TV Brasil ABTA 2015

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AGOSTO 2015

EDIÇÃO ABTA

Mídia eficiente / Eduardo Ruiz da A+E / Gustavo López da AMC / Fernando Medin da Discovery





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NESTA EDIÇÃO

Investimento em audiovisual é o maior da história

Ricardo Seguin Guise Diretor-Geral Camila Viegas-Lee Editora da TV Brasil Ana Ban Subeditora Simon Weaver Diretor Online Victor L. Cuevas Diretor de Arte Alberto Rodríguez Gerente de Vendas e Marketing Dana Mattison Coordenadora de Vendas e Marketing Fiorella Martinez Assistente de Vendas e Marketing Terry Acunzo Gerente de Negócios

Ricardo Seguin Guise Presidente Anna Carugati VP Executiva e Diretora Editorial do grupo Mansha Daswani Publisher Associada e VP de Desenvolvimento Estratégico TV Brasil Marca registrada da WSN INC. 1123 Broadway, Suite 1207 New York, NY 10010 Estados Unidos Redação: (212) 924-7620 Fax: (212) 924-6940 E-mail: noticias@tvlatina.tv

ESPECIAL

8 A MÍDIA EFICIENTE

Executivos de alto escalão da TV paga brasileira permanecem positivos, mesmo em tempos de desaceleração econômica no país.

Apesar de o governo ter cortado quase R$ 70 bilhões em gastos e investimentos públicos do Orçamento deste ano e tentar implantar uma política de ajuste com o objetivo de colocar a economia de volta aos trilhos, nunca houve tanto investimento no setor audiovisual brasileiro, segundo o serviço de notícias do governo Portal Brasil. No ano passado, a presidente Dilma Rousseff lançou o programa Brasil de Todas as Telas, “uma ação de proporções inéditas não apenas em volume de recursos, mas por conta das iniciativas envolvidas, que abrangem toda a cadeia produtiva do audiovisual, da criação do roteiro, passando por produção, difusão, incentivo à pesquisa até a ampliação e a modernização do parque exibidor”, segundo a descrição oficial. Com recursos do Fundo Setorial Audiovisual, administrados pela Ancine, o programa está investindo R$ 1,2 bilhão em diversos setores, incluindo cinco mil bolsas de capacitação profissional e cursos de nível técnico em parceria com o Ministério da Educação, por meio do Pronatec Audiovisual. Manoel Rangel, diretor-executivo da Ancine até 2020, prevê que o Brasil possa se tornar o quinto mercado do mundo em produção e consumo de conteúdos audiovisuais. “Com a consolidação da Lei 12.485/2011, a Lei da TV Paga, serão veiculados mais conteúdos nacionais, com diversidade e qualidade, fortalecendo as programadoras nacionais, as produtoras independentes e outros agentes do mercado.” Entre os executivos das maiores programadoras de TV por assinatura ouvidos pela TV Brasil, há quem defenda a flexibilização da lei, principalmente em relação à propriedade, incluindo a extensão de uso de produções originais de um ano para pelo menos dois. Este é um dos assuntos em pauta na Feira e Congresso ABTA 2015, de 4 a 6 de agosto, em São Paulo. Outros assuntos a ser discutidos na ABTA são estratégias para manter o crescimento durante a instabilidade econômica e possíveis desafios futuros, como a competição de serviços over-the-top (OTT). Até nos Estados Unidos, onde a discussão é mais acirrada, é bom lembrar que em 2017, segundo projeções da consultoria IHS, os provedores OTT de vídeo terão US$ 9 bilhões em receitas contra cerca de US$ 105 bilhões dos provedores tradicionais. Leia sobre estes e outros debates nas próximas páginas. Por Camila Viegas-Lee

ENTREVISTAS

14 Eduardo Ruiz A+E

16 Gustavo López AMC

18 Fernando Medin Discovery

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A+E Networks Desaparecidos / NCSI: New Orleans / Kosher Soul / Um contra todos A A+E aposta em produções locais sobre investigação e futebol para cativar o público, e as internacionais também esão fortes. No canal A&E, em agosto, Desaparecidos traz histórias de pessoas que sumiram em São Paulo, com casos solucionados e outros ainda sem desfecho; e o drama NCIS: New Orleans investiga crimes militares nesta cidade do sul dos EUA. No Lifetime, o destaque vai para o reality show Kosher Soul (agosto) , com os preparativos para o casamento da estilista de moda Miriam Sternoff, judia de Los Angeles, e O’Neal McKnight, comediante afro-americano do sul dos EUA. E, para o fim do ano, o HISTORY prepara Um contra todos, sobre a vida de árbitros de futebol brasileiro e as barbaridades que os torcedores gritam durante o jogo.

Kosher Soul

AMC Networks International Fear the Walking Dead / Into the Badlands / Rectify Com a estratégia de exibir séries no Brasil nas 24 horas seguintes à estreia nos EUA, o AMC lança em agosto Fear the Walking Dead, spin-off do enorme sucesso The Walking Dead. Outra série que entra no AMC é Into the Badlands (novembro), drama de artes marciais baseado no clássico chinês Jornada ao Oeste, em que um guerreiro e um menino percorrem terreno perigoso em busca da iluminação. O Sundance Channel, que apresenta produções independentes dos maiores festivais de cinema do mundo, terá também a estreia da nova temporada da série original Rectify, em que um ex-presidiário que passou duas décadas no corredor da morte e acabou sendo inocentado por prova de DNA tem dificuldades para se readaptar à sociedade.

