TV Brasil ABTA 2014

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TVBRASIL WWW.TEVEBRASIL.COM

JULHO/AGOSTO 2014

EDIÇÃO ABTA

A hora é esta / Anthony Doyle da Turner / Gustavo Leme da Fox


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TV BRASIL

NESTA EDIÇÃO

O amadurecimento das produtoras

ESPECIAL

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Amadurecimento do mercado ou Lei da TV Paga? Qual que seja o motivo, o Brasil vive uma explosão de produções nacionais.

A lei 12.485/11 trouxe um movimento de intensa profissionalização das independentes. Há muito o que comemorar, mas ainda existem desafios a superar.

Ricardo Seguin Guise Diretor-Geral Camila Viegas-Lee Editora da TV Brasil Natasha Madov Subeditora Simon Weaver Diretor Online Victor L. Cuevas Diretor de Arte Cesar Suero Gerente de Vendas e Marketing Faustyna Hariasz Assistente de Vendas e Marketing Terry Acunzo Gerente de Negócios

Ricardo Seguin Guise Presidente Anna Carugati VP Executiva e Diretora Editorial do grupo Mansha Daswani Publisher Associada e VP de Desenvolvimento Estratégico TV Brasil Marca registrada da WSN INC. 1123 Broadway, Suite 1207 New York, NY 10010 Estados Unidos Redação: (212) 924-7620 Fax: (212) 924-6940 E-mail: noticias@tvlatina.tv www.tevebrasil.com

O mantra de Glauber Rocha para um cinema novo feito com “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” inspirou gerações de produtores independentes desde a década de 50. Naquela época, os produtores queriam refletir a realidade brasileira com uma produção simplificada e uma linguagem adequada à situação social do período. No entanto, muito ocorreu desde então: o surgimento da televisão a cabo, da internet, da telefonia celular... Com o crescimento do relacionamento entre produtoras e a TV paga, impulsionado pela lei 12.485/11, fica cada vez mais evidente que a produtora independente deve amadurecer e se profissionalizar. O documentário Brasil em Todas as Telas, produzido pela Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão, mostra o otimismo do setor. Nele, o jornalista e diretor de TV Gabriel Priolli afirma que o novo momento do audiovisual brasileiro abriu “um diálogo inédito para muita gente porque a TV não se relacionava muito com a produção independente. Ela produzia seus próprios programas ou os comprava no exterior – o que está mudando”. E complementa: “Há muito o que celebrar, mas ainda há muitos desafios a superar.” Entre os desafios citados pelas dezenas de entrevistados que se sucedem estão a necessidade de entender que a produtora faz parte de uma indústria, que é preciso compreender a necessidade do cliente, sua demanda de prazo e qualidade. É necessário agilizar os mecanismos de financiamento para acompanhar a demanda, que as produtoras invistam em capacitação e que o mercado seja correto e generoso e permitir que ela produza para o país. As produtoras de pequeno porte precisam ter uma chance – a TV paga diz que produtora pequena não corresponde às expectativas, enquanto as pequenas dizem que os canais nem olham para seus projetos. E finalmente, é necessário criar políticas para desenvolver a produção local porque regionalização gera expressão e diversidade. Apesar disso, mais de cem canais brasileiros de TV paga ou aberta já exibem programas independentes. Lúcia Araújo, gerente geral do Canal Futura, resume bem: “Antes as produtoras faziam de tudo. Hoje, cada vez mais, você tem produtoras, que por conta de sua experiência, já se especializam em atender o público infantil, ou documentários, ou reality shows, o que seja”, diz. “Isso é sintoma da profissionalização do mercado.” —Camila Viegas-Lee

ENTREVISTAS

16 Anthony Doyle Turner

18 Gustavo Leme Fox

EL PROVEEDOR LÍDER DE NOTICIAS EN ESPAÑOL EN LA INDUSTRIA DE MEDIOS GLOBAL.

