SINGULAR COLETIVO

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SINGULAR COLETIVO

Yasmin Malaco Rocha




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Imerso no todo, um. Frase da Autora


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LETIVO LIVING WORKING



SINGULAR COLETIVO

a arquitetura e a era do compartilhamento Trabalho final de graduação obrigatório para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Cento Universitário Estácio de Ribeirão Preto. Realizado nas disciplinas de Fundamentos do TFG e TFG em Arquitetura, sob orientação da Profª Catherine D’Andrea em ambas etapas.

Yasmin Malaco Rocha

Ribeirão Preto - SP | 2020


AGRADECIMENTOS

Crescemos juntos em cada momento compartilhado.


O ano de 2020 foi de muitas incertezas, mudanças e readaptações. Vivenciamos um novo “normal” em um ano que, para mim, era cheio de expectativas e sonhos a serem realizados. O ano do encerramento de mais um ciclo. O fim da busca por mais uma conquista. Em muitos momentos achei que não conseguiria. Pensei em desistir e, então, olhei para trás. Para toda a trajetória percorrida até aqui. Para todas as noites em claro fazendo maquetes, terminando projetos, lutando contra o tempo, rindo e rindo de desespero com os colegas de classe, brigando, se ajudando, matando aula para comer pastel (desculpa mãe). E que todos esses e muitos outros momentos são os motivos pelos quais eu cheguei até aqui. E a única certeza que eu tenho é que esses momentos valeram a pena e, então, não fazia sentido algum desistir. Um ciclo no qual tantas pessoas fizeram parte. Em agradecimento a cada um de vocês: Mãe, que sempre me apoiou em todos os meus sonhos e nunca me deixou desistir quando parecia difícil demais. A toda minha família que acredita e sempre acreditou tanto em mim. A todos os meus amigos que me escutaram reclamar, me deram forças e também comemoraram comigo cada passo dessa trajetória e, especialmente,

aos meus amigos da faculdade. Crescemos juntos em cada momento compartilhado e, enfim, chegamos até aqui. E que esse novo ciclo que se inicia, mantenha sempre nossos caminhos entrelaçados, vocês todos são extremamente essenciais pra mim. Obrigada.



RESUMO O presente trabalho visa desenvolver o projeto de um edifício multifuncional que abrigue as funcionalidades de coworking e coliving (trabalho e moradia compartilhado, respectivamente), atendendo às demandas da atualidade contemporânea de habitação (para um público alvo não contemplado pelo mercado imobiliário tradicional) e aos novos modelos de trabalho, levando em consideração toda a sua tragetória histórica. Com foco na era do compartilhamento, contemplar um intercâmbio de experiências entre os usuários entendendo como essas questões influenciam no senso de coletividade e na qualidade de vida de cada um. Trabalhar o coletivo respeitando as individualidades e diferenças de cada ser, para que assim, possam coexistir.

The present work aims to develop the design of a multifunctional building that houses the characteristics of coworking and coliving (work and complete housing, respectively), meeting the demands of contemporary housing (for a target audience not covered by the traditional real estate market) and new work models, taking into account their entire historical trajectory. Focusing on the era of sharing, contemplate an exchange of experiences among users, understanding how these issues influence the sense of collectivity and the quality of life of each one. Work the collective respecting the individualities and differences of each being, so that they can coexist.

ABSTRACT


SUMÁRIO

8

INTRODUÇÃO

14

Justificativa

16

Objetivos Gerais

17

Objetivos Específicos

17

A URBANIZAÇÃO APÓS A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

18

A EVOLUÇÃO DO MODELO DE TRABALHO

22

COWORKING

26

A HABITAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES

30

COLIVING

34

O COLETIVO CONTEMPORÂNEO

38


HolLA The Student Hotel Tetuan LOCALIZAÇÃO RIBEIRÃO PRETO CONTEXTO HISTÓRICO VILA TIBÉRIO COWORKING E COLIVING EM RIBEIRÃO PRETO

42 50

LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO

72

ANÁLISE COMPORTAMENTAL DIAGNÓSTICO DO TERRENO

86 88

ÍNDICES LEGISLATIVOS CÁLCULO DE UNIDADES ÁREA CONSTRUÍDA

90 92 93

PROGRAMA DE NECESSIDADES FLUXOGRAMA

58 DIRETRIZES PROJETUAIS 66 CONCEITO E PARTIDO 67 O PROJETO 67 BIBLIOGRAFIA 69

94 96 98 99 102 148


Figura 1 Autor desconhecido Disponível em : https://pixabay.com/ Acessado em 10/04/2020 Modificação da autora.


INTRODUÇÃO O padrão comportamental contemporâneo tem se alterado com grande intensidade nas últimas décadas. A família nuclear tradicional tem dado espaço para novas estruturas familiares e as formas e ambientes de trabalho habituais tem se transformado de uma hierarquia para uma rede de conexões. O avanço da tecnologia tem atuação direta com tais transformações, bem como as tensões econômicas, sociais, políticas e culturais. Consequentemente, novas tipologias de comunidades e espaços se manifestam, criando ligações pessoais e profissionais entre si. Dentro deste cenário, surgem o Coliving e o Coworking, que oferecem a possibilidade de moradia e trabalho compartilhado temporário, respectivamente. Sabe-se que o “lar” ideal, é um conceito descendente dos ideais da burguesia desenvolvidos a partir do século XV, onde o individualismo e a acumulação de riquezas nortearam a concepção de espaços baseada na compartimentação de usos e separação de usuários (LUND, 2017. p. 1-5). Um princípio de questionamento sobre tais valores surge a partir da era modernista, originando novas conformações espaciais, integradas e livres,

diferentemente das estruturas e soluções clássicas. Problemáticas contemporâneas como o acesso a moradia, novos formatos familiares, o crescimento do individualismo e a necessidade do estímulo de modos de vida mais sustentáveis somam-se a isto, tornando possível, novamente, a ideia de uma moradia compartilhada como solução. (TUMMERS, 2017. p. 7781). Antes mesmo da Segunda Guerra Mundial, para uma recuperação emergencial devido aos reflexos da Primeira Guerra Mundial, o habitar foi repensado em formas coletivas, portanto, tal ideia não é de fato inovadora, mas apresenta-se como uma alternativa satisfatória perante aos modos de vida da atualidade, e para suprir tais necessidades surge o COLIVING. O coliving, em suma, visa satisfazer interesses contemporâneos como a busca por maior flexibilidade, uma opção aos altos custos do mercado imobiliário, o crescimento do individualismo, entre outros. Baseia-se em um estilo de vida compartilhado, englobando o senso de comunidade, sustentabilidade e economia colaborativa. Devido a facilidade deste modelo de habitação o número de adeptos a um estilo de vida mais livre cresce cada vez mais. Já os escritórios e ambientes corporativos


tem seus conceitos se transformado ao longo do tempo, desde a Revolução Industrial, cujo foco era baseado nas linhas de montagem, até os dias atuais, em que o bem-estar do profissional no ambiente de trabalho se tornou realidade. “A sociedade pós-industrial nasceu com a Segunda Guerra Mundial, a partir do aumento da comunicação entre os povos, com a difusão de novas tecnologias e com a mudança da base econômica. Um tipo de sociedade já não baseada na produção agrícola, nem na indústria, mas na produção de informação, serviços, símbolos (semiótica) e estética.” (LUCCI, Elian, 2016). Com essa evolução de conceitos dada por motivos tecnológicos, econômicos e sociais, surge um novo ambiente de trabalho no mundo contemporâneo denominado de COWORKNG. O coworking é um novo conceito fundamentado pela economia colaborativa, através do compartilhamento entre pessoas. De acordo com a Associação de Coworking do Brasil (https://coworkingbrasil. org/), é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho, que reúnem diariamente milhares de pessoas a fim de trabalhar em um ambiente inspirador.

Esse novo modelo de trabalho tem conquistado maior visibilidade ao redor do mundo, o que promove a expansão de sua prática e o torna um facilitador para o crescimento de pequenos empreendedores e desenvolvimento de grandes organizações.

JUSTIFICATIVA

Vivenciamos três crises globais: econômica, social e ambiental. Todas relacionadas a variados eventos como a falta de moradia, envelhecimento da população, aumento da frequência de catástrofes ambientais, intensificação das hostilidades para grupos minoritários, entre outros. Suas soluções necessitam de um enfoque sistêmico, já que estão todas correlacionadas (TUMMERS, 2007. p. 77-81). Busca-se ideais de economia colaborativa, cidadania plena e sustentabilidade para concretizar soluções para as crises enfrentadas. Para aprimorar o conceito de qualidade de vida e do ambiente do trabalho, é essencial o uso das normas da ergonomia e do estudo da neuroarquitetura como referência à concepção dos espaços.


Para suprir as necessidades dos modelos atuais de habitar e trabalhar, a maneira de se relacionar com o entorno (cidade) e o coletivo, de modo sustentável e inovador, é fundamental. Portanto, compreendendo a necessidade da integração social e da dinâmica dos dias atuais, este trabalho visa propiciar ao utente um intercâmbio de experiências e um equilíbrio entre o conforto e a produtividade, através de uma estrutura criativa dos espaços coletivos, individuais e informais.

OBJETIVOS GERAIS

O objetivo geral deste trabalho final de graduação compreende atender as necessidades habitacionais de um público alvo não contemplado pelo mercado tradicional englobando todas as mudanças históricas da moradia e a evolução dos escritórios e ambientes corporativos e suas modificações internas de layout e das diferentes e novas formas de se trabalhar com o decorrer do tempo, visa também o desenvolvimento de um projeto de um coliving e um coworking com foco no novo modelo de habitar e trabalhar atualmente e no bem-estar do usuário,

através de um equilíbrio entre foco no trabalho, lazer, descanso, socialização e compartilhamento em um mesmo ambiente, objetivando atender às novas necessidades da sociedade contemporânea.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS •Projetar um edifício multifuncional (habitacional e corporativo) que contemple um intercâmbio de experiências tanto externa quanto internamente; •Estabelecer um espaço flexível,integrado e inovador; •Ter como foco principal o bem-estar do usuário, fornecendo espaços de lazer, descanso e descontração; •Contemplar estudos de ergonomia e avaliações de pós ocupação, visando o bem-estar habitacional compartilhado e uma melhor produção de trabalho tanto individual tanto quanto coletivo; •Utilizar de técnicas construtivas e materiais sustentáveis e que gerem um conforto ambiental satisfatório, diminuindo custos energéticos e desperdícios; •Abordar o impacto da arquitetura e da era do compartilhamento na sociedade do século XXI e como estas questões influenciam no senso de coletividade.


A URBANIZAÇÃO APÓS A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Figura 2 Flywheel Production Hulton Archive Disponível em : https://www.britannica.com// Acessado em 15/04/2020


A Revolução Industrial, século XVIII, foi a transição do modelo de produção manufatureiro para o industrial, onde o principal marco foi a inserção da máquina à vapor. O modelo econômico adotado até então, conhecido como mercantilismo, baseado em trocas comerciais, acumulação de riquezas e exploração dos recursos naturais, cai em declínio e dá espaço para o capitalismo industrial, sendo efeito direto da emergência, expansão e centralidade exercida pelas fábricas. O movimento foi um processo radical de mudança social e econômica. O processo do crescimento das cidades se acelerou após a Revolução Industrial quando havia uma necessidade em alta de mão-de-obra e a queda do número de trabalhadores no campo, ocasionado pelas utopias e urbanizações da época (BENEVOLO, 2004). A industrialização promoveu, de modo simultâneo, uma superpopulação urbana e um esvaziamento rural, que sequenciaram a origem de instalações

precárias, refletindo na qualidade de vida da sociedade. Ocorre, então, a reconfiguração das habitações, que antes contemplavam de um amplo espaço externo nas áreas rurais e agora tinham uma configuração emendada, e também do trabalho, além de uma divisão de trabalho inflexível, os meios de produção ganhavam novo valor, assim como as terras. A falta de planejamento e de espaços gera um grande acúmulo de lixo, aumento da insalubridade, falta de iluminação e ventilação nas moradias, entre outras características que, por consequência, resultava em diversas epidemias. “Os recém-chegados são principalmente operários da indústria; suas habitações, como a remuneração e condições de trabalho, dependem unicamente da livre iniciativa e estão reduzidas ao nível mais baixo compatível com a sobrevivência.” (BENEVOLO, 2004) A qualidade das habitações e da urbanização propriamente dita não era importante, neste momento, para os especuladores. Seu único foco, agora, era o lucro, não importando se estava sendo oferecido um espaço salubre e seguro. O mesmo estende-se para a formatação que o operário deveria enquadrar-se no ambiente de trabalho. As fábricas, além de contratarem mão de obra de homens, mulheres e crianças, também exigiam uma longa jornada de trabalho e com uma remuneração salarial muito baixa, não condizente Figura 2.1 Cidade Industrial Autor Desconhecido Disponível em: https://historia.fandom.com/ Acessado em 15/04/2020


não condizente à realidade do trabalho operado. (figura 2.3) são frutos dessas discussões, em cidades (BENEVOLO, 2004). Tais fatores comprometiam se- que eram sufocadas pela industrialização. (DUARriamente a qualidade de vida da população operária TE, 1999) que vivia nas cidades diante deste cenário. “Além das mudanças territoriais, houve uma mudança temporal. Fases de equilíbrio seculares jamais existiriam novamente. Com as transformações tecnológicas, inserindo a rapidez da produção e distribuição de produtos e informações nas cidades, não mais se poderia prever um equilíbrio estável, ao contrário, o ritmo de novas transformações seria cada vez mais rápido e profundo.” (DUARTE, 1999, p. 15) “Não há uma análise possível da produção do espaço que não integre o estudo da produção do espaço industrial e dos efeitos deste espaço sobre o conjunto da estrutura urbana.” (CASTELLS, 1977, p.14) No século XIX, os arquitetos da época levantam uma discussão relacionada ao futuro da urbanização das cidades fabris, propondo diversas reconfigurações urbanas, levando em consideração a questão social e de salubridade, considerando também questões estéticas. Com isso, surge um novo campo na arquitetura que não engloba somente questões formais e técnicas, mas também a complexidade de relação entre os homens e a sociedade que ocorria nas cidades. Projetos urbanos importantes como a reforma de Paris, de Haussmann (figura 2.2) e a ampliação de Barcelona, por Ildefons Cerdà