Fear the Walking Dead

Globosat Olimpíada / Cambalacho / Os suburbanos Para a ABTA 2015, a Globosat dará atenção especial à distribuição multiplataforma do conteúdo e à transmissão dos Jogos Olímpicos 2016 no Rio – com cobertura pelos 16 canais HD do SporTV e pela a plataforma VOD Globosat Play. Neste ano, o SporTV transmitirá ao vivo os principais eventos classificatórios para os Jogos Olímpicos. Já o canal VIVA traz de volta em agosto uma das novelas mais queridas no Brasil, Cambalacho, sucesso dos anos 1980 com Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri. No Multishow, Os suburbanos tem Rodrigo Sant’anna como Jeferson de Souza, morador do subúrbio carioca de Madureira apaixonado por pagode que vê sua vida mudar depois do sucesso de um vídeo amador na internet.

Os suburbanos


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Scripps Networks Interactive Sandwich King / Beat Bobby Flay / Guy’s Grocery Games O Food Network, primeiro canal da Scripps na América Latina, traz estreias de programas de chefs americanos consagrados e queridos do público fã de culinária para este segundo semestre. Em agosto estreia Beat Bobby Flay, uma série de competição gastronômica em que dois chefs se enfrentam pela chance de testar suas habilidades contra as do apresentador Bobby Flay. A pegadinha é que o chef convidado escolhe o prato a ser preparado, e Bobby tem que criar sua estratégia na hora para vencer o oponente. No mesmo mês, o comediante e chef Jeff Mauro – vencedor do Food Network Star – compartilhará sua paixão por sanduíches em Sandwich King. O público verá como ele, um apaixonado por esta forma de alimentação, é capaz de transformar qualquer refeição completa em uma delícia entre duas fatias de pão. Guy’s Grocery Games chega em setembro, apresentado por Guy Fieri. Quatro chefs são desafiados a visitar um supermercado comum e criar pratos de alto nível técnico. Eles terão que lidar com desafios do dia a dia como ser obrigados a substituir ingredientes que estão em falta ou usar apenas cinco itens dentro de um orçamento limitado de US$ 10. E o chef vencedor leva para casa um bom prêmio em dinheiro.

Guy’s Grocery Games

Turner Internacional do Brasil TMZ / Zé do Caixão / Rua Augusta / Ben 10 / Meninas Superpoderosas Comemorando os ótimos resultados do ano passado (38% de crescimento na audiência para filmes e séries e a liderança do Cartoon Network entre crianças de 4 a 11 anos), os canais da Turner preparam atrações bem variadas. No Warner Channel, estreia em setembro a versão brasileira do TMZ, programa de enorme sucesso em sua versão original, americana, com os bastidores mais quentes do mundo das celebridades nacionais e internacionais. Em outubro, Zé do Caixão chega ao SPACE. Esta série cobre a carreira e vida pessoal do cineasta José Mojica, com detalhes das filmagens e as dificuldades de produção de seus filmes de terror. Para o primeiro semestre de 2016, mais uma produção nacional está em pauta: Rua Augusta vai retratar, no canal TNT, todo a agito deste famoso e animado endereço da vida noturna paulistana. E as crianças não ficam de fora. Duas das séries mais queridas da garotada ganharão novas adaptações para uma nova geração de fãs em todo o mundo, produzidas pelo Cartoon Network. A primeira é Ben 10, com as aventuras do garotoherói com habilidades extraordinárias. E a outra é Meninas Superpoderosas, com Lindinha, Docinho e Florzinha completamente reimaginadas e prontas para salvar o mundo mais uma vez – mas só depois de ir para a escola.

Meninas Superpoderosas


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Cumbia Ninja, nova série da Fox.


