônima, das saunas de subúrbio, dos lascivosmictórios públicosesobretudo das calçadas urbanas, onde se cruzam bêbados, artistas, poetas, putas, michês e outros seres estranhos à luz do dia”, segundo escreveu de sua obra a ensaísta Eliane Robert Moraes./ COLABOROU RAQUEL COZER
OBRA COMPLETA FOI REEDITADA DE 2005 A 2008 ● A Editora
Globo lançou, em 2005, o primeiro volume das obras de Piva, Um Estrangeiro na Legião. Reunia Ode a Fernando Pessoa (Massao Ohno, 1961, tripa poética), Paranoia (Massao Ohno, 1963), Piazzas (Massao Ohno, 1964) e Os Primeiros Manifestos, de 1970. O segundo volume, Mala na Mão & Asas Pretas, saiu no ano seguinte com quatro livros de poemas (Abra os Olhos & Diga Ah!, Coxas, 20 Poemas com Brócoli e Quizumba), editados de 1976 a 1983, além de manifestos publicados entre 1983 e 1984. Em 2008, saiu o terceiro volume da obra completa – além da produção de Piva a partir dos anos 80, continha um livro de inéditos, Estranhos Sinais de Saturno. No emaranhado de epígrafes desse livro, destacava-se uma de Georges Bataille: “A verdadeira poesia se encontra fora das leis.”
O ESTADO DE S. PAULO
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estadão.com.br
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
FELIPE TRUEBA/EFE
Multicultural
Polêmica na Argentina
Nadal imbatível
Onze jogadores alemães são oriundos de outros países
Cartola convida Maradona para ficar, mas povo o quer fora do comando da seleção
Espanhol conquista Wimbledon com facilidade pela 2ª vez
Pág. E5
Pág. E4
Pág. E11 WAGNER MEIER/FOTO ARENA
Carinho. Ainda muito abalado pela derrota, o goleiro Julio Cesar é apoiado por torcedores no desembarque da seleção brasileira no Rio, após ter passado por maus momentos durante o voo
JULIO CESAR ‘TENHO VONTADE DE SUMIR’ Goleiro não apaga falha no 1º gol holandês. Até comissária do voo de volta da seleção diz que ele está ‘destruído’ Sílvio Barsetti Wilton Júnior JOHANNESBURGO e RIO
Todos os personagens do fracasso do Brasil na Copa do Mundo ainda sobrevoavam a África do Sul a bordo de um Airbus fretado pela CBF, no momento em que o goleiro Julio Cesar deixou a primeira classe do voo JJ 9599 – com destino ao Rio e, depois, São Paulo – para conversar com outrospassageiros.Queriadesabafar. A noite de sábado avançava na costa oeste do continente africanoeeravisívelodesconforto do jogador com o desfecho da campanha da seleção, eliminada da competição pela Holanda. “Tenhovontadedesumir”,declarou, tenso, com os olhos vermelhos, tentando se controlar para não repetir o choro que o acompanhou por mais de 24 horas, depois daquela partida, disputada na sexta-feira, em Port Elizabethe quedeterminouaeliminação do Brasil da Copa do Mundo da África do Sul. No confronto, Julio Cesar teve uma falha determinante no primeiro gol do adversário, lance que deu início à reação da Holanda, classificada para enfren7 8 9 10 11 12
tar o Uruguai numa das semifinais do Mundial. “Ele está obcecado com isso e não fala em outra coisa. Foi assim no estádio, no hotel, no ônibus e agora no avião. Fica se desculpando o tempo todo, é impressionante. Dá muita pena vêlo assim”, contou, comovido, umfuncionáriodaCBFàreportagemdo Estado,tambémpresente no voo da seleção. O drama de Julio Cesar chamou a atenção até mesmo da tripulação do voo de volta da África do Sul para o Brasil. Uma comissária de bordo que lhe ofereceu umcopo deágua, quando da visi-
REMOENDO A DOR JULIO CESAR Goleiro da seleção brasileira
“Estou muito mal. Preciso de paz interior. Já faz dois dias que não consigo dormir”
ta do goleiro à classe econômica, notou o quanto ele estava descompensado: “Acabei de ver uma pessoa destruída.” Julio Cesar continuava a resenha,falavamais queseus interlocutores. Às vezes desviava o assunto para analisar as quatro equipes que chegaram à fase semifinal do Mundial. Pouco antes, num comunicado da cabine do comandante, todos os passageiros tomaram conhecimento da vitóriada Espanha sobreo Paraguai. Mas bastava uma pequena pausa e o goleiro voltava a expor seu drama pessoal. Harmonia. Enquanto Dunga não deixava a área reservada à cúpuladacomissãotécnicadaseleção e seu auxiliar Jorginho apresentava a filha a alguns atletas e convidados do voo, Robinho, Nilmar, Lúcio, Michel Bastos e Kleberson circulavam pelo avião com algum desembaraço – algo raro nas viagens da seleção nos últimos quatro anos no período em que Dunga comandou a seleção brasileira. Robinhochegoua convidaralguns jornalistas para um jogo de cartas. “Estou muito chateado, mas a vida segue, temos de olhar
Camisa 1 fica emocionado com reação da torcida ● Julio Cesar, que falhou no pri-
meiro gol da Holanda, se emocionou com a recepção calorosa no Aeroporto Galeão/Tom Jobim, no Rio. “Estou muito emocionado, agradeço à torcida brasileira”, disse o jogador com a expressão cansada depois de uma noite mal dorminda e de quase 10 horas de
para a frente”, disse o atacante do Santos. O voo durou nove horas e 45 minutos sem nenhum registro de turbulência. Ao mesmo tempoemquehavia umclimadetristeza entre todos da delegação, era claro o relaxamento de vários jogadores, já livres das regras estabelecidas por Dunga. Indiferença. Felipe Melo, também pivô de um lance capital no jogo com a Holanda, preferiu ficar no seu assento na maior parte da viagem. De acordo com um
viagem da África para o Rio. O camisa 1 da seleção acredita que a reação da torcida “é fruto de três anos e meio de trabalho”. “A seleção resgatou o amor da torcida pela seleção”, declarou, repetindo o discurso de Dunga na entrevista coletiva de despedida da Copa do Mundo. Depois, pediu a todos os que foram recepcionar a delegação brasileira no desembarque para ir descansar. Até aquele momento, o goleiro da Inter de Milão conseguia manter as emoções
integrante da comitiva, o atleta parecia tranquilo, ouvia música e falava sempre de modo muito sereno e afirmativo, até quando se referia à jogada em que agrediu o atacante holandês Robben e foi, com justiça, expulso de campo, dificultando consideravelmente uma possível reação brasileira no segundo tempo da partida pelas quartas de final. Apoio. O pastor Anselmo Alves, da Primeira Igreja Batista de Curitiba, levou para o voo JJ 9599 apoio e solidariedade aos
sob controle. Mas, logo depois, ao se encontrar com sua mãe, Fátima Espíndola, dentro do carro que o levaria para casa chorou bastante e foi consolado com um forte abraço. O zagueiro Juan, que fez um gol de cabeça contra o Chile, também passou no teste de popularidade. Ouviu o coro de guerreiro, seguido de palmas. “Fizemos um segundo tempo contra a Holanda muito abaixo do potencial, mas tudo valeu pela luta”, destacou. / BRUNO LOUSADA
setejogadoresevangélicosda seleção. Por vários minutos, conversou pausadamente com o zagueiro Lúcio, de quem é amigo desde 2002. Antes, o missionário contou queteveumencontro comogrupo em Johannesburgo e que durante o Mundial costumava passar mensagens pelo celular para Kaká, Luís Fabiano, Felipe Melo, Gilberto Silva, Lúcio, Luisão e Daniel Alves. “Eles estão sofrendo muito pela dor do povo brasileiro”, disse o pastor, ex-jogador do Atlético-PR na década de 80.
O ESTADO DE S. PAULO
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Felipe Melo é hostilizado na chegada FABIO MOTTA/AE
Volante é agredido verbalmente por torcedores e sai do aeroporto no Rio cercado por seguranças Bruno Lousada RIO
O atacante Ronaldo Fenômeno aconselhou o volante Felipe Melo a não passar as férias no Brasil. Eleitopelatorcidacomooprincipal responsável pela eliminação da seleção da Copa da África, o jogador do Juventus voltou ao País, ontem de madrugada, e já se assustou com a forte cobrança. Ele foi hostilizado, chamado de “vacilão”, durante desembarquedealgunsintegrantesdaseleção brasileira no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. Deixou o local em silêncio e escoltado por seguranças. A saída de Felipe Melo foi a mais tensa. Os cerca de cem torcedores que aguardavam a seleção queriam, sobretudo, tirar satisfação do jogador, expulso após cometer falta violenta no meia-atacante Robben, da Holanda, quando o Brasil perdia por 2 a 1, no segundo tempo. Naquele momento, a seleção perdeu a cabeça e o jogo. Percebendo que o ambiente não lhe é tão favorável, o volante aproveitouomomentoemqueoszagueiros Juan e Thiago Silva falavam com os jornalistas para tentar ir embora do aeroporto. Assimqueeleapareceunoportãode saída, com cara de apreensão, boné preto e casaco da seleção, houve muito empurra-empurra e correria. Cinegrafistas e fotógrafosseespremiamembusca da melhor imagem do atleta revelado pelo Flamengo. “Ele é temperamental, todo mundo sabia disso, menos o Dunga. Ele nos prejudicou”, disse um rapaz, irritadíssimo. “Não o chamem mais para a seleção”, gritou, em
OS ERROS DO JOGADOR ● Destempero ante a Holanda: Jogador pisou delibe-
radamente em Robben depois que os rivais viraram o jogo nas quartas de final. Expulso, deixou o Brasil com um jogador a menos, precisando empatar. ● Falha com Julio Cesar: No primeiro gol holandês, o volante protagonizou uma falha em conjunto com Julio Cesar. Tocou para as próprias redes e, a partir dali, a seleção jamais se reencontrou na partida. ● Nervosismo com Pepe: Felipe Melo quase foi expulso antes das fases decisivas. O jogador se envolveu em confusão com Pepe no jogo contra Portugal. Só escapou do cartão vermelho iminente porque lesionou-se numa entrada maldosa do rival. Desfalcou o time contra Chile. ●
Promessa não-cumprida:
O jogador prometeu, em uma das últimas entrevistas antes da Copa do Mundo começar, que manteria a cabeça no lugar e, ao contrário do que todo mundo esperava, não levaria cartão vermelho no Mundial. Não cumpriu a promessa.
Agressividade. Felipe Melo, que foi recebido com hostilidade pelos torcedores, desembarca tenso e é acolhido por parentes seguida. Felipe Melo era esperado por parentes em uma caminhonete, afim de seguirpara VoltaRedonda,naregiãoSul-Fluminense,onde nasceu. Nervoso, abriu a portarapidamentedocarro esesentou no banco de trás. O veículo foi cercado por jornalistas e torcedores – estes batiam nos vidros fumês e gritavam para o volante: “Vá embora”. Impaciência. Para abrir caminho, o motorista, demonstrando impaciência e truculência,
passou a buzinar e a acelerar a caminhonete. Saiu cantando pneu e em alta velocidade em um lugar de grande movimentação de pessoas. Antes mesmo de desembarcar no Rio, a assessoria de Imprensa de Felipe Melo enviara um e-mail aos jornalistas avisando que o volante da Juventus não iria conceder entrevista. Informou também que a família do jogador também não vai atender à imprensa nos próximos dias e acrescentou que o atleta vai se pronunciar em breve, mas que,
nomomento, contacom a“compreensão” de todos. Entre os que ficaram no Rio, estavam os zagueiros Thiago Silva e Juan, o lateral-esquerdo Gilberto, o volante Kléberson, o auxiliar-técnico Jorginho, o médico José Luiz Runco e o supervisor Américo Faria. O goleiro Júlio César, que falhou no primeiro gol da Holanda ao se atrapalhar com Felipe Melo e errar o soco na bola, permitindoogolmaistardecreditado a Sneijder, foi o mais aplaudido.
“Felipe Melo não deve passar as férias no Brasil” Ronaldo, no Twitter, depois da derrota do Brasil para a Holanda FILIPE ARAUJO/AE
No Rio, Jorginho se desentende novamente com a imprensa Assistente de Dunga diz que nada sabia sobre o futuro quando site da CBF já informava dissolução da comissão RIO
Tumulto, desorganização e mais um atrito entre comissão técnica e imprensa marcaram o desembarque de alguns integrantes da seleção brasileira, ontem de madrugada, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. O momento de maior confusão ocorreu durante a saída do auxi-
liar técnico Jorginho. Em voz alta, dentro do saguão, ele avisou que só falaria se o batalhão de jornalistas se organizasse. Um repórter rebateu. Alegou que a ConfederaçãoBrasileiradeFutebol (CBF) é quem deveria facilitar o trabalho de quem estava ali cumprindo seu ofício. Jorginho, então, se irritou e emendou: “Saiam da frente”. Com dificuldade para caminhar e protegidoporseguranças,eleempurrou o carrinho onde carregava as suas bagagens contra o bolo de pessoaseforçouapassagem.Houve corre-corre e muito chega para lá – um jornalista disse ter sido agredidoporumapessoapróxima
‘Em outra situação, Kaká não teria jogado’ José Luis Runco, médico da seleção, diz que o meia tinha 85% de sua condição física e elogia dedicação do atleta RIO
Um dos médicos da seleção brasileira, José Luis Runco confirmou ontem, durante o desembarque de parte da equipe no Rio, o que todos já suspeitavam e viram nos gramados: o meia Kaká não estava em perfeitas condições para disputar a Copa do Mundo da África do Sul. Ou seja, jogou no sacrifício.
Durante esta temporada, o jogadorenfrentouumaárdua batalhaparasuperarumalesãonopúbis. Ele chegou a desfalcar o Real Madrid em várias partidas por causa da contusão, o que irritou a torcida do clube espanhol, esperançosa em ver o astro com atuaçõesprimorosas,comoestava acostumado a fazer quando defendia o Milan. “Kaká, em outra situação, não teria nem jogado. Ele estava com 85% da sua condição física. A dedicação dele foi muito grande. Pena que o goleiro da Holanda (Stekelenburg) defendeu aquele chute do Kaká (de curva, no ângulo) no primeiro tempo. Teria sidoumgolfantástico”, disseRun-
ao auxiliar da equipe brasileira. Do lado de fora do aeroporto, Jorginho foi escoltado por alguns policiais militares armados com fuzis até o estacionamento. Mais calmo ao pisar na garagem, ele aceitou falar e não confirmou a sua saída e a do técnico Dunga da seleção. “Não teve nenhuma reunião ainda com o presidente da CBF(RicardoTeixeira),aindanão sabemos o futuro”, disse. “Não nos arrependemos de nada”. Mais tarde, no site oficial da CBF, o dirigente anunciou oficialmente a demissão de Jorginho eDunga. “Nós fizemos aquilo que deveríamos ter feito para a seleção, a liderança que o Dun-
co, a respeito da partida em que o Brasil perdeu por 2 a 1, de virada, e foi eliminado do Mundial. “A seleção tem sempre a obrigação de vencer”. Um dos poucos craques do time formado por Dunga, Kaká teve participação razoável na Copa, bem abaixo do que pode render. A prova disso é que não marcou nenhum gol na África do Sul e ainda foi expulso no jogo contra a Costa do Marfim, válido pela fase de grupos – na ocasião, o Brasil venceu por 3 a 1. Apesar de não estar totalmente em forma, segundo Runco, Kaká demonstrou ótima conduta profissional. “Ele se dedicou bastantedurantetodaacompetição e foi muito sério em seu trabalho”,elogiou omédico da seleção, certo de que o apoiador teria sido submetido a um trabalho de recuperação mais suave se não estivesse em uma Copa do Mundo. / B.L.
ga trouxe, o comprometimento que ele conseguiu implantar na seleção brasileira, nos jogadores. Mas o futebol não é uma matemática exata. São muitos fatoresquepodemlevarvocêàderrota”, disse o auxiliar, antes de saber que estava dispensado. Ele se orgulha de ter montado “um grupo maravilhoso”. “Acho que os jogadores mereciam uma melhorposição.Tivemosumprimeiro tempo maravilhoso, primoroso (contra a Holanda). Acho que poderíamos ter decidido o jogo ali. Não conseguimos manter no segundo tempo, e numa bola que ninguém esperava aconteceu o primeiro gol deles”. Para Jorginho, a comissão técnica não fez um mau trabalho à frente da seleção. “Conquistamos a Copa América, a Copa das Confederações, ficamos em primeiro lugar nas eliminatórias. Em mais de 60 jogos, perdemos apenas seis”, argumentou. / B.L.
FABIO MOTTA/AE
Nervoso. Jorginho sai escoltado pela PM e se irrita com o assédio
PARA LEMBRAR
Lesão no púbis fez do meia decepção na Espanha Em 30 de junho de 2009, o Estádio Santiago Bernabéu estava em festa. Com o retorno de Florentino Pérez à presidência do Real Madrid, uma nova era de galácticos estava por ser inaugurada. E o primeiro astro da constelação foi Kaká. A contratação, fruto de um investimento de € 65 milhões, ocorreu em meio à crise econômica mundial. A lua de mel entre o camisa 8 e a torcida merengue, contudo, durou pouquíssimos meses. Kaká estreou no Real em
um amistoso em 7 de agosto, na vitória por 5 a 1 contra o Toronto, do Canadá. Marcou seu primeiro gol no dia 19 daquele mês, em um amistoso contra o Borussia Dortmund (5 a 0). O problema, porém, foi quando a temporada começou. Os primeiros sinais da pubalgia surgiam no 2.º semestre. No fim de novembro, após a derrota por 1 a 0 do time de Madri para os rivais de Barcelona, Kaká deixou a equipe para tratar as dores no púbis. Só voltou a jogar em 10 de janeiro, na vitória por 2 a 0 contra o Mallorca. Em fevereiro, jornais espanhóis alertavam: a pubalgia de Kaká, crônica, inspiraria cuidados por toda sua vida profissional. O veredicto foi desmenti-
do pelo jogador e pelo Real Madrid, mas o que se viu foi um fim de temporada sofrido para o brasileiro. O Real Madrid perdeu para o Lyon a vaga nas quartas de final da Copa dos Campeões. O jogo decisivo, em 10 de março, marcou a retirada de Kaká dos gramados por 45 dias – a pubalgia atacara novamente e o meia virara um dos vilões da história, junto com o técnico Manuel Pellegrini. Embora tenha voltado a jogar no fim de abril para participar da reação do time no Campeonato Espanhol, acabou seu primeiro ano na Espanha frustrado e sem títulos. Enredo que se repetiu na África do Sul.
O ESTADO DE S. PAULO
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Diário da Copa
DANIEL PIZA Previsões cumpridas 30Aº DI
S
ó há um sul-americano entre osquatrosemifinalistas,oUruguai, e mesmo assim não deixa de ser zebra, pois talvez tenha tirado o lugar que a Inglaterra não soube garantir sendo primeira de seu grupoejogandooquepoderiajogar.Escrevi que era preciso ir devagar com as generalizações, como a de que os europeus estariam mal nesta Copa. Agora são três nas semifinais e é possível que sejam dois na final. Escrevi também, lá nocomeço,quegostariadeverumcampeão inédito nesta Copa, como Espanhae Holanda, e ambas estão nas semifinais. Mas votei na Alemanha como possível vencedora porque joga um futebol completo. A Copa também cumpriu a previsão dequeoscraquesseriamescassos.Pode serquemuitosnãotenhambrilhadopor
saturação física, e a Fifa já disse que pretendedarmaisespaçoentreastemporadas e a Copa; mas nas Copas recentes mesmoassimtivemoscraquescomoRomário,RonaldoeZidane.RooneyeCristiano Ronaldo não fizeram quase nada; DrogbaeEtooatuaramemtimesfracos, mas não foram bem por si sós; Kaká deu algumas assistências e não deixou nada especial, assim como Robinho; Messi foimelhorquetodoseles,sóquenãofez gol e saiu humilhado pela goleada alemã. Os melhores jogadores agora são Sneijder e Robben, da Holanda, Villa e Iniesta,daEspanha,Forlán,doUruguai, e muitos alemães: Podolsky, Özil, Schweinsteiger, Müller, Lahm, Klose. Ou seja, numa Copa sem craques, o time que tem diversos jogadores bons (craqueéo grandejogador) éo quetem se saído melhor. Mas não trate esses
atributos como excludentes: se a Alemanha tivesse um verdadeiro craque, jogaria ainda melhor. E, de novo, vamos ter calma: ela ainda não ganhou a Copa. Tem pela frente a Espanha e, talvez, a Holanda, dois times menos objetivos mas habilidosos. Se ganhar, terá passado por quatro seleções fortes e ao menos duas com goleadas. Quem acha que o futebol sul-americano é o melhor porque tem “ginga”, em oposição ao europeu, já está demorando a rever seus pensamentos. A começar pelo pensamento de que os estilos se dividiriam em continentes, não em países, e a terminar pelo de que o talento seria uma espécie de atributo genético ou racial. Além disso, como a Copa atrai muita gente que não gosta de futebol, mas de festa e patriotada, o que se ouve e lê de
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besteiras fica ainda maior. Então dizem que o Brasil perdeu para um time “mediano” por uma “fatalidade”, que Messinãoécraquecoisanenhuma,que os sul-americanos seriam os donos da Copa, que Luís Fabiano é um Fenômeno, que a tônica seria dada pelos times de contra-ataques à la Inter de Milão, queoBrasiljogoumuitocontraoChile, que Dunga “pelo menos é coerente”, que os alemães não têm técnica... Enfim, a lista é infindável. Mas o bom do futebol é que os fatos vão, pouco a pouco, deixando as coisas nos lugares. estadão.com.br Blog. Acompanhe outras notícias e análises da Copa http://blogs.estadao.com.br/daniel-piza/
NECO VARELLA/EFE
De volta. Dunga é bem recebido em sua chegada a Porto Alegre
Aplausos para Dunga em Porto Alegre Cerca de 50 torcedores, além de amigos e familiares, fazem festa para a chegada do técnico, querido na cidade Elder Ogliari CORRESPONDENTE / PORTO ALEGRE
Dunga considerou a eliminação do Brasil uma “fatalidade”, sustentou que a seleção assumiu a “atitude adequada” à competição e espera que ela persista nessa postura. “É um trabalho que devesermantidoparafuturosresultados”, afirmou, ao chegar a
Porto Alegre, onde mora. A chegada de Dunga à capital gaúcha estava prevista para as 6 horas, mas só ocorreu cinco horasmais tarde. Ovoo fretadoque levou o técnico e os preparadores físicos Paulo Paixão e Fábio MahseredjiandeSãoPauloaPorto Alegre teve de pousar em Florianópolis e esperar pela reaberturadoaeroporto gaúcho,envolto em intenso nevoeiro durante a maior parte da manhã. O técnico era esperado no saguão por seis amigos, dois torcedores com camisas da seleção e alguns admiradores. Depois de quase 20 horas de voo desde Port Elizabeth, o técnico avisou
a seus amigos que teria de sair por um portão lateral, mas manteveadisposiçãode dar entrevista no estacionamento. Os repórteres correram para o pátio e foramseguidos porcercade 50torcedores, que aplaudiram Dunga calorosamente, gritaram palavras de apoio e tiraram fotos com o técnico. O treinador referiu-se ao carinho dos torcedores como uma manifestação de quem viu o trabalho que foi feito e assegurou que não voltaria atrás nas decisões que tomou. “É aquilo que nós tínhamos projetado desde o início, de resgatar esse amor pela seleção brasileira, de a seleção
se tornar parecida com o povo, ser trabalhadora.” Segundo Dunga, “o povo viu que os jogadores estavam comprometidos, focados; ninguém viu polêmica, bagunça. Eles ficaram 42 dias juntos, tentando representar o Brasil da melhor maneirapossível”.O técnicojustificou ainda alguns momentos em que “teve de ser mais duro” porque, segundo ele, “era necessário para proteger a seleção, os jogadores e buscar o objetivo.” Dunga admitiu a decepção ao falar de seus sentimentos diante da eliminação precoce da Copa da Mundo. “A sensação é que um pedaço de nós ficou na África do Sul.” O técnico lembrou que nos quase quatro anos sob seu comando, a seleção só perdeu seis jogos, foi campeã da América e das Confederações, conseguiu a classificaçãoparaaCopasemsobressaltos. O técnico garantiu ainda que não ficou com nenhuma mágoa. “Gostariadeter idomuitomais à frente,masofuteboléisso,épreciso saber perder e ganhar”, ressaltou. “Algumas vezes os outrosficaramchorandoenós,sorrindo. Desta vez, foi o momento de a gente ir às lágrimas.”
