SÃO PAULO Janeiro a dezembro de 2013
O que é o Youthful Cities? O Youthful Cities (Cidades Jovens) é uma iniciativa global, nascida em Toronto, Canadá, com o intuito de envolver os jovens no processo de “construção de cidades melhores para viver, trabalhar e se divertir”. Para isso, realiza ações que envolvem a juventude de diversas cidades ao redor do mundo a partir de três programas: 1) Pesquisa Youthful Cities Juventude Urbana – pesquisa online que mede a importância de distintos aspectos da cidades para os jovens; 2) Youthful Cities Index (Índice Cidades Jovens) - índice comparativo que ranqueia as cidades a partir da perspectiva da juventude; 3) Youthful Cities 30Network – grupo de jovens cocriadores de ideias para cidades “mais jovens”. Entre as 25 cidades escolhidas para o desenvolvimento da iniciativa em 2013, esteve a cidade de São Paulo.
Cidades Youthful Cities 2013
Iniciando a conversa: Pesquisa Youthful Cities Juventude Urbana
O primeiro passo do Youthful Cities São Paulo foi divulgar a pesquisa Youthful Cities sobre a juventude urbana. Nessa pesquisa, os jovens disseram o que era mais importante para uma cidade ser considerada "jovem" por meio de aferição de valor (0 - menos importante a 10 - mais importante) a categorias. Um total de 1.600 jovens das 25 cidades responderam à pesquisa. Como se pode ver no gráfico abaixo, todas as categorias pesquisadas foram consideradas importantes (7 ou mais).
Viver Trabalhar Se divertir De acordo com os resultados de novembro de 2013, São Paulo, quando comparada com a média global, apresentou uma pequena diferença, para mais, principalmente nas categorias engajamento político (political engagement), cultura de jogos (videogaming culture) e esporte amador (amateur sports). A categoria considerada como mais importante foi mobilidade (public transit), resultado diferente da média global que apontou custo (affordable city) como categoria mais importante. Já a categoria considerada menos importante foi moda (fashion), mesma categoria apontada pela média global.
Colocando o assunto em pauta: Lançamento Youthful Cities São Paulo Após a divulgação da pesquisa, foram realizados o lançamento oficial do Youthful Cities São Paulo e, alguns meses depois, uma conversa com o CEO da iniciativa, Robert Barnard. Ambos eventos aconteceram na Pontifícia Universidade de São Paulo, em parceria com o Núcleo de Estudos do Futuro - NEF. Participaram do lançamento, a coordenadora global do Youthful Cities, Sonja Miokovic; o coordenador da juventude da Prefeitura de São Paulo, Gabriel Medina; o coordenador do GT de juventude da Rede Nossa São Paulo, assessor de juventude da Ação Educativa e diretor da Ciclocidade, Gabriel Di Pierro e o produtor cultural e membro do Sampapé!, Victor Mendes. O evento, que contou com mais de 100 participantes, teve como intuito apresentar o Youthful Cities, discutir o que significa “cidade jovem” e como construí-la. A discussão partiu da realidade que baseou a criação da iniciativa: cerca de 50% da população mundial tem menos de 30 anos e, aproximadamente, a mesma porcentagem vive em cidades (U.S. Census Bureau 2012). Além de discussões sobre a implicação dessas duas tendências globais para os contextos sociais, econômicos, políticos e culturais urbanos, refletiu-se sobre o contexto local da cidade de São Paulo: O que São Paulo pode oferecer para os jovens e o que os jovens podem oferecer para São Paulo? Em que condições vivem os jovens? Como podemos perceber e ocupar a cidade de maneira positiva?
Foto: Ricardo Lisboa
Dentre os pontos levantados, citou-se o entendimento sobre a juventude e a concepção que tem sido adotada pela Secretaria Nacional da Juventude: a juventude deve ser vista como um sujeito de direitos, um segmento que tem demandas e necessidades específicas, e não como um segmento estigmatizado e com entendimentos polarizados - “juventude problema” e “juventude solução”. Nesse sentido, foi colocado que essa visão deve influenciar a construção da cidade os jovens têm direitos e a cidade deve prover esses direitos - e que isso ainda não acontece plenamente em São Paulo, onde há um contexto de segregação geográfica. A juventude expressa as contradições e disputas da sociedade. As dificuldades que os jovens encontram refletem também como é a cidade. Olhando para a juventude, vemos, por exemplo, os problemas do acesso ao trabalho, à educação, ao espaço público etc. Da mesma forma, os jovens expressam as novas demandas e, com isso, exigem o aperfeiçoamento das políticas públicas, incluindo novos espaços de participação. Outro ponto de atenção colocado, foi o cuidado que se deve ter para a não apropriação do jovem pela lógica de mercado, ou seja, aproveitar o jovem, sua vitalidade e inovação como formas de promover única e exclusivamente o consumo. A cidade, antes de tudo, deve ser justa para todos os jovens e isso tem a ver com o reconhecimento das demandas e das diversidades juvenis, que devem ser traduzidas em acesso a direitos.
Foto: Ricardo Lisboa
Problemas destacados: Distância entre trabalho e moradia, evasão da escola em razão do trabalho, ausência de espaços e equipamentos de cultura principalmente na periferia, não ocupação dos espaços existentes na cidade e homicídio juventude negra, são realidades extremamente preocupantes quando se trata de juventude. Levando em consideração esses pontos, foram discutidas também a cena cultural paulistana e a crescente expansão de iniciativas culturais na periferia, entendidas como oportunidades para integração da cidade, superação de barreiras e maior circulação na cidade. Outro aspecto abordado, foi o hábito de lazer dos jovens e a necessidade de se quebrar estereótipos como o do jovem economicamente desfavorecido que se volta exclusivamente ao consumo de drogas e outras atividades ilícitas. Por fim, destacou-se a importância de se criar iniciativas como Youthful Cities e de se olhar para as cidades por outras dimensões, que não apenas a econômica. No evento sobre o Youthful Cities Index (Índice de Cidades Jovens), Robert Barnard apresentou os resultados parciais do Índice e a baixa colocação de São Paulo, principalmente em relação às outras cidades da América Latina. Com isso, abordou-se novamente os contrastes da realidade paulistana e a necessidade de expansão de iniciativas que abordem cidade e juventude, e que exigem pensamento integrado e transdisciplinar.