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A MÍDIA EFICIENTE

Executivos de alto escalão da indústria da TV por assinatura permanecem positivos mesmo em tempos de desaceleração econômica no Brasil. Por Camila Viegas-Lee projeção oficial do governo brasileiro para 2015 é de uma recessão de 1,2% no PIB, a maior em 25 anos. Para 2016, a economia voltará a crescer, mas a alta será de somente 1%. Independentemente do pessimismo, a ordem é deixar o ajuste fiscal para trás e buscar, de todas as maneiras, trazer otimismo ao setor privado. Para executivos de alto escalão da indústria da TV por assinatura no Brasil, trata-se de uma questão de ver o copo meio vazio ou meio cheio. “Há o risco de as pessoas reduzirem suas assinaturas para os pacotes mais básicos, em que a oferta de canais é muito limitada”, diz Eduardo (Eddy) Ruiz, presidente e gerente geral da A+E Networks América Latina. “Mas também é possível dizer que há oportunidades e, de certa maneira, a indústria da TV por assinatura se beneficia porque oferece o melhor valor por entretenimento.” Raul Costa, gerente geral da Viacom, concorda: “Em momentos como estes, a TV paga ganha ainda mais relevância como opção de entretenimento da família, e une mais as pessoas nas salas, e aí é que está a oportunidade de gerar negócios. Ou seja, este é o momento de acreditar na TV paga como uma mídia eficiente.” Em 2015, não há dúvida de que os investimentos no setor caíram, já que os anunciantes estão mais comedidos, e que o crescimento será abaixo dos dois dígitos de anos passados. Mas o mercado trabalha com uma projeção de crescimento de 6% a 7% – nada mal ao lado das previsões econômicas oficiais do governo. Um dos motivos é a inquestionável demanda por banda larga. Outro é a demanda por vídeo que continua em alta. A penetração da TV paga no Brasil está ao redor de 30% e ainda há espaço para crescer se comparada com a de outros países da América Latina, que gira em torno de 50%. Durante fases de instabilidade, segundo Costa, há que priorizar, focar e investir onde realmente vale a pena. “Um bom planejamento estratégico conta a nosso favor”, diz. Ele explica que a Viacom tem investido principalmente em conteúdo de qualidade e eventos off-air como o Meus Prêmios Nick ou a transmissão ao vivo do 1º Festival Tomorrowland Brasil. “É um momento de construir e consolidar parcerias seja com nossos distribuidores ou anunciantes. De encontrar soluções que vão muito além dos 30 segundos [de anúncio] e, para isto, estamos colocando à disposição do mercado toda a nossa estrutura operacional, desde o desenvolvimento de conteúdos editoriais customizados usando leis de incentivo para uso em todas as nossas plataformas, no desenvolvimento de eventos promocionais, como o Verão Nick que parte para sua 15ª edição, de projetos com nossa área de licenciamento, e no desenvolvimento de projetos sociais, ou seja, tudo o que for relevante para nossos parceiros pode ser bem feito aqui, aproveitando a força das nossas marcas.”

A FOX, que tem 21 anos de experiência no Brasil, já passou por muitas adversidades do mercado. Segundo Gustavo Leme, vice-presidente sênior e diretor geral do grupo, “nesses momentos, procuramos estar mais próximos dos nossos clientes e afiliados e, no mercado publicitário, buscamos inovar em formatos especiais.”

PROGRAMAÇÃO LOCAL A estratégia da Turner também é buscar conexão cada vez mais efetiva com o público brasileiro. “Nosso plano é aumentar o investimento em produções originais e trazer grandes talentos brasileiros para nossa programação”, diz Rogério Gallo, vice-presidente de Filmes & Séries. A empresa estabeleceu uma equipe no Brasil para criação e produção de promos e outras iniciativas para reforçar o que eles chamam de local flavor. “Em menos de um ano, foram obtidos resultados extremamente positivos para os canais de Filmes & Séries”, diz Gallo. “A audiência cresceu 38% em 2014 em relação ao ano anterior, cerca de 10% a mais do que a média do mercado de TV por assinatura no país. Foi a maior audiência registrada pelo cluster de F&S no Brasil, nos últimos 13 anos.” Outra empresa que prioriza a programação local é a Scripps Networks América Latina. Ela acabou de lançar Cozinha na laje, no Food Network. Depois de viajar o mundo, o chef Pedro Benoliel volta para a casa no Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro, para redescobrir a comida local ao som de música brasileira tocada por bandas do morro. Cozinha na laje é a quarta produção original brasileira, depois de Menu da Semana, Bizu e ICKFD. “Nosso foco principal neste ano é continuar o rollout do Food Network em toda a região”, diz Márcio Fonseca, diretor-gerente do grupo na América Latina. “Há um apetite saudável para o conteúdo de alta qualidade da Scripps em todo o mundo – e é uma grande oportunidade expandir nossos negócios em toda a América Latina.” A principal estratégia da Discovery é oferecer canais que trazem uma proposta clara de valor. “Acreditamos que, ao oferecer um conteúdo de qualidade que seja relevante à audiência, iremos atrair cada vez mais anunciantes e assinantes, o que vai ajudar a contornar possíveis instabilidades econômicas”, diz Fernando Medin, vice-presidente executivo e diretor geral da Discovery Networks Brasil. Entre janeiro e maio de 2015, comparando com o mesmo período de 2014, o portfólio da Discovery no Brasil viu sua audiência crescer quatro vezes mais que o mercado da TV por assinatura. “O Discovery, líder do gênero factual há 11 anos, foi o único da categoria a crescer em audiência em 2015”, diz Medin. “O canal continua entre os dez mais assistidos da TV por assinatura e é hoje o sexto mais visto pelo público masculino de 25 a 54 anos.”


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No SPACE, estreia em outubro Zé do Caixão, com as filmagens e dificuldades de produção do icônico cineasta de terror José Mojica.

Gustavo López, vice-presidente de distribuição da AMC Networks International na América Latina, diz que o carrochefe de suas marcas no Brasil é criar e exibir programação de qualidade. “Uma de nossas prioridades nos últimos tempos tem sido a de mostrar séries exclusivas em menos de 24 horas depois da estreia nos EUA.” Isso inclui o drama Halt and Catch Fire e a exclusiva Fear the Walking Dead.