Figura 2.2 La Place de L’Etoile Autor Desconhecido Disponível em: http://urban-networks.blogspot.com/ Acessado em 17/04/2020

Figura 2.3 O Plano Cerdà de Barcelona Ildefons Cerdà Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 17/04/2020 Modificação da Autora


“Os avanços tecnológicos possibilitaram novas maneiras de fundir o ferro e modelá-lo, novas técnicas de laminação a vapor da madeira, e a fabricação de placas de vídeos maiores. Todos esses avanços no feitio dos materiais estiveram logo ligados a edifícios com novas funções que configuravam as cidades.” (DUARTE, 1999, p. 16)

Figura 2.5 Torre Eiffel Emmanuel Buchot Disponível em: https://www.voyagesphotosmanu.com/ Acessado em 18/04/2020

Figura 2.4 Palácio de Cristal Tallis’ History and Criticism of the Crystal Palace, 1852 Disponível em: https://uh.edu/ Acessado em 17/04/2020

Além das novas formas e funções, também se configuraram novas potencialidades estéticas, o que resultou em uma crescente monumentalização da arquitetura. Obras arquitetônicas acabaram por esgotar-se apenas nas novas criatividades plásticas. Como exemplo, temos a Torre Eiffel, em Paris, por Gustavo Eiffel, que foi desenvolvida para a comemoração dos 100 anos da Revolução Francesa, e deveria ser desmontada depois, mas foi mantida e, atualmente, é um marco histórico da cidade. (DUARTE, 1999)

No início do século XX, percebeu-se a necessidade de reconfigurar a cidade frente às novas tecnologias desenvolvidas, dando origem à um movimento internacional da arquitetura: a arquitetura moderna. “Os arquitetos do movimento moderno integravam a tecnologia em suas propostas não apenas como técnica superlativa, mas como um saber autônomo, com características próprias e com uma dinâmica organizacional que, interagindo com as cidades, transformavam aos seus aspectos sociais, ideológicos, estruturais e estéticos. Era preciso projetar para as máquinas, com as máquinas e, sobretudo, projetar as interações máquina/cidade.” (DUARTE, 1999, p. 18) Em linhas gerais era um movimento de vanguarda que propunha modificar e/ou construir globalmente cidades.


A EVOLUÇÃO DO MODELO DE TRABALHO


Figura 3 Engrenagens Autor Desconhecido Disponível em : https://inovacaoindustrial.com.br/ Acessado em 18/04/2020 Modificação da Autora

Os modelos tradicionais de escritórios corporativos que conhecemos atualmente surgiram ao final do século XIX e início do século XX, a partir da Revolução Industrial e juntamente aos movimentos fordista e taylorista. O primeiro modelo visa à organização da produção e do trabalho e as linhas de montagem, enquanto o segundo serve de base para a preocupação da espacialização do trabalho e para a criação do protótipo dos primeiros escritórios. “Muitas das estratégias de produção e reprodução do capital passaram por transformações nas últimas décadas do século XX. Essas, por sua vez, afetaram a organização do espaço da indústria e a localização dos empreendimentos industriais.” (BOTELHO, 2008) O estabelecimento de hierarquias formais, intensificação da divisão de trabalho, padronizações minuciosas e a extração máxima da capacidade produtiva eram as principais características do modelo, que além de gerar uma alienação do trabalhador ignorava todas as necessidades do mesmo, o qual se sentia explorado pois não possuía a essência do reconhecimento do trabalho. O operário era tratado como uma engrenagem do sistema produtivo, afastando-o das condições humanas de trabalho. A padronização se via desde o mobiliário até a caneta utilizada pelo funcionário. “Tais inovações teriam levado ao extremo o desenvolvimento da divisão do trabalho no interior da fábrica, ao possibilitar a padronização das peças e, consequentemente, aumentar a especialização de mão-de-obra. Assim, cada trabalhador, em seu posto de trabalho fixo, realizaria apenas uma tarefa específica.” (BOTELHO, 2008)


Uma das primeiras construções neste molde foi o Edifício Larkin (figuras 3.1 e 3.2), projetado por Frank Lloyd Wright, localizado em Nova Iorque, Estados Unidos.

Figura 3.1 Edifício Larkin Foto de Divulgação Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/ Acessado em 18/04/2020

Figura 3.2 Planta Edifício Larkin Frank Lloyd Wright Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/ Acessado em 18/04/2020

Após os efeitos devastadores deixados pelo término da Segunda Guerra Mundial, com a necessidade da reestruturação das cidades e da economia, houve uma descentralização das empresas, abrindo uma oportunidade para a aplicação de novos conceitos nos espaços corporativos. Visto que o sistema anterior consistia em uma hierarquia rígida, agora o foco seria o indivíduo. Os pioneiros da nova formatação são os irmãos alemães Wolfgang e Eberhard Schenelle, do grupo de consultoria Quickborner, que deram início ao modelo conhecido como “Bürolandschaft” (Paisagem de Escritórios), trocando a grade estrita de corredores e mesas por algo orgânico e natural. Eles acreditavam que salas fechadas eram barreiras e que os escritórios necessitavam de espaços de trabalho mais interativos e flexíveis, valorizando, assim, o funcionário. Tais mudanças, incentivaram uma abordagem de gestão igualitária, que condizia com o ambiente social-democrata pós-guerra, fazendo com que todos os níveis hierárquicos se sentassem juntos em um mesmo ambiente. (TENÓRIO, 2004) A partir das modificações supracitadas, criase o conceito de Planta Livre. Os novos protótipos de escritórios promoveram ambientes práticos, dinâmicos e flexíveis, trazendo a ideia da universalização do modelo arquitetônico funcional com novos materiais e disposições setoriais, valorizando significativamente os projetos arquitetônicos, visto que a definição do layout deve anteceder problemas como excesso de ruídos, falta ou excesso de iluminação, conforto térmico, privacidade, entre outros. (CHIAVENATO, 1993; MELLO, 1999)


Com o crescimento exponencial das cidades e das populações, há o surgimento de novos fenômenos urbanos. As transformações vêm acontecendo cada vez mais rápidas e, com isso, surgem novos critérios e condições de trabalho. O desenvolvimento da tecnologia tem impacto direto sobre o comportamento da sociedade seja no âmbito da vida pessoal ou profissional, e a busca por um equilíbrio entre as duas reestruturou a estratégia de gestão dos funcionários pelas organizações, resultando no surgimento do novo modelo de trabalho, Home Office. “A possibilidade de realização do trabalho desvinculado do espaço do escritório tradicional da empresa, confere cada vez mais liberdade ao empregado, trazendo, com isso, jornadas não tão rígidas, produção de acordo com a demanda e gestão conectada ao cumprimento das metas e prazos previamente estabelecidos.” (SILVA, 2009) Mello (1999), entende que esta modalidade de trabalho sintetiza no processo de levar o trabalho aos funcionários em vez de levar estes ao trabalho. A evolução dos meios de comunicação e transporte eliminou muitas barreiras, ramificando o progresso para fora das cidades e grandes centros urbanos. “O Home-Office é uma forma de trabalho flexível que engloba a flexibilidade de tempo, espaço e comunicação, sendo ainda, mais que uma questão tecnológica, se mostrando também como uma questão social e organizacional” (PALMEIRA; TENÓRIO, 2002).

Não atendendo somente à grandes organizações, o Home Office acaba por se tornar uma ótima opção para os profissionais autônomos e fundadores de pequenos negócios, pois em meio as crises financeiras e as grandes variações do mercado, aparece como uma solução de baixo custo e com alto potencial de flexibilidade. Mobilidade, criatividade, sinergia, produtividade e bem-estar são premissas que crescem a cada dia nas relações de trabalho na era do conhecimento. Em razão destas, o compartilhamento de ideias, o intercâmbio de experiências e as trocas humanas acabam tornando-se cada vez mais necessárias, visto que a dinâmica do mundo contemporâneo preza cada vez mais pela rede de conexões no âmbito corporativo. E em virtude do crescimento rápido e desordenado da sociedade, uma série de inconvenientes como a insegurança, congestionamento, estresse, entre outros, interferem direta e negativamente, em tudo o que cerca estas populações. Paralelamente a estas evoluções, o modelo de Planta Livre acaba por sofrer alterações e ganha uma nova notoriedade chamada agora de Living Office, o conceito foi fortemente idealizado e defendido por Herman Miller. Esta nova formatação destaca a organização dos ambientes somente com o uso do mobiliário. Diante de tais fatores, unindo as necessidades dos trabalhadores adeptos ao Home Office e às novidades do modelo de Living Office, cria-se uma nova condição de trabalho denominada de COWORKING, um espaço compartilhado.


COWORKING

Figura 4 Free Space Autor Desconhecido DisponĂ­vel em : https://www.vectorstock.com/ Acessado em 19/04/2020


Com o enfrentamento de crises sociais, econômicas e ambientais, a inovação acaba se transformando na chave para transformar estes desafios em melhores oportunidades para a sociedade. Visto isso, o coworking surge para redefinir a forma de trabalho, construindo uma economia baseada na criatividade e inovação e inspirado pela cultura participativa e de cocriação, criando um futuro mais sustentável para as comunidades locais e ao redor do mundo. O Coworking tem como premissa principal a reunião e compartilhamento entre milhares de pessoas, sendo uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho, para que este, seja inspirador. Apesar de agregar muitas pessoas em um mesmo lugar, que gera grande networking com os profissionais de várias áreas, você encontra no coworking, também, ambientes especialmente projetados para o trabalho autônomo. A ideia surge do conceito de profissionais independentes que buscam por um espaço democrático para desenvolver suas atividades e projetos, sem o isolamento do home office ou a distração dos espaços públicos. Baseado pela natureza transformadora das tecnologias, busca um equilíbrio entre vida e trabalho. Por ser um modelo aberto, não visa, em momento algum, a competição, e sim a cooperação. Com o objetivo de reconstruir uma economia mais humana, interligada e sustentável, diferente do que conhecemos até então, destaca que ambientes diferentes precisam se entrelaçar, se conectar e interagir para gerar uma transformação da cultura na qual estamos inseridos. Figura 4.1 e 4.2 HUS Coworking Fotos de Divulgação Disponível em : https://coworkingbrasil.org/ Acessado em 19/04/2020


Atualmente, são 2.040 coworkings reconhecidos ao redor do mundo, espalhados por 117 países, em 925 cidades e 119.688 cadeira disponíveis para serem utilizadas (Censo Coworking Brasil). De acordo com o movimento Coworking Brasil, os princípios básicos do coworking são: • colaboração acima da competição; • coletivo acima da individualidade; • participação acima da observação; • “fazer” acima de “dizer”; • camaradagem acima da indiferença; • ousadia (e alegria) acima da garantia; • aprendizagem acima da expertise; • orgânico acima de mecânico; • gentileza acima de desconfiança.