Foto: Ricardo Lisboa
Coletando dados: Youthful Cities Index (Índice Cidades Jovens) Para subsidiar governos, iniciativas sociais e privadas sobre o processo de construção de cidades melhores para a juventude, criou-se o Youthful Cities Index. Foram coletados dados para 80 indicadores, separados em 16 categorias, que vão desde espaço público, transporte e acesso ao trabalho até participação social e política. A intenção é que a iniciativa se expanda para 100 cidades em 2014, ampliando o alcance e o impacto dos resultados do trabalho de 2013. Informações sobre os resultados gerais do Índice podem ser encontradas no documento Resumo Executivo do Índice Cidades Jovens 2014, disponível em www.youthfulcities.com. Com a 3ª maior população jovem das cidades latino-americanas e a 13ª das 25 listadas, São Paulo foi considerada a 17ª melhor para a juventude “viver, trabalhar e se divertir”, a 4ª (penúltima) das cinco cidades da América Latina. Em relação a indicadores específicos, São Paulo tem o 15o salário mínimo mais baixo (o 2o mais alto da América Latina). Em termos de segurança, tem o 5o maior número de homicídio per capta (o 5o pior) e o 2o mais alto em números absolutos. No quesito cultura, ocupa o 20o lugar (o pior da América Latina) nos indicadores relacionados à oferta nas áreas de música e filmes. O melhor resultado - 3o - foi a participação social e política. O mesmo padrão foi mantido pela América Latina como um todo, que teve um resultado geral melhor em relação às outras regiões. No caso de São Paulo, tal resultado deu-se em razão da idade para votar - mais baixa do que a de outros países - e pelas oportunidades de voluntariado. Por outro lado, na cidade, a juventude tem uma baixa influência política se comparada com o tamanho de sua população.
Cocriando ideias!: 30Network São Paulo O 30Network é um pop-up think-tank (usina de ideias) formado por jovens com menos de 30 anos com interesses multidisciplinares e conectados com diversos aspectos importantes para a juventude na cidade. Foi criado para fomentar diálogos locais com o objetivo de desenvolver recomendações de prioridades e propostas de atuação para as cidades. O 30Network São Paulo contou com a participação de jovens das regiões norte, sul, leste e oeste, com idades entre 16 e 29 anos. Foram quatro encontros que resultaram nos referenciais e propostas a seguir.
São Paulo Antonio Anderson Martins do Nascimento (Kapoth) – MC 27 anos, Jardim Ângela Compositor, intérprete, produtor musical, improvisador de rimas e oficineiro, criador do grupo de rap Rimaístas. Alice Junqueira – gestora de projetos 27 anos, Pompeia Consultora e gestora de projetos nas áreas cultural, socioambiental e juventude. Ana Paula Xongani – estilista 23 anos, Artur Alvim Fundadora e proprietária da Xongani, marca de moda afro-contemporânea. Andrea Albero – empreendedora social 26 anos, Granja Viana Empreendedora social na Gastromotiva, gastronomia para transformação social. Augusto Veloso Leão – pesquisador 28 anos, Butantã Estudante de doutorado em Relações Internacionais, pesquisador em políticas de imigrantes e facilitador de programas de aprendizagem intercultural.
Carolina Vilela Figueiredo - geógrafa 25 anos, Perdizes Consultora e pesquisadora em infraestrutura urbana e desenvolvimento socioeconômico, com foco nas cidades dos BRICs. Cleiton Ribeiro – estudante do Ensino Médio 16 anos, Paraisópolis Estudante do Ensino Médio e jogador de Rugby pelo projeto Rugby para Todos. Diego Conti – pesquisador e professor universitário 27 anos, Vila Matilde Estudante de doutorado em Administração, professor universitário, pesquisador na área de sustentabilidade e diretor executivo da Integra Treinamento e Consultoria. Daniel Bruno S. Ferreira (D.I.E.L) – MC 18 anos, Jardim Ângela Compositor, intérprete, instrumentista, produtor musical e oficineiro, integra o grupo de rap Rimaístas.
São Paulo Esther Leblanc - servidora pública 23 anos, Santa Cecília Assessora da Secretaria de Relações Internacionais e Federativas da Prefeitura Municipal de São Paulo, parte da Coordenadoria de Cooperação Internacional e Redes de Cidades.
Leandro Pereira de Araújo – Artesão 25 anos, Ermelino Matarazzo Estudante de Artes Visuais e produtor de cerâmica artesanal no Ateliê Azu, empreendedorismo social para intervenções urbanas e transformação de favelas.
Guilherme Caneli – profissional de relações internacionais 24 anos, Horto Florestal Assessor na Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico - C.B.C.D.E.
Luciano Frontelle - educomunicador 23 anos, Sorocaba - SP Educomunicador e ativista nas áreas comunicação e juventude.
Kamila da Silva Gomes - pedagoga 29 anos, Vila Medeiros Coordenadora pedagógica na Educação Infantil, militante da Pastoral da Juventude e coordenadora do Fórum de Defesa da Crianças/Adolescente da Vila Maria. Laura Jungman - estudante de relações internacionais. 24 anos, Itaim Produtora do Fórum Social Mundial Tunísia e coordenadora da ONG Engajamundo. Letícia Sabino – empreendedora criativa 24 anos, Vila Mariana Idealizadora do SampaPé!, projeto que visa melhorar a cidade por meio do pedestrianismo e do olhar curioso.
de
Patrícia Byington – administradora pública 26 anos, Bela vista Consultora em desenvolvimento sustentável e RSE - Responsabilidade Social Empresarial. Pedro Aquino 23 anos, Perdizes Analista de planejamento estratégico na Otima e participante de núcleos de empreendedorismo e voluntariado social. Priscila Fonseca - comunicadora 26 anos, Butantã Ativista nas áreas de juventude e igualdade racial e agente de comunicação na Acorde - Oficinas para Desenvolvimento Humano.
Encontro 1 - O que é uma "Cidade jovem"? No encontro I a conversa começou com uma troca de perspectivas sobre o que seria uma “cidade jovem ideal”. Todos trouxeram diferentes visões, a maioria delas baseadas no que estava acontecendo e sendo debatido na cidade. Dessa maneira, os dois assuntos que iniciaram a conversa foram mobilidade e educação. O diálogo resultou na lista abaixo.