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A+E Networks NCIS-LA

/ Quem Dá Mais? / Orphan Black (A&E) / Trato Feito / Louco por Carros (HISTORY)

A A+E segue investindo no Brasil. A rede abriu seu escritório em São Paulo há um ano e conta com um time de profissionais das áreas de programação original, digital, propaganda e marketing. “O Brasil e o México são nossos maiores mercados da América Latina e esperamos que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos de 2016 sejam bons para a economia”, diz Eduardo Ruiz, presidente e gerente geral da rede para a América Latina. Entre os destaques da programação do canal A&E, estão NCIS-LA, Quem Dá Mais? e Orphan Black, este último uma série dramática sobre conspirações envolvendo clones, aclamada pela crítica internacional. E entre os destaques do HISTORy estão novos episódios de Trato Feito, uma série que acompanha o trabalho do maior ponto de penhores de Las Vegas, em uma loja que está há três gerações na mesma família. Além disso, Louco por Carros traz Danny “O Conde” Koker, uma lenda de Las Vegas. Ele compra, restaura e personaliza carros clássicos e motocicletas. Conhecido por participações frequentes em Trato Feito, Danny fala e respira carros americanos e motocicletas, de Thunderbirds e Corvettes clássicos até Harleys. Quando vê um carro que quer, onde quer que seja, ele faz de tudo para adquiri-lo. Com a sua equipe, Danny restaura, modifica, personaliza e vende estas joias das estradas.

Orphan Black

Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão A Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão, ou ABPITV, é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 1999, com o intuito de reunir e fortalecer as empresas produtoras de conteúdo de programação para televisão e novas mídias, no mercado nacional e internacional. A ABPITV reúne hoje 440 produtoras de todo o Brasil em parceria com canais, programadoras, operadoras, emissoras, distribuidoras. Ela apoia suas associadas através de iniciativas de capacitação, políticas públicas e o desenvolvimento do mercado interno e externo. Em junho desse ano, a organização produziu o documentário Brasil em Todas as Telas, com mais de cem entrevistas sobre o desenvolvimento do mercado brasileiro de conteúdo audiovisual independente, para comemorar seus 15 anos de idade. “Através de projetos, parcerias e ações institucionais, a ABPITV promove, agrega e fortalece esse mercado vibrante, que era a nossa meta e hoje é a conquista de todo o segmento”, diz o diretor executivo da associação Mauro Garcia. De 25 a 27 de fevereiro de 2015, a ABPITV organizará a 5ª edição do RioContentMarket, o maior evento da América Latina em seu gênero. Além disso, a associação criou e realiza em parceria com a Apex-Brasil o Brazilian TV Producers, um programa internacional para promoção de conteúdo audiovisual.

A ABPITV trabalha para desenvolver o mercado audiovisual brasileiro


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All TV Communications: RAI Italia Community – L’altra Italia

/ Camera con Vista / Un giono nella Storia

A ALL TV se dedica à distribuição exclusiva de canais internacionais, conteúdos de entretenimento geral para canais televisivos e outros meios de distribuição e consultoria para lançamento e comercialização de canais de televisão em todo o mundo. No Brasil e na América Latina, a ALL TV é a distribuidora exclusiva dos canais RAI Italia, RAI News 24 e RAI World Premium. O RAI Italia está buscando estreitar cada vez mais seus laços com a comunidade italiana, e buscar a audiência dos fãs da diversidade cultural do país. Apesar de 85% da programação ser produzida por canais locais: o RAI Uno, RAI Due e RAI Tre, as produções originais para a comunidade brasileira foram muito bem recebidas pelos telespectadores. Entre os destaques estão Community – L’Altra Italia, que traz personagens e histórias da comunidade italiana no mundo, através de reportagens de correspondentes no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Austrália. Camera con vista mostra a Itália como um centro de novas ideias e iniciativas. E, finalmente, Un giorno nella Storia é uma visita diária ao melhor dos arquivos da RAI, recordando a história da Itália, os acontecimentos e personagens que ajudaram a construir a identidade do país.

Community – L’altra Italia

Canal Futura De Volta

/ Ciência em Quadro / Cores do Futebol

O Futura completou 16 anos em um momento em que o debate sobre a educação no Brasil ganhou relevância durante as reivindicações populares de 2013. A gerente geral do canal Lúcia Araújo afirma: “Sempre demos importância à diversidade. Isso faz parte da identidade e do DNA do Futura”. É com base neste pilar que o Futura desenvolve sua missão: contribuir para a formação educacional da população. “Entendemos que o respeito à diferença e ao contraste é essencial para o combate à desigualdade”, diz Araújo. Entre os destaques da programação estão: De volta, um registro da saída temporária de Natal de quatro presidiários do Rio de Janeiro. O programa acompanha sua rotina em liberdade: encontros, surpresas, decepções e o retorno ao presídio. De Volta investiga como a situação movimenta os detentos e as pessoas à sua volta. O projeto teve consultoria de Luiz Eduardo Soares e apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do RJ (SEAP) e foi vencedor da terceira edição do pitching Doc Futura. Ciência em Quadro é uma série de interprogramas nos quais um princípio de matemática e física é abordado por meio de um esporte (como basquete, bicicleta, skate e surfe), com linguagem que associa conhecimento ao dia-a-dia. E, finalmente, Cores do Futebol celebra a paixão pela bola e enriquece o entendimento sobre o futebol.

