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CENTRO
ITALIANO DE ARTE E CULTURA
“..ditado por um tempo e espaço.” YURI MORI
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
CENTRO ITALIANO DE ARTE E CULTURA DA CIDADE DE JUNDIAÍ
Trabalho Final de Graduação apresentado à Banca Examinadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
ORIENTADOR: FÁBIO BORETTI
YURI MORI
CAMPINAS 2013
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Aos meus pais, Sergio e Edna.
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agradecimentos traço.
Foram seis anos que irão refletir toda vez em que eu tiver uma folha em branco para fazer o primeiro
Agradeço primeiramente aos meus pais Sergio e Edna, que sempre me ensinaram a correr atrás, a honrar uma família e a cultivar os amigos. Obrigada por me proporcionarem realizações de sonhos. Agora posso voar, mas eu sei que sempre terei um lugar para onde voltar. Agradeço a minha irmã Paula, que soube sempre cuidar de mim sendo a irmã mais velha. Ajudou-me por diversas vezes quando precisava colorir os infinitos mapas de urbanismo. Agradeço ao Thiago pelo amor em comum à arquitetura, citada constantemente em nossas conversas. Pelas intermináveis discussões de projeto, pelo carinho, pelos abraços e por sonhar junto. Agradeço aos amigos que fiz durante esses seis anos: À Jéssica pelo simples convite de integrar seu grupo no trabalho de topografia, sem ao menos saber quem eu era, fato responsável por proporcionar as melhores amigas que eu tenho até hoje. À Zula por escolher a mesma universidade de intercâmbio que a minha, não só fazendo parte de um dos melhores anos da minha vida, mas se tornando uma irmã que tenho enorme admiração. À Mari por ser a minha dupla durante anos, por amar a arquitetura na mesma intensidade e por me ensinar que nas pequenas pessoas, o coração é ainda maior. À Paolla por ver as coisas com simplicidade. E por durante seis anos, despertar em nós a imaginação para as melhores surpresas para comemorar seu aniversário. À Família Barisson pelo abrigo que muitas vezes foram necessários nas viradas de noite, incentivando sempre com docinhos, café e bolo. À Família Matias por me acolher sempre quando foi necessário, me tratando com enorme carinho e dedicação. À Dani, à Elza e à Li, por compartilharem do último trabalho de faculdade comigo, me possibilitando novas amizades. Ao seu Chico, à Tchuba, à Tchela, ao Doug, ao Tchan, à Fer, à Mi, à Mandy, ao Ralph, à Isa. Aos meus amigos não citados, mas que de alguma forma contribuíram para a realização desse sonho, assim como a Turma de Quarta por estar presente nesse último ano, cada um trazendo uma maneira de pensar a arquitetura. Agradeço aos professores Tonho, Verinha, Caio e Verde pelo alto nível de discussão de projetos nas quartas-feiras. Ao todo corpo docente de arquitetura da PUC, por me direcionar para chegar onde me encontro hoje. E por último, porém não menos importante, agradeço ao meu orientador Fábio Boretti, no qual tive as melhores lições e discussões de arquitetura. Sendo uma execelente referência como arquiteto, admiro seu envolvimento e paixão no que faz, sua influência na paisagem e seu traço no papel branco. Obrigada pelas exigências, pelos questionamentos, e por me ajudar a traduzir e consolidar a arquitetura em que eu tanto acredito.
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SUMร RIO 1.0 JUSTIFICATIVA 1.1 Espaรงo 1.2 Tempo 1.3 O Centro
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2.0 conceito 2.1 Eixos, a marquise, o acesso e os cones
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3.0 programรกtica 3.1 Cota (0.0) 3.2 Cota (-4.35) 3.3 Cota (-9.85)
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BIBLIOGRAFIA
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O Centro Italiano de Arte e Cultura, proposto para a cidade de JundiaĂ-SP, foi ditado pelo tempo e pelo espaço, e essas justificativas tinham que, de alguma forma, reverenciarse perante ao tempo e ao espaço em que ele foi assentado.