“A lógica é simples, cada coworker aluga uma posição de trabalho – uma mesa preestabelecida, e junto, os serviços básicos são incluídos no pacote mensal. Neste ponto, os potenciais benefícios são vários: menor custo nas despesas; interatividade – diferentemente da rigidez do ambiente corporativo ou isolamento causado pelo home office; network; possibilidade de expansão intelectual e profissional; relacionamento a outros profissionais; e ainda, a dinâmica assumida pela coletividade. Entre os motivos pela escolha, também se destacam a troca de experiência que carecem os cybers cafés ou, simplesmente, pela caótica rotina profissional, entre pontes aéreas, pontuada por poucos períodos dentro do ambiente de escritório.” (PEREIRA, 2018)

COWORKINGS AO REDOR DO MUNDO

Figura 4.3 Coworkings ao Redor do Mundo Global Coworking Map Disponível em : https://coworkingbrasil.org/ Acessado em 19/04/2020


COWORKINGS NO BRASIL

Os dados à direita são relacionados aos espaços de coworking no Brasil, analisados no ano de 2019. De acordo com os dados apresentados no Censo do Coworking Brasil, é visto que 65% dos estabelecimentos estão localizados em cidades com mais de 1 milhão de habitantes, 68% encontram-se nas capitais dos estados e apenas 32% nas cidades do interior. A vizinhança predominante em 60% é comercial, 37% residencial e 1% universitária e em 31% dos casos encontra-se alocado em um bairro tradicional. Por não serem encontrados em todas as cidades, os usuários que residem onde não há este espaço de trabalho colaborativo, migram em busca desta experiência, o que gera uma demanda de hospedagem. Aproveitando a oportunidade, muitos coworkings tiveram a iniciativa de integrar esse espaço de trabalho também à moradia coletiva, denominada de coliving. Nota-se o crescimento superior em 25% no ano de 2019, se comparado ao ano anterior. Estando presente em 195 cidades brasileiras.

Figura 4.4 e 4.5 Dados Gráficos Extraídos do Censo Coworking Brasil Disponível em : https://coworkingbrasil.org/ Acessado em 19/04/2020


Figura 5 Guia das Remoções Observatório das Remoções Disponível em : https://www.observatorioderemocoes.fau.usp.br/ Acessado em 18/04/2020


A HABITAÇÃO

E SUAS TRANSFORMAÇÕES


Em cada fase histórica, a habitação desenvolveu um papel importante como objeto resultante das ideologias da sociedade. As famílias nucleares, que antes eram a base especulativa, perdem espaço para novas conformações familiares na contemporaneidade. Neste processo interminável de adequações, as disposições e os espaços se tornaram, simultaneamente, produtos e produtores das interações dentro da habitação. (BERQUÓ, 1989)

“A arquitetura trata de um sujeito, o homem, que é por definição e fatalidade de natureza cambiável e evolutiva. Ele é primeiro solteiro, depois casal, depois família, com filhos em números indeterminados, depois dispersão dos filhos pelos seus casamentos... Enfim a morte, de tal maneira que a moradia feita para uma família não existe: o que existem são vários tipos de moradia paras sucessivas idades.” (LE CORBUSIER apud¹ TRAMONTANO, 1998, p. 56-57) “É verdade que as principais tipologias habitacionais, encontráveis, por exemplo, nas periferias As definições de moradia sofrem constantes das grandes cidades do mundo inteiro, permanecem alterações de acordo com as diversas fases históricas aproximadamente as mesmas há décadas. O Movie o impacto que estas têm sobre o comportamento mento Moderno europeu dos entreguerras constido indivíduo na sociedade. Não somente as confor- tuiu o primeiro e único momento em toda a histómações familiares são modificadas, como também ria da Arquitetura em que o desenho e a produção as perspectivas de sucesso, a interação com a tecno- de espaços de morar foram integralmente revistos, logia, entre outros inúmeros fatores. A arquitetura, analisados de acordo com critérios claramente forpor sua vez, visa proporcionar a experiencia neces- mulados, cujos resultados nortearam - e ainda norsária a cada indivíduo, adequando-se aos interesses teiam - boa parcela de projetos de habitação em todo constantemente modificados. Sendo assim, não o mundo ocidentalizado.” (TRAMONTANO,1998) podemos definir um modelo padrão de habitação, que atenderia a todo e qualquer indivíduo, mas sim, entender que a habitação é uma incessante transmutação física e social. A habitação, assim como o meio urbano em que está inserida e o indivíduo que a habita, são todos organismos vivos e, portanto, sofrem mutações, e as trocas experimentadas entre eles são flexíveis pois, o indivíduo apresenta reflexos do meio em que vive, e o meio apresenta traços que são reflexos da personalidade do indivíduo. *¹Apud: expressão latina que significa “citado por”, “conforme” ou “segundo”.

Todavia, os arquitetos modernistas previram uma habitação prototípica, correspondendo a um homem, uma cidade e uma paisagem igualmente prototípicos. Desenvolveram o arquétipo da “habitação-para-todos”, baseado na concepção biológica do indivíduo. Este modelo mesclado aos princípios da repartição burguesa oitocentista parisiense, vem sendo reproduzido em todo o mundo, durante o século XX, com pequenas variações locais e destinado, basicamente, à família nuclear. (TRAMONTANO,1998)


“No entanto, estudiosos de diferentes horizontes têm apontado na mesma direção quando o assunto é a metrópole do século XXI: seu habitante parece ser um indivíduo que vive, principalmente, sozinho, que se agrupa eventualmente em formatos familiares diversos, que se comunica à distância com as redes às quais pertence, que trabalha em casa mas exige equipamentos públicos para o encontro com o outro, que busca sua identidade através do contato com a informação.” (TRAMONTANO,1998) Como a habitação é reflexo o indivíduo que nela habita, os conceitos reproduzidos na arquitetura são imagem dos hábitos de cada personalidade específica. Considerando as mudanças sociais, como as novas conformações familiares, queda na taxa de fecundidade, aumento da longevidade, crescente inserção da mulher no mercado de trabalho, aumento do individualismo, fragilidade das uniões, e até mesmo por questões econômicas, como por exemplo a estabilidade financeira que acaba por se tornar uma prioridade antes da constituição familiar, são características que devem ser levadas em consideração para projetar uma moradia que aprimore, principalmente, o bem estar, atendendo às necessidades particulares de cada indivíduo. (BERQUÓ, 1989). Com as demandas atuais, porque não recriar um modelo que atendesse ao público não contemplado pela especulação imobiliária? Que não se enquadram aos padrões tradicionalistas e tem formas únicas e peculiares de vida? Dada a oportunidade, cria-se um novo conceito de moradia compartilhada, o Coliving.

Figura 5.1 Casa Moderna Brasileira Guilherme Wisnik, “LUCIO COSTA” Disponível em: http://novasformasdemorar.blogspot.com/ Acessado em 19/04/2020 Modificação da Autora

Figura 5.2 Casa Burguesa Oitocentista Estevam C.Pinto Disponível em: http://novasformasdemorar.blogspot.com/ Acessado em 19/04/2020 Modificação da Autora


Figura 6 Como é viver na quarentena no maior complexo de apartamentos Kauê Vieira Disponível em : https://www.msn.com/ Acessado em 03/062020


O coliving é um conceito de moradia compartilhada que busca por alternativas econômicas, além de um estilo de vida sustentável. É uma derivação do conceito de cohousing, originado na Dinamarca em 1972, que define o compartilhamento de habitações. A primeira comunidade cohousing, chamada Sættedammen, abrigava 35 famílias, que tinham casas individuais, mas compartilhavam as áreas de atividade e convivência (como alimentação e limpeza).

COLIVING Figura 6.1 Sættedammen Autor Desconhecido Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/ Acessado em 19/04/2020

O conceito foi difundido por diversos países, onde defendia-se a filosofia de que o convívio compartilhado é a chave para promover uma sociedade mais sustentável, até se transformar ao conceito que conhecemos hoje por coliving, que aborda algumas outras questões como economia e ideais.


“Hoje o coliving abrange uma infinidade de possibilidades, que vão desde pessoas que simplesmente vivem juntas - compartilhando apenas o espaço físico - até comunidades que compartilham também valores, interesses e filosofia de vida.” (SOUZA, 2019) A proposta de coliving é que o indivíduo alugue um quarto, que muitas vezes já vem mobiliado, e todas as outras áreas – como cozinha, lavanderia, sala de jogos, áreas de convívio, de trabalho, limpeza (muitas vezes profissional), entre outras - sejam utilizadas em compartilhamento com outras pessoas, o que gera um intercambio de experiências e senso de comunidade. Muitos dos moradores dos colivings vem dos profissionais que utilizam do coworking por demanda de seu próprio negócio ou até mesmo pela organização que representam, e que migram de outras cidades para fazerem uso do mesmo. “Com o crescimento acelerado da densidade demográfica, principalmente nas grandes cidades, minimizar espaços e aproveitá-los ao máximo tornou-se algo essencial para as pessoas. Isso faz aumentar a pressão imobiliária, elevando, consideravelmente, o preço dos imóveis.” (Nomads.usp e-pesquisas, 2007, p. 11) Uma pesquisa realizada pelo Space 10, o laboratório de inovação da IKEA², teve um questionário respondido por 14 mil pessoas de 147 países e teve como objetivo entender o que as pessoas gostariam em um coliving e o que elas gostariam de compartilhar, ou não. O resultado publicado em

2018, mostra que a maioria das pessoas se atraem pela moradia compartilhada pela socialização em grupo, mais do que pela questão econômica. E também que preferem conviver em pequenas comunidades, de 4 (quatro) a 10 (dez) pessoas, além de preferirem conviver com pessoas de faixas etárias e origens diferentes, e até mesmo casais sem filhos ou mulheres solteiras, sendo crianças e adolescentes os membros menos populares dentro da comunidade conjunta. “Basicamente, os moradores em potencial dessas unidades são pessoas recém-casados, casais sem filhos, além de pessoas sós em diferentes etapas de seu ciclo de vida: jovens solteiros estudantes ou iniciando a vida profissional, adultos divorciados, idosos [...].” (Nomads.usp e-pesquisas, 2007, p. 29) Em suma, o coliving tem como objetivo proporcionar uma cultura especializada em gerar conexões genuínas a fim de reaproximar o cidadão contemporâneo em um ambiente ímpar. A habitação deve interferir ativamente e positivamente na comunidade ao qual está inserida. Os moradores estão intencionalmente juntos para desenvolverem ideias, projetos e experiencias em conjunto. O convívio não deve se reduzir somente às tarefas necessárias diárias, mas também fomentar eventos e reuniões que visem alavancar o processo de desenvolvimento pessoal e profissional de cada um dos moradores e visitantes. *²IKEA: empresa privada global, de origem sueca, especializada na venda de móveis domésticos de baixo custo.


Figura 6.2 Fotos de espaços de Colivings Fotos de Divulgação Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 19/04/2020

Figura 6.4 Fotos de espaços de Colivings Fotos de Divulgação Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 19/04/2020

Figura 6.3 Fotos de espaços de Colivings Fotos de Divulgação Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 19/04/2020

Figura 6.5 Fotos de espaços de Colivings Fotos de Divulgação Disponível em: https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 19/04/2020


Figura 7 Luz e Sombra Alexei Bednij DisponĂ­vel em : https://www.escoladeimagem.com.br/ Acessado em 15/04/2020


O COLETIVO CONTEMPORÂNEO “A cidade em que vivemos é a sobreposição de histórias, culturas, formas urbanas e arquitetônicas que tramam e organizam nossa fruição no cotidiano urbano.” (DUARTE, 1999, p. 13) As comunidades são, em suma, formadas por interesses, ideais e crenças em comum, compartilhados por um grupo de pessoas que, dadas as semelhanças, identificam-se entre si. Estas características em comum podem ser reflexo de uma localização geográfica, um estilo musical, uma ideologia de vida, uma profissão, entre tantas outras opções que tangem à um objetivo comum para as pessoas. Cada indivíduo pode se identificar com uma ou várias comunidades ao mesmo tempo, visto que cada ser humano é único e contem a sua identidade. “A comunidade implica em uma obrigação fraterna de partilhar as vantagens entre seus membros, independente do talento ou importância deles.” (Baumann, 2003, p. 59) Atualmente, a tecnologia tem forte impacto sob a formação destas comunidades e as redes sociais representam um fator determinante para a compreensão da expansão das mesmas. A internet possibilita um alcance global da propagação dos

ideais de cada uma, podendo atingir mais e mais pessoas e consequentemente, fortificando o seu grupo e gerando um conceito de coletivismo. Cada indivíduo constitui uma identidade de si mesmo que referencia o seu eu. Essa imagem é construída a partir de todas as experiencias vivenciadas pelo ser, em todas as suas interações humanas e físicas. Todos os fatores experenciados fazem com que cada ser humano compreenda e identifique suas semelhanças e diferenças, seja relacionado a outro indivíduo, como também a gostos pessoais, ideologias e crenças, que fomentarão o interesse aos grupos e comunidades semelhantes às características do ser. O coworking e o coliving, são mais uma das várias comunidades contemporâneas existentes. Baseadas no compartilhamento de experiencias, economia colaborativa e um modelo de vida mais sustentável, agrega cada vez mais pessoas que compartilhem de seus ideais. A arquitetura é um meio de transmissão de informações no espaço que o homem ocupa, visando concretizar toda a ideologia de uma nova comunidade que surge para suprir as necessidades das transformações constantes que ocorrem na era do compartilhamento.


