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Capítulo 11 Recomece

PARTE DOIS - OS DEZ PASSOS

AGORA QUE CRIAMOS UMA MENTALIDADE MINIMALISTA, estamos prontos para colocar uma nova atitude em prática. O que vem a seguir resume o método dos dez passos: técnicas infalíveis para livrar nossas casas da bagunça e mantê-las assim. São técnicas fáceis de usar e de lembrar — cada uma representa um passo no processo de organização. Quando tivermos essas técnicas na manga seremos imbatíveis!

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1. Recomece 2. Tralha, Tesouro ou Transferência 3. Um motivo para cada objeto 4. Cada coisa em seu lugar 5. Todas as superfícies vazias 6. Módulos 7. Limites 8. Entra um, sai outro 9. Restrinja 10. Manutenção diária

Capítulo 11 Recomece

Aparte mais difícil de qualquer tarefa é saber por onde começar. Ao olharmos nossas casas, vemos pilhas de coisas em toda parte — nos cantos, nos armários, nas gavetas, nas cômodas e nas estantes. Podemos também ter coisas escondidas na despensa, na garagem e em depósitos; e, mesmo longe dos olhos, elas definitivamente não estão longe do coração. Se você se sente sobrecarregado, não se desespere — você não está sozinho. Às vezes parece que só uma força extrema da natureza irá eliminar a tralha de nossas casas. Infelizmente, porém, pôr um fim na bagunça não acontece de modo instantâneo; é algo em que precisamos trabalhar devagar e de forma deliberada. Mas aqui vai a boa notícia: quando entramos no clima, vamos nos aperfeiçoando e, acredite ou não, acaba sendo divertido! A verdade é que nada me preparou para a adrenalina que senti quando joguei o primeiro saco de coisas no lixo. O que eu imaginava ser uma tarefa entediante e muito trabalhosa acabou se revelando emocionante. Eu me viciei na hora. Organizava de manhã, organizava à tarde, organizava nos fins de semana, organizava nos meus sonhos (juro!). Quando não estava organizando de fato, planejava de qual bagunça eu me livraria depois. A sensação que eu tinha ao arrumar tudo era única; era como se pudesse sentir o peso físico sendo retirado dos meus ombros. Depois que fiquei especialmente produtiva, dava voltas no espaço recém-liberado com um grande sorriso no rosto. (Não disse que seria divertido?) Antes de começar, vamos lembrar do dia em que nos mudamos para nossa casa ou apartamento. Nós passeamos pelos cômodos vazios, imaginando como seria a vida entre suas paredes. Que sensação maravilhosa a de saborear o espaço antes que as caixas fossem abertas! Era uma linda tela em branco, vazia e cheia de potencial, pronta para ser personalizada com nosso toque especial. Nós nos deliciamos

com a ideia de uma tábua rasa — que oportunidade magnífica de começar do zero e fazer as coisas do modo certo! Prometemos desencaixotar lenta e metodicamente, encontrando o lugar especial de cada objeto e nos livrando de tudo o que não se encaixasse ali. Ficamos ansiosos para colocar tudo na mais perfeita ordem. Mas nisso a vida interveio: tivemos de começar um trabalho novo, aprontar os filhos para a escola, receber visitas ou decorar a sala para um open house. Tivemos de pôr as coisas de lado rapidamente, para que não atrapalhassem nossa rotina diária, e não tivemos tempo de avaliar o valor de cada objeto específico. Fizemos o possível para guardar as coisas e jogamos as caixas vazias no quartinho da bagunça. Bom, essa é nossa chance de Recomeçar. Não vamos desocupar a casa ou jogar tudo o que há dentro dela no quintal. Vamos apenas reencenar o dia da mudança — mas, agora, vamos separar um tempinho e dividir essa tarefa colossal em pequenas partes. Vamos orquestrar um novo começo para cada espaço da casa. Vamos escolher uma única parte de cada vez — um cômodo inteiro ou uma simples gaveta — e recomeçar do zero, como se voltássemos ao dia em que nos mudamos. O segredo para Recomeçar é tirar tudo da parte escolhida. Se for uma gaveta, vire-a de cabeça para baixo e jogue todo o seu conteúdo no chão. Se for um guarda-roupa, tire tudo até que cabides, gavetas e prateleiras fiquem vazios. Se for uma caixa de material de artesanato, esvazie-a todinha. Enfrentar um cômodo inteiro de uma só vez é um pouco mais difícil, pois será preciso pôr em algum lugar tudo aquilo que você retirar — o cômodo ao lado é o mais conveniente para que você ande menos e não tenha de subir e descer as escadas ao guardar as coisas. Se não for possível, considere usar a varanda, o quintal ou a despensa como área de depósito temporária, e tenha em mente que o esforço necessário para guardar as coisas de volta no cômodo em questão pode ser seu único impedimento. Não sei se enfatizei o suficiente a importância de esvaziar completamente a área em que você for trabalhar. Ficamos tão acostumados a certas coisas em determinados lugares que é como se elas tivessem adquirido o direito de ficar ali (mereçam elas ou não). É tentador pensar: “Ah, eu sei que essa coisa vai acabar ficando, então vou deixá-la aí por enquanto e trabalhar em volta dela — de que adianta tirá-la se vou colocá-la de volta?”.

Não, tire tudo, todos os objetos, sem exceção. Às vezes, basta ver um item fora de seu lugar habitual — e perceber como o cômodo fica ótimo sem ele — para que sua perspectiva sobre o objeto mude completamente. A poltrona quebrada que está no canto de sua sala de estar desde que você se entende por gente parece ter dominado o espaço — ela é como um membro da família e parece traição (ou até um pecado) tirá-la dali. Mas quando ela estiver no quintal, banhada pela luz do dia, não passará de uma velha poltrona quebrada e esquecida. Quem gostaria de trazer uma coisa dessas para dentro de casa? Ainda mais agora que o canto em que ela ficava está tão limpo e espaçoso… Organizar é muito mais fácil quando se pensa nisso como uma decisão sobre o que manter em vez de uma decisão sobre o que jogar fora. É por isso que Recomeçar — esvaziar tudo, depois trazer as coisas de volta uma a uma — é tão eficaz. Você escolhe aquilo que realmente ama e necessita, e é muito mais divertido selecionar coisas a serem apreciadas do que coisas a serem jogadas fora. Um curador num museu de arte começa com uma galeria vazia e escolhe as melhores obras com as quais embelezará o espaço. Bom, Recomeçar faz de nós os curadores de nossas casas. Vamos decidir que objetos melhoram nossas vidas e colocá-los de volta no nosso espaço. Lembre-se de que as coisas das quais escolhemos nos cercar contam a nossa história. Vamos torcer para que ela não seja “Decidi viver no passado” ou “Não consigo terminar os projetos que inicio”. Em vez disso, foquemos em “Vivo de maneira leve e graciosa, apenas com os objetos que acho funcionais ou bonitos”.

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