Lógica do também! Profundidade dada pela conexão Estrutura colaborativa + ferramentas para empreender "Pontas" da cidade empoderadas e becos alcançados! Investimentos de longo prazo + gente produzindo conteúdo Acessibilidade digital e ativação digital de espaços públicos (não basta só wifi) Profissionalização do que se faz, possibilidade de viver do que se quer Capacitação técnica Outra cultura que não a do consumo Espaços integrados + incubadoras de projetos e iniciativas Educação de qualidade, menos impositiva e hierarquizada Lugares com vida! Liberdade para ocupar espaços públicos Cidade sem grades Estrutura política mais fácil
Política na educação + gente andando a pé Mobilidade não associada à carro Mais pessoas e recursos, menos "construção" Moda ligada à cultura Cultura que chega por diversos meios, não majoritariamente pela televisão Cidade sem imposição Mobilidade ativa Hábitos saudáveis na formação Aprendizagem da cultura do outro e da cultura local Comunicação comunitária e ativação da Economia local e uso do que há Vários ritmos, cores e sabores! Cultura despolarizada Não apropriação da indústria cultural Não definir o que é cultura - cultura é representação simbólica! Responsabilidades e deveres compartilhados
Também foi ponderado que o tema, quando tratado de forma “ideal”, leva a uma conversa que tem como resultado apenas um nível superficial de informações sobre os contextos locais. Ainda sim, surgiram alguns exemplos específicos como, por exemplo, o uso da bicicleta associado à segurança nas periferias (“para fugir mais rápido”), diferente do uso para mobilidade e diminuição de impacto ambiental. Por fim, os participantes colocaram a dificuldade de se “desenhar uma linha” para diferenciar uma “cidade boa para todos” de uma “cidade boa para jovens”.
Encontro 2 - O que eu vejo, sinto e ouço em uma "Cidade jovem"? O segundo encontro foi dedicado a tangibilizar a ideia do que seria uma “cidade jovem”. O que eu vejo, sinto e ouço em uma "cidade jovem"?
Vejo Pessoas participando dos espaços existentes de participação política Cor! Menos congestionamento Pessoas mais tranquilas Nenhuma criança nos semáforos Pessoas fazendo o que gostam Aparelhos tecnológicos para todos Casa e prédios harmônicos com menos grades Piscinas ao ar livre, rios e lagos nos quais se pode nadar Brincadeiras Integração de comunidades Namorados(as) buscando namoradas(as) a pé Muitos parques e praças Mais pessoas caminhando e menos veículos motorizados Pessoas de todas as gerações "fazendo junto" Abraços e sorrisos Árvores nas ruas Veículos cheios, compartilhados Prioridade para pedestres e respeito no trânsito Respeito e atenção no atendimento em hospitais públicos Mais possibilidade de leitura e aprendizados compartilhados Mais espaços de aprendizado abertos Mais oportunidades e mais reconhecimento em ações Pessoas recepcionando bem a todos Vivência do dia-a-dia e vizinhos que se conhecem Espaços ocupados Jovens se alimentando de maneira saudável Uma cidade descentralizada e conectada Pessoas não precisando se deslocar para conseguirem o que quer Mais escuta ativa para definição de políticas públicas Mais diálogos facilitados sobre a cidade Menos constrangimentos Coisas técnicas transformadas em coisas simples Escolas públicas de qualidade Valorização do jovem empreendedor Transporte público de qualidade e mobilidade Inclusão digital Integração socioespacial Uma cidade sem violência Muitos espaços públicos e muitos espaços verdes Boas surpresas! Pessoas com vontade de mudança e trabalhos colaborativos
Fotos: Ricardo Lisboa
Ouço
Sinto
Mais natureza e menos buzinas "bom dia!" "Qual o seu nome?" Menos "O que você faz?" e mais "do que você gosta?" "Vamos dar uma volta?" "Vem para o Brasil, São Paulo é imperdível!" Música Passos, vozes e gargalhadas Contos, histórias e mitos Sonhos Pessoas dizendo que alcançaram suas expectativas Amigos dizendo que querem ficar na cidade porque é um lugar agradável para se morar, com muitas oportunidades e bons serviços "mãe, eu não quero um carro quando eu fizer 18 anos" "Quero viajar!" "Seja bem-vindo!" "Eu respeito sua opinião" / "veja por esse lado..." Canto dos pássaros Vozes baixinho
Alegria Segurança Segurança para andar por onde moro em diferentes horários e em bairro que não conheço Segurança para andar a pé e de bicicleta Ausência de medo Entendimento mesmo com discordâncias Tranquilidade Confiança Respeito Espírito jovem Uma cidade viva Amor Prazer harmonia Carinho Afeto Compartilhamentos presenciais Compartilhamento de sensações Estreitamento das relações Sentimento comunitário Interesse pela cidade como um todo, além de seus bairros Mais conforto em parques e espaços ao ar livre
Obs.: As palavras destacadas foram mencionadas por mais de um jovem.
Encontro 3 No encontro 3 os jovens conversaram sobre as outras 24 cidades do Youthful Cities a partir do imaginário coletivo, das informações divulgadas pela imprensa e dos conhecimentos dos participantes e, em seguida, ponderaram sobre o bom e o ruim da cidade de São Paulo. - Qual das 25 cidades do Youthful Cities é a mais jovem de acordo com o imaginário dos jovens paulistanos? A conversa começou com a consideração do quão difícil é falar de uma cidade sem conhecê-la, o que era o caso da maioria das cidades. Ao mesmo tempo, há estereótipos que predominam nosso imaginário, muitas vezes distorcidos e reforçados pela imprensa, problema citado como a principal dificuldade do exercício além da falta de conhecimento. Ainda sim, foi colocado que é interessante olharmos para esses imaginários, pois mesmo o “olhar equivocado” nos traz informações sobre potencialidades e oportunidades para mudança, incluindo a mudança na forma de abordagem dos veículos de comunicação e de como “mostramos” nossa cidade. Abaixo os principais pontos levantados de cada cidade, por região.