Figura 7.1 Grupo de Yoga Autor Desconhecido Disponível em :https://www.coachyoga.org/ Acessado em 20/04/2020

Figura 7.3 Grupo de Arquitetos Autor Desconhecido Disponível em: https: https://eucontador.com.br/ Acessado em 20/04/2020

Figura 7.2 Grupo de Torcedores do Brasil Autor Desconhecido Disponível em: https://redemaxima.wordpress.com/ Acessado em 20/04/2020

Figura 7.4 Grupo de Surfistas Autor Desconhecido Disponível em: https://www.skift.com/ Acessado em 20/04/2020


Figura 7.5 Grupo de Bailarinas Autor Desconhecido Disponível em: https://www.amazon.com/ Acessado em 20/04/2020

Figura 7.7 Grupo de Professores Autor Desconhecido Disponível em: https://sbcoaching.com.b Acessado em 20/04/2020

Figura 7.6 Grupo de DJS Rafael Nicolau Disponibilizado por Live Talentos Recebido em 20/04/2020

Figura 7.8 Grupo de Skatistas Autor Desconhecido Disponível em: https://www.piqsels.com/ Acessado em 20/04/2020


Figura 8 HolLa Iwan Baan DisponĂ­vel em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020


HolLA FICHA TÉCNICA Nome do Projeto: Second Home, HolLA Tipologia: Escritório Local de Implantação: Hollywood, Los Angeles, Estados Unidos Área do Projeto: 3.747 m² Ano do Projeto: 2019 Arquitetos: José Selgas e Lucía Cano


Localizado no East Hollywood, está implantado em um terreno de 8.435,60m² onde já existiam dois edifícios pré existentes. Um destes edifícios foi demolido, enquanto o outro permanece em conjunto com o novo projeto. O edifício pré existente é caracterizado por uma arquitetura neocolonial, com 320 espaços de trabalho existentes no térreo e escritórios adicionais com 200 espaços de trabalho no primeiro andar, com instalações comuns por todo o edifício, como café, bar, restaurante, sala de eventos e conferências, áreas de descanso e terraços abertos.

Na área onde o edifício demolido pertencia, agora encontramse 60 novos espaços de escritórios individuais e salas de reuniões, que seguem um farmato oval e orgânico, que compõem o second home para aproximadamente 700 pessoas. São reproduzidas 4 formas ovais e 4 tamanhos padrões, espalhados pelo jardim de forma “aleatória”, onde não notamos um padrão de repetição das instalações na implantação. Figura 8.2 Implantação do Projeto HolLa José Selgas e Lucia Cano Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020


Figura 8.1 Planta do Antigo Pré Instalado Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020 Figura 8.3 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

East Hollywood é um bairro densamente povoado na região central de Los Angeles, com uma vasta quantidade de equipamentos públicos e privados, como colégios, hospitais, bibliotecas, espaços culturais, parques, restaurantes, pontos de transporte públicos, entre muitos outros. A população residente do bairro é, em sua maioria, estrangeira. Próximo ao distrito de Hollywood, possui grande importância na criação da identidade cultural dos Estados Unidos e é mundialmente conhecido pelo grande número de empresas do ramo cinematográfico que encontram-se instaladas no local, e também pela grande influência mundialmente difundida. A duas quadras de distâncias da rodovia Santa Ana Fwy, que é umas das rodovias mais importantes do sul da Califórnia, conectando Los Angeles e seus subúrbios até a cidade de Santa Ana, tem intenso fluxo de automóveis particulares e públicos, o que de certa maneira facilita o acesso à localização do projeto e também da maior visibilidade ao mesmo. É inevital não perceber o quanto o projeto se destaca do seu entorno, não sendo necessário nem mesmo uma indicação de sua localização, o projeto, por si só, mostra-se presente. Não somente pelas cores vivas, mas pelo seu formato não convencional. Criando uma identidade única e assim, atraindo e despertando a curiosidade de mais pessoas para o local.


Todo o formato orgânico do projeto tem um propósito, junto às paredes curvas adiciona-se a transparência do vidro utilizada em todos os 60 espaços, resultando em uma vista 360º da vegetação, o que gera uma sensação de se estar trabalhando imerso na natureza. O foco principal deste projeto é o contato com o exterior, diferentemente dos edifícios corporativos que conhecemos, onde estes, em sua maioria, encontram-se com janelas fechadas, iluminação artificial e climatizadores elétricos, no qual muitas vezes os trabalhadores que nele se encontram não tem conhecimento sobre como o tempo encontra-se fora do edíficio. A iluminação natural fomenta o contato interno/externo proposto pelo projeto, que “imita” a essência do estilo de vida de Los Angeles. Ao invés de levar o jardim para dentro do escritório, os escritórios foram levados ate o jardim. São mais de 10.000 (dez mil) plantas e árvores, o que atrai borboletas, formigas, abelhas e esquilos, do lado de fora, e os humanos “dentro dos vasos”. Os arquitetos responsáveis pelo projeto dizem “Se você deseja tornar o mundo um lugar melhor, olhe para sí mesmo e faça uma mudança”. Os caminhos entre os espaços são feitos de madeira e concreto e cercado por plantas de ambos os lados.

Figura 8.4 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

Figura 8.5 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020


O conceito intrínseco ao projeto, é a coexistência. Tanto com outros seres humanos, fomentando suas trocas de experiências, como a convivência com animais e ambientes mais naturais, que são um passo para uma vida mais sustentável. A vegetação reduz a temperatura, diminuindo o uso de climatizadores elétricos (além de oferecer sombra) e também possui aberturas que possibilitam a ventilação cruzada. A iluminação natural devido ao uso do vidro (material transparente) elimina gastos com iluminação artificial e toda a água do terreno é coletada em dois tanques, utilizada para a irrigação. O projeto substitui uma área impermeável de aproximadamente 8.500m² (edifício demolido), por 6.500m² de vegetação, trocando um estacionamento, por um jardim. Figura 8.6 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020


Figura 8.7 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

Figura 8.9 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

Figura 8.8 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

Figura 8.10 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020


Figura 8.11 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

Figura 8.13 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

Figura 8.12 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020

Figura 8.14 HolLa Iwan Baan Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 22/04/2020


Figura 9 The Student Hotel Luis Beltran DisponĂ­vel em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


THE STUDENT HOTEL FICHA TÉCNICA Nome do Projeto: The Student Hotel Campus Marina Barcelona Tipologia: Hotel Estudantil Local de Implantação: Barcelona, Espanha Área do Projeto: 21.940m² Ano do Projeto: 2017 Autor: Masquespacio


Barcelona, capital da Catalunha e situada à noroeste da Espanha, é a segunda maior cidade do país e a mais ativa economicamente. É uma cidade referência nas áreas de artes, arquitetura, design, moda e gastronomia, o que atrai muitos estrangeiros para o local, além de ser um destino turístico completo. Como a cidade abriga muitos estudantes de fora, viu-se a oportunidade e necessidade de hospedar esse nicho específico, que muitas vezes são pessoas que não tem um poder aquisitivo alto, estabilidade ou até mesmo dependem dos pais financeiramente e nem conhecem outras pessoas na cidade para poderem dividir uma moradia. Com isso, cria-se uma espécie de hotel, onde os estudantes tem os seus próprios quartos e banheiros privativos, mas dividem todas as outras áreas comuns como cozinha, piscina, área de estudo, sala de jogos, lavanderia , auditório, entre outros. Ideia semelhante ao coliving, porém com um nicho mais específico. Figura 9.1 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Área Compartilhada Área Privativa


Figura 9.2 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.3 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

O edifício é separado em quatro torres e conta com uma área de 21.000m², na qual constam 500 dormitórios, denominados pelos autores como “habitações”. A empresa que desenvolve o projeto, Masquespacio, usou do design criativo e da psicologia das cores para estabelecer uma melhor conexão entre o seu hóspede e o espaço construído. Além de manter a identidade visual da The Student Hotel, que é uma rede de colivings e coworking, que seguem um mesmo padrão. O design criativo, nada mais é do que uma visão inovadora do mundo, uma ideia singular. Diferenciando-se dos espaços comuns que já conhecemos, a autenticidade e originalidade permeiam os ambientes do hotel, despertando curiosidade para os hóspedes. Já a psicologia das cores, que é um estudo que revela como o cérebro humano identifica e entende as cores de diferentes formas, influenciando em suas emoções, sentimentos e desejos Como, por exemplo, o azul está ligado à tecnologia, confiança e harmonia, o laranja está relacionado ao humor, energia e vibração, o verde à cura, natureza, renovação, e assim por diante, cada cor com o seu próprio signifcado.


O desenho deste empreendimento foi desenvolvido mantendo a característica da rede hoteleira mas agregou um toque de identidade mediterrânea através do uso de materiais locais e uma paleta de cores energética. Foi projetado com um estilo eclético que mistura materias, cores e texturas, sendo possível reconhecer características dos anos 60 e da cidade de Memphis (reconhecida pelas variedades influentes do blues, soul e rock n’roll que se originaram lá, incluindo Elvis Presley, Johnny Cash e BB King, que já tiveram gravações feitas na cidade, além dos muitos museus sobre a história da música) agregadas a uma estética industrial. Cada detalhe decorativo e elemento visual busca combinar perfeitamente com a atividade designada ao espaço e ao estilo de vida dos estudantes, que cada vez mais busca por inovações, querendo constantemente fugir da rotina e do monotono, tornando-se parte de suas atividades diárias e servindo de inspiração para os mesmos. Ana Hernandes, diretora criativa da Masquespacio afirma “É importante ressaltar como o uso da cor não somente influencia no estado de ânimo das pessoas, mas também torna-se elemento diferencial em um espaço limitado em detalhes decorativos.”

Figura 9.4 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.5 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


Figura 9.6 The Student Hotel Luis Beltran DisponĂ­vel em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


Figura 9.7 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.9 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.8 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.10 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


Figura 9.11 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.13 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.12 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 9.14 The Student Hotel Luis Beltran Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020



TETUAN FICHA TÉCNICA Nome do Projeto: Tetuan Coliving Tipologia: Moradia Compartilhada Local de Implantação: Madri, Espanha Área do Projeto: 1.000m² Ano do Projeto: 2019 Arquitetos: Jose Maria de Churtichaga, Cayetana de la Quadra-Salcedo, Nathanael Lopez

Figura 10 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


O sociólogo urbano Ray Oldenburg é conhecido por sua teoria do “terceiro lugar”. Segundo ele, o sentimento de realização pessoal deriva de ter um espaço onde os vínculos sociais são formados além do lar e do local de trabalho. Os projetos de coworking e coliving que aparecem nas cidades são resultado da hibridização desse terceiro lugar. Espaços para desenvolver as atividades humanas para uma nova geração que entende o espaço de trabalho e casa como um serviço que necessita ser alinhado com suas inspirações e crenças, fomentando a sensação de pertencimento. Este projeto foi uma reforma de um edifício dos anos 50, em um bairro tranquilo e tradicional no centro da cidade de Madri, transformando os grandes apartamentos em uma experiência de vida compartilhada para 24 pessoas, onde cada dormitório tem o seu banheiro e cozinha privativo e todas as outras áreas comuns, são compartilhadas, como sala de estar, terraço, espaço de trabalho, entre outros.

Área Compartilhada

Figura 10.1 Planta Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Área Privativa

Figura 10.2 Planta Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


Figura 10.3 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020 Figura 10.4 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Madri, capital da Espanha, é uma cidade com grandes avenidas e parques, onde o poder público é eficaz em sua manutenção. Portanto, além de ser um polo atrativo para turistas pelos ricos acervos em obras de artes, é também um dos maiores polos financeiros da Europa, sendo a segunda maior cidade da União Europeia. Tem forte influência nas áreas da cultura, política, educação, entretenimento, meio ambiente, mídia, moda, ciência, cultura e artes, o que torna a cidade um grande centro de interesse para grandes empresas e comércios, de variados setores. Os principais usuários de acomodações como esta, são em sua maioria, trabalhadores que vão para Madri em uma breve jornada de trabalho, estudantes, pessoas que estão começando seu primeiro emprego e atualmente, até um jogador de futebol reside no local. A característica comum entre todo e qualquer habitante de um coliving, é defender as vantagens de se compartilhar um local. Além das trocas e experiências entre os moradores, o custo benefício é ótimo e diminui muito o tempo gasto com tarefas domésticas, além de você ter o equilíbrio entre a privacidade e o coletivo.