MAURO VIEIRA/RBS
CBF oficializa saída do técnico e define substituto neste mês ● A Confederação Brasileira de
Em casa. Matando saudade
SEM MÁGOAS DUNGA Ex-técnico da seleção
“O povo viu que os jogadores estavam comprometidos, focados. Ninguém viu polêmica, bagunça. Ficaram 42 dias juntos, sem nenhum atrito”
Em São Paulo, atletas driblam torcida e imprensa Jogadores saem do aeroporto por portão secundário. Na parte interna, Robinho baixa a cabeça e evita passageiros Valéria Zukeran
A frustração marcou a chegada daseleção brasileira ontemaSão Paulo. Cerca de 12 jogadores e o técnico Dunga evitaram contato com o público no Aeroporto de Cumbica ao deixarem a área de desembarque por um portão secundário. A pequena torcida, composta por curiosos dispostosaconhecerseusídolosdeperto, e a imprensa, interessada em ouvirasprimeiraspalavrasdevários dos atletas eliminados na
Copa da África do Sul, perderam a viagem. De acordo com passageiros de outrosvoosque chegaramsimultaneamente ao da seleção, os jogadores tiveram reações distintas no primeiro contato com a torcida no Brasil. Alguns, como Dunga, o zagueiro Lúcio e o meia Kaká,atenderamatodasassolicitações de fotos com gentileza. Outros, como o atacante Robinho, tentaram passar despercebidos. O jogador do Santos abaixou a aba do boné e pareceu pouco disposto a qualquer contato verbal ou físico com as pessoas que, assim como ele, estavam retornando de viagens ao exterior. Não houve tensão entre os atletas, Dunga e os outros passageiros na área de desembarque, porém nem todos encararam a
presença da seleção em Cumbica com alegria. Alguns executivos, ainda inconformados com a desclassificação do Brasil para a Holanda, fizeram questão de expressar a frustração com o hexacampeonatoque não veio. Todavia, não houve registro de incidentes. Em conversas informais, o ex-técnico do Brasil teria lamentado o fato de o time ter saído da Copa por duas jogadas de bola parada. Passageiros disseram que os jogadores e Dunga seguiram em fila para a saída do terminal, como viajantes comuns, até que a equipe de segurança do aeroporto tomou uma decisão repentina dedeslocá-losparaumasaídasecundária. Não se sabe se a manobra foi executada a pedido de alguém da seleção ou se por preo-
SERGIO NEVES/AE
Distração. Sanchez distraiu curiosos e jogadores saíram à francesa
Futebol (CBF) oficializou ontem, por meio de seu site oficial, a demissão de Dunga e de toda a comissão técnica da seleção brasileira. O comunicado ratifica o que Dunga já havia adiantado logo depois da partida contra a Holanda, na sexta-feira, quando disse que sua permanência à frente da equipe seria de quatro anos. Segundo a CBF, a nova comissão deve ser anunciada até o fim desde mês. Mano Menezes e Luiz Felipe Scolari são os nomes mais cotados para dirigir o time. Com isso, a CBF confirma a tradição de renovar a direção da seleção a cada quatro anos. Com exceção de Zagallo e Telê Santana, que comandaram o Brasil em duas Copas seguidas (Zagallo em 1970 e 1974 e Telê em 1982 e 1986), nenhum outro técnico de seleção permaneceu no cargo por mais de quatro anos.
cupaçãocomumpossíveltumulto no saguão, que por volta das 5h30 já contava com uma movimentação razoável. Enquanto os atletas escapavam pelos fundos e Dunga usava saída interna para fazer conexão para Porto Alegre, o presidente doCorinthiansechefedadelegação brasileira na África do Sul, Andrés Sanchez, saía pelo portão principal, tentando distrair a atenção de todos. Afirmou que nãopassadeespeculação apossibilidade de Mano Menezes ser o substituto de Dunga. Além dele, apenas o fisioterapeuta da seleção, Luís Rosan, deixou o aeroporto pelo portão principal. Sem poder ver os astros da seleção, parte da torcida no saguão comemorou a chegada de um passageiro com o uniforme do Brasil como se fosse um jogador. Apesar da derrota da seleção e da madrugada perdida houve quem mostrasse bom humor.
O ESTADO DE S. PAULO
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PAULO CALÇADE
A ALEMANHA TEM A MELHOR COMBINAÇÃO ENTRE TÉCNICA E TÁTICA, FORÇA E HABILIDADE
Semifinal histórica
R
igidez tática, força física, determinaçãoe capacidadedereconstrução. A Alemanha supera todos os ingredientes já conhecidos da escola germânica. Desembarcou na África do Sul respeitada por seu significado histórico, não pelo futebol campeão do mundo. Agora, depois de goleadas sobre Inglaterra e Argentina, o time de Joachim Löw sinaliza que pode mais. É o único a merecer, por enquanto, levantar a taça Fi-
fa no domingo. Os alemães possuem o futebol mais bonito doMundial,amelhorcombinaçãoentretécnicaetática,forçaehabilidade,individualecoletivo. Com cinco jogadores no meio-campo, a equipe não emperra, transborda mobilidade num domínio quase perfeito sobre o espaço. Diverte-se demolindo campeões mundiais. Jáo badaladoe talentososelecionado espanhol ainda não fluiu como se esperava. Antes de a bola começar a rolar por aqui, qualquer comparação entre Espanha e Alemanha, finalistas da última Eurocopa e agora rivais na semifinal, era perda de tempo. Mas você já deve ter percebido que na Copa, além de driblar, o mundo gira em outra rotação. NaEspanha,osetordeBusquets,XabiAlonso, Xavi, Iniesta e, eventualmente, de Fábre-
gas ainda não jogou como se esperava. Tem posse de bola, trabalha com paciência, procura os lados do campo, mas lhe falta profundidade, o ponto catalisador de todoo volume de jogo, jamais atingido por Fernando Torres, ainda amarrado às contusões da temporada. ReferênciaécomMiroslavKlose,ocentroavante da Alemanha, de temporada inútil no Bayern de Munique, 25 jogos e três gols na Bundesliga, enquanto em solo africano marca um gol a cada 66 minutos. E, assim, voltamos para a história real da Copa, a do melhor time do mês. O de Joachim Löw já é um marco, independentemente do que ocorra na semifinal. Joga no sistema 4-5-1, com dois volantes, três meias e um atacante. Até aí não há novidade, o diferencialestá no momento dosjogadores,
no gomo intangível da Jabulani, disposta a desmentir a “verdade” estatística. E isso ninguém controla, para o desespero de quem só enxerga números. Fique de olho no futebol gigante de Xavi e, principalmente, no de Schweisteiger, um dos grandes nomes da Copa. Espanha x Alemanha é semifinal histórica. Para quem gosta de futebol, a Copa continua.
NATACHA PISARENKO/AP
Maradona, mais uma vez, alvo de amor e ódio Torcedores querem que El Diez deixe o comando da seleção, mas o chefe Julio Grondona cogita a permanência do técnico Ariel Palacios CORRESPONDENTE / BUENOS AIRES
A derrota da seleção argentina perante a Alemanha gerou uma retomada dos protestos dos torcedorescontraapresençadeDiego Armando Maradona no posto detécnico.Segundoumapesqui-
sa divulgada ontem pelo jornal La Nación, 71% dos entrevistadosqueremque Maradonaabandoneaseleção,enquantosomente 29% consideram que deveria permanecer. Mas, o presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), Julio Grondona, pediu a Maradona que permaneça um pouco mais no posto: “Não choretanto,porquenodia11deagosto você precisa dirigir o time em um amistoso em Dublin.” Informações extraoficiais indicam queGrondona pretendequeMaradona também comande a seleção na Copa América, que será disputada no país em 2011. Outra pesquisa do La Nación sustenta que 67% dos torcedores consideram que a culpa da retirada da seleçãodaCopadeveseratribuídaàs “colocações táticas”de Maradona.Somente 24% consideramqueaderrotapoderiaser culpadaexistência de um “rival superior”. Outros 5% indicam genericamente que as falhas possuem “outras origens”, enquanto que 4% sustentam que a culpa é dos atacantes. Críticas constantes. Lem-
brado por seus tempos de
Recepção. Cerca de 10 mil argentinos, com bandeiras, cercam o ônibus da seleção na chegada da delegação a Buenos Aires, ontem glória como jogador nos anos 80 e início dos 90, Maradona carregauma elevadaimagem negativa de seus últimos atribulados 15 anos,aolongodosquaisprotagonizou escândalos em público, agressões a jornalistas, alinhamentos políticos controvertidos (desde o neoliberal Carlos MenematéosocialistaFidelCastro), diversas overdoses de droga, além de uma sui generis overdose gastronômica de croissants com doce de leite. ApresençadeMaradonanocomando da seleção foi permanen-
te alvo de críticas desde que foi designado para o posto em novembro de 2008. Na ocasião, de 65% a 75% dos torcedores não queriam que El Diez ocupasse o cargo. No entanto, apesar das opiniões contrárias por parte da torcida, Grondona decidiu manter Maradona no cargo. No ano passado, ao longo dos jogos de classificação para a Copa, os torcedores continuaram majoritariamentecontraotécnico. Em novembro, após a suada classificaçãoda Argentina após o jogocontraaseleçãodoUruguai,
as pesquisas indicavam que 90% dostorcedores queriamMaradona fora das funções de técnico. Uma pesquisa realizada pelo site do jornal Infobae indicou ontem que 63,5% dos argentinos, após a eliminação de sua seleção, destinarão seu entusiasmo paraovizinhoegranderivalUruguai. Outros 16,3% optam por torcer pela Holanda. A Alemanha será o alvo da torcida de 10,6%, mais ainda do que a Espanha, terra-mãe da Argentina, só conseguirá a torcida de 9,43% dos torcedores do país.
OPINIÃO PÚBLICA
71%
dos argentinos querem que Maradona deixe a seleção
69%
dos torcedores acreditam que a eliminação na Copa ocorreu por causa de problemas táticos
“Não chore tanto, porque você precisa dirigir o time em um amistoso” Julio Grondona, para Maradona, a respeito de jogo na Irlanda em agosto DARREN STAPLES/REUTERS–3/7/2010
DANIEL OCHOA DE OLZA/AP
Para Espanha, Alemanha será mais fácil que Paraguai David Villa, estrela principal da Fúria, aposta que, na semifinal, sua equipe enfim exibirá ‘um grande futebol’ Daniel Akstein Batista ENVIADO ESPECIAL JOHANNESBURGO
Cinco jogos, seis gols e um futebol burocrático. A Espanha ainda não empolgou na Copa do Mundo de 2010, mas está na semifinal e próxima de seu primeiro título. Nunca antes esteve tão perto. Apesar das dificuldades para chegar ao penúltimo jogo da competição, os espanhóis garantem que a história será outra daqui a dois dias, em Durban, na
OTIMISMO DAVID VILLA Artilheiro do Mundial
“A Alemanha é um time que joga (para a frente) também e não apenas se fecha atrás” partida contra a Alemanha. AFúriajogouofavoritismopara o adversário e os jogadores consideramosalemãesosprincipais candidatos ao título. Após a sofrida vitória sobre o Paraguai, por 1 a 0, anteontem, o craque David Villa avisou que a partida
Movimentação. Espanha se prepara para ir à primeira final da próxima fase será mais tranquila. “Teremos mais facilidade para fazer nosso jogo contra a Alemanhado quecontraos paraguaios”, afirmou. Segundo o atacante,émaisconfortávelenfrentar uma equipe ofensiva. “A Alemanha é um time que também
joga e não se fecha atrás.” Os jogos desta Copa mostram que a Espanha tem dificuldades quando pega um rival que atua fechado. Logo na estreia, a Fúria conheceusuaúnicaderrota,contra a retrancada Suíça. Nos dois jogos seguintes, um fraco adver-
sário e um time que gosta de ir para frente. Resultado: dois gols emcadapartida:2a0 emHonduras e 2 a 1 no Chile. Passadaaprimeirafrase, osespanhóis começaram a sofrer em campo. Contra um recuado Portugal, fez 1 a 0 com Villa. E o mesmo atacante repetiu a façanha e o placar contra o Paraguai. Segundo os jornais alemães, a Alemanhanãoprecisase preocupar nem se assustar com a Espanha, se ela repetir na terça o demonstradoanteontem. Já osdiários ingleses, como muitos outros, citaram apenas um jogador.“Enquanto David Villamantiver essa força, tudo é possível”, assinalouo dominicalTheObserver. ‘Villa, letal’ foi a manchete de The Sunday Times. O técnico Vicente Del Bosque não liga para as críticas segundo asquaissuaequipetrocouo futebol arte pelo resultado e afirmou que a Espanha seguirá no mesmo ritmo. “Devemos tentar ser fiéisaonosso estilo,comoespírito decisivo que temos demonstrado.Só peço um pouco mais de regularidade.Deresto,temosfeito as coisas bem até aqui.”
Duelo reedita decisão da Euro de 2008 JOHANNESBURGO
Os espanhóis tentam, por um momento, esquecer sua principal conquista. A partida contra os alemães será uma reedição da final da Eurocopa de 2008. O time do técnico Joachim Löw não esquece aquela derrota. Já os campeõessabemdos pontosfortes dos rivais para lembrar que a história pode ser outra. Nos times, poucas mudanças em dois anos. A Espanha é praticamente a mesma que fez a festa em Viena. A principal diferença é a ausência de Marcos Senna e a má fase de Fernando Torres. O técnico Vicente Del Bosque afirmou que enquanto seu time ganhou maturidade, a Alemanha se renovou e mudou para a melhor. Mas não acredita em revanche. “O esportista sempre olha pra o futuro.” / D.A.B.
O ESTADO DE S. PAULO
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OS ‘ESTRANGEIROS’ THOMAS BOHLEN/REUTERS
JAVIER SORIANO/AFP
CÉZARO DE LUCA/EFE
KAI PFAFFENBACH/REUTERS
ROGAN WARD/REUTERS
A força composta da miscigenação na Alemanha Os alemães têm grande orgulho de seus jogadores e dizem não se importar com a mistura das raças. A seleção saiu desacreditada do país e hoje é elogiada
Mário Gomez Garcia
Cacau
Lukas Podolski
Miroslav Klose
Piotr Trochowski
Espanha
Brasil
Polônia
Polônia
Polônia
Clube: Bayern de Munique (ALE) Idade: 24 anos Pela seleção: 37 partidas e 12 gols. É reservana África.
Clube: Stuttgart (ALE) Idade: 29 anos Pela seleção: 11 jogos e 11 gols. É reserva na África
Clube: Colonia (ALE) Idade: 25 anos Pela seleção: 78 partidas e 40 gols. É titular na África
Clube: Bayern de Munique (ALE) Idade: 32 anos Pela seleção: 100 jogos e 52 gols. É titular na África
Clube: Hamburgo (ALE) Idade: 26 anos Pela seleção: 34 jogos e 2 gols. É reserva na África
INA FASSBENDER/REUTERS
DANIEL GARCIA/AFP
JOHN MACDOUGALL/AFP
INA FASSBENDER/REUTERS
JOHN MACDOUGALL/AFP
JAVIER SORIANO/AFP
Serdar Tarci
Sami Khedira
Dennis Aogo
Marko Marin
Mesut Özil
Jerome Boateng
Turquia
Turquia
Nigéria
Bósnia
Turquia
Gana
Clube: Stuttgart (ALE) Idade: 23 anos Na seleção: 12 jogos (reserva)
Clube: Stuttgart (ALE) Idade: 23 anos Na seleção: 10 partidas (titular)
Clube: Hamburgo (ALE) Idade: 23 anos Na seleção: 2 jogos (reserva)
Clube: Werder Bremen (ALE) Idade: 21 anos Na seleção: 11jogos,1gol(reserva)
Clube: Werder Bremen (ALE) Idade: 21 anos Na seleção: 15jogos,2gols(titular)
Clube: Hamburgo (ALE) Idade: 21 anos Na seleção: 8 jogos (reserva)
Alemanha, a sensação multicultural KAI PFAFFENBACH/REUTERS
Dos 23 jogadores que estão na Copa, 11 têm origens não-alemãs, como o atacante Cacau, brasileiro naturalizado Wilson Baldini Jr. ENVIADO ESPECIAL CIDADE DO CABO
Duranteumaconferênciadopartido conservador do OVP (Partido Popular Austríaco), em setembro de 2008, Angela Merkel afirmou ser contra alguns tipos demiscigenação de culturas. Anteontem, no Estádio Green Point,naCidadedoCabo,achanceler alemã não se conteve e aplaudiubastantesuamiscigenada seleção, classificada para as semifinais da Copa da África com uma histórica goleada sobre a Argentina, de Diego Maradona e Lionel Messi, por 4 a 0. Dos 23 jogadores relacionados pelo técnico Joachim Löw para a disputa do Mundial, 11 têm origens fora da Alemanha, sendo cinco titulares da equipe. Coisa inimaginável há algumas décadas. O coração da equipe é formado por Sami Khedira, do Stuttgart, e Mesut Özil, do Werder Bremen. Os dois fizeram parte da equipe que obteve o título europeu inédito sub-21, no ano passado, na Suécia. Khedira tem pai tunisiano e não se intimida em usar o dialeto Suábia, comum na região de Stuttgart, onde nasceu. Já Özil é de família turca. O lateral-esquerdo Jerome Boateng, do Hamburgo, afirma não sofrer nenhum tipo de pro-
Reunião de povos. Poloneses, turcos, tunisianos, ganenses, nigerianos... O caldeirão étnico garantiu força física à determinação tática da seleção germânica blema pelo fato de seu pai ser de Gana. Nem mesmo depois de seu irmão, Prince, ter deixado o ídolo Michael Ballack fora do Mundial, após cometer uma falta em um jogo pelo Campeonato Inglês um mês antes do início da Copa. “A união da força física do jogador africano com a determinação tática do alemão garante uma ótima mistura”, diz. Reserva de Boateng, Dennis Aogo atua pelo Karlsruhe e tem
origem nigeriana. O lateral não tem medo de afirmar que não sabe cantar o hino alemão. “Muitas pessoas reclamam que alguns de nossos jogadores não cantam o hino nacional. Mas também tem gente que reclama decortesdecabelo ououtrascoisas. Não podemos agradar a todos”,afirmouOliverBierhoff,diretor-técnico da seleção alemã na África do Sul. A imigração também está pre-
sente entre os grandes ídolos da atualidade. Os atacantes Lukas Podolski e Miroslav Klose são nascidos na Polônia. “É maravilhoso como esses jogadores se esforçamaomáximopelaAlemanha”, destaca Bierhoff. Brasil presente. O Brasil tam-
bém está presente nesse conjunto de nações. Claudemir Jerônimo Barreto, o Cacau, de 29 anos, nasceu em Santo André, mas fez
‘É assustador’, resume Michael Ballack Craque alemão, ausente da Copa por causa de lesão, não esconde seu entusiasmo com o time CIDADE DO CABO
Uma mistura de sofrimento, frustração e muita alegria. É as-
sim o sentimento de Michael Ballack, astro do Chelsea, que por causa de uma lesão não está atuando pela seleção alemã na Copa do Mundo da África do Sul. Ojogadorestevenaconcentração da equipe, perto de Pretória, e mostrou-se bastante feliz com o desempenho do time neste Mundial.“Oqueelesestãojogando é um pouco assustador”, afir-
mou,semconseguirconterosorriso. “Conheço e sempre confiei no grupo, mas o que eles fizeram diante de Inglaterra e Argentina realmente foi incrível”, afirmou o craque, referindo-se às expressivas vitórias por 4 a 1 sobre os ingleses e por 4 a 0 diante dos argentinos. Aos 33 anos, Ballack aproveitou para dar um conselho aos
amigos. “É importante manter os pés no chão. Não ter arrogância”, afirmou, ao lado do capitão, olateral-direitoLahm,edotécnico Joachim Löw. “Mas, pelo que sinto, não preciso ter medo. O grupo está com uma confiança muito grande e demonstrando bastante equilíbrio emocional”, declarou. Ballack sofreu uma lesão em15
quase toda a sua carreira atuando na Alemanha. Depois de apenas 12 jogos pelo Nacional, de SãoPaulo, Cacau, aos 18anos, foi para o Türk Gücu München, da Quinta Divisão alemã. “Todos eles falam um razoável alemão. Nos damos muito bem”, afirmou o goleiro Manuel Neuer. Para o bem da Alemanha e dos amantes do futebol, que têm visto ótimas jogadas, grandes partidas e muitos gols.
CONFIANTE OLIVER BIERHOFF Diretor-técnico da seleção
“É maravilhoso como os jogadores se esforçam pela Alemanha”
de maio, durante o jogo do seu time,oChelsea, peloCampeonato Inglês. “Para mim, isso dói muito. Gostaria demais de estar em campo com todos eles, Mas, o que posso fazer? Isso é futebol.” Esta não é a primeira vez queBallackficaforadeummomento importante da seleção alemã. Em 2002, ele recebeu cartãoamarelo nasemifinal contra a Coreia do Sul e não pôde estar na final vencida pela seleção brasileira. / W.B.Jr.
“O que o grupo fez contra Inglaterra e Argentina foi incrível” Ballack, sobre os resultados da seleção alemã na Copa HELMUT FOHRINGE/EFE–2/7/2010
Jogadores e comissão técnica definem esquema para decisão CIDADE DO CABO
Seis titulares da Alemanha não esquecem o dia 29 de junho de
2008. Data da final da Eurocopa, em Viena, perdida para a Espanha, adversária de quarta-feira, emDurban,pelasemifinaldaCo-
pa. Ontem, Miroslav Klose, um dia após ser um dos protagonistas na goleada histórica sobre a Argentina, por 4 a 0, já fazia uma análise do que poderá ser uma revanche para os alemães. O atacante era um dos que estavam em campo e viu Fernando Torres fazer o único gol do jogo. Os
demais eram o lateral Lahm, os zagueiros Friedrich e Mertesacker, o meia Schweinsteiger e o atacante Podolski. “A Espanha possui um grande toque de bola e é mais forte do que Inglaterra e Argentina”, disse. “Mas acho que estamos melhores quantitativamente do
que há dois anos.” E acrescenta: “Somos todos experientes. Temos equilíbrio contra todos os adversários.Nossagrandevantagem é que pensamos jogo a jogo. Não ganhamos arrogância com as vitórias.” O atleta do Bayern deMuniqueestáaumgoldeigualar Ronaldo, o maior artilheiro
das Copas, com 15. O alemão revelouqueumaestratégia seráestudada pela comissão técnica e jogadores para o duelo. / W.B.Jr.
QUARTAS DEFINAL Ficou na promessa Messi chegou com a credencial de melhor do mundo, mas saiu sem nem balançar as redes
CRONOLOGIA
VISUAL DA COPA2010
(4) (2)
O crime, às vezes, compensa O atacante uruguaio Suárez fez, talvez, a maior defesa da Copa
Inacreditável! Asamoah Gyan perdeu um pênalti nos acréscimos da prorrogação
Para fazer história O atacante alemão Klose faz dois e está a um gol de se tornar o maior artilheiro das Copas
(4)
(1)
(3)
ARGENTINA
04 X
ALEMANHA
13gols A Alemanha fez
7gols O Uruguai fez
2X4 NOS PÊNALTIS
GANA
1 1 X
até agora
até agora
URUGUAI
MASSACRE ALEMÃO Argentina e Alemanha vieram para o jogo com ares de final antecipada. O que nem o mais fanático alemão esperava foram os 4 a 0 para cima dos hermanos. Com cinco títulos em campo, uma goleada histórica
EMOÇÃO ATÉ O FIM Uruguai e Gana lutaram até não poder mais. Depois de empate em 120 minutos, o final de jogo mais espetacular da Copa teve bola salva em cima da linha e pênalti no travessão. Nas cobranças, festa uruguaia
HERÓI HOLANDÊS
(5)
Wesley Sneijder De seus pés saiu a bola que, numa confusão brasileira, deu o empate aos holandeses. E de sua cabeça, do alto de 1,70m, o gol da virada (o primeiro de cabeça em sua carreira). Seguro e frio, o meia comandou a vitória holandesa. De quebra, já marcou quatro vezes e briga de perto pela artilharia
Triste fim Dunga esbravejou, mas não evitou que um time nervoso (como ele) tomasse a virada
(6)
(7)
9gols A Holanda fez
(8)
(9)
BRASIL
1 2 X
até agora
HOLANDA
DUELO CHORADO (12)
Destempero O pisão de Felipe Melo em Robben: símbolo da derrota
(10)
(11)
PARAGUAI
0 1 X
ESPANHA
Todos com o Paraguai Larissa Riquelme, a musa da Copa, conquistou torcedores no mundo inteiro
Acompanhe e guarde O Estado publica hoje a terceira de uma série de páginas especiais com a cronologia da Copa. Veja a programação ao lado. Juntas, elas resumirão os principais momentos do Mundial
1ª 1 fase
6gols A Espanha fez
até agora
HOJE Oitavas
Semi
Final (1) Jon Hrusa/EFE, (2) John Macdougall/ AFP, (3) Roberto Schmidt/AFP, (4) John Macdougall/AFP, (5) Fabrice Coffrini/AFP, (6,7 E 8) Fabrice Coffrini/AFP, (9) PierrePhilippe/AFP, (10) Antonio Scorza/AFP, (11) Jorge Saenz/AP, (12) Franck Fife/AFP
INFOGRÁFICO: TCHA-TCHO E EDUARDO ASTA/AE
Espanha e Paraguai fizeram um disputado embate de opostos: a favorita venceu a surpresa com um apertado 1 a 0. Os dois lados perderam um pênalti cada, em uma partida cuja arbitragem desagradou a todos. No detalhe, a Espanha, que errou menos, saiu vitoriosa. E Villa isolou-se na artilharia
O ESTADO DE S. PAULO
%HermesFileInfo:E-7:20100705:
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
A mini Copa América vira mini Eurocopa
OS GOLS DAS QUARTAS 1.º TEMPO
2.º TEMPO
Média de
2,5
gols por jogo
Forlán(URU)
Friedrich (ALE) Villa (ESP)
Muntari(GAN)
Três das quatro seleções das semifinais são da Europa. Nas quartas de final, quatro das oito eram sul-americanas Leandro Modé
QuandoasquartasdefinaldaCopa da África do Sul se desenharam, muita gente imaginou que as semifinais poderiam ser uma versão em miniatura da Copa América. Afinal, dos oito melhores até então, quatro eram sulamericanos: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O término da fase, porém, foi quase desastroso para os times da região. Apenas os uruguaios sobreviveram. Mesmo assim, após o jogo mais emocionante do torneio até agora, vencido nos pênaltis contra Gana. As semifinais, na realidade, são quase uma mini Eurocopa, comAlemanha, Espanha e Holanda. Oseuropeusjátêmvagagarantida na grande final, uma vez que Alemanha e Espanha se enfrentam na próxima quarta-feira. Na outra partida, o favoritismo é da Holanda, que, como se sabe, eliminou o Brasil. Se tal favoritismo se confirmar na prática, a Copa da África verá a repetição da histórica fi-
nal de 1974, quando os alemães, então donos da casa, bateram a sensação daquele campeonato, a Laranja Mecânica liderada por Johan Cruyff, por 2 a 1. O confronto entre Espanha e Alemanha também é reedição de umjogo histórico.Os doispaíses fizeram a final da mais recente Eurocopa, disputada em 2008, na Áustria. Na ocasião, os espanhóis confirmaram o favoritismo e venceram por 1 a 0. Agora, a história é diferente. Embora ambas as equipes sejam consideradas fortes, a campanha quase impecável da Alemanha (só não é perfeita por causa da derrotapara a Sérvia, por 1a 0, na primeira fase) leva os próprios espanhóis a considerar o adversário favorito. “A Alemanha é a melhor equipe do Mundial. Isso se demonstrou pela forma de jogar contra InglaterraeArgentina”,disseCasillas, goleiro da Fúria. Ao“intruso”Uruguaicabetentarmaisummilagreemsuahistória. A Celeste tem tradição em surpreender: ganhou a Copa de 1950 no Brasil contra os anfitriões(oinesquecívelMaracanazo) e, neste Mundial, bateu os donos de casa e saiu vitoriosa da partidaquaseperdida contraGana – que chutou na trave um pênaltinoúltimo minutodosegundo tempo da prorrogação.