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1.1 tempo Em 1886 D. Pedro II delegou às províncias a criação de núcleos colonias, a fim de abrigar o grande número de imigrantes italianos, vindos principalmente da região de Veneto na Itália. Na Província de São Paulo, o então presidente Antônio de Queiroz Telles, criou quatro núcleos, entre eles o “Núcleo Colonial Barão de Jundiaí”, atual região do Bairro da Colônia. Os núcleos deveriam estar situados em locais que permitissem facilidades de transporte para escoamento da produção, possuir terras férteis para agricultura e propícias para pastagem. O imigrante destinado ao Núcleo Colonial não passava pela Hospedagem do Imigrante na capital, era destinado diretamente para as colônias e contava com passagem livre nas ferrovias. “A imigração italiana mudou rápida e completamente as características da cidade, da população, da produção rural e industrial, a ponto de ser referenciada por viajantes no começo deste século como - cidade italiana.” (PEREIRA, 1988, p.18) Hoje, Jundiaí possui cerca de 370.000 habitantes dos quais 80% são descendentes de italianos.
Desembarque de imigrantes italianos no porto de Santos, século XIX
Fachada Casa Nalini no Bairro da Colônia
Fámilia Zanatta, déc. 40
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O tempo não só justifica-se pelo passado como é um reflexo para o presente.
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1.2 espaço
O vazio foi determinante para ser o lugar do projeto. Lugar esse que hoje abriga o galpão da antiga Duratex S.A Indústria e Comércio, e que se tornou o fim/começo do Parque Urbano proposto no Projeto Urbano, Introdução ao Trabalho Final de Graduação. O lugar é o ponto de partida para a criação de um eixo já pré-estabelecido a partir da Avenida dos Imigrantes Italianos. O Bairro da Colônia, por questões simbólicas, é onde todas as manifestações culturais ligadas à cultura italiana acontecem. Desde 1986, data do centenário da imigração italiana em Jundiaí, anualmente a cidade realiza a tradicional La più bella festa, que conta com comida típica, dança e música.
O projeto do Centro Italiano não tem a intenção de modificar a tradição e sim complementar, reconhecer e consolidar uma cultura tão forte e expressiva na cidade; cria-se então uma linha de transporte turístico que ligará o Centro Italiano de Arte e Cultura, que tem como objetivo a introdução da influência da arte e cultura italiana, ao Bairro da Colônia, como parte física da história, e por fim a produção das uvas na área rural, como o cultivo da tradição.
15 PRODUÇÃO DE UVA
“... uma coisa é o lugar físico, outra coisa é o lugar para o projeto. E o lugar não é nenhum ponto de partida, mas é um ponto de chegada. Perceber o que é o lugar é já fazer o projeto.” - Álvaro Siza.
BAIRRO DA COLÔNIA
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Jundiaí, 2011 Fotografias de Jonathas Magalhães
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Jundiaí, 2011 Fotografias de Jonathas Magalhães
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Jundiaí, 2011 Fotografias de Jonathas Magalhães
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Jundiaí, 2011 Fotografias de Jonathas Magalhães
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1.3 O centro
O Centro Italiano de Arte e Cultura, visto como complemento, reconhecimento e reflexão da cultura italiana na cidade de Jundiaí, têm como programática abrigar o MUi (Museu Italiano) [1], espaço de oficinas [2], restaurantes [3] e um auditório [4]. 1. O MUi trará uma parte da memória, mas não a simples memória, pois seu propósito não é venerar nostalgicamente a cultura italiana, mas sim refletir a respeito dela no mundo contemporâneo, gerando críticas e novas reflexões, seja através da arte, seja através da arquitetura. Assim, para o seu acervo permanente a intenção é trazer a temática de “Ítalo-brasileiros que influenciaram na arte brasileira”, ou seja, obras de Iberê Camargo, Anitta Malfatti, Alfredo Volpi, Inos Corradin, dentre outros. O museu contemporâneo é entendido como a grande cidade, aquela que guarda a memória e que conta a história sem a necessidade de se expor em um único lugar; partindo desse princípio, o MUi só terá seu potencial explorado ao máximo quando entendido no contexto da cidade, um eixo cultural que tráz reflexões da arte, da raiz e da produção. 2. Os espaços das oficinas retoma um pensamento já explorado pela Lina Bo Bardi no SESC-Pompéia, ou seja, o indivíduo que não apenas pensa na cultura e sim a faça; para Lina as pessoas de uma forma ou de outra já são produtoras de cultura, porém não há uma consciência muito nítida disso, então fazer com que o indivíduo faça arte é tornar claro para si o potencial de criador e favorecer sua concretização.