O objetivo principal do projeto, era manter e respeitar a memória do edifício antigo, mantendo algumas de suas qualidades e características originais, mas tranformá-lo em um espaço vibrante e inspirador para se viver. O uso de cores mais vivas, mobiliário moderno e principalmente as novas conformações espaciais, seguindo o conceito do compartilhamento, são medidas indispensáveis para a criação de espaços que acompanhem a nova comunidade contemporânea, que vem se formando e se fortalecendo com o passar dos anos. Neste projeto, temos um ótimo exercício de reutilização adaptativa (que é a reutilização de um edifício pré existente para novos usos, podendo permitir à população a continuidade histórica do edifício construído de forma adaptada). Os responsáveis pelo projeto acreditam que este seja o caminho para dar nova vida aos bairros históricos e centrais das cidades, aos edifícios obsoletos em uso, mas que são de grande importância para a trama urbana. Sem uso, um edifício se arruína. Além de causar uma degradação ao seu entorno e fazer parte da especulação imobiliária. Ainda que não seja uma concepção contemporânea, a prática vem sendo muito adotada principalmente para lidar com os espaços de forma mais econômica, sustentável, prática e eficiente.

Figura 10.5 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 10.6 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


Figura 10.7 Tetuan Imagem Subliminal DisponĂ­vel em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


Figura 10.8 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 10.10 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 10.9 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 10.11 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


Figura 10.12 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 10.14 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 10.13 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020

Figura 10.15 Tetuan Imagem Subliminal Disponível em :https://www.archdaily.com.br/ Acessado em 23/04/2020


LOCALIZAÇÃO

MAPA DO ESTADO DE SÃO PAULO Figura 11 IBGE Disponível em : https://www.ibge.gov.br Acessado em 07/06/2020 Modificação da autora


RIBEIRÃO PRETO CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO Figura 11.01

BAIRRO VILA TIBÉRIO Figura 11.02

ÁREA DE INTERVENÇÃO Figura 11.03

Fundada em 19 de junho de 1856, por fazendeiros, o bom clima e solo local contribuíram para a plantação de café que foi responsável pela transformação da cidade, a qual se tornou a maior produtora de café do mundo até 1929 (quando ocorreu a quebra da bolsa de Nova Iorque). A cidade ficou conhecida como “Califórnia Brasileira” pela combinação da economia baseada no agronegócio, a alta tecnologia , riqueza e tempo ensolarado durante todo o ano. Atualmente reconhecida como “Capital do Agronegócio”, sedia grandes eventos do ramo que impulsionam a economia local, como também possui grande produtividade no setor. Ribeirão Preto fica localizada a nordeste de São Paulo, sendo o nono maior município do estado com 650,916 km² (IBGE/2019) de área. A altitude média é de 546,8m e está a 330km distante da capital estadual. Com população estimada em 703.293 pessoas (IBGE/2019), é uma das regiões mais ricas do estado de São Paulo. De acordo com uma pesquisa realizada pela FGV sobre as 100 melhores cidades para construir carreira no Brasil, Ribeirão Preto está na 17ª posição. O que torna a cidade um grande polo de investimento comercial e industrial, além de possuir um alto padrão de qualidade de vida (FEA USP, 2015). Figuras 11.01, 11.02 e 11.03 Mapas extraídos do Google Earth Acessado em: 07/06/2020 Modificação da autora


CONTEXTO HISTÓRICO VILA TIBÉRIO

Figura 12 Enchente na Rua General Osório Aristides Motta Disponível em : https://g1.globo.com/ Acessado em 07/06/2020 Modificação da autora


João Franco de Moraes Octávio, proprietário da fazenda Monte Alegre, doa á seu genro, Tibério Augusto Garcia de Senne, agrimensor por profissão e casado com Deolinda Franco, a área onde hoje localiza-se o bairro Vila Tibério. O terreno foi loteado na extensão das proximidades da Estação Mogiana até onde atualmente se situa o campus da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e, posteriormente, suas glebas foram vendidas, inaugurando o bairro que carregaria seu nome (MARCUSSI; SANTO, 2011, p. 189). Em 1885, com a inauguração da Estação de Ribeirão Preto, da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, o preço dos terrenos subiu com o aumento da procura, pois muitos ferroviários trouxeram familiares e queriam morar próximo ao trabalho. Ainda, neste período final do século XIX, chegaram, para viver na Vila, trabalhadores das fazendas de café da vizinhança, famílias de migrantes vindas da Itália. Em 1911, foi inaugurada a cervejaria da Cia. Antarctica Paulista e seus operários passaram a adquirir casas nas proximidades. Em 1912, o Antigo Banco Constructor transferiu a parte pesada da indústria para os galpões da Vila Tibério. No dia 12 de março de 1914, um decreto de Dom Alberto José Gonçalves, primeiro bispo da Diocese de Ribeirão Preto, criou a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Tibério. Em 1918 era fundado o Botafogo Futebol Clube, que, apesar de ser um clube de futebol, valorizou muito o comércio local e foi uma das âncoras para o desenvolvimento do bairro.

Em torno desses pilares, Mogiana, Antarctica, Banco Construtor, Igreja e Botafogo, o bairro se fortaleceu e atraiu novos empreendimentos, como fábricas de sapato, de vidro, cerâmica, pequenas indústrias, armazéns, bares e diversas lojas. Até o final dos anos 50, a Vila Tibério produzia metade da riqueza da cidade. No início dos anos 60, a Estação da Mogiana foi para o Jardim Independência e o Botafogo construiu seu novo estádio na Ribeirânia. A cerâmica, o frigorífico e a fábrica de vidros fecharam, assim como as fábricas de sapato e, no final da década de 90, a cervejaria deixou de funcionar O Censo 2010 do IBGE apontou que 18,7 mil pessoas vivem na região da Vila Tibério. O bairro se constituiu tipicamente como um bairro operário já que concentrava grande contingente de mão de obra imigrante, atuantes em grandes companhias locais que eram responsáveis por acentuar o ritmo de crescimento local da épocamesmo com a desativação de alguns desses polos. Hoje, a Vila Tibério é um bairro com um comércio diluído por quase todas as ruas. A Avenida do Café, que corta o bairro, existe enquanto meio de passagem desde o tempo áureo do café, quando uma estrada de ferro ligava a Estação Ribeirão Preto à Fazenda Dumont, com ramal para a Fazenda Monte Alegre, passava pela avenida. Somente em 1949 passou a chamar-se Via do Café e, em 1966, Avenida do Café. Ligando o câmpus da USP ao centro da cidade, a avenida tem um comércio dinâmico e é também um importante corredor gastronômico.


Figura 13 Mapa de Ribeirão Preto Google Earth Acessado em 07/06/2020 Modificação da autora


COWORKINGS E COLIVING EM RIBEIRÃO PRETO

PONTO DE COLIVING PONTO DE COWORKING

Contamos com um pouco mais de 20 (vinte) unidades de coworkings instalados na cidade de Ribeirão Preto, aglomerados entre a região central da cidade, que se justifica pela facilidade de acesso e vasta presença de comércios, prestações de serviços e equipamentos, até a zona sul, área com maior poder econômico vigente na cidade. Ribeirão Preto, por ser um grande polo econômico e gerador de empregos, a quantidade de equipamentos deste porte para atender a cidade é muito escassa, tendo uma média aproximadamente 35 mil habitantes para cada equipamento. Além de ser um facilitador de expansão para grandes empresas e uma oportunidade para os pequenos empreendedores, é uma demanda que necessita ser surprida para a população. Já os equipamentos de coliving, nota-se apenas um em toda a extensão da cidade, também localizado na região central e, ainda assim, não atende às especificações exatas de um coliving, sendo uma moradia específica para estudantes, visto à proximidade à renomadas universidades e cursinhos preparatórios para vestibular. Visto isso, contamos apenas com hotéis para suprir às demandas de hospedagem.


Figura 14 Mapa de Ribeirão Preto Google Earth Acessado em 14/06/2020 Modificação da autora


LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO A área na qual será feito o levantamento e as análises morfológicas apresenta uma escala maior perante o entorno imediato para tornar possível uma compreensão mais completa em relação aos critérios de escolha para a inserção do projeto. A Vila Tibério encontra-se entre os bairros Sumarézinho (ao norte), Jardim Antártica (à noroeste), Vila Virgínia (ao sul) e Campos Elísios (à nordeste). O fato de estar localizado próximo ao quadrilátero central, justifica muitos moradores trabalharem no centro da cidade ou em regiões próximas pela grande quantidade de equipamentos de serviços e comércio ofertados nessas áreas. Inclusive, a maioria dos equipamentos semelhantes ao proposto neste projeto, encontram-se no quadrilátero central da cidade, portanto, para diversificar e atender a uma maior parcela de um público possivelmente interessado às demandas que o projeto visa atender, a área proposta fomenta a diversidade de usos local como também pretende trazer maior vivacidade e, consequentemente, maior segurança para o bairro. Para além das características supracitadas, a localização próxima à rodoviária central da cidade facilita o deslocamento e também, à Universidade de São Paulo (USP), que contempla parte do público alvo do projeto. Em relação ao município de Ribeirão Preto, o bairro localiza-se à Oeste, no subsetor Oeste-2.


USO DO SOLO

Por se tratar de um bairro tradicional da cidade de Ribeirão Preto, o qual inicialmente era utilizado somente para moradia, ainda configura-se atualmente como uma área predominantemente residencial. Tal fator interfere diretamente na qualidade de vida dos moradores locais, os quais, durante o expediente comercial, em sua maioria deslocam-se para outros bairros para poder trabalhar, gerando um certo esvaziamento no bairro. Em contraparida, os comércios e serviços locais, apesar de não empregarem todos os morades, geram sim empregos e atendem às demandas locais e também proporcionam maior vivacidade à área. A ausência de áreas verdes em maiores proporções altera o clima local, gerando ilhas de calor e, consequentemente, um desconforto térmico para os habitantes. RESIDENCIAL COMERCIAL INSTITUCIONAL ÁREA VERDE SERVIÇO USO MISTO ÁREA DE INTERVENÇÃO VAZIO

Figura 14.1 Mapa Uso do Solo Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise do Solo: Autora


Há uma vasta opção de equipamentos institucionais infantis, o que facilita o deslocamento para os pais em sua rotina de cuidados com as crianças e o trabalho. Por ser um bairro mais antigo, os moradores, em sua maioria, possuem uma idade mais avançada e, consequentemente, estes saem menos de casa principalmente durante o período noturno. A falta de equipamentos culturais e de lazer (como bares, restaurantes, cinemas, teatros e afins), que tenham funcionamento na parte da noite, contribui para falta de segurança local. A instalação dos mesmos contribuiria para maior vivacidade noturna e também, maior segurança.

1

Figura 14.3

2

Figura 14.4

3

Figura 14.5

VOLUMETRIA

3

Figura 14.2 Volumetria Uso do Solo Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise da Volumetria: Autora

1 2

VISTAS DO TERRENO

Figuras 14.3, 14.4 e 14.5 Fotografias das Fachadas Arquivo da Autora Tiradas em: 11/06/2020


GABARITO

Por se tratar de um dos primeiros bairros a se formar na cidade de Ribeirão Preto, a Vila Tibério possui, em sua maioria, gabarito baixo (edifícios com um ou dois pavimentos), já que a predominância é de residências (muitas existentes desde a formação do bairro). Dada a conformação do gabarito, observa-se que o mesmo não tem interferências em grande escala quando se trata do skyline, suas modificações são em pequena escala e também, de pequeno alcance. O projeto proposto tem como objetivo trazer modificações à paisagem por ser um edifício vertical, sem comprometer questões de conforto e ambientais. 1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS 3 PAVIMENTOS 4 PAVIMENTOS OU MAIS ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 14.6 Mapa Gabarito Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise do Gabarito: Autora


FIGURA FUNDO

A área possui grande densidade, tendo em vista que há poucos espaços não ocupados, justamente pelo fato do bairro ser um dos primeiros a se formar na cidade. No entanto, por mais que a área construída seja relevante, é preciso entender que ela não possui um número excessivo de habitantes, visto que a maioria das construções são residenciais unifamiliares e que grande parte da população local é idosa, sendo pessoas que moram sozinhas ou apenas com o cônjuge. Alguns lotes são ocupados por mais de uma edificação, tendo uma espécie de edícula, dado que muitas famílias “deixaram” espaço para a construção das moradias de seus filhos, por exemplo, com o objetivo de convivência conjunta. ÁREA CONSTRUÍDA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 14.7 Mapa Figura Fundo Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise do Figura Fundo: Autora


HIERARQUIA VIÁRIA FÍSICA

O bairro é composto majoritariamente por idosos, os quais raramente utilizam transporte particular, e mesmo com usos mistos, não há fluxo considerável de veículos durante o dia, exceto em horários de “pico”, onde há o deslocamento do bairro para outros locais e vice-versa. Portanto, o trânsito é considerado leve, tendo em vista que a maioria das vias são locais (não semaforizadas, destinadas apenas ao acesso local). As vias de distribuição são importantes para a região por concentrarem maior trânsito e facilitar o fluxo, já que possuem semáforos e sinalizações. Em análise geral, a região possui bom estado de conservação em relação a sinalização de trânsito, tanto vertical, quanto horizontal, mas em contrapartida, não há equipamentos suficientes, levantando queixas de pedestres sobre a dificuldade para caminhar nos horários de maior fluxo.