Sneijder (HOL)
Robinho (BRA) Müller (ALE)
A menos que a fase final seja pródiga em placares elásticos, a Copa da África do Sul caminha para uma marca triste: ter a mais baixa média de gols da história dos Mundiais. Até agora, os 2,22 gols
por partida (133 em 60 jogos) só superam os 2,19 da Copa da Itália, em 1990. A situação só não é pior por causa da vitória de Portugal sobre a Coreia do Norte por 7 a 0. Excluído esse resultado, a média cai para 2,13 gols por jogo. Inferior, portanto, à de 1990. O fraco desempenho ofensivo das seleções deve ser um dos principais pontos analisados pela Fifa após o término do Mundial. Foi a baixa média de gols da
Klose (ALE)
A Alemanha novamente foi a protagonista da rodada, ao fazer 4 a 0 sobre a Argentina. Müller abriu o placar, de cabeça, aos 3 minutos e fez o gol mais rápido da Copa. Miroslav Klose, que anotou dois, chegou à marca de 14 gols em Mundiais, igualando-se ao compatriota Gerd Müller. E o artilheiro Villa fez o gol da vitória espanhola
DE CABEÇA
Onde e como foram os gols
10
NA PEQUENA ÁREA
3
(2,5 por jogo)
2
NA GRANDE ÁREA
3
DE FORA DA ÁREA
4
CONTRA
DE PÊNALTI
0
DE PÉ ESQUERDO
0
3
DE FALTA
0
DE PÉ DIREITO
5
Números das quartas
Entre parênteses, a média por jogo CARTÕES AMARELOS
CARTÕES VERMELHOS
IMPEDIMENTOS
(5,0)
(0,5)
(5,0)
20
2
20
ESCANTEIOS
FALTAS
49
156
(12,25)
(39,0)
JOGOS QUE FORAM DECIDIDOS NOS PÊNALTIS
1 INFOGRÁFICO/AE
Exceção. Se fizer mais um gol, o alemão Klose se iguala a Ronaldo como maior artilheiro das Copas
Nos 60 jogos disputados, foram marcados 133 gols, média de 2,22 por partida; na Copa de 1990, média foi de 2,19
Klose (ALE)
Sneijder (HOL)
CHRISTOPHE SIMON/AFP–3/7/2010
Até agora, média de gols é a segunda pior da história
E7
CopadaItáliaquelevouaentidade a promover uma das mais importantes mudanças nas regras dofuteboldas últimasdécadas: a vitória, em vez de dois, passou a valer três pontos. Atéagora,o artilheirodoMundial é o atacante espanhol David Villa, com cinco gols. Atrás dele vêm Vittek, da Eslováquia, Higuaín, da Argentina, Sneijder, da Holanda, e Müller e Klose, ambos da Alemanha, com quatro. A briga pela artilharia, portanto, está restrita a Villa, Sneijder, MüllereKlose,cujas equipesainda estão no torneio. Müller, aliás, pode ficar um pouco atrás dosadversários,porqueestásuspenso e não joga a semifinal contra os espanhóis, quarta-feira. Klose está bem perto de igualar a marca de Ronaldo como maior artilheiro das Copas. Tem 14 gols, ante 15 do brasileiro. / L.M.
O ESTADO DE S. PAULO
E8 %HermesFileInfo:E-8:20100705:
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
ANTERO GRECO
O TIME TOSCO, SEM CINTURA, VIROU REFINADO E CHEIO DE GRAÇA. COMO JÁ FOI O BRASIL
Subversão alemã
D
omingodeCopasemfutebol,na terradaCopa,éprafazeragente pensar. Cá estou eu, a arrumar as malas e a matutar não sobre o fiasco de Itália e França, muito menos a respeitodoesfacelamentodaseleçãobrasileira. Também não me detive nas decepções que foram Kaká, Drogba, Cristiano Ronaldo e Rooney. Deixo todos pra lá. O que povoa minha imaginação é a Alemanha, que considero o maior destaque do
Mundial africano. Nem sei se passa pela Espanha,depoisdeamanhã,echegaàfinal.Sinceramente, não me interessa. Depois da surra que aplicou na Argentina, no sábado, virou minha cabeça. Escrevi em algum momento da semanapassada que ficariatriste se aequipe deDiego Maradona saísse fora, porque mostrava futebol ousado, leve, atrevido. Se você me permite, estendo esses conceitos para a Alemanha. O que os torna ainda mais fortes. Afinal, quantas vezes na história a gentepôdeencheraboladostedescospormostrarem futebol de tirar o chapéu? Que me lembre, foina Copa de1970, aprimeira no México, quando caíram na semifinal contra a Itália, num dos mais emocionantes clássicos de todos os tempos – 4 a 3 na prorrogação. Pois agora o time de Joachim Löw joga o
fino.JámeimpressionoucontraaAustrália,na estreia, conforme registrei aqui. Toques rápidos, bola no chão, deslocamentos inteligentes, rodízio nas finalizações, ginga. Parecia até a seleção brasileira. Epa, epa, Brasil de outras eras! Não o time de soldadinhos de chumbo que Dunga trouxe e que foi valente só contra rivais de menor qualidade, até pegar um melhorzinho, tremer na base e saltar de banda. Dei um desconto para a exibição inicial alemã, contra um rival sem pedigree. Depois vieram a derrota para a Sérvia e a vitória apertada diante de Gana. Esfriei um pouco. Arregalei os olhos com o show pra cima da Inglaterra e me rendi com o que fez da Argentina. O que deu em Podolski, Klose, Müller, Özil? Esses dois,então,jogamdemais.Maniademeremeteremacraquesbrasileirosdealtocalibre.En-
tramemcampocomoseestivessemnumsimples bate-bola, um bobinho pra esquentar. A Alemanha enlouqueceu, só pode ser isso. Onde foi parar aquele estilo tosco, marcial, quedavacalafrios,apresentavaresultadossuados e que inspirou treinador que a esta hora já está em casa? A Alemanha que veio à África subverteuocursonatural do futebol: ela virou o Brasil. Enfim, achei meutime!Quemdiria que um dia torceria pela Alemanha...
antero.greco@grupoestado.com.br
FERNANDO VERGARA/AP
Churrasco e alegria, as marcas uruguaias Sul-americanos ironizam ‘interesse repentino’ de jornalistas e organizadores pela Celeste após as vitórias Almir Leite ENVIADO ESPECIAL JOHANNESBURGO
Bom humor pode não ganhar jogo, mas deve ajudar. No mínimo, não atrapalha. Semifinalista da Copa,oUruguaitem,claro,motivos para sorrir e mantém o mesmo comportamento descontraído dos dias que antecederam ao início da competição. Churrasco e chimarrão são rotina no dia a dia uruguaio na África do Sul. E os parentes dos jogadores estão sempre com os jogadores. Considerada a grande surpresa do Mundial, a seleção do Uruguai conseguiu alcançar as semifinais depois de partidas complicadas contra Coreia do Sul e Gana.Amanhã, enfrenta a Holanda,
tida como uma das favoritas ao título, na Cidade do Cabo, por um lugar na decisão, o que não acontece desde 1950, quando foi campeão, no Brasil. Para os atletas, reunidos há cerca de 45 dias, o ambiente leve ajuda. “Ficamos perto da família, todos juntos aqui no hotel, com muita tranquilidade e alegria”, disse o atacante Loco Abreu. “Sabemos que ainda não terminou, mas a gente está feliz e a família contente”, disse o atacante do Botafogo. Os churrascos, regados a chimarrão, são acompanhados por muita música. “Mas é música uruguaia tradicional. Não dá para colocar pagode, porque senão vão quebrar o aparelho de som”, brinca Abreu, mostrando-se adaptado ao futebol brasileiro. Ontem, o cozinheiro Aldo Cauteruccio preparava o churrasco para os jogadores na porta do hotel que serve de base para a Celeste Olímpica em Johannesburgo. Ele revelou ter trazido mil quilos de carne de seu país,
Otimismo exagerado é preocupação holandesa Treinador Van Marwijk diz que é preciso controlar sentimento de que derrota para o Uruguai é inaceitável Jamil Chade ENVIADO ESPECIAL JOHANNESBURGO
Euforia. Esse é o principal inimigo dos holandeses para o jogo da
semi-final contra o Uruguai. Nos últimos dias, o técnico Bert Van Marwijk vem tentando conter o clima de favoritismo que passou afazer parte doambiente da seleção e mesmo entre os torcedores nas cidades holandesas. “Depois de derrotar o Brasil, o sentimento agora é de que perder para o Uruguai na semifinal seriatotalmente inaceitávele esse clima de francos favoritos é que temos de controlar”, afirmou ao Estado o ex-jogador da
Mais atenção. O zagueiro e líder uruguaio Lugano (D), acompanhando Andrés Scotti, diz que o mundo demorou a enxergar seu time mas acabou censurado, de brincadeira, pelo zagueiro Lugano. “Pô, eu disse a ele que é antiestético fazer churrasco na porta de um hotel cinco estrelas, com jornalistas de todo mundo vendo (nenhumfoiconvidado paraobanquete).Mas tudo bem, faz parte de nossa cultura”, disse o ex-za-
gueiro do São Paulo. A única surpresa ontem para os uruguaios foi a presença de mais de 100 jornalistas na entrevista coletiva, realizada em apertado salão do hotel. Foi preciso chamar até a polícia para tentar organizar a reunião. Os policiais fizeram um cordão de isolamen-
seleção holandesa e consultor do time, Ronald De Boer. Van Marwijk usou os mesmos argumentos para colocar o time holandês focado no adversário. “Temos de ter cuidado. O Uruguai luta e sobrevive. Por isso chegaram até aqui. Não podemossubestimá-los.Caso contrário, perderemos antes mesmo de entrar em campo”, alertou. Nem as suspensões de Luis SuárezeFucile,alémdosproblemas físicos de Lugano, são motivo para comemoração. “Se eles têm perdas, nós também temos. Nigel de Jong e Van der Wiel estão suspensos”, disse o técnico. “A euforia é sempre boa e entendoisso.Masjáocorreunopassadoe,quandovemos, deixamos
escapar de nossas mãos títulos importantes”,declarou,em relação à campanha da Holanda em 1974 e 1978. Ontem, Robin Van Persie e Mathijsen treinaram separadamente do grupo. Mas estão em condição de atuar na partida de amanhã, comemorou Bert Van Marwijk . “Somos favoritos e sabemos disso. Mas agora precisamos administrar o favoritismo. Em campo, isso significa trabalhar muito”, concluiu De Boer. Ele admite que o time da Holanda já sofreu em várias ocasiões a sina de chegar a um Mundial como favorito e não conseguir desempenhar em campo a teórica superioridade, o que acarretou em eliminações dolorosas.
to, solenemente ignorado quando os jogadores chegaram, quase uma hora e meia depoisdo horário previsto. “Lembraram que estamos aqui”, ironizou Lugano. Ozagueirotiroudeletraaconfusão. “Para nós não é surpresa essa entrevista bagunçada, estamosacostumadoscomisso”,dis-
se, sorrindo. E sobrou ironia também para o comitê organizador da Copa. “Com a nossa boa campanha, a organização teve de comprar mais algumas bandeiras do Uruguai para colocar nas ruas, porqueantesnãoseviamuito”,zombou Lugano.
REBECCA BLACKWELL/AP
Treino leve. Holandeses realizaram corrida para desintoxicar
Semifinal em clima de provocação antecipada JOHANNESBURGO
Depoisde levaros jogadoresbrasileiros ao desequilíbrio psicológico em campo, a Holanda quer agora usar a mesma tática para
minararesistênciauruguaia.Conhecidos como um time duro e que também usa da catimba para ganhar moral em campo, o Uruguai enfrentará uma Holanda quenãodescartanenhuminstru-
mento para vencer. Ao final da partida contra o Brasil, Sneijder confessou que os jogadores holandesesseutilizaramde “espertezas” que levaram o time brasileiro ao desespero.
Se os brasileiros demonstraramnervosismo contraosholandeses, os uruguaios parecem estar preparados. Conhecidos mundialmente pela catimba de seus jogadores, os uruguaios es-
tão atentos. O zagueiro Lugano, cuja escalação está em risco por contusão, disse que um dos pontos fortes do Uruguai nesta Copa é o equilíbrio emocional. “É um aspecto importante e estamos demonstrando um equilíbrio muito grande para superar certos momentos das partidas”, disse o líder da Celeste. “Dominamos mentalmente os brasileiros e isso se refletiu em campo”, disse o consultor da Holanda, Ronald de Boer. Ele acredita que o “Uruguai é um timemais duro queo Brasil”. “Talvez poderíamos dizer que é menos inocente e pode pegar pesado. Isso é algo que temos em mente e que vamos usar para a nossa vantagem.” De Boer entrega a estratégia:
“A meta é conseguir que, ainda no primeiro tempo, jogadores fundamentaisdotimedelesrecebam punições por faltas, o que levaria a zaga a amenizar o combate,abrindoespaçosparaosdribles de Sneijder e Robben.” Para o atacante Loco Abreu, autordogoldepênaltidaclassificação para a semifinal, provocações serão bem assimiladas, assim como outras dificuldades que possam surgir. “O time está bem da cabeça.” Lugano admite que a possibilidade de os holandeses tentarem enervar os sulamericanos é grande. “O equilíbrio emocional vai ser fundamental, a Holanda também tem jogadores que sabem fazer algo mais do que jogar bom futebol”, afirmou o zagueiro. / A.L. e J.C.
O ESTADO DE S. PAULO
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
E9
VERISSIMO
ESTÁVAMOS COM A CARA PRONTA PARA GANHAR, E PERDEMOS SEM SABER A RAZÃO
Como palhaços enhuma imagem de derrota – jogadores prostrados, jogadores sendo consoladosporcompanheiros,técnicos se lamuriando – é mais triste doqueaimagemdetorcedoresfantasiados, pintadoscomascoresdasuabandeira,prontosparaafesta,subitamenteinertesecomo olhar parado de quem não acredita no que viu. Ela evoca um dos mais antigos clichês da arte sentimental, a imagem do palhaço quechora,tornadaaindamaispungentepe-
N
lo cabelo de palha, o nariz de bola e o sorriso desenhado. Na sexta-feira mesmo quem não estavade cabeleira colorida no meio da torcida brasileira, fazendo o possível para ter um momento de glória – aparecer na TV! – se sentiu um pouco como palhaço de ópera. Estávamos com a cara pronta para ganhar, e perdemos sem saber por que. Tínhamos um time no primeiro tempo que não voltou para jogar o segundo. As falhas do Julio Cesar e do Felipe Melo não explicam tudo: onde foi parar o time que saiu de campo no intervalo nos deixando radiantes? Em que mundo paralelo ele desapareceu, que vácuo misterioso o engoliu? Enquantoisso,oUruguaiconfirmavasuavocação para o improvável ou para o épico que já tinha se manifestado quando eles por pouco não caíram nas Eliminatórias. Ficou entre eles
e a Costa Rica. E agora estão a um jogo de chegar à final, na base de garra, sorte e até de futebol. No jogo Uruguai x Gana aconteceu quase tudo que pode acontecer num campo, salvo inundaçãoou ataque deabelhas.Aquela defesa com a mão do Suárez, em cima da linha, levantou uma questão filosófica. Se Suárez não faz o pênalti,as chances de a bola entrar no gol eram de100%.Aschancesdeumacobrançadepênalti dar em gol são de 80%, mais ou menos. Suárez foi punido pela defesa espetacular, mas ilegal, mas seu time foi beneficiado. Nunca o pênalti foi tão incentivado. A questão filosófica é: gol moral não deveria valer mais que infração tão grave que deu na expulsão do infrator? Eu sei, questão impraticável. Por isso, é filosófica. Era para ser o ataque infernal da Argentina contraasolidezalemã.Surpresa:comoumdes-
ses robôs de brinquedo que se transformam num caminhão, a fortaleza alemã se transformava numa Divisão Panzer quando tinha a bola, e chegava com cinco à frente. A farra ofensiva quem fez foram os alemães – jogando atrás! No outro jogo, o Iniesta passou pelo Paraguai e levou a Espanha junto. E pra quem eu voutorceragora?Pelos vizinhos épicos, claro. Lembrem-se, uruguaios:“Lapátria ou la tumba!”
FRACASSO DE TRÊS CRAQUES
Eleitos melhores do mundo pela Fifa nos últimos anos, Messi, Kaká e Cristiano Ronaldo se apagam na África do Sul JAVIER SORIANO/AFP
EDUARDO NICOLAU/AE
MARCELO DEL POZO/REUTERS
Messi
Kaká
Cristiano Ronaldo
5
4
4
23 anos - nenhum gol
JOGOS
30
FINALIZAÇÕES
28 anos - nenhum gol
100% Defendeu a Argentina o tempo todo: 450 minutos
15
ENVIADO ESPECIAL JOHANNESBURGO
Melhores jogadores do mundo em2007,2008e2009,Kaká,Cristiano Ronaldo e Messi fracassaram na Copa do Mundo de 2010. Os três jogadores não conseguiram jogar o futebol que deles se esperavaemgramadossul-africanos e não evitaram que suas seleções ficassem no meio do caminho. O argentino foi quem se saiumelhor,comboasapresentações e alguns lances de craque. O brasileiro teve lampejos e o português, nem isso. Kaká chegou para a terceira Copade suacarreiracomproblemas físicos. A contusão no púbis,quejogadoremédicosgarantem estar plenamente curada, o impediu de estar na melhor condiçãofísica.Submeteu-se atratamento intensivo durante boa
COADJUVANTES TOMARAM CONTA DO MUNDIAL
74%
JOGOS
8
Atuou por 337 minutos. Ficou fora de uma partida
FINALIZAÇÕES
FALTAS SOFRIDAS
parte do tempo, pôde entrar em campo, mas não rendeu bem. Nosquatrojogosdequeparticipou, o meia tentou jogadas e buscou tabelas. Suas arrancadas características, porém, foram raras e infrutíferas. Na Copa, mostrou um lado pouco conhecido: a de atletairritadodiantedafortemarcação, embora a expulsão contra a Costa do Marfim, que o deixou de fora do confronto com Portugal, tenha sido injusta. Kaká saiu do Mundial sem fazer gol (como titular da seleção em Copas marcou apenas uma vez em nove jogos, justamente na estreia de 2006, no 1 a 0 contra a Croácia em gramados alemães).Pouco paraquem estáentre os melhores da atualidade. O meia, no entanto, não se diz decepcionado. “Fiz aquilo que podia, lutei da forma que podia”, disse na sexta-feira, após a eliminação do Brasil diante da Holan-
Sneijder Classificou a Holanda ao marcar dois no Brasil
JOGOS
21 FINALIZAÇÕES
100% Atuou do início ao fim em todas as partidas
8
12
FALTAS SOFRIDAS
Almir Leite
25 anos - um gol
FALTAS SOFRIDAS
da. Deixou claro com a declaração que não podia muito, por sua condição física. Kaká deixou em abertoqualserá seu futuronaseleção brasileira. Messi estava no limite em termos físicos. Mesmo assim, fez grandespartidas.Deseus péssaíramótimas jogadas, algumas das
Astro português foi o mais apático entre os destaques pré-Copa mais bonitas deste Mundial, e passesparaalguns golsdaArgentina.Encheuosolhosnasprimeiras partidas e muitos previam que viria a ser eleito o melhor jogadorda Copa – passodecisivo para ser considerado o melhor da temporada no final do ano. Até que veio o jogo de anteontem contra a Alemanha.
Como toda seleção argentina, Messicorreu, lutou, brigou. Bem marcado, pouco fez. E vai continuar a conviver com uma crítica que parecia estar afastando nessa Copa: a de que não rende na seleção argentina o mesmo do Barcelona. Sem contar que há quem considere que ele “pipoca” em momentos decisivos. Como Kaká, o meia-atacante sai da Copa sem gol. Não foi por falta de tentativas. Messi foi um dos jogadores que mais concluíram contra o gol adversário até agora. Parou nos goleiros, traves enasbolasque passaramraspando. “Uma hora o gol sai”, dizia. Não saiu. Depois da goleada de 4 a0contraaAlemanha,Messipreferiu o silêncio. Cristiano Ronaldo fez um golzinho, o último nos 7 a 0 de Portugal sobre a pobre Coreia do Norte, encerrando longo jejum em jogos pela seleção.
Müller O meia de 20 anos é uma das revelações da Alemanha
No mais, mostrou-se um jogador nulo. Prometeu “explodir” no Mundial, mas foi mais visto se observando nos telões do que efetivamente jogando. As quatro partidas que disputou foram marcadas por muita firula, irritação constante com árbitros, adversários e companheiros e falta de objetividade. Em momento algum assumiu a responsabilidade, como jogador de renome e capitão, de liderar Portugalem campo.Contra aEspanha, assistiu candidamente a sua equipe ser eliminada. Ronaldo parecia mais preocupado com o próprio umbigo do queemajudarsuaseleção–justamente o oposto doque prometera antes de a bola rolar. O português foi uma completa decepção, provavelmente a maior entre os craques que estão, ou estiveram, na África do Sul. “Estou desolado, completamente frus-
Suárez Artilheiro salva Uruguai ao evitar gol com a mão
trado e com uma tristeza inimaginável”, disse no dia da eliminação. Foi uma frase pensada, proferida algum tempo depois de ter dito que era o técnico Carlos Queiroz quem deveria dar explicação para o fracasso português. Cannavaro. Outro que decepcionou foi o zagueiro Fabio Cannavaro, eleito o melhor jogador do mundo em 2006 justamente por sua importância na conquista do título pela Itália. Cannavaro era considerado o esteio da Azzurra na África do Sul, menos por seu futebol (que nem de longe se pode comparar ao jogado por Kaká, Messi e Cristiano Ronaldo) e mais por sua liderança e experiência. Em campo, porém, nada se viu. Cannavaro foi mais um dentro da mediocridade geral italiana e voltou para casa após três partidas apenas.
Villa O espanhol é principal artilheiro da Copa
O ESTADO DE S. PAULO
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Tabelão ARTILHEIROS
Isolado na artilharia, atacante é a principal arma da Espanha para, na quarta, derrotar a Alemanha e levar a Fúria à final
5David
gols
Villa
Rommedahl e Tomasson (DIN); Birsa, Koren e Ljubijankic (ESL); Millar e Iniesta (ESP); Kopunek (ESV); Bradley e Dempsey (EUA); Malouda (FRA); Boateng e Muntari (GAN); Salpingidis e Torosidis (GRE); Robben, Kuyt, Van Persie e Huntelaar (HOL); Upson, Defoe e Gerrard (ING); De Rossi, Iaquinta, Di Natale e Quagliarella (ITA); Endo e Okazaki (JAP); Blanco e Márquez (MEX); Yakubu (NIG); Reid e Smeltz (NZL); Alcaraz, Riveros e Vera (PAR); Cristiano Ronaldo, Hugo Almeida, Liedson, Raul Meireles e Simão (POR); Jovanovic e Pantelic (SER); Fernandes (SUI) e Pereira (URU). Contra: Chu-young (COR) para a Argentina; Agger (DIN) para a Holanda.
5 gols: Villa (ESP); 4 gols: Vittek (ESV), Higuaín (ARG), Sneijder (HOL), Müller e Klose (ALE). 3 gols: Forlán (URU); Luís Fabiano (BRA); Gyan (GAN); Donovan (EUA); Suárez (URU). 2 gols: Robinho (BRA); Hernandez (MEX); Tevez (ARG); Podolski (ALE) Holman (AUS); Honda (JAP); Eto’o (CAM); Elano (BRA); Chung-yong e Lee Jung-soo (COR); Kalu (NIG); Tiago (POR). 1 gol: Khumalo, Mphela e Tshabalala (AFS); Cacau e Özil (ALE); Demichelis, Heinze e Palermo (ARG); Cahill (AUS); Maicon e Juan (BRA); Drogba, Yaya Toure, Romaric e Kalou (CDM); Beausejour e Gonzalez (CHI); Ji Yun-nam (CON); Ji-sung e Park Chu-young (COR); Bendtner,
STEPHANE DE SAKUTIN/AFP
Primeira fase GRUPO A
MÉXICO
URUGUAI
FRANÇA
África do Sul 1 X 1 México
11/6
Uruguai 0 X 0 França
11/6
África do Sul 0 X 3 Uruguai França 0 X 2 México
16/6
22/6
França 1 X 2 África do Sul
22/6
Uruguai França
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
GRUPO C
INGLATERRA
COREIA DO SUL
12/6
Argentina 1 X 0 Nigéria
12/6
Argentina 4 X 1 Coreia do Sul
17/6
Grécia 2 X 1 Nigéria
17/6
Nigéria 2 X 2 Coreia do Sul
22/6
Grécia 0 X 2 Argentina
22/6
Argentina Nigéria Coreia do Sul Grécia
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
GRUPO D
EUA
ARGÉLIA
Inglaterra 1 X 1 EUA
ESLOVÊNIA
ALEMANHA
AUSTRÁLIA
SÉRVIA
GANA
12/6
Sérvia 0 X 1 Gana
13/6
13/6
Alemanha 4 X 0 Austrália
13/6
Eslovênia 2 X 2 EUA
18/6
Alemanha 0 X 1 Sérvia
18/6
Inglaterra 0 X 0 Argélia
18/6
Gana 1 X 1 Austrália
19/6
Eslovênia 0 X 1 Inglaterra
23/6
Gana 0 X 1 Alemanha
23/6
Argélia 0 X 1 Eslovênia
EUA 1 X 0 Argélia Inglaterra EUA Argélia Eslovênia
Pintura da Copa
GRÉCIA
23/6
Austrália 2 X 1 Sérvia
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
GRUPO E
Alemanha Austrália Sérvia Gana
P
México
NIGÉRIA
Coreia do Sul 2 X 0 Grécia
17/6
México 0 X 1 Uruguai
África do Sul
ARGENTINA
23/6
YASUYOSHI CHIBA/AF
ÁFRICA DO SUL
GRUPO B
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
GRUPO F ● A bola não para
HOLANDA
DINAMARCA
JAPÃO
CAMARÕES
Holanda 2 X 0 Dinamarca
14/6
Japão 1 X 0 Camarões
14/6
Holanda 1 X 0 Japão Camarões 1 X 2 Dinamarca Dinamarca 1 X 3 Japão Camarões 1 X 2 Holanda Holanda Dinamarca Japão Camarões
19/6
ITÁLIA
PARAGUAI
Itália 1 X 1 Paraguai Nova Zelândia 1 X 1 Eslováquia Eslováquia 0 X 2 Paraguai
24/6
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
GRUPO G
14/6 15/6
Eslováquia 3 X 2 Itália
Itália Nova Zelândia Eslováquia
Galeria. Acompanhe imagens do Mundial http://esportes.estadao.com.br
Segunda fase
24/6
Paraguai 0 X 0 Nova Zelândia 24/6
Paraguai
estadão.com.br
Enquanto a Copa faz uma pausa de dois dias, nas ruas a bola não para de rolar. Em Telmas, distrito localizado no subúrbio de Johannesburgo, pedras servem de traves e as margens da rodovia demarcam os limites do campo onde jovens se divertem.