1. Ásia Tóquio, Japão - Mumbai, Índia - Manila, Filipinas - Shangai, China - Seul, Coréia do Sul - Tóquio foi a cidade mais citada pelos presentes. De acordo com o imaginário dos jovens, a voz das ruas e a forte presença da tecnologia são fatores que impulsionam a liberdade - ainda que haja pontos rígidos na cultura japonesa - das novas gerações. - Mumbai foi pontuada como uma cidade que, falando sobre a Índia como um todo, apresenta problemas de liberdade de expressão e de se ouvir a voz das novas gerações, principalmente das mulheres. A questão de gênero traz muitos problemas de ordem social no país, como o estupro. Como ponto positivo, foi apontado o crescimento do empreendedorismo. - Manila foi apontada como a cidade que se tem menos conhecimento na Ásia, mas que, ainda sim, chega no Brasil que a questão da juventude nas Filipinas está em desenvolvimento e vem crescendo nos últimos anos. - Shanghai também foi apontada como uma cidade que os jovens tinham pouca informação para a construção de imaginário. A China como um todo é vista como uma sociedade bastante fechada e problemas relacionados ao trabalho e à política foram as principais questões debatidas. - Seul trouxe a perspectiva dos problemas político internos, no caso, a tensão entre Coreia do Norte e Coreia do sul. Ao mesmo tempo, trouxe a perspectiva de uma cidade avançada tecnologicamente e com grande potencial de crescimento. 2. África Joanesburgo, África do Sul - Lagos, Nigéria - Nairóbi, Quênia - Cairo, Egito Kinshasa, Congo - Joanesburgo foi colocada como uma cidade que parece não representar o continente africano. Para o imaginário dos jovens, a cidade parece ser feita para ser mostrada ao mundo, para “inglês ver”. - Lagos foi lembrada pela grande mobilização dos jovens da cidade para o projeto “o que você quer pro mundo” da ONU. Foi a cidade com a maior participação, o
que demonstra que o movimento da juventude parece estar cada vez mais forte. No entanto, foi colocada a questão da migração. Muitos jovens saem de Lagos que, por sua vez, perde pessoas com capacidade e conhecimento para ação e mudança. - Nairóbi foi a cidade que teve o pior contexto formulado pelo imaginário dos jovens. Foi lembrada pelo problema da violência, principalmente o estupro, do preconceito de gênero e pelo aumento de HIV no Quênia, exatamente por conta da violência sexual. - Cairo gerou uma forte conversa sobre mobilização juvenil. Foi colocado que o jovem egípcio enfrenta hoje grande dificuldade em razão dos problemas políticos e da instabilidade econômica e social do país, mas que a juventude luta para não ser encarada como a “geração perdida” da sociedade. - Kinshasa remeteu aos fortes conflitos na região do Congo e a um cenário de grande violência, que ainda tem os mesmo problemas apresentados nas outras cidades africanas. apesar de representar um polo de modernidade no país. 3. Europa Paris, França - Istambul, Turquia - Roma, Itália - Berlim, Alemanha Londres, Reino Unido - Paris teve como ponto forte o uso do espaço ao ar livre, a promoção das artes e a questão das músicas marginais. Foi pontuado que as músicas de guetos parecem ser muito fortes e impulsionam as comunidades da cidade. - Istambul apareceu nas discussões pelo viés da migração, seja turística ou para subsistência, colocando-a como cidade polo de atração para o jovem turco, o que parece ser diferente do resto do país. No entanto, a visão que temos, de muitos atritos entre população e polícia militarizada do país e de conflitos políticos são fatores que não deixam a cidade se desenvolver. - Roma remeteu os jovens à imagem de uma juventude que reclama e não se mobiliza frente às crises enfrentada pelo país como um todo, especialmente na área social. Foi colocado que parece haver falta de empreendedorismo por parte da geração jovem italiana. A grande participação da Igreja Católica no país, pode ser o
motivo para o aumento significativo de suicídios de jovens, especialmente LGBTs, mostrados no Brasil pela imprensa. - Berlim foi tida como uma cidade com ótima infraestrutura, onde as liberdades individuais e coletivas são respeitadas. Grandes avanços quanto ao preconceito e à conscientização dos problemas relativos ao nazismo foram apontadas como um exemplo a ser seguido, sendo lembrado que até mesmo o prefeito de Berlim é abertamente homossexual. - Londres também foi citada como uma cidade que recebe grande migração, mas que nem sempre lida bem com o assunto. A cidade é vista como um lugar com ótima infraestrutura, educação e saúde, porém como um lugar que tem questões complicadas de segurança, principalmente quando se trata de terrorismo. 4. América do Norte Nova Iorque, EUA - Houston, EUA - Toronto, Canadá - Chicago, EUA Los Angeles, EUA - Nova Iorque dominou o imaginário dos jovens. O hip hop foi marcante na conversa e foi lembrada a relação entre o jovem negro e o jovem branco, sendo citado o filme “Panteras Negras”. A questão abordada no filme sobre a segregação da diversidade da cidade foi importante para sua própria construção. Também foi falado sobre o recente movimento Occupy Wall Street, que mostrou grande preocupação da juventude da cidade com as questões sociais. Ainda sim, enxerga-se grande resistência ao acolhimento da juventude latina na cidade e dos problemas relativos ao terrorismo. - Houston serviu para a reflexão de que há um grande imaginário de preconceito sobre as cidades do sul dos EUA. As cidades são lembradas por serem fechadas e resistentes a ideias progressistas. - Toronto teve a questão cultural como principal assunto, sendo pautada como uma cidade que investe em cultura e entretenimento para jovens. O outro ponto bastante abordado foi a possibilidade de se votar em mais de 50 línguas na cidade. Isso mostra uma política governamental para atrair população jovem de outros lugares, o que gera bastante diversidade e possibilidade de desenvolvimento.
