Design emocional - Aplicação em luminárias

Page 1

DESIGN EMOCIONAL A P L I C A Ç Ã O

E M

W E L L I N G T O N

L U M I N Á R I A S

R O D R I G U E S



DESIGN EMOCIONAL A P L I C A Ç Ã O

L I N H A

D E

E M

L U M I N Á R I A S

C O N S T E L A Ç Ã O : L U M I N Á R I A S I N S P I R A D A

N A S

E S T R E L A S



DESIGN EMOCIONAL A P L I C A Ç Ã O P O R :

E M

W E L L I N G T O N

L U M I N Á R I A S L I M A

R O D R I G U E S

Trabalho final de graduação apresentado ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, como requisito à obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientação: Prof.ª M.ª Denise Mendonça Xavier.

S Ã O P A U L O 2 0 2 0



A G R A D E C I M E N T O Chegar aqui não foi fácil e ainda mais difícil é escrever esse agradecimento sem me “emocionar”. Tenho certeza que, não estaria aqui se não fosse a presença de Deus em minha vida, tenho certeza que Ele me ajudou e me encorajou em tantos momentos difíceis e desafios propostos. Gostaria de agradecer a toda minha família, em especial aos meus pais João e Zelma, os dois são e sempre serão a minha maior inspiração; aos meus irmãos João e Jaciele, sempre presentes e me encorajando a seguir em frente. Durante esses cinco anos aprendi, cresci, evolui e compartilhei um tanto, Quero deixar registrado os meus agradecimentos a todos meus professores, que de fato foram essenciais para o meu desenvolvimento, em especial Andrea Macruz, Cris Ecker, Ivanir Reis, Lucia Pirró, Luís Matos Dias, Maria Alzira, Ricardo Matos, Solimar Isaac. E, claro, à mulher que acreditou no design e em mim, orientadora e parceira da escala do objeto Denise Xavier, o meu muitíssimo obrigado. A faculdade me ensinou muita coisa e também me trouxe pessoas incríveis. Quero agradecer pela cumplicidade e companheirismo das minhas amigas Carolina Brenner e Maria Eliza e, também, ao grupo Paquitas que mesmo sendo o único garoto do grupo, fui acolhido e me senti como uma delas. Deixo um agradecimento especial aos meus dois grandes amigos: Natiely Sousa e Jeferson Quintanilha, os dois sempre estarão em meu coração. E à virginiana mais incrível desse universo, Juliane Lima, a responsável por todos os pontos e vírgulas deste caderno. Gostaria de agradecer ao meu parceiro Victor Antonelli, o rapaz mais alto astral que conheci, conselheiro que sempre me motiva a continuar. Obrigado, Vitinho.

Por fim, deixo listado aqui o nome de cada pessoa que de alguma forma contribuiu para este momento tão único e especial e que está presente em minha vida: Áries - Sara Palamoni Áries - Daniella Lima Áries - Hannah Rodrigues Áries - Heidy Tokimatu Touro - Camila Matias Touro - Lucas Melo Touro - Rafael Desimone Touro - Renata Riso Touro - Thais Gonçalves Gêmeos - Roseane Castro Gêmeos - Edson Bismask Câncer - Heloisa Aguiar Câncer - Jeferson Quintanilha Câncer - João Rodrigues Leão - Carolina Moreira Leão - Jaqueline Sonia Leão - Juliana Mendes Leão - Sidnei Junior Leão - Silvia Regina Leão - Victor Antonelli

Libra - Agenor Silva Libra - Ana Luiza Libra - Carolina Brenner Libra - Guilherme Eli Libra - Flávio Costa Libra - Patricia Midori Libra - Welka Nascimento Virgem - Julia Mantelmacher Virgem - Fernanda Carnevalli Virgem - Juliane Lima Virgem - Nadiele Sobral Virgem - Otávia Moreira Escorpião - Danizelma Rodrigues Escorpião - Denise Xavier Escorpião - Maria Eliza Escorpião - Rafaela Buazar Sagitário - Amanda Storck Sagitário - Bruna Staudohar Sagitário - Felipe Nogueira Sagitário - Hugo Leal

Sagitário - Jaciele Tayna Sagitário - Priscila Tavares Sagitário - Víctor Soriano Capricórnio - Amanda Lima Capricórnio - Pamela Mayrink Capricórnio - Jefferson Morais Capricórnio - Raissa Esgolmin Aquário - Érica Pedrosa Aquário - João Neto Aquário - Josiane Silva Aquário - Katia Bizzarro Aquário - Marcio Alves Aquário - Sarah Zogheib Peixes - Ana Carolina Carmona Peixes - Bruna Villalva Peixes - Guilherme Takahashi

Wellington conseguiu concluir alcançar seu sonho, graduar-se em uma das melhores faculdades de arquitetura; rapaz de origem humilde, o primeiro de sua família a entrar no curso superior, pois bem, ele persistiu e conseguiu! Obrigado, Belas Artes por essa oportunidade. Quero agradecer ao Wellington, por toda coragem e dedicação, por acreditar, por ousar em um tema tão atípico em um TFG de Arquitetura, por superar tantos desafios neste ano tão difícil, pelo seu amor à Arquitetura. Parabéns, cara, você merece!


"Criatividade ĂŠ inventar, experimentar, crescer, correr riscos, quebrar regras, cometer erros, e se divertir." Mary Lou Cook


R E S U M O

A B S T R A C T

A pesquisa tem como tema o design emocional, campo que estuda a relação do objeto com o usuário. Seguindo os conceitos desta área iremos analisar a influência em projetos de luminárias, por meio da percepção visual e sua ligação com o emocional. Esse estudo resultará na criação de uma linha de luminárias, utilizando técnicas apresentadas para chegar no resultado emocional, através da experiência cognitiva individual de cada usuário. Objetiva-se avaliar técnicas, requisitos estéticos, função e emoção no design de luminárias, enfatizando a importância desses aspectos no conforto e bem estar ao usuário.

The theme of the research is emotional design, a field that studies the relationship between the object and the user. Following the concepts of this area, we will analyze the influence on luminaire projects, through visual perception and its connection with the emotional. This study will result in the creation of a line of luminaire, using techniques presented to reach the emotional result, through the individual cognitive experience of each user. The objective is to evaluate techniques, aesthetic requirements, function and emotion in the design of luminaires, emphasizing the importance of these aspects in comfort and well-being to the user.

Palavras-chaves: Produto, Design Emocional, Luminárias, Luz e Design.

Keywords: Product, Emotional Design, Luminaire, Light, Design.


CAPÍTULO I DESIGN EMOCIONAL

Introdução, 10

Conceitos e abordagens aplicados ao Design emocional, 14

CAPÍTULO II – LUZ, DESIGN E ERGONOMIA

Os três níveis processamento por Donald Norman, 16

Luz, o espectro visível, 24

Os quatros prazeres segundo Patrick Jordan, 18

Ergonomia aplicada à iluminação, 25

Vertentes do Design Emocional por Vera Damazio, 19

Design e Luz, 27

Concluindo a base teórica, 21

Luminária, como partido, 28


CAPÍTULO III - ANÁLISES - DESIGN EMOCIONAL E LUMINÁRIAS Aspectos do design emocional em luminarias, 33

CAPÍTULO IV ENSAIO PROJETUAL

Estudo - Perch Light - Luminária minimalista inspirada em origami, 35

Diretrizes proejtuais aplicado ao Design Emocional, 62

CONSTELAÇÃO LINHA DE LUMINÁRIAS

Estudo - Luminária Pipa - Luminária de parede com inspiração lúdica, 41

Por que constelação?, 63

Luminária Pegasus, 79

Artistas e suas influências, 66

Luminárias Sirius e Ursa Menor, 82

Estudo - Lumio - A luminária em forma de livro, 47

Inovação e Materialidade, 68

Luminária Ursa Maior, 84

Estudo - The Weather Project, 55

Processo criativo - estudos, 71

Análise Emocional, 88

Considerações finais, 90 Referências bibliográficas, 93


INTRODUÇÃO


Iniciaremos a pesquisa com uma pergunta: o que é o Design Emocional? É notável o poder afetivo que um objeto pode provocar em cada ser humano. Discutir sobre design emocional é manifestar sobre afetividade, concepção, conforto ou desconforto entre outros diversos sentimentos que se pode motivar cognitivamente através da percepção. No entanto, porque devemos falar sobre Design Emocional? Vivemos em um mundo cercado de objetos; eles estão sempre presentes no dia a dia e possuem um papel importante em nossas vidas. Interagimos e depositamos sentimentos nessas peças. Um retrato, por exemplo, está cheio de recordações que nos despertam ora alegria ora tristeza e até mesmo nostalgia. Refletir sobre o design emocional é observar com atenção o impacto causado na interação entre usuário e objeto, é entender a emoção e o que pode ativar através das formas, texturas, cores e funcionalidades. Atualmente, estamos vivenciando um momento atípico; com a pandemia mundial do Covid-19, a questão do isolamento social veio à tona a fim de controlar a evolução da doença. Essa nova condição obrigou a sociedade a vivenciar de maneira integral suas residências, provocando uma redescoberta do ambiente doméstico comum. As pessoas se viram na condição de reinventar os locais que já possuíam características com funções definidas e tiveram que adaptá-los para novos usos. Assim, um local de descanso pode ter se tornado ambiente para outras funções, como área para estudo, trabalho e lazer. Com essa nova realidade, a busca pelo conforto e um novo olhar para o lar vem ganhando força. De acordo com Nathália Larghi, da re-

vista “Valor Investe” 1 , as vendas de escrivaninhas para home office aumentaram em 228% e isso é apenas o começo. É possível dizer que o que faz a busca por objetos domésticos aumentarem é a demanda crescente pela escolha por personalização e a necessidade de identidade no momento de compor um ambiente exclusivo. A escolha dos objetos através do emocional possibilita abranger de forma pessoal e prazerosa a sua utilização pelo usuário. A luz, sem dúvida, tem um papel extremamente importante nesse quesito; ela torna visível a matéria, transforma os espaços, traz conforto e estimula a percepção. Não é possível projetar sem pensar em luz, a consideração de sua presença é necessária. Proporcionar em sua residência uma luminária que crie um ambiente agradável — seja pela sua luz ou pelo seu design — aumenta a chance de conforto e bem estar, pois qualifica o ambiente de uso. O crescimento do mercado nacional de luminárias é resultado do avanço do setor de iluminação no cenário econômico brasileiro; tal crescimento apresenta mais de 600 indústrias e um faturamento de R$4,05 bilhões 2. Além do aumento considerável de 134% na procura por luminárias residências durante o período da pandemia 3 . Esses dados apontam a importância desse mercado e a necessidade de sempre buscar inovação e design. Neste trabalho iremos projetar a partir do Design Emocional uma linha de luminárias, visando atingir de forma individual vivências prazerosas e desencadear emoções positivas nos usuários, através de experiências cognitivas vividas em relação à natureza e ao universo.

1 Disponível em:<https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2020/07/03/com-

3 Disponível em: <https://emobile.com.br/site/varejo/cresce-interesse-por-itens-de-decoracao/>. Acesso em: 20 de

quarentena-vendas-de-itens-de-home-office-explodem.ghtml>. Acesso em: 13 de agosto de 2020.

agosto de 2020.

2 Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/ent/cont/n/setor-aposta-no-led-para-crescer_83_12380> Acesso em: 20 de agosto de 2020. .