20/6
Itália 1 X 1 Nova Zelândia 20/6
19/6 24/6
NOVA ZELÂNDIA ESLOVÁQUIA
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
Oitavas de final
Quartas de final
EUA
1
Gana
2
FINAL
Semifinal
11/7 15h30
1(2)
Uruguai 1(4) BRASIL
C. DO NORTE
C. DO MARFIM
PORTUGAL
ESPANHA
SUÍÇA
HONDURAS
CHILE
Espanha
21/6
Green Point Amanhã – 15h30
Espanha 0 X 1 Suíça
Portugal 7 X 0 Coreia do Norte 21/6
Espanha 2 X 0 Honduras
21/6
Coreia do Norte 0 X 3 Costa do Marfim 25/6
Suíça 0 X 0 Honduras
25/6
Chile 1 X 2 Espanha
25/6
Portugal 0 X 0 Brasil Brasil Coreia do Norte Costa do Marfim Portugal
25/6
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
Espanha Suíça Honduras Chile
1
Holanda
Brasil 2 X 1 Coreia do Norte 15/6
Chile 1 X 0 Suíça
C. do Sul
16/6
16/6
●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●● ●●●●●●●●●
Brasil
3
Chile
0
Holanda
2
Eslováquia
1
Argentina
0
Alemanha
4
Disputa de 1º e 2º colocados
* Decisão nos pênaltis
Alemanha
Honduras 0 X 1 Chile
Brasil 3 X 1 Costa do Marfim 20/6
2 Uruguai
15/6
Costa do Marfim 0 X 0 Portugal
Uruguai
Quartas de final
Soccer City Gana
GRUPO H
Semifinal
Brasil
1
Holanda
2
Disputa de 3º e 4º colocados
Moses Mabhida Quarta-feira – 15h30
Nelson Mandela
Oitavas de final
México
1
Argentina
3
Alemanha
4
Inglaterra
1
Paraguai 0(5) Paraguai
0
Espanha
1
Japão
0(3)
* Decisão nos pênaltis
10/7 15h30
Espanha
1
Portugal
0
Vuvuzela brasileira A voz dos leitores do estadão.com.br
“Não podemos ficar somente na demissão do técnico que se expõe. Quem começou isso e não é atingido é o Ricardo Teixeira” ●
✽ Sem Intervalo: Keila Jimenez
O dia em que Sorín virou ‘Chorín’
A
lguém no Sportv pergunta: “Qual a diferença entre Brasil e Argentina na Copa?” “Umdia”.Bom,pelomenosalguémtárindo. Sem jogos, a TV vira reality show de sobrevivênciaparaaimprensa:safári,bungeejump, chegada de Dunga ao Brasil... “Na saída do hotel, a seleçãorecebeualgumas mensagensdeincentivo”, avisa Fernando Fernandes com coro ao fundo: “Ei, Felipe Mello, vai tomar no...” Incentivo ao suicídio,
né? “O único com 100% de aproveitamento na Copa é Mick Jagger”, decreta Milton Leite. “Pé-quenteé aprimeira-dama daAlemanha, AngelaMerkel” É, Luciano do Valle, ela é primeira mesmo, mas “ministra”. Para Luiz Carlos Jr., o maior desafio da Espanha é a altura do goleiro. “Ele é baixinho, tem pouco mais de 1,80” Eu sou a smurfete, então. E a GloboavisaqueoBrasilseguena Copa.Quê?“Tem Cacau, brasileiro que joga na Alemanha, Simon, juizquepodeapitaralgumjogo...”Torcerparaárbitro?Quefase.NivaldoPrietodizqueéhoraderezar para o alemão Klose não bater o recorde de gols de Ronaldo. “Ele está cada vez mais ‘close’ da marca.” Vou orar para descobrirem o primeiro nome dele. Melhores momentos de Argentina x Alemanha e LuísRobertonãoperdoao‘hermano’comentarista Sorín. “Devo te chamar de Chorín, agora?” Ai. E Edmundo agradece a oportunidade na TV. “Foi bom comentar Espanha X Paraguai pela RedeTV!” Rede TV!? “Ééé, pela Bandeirantes!”
Paulo Raiol
“Parabéns a todos os jogadores e ao Dunga, que fizeram o que puderam. Será que esses milhões de ‘técnicos’ fariam melhor?” ● Yara Oliveira
POLÍTICA
PARAGUAI
Federação nigeriana tenta evitar suspensão
Cardozo se desculpa pelo pênalti perdido
Com o intuito de fazer o presidente do país, Goodluck Jonathan, reconsiderar a suspensão que impôs à seleção da Nigéria em competições internacionais, a Federação Nigeriana de Futebol demitiu dirigentes e pediu desculpas publicamente pelo desempenho da seleção na Copa. Apesar do pedido e das ameaças da Fifa, que promete suspender o país em competições femininas e juvenis, fontes ligadas ao governo disseram que a suspensão vai continuar.
O atacante paraguaio Óscar Cardozo (foto) pediu desculpas pelo pênalti desperdiçado contra a Espanha, pelas quartas. “Todos os jogadores perdem um pênalti, não é o fim do mundo”, afirmou. Profundamente abalado ao final da partida, ele, em prantos, chegou a ser consolado até por adversários. Embora o grupo tenha se decepcionado, os paraguaios estão orgulhosos da histórica campanha . O presidente Fernando Lugo prometeu homenagens ao time.
“Perder faz parte do jogo, mas perder com jogadores ruins não é fatalidade, e sim burrice. A seleção foi vítima da própria incompetência” ● Marcus Cunha
SRDJAN SUKI/EFE
O ESTADO DE S. PAULO
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
E11
Tênis FELIPE TRUEBA/EFE
Mais um show de Nadal em Wimbledon Após ano difícil, espanhol repete feito de 2008 em Londres e iguala títulos de Grand Slam da melhor temporada da carreira LONDRES
Quando Rafael Nadal está no augedaformafísicaetécnica,édifícil pará-lo em qualquer superfície. Assim, o maior trabalho de ontem do disciplinado espanhol foi, aos 24 anos, levantar o oitavo troféu deGrand Slam,o segundo em Wimbledon – já havia vencido no All England Club em 2008 –, depois de passar pelo talentoso checoTomas Berdych em três sets: 6/3, 7/5 e 6/4. “É mais do que um sonho para mim”, comemorou Nadal, que cansou, no passado, de responder questões sobre as condições de seus frágeis joelhos. “O meu sonhoeraapenasjogarnestaquadra. Ter dois títulos aqui depois de disputar quatro finais (2006, 2007, 2008 e 2010) é incrível. Ainda mais depois que não pude nem vir para cá no ano passado
ADMIRAÇÃO VICENTE DEL BOSQUE Técnico da Espanha
“Rafael Nadal é um exemplo para todos os esportistas”
A FESTA DO ASTRO RAFAEL NADAL Tenista número 1 do mundo
“Ter dois títulos em Wimbledon depois de disputar quatro finais é incrível. Ainda mais depois da minha ausência em 2009” “Retornei ao meu torneio favorito, não apenas para jogar como para ainda poder sair com o título”
OS ÚLTIMOS CAMPEÕES ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
2010: Rafael Nadal 2009: Roger Federer 2008: Rafael Nadal 2007: Roger Federer 2006: Roger Federer 2005: Roger Federer 2004: Roger Federer 2003: Roger Federer 2002: Lleyton Hewitt 2001: Goran Ivanisevic
por causa da lesão.” Nos últimos seis jogos antes da final de ontem, Berdych nem sequer havia conseguido ganhar um set de Nadal. A história se repetiu na quadra central de Wimbledon. “Tive duas semanasincríveis, maseleémuitoforte”, conformou-se o checo, que deverásubirparaaoitavacolocação do ranking mundial com o resultado. “O Nadal mostrou nos últimos meses que é um grande campeão e mereceu muito este título.” Nadal parece que aprendeu a cuidar dos seus joelhos depois de cair em Roland Garros e abdicar, em 2009, da defesa de seu título na grama londrina. Recuperou a confiança nos primeiros torneios desta temporada e passou a marcar presença apenas nos grandes palcos. Descansou nas semanas que os intercalam, começou a dar prioridade às condições físicas. Resultado: tem impressionante retrospecto de 31 vitórias nos últimos32 jogos,sequênciaque começou nos primeiros eventos no saibro, em abril. Só lhe falta agora um título de
“Agora quero aproveitar o momento e, quem sabe, vencer em Nova York” “Foi muito difícil voltar ao melhor nível. É um momento de muita emoção” Doce volta por cima. Depois de sérias dúvidas sobre o futuro de sua carreira, Nadal conquista seu 8º título de Grand Slam Grand Slam, o do US Open, que começa no fim de agosto. Passa a seronovoobjetivodesuavitoriosa carreira. “Certamente 2009 não foi um anofácil para mim.Mas dei a volta por cima, retornei ao meu torneio favorito e não só pude jogar a competição como ainda sair com o título”, disse Nadal, que abre mais de 3 mil pontos de vantagem sobre Novak Djokovic – Federer caiu para terceiro – na liderança do ranking mundial. “Foi muito difícil voltar ao meu melhor nível. Agora consegui. Então é um momento muito importante,demuitaemoçãopara mim. Quero aproveitar e, quemsabe, conseguir minhaprimeira conquista emNova York.”
de Nadal, no entanto, o suíço tinha levantado “apenas” seis troféus do mesmo nível. Teremos um novo recordista no futuro? O atual número 1 do mundo é modesto e diz que ainda não pensa nisso. “Ainda falta muitochão para sequerencostar no Federer. Prefiro não me incomodar com isso e me manter fo-
cado no futuro mais imediato”, explicou o espanhol, que agora quer apenas descansar e torcer pela seleção de seu país na Copa do Mundo durante esta semana. Exemplo de desportista. O te-
nista virou inspiração para os jogadoresda Fúria,quejogam contra a Alemanha, quarta-feira, a
passagem inédita para a decisão do Mundial. “Nadal é um exemplo para todos os desportistas”, afirmou o treinador Vicente Del Bosque. Coincidência ou não, quandoRafaelNadallevouotítulo de Wimbledon pela primeira vez, a Espanha foi campeã europeia, o maior título da história do futebol espanhol.
Nas pegadas do suíço. O espa-
nhol fica a oito títulos de Grand Slam do recorde de 16 conquistas de Roger Federer – na idade
Jogo Rápido AMISTOSOS
CELIO MESSIAS
SÃO PAULO
Diretoria ainda tenta trazer Belletti
Santos e Palmeiras vencem com facilidade O Santos bateu a Ferroviária, em Araraquara, por 3 a 0, com gols de Neymar – um pênalti com cavadinha –, Alan Patrick e Breitner. Já os palmeirenses viram a estreia de Kléber nos 3 a 1 contra o XV de Piracicaba, mas o atacante perdeu um pênalti. Vítor marcou dois e Patric fez o outro gol alviverde.
Só o presidente Juvenal Juvêncio resiste em trazer Belletti de volta para o São Paulo. O auxiliar técnico Milton Cruz tenta demovê-lo. Seria a única chance de o clube ter um lateral de ofício na Libertadores, já que há poucas opções no mercado. ALEXANDER NATRUSKIN/REUTERS–20/5/2008
NÚMEROS
4
JUDÔ
VÔLEI ALEXANDER ZEMLIANICHENKO/AP
A seleção deixou a Coreia do Sul com duas vitórias. Ontem, em Gwangju, garantiu novo triunfo por 3 sets a 1 (25/18, 25/23, 23/25 e 25/15). Leandro Vissotto foi o maior pontuador, com 24 acertos. A seleção, líder do Grupo A, duela com a Bulgária a partir de quinta-feira.
medalhas de ouro ganhou Daiane dos Santos no Campeonato Paulista, evento que marcou sua volta às competições após dois anos. Ela venceu o torneio por equipes, individual geral, solo e paralelas
4º
lugar é a posição de Lance Armstrong na Volta da França após as duas primeiras etapas. É a última vez que o americano, detentor de sete títulos, disputa a tradicional prova ciclística. O suíço Fabian Cancellara está na liderança.
Brasil garante outra vitória contra coreanos
DIVULGAÇÃO/FIVB
Luciano Corrêa, ouro em Moscou O judoca derrotou o russo Tagir Khaybulaev por yuko na decisão da Copa do Mundo. O Brasil ainda foi ao pódio com Flávio Canto e Bruno Mendonça – ambos ficaram com o bronze.
O ESTADO DE S. PAULO
E12 %HermesFileInfo:E-12:20100705:
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Nem a ciência explica
Mundial comprova que, num jogo de 90 minutos, a diferença entre uma vitória, uma derrota e um empate pode se resumir a um único lance de 30 segundos
✽ ●
HERTON ESCOBAR
B
rasil, primeiro colocado nas Eliminatórias Sul-Americanas e um dos favoritos para venceraCopadoMundopelasextavez,eliminadonas quartasde final. Com direito a falhas gritantes no setor mais confiável de sua equipe: a defesa. Logo ela, quem diria? Uruguai, último classificado nas Eliminatórias Sul-Americanas, segue em frente, firme e forte, após um jogo épico contra Gana. Com direito a mão na bola e pênalti perdido nos últimos segundos da prorrogação. Inacreditável. Entre os europeus, Itália e França, campeã e vice-campeã em 2006, eliminadas vergonhosamente na primeira fase de 2010– no último lugar de seus respectivos grupos, diga-se de passagem. Quem poderia prever? Muitos boleiros de plantão certamente dirão “Eu já sabia!”, ou coisa parecida. Talvez. Ainda assim, resultados surpreendentes como estes deixam claro uma das características mais deliciosas do futebol: a sua imprevisibilidade. O ditado popular de que “o futebol é uma caixinha de surpresas” não é apenas um jargão aleatório. É uma verdade científica. O jogo entre Itália e Eslováquia, que selou a eliminação da seleção Azzurra ainda na primeira fase, é talvez o exemplo mais perfeito disso. Surpreendente e imprevisível até o último minuto! Não só pelo fato de os atuais campeões do mundo terem sido eliminados por uma equipe de currículo muito inferior ao deles, mas por tudo que se passou dentro de campo durante a partida.
A Itália só precisava de um empate. Até os 28 minutos do segundo tempo, estava 1 a 0 para a Eslováquia. A Itália ia mal, mas bastava um golzinho e pronto, a Azzurra estaria garantida nas oitavas. Até que, aos 28 minutos, Vittek aproveita um cruzamento rasteiro e cutuca a bola para o fundo do gol italiano: 2 a 0 Eslováquia. O jogo parecia perdido. A Itália parecia vencida. O capitão Cannavaro já fazia aquela cara de “Como é que eu vou aparecer na Itália agora?”. Mas calma lá. Isso é futebol, e o jogo só termina quando o juiz apita. A entrada de Andrea Pirlo dá mais agilidade ao time italiano e a Azzurra desconta aos 35minutos, com DiNatale: Itália1, Eslováquia 2. Faltam ainda 10 minutos de jogo – mais os acréscimos – e a Itália, novamente, só precisa de um gol para se classificar. Tudo pode acontecer. Pouco depois, o atacante Quagliarella recebe um cruzamento na cara do gol e marca. Empate! Itália classificada! Não,eleestavaimpedido–pormeiocorpo. Estivesse Quagliarella alguns centímetros mais atrás, o gol teria valido e a Itália talvez estivesse ainda lutando pelo título, em vez de assistindo à Alemanha dar show pela televisão. E o jogo ainda nem acabou. Aos 44 do segundo tempo, Kopunek marca o terceiroparaaEslováquia. Detalhe:eleacabaradeentrar emcampo;foiseuprimeiro toque na bola. Quem poderia prever? Tudo acabado agora? Não. O juiz dá 5 minutos de acréscimo. Aos 47, QuagliarellamarcaumgolaçoparaaItália,encobrindo o goleiro com um chute de fora da área. Faltavam 3 minutos dejogo. Até daria para empatar. Mas não deu. Itália eliminada. França também. Alguémpoderia atépreveressaderrota para a Eslováquia. Mas eliminação na primeira fase, em último lugar? Difícil. A história do futebol está repleta de resultados inusitados como esse. Todos os esportes têm suas zebras, claro, mas no futebol elas parecem ser especialmente frequentes e espetaculares. Por alguns motivos. O primeiro deles é que, apesar de cada time ter 11 jogadores, de o campo ser enorme, de o gol também ser enorme (18 m²) e as partidasdurarem90minutos, éincrivelmente difícil fazer a bola passar entre as traves.Os placares são tipicamente pequenos e apertados. A média de gols na Copa até agora mal passa de 2 por partida. No Brasileirão de 2009, foi de 2,8. Ou seja, há pouco espaço para erros.
‘Um bicho que não dá para prever é a zebra’ ENTREVISTA
Francisco Louzada-Neto Pesquisador da UFSCar
Pesquisadores do Centro de Estudos do Risco do Departamento de Estatística (DEs) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um modelo estatístico para a previsão dos jogos da Copa do Mundo que, na primeira fase, acertou 52% dos resultados e, na segunda, 75% até agora. O modelo (disponível em copa2010.ufscar.br) é atualizado a cada rodada, levando em conta o rendimento das equipes
nas partidas anteriores, o ranking da Fifa e opiniões de jornalistas esportivos. Ainda assim, não há como prever as peripécias de Felipe Melo, os surtos de cegueira dos árbitros ou os apagões criativos de certas equipes, avisa o coordenador Francisco Louzada-Neto. Ele conversou com o Estado sobre a ciência de tentar prever o futebol. ● Futebol também é ciência? No sentido de que os acontecimentos dentro de campo obedecem a determinados padrões e seus resultados podem, portanto, ser previstos matematicamente?
O futebol tem sido uma área de aplicação de várias ciências como Fisiologia, Educação Física, Fisioterapia, Medicina Esportiva e mais recentemente, Matemática e Estatística. Então, sim, futebol também é ciência. O importante é utilizar os resulta-
MARCOS MÜLLER/AE
Futebol, imprevisível e apaixonante
Num jogo de 90 minutos, a diferençaentreumavitória,umaderrota e um empate pode se resumir a um único lance de 30 segundos. Uma falta, um pênalti, uma bola mal recuada, um impedimento não marcado, um pezinho à frente da linha dos zagueiros, uma Jabulanique muda de direção no último instante e engana o goleiro num chute bobo. Coisas do futebol, o único espor-
te em que se permitedizer:“jogou melhor, mas não ganhou”. Em outras modalidades esportivas, o timecom omelhor elencoeasmelhores estatísticas quase sempre é o vencedor. A imprevisibilidade fica mais restrita às partidas entre equipes equilibradas, co-
mo no caso da última final da NBA entre o Los Angeles Lakers e o Boston Celtics. Era difícil prever quem ganharia porque ambos eram muito bons. Coloque qualquer um deles em quadra contra um Minnesota Timberwolves da vida, porém, e as chances de uma zebra são quase nulas. Mesmo se Kobe Bryant e companhia deremumabobeadanomeiodapartida, há muitas chances de se reverter uma situação. Muitas cestas, muitas substituições, muitos intervalos pararepensar ojogo emontar umanova estratégia com o técnico. Outros esportes tendem a ser mais matemáticos do que o futebol e, portanto, mais previsíveis. No basquete, no vôlei, no futebol americano, quase todas as jogadas são ensaiadas. E há muita repetição. Num jogo de vôlei, por exemplo, a quantidade de coisas que um jogador pode fazer com a bola é relativamente limitada: ou ele recebe, ou levanta ou ataca. No futebol, há mais liberdade, tanto do ponto de vista físico (campo de jogo)quantocriativo(opçõesdejogadas).Consequentemente,seusresultados são menos previsíveis. Quando o Kaká recebe uma bola no meio-campo, as opções de o que fazer com ela são praticamente infinitas, e mudam constantemente, segundo a segundo, a cada passo que ele dá para frente, para trás ou para os lados. E a cada passo de seus companheiros em campo também. As regras e os árbitros da Fifa, por fim, dão uma pitada ainda maior de imprevisibilidade – e sofrimento – ao jogo. No futebol americano, por exemplo, há vários árbitros em campo e cada jogada “suspeita” é revisada em vídeo. Se o juiz percebe que errou, pode reverter sua decisão sem problemas. Seria mais justo assim no futebol?Semdúvida.Mastalvez,também, menos emocionante. Se o gol da Inglaterra contra a Alemanha tivesse sido validado, a história do jogo teria sido completamente diferente.É provável que a Alemanha tivesse ganhado mesmo assim, pois mostrou um futebol mais eficiente. Mas vai saber? Quem poderia prever que o juiz Jorge Larrionda não enxergaria a bola quicando mais de 30 cm dentro do gol? Ninguém. Coisas do futebol. ✽ É JORNALISTA DE CIÊNCIA DO ESTADO
DENIS BALIBOUSE/REUTERS–18/6/2010
dos probabilísticos antes da ocorrência de um determinado fenômeno. Não é por que sabemos que uma seleção tem uma chance muito maior de vencer que devemos nos descuidar. Devemos utilizar a estatística em uma concepção de gestão de risco. Algo que, com certeza, a seleção brasileira não fez.
● A adoção de tecnologias para evitar erros de arbitragem tornaria o esporte mais previsível?
Tudo evolui, então por que não incluir tecnologia no futebol? Mais um fator que poderia passar da situação de incontrolável para controlável.
● O modelo que o senhor desen-
volveu é atualizado a cada rodada, levando em conta o rendimento das equipes nas partidas anteriores. Se as previsões fossem feitas antes do início da Copa e mantidas inalteradas até o final, qual seria o índice de acerto? Muito mais baixo, imagino?
Sempre existe, em torno das previsões, uma nuvem de variação. Entretanto, das sete seleções que foram previstas nas sete primeiras posições antes do início do torneio, em termo se chances de conquistar o título, cinco chegaram às quartas de final. Ou seja, um acerto aproximado de 72%. Estas cinco seleções – Argentina, Alemanha, Brasil, Espanha e Holanda – juntas, antes do início da Copa, tinham 57% de chance de se sagrarem campeãs. ● A eliminação de Itália e França
poderia ser prevista antes do início da Copa, com base apenas
ria, empate ou derrota para valores diferentes da equiprobabilidade (1/3 para cada resultado), aumentando ou diminuindo as chances de uma seleção em detrimento de outra.
● O que o modelo prevê para a final da Copa?
Surpresa. Alemanha perdeu pênalti na derrota para a Sérvia em estatísticas? E a derrota da Alemanha para a Sérvia, por 1 a 0, depois de ter ganho por 4 a 0 da Austrália no jogo de estreia?
Para o grupo da França, nosso modelo já previa que México e Uruguai tinham as maiores chances de classificação. Já a desclassificação da Itália foi, realmente, inesperada. Quanto à derrota da Alemanha para a Sérvia, um bicho que o modelo não consegue prever é a zebra! ● Até que ponto o senhor diria que o futebol é um esporte previsível ou imprevisível, comparado a outros esportes?
Acho que a variabilidade nos dados esportivos é muito grande, mesmo, e isso faz do esporte uma paixão. Todos os esportes estão sujeitos à imprevisibilidade, devido a vários fatores que não conseguimos controlar. Dentre eles: condição de saúde do jogador, o entrosamento do time, erros de arbitragem e assim por diante. No entanto, na minha opinião, resultados inesperados são mais frequentes no futebol do que em outros esportes, tais como o vôlei, o basquete e até o futsal. Nosso modelo desafia essa imprevisibilidade modificando as chances de vitó-
Concluídas as partidas das quartas de final, realizamos 10 mil simulações de torneios e concluímos que as chances para as quatro finais possíveis são: Alemanha x Holanda (43%), Uruguai x Alemanha (23%), Holanda x Espanha (23%) e Uruguai x Espanha (11%). ● Qual era a previsão para Brasil e Holanda antes do jogo?
A chance de vitória do Brasil era de 51,5%, contra 24% de empate e 24,5% de derrota. Apesar de toda a ciência, porém, não incluímos no modelo os fatores “trombada de goleiro com volante” e “pisão na coxa”, que foram decisivos para o placar final do jogo. / H.E.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010 Nº 975
e-Oftalmologista
Navegar Impreciso
Brasileiro cria lente de US$ 1 que examina a vista via celular
Steve Jobs não pode decidir o que você não vê no seu iPhone
Pág. 6
Pág. 7
FORA DE CONTROLE A tecnologia muda o cérebro? pág. 2 Vicia? pág 3 Atrapalha a vida? págs. 4 e 5 Ou deixa cada geração mais inteligente do que a anterior? pág. 8 Você gosta mais de conversar com amigos do Facebook do que encontrar amigos da vida real? Sim?Entãopode ser que a tecnologia esteja alterando sua personalidade. Alguns especialistas acreditam que o uso excessivo de internet, celulares, computadores e afins nos torna mais impacientes, impulsivos, desatentos e narcisistas. Outros sugerem que a dependência digital pode ser um vício (confira seu grau de dependência na pág. 3). As preocupações quanto à dependência de tecnologia sempre residiram no temor de que ela prejudique o tempo que passamos com parentes e amigos no mundo real.Mas agora umefeito
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maissutilda interaçãoonlinecomeçaachamaraatenção:épossívelque elaaltereonúcleo denossa personalidade, ou, até, o funcionamento do cérebro. Não há meio fácil de dominar a dependência de tecnologia. Há quem sugira que basta tentar reduzir o tempo online, estabelecer limites para checar o e-mail ou deixar o celular em casa de vez em quando. Mas a dependência do digital apresenta desafios próprios. SegundoKimberlyYoung,umaprofessora da Universidade Bonaventure, de Nova York, que conduziuumapesquisasobreanatureza viciante da internet, a dependênciaseassemelhaadistúr-
bios alimentares: como a comida, a tecnologia é parte essencial do cotidiano e aqueles que sofrem de desordens não podem apenas se desconectar. Em vez disso, é preciso aprender a usar com moderação. Em outro experimento, 200 estudantes da Universidade de Maryland passaram um dia sem usar mídias eletrônicas. Um deles resumiu o dia assim: “Sintome solitário e excluído da vida. Apesardefrequentar umaescola com milhares de estudantes, o fato de não poder usar a tecnologia para me comunicar com alguém era quase insuportável.”/
Em cada cabeça... O meio digital ajuda ou atrapalha?