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 14.8 Mapa Hierarquia Viária Física Disponível em: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ Acessado em: 14/06/2020


Figura 14.9

FUNCIONAL

Figura 14.10

CORTES DAS VIAS

Figuras 14.9 e 14.10 Cortes das Vias Arquivo da Autora

Figura 14.11 Mapa Hierarquia Viária Funcional Disponível em: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ Acessado em: 15/06/2020

ÁREA DE INTERVENÇÃO


TRANSPORTE

O fato da área ser rota de muitas linhas de ônibus se dá à proximidade ao centro da cidade e também à uma instituição importante, a USP. Porém, a maioria dos pontos para embarque e desembarque não possuem qualificação para que aos usuários utilizem o transporte público, não o tornando convidativo. Outro problema é o fato de que, por ser um bairro residencial, a maioria dos pontos de ônibus são localizados em frente as residências, trazendo problemas de rúidos e muitas vezes transtorno para entrada/saída das garagens dessas casas. ÁREA DE INTERVENÇÃO

Ponto de ônibus Ponto de ônibus coberto Placas de trânsito Ponto de táxi Semáforos Proteção da calçada Faixa de pedestre Ruas de Congestionamento Rua Paraíso Áreas mais individualizadas

Ciclovias projetadas em avenidas

Figura 14.12 Mapa de Transportes Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise de Transportes: Autora


Figura 14.13 Ponto de Ônibus Arquivo da Autora Tiradas em: 08/2018

Figura 14.14 Ponto de Ônibus Arquivo da Autora Tiradas em: 08/2018

Figura 14.15 Ponto de Ônibus Arquivo da Autora Tiradas em: 08/2018

Figura 14.16 Ponto de Ônibus Arquivo da Autora Tiradas em: 08/2018

Figura 14.17 Faixa de Pedestre Arquivo da Autora Tiradas em: 08/2018

Figura 14.18 Faixa de Pedestre Arquivo da Autora Tiradas em: 08/2018

Tratando-se dos pedestres, claramento podemos observar que o bairro não foi projetado e executado dando prioridade a ele. Há pouquíssimas faixas de pedestres nas esquinas (notamos a maioria delas alocadas em ruas mais movimentadas) e as calçadas possuem diversos problemas que dificultam a caminhabilidade, como árvores invadindo o passeio, calçadas muito estreitas e até mesmo com o piso quebrado. Os semáforos não foram priorizados para os pedestres, já que não possuem tempo próprio para travessia destes e também não há nenhum específico para pedestre, somente semáforos para veículos. No local a predominância de uso é de automóvel particular como principal meio de transporte, porém a área é muito servida por ônibus. Bicicletas também são vistas, mesmo que em pequena quantidade, por ser um bairro residencial e consequentemente mais calmo se comparado a outros bairros da cidade. Não há a instalação de ciclovias executadas, mas há previsão para futura implementação em duas ruas da área de estudo no mapa cicloviário da cidade de Ribeirão Preto. Bicicletários para armazenamento desse meio, gerando maior conforto e segurança para os usuários também não são encontrados. Esse uso do veículo individualizado como principal meio de transporte causa congestionamento em uma série de pontos da área, principalmente nos horários de pico o que mostra mais ainda a necessidade de qualificar melhor o sistema público de transporte.


EQUIPAMENTOS

Atualmente, existe uma vasta gama de equipamentos que atendem à população do bairro, porém, com umcertodéficetemalgunssetores.Emsuamaioria,osequipamentosencontram-seemótimoestadodepreservação. Acredita-se que com a implantação do projeto e a consequente potencialização da área, haverá necessidade de ampliação de alguns desses setores, como por exemplo postos de saúde (que atualmente já necessitam dessa ampliação), escolas, centros culturais, praças com boa manutenção pública, etc. O bairro, hoje, não aproveita todo seu potencial em densidade, logo, o aumento de pessoas trará consequentemente maior adensamento, aproveitando uma área próxima ao centro da cidade e trazendo maior vitalidade para o local, o que fará com que os dois postos policiais que se encontram bem próximos um do outro não sejam mais necessários já que os olhos dos moradores, em um espaço vitalizado, são o próprio policiamento. ÁREA DE INTERVENÇÃO

Escola Pública Escola Privada Creche Asilo Praça Banco Centro Cultural Cartório Saúde Pública Delegacia Estacionamento Religião Farmácia

Figura 14.19 Mapa de Transportes Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise de Transportes: Autora


Com apenas três pontos de equipamentos relacionados à saúde pública, os cidadãos que ali vivem dizem não ser o suficiente. Quando necessitam de atendimento, precisam esperar por horas e o atendimento é de má qualidade (figura 14.20). A existência de praças (que deveria ser um fator positivo), não cumpre fielmente seu papel. Há um grande descaso, por parte da prefeitura, com a manutenção desses equipamentos. Elas são ocupadas por andarilhos, usuários de droga, algumas com mobiliários em péssimo estado de conservação, mato alto, etc. Isso gera insegurança para os pedestres que por ali passam ou moram nos arredores, causando afastamento e não acolhimento da população (figura 14.21). Com algumas unidades de escolas públicas ou privadas e creches, o bairro é bem atendido no quesito de equipamentos públicos deste gênero. Consequentemente, isto diminui a distância entre moradia e escola, facilitando o deslocamento para os pais e os alunos. Porém, em contra partida, nos horários de pico, (entrada e saída de alunos) tais equipamentos geram congestionamento de automóveis nas vias as quais estão localizados (figura 14.22). A falta de centros culturais e de lazer fazem com que o bairro não tenha atividade fora de horário comercial. Gerando insegurança e dificultando o transporte para outras áreas que ofereçam tal serviço. Isso gera a necessidade da implantação de mais postos policiais para garantir a segurança dos moradores do bairro (figura 14.23).

Figura 14.20 Posto de Saúde Arquivo da Autora Tiradas em: 10/2018

Figura 14.21 Praça Pública Arquivo da Autora Tiradas em: 10/2018

Figura 14.22 Escola de Ensino Infantil Arquivo da Autora Tiradas em: 10/2018

Figura 14.23 Posto Policial Arquivo da Autora Tiradas em: 10/2018

Figura 14.24 Cartório Arquivo da Autora Tiradas em: 10/2018

Figura 14.25 Centro Espírita Arquivo da Autora Tiradas em: 10/2018

Figura 14.26 Escola Pública Arquivo da Autora Tiradas em: 10/2018

Figuras 14.27 Terminal Rodoviário Arquivo da Autora Tiradas em: 02/2020


VEGETAÇÃO

Por questões de costumes tradicionais, o bairro conta com uma boa concetração de árvores, com copas de 2,00m à 2,50m, ocupando o passeio dos pedestres. Algumas bem localizadas, não interferindo na experiência do pedestre, e outras nem tanto, ocasionando um desvio de rota para quem usufrui do passeio. É necessário tomar alguns cuidados, pois árvores muito robustas causam sensação de insegurança aos pedestres, pois devido sua escala dificultam a iluminação e também, muitas raízes encontram-se para fora da terra, quebrando o piso do passeio e podendo ocasionar algum acidente. Trás pontos positivos como o sombreamento e auxilia na purificação do ar. Existem poucas áreas verdes de qualidade na região, porém, as praças contam com vasta arborização, caminhos e pontos de descanço, criando áreas de lazer locais, entretanto, há relatos de moradores de que as praças vem sendo tomadas por moradores de rua e usuários de drogas VEGETAÇÃO ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 14.28 Mapa Vegetação Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise de Vegetação: Autora


DECLIVIDADE

A topografia da área apresenta uma declividade para sudeste na Av. Jerônimo Gonçalves e para nordeste, a partir da rotatória da praça Amin Antônio Calil. Na perspectiva do pedestre não é um ponto negativo, pois, os maiores desníveis concentram-se em algumas poucas quadras e, no restante, são quase que imperceptíveis. É ótimo para o escoamento de águas pluviais, e não é um impeditivo para as construções civis. ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 14.29 Mapa Declividade Base: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Análise de Declividade: Autora


ANÁLISE COMPORTAMENTAL 1

Comércio local de grande visibilidade não somente para o bairro, mas atrai pessoas de outras partes da cidade. Fomenta a economia local e facilita o deslocamento para os moradores do bairro. Figura 15.1: Arquivo da Autora - Tirada em 09/2018

2

Esquina da praça Sagrado Coração de Maria, um dos locais mais movimentados na região, principalmente em dias de missa durante a semana ou aos finais de semana, quando também ocorrem casamentos. Figura 15.2: Arquivo da Autora - Tirada em 09/2018

3

Os moradores locais, ao serem entrevistados, afirmam que a maioria das crianças são buscadas em suas escolas pelos avós. Entretanto, é possível observar que o fato do bairro não ser muito movimentado faz com que as crianças mais velhas acabam fazendo o trajeto casa/escola sozinhas. Figura 15.3: Arquivo da Autora - Tirada em 09/2018

6


4

Bar de esquina que reúne os moradores mais velhos do local, os quais normalmelnte passam a tarde toda juntos, conversando e trocando experiências. Figura 15.4: Arquivo da Autora - Tirada em 09/2018

5

A praça José Mortari é um dos pontos mais utilizados no bairro pelos moradores. Em sua maioria são taxistas, idosos e aposentados que passam o dia sentados e conversando. Costume antigo de acordo com os entrevistados. Figura 15.5: Arquivo da Autora - Tirada em 09/2018

1

6 5

4

2

6 3

Relação de público/privado, ou casa/rua. Crianças bricam nas garagens de suas casas com os portões abertos. Como a questão de vizinhança é muito forte no local, as famílias sentem-se mais seguras. Figura 15.6: Arquivo da Autora - Tirada em 09/2018

Figura 15 Mapa de Ribeirão Preto Google Earth Acessado em 14/06/2020 Modificação da autora


OESTE

Rua Bartolomeu Gusmão

DIAGNÓSTICO DO TERRENO

546 545 544 543

CORTE LONGITUDINAL

O terreno possui frente para três ruas distintas, podendo ser acessado, consequentemente, por três direções diferentes. Na rua Paraíso, por ter maior fluxo de veículos, o acesso é priorizado ao pedestre, evitando maiores transtornos ao trânsito local, e nas ruas Epitácio Pessoa e Santos Dummond, as quais possuem um fluxo menor, se dá também à opção de acesso por transportes particulares ou públicos. Tal fator é de grande importância para o projeto visto que a quantidade de acessos é uma questão facilitadora na exposição do edifício. Já a topografia da área possui um desnível de 4 (quatro) metros, possibilitando uma maior flexibilização na implantação do edificio, visando a menor movimentação de terra possível. Os ventos predominantes são de Sudeste para Noroeste, auxiliando na utilização de recursos naturais para economia de gastos energéticos juntamente com a direção da trajetória solar.

547,0

SOL TRAJETÓRIA NASCER/POR DO SOL ACESSOS DIREÇÃO DOS VENTOS CURVA DE NÍVEL Figura 16 Desenho Técnico: Topografia do Terreno Arquivo da Autora

549 548 547 546 545 544 543 542 541

CORTE TRANSVERSAL

547,5


546,0

N

544,0

545,0

543,0

540,0

542,0

Rua Paraíso

541,0

544,5

542,3 543,4

Rua Santos Dummond

543,9

Rua Epitácio Pessoa

LESTE


ÍNDICES LEGISLATIVOS Referencial espacial para o uso e ocupação do solo na cidade, de acordo com as estratégias políticas urbanas do plano diretor.

ZUP (Zona de Urbanização Preferencial): áreas com condições propícias à urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas.

Atividades industriais com risco ambiental igual ou superior a 1,5.

AUM1

Áreas sujeitas a limitações urbanísticas específicas.

AIS1

Número de habitantes por hectare admitido para cada lote ou gleba. Para fins de cálculo considera-se 3,4 pessoas para unidades residenciais e 1,2 para não residenciais. Relação entre a área de projeção ocupada pela edificação, num terreno, e a área desse mesmo terreno.