REGRAS PARA A PRODUÇÃO NACIONAL Os executivos, no entanto, expressam cautela ao responder questões relativas às imposições regulatórias da Ancine – como a Lei 12.485, que exige cotas diárias de programação nacional e regula direitos de propriedade cruzada e vertical no setor de produções nacionais – e da Anatel – como o novo Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações (RGC) que exige, entre outros, que operadoras ofereçam um site para consumidores acessarem diversos serviços, como dados detalhados da conta, solicitações, documentos de cobrança e análises de perfil de consumo. O governo brasileiro diz que as regras têm como finalidade proteger o consumidor e contribuir para o aumento da produção e distribuição de conteúdos nacionais, criando um incremento importante para a economia do audiovisual brasileiro, ampliando a qualidade das produções e o emprego criativo. Mas elas também encarecem o custo de fazer negócios no Brasil e, em época de crise econômica, as margens se estreitam. Para alguns, a questão das cotas já foi absorvida nos negócios, mas a questão da propriedade continua incomodando. Para outros, a assimetria legal com relação ao que é exigido das grandes empresas e o que é exigido de empresas produtoras de conteúdo over-the-top (OTT), por exemplo, não preocupa agora porque a banda larga brasileira ainda enfrenta limitações, mas não se pode negar que a indústria esteja atenta e investindo em multiplataformas como TV Everywhere e video-on-demand (VOD). Uma das pautas da ABTA Feira e Congresso neste ano é exatamente a regulamentação do setor e a possibilidade de flexibilização dessas regras. “Há grandes desigualdades em termos de requerimentos legais através dos continentes. Conduzimos nossos negócios seguindo esses requerimentos”, explica Ruiz, da A+E. “Isso me

frustra? Não. Eu gosto disso? Não. Já estávamos produzindo conteúdo nacional muito antes da lei das cotas no Brasil. O que é mais frustrante para mim é a questão da propriedade, que me parece injusta. Mas se estas são as regras, nós acatamos.” Para Ruiz, o bom conteúdo continua sendo rei, e o usuário sempre irá atrás dele, não importa a plataforma. “As vantagens da tela grande da sala de estar são claras, mas se você está no metrô ou preso no trânsito e só tem acesso à tela pequena do celular, é aí que vai assistir ao conteúdo”, diz. O grupo oferece VOD e o aplicativo History Play, na Sky e na Net. O app do A&E ficará pronto em agosto e o do Lifetime, em setembro. Costa, da Viacom, concorda, dizendo que um programa de qualidade seguramente vai conseguir ter sucesso em diferentes plataformas, mas a audiência tem de encontrálo primeiro. “Acredito que há espaço tanto para a TV linear como para conteúdos on-demand ou over-the-top. No final, eles atendem a diferentes necessidades.” Segundo a pesquisa “TV Redefined”, que a Viacom acabou de lançar mundialmente, a TV Linear ainda é a única forma de acesso que satisfaz ambas necessidades: “A experiência puramente passiva – você chega em casa, senta no sofá, e simplesmente pega o controle remoto deslizando para cima e para baixo conferindo o que a TV traz –, e a experiência ativa – quando é algo que você não pode perder, como jogos esportivos, reality shows de competição, premiações, eventos de música, ou mesmo um grande drama que vai ao ar toda semana e você simplesmente tem que saber o que está acontecendo”. A pesquisa concluiu que as plataformas não lineares têm uma função diferente. Elas são ótimas para entregar o que você perdeu na TV, e permitem que o espectador assista a programas antigos completos. “Vejo todas essas novidades como um complemento à TV por assinatura”, diz Costa. “Uma biblioteca com bom conteúdo promove a conexão com os telespectadores, independentemente da plataforma usada.” O Cartoon Network Brasil, da Turner, por exemplo, além de investir em conteúdo para plataformas diferentes, está tentando trazer o que há de mais inovador no mercado. “Em março deste ano, lançamos a plataforma CN GO, com o conceito inovador watch and play, que permite que a criança jogue e assis-


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distribuição, trabalhando na oferta de conteúdo para diferentes plataformas, como VOD e TVE.” Fonseca lembra que a Scripps detém quase todos os direitos de sua programação e, portanto, tem maior flexibilidade de uso de propriedade. “Trabalhamos com os nossos parceiros de distribuição para apoiar seus esforços e ficamos atentos a novas oportunidades de crescimento”, diz. E, finalmente, a AMC enfoca o crescimento da indústria de televisão paga, assim como seus parceiros de marketing, com conteúdo sob demanda e via TV Everywhere. Segundo López, “nunca houve melhor época para ser fã de televisão de qualidade, e estamos ansiosos para apoiar ainda mais o crescimento do ecossistema da TV por assinatura no futuro”.

NOVO CANAL LATINO-AMERICANO

A série Toni la Chef, estreia do Nickelodeon, traz a peripécias de uma garota de 16 anos que abre seu restaurante em Miami.