- Chicago teve seu imaginário ligado fortemente ao dinheiro e a expressões de arte, além de decisões políticas norte-americanas. - Los Angeles, no imaginário de alguns, foi relatada como “insuportável” pela questão da ostentação de Hollywood e segregação social muito evidente. 5. América Latina Bogotá, Colômbia - São Paulo, Brasil - Buenos Aires, Argentina - Lima, Peru Cidade do México, México - Bogotá foi citada como uma cidade com a arte urbana muito forte. A Colômbia, no geral, foi lembrada como um país com governos recentes que se voltaram à diminuição da violência, sendo Bogotá citada por conta de suas políticas sociais concretas nas áreas de mobilidade e segurança social. - São Paulo foi imediatamente apontada como uma cidade que tem muitos reveses, mas que, ao mesmo tempo, serve de exemplo para muitos projetos. A receptividade da cidade foi um dos principais pontos de discussão. Há ou não há receptividade? Há certa educação entre as pessoas, mas também há opressão nas ruas. Há muitas vezes distância dos paulistanos para com estrangeiros e migrantes. Por outro lado, foi colocado que, comparativamente, não há cidade que congregue mais diversidades no país. São Paulo é uma cidade que está buscando se rejuvenescer, há processos em desenvolvimento para se ouvir a voz da juventude da cidade. No imaginário do Brasil, São Paulo parece ser uma cidade segregadora, onde o que é evidenciado é o dinheiro. O espaço público na cidade é pouco e os terrenos são muito privatizados. Há uma grande cultura do medo. - Buenos Aires foi tida como uma cidade que parece ter boa infraestrutura e educação, apesar das crises que enfrentou. Além disso, a Argentina foi lembrada como o primeiro país latino americano a aumentar o leque de direitos de LGBTs. - Lima deu início a uma discussão sobre o quão difícil é falar das cidades latinoamericanas. Parece mais fácil falar de Kinshasa do que de Lima, pois temos pouca informação sobre nossos países vizinhos, inclusive na imprensa. O pouco imaginário constituído foi formado a partir de notícias sofre o processo de especulação imobiliária que a cidade está sofrendo, o que faz com que muitas pessoas de baixa
renda migrem e da percepção de que a cidade não parece ter tanta ligação com as fortes culturas tradicionais do Peru. - Cidade do México foi citada como uma cidade que remete ao caos, principalmente em termos de infraestrutura de transportes. Ao mesmo tempo, traz um imaginário de diversidade e cultura tradicional. Cidades consideradas “mais jovens”, por região: Ao conversarem sobre quais seriam as cidades “mais jovens”, foi colocado que os critérios de escolha variaram de região para região, fato interessante de se notar.
TÓQUIO (ÁSIA) A escolha no caso da Ásia foi pautada pela questão da tecnologia, que foi considerada mais expressiva e geradora de oportunidades em Tóquio. LAGOS E JOANESBURGO (ÁFRICA) A escolha não ficou completamente estabelecida. Johanesburgo e Lagos foram as selecionadas por, no imaginário dos jovens, terem sido lembradas por terem mais infraestrutura para os jovens viverem. BERLIM (EUROPA) Em razão de o tema diversidade ser o ponto principal na busca de uma “cidade jovem” na Europa, Berlim acabou sendo a escolhida. TORONTO (AMÉRICA DO NORTE) Toronto foi a cidade escolhida pelas questões de infraestrutura e do respeito à diversidade e receptividade a outras populações não locais. BOGOTÁ (AMÉRICA DO SUL) Bogotá acabou sendo vista como a cidade que mais respeita o jovem no imaginário, porém apesar de ter sido definida como a “mais jovem” da América Latina, houve ressalvas quanto ao crescente processo de acolhida aos jovens que São Paulo está vivendo.
- O bom e o ruim de São Paulo Após a reflexão sobre cidades ao redor do mundo, foram levantados pontos positivos e negativos de São Paulo. O resultado está na imagem abaixo.
Encontro 4 - Prioridades e projetos para São Paulo O encontro 4 foi dedicado ao estabelecimento de prioridades e cocriação de ideias de projetos para São Paulo. Para isso, os jovens decidiram passar um final de semana na Vila Santa Inês, zona leste de São Paulo, com o intuito de vivenciar parte dos problemas e potencialidades levantados. Na mesma favela onde pouco chega o transporte público e onde há grandes problemas infraestruturais, está o Ateliê Azu, projeto que recebeu o Youthful Cities São Paulo. Um ateliê de cerâmica artesanal, o Azu acredita que a textura espacial é uma condicionante social e que a arte pode alterar os cenários das favelas de São Paulo. Assim, tem como missão colorir as ruas e vielas da cidade produzindo as peças que estampam a comunidades e realizando oficinas gratuitas para os moradores do bairro de Ermelino Matarazzo. Foram dois dias de muita convivência, andança na comunidade, rap, gastronomia colaborativa, pintura em cerâmica e trocas! As
prioridades
definidas
pelo
30Network
São
Paulo
foram:
educação,
empreendedorismo, espaço público, mobilidade e segurança, as quais, como visto, também foram apontadas como algumas das categorias mais importantes para a cidade segundo a pesquisa online. Dessa forma, de acordo com o panorama específico da cidade conversado nos encontros anteriores, iniciou-se o processo de cocriação do que seriam projetos bons e prioritários para tornar São Paulo uma cidade melhor “para o jovem viver, trabalhar e se divertir”. Vale lembrar que a intenção do conteúdo abaixo é servir de subsídio e inspiração para ações que visem abordar o tema, sendo ele ideias iniciais de jovens de diferentes contextos que levaram em conta suas realidades.
Foto: Ricardo Lisboa
Projetos cocriados, divididos por prioridades: 1. Educação Educação para a diversidade Projetos:
Foto: Ricardo Lisboa
1.1 Museu afro-brasileiro itinerante Considerações: É necessário haver projetos pensados como projetos de educação para a conscientização sobre a diversidade e convivência com as diferenças. Ideia: Levar parte o acervo do Museu afro-brasileiro para locais públicos da cidade. Como: - Em contêineres; - Fazendo uso de centros culturais frequentados em cada região (Centros Educacionais Unificados – CEUs, SESCs, Centro Cultural da Juventude, Centro Cultural São Paulo, Casas e Fábricas de Cultura, Centros comunitários etc.) - Fazendo uso de estações de metrô;
- Levando o acervo para dentro das escolas municipais, coordenando o trabalho junto aos calendários escolares; - Utilizando espaços públicos (praças, ruas etc.) juntamente com conhecimento mapear agentes comunitários e/ou mestres griôs, com contação de história nos bairros, com oficinas com a troca de saberes, para que colaborem com oficinas e projetos utilizando o material do museu. Referências: - Projeto estação da língua Museu da Língua Portuguesa: www.facebook.com/estacaodalingua -
Projeto
Cultura
e
Lazer
do
metrô
da
cidade
de
São
Paulo:
www.metro.sp.gov.br/cultura/tecultura.asp 1.2 Fomentando a qualidade de vida Considerações: Precariedade do tema “autoconhecimento” no sistema educacional da cidade. Precisamos de projetos que se preocupem com e viabilizem outras formas de conscientização nas escolas (ex.: consciência alimentar, espiritualidade, etc.).