ZUP = 850hab/ha

Residencial até 70% e não residencial até 80% da área total do terreno.

Área permeável do solo.

Manutenção do solo natural, com vegetação, na proporção de 10% da área total do lote.

Relação entre a área edificada e a área do terreno.

Não poderá ultrapassar o índice de 5 (cinco) vezes a área do terreno. Desconsiderar pavimentos destinados à garagem, térreo onde não houver uso privativo, último pavimento quando houver somente casa de zelador, casa de máquinas e caixa d’água, jardineiras e varandas.

É a distância entre o limite externo da área ocupada por edificação e a divisa do lote, sendo área não edificante.

RECUO = H/6 Gabarito Básico: Frontal = 5,00m Lateral = 2,00m Fundo = 2,00m

É a distância medida do ponto médio do alinhamento do prédio, ao nível da guia do passeio público, até o plano horizontal que contém o ponto mais elevado da mesma fachada.

H =3,0X(L+R)


ÍNDICES LEGISLATIVOS DE ACORDO COM A LEI 2157/2007 - RIBEIRÃO PRETO | SP

ZUP

ZUP

AUM1

AUM1

AIS1

Classe Média (6 a 10 salários mínimos)

1.037hab Ou seja 305un autônomas

711 unidades autônomas

80% = 9.760,00m²

28,36% = 3.461m²

10% = 1.220,00m²

37,95% = 4.630m²

5x12.200=61.000,00m²

19.142,00m² (1,56)

RECUO = H/6

Frontal = 18,20 Lateral = 9,00m / 25,41m Fundo = 17,68m

Não poderá ultrapassar H=3,0(L+R)=41,75m

Altura Máxima = 21,40m


CÁLCULO DAS UNIDADES

*Os cálculos relacionados à habitação (com índice de 3,4hab/un) são somente para fins comparativos de cálculo. O número de unidades de habitação não foi considerado na soma final.


ÁREA CONSTRUÍDA


PROGRAMA DE NECESSIDADES

COLIVING COMPARTILHADOS Hall de Entrada Administração Sala para funcionários Sala de estar Sala de Jogos Cinema Banheiro Cozinha Refeitório Lavanderia Academia Piscina

PRIVADOS Quarto 01 Quarto 02 Quarto 03 Quarto 04


COWORKING

COLETIVO

COMPARTILHADOS

APOIO

Recepção Administração Sala para funcionários Banheiros Sala de espera Escritório compartilhado Sala de reuniões Auditório Café Sala de descanso Sala de jogos Biblioteca Academia

Escada antecâmara Escada pressurizada Elevador DML Apoio Estacionamento público Bicicletário Praça pública Quadras esportivas

PRIVADOS Escritório 01 Escritório 02 Escritório 03


FLUXOGRAMA

Quarto 01

Quarto 02

Quarto 03

Quarto 04

Hall de entrada Sala de estar

Administração

Sala para funcionários

Sala de jogos

Refeitório

Cozinha

Banheiros

Academia

Lavanderia

Cinema

Piscina

COLIVING


Recepção

Sala de descanso

Sala de espera

Administração

Escritório compartilhado

Café

Sala para funcionários

Sala de jogos

Academia

Escritório 01

Banheiros

Sala de reunião

Escritório 02

Biblioteca

Escritório 03

Auditório

COWORKING


DIRETRIZES PROJETUAIS Atualmente, vivendo em uma era pós-industrial, existe uma grande necessidade de disseminação de conhecimento e conscientização em relação ao esgotamento dos recursos naturais no planeta. Portanto, o projeto propõe causar o menor impacto ambiental em sua inserção, como também, ser um facilitador para cooperação com o meio ambiente. Usufruir da topografia original para melhor aproveitamento dos recursos naturais como ventos e iluminação solar, como também trazer espaços permeáveis com qualidade, visto que há um déficit na região. Além de atrair pessoas para o local, gerando maior vivacidade e, consequentemente, maior segurança, essas áreas verdes também ajudam no microclima local, diminuindo o gasto energético com ventiladores e ar-condicionado. A implementação de um espaço de trabalho compartilhado, coopera com o encurtamento de distâncias entre casa-trabalho, levando em consideração que o bairro é predominantemente residencial e os moradores locais deslocam-se para outros lugares para cumprirem sua jornada de trabalho. Para além da diminuição do trânsito, também auxilia na diminuição de emissão de gás carbônico e também gera economia com gastos em combustível para veículos particulares ou até mesmo nos trajetos de transporte público. Já a proposta de habitar coletivo não é encontrada na cidade da mesma maneira que aqui exposta, dando espaço para exploração dessa nova vertente do mercado imobiliário e trazendo a relevância das relações urbanas com o indivíduo e, entre os indivíduos, ressaltando suas individualidades e coletividades. *Todos os diagramas foram desenvolvidos pela autora.

Aproveitando a topografia original, molda-se três plataformas, com 1 (um) metro de desnível entre as duas primeiras, e 3 (três) metros entre as duas últimas, criando diferentes formas de acesso e tornando possível uma futura elevação do edifício, deixando o passeio livre. Nível +4,00m.

Nível +1,00m.

Nível 0,00m.

Em seguida, criam-se soluções para vencer os desníveis na escala do pedestre, onde uma escada e uma rampa são instaladas, possibilitando acessibilidade para todos. O platô de nível +4,00m não tem acesso recorrente, pois nele é instalado a caixa de retenção para reaproveitamento de água da chuva. Terreno Escada + rampa


CONCEITO E PARTIDO O conceito do projeto é, principalmente, a interação entre os indivíduos, onde estes não precisem deixar suas individualidades de lado mas sejam capazes de vivenciar um intercâmbio de experiências com o coletivo no qual se encontram inseridos. O projeto arquitetônico multifuncional tem como função interseccionar a rotina dos moradores e trabalhadores locais.

Os grandes recuos do limite do terreno são propositais e maiores dos que os exigidos pela legislação para que na escala do pedestre, o passeio seja confortável. Também conta com o intuíto de convidar as pessoas a adentrarem o lote para usufruirem do espaço público de qualidade junto aos programas locais.

As torres contam com alturas diferentes O partido arquitetônico está intrinsecamen- para gerar “movimento” e diversidade. Tal fator te concectado ao conceito, onde, a partir da inter- influencia diretamente na luz solar e nos ventos, secção de duas retas (analogia à dois indivíduos), possibilitando maior uso dos recursos naturais. há a modificação na forma de uma delas, fomentando questões de diversidade, as quais dois indivíduos podem sim conviver e coexistir, mesmo sendo diferentes. Posteriormente, há o deslocamento dessa intersecção somente para melhor aproveitamento do terreno ao qual o projeto foi inserido.

Ponto de Intersecção

Recuos

O edifício destaca-se do entorno imediato, pois este conta com o gabarito predominantemente baixo, entre 1 ou 2 pavimentos. Dando destaque ao projeto, atraindo maior público e atendendo às diretrizes projetuais.


PROGRAMA 3 A maior concentração vegetativa encontra-se no térreo, possibilitando acesso ilimitado à área e também melhorando o microclima local. Criando também um ambiente sustentável onde agrande parte do terreno é permeável, ajudando no escoamento das águas.

Cria-se um vão abaixo da torre mais alta, facilitando a passagem por entre o terreno e criando um tipo de cobertura, visto que grande parte do lote é projetado a céu aberto.

4

2

1


1

2

3

4

Circulação Coworking

Quarto 01 (20m²) Quarto 02 (25m²)

Quarto 03 (30m²) Quarto 04 (35m²)


O PROJETO

Figura 17 Maquete 3D do Projeto Arquivo da autora



INTRODUÇÃO Buscando atender às demandas da atualidade, o projeto visa, principalmente, fomentar o compartilhamento de espaços e atividades para que o intercâmbio de experiências entre os usuários seja, de fato, enriquecedor. Dispor de espaços públicos de qualidade que atendam não somente os moradores e usuários dos equipamentos locais, mas também, que seja atrativo para a população tanto do entorno imediato quanto de toda a cidade. É importante frisar que espaços públicos com qualidade não só influenciam na qualidade de vida dos usuários, como também tem o poder de modificar a rotina dos mesmos. Em uma era onde a tecnologia ganha destaque e os espaços externos são trocados por espaços internos (e, em sua maioria, individuais), é extremamente necessário instigar a vivência da cidade. O que trás vivacidade e, consequentemente segurança para as cidades, são as pessoas. A implantação de um edifício multifuncional em um bairro predominantemente residencial, além do projeto tornar-se um ponto de referência, visto a extrema diferença não só física (gabarito, cores, materialidade, etc) como também funcional, é justamente para alimentar a heterogeneidade e despertar a curiosidade, atraindo assim, novos usuários. A diversidade é o que mantem a cidade viva.

Figura 17.1 Maquete 3D do Projeto Arquivo da autora



SINGULAR COLETIVO O projeto conta com três blocos, sendo uma torre, com seis pavimentos (destinada ao coliving), um bloco conectado à torre, com dois pavimentos (destinado ao coworking) e um terceiro bloco, com apenas um pavimento, separado, que atende à serviços terceirizados mas que fazem parte do portfólio de facilidades dos equipamentos locais. Com uma taxa de ocupação de apenas 28,36%, o projeto conta com uma praça pública no térreo que dispõe de vários programas de lazer e contemplativos, englobando quadras esportivas, brinquedoteca para as crianças, espaços de descanso e/ou contemplação, áreas verdes, bicicletário e estacionamento. Conta também com uma área construída, onde há uma academia, restaurante e uma lavanderia. Todos esses equipamentos são de uso aberto ao público, mas atendem preferencialmente os usuários vinculados ao coworking e ao coliving. (*como são espaços de usos terceirizados, os mesmos não foram projetados internamente). Vale frisar também a grande quantidade de vegetação e espelhos d’água para auxiliar no microclima local. O coworking conta com uma área de 2.500m², que são divididos entre auditório (de uso aberto ao público), salas compartilhadas de trabalho, salas de reunião, salas individuais, biblioteca, sala de jogos, sala de descanso e café.

O uso deste equipamento é aberto aos moradores do coliving e também atende à população externa que deseja se associar ao uso do local. Os associados externos também tem acesso aos serviços de apoio terceirizados (academia, restaurante e lavanderia), diminuindo possíveis deslocamentos, trazendo benefícios econômicos e ambientais. Já no coliving, temos o pavimento térreo onde encontra-se a recepção, quatro pavimentos destinados aos quartos/apartamentos, totalizando 86 unidades de quatro tipologias diferentes, variando entre 20m², 25m², 30m² e 35m². Os quartos tem disponibilidade de mudança na quantidade de camas, podendo ser desde um quarto individual até dividido para quatro pessoas. Todas as unidades contam com banheiro privativo, televisão, espaço para estudo/trabalho, guarda-roupa, frigobar e ar condicionado. As unidades maiores (30m² e 35m²) possuem um espaço sala (sofá) e a unidade maior, de 35m², engloba também uma mini cozinha, com pia, bancada e microondas. Já no último pavimento, encontram-se todas as áreas de uso compartilhado para os hóspedes, desde sala de estar, sala de jogos, cozinha, referitório, cinema até a área de lazer externa, com piscina e área livre.


Figura 17.2 Maquete 3D do Projeto Arquivo da autora


S-04 9,00

APOIO ACADEMIA

ACADEMIA

+1,00

+1,00

LAVANDERIA +1,00 30,55

RESTAURANTE

COZINHA

17,68

+1,00

±0,00

+1,00

QUADRA AREIA +1,00

QUADRA TÊNIS +1,00

6,20

19,80

+1,00

AUDITÓRIO

RECEPÇÃO AUDITÓRIO

±0,00

9,90

9,80

±0,00

RECEPÇÃO COWORKING

18,20

±0,00

ADMINISTRAÇÃO E APOIO DE FUNCIONÁRIOS

ESPERA ±0,00

±0,00

S

5,00

APOIO FUNCIONÁRIOS

.50

1,25

ADMINISTRAÇÃO +1,00

+1,00

DML

10,27 Elevador +1,00

ESPERA HALL

Elevador

10,20

5,00

2,50

0,13

PD = 2,80m

2,50

1,48

3,00

5,00

10,95

5,00

2,50

5,00

4,10

PROJEÇÃO CAIXA DE RETENÇÃO

D

+1,00

RECEPÇÃO

2,46 S

2,46 WC Fem. +1,00

Elevador

WC Masc. +1,00

.50 Elevador

10,82

4,05

PD = 4,80m +1,00

S-03

DML

HALL

8,82

10,7099

S-03

D

GSEducationalVersion

±0,00

±0,00

ESPAÇO COMPARTILHADO

18,32

BIBLIOTECA

±0,00

2,82

HALL WC

WC MASC

2,9001

Ref.