Cores do Futebol


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Media Networks DTH e internet via satélite para a América Latina A Media Networks é a principal atacadista de DTH e TV Digital, com clientes no Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Guatemala, Costa Rica e Nicarágua. Ela também é a mais importante atacadista de internet via satélite para o setor corporativo (banda Ku) e setor residencial (banda Ka) e foi a pioneira nesta tecnologia para a América Latina. Ambos serviços contam com o apoio do principal hub de satélite da região, com um centro de operações em Lima, Peru e teleports no Chile e EUA. Seu modelo de negócio permite que os operadores controlem as variáveis comerciais (como pacotes de canais, velocidades, preços, marketing, etc) e confiem na Media Networks para lidar com todo o resto.

A Media Networks conta com um centro de operações em Peru e teleports no Chile e EUA

NHK WORLD TV imagine-nation

/ KAWAII International / J-MALO

A NHK é a única emissora pública do Japão desde 1925, com quatro canais de televisão e três canais de rádio. Ela também opera dois canais de televisão internacionais: o NHK World TV (em inglês) e o NHK World Premium (em japonês), além de oferecer serviços de rádio em 18 idiomas. Um dos temas abordados pela programação internacional é a J-pop (cultura pop japonesa), que influencia o entretenimento mundial. O programa imagine-nation, por exemplo, mostra as últimas tendências em anime japonês, videogames e mangá. Kawaii International captura a essência do estilo kawaii em Tóquio. J-Melo é o único programa de música japonesa em inglês. O NHK World também divulga a cultura J-pop em eventos ao redor do mundo, como o Festival do Japão em São Paulo.

imagine-nation

Turner Internacional do Brasil O Andar de Baixo (Warner)

/ Os Impegáveis (Warner) / Under the Dome (TNT) / The Last Ship (TNT)

A Turner continua crescendo no Brasil, principalmente devido à performance dos canais Cartoon Network, TNT e TBS (Muitodivertido). Segundo o vice-presidente de vendas afiliadas Anthony Doyle, “o Cartoon é líder de audiência há 22 meses e obteve um crescimento (em 2013) que foi provavelmente o maior de sua história no Brasil”. E complementa: “A expectativa é que 2014 também seja um ano de crescimento bastante positivo”. Entre os destaques da Warner para o segundo semestre estão O Andar de Baixo, Os Impegáveis, Duas Garotas em Apuros, Arrow e Mike & Molly. A TNT aposta na segunda temporada de Under the Dome e na estreia exclusiva de The Last Ship, produzida por Michael Bay.

The Last Ship


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a Seja por causa da Lei da TV Paga, seja por um processo natural de amadurecimento do mercado nacional, o Brasil vive um momento de crescimento no número de produções originais. Por Camila Viegas-Lee


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as 21 maiores audiências da TV paga em 2013, nove são produções nacionais. O governo brasileiro atribui esse sucesso à lei 12.485, informalmente conhecida como Lei da TV Paga ou Lei do SeAC, que foi outorgada em 2011, implantada em 2012 e começou a efetivamente mudar a grade de programação dos canais pagos no Brasil em 2013. As redes de TV por assinatura, por outro lado, atribuem o sucesso a uma tendência que já havia sido identificada muito antes da lei entrar em vigor: brasileiro gosta de produção nacional, de assistir televisão em português e se identificar na tela. O fato é que o número de produções originais realizadas no Brasil aumentou, e muito. Segundo dados da Agência Nacional do Cinema

títulos para vídeo on-demand subiu de 192 títulos de obras brasileiras, em 2012, para 569, no ano passado, um crescimento de quase quatro vezes. “A lei transformou uma demanda potencial em real, permitindo o desenvolvimento do setor audiovisual, através do fomento à produção independente”, disse ela. A legislação exige, desde o ano passado, duas mil horas anuais de produção independente na TV por assinatura. “A Lei do SeAC quadruplicou a presença da produção brasileira na TV paga, com mais de noventa canais exibindo filmes e seriados brasileiros em horário nobre.” Para as redes de TV paga, não há dúvida de que a produção original nacional complementa positivamente a grade da programação,“mas não é o carro motor de nossa audiência”, diz Eduardo Ruiz, presidente e gerente geral do A+E

direitos autorais do produto à produtora independente, mesmo que a rede de TV paga tenha idealizado e financiado 100% do projeto. “A Ancine precisa fazer uma reflexão honesta sobre os benefícios e os prejuízos da nova lei: o que funciona na prática e o que funciona só no papel”, diz Anthony Doyle, vicepresidente de vendas afiliadas da Turner Internacional do Brasil. Ruiz, da A+E, complementa: “isso cria um ambiente negativo e faz com que as redes pensem duas vezes antes de investir mais em produção nacional”. Para ele, “essa parte da lei compromete seus benefícios”. “Sabemos que o objetivo da lei é desenvolver os diferentes estágios da produção nacional e também assegurar o poder econômico da obra na mão do produtor nacional”, diz Fernando Medin, vice-presidente executivo e diretor-geral do Disco-