Ideia: Mobilizar voluntários jovens engajados em projetos e ações socioeducativas para realizar atividades, dinâmicas, jogos e/ou palestras nas escolas, principalmente da rede pública de ensino, sobre as diversas temáticas de conscientização e "autoconhecimento". Como: - Mobilizando jovens voluntários em universidades; - Criando eixos temáticos prioritários para discussão (ex. Consciência alimentar, espiritualidade, etc); - Planejando didática de aplicação das atividades, jogos, palestras; - Convidando camponeses urbanos para treinamento de educadores, horta nas escolas, aulas ao ar livre, contato com a natureza; - Marcando encontros com equipes gestoras das escolas públicas com a intenção de criar laços e estabelecer relações para verificar a demanda da escola e dos adolescentes. Organizar cronograma formativo utilizando os horários e formações dos professores; - Proporcionando encontros inter-religiosos junto a educadores. Referências: - Projeto Educando com a Horta Escolar: www.rebrae.com.br/natal/Projeto%20Educando%20com%20a%20Horta%20Escolar.p df
Por @danieusp
1.3 Histórias da comunidade e Banco didático digital Considerações: Precisamos preservar a história do indivíduo e fazer com que as histórias façam parte do processo de autoconhecimento. Todos podem usar suas historias para motivar o próximo. Além disso, é preciso entrar na questão intergeracional, coisa que na cidade de São Paulo é pouco latente. A preocupação com regaste histórico é muito grande. Ideia: Colocar os jovens em contato com histórias de outros jovens mostrando que há diferenças, mas também coisas em comum (mostrando as similaridades e desconstruindo estereótipos preestabelecidos), por meio de uma rede online de histórias das comunidades / bairros da cidade de São Paulo para o estímulo ao conhecimento e disseminação de realidades locais e preservação do patrimônio cultural. O que poderia ser pautado no projeto para que isso possa ser construído? - Depoimentos do dia-a-dia de jovens pela cidade criando-se um museu da vida na cidade com o intuito de entender a vida das pessoas em cada local/região; - Entrevistas com pessoas mais velhas e jovens ao mesmo tempo para resgate histórico-cultural e interação intergeracional; - Perguntas de jovens para jovens: perguntas que jovens querem fazer e respostas que os jovens querem dar. Conteúdo dinâmico que gere discussão e esclarecimentos; - Usar o projeto também como registro de história futura através dos sonhos (trabalho de construção de identidade e plano de vida).
Como: - Direcionando a rede para a educação. Criar e mostrar conteúdos nas aulas. Depoimento sobre fatos históricos de quem vivenciou e vivencia o que se aprende na escola. Com o jovem criando e vendo o conteúdo didático em sua própria cidade (de mais velhos que vivenciaram guerras, festivais de MPB, gente de todas as idades que hoje plantam hortas pela cidade, promovem o hip hop e a poesia), ele se aproxima de diversas matérias - história, geografia, português etc; - Mobilizando líderes regionais para a coleta de depoimentos; - Construindo mapas afetivos dos bairros; - Utilizando plataforma online para recebimento de vídeos; - Criando roteiros e temas (direcionamento) para facilitar a contação de histórias a criação de vídeos; - Promovendo oficinas de vídeos (possibilidade de parcerias com fábricas de cultura, museu da pessoa etc.). Referências: - Museu da Pessoa: www.museudapessoa.net - 7 bilhões de outros: http://www.7billionothers.org
2. Educação para a erradicação do analfabetismo funcional Projetos: 2.1 Compreender para aprender Comentários: Ainda há muitos jovens analfabetos funcionais e isso não é um problema só dos jovens de bairros pobres. Há também jovens de bairros ricos e de escolas privadas que têm grande dificuldade de se comunicar, principalmente quando se trata de comunicação escrita. Esse é um problema agravado pela “geração conectada” que não exercita outras formas de comunicação e expressão. A falta de compreensão de texto é a principal característica desse analfabetismo funcional. A dureza do processo didático e a falta de diálogo entre professor e o aluno fazem parte do problema. O professor é desmotivado e o aluno não é atraído pela escola. Esse aspecto deveria ser abarcado mais fortemente pelas politicas públicas. Ideia: Promover grupos de rodas de leitura com interpretação e discussão de textos. Como: - Buscando pontes dentro das comunidades e convocando jovens-pontes para se ligarem a grupos que já desenvolvem trabalho nessa área; - Adaptando os conteúdos para outras linguagens como fotos e vídeos para conectar e facilitar a compreensão. Referências: - Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – IBEAC: www.ibeac.org.br
3. Educação política Projetos: 3.1 Conhecendo a política Considerações: É extremamente importante trazer para o cotidiano dos jovens a importância e o impacto da política na vida das pessoas. Levar depoimentos para a sociedade e estabelecer o diálogo. Percebe-se uma neutralidade do governo em querer ou não informar a sociedade. Ações tem que ser feitas para aperfeiçoar o sistema de integração da sociedade com as questões politicas da sociedade. Desmistificar a política como o que só acontece “lá em Brasília” e tornar o assunto mais tangível e acessível para os jovens. A profissão do político deve ser tão fácil de descrever e identificar como qualquer outra. Ideia: Facilitar o entendimento e ampliar o conhecimento sobre política por meio de vídeos-animação/ilustrações temáticas e criar programas de visitas às instituições governamentais. Como: - Mobilizando coletivos artísticos para criação de roteiros e produção; - Utilizando plataforma online para disponibilização;
- Divulgando os conteúdos em meios alternativos como televisões de ônibus e metrô; - Divulgando os conteúdos nas escolas; - Utilizando os materiais lúdico-pedagógicos que culminem em levantamento de demandas e elaboração de projetos nas comunidades que podem virar referencial para política pública; - Simulando o ambiente político dentro das escolas e propondo atividades curriculares como mapeamento de projetos de lei existentes e/ou o envio de ideias a vereadores; - Promovendo visitas de escolas a instituições como Câmara Municipal, Assembleia Legislativa, prédio da prefeitura etc. Referências: - Rede Nossa São Paulo: www.redenossasaopaulo.org.br - Orçamento fácil: http://www.youtube.com/watch?v=Q66ZSkBLKr0 - Lei Tarifa Zero: http://youtu.be/GjRU4yMD2Lc - Parlamento Jovem: https://www.facebook.com/parlamento.jovembrasileiro
4. Empreendedorismo Considerações: Empreendedorismo está na moda. Você consegue acesso a cursos e informação – (SEBRAE, rede de microempreendedores), mas mesmo com essa promoção, há dificuldade da prática. Sabe-se que o empreendedorismo está na mente dos jovens, mas empreender no Brasil é complicado. A burocracia é muita e as pessoas não são formadas pra esses processos. Isso é um ponto desmotivador. Há também muita insegurança em relação ao movimento de mercado e a possibilidade de perder o seu negócio. Empreendedorismo incubado nos jovens da cidade = preocupação de motivar os sonhos dos jovens, de criar o espirito empreendedor. Projetos: 4.1 Trabalhos de aplicação de curso! Ideia: Utilizar trabalhos de conclusão de curso para ajudar na realização de projetos para cidade. Como: - Mostrando tanto nas escolas como em coletivos e comunidades o quão importante é o ato de empreender e quais as responsabilidades envolvidas. Incentivar o desenvolvimento do empreendedorismo social, ganha-ganha;
- Criando incubadoras de projetos; - Criando políticas públicas municipais que facilitem a introdução do empreendedor no comércio formal; - Estabelecendo um banco de boas práticas; - Criando articulações entre academia/pesquisadores e 3º setor; - Articulando instituições de ensino e órgãos públicos para identificação de áreas carentes de pesquisas para que isso possa ser direcionado ao mundo acadêmico; - Fazendo parceria com governo municipal para chamadas públicas de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) para propostas para problemas e políticas reais; - Utilizando espaços públicos para apresentação de TCCs com o intuito de troca de conhecimento entre a população e de divulgação de ideias para a cidade. 4.2 Ocupe meu espaço! Ideia: Criar uma rede de troca de espaços para realização de projetos Como: - Criando um banco de dados espaços e mecanismos de troca (ex.: fazer reunião ou encontro e, como ‘aluguel’, recuperar o espaço, arrumar o jardim, pintar etc.); - Criando coworkings populares (ex.: quintal, quarto, garagem, oferecer um espaço na casa para reuniões de planejamento e execução de projetos etc.).
