CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES São Carlos | SP
Yasmin D.D.Santiago
Centro Universitário Central Paulista | UNICEP Trabalho de Graduação Interdisciplinar II
CENTRO DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES São Carlos | SP
Yasmin Dotta Damha Santiago Orientador: Renato Aurélio Locilento Dezembro | 2019
AGRADECIMENTOS Dedico este instrumento a todas as pessoas que acreditaram na sua elaboração.
Em especial aos que sempre confiaram nos meus esforços e apoiaram-me durante toda a trajetória, com muita compreensão e amor. Minha admiração e sincero agradecimento ao meu orientador, Renato Locilento, por toda dedicação e apoio durante esse processo. E ás crianças e aos adolescentes abrigados, que com sorriso no rosto me acolheram.
APRESENTAÇÃO Neste instrumento de pesquisa visa-se a compreensão sobre crianças e adolescentes em
situação de vulnerabilidade pessoal ou social na cidade de São Carlos – São Paulo. Apresentam-se considerações importantes sobre o cenário deste público em questão, fatores e motivações influenciadores para a escolha de contato com esta vocação, objetivos a serem atingidos e assim indicações projetuais para garantir um ambiente acolhedor e protetivo aos menores desprotegidos. Palavras – chave: Crianças e Adolescentes, Acolhimento, Qualidade de Vida.
A criança é o princípio sem fim, o fim da criança é o princípio do fim. Quando uma sociedade deixa matar as crianças, é porque começou seu suicídio como sociedade. Quando não as ama, é porque deixou de se reconhecer como humanidade. Afinal, a criança é o que fui em mim e em meus filhos, enquanto eu e humanidade. Ela, como princípio, é promessa de tudo. É minha obra, livre de
mim. Se não vejo na criança uma criança, é porque alguém a violentou antes e o que vejo, é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado. Mas essa que vejo na rua, sem pai, sem mãe, sem casa, cama e comida; essa, que vive a solidão das noites sem gente por perto, é um grito, é um espanto. Diante dela, o mundo deveria parar para começar um novo encontro, porque a criança, é o princípio sem fim e o seu fim, é o fim de todos nós.
Herbert de Souza | Sociólogo.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO PG. 13
2. ACOLHIMENTO PG. 23
3. REFERÊNCIAS PG. 35
4. CENÁRIO PROJETUAL PG. 53
5. O PROJETO PG. 77
6. ANEXOS PG. 107
7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS PG. 113
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. BRASIL. Constituição (1988) Emenda Constitucional nº 35 de 13 de julho de
2010. Título VIII Da Ordem Social. Capítulo VII Da Família, Da Criança, Do Adolescente, Do Jovem e Do Idoso. In: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
SIGLAS
CONANDA | Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
DPSE | Departamento de Proteção Social Especial ECA | Estatuto da Criança e do Adolescente FDE | Fundação para o Desenvolvimento da Educação
MDS | Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome ONU | Organização das Nações Unidas SAC | Serviços de Ação Continuada
SEDH | Secretaria Especial dos Direitos Humanos SESC | Serviço Social do Comércio SPDCA | Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente SNAS | Secretaria Nacional de Assistência Técnica UFSCAR | Universidade Federal de São Carlos USP | Universidade de São Paulo
ABANDOAR (v.) É deixar alguém sem avisar. É o ato covarde de largar na rua um bichinho que você “não quer mais”. É tratar como descartáveis. É manchar com dor as boas memórias que criamos. É desamparar alguém que encontrava conforto na sua presença, pro amor, é castigo. É matar com ausência.
João Doederlein.
1. INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO O
tema
abordado
surgiu
através
do
interesse
de
proporcionar acolhimento provisório e excepcional para
13
A amor e a compreensão por parte dos pais e da sociedade;
crianças e adolescentes (0 a 18 anos incompletos) de
A educação gratuita e ao lazer infantil;
ambos os sexos, que se encontram em situação de risco
A ser
pessoal,
social
responsáveis
e
de
abandono,
encontram-se
cuja
famílias
ou
temporariamente
impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e de
proteção.
As
crianças
e adolescentes
em
questão
socorrida em
primeiro
lugar, em
caso de
catástrofes;
A ser protegida contra abandono e a exploração no trabalho; A crescer dentro de um espírito de solidariedade,
apresentam um quadro de fragilidade, configurando a
compreensão, amizade e justiça entre povos.
necessidade de um acolhimento que não se limite apenas
A problemática dos menores no Brasil começou por volta
aos procedimentos administrativos, mas de atenção e
de 1550, pouco depois do princípio da colonização
cuidados para que não sejam revitimizados.
portuguesa, que desde então já tinha envolvimento com
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU)
crianças abandonadas nas ruas, pelas famílias, quanto
em 20 de Novembro de 1959 toda criança têm o direito:
para órfãs. (LEITE, 2012, p.11).
A igualdade, sem distinção de raça, religião
ou
nacionalidade; A especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social;
Mesmo com a necessidade de um órgão capacitado para assumir essa categoria, até 1900 o atendimento a essa
imposição era de responsabilidade da Igreja. Somente em 1922 se inicia na cidade do Rio de Janeiro a primeira
A um nome e a uma nacionalidade;
organização
A alimentação, moradia e assistência médica adequada
adolescentes.
para criança;
A educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente;
para
atendimento
á
crianças
e
a
Outros órgãos capacitados foram criados no decorrer dos anos seguintes, até que em 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assume a proteção integral e
14 torna-se a única legislação da América Latina, a qual cria
e Estatística (IBGE) considera-se que no ano de 2016 o Brasil
em 1991 o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
registrou 68 milhões de crianças e adolescentes (0 – 17
Adolescente (CONANDA).
anos), do qual mais de um terço deles se localiza na região
Visto que o contexto é de grande valia e que merece
Sudeste do pais, conforme tabela 1.0.
atenção e cuidado, é importante entender o que leva
Tabela 1.0 População entre 0 e 17 anos no Brasil (2016).
esses
Fonte: SEDH, SPDCA E CONANDA. Própria Autoria.
menores
desvalidos
aos
abrigos
e
casas
de
acolhimento por todo Brasil, e assim compreender qual é a real
indispensabilidade
na
cidade
de
São
Carlos,
Regiões
População Total
População (0-18 anos)
% da População
Norte
17.707.783
7.365.216
41,6
Sudeste
56.915.936
20.633.044
36.3
Sul
86.365.952
25.845.691
29.9
CentroOeste
15.660.988
5.244.966
33.5
Brasil
206.081.432
68.018.239
33.0
localizada na região Centro-Leste do Estado de São Paulo. Imagem 1.0 Localização da região Centro – Leste do
Estado de São Paulo. Fonte: Própria Autoria.
Outro levantamento que contribui para o entendimento deste cenário é o “Levantamento Nacional de Abrigos Apresentado pela Fundação Abrinq no Cenário da Infância e do Adolescente no Brasil 2018, as estimativas
populacionais produzidas pelo Instituto de Geografia
para Crianças e Adolescentes da Rede de Serviços de Ação Continuada (SAC), realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), onde apresenta 20 mil crianças e adolescentes residentes nos 589 abrigos
15 encontrados no Brasil.
estes menores desvalidos ingressarem em casas de abrigo.
Tabela 1.1 Número de Abrigos e Abrigados (2003).
De acordo com pesquisa feita pelo IPEA, o abrigamento
Fonte: Própria Autoria.
de crianças e de adolescentes ocorre pela carência de recursos materiais da família, abandono pelos pais ou
Regiões
Nº de Abrigos
Nº de Abrigados
Região | UF
Frequência
Frequência
Norte
25 | 4.2%
370 | 1.9%
Nordeste
112 | 19%
5.693 | 29.4%
Apesar de todos esses motivos, a situação de carência de
Sudeste
49.1%
8.716 | 45.0%
recursos materiais da família atinge a maior porcentagem
responsáveis do menor, violência doméstica, dependência
química por parte dos pais ou dos responsáveis, vivência nas ruas, orfandade, prisão dos pais ou responsáveis e o abuso sexual praticado pelos pais e responsáveis.
de ocorrência, totalizando 24,1%, ou seja, 52% dos menores
Sul
122 | 20.7%
1.586 | 15.5%
Centro Oeste
41 | 7.0%
1.586 | 8.2%
Gráfico 1.0 Motivos de Ingresso em Abrigos Relacionado á
Brasil
589 | 100%
33.0 | 100%
Pobreza (2003). Fonte: Própria Autoria.
abrigados apresentam pobreza familiar. (Gráfico 1.0 e 1.1)
De acordo com a tabela 1.1, é possível analisar a persistência da região sudeste no topo das pesquisas quando relacionadas a este assunto; já que 49,1% dos
abrigos e 45% dos abrigados se encontra nesta região; portanto o estado de São Paulo assume 1/3 das crianças e dos adolescentes abrigados.
A alta demanda ao Estado de São Paulo, sugere a necessidade de questionar os reais motivos para estes
Carência de Recursos | 24.1% Abandono | 18.8%
Vivência de Rua | 7,0% Exploração e Tráfico | 1,8%
16 Gráfico 1.1 Motivos de Abrigamento (2003).
meninos e 41,5% meninas e entre sexo masculino e
Fonte: Própria Autoria.
feminino temos 11,7% de 0 a 3 anos de idade, 12,2% de 4 a
6 anos, 19,9% de 7 a 9 anos, 21,8% de 10 a 12 anos, 20,5% de 13 a 15 anos e 11,9% entre 16 e 18 anos incompletos. Portanto podemos concluir através deste levantamento
quantitativo, que conforme aumenta a faixa etária também se aumenta a frequência do número dos abrigados, tendo essa ocorrência até aos 13 anos de idade, depois do qual, o número de adolescentes se torna
Carência de Recursos | 24.1%
menos expressivo.
Abandono | 18.8% Violência Doméstica | 11,6%
O gráfico 1.2 e a tabela 1.2 fornecem um boa expressão
Pais Dependentes Químicos | 11,3%
da concentração e frequência dos abrigados na faixa
Vivência nas Ruas | 7,0%
etária dos 7 aos 15 anos, no qual podemos associar este
Órfão | 5,2%
resultado ao fator de maior ocorrência de admissão aos
Pais ou Responsáveis Detidos | 3,5%
abrigos, ou seja, carência dos recursos da família.
Abuso Sexual Praticado por Pais | 3,3%
Gráfico 1.2 Faixa Etária dos Abrigados (2003).
A faixa etária dessas crianças e adolescentes e gêneros
Fonte: Própria Autoria.
que frequentam os abrigos, são dados que também
contribuem para a formulação do problema, bem como na elaboração futura do programa de necessidades do Centro de Acolhimento.
Segundo
o
Levantamento
Nacional
já
citado
anteriormente, do total dos abrigados 58,5% são meninos e
Frequência nos Abrigos Faixa Etária dos Abrigados
17 Tabela 1.2 Faixa Etária dos Abrigados (2003).
Imagem 1.1 Mapa de Equipamentos de Acolhimentos a
Fonte: Própria Autoria.