11


"Grandes designers produzem experiĂŞncias agradĂĄveis." Donald Norman


Capitulo I - Design Emocional


CONCEITOS E ABORDAGENS APLICADOS AO DESIGN EMOCIONAL O Design Emocional, que explicaremos a seguir, é o campo que estuda a relação entre o produto e a emoção suscitada através do mesmo. Norman (2004), afirma que um objeto possui características que de forma inconsciente desperta ao usuário sensações que podem atingir de forma única cada pessoa. Todos nós possuímos um sistema afetivo e cognitivo que processa as informações; este é o principal meio para gerar emoções e está presente dentro do complexo Límbico como parte do nosso cérebro (NORMAN, 2004). O sistema afetivo é aquele que concebe os julgamentos e nos ajuda a categorizar os objetos no ambiente que podem ser perigosos ou seguros, bons ou ruins. O afeto é o termo genérico que se aplica ao sistema de julgamento, quer seja consciente ou inconsciente — a emoção é a experiência consciente do afeto. Já o sistema cognitivo é o que interpreta e explica o sentido lógico das coisas, como por exemplo a soma de 2+2 é igual a 4 (NORMAN, 2004). Os dois sistemas são responsáveis por diversas relações do nosso dia a dia, o pesquisador Norman cita um exemplo que contextualiza de forma clara e objetiva os sistemas trabalhando em conjunto: “Imagine uma prancha de madeira, longa e estreita, com dez metros de comprimento e um metro de largura. Coloque-a no chão. Você consegue caminhar em cima dela? É claro. Você pode pular de .

14

ponta a ponta, dançar e até caminhar ao longo dela de olhos fechados. Agora apoie a prancha sobre suportes situados três metros acima do chão. Você ainda pode caminhar em cima das pranchas? Sim, embora vá fazer isso com mais cuidado. E se a prancha estivesse no ar, cem metros de altura? A maioria de nós não ousaria sequer se aproximar dela, embora o ato de caminhar ao longo dela e manter o equilíbrio seja a mesma. Como pode uma simples tarefa, subitamente torna-se tão difícil?” (NORMAN, 2004, p 31).

Norman explica que o sistema cognitivo pode racionalizar e ponderar refletindo que trata-se de uma tarefa fácil caminhar sobre uma prancha a qualquer nível acima do chão, porém nosso sistema afetivo diz o contrário, ele apresenta diversos níveis de julgamento que nos faz pensar e recuar, como o medo de altura e o perigo de um possível acidente. Assim, podemos justificar esse medo com os aprendizados que adquirimos ao longo de nossas vidas; como a ação do vento que pode ocasionar em desequilíbrio ou o material da prancha não resistir ao peso. Mas toda racionalização consciente vem somente depois, após o sistema afetivo liberar suas substâncias químicas. Isto é, o sistema afetivo funciona independentemente de um pensamento consciente. Concluímos que o sistema cognitivo é responsável por interpretar e compreender o mundo ao nosso redor, enquanto o afetivo é responsável por tomadas de decisões seguras e rápidas. De toda forma reagimos de maneira emocional a uma situação antes de avaliá-la cognitivamente, uma vez que a sobrevivência é mais importante que o conhecimento e a compressão por trás dela (NORMAN, 2004).


As emoções, além de auxiliar na tomada de decisão, mudam a maneira como a mente humana pode solucionar problemas e o sistema emocional, por sua vez, muda a forma como o sistema cognitivo opera. Com isso em vista, podemos dizer que o Design emocional emerge na década de 90, com o intuito de revelar os aspectos emocionais do projeto de Design. O estudo se baseia entre a Psicologia (comportamento) e o Design (utilização), ambas as áreas possibilitaram o desenvolvimento deste campo (TONETTO, et al. 2012). ““Entende-se, portanto, que o design emocional é mais propriamente uma abordagem holística das necessidades e desejos do usuário que um mecanismo de manipulação de sua experiência.” (TONETTO; DA COSTA, 2012, p. 133). “… os artefatos não existem fora do envolvimento humano. Eles são construídos, compreendidos e reconhecidos quando usados pelas pessoas, que têm objetivos próprios.” (KRIPPENDORFF, 2000).

levar à compreensão de como as emoções podem ser ativadas na interação com objetos, entretanto, o autor deixa claro que não se projetam emoções, mas sim condições necessárias (projetuais) para que elas tenham maiores chances de acontecer. Sendo assim, as abordagens que serão descritas, podem ser utilizadas, para projetos, dependendo da razão e da motivação do designer ao usuário. “Trata-se de uma perspectiva na qual o Design considera essenciais, o usuário e seu modo de se relacionar com os objetos que o cerca. Muito mais do que desempenhar funções tecnológicas, os produtos fazem parte do nosso dia-a-dia, das nossas experiências e desencadeiam diversas emoções positivas ou negativas. [...] os produtos participam de nossas ações cotidianas, mediam relações sociais, promovem experiências, evocam sentimentos e afetam nosso comportamento e condutas.” (DAMÁZIO, 2009, p 1).

4

Donald Norman com sua publicação em 2004 , apresenta os três níveis emocionais que são aplicados ao design; Patrick Jordan (1999) traz em sua pesquisa quatro fontes de prazer, utilizando como base comportamentos relacionados ao cotidiano e ao corporal e, por último, Vera Damazio contribui com seus estudos na área e além de levantar definições, mapeia variadas visões e vertentes sobre o campo do design, a fim de contribuir com o ato de projetar, focando em sentimentos, experiências e atitudes positivas socialmente responsáveis. De acordo com Tonetto (2012), existem vários caminhos que podem . 4 NORMAN, Donald A. Design Emocional: porque adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Editora Rocco Ltda, 2004. Cap. 2. p. 85-122. Tradução Ana Deiró.

15


OS TRÊS NÍVEIS PROCESSAMENTO POR DONALD NORMAN: Donald A. Norman, Ph.D. em psicologia é um dos principais autores e estudiosos do campo da cognição e emoção. Em seus estudos explica que “uma das maneiras pelas quais as emoções trabalham é por meio de substâncias químicas neuroativas que penetram determinados centros cerebrais e modificam a percepção, o comportamento e os parâmetros de pensamentos” 5, o que resulta em três níveis de processamento emocionais aplicado ao design. São eles: Visceral, Comportamental e Reflexivo. Nível Visceral: relaciona-se com avaliações rápidas e instantâneas que nosso cérebro realiza por meio dos nossos sentidos: audição, olfato, tato e visão. Podemos exemplificar pensando em um produto que possui uma determinada cor, se essa cor foi a sua preferida, automaticamente você irá se interessar pelo produto, até mesmo sem o conhecê-lo, apenas pela atenção que sua visão causou. Para Norman, trabalhar com design visceral é entender as respostas emocionais automáticas pelo usuário. As formas, texturas e sensações são aspectos extremamente importantes para despertar a experiência visceral. ““O nível visceral é veloz: ele faz julgamentos rápidos do que é bom ou ruim, seguro ou perigoso, e envia os sinais apropriados para o sistema motor alertando o resto do cérebro. Este é o princípio do processamento afetivo.” (NORMAN, 2004, p. 42)

5 NORMAN, Donald A. Design Emocional: porque adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Editora Rocco Ltda, 2004. Cap. 1. p. 29-33. Tradução Ana Deiró.

16

O processamento visceral vem sempre em primeiro ao nível reflexivo (pensamento), e condiz com o impacto inicial de um objeto, é onde surgem as primeiras impressões sobre determinado espaço, produto, som, entre outros. O nível visceral é sensível a uma variedade ampla de condições, o que faz com que esse nível seja a parte mais primitiva e simples do nosso cérebro; essa sensibilidade pode despertar um afeto positivo ou negativo que são geneticamente determinados, sua instantaneidade está ligado diretamente a nossa sobrevivência. Podemos dizer que o afeto positivo são lugares aquecidos e confortavelmente iluminados; gostos e cheiros doces; cores alegres e saturadas; sons “tranquilizadores” e melodias simples; música e sons harmoniosos; carícias; batidas rítmicas; pessoas “atraentes”; objetos simétricos; objetos lisos e arredondados; formas, sons e sentimentos sensuais. (NORMAN, 2004). Enquanto o afeto negativo automático está presente em alturas; sons altos ou luzes altamente intensas; calor ou frio extremos; escuridão em atividade; luzes extremamente brilhantes; multidões de pessoas; cheiro de alimentos podres; gosto amargo; objetos cortantes; sons duros e abruptos; sons discordantes; cobras e aranhas; fezes humanas e seu cheiro; fluídos do corpo de outras pessoas; (NORMAN, 2004).


Nível Comportamental: explica a função junto à forma, produtos que possuem ergonomia são capazes de despertar um prazer positivo ou o seu inverso. Podemos exemplificar com a determinada situação: ao sentar em uma poltrona macia após um dia agitado, em que sua função é o descanso físico do corpo, a textura da poltrona e suas medidas ajudarão de forma inconsciente o prazer ali adquirido, onde a funcionalidade, usabilidade do produto, a sua eficácia e a compreensão do uso ultrapassa qualquer característica (estética, preço, marca, conceito etc.). O design comportamental está associado diretamente ao uso e a performance do produto. Os designers que têm foco em usabilidade estão habituados a esse tipo de raciocínio (NORMAN, 2004). Para atingir o bom design comportamental deve ser considerada a função, a facilidade de compreensão sobre o objeto, sua usabilidade e a forma em que ele é fisicamente sentido. De acordo com Donald, o design comportamental deve ser centrado nas pessoas, nos usuários, desde a concepção do projeto até o uso. Nível Reflexivo: é aqui que a consciência e os mais elevados níveis de cognição, emoções e sentimentos residem. A reflexão junto ao pensamento do primeiro impacto, quanto a emoção são experimentados. Nos níveis anteriores existe apenas afeto sem consciência; a compreensão, interpretação e raciocínio só acontecem no nível reflexivo. O nível reflexivo é altamente amplo, posto que abrange mensagem, cultura e significados, em que se trabalha essencialmente com autoimagem e memória (NORMAN, 2004). Para projetar no nível reflexivo o designer tem que entender os significados por trás de sua abordagem. Exemplo, uma aquisição de um

produto em uma viagem, a escolha pode não se dar pela função, mas pelo afeto que possa remeter; assim como em um objeto decorativo, nele será associado todo afeto daquele momento (memória e relação), ou pela sua concepção, se a peça possui traços claros do lugar de origem (material, técnica, cultura local). "O deslumbre é uma reação visceral, porém o encanto é alcançado pelo nível reflexivo, em que um conceito está relacionado à experiência e à reflexão "(NORMAN, 2004). Podemos relacionar os níveis por meio do tempo. Em oposição aos níveis visceral e comportamental — que se referem ao presente (momento)—, o nível reflexivo por meio da reflexão, traz seu processo cognitivo através do passado e considera o futuro em que os sentimentos de satisfação são produzidos pela experiência em ter, exibir, e usar determinado produto. Norman traduz os três níveis de processamento para produção de objetos através do design, sendo: Design visceral o visual; Design comportamental a utilização física e mental; Design reflexivo a autoimagem, satisfação individual e memórias.

Figura 1: Níveis de Processamento da Informação (adaptado de Norman, 2004, p.42)

17


OS QUATRO PRAZERES SEGUNDO PATRICK JORDAN: Patrick W. Jordan, consultor e especialista em design e marketing, é também pesquisador do nosso objeto de estudo desde 1999, em que estabeleceu quatro prazeres aplicados ao design que estão relacionados entre o “prazer” e o uso do produto, orientando-se a identificar a aprazimento que o usuário pode chegar na relação estabelecida com o objeto. “Buscamos o prazer no nosso meio ambiente natural, através da beleza das flores, da sensação do sol sobre a nossa pele, do frescor de uma brisa calma. Nessa busca sempre criamos atividades e passatempos para expandir nossas capacidades física e mental ou expressar nossa criatividade. Se os habitantes das cavernas lutavam entre si para testar e mostrar sua força, e se expressavam através de pinturas nas paredes, hoje disputamos em ginásios e decoramos nossas casas com pinturas e outras imagens” (JORDAN, 1999). 6

Tiger (1992) considera que a busca pelo prazer ocupa um importante papel na vida humana, tanto quanto a preocupação por se evitar a dor. Em sua visão, os prazeres humanos refletem nas necessidades de vida e se apresentam em quatro categorias: físioprazer, socioprazer, psicoprazer e ideoprazer. Jordan (1999) se baseou nos estudos dos prazeres de Lionel Tiger e também usou uma classificação dos prazeres aplicados ao design em quatro categorias: físico, social, psicológico e ideológico.