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nuar produzindo e uma nova temporada está prestes a estrear”. A qualidade faz parte de qualquer agente de mercado, lembra Raul Costa, vice-presidente sênior da Viacom Brasil.“Estamos num caminho de adaptação, os resultados da lei já estão aparentes e os players estão se acomodando ao redor dela”, diz. “Vemos com bons olhos a regulamentação e estamos nos esforçando ao máximo para cumprir seus requisitos dentro dos nossos padrões de qualidade.” ESTRATÉGIA NACIONAL

Ao contrário da TV aberta, cuja cultura era produzir sua própria programação, os canais pagos abriram o mercado para a produção de conteúdo independente na TV e garantem que já estavam apostando em produção original, muito antes das cotas determinadas pela lei.

hora é esta (Ancine), o número de licenciamentos de obras brasileiras não-publicitárias na TV paga triplicou de 2012 a 2013, passando de 1.059 para 3.205 obras. Esse aumento aproximou a comparação com obras estrangeiras licenciadas, que no mesmo período passaram de 2.310 para 3.964 obras. Além disso, o número de Certificados de Produção Brasileira (CPBs) emitidos para filmes, seriados e programas de TV em 2013 foi quase o dobro de 2012, segundo a diretora da Ancine, Rosana Alcântara, que participou do 15o Fórum Brasil de Televisão, realizado em junho no World Trade Center, em São Paulo. Ela disse que, no ano passado, o número de CPBs passou de 1.708 para 3.330 e, no primeiro trimestre de 2014, esse número já havia alcançado 766. E o número de certificados de

Networks Latin America. Para ele, é preciso levar em conta o nicho e o propósito de cada canal.“Tenho sentimentos contraditórios sobre o que a lei tem sido capaz de alcançar.” Gustavo Leme, vice-presidente sênior e diretor geral dos canais internacionais da FOX no Brasil, diz que “não é possível relacionar diretamente o crescimento da audiência dos canais FOX à lei. O que podemos afirmar é que o conteúdo nacional teve uma boa aceitação do público em geral com um retorno em audiência bastante satisfatório.” Apesar de não terem que lidar com leis semelhantes em outras partes do mundo, executivos dos canais brasileiros deTV por assinatura, em geral, entendem a intenção da lei, mas apontam para cláusulas que comprometem sua eficácia. Uma delas é aquela que garante 51% dos

very Networks Brasil. “Mas seria importante contar com flexibilidade por parte do órgão regulador para que se estabeleça um mecanismo que valide os formatos internacionais e ajude a transferir conhecimento aos produtores locais.” Medin lembra que “a lei 12.485 estipulou cotas de programação local, o que criou uma demanda por quantidade e não, necessariamente, qualidade de conteúdo”. No Discovery, “escolhemos nossas produções nacionais por mérito, qualidade e, principalmente, pela história a ser contada”. A série de sobrevivência coproduzida pela Mixer Desafio em Dose Dupla: Brasil, por exemplo, é um formato internacional que não cumpre cota e,“mesmo assim, por acreditarmos no produto e pelo sucesso de audiência da primeira temporada, decidimos conti-

Para Doyle, da Turner, essa já era uma tendência orgânica. “Em 2000, por exemplo, investimos no primeiro projeto de conteúdo nacional para o Cartoon Network.” Ele cita programas como A Turma da Mônica e um desenho animado com personagens como Pedro Álvares Cabral, para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil. De modo geral, todos concordam com a produção local como um dos pilares de suas grades. “A produção original e conteúdo local já fazia parte da programação de todos os nossos canais muito antes da lei de cotas”, diz Costa da Viacom. “A lei de cotas apenas consolidou uma estratégia que a empresa já tinha.” A Discovery, outro exemplo, afirma apoiar o desenvolvimento da produção nacional desde 1999. Medin diz que a empresa investe no