Crianças e Adolescentes. Fonte: Própria Autoria.
Idade
Brasil
0 | 3 Anos
11.7%
4 | 6 Anos
12.2%
7 | 9 Anos
19.0%
10 | 12 Anos
21.8%
13 | 15 Anos
20.5%
16 | 18 Anos
11.9%
+ de 18 Anos
2.3%
Sem Info.
0.6%
Tendo o entendimento da problemática em nível da República Federativa e reduzindo posteriormente para o Estado de São Paulo, cabe então suprir e compreender a
situação dos menores desfavorecidos em São Carlos. A Prefeitura da cidade alugou dois imóveis para atender as crianças e adolescentes da Casa de Acolhimento
Cláudia
Picchi
Porto
(antigo
albergue
infantil)
funcionava desde 2013 no Centro Pastoral da Diocese.
que
N
Área de Intervenção Diocese de São Carlos Unidade Vila Carmem Unidade Vila Prado Conselho Tutelar
Avenida São Carlos Rodovia | Sentido Cidade de Ibaté Rodovia | Santa Eudóxia e Água Vermelha Rodovia Washington Luiz Rodovia | Sentido Ribeirão Bonito e Dourado Rodovia | Sentido Itirapina e Brotas Rodovia | Sentido Descalvado e Porto Ferreira
18 Segundo
a
Secretaria
Municipal
de
Cidadania
e
e estar inserido na comunidade, em áreas residenciais.
Assistência Social, a mudança foi necessária em virtude da
Imagem
1.2
Unidade
Vila
Carmem
da
Casa
de
reforma pela qual o antigo imóvel precisou passar.
Acolhimento Cláudia Picchi Porto. Fonte: Acervo Pessoal.
Em 2013 a Prefeitura fez as adequações necessárias no prédio do Centro Pastoral, porém alguns problemas estruturais surgiram no decorrer dos anos. Um dos novos espaços, se localiza na avenida Henrique
Gregori, nº 180, Vila Prado onde atende a faixa etária de 13 aos 18 anos incompletos. E o segundo local, localizado na rua João de Oliveira, 206, na Vila Carmem, abriga a
Imagem 1.3 Unidade Vila Prado da Casa de Acolhimento
faixa etária dos 0 aos 12 anos.
Cláudia Picchi Porto. Fonte: Acervo Pessoal.
Nos dias de hoje as Unidades de Abrigo Cláudia Picchi Porto atendem entre ambas 43 crianças e adolescentes que necessitam de acolhimento provisório e que foram encaminhados pelo Poder Judiciário ou Conselho Tutelar. Anunciado pela Secretária de Cidadania e Assistência Social de São Carlos Wiviane Tiberti, os abrigos em questão foram instalados em dois locais e com divisão de idade por
orientação do Conselho Nacional do Direitos da Criança e
Em entrevista feita á Coordenadora das Unidades de
do Adolescente (CONANDA) e da própria Promotoria.
Abrigo
Esta orientação foi feita pela necessidade de oferecer
problemas expressivos referente as instalações atuais.
atendimento personalizado em pequenos grupos, e que o
Ambas
local deve ter aspecto semelhante ao de uma residência
infraestrutura, como a insuficiência de área para o
Cláudia as
Picchi
unidades
Porto
(Anexos)
apresentam
demonstrou
obstáculos
de
19 local
Portanto finalizo dizendo que a maior motivação para
insatisfatório de lazer aos usuários e danos causados na
realizar este instrumento, vem do sentimento de ver
edificação na unidade da Vila Prado pelos próprios
crianças nos semáforos das ruas pedindo que você ajude
adolescentes abrigados.
com a compra de uma bala, crianças com marcas roxas,
Outro lamento que a Coordenadora fez se refere ao
com a responsabilidade de cuidar de seus pais porque
pedido de devolução do imóvel por parte da proprietária.
ambos estão drogados, crianças com a incumbência de
A possuinte do imóvel ao observar os prejuízos na
um adulto de 30 anos de idade, aquelas que passam fome
residência,
por
e frio, onde seu único abrigo é um pedaço de papelão e
perturbação sonora e a alta frequência da polícia,
por fim, crianças e adolescentes que tem suas infâncias
demonstrou sua vontade de obter seu imóvel novamente.
roubadas.
funcionamento
Portanto
do
setor
reclamações
o
Conselho
administrativo,
diárias
Tutelar
dos
um
vizinhos
juntamente
com
a
Coordenação enfrentam diariamente uma longa procura por imóveis capacitados em receber esses adolescentes. Por fim é possível ressaltar que este instrumento de pesquisa tem
como
objetivo
de
proteger
e
proporcionar
oportunidades como, a educação, alimentação, saúde, lazer, abraços e sorrisos; já que é possível presumir que um menor que recebe auxílio e oportunidades pode se tornar
um adulto melhor e saudável. Espera-se,
assim,
que
este
trabalho
assuma
a
responsabilidade de proporcionar um local que abrace
essas menores, que independente de suas idades nunca deixam de serem crianças.
ACOLHIMENTO (s.m.) É quando nossa alma se sente abraçada. É proteção. É abrigo que lembra a gente casa de
vó, cheio de mimo e atenção. É ser recebido com um bolo recheado de consideração. É acolher quem precisa, sem acolher ou dar preferência, era o que eu sentia quando via meus amigos no primeiro dia de aula do ano. É acolher com sentimento. João Doederlein.
2. ACOLHIMENTO
ACOLHIMENTO Segundo
o Ministério
do
Desenvolvimento
Social
e
Combate á Fome (MDS), a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) e o Departamento de Proteção Social Especial (DPSE) no Manual de Orientações para Elaboração do Plano de Acolhimento da Rede de Serviços
23
Compõem o referido processo de expansão qualificada e reordenamento os seguintes serviços de acolhimento:
Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (0 – 18 Anos Incompletos); Serviços de Acolhimento para Jovens (18 – 21 Anos).
de Acolhimento para Crianças, Adolescentes e jovens, as
Os serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes
casas
em
são serviços que oferecem acolhimento provisório para
consonância com alguns princípios, diretrizes e orientações
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por
contidas nas normativas e políticas nacionais, em especial
meio de medida protetiva (ECA, Art. 101), aplicada por
aquelas diretamente relacionadas ao tema, como:
autoridade judicial, em função de abandono ou cujas
de
acolhimento
devem
ser
organizados
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente
Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do
impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e
SUAS;
proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais;
com a família de origem ou na sua impossibilidade, o
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para
encaminhamento para família substituta.
Crianças e Adolescentes; Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito da Criança e do Adolescente á Convivência
Familiar e Comunitária; Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes;
Diretrizes Internacionais para Cuidados Alternativos á crianças sem cuidados parentais.
Podem ser ofertados em diferentes modalidades:
Serviço de Acolhimento Institucional; Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora. O
porte
e
compreende:
estrutura
do
adequação
centro
da
de
acolhimento
capacidade
de
atendimento, condições satisfatórias de habitabilidade, salubridade e privacidade, localização do imóvel em áreas residenciais e fácil acesso ao transporte público.
24 Da mesma forma deverá ser disponibilizado meio de
Tabela 1.4 Infraestrutura e Espaços Mínimos Sugeridos pelos
transporte
Órgãos Competentes. Fonte: Acervo Pessoal.
que
possibilite
a
realização
de
visitas
domiciliares e reuniões com os demais atores do Sistema
Espaço de Descanso
de Garantia de Direitos e da Rede de Serviços, na razão de um veículo para cada 20 crianças ou adolescentes
- Cada quarto deverá ter dimensão suficiente para
acolhidos.
acomodar as camas | beliches dos usuários e para
Tabela 1.3 Quadro de Serviços de Acolhimento para
guardar os pertences pessoais de cada criança ou
Crianças e Adolescentes. Fonte: Própria Autoria
adolescente de forma individualizada;
Serviço Abrigo Institucional
- Nº recomendado de crianças | adolescentes por quarto: até 4 por quarto, excepcionalmente, até 6 por quarto, quando esta for a única alternativa para manter
Descrição O serviço deve ter aaspecto semelhante ao de uma residência inserido na comunidade em áreas residenciais.
o serviço em residências inseridas na sociedade; - Metragem sugerida: 2,25 m² para cada ocupante. Caso o ambiente de estudos seja organizado no próprio quarto, a dimensão dos mesmos deverá ser aumentada
Público Crianças e Adolescentes (0 – 18 Anos Incompletos)
para 3,25 m² para cada ocupante. Espaço de Estar ou Similar
Capacidade de Acolhimento Até 20 Crianças e Adolescentes por Unidade
Recursos Humanos 1 Educador | 1 Auxiliar para cada usuário 1 Coordenador | 1 Assis.Social | Psicólogo
-
Com espaço suficiente para acomodar o número de usuários atendido pelo equipamento e os cuidadores | educadores;
- Metragem sugerida: 1,0 m² para cada ocupante.
25 Espaço para Refeoções
Espaço Externo
- Poderá haver espaço específico para esta finalidade
- Espaços que possibilitem o convívio e brincadeiras,
ou, ainda ser organizado em outros ambientes por meio
evitando-se todavia, a instalação de equipamentos que
de espaços suficientes e mobiliário adequado.
estejam fora do padrão socioeconômico da realidade
de origem dos usuários, tais como piscinas, saunas,
Espaço para Higiene
dentre outros, de forma a não dificultar a reintegração
- Deve haver 1 lavatório, 1 vaso sanitário, 1 chuveiro para
- Deve-se priorizar a utilização dos equipamentos públicos
até 6 crianças e adolescentes; -
1 lavatório, 1 vaso sanitário e 1 chuveiro para os
ou
funcionários;
proporcionando um maior convívio comunitário e
- Pelo menos um dos banheiros deverá ser adaptado a
comunitários
de
lazer,
esporte
e
cultura,
incentivado a socialização dos usuários; - Os abrigos que já tiverem em sua infra-estrutura espaços
pessoas com deficiência.
como quadra poliesportiva, piscinas, praças e etc.,
Espaço de Preparação de Alimentos -
familiar dos mesmos;
deverão buscar gradativamente, o uso dos mesmos
Com espaço suficiente para acomodar utensílios e
também pelas crianças e adolescentes da comunidade
mobiliário para preparar alimentos para o número de
local.
usuários atendidos e os cuidadores.
Espaço da Equipe Técnica
Espaço de Limpeza
- Com
- Com espaço suficiente para acomodar utensílios e
mobiliário
para
guardar
produtos de limpeza.
equipamentos,
objetos
e
espaço
e
mobiliário
suficiente
para
desenvolvimento de atividades de natureza técnica; - Recomenda-se
que
este
espaço
funcione
localização específica para a área administrativa
em
26 da instituição, separada da área de moradia das crianças
O diagrama a seguir correspondem aos complementos do
e adolescentes.