WC FEM

1,23

±0,00

±0,00

CAFÉ 4,40

4,40

25,41

ESPELHO D'ÁGUA

S-04

18,10

-0,40

01

Pavimento Térreo Escala: 1:200



Figura 17.3 Maquete 3D do Projeto Vista da recepção para as quadras Arquivo da autora


Figura 17.4 Maquete 3D do Projeto Vista aĂŠrea das quadras Arquivo da autora




Figura 17.5 Maquete 3D do Projeto Vista da brinquedoteca Arquivo da autora



Figura 17.6 Maquete 3D do Projeto Vista da área de contemplação Arquivo da autora


8,85

8,85

S-04

SALA JOGOS

EXTERNO

+3,00

SALA DESCANSO 8,87 3,95

7,75

25,62

8,95

+3,00

SALA DE REUNIÃO

S

SALA DE APRESENTAÇÃO

5,00

+3,00

ESPAÇO COMPARTILHADO

Elevador

+3,00 D

+1,00

Elevador

HALL

PD = 2,80m

S

2,5001

+3,00

Elevador

S-03

DML

+1,00

5,35

2,65 Elevador

SALA DE REUNIÃO

SALA DE REUNIÃO +3,00

17,30 2,90

WC FEM

+3,00

4,40

4,40

WC MASC

2,9001

+3,00

+3,00

+3,00

+3,00

SALA PRIVATIVA

SALA PRIVATIVA

2,42

2,49

SALA PRIVATIVA 2,73

S-04

7,75

2,82

HALL WC

3,81

5,27

+3,00

1,23

S-03

D

GSEducationalVersion

+3,00

02

Primeiro Pavimento Escala: 1:200



Figura 17.7 Maquete 3D do Projeto Vista do espelho d’água/coworking Arquivo da autora


Figura 17.8 Maquete 3D do Projeto Vista fachada coworing Arquivo da autora



S-04

6,85

2,30

0,96

6,00

5,00

2,30

3,57

2,30

2,57 1,50

HALL

3,37

2,50

5,00 S

5,00

Quarto 4

Quarto 3

A= 25m² PD = 2,80m

A= 25m² PD = 2,80m

Quarto 3

+6,00

S-03

DML 2,5001

A= 20m² PD = 2,80m

+6,00

1,50

3,37

3,37

5,30

2,65

+6,00

5,00

3,37

0,96

2,30

1,50

1,50

2,30

0,96

3,37

5,00

2,30

1,50

3,37

Elevador 5,00

+6,00

5,00

2,30

+6,00

5,00

3,57

+6,00

0,96 7,00

1,50

3,37

2,30

3,37

2,30

0,96 6,00

1,50

A= 25m² PD = 2,80m

2,57

A= 35m² PD = 2,80m

2,48

Quarto 3

Quarto 3

5,00 1,57

Quarto 1

Quarto 3

A= 25m² PD = 2,80m

0,96 6,00

3,57

Elevador

Elevador

4,57

+6,00 +6,00

0,96 0,96 6,00

3,37

4,24

A= 30m² PD = 2,80m

2,30

Quarto 2

3,57

+6,00 3,37

4,00

1,50

+6,00

0,96

0,96 5,00

+6,00

7,00

Quarto 3

50

A= 30m² PD = 2,80m

5,75

60

PD = 2,80m +6,00

5,00 A= 25m² PD = 2,80m

A= 20m² PD = 2,80m

5,00

5,00 Elevador

2,57

Quarto 2

A= 25m² PD = 2,80m

Quarto 4

5,00

2,57

Quarto 4

5,00

5,00

1,50

2,00

A= 35m² PD = 2,80m

5,00

3,37

Quarto 1

A= 25m² PD = 2,80m

5,00

5,00

+6,00

1,50

1,57

Quarto 3

3,37

4,00

A= 20m² PD = 2,80m

+6,00

2,30

Quarto 4

1,57

Quarto 2

0,96

1,57

A= 35m² PD = 2,80m

5,00 A= 20m² PD = 2,80m

0,96

96 4,00 2,57

2,57

A= 30m² PD = 2,80m

0,96

4,57

2,30

5,00 2,30

4,00

3,57

7,00

0,96

6,00

2,30

0,96

2,30

A= 25m² PD = 2,80m 5,00

2,30

0,96 96 6,00

Quarto 3

0,96

1,50

1,50

+6,00

3,37

1,50

1,50

S-04

0,04

3,37

2,30

7,00

Quarto 1

1,50

3,37

Quarto 2

5,00

+6,00

1,50

3,37

+6,00

PD = 2,80m +6,00

5,00

2,30

3,37

+6,00

+6,00

1,50

PD = 2,80m +6,00

2,57

4,57

0,96 4,00

+6,00

1,50

3,37

Corredor

Quarto 3

LAJE IMPERMEABILIZADA +6,00

D

+6,00

A= 30m² PD = 2,80m

Antecâmara

3,37

Corredor

4,57

Quarto 4

A= 35m² PD = 2,80m

+6,00

5,00

5,00 A= 25m² PD = 2,80m

APOIO

.50 1,25

5,00

2,30

Quarto 1

2,30

S-03

A= 20m² PD = 2,80m

1,57

5,00

5,00

2,98

2,30

2,50 0,96

A= 35m² PD = 2,80m

5,00

+6,00

3,37

1,50

3,57

S

2,50

Escada

Quarto 1

A= 25m² PD = 2,80m

5,00

1,50

3,37

+6,00

1,50

Quarto 3

Quarto 4

1,50

5,00

2,57 1,57 5,00

0,96

A= 20m² PD = 2,80m

2,30

+6,00

+6,00

Quarto 1 A= 35m² PD = 2,80m

3,37

1,50 4,57

+6,00

2,30

96 3,37

4,00

1,50

2,30

4,57

+6,00

5,00 0,96

1,50

3,37

5,00 0,96

3,37

7,00

1,50

1,50

2,30

7,00

3,37

2,30

0,96

0,96

+6,20

D

GSEducationalVersion

LAJE IMPERMEABILIZADA

03

Segundo Pavimento / Tipo Escala: 1:200


Figura 17.9 Maquete 3D do Projeto Vista fachada coliving Arquivo da autora



S-04 2,35

0,96 10,17

SALA ESTAR

REFEITÓRIO

WC Masc. +18,20

6,00

8,78

15,41

S

2,45 WC Fem. +18,20

0,96

0,96

0,96

2,96

LAJE IMPERMEABILIZADA +6,00

ÁREA COMUM

Elevador

+18,20

D

+18,20

Ref.

PD = 2,80m +18,20

COZINHA

TERRAÇO +18,20

HALL

10,17

+18,20

Ref.

CINEMA Ref.

MLL

MLL

Ref.

Ref.

Ref.

Ref.

Ref.

+18,20 2,40 WC Fem. +18,20

Elevador

2,40

WC Masc. +18,20

10,17

S-03

DML SALA JOGOS

Elevador

0,96

7,70

+18,20

S-04

S-03

S

Ref.

5,07

Ref.

Elevador

6,00

4,00

APOIO

D

GSEducationalVersion

LAJE IMPERMEABILIZADA ±0,00 +6,20

04

Sexto Pavimento Escala: 1:200


Figura 17.10 Maquete 3D do Projeto Vista da piscina Arquivo da autora



S-04

LAJE IMPERMEABILIZADA +6,00

CAIXA D'ÁGUA

CAIXA D'ÁGUA

S

LAJE IMPERMEABILIZADA +21,40

S-03

S-03

S-04

D

GSEducationalVersion

LAJE IMPERMEABILIZADA +6,20

05

Implantação Escala:1:200


MATERIALIDADE, FECHAMENTOS E ESTRUTURA O projeto conta com uma estrutura metálica pré-fabricada em perfil I, com as vigas embutidas nas lajes e seguindo o alinhamento das paredes. A escolha da mesma deu-se pelo grande porte do projeto, influenciando diretamente no tamanho dos vãos, nas lajes em balanço e no tempo de execução do mesmo. Consequentemente, tendo maior custo-benefício e menor geração de entulho para o empreendimento, atendendo aos princípios de sustentabilidade impostos pelo mesmo.

Há também pilares fletidos com função estrutural para as lajes de cobertura e também estética para o conjunto do empreendimento. Os fechamentos são compostos na parte externa por blocos de alvenaria e na parte interna com placas de drywall, facilitando futuras modificações e aumentando a área útil interna dos ambientes, visto sua pequena espessura.

Os caixilhos das janelas e das portas com folha de vidro são todos de material PVC na cor amarela, e o restante das portas (sem vidro) em madeira, também na cor amarela. Para auxiliar na questão térmica, no edifício multifuncional temos brises correntes de madeira de reflorestamento, plotados em preto, podendo auxiliar também na privacidade.

Os pisos externos nos passeios públicos são de concreto polido, devido à sua baixa manutenção, facilidade da mesma e custo-benefício. Já os pisos das partes internas, seguem a linha visual de concreto, porém sendo lâminado de clcik, diminuindo o peso geral da obra.


Figura 17.11 Maquete 3D do Projeto Estrutura Arquivo da autora


Figura 17.14 Maquete 3D do Projeto Detalhamento das vigas estĂŠticas Arquivo da autora



Figura 17.13 Maquete 3D do Projeto Detalhamento de fechamentos Arquivo da autora



GSEducationalVersion

+21,00 7 Implantação

18,20

15,00

+18,00 6 Sexto Pavimento

15,00

12,00

+15,00 5 Quinto Pavimento

12,00

9,00

+12,00 4 Quarto Pavimento

9,00

6,00

+9,00 3 Pavimento Cobertura

6,00

+6,00 2 Segundo Pavimento / Tipo

4,00

+3,00 1 Primeiro Pavimento

1,00

1,00

0,00

±0,00 0 Pavimento Térreo

S-03

+21,00 7 Implantação

+18,00 6 Sexto Pavimento

+15,00 5 Quinto Pavimento

+12,00 4 Quarto Pavimento

+9,00 3 Pavimento Cobertura

+6,00 2 Segundo Pavimento / Tipo

+3,00 1 Primeiro Pavimento

1,00

±0,00 0 Pavimento Térreo

S-04

Corte Escala: 1:100

Corte Escala: 1:100


Figura 17.14 Maquete 3D do Projeto Fachada 1 Arquivo da autora



Figura 17.15 Maquete 3D do Projeto Fachada 2 Arquivo da autora



Figura 17.16 Maquete 3D do Projeto Fachada 3 Arquivo da autora



’WWW


A diversidade ĂŠ o que mantĂŞm a cidade viva. Frase da Autora


CO

LETIVO LIVING WORKING




SINGULAR COLETIVO

a arquitetura e a era do compartilhamento

Yasmin Malaco Rocha

RibeirĂŁo Preto - SP | 2020


BIBLIOGRAFIA: LUCCI, Elian. A Era Pós-Industrial, a Sociedade do Conhecimento e a Educação para o Pensar, Editora Saraiva, 2016. BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna, 3 ed., São Paulo, Perspectiva, 2004. DUARTE, Fábio. Arquitetura e Técnologia de Informação da Revolução Industrial à Revolução Digital, Campinas, Editora Unicamp, 1999. CASTELLS, Manuel. A Questão Urbana: Uma Abordagem Marxista, Edward Arnold, 1977. BOTELHO, Adriano. Do Fordismo à Produção Flexível do Espaço em um Contexto de Mudanças das Estratégias de Acumulação de Capital, 2008. PALMEIRA, J. N.; TENÓRIO, F. G. Flexibilização organizacional: aplicação de um modelo de produtividade total. Eletronorte,Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002. TRAMONTANO, M. . Novos modos de vida, novos espaços de morar: São Paulo, Paris e Tokyo.. In: IV Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, 1996, Rio de Janeiro. Anais, 1996. BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: A Busca por Segurança no Mundo Atual, 1 ed., Oxford, UK, Polity Press, 2001.


LINKS:

https://www.fearp.usp.br/international/sobre/ribeirao-preto. html Acessado em: 15/06/2020 https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sp/ribeirao-preto.html Acessado em: 07/06/2020 https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2019/01/12/confira-fotos-historicas-da-formacao-do-bairro-vila-tiberio-em-ribeirao-preto.ghtml Acessado em: 10/06/2020 https://www.archdaily.com.br/br/882695/coworking-espacos-de-trabalho-compartilhados Acessado em: 19/04/2020 https://www.archdaily.com.br/br/914917/o-que-significa-co-living Acessado em: 19/04/2020 Manifesto Google: Work The Way You Live C:/Users/User/Documents/ARQUITETURA/Graduação/9º%20Período/Fundamentos%20TFG/Referências/WP-Work-Way-You-Live-NACE.pdf Acessado em: 26/03/2020 https://www.bos.com/inspired/burolandschaft/ Acessado em: 22/04/2020


’WWW



’WWW


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