A Globosat está preparando um canal em parceria com a Caracol Televisión, uma das maiores emissoras abertas da Colômbia. As duas empresas estudaram a oportunidade de lançar um canal de estilo de vida (decoração, culinária, moda, viagem, beleza, etc.) para o mercado hispânico nos EUA. “Há espaço para um canal que tenha como missão mostrar o que acontece de melhor e mais bonito na América Latina”, diz Marcelo Spínola, diretor de canais internacionais da Globosat. “Um canal de lifestyle que ofereça conteúdo feito só por latino-americanos é algo único.” As emissoras realizaram uma pesquisa com cinco grupos sócio-demográficos de Los Angeles, Nova York, Chicago, Dallas e Miami, para testar a marca do canal Macondo Way. (Macondo é o nome da aldeia do livro Cem Anos de Solidão). Elas apresentaram a grade de programação, os programas originais e a identidade visual da marca. “Houve plena identificação com a proposta de programação do canal, que será formada com programas da Globosat, adquiridos na América Latina e produções originais exclusivas”, diz Spínola. Esse estudo foi ainda apresentado às principais operadoras de TV por satélite e cabo americanas. Segundo Spínola, “perceberam que há um valor muito grande em oferecer um canal de estilo de vida feito por latinos para o público hispânico que atende aos anseios da nova geração de millennials. Estamos em negociações avançadas com estas operadoras.”

ta ao Cartoon Network na mesma tela”, diz Daniela Vieira, diretora de conteúdo do canal. “A plataforma está disponível para computadores e dispositivos móveis.” O CN GO traz também jogos inéditos, desenvolvidos exclusivamente para ele. “Consideramos um passo importante da Turner rumo a um novo conceito de TV Everywhere, que em breve vai englobar outros canais, assim como já acontece com o TNT GO.” A FOX acredita que a competição com produtos OTT vai ficar mais acirrada nos próximos dois anos. “Estamos preparando nosso produto Fox Play para enfrentar esta competição”, explica Gustavo Leme. Os canais da Disney também estão preocupados em oferecer escolha ao público na hora de acessar conteúdo. “Estamos passando por um momento em que a tecnologia modifica as práticas de consumo, o conteúdo e a experiência”, diz Cecilia Mendonça, Vice-presidente e General Manager Disney Channels Latin America, The Walt Disney Company Latin America. “Inicialmente, o produto pode sair dos canais lineares, mas sem dúvida irá se expandir para outras plataformas, como, por exemplo, por meio de conteúdos desenvolvidos para o [site] Disney.com.br.” Por sua vez, Medin, da Discovery, acredita que “a questão seja mais da mudança no modelo de negócio do que da tecnologia em si”. “A premissa da Discovery é continuar agregando valor a nossos parceiros de O chef Pedro Benoliel redescobre pratos locais em Cozinha na laje, do Food Network.


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EDUARDO RUIZ Por Camila Viegas-Lee

Dar um toque original à programação é uma das razões pelas quais canais como o A&E e HISTORY investem em produção nacional na América Latina. Afinal, é sempre possível comercializar o conteúdo mais tarde no mercado hispânico dos Estados Unidos, Europa ou Ásia. Mas, para Eduardo (Eddy) Ruiz, presidente e gerente geral do A+E Networks América Latina, a prioridade de suas produções locais “não é apenas satisfazer, mas deleitar” a audiência. Ruiz lembra que o grupo já investia em produção original muito antes da Lei 12.485, que estabelece cotas de produção nacional na grade das programadoras e controla o direito de propriedade cruzada e vertical no setor. Outras questões como a assimetria legal entre o que é exigido de empresas de conteúdo OTT e empresas de TV por assinatura, a desaceleração econômica ou a instabilidade política no Brasil não o incomodam tanto quanto a questão da limitação da lei à propriedade. Mesmo que um canal financie 100% da produção de conteúdo, a propriedade é da produtora nacional. “O que é mais frustrante para mim é a questão da propriedade, que me parece injusta. Mas se estas são as regras, nós acatamos”, diz. Em entrevista para a TV Brasil, Ruiz fala sobre estes assuntos e os destaques de programação para o segundo semestre. TV BRASIL: Em anos anteriores, os canais do grupo A+E Networks América Latina – HISTORY, A&E e, mais recentemente, H2 e Lifetime – obtiveram crescimento significativo no Brasil. Com a desaceleração da economia brasileira, como tem sido o desempenho dos canais?