ECA, que visam acrescentar aspectos psicossociais e
apresentam critérios baseados na categoria física e Espaço para Reuniões
dimensão comportamental. Esses visam permitir que a criança e o adolescente participem das suas próprias vidas
Com espaço e mobiliário suficiente para a realização de
e consideram o abrigo não apenas um ambiente
reuniões de equipe e de atividades grupais com as famílias
construído, mais um contexto simbólico, fisiológico e
de origem.
cultural.
Um Abrigo Institucional deve ser, um lugar de apego e
Os critérios são:
e
Categoria Física: Os critérios de dimensão do ambiente
lembranças, capaz de tornar-se um instrumento positivo ao
compatível com a função desempenhada, mobiliário
desenvolvimento
acessível e seguro, layout compatível com as atividades
intimidade
protegida,
carregado
humano,
de
guardando,
significados nos
espaços,
particularidades e características para permitir que a
do abrigo, segurança interna e externa.
institucionalização seja pouco maléfica e não se torne um
Acessibilidade permitindo que os usuários com condições
período de suspensão da vida. É importante que o abrigo
físicas e psicológicas adequadas participem e tenha
se caracterize como um lar provisório de atendimento
acesso livre a todos os ambiente da casa de acolhimento,
individual e assim, descarte a coletividade, que afasta o
que não haja acesso restrito.
usuário da participação na rotina e transforma a instituição
Dimensão
Comportamental:
Privacidade
e
literalmente num abrigo e não num lar.
Territorialidade.
Para que isto seja possível, os abrigos de permanência
O
devem contar não apenas com os aspectos legais
qualitativo, principalmente para auxiliar no sentimento de
determinados pelo ECA através dos incisos do artigo 92 e
liberdade e participação social.
pelos Códigos de Obras municipais.
conforto
ambiental
é
considerado
como
valor
27 Diagrama 1.0 Critérios Projetuais. Fonte: Própria Autoria.
Diagrama 1.1 Proposta de áreas, e fluxos. Fonte: Própria Autoria.
Dimensão Ambiental
Categoria Física
Fluxos: Funcionários Acolhidos Visitantes
Setor Especializado Centro de Acolhimento
Acolher
ECA Artigo 92
60 usuários
Participar Permitir Ambiente Externo x Interno
Setor Serviços
Setor Vivência
Setor Adm.
Programa de Necessidades
Dessa maneira foi levando em consideração os quesitos
A fim de atender as necessidades e compatibilizar, otimizar
mínimos sugeridos pelos órgãos competentes, e chegou-se
e
as seguintes áreas, fluxos e programa de necessidades
necessidades proposto é dividido em setores:
para compor o Centro de Acolhimento.
Setor de Vivência,
Sendo importante frisar que o funcionamento deve ser
Setor Administrativo
embasado nos princípio da autonomia como elemento
Setor de Serviços
fundamental, tanto no que se diz a respeito a equipe,
Setores Especializados, que se subdivide em ambientes de
quanto em relação as crianças e aos adolescentes.
uso comum e especializado.
considerar
os
atributos
chave,
o
programa
de
28 Diagrama 1.2 Atributos Chave ao Projetar para uma
Diagrama
1.3
Divisão
dos
Setores
Criança. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação de Própria
Acolhimento. Fonte: Própria Autoria.
do
Centro
de
Autoria. Setor de Vivência
Setor Especializado 0 | 6 anos
Setor Administrativo
Setor Especializado 7 | 12 anos
Setor de Serviços
Setor Especializado 13 | 18 anos
Segurança
Diversão
Diagrama 1.4 Distribuição dos Fluxos do Centro de
Acolhimento. Fonte: Própria Autoria. Liberdade
Pavimentos Superiores
Adaptabilidade
Uso Exclusivo das Crianças e dos Adolescentes Térreo
Entendimento
Aberto aos visitantes conforme liberção cedida
29 Diagrama 1.5 Programa de Necessidades. Fonte: Própria Autoria.
Fluxos Acolhidos Funcionários Visitantes
Setor de Serviços
Setor Especializado 07 | 12 Anos
Almoxarifado
Despensa de Apoio
Cozinha
Dormitório do Cuidador (a)
Copa dos Funcionários
Dormitório Feminino
Despensa de Alimentos
Despensa de Utensílios
Setor de Vivência Térreo Livre
Dormitório Masculino
Espaço de Múltiplo Uso
DML Espaço de Múltiplo Uso Lavanderia
Espaço de Apoio
Refeitório
Vestiário Masculino
Vestiário Feminino
Vestiário de Funcionárias
Vestiário de Funcionários
Setor Especializado 00 | 06 Anos
Setor Especializado 13 | 18 Anos
Despensa de Apoio
Despensa de Apoio
Dormitório do Cuidador (a)
Dormitório do Cuidador (a)
Setor Administrativo
Dormitório Feminino
Dormitório Feminino
Espaço de Atendimento
Dormitório Masculino
Dormitório Masculino
Espaço da Direção
Espaço de Múltiplo Uso
Espaço da Equipe Técnica
Espaço de Apoio
Espaço de Múltiplo Uso Espaço de Apoio
Espaço de Reuniões
Vestiário Feminino
Vestiário Feminino
Sanitário
Vestiário Masculino
Vestiário Masculino
30 Setor de Vivência Espaço
Descrição
Térreo
Destinado á convivência e distribuição dos setores Setor Administrativo
Espaço
Descrição
Espaço de Atendimento
Destinado á conversas individuais
Espaço da Direção
Destinado á atividades da direção
Espaço da Equipe Técnica
Destinado á atividades da equipe
Espaço de Reuniões
Destinado á reuniões da equipe Setor de Serviços
Espaço
Descrição
Almoxarifado
Destinado á armazenamento
Cozinha
Destinado ao preparo de alimentos
Copa dos Funcionários
Destinado á refeições dos funcionários
Despensa de Alimentos
Destinado ao armazenamento de alimentos e mantimentos
Despensa de Utensílios
Destinado ao armazenamento de utensílios
DML
Destinado ao armazenamento de produtos de limpeza
Espaço de Múltiplo Uso
Destinado á realização de atividades didáticas
Lavanderia
Destinado á limpeza de roupas de banho, cama e pessoais
Refeitório
Destinado á alimentação das crianças e adolescentes
Vestiário de Funcionárias (F)
Sanitário e Vestiário das funcionárias
Vestiário de Funcionários (M)
Sanitário e Vestiário dos funcionárias
31 Setores Especializados 00 | 18 Anos Espaço
Descrição
Despensa de Apoio
Destinado ao armazenamento de roupas de cama, banho, produtos de higiene e limpeza para cada pavimento do setor
Dormitório do Cuidador (a)
Destinado ao descanso e higiene do cuidador (a) de cada pavimento do setor
Dormitório Feminino
Destinado ao descanso das crianças
Dormitório Masculino
Destinado ao descanso das crianças
Espaço de Múltiplo Uso
Destinado ao lazer e atividades didáticas
Espaço de Apoio
Destinado á dar apoio ás atividades diárias
Vestiário Feminino
Vestiário e Sanitário para as crianças
Vestiário Masculino
Vestiário e Sanitário para as crianças
RECOMEÇO (s.m.) É aceitar o que ficou no passado com o que ele deve ser: passado, é entender de uma vez por
todas que o amor acaba, mas você continua (e que nem tudo que deixa de ser presente, deixa de ter valor). É o que um dia me ensinou o palhaço e seus sapatos: quando um pé vai pra frente, o outro obviamente precisa ficar para trás. É dar a si mesmo uma segunda chance e um punhado de paz. João Doederlein.
3. REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
35
núcleo do terreno que apresenta-se voltada para o Norte,
Centro de Bem – Estar para Crianças e Adolescentes “Maison d'Accueil de l'enfance Eleanor Roosevelt’’ é um
e a dificuldade do programa de necessidades.
centro
Ou
residencial
de
emergência
para crianças
e
seja,
se
a
edificação
não
fosse
acomodada
adolescentes em Porte des Lilas, Paris, França | 2013.
corretamente no terreno, poderia resultar em uma grave
Projetado pelo escritório Marjan Hessamfar & Joe Verons
falta de luz solar para o interior do prédio.
Architectes Associes, a edificação de 5.211.00 m² tem
Imagem 1.4 Estudo da Implantação do Projeto.
como obejtivo fornecer apoio educacional e psicológico
Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria.
aos usuários, alem de assumir o papel de calmaria e compaixão em seus pavimentos. Um centro de emergência é tanto um abrigo para
N
crianças, como um lar de atendimento onde os jovens se sintam acolhidos, protegidos e cuidados. É também um lugar de transição, onde os laços familiares, em vez de ser cortados, são incentivados sob uma supervisão calma e compassiva. Com essas precoupações, os arquitetos projetaram um abrigo onde cada pavimento é atribuído a uma única faixa etária e que as necessidades de todas as crianças e
adolescentes são respeitadas em seus respectivos espaços, portanto cada andar é analisado e funciona de forma
Portanto a solução para estes dois empecilhos, foi
independete.
desenvolver um estrutura em ‘L’ com diferentes níveis de
O local onde o Centro de Bem-Estar esta inserido, mostrou
piso, oferecendo assim amplos terraços particulares de
duas limitações aos arquitetos; uma delas é em relação ao
cada pavimento.
36 Como o edifício é aberto ao público, a organização e o
Imagem 1.6 Programa de Necessidades do Primeiro
programa de necessidades são complexos, ao ponto de
Pavimento. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria
despertar o interesse de como tudo isso funciona no dia a
Autoria.
dia. A dificuldade surgiu do gerenciamento das distintas e rígidas normas de saúde e segurança, mas mantendo todo o edifício com uma única identidade. Por exemplo, o playground da creche é privado e seguro, com o uso de
árvores em vasos grandes em toda a área. Imagem 1.5 Programa de Necessidades do Pavimento Térreo. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria. Lobby | Recepção Circulação Recepção Equipe Educativa Área de Espera Sala de Visitas Serviço Social Enfermaria Gestão Escritórios Acessos
Cozinha Sala Técnica Armazenamento Sala de Reuniões Biblioteca Ateliê Lavanderia Refeitório Gestão Circulação
N
Imagem1.7 Programa de Necessidades do Segundo Pavimento. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria. N
Área de Socorro Sala de Aula Área Sindical Midiateca Lavanderia Área Mistral Escritório Quartos Individuais Circulação Quartos PDC Escritório Educacional Refeitório Sala de Jogos Esportes
N
C
C
37 Imagem 1.8 Programa de Necessidades do Terceiro
Imagem
Pavimento. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria
Pavimento. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria
Autoria. Unidade Chamallow Unidade Dragibus Dormitório Vestiário F Vestiário M Escritório Jogos
Autoria. Sala de Aula Midiateca Escritório Circulação
2.0 Programa de Necessidades
Unidade Libélula Unidade Lutins Unidade Petit Unidade Bout Jardim de Infância Escritório
do Quinto
Escritório Escritório Sala de Visita Lactário Circulação
Sala de Aula
N Imagem 1.9 Programa de Necessidades do Quarto Pavimento. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria. Unidade Kapla Unidade Duplo Dormitório Vestiário Escritório Sala de Aula
Jogos Sala de Leitura Psicomotora Jardim de Infância Escritório Circulação
N Já em relação fachada do edifício, ela é composta de brises em madeira e revestimento de metal, enquanto sua
estrutura se forma em concreto. Esta opção estrutural, permitiu flexibilidade para toda a construção e o que garantiu que os departamentos separados pudessem
funcionar em diferentes pavimentos. Além de todo o universo arquitetônico, também foi
N
oferecido ao escritório a missão de elaborarem os móveis e criarem a sinalização visual interna.