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país para aproximar cada vez mais seus canais do público local. “Um case de sucesso é a série Águias da Cidade, coproduzida com a Mixer”, cita. “Em sua primeira temporada, exibida em 2012, atingiu excelentes índices de audiência, posicionando o Discovery como líder da TV por assinatura entre pessoas de 25 a 54 anos.” Apesar do foco do GNT, da Globosat, sempre ter sido a produção nacional, desde seu lançamento em 1999, seus executivos decidiram inserir a dramaturgia nacional por ser um gênero que agrada em cheio a sua audiência. “Com a inclusão da ficção na programação, o GNT passou a oferecer um mix de programação ainda mais atrativo para o público, com conteúdo factual, reality shows, debates, entrevistas e ficção”, diz Mariana Novaes, gerente de marketing do GNT. DESTAQUES DO ANO

No segundo semestre, o GNT estreia a terceira temporada de Sessão de Terapia, com um roteiro 100% original, desenvolvido no Brasil. Selton Mello assina a direção e o elenco traz nomes como Letícia Sabatella, Camila Pitanga, Fernando Eiras, entre outros. “Exibiremos também a série Animal, o primeiro produto do projeto que une TV

Um contra todos, uma série documental sobre a perigosa vida de juízes de futebol no Brasil, estreia no HISTORY, da A+E, em outubro. A série, da produtora Zeppelin, de Porto Alegre, venceu o pitching promovido para o canal durante o Fórum Brasil.

Globo, Globosat e uma produtora independente, e que terá como protagonistas Edson Celulari e Cristiana Oliveira”, diz Novaes. Para FOX, entre os destaques para o segundo semestre estão a série A Ilha do Lobisomem e o programa do grupo Porta dos Fundos. Para o FX, Politicamente Incorreto, com Danilo Gentili, e

para o Nat Geo, Histórias Extraordinárias, a terceira temporada de Missão Pet e a segunda temporada de Os Incríveis. A Viacom terá o reality Adotada, o programa de esportes radicais Rota Explosiva, do MTV, a 15ª edição do Meus Prêmios Nick, do Nickelodeon, e mais uma edição de stand up para o Comedy Central.

Além do Desafio em Dose Dupla: Brasil, a partir de julho, Medin da Discovery destaca a série Dr. Selvagem, que acompanha o veterinário Rodrigo Teixeira cuidando de leões, tigres, cobras e bichos de estimação, para o Animal Planet, e o Show da Luna, que mostra o mundo da ciência ao público infantil, no Discovery Kids. Há ainda a estreia da versão local de Dormindo com Meu Estilista, uma série apresentada por Adriane Galisteu em que o marido é responsável por repaginar o visual da mulher, no Discovery Home & Health. E, finalmente, um programa com o piloto brasileiro Cacá Bueno no campeonato de supercarros FIA GT, para o Discovery Turbo. DESAFIOS DE PRODUÇÃO

Desafio em Dose Dupla: Brasil é um formato internacional do Discovery Channel, produzido pela Mixer, mas terá uma segunda temporada por causa do sucesso nacional da primeira.

Além da alta nos custos de produção – consequência não só da lei de incentivo, mas também da economia e do crescimento da TV por assinatura no Brasil – a falta de profissionais capacitados continua sendo uma questão. “A qualificação ainda é um desafio”, diz Costa, da Viacom. “Ainda é muito cedo para dizer que o mercado já se acomo-


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A versão brasileira de In Treatment, batizada de Sessão de Terapia, estreia em outubro no GNT. O ator Selton Mello é o diretor e produtor-executivo da série estrelada por Fernando Eiras, Zé Carlos Machado, Camila Pitanga e Celso Frateschi.

dou às novas demandas da produção original.” “Um dos grandes desafios da nossa indústria é a criação de formatos com linhas narrativas bem definidas”, diz Medin. “Estamos no caminho certo, mas as produtoras ainda precisam se organizar e se capacitar no que se refere ao estudo de prazos, metodologia, público e linguagem.”

Outro desafio é “implementar um fluxo contínuo de produção das séries de ficção”, diz Novaes, do GNT. “Mas isso é natural em um mercado em formação: estamos todos aprendendo, inclusive o GNT, claro, e precisamos nos qualificar para isso, (o que) demanda tempo.” O governo tem investido na formação de profissionais, incentivado a elaboração de roteiros em polos regionais e ÉXITO LOCAL lançado novos recursos De los 21 programas con mayor audiencia de televisión para aumentar a eficiênpaga en 2013, nueve corresponden a producciones nacia do setor. A Ancine, cionales. El gobierno brasileño atribuye este éxito a la Ley 12.485, creada en 2011 e implementada en 2012, por exemplo, anunciou que comenzó a cambiar de manera efectiva la prograum investimento de R$ mación de canales de televisión paga en Brasil en 400 milhões no Fundo 2013. Las señales de televisión paga, en cambio, Setorial do Audiovisual atribuyen el éxito a una tendencia que ya se había para a ampliação da identificado mucho antes de que la ley entrara en vigor: produção do conteúdo A los brasileños les gusta las producciones nacionales, ver televisión en portugués e identificarse en nacional, o dobro dos la pantalla. El hecho es que el número de producciones recursos aplicados nessa originales realizadas en Brasil aumentó... y mucho. área no ano passado.