Quais são suas estratégias para manobrar o grupo em tempos de crise política e econômica? RUIZ: Com exceção da desvalorização do real em relação ao dólar, que gera um impacto na receita, honestamente não estamos sentindo a desaceleração da economia brasileira por causa do tipo de conteúdo que produzimos. Para mim é mais uma questão de ver o copo meio vazio ou meio cheio. Há o risco de as pessoas reduzirem suas assinaturas para os pacotes mais básicos, em que a oferta de canais é muito limitada, mas também é possível dizer que há oportunidades e, de certa maneira, a indústria da TV por assinatura se beneficia porque oferece o melhor valor por entretenimento. Quanto à empresa em si, a questão econômica não afeta tanto porque nossas estratégias são definidas com dois ou três anos de antecedência. O objetivo é produzir o melhor nível de programação para todos os nossos canais e complementá-lo com aquisições de qualidade. Oferecemos, por exemplo, curtas ou interstitials produzidos exclusivamente para o nosso site e mídia social sobre o Campeonato Brasileiro de Turismo que está sendo liderada por Marco Cozzi, piloto patrocinado pelo HISTORY. Canais como o A&E e o HISTORY já estão estabelecidos no Brasil e atingem 20 milhões de domicílios com séries como The Night Shift, NCIS: LA e a nova NCIS: New Orleans. O Lifetime, que tem uma distribuição menor, de 6 milhões de domicílios, também tem mostrado bons resultados entre o público feminino com filmes e séries como Pequenas grandes mulheres. E, finalmente, o H2 alcança cerca de 4 milhões de domicílios, com documentários e um conteúdo histórico aprofundado para satisfazer um público adulto de poder econômico mais alto. Trata-se de um portfólio em que os canais se complementam. TV BRASIL: O infiltrado e Contato extraterrestre obtiveram bons resultados como produções originais. Quais são os destaques da programação para este segundo semestre? RUIZ: Em agosto, está programada para o A&E a série Desaparecidos. Cerca de 60 pessoas desaparecem em São Paulo todos os dias. Dois casos serão retratados por capítulo: um de alguém que foi reencontrado e outro de uma pessoa que continua desaparecida. O interessante é que estamos trabalhando junto com as autoridades paulistas para divulgar um número de telefone, tipo hotline, para receber chamadas de quem possa ajudar. Portanto, estamos também engajando a audiência. Ofereceremos ainda a segunda temporada de Até que a morte nos separe, sobre crimes envolvendo histórias de casais que se amaram, mas que terminaram em assassinato. Lançaremos ainda a série Guerra do Paraguai, que trata da história dos conflitos entre o Brasil e o Paraguai no fim do século 19. E, finalmente, para o quarto trimestre, mostraremos a série Um contra todos, sobre a vida de árbitros de futebol brasileiros e as barbaridades que os torcedores gritam durante o jogo. A maior novidade é que estamos traba-


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A produção nacional Guerra do Paraguai conta com reencenações realistas de batalhas do conflito travado entre 1865 e 1870. lhando na produção nacional de uma série para o Lifetime sobre mulheres executivas de grande sucesso no Brasil, prevista para o ano que vem. TV BRASIL: No ano passado, o senhor mencionou a abertura dos escritórios em São Paulo e previu que começaria a gerar resultados em um par de anos – já que era necessário treinar pessoal e estabelecer relacionamentos com agências de propaganda, entre outros. Está satisfeito com o investimento? RUIZ: Muito. As seis áreas de atuação do escritório são: administrativo, marketing, digital, vendas publicitárias e programação, incluindo produção original. Em maio, comemoramos dois anos em São Paulo e estamos contentes com os resultados da equipe supervisionada por Emilio Alcalde, gerente geral do escritório brasileiro. Todas as agências de publicidade os conhecem e eles têm um calendário intenso de road shows e de participações em eventos importantes. De uma base pequena, duplicamos nossas vendas e tudo indica que neste ano duplicaremos de novo. TV BRASIL: Como estão os planos da plataforma de VOD e TV Everywhere e como o senhor vê a competição gerada por conteúdos over-the-top (OTT)? RUIZ: O impacto atual dos serviços OTT não é tão severo no Brasil quanto é nos Estados Unidos, por exemplo. E isso se deve à limitação da banda larga brasileira. Se a banda não tem velocidade suficiente, a experiência do usuário não é boa. Mas, nos próximos cinco anos – ou talvez ainda antes disso no Brasil –, a competição será maior. Obviamente todos disputam os olhos da audiência. Mas a indústria da TV paga está se posicionando. Nós, por exemplo, oferecemos produtos de VOD através da Sky e da Net, e de TV Everywhere através de nosso apli-

cativo History Play, também disponível na Sky e na Net. O app do A&E ficará pronto em agosto e o do Lifetime, em setembro. A constante evolução da tecnologia é um desafio. Num piscar de olhos, a tecnologia atual fica obsoleta. Mas o conteúdo continua sendo rei. O usuário vai atrás do conteúdo de qualidade, seja com um celular nas mãos ou uma televisão de 60 polegadas na sala. É por isso que tomamos nossas decisões baseadas naquilo que traz maior benefício para o usuário. As vantagens da tela grande são claras, mas se você está no metrô ou preso no trânsito e só tem acesso à tela pequena do celular, é aí que você vai assistir ao conteúdo. E queremos que a experiência seja a mesma em termos de qualidade, não importa onde você assista aos nossos produtos. Só não pode assistir no carro e dirigir ao mesmo tempo. TV BRASIL: Alguns executivos da indústria de TV paga reclamam da assimetria legal entre o que é exigido de empresas de conteúdo OTT e empresas de TV por assinatura. Essa disparidade é frustrante para o senhor? RUIZ: Não vejo a OTT como ameaça. Temos que nos adaptar às novas tecnologias, oferecer o maior benefício a nossos clientes, promover reconhecimento de marca e garantir a conexão entre nossos produtos e os consumidores. Acreditamos que a economia de mercado seja a melhor para os consumidores. Há grandes desigualdades em termos de requerimentos legais através dos continentes. Conduzimos nossos negócios seguindo esses requerimentos. Isso me frustra? Não. Eu gosto disso? Não. Já estávamos produzindo conteúdo nacional muito antes da lei das cotas no Brasil. O que é mais frustrante para mim é a questão da propriedade, que me parece injusta. Mas se estas são as regras, nós acatamos.