38 Imagem 2.1 Centro de Bem-Estar para Crianças e
Imagem 2.2 Centro de Bem-Estar para Crianças e
Adolescentes. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria
Adolescentes. Fonte: Archdaily Brasil.
Autoria.
Imagem 2.3 Centro de Bem-Estar para Crianças e Adolescentes. Fonte: Archdaily Brasil.
Pátios Individuais
Fragmentação dos Pavimentos
Brises em Madeira
Perfil Metálico
39 Casa de Acolhimento para Menores
Os arredores físicos refletem um enfoque pedagógico
O projeto Casa de Acolhimento para Menores do escritório
orientado na própria arquitetura que apoia ativamente o
CEBRA | 2014 na Dinamarca, resulta em uma nova forma
trabalho diário com as crianças.
de centro de assistência para crianças e adolescentes em
Imagem 2.4 Casa de Acolhimento para Menores.
situação de vulnerabilidade social.
Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria.
Revestido de azulejos e madeira, o edifício faz uma composição
de
formas
para
garantir
Supermercado
ambientes
acolhedores e suprir a necessidades dos usuários. O projeto de 1.500.00 m² harmoniza espaços seguros de uma moradia tradicional porem com novas ideias para
Igreja
elaborar uma residência com características de lar para crianças.
O
ponto
de
partida
para
o
desenho
Sede
Fábrica
Lar de Idosos Pavilhão Esportivo
arquitetônico foram as casas dinamarquesas que possuem características como: cobertura de duas águas e o uso de sótão. Esses elementos são utilizados em sua forma mais simples com o intuito de criar uma fachada diferente e que ao mesmo tempo conseguem se integrar com os
Imagem 2.5 Casa de Acolhimento para Menores.
edifícios do entorno. Portanto o projeto foi pensado para
Fonte: Archdaily Brasil.
ter a finalidade de criar relações sociais e priorizar atividades coletivas, além de provocarem o sentimento de orgulho nos usuários pelo local que moram. Outro fator
influenciador importante para este projeto, foi a escolha de inserção do edifício na cidade.
40 A base geométrica do projeto possibilita configurações
A unidade das crianças menores se orienta para um jardim
diferentes pelos perfis do sótão, que acrescem dentro ou
com acesso direto a área de jogos, já a parte destinada
fora do volume total da edificação.
aos adolescentes é a seção mais lúdica e extrovertida do
Os sótãos dão ao usuário oportunidades de criar sua
edifício e recebe orientação para rua. Os residentes
própria personalidade no edifício além de assumirem
maiores, são incentivados a utilizar a cidade e participar
como “espaços de bonificação” já que podem ser
das atividades sociais em igualdade com seus colegas.
espaços para leitura, espaços para filmes, sala para fazer a
Imagem 2.7 Croqui dos Arquitetos. Fonte: Archdaily Brasil.
tarefa de casa e ateliê. Imagem 2.6 Croqui dos Arquitetos. Fonte: Archdaily Brasil.
Com o objetivo de propor um local mais lar e menos
As funções de administração, dormitórios e espaço para os
instituição, a organização geral do projeto consta de
voluntários do complexo se encontram principalmente nos
quatro residências conectadas. Tal disposição tem como
sótãos e no primeiro pavimento do edifício para que assim
função de proporcionar aos residentes um sentimento de
os voluntários possam obter uma visão elevada da vida
pertencimento, de um local acolhedor onde podem ficar
cotidiana dos residentes e reduzir a sensação de estarem
sozinhos ou em grupos menores.
em uma instituição.
41 A organização racional assegura distâncias curtas entre as
Casa das Crianças
diferentes unidades para que os trabalhadores sempre
Descrição enviada pela equipe do projeto. “O lema para
estejam próximos de todos os usuários.
o projeto foi "Mato Matala" (livro infantil de Richard Scarry).
Imagem 2.8 Casa de Acolhimento para Menores.
O primeiro andar abriga uma creche e espaços comuns
Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria.
para todos os usuários. As áreas da creche se abrem para um jardim de jogos que é formado entre a encosta coberta por pinheiros que sobem o morro e o novo
edifício. O lado da rua possui instalações de serviço. O térreo também possui um berçário e espaços técnicos”. Imagem 2.9 Casa das Crianças. Fonte: Archdaily Brasil.
O edifício de 1.750.00 m² foi construído e projetado em Madeira
2011
Vidro
sobre
um
solo
rochoso
pelo
escritório
JKMM
Architects. Sua fachada curva á sudoeste de alvenaria Diferentes Alturas das Aberturas
Guarda Corpo em Vidro
Perfil Metálico
leve e exposta ao público, se diferencia das restantes pelo
material utilizado, já que as outras são compostas por madeira.
42 A estrutura principal da edificação é feita em concreto e
Imagem 3.1 Casa das Crianças. Fonte: Archdaily Brasil.
no seu interior adotam-se placas em madeira, pisos com preenchimento, gesso acartonado e tratamento acústico nas coberturas. O projeto também propõem claraboias que se estendem pelo hall de entrada de cada unidade e possuem tratamento lúdico com temas do mar, terra e espaço.
Outro fator marcante deste projeto se refere ao diferente playground que forma uma paisagem artificial, livre e emocionante como as cores utilizadas por todo o projeto.
Imagem 3.2 Espaços Coletivo da Casa das Crianças.
Imagem 3.0 Implantação do Projeto.
Fonte: Archdaily Brasil.
Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria.
N
43 Analisando as plantas foi possível analisar que o primeiro
Imagem 3.4 Planta do Primeiro Pavimento.
andar abriga uma creche com cinco grupos de crianças e
Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria.
espaços comuns para todos os usuários. As áreas de casa abrem-se no pátio de jogo que é formado entre a encosta da colina coberta de pinheiros crescentes e o novo edifício. O lado da rua contém
10
instalações comuns e funcionários. Piso térreo contém
berçário infantil e espaços técnicos.
11
Imagem 3.3 Planta do Pavimento Térreo. Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria.
N
Play Hall de Entrada Lobby Foyer Banheiro Sala da Equipe Refeitório
10
9
12
9
10
Imagem 3.5 Corte. Fonte: Archdaily Brasil.
Sala Técnica Descarte de Lixo Foyer Sala da Equipe Enfermaria Consultório Sala de Funcionários Refeitório Armazenamento
Adaptação: Própria Autoria. Claraboias
44 Centro de Acolhimento
Ambas
os
objetivos visual
proporcionam necessária
para
aberturas
e
oferecer
ao
Descrição enviada pela equipe de projeto. “ Este Centro
permeabilidade
de Acolhimento, localizado no Distrito de Chupei, combina
espectador uma experiência interior e exterior simultânea.
uma acolhedora experiência ao ar livre com um interior
Os recortes nas paredes, intencionalmente irregulares,
funcional. Através de um estratégia de “recuos” a natureza
marcam diferentes vistas fascinantes a partir dos ângulos
circundante é revelada, se estendendo a todos os cantos
interiores e exteriores. De acordo com a passagem do dia
do edifício. As camadas entregam uma boa qualidade de
e as estações, é oferecido um jogo de luz e sombras.
luz solar e vegetação se funde com a estrutura.”
Imagem 3.7 Centro de Acolhimento. Fonte: Archdaily Brasil.
Imagem 3.6 Centro de Acolhimento. Fonte: Archdaily Brasil
Adaptação: Própria Autoria.
O escritório CYS. ASDO | Chung-Yei Sheng definiu em 3000.0 m² uma série de paredes em camadas que atuam como receptoras do programa, com o intuito de satisfazer
Os Pátios proporcionam ao ambiente interior a relação
as necessidades espaciais e a definição hierárquica das
com o exterior, permeabilidade visual e passagem da luz
fronteiras.
solar.
45 Imagem 3.9 Planta Baixa do Centro de Acolhimento.
Imagem 3.8 Centro de Acolhimento. Fonte: Archdaily Brasil.
Fonte: Archdaily Brasil. Adaptação: Própria Autoria.
Adaptação: Própria Autoria.
Aberturas no percurso de transição 2
8
6
7
13
12 10
10 12
12
Estares entre um bloco e outro
5
10 13 11
2
9
4
14
3 10 10
Este projeto veio proporcionar referência em relação a sua 1
implantação no terreno e suas circulações, já que existe a semelhança entre este terreno e o local de intervenção deste instrumento de projeto.
1. Portaria
8. Casa Modelo
2. Estacionamento
9. Espaço de Exposição
3. Entrada
10. Sala de Conferência
4. Lobby
11. Cafeteria
5. Galeria
12. Sanitário
6. Sala de Mídia
13. Sala de Equipamentos
7. Dormitório Modelo
14. Escritório
REFERÊNCIAS ESTRUTURAIS E MATERIAIS
Imagem 3.9 Escola Várzea Paulista. Fonte: Archdaily Brasil.
FDE | Escola Várzea Paulista | FGMF Fruto
de
um
programa
da
FDE,
47
Fundação
para
Desenvolvimento do Ensino, as escolas estaduais de primeiro e segundo grau construídas pelo Governo do Estado de São Paulo apresentam em comum a escolha do sistema construtivo, dos componentes industrializados, o programa de salas de aula e áreas
de convivência, a
articulação entre os espaços e a intenção de criar para os ocupantes das escolas, um lugar confortável e com arquitetura de qualidade para prática do ensino.
A estrutura da escola é toda composta de elementos prémoldados em concreto. Este sistema foi escolhido em função da garantia da qualidade de execução, da rapidez de montagem e do custo acessível, dá o caráter a escola. A estrutura de concreto da edificação extrapola os limites do prédio, sustentando também os elementos de sombreamento. Na parte frontal, elementos vazados de concreto com aberturas irregulares são agrupados de
modo a formar um grande mosaico que filtra a luz solar. Este mosaico garante interessantes visuais, tanto pelo lado interior, que parece emoldurar a paisagem, quanto do
lado de fora, quando se assemelha a um gigantesco painel.