DO NEW YORK TIMES, TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL ARTE: JOSÉ CARLOS LOLLO | FOTO: GIACOMO FAVRETTO
L2 link %HermesFileInfo:L-2:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
SINAPSE
NÃO CULPE A INTerNET “Assim como os povos primitivos acreditavam que comer animais selvagens os tornariam ferozes, pressupõe-se hoje que assistir a clipes transforma nossa vida mental em clipes ou que postar no Twitter transforma nossos pensamentos em tweets”
●
Steven Pinker Especial para o The New York Times
Novasmídiassemprecausampânico moral: imprensa, jornais, e aTVforam outrora denunciados como ameaças ao cérebro e à fibra moral dos consumidores. O mesmo ocorre com o digital. Fala-se que o PowerPoint está reduzindo o discurso a meros tópicos; que os sites de busca nosestimulamadeslizar pelasuperfície do conhecimento em vez de mergulhar em suas profundezas;equeo Twitterreduziria nossos períodos de atenção. Mas esse pânico sempre se revela exagerado quando confrontado com a realidade. Quando os quadrinhos foram acusados de incitar a delinquência juvenil na década de 50, o crime baixava a níveis recorde; como as denúncias contra os games na década de 90 coincidiram com o declínio da criminalidade nos EUA. As décadas da TV, do rádio e dos clipes também foram décadas em que os níveis de QI não pararam de subir. A título decomparação, consideremos a situação das ciências, que exigem elevados níveis de trabalho mental – o qual por sua vez é medido por claros pontos de referência representados pelas descobertas. Atualmente cientistas nunca se separam do seu e-mail, raramente tocam em papel e não conseguem dar aula semoPowerPoint.Seamídiaeletrônica fosse perniciosa para a inteligência, a qualidade da ciênciaestariadecaindo.Entretanto, as descobertas estão se multiplicando, e o progresso é espantoso. Outras atividades da vida da mente, como filosofia, história e crítica cultural, estão igualmente florescendo, como poderá
atestar alguém que perca uma manhã de trabalho consultando o site Arts & Letters Daily. Críticos dos novas mídias usamaprópriaciênciapara divulgar seus pontos de vista, citando pesquisas que mostram que “a experiência pode modificar o cérebro”. Mas os neurocientistas que estudam o processo cognitivo menosprezam esse discurso. De fato, toda vez que nos inteiramos de um fato ou aprendemos uma habilidade, as conexões do nosso cérebro mudam; não é como se a informação estivesse armazenada no pâncreas. Entretanto, a existência da plasticidade neural não significa que o cérebro seja uma bola de argila moldada pela experiência. Ela não moderniza a capacidade do cérebro de processar as informações. Os programas deleituradinâmicareivindicam esta capacidade, mas o veredicto cabe a Woody Allen depois deler Guerra e Paz deumfôlegosó:“Fala daRússia”. A realização de múltiplas tarefas também foi apresentada como um mito, e não por estudos delaboratório, mas pela visão familiardeumcarrograndeandan-
do em ziguezague pela rua enquanto o motorista trata de negócios pelo celular. Além disso, como os psicólogos Christopher Chabrise Daniel Simons mostram em seu novo livro The Invisible Gorilla: And Other Ways Our Institutions Deceive Us (O gorila invisível, e outras maneiras de as nossas instituições nos enganarem), os efeitos da experiência são extremamente específicos em relação às próprias experiências. Se você treina pessoas para fazer determinada coisa (reconhecer formas, resolver problemas de matemática, achar palavras escondidas), elas se aperfeiçoarão nessas tarefas, mas em quase nada mais. A música não faz que a gente seja melhor em matemática; conjugar o latim não nos torna mais lógicos; os jogos que treinam o cérebro não nos fazem mais inteligentes. As pessoas que têm formação sólidanãoabarrotamseuscérebros com malabarismos intelectuais; elas mergulham nos seus respectivos campos. Escritores leem muitos romances, cientistas leem muito sobre ciência. Os efeitos do consumo de informações eletrônicas provavelmente são muito mais limitados do que se tem dito. Os críticos de mídia escrevem como se o cérebro absorvesse as qualidades de tudooqueconsome,oequivalente a “você é o que você come” em termosde informação.Assim comoospovosprimitivos acreditavam que comer animais selvagens os tornariam ferozes, eles pressupõem que assistir a clipes transforma nossa vida mental em clipes ou que postar no Twitter transforma nossos pensamentos em tweets. É claro, a entrada constante de pacotes de informações pode distrair ou viciar, principalmente no caso de pessoas que têm problemas de falta de atenção.
✱ Steven Pinker é professor de psicologia em Harvard, cientista cognitivo e linguista. Seu livro Como a Mente Funciona (1999) foi importante para popularizar conceitos recentes da neurociência. Sua obra mais recente é Do Que é Feito o Pensamento (2008, ambos da Cia. das Letras).
Mas a distração não é um fenômeno novo. A solução não é culpar a tecnologia, mas criar estratégias para adquirir autocontrole, como fazemos com todas as tentações na vida. Desligue o e-mail ou o Twitter quando você trabalha, guarde o Blackberry na hora do jantar e peça à sua esposa que o chame para ir dormir a uma determinada hora. Eparaestimularaprofundidade intelectual, não xingue o PowerPoint ou o Google. O hábito da profunda reflexão, da pesquisacuidadosaedoraciocíniorigoroso nunca surgiu naturalmente naspessoas.Eledeveseradquirido em instituições especiais, a
ATENÇÃO
30% dos americanos com menos de 45 anos dizem que equipamentos como celulares, notebooks e computadores dificultam a capacidade de concentração
que chamamos de universidades, e mantidos por meio de uma atualizaçãoconstante,aquechamamosdeanálise, crítica edebate. A capacidade de reflexão não é adquirida apenas ao segurarmos uma pesada enciclopédia no colo; e nem é tirada porque temos um acesso eficiente à informação na internet. Os novos meios de comunicação vieram para ficar por uma razão. O conhecimento está crescendo exponencialmente; o poder do cérebro humano e as horas que ficamos acordados, não. Felizmente,ainternete astecnologias da informação estão nosajudandoaadministrar,buscar e recuperar nossa produção intelectual coletiva em diferentes escalas, do Twitter aos e-books e às enciclopédias online. Longe de nos tornarem burros, essas tecnologias são as únicas coisas que contribuirão para nos manter inteligentes./TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA
ARTE: JOSÉ CARLOS LOLLO | FOTO: GIACOMO FAVRETTO
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
PERSONAL NERD Acessa a internet com frequência? Prefiro desenvolver atividades virtuais ao invés das reais? . Essa é a pergunta que o Dr. Cristiano Nabuco, criador do Centro de Dependência em Internet do Hospítal das Clínicas propõe para saber se você é um dependente da web. O caminho a seguir foi inspirado em uma lista formulada por ele e serve para você descobrir se sua relação com o meio digital é ou não éum problema
NÃO
Quando se conecta,você fica
Quando conversa com os amigos, VOCÊ FALA SOBRE COISAS QUE VIU ONLINE?
UM BOM TEMPO? SIM
Já teve
Ficar
PROBLEMAS PESSOAIS SIM
No trabalho seu rendimento cai pois você alterna suas atividades com surfadas rápidas para ver o e-mail, checar o Facebook etc.?
DESCONECTADO durante as férias é um problema? SIM
INTERNET
Deixa o mundo digital
seu trabalho? NÃO
Já tentou diminuir o tempo que fica na internet e não conseguiu? SIM
MENTE
NÃO
Você tem vergonha de admitir para seus amigos que fica à noite toda acordado navegando?
aos outros sobre quanto
tempo fica na web? SIM
Deve procurar ajuda
A internet está causando problemas em sua vida. Procure auxílio, como o Centro de Estudos de Dependência da Internet no Hospital das Clínicas
NÃO
Você usa a
NÃO
ATRAPALHAR
NÃO
NÃO
por causa da internet?
SIM
Isso é relativo. Se você não assina um jornal ou uma revista, pode ter de gastar algum tempo para se informar usando blogs ou sites. Na realidade, é muito difícil não usar a internet hoje em dia
SIM
SIM
Sua mulher tem de chamar você várias vezes para ir dormir? Sua filha reclama que você não tem tempo para brincar com ela por que não sai da frente do computador?
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para se animar? SIM
Quando você está triste, só a internet te reanima? Cinema, um livro ou passear não surtem o mesmo efeito?
NÃO
Se você esquece seu celular,você fica
DESESPERADO por ficar desconectado do mundo? SIM
NÃO
NÃO
Hum... tome cuidado, você está prestes a ter problemas Você deve parar e avaliar o uso da internet em sua vida - e começar a mudar seu hábitos antes que isso vire dependência
Você pode ter problemas na vida, mas internet não é um deles Um fio de 2pt será usado em volta do info quando não houver cor de fundo
Você mal usa a internet e esse uso não oferece risco
INFOGRÁFICO: RUBENS PAIVA E EDUARDO ASTA/AE
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MULTITAREFA
FAZ MAL Conheça os Campbell, uma família que exemplifica quanto a dependência digital pode afastar um do outro; a partir da história deles, pesquisadores discutem se o uso de equipamentos eletrônicos e o hábito de fazer muitas coisas simultaneamente deixam mesmo as pessoas mais distraídas – ou se isso é tudo exagero ●
Matt Richtel The New York Times
Quando um dos mais importantes e-mails da vida de Kord Campbell chegou, ele não viu. Só o leu 12 dias mais tarde, enquanto faziaumalimpanacaixadeentrada: uma companhia queria comprar sua startup de internet. “É um absurdo não prestar atenção numa mensagem como essa, mas eu fiz isso”, diz ele. Ele conseguiu salvar o negócio de US$ 1,3 milhão. E tenta aliviar os efeitos do dilúvio de dados. Mas mesmo quando desliga seus equipamentos, sente falta do estímulo proporcionado por eles. Lidar com o fluxo constante de informações pode fazer que as pessoas mudem a forma depensaresecomportar.Ovolume de dados recebidos desperta o impulso primitivo de responder a oportunidades ou ameaças imediatas. O estímulo provoca excitação – uma verdadeira injeção de dopamina – que pode viciar. Na falta dela, o tédio. As distrações que a dependência provoca podem ter consequências mortais, como quando motoristas dirigem usando o celular. E para milhões de pessoas como Campbell, esses impulsos reduzem a criatividade e a reflexão, interrompendo o trabalho e prejudicando a vida familiar. Embora diversas pessoas afirmem que muitas tarefas ao mesmotempoastornammaisprodutivas, as pesquisas mostram o oposto: quem faz muitas coisas ao mesmo tempo tem mais dificuldadede concentraçãoede excluir as informações irrelevantes,alémdesofrermaisdeestresse.Oscientistasestãodescobrindo que mesmo depois de uma pessoaterminarastarefas,opensamento fragmentado e a falta de concentração persistem. “A tecnologia está reeducando o cérebro”, diz Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional de Dependência das Drogas e uma das maiores especialistas mundiais em distúrbios do cérebro. Ela e outros pesquisadores comparam a atração do estímulo digital à da comida e do sexo: essenciais, porém contraproducentes quando em excesso. O consumo de informações, desdee-mailsa TV,explodiu, para melhorou para pior. Em 2008, as pessoas consumiram diariamente três vezes mais informações do que em 1960. E agora a atenção se desloca o tempo todo de um ponto a outro. Os usuários de computadores mudam de janelas ou verificam e-mails ou outros programas cerca de 37 vezes por hora, mostra uma nova pesquisa. “Estamos expondo nosso cérebro a um ambiente e pedindo que faça coisas para as quais não está necessariamente evoluído o bastante”, diz Adam Gazzaley,neurocientista daUniversidade da Califórnia. Campbell, 43 anos, faz um uso mais intenso de tecnologia do que a maioria das pessoas. Mas os conflitos dele e de sua família tipificam o que muitos experimentam – e o que outros tantos ainda vão experimentar. A família Campbell mudou-se
recentemente para a Califórnia. A vida do dono da casa gira em tornodecomputadores.Ele dorme com um laptop ou um iPhone sobre o peito e, quando acorda, se conecta imediatamente. Ele e a esposa, Brenda, de 39 anos, vão para a cozinha, onde ela prepara o café assistindo à TV no canto da tela do computador, enquanto ele usa o resto do monitor para checar e-mails. O filho de 16 anos, Connor, ganhou recentemente os primeiros preservativos de presente. Ospais esperam que o sexo o tire da frente do computador. A filha de 8 anos, Lily, que tem um iPod Touch,umaparelhodeDVDportátil e um laptop, acha que o pai prefere a tecnologia à família. A mãe, Brenda, relembra as férias da família. Um dia antes da viagem, saiu o iPad, e Campbell comprouum. Resultado:“naprimeira noite das férias, não saímos para jantar. Ficamos sentados diante dos nossos aparelhos”. Ela faz a contabilidade da companhia do marido, cuida da casa e trabalha na biblioteca da escola.Recentemente, estavaassando biscoitos quando o telefone tocou. Ela respondeu comum SMS, depois se perdeu no Facebook e os biscoitos queimaram. Começou nova fornada, mas ouviuotelefonedenovo,novamen-
te ficou ocupada enviando mensagens. E eles queimaram de novo. Como os ingredientes tinham acabado, ela saiu e comprou biscoitos prontos. Desde cedo. Quando tinha 9
anos e morava em Oklahoma City, Campbell ganhou dos pais um videogame Pong. Depois veio uma série de consoles e PCs, que ele aprendeu a programar. No colegial, administrava, aomesmotempo,oscomputadores, o basquete e o namoro com Brenda. Deixou o colégio para ajudar nos negócios da família, depoismontouumafirmadecortar grama. À noite, lia, jogava videogame, namorava e, segundo Brenda, “falava bem mais”. Em 1996, criou um bem-sucedido provedor de internet. Então montou a empresa que vendeupor US$ 1,3 milhão,em 2003. Campbellfestejaoritmoacelerado da vida moderna, mas, ao mesmo tempo, fantasia sobre a vida na época dos pioneiros, quando o ritmo era mais lento: “Nãoconsigoguardartudonacabeça”. Não surpreende: as pessoas consomem hoje em média 12 horas de informações por dia. Uma hora diante da internet e da TV simultaneamente vale por duas. Em 1960, eram cinco horas,dizempesquisadores daUni-
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FAZ NADA OVERDOSE Em 2008, a dose diária de informação foi três vezes maior do que em 1960. Usuários de internet checam e-mail e afins 37 vezes por hora
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AVIS RARA Uma pesquisa preliminar mostra que há, sim, pessoas que lidam bem com múltiplos fluxos de informações: menos de 3% da população
versidadedaCalifórnia.Os usuários de computadores visitam emmédia 40sitespordia,segundo estudo da RescueTime, que faz ferramentas para administrar o tempo. Multitarefa. Quando chegou a
Stanford, em 2004, Eyal Ophir decidiu investigar se a dedicação intensiva a múltiplas atividades aomesmo tempo poderia mudar uma característica do cérebro consideradaimutável: somoscapazes de processar um único fluxo de informações de cada vez. Mas Ophir, primeiro como estudante e depois como pesquisador, achou que as pessoas que se dedicam a tarefas múltiplas poderiam reaprender a lidar com a carga simultânea. Emumtestecriadoporele,havia dois grupos: um de pessoas que conseguiam fazer tarefas múltiplas (a partir derespostas a perguntas sobre como usavam a tecnologia) e outro de pessoas que nem tentavam. A todos, foi mostradarapidamenteumaimagem com retângulos vermelhos. Depois,outraimagemsemelhante. Todos tiveram de dizer se os retângulos haviam mudado de posição. Era bem simples. Depoisforamacrescentados,àmesma imagem, retângulos azuis. Os pesquisadores pediram o to-
dos que ignorassem os azuis. As pessoas multitarefas foram mal, bem pior do que as outras, ao apontar variações nos vermelhos. Isso porque não conseguiram ignorar os azuis – a informação irrelevante. Levaram mais tempo para passar de uma tarefa a outra e foram menos eficientes na solução de problemas. Emoutroteste,oprimeirogrupo tendia a buscar novas informaçõesemvezdeaceitarumprêmio por trabalhar com dados mais antigos e valiosos. Segundo ospesquisadores,issoapontaparauma interessantedinâmica: as pessoas multitarefa parecem mais sensíveis ao novo. Os resultados ilustram também um conflito antigo, que a tecnologia pode estar intensificando. Uma parte do cérebro atua como uma torre de controle,ajudandoapessoaaseconcentrar e a estabelecer prioridades. Partes mais primitivas, como as que processam a visão e o som, exigem que ele preste atenção a novas informações, bombardeandoatorredecontrole quando estimuladas. Para os pesquisadores, trata-se de uma evolução da pressão desse bombardeio no cérebro. A parte inferior do cérebro alerta o ser humano do perigo, como a proximidade deumleão, deixandodeladome-
tas como a construção de um abrigo. Hoje, o leão é um e-mail que chegou; e o abrigo, a redação de um projeto de negócios ou o cuidado com a família. “Háum grande ecrescentenúmero de pessoas que acham que a menor indicação de que pode estar chegando algo interessantejáéumchamariz.Elesnãoconseguem ignorá-lo”, disse CliffordNass,professorde comunicação em Stanford. Para ele, os estudos realizados em Stanford são importantes porque mostram os efeitos persistentes da realização de múltiplas tarefas: “O assustador no caso de pessoas como Campbell é que não conseguem desligar o multitarefa mesmo quando estão offline”. Mas essas pessoas são assim por causa do digital, ou são mais propensas à distração e teriam problemas de se concentrar em qualquer época? A pergunta é proposta por Melina Uncapher, neurobióloga da equipe de Stanford. Mas ela mesma acrescentouque a ideiade que a sobrecarga de informações provoca distração é respaldada por um número crescente de pesquisas. Um estudo da Universidade da Califórnia, em Irvine, mostrou queaspessoasquesãointerrompidas pela chegada de e-mails relataram aumento significativo do estresse em comparação às que continuam concentradas. Umapesquisapreliminarmostra que há, sim, pessoas que lidam bem com múltiplos fluxos de informações: menos de 3% da população, segundo cientistas da Universidade de Utah. Outra pesquisa mostra que o uso do computador é benéfico do ponto de vista neurológico. Em estudos realizados por imagem, o dr. Small observou que os usuários de internet têm maior atividade cerebral em comparaçãoaosquenãousam,oquesugere que estão intensificando seus circuitos neurais. Há hoje umintenso debateentre cientistas sobre se a influência do digital no cérebro é assim tãonegativaeseé,defato,significativa.“A conclusãoéqueo cérebro se liga para adaptar-se”, diz StevenYantis,professor de ciências do cérebro na Universidade Johns Hopkins. “Incontestavelmente a reeducação ocorre o tempo todo.” Mas ele disse que é muito cedo ainda para saber se as mudanças provocadas pela tecnologia são diferentes de outras que ocorreram no passado. Ophir hesita em definir essas mudanças como boas ou más, embora esteja preocupado com as consequências disso na capacidade de análise e de criatividade. E ele não está só preocupado com os outros. Pouco depois de chegar a Stanford, um professor veio até ele para agradecer por ser o único estudante da classe queprestava totalatenção na aula. Mas recentemente ele comprou um iPhone e notou que fica tentado a usá-lo até quando está brincando com a filha. “A mídia está mudando meu comportamento. Sinto um estímulo interno que diz: cheque o e-mail. Trabalho para acalmá-lo”. Campbell nem tenta. Ou não consegue mais./TRADUÇÃO ANA CAPOVILLA
ARTE: JOSÉ CARLOS LOLLO | FOTO: GIACOMO FAVRETTO
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SERVIDOR
EYE PHONE Rafael Cabral rafael.cabral@grupoestado.com.br
Brasileiro cria lente para celular que identifica problemas na vista em dois minutos
●
Uma lente de US$ 1 que, ligada a um smartphone qualquer, faz complexos exames de vista em menos de dois minutos – e sem a necessidade da presença de um médico especializado. Ao final do teste, um aplicativo mostra o seu problema na tela do celular. Foi essa a invenção que garantiu ao estudante brasileiro Vitor Pamplona (foto) o segundo lugar no MIT Ideas, uma competição deideiasinovadorasparao serviço público. “Você consegue fazer o teste sozinho. Ele detecta miopia, hipermetropia e astigmatismo”, explica, em entrevista ao Link. Cursando o doutorado em computaçãonaUniversidadeFederal do Rio Grande do Sul, Vitor Pamplona é desde outubro um dos pesquisadores visitantes do
MediaLabdoMassachusettsInstitute of Technology (MIT). Um mês depois de sua chegada, começou o projeto da Netra (ou EyePhone, como a revista Fast Company apelidou a lente). A ideiaerafabricarumequipamento oftalmológico com materiais acessíveis para todos. Para desenvolvê-lo, ele contou com a ajuda de seu orientador, o professor Manuel de Oliveira, e também com sugestões de Ankit Mohan e Ramesh Raskar, acadêmicos do MIT. Já em janeiro deste ano, os primeirostestes já haviamsido finalizados e o projeto aceito para a Siggraph, a maior conferência do mundo de computação gráfica. No programa usado com o equipamento, o usuário vê duas linhas: uma vermelha e uma verde. No atual protótipo, elas são projetadas em diferentes ângulos e a tarefa do paciente é movêlas, com os botões do smartphone, até que se sobreponham. Se o usuáriopossuirumavisãoperfeita, as linhas já estarão sobrepostas e ele não precisará fazer nada.Emcasos de miopia,astigmatismo ou hipermetropia, elas estarão separadas – e cabe ao software identificar o problema e quantos graus o óculos terá.
Como a Netra é um dispositivo médico, é necessário fazer uma série de testes e obter certificados internacionais para que possa começar a ser comercializada. “Os próximos passos são ostestes clínicos lado a lado com os equipamentos oftalmológicos profissionais. Para nós, é muito mais importante mapear os casos de falha do que os de sucesso”, diz o catarinense. Oinventorcontaque oseufascínio pela área surgiu conforme se aprofundava no assunto. “Ao contrário do que se pensa popularmente, ainda há muito o que pesquisar no sistema visual. Como a minha formação é em computação, eu posso ajudar outros pesquisadores e profissionais criando novas tecnologias e melhores meios de extrair informações do corpo humano”. Seu objetivo é levar a tecnologia para lugares onde a oftalmologia é cara, rara ou inexistente, como áreas pobres da África, da Índia e do Brasil. Nesses três lugares, celulares não faltam. “Há boas propostas surgindo
para a popularização da medicina. Palavras-chave como Saúde 2.0 e Medicina Participativa vieram para ficar”, acredita. O equipamento criado pela equipetemjustamenteesseespírito: democratiza os exames, que podem ser feitos por um agente local ou pelo próprio paciente. Habitantesde pequenas cidades e vilarejos poderiam se tornar provedores de saúde,participan-
do de alguns treinamentos. Vitor não pensa em ocupar o lugardooftalmologista,masoferecer mais uma ferramenta para o trabalho deles em lugares em
que não há equipamentos ou onde há poucos médicos. “Quero facilitar o acesso à informação médica para a população.” “No passado, para tirar uma simples fotografia era necessário ir a um especialista treinado em operar um dispositivo caro, complexo e sensível. Hoje em dia, todos possuem uma câmera no bolso, mas a profissãodefotógrafo aindaexisteecontinua sendolucrativa. Dá para fazer uma analogia. Daqui a cinquenta anos,grandepartedostestes talvez já possam ser feitos em casa e apenas a parte importante precisará do auxílio de especialistas”, diz Vitor. Parapopularizarsuainvenção,eleeosoutrosdesenvolvedores criaram a PerfectSight, o braço comercial do projeto, quepretendevenderodispositivo no mundo todo. “Podemos mudar a vida de muitas pessoas com um dispositivo barato assim.”
Lente. Samsung Behold II e Nexus One já foram testados FOTO: DIVULGAÇÃO
FOTOS: REPRODUÇÃO
Sampa Guitar Hero
FOTOBUSCA Em 2007, o mundo era outro. Um celular que tirava boas fotos e tinha acesso à internet era considerado artigo de luxo: só os modelos mais caros tinham características assim. O Twitter ainda engatinhava e nem se falava em realidade aumentada. No entanto, o desenvolvedor brasileiro Marco Vanossi, então com 20 anos, apostou em sua tecnologia de busca por reconhecimento de imagens e até a patenteou. A ideia acabou se mostrando frutífera. Dois anos depois, o Google anunciaria investimentos nessa área, com o Google Goggles, e agora todo mundo tem no bolso um aparelho que tira fotos e tem conectividade Wi-Fi ou 3G. Na semana passada, Marco lançou na Appstore da Apple o Pé2, aplicativo para iPhone que reconhece filmes a partir de uma foto da capa da capinha do DVD. “Decidi dar a cara para bater e lancei o Pé2 de
REPRODUÇÃO
O cruzamento da Nove de Julho com a Avanhandava vira um Guitar Hero ao som de Itamar Assumpção no vídeo feito por Pedro Garcia e Pequena. Veja no site da margarida. com.br/sampa
Que filme? Aponte o celular para a capa do DVD e clique para fazer a busca
forma independente”, explica. Depois de uma parceria informalcomo Buscapé,Vanossi procura investidores para esse e outros projetos parecidos.E ele diz quepretende expandir as funcionalidades do aplicativo. “Só preciso de umaempresa parceira que me forneça um vasto banco de imagens”, diz. O Pé2 está disponível para download na loja deaplicativosbrasileiradaApple e é de graça. / ANA FREITAS
● QUERO SER SEU CHEFE Que tal ser estagiário do Link? Entre em nosso site e descubra como trabalhar na equipe de tecnologia e cultura digital mais legal do Brasil. Alexandre Matias Editor do Link
CONFRONTO
SEGURE DIFERENTE
LEITURA DIGITAL
Google chinês ainda enfrenta problemas
Problema no iPhone prejudica sinal 3G
Kindle DX agora é internacional
Se já não bastasse o embate do começo do ano, em que ameaçou se retirar da China, o Google voltou a enfrentar problemas no país. Lutando para que o governo chinês decida renovar a licença de operação do maior buscador do mundo, a empresa deixou de redirecionar automaticamente seus usuários chineses ao seu site não censurado em Hong Kong. Apesar disso, segundo um comunicado da empresa, o serviço ainda estava o “parcialmente bloqueado” para os chineses. Já as autoridades do governo chinês preferiram não comentar o caso.