6 Lionel Tiger, Antropólogo, nasceu em Montreal, Canadá em 1937 e foi educado na Universidade McGill e na London School of Economics. Ele lecionou na University of Gana, Accra, e na University of British Columbia, antes de ingressar na Rutgers University em 1969. Atualmente é Professor Charles Darwin de Antropologia da Rutgers University. Em 1992 publicou seu livro The ursuit of pleasure ( A busca do prazer) bibliografia utilizada por Jordan e Norman. Fonte: SIRC - Social Issues Research Centre, 2020

18

Prazer fisiológico é interação do corpo ao objeto (tato, olfato, audição, visão e gustação), como por exemplo o uso de uma cama, que tem como função propor uma superfície adequada para o repouso, a mesma precisa ser confortável e ter parâmetros ergonômicos para realizar uma boa noite de descanso. A participação do corpo é total, o objeto sem essa interação é meramente um objeto, mas quando há junção do corpo com a cama, o prazer fisiológico acontece. Essa forma de prazer está associada ao design comportamental de Norman (2004), que coloca a função como fonte da emoção. Prazer social, como o próprio nome já diz, é a relação do objeto com a sociabilidade. O prazer despertado pela relação de outras pessoas, amigos, familiares, grupos sociais, status sociais. Desta forma o uso de produtos possibilita a interação social de diversos modos, uma delas é através da associação do produto a determinados grupos sociais. Um exemplo é a aquisição de uma peça de grife famosa, possuir esse artefato eleva o status, o glamour, a personalização e exclusividade pelo prazer social associado ao “poder”. Prazer psicológico refere-se ao poder de cada mente, relacionado à personalidade construída de cada usuário, como suas preferências, cores, texturas. É o tipo de prazer que vem do íntimo, exemplificando: o que pode despertar beleza em uma pessoa, pode ser horrível para outra; o que relaciona a forma de cada um olhar para o objeto de alguma forma vem do que seu inconsciente armazenou como tal prazer. (TONETTO, et al. 2012).


Esse prazer faz relação com o design visceral e reflexivo de Norman (2004), visceral porque associa o visual com seu inconsciente e reflexivo pela escolha ligada à sua cultura e cotidiano. Prazer Ideológico está associado a questões teóricas como livros, arte, música, cultura (TONETTO, et al. 2012). É a junção dos conceitos de uma pessoa com os conceitos embutidos em um produto, assim como design reflexivo tem como interação a representação de um conceito por meio da percepção ideológica de cada usuário. DESIGN EMOCIONAL: ARTEFATOS DE MEMÓRIA POR VERA DAMAZIO: Vera Damazio, uma das pioneiras no campo da investigação do Design Emocional no Brasil, em seus estudos traz o conceito de artefato da memória, a fim de buscar contribuir com o ato de projetar. Esse conceito se baseia na relação que desenvolvemos com os objetos e nas memórias que eles nos despertam. Em sua pesquisa nominou por “artefatos” os objetos que desencadeiam lembranças afetivas, serão apresentados a seguir: Artefatos de “uso único”: são objetos utilizados apenas uma vez ou por um período muito pequeno de tempo. Integram neste grupo os cartões de embarque de viagens, ingressos em geral, pulseirinhas de identificação dos recém nascidos, velas dos bolos de aniversários, becas das formatu-

ras, rolhas de champagne, medalhas e troféus das premiações, entre outros (DAMAZIO, 2006). Artefatos de “uso eventual”: usados regularmente em períodos ocasionais, datas comemorativas, eventos familiares, escolares, esportivos, populares, religiosos, como os enfeites de natal, as louças de festa, as joias da família e bandeiras do time de futebol. Vera ilustra esse tipo de artefato com o depoimento de Seu Carlos: “O par de sapatos de Seu Carlos é um exemplo de um artefato de memória de uso eventual: ele foi comprado para ser usado no dia de sua formatura e, a partir de então, passou a ser usado em ocasiões muito especiais. Seu Carlos se casou com esses sapatos e os usou na formatura e no casamento das três filhas. Depois os deu para o porteiro, pois como explica, já tinham cumprido sua função.” (DAMAZIO, 2006)

Artefatos de “uso corrente”: usados excessivamente em um dado contexto. Eles podem lembrar as pessoas que os usaram muito, como o depoimento coletado por Vera sobre o leque da avó de Marcelo: “Minha avó vivia se abanando e reclamando que o Brasil era um inferno. (...) Lembro dela toda vez que vejo um leque. Ela viveu se abanando até os 90 anos!” (DAMAZIO, 2006)

Os artefatos de memória de “uso corrente” lembram também fases de vida. Mas também quando passamos a acumular cada vez mais experiências em relação às coisas ao nosso redor (DAMAZIO, 2006).

19


“Todas as coisas materiais evocam emoções, fortes ou sutis, positivas ou negativas, conscientes ou inconscientes. Segundo o neurocientista é muito difícil imaginar objetos “emocionalmente neutros”, pois à medida que vamos amadurecendo, os objetos à nossa volta vão perdendo sua “inocência emocional” (DAMAZIO: 2000, p.63).

Artefatos de auto reconhecimento: trazem habilidades, conquistas e qualidades pessoais reconhecidas em âmbito íntimo e privado. Além disso, podem lembrar momentos em que foram difíceis, e mesmo assim evocar sentimentos positivos como perseverança, determinação e autodependência. (DAMAZIO, 2006) Artefatos de vivências excepcionais: lembram situações marcantes e distintivas. Fazem parte desta categoria impressos datados, souvenirs trazidos de viagens, autógrafos, brindes comemorativos, entre outras provas concretas de algo que: aconteceu, existiu, se esteve em algum lugar, se participou de eventos. (DAMAZIO, 2006) Artefatos de pertencimento: lembram o sentimento de se pertencer a uma família, uma escola, uma comunidade, uma religião, um partido político, um país etc. (DAMAZIO, 2006) Artefatos de reconhecimento: lembram conquistas e atitudes pessoais reconhecidas em âmbito público e incluem artefatos recebidos como forma de agradecimento, homenagem ou prêmios. (DAMAZIO, 2006) Artefatos que inauguram relações sociais : favoreceram o início de ami-

20

zades, namoros, parcerias como por exemplo o relato de Helena para Damazio, a seguir: ““Ninguém se machucou, mas eu não parava de chorar. Aí ele se aproximou, me olhou com ternura e me ofereceu um lenço. Fiquei amiga dele ali. Ó só que coisa mais doce (Helena).”(DAMAZIO, 2006)

Artefatos que estreitam laços sociais: favoreceram a aproximação de pessoas que já se conheciam, como mostra por exemplo o relato de Gabriel a Damazio a seguir: “Eu não gostava dele, mas passamos a ser invencíveis na dupla de ping-pong. E jogo a jogo íamos ficando mais e mais amigos. Lembro do Julio sempre que pego numa raquete. Legal isso, né? (Gabriel).” (DAMAZIO, 2006)

Artefatos de fé: promoveram vivências inexplicáveis, indizíveis, no âmbito do sagrado e da transcendência do espírito e com o que muitos entendem como Deus. (DAMAZIO, 2006). Vera conclui que os artefatos se destacam por sua capacidade de “despertar lembranças” e ilustram relações bem sucedidas entre as pessoas e o entorno físico, por meio de suas particularidades físicas, os artefatos se materializam e participam de nossas vidas. Ainda que não olhemos sob esta perspectiva, os artefatos são mediadores de relações sociais. ““Portanto, pode ser transformador projetar com a percepção de que os objetos são elos entre as pessoas e que ao redor de um brinquedo e uma criança na ação de brincar, estarão seus amigos.” (DAMAZIO, 2006)


Damazio afirma que os artefatos de memórias ensinam que os designers dão forma física a seus produtos, mas são as pessoas que interagem que dão utilidade social e trazem suas funções e significados para mais além do que se foram projetados. “O percurso social de um produto se dá junto ao usuário e fora da vista do designer. Mas não de sua imaginação. Isso equivale a dizer que os designers podem planejar a forma das relações sociais que seus produtos vão promover.” (DAMAZIO, 2006).

CONCLUINDO A BASE TEÓRICA Os conceitos abordados acima pelos três autores são fundamentais para entender a forma como pode ser aplicado e realizar a leitura em um objeto. Norman traz os três níveis de processamentos de maneira que se pensa em projetar um objeto que seja planejado de forma consciente. Também reflete sobre qual nível de processamento será atingido e de que forma isso pode acontecer através das diretrizes projetuais e o conceito por trás do objeto. Já Patrick explora os prazeres que o objeto irá propor em que seja possível projetar visando o prazer pretendido na interação direta ou indireta com o usuário. Vera revela o poder dos artefatos memoráveis, o qual a relação social do objeto e a trajetória de vida do usuário é a peça principal para atingir o emocional e despertar uma relação única com o objeto. Sendo assim, para projetar uma peça com nível emocional, o designer precisa pensar como o usuário, realizar a leitura do seu próprio objeto, elencar as emoções as quais deseja transmitir como resultado e aplicando como diretrizes projetuais.

21



Capitulo II - Luz, Design e Ergonomia


LUZ, O ESPECTRO VISÍVEL Podemos definir a luz como uma forma de radiação eletromagnética cuja frequência é visível ao olho humano (SCHMID, 2005). As frequências de luz visíveis ao olho humano são chamadas de espectro 7 visível, essas ondas têm comprimentos entre 400 e 700nm. Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas com diferentes 8 9 comprimentos de onda, essa fonte pode ser artificial ou natural. As que apresentam frequências menores que a da luz visível são chamadas de infravermelho, já as que apresentam frequências maiores são chamadas de ultravioleta.

e são conduzidos ao cérebro humano que produz a visão. Assim, a composição material de um objeto pode refletir, absorver ou permitir que a luz o atravesse, criando diversos efeitos com os diferentes tipos de iluminação. Sendo esse um dos pontos considerados na realização de um projeto lumínico. A luz natural sempre foi a principal fonte de iluminação usada pelo homem desde os tempos antigos; durante o dia, a luz solar e durante a noite, a luz emitida através do fogo. Após o surgimento da lâmpada elétrica, a luz artificial se tornou indispensável para a humanidade. Ao escurecer, a presença de luz durante a noite em ruas e edificações, qualifica os ambientes, assim nenhuma atividade é interrompida por falta da luz natural (FEIDEN et al., 2018). “A luz é um material básico e imprescindível da arquitetura, com a capacidade misteriosa e mágica, mas real, de colocar o espaço em tensão com o Homem. Possui a capacidade de conceder ao espaço a qualidade de mover e comover. O seu papel substancial na construção torna-se um material de construção de espaços nas mãos do arquiteto, material moldável e em constante mutação”.(COSTA, 2013)

Figura 2: Espectro eletromagnético (OSRAM, 2008)

A luz refletida em superfícies permite que se visualize objetos, cores e texturas, pois os estímulos luminosos são transformados em sinais elétricos

7 Unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um metro, ou 10̄⁻⁹ m [símb.: nm ] 8 Artificial: produzido pela mão do homem, não pela natureza. fonte: Dicionário Oxford Languages, 2020 9 Natural: Regido pelas leis da natureza; provocado pela natureza. "fenômenos n." fonte: Dicionário Oxford Languages, 2020

24

Sem dúvidas é mais que provada a importância da luz na humanidade e o quanto é necessário a continuação de inovação e evolução da luz.