Imagem 4.0 Escola Várzea Paulista. Fonte: Archdaily Brasil.
48 Imagem 4.2 Pavilhão Experimental de Tijolos.
Pavilhão Experimental de Tijolos Frente á oportunidade de experimentação numa obra
Fonte: Archdaily Brasil.
doméstica de pequena proporção, foi desenvolvida uma série de ensaios que constituem o marco teórico-prático, manipulando um elemento tradicional de nossa cultura construtiva
na
busca
de
novos
significados
e
possibilidades. O sistema construtivo parte da unidade
básica (um tijolo comum) disposto de forma repetitiva alternando cheios e vazios dentro de uma estrutura metálica. O ritmo gerado pela alternância das peças e os
Imagem 4.3 Pavilhão Experimental de Tijolos.
vazios entre elas, produz uma uniformidade marcada. Os
Fonte: Archdaily Brasil.
painéis que conformam a fachada contam com a possibilidade de se deslocarem permitindo a vinculação dos dormitórios com o exterior. Imagem 4.1 Pavilhão Experimental de Tijolos. Fonte: Archdaily Brasil.
49 2º Concurso Internacional Living Steel para Habitação
Imagem 4.5 Living Steel para Habitação Sustentável. Fonte: Archdaily Brasil.
Sustentável. Este projeto foi Vencedor do 2º Concurso Internacional Living Steel
para Habitação Sustentável
em Recife.
Idealizado em 2007 pela equipe do escritório Andrade Morettin
Arquitetos
e
colaboradores
com
a
responsabilidade de apontar caminhos para o importante
problema
habitacional
de
um
realidade
e
suas
características bioclimáticas. Caracterizada pela intensa insolação,
pelo
alto
índice
pluviométrico,
altas
temperaturas com pouca flutuação e grande umidade. A construção é simples, composta de poucos elementos. A partir de uma seção transversal “tipo” o edifício é
Imagem 4.6 Living Steel para Habitação Sustentável.
concebido como uma máquina estrudável, reprodutível.
Fonte: Archdaily Brasil.
Componentes pré-fabricados devem ser montados no local, garantindo um processo limpo e racional. Imagem 4.4 Detalhamento Construtivo. Fonte: Archdaily Brasil.
AFETO (s.m.) É doce de padaria. É gosto particular. É um cafuné á distância. São cócegas no coração. É esparramar sorrisos ao te ver. É ponte entre duas almas distantes. É o primo mais novo do amor. É a bebida morna que enche a xícara da amizade. É o sussurro ao pé do coração que te conta quando você gosta muito de alguém. João Doederlein.
4. CENÁRIO PROJETUAL
CENÁRIO PROJETUAL
53
A cidade abriga a Universidade de São Paulo (USP) e a
Território da Área de Intervenção Localizada na região Centro-Leste do interior do estado de
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o Centro
São Paulo, a cidade de São Carlos fica a uma distância
Universitário Central Paulista (UNICEP), além de industrias
rodoviária de 231 quilômetros da capital paulista.
representativas como a Volkswagen (motores), Tecumseh
Imagem 4.7 Localização do Município de São Carlos no
(compressores), Faber Castell (lápis) e a
Estado de São Paulo. Fonte: Própria Autoria.
(geladeiras e fogões).
Electrolux
O cenário escolhido para funcionar este equipamento possui características importantes e fundamentais para São Carlos
N
atingir os quesitos mínimos de um acolhimento institucional. Questões como a população do entorno foram levadas em consideração, os equipamentos públicos, a vocação da área, transporte público, a tipologia do entorno, entre outros fatores essenciais conforme a relação a seguir.
Fundado em 1857 o município possui 238.950 habitantes,
Diagrama 1.5 Características da Área de Intervenção
com um crescimento demográfico de 2,4 % ao ano
Fonte: Própria Autoria.
segundo IBGE. O território municipal possui altitudes médias entre 690 e 950 metros e características que tornam este
Plano Diretor
Equipamentos Públicos
Topografia
Tipologia do Entorno
Vocação da Área
Transporte Público
município especial, como seu clima temperado de
altitude, que apresenta verão chuvoso e inverno seco, e o cerrado como sua vegetação original e predominante, além de ser conhecida como a capital da tecnologia, já
que o vigor acadêmico, tecnológico e industrial se destaca.
54 Imagem 4.8 Município da Cidade de São Carlos e a Localização do Bairro Jardim Paulista. Fonte: Própria Autoria.
Jardim Paulista Zona 3 CA
CO
CP
70%
15%
CAB: 1,4 CAM: 3,0
CA: 1,4 Área de Intervenção Universidade Federal de São Paulo | USP UFSCar UNICEP Volkswagen Tecumseh Faber Castell Electrolux
N
Avenida São Carlos Rodovia | Sentido Cidade de Ibaté Rodovia | Santa Eudóxia e Água Vermelha Rodovia Washington Luiz Rodovia | Sentido Ribeirão Bonito e Dourado Rodovia | Sentido Itirapina e Brotas Rodovia | Sentido Descalvado e Porto Ferreira
55 Imagem 4.9 Mapa Topográfico do Território Escolhido para Área de Intervenção. Fonte: Própria Autoria.
850 m
800 m Área de Intervenção 0
100
500
N Escala1:10.000 1000
56 Este território esta enquadrado na Macrozona Urbana de
Acolhimento Institucional:
Urbanização Condicionada – Zona 3, onde o Art. 27 diz
Entorno Residencial | Familiar
que a Zona de Ocupação Condicionada é composta por
Equipamentos da Saúde
áreas com predominância de uso misto do território com
Equipamentos da Educação
grandes diversidades de padrão ocupacional.
Equipamentos de Lazer
Apresenta também instrumentos como Áreas de Especiais
Equipamentos de Cultura
Interesses Histórico, Ambiental e Social; Operação Urbana
Transporte Público Próximo
Consorciada; Transferência do Direito de Construir; Direito
Descrição do Local Adequada
de Preempção e Outorga Onerosa.
Próximo do Centro de São Carlos
Portanto permite-se assim a elaboração do projeto desde
Coleta de Lixo Diária
que
Uso e Ocupação do Solo
o
mesmo
respeite
os
índices
urbanísticos
estabelecidos. É possível dizer que o fator mais expressivo
A área escolhida está inserida num território consolidado e
para
aos
tradicional, onde os bairros que circundam esta região
equipamentos públicos oferecidos na região. Segundo o
recebem diferentes classes sociais, faixas etária, comércio
ECA e o CONANDA, equipamentos públicos de lazer,
local e indústria.
educação, cultural e saúde devem ser desfrutados pelas
Na orientação Norte deste território se localiza a Santa
crianças e adolescentes do Acolhimento Institucional.
Casa de São Carlos e um grande número de consultórios
Ambos os órgãos competentes estimulam essa relação
médicos.
com o fundamento de estimular a reintegração dos
Já a região Sul se caracteriza por ser a mais povoada da
menores com a sociedade do entorno. Obtendo esta
cidade e por ser extremamente variada, além de
perspectiva, a área escolhida para a intervenção esta
concentrar
localizada na esquina da Rua Ângelo Possa com a Rua
recebendo assim o bairro de classe média Vila Bela Vista e
João Fernandes – Jardim Paulista, o que garantiu para o
o bairro de classe média alta Vila Boa Vista 1.
a
escolha
deste
território
se
resume
todos
os
tipos
de
ocupação
urbana,
57 Imagem 5.0 Mapa dos Bairros que Circundam o Território de Intervenção. Fonte: Própria Autoria.
Área de Intervenção Percurso do Córrego Área Permeável Parque São Vicente de Paula Jardim Bethania Jardim Paraíso Parque Santa Mônica Parque Faber I e II Jardim Gibertoni Jardim São Carlos Jardim Paulista Jardim Botafogo Recreio dos Bandeirantes Vila Carmem Vila Boa Vista 1 Vila Boa Vista Vila Pelicano
N Escala1:10.000 0
100
500
1000
58 A orientação Leste é a que está mais densamente
e adolescente que vive com a sua família.
urbanizada, sendo a mais verticalizada e que apresenta a
A
maior concentração de estabelecimentos comerciais,
estabelecido pelo ECA ás crianças e aos adolescentes,
médicos e de serviço.
mas só tem como ser garantido aos acolhidos que tiverem
E por fim a região Oeste deste território que concentra em
acesso ás políticas básicas e aos serviços oferecidos para a
sua maioria bairros de classe média e alguns de classe alta
comunidade em geral, como as atividades externas de
em condomínios fechados como Parque Faber I e II e
lazer, esporte, religião e cultura.
Parque Santa Mônica, onde se localiza o Shopping
A
Iguatemi São Carlos e outros tipos de comércio e serviços
inadequação dos menores para o convívio social.
comuns nos bairros de classe média e a tradicional
A maior preocupação surgiu da indispensabilidade de
indústria Electrolux.
equipamentos da saúde e de educação para oferecer
participação
convivência
na
vida
comunitária
comunitária
evita
a
é
um
direito
alienação
e
serviços as crianças e aos adolescentes. Portanto foi
Equipamentos Como dito anteriormente o fator mais persuasivo na
analisado que no entorno da área de intervenção
escolha deste território, se diz a respeito aos equipamentos
garantia educação e saúde para os acolhidos.
públicos que a cidade pode oferecer as crianças e aos
A CEMEI Cecília Rodrigues assegura a faixa etária de
adolescentes.
creche e Pré Escola, a Escola Estadual Dom Gastão Bispo
Durante muitos anos as instituições de acolhimento
recebe os anos iniciais do Ensino Fundamental, e a Escola
ofereceram
Estadual Sebastião de Oliveira Rocha assume os anos finais
todos
os
serviços
que
os
acolhidos
necessitavam, como educação, saúde, lazer e cultura. Isso
do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
resultava em um quase aprisionamento dos menores
Por fim, o SENAI mesmo que seja um equipamento
desfavorecidos
particular também foi considerado para uma formação
e
na
perda
do
convívio
com
a
comunidade, pois nunca saiam do acolhimento para
após a saída do adolescente do Centro de Acolhimento.
praticar as atividades habituais de toda criança e
Já em relação aos equipamentos de saúde, o entorno da
59 área de intervenção oferece a Santa Casa de São Carlos
São Carlos e suas ruas paralelas, que se configuram no
para emergências mais graves e a USF Jardim São Carlos
principal polo de atração. Como centros secundários,
que ajuda em pequenas emergências médicas.
destacam-se regiões pela USP, Santa Casa e Vila Prado.
Cultura e lazer também sofreram analise, já que esses
O sistema viário da cidade tem sua origem ao longo de
visam assegurar uma melhor qualidade de vida e o pleno
antigas
desenvolvimento pessoal e social.
importantes vias estruturadoras.