Durante o Fórum Brasil de Televisão, o diretor executivo da ABPITV Mauro Garcia reclamou da burocracia para a obtenção de recursos públicos e demora para a liberação de verbas. “Temos de buscar outras soluções, como um fundo privado que venha se somar ao fundo setorial com descentralização das produções para que a gente consiga criar o volume de produção nacional necessário para atender à defasagem e também exportar”, disse. Além disso, ele sugeriu a criação de linhas automáticas de crédito para eliminar a desvantagem de pequenas e médias produtoras que não têm como adiantar o dinheiro para iniciar projetos até que as verbas dos fundos sejam liberadas. Rosana Alcântara, da Ancine, não quis defender a burocracia, “mas não tenhamos a ilusão de

que vamos ter um botão para crédito rápido e imediato”, disse. “É necessário cuidar da produção independente e não tem como cuidar dos contratos sem uma análise técnica, senão não desenvolveremos um parque industrial, um mercado sustentável.” A Ancine está passando por uma reestruturação interna, com a criação das secretarias Executiva e de Políticas de Financiamento, e mudanças na lógica de acompanhamento de projetos, mudando o foco do processo para o resultado do produto final. Segundo a diretora, haverá uma alteração no regimento interno da agência, cuja minuta já se encontra na Casa Civil. Para ela, a busca da autossustentabilidade é um caminho longo e “aqueles que querem investir no audiovisual precisam também de audácia, de visão para investir nos desenhos de modelos de negócio”.


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ANTHONY DOYLE

Por Camila Viegas-Lee

O vice-presidente de vendas afiliadas da Turner Internacional do Brasil, Anthony Doyle, mostra orgulho em poder oferecer uma vasta seleção de canais especializados em educação, diversão, cultura, notícias e esporte no Brasil. “Somos sócio-fundadores do Canal Futura, por exemplo”, diz. “Temos o maior orgulho de oferecer educação para milhões de crianças, adolescentes e adultos no Brasil.” Mas reconhece que há trabalho pela frente, especialmente no que se refere à penetração da TV paga no país. “Estamos presentes em 30% dos domicílios brasileiros, são 18 milhões de assinantes. Num país com uma população de cerca de 200 milhões, com uma média de 3,5 ou 3,6 habitantes por domicílio, significa que atingimos pouco mais de 60 milhões de pessoas. E há 140 milhões que ainda não têm acesso à TV paga”, explica. “Esse é o nosso desafio.” Ele acredita, porém, que o setor está no caminho certo, já que nunca houve tanta oferta de conteúdo e de canais, e que ele deve continuar acelerando a penetração, seja com canais lineares ou outros suportes. Em entrevista à TV Brasil, Doyle falou sobre estratégias de crescimento e tecnologia no país.

TV BRASIL: 2013 foi um ano de crescimento, não apenas

na base de assinantes, mas também no número de profissionais alocados no Brasil. Quais foram os maiores destaques desse crescimento? DOYLE: De forma geral, 2013 foi um ano excelente, principalmente em termos de performance dos canais Cartoon Network, TNT e TBS (Muitodivertido). O Cartoon é líder de audiência há 22 meses e obteve um crescimento que foi provavelmente o maior de sua história no Brasil. Em termos de base de assinantes, também ocorreu um crescimento significativo, não tanto como 2012, mas em ritmo acelerado. A expectativa é que 2014 também seja um ano de crescimento bastante positivo. Além disso, a nossa equipe brasileira aumentou de forma pertinente. Trouxemos vários profissionais novos à empresa e fizemos investimentos importantes em todas as áreas. Acho que ter lançado canais em alta definição ajuda a tendência de crescimento. Quem assiste um canal HD não volta atrás. E a Turner quer oferecer cada vez mais, na maior qualidade possível. TV BRASIL: O senhor poderia discutir algumas das