ERGONOMIA APLICADA À ILUMINAÇÃO Uma boa iluminação propicia a visualização do ambiente, permitindo que as pessoas vejam, se movam com segurança e desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, precisa e segura, sem causar fadiga visual e desconforto (ABNT NBR ISO/CIE, 2013). Para criar as condições visuais ergonômicas e confortáveis em um 10 espaço é necessário seguir alguns parâmetros que foram desenvolvidos para atender de maneira eficiente o conforto de acordo com a necessidade e característica de cada espaço, são eles: fluxo luminoso, intensidade luminosa, iluminância, luminância, temperatura de cor, índice de reprodução de cor, ofuscamento.

LUMINÂNCIA: brilho ou intensidade emitida e/ou refletida por uma superfície iluminada em direção ao olho humano. Unidade: candela/m² (cd/m²)

Figura 3 adaptação do autor retirada de Grado Iluminação

FLUXO LUMINOSO: quantidade total de luz emitida por uma fonte luminosa em todas as direções. Unidade: Lúmen (lm). INTENSIDADE LUMINOSA: fluxo luminoso (lm) emitido por uma fonte de luz em uma direção específica irradiada por segundo. Unidade: Candela (cd)

11

ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR: as variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas através da escala qualitativa, o Índice de Reprodução de Cor (IRC ou RA). O IRC é estabelecido em função da luz natural que tem reprodução fidedigna, ou seja, 100. No caso das lâmpadas, o IRC é estabelecido entre 0 e 100, comparando-se a sua propriedade de reprodução de cor à luz natural

ILUMINÂNCIA: indica a quantidade de luz que incide em uma superfície e a unidade de área da mesma, logo, a quantidade de luz que atinge um determinado ponto de uma superfície. Unidade: lux (lx)= lm/m²

(do sol). Portanto, quanto maior a diferença na aparência de cor do objeto iluminado em relação ao padrão, menor é seu IRC.

10 ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 - Iluminação de ambientes de trabalho Parte 1: Interior. P. 1-46. 11 Disponível em: https://plugdesign.com.br/temperatura-cor/ Acesso em: 15 de setembro de 2020.

25


Os índices de reprodução de cor são classificados em: 50 – 80, reprodução de cor razoável; 80 – 90, reprodução de cor boa; 90 – 100, reprodução de cor muito boa. TEMPERATURA DE COR: A temperatura de cor é indicada pela unidade Kelvin (K) e seu valor determina se as lâmpadas emitem luz suave ou clara. Quanto mais alta a temperatura de cor, branco azulado é a cor que se vê e, quanto mais baixa a temperatura mais branca amarelada é a luz emitida.

12

Figura 4: Imagem escala Kelvin ilustração - Plug Design

OFUSCAMENTO: é a sensação visual produzida por áreas brilhantes dentro do campo de visão, que pode ser experimentado tanto como um ofuscamento desconfortável quanto como um ofuscamento inabilitador. O ofuscamento pode também ser causado por reflexões em superfícies espe-

12 Disponível em: https://plugdesign.com.br/temperatura-cor/ Acesso em: 15 de setembro de 2020. 13 ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 - Iluminação de ambientes de trabalho Parte 1: Interior. P. 1-46.

26

culares e é normalmente conhecido como reflexões veladoras ou ofuscamento refletido. É importante limitar o ofuscamento aos usuários para prevenir erros, fadiga e acidentes (ABNT NBR ISO/CIE, 2013). Para projetar uma boa iluminação sem causar ofuscamento e desconforto ao usuário, devem ser considerados os cálculos descrito na norma ABNT 13 NBR ISSO/CIE 8995-1:2013 referente à iluminação e todos os parâmetros de acordo com o uso e característica do local a ser iluminado.


DESIGN E LUZ “O material vive da luz (...) Tu és a luz, as montanhas são luz, as árvores 14 são luz, a atmosfera é luz. Todos os materiais são luz.”(KAHN,1993 p.38) A luz é uma ferramenta poderosa que modifica qualquer espaço através do seu uso cuidadoso na interação com o ambiente, formas, superfícies, texturas, cores, e o mais importante, com as pessoas que ali convivem (OUSE, 2019). O design de luminárias surge como termo para definição da junção da luz, objeto, espaço e projeto. Segundo Mingrone (2003, p.37): “A iluminação tanto natural quanto a artificial converteu-se em parte técnica essencial integrante do projeto arquitetônico. A luz revela-se como um elemento de importância primordial, manifestando sua virtude configuradora de forma, sem a qual não é possível valorizar as massas, os espaços ou as superfícies, podendo chegar a modificar radicalmente o caráter de um ambiente, sob o ponto de vista da arquitetura.” 15

os Arquitetos, Designer Industrial e de Produto buscam juntos desenvolver 16 e inová-la. No artigo “Profissão Lighting Designer”, Adriano Degra apresenta a história do surgimento da profissão e traz os principais designers desbravadores desta área, muitos são autodidatas como Lívio Levi, Esther Stiller, Peter Gasper, Antonio Carlos Mingrone. Além da funcionalidade, o Design de Iluminação tem um seguimento emocional, a luz pode ser interpretada de várias maneiras, e personificála pode ser um tipo de arte. “Desenhar uma luminária é trabalhar com a espiritualidade. É assim que nós o vemos. Uma espiritualidade de inconsciente: a luz” (CAMPANA, 2004 p.40)

O design de iluminação é o campo propício para várias possibilidades e desafios, compor um ambiente com todas as técnicas e conforto resulta em complexidade e delicadeza ao mesmo tempo. A luz é um elemento provocador e pode aguçar a nossa sensorialidade. “A luz norteia a nossa vida como um todo: nosso ritmo fisiológico e nosso estado de vigília e repouso”(BELCHIOR, 2006).

Para Belchior (2006), a luz é a responsável por aguçar as nossas emoções mais profundas. Ela nos liberta, faz com que nos sintamos leves, donos de nós mesmos e das situações do agora. Estas percepções são fundamentais para que os profissionais ligados à Iluminação — seja ela decorativa, técnica ou cênica — desenvolvam um bom trabalho. Com a descoberta das lâmpadas elétricas, surgiu uma nova profissão: os Lighting Designer. Essa denominação ficou conhecida há poucas décadas;

Camilo explica que “a função da luminária está diretamente ligada à sua forma plástica. Não podemos esquecer que cada ambiente tem suas características que sugerem uma forma e um estilo de luminária 17 específicos.” Fica clara a importância da luz para trazer mais conforto ao ambiente. Aqui, o design de luminárias tem papel importante no complemento do projeto arquitetônico, trazendo a função de iluminar e ambientar o espaço no qual este será inserido.

14 KAHN, Louis, citado por BUTTIKER, Urs. Louis L. Kahn, Licht und Raum, Light and Space, 1993, p.38 15 Camilo Belchior é designer industrial, formado pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Com 18 anos de

16 DEGRA, Adriano et al. Profissão Lighting Designer: Os caminhos que levam um profissional ao mundo da

atuação em design de produto, especializou-se na criação de luminárias. Atualmente é consultor em design corporativo.

iluminação. Lume Arquitetura, São Paulo, v. 88, n. 88, p.22-26, nov. 2017. Bimestral. 17 BELCHIOR, Camilo. Design e Luz com Alma: Uma visão conceitual. Lume Arquitetura, São Paulo, v. 22, n. 22, p.50-54, out. 2016.

27


LUMINÁRIA, COMO PARTIDO Após a criação da primeira lâmpada elétrica por Thomas Edison, a luz artificial e seu uso foram evoluindo, surgindo novas formas de explorar a iluminação e seus efeitos através de aparelhos como lanternas, 18 abajures, luminárias e também novas lâmpadas até o sistema LED, aumentando consequentemente a segurança pública e o bem estar social. Atualmente, estamos vivenciando um momento atípico; com a pandemia mundial do Covid-19, a questão do isolamento social veio à tona a fim de controlar a evolução da doença. Essa nova condição obrigou a sociedade a vivenciar de maneira integral suas residências, provocando uma redescoberta do ambiente doméstico comum. As pessoas se viram na condição de reinventar os locais que já possuíam características com funções definidas e tiveram que adaptá-los para novos usos. Assim, um local de descanso pode ter se tornado ambiente para outras funções, como área para estudo, trabalho e lazer. Dentro deste contexto se faz19necessário uma reflexão sobre o papel da luz durante “o novo normal”. A luminária através de seu carácter doméstico e versátil traz um olhar especial para qualificar o ambiente, sendo um objeto que permite a chegada de luz, modificando o espaço, revelando o ambiente, propondo novas experiência e vivências.

18 LED: É a sigla para “Light Emitting Diode”, (diodo emissor de luz). Consiste numa tecnologia de condução de luz, a partir da eletricidade. É um condutor de energia elétrica, que quando energizado, emite luz visível a olho nu. Fonte: Significados, 2020. 19 O termo “o novo normal'' pode ser entendido como a nova forma de viver, que irá garantir a segurança e a sobrevivência da população. Portanto, o termo refere-se, principalmente, às ações cotidianas e à nova maneira de se relacionar, considerando as mudanças enfrentadas durante a pandemia.(Insider, 2020).

28

“O nosso olhar deve estar muito atento para os códigos da simplicidade. Devemos voltar nossos sentidos para tudo que nos rodeia, buscando sempre perceber algo de diferente. Mesmo que já tenhamos olhado para o mesmo local ou objeto várias vezes, sempre existirá uma nova forma de interpretação. Um olhar, em um momento de beleza sublime, para o local específico pode nos fazer viajar por um mundo onde a criação é ilimitada. Podemos assim transpor um “momento” para um elemento físico, real, passível de toque e admiração – uma luminária” (BELCHIOR, 2006, p.52).

De acordo com Belchior (2006), iluminar é estar mais próximo ao princípio de harmonia e criação universal. Criar formas, definir tons e intensidades de luz é doar um pouco da própria essência e percepção de mundo às pessoas e aos ambientes. Camilo complementa que a combinação de penumbra e luz revela ambientes, cria e estimula relações entre os elementos que os compõem (formas, cores, texturas), gerando um organismo sensorial que envolve os seres humanos. Sendo assim, no próximo capítulo iremos analisar a aplicação do Design emocional através de alguns projetos de luminárias.




Capítulo III - Análises - Design emocional e Luminárias



ASPECTOS DO DESIGN EMOCIONAL EM LUMINÁRIAS Neste capítulo serão analisados os aspectos do design emocional em três 20 luminárias de uso doméstico e uma instalação: Perch light projetado por Umut Yamac, Arquiteto britânico; Luminária pipa projetada pelo Studio Rika escritório de design brasileiro; Luminária Lumio projetada pelo arquiteto indonésio Max Gunawan e, por último, a Instalação de Olafur Eliasson “the Weather Project” que revela por trás do seu conceito uma releitura da forma mais pura de luz, o Sol. Serão utilizados os conceitos dos três autores descritos no primeiro capítulo para concluir os aspectos analisados de estudo.

20 Instalação: ARTES PLÁSTICAS , obra de arte que consiste em construção ou empilhamento de materiais,

permanente ou temporário, em que o espectador pode participar, manipulando-a, ou, sendo, às vezes, de tamanho tão grande, que o espectador pode nela entrar. fonte: Dicionário Oxford Languages, 2020.

33



ESTUDO PERCH LIGHT Luminária minimalista inspirada em origami Arquiteto Umut Yamac “Uma ave de bronze e papel pendura-se calmamente em seu poleiro na Perch Light, basta passar por perto, movimentando de leve o ar, para que ela balance para cima e para baixo, sem, contudo, perder o equilíbrio nem a luz.” (NILBBERTH, 2014)

ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DO DESIGN A luminária Perch Light possui características notáveis dos conceitos abordados por Jordan e Norman, a forma icônica de um pássaro através 21 de um origami, revela um visual através da cultura japonesa em harmonia com a forma leve de um pássaro.