Entretanto, a cidade de São Carlos vista como um todo
Há tempos que ocorre o conflito entre as vias urbanas e as
não possui equipamentos esportivos e centros culturais
Áreas de Preservação Permanente dos córregos urbanos.
suficientes para dispor á população. Este cenário não se
Isto é agravado pela ocupação urbana, próximas ás
modificou quando a análise se concentrou no território de
margens, que dificulta o combate ás enchentes e ás
intervenção. Infelizmente o único equipamento público de
erosões de
livre acesso á cultura seja a Estação Cultura de São Carlos.
resultam em um sistema viário com insuficiências de fluidez
Os outros possíveis equipamentos de usufruto acabam
e trechos críticos que comprometem a mobilidade urbana
sendo particulares, mais o que não se ignora totalmente a
da cidade. O sistema viário do território de entorno da
ideia de uso, já que é possível fazer uma parceria entre o
área de intervenção se constitui com vias perimetrais onde
Equipamento e o Cetro de Acolhimento.
circundam os bairros e que atribuem mais fluxo que as vias
Assim também foi notado que nenhuma praça pública se
pertencentes ao bairro.
instala neste raio de análise do território, porem as praças
As vias radiais que são aquelas que fazem ligação entre os
não
e quando são
bairros também estão presente neste sistema. E as vias
geralmente que as utiliza são as pessoas de mais idade,
coletoras não deixam de estar presentes e capacitadas de
como forma de encontro, lazer e convivência.
fazerem sua função de coletar e distribuir o trânsito que
costumam
ser muito
utilizadas
Sistema Viário São Carlos possui um centro linear formado pela Avenida
estradas,
que
com
encostas. Estas
o
tempo
se
condicionantes
tornaram
históricas
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido como as marginais.
60 Imagem 5.1 Mapa de Equipamentos do Território de
Área de Intervenção Percurso do Córrego Área Permeável
Intervenção . Fonte: Própria Autoria.
Educação Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio CEMEI | Cecilia Rodrigues | Creche e Pré Escola Escola Estadual Dom Gastão Bispo Anos Iniciais do Ensino Fundamental SENAI | Educação Profissional
Saúde Santa Casa USF Jardim Santa Casa Cultura e Lazer Parque Florestal Municipal SESC | Instituição Privada Estação Cultura | Fundação Pró Memória Escola Mult Esportes
Centro de Acolhimento para Crianças e Adolescentes Diocese de São Carlos | Antigo Acolhimento Unidade 1 do Centro de Acolhimento
N Escala1:10.000
0
100
500
1000
61 Portanto o sistema viário existente é suficiente e adequado
Já a respeito de ciclovias, a cidade recebe um percurso
para contornar esta área de intervenção, já que o centro
que atende vários bairros de São Carlos. Parte desta
de acolhimento necessita apenas de seu fluxo local.
ciclovia se situa no território de intervenção, fator que
Mobilidade Urbana
contribui para este transporte alternativo e que costuma
No que se diz respeito ao transporte público, a área de
ser a opção de muitas pessoas.
intervenção não se encontra integrada ao itinerário que os
O mesmo local possui apenas faixas de pedestres visíveis
ônibus percorrem na cidade, o que prejudica a circulação
nas ruas mais principais e o mesmo ocorre para a
na área, se tratando de um equipamento institucional e
sinalização.
que depende da chegada e partida de funcionários,
Em relação as guias o cenário não é muito diferente,
voluntário e visitantes.
apenas as mais centrais são tratadas com mais vigor e
As crianças e os adolescentes não fazem uso do transporte
com maior padrão de percurso.
público, pois a Prefeitura de São Carlos disponibiliza um ônibus escolar exclusivo para o transporte dos menores do centro de acolhimento para a escola. Se houver a necessidade de algum menor ir até uma consulta médica por exemplo, este menor será acompanhado por um funcionário do cento de acolhimento e o transporte de ambos está garantido também por um carro exclusivo da
Prefeitura. Portanto a proposta é prolongar o itinerário do transporte público para garantir este acesso de funcionários e
visitantes ao local de intervenção, e buscando promover também um melhor atendimento aos bairros da região.
62 Imagem 5.2 Mapa do Sistema Viário do Território de Intervenção . Fonte: Própria Autoria.
Área de Intervenção Percurso do Córrego Área Permeável Vias Perimetrais Vias Radiais Vias Coletoras Ponte ou Passagem Existente Sentido das Vias de Mão Dupla Sentido das Vias de Mão única
N Escala1:10.000 0
100
500
1000
63 Imagem 5.3 Mapa de Mobilidade Urbana do Território de Intervenção . Fonte: Própria Autoria.
Área de Intervenção Percurso do Córrego Área Permeável Itinerário do Transporte Coletivo Proposta do Prolongamento do Itinerário Coletivo Pontos de Ônibus Existentes Percurso de Pedestres e Ciclistas
N Escala1:10.000 0
100
500
1000
CENÁRIO PROJETUAL
65
Área de Intervenção | Uso e Ocupação do Solo Por este instrumento lidar com crianças e adolescentes, ou seja, menores de idade, surge a necessidade da área de intervenção obter certa discrição, para assim garantir e assegurar a proteção desses menores. Direcionando a análise para a área de intervenção e entorno imediato, é possível dizer que a predominância do uso deste solo é residencial e com comércios que atendem moradores locais e até mesmo bairros do entorno. Portanto a área de intervenção escolhida está inserida num entorno extremamente residencial e com alguns pontos de comércios de natureza diversa, que atendem a população. Outra característica que se nota neste local, é a forte presença de lotes não edificados que causam uma parcela
significante de vazios urbanos. 3
2
Área de Intervenção Vazios Urbanos 4 Uso Residencial 1 5 Uso Comercial 1 Loja de Compressores 2 Loja de Móveis e Estofados 3 Cross Fit N Escala1:2.000 4 Tecnologia Aplicada 50 0 10 20 5 Empório Imagem 5.5 Mapa de Mobilidade Urbana do Território de Intervenção. Fonte: Própria Autoria.
66 Área de Intervenção | Gabarito das Edificações A predominância desta área são edificações térreas, com altura média de 3,00 metros de pé direito. A área também apresenta edificações com gabarito de dois pavimentos, com altura máxima de 6,00 metros. Existe ainda um terceiro padrão de gabarito, porem muito particular de dois únicos lotes que assumem quatro e cinco pavimentos, mostrando assim uma altura média de 7,00 metros. Em busca de respeitar a relação da escala humana com as edificações e o padrão de gabarito da área de intervenção, o equipamento de acolhimento poderá assumir até quatro pavimentos. Esta configuração tem a função de separar os usos públicos dos privados, reunindo no pavimento térreo a administração, áreas de comum uso e
serviços, e nos pavimentos superiores o uso especializado para as crianças e os adolescentes.
Área de Intervenção Vazios Urbanos 1 Pavimento 2 Pavimentos 4 Pavimentos 5 Pavimentos
N Escala1:2.000
Imagem 5.6 Mapa do Gabarito das Edificações. Fonte: Própria Autoria.
0 10
20
50
67 Área de Intervenção | Sistema Viário O sistema viário desta área se caracteriza com vias locais e de mão dupla. A rua que se localiza na face Sul do terreno, denominada como Rua Ângelo Possa, assume o maior fluxo da área por ser a via de transição de bairros e que cruza a linha do trem. Em paralela na face Norte, a Avenida Paulista apresenta uma situação diferenciada das demais vias por não conter acesso para os diferentes modais e por não ser pavimentada. Nas paralelas, a Rua João Fernandes e a Rua Papa João XXIII acabam recebendo apenas o fluxo dos moradores. Perpendicularmente á Avenida Ângelo Possa, a ferrovia de carga se destaca como modal por se permear por toda a cidade, e por promover poluição sonora para a população já acostumada
com este fator. Rua Local | Rua Papa João XXII Pouco Fluxo de Circulação
Avenida Local | Avenida Paulista Pouco Fluxo de Circulação
Rua Local | Rua Ângelo Possa Maior Fluxo de Circulação
Rua Local| Rua João Fernandes Pouco Fluxo de Circulação
Área de Intervenção Via Local Pavimentada Mão Dupla Via Local Não Pavimentada
Proposta de Prolongamento Do Transporte Coletivo
Proposta de Prolongamento do Transporte Coletivo
Lote Edificado Vazio Urbano
N Escala1:2.000 Imagem 5.7 Mapa do Sistema Viário. Fonte: Própria Autoria.
0 10
20
50
68 Área de Intervenção | Acesso e Circulação no Entorno da Área de Intervenção O principal fluxo de circulação e acesso á área de intervenção está concentrado na Rua Ângelo Possa, na face Sul do terreno, onde é proposto o prolongamento do itinerário do transporte público até a área de intervenção, e assim criar um ponto de ônibus para integrar o transporte coletivo á área, já que se trata de um equipamento institucional. Importante lembrar que este prolongamento do trajeto do transporte público esta sendo proposto para uso de funcionários, serviços e possíveis visitantes, já que os menores acolhidos recebem ônibus escolares e carros da Prefeitura de São Carlos de forma exclusiva á eles. Diariamente o ônibus escolar de uso restrito do Centro de Acolhimento busca as crianças e os adolescentes
para leva-los até as escolas e assim fazer o mesmo serviço para retorno á edificação. Em caso de consultas médicas ou qualquer outra necessidade, a Prefeitura disponibiliza um carro para fazer o transporte dos menores.
Área de Intervenção Principal Eixo de Circulação Eixo Secundário de Circulação Proposta para Ponto de Ônibus Lotes Ocupados Vazio Urbano Fluxos até a Área de Intervenção
N Escala1:2.000
Imagem 5.8 Mapa de Acesso e Circulação Fonte: Própria Autoria.
0 10
20
50
69 Área de Intervenção | Acesso e Circulação na Área de Intervenção O acesso e circulação ao edifício se manifestou através da consulta ao Manual de Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes disponibilizado pelo Governo Federativo, que diz sobre a importância da participação dos menores acolhidos na organização e serviços do Centro de Acolhimento. Portanto foi definido que não tinha necessidade de diferentes acessos para diferentes atividades, e sim era interessante a concentração das atividades de serviço, administração e atendimento especializado em um acesso principal, para assim incentivar a vivência e participação dos acolhidos nas atividades diárias. Pensando em também oferecer um acesso secundário que também possa funcionar
para todas as atividades, foi escolhida uma curva topográfica que de forma analógica oferece em nível os dois acessos á edificação.
Área de Intervenção Principal Eixo de Circulação Eixo Secundário de Circulação Fluxos até a Área de Intervenção Proposta de Prolongamento Do Transporte Coletivo
Curva Topográfica Escolhida para Acesso ao Edifício
Proposta para Ponto de Ônibus Acesso Principal ao Edifício Acesso Secundário ao Edifício Lotes Ocupados
N Escala1:2.000
Vazio Urbano Imagem 5.9 Mapa de Acesso e Circulação Fonte: Própria Autoria.