estratégias atuais da Turner para o mercado brasileiro? DOYLE: Nesse momento não posso divulgar algumas dessas iniciativas, mas é evidente que trouxemos Rogério Gallo (vice-presidente e gerente dos canais de filmes e séries) como parte de nossa estratégia. (Gallo cuida, entre outros, das produções originais da Turner e das operações dos canais TNT, Warner Channel, Space, TCM e TBS Muitodivertido.) Estamos investindo cada vez mais em conteúdo relevante, customizando canais para atender às necessidades dos assinantes brasileiros. Acreditamos muito no potencial de nossos canais para o Brasil. Temos baseado nossas decisões em muita pesquisa para, sem abandonar as tendências das classes A e B, crescer com ângulos diferentes e atender os hábitos de consumo nacionais, com muito talento local, visando o gosto brasileiro.


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TURNER TV BRASIL: É possível

concluir, então, que há na Turner um claro esforço de investimento em conteúdo nacional, não apenas para cumprir com as cotas impostas pela lei mas como estratégia de customização dos canais aos assinantes brasileiros? DOYLE: Essa é uma tendência orgânica. Em 2000, por exemplo, investimos no primeiro projeto de conteúdo nacional para o Cartoon Network – muito antes da Lei de TV Paga impor cotas de conteúdo nacional. Oferecemos a Turma da Mônica e, para comemorar os 500 anos do Brasil, um programa com personagens como Pedro Álvares Cabral. Isso, há 15 anos ou no século passado. TV BRASIL: Em 2013, a

Turner investiu R$ 80 milhões no canal Esportes Interativo, por meio de sua subsidiária latino-americana, e se tornou seu maior acionista. Como o senhor vê o segmento de esportes no Brasil? DOYLE: Esse é outro destaque do ano passado. Nosso investimento no canal Esportes Interativo, que passa conteúdo nacional e internacional, não é mera coincidência. O segmento de esporte tem um futuro forte no Brasil. E nosso investimento mostra que olhamos para o Brasil como um país muito importante para a Turner, na América Latina e no mundo. TV BRASIL: Quais são as principais oportunidades hoje em mídia linear tradicional e online? DOYLE: De forma genérica, a tecnologia traz novas oportunidades para nossos assinantes assistir nosso conteúdo em plataformas múltiplas. Temos o apoio da empresa como todo para levar conteúdo em todas as plataformas possíveis na América Latina. No entanto, cada país conta com circunstâncias diferentes e, portanto, olhamos para cada mercado de forma isolada. As tendências de consumo e nossos concorrentes diferem nos vários países latino-americanos. No México, por exemplo, há a Televisa; no Brasil, a Globo; na Argentina, o Clarín. Além disso, alguns de nossos serviços dependem de banda larga e da estrutura local de tecnologia. Se não há tecnologia disponível, não adianta instalá-los. Eles precisam ser de fácil acesso e uso para nossos assinantes. Ainda não oferecemos a TV Everywhere no Brasil, por exemplo, mas formamos parcerias com nossas operadoras para elaborar ofertas

de conteúdo especiais para que o assinante valorize nossos canais cada vez mais – algo que é bom para assinantes, para nossos parceiros e para a Turner. TV BRASIL: Entre os desafios de todas as multinacionais de TV paga no Brasil está a regulamentação imposta por órgãos governamentais. O que é preciso ser feito para criar uma sintonia maior com as agências reguladoras? DOYLE: Acho que a Ancine precisa fazer uma reflexão honesta sobre os benefícios e os prejuízos da nova lei: o que funciona na prática e o que funciona só no papel. Os direitos das produções brasileiras, por exemplo, residem completamente nas mãos das produtoras – mesmo se elas tiverem sido financiadas 100% por um canal de TV paga. A Ancine precisa refletir sobre isso porque cria dificuldades tanto para o programador, quanto para a produtora. Por que insistir em algo que não traz benefícios para o consumidor? O objetivo da regulamentação é defender o consumidor. É preciso criar uma sintonia maior com as agências reguladoras, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine), inclusive porque o mercado está crescendo menos do que elas esperavam. A desaceleração ocorreu por causa da economia, mas é um desafio que deve ser debatido abertamente. Apesar disso, estamos bem animados com o Brasil. E o debate desses temas é saudável.

Mica Rocha visita o mundo pop para o canal Glitz, em uma das produções originais Turner para o público brasileiro.