21 Origami é uma técnica japonesa, uma arte de dobrar papel, e existe há mais de um século, fazendo jus ao

significado do termo, que é fazer dobras de papel, sem cortes e nem colas, para criar objetos e outros seres. fonte: Significados, 2020

Fotos: Divulgação

35


Foto: Divulgação


Foto: Divulgação



ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DOS AUTORES

Patrick Jordan - 4 prazeres

Donald Norman - 3 níveis

Damazio - Artefatos memoráveis

Fotos: Divulgação

Prazer ideológico - Por meio da forma em referência da cultura japonesa (Origami) e personificação da ave (elemento da natureza). Prazer social - Design limpo e organizado, que traz uma leitura sofisticada e atrativa. Prazer fisiológico – Mediante design minimalista que traz leveza e por sua vez sensações de conforto visual e interação através do movimento. Nível visceral - A luminária pode transparecer uma impressão instantânea a cada indivíduo, com associação da forma e função “Um pássaro de luz”. Nível comportamental - Sensações de conforto visual e interação por meio do movimento. Nível reflexivo – Engates reflexivos através da cultura japonesa (origami), desenho figurativo (pássaro), leve (movimentação e apoios), organizado (componentes elétricos são imperceptíveis), sofisticado (materialidade) e atrativo (divertido). Artefato de uso corrente - Por ser uma peça doméstica , sua função principal (fonte de luz, iluminar) é de uso cotidiano. Em que momentos e interações podem criar novas memórias e experiências. Artefatos de pertencimento - Através da cultura, essa peça pode se enquadrar em uma questão de origem. Exemplo: “ - Eu adquiri essa peça pois, ela remete à cultura de origem dos meus pais, que são japoneses e adoravam origami.”

39



ESTUDO LUMINÁRIA PIPA Luminária de parede com inspiração lúdica Estúdio Rika "Clássico brinquedo e passatempo de muitas crianças do Brasil, a pipa marcou e marca a vida de muitas pessoas desde pais a filhos. Essa foi a inspiração para a luminária, com foco na memória afetiva e ao mesmo tempo funcional. A luminária é feita em alumínio, cortada em CNC, acabamento com pintura e fio elétrico revestido com tecido que permite um desenho em referência à linha da pipa."(RIKA, 2019)

ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DO DESIGN A luminária Pipa possui a forma de um brinquedo popular, os arquitetos buscaram trazer no design a recordação da infância. É notável a relação emocional e o elo que esse objeto pode criar ao usuário através de engates visuais.

Fotos: Divulgação

41


Foto: Divulgação


Foto: Divulgação



ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DOS AUTORES

Patrick Jordan - 4 prazeres

Donald Norman - 3 níveis

Damazio - Artefatos memoráveis

Fotos: Divulgação

Prazer ideológico - Através da forma em referência ao brinquedo popular, a chamada “pipa”. Prazer social - Design limpo e organizado, que traz uma leitura sofisticada e atrativa do objeto. Prazer psicológico - Cada usuário terá sua leitura única através da sua vivência passada com brinquedo.

Nível visceral - A luminária pode transparecer uma impressão instantânea a cada indivíduo, com associação da forma e função “Uma pipa na parede”. Nível comportamental - Sensações do visual e a interação no ambiente. Nível reflexivo - Engates reflexivos por meio da cultura local (brincadeira infantil: soltar pipa), desenho figurativo (pipa), leve , organizado (componentes elétricos são incorporados ao desenho dando forma), sofisticado (materialidade) e atrativo (divertido).

Artefato de uso corrente - Por ser uma peça doméstica, sua função principal (fonte de luz, iluminar) é de uso cotidiano em que momentos e interações podem criar novas memórias e experiências. Artefatos de pertencimento - Através da figura da pipa, essa peça pode se enquadrar em uma recordação da infância. Exemplo: “— Eu adquiri essa peça pois ela remete a minha infância, quando pequeno soltava pipa com meus irmãos.”

45



ESTUDO LUMINARIA LUMIO A luminária em forma de livro Arquiteto Max Gunawan "Fabricada em três tipos de madeira reflorestada – cerejeira, nogueira e maple – a luminária pode ser usada em qualquer lugar, a qualquer hora, tornando-se a companheira ideal para uma leitura.Ao abrir a capa a luz é instantaneamente acionada através de LEDs. A lombada do livro é muito flexível e oferece várias formas de uso. Prático, você pode levar Lumio para qualquer lugar como um livro na mochila, ou colocá-lo na prateleira." (HELLOLUMIO, 2013) ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DO DESIGN Materialização de um livro revertendo seu uso em luz. Desperta uma reflexão poética em que os livros são a fonte do conhecimento, representado pela emissão de luz.

Fotos: Divulgação

47


Foto: Divulgação


Foto: Divulgação


Foto: Divulgação


Foto: Divulgação



ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DOS AUTORES

Patrick Jordan - 4 prazeres

Donald Norman - 3 níveis

Damazio - Artefatos memoráveis

Fotos: Divulgação

Prazer ideológico - Por trás de uma das formas mais conhecidas no mundo o “livro”, remete cultura, educação, biblioteca, conhecimento e outros mais. Prazer social - Design limpo e organizado, que mostra uma leitura leve e atrativa (inovador). Prazer fisiológico - Mediante design simples e fácil, que traz leveza, sensações de conforto visual e interações divertidas ao fechar e abrir o livro (apagar e ascender). Prazer psicológico - Cada usuário terá sua experiência única, por sua curiosidade em descobrir o objeto. Nível visceral - A luminária deixa como primeira impressão um objeto (livro), mas ao abrir é outro (luminária). É instantâneo o processamento visual com a junção, forma e função “Livro de luz”. Nível comportamental - Mediante design simples e fácil, que traz leveza, sensações de conforto visual e interações divertidas ao fechar e abrir o livro (apagar e ascender). Nível reflexivo – bem parecido com prazer ideológico, atrás de uma das formas mais conhecidas no mundo o “livro”, remete cultura, educação, biblioteca, conhecimento e outros mais. Além de criar várias reflexões como por exemplo: Ao abrir o livro o conhecimento é simbolizado pela radiação da luz. Artefato de uso corrente - por ser uma peça doméstica onde a função principal (fonte de luz, iluminar) é de uso cotidiano. Em que momentos e interações podem criar novas memórias e experiências. O objeto possui mobilidade independente, sendo possível carregá-lo para qualquer lugar. Artefatos de pertencimento - Por meio da Cultura, essa peça pode se enquadrar em diversos grupos, gostos, lembranças, usos. Exemplo: “ — Eu adquiri essa peça pois ela me lembra os livros da biblioteca que visitava na época do colegial.” ou “Gosto deste livro pois ele ilumina o espaço enquanto eu estudo! “

53


Fotos. EstĂşdio Olafur Eliasson


ESTUDO THE WEATHER PROJECT Turbine Hall na Tate Modern, Londres, em 2003 Artista Olafur Eliasson “Esta instalação específica do local empregou uma tela semicircular, um teto de espelhos e névoa artificial para criar a ilusão de um sol. Molduras de alumínio revestidas com folha de espelho foram suspensas do teto para criar um espelho gigante que visualmente dobrou o volume do corredor - junto com a tela semicircular montada na parede oposta, sua borda longa encostando no teto do espelho. Iluminado por cerca de 200 luzes de monofrequência, o semicírculo e seu reflexo criaram a imagem de um enorme pôr do sol interno visto através da névoa artificial emitida na sala. Caminhando até o final do corredor, os visitantes podiam ver como o sol foi construído, e o reverso da estrutura do espelho era visível do último andar do museu.” (ELIASSON, 2003). ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DO DESIGN A instalação é construída de forma artificial e a obra reproduz a estrela em estado que remete ao pôr do sol, admirado por várias culturas e povos. A produção arquitetônica por trás intensifica a sensação de que se está em um ambiente interno com um grande sol amarelo que irradia seus raios de luzes e tocam a pele do público em volta. Faz-se notável a interação e o fascínio do público por visualizar e conviver ali com algo tão grandioso e real. Podemos dizer que o artista foi muito feliz em atingir de forma emocional o público; o processo cognitivo singular de cada indivíduo propõe experiências únicas em contato com a instalação.

55


Foto. EstĂşdio Olafur Eliasson


Foto. EstĂşdio Olafur Eliasson


"Luz! Na luz na vida e na vida na luz". Olafur Eliasson


ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DOS AUTORES

Patrick Jordan - 4 prazeres

Donald Norman - 3 níveis

Damazio - Artefatos memoráveis

Fotos. Estúdio Olafur Eliasson

Prazer ideológico - Através da forma em referência ao Sol (majestoso elemento da natureza), ela é traduzida por diversas religiões, culturas e crenças, cada uma com sua filosofia e ciência. Prazer fisiológico – Mediante a luz, o ambiente, que traz leveza, atratividade e por sua vez sensações de conforto visual e interação através do ambiente. Prazer psicológico - Cada usuário terá sua experiência única, por sua vivência e interação com o ambiente.

Nível visceral - A instalação transparece uma impressão instantânea a cada indivíduo, com associação da forma (circular) e luz (sol). Nível comportamental - Sensações de conforto visual e a interação por meio do ambiente. Nível reflexivo – Engates reflexivos através da natureza, desenho figurativo (sol), leve (neblina artificial e espelho na superfície), sofisticado (materialidade, somente ao chegar perto que é possível identificar os componentes que geram os efeitos artificiais) e atrativo (curioso e reflexivo).

É importante salientar que por não se tratar de um artefato, as análises serão baseadas no momento ali vivido. Artefatos de pertencimento - Através de sua relação de mundo, essa instalação pode aproximar a uma reflexão sobre sua origem no mundo e natureza. Exemplo: - Ao ver esse sol monumental consigo perceber como sou pequeno em relação ao universo, mas grande por minhas experiências. Artefatos de vivências excepcionais: Ao vivenciar essa experiência emocional, ficará guardado em sua memória, a interação com espaço, as reflexões vividas, e até mesmo o canhoto do ingresso como forma de lembrar dessa experiência. Artefatos que inauguram relações sociais: O ambiente e interação com público em volta, tendem a criar novas relações e troca de interpretações sobre a instalação, sendo assim um “artefato tema de um início de relação”. Artefatos que estreitam laços sociais: Ao vivenciar essa instalação junto a um amigo, namorado, mãe, pai, irmãos (pessoas próximas), tendem a estreitar a relação através da interação e participação em conjunto do momento.

59


"A criatividade exige coragem." Henri Matisse


CapĂ­tulo IV - Ensaio Projetual


ENSAIO PROJETUAL

DIRETRIZES PROJETUAIS APLICADO AO DESIGN EMOCIONAL

Este capítulo tem como finalidade realizar um ensaio projetual,14 concluindo toda teoria e análises desenvolvidas nos capítulos anteriores. O estudo resultará na criação de uma linha de luminárias, utilizando

Ao projetar um linha de luminárias, alguns princípios foram escolhidos para trabalhar de forma objetiva e emocional, através de engates que podem ser traduzidos em diretrizes projetuais: Cognição Individual: Por meio de memórias afetivas, a relação com o universo, vivências sobre a noite, estrelas, astronomia, vivências culturais e aprendizados adquiridos ao longo da vida. Constelação / Universo / Natureza: Constelação é o conjunto de estrelas, que juntas, criam linhas imaginárias. Durante uma noite, o céu estrelado pode nos aproximar da natureza, da grandeza, do ar livre e da imensidão do universo. Transformação: Através de novas tecnologias será proposto uma pintura especial que quando aquecida, através do calor gerado pelos raios de luz ou pela temperatura do ambiente, acontece uma mudança na coloração. Equilíbrio: Desafios na estruturação das peças para que resulte em sensações de leveza e questionamentos de como pode estar consolidada. Ilusão: Escolha dos materiais que possibilita estruturar a peça e trazer a sensação de flutuação e desafios ao equilíbrio. 26 Identificação: Através dos desenhos das 12 constelações do zodíaco que representa momentos especiais, por exemplo: a posição da constelação está alinhada com o local de nascimento de cada indivíduo, traz essa referência forte da identificação, além da presença no dia a dia.

técnicas apresentadas para chegar ao resultado emocional, através da experiência cognitiva individual de cada usuário. Objetiva-se avaliar técnicas, requisitos estéticos, função e emoção no design de luminárias, enfatizando a importância desses aspectos no conforto e bem estar ao usuário.