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GUSTAVO LÓPEZ

AMC NETWORKS INTERNATIONAL Por Camila Viegas-Lee

O AMC Networks International continua com olhos voltados à América Latina. Além de ter lançado canais no México, Argentina, Colômbia e, mais recentemente, no Chile, o grupo inaugurou em novembro o Sundance Channel no Brasil e anunciou em junho a abertura de escritórios em São Paulo para executivos da empresa em áreas como vendas afiliadas, vendas de publicidade e produção de conteúdo. O escritório paulistano servirá ainda para atender os canais do AMC para a América Latina, incluindo AMC, Sundance Channel, elgourmet, Casa Club TV, Film & Arts e Europa Oriental. O grupo formou ainda parceria com o canal brasileiro de cozinha Chef TV para aumentar suas produções originais na região. Por meio desta colaboração, o AMC Networks International poderá contar com a equipe do Chef TV para desenvolver produções originais para os canais voltados a estilo de vida na região. Hoje, 80% da programação do Chef TV tem produção nacional e está disponível por meio de plataformas de televisão por assinatura no Brasil, dispositivos móveis e pelo site www.cheftv.com.br. Gustavo López, vice-presidente de distribuição do AMC Networks International na América Latina, conversou com a TV Brasil sobre estes investimentos e outras estratégias para a região. TV BRASIL: O senhor mencionou numa entrevista recente para a nossa publicação irmã TV Latina que o Sundance Channel é o único canal capaz de oferecer ao público latino-americano o melhor dos filmes, séries e documentários do Festival de Sundance e de outros festivais de cinema independentes no mundo. Como está o desempenho do canal no Brasil considerando a atual desaceleração econômica e a instabilidade política? LÓPEZ: O Sundance Channel foi lançado no Brasil em novembro do ano passado e, portanto, somos relativamente novos no mercado. Acreditamos que o canal ofereça algo verdadeiramente original para o público local. Isso inclui filmes independentes que acabam de passar em alguns dos maiores festivais do mundo. Às vezes, mostramos filmes que ainda estão passando no cinema, ou lançamos ao mesmo tempo em que estreiam no cinema. Também oferecemos lançamentos independentes locais, alguns dos maiores sucessos do gênero de todas as épocas e de diretores de todo o mundo. Além disso, mostramos dramas originais em primeira mão, muitos deles vindos do nosso canal nos Estados Unidos. Atualmente, temos sete séries exclusivas e aclamadas pela crítica presentes no canal. O Brasil é um dos mercados internacionais em crescimento mais importantes para a empresa, e por isso estamos particularmente animados pela presença do Sundance Channel e de outras marcas do AMC Networks International no país. Desde que lançamos o canal no Brasil, o retorno dos operadores, jornalistas e público tem sido extremamente positivo, e é por isso que estamos ansiosos para continuar investindo neste impulso nos próximos meses.


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TV BRASIL

TV BRASIL: Quais são as estratégias do AMC Networks International América Latina para continuar firme perante a concorrência no mercado e durante o atual momento de instabilidade econômica e política brasileira? LÓPEZ: Criar e exibir excelente programação é o carro-chefe de nossa estratégia para todas as nossas marcas. Uma de nossas prioridades mais importantes nos últimos tempos tem sido a de mostrar séries exclusivas no Brasil em menos de 24 horas depois de sua estreia nos Estados Unidos. No momento, estamos exibindo a nova temporada de Halt and Catch Fire no AMC, e vamos transmitir com exclusividade a esperada série Fear the Walking Dead ainda neste ano. A série, que é um spin-off de The Walking Dead, terá pelo menos duas temporadas, e por isso mostraremos mais episódios no ano que vem.

LÓPEZ: Concorrência é sempre bom para a indústria do entretenimento, porque ajuda a gerar mais conteúdo de qualidade para atender às demandas de uma variedade de audiências maior. Nosso foco é apoiar o crescimento da indústria de televisão paga, assim como os nossos parceiros de marketing. Nossos direitos avançados [de propriedade intelectual] nos permitem oferecer conteúdo sob demanda e via TV Everywhere, e estabelecemos boas parcerias com operadoras de todo o mundo para estratégias de marketing na medida em que elas oferecem estes serviços a seus assinantes. Nunca houve melhor época para ser fã de televisão de qualidade, e estamos ansiosos para apoiar ainda mais o crescimento do ecossistema da TV por assinatura no futuro, com o nosso portfólio de relevância local e renome mundial.

TV BRASIL: O que mais está na sua agenda para o mercado brasileiro no futuro próximo? LÓPEZ: O Brasil é um de nossos mercados em crescimento de maior prioridade, e vemos muitas oportunidades para expandir a atual distribuição de nossas marcas AMC, Sundance Channel e Film & Arts. Também estamos interessados na introdução de novas marcas para o público brasileiro, assim como em desenvolver produções locais originais no futuro.