0 10
20
50
70 Área de Intervenção | Análise Ambiental A localização da área está circundada por um número considerável de lotes desocupados, o que promove uma importante cobertura vegetal permeável. Esses vazios urbanos, acabam oferecendo massas arbóreas, além de serem presentes também nas calçadas do entorno, que proporcionam sombras agradáveis e sensação de clima mais fresco. Não menos importante, o terreno de intervenção abriga também uma massa arbórea considerável e direcionadora no projeto futuro deste equipamento. Através da análise solar, adota-se a orientação das aberturas da edificação nas faces Norte e Nordeste, para aproveitamento da incidência solar, lançando mão de elementos de sombreamento nas faces mais ensolaradas, a fim de
promover um melhor conforto térmico á edificação.
Sol Nascente
Sol Poente
Área de Intervenção Cobertura Vegetal Cobertura Impermeável Massa Arbórea
N Escala1:2.000
Imagem 6.0 Mapa da Situação Ambiental. Fonte: Própria Autoria.
0 10
20
50
71 Área de Intervenção | Terreno e Suas Características A situação topográfica da área escolhida para a intervenção, apresenta curvas regulares e constantes com um direcionamento em declividade para o percurso do Córrego do Gregório. A área se caracteriza por um terreno de cerca de 7.200 m² com curvas que totalizam um desnível do ponto mais alto para o ponto mais baixo de oito metros (Curva 822 á 815). O Plano Diretor de São Carlos determina para esta área, inserida dentro dos índices urbanísticos da Zona 3 – Ocupação Condicionada, os seguintes índices urbanísticos. 829 m
CA
1,4
CAB
1,4
CAM
3,0
6
CO
70%
CP
15%
Gabarito Da Edificação
796 m
2 5 4
Sem Limite
3
1
Área de Intervenção Vistas
N Escala1:2.000
Imagem 6.1 Características do Terreno de Intervenção Fonte: Própria Autoria.
0 10
20
50
72 Área de Intervenção | Vistas
Imagem 6.2 Vista 1. Fonte: Acervo Pessoal.
Imagem 6.4 Vista 4. Fonte: Acervo Pessoal.
Imagem 6.3 Vista 2. Fonte: Acervo Pessoal.
Imagem 6.5 Vista 5. Fonte: Acervo Pessoal.
Imagem 6.3 Vista 3. Fonte: Acervo Pessoal.
Imagem 6.6 Vista 6. Fonte: Acervo Pessoal.
LAR (s.m.) É a playlist que você fez pra mim. É aquilo que eu tenho vontade de ser pra você. É a casa da gente, a beira da saia de mãe, o colo do nosso pai, o abraço da melhor amiga. É onde a ansiedade me empurra mas não derruba. É moradia que fez bem. É do que você chamava o meu coração.
É a calmaria que invade o meu peito quando escuto a sua voz. João Doederlein.
5. O PROJETO
O PROJETO
77
Estratégia de Implantação Partindo do levantamento de dados realizado e tendo como premissa as condicionantes da área e do entorno, a estratégia de implantação e ocupação do terreno acaba sendo resultado do cruzamento desse conjunto de informações colhidas, e de um estudo e definição da volumetria da edificação. O padrão da área pressupõe concentrar o fluxo de veículos e transporte público na via com maior fluxo de circulação, promovendo assim o acesso principal á área. Já a via que contém eixo secundário de fluxo é destinada para acesso principal á edificação, por obter menor movimentação, acaba sendo a mais adequada para receber os fluxos de funcionamento. A integração do edifício á área é proposta de forma sutil para
garantir a descrição do funcionamento de um acolhimento á menores de idade e a implantação da edificação acontece no sentido das curvas de nível, promovendo assim um eixo de circulação que integra as diferentes funções.
Área de Intervenção Principal Eixo de Circulação Eixo Secundário de Circulação Fluxos até a Área de Intervenção Proposta de Prolongamento Do Transporte Coletivo
Curva Topográfica Escolhida para Acesso ao Edifício
Proposta para Ponto de Ônibus Acesso Principal ao Edifício Acesso Secundário ao Edifício Lotes Ocupados Vazio Urbano
N Escala1:2.000
Imagem 6.1 Características do Terreno de Intervenção Fonte: Própria Autoria.
0 10
20
50
78 Partido Arquitetônico | Operações Volumétricas O partido arquitetônico deste projeto institucional, se beneficia com a criação de um volume linear responsável pela circulação horizontal e vertical, e que ainda assume a responsabilidade de garantir acessos e fluxos para os outros blocos que recebem suas respectivas funções. A fim de dividir a ampla faixa etária que o Centro de Acolhimento se encarrega, surge a necessidade de proporcionar atendimento priorizado para pequenos grupos. Portanto surge a contemplação de mais quatro volumes que recebem funções como administração, serviços e atendimento especializado. Com o propósito de destinar o pavimento térreo ás atividades de lazer e vivência das crianças e dos adolescentes e o setor
administrativo, os demais setores do Centro de Acolhimento são elevados aos pavimentos superiores, conferindo assim maior privacidade a esses ambientes que não pressupõem a exposição, como os dormitórios. O volume responsável pela circulação principal, que promove um grande fluxo diário, sugere a utilização de uma pele arquitetônica para promover intimidade para
os acolhidos e seus funcionários, e tal elemento ainda proporciona uma identificação visual á circulação principal do equipamento público. Outros elementos como, brises e elementos vazados também são propostas para promover a barreira visual nos outros volumes, como garantem o controle da luz solar. Setor de Vivência
Setor Especializado 0 | 6 anos
Pavimentos Superiores Uso Exclusivo das Crianças e dos Adolescentes
Setor Administrativo
Setor Especializado 7 | 12 anos Térreo
Setor de Serviços
Setor Especializado 13 | 18 anos
Aberto aos visitantes conforme liberção cedida
Diagrama 1.6 Funções do Centro de Acolhimento. Fonte: Própria Autoria.
79 Partido Arquitetônico | Operações Volumétricas
Volume de Circulação
Volume de Circulação
Volumes de Serviços e Especializados
Imagem 6.2 Operações Volumétricas Fonte: Própria Autoria.
80 Organização das Funções | Acesso e Circulação Destinado o pavimento térreo ás atividades de convivência e ao uso do setor administrativo, propõe-se localizar no térreo todo o programa que oferece controle na funcionalidade diária do equipamento. A administração se torna indispensável neste pavimento por assumir a responsabilidade de autorizar ou bloquear a permeabilidade das pessoas á edificação. O setor de serviços se localiza no pavimento superior do setor administrativo, isolado assim do acesso ao público, por ser de uso exclusivo dos menores de idade e funcionários que ali colaboram com a programação diária do Centro de Acolhimento. Os blocos de serviços especializados se localizam no segundo e terceiro pavimento afim de conferir maior privacidade para o
programa específico que recebe a parte de higienização e dormitórios das crianças e dos adolescentes. Já em relação ao acesso principal que acontece longitudinalmente, no sentido de implantação do edifício, se encontra com o volume que propõe circulação através de escadas e elevador.
Setor Especializado 13 | 18 Anos
Setor Especializado 00 | 06 Anos Setor Especializado 07 | 12 Anos
Circulação Circulação Setor de Serviços Setor Administrativo Setor de Serviços Administração Setores Especializados Lâmina de Circulação Circulação Imagem 6.3 Esquema de Organização das Funções, Acessos e Circulações. Fonte: Própria Autoria.
81 Sistema Estrutural e Materialidade O sistema estrutural escolhido para compor o Centro de Acolhimento são o concreto pré-fabricado e estrutura metálica. Os blocos do setor especializado é estruturado com elementos de concreto pré-fabricados que possui modulação estrutural a partir de um sistema de planta retangular e modular de pilares e vigas de 0.30 x 0.60 centímetros e vãos de 7,20 x 10,80 metros, formando pórticos de travamento no formato de uma “caixa” , métodos baseado no sistema FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). Incorporado nos limites da edificação, a estrutura de concreto do edifício sustenta o elemento vazado que fornece sombreamento e barreira visual para parte interior da edificação ao olhar das vias do entorno.
Já a lâmina de circulação é formada por estrutura metálica, com pilares em perfil i soldados de 0.25 x 0.25 centímetros onde adota-se a modulação de 2.60 x 4.00 metros. A mesma recebe uma pele arquitetônica sustentada pelas peças metálicas. O mesmo material se aplica no setor administrativo, onde se adota a modulação de 5,40 x 5,40 metros. Todos os volumes
assumem cobertura individual metálica, compostas com sistema de duas águas e borboleta.
Imagem 6.4 Sistemas Estruturais. Fonte: Própria Autoria.
82 Sistema Estrutural e Materialidade Telha Metรกlica Sanduiche
Viga Calha Metรกlica
Telha Metรกlica Sanduiche
Laje Alveolar
Viga Calha em Concreto Imagem 6.5 Sistemas Estruturais Fonte: Prรณpria Autoria.
83 Implantação e Operações Topográficas Os blocos são implantados no sentido transversal as curvas de nível, paralelos entre si, formando pequenos pátios. Esses blocos são conectados a uma estrutura linear de circulação de uso comum, também paralelas as curvas de nível, proporcionando assim acesso em nível. A distância entre os blocos foi estabelecida em função da insolação e do ideal de permeabilidade entre jardim e edificações; garantindo assim a conversa entre os pátios e a vegetação existente no térreo. A implantação dos edifícios ganha maior destaque no momento em que cruza com o eixo de circulação de pedestres pré estabelecido pela definição dos pontos de acesso a edificação. O pavimento térreo atende e sugere programas como a administração e térreo
livre para proporcionar espaços vagos para a imaginação de diversão das crianças. No primeiro e no segundo pavimento, parte elevado por pilares encontram-se os dormitórios, vestiários, cozinha, entre outros espaços flexíveis para diferentes funções. No âmbito da mobilidade urbana, propõe-se o alargamento de uma parcela da calçada que circunda o terreno,
para receber o ponto de ônibus, para que seja utilizado pelos acolhidos, funcionários e visitantes.
Topografia Resultante da Movimentação de Terra Abertura das Curvas 817 | 818 |819
Imagem 6.6 Operações Topográficas Fonte: Própria Autoria.
84 Buscando promover a liberdade de uso e expressão
Porte Médio e Grande com Copa Densa
das crianças e dos adolescentes do Centro de
Sombreamento nos Estares
Acolhimento, intenciona-se um generoso piso na parte inferior das edificações que recebe em Pensando no controle de acesso do edifício
Porte Médio e Grande com Copa Densa
institucional, propõe-se duas marquises que além
Existentes na Área de Intervenção
de realizar essa gerência de entrada e saída do local,
demarcam
os
acessos
ao
Centro
de
Acolhimento.
No âmbito da mobilidade urbana, está sendo proposto o aumento do passeio que atualmente é de 2,50 metros, para 3,50 metros, a criação de estares ao longo dele, e o ponto de ônibus que nos dias atuais não existe. A escolha do paisagismo tem por finalidade determinar espaços, eixos de circulação e acesso a
PAISAGISMO
IMPLANTAÇÃO
determinados espaços estares com sombreamento.