Compradores do iPhone 4 reclamaram de uma queda do sinal 3G quando o seguravam pelo canto inferior esquerdo, onde há uma antena. “Evite segurar desse jeito ou compre uma capa”, respondeu Steve Jobs por e-mail. Resultado? A Apple foi processada.
A Amazon anunciou o lançamento de um novo modelo internacional do Kindle DX, esperando competir com o iPad, o tablet da Apple, fora dos EUA. O Kindle DX International 2, como foi batizado, será vendido a US$379, contra US$489 da versão anterior, e contará com conexão 3G sem fio ilimitada, As entregas do novo modelo começarão em 7 de julho. O desconto ocorre poucos dias depois que a empresa anunciou um corte no preço do outro modelo do Kindle, com tela de 6 polegadas, que agora é oferecido a US$ 189.
Chipdo iPhone 4 não temnada de novo
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Os minúsculos chips de celular podem ficar ainda menores daqui para frente. Tudo porque a Apple resolveu empurrar um antigo padrão de cartão de identificação (SIM card) cerca de 50% menor, o Micro SIM. Apontado por alguns como a “evoluçãodosSIM cards”,o chip usado no iPhone 4 e no iPad 3G, o Micro SIM, é na verdade um padrão de chips definido no fim de 2003. A indústria de celular nuncatinhaadotadoesse formato. Até o iPad 3G e o iPhone 4. A diferença entre o Micro SIM e os cartões tradicionais é apenas de tamanho. Não existe ne-
nhuma vantagem real, como explica Gustavo Ullman, diretor detelecomunicaçõesda GDBurti, a representante brasileira da alemã Giesecke & Devrient, primeira empresa a desenvolver SIM cards. “Basicamente é um desafio de produção para fazer um corte menor”, diz. Ullman trabalhava na Alemanha, quando em agosto de 2009 a Apple começou a pedir amostras de Micro SIM para fazer testes. Para ele, a iniciativa de adotar o padrão que ninguém utiliza podesertantoumaestratégiacomercial – o que impede de usar o chip em outros celulares – e de
REPRODUÇÃO
DAVID WONG/FLICKR
SIM-O-QUÊ?!
SIM Card ❙ São os chips usados nos celulares. Eles carregam informações para identificar cada cliente da operadora, além de armazenar contatos e aplicações 12mm x 15mm. iPhone 4 e iPad 3G usam o cartão 50% menor
marketing,paraparecerumatecnologia nova. No Brasil, a Vivo já comercializa o modelo menor. Outras operadoras que devem vender o iPhone 4, fizeram encomendas. /FILIPE TAVARES SERRANO
Micro SIM ❙ Quem comprar um iPhone 4 ou um iPad 3G pode até cortar o chip atual para caber nos aparelhos, mas isso não é recomendado. Usuários de iPhone 4 não poderão usar o chip em outros celulares
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SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
NAVEGAR IMPRECISO
Pedro Doria pedro.doria@grupoestado.com.br
Há algo de podre no reino de Steve Jobs
A
lgonãovaibemnacabeça deSteve Jobs.Se não corrigido, afetará diretamente nossa liberdade. O que Jobs traz de inovador para a tecnologia é estética – e estética é o tipo do conceito com muito mais níveis do que o primeiro olhar revela. De pronto, lá está beleza física. Seus produtos são bonitos. E esse é o elemento menos relevante dentre todos. Com um quê mais de atenção se revela um toque de frugalidade. Os produtos são econômicos no número de botões e entradas, naquantidade decomandos– fazem muito com pouco, qualidade raríssima. Quem começa a usar um produto Apple logo percebe o terceiro nível estético: ordem. É ordem sutil. Aquilo que procuramos está sempre onde vamos buscar primeiro. Tudo simplesmentefuncionaefunciona de forma intuitiva. A estética de Steve Jobs não é barroca. É Zen. O resultado dessa estética se repete e se repete e se repete. O mouse já existia desde 1969. Mas só entre 1983 e 84, quando apareceu nos computadores da Apple, queo público percebeu-lhea utilidade. Afinal, só quando a Apple tratou o mouse é que sua utilidadeficou clara.Éavirtudeda estética. Estética revela a utilidade. Busque os dados de acesso por telefone celular do site aqui do Estadode S.Paulo, do NewYork Times ou do Guardian britânico. Em qualquer lugar do mundo os números estão lá: 75% do acesso via celular é com iPhone. Blackberry, Android do Google, WindowsPhone, PalmouNokia divi-
demosoutros25%. Porquê?Porqueusara webnos outrosé ruim. E, afinal, Bill Gates tenta convencer o mundo de que tablets são úteis há mais de dez anos. Nunca colou. Jobs, para variar, chega atrasado com seu iPad e lá estão3milhõesdeaparelhosvendidos em 80 dias. O iPad, assim como o iPhone o iPod, é uma plataforma fechada. Sóentra conteúdo nele pelo iTunes, software da Apple. Só entra programa pela loja da Apple. E, como é a Apple que tem a chave, ela decide o que pode e o que não pode. Nestes dias iniciais, já foramproibidosumaadaptaçãopara quadrinhos do Ulysses de James Joyce, outra da Importância
CENSURA
O problema é que ela cala a todos de ser Prudente de Oscar Wilde e a edição eletrônica do maior jornal alemão, o Bild. Em todos os casos, o crime foi a nudez. Numa troca de e-mails com umblogueiro,Jobsjáhaviadeixadoclaro:no seu universo, estaremos “livres” da pornografia. Gosto de Steve Jobs – mas a ideia de estar “livre” da pornografia me ofende. Na Inglaterra vitoriana, Oscar Wilde foi preso por ser homossexual e imoral. Joyce também já foi acusado de pornografia. Ulysses é uma das obras-primas do século 20. Pouquíssimos escritores foram inovadores do gênero, gente que percebeu que entre duas capas e
algumas páginas era possível contar uma história de forma radicalmente diferente e ainda revelar algo de profundo sobre que é ser humano no caminho. Joyce está ali no panteão com Cervantes. Não é pouco. Mas havia um pênis miúdo e um seio com mamiloeistofoidemaisparaoscensores da Apple. Na Alemanha, as senhoras ficamnuas empelo noparque para depois vestir o maiô grandalhão. Não é sexual. O mundo é bom assim: o que ofende aqui desperta umbocejoacolá.Dentreasculturas do ocidente, nenhuma é mais puritana que a dos EUA. E aí fica assustador – se a estética de Jobs escapar do desenho de produto e começar a ditar o conteúdo, empobreceremos todos. Porque não se trata apenas da nudez no Bild ou no Ulysses em quadrinhos. Há sexo explícito nas paredesdosprostíbulosdePompeia– e aquilo é história. Até o sexo explícito de Jenna Jameson – esta sim, pornógrafa – diz algo a respeito de o que nossa sociedade é. Ninguém deveria ser obrigado aver.Tampoucodeveriaserproibido. O problema da censura é que,mesmoquandocomeçaaparentementerazoável,sempretermina nos calando a todos. Ditandooquepodemosdizer.Ulyssese Wilde já foram liberados. Talvez tenha sido um soluço que passe. Mas o Bild ainda não pode mostrar suas moças de topless. Algo ainda vai mal no mundo do iPad.
link http://blogs.estadao.com.br/pedro-doria/
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
STEPHEN MORRISON/EFE
DON TAPSCOTT
Nova geração. Robôs disputam a RoboCopa 2010, realizada em Singapura
BANHADOS EM BITS Nativos digitais, jovens dos 14 aos 32 anos levarão a lógica da internet para outras áreas. É o que diz Don Tapscott, especialista no impacto da tecnologia no comportamento
rafael.cabral@grupoestado.com.br
Em 1993, quando Don Tapscott começou a estudar o impacto da internet no comportamento dos jovens, a rede ainda era um lugar de “geeks, radicais e visionários”, como ele mesmo diz. Mas já naquela época, seu filho Alex, então com sete anos, mostrava um conhecimento invejável do meio digital e já havia deixado as cartas de lado: mandara um e-mail para o Papai Noel. Um prodígio, achou o pai – até descobrir que, na sua escola, Alex era a regra e não a exceção. “Foi aí que vi que um fenômeno diferente estava acontecendo com aquelas crianças”, explica. A curiosidade o fez explorar o tema em Geração Digital (ed. Makron, 1996), uma das primeiras obras sobre como a internet estava alterando a maneira de pensar daqueles que cresciam
junto dela. “A juventude de hoje é a primeira a nascer banhada em bits, ou cercada de tecnologias digitais. Hoje, eles são adolescentes ou jovens a entre os 14 e os 32 anos, que passam grande parte do tempo na internet. Isso influencia todas as facetas de suas vidas – o local de trabalho, a escola, a família. Pelo mundo todo, essas pessoas estão mudandoasrelaçõesdetrabalho,o mercado e praticamente qualquer outro nicho da sociedade”, diz. Comaweb2.0,osaltofoiainda maior.EmAHoradaGeraçãoDigital(ed.Agir.R$69,90),recémlançado no Brasil, Tapscott argumenta que, agora adultos, eles levarão a lógica colaborativa da webaumanovaetapa.Paradescobrir como nativo digital pensa, o autor realizou uma pesquisa de US$ 4 milhões com a nGenera (sua empresa de identificação de tendências), entrevistando mais de 1o mil jovens em 12 países. “A colaboração em massa está
apenas começando. Empresas podemprojetar e montar produtos com seus clientes. Cientistas e médicos podem reinventar a ciência em código aberto, oferecendo seus dados e métodos para que todo interessado no mundo possa ajudar no processo de descoberta. Mesmo os governos podem envolver-se, transformando a prestação de serviços públicos e envolvendo os cidadãosna criação deleise depolíticas públicas”, acredita. Mas será mesmo que uma mídia pode mudar tanto as pessoas e, assim, a sociedade? Fruto da geração Baby Boom (nascidos no pós-Segunda Guerra Mundial no EUA), Tapscott cresceu compaisqueviam22horassemanais de TV e criaram filhos que ficam de oito a 33 horas conectados. Para ele, a mudança de comportamento veio em decorrência da transição de plataforma. A TV é um meio de transmissãopassivo. Já ainternet convida
a colaborar, participar, criticar. “Eles estão abandonando a TV e sua comunicação unilateral, em buscadeumacomunicaçãodinâmica. Sentar calado na frente de um aparelho – ou de um professor – não tem mais apelo”, diz. Isso porque eles pensam de maneira diferente. “Eles aprendem mais com experiências não-sequenciais,interativas,dessincronizadas, multimidiáticas e colaborativas”, diz o professor da Universidade de Toronto. Nosúltimosvinteanos,neurocientistasencontraramevidências de que o cérebro muda e evolui ao longo da vida. Ele é especialmente adaptável a influências externas nos primeiros três anos de vida, durante a adolescência e nosprimeiros anos de vida adulta.
Justamente quando aqueles que ele chama de Geração Digital se engajaram na nova mídia. Para Tapscott, a plataforma fragmentária não os deixou mais burrosousuperficiais. Muitopelo contrário. Ele acredita que a web moldou suas mentes ampliando a capacidade de pensar. Amparando-se em dados que mostram que desde 1978 as pontuações de testes de QI vêm aumentando, Tapscott acredita que quem nasceu digital tem mais capacidade de mudar de foco e até de julgar se uma informação é ou não confiável. “Crescercomainternetmudou a forma como a mente funciona. Acostumados ao multitarefa, eles aprenderam a lidar com a sobrecarga de informação. As tecnologias digitais e o desenvolvimento intelectual caminham lado a lado”.
Pai coruja. Foi o filho Alex, então aos 7 anos, que chamou a atenção do pai à geração digital
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
EM AD ICI P
estadão.com.br
R AT
negócios
FP
Pág. N4
A/A
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Análise. Golden share, usada na PT, está fora de moda
EIR
Empresas se preparam para vender produtos para a Copa de 2014
OR
A vida segue
M ELO
N1 %HermesFileInfo:N-1:20100705:
O mascate digital Pioneiro na venda por catálogo no País, o Grupo Hermes levou quase 70 anos para chegar ao primeiro bilhão. Com a ajuda do site Comprafacil. com, quer dobrar de tamanho em um ano
Gustavo Bach, diretor do Grupo Hermes, fundado por seu bisavô TIAGO QUEIROZ/AE
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N2 negócios %HermesFileInfo:N-2:20100705:
O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
FATO RELEVANTE CLAYTON NETZ
Colaboração Denise Ramiro denise.ramiro@grupoestado.com.br Felipe Vanini felipe.vanini@grupoestado.com.br
clayton.netz@grupoestado.com.br
Bob’s quer chegar a 810 lojas até o final do ano íder do setor de fastfood em número de estabelecimentos em operação no País, o Bob’s vai inaugurar 135 novos pontos de venda até o fim deste ano, totalizando 810 unidades. Com isso, a rede vai aumentar sua distância em relação ao vice-campeão McDonald’s, dono de cerca de 600 pontos de venda no País. Desde 2002, quando o empresário carioca Ricardo Bomeny, atual presidente da empresa, assumiu com o grupo Forza 60% do controle da Brazil Fast Food Corporation (BFFC), holding controlador do Bob’s, a rede não parou de crescer: triplicou o seu faturamento para R$ 631 milhões em 2009, embora ainda esteja longe dos R$ 3 bilhões de receita obtida pelo McDonald’s no período. O atual plano de expansão, com investimentos calculados em R$ 36 milhões, vai priorizar as regiões Norte e Nordeste, que devem receber mais de 40 lojas, e também cidades do interior do País. “O aquecimento do consumo no Nordeste justifica essa previsão”, diz Flavio Maia, diretor da divisão de desenvolvimento da BFFC. Carioca formado em administração de empresas pela PUC do Rio, Maia usa a experiência adquirida no mercado publicitário para desenvolver novos modelos de negócios para a rede. Há dez anos, foi contratado pelo Bob’s quando tentava conquistar sua conta para a agência de publicidade em que trabalhava, a Young & Rubicam Brasil. A baseatual da estratégia de crescimento desenhada por Maia é a diversificação do tamanho e dos serviços oferecidos nas unidades. Além das lojas tradicionais e dos quiosques de sorvete e milk-shakes, a rede criou o Back Express By Bob – onde sanduíches prontos são aquecidos – para locais que não comportam sistemas
ERNESTO RODRIGUES/AE
L
VENDA CONJUNTA
R$ 9 bilhões é o volume anual de exportações previsto pela Brasil Foods com a exportação de produtos da Sadia e da Perdigão. Esse valor equivale a 42% das receitas da empresa, criada em maio de 2009
TRABALHO
Cresce procura por executivos no Norte e Nordeste
Teste. A operação chilena, diz Maia, pavimenta a internacionalização de exaustão de ar, como centrais de metrô e lojas de conveniência. Hoje, o modelo Back Express já conta com cerca de 20 unidades e deve terminar o ano com 55 pontos. “Como custam até 60% menos do que as unidades tradicionais, elas nos permitem maior penetração no mercado”, diz Maia. Uma das mais longevas cadeias de restaurantes fast-food do mundo, criada no Rio de Janeiro em 1952 por Robert Falkenburg, tenista vencedor do torneio de Wimbledon, o Bob’s quer mostrar sua cara em outros países. Depois de ter encerrado, em 2005, uma operação malsucedida em Portugal, onde um franqueado chegou a ter quatro lojas, o Bob’s volta ainvestir em suainternacionalização.O alvo agoraé aAméricaLatina. No final de 2008, o Bob’s formou uma joint venture com a chilena Dog-
gis, rede de fast-food especializada em cachorro quente. A Doggis detém 80% de participação no Bob’s chileno. Em troca, o Bob’s recebeu a mesma fatia de controle do Doggis brasileiro, que conta com três lojas, e quer chegar a 30 até 2013. Atualmente, há quatro unidades do Bob’s no Chile, além de três em Angola. Segundo Maia, a ideia é atingir 30 estabelecimentos no país andino até 2013. “O Chile está servindo como testepara nossoprojeto de aumentarapresença na região”, diz Maia. Para se adaptar à cultura chilena, o Bob’spassou aoferecer sanduíchescom molhos de abacate, fruta muito consumidanaculinárialocal,emsaladasepratos salgados. Resultado: os hambúrgueres à moda chilena se tornaram um sucesso e são os mais vendidos, superando de longe o cardápio brasileiro.
A economia brasileira está aquecida, e a do Nordeste, fervendo. Foi o que constatou a Asap, empresa paulista de recrutamento de executivos de média gerência, que acaba de abrir um escritório em Recife (PE) para atender o Norte e Nordeste, que já respondem por 15% do seu faturamento. Graças ao aumento da demanda, especialmente dos setores industrial, financeiro e de serviços, há escassez de profissionais qualificados. Diante disso, a Asap até “repatriou” profissionais que saíram do Nordeste, oferecendo-lhes trabalho em sua região de origem. O próprio diretor-regional da unidade de Recife, Paulo Bivar, é um exemplo do movimento. Pernambucano de nascimento, foi recrutado na concorrência para comandar a operação na região. Para Bivar, além da melhor qualidade de vida, os salários estão competitivos. “Há quatro anos, havia um déficit salarial de 25% no Nordeste em relação ao Sudeste”, diz Bivar. “A diferença acabou.” FINANCIAMENTO
Agência de fomento cria simulador de empréstimo A Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento, em operação desde março de 2009, colocou à disposição dos clientes o simulador de financiamento online, que permite ao empresário conhecer as linhas disponíveis, calcular o valor das parcelas e os prazos de pagamento. No período, a instituição emprestou R$ 100 milhões, beneficiando mais de 150 empresas de 25 cidades paulistas. Os financiamentos estão disponíveis para empresas com faturamento anual entre R$ 240 mil e R$ 100 milhões. Segundo Milton
Luiz de Melo Santos, presidente da agência, entre as linhas disponíveis estão as de financiamentos para expansão do negócio e projetos que priorizem a questão ambiental. Os juros variam de 6% a 8% ao ano. IMÓVEIS
R$ 1,1 bilhão para prédios de alto padrão em Manaus A indicação de Manaus como uma das doze cidades-sede da Copa do Mundo da Fifa de 2014 desencadeou um boom imobiliário na capital do Amazonas. Um dos novos projetos é a construção de três prédios residenciais para a classe média alta, anunciado por duas empresas locais, a Aliança Construtora e a Agre Empreendimentos Imobiliários. Os edifícios totalizam 1252 apartamentos, com um valor geral de venda de R$ 800 milhões. Até 2011, as empresas pretendem desembolsar mais R$ 300 milhões, totalizando R$ 1,1 bilhão investidos em dois anos. CARNE
No avestruz, agora nada se perde A Nutrytruz, empresa especializada na produção de avestruz, do grupo Allegro Participações, de São Paulo, juntou-se a outros produtores paulistas da ave para replanejar a base da estratégia do negócio: a ideia é aproveitar, também, a carne de segunda do avestruz e o couro, que antes eram desperdiçados. Com isso, o preço da carne de primeira de avestruz caiu pela metade e passou a ser competitivo em relação aos cortes de carne bovina mais nobre. O mercado da ave, que rendeu R$ 12 milhões em 2009, ainda é um traço no consumo de carnes no País – cerca de 500 toneladas anuais. MIGRAÇÃO
1 bilhão deverá ser o número de usuários de e-mails wireless em todo o mundo até o final de 2014, segundo previsão da consultoria Gartner.
Negócios por quem faz negócios FARRELL/AE
Copa, judiciário e arbitragem André de Albuquerque Cavalcanti Abbud
ntes mesmo do fim da Copa do Mundo da África do Sul, representantes da Fifa demonstram preocupação com os preparativos do Brasil para o próximo mundial, em 2014. Por todo o País, autoridades apressam-se em aprovar e implementar os projetos necessários à realizaçãobem-sucedidadesse evento esportivo daqui a quatro anos. O principal foco das atenções tem sido as reformas dos estádios, mas o problema é bem mais extenso. A infraestrutura necessária à organização da Copa no País é complexa, e envolvedesde aestruturade tecnologia de informação de cada cidade-sede até a ampliação e reforma dos sistemas de transporte urbano e aeroportos, passando pela adequação das redeshoteleiraehospitalar àsexigências da Fifa. De acordo com pesquisasrealizadas pela CBF e pela Fundação Getúlio Vargas, os investimentos previstos em infraestrutura e serviços para o mundial ultrapassam a
A
marca de R$ 30 bilhões. Sem dúvida, a realização de investimentos dessa magnitude no prazo necessário depende da participação cada vezmaiordo setorprivado.GovernoFederal, Estados e Municípios precisam adotar e adaptar instrumentos legais, tais como as parcerias público-privadas e as concessões de obras e serviços públicos,com o objetivo detransformar as obras de infraestrutura em oportunidades atraentes a investidores privados nacionais e estrangeiros. Um dos fatores que têm muito a contribuir na atração do setor privado é a adoção de mecanismos rápidos, imparciais e eficientes para aresolução dedisputas que possam vir a surgir entre os parceiros. Quanto menores as incertezas do investidor, mais favorável será a análise de risco de que depende sua participação em empreendimentos desse porte.Aprevisãodearbitragemnoscontratos, em especial, garante ao agente privado que eventual controvérsia será resolvida de forma técnica e expedita por terceiros neutros, escolhidos pelas próprias partes. Aos olhos do investidor estrangeiro, as vantagens da arbitragem são ainda maiores quando comparada a um pro-
cesso judicial. Nenhuma empresa se sente confortável em adentrar um ambiente jurídico e cultural estranho ao seu para litigar contra um ente estatal perante o Judiciário desse mesmo Estado. É natural que o investidor tenha dúvidas – fundadas ou não – sobre as perspectivas de ser tratado pelos juízes com imparcialidade. Por essas e outras razões a arbitragem é o método convencional de solução de conflitos contratuais no panorama internacional. Nesse contexto, é fundamental que o investidor perceba o Brasil como um
ambiente seguro e favorável à arbitragem. Essa importância é realçada pelo fato de várias leis nacionais, como a de concessões e a de parcerias público-privadas, determinarem que a arbitragem devaobrigatoriamente ocorrerno territóriobrasileiro. Assim, oempresário estrangeiro estará interessado em conhecer o grau de aceitação e apoio que a arbitragem vem recebendo no País. Nesse quesito, as razões dos investidores para desconfiança são cada vez menores.OJudiciáriobrasileirovemdemonstrando que sua resistência inicial
ao instituto da arbitragem ficou no passado.Antestomadacomoumaespécie de concorrente indesejada, ela hoje é vista como aliada na distribuição de justiça. Em maio deste ano, o presidente doSupremo TribunalFederal,ministro Cezar Peluso, recebeu para um almoço no tribunal os representantes de uma das mais tradicionais e respeitadas organizações arbitrais do mundo, o ICCA (International Council for Commercial Arbitration). O encontro, que se estendeu depois ao Superior Tribunal de Justiça, aproveitou a recente realização do congresso bienal da entidade no RiodeJaneiro.Foiaprimeiravez,desde a promulgação da Lei de Arbitragem em 1996, que o chefe do Poder Judiciário reuniu-se oficialmente com um grupo de autoridades internacionais em arbitragem. Esse evento foi certamente um marco da consolidação das boas relaçõesentreaJustiçabrasileiraeomundo da arbitragem. A segurança resultante dessa aliança tem muito a contribuirparaqueosetorprivadonacional e estrangeiro sinta-se mais propenso a investir em obras de infraestruturano Brasil,estejamounão ligadas à Copa do Mundo de 2014. ✽ ADVOGADO DE BARBOSA, MÜSSNICH & ARAGÃO ADVOGADOS, MESTRE EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE DE HARVARD E PELA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO.
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
negócios N3
Matéria de capa MARCOS DE PAULA/AE
Gustavo Bach, bisneto do fundador do Grupo Hermes
Do catálogo ao site: as várias vidas do Grupo Hermes Fundada em 1942, primeira empresa de venda direta do País conta com o porta a porta e a internet para dobrar de tamanho neste ano Cátia Luz
Na Alemanha dos anos 30, Siegfried Haberer vendia sapatos, anunciados em cartazes e entreguesaosclientespelocorreio.Para fugir dos estragos da Segunda Guerra, Haberer trocoua pequena Konstanz, na fronteira com a Suíça, pelo Rio de Janeiro. E resolveu trazer a venda à distância para o Brasil. Começava aí a históriado grupoHermes, aprimeira empresa devendas por catálogo do País. Fundado em 1942, o grupo começou vendendo joias e relógios suíços, sobreviveu à inflação na década de 80, estreou na internet nos anos 2000 com a criação do Comprafacil.com e fechou o anopassado comumfaturamento de R$ 1,17 bilhão. Foram quase setenta anos para conquistar o primeiro bilhão. Mas, para chegar ao segundo, a empresa tem pressa.Planeja praticamentedobrardetamanho em2010,encerrando o ano com uma receita de R$ 2,15 bilhões. Para se preparar, acompanhiadecidiudobrartambémasuacapacidadede armazenamento.Hádois meses,deuinícioàconstruçãodeumnovocentro de distribuição de 30 mil metros quadrados, que deve ficar pronto no fim do ano. “Vamos crescer em todas as áreas. Mas a maior expansão deve vir mesmo da web, até porque este ainda é um mercado em desenvolvimento”, afirma Gustavo Bach, bisneto do fundador e diretor de Marketing e de Recursos Humanos da empresa. Aos 33 anos, é ele que, ao lado da mãe CláudiaBach,comanda aempresa. Cláudia ocupa oficialmente a presidência, mas divide todas as decisões com o filho, principal porta-voz do grupo. Os catálogos viraram apenas uma parte do negócio do Hermes. Em 89, por causa de uma greve dos Correios que parou o País em pleno Natal, a empresa decidiu começar a vender também no porta a porta. Em 2003,
CRONOLOGIA DO GRUPO HERMES
deuinícioamaisumcanaldevendas: o site Comprafacil.com, que já responde por 70% do faturamento do grupo. Nas estimativas do mercado, trata-se do terceiro maior site do varejo eletrônicodoPaís,atrás apenasdogrupoB2W(formadopormarcascomo Americanas.com, Submarino e Shoptime) e da Newco.com (junção das operações online de Casas Bahia, Extra e Ponto Frio, resultado da fusão do Grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia). Para Gastão Mattos, sócio da G.Mattos,consultoria especializada em gestão de comércio eletrônico, o Grupo Hermes estreou nas vendas online com uma vantagem. “A internet é uma evolução do catálogo. Como há décadas o grupo vendia à distância, a empresa tinha uma logística estabelecida e já apropriada ao varejo eletrônico.” No ano passado, o grupo todo registrou uma expansão de 43% nas vendas. No Comprafacil. com, o avanço foi maior: 62%, o dobro do crescimento médio do setor em 2009, de acordo com dadosdoE-Bit,empresadeinformações do comércio eletrônico. Vantagem real. Frente aos concorrentes, o site de compras do grupo Hermes conta com uma vantagem nada virtual – um forte esquema de divulgação impressa. Além do próprio site, milhares de catálogos enviados pelo correio para os clientes também exibem os produtos expostos na web. Não é à toa que 40% dos pedidos do Comprafacil. com são via call center. “Um canal acaba fortalecendo o outro”, afirmaUlyssesReis,sóciodaconsultoria Treinasse, especializada em varejo e distribuição. Para ele, o conceito multicanal – catálogo, porta a porta e internet – é um dos pontos fortes do grupo. “Além de reforçar a operação como um todo, o modelo permite que a empresa atinja um público amplo, de todas as classes.” Alógicado grupoHermeslem-
● Quer comprar o quê?