Figura 5: Diagrama projetual. Fonte autor, 2020

26 Zodíaco: Astronomia - zona circular na esfera celeste, que se estende a cerca de 8° em cada lado da eclíptica e forma a

faixa sobre a qual se movem o Sol, a Lua e os planetas em órbita. Fonte: Dicionário Oxford Languages, 2020.

62


POR QUE CONSTELAÇÃO?

QUAL EMOÇÃO MAIS TE APROXIMA DAS ESTRELAS:

Questionário Público Foram ouvidas 100 pessoas com os seguintes parâmetros: •Idade 19 a 60 anos •Renda familiar de 1 a acima de 10 salários mínimos.

TODAS AS ALTERNATIVAS 27%

Questão 1 – Interesse por peças com Design Resposta: 85% Possui interesse

27

15% Não possui. Questão 2 – Sobre aspecto de Luminárias Resposta: 16% Decorativo 10% Objeto funcional - Iluminar 73% Objeto funcional e que compõe um ambiente com sua personalidade. •Questão 3 – Importância emocional em um objeto Resposta: 81% Importante 16% Indiferente 03% Irrelevante

SENTIMENTO DE IMENSIDÃO

17%

PAZ, APROXIMAÇÃO COM A NATUREZA

19%

CONTEMPLAÇÃO DO 17% ESPAÇO E SEU NO MUNDO LUZ, BRILHO E ALEGRIA

11%

MEMÓRIAS, RECORDAÇÕES, 9% NOSTALGIA E VIVÊNCIA 0

Resposta: 73% possui interesse em adquirir 20% parcial (talvez) 07% não possui interesse

20

30

O QUE MAIS TE LEMBRA UMA CONSTELAÇÃO: NOITE ESTRELADA

57%

CONSTELAÇÕES FAMOSAS E CONSTELÇÕES DO 40% ZODIACO NENHUMA DAS ALTERNATIVAS

3% 0

•Questão 4 – Interesse em ter uma Luminária com o tema Constelação

10

20

40

60

CONCLUINDO A ANÁLISE DA PESQUISA:

O público alvo através da pesquisa são pessoas entre 19 a 45 anos, que possuem interesse em design através de seu conceito e que em sua forma desperte emoção. A faixa salarial que melhor atende a esse público fica entre 3 a 6 salários mínimos em média.

27 Design - Disciplina que tem por objetivo a criação de objetos ou produtos cuja forma se adeque o mais perfeitamente possível à função para que se destinam, conciliando critérios estéticos, técnicos, etc. Fonte: Dicionário infopédia da Língua Portuguesa , 2020

63


AS DOZE CONSTELAÇÕES DO ZODÍACO Antes da década de 30, as constelações eram definidas como agrupamentos de 28 estrelas na esfera celeste que, imaginariamente, formavam figuras de personagens como pessoas, animais, objetos ou seres mitológicos. (CLAVIA, 2010). Ao passar do tempo, os povos perceberam que as constelações tinham uma utilidade, era possível identificar os períodos de caça, agricultura e pesca. Elas determinavam a passagem do tempo, as estações do ano e o clima. Foram feitos calendários inspirados nos fenômenos celestes (como os períodos lunares e solares). Criaram a trajetória do Sol durante o ano usando as constelações que denominaram de Zodíaco (CLAVIA, 2010). O Zodíaco é uma faixa do céu Constelação de Orion limitada por dois paralelos de latitude Foto: NASA/ Carlos Fairbairn celeste: um situado a 8º ao norte e o outro a 8º ao sul da Eclíptica (linha central do Zodíaco). Nessa faixa, passam sempre o Sol, a Lua e os planetas. A Eclíptica é o círculo máximo da Esfera Celeste que representa a trajetória anual do Sol em seu movimento aparente ao redor da Terra. O movimento aparente do Sol é

uma consequência do movimento de translação da Terra, que em um ano, descreve sua órbita ao redor do Sol. Este se desloca pela Eclíptica atravessando constelações chamadas de constelações zodiacais, que são: Peixes, Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Ophiuchus, Sagitário, Capricórnio e Aquário. Para um observador na Terra, a impressão é de que o planeta está fixo e o Sol, em um ano, realiza uma volta pela Esfera Celeste, percorrendo a Eclíptica (CLAVIA, 2010).

Figura 6 - Representação da forma de cada uma das Constelações do Zodíaco. Elas estão espaçadas igualmente apenas para simplificação. Fonte: Meteoritos 29

28 Esfera Celeste: quando observamos o céu noturno em uma noite estrelada, temos a impressão de estarmos no

29 Disponível em https://www.meteoritos.com.br/as-constelacoes-e-os-signos-do-zodiaco/ Acesso em: 10 de agosto

meio de uma grande esfera ou abóbada (espécie de teto curvo) onde estariam incrustadas as estrelas. Isto inspirou os antigos a chamar o céu de esfera celeste. Hoje essa ideia é usada apenas para simplificar a compreensão do céu, suas regiões e mudança de posição aparente durante o decorrer da noite. Não fazem parte da esfera celeste os planetas, o Sol e a Lua por suas relações mais dinâmicas em relação à Terra. Fonte: Observatório UFMG, 2010.

de 2020.

64


No momento em que as constelações zodiacais foram definidas, o Sol cruzava o ponto vernal perto da direção da estrela Gama da constelação de Áries, no dia 21 de março, aproximadamente. Em um ano, o Sol cruzava os signos do zodíaco, seguindo o mesmo calendário até hoje: Capricórnio: de 22 de dezembro a 20 de janeiro; Aquário: de 21 de janeiro à 19 de fevereiro; Peixes: de 20 de fevereiro a 20 de março; Áries: de 21 de março a 20 de abril; Touro: de 21 de abril a 20 de maio; Gêmeos: de 21 de maio a 20 de junho; Câncer: de 21 de junho a 21 de julho; Leão: de 22 de julho a 22 de agosto; Virgem: de 23 de agosto a 22 de setembro; Libra: de 23 de setembro a 22 de outubro; Escorpião: de 23 de outubro a 21 de novembro; Sagitário: de 22 de novembro a 21 de dezembro. No entanto, essas datas mudaram devido à precessão dos equinócios, um movimento que o ponto vernal efetua ao longo da eclíptica, no sentido oeste, em um período de cerca de 26 mil anos, devido às perturbações, sobre o eixo de rotação da Terra, causadas pelo Sol, Lua e planetas. As constelações foram se modificando ao longo do tempo e muitas das antigas constelações foram redefinidas: Capricórnio: de 19 de janeiro a 15 de fevereiro; Aquário: de 16 de fevereiro a 11 de março;

Peixes: de 12 de março a 17 de abril; Áries: de 18 de abril a 12 de maio; Touro: de 13 de maio a 20 de junho; Gêmeos: de 21 de junho a 19 de julho; Câncer: de 20 de julho a 09 de agosto; Leão: de 10 de agosto a 15 de setembro; Virgem: de 16 de setembro a 30 de outubro; Libra: de 31 de outubro a 22 de novembro; Escorpião: de 23 de novembro a 28 de novembro; Ophiuchus: de 29 de novembro a 16 de dezembro; Sagitário: de 17 de dezembro a 18 de janeiro. 30 A União Astronômica Internacional , em 1930, estabeleceu oficialmente as 88 constelações descobertas pela humanidade. A passagem do Sol pelas constelações da eclíptica não é mais dividida regularmente no tempo, aparecendo uma décima-terceira constelação, Ophiuchus, na qual ele permanece durante boa parte do mês de dezembro, e que não pertence ao zodíaco "cultural", porém a mesma está na faixa zodiacal, ficando entre as constelações de Escorpião e Sagitário. 31 Segundo Ariana Franca, o Sol permanece em média um mês em cada constelação na Esfera Celeste. No caso de Virgem, onde leva mais tempo, são 44 dias, já em Escorpião, onde passa menos tempo, apenas 07 dias (e daí vai para Ophiuchus, onde passa 18 dias). Sabendo que cada constelação está presente no dia a dia, em função do seu ciclo e tempo, os desenhos das 12 constelações originais será usado como partido para criação de um grafismo que será presente em toda

30 A União Astronômica Internacional (IAU) foi fundada em 1919. Sua missão é promover e salvaguardar a ciência

31 Ariana Franca Clavia possui Graduação e Mestrado em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais

da astronomia em todos os seus aspectos, incluindo pesquisa, comunicação, educação e desenvolvimento, por meio da cooperação internacional. A IAU tem 11809 membros individuais e juniores em 107 países em todo o mundo.

(UFMG). Durante o mestrado fez pesquisa na área de Astrofísica, e na graduação fez Iniciação Científica em Astrofísica Estelar e Aglomerados Estelares. Participou do Grupo de Astronomia da UFMG, trabalhando com Divulgação Científica no Observatório Astronômico Frei Rosário e em eventos do grupo.

65


linha de luminária. Onde é possível fazer uma reflexão junto à constelação vigente

ARTISTAS E SUAS INFLUÊNCIAS:

32

no momento de seu nascimento também conhecido nas astrologia como signo solar, além de criar memórias, referências e recordações, como por exemplo em nossa 33

bandeira nacional, as estrelas desenhadas dentro da esfera azul são uma representação do céu do Rio de Janeiro, às 8h30 da manhã do dia 15 de

Dois grandes artistas influenciaram o processo criativo através de suas obras: Hélio Oiticica com Relevo Espacial e Alexander Calder com seus desafios ao equilíbrio, ambos trazendo a leveza e a interação entre usuário e obra, obra e usuário.

novembro de 1889, na qual o sol estava alinhado com a constelação de escorpião em que cada estrela representa um estado da região nordeste.

ALEXANDER CALDER: Filho e neto de escultores, nasceu na Pensilvânia, Estados Unidos, em 1898. Formou-se em engenharia mecânica e exerceu esta profissão durante quatro anos. Aos 25 anos de idade, largou o emprego e foi para Nova York, onde estudou artes e trabalhou de ilustrador na National Police Gazette. Ficou em Paris entre 1926 e 1931. Frequentou a Academia de La Grande Chaumière. Teve contato com Mondrian e Miró. (MACUSP, 2010) Em 1932, Marcel Duchamp usou a palavra móbiles para se referir a algumas esculturas de Calder. Os trabalhos são formados por placas planas de metal, algumas pintadas, equilibradas em fios de arame fino que as mantêm suspensas. As peças, movimentadas pelo ar, se

Figura 7 - Desenho vetorizado das 12 constelações do zodíaco. Desenho: Autor

caracterizam pelo seu equilíbrio, leveza e harmonia. (ENCICLOPÉDIA, 2020)

Astrologia: doutrina, estudo, arte ou prática, cujo objetivo é decifrar a influência dos astros no curso dos acontecimentos terrestres e na vida das pessoas, em suas características psicológicas e em seu destino, explicar o mundo e predizer o futuro de povos ou indivíduos; uranoscopia. fonte: Dicionário Oxford Languages, 2020

32

33 Dia da Bandeira por Laís Modelli para BBC Brasil, 2018 disponível em https://www.bbc.com/portuguese/brasil46259929 Acesso em: 10 de agosto de 2020.