Palmeira de Porte Médio
Marcação dos Eixos de Circulação e Acessos
partir da diferenciação de espécies arbóreas,
procurando sempre trabalhar com palmeiras para a marcação de eixos de circulação e acessos, e
Palmeira de Porte Pequeno
com árvores de médio e grande porte para o
Marcação dos Eixos de Circulação e Acessos
sombreamento dos espaços de estar criados ao longo do percurso.
85
817
IMPLANTAÇÃO
820 817
816
819
819
86
PAVIMENTO TÉRREO
SETOR DE VIVÊNCIA 1 Marquise do Acesso Principal
2 Cabine de Controle 3 Marquise do Acesso Secundário
SETOR ADMINISTRATIVO 4 Área de Espera 5 Espaço da Equipe Técnica 6 Espaço da Direção 7 Sanitário 8 Espaço de Reuniões e Atendimento
PAVIMENTO TÉRREO
87
1 2
8 4 5
3
PRIMEIRO PAVIMENTO
88
SETOR DE SERVIÇOS
SETOR ESPECIALIZADO 07 | 12 ANOS
9 Vestiário
21 Espaço Múltiplo Uso
10 Cozinha
22 Sanitário Feminino
11 Despensa de Alimentos
23 PNE Feminino
12 Despensa de Utensílios
24 PNE Masculino
13 Varada
25 Sanitário Masculino 26 Espaço de Apoio 27 Varanda
SETOR ESPECIALIZADO 00 | 06 ANOS
SETOR ESPECIALZIADO 13 | 18 ANOS
14 Espaço Múltiplo Uso
28 Espaço Múltiplo Uso
15 Sanitário Feminino
29 Sanitário Feminino
16 PNE Feminino
30 PNE Feminino
17 PNE Masculino
31 PNE Masculino
18 Sanitário Masculino
32 Sanitário Masculino
19 Espaço de Apoio
33 Espaço de Apoio
20 Varanda
34 Varanda
89
20
PRIMEIRO PAVIMENTO
19 18 17 16 15
34 33
14
32 31 30 29
9 28
10 12 11
21
13
22
23 24 25
26 27
SEGUNDO PAVIMENTO
90
SETOR DE SERVIÇOS
SETOR ESPECIALIZADO 07 | 12 ANOS
35 Vestiário de Funcionárias
51 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
36 Vestiário de Funcionários
52 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
37 Lavanderia
53 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
38 DML
54 Varanda
39 Almoxarifado
55 Espaço de Apoio
40 Varanda
56 Sanitário PNE
41 Estar dos Funcionários
57 Vestiário Feminino
42 Copa dos Funcionários
58 Dormitório do Cuidador (a)
SETOR ESPECIALIZADO 00 | 06 ANOS
SETOR ESPECIALZIADO 13 | 18 ANOS
43 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
59 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
44 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
60 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
45 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
61 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
46 Varanda
62 Varanda
47 Espaço de Apoio
63 Espaço de Apoio
48 Sanitário PNE
64 Sanitário PNE
49 Vestiário Feminino
65 Vestiário Feminino
50 Dormitório do Cuidador (a)
66 Dormitório do Cuidador (a)
91
46 45
47
SEGUNDO PAVIMENTO
48 62
44 49
63 64
61
43 50
60
42
65 35
59
36
66
41
51
58
37 52
57 56
53 55 54
38 39
40
TERCEIRO PAVIMENTO
92
SETOR DE SERVIÇOS
SETOR ESPECIALIZADO 07 | 12 ANOS
67 Espaço Múltiplo Uso
82 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
68 Sanitário Feminino
83 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
69 PNE Feminino
84 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
70 PNE Masculino
85 Varanda
71 Sanitário Masculino
86 Espaço de Apoio
72 Espaço de Apoio
87 Sanitário PNE
73 Varanda
88 Vestiário Masculino 89 Dormitório Cuidador (a)
SETOR ESPECIALIZADO 00 | 06 ANOS
SETOR ESPECIALZIADO 13 | 18 ANOS
74 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
90 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
75 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
91 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
76 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
92 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
77 Varanda
93 Varanda
78 Espaço de Apoio
94 Espaço de Apoio
79 Sanitário PNE
66 Dormitório | Capacidade: 04 Acolhidos
80 Vestiário Masculino
95 Vestiário Masculino
81 Dormitório do Cuidador (a)
96 Dormitório do Cuidador (a)
93
77 76
78
TERCEIRO PAVIMENTO
79 93
75 80
94
92
74 81
95
91 96
67 90 97
68 69
70 71
82
89 88 87
83
86 85
72 73
84
94
Terça
Pilar em Vista (30 cm x 60 cm)
Viga de Borda (30 cm x 105 cm)
CORTE AA E DET.1
Laje Alveolar com Piso Acabado Pele Arquitetônica em Tijolinho Viga Travamento em Vista(30 cm x 60 cm)
Perfil i (25 cm x 25 cm)
Det.1
Viga Calha Metรกlica
CORTE BB E DET.2
Pilar Metรกlico em Vista (25cm x 25 cm)
Viga Metรกlica de Travamento em Vista (25 cm x 25 cm)
Guarda Corpo Metรกlico (h=1,50)
Det.2
95
96
Viga Calha em Concreto
Pilar (30 cm x 60 cm)
CORTE CC E DET.3
Laje Alveolar com Piso Acabado
Pele Arquitetônica em Tijolinho)
Viga de Travamento em Vista (30 cm x 60 cm)
Peça de Acabamento
Viga de Borda (30 cm x 105 cm) Det.3
97
Telha Metálica Sanduiche
CORTE DD E DET.4
Brise Metálico em Vista
Pele Arquitetônica em Tijolinho
Shaft
Det.4
98 Brise Metálico
CORTE EE E DET.5
Painéis Metálicos Corrediços
Det.5
ELEVAÇÕES 1 E 2
99
Elevação 1
Elevação 2
PERSPECTIVAS 100
PERSPECTIVAS
101
PERSPECTIVAS 102
PERSPECTIVAS
103
ACREDITAR (v.)
É olhar pra sua mão quando ela segura a minha e apostar todas as minhas fichas que encontrei a pessoa pra quem vou dedicar as músicas da Anavitória. É verbo vizinho da fé. É dar chance pro acaso me decepcionar. É andar vendado no labirinto do amor só com a sua voz pra me guiar. É te abraçar quando a ansiedade bate na porta da sua vida, sem te perguntar por onde e como ela entrou.
João Doederlein.
6.0 ANEXOS
ENTREVISTA
107
Nome da Entrevistada: Marileide
cada um reage de uma maneira. Porem fazemos alguns
Cargo: Coordenadora das Unidades de Acolhimento
processos padrões logo que eles chegam, como: analisar
Local da Entrevista: Concedida via e-mail
a saúde do menor, identificar sua questão educacional,
Dia da Entrevista: 21/11/2018
propor uma conversa agradável e descontraída com a nossa equipe e integrar de forma através de brincadeiras
Hoje em dia quantos menores são acolhidos na Unidade da Vila Carmem? E quantos menores são acolhidos na
com os outros menores. Sobre as instalações da casa de acolhimento, seria
segunda unidade?
possível
Nós acolhemos hoje em dia na Unidade da Vila Carmem
necessidade de vocês? Se não, o porque? Não. Ambas as
17 crianças e Pré adolescentes de 0-12 ,e na Unidade da
casas que recebem a Casa de Acolhimento são imóveis
Vila Prado 12 adolescentes de 13-17 anos.
alugados pela Prefeitura de São Carlos, e acabam sendo
Pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescentes) é possível diagnosticar inúmeros motivos de ingresso dos menores nas casas de acolhimento. Seria possível listar os principais motivos que as unidades de São Carlos recebe?
Os motivos acabam sendo muito diversos, porem os principais casos que nós lidamos acabam sendo agressão doméstica, carência de recursos financeiros e abandono
por uma gravidez indesejada. Quando o menor de idade é encaminhado para vocês, como é realizado o processo de adaptação? Não posso dizer que temos regras sobre a adaptação deles já que
concluir
que
é
um
local
que
atende
a
locais adaptados para as nossas necessidades mínimas. Hoje em dia estamos com problemas nas duas unidades, já que uma sofre reforma (Vila Carmem) e a outra está sendo pedida de volta pela proprietária do imóvel (Vila Prado). Ambas deixam a desejar para o nosso setor administrativo,
como também na parte de lazer para os menores. Para acomodar estes menores, ocorre algum tipo de separação entre faixas etárias e sexo? Infelizmente não
conseguimos fazer a separação adequada e da forma que gostaríamos, porque nossas lares não nos permite isso. Então hoje em dia separamos apenas os dormitórios e banheiros.
108 Quais atividades e serviços vocês oferecerem na casa de acolhimento? Dentro
das
unidades
nós
oferecemos
atividades
adequadas a cada idade, como brincadeiras ao ar livre, sessões de filme, atividades didáticas, brinquedoteca e outros. Já nossos serviços parte dele é feito no interior da unidade como os atendimentos psicológicos e nutricional,
e o atendimento médico é feito com parceira aos postinhos de saúde cidade, e a educação também funciona desta maneira com parcerias com creches e
escolas públicas.
LEMBRANÇA (s.f.) É uma cicatriz na parede da nossa mente. É um quadro pendurado na casa do nosso coração. É ingrediente pra suspiros. É uma rádio que só toca memórias. É um trem que constantemente
me leva pra passear no passado. É uma noite de pizza no seu sofá. É um cheiro que eu nunca esqueci. É um lembrete da vida pra gente dizendo “ainda há muito para ser vivido.” É o fogo que costuma atear saudade em mim. João Doederlein.
7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
113
ARCHDAILY. Centro de Bem-Estar para Crianças e Adolescentes em Paris. 16/10/2014. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/733949/centro-de-bem-estar-para-criancas-e-adolescentes-em-paris-slash-marjan-hessamfarand-joe-verons-architectes-associes. Acesso em: 26/09/2018 ARCHDAILY. Casa de Acolhimento para Menores. 18/01/2015. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-deacolhimento-para-menores-cebra. Acesso em: 26/09/2018 ARCHDAILY. Casa das Crianças em Saunalahti. 13/10/2013. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-146307/casadas-criancas-em-saunalahti-slash-jkmm-architects. Acesso em: 26/09/2018
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CRIANÇA (s.f.) É sorrir por causa de um sorvete, e não ter medo de fazer cara feia se não gostar. É ter blusa de personagens de desenho e pantufas de bichinho. É não entender as maldades do mundo, é um
anjo que esqueceu de vestir as asas. É uma risada gostosa e sincera. É um ser que acredita na bondade dos outros. É quem pensa que o nariz cresce quando mente. Fonte do amor mais sincero que eu já recebi. João Doederlein.