55 mil
é o número de itens que o grupo Hermes vende em seus catálogos, no porta a porta e na internet. Os produtos vão de pentes e garrafas térmicas a TVs de LCD
R$ 1,17 bilhão
foi o faturamento do grupo no ano passado
bra a daqueles antigos armazéns,ondesepodia comprarpraticamente tudo. Ao todo, o grupo oferece 55 mil itens – que vão deTVs de LCD expostas no site a lingeries,cortinasparaboxdebanheiroouoskitsdecorteecostura vendidos a R$ 4,99 nos catálogos Hermes. Até uniformes dos frentistas de postos Ipiranga são vendidos por lá. A empresa compra da confecção fornecedora e revende para os donos de postos. O grupo tem ainda o catálogo Bella, de bijuterias e cosméticos,algunsdeles dasmarcaspróprias Bella e Doce Magia. Hermes chama. No porta a porta, mais da metade das vendas vemdo interior. São500mil consultoras,voltadas principalmentepara as classesC e D. Em2008, a empresa começou a dar créditopara as revendedorascom melhor desempenho. Em vez de pagar antes de receber a mercadoria, elas passaram a ter cerca de 22 dias – desde a expedição – para acertar o pedido. O sistema de entrega também mudou. Boa parte das encomendas passou a ser enviada para a casa das próprias revendedoras – antes elas só podiam pegar os pedidos com os chamados franqueados,4,5milpessoas espalhadas pelo País que centralizam as compras e captam novas consultoras. “Essa medida fez o número de devoluções de mercadorias cair à metade”, explica Bach.
Com as mudanças e a incorporação de 100 mil consultoras ao longo do ano passado, as vendas de janeiro a abril cresceram 62%, na comparação com os mesmos meses de 2009. No online, o grupo quer ainda expandir as parcerias com empresas. É o Hermes que administra, por exemplo, a logística da campanha de fidelização do Ourocard, cartão decrédito do Banco do Brasil. Ao fazer compras nocartão,oclientedobancoacumula pontos, que podem ser trocados por produtos no Comprafacil.com. A Coca-Cola também jáusouositeparapremiarvendedores. Agora, o alvo são as parcerias com empresas de telefonia celular,donasdeumaenormebase de assinantes. Outra frente é a prospecção de compradoresnoatacado.“Pequenos varejistas não têm tamanho para comprar diretamente da indústria. Por isso, acabam comprando do site. Como não temos custos como os de propaganda, acabamos conseguindo um preço melhor para eles”, afirma Bach.
Preparação
✽
À espera do crescimento, o grupo decidiu dobrar a sua capacidade de armazenamento. Começou a construir um novo centro de distribuição em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro
Perfil: Grupo Hermes
Consolidação. Para Gastão
Mattos, o maior desafio do grupo Hermes é manter a posição no mercado de varejo eletrônico. “Com a consolidação do setor, os concorrentes vão usufruir dos ganhos de escala, o que vai exigir mais eficiência do grupo”, afirma. Bach se defende dizendo que, apesar de o poder de compra dos grandes aumentar, a integração de operações tambémtemumcustoparaasempresas que se unem. “E, além disso, como não é do interesse da indústria ficar na mão de poucos e grandes clientes, conseguimos também fechar boas negociações”, diz. Nos últimos anos, Bach admite que o grupo foi alvo de tentativas de aquisição vindas de fundos de investimentos. “Mas nenhuma oferta nos pareceu interessante”, afirma. Fazer aquisições também está fora dos planos da companhia. “Não temos quem comprar. Na internet, os players menores são pontocom ligadas a varejo físico.” Na avaliação de Cláudio Goldberg, professor da Fundação Getúlio Vargas e especialista em gestão comercial e varejo, o Hermes terá de reforçar a profissionalização para poder crescer. “A empresa precisa criar um conselho de administração para analisar os resultados, contratar executivos de mercado para validar as estratégias com o comando e aumentar a transparência”, diz. “O único conselho que escuto hoje é o da minha mãe”, brinca Bach. “Mas é natural que com o crescimento da empresa esse processo aconteça.”
As reinvenções de uma empresa com 68 anos de história Grupo trocou de público na década de 50, sobreviveu à inflação e começou no porta a porta nos anos 80 e, mais recentemente, estreou na internet
E
m quase 70 anos de história, o grupo justificou seu nome. Na mitologia grega, Hermes era o deus de pés alados, marcado pela versatilidade. A primeira mudança da companhia foi de portfólio.Ainda nosanos 50,asjoias eosrelógios suíços – de alto valor e voltados para um público restrito – foram perdendo espaço para artigos de cama, mesa e banho, bijuterias, roupasediversosoutrosprodutos,quepassaram a ser arrematados cada vez mais pelas classes C e D. A empresa queria sair do nicho e aumentar de tamanho. Nosanos80,aescaladadainflaçãoporpouco não derrubou o modelo de negócios do grupo. “O Hermes só sobreviveu porque tinha uma logística estruturada e uma equipe bem treinada em matemática financeira para prever o comportamento dos preços”, afirma Ulysses Reis, da Treinasse, consultoria especializada em varejo e distribuição. “Eramtemposcomplicados.Grandescompanhias como Mesbla e Sears fizeram ensaios para trabalhar com catálogos, mas não continuaram”, acrescenta. Como os catálogos tinham uma validade de dois meses e os preços mudavam diariamente, a solução era embutir no valor do produtouma estimativapara o aumentoda inflaçãono períodoeprepararo esquemade logística para trabalhar a todo vapor no final da validade dos folhetos, quando os produtos ficavam mais baratos e o número de pedidos explodia. No final dos anos 80, uma greve dos Correios – justamente no Natal – fez o grupo investir também na venda porta a porta, para diminuir a dependência da empresa estatal. Nosistema decatálogo,alémde fazeraentrega das encomendas, os Correios repassavam o pagamento dos clientes ao Hermes. Em 2001, o grupo se desdobrou de novo. Investiu na criação de mais um canal: as lojas de varejo Pop Shop, localizadas em shoppingspopulares.Aoperaçãofracassou.“Alogística para a venda em loja não era a mesma para venda a distância e a concorrência era muito grande”, afirma Gustavo Bach, atual diretor da companhia. “Para o negócio loja dar certo era necessário abrir dezenas de unidades e isso demandava um investimento muito alto. Na época não tínhamos apetite para isso.” Só em 2003, aproveitando a experiência da venda por catálogo, o grupo foi para a web com a marca Comprafacil.com. A sugestão foi de Bach, que, naquela época, na faixa dos 20 anos, voltava de uma temporada de estudos nos Estados Unidos. Para 2011, o grupo aposta em duas novidades: vendas de viagens e de ingressos pela internet.
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ANOS 40
ANOS 80 Empresa sobrevive à inflação e começa a vender no porta a porta
ANOS 2000 Em 2003, o Hermes estreia na internet com o Comprafacil.com
Por causa da Guerra, Haberer vem para o Brasil e cria o grupo
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
Antes comuns, as golden shares já caíram em desuso
Crítica. Casos como o da PT, que será analisado na próxima semana, têm sido combatidos pela União Europeia
Usada por Portugal para barrar a venda da Vivo na última semana, elas foram instrumentos preferenciais na Europa nos anos 80 e 90 Andrei Netto CORRESPONDENTE / PARIS
Ao valer-se de um golden share para evitar a venda de 50% das ações da Vivo pela Portugal Telecom (PT), o governo de Portugal lançou mão de um instrumentode intervenção no mercado já usado múltiplas vezes na história recente da União Europeia. Desde a década de 90, nada menos do que 13 países da Europa Ocidental usaram o mecanismo para proteger empresas consideradas “estratégicas”. E entre as blindadas pela ferramenta esteve a Telefónica, cujas ações com direito especiais do governo espanhol só deixaram de vigorar em 2007. Hoje em desuso, a golden share foi um dos instrumentos de gestão preferenciais dos governos europeus entre os anos 80 e 90, período no qual grandes companhias estatais de telecomunicações, transportes e energia foram privatizadas. O instrumento começou a ser utilizado pela França, por meio de uma legislação criada quando da privatização de 21 companhias públicas, entre as quais a Elf-Aquitaine – caso que se tornou paradigma no continente. A partir de então, houve uma
Resistência do governo revela um trauma português ● A resistência do governo de
Portugal e de acionistas da Portugal Telecom (PT) em entregar o controle da Vivo à Telefónica não está ligada apenas a questões de estratégia econômica. Os portugueses lamentam o fato de que, com a liberalização na Europa,
PARA ENTENDER As golden shares começaram a ser utilizadas pela França, graças a uma legislação criada quando 21 companhias públicas foram privatizadas, entre as quais a ElfAquitaine. Esse caso se tornou um paradigma no continente europeu. A partir de então, houve uma reação em cadeia: Bélgica, Reino Unido, Irlanda, Holanda, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Alemanha, Luxemburgo, Portugal, Itália e Espanha passaram a adotar o mecanismo.
temor de que as grandes empresas nacionais caíssem, do dia para a noite, nas mãos de países vizinhos. Entre os exemplos emblemáticos estiveram as proteções impostas pela Alemanha à Deutsch Telekom, pela França à Electricité de France (EDF) e, ironicamente, pela Espanha à Telefónica.
reação em cadeia: Bélgica, Reino Unido, Irlanda, Holanda, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Alemanha, Luxemburgo, Portugal, Itália e Espanha adotaram o mecanismo. O objetivo dos governos ao introduzirem as golden shares foi obter vantagens econômicofinanceiras com as privatizações, sem no entanto ter de pagar para manter um poder político de veto em caso de decisões estratégicas. Por trás da iniciativa estava o
Caso à parte. O comportamento de sucessivos governos da Espanha em relação à golden share é um caso à parte na Europa. Desde 1997, Repsol, Argentaria, Tabacalera e Endesa, além da companhia de telecomunicações, foram protegidas do capital externo pelo Estado – inclusive pelo governo de José Luis Zapatero, que hoje protesta contra a decisão de Portugal. No caso da Telefónica, as ações com direitos especiais vigoraram até 2007, quando o Estado vendeu os 21% de títulos que lhe restavam na companhia. De acordo com relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Madri protegeu a empresa durante dez anos de “operações estratégicas”, em especial na venda de mais de 10% de seu capital. “O governo espanhol considerava injusto que se permitis-
se que empresas públicas de outros países da Comunidade Europeia, aproveitando seu caráter público, se aproveitassem para controlar as megaempresas que outros países-membros privatizavam”, explicou em artigo Manuel Hernández López, professor da Universidade de Alicante e ex-diretor da Comissão Europeia.
parte das grandes empresas do país, assim como seus “centros de decisão”, acabaram vendidas ao capital estrangeiro. Mais: foram absorvidos por companhias espanholas. A maior preocupação de economistas portugueses ouvidos pelo Estado diz respeito à capacidade de Portugal de manter-se competitivo internacionalmente sem que grandes corporações invistam em pesquisa e desenvolvimento em suas fronteiras, e de
ter novas oportunidades de crescimento no exterior. “A venda da Vivo representa todo um país que fica menor e mais fechado”, acredita José Ferreira Machado, diretor da Faculdade de Economia da Universidade Nova Lisboa. “É ruim, em especial porque a relação privilegiada com o Brasil é um dos diferenciais de Portugal na União Europeia.” Para Machado, a venda da Vivo também fragilizará a Portugal Telecom. “A PT vai ficar limitada
ao mercado nacional. Ela própria poderá ser facilmente engolida", diz o analista, que vê na intervenção do governo de José Sócrates “um ato quixotesco” que tende a ser derrubado por Bruxelas. José Reis, docente de economia da Universidade de Coimbra, apoia a decisão de Sócrates. “Há empresas cuja racionalidade deve estar em Portugal. É o caso da Vivo”, argumenta. “Não é um parecer nacionalista, mas uma questão estratégica.” / A.N.
É justamente esse um dos argumentos comuns em Portugal para defender a decisão do governo de José Sócrates na venda da Vivo. João Confraria, diretor do Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e especialista em Telecomunicações e Regulação Econômica, considera o uso da golden share “uma visão limitada”. Ainda assim, lembra que Madri é usuária do mecanismo. “A Espanha usou esse recurso recentemente para impedir a venda da Endesa”, destaca. “Além disso, a Espanha usa suas antigasempresas públicas como instrumentode expansão econômica e política.” ‘Ilegal’. Apesar de um grande número de países ter se valido do mecanismo, as golden shares estão caindo em desuso no bloco – e até por isso o veto do governo português sobre a venda de 50% das ações da Vivo por
€ 7,15 bilhões não deve impedir a aquisição pela Telefónica. Isso porque desde 1997 a Comissão Europeia, com apoio do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) – a mesma instânciaque analisará o caso PT-VivoTelefónica em 8 de julho –, tem combatido a prática dos governos nacionais e, em menor escala, do Parlamento Europeu. A reprovação à intervenção do Estado na livre concorrência vem se tornando uma jurisprudência desde que a corte considerou “ilegal” o uso das ações com direitos especiais pelo Reino Unido em uma transação envolvendo a British Airport Authorities (BAA). “Depois de uma série ininterrupta de decisões, não cabe nenhuma dúvida acerca da incompatibilidade das golden shares com o Direito Comunitário, nem sobre o caminho equivocado que seguiram quase todos os países-membros nessa matéria”, diz Hernández López.
‘Google equivale à chegada da televisão’ Principal executivo da empresa considera Google peça-chave na democratização da informação e se prepara para futuro em que celular será essencial Jemima Kiss THE GUARDIAN
Com um sucesso fenomenal, mas também imitado, invejado e temido,oGoogleéoíconetecnológico da nossa era. Mas sua onipresença e influência vão durar para sempre? O diretor-executivo Eric Schmidt não tem dúvidas. Ele considera que o Google foi crucial para a democratização da informação.“Apenasduranteomeutempo de vida, nós vamos passar de uma situação em que um pequeno número de pessoas tem acesso a todas as informações do mundo para outra em que virtualmente todos os indivíduos em todo o mundo terão acesso a elas”, acredita. “E isso por causa das buscas na internet, dos telefones baratos e da tradução simultânea. É uma realização impressionante – e o Google é parte dela.” O principal executivo do Google deixa claro que a sua companhia, que hoje tem atuação em campos tão diversos como compras,vídeosemúsica,estásepreparando para um futuro em que o celular será essencial, desenvolvendo seu sistema Android e os subsequentes aparelhos com a marca Google. Atualmente,a batalhano campo dos aparelhos celulares é travada entre as três maiores empresasdetecnologia:Google,Apple e Microsoft. Mas a empresa de análise Gartner já colocou o
Android como o quarto mais popular sistema operacional feito parasmartphonenoprimeirotrimestrede2010.ApesardeoGoogle ter entrado nesse mercado há menosde dois anos, o sistema da empresa aparece em melhor posição, por exemplo, que a Microsoft– aindaque fique atrásdo Symbian (da Nokia), Research in Motion (Blackberry) e Apple. “Acredito que o melhor da engenhariaagoraestásendoaplicadonoscelulares–osmaioresproblemas e as soluções mais inteligentes”, diz Schmidt. Os 50 mil aplicativos criados para o Android,namaior partepor empresas terceirizadas, cobrem praticamente todos os assuntos. Schmidt descreve como hoje a vida online é mais pessoal, social e móvel. “Quando as pessoas se levantam já estão online e isso tem muitas implicações para a sociedade e para o Google”, diz ele. O segredo do Google, afirma Schmidt (embora não seja mais exatamente um segredo), é que ele consegue manipular mais dados do que suas rivais porque tem redes e centros de dados maiores. Contornado a censura. Além de incomodar os concorrentes, no entanto, a estratégia agressiva do Google também causa algunsproblemas.Nocomeçodeste ano, o Google acabou transferindo as operações da China para Hong Kong para contornar a censura. A companhia, cujo le-
CARL COURT/AFP
QUEM É “Acredito que o melhor da engenharia agora está sendo aplicado nos celulares – os maiores problemas e as soluções mais inteligentes.”
Novidades. Para Schmidt, empresa ainda tem muito a mostrar
ma é “não fazer o mau”, tinha sidovigorosamentecriticadapela decisão de operar na China, mas a reavaliação da medida foi bem acolhida pela indústria.
“O Google não faz necessariamente as coisas que outras companhias fazem. Temos nossos própriosprincípios,queelaboramos com empenho. No caso da
✽ ERIC SCHMIDT: Atual diretor-executivo do Google, começou a trabalhar na empresa em 2001. Antes, foi presidente da Novell e diretor de tecnologia da Sun Microsystems Inc., onde comandou o desenvolvimento do Java. Tem mestrado e doutorado em Ciência da Computação.
China, a decisão não foi tomada por causa de receitas – tinha a ver mais com o que estávamos dispostos a negociar. Desejamos ser bons cidadãos globais e acreditamos firmemente na abertura da informação”, diz o diretorexecutivo. Outro passo importante do Googletem sidoencorajaros governos a abrir suas informações para o público. Uma vitória recente dos que defendem a divulgação dos dados na Grã-Bretanha foi a abertura, pelo departamento dos Transportes de Londres, dos seus dados a respeito de viagens para uso comercial. A medida levou o próprio governo de coalizão britânico a indicar que poderá aprovar uma política de “direito a dados” ainda mais ampla para o público. “Não é mais aceitável num mundo online que pesquisadores do governo publiquem documentos que são lidos por apenas
500 pessoas na forma impressa”, diz Schmidt. “Eles têm que estar, primeiro, na internet. Quando isso ocorrer, muita coisa interessante pode ser feita para correlacionar a informação em tempo real, se isso for necessário, ou colocá-la num mapa. Fundamentalmente, serviços públicosservemparasesaberonde as pessoas estão e o que está acontecendo na minha cidade ou na minha escola.” Com sede naCalifórnia,oGoogle temequipes auxiliando a preparação de arquivos e bases de dados para a internet. Em desenvolvimento. Projetos como esses se mostram importantes também para países em desenvolvimento, onde a introdução de telefones mais baratos e mais inteligentes criou uma rede de comunicação poderosa. “As fabricantes de hardware estão sendo incentivadas a produzir mais celulares baratos, e os preçostêmcaídodramaticamente. Hoje um jovem em qualquer país do mundo, se possui um celular, consegue ter acesso a todas as informações do mundo traduzidaspara asua próprialíngua”, resume Schmidt. Tendo chegado ao Google em 2001, depois de uma carreira feitanoValedoSilício,Schmidtainda seentusiasma com aspossibilidadesdaempresa.“Elaéagrande novidade – é equivalente à chegada da televisão”. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
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A Philips segue os passos da IBM Empresa se fortaleceu na produção de equipamentos de saúde e de iluminação. Agora quer avançar na prestação de serviços Cátia Luz
Reestruturação talvez tenha sido a palavra mais usada pelos executivos da Philips mundial nas últimas duas décadas. Depois de chegar perto da falência nos anos 90, a multinacional holandesa conseguiu se recuperar emseguida. Masoestouroda bolha pontocom, em 2000, levou a companhiadenovoparaoprejuízo – o que abriu espaço para uma reforma radical na empresa. De 2001 para cá, várias operações do conglomerado foram vendidas, caso do segmento de componentes, que chegou a responder por metade do faturamento total. No final do processo, das 12 áreas de negócios da empresa holandesa, restaram apenas três: consumo e estilo de vida (formado por eletroportáteis e eletroeletrônicos), cuidados com saúde e iluminação. Muitos consumidores ainda nem assimilaram as mudanças, mas a companhia decidiu dar mais um passo para aumentar as receitas. A exemplo da IBM – que virou referência ao transformar seumodelodenegócios,ampliando a oferta de serviços e se desfazendo de várias atividades que tinham se transformado em commodities–,aPhilipsestáavançan● Emergentes na Philips
30%
é o porcentual que as vendas de Brasil, China e Índia representam no faturamento global da Philips
50%
é a estimativa da multinacional holandesa para a participação dos países emergentes na receita da companhia em 2015
do sobre um outro ramo de atividade: soluções e serviços em saúdeeiluminação.Asubsidiáriabrasileira está em linha com a nova estratégia. “O objetivo da empresa é deixar de ser lembrada como uma marca de TVs para se transformaremumacompanhia desoluções sustentáveis que proporcionem saúde e bem-estar”, diz Marcos Bicudo, presidente da Philips Brasil. Por aqui, serviço, até pouco tempoatrás,erasinônimodemanutençãodosequipamentosvendidos pela marca. A partir do ano passado, a empresa ampliou o conceito e começou a oferecer soluções. Na área de saúde, passou a instalar equipamentos em hospitais, cobrando por número de exames feitos. Em outra modalidadedeserviço,terceirizatoda tecnologia necessária para umcentromédico eseresponsabiliza por sua atualização. Em troca, recebe um pagamento fixo. “É uma solução desenhada paraatenderprincipalmenteparcerias público-privadas (PPPs), em que o cliente precisa trabalhar com uma previsibilidade de custos”, afirma Guenadi Milanov,gerentedaPhilipsHealthcare Solutions na América Latina. Há ainda um terceiro modelo, que o executivo gosta de chamar de‘porteirafechada’.“Nessamodalidade,entregamos, porexemplo, um centro de diagnóstico completo, montado, instalado e funcionando.Etudoficasobnossa gestão”, afirma Milanov. Os novos projetos ainda estão dando os primeiros passos no Brasil, e a subsidiária local precisaandarrápidonosegmentosaúde. Em todo mundo, cada uma das três áreas de atuação da Philips possui um peso semelhante nofaturamentoglobal daempresa. No Brasil, a divisão não é nadaequilibrada. Osetor de consu-
ANDRE LESSA/AE.
Meta. “Precisamos crescer no País num ritmo três vezes superior ao do PIB”, diz Marcos Bicudo
Engenheiros agora querem entender o consumidor dem hoje por 30% do faturamento da Philips global. Mas o plano da multinacional holandesa é de que, até 2015, esses países respondam por metade da receita. Para atender esses consumido-
res, a empresa mudou o jeito de trabalhar. “A Philips sempre foi uma empresa de engenheiros e de muitas patentes, que sempre lançou os produtos de cima para baixo. Agora olhamos para o mercado para interpretar as necessidades e fazer um planejamento local”, diz Marcos Bicudo, presidente da Philips Brasil. A empresa escolheu a área de cuidados pessoais para começar a entender os brasileiros. “Pela
primeira vez, fizemos uma pesquisa aprofundada nessa área. E até no início de 2011 vamos lançar um portfólio completo com um olhar mais cuidadoso para a classe emergente.” Na área de saúde, a estratégia foi aumentar a nacionalização da produção. “Isso nos permite produzir máquinas de entrada – menores e mais acessíveis –, o que pode fazer do Brasil uma plataforma de exportação.”
mo e estilo de vida responde por cerca de 60% da receita da companhia no País, seguido por saúde, com 25%, e iluminação, com apenas 15%. “Nossa meta para 2010 é uma taxa de crescimento pelo menos três vezes maior do
que o avanço do PIB”, afirma o presidenteMarcosBicudo.“E logicamente saúde e iluminação são áreas de foco e exigem taxas de expansão ainda maiores.” Mas,paraalcançaressesresultados, a Philips tem desafios a
enfrentar, diz um ex-funcionário, que não quis se identificar. “A empresa precisa diminuir o peso justamente da unidade de eletroeletrônicos, que carrega a marca Philips, o que é um risco. Além disso, a companhia sem-
● Brasil, Índia e China respon-
prefoiacostumada avender produto em massa, como lâmpadas e TVs. Deixar de ser uma empresa só de grandes volumes para sertambém denichonão éfácil.” Antesdoinvestimentonosserviços, a Philips priorizouas aquisições,aumentandodeformasignificativa o nível de nacionalização dos produtos. “Com isso, conseguimos baixar o preço dos equipamentos em cerca de 30% ediminuir o prazode entrega para um mês, metade do tempo necessário na importação”, afirma Bicudo. Outras possíveis aquisições não estão descartadas. Segundo Hely Maestrello, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO), a inserção do setor como área estratégica do governo tem estimulado o interesse de mais empresas pelo mercado de equipamentos médicos. “Em 2010, espera-se um aumento de 13% na receita, contra um avanço médio de 9,2% ao ano desde 2001”, diz. Luz. Diante da exigência cada vez maior do uso eficiente de energia, a Philips mundial também ampliou os serviços na iluminação.No Brasil, eles estão em fase de estruturação. Como advento do LED, a inteligêncianessaáreaganhoudestaqueemaispossibilidades.Astecnologias disponíveis permitem, porexemplo,controlarpor computadores a intensidade de luz em uma avenida no decorrer do dia. “Indústrias, companhias e governos querem iluminar de forma consciente. A partir de programaçõesde softwareépossível controlar o que e quando acender”, diz Alexandre Ferrari, gerentedeLumináriasProfissionais para América Latina.
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O ESTADO DE S. PAULO
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DENIS FERREIRA NETTO/AE
Na China, Brasil vai além da commodity Cada vez mais empresas vendem produtos com valor agregado para o país asiático Paula Pacheco
A China exporta todo tipo de mercadoriasparaoBrasil,dasbugigangas encontradas no comércio popular ao aço e maquinário que atormentam os concorrentes nacionais. Mas também há empresas que fazem o caminho inverso e vendem produtos brasileiros para os chineses – não apenas commodities, como minériodeferroe soja,mas itensde alto valor agregado. Os dados do Ministério do Desenvolvimentomostramaevoluçãodaparticipação dositensmanufaturados e semimanufaturados de 27,2% (2008) para 28,3% (2009). O aumento é pequeno, mas ocorreu depois de anos de avanço das exportações de produtos básicos. A Positivo Informática é um caso de empresa brasileira que foi além das commodities ao decidir entrar no mercado chinês. Há três anos, a fabricante paranaense vende suas mesas educacionais de ensino de inglês para crianças. Segundo Elaine Guetter, diretora de operações da Positivo, o potencial chinês é mais do que promissor. “A importância de aprender inglêsno momento em que a economia se encontra é enorme. Tenho certeza de que é só o começo para a Positivo, porque tudo na China é absurdamente grande”, avalia a executiva da empresa de tecnologia. Atéabriromercadochinês, explica Elaine, foram necessárias muitas viagens e um verdadeiro trabalho de investigação. “Contratamos um chinês que nos ajudou a garimpar o mercado e a verificar se os possíveis parceiros naquele país tinham condições de levar o projeto adiante”, comenta. Como a mesa é para o ensino de inglês, não foi necessário fazer adaptações para o mandarim, apenas o manual técnico.