Referências: - Freeconomics: http://www.justfortheloveofit.org/thedeal 4.3 Mentores urbanos Ideia: Criar uma rede de mentores para que jovens possam desenvolver ideias junto com eles. Troca de experiências, unir forças para desenvolver e realizar projetos. Como: - Mobilizando jovens empreendedores e ex-alunos universitários; - Criando uma plataforma ou rede online de interação e realizando monitorias virtuais periódicas; - Realizando encontros presenciais pontuais para interação, desenvolvimento de ideias e criação de laços.
5. Segurança Considerações: A questão policial no Brasil é séria e precisamos aproximá-los da sociedade. Há distancia e não há ponte para dialogo. A segurança está atrelada ao espaço público. Ocupação do espaço dá maior segurança, ou pelo menos a sensação dela. A questão do autoconhecimento entra também neste tema. A falta desse tipo de formação, de diálogo e do entendimento do outro geram mais violência.
Projetos: 5.1 Policial cidadão Ideia: Promoção de diálogo e interação entre agentes de segurança (policiais) e jovens (sociedade). Como: - Promovendo encontros e trocas entre os agentes de segurança e a juventude. Fazer a mediação do assunto, da busca de conhecimento e posição de cada um. - Levando a outros lugares, principalmente periferias, programas de interação existentes como o treinamento de corrida de policiais junto com civis no Ibirapuera; - Criando programas como "Visita à profissão" / “Um dia como”; - Criando programas voltados a policiais com atividades como meditação e discussões sobre quebra dos padrões estabelecidos para suspeitos, como negro, jovem, pobre etc; - Humanizando a profissão dentro das escolas. Ida de policiais dentro da sala de aula para mostrarem um pouco da sua vida. Trazer a identificação das crianças com o ser humano que esta por baixo da farda. O policial tem que mostrar que recebeu a autoridade concedida pelo Estado, mas ainda é um cidadão com os mesmo direitos que os outros.
Foto: Ricardo Lisboa
6. Espaço público e mobilidade Considerações: Projetos que tragam as pessoas para ruas. Mas muitos projetos assim já existem. Desafio de criar algo novo. Ideia: - Criando mapas das ruas que podem e que não podem ter ruído durante a noite; - Aumentando o número de bancos nas ruas para propiciar reunião e encontro em espaços públicos; - Criando sinalizações criativas como “Marque o próximo encontro com seus amigos aqui, é grátis!”; - Tornando as vagas vivas fixas, ou pelo menos um evento mensal; - Criando aplicativos ou outras ferramentas tecnológicas que aproximem o cidadão e os espaços públicos da cidade. Por exemplo, um aplicativo para celular que possa conter a informação sobre o que está acontecendo em praças, parques, estações de metrô ou ônibus, despertando o interesse das pessoas em participar da vida nos espaços públicos; - Criando um circuito de saraus públicos.
Vaga Viva SP 2012. Foto Divulgação
Compartilhando: Desdobramentos RAP Rimaístas MCs A partir do encontro 4 do 30 Network São Paulo, o grupo Rimaístas MCs criou um rap com o intuito de retratar os principais temas conversados e a realidade dos jovens em São Paulo. Hip Hop consciente! Youthful Cities (refrão) YouthfulCities diversidade na cidade grande somos o vírus nessa classe dominante somos gigantes do tamanho dos nossos sonhos articulação de planos Cinco horas da manhã, levanta , anda se move mais ele só tem que esta no serviço as nove põe uma roupa, lava o olho, toma um café e pronto cinco e meia espera o primeiro ônibus no ponto ainda sonâmbulo ele gira a catraca esbarra em um cara que não gosta e fecha a cara até pede desculpas e leva nome de otário isso não o preocupa segue seu itinerário rumo ao centro sai das imediações do jd. ângela onde o metrô não chega mais chega multas e câmeras são só três horas de rolê tempo tem de sobra mais o trânsito nunca desafoga venceu as três horas paga outra integração lá vai mais três reais que alguém lhe passa a mão no trampo atrasado chega lá desconfiado e o patrão não quer saber já desconta no seu salário rende no expediente ele manda bronca mais o fim do mês o devora com as contas no caminho de volta mema fita até cochila no assento reservado que ele irrita as tiazinha ninguém fala com ninguém mais se veem todo dia só conversa ou comenta notícias que saem na mídia no descanso do seu lar até voltar a milhão pra condição ele sonha em gritar esse refrão (2X) Eu! eu Só! Só quero ser feliz um dia na cidade onde eu moro mais o despertador me grita me assusta logo quando acordo
(refrão) Silêncio rompido pelas ruas de SP Casas invadidas pelo som RAP sou da cidade grande que não cansa não para e ver alguém no busão de passeio é coisa rara porque tanto tempo no trabalho é necessário Minhas obrigações tomam todo meu calendário mais é preciso ver além desse cotidiano Pra não ser trabalhador antes de ser humano Então eu quero mais saúde não quero hospitais Preciso de segurança não de mais policiais qualidade de vida mais que contribuição crescimento é muito mais que consumir liquidação o dinheiro do povo que o governo comanda não da infraestrutura e não atende a demanda custo de vida alto é muito caro viver em São Paulo sem respaldo com a gestão tomando sua grana de assalto Escola de Notícias
À convite do Escola de Notícias, fomos conversar com a turma de comunicação comunitária sobre o quanto as histórias das pessoas (e as nossas, claro!) refletem como é a cidade. A cidade em que eu moro permite que eu viva, trabalhe e me divirta respeitando o que eu quero e o que o coletivo quer? A cidade é realmente para todos? Como é a vida em meu bairro? O que tem de bom e ruim na minha cidade? Como é a relação das pessoas e, principalmente do jovem, com a cidade? Meu bairro e minha cidade refletem as necessidades e as aspirações dos jovens? Como posso tornar minha cidade melhor para o jovem? Em dois encontros falamos sobre como é importante pensar a cidade quando pensamos em juventude e que não só a cidade pode - e deve - ajudar o jovem, mas também o jovem pode - e deve - ajudar a cidade!