66


na busca constante por fundir arte e vida. Seus experimentos, que pressupõem uma ativa participação do público, são em grande parte, acompanhados de elaborações teóricas, com a presença de textos, comentários e poemas. (ENCICLOPÉDIA, 2020) O Relevo Espacial se constitui no momento decisivo da produção de Hélio Oiticica, pois representa a passagem do plano para o espaço real. São placas de madeira pintadas e presas ao teto por simples fios. O jogo entre a cor, o vazio e sua expansão configuram um espaço autônomo (EVREMIDIS,2004). Alexander Calder (1898-1976) Sem título - © CHRISTIE'S 2020

Os móbiles de Calder antecipam a arte cinética, como categoria artística e toma o movimento como princípio de estruturação. O cinetismo rompe com a condição estática da pintura, apresentando a obra como um objeto móvel, que não apenas traduz ou representa o movimento, mas que está em movimento. (ENCICLOPÉDIA, 2020)

HÉLIO OITICICA "A experiência da cor, elemento exclusivo da pintura, tornou-se para mim eixo mesmo do que faço, a matéria pela qual inicio uma obra" - Hélio Oiticica. Hélio Oiticica ( Rio de Janeiro, 1937 – idem, 1980). Artista performático, pintor e escultor. Sua obra caracteriza-se por um forte experimentalismo e pela inventividade

Relevo espacial amarelo A21 , 1959/2012 Foto: © Pat Kilgore 2019

O espectador deve vivenciar a obra, girando e movimentando-se à sua volta. É a vivência da cor. Através desta experiência, Oiticica desenvolve uma nova compreensão da arte fundando a obra na própria relação com o sujeito, em um auto reconhecimento do sensível. (EVREMIDIS,2004).

67


INOVAÇÃO E MATERIALIDADE

Material: Acrílico

Material: Chapa de Alumínio

O acrílico ou polimetil-metacrilato (PMMA) é um termoplástico que significa

As chapas de alumínio são reconhecidas por características como

que pode ser moldado quando aquecido a uma determinada temperatura‚ suas

durável, impermeável, resistente à corrosão, condutora de energia e ótimo

propriedades mecânicas concedem a este material alguns atributos que o torna um

acabamento que pode variar entre as texturas fosca ou brilhante,

material de grande resistência mecânica e transparência melhor que o vidro‚ sendo 92 por cento em comparação a 84 por cento.

dependendo do processo a que foi submetida como jateamento, escovamento, lixamento e polimento, e também através de processos químicos, como: abrilhantamento químico e polimentos eletroquímicos,

O acrílico é um plástico de alta qualidade, além de ser um termoplástico, isso

entre outros. Outras variações das chapas são o comprimento, largura e

possibilita o desenvolvimento de diversos formatos através de processos variados

espessura.

como o processo de dobra, colagem, injeção e termoformagem.

Pintura

Pintura

passo 1: Preparação da superfície, aplicação de primer para metais ou

passo 1: preparação da superfície e aplicação de primer para plástico incolor;

pintura eletrostática;

passo 2: tinta base - vinílica; passo 3: verniz de acabamento a base de água.

Luminárias em Acrílicos - Foto: divulgação

68

passo 2: Tinta base após aplicação de uma camada, pode–se usar qualquer tinta para metais; passo 3: Verniz de acabamento fosco ou brilhante.

Luminárias em Alumínio - Foto: divulgação


Material: Latão

Material: Pigmento Termocrômico

Uma das principais características do latão, é a sua composição. Ele é

As tintas termocrômicas são capazes de reagir termicamente ao seu

feito a partir da mistura de Cobre (Cu) e Zinco (Zn).Algumas

ambiente. Esses materiais possuem em sua composição pigmentos

propriedades do latão que o torna vantajoso são:

capazes de mudar de cor (de colorido para incolor), de forma reversível,

• Brilho - O latão apresenta brilho intenso, de forte cor dourada; • Maleabilidade - O latão é muito maleável e essa propriedade torna o material adequado para que sejam feitas chapas e lâminas de latão; • Ductilidade - O latão pode ser reduzido a fios;

de acordo com diferentes faixas de temperatura (KARLESSI et al., 2009). O fenômeno que provoca essa alteração reversível da cor do pigmento termocrômico inclui a conversão do tipo de cristalino, perda de

• Condutibilidade - O latão é um ótimo condutor de energia elétrica e de

água de algumas substâncias, equilíbrio do movimento entre elétrons,

calor.

reações das moléculas e variação do pH, que são dependentes da

Pintura

temperatura (MA et al., 2001).

passo 1: Preparação da superfícieaplicação de primer de cromato de zinco

Este pigmento pode ser diluído em diversos tipos de acabamento

passo 2: Tinta baseapós aplicação de uma camada, pode –se usar

bem como seladoras, vernizes e até mesmo junto com outras tonalidades,

qualquer tinta para metais. passo 3: Acabamentoverniz de acabamento fosco ou brilhante

Luminárias em Latão - Foto: divulgação

criando uma gama de efeitos e possibilidades.

Exemplo aplicação do pigmento junto a pintura em porcelana. Foto divulgação

69


TECNOLOGIA CNC - CORTE LASER E DOBRA 34

A tecnologia de corte laser e dobra CNC integram um segmento voltado à automatização de processos mecânicos, com o objetivo de executar tarefas de produção em inúmeros setores da indústria. Capazes de trabalhar com materiais como o aço carbono, o aço inox, acrílico, madeira e o alumínio.

Maquinário realizando corte a laser em uma chapa de metal. Foto divulgação

Ao promover soluções, o corte laser e dobra, trabalham com maquinário especializado, que recebem comandos para executar as ações na chapa. Com grande precisão e excelente acabamento, o serviço CNC trabalha a partir de projetos e desenhos técnicos fornecidos previamente pelo cliente, uma forma de garantir a qualidade final de cada trabalho. 34 CNC (Comando Numérico Computadorizado)

70


PROCESSO CRIATIVO – ESTUDOS O processo se iniciou a partir de alguns questionamentos: Como funciona uma luminária? Quais são os componentes? Como é feito? Qual é a fonte de energia? Como se projeta? Em busca de responder a essas questões, iniciei uma vasta pesquisa na área de Lights designer, foi então que compreendi através de vários estudos de caso que uma luminária precisava ter algo a mais, pois um objeto com uma função tão significante às vezes não é reconhecida como objeto emocional. Os estudos se iniciaram pela primeira peça Luminária pendente, em que sua evolução possibilitou o desenho preciso que originou as demais peças. Com a premissa do design emocional, diretrizes projetuais e referenciais, foi possível iniciar os primeiros estudos em croqui, maquete papel e maquetes eletrônicas.

Estudo 1 e 2 Sistema de fixação - Produção: Autor

Estudo 3 e 4 Sistema de fixação - Produção: Autor

Croqui de estudo - Foto: Autor

Estudo 5 e 6 Sistema de fixação - Produção: Autor

71


A partir da definição dos desenhos, chegou a vez de experimentar a peça.

Observando e testando as maquetes de papel, foi elaborada a primeira

Aqui, foram utilizadas as maquetes de papel, que foram fundamentais para

pré-imagem 3D da luminária pendente, na qual a estrutura e a

entender o ponto de equilíbrio e como deveria ser realizada a fixação.

proporção já estão definidas para produção do mockup.

Maquete papel (Triplex e MDF) luminária pendente - Foto: Autor

Ilustração 3D - luminária pendente Produção: autor

Após essa parte, foram realizados testes de pintura na chapa de Maquete papel (Triplex e MDF) luminária pendente - Foto: Autor

alumínio e latão, ambos materiais que possibilitam um bom acabamento e será um ótimo aliado para a utilização do pigmento termocrômico, o

72


intuito é que a pintura sob a superfície estimule de forma visceral a noite estrelada por meio de memórias vividas.

Gráfico Constelações Ampliado. Desenho Autor

Foram realizados cerca de três mockups em mdf de 3mm até chegar ao desenho final, analisando proporção, equilíbrio e efeitos do grafismo junto a luz.

Montagem corpo mockup em mdf 3mm corte a laser Foto: Autor

Teste realizado sobre placas de alumínio e latão. Pintura automotiva com flakes e pigmentos multi-cor. Foto Autor

A vontade de se ter as constelações do zodíaco no corpo da luminária, fez com que se criasse um olhar especial para definir a melhor forma de distribuição das 35

constelações, por meio da técnica de wiba-sibe onde o imperfeito torna-se perfeito. Sendo assim, realizadas aplicações em alguns estudos na superfície do modelo.

Teste de luz e efeito mockup Foto: Autor

35 Wabi-sabi representa uma abrangente visão de mundo à japonesa, uma abordagem estética centrada na aceitação da transitoriedade e imperfeição. Esta concepção estética é muitas vezes descrita como a do belo que é “imperfeito, impermanente e incompleto” Fonte: Dicionário Oxford Languages, 2020

73



Constelação - Linha de Luminárias Inspiradas nas Estrelas



A Linha ĂŠ composta por trĂŞs tipos de luminĂĄrias: LuminĂĄria de mesa, piso e teto; todas seguindo a mesma materialidade e com o mesmo conceito, qualificando os ambientes e promovendo conforto e bem-estar.

77




Pegasus - Protรณtipo


PEÇA GRÁFICA - PEGASUS Sistema de fixação Hangfix

Cabo paralelo de 1,5mm entrada Drive para led 7W

Cabo de aço 0.41mm

Cubo em concreto 2.5x2.5x2.5 cm com furo no centro para passagem de cabos

Acabamento para fixação no teto

Cabo PP de 1,5mm preto flexível - preto fosco

Detalhe encaixe da Peça de acabamento em concreto moldado

FIXAÇÃO CANOPLA E ALIMENTAÇÃO Fita de LED - OPUS 3000K 740lm

DETALHE FIXAÇÃO CABO DE AÇO Difusor de luz Acrílico de 2mm

ISOMÉTRICA EXPLODIDA

Chapa de Alumínio de 1,2mm dobrado e com gravação do grafismo a laser. Pintura: eletrostática – Preto fosco

81


Luminรกria pendente - Ursa Menor

Luminรกria de mesa - Sirius


PEÇAS GRÁFICAS - SIRIUS E URSA MENOR Cabo de aço 0.41mm

Lâmpada LED G9 3W 345lm 3000K

Cabo PP de 1,5mm preto flexível - preto fosco

Soquete G9

Chapa de Alumínio de 1,2mm dobrado e com gravação do grafismo a laser. Pintura: eletrostática

Lâmpada Retrô Vintage Filamento LED - Elgin T30 ( 127v - 7w - 3000k )

Chapa de Alumínio de 1,2mm dobrado e com gravação do grafismo a laser. Pintura: eletrostática

Soquete E27 Sistema de fixação encaixe na canopla

Cabo para ligação elétrica com Interruptor de mão.

Cubo em concreto 8x4x8 cm com furo no centro para passagem de cabos

ISOMÉTRICA EXPLODIDA URSA MENOR

ISOMÉTRICA EXPLODIDA

SIRIUS

83


Luminรกria de piso - Ursa Maior


PEÇA GRÁFICA URSA MAIOR

Chapa de Alumínio de 1,2mm dobrado e com gravação do grafismo a laser. Pintura: eletrostática – Preto fosco

LED Integrado 3000K 740lm 7W

Sistema de fixação encaixe na canopla

Cabo para ligação elétrica com Interruptor de mão.

Peça em concreto 8x15x8 cm com furo no centro para passagem de cabos

Peça em quadra em chapa de aço carbono de 5mm de espessura. Pintura eletrostática preto fosco

ISOMÉTRICA EXPLODIDA URSA MAIOR

85




ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DO DESIGN

88

Por meio de memórias afetivas em confluência com a ligação entre o universo e as vivências pessoais sobre a noite estrelada, as luminárias surgem como um lugar de refúgio, uma fração do universo. Seu design é minimalista e sutil, o que pode despertar questionamentos através de seu equilíbrio e textura. As peças possuem um acabamento singular que, quando aquecido, através do calor gerado pelos raios de luz ou pela temperatura do ambiente, revela um céu estrelado por meio da pintura escondida pelos pigmentos termocrômicos.