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mento de conteúdo que lida diretamente com as produtoras, o que nos traz bastante segurança quanto aos trabalhos. TV BRASIL: Quais são os destaques da sua programação original brasileira para o segundo semestre desse ano? LEME: Para FOX, a série A Ilha do Lobisomem, além do programa do grupo Porta dos Fundos. Para FX, Politicamente Incorreto com Danilo Gentili. E para Nat Geo, Histórias Extraordinárias, terceira temporada de Missão Pet e segunda temporada de Os Incríveis. E FOX Life, Lucky Ladies e The Bachelor, ainda com títulos em português a confirmar. TV BRASIL: O senhor poderia também discutir a presença da

Fox no Brasil e o crescimento de seus canais, no último ano? LEME: No último ano, completamos 20 anos no Brasil. Os

resultados têm sido muito positivos em todos os aspectos para os canais FOX. Em termos de audiência, com o canal FOX, estamos em primeiro lugar desde o segundo semestre de 2012 entre todos os canais da TV paga das 18h às 25h (1h) entre homens e mulheres de 18 a 49 anos. No FOX Sports, em ape-

GUSTAVO LEME FOX Por Camila Viegas-Lee

Para celebrar duas décadas de atuação no Brasil, a Fox implementou uma série de novidades em produções originais e mudanças em seus canais. Entre as apostas mais importantes de 2014, está o lançamento do segundo canal esportivo, o Fox Sports 2, e do FOX Life. Gustavo Leme, vice-presidente sênior e diretor geral dos Canais Internacionais da FOX no Brasil, conversou com a revista TV Brasil sobre a Lei da TV Paga, a aceitação das produções nacionais por parte do público, a força do mercado publicitário brasileiro e as oportunidades e desafios para o próximo ano.

TV BRASIL: Um dos objetivos da Lei 12.485, ou da Lei da TV

Paga, de 2011, era aumentar a qualidade da produção nacional brasileira. Na sua opinião, isso ocorreu? LEME: Acredito que sim. Tenho visto bastante conteúdo de qualidade na TV paga. E os telespectadores são a melhor forma de avaliação. Se eles estão assistindo e gostando, quer dizer que conseguimos alcançar nosso objetivo de trazer conteúdo nacional com qualidade. É o que tem acontecido.

nas dois anos, conseguimos fidelizar o nosso público e o canal já possui a segunda maior audiência entre os canais de esporte da TV por assinatura. Além disso, lançamos o FOX Sports 2 em janeiro deste ano. No mesmo mês, lançamos o novo FOX Life, que cresceu 350% de janeiro a maio de 2014 entre mulheres com idade entre 18 e 49 anos, também no horário nobre.

TV BRASIL: Como o senhor vê a força do mercado publicitário? LEME: O mercado de TV por assinatura continua em forte

crescimento, porém sem a euforia do último ano. O mercado publicitário normalmente responde a este crescimento no ano seguinte, refletindo este acréscimo em maiores índices de audiência. Fatores econômicos também têm forte interferência neste crescimento, porém mesmo num cenário de incertezas de préeleições, de baixo crescimento econômico e inflação beirando no teto da meta do governo, o meio da TV paga deve ser novamente um dos destaques no mercado publicitário. TV BRASIL: Quais são as principais oportunidades emergentes

TV BRASIL: Foi possível notar alguma vantagem ou mesmo

crescimento nos seus canais ligado à cota mínima de programação original e conteúdo nacional imposta pela lei? LEME: Não é possível relacionar diretamente o crescimento da audiência dos canais FOX à lei. O que podemos afirmar é que o conteúdo nacional teve uma boa aceitação do público em geral com um retorno em audiência bastante satisfatório. TV BRASIL: Havia muita preocupação sobre a falta de mão de

obra qualificada para produção e gestão de produção independente no Brasil. Quais continuam a ser os maiores desafios? LEME: O Brasil conta com grandes produtoras que vêm fazendo um ótimo trabalho. Grandes produções sempre trazem desafios que podem existir principalmente por causa de tempo e formatos de entrega. Mas na FOX contamos com um departa-

em mídia linear tradicional e online? LEME: Produções nacionais de qualidade associadas ao aumento do hábito de consumo de TV paga trarão grandes oportunidades de negócio aos patrocinadores destes conteúdos tanto na TV quanto na sua extensão no online, e em alguns casos também para conteúdos originalmente produzidos para o online que migrem para a TV por assinatura, exemplo do Porta dos Fundos. TV BRASIL: E, finalmente, quais são os maiores desafios da Fox nos próximos 12 a 18 meses? LEME: Vamos começar a colher os frutos da exibição da Copa do Mundo pelo FOX Sports. Então, estamos bastante otimistas e com expectativa de crescimento. Os investimentos continuarão. E esperamos que os nossos bons números de audiência reflitam em publicidade.


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