“Cidade acolhedora X cidade segregada. Diversidade X preconceito. Centro, periferia. O centro é onde as pessoas se sentem livres e podem fazer o que quiserem: na Avenida Paulista tem de tudo, ninguém estranha nada. Os bairros são mais familiares, é um ambiente mais íntimo”. “Procuramos lazer, cultura, oportunidade. Há muita opção em São Paulo. Mas muitos jovens têm preguiça e também falta infraestrutura na cidade. Sinto-me diferente no meu bairro do que quando penso na cidade como um todo”. Esses foram alguns dos pontos levantados. Ao final dos encontros, uma resolução: >>"Você sai de São Paulo, mas São Paulo não sai de você!”<<
AIESEC Youth to Business O Youthful Cities São Paulo também participou do Youth to Business, evento da AIESEC que reúne jovens e empresas para proporcionar troca de conhecimento e experiências dentro do tema empreendedorismo. Em uma fala para um público de 600 jovens e uma oficina para 60, os jovens foram convidados a pensar sobre possibilidades de caminhos que nos fazem pensar mais no que "se gosta" e menos no que "se faz”. Muitas vezes nos definimos e pautamos a vida pelo trabalho e descolamos o trabalho de nossas vidas. Mas não seria a própria vida que deveria pautar nossa vida e, por isso, o que nos faz gostar da vida? É fácil eu ter mobilidade profissional, aprender e experimentar novas possibilidades? A carreira profissional geralmente está vinculada com o coletivo e o social? Esses foram alguns dos questionamentos colocados. Em seguida, foi colocada a perspectiva de que ativar e desenvolver a juventude e a cidade é uma das maneiras de repensarmos e agirmos para que todos os jovens tenham a oportunidade de trilhar o caminho que desejam - fazerem o que gostam respeitando o que o outro gosta! Conhecer outras perspectivas, compreender, respeitar, dialogar. Tornar as cidades melhores para o jovem. Participaram da oficina do Youthful Cities no Youth to Business AIESEC jovens das cidades de Bauru, Belém, Belo Horizonte, BoaVista, Criciúma, Fortaleza, Franca, João Pessoa, Juíz de Fora, Maringá, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Santa Maria, São Luis, São Paulo, Sorocaba, Teresina, Uberlândia, Volta Redonda.
Saída SampaPé! Atividade de discussão e percepção da cidade, o Youthful Cities São Paulo participou do passeio cultural do SampaPé! na Penha. O que podemos observar na Penha que caracteriza ou não uma “cidade jovem”?
Pós-2015 O Youthful Cities São Paulo também colaborou com o processo internacional de “construção do mundo que queremos”, o Pós2015. Participamos, em nome da Coalizão de Jovens pelo Pós-2015, de um conversa online sobre o Pós-2015 focado em informação e tecnologia e na preparação para a Cúpula Mundial de Jovens que aconteceu em setembro de 2013, na Costa Rica. Acre, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Genebra, conversaram sobre como potencializar a participação de jovens brasileiros nos processos de consulta sobre as próximas prioridades para os novos objetivos de desenvolvimento mundiais.
Youthful Cities São Paulo Social Facebook, Twitter e divulgação na impensa. O Youthful Cities também expandiu a conversa por meio de conteúdos online!
Youthful Cities São Paulo CEO Youthful Cities: Robert Barnard Coordenadora global: Sonja Miokovic Coordenador de estatística: Matthew Cosgrove Coordenadora local São Paulo: Alice Junqueira Levantamento de dados São Paulo: Alice Junqueira, Augusto Veloso Leão, Carolina Figueiredo, Guilherme Caneli, Laura Jungman, Lucas Valente, Patricia Byington 30 Network São Paulo: Alice Junqueira, Ana Paula Xongani, Andreia Albero, Antonio Anderson Martins do Nascimento (Kapoth MC), Augusto Veloso Leão, Carolina Figueiredo, Cleiton Ribeiro, Daniel Bruno S. Ferreira (D.I.E.L MC), Diego Conti, Guilherme Caneli, Kamila da Silva Gomes, Laura Jungman, Leandro Araújo, Letícia Sabino, Luciano Frontelle, Patricia Byington, Pedro Aquino, Priscila Fonsceca. Agradecimentos: Arnoldo de Hoyos e Rosa Rizzi - Núcleo de Estudos do Futuro PUC-SP; Élcio Gonçalves, Leandro Araújo, Teo Petri e Ronaldo Pereira - Ateliê Azu; Franciele Meireles, Karol Coelho e Tony Marlon - Escola de Notícias; Gabriel Di Pierro - Ação Educativa; Gabriel Medina e Fuzzil Deeanto - Prefeitura Municipal de São Paulo; João Felipe Scarpelini - Change Mob; Letícia Sabino e Victor Mendes Sampapé!; Pedro Aguerre - Escola de Governo São Paulo; Ricardo Lisboa - Ricardo Lisboa Photography; Rodrigo Falcão - Rugby para Todos; Talita Montiel. Conteúdo e design do documento: Alice Junqueira Revisão: Gulherme Caneli