TV BRASIL: Quais são os destaques da programação do grupo para o segundo semestre no Brasil? LÓPEZ: Para o Sundance Channel, planejamos uma série de filmes adquiridos no Festival de Sundance em Park City, Utah, e vamos estrear a nova temporada da aclamada Rectify em outubro. Para o AMC, estamos passando a nova temporada de Halt and Catch Fire e mostraremos a esperada série Fear the Walking Dead no fim do ano. O Film & Arts continua exibindo uma variedade grande de programas culturais exclusivos. Nosso público tem muito o que celebrar nos próximos meses.

TV BRASIL: Como o senhor vê a concorrência imposta por serviços over-the-top (OTT) no Brasil?

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A série Rectify trata do retorno à sociedade de Daniel Holden, um prisioneiro inocentado depois de duas décadas no corredor da morte.


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TV BRASIL

O Discovery Kids continua crescendo em audiência e se mantém como o canal mais assistido da TV por assinatura e o mais distribuído do mercado. O TLC encontrou o seu público e está com um ótimo desempenho. O canal atingiu sua melhor média semanal de audiência em maio desde o lançamento em 2011. O Investigação Discovery também apresenta uma tendência de crescimento em 2015. Em maio, o canal atingiu sua melhor média mensal de audiência entre mulheres de 25 a 54 anos desde o lançamento em julho de 2012. Outro canal de grande importância para o portfólio é o Discovery Turbo, que tem tido uma ótima recepção dos espectadores, com um recall de marca crescente. Em 2015, estamos com uma grade de programação ainda mais robusta, com centenas de horas de conteúdo inédito. Em 2014, também reforçamos o portfólio HD do Discovery, com novo pacote gráfico e horas exclusivas no Discovery World e no Discovery Theater HD. TV BRASIL: Quais são os destaques da programação de seus canais para o segundo semestre deste ano? MEDIN: No Discovery, teremos as estreias da terceira temporada de Águias da cidade (série consagrada que acompanha o traba-

FERNANDO MEDIN

DISCOVERY NETWORKS Por Camila Viegas-Lee

Entre janeiro e maio de 2015, comparado com o mesmo período de 2014, o portfólio do Discovery Networks no Brasil viu sua audiência crescer quatro vezes mais que o mercado brasileiro da TV por assinatura. Segundo pesquisa do Ibope 15 Mercados, o total de assinantes de TV paga com o portfólio do Discovery – isto é: Discovery Channel, Discovery Kids, Discovery Home & Health, TLC, ID e Animal Planet – cresceu 8%, enquanto o mercado registrou aumento de audiência de 2%. Fernando Medin, vice-presidente executivo e diretor geral do Discovery Networks no Brasil, lembra que o Discovery, líder do gênero factual há 11 anos, foi o único da sua categoria a crescer em audiência em 2015. Em entrevista exclusiva para a TV Brasil, Medin falou sobre as estratégias do grupo para navegar a instabilidade econômica e política do Brasil atual e como vê a performance do Discovery no país nos próximos dois a quatro anos.

TV BRASIL: O Discovery é conhecido por um sólido portfólio no Brasil, onde três canais são pioneiros e líderes em seu gênero: Discovery Channel, Discovery Kids e Discovery Home & Health. Como está a performance destes canais e de apostas mais recentes como o Investigação Discovery (ID), TLC e Discovery Turbo, levando em conta o declínio econômico e a instabilidade política do país? MEDIN: Contamos com um portfólio consolidado, não apenas com os três canais já estabelecidos e líderes em seus segmentos, como também com as novas apostas: TLC, ID e Discovery Turbo, com os quais temos alcançado ótimos resultados. O Discovery Home & Health, líder em estilo de vida há seis anos, é também o segundo canal adulto com o maior tempo de permanência entre mulheres.

lho de salvamento e resgate realizado pelo Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar do Estado de São Paulo, mais conhecidos como Águias), Ilhados com Bear Grylls (em um experimento único, o especialista em sobrevivência Bear Grylls tenta descobrir se o homem moderno é engenhoso e resistente o bastante para sobreviver absolutamente sozinho numa ilha), Nascido para reinar (superprodução que acompanha, ao longo de 16 anos, um bando de leões na África do Sul e desvenda seu comportamento) e o documentário Racing Extinction (ainda sem título em português, dirigido pelo vencedor do Oscar de melhor documentário Louie Psihoyos, que, por meio de ativistas, cientistas e fotógrafos da natureza, dá acesso aos bastidores do mercado negro de espécies em extinção). No Discovery Kids, a produção mais esperada do ano, Parque do Patati Patatá (com a dupla de palhaços mais amada do Brasil), está prevista para estrear em outubro. No Discovery Home & Health, podemos destacar a produção nacional Na casa deles, um programa que vai mostrar alguns dos chefs mais renomados do Brasil preparando pratos em sua própria cozinha, além da nova temporada de Irmãos à obra, em que Drew e Jonathan ajudam casais a encontrar imóveis depreciados e transformá-los em casas perfeitas. O Discovery Turbo terá diversas estreias a partir de agosto, como Custom Club Brasil (série nacional sobre o dia a dia da AZ Motorcycle, oficina especializada em customização de motos, em São Paulo) e a segunda temporada de Carros alucinantes, com Brian Johnson (o vocalista da banda AC/DC que analisa, discute e dirige alguns dos modelos mais icônicos da história, do Bugatti à Ferrari), entre outros programas.


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