O distribuidor chinês dos produtosda Positivotambémse tornou dono de escolas de ensino infantil de inglês, os E-Blocks Centers. Ele tem 14 escolas e ensina a 2.200 chineses com o uso das mesas. Embarque de tecnologia. A Light Infocon, de Campina Grande (PB), especializada em softwares para bancos de dados, vende para o país asiático desde a metade da década de 90. “A falta de conhecimento das empresas brasileiras sobre aquele mercadoéoquemaisdificultaaatuação”,contaAlexandreMoura, diretor de marketing e presidente do conselho da empresa. A entrada da Light Infocon na China aconteceu por meio da parceria com um instituto estatal de softwares que faz pesquisas na área acadêmica. Com o avançodasvendas,aempresaoptou por ter um representante local.A únicaadaptaçãofoinoidioma e em algumas cores do programa. “O preto, por exemplo, não é uma cor de que os chineses gostam muito. Então a gente substituiu por outra”, explica Moura. Hoje, 20% das exportações da Light Infocon são para a China. Elas só ficam atrás do volume embarcadoparaPortugaleEspanha. “Procuramos aliar a troca de conhecimento técnico para avançar naquele mercado. Não dá para avançar sem um apoio localeumaboaredederelacionamentos”, ensina. Apesar do grande volume de importação de máquinas chinesas, há empresas brasileiras que conseguem vender para o país asiático.Éo casoda GrobdoBrasil, de origem alemã, cuja subsidiária brasileira tem contratos com clientes da China desde o fim da década de 90, quando a automação nas montadoras ganhou mais fôlego. A companhia
Sem poder competir por preço, calçadistas vendem sofisticação Os calçados brasileiros vêm levando uma surra dos concorrenteschineses nomercadointernacional.Comaquedanasexporta-
ções, fábricas demitiram ou simplesmente fecharam as portas diante das dificuldades de competir. Para tentar driblar a situa-
Educação. Segundo Elaine, da Positivo Informática, 2.200 chineses aprendem inglês nas mesas educacionais da empresa
A EVOLUÇÃO DO PERFIL EXPORTADOR Exportações brasileiras para a China - por fator agregado BÁSICOS
SEMIMANUFATURADOS
80
MANUFATURADOS
71,70%
70 60 50 40 30
21,70%
20
que as empresas brasileiras não devem ter como estratégia inicial exportar grandes volumes, mas entender como é o mercado da China e quais são as melhores oportunidades. “Agora, por exemplo, é possível perceber que a classe média alta, formada por cerca de 200 milhõesdepessoas,começaadesejar o consumo de marcas para sediferenciardosoutros.EoBrasil,comseuconceitodemodernidade,pode terumachance deencontrar seu espaço com a moda, por exemplo”, opina Teixeira.
éespecializadaemmáquinas-ferramenta para fábricas de motores. “Os chineses adoram a tecnologia alemã, e é isso que nos abre as portas. Mas, com os planos da matriz de construir uma fábrica na China, nossas vendas com o tempo devem ser substituídas pela produção local”, explica Christian Müller. Diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca acredita que haja muitasoportunidadesparaasempresas brasileiras no mercado com
maior potencial de consumo do mundo. “Temos conhecimento e bons produtos em várias áreas, como a de equipamentos médicos e odontológicos e de alimentosprocessados.Masébom lembrar que em muitos casos as exportações também estão atreladas a exigências do governo chinês de que a empresa brasileira façainvestimentosnaquele mercado”, observa. AlessandroTeixeira,presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), avalia
Marca. A lista de empresas brasileiras na China só deve crescer. A Alpargatas, fabricante das Havaianas, hoje vende suas sandálias esporadicamente para o país. Mas, para explorar melhor a marca num mercado de 1,4 bilhãodepessoas,jácomeçaaestudar a possibilidade de abrir uma loja-conceito das Havaianas na China. A Ci&T fez uma joint venture há um ano com uma companhia japonesapara teracessoaosconsumidoresasiáticos.AChinaainda não é cliente, mas o executivo Leonardo Mattiazzi espera que ainda neste ano os primeiros contratos sejam assinados. “Para os chineses, é fundamental mostrar a capacidade de atender a um cliente de forma global.”
ção,fabricantesnacionais passaram a apostar em sapatos mais sofisticados – no segmento popular, em que prevalece o preço, os chineses são imbatíveis. A estratégia de vender os modelos no mercado internacional, ainda que timidamente, vem dando algum resultado. Mas os
fabricantes brasileiros decidiram ir além, atacando o território do principal concorrente. No próximo mês, um grupo de seis empresas, coordenado pela Abicalçados,entidadequerepresenta os fabricantes do setor, vai para a China fazer um corpo a corpo com distribuidores locais. A
missãoteráapoiodaAgênciaBrasileira de Promoção de ExportaçãoeInvestimentos.(Apex).“Fizemos a primeira triagem por meio de pesquisas conduzidas porumaempresachinesaderelações públicas. Constatamos que existe demanda”, diz Cristiano Körbes, coordenador de proje-
6,60%
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2005
FONTE: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO/APEX
2009 INFOGRÁFICO/AE
Embraer e Arezzo tiveram planos frustrados no país ● Para ter acesso aos chineses, algumas empresas optam pela produção local. Um dos investimentos mais importantes foi o da Embraer, que viu na abertura de uma fábrica na China a oportunidade de vender seus jatos executivos e regionais naquele país e ter uma base na Ásia. Os negócios, porém, não se confirmaram tão promissores e agora a empresa negocia com o governo chinês, sócio da unidade de produção, a ampliação do mix de modelos a serem produzidos. As conversas começaram há um ano e fala-se que, caso não terminem em acordo, a Embraer pegará o caminho de volta para São José dos Campos (SP). Quem também teve dificuldades foi a Arezzo, que em 2007 fez uma parceria com os chineses da Prime Success para abrir 300 lojas da marca na China até 2016. Até agora não chegou a dez unidades e a estratégia inicial, de vender calçados na faixa dos US$ 160, teve de ser revista – para baixo. / P.P.
tos da Abicalçados. A intenção é acertar detalhes contratuais nos próximos meses e começar a exportar em 2011. “Será a primeira experiência da Abicalçadosnessemodelo de exportação. Pode ser que ajude outros setores, como o têxtil”, explica Körbes. / P.P.
Design & Inovação JOAO MORGADO E GRÉGOIRE KALT/DIVULGAÇÃO
Sustentáveis, econômicos e belos A sustentabilidade já é um conceito amplamente disseminado naconstrução civil.Agora,arquitetos do mundo todo tentam mostrar que é possível reunir soluções ambientalmente corretas e, ao mesmo tempo, investir na beleza de edifícios e casas. Um exemplo da harmoniosa união da sustentabilidade com o design foi dado pelo escritório de arquitetura Philippon-Kalt, que inaugurou recentemente, perto da estação de metrô Barbes, em Paris, o primeiro prédio residencialcom uma fachadafeitade painéis que captam energia solar. As 17unidadessãodestinadasafamílias de baixa renda – que, além de morarem num edifício inovador, de quebra ainda podem obter uma redução de até 40% nos gastos com aquecimento de água.
Luminárias de curvas suntuosas
Integração. Novas casas e edifícios permitem a entrada da luz natural sem afetar a privacidade dos moradores
A fabricante de lâmpadas LZF, da Espanha, desafiou alguns designers a usar madeira para criar produtos para a linha “Light and Nature”. O resultado foram estruturas cheias de curvas que mais parecem instalações de arte. As luminárias, que podem ser penduradas no teto ou colocadas no chão, são todas marcadas por formas geométricas e cores. Entre os destaques está a peça criada pelo estúdio Luis Eslava e batizada de “Agatha” (foto): uma luminária suspensa de madeira recortada que se parece com uma escultura de luz. Outro destaque é a coluna de lâmpadas “Totem”, do escritório Dämmer & Calvo. / A. F. DIVULGAÇÃO
A fachada foi projetada com uma série de painéis azuis que ficam em frente aos terraços. Eles podem ser movidos e, ao mesmo tempo em que fazem a captação da luz, dão um ar moderno à construção.
A integração completa com o ambienteéaprincipalcaracterísticadaHHouse,projetadaapedido de um casal morador da região de Maastricht, na Holanda. No interior, o que se vê é um loft comum mezanino central. Algu-
mas poucas colunas retangulares sustentam as lajes. Todas as outras paredes, internas e externas, são de vidro, o que permite que a luz exterior tome conta do espaço. A privacidade, que inicialmente poderia ser uma preo-
cupação,foigarantidapelacriatividadedosdesigners. Acasa possui uma série de cortinas que podem ser fechadas ao gosto dos proprietárioseusadas,ainda,paradividirambientesinternamente. / AIANA FREITAS
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ANDRE LESSA/AE.
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lhões entre 2010 e 2014. É uma área ampla, que não envolve apenas construtoras. Fornecedoresde váriostipos deprodutos querem garantir seu espaço.Segundoinformaçõesdemercado, uma multinacional está fazendo lobby para que os bancos dos estádios sejam feitos de alumínio em vez de cimento. Vitrine. A Dupont é uma das
Corpo a corpo. Domingues (de gravata), gerente de novos negócios da DuPont, e equipe já estão mostrando produtos que vão de construção civil à segurança
Empresas entram em campo para a Copa de 2014 IBM, Siemens, GE e Dupont criam núcleos para vender produtos para o evento, que vai movimentar R$ 142 bi em negócios indiretos Raquel Landim
A seleção brasileira se despediu daCopadaÁfricadoSulnasextafeira após uma sofrida derrota paraaHolanda.Tristezanatorcida, agitação nos negócios. Agora os holofotes globais estarão voltados para a Copa do Mundo do Brasil em 2014. E muitas empresas já estão escalando seus times para entrar em campo. Grandes companhias criaram departamentos e gerências para identificar as oportunidades geradas pelo mundial de futebol e pela Olimpíada no Rio de Janeiroem2016.Outrasempresasmobilizaram pessoas de várias áreas. São nomes de peso como Oi, IBM, Siemens, Dow Química, Dupont e General Eletric. Essas e muitas outras empresas estão de olho nos R$ 142,39 bilhões adicionais que vão girar na economia brasileira entre 2010 e 2014, conforme estimativa das consultorias Ernest Young e FGV Projetos. Algumas adotam o estilo do
técnicoDungae mantêmaestratégia em segredo, com medo do ataqueadversário.Outras,noentanto, toparam abrir seu treino para o público e contam ao Estado o que oferecem para ajudar o Brasil a transformar o sonho do mundial em realidade. Asnovidadesvão desdeumaeroporto que “monta e desmonta” até banheiros de plástico “à provadegrafite”. Surgemprodutos específicos para enfrentar ataques terroristas – um problema fora do radar do Brasil, mas presente em eventos desse tipo.
na África do Sul para os jogos, mastambémfuncionaemChicago e Nova York. Como nas séries de TV, câmeras e dispositivos de filmagem carregados por policiais capturam milhares de imagens em todos os pontos dos estádios e enviam aos monitores instalados na sala. “Os dados são analisados de maneira inteligente pelos com-
Correndo por fora. Em janeiro,
Pedro Almeida foi nomeado paraarecém-criadadiretoriade Cidades Inteligentes da IBM Brasil. Sua missão é “correr por fora”. A Copa já tem fornecedores detecnologia,mas o que interessa à empresa são os inúmeros projetos que rodeiam o evento. “O mais importante é o legado para as cidades”, disse Almeida. Um dos projetos da empresa é a “sala de situação”, que foi feita
● Arco
de luz
Para a Copa da África do Sul, a Siemens montou um arco de luz sobre o Estádio de Durban, com 350 metros de altura e 2.600 toneladas, usando 12 mil lâmpadas LED, mais econômicas.
O EFEITO COPA l Impactos da Copa do Mundo na economia brasileira entre 2010 e 2014 (em R$ bilhões)
Setores mais beneficiados
Total: R$ 142,39 PRODUÇÃO NACIONAL ADICIONAL DE BENS E SERVIÇOS
112,79
GASTOS DIRETOS EM INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS
29,60
turou o mesmo na Olimpíada de Pequim, na China, e espera ter atingido essa meta na Copa da África do Sul. A empresa também teve resultados excepcionais na Copa da Alemanha. “Em uma Copa, 10% dos gas-
tos são estádios. Os outros 90% são infraestrutura urbana”, diz o diretor de projetos de megacidadesda Siemens, Sérgio Boanada. Osprojetosprevistospela empresa para a Copa incluem redes inteligentesdeenergia,transpor-
l Alimentos l Serviços
civil
e bebidas
prestados às empresas
l Eletricidade,
gás, água, esgoto e limpeza urbana
FONTES: ERNEST YOUNG E FGV
putadores. Temos um algoritmo matemático que treina o olho da câmera para alertar para situações de perigo”, diz Almeida. Outro ponto forte da IBM será o transporte. A companhia promete criar rotas para os jogos, envolvendo ônibus, metrô e atébicicletas.Otorcedorutilizaria o mesmo bilhete – ou seja, não gastaria tempo com filas, nem carregaria dinheiro. Os horários de ônibus e metrô seriam sincronizados para facilitar o deslocamento de tanta gente ao mesmo tempo. A inovação deve estar presente em todos os lances da Copa. Estima-se que a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, tenha gerado um tráfego de 15 terabytes dedados,oequivalente a 100milhões de livros. Desde então, a internet só cresceu. Como patrocinadora do mundial, a Oi será responsável por administrar esse tráfego. A empresa faz mistério e diz que desenvolverá “um minucioso projeto” de soluções adequadas pa-
Siemens prevê faturar € 1 bilhão com evento A alemã Siemens espera atingir um faturamento superior a € 1 bilhão (cerca de R$ 2,24 bilhões de reais) na Copa do Mundo do Brasil em 2014. Não é uma meta tão difícil quanto parece. A companhia fa-
l Construção
te feito por veículos elétricos e várias outras novidades. Na Áfricado Sul, a empresa fez um arco de um estádio com lâmpadas feitas de LED, que são mais econômicas. A filial brasileira da Siemens
l Serviços
de informação
l Turismo
e hotelaria INFOGRÁFICO/AE
ra o evento, cujos detalhes serão divulgados “oportunamente”. A operadora vai levar para as cidades-sede da Copa um modelo-padrão da infraestrutura. Ela acredita que o fato de ter uma coberturanacionalseráumtrunfo. Em São Paulo, vai prover o serviço por meio de parcerias com outras empresas e por sua rede própria. Estudo recente da Ernest& Young mostra que tecnologia da informação é apenas uma das áreas beneficiadas pelos jogos. “Não temos dúvida de que os ganhos para o País serão vultosos”, disse José Carlos Pinto, sócio da consultoria, que comanda uma equipe de 20 pessoas voltadas só para a Copa. No auge dos preparativosdos jogos, ele espera contar com 200 consultores. Conforme o levantamento, os setores mais beneficiados serão construção civil, alimentos e bebidas,serviços,TIeturismoehotelaria. A construção está no topodalista, comumganhoadicional faturamento de R$ 8,14 bi-
montou recentemente um grupo de trabalho específico para a Copa, que está em contato diretocomasededaempresaemMunique,ondeumaequipeacompanha permanentemente os eventos esportivos de todo o mundo. Aeroporto temporário. Um
das soluções mais pitorescas da Siemens é um “aeroporto que
empresas mais bem preparadas para ganhar com o evento. Com produtos que vão da construção civil à segurança, promete jogar em qualquer posição. Desde setembro de 2009, a equipe de Julio Domingues, gerente de novos negócios da área de construção, está concentrada nos jogos. “A Copa é uma vitrine muito importante, com um nível de exposiçãoenormedosprodutospara o mundo”, disse o executivo. Um dos produtos da empresa – um material sintético, que é uma combinação de minerais naturais e acrílico – foi usado em dois estádios da África do Sul. Com esse material, é possível fazertampos e cubos para aspias dos banheiros e divisórias para osvestiáriosdos atletas.Omaterial é quase “anti-grafite”, porque pode ser limpado facilmente – uma vantagem para evitar as pichações comuns nos estádios. Dominguescontaquejácomeçou a fazer o “corpo a corpo” com escritórios de arquitetura para apresentar os produtos. Ao serem contratados pelas construtoras, os arquitetos serão os responsáveis pela escolha dos materiais. Outra área da Dupont dedicada à Copa é a de segurança. Marcio Manique, gerente de vendas para segurança pública da empresa,enxergagrandesoportunidades. Ele conta que, no Brasil, a preocupação é a violência urbana, com bandidos disparando tiros nos faróis. Mas em um evento de massa que atrai a atenção do mundo, o País vai enfrentar outra ameaça: terrorismo. A Dupont está desenvolvendo um colete à prova de balas mais resistente a fragmentos provenientes de explosões e vai trazer uma nova linha de roupas e tecidos para proteção de armas químicas e biológicas. São macacões brancos e amarelos de contenção de doenças como os que aparecem nos filmes de ação. Outra novidade é um tecido para roupas de bombeiros que aumenta sua resistência ao fogo conforme a temperatura sobe. “Desde que soube que ia ter a Copa no Brasil, estou trabalhando para trazer esse novo portfólio de produtos”, conta Manique. “Já estamos em contato com a Polícia Federal e com os aeroportosparaexplicaratecnologia”, completa. Aindafaltam quatro anos para a bolar rolar na Copa do Mundo do Brasil. Mas, para as empresas, os próximos meses serão a fase mais disputada do jogo. É a hora decolocarotimeemcampo,porque, quando os turistas chegarem, os vencedores do torneio empresarial já estarão definidos.
monta e desmonta”. A empresa alugaa infraestrutura necessária para o aeroporto e depois retira. É uma alternativa para eventos que geram um fluxo de turistas que não vai se repetir em outras datas. Boanada diz que algumas cidades-sede brasileiras podem sentir esse efeito. Na África do Sul, a Siemens instalou dois aeroportos temporários.
Primeira pessoa ‘Mercado imobiliário ainda tem muito a crescer’
Ubirajara Spessotto Diretor de incorporação da Cyrela
As novas tecnologias e as redes sociais são a mais recente aposta da incorporadora Cyrela para conquistar clientes, diante do crescimento do mercado imobiliário no País. Recentemente, a empresa finalizou sua primeira venda por SMS: um cliente enviou uma mensagem de texto pelo celular para o código encontrado no anúncio de uma unidade comercial do bairro da Mooca, em São Paulo. Contraditoriamente, essas são ferramentas que pouco interessam ao diretor-geral da empresa, Ubiraja-
ra Spessotto – que diz não ter tempo para acessar a internet e considera as redes sociais um “atraso de vida”. ● O sr. acompanhou de perto a evolução do mercado imobiliário no Brasil nos últimos anos. Corremos algum risco de saturação?
Trabalho na Cyrela há seis anos e no setor há 30. Nesse período, o mercado cresceu muito. Mas não vejo risco de saturação. O que existe é uma sub-oferta. Existem 5,2 milhões de lares na Grande São Paulo, mas estima-
se que 20% sejam sub-habitações. Se o mercado crescer 2% ao ano, o que considero pouco diante do que temos visto, ainda assim serão 80 mil unidades novas no mercado. Para se ter uma ideia, o recorde de lançamentos na cidade de São Paulo foi o de 2008, de 63 mil unidades. Além disso, enquanto nos países do G7 as pessoas mudam de casa em torno de dez vezes na vida, no Brasil a média é de 1,7. Esse movimento só agora começa a mudar no País. O mercado, portanto, ainda tem muito a crescer. E, com os juros mais baixos, o financiamento de longo prazo farto e o mercado preparado para ofertar unidades, acredito que ainda vai ha-
ver um crescimento gigantesco. ● Mas existe sub-oferta mesmo
em cidades como São Pulo?
O estoque de imóveis hoje baixíssimo na Grande São Paulo. A quantidade de imóveis lançados e ainda não vendidos é de 25 mil unidades, o que, para mim, é nada, é traço. Nos próximos cinco anos ainda vai haver uma demanda por imóvel na Grande São Paulo fortíssima. ● A Cyrela finalizou recentemen-
te a primeira venda por SMS. A empresa vai apostar cada vez mais em ferramentas como essas e em redes sociais?
A Cyrela começou um trabalho no universo pontocom em
2005. Naquela época, menos de 3% das vendas começavam e terminavam na internet. Hoje, já são de 15 a 20%. Acreditamos, sim, que essa é uma forma crescente de se fazer negócio imobiliário no Brasil, principalmente em grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. ● E o sr.? Também é um adepto dessas tecnologias?
Não sou internauta. Não compro nada pela internet. Aliás, se a economia dependesse de mim como consumidor, o mundo quebraria. As redes sociais, para mim, são um atraso de vida. Prefiro ler um livro ligado a negócios. / AIANA FREITAS
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O ESTADO DE S. PAULO
SEGUNDA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2010
Mídia & Marketing ANDRE LESSA/AE
Futuro da propaganda está na simplicidade A revolução digital mudou a forma como as informações são absorvidas. Por isso, contar boas histórias nunca foi tão importante como agora Marili Ribeiro
Na semana passada, o miniblog Twitter anunciou que atingiu a marca de 15 bilhões de mensagensemitidas.AredesocialFacebook chegou, há algumas semanas, aos 500 milhões de usuários. As estatísticas só refletem uma mudança na forma com as pessoas absorvem informações. Apesar dessa revolução digital, no mundo real os consumidores continuamcomsuasrotinasetarefas comuns. Casar essas realidades tem sido a preocupação dos profissionais de publicidade. Contar boas histórias nunca foi tão importante como agora. Duranteo FestivalInternacional de Publicidade de Cannes, quereuniuháduassemanasanata mundial do setor, a presença de profissionais do meio não se
● Grand
Prix de Titanium
Campanha vitoriosa da Best Buy em Cannes incentiva funcionários a usarem o Twitter para esclarecer dúvidas dos clientes.
limitou a torcer por Leões para assuas agências eclientes, e nem àpresençaem palestras,seminários e workshops. Nos corredores, o futuro da atividade foi o assunto entre muitos deles. “Há três anos, todas as pales-
tras batiam na tecla da morte dos meios tradicionais de se fazerpropaganda, comooscomerciais de tevê, que sucumbiriam à era digital”, diz João Livi, diretor de criação da agência Talent. “Entendo que era um discurso necessário. Mudanças de comportamento, porém, não são assim tão rápidas.” Embora haja um reconhecimentodequecomunicaçãobemsucedida é a que consegue se esparramarpelosdiferentes meios de comunicação, há consenso de que o uso da tecnologia atingiu um patamar até pelo excesso de oferta. “Se não prendermos a atenção do consumidor nos 6.5 segundos iniciais – independentemente da mídia –, perdemos a capacidade de vender a marca”, avalia Adilson Xavier, presidente da Giovanni+DraftFCB.
Novo padrão. Para Xavier, da Giovanni, a mensagem deve ser simples, sem ser simplista Para Xavier, mais do que nunca, o sucesso da propaganda está na simplicidade da mensagem, mas sem que ela seja simplista, até porque o consumidor ficou mais exigente. Não adianta mais sair anunciando qualidades de umprodutoseo consumidor pode questioná-las na rede social. Quem trabalha com a ponta da criação não tem dúvidas de queomundodacomunicaçãoentrounaera da“humanizaçãotecnológica”. Isso significa fazer campanhas sintonizadas com o
mundo digital, mas que contem boashistórias. O festival de Cannes vem apontando esse caminhono seuprêmiomáximo,o Titanium & Integrated Lions. Nas últimasedições,aspeçaspremiadasnacategoriaeram ideias simples e mobilizadoras. Este ano, o Titanium ficou para a rede varejista americana Best Buy. Seu time de vendedores foi para o Twitter responder dúvidas de consumidores. Além de usar o recurso do miniblog, a rede colocou no ar um comercial
convencional para divulgar o site da empresa e o endereço no Twitter. É uma campanha que busca cativar o consumidor com uma prestação de serviço e não apenas bradando que a empresa tem o melhor preço da praça. “O consumidor é quem vai atrás de informação quando quer comprar,porque aeradigital lheconferiu poderes”, diz Barry Wacksman, vice-presidente da agência americana R/GA, uma butique de criação americana que acaba de abrir escritório no Brasil.
Graçasequipesdefutebol americano de colégios rivais, os Red Rovers e os State Liners, para reviver uma partida disputada 15 anos antes e que tinha acabado emum empate. Os membros das equipes foram reunidos, muitos deles em forma física sofrível, e tiveram uma segunda oportunidade de definir a partida. Apreparaçãofoifilmadaecolocadano sitedaempresa e deuorigem a um documentário de uma
hora exibido pela Fox Sports. Os 15 mil ingressos para assistir à partida foram vendidos em 90 minutos. As vendas regionais de Gatorade cresceram 63% no período e a cobertura de mídia espontânea foi avaliada em US$ 3,5 milhões. Caso vencedor, certo? Não para o júri de Titantium que, tendo na liderança um profissional do meio online, preferiu um caso que se pauta exclusivamente nesses serviços. /M. R.
Making of
A campanha injustiçada do Gatorade O comercial Replay, criado pela agência americana TBWA Chiat Day para a bebida energética Gatorade, era aposta da maioria dos publicitários para levar o prêmio
máximo do festival de publicidade Cannes Lions 2010, o Titanium.Arazão?Aideiadesenvolvida não se enquadrava nos manuais convencionais de propaganda–condiçãoparabrilharnessa tão ambicionada categoria. Deu zebra. Quem ficou com o Grand Prix de Titanium foi a campanhada BestBuy.A campanha do Gatorade levou apenas com um Leão de Ouro em Titanium (além de outro Ouro na ca-
REPRODUÇÃO
Partida. Ex-atletas conquistaram novos clientes para a marca
tegoria de filmes publicitários e doisGrandPrix,umemaçãopromocional e ativação de marca e
outro em relações públicas). A marca do portfólio da Pepsico reuniu no feriado de Ação de