ANÁLISE EMOCIONAL ATRAVÉS DOS AUTORES É importante salientar que por não se tratar de um peça já comercializada, as análises serão baseadas na concepção do autor e no sentimento proposto ao design.

Patrick Jordan - 4 prazeres

Donald Norman - 3 níveis

Damazio - Artefatos memoráveis

Prazer ideológico - Através das diretrizes projetuais ligadas a natureza, universo, constelação, luz, a luminária traduz de maneira artificial um pedaço do universo no lar. Prazer fisiológico – Mediante a luz, o ambiente, que traz leveza, atratividade e por sua vez sensações de conforto visual e interação através do ambiente. Prazer psicológico - Cada usuário terá sua experiência única, por meio de seu processo cognitivo, vivências e interação com as peças.

Nível visceral - As luminárias transparecem uma impressão instantânea a cada indivíduo, com associação das formas, equilíbrio, grafismo e luz. Nível comportamental - Sensações de conforto visual e a interação por meio do ambiente iluminado. Nível reflexivo – Engates reflexivos através da natureza, desenho figurativo (constelações), leve (sistema estrutural), sofisticado (materialidade e acabamento) e atrativo (curioso e reflexivo).

Artefatos de pertencimento - Através de sua relação com o mundo, as peças possuem uma linguagem que a partir das reflexões, a peça pode aproximar a um pensamento, memória ou apoderamento sobre sua origem no mundo e natureza. Exemplo: - Ao ver essa luminária estrela, me veio uma recordação do momento em que vivenciei a céu mais lindo e estrelado em uma noite na Chapada dos Veadeiros Artefatos de vivências excepcionais: Ao vivenciar essa experiência com a luminária que seja reflexiva, sensação de conforto, um presente, recordações, a mesma ficará guardado em sua memória, a interação com as peças, as reflexões vividas como forma de lembrar dessa experiência. Artefatos que estreitam laços sociais: Todas as luminárias possuem um grafismo com a constelação do zodíaco, o que pode aumentar a interação com familiares e amigos, através da astrologia que traz os signos que são fundamentados nas constelações desenhadas.

89


Consideraçþes finais


O desafio desta pesquisa foi entender e analisar os aspectos afetivos que surgem através dos objetos prosaicos do dia a dia; em específico às luminárias — um item doméstico que possui muitas vertentes — é possível compor um único ambiente com várias delas dispostas em diferentes lugares. Com a sua infinidade de modelos e tipos de uso, a luminária pode apresentar risco ao conforto do usuário, para isso não ocorrer, deve-se considerar alguns fatores como fluxo luminoso, temperatura de cor, ofuscamento etc. para atingir o bem estar do indivíduo final. Neste estudo vimos vários aspectos ligados ao conforto e bem estar do usuário através do emocional, seja ele visceral, comportamental ou reflexivo; por prazeres ou artefatos memoráveis. Podemos dizer que tudo está relacionado ao nosso processo cognitivo singular. E como conclusão, o último capítulo surge como um ensaio projetual, através de diretrizes estudadas para atingir de forma positiva e afetiva o grande protagonista, ou o “cliente final”. A linha de luminárias Constelação surge como um exemplo de aplicação do design emocional no objeto.

91



Referências Bibliográficas


ALEXANDER Calder. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa359389/alexander-calder>. Acesso em: 09 de Dez. 2020. Verbete da Enciclopédia. ANDRADE, Diana. As Constelações e os Signos do Zodíaco. 2020. Disponível em: https://www.meteoritos.com.br/as-constelacoes-e-os-signos-do-zodiaco. Acesso em: 15 ago. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISSO/CIE 8995-1. Iluminação em ambientes de trabalho. Rio de Janeiro, p.1-46. 2013. BARBOSA, Jaques da Silva. Iluminação de Interiores: análise e orientação para aplicações. 2007. 131 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. BELCHIOR, Camilo. Design e Luz com Alma: Uma visão conceitual. Lume Arquitetura, São Paulo, v. 22, n. 22, p.50-54, out. 2016. Bimestral. Disponível em: <http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/ed22/ed_22_Artigo.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2020. CAVALCANTE, Kleber G. "Constelações Zodiacais"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/constelacoes-zodiacais.htm. Acesso em 08 de dezembro de 2020. CENTAMORI, Vanessa. Imagem feita por brasileiro é selecionada como "Foto do Dia" pela NASA. 2019. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2019/10/imagem-feita-por-brasileiro-e-selecionada-como-foto-do-dia-pela-nasa.html. Acesso em: 20 nov. 2020. CLÁVIA, Ariana França. Conhecendo as constelações. 2010. Disponível em: http://www.observatorio.ufmg.br/dicas13.htm. Acesso em: 23 nov. 2020. COSTA, Leandra Luciana Lopes. A luz como modeladora do espaço na Arquitetura. 2013. 135 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura, Engenharia, Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2013. DAMAZIO, Vera Maria Marsicano. Design e Emoção: alguns pensamentos sobre artefatos de memória. 7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design, Paraná, v. 7, n. 0, p. 1-11, ago. 2006. DEMIR, Erdem et al. Padrões de avaliação de emoções na interação humano-produto. International Journal Of Design, Holanda, v. 3, n. 2, p.01-06, ago. 2009. Disponível em: <http://index.ijdesign.org/index.php/IJDesign/article/viewFile/626/251>. Acesso em: 28 mar. 2020.

94


DESIGN, Plug. Como escolher a temperatura de cor ideal para sua luminária? 2019. Disponível em: https://plugdesign.com.br/temperatura-cor/. Acesso em: 15 set. 2020. DESMET, Pieter MA; HEKKERT, Paul. Special issue editorial: Design & emotion. International Journal of Design, Holanda, v. 3, n. 2, 2009. Disponível em: <http://index.ijdesign.org/index.php/IJDesign/article/view/626/255>. Acesso em: 29 mar. 2020. ELIASSON, Olafur. The weather project. 2003. Disponível em: https://olafureliasson.net/archive/artwork/WEK101003/the-weather-project. Acesso em: 10 out. 2020. EVREMIDIS, Alexandros. Hélio Oiticica. 2004. Disponível em: https://www.rioartecultura.com/heliooiticica.htm. Acesso em: 20 ago. 2020. FEIDEN, Alessandra Cristina et al. Conforto visual através da iluminação artificial. XXIII Seminário Interinstitucional. Cruz Alta, Rs, p. 1-10. out. 2018. FIGUEIREDO, Cassia Mousinho de; BUCICH, Clovis Corrêa. O conceito de prazer na relação entre o usuário e o produto. XII SIMPEP, Bauru, 09 nov 2005. GOMES, João Filho. Design do Objeto – Bases Conceituais. São Paulo: Escrituras, 2012. GRADO. Conceitos básicos de iluminação. 2020. Disponível em: https://www.gradoiluminacao.com.br/artigos/conceitos-basicos-de-iluminacao/. Acesso em: 02 dez. 2020. HELLOLUMIO. Lumio. 2013. Disponível em: https://www.hellolumio.com/. Acesso em: 28 out. 2020. INSIDER. Afinal, o que é novo normal? Entenda esse conceito. 2020. Disponível em: https://www.insiderstore.com.br/blog/afinal-o-que-e-novo-normalentenda-esse-conceito/#:~:text=O%20novo%20normal%20pode%20ser,mudan%C3%A7as%20enfrentadas%20durante%20a%20pandemia. Acesso em: 23 nov. 2020 JORDAN, Patrick W. Human factors in product design: Current practice and future trends. Londres: Editora Taylor & Francis, 1999 p. 206-217. KARLESSI, T.; SANTAMOURIS, M.; APOSTOLAKIS, K.; SYNNEFA, A.; LIVADA, I. Development and testing of thermochromic coatings for buildings and urban structures. Solar Energy, v.83, n.4, p. 538-551, 2009.

95


MA, Y.; ZHU, B.; WU, K. Preparation and solar reflectance spectra of chameleon-type building coatings. Solar Energy, v.70, n.5, p. 417-422, 2001. MÓBILES . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo4627/mobiles>. Acesso em: 07 de Dez. 2020. Verbete da Enciclopédia. MORAES, Júlia de et al. Design De Luminárias: estudo dos componentes constituintes visando recomendações de projeto. 2010. Disponível em: <https://docplayer.com.br/42400525-Design-de-luminarias-estudo-dos-componentes-constituintes-visando-recomendacoes-de-projeto.html>. Acesso em: 15 abr. 2020. MOSER, Mayla Dayane. Iluminação Residencial: tipos, medidas e efeitos. 2016. 41 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização em Design de Interiores, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2016. NORMAN, Donald A. Design Emocional: porque adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Editora Rocco Ltda, 2004. Cap. 2. p. 85-122. Tradução Ana Deiró. OSRAM. Iluminação: Conceitos e Projetos. 2008. Disponível em <https://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0262/Af_Apostila_Conceitos_e_Projetos.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2020. OSRAM. Manual de Iluminação:Conceitos e Projetos. São Paulo: Departamento de Iluminação OSRAM, 2009. PICHLER, RosimeriFranck. Identidade Cultural Gaúcha Aplicada no Desenvolvimento de uma Linha De Luminárias. 2011. 120 f. TCC (Graduação) Curso de Desenho Industrial, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2011. RIKA, Estudio. Luminária pipa. 2019. Disponível em: https://www.estudiorika.com/produtos?lightbox=dataItem-izess593. Acesso em: 25 nov. 2020. SANTOS, Maria Isabelly Silva. Luminária Lacê: a luz da renascença. 2018. 77 f. TCC (Graduação) - Curso de Design, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2018. SCHMID, A. A ideia de conforto: reflexões sobre o ambiente construído. Curitiba: Pacto Ambiental, 2005. SIGNIFICADOS. O que é LED. Disponível em: <https://www.significados.com.br/led/>.Acesso em: 16 set. 2020

96


SILVA, Paulo Henrique dos Santos; SANTOS, Ruth Ferreira. A IMPORTÂNCIA DA APARÊNCIA NA SELEÇÃO DE UM PRODUTO PELOS USUÁRIOS: estudo comparativo da aparência das bicicletas mountain bike e de transporte. 2017. 110 f. TCC (Graduação) - Curso de Bacharel em Design, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2017. Cap. 7. Disponível em: http://ramo.uneb.br:8080/bitstream/20.500.11896/587/1/ESTUDO%20COMPARATIVO%20DA%20APARENCIA%20DAS%20BICICLETAS.pdf. Acesso em: 15 ago. 2020. TIGER, Lionel. The pursuit of pleasure. Boston: Little, Brown and Company, 1992. TONETTO, Leandro Miletto et al. Design Emocional: conceitos, abordagens e perspectivas de pesquisa. Strategic Design Research Journal, São Leopoldo, v. 4, n. 3, p. 132-140, set. 2012. Disponível em: <http://revistas.unisinos.br/index.php/sdrj/article/view/4492/1716#:~:text=Esse%20%C3%A9%20o%20equ%C3%ADvoco%20conceitual,despertar%20ou% 20evitar%20emo%C3%A7%C%B5es%20pretendidas%E2%80%9D.>. Acesso em: 20 mar. 2020. MAC-USP. Biografia Alexander Calder. 2010. Disponível em: http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/percursos/percursos_fig_abst_biog_calder.asp. Acesso em: 20 nov. 2020. VASCONCELLOS, Marcelo; LEVA, Nada Se. DESIGN BRASILEIRO: luminárias. São Paulo: Olhares, 148 p, 2015.

97



Todos os direitos são reservados nos termos da lei nº 9.610/98 Autor Wellington Rodrigues Como citar: RODRIGUES, Wellington. Design emocional: aplicação em luminárias. 2020. 100 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, São Paulo, 2020.


POR: WELLINGTON LIMA RODRIGUES S Ã O P A U L O 2 0 2 0


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.