Obra de Anitta Malfatti - Festa São João com Guirlanda
Obra de Inos Corradin - Equilibrista
Proposta de Lina Bo Bardi para o Sesc Pompeia
JUSTIFICATIVA
Oficinas do Sesc Pompeia
Teatro Polytheama entre 1911 e 1920
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As oficinas do Museu Italiano são espaços que pretendem estimular a sensibilização artística do indivíduo através do processo criativo. Pensando em não só representar a arte italiana, mas também reconhecê-la como parte do mundo contemporâneo, os espaços irão explorar os ateliês de cerâmica, gravura, marcenaria, pintura, fotografia e arte têxtil. 3. Os restaurantes irão filiar-se às tradições familiares, ou seja, pertencer às famílias de Jundiaí que já mantém os negócios na culinária italiana, seja na pizza, massa, sorvete, café, promovendo assim um espaço de reuniões e encontros, que não somente remetem à tradição pelo sabor, o cheiro, mas também nas pequenas coisas como uma simples toalha xadrez sobre a mesa. 4. O Auditório é o que finaliza a ideia de Centro Italiano de Arte e Cultura, entendido como parte integrante do Centro e não somente do MUi; ele participa do contexto da cidade. A escolha de fazer um auditório e não um teatro vem da intenção de não desqualificar a importância do Teatro Polytheama para a cidade de Jundiaí. O Teatro Polytheama, patrimônio público de Jundiaí, foi inaugurado em 1911 com a programática de abrigar vários tipos de espetáculos, desde o circo ao cinema. Durante algum tempo o teatro foi abandonado até receber o olhar de Lina Bo Bardi e sua equipe, seus conceitos e ideias foram utilizados como parâmetro principal para as reformas efetivamente implantadas na restauração.
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2.1 eixos, a marquise, o acesso e os cones
As Avenidas dos Ferroviários, Frederico Ozanam e a
rua proposta que se liga à Avenida dos Imigrantes Italianos, margeiam a área do projeto. Ali é o fim/começo do Parque Urbano, ao qual pertencem tanto ao Centro Italiano como a Nova Estação Ferroviária de Jundiaí.
Aquele lugar plano e até então árido abrigaria o Cen-
tro Italiano, e entre diversas formas de se desenhar o lugar, volumes, planos, cheios e vazios, o programa do Centro foi determinante para sua configuração: por uma elevação do vazio como ato pronto para receber a manifestação da população e por uma questão técnica, em que um museu não precisa necessariamente de uma iluminação direta, e sim uma luz que revela elementos, a escolha de trabalhar o Centro Italiano no nível subterrâneo prevaleceu.
Projetar no grande vazio foi consequência da escolha
do lugar. EIXOS
Com a percepção de o Centro ser pensado inteira-
mente subterrâneo foram estabelecidos dois eixos, os quais seguem uma malha estrutural rígida de 20x20m, responsável na organização dos espaços. Os eixos estão vinculados não somente ao ato de atravessar, mas também vivenciar os espaços e as relações humanas.
Croqui para o plano piloto de Brasília - Lúcio Costa
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[1]
[2]
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1.
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O primeiro eixo tem origem no encontro perpendi-
cular à rua pedonal proposta no Projeto Urbano, passa entre o projeto do Centro Educacional Comunitário e do Conjunto Habitacional, atravessa o Centro Italiano, surge diante da vegetação do Parque Urbano e termina em um dos pontos de VLT- veículo leve sobre trilhos- da Avenida Frederico Ozanam.
estação de VLT do eixo 1
estação de VLT do eixo 2
conceito
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2. O segundo eixo tem origem em um dos principais pontos de VLT da Avenida Frederico Ozanam, atravessa o Centro Italiano, passa pela Nova Estação Ferroviária de Jundiaí e termina na Avenida dos Ferroviários.
rua pedonal
Corte DD [1]
avenida dos ferroviários
Elevação Noroeste - Rebaixo [2]
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Croquis feitos durante o ano de 2013
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A MARQUISE Conceituar o vazio pelo vazio, como forma libertadora das ações, a ausência capaz de produzir presença, resultou na praça sombreada por uma grande marquise que possui como reflexo uma parte da área do Centro Italiano. Seu funcionamento dá-se de forma completamente independente da existência do mesmo, transitando entre um elemento da própria praça ou parte integrante do conjunto arquitetônico. A marquise com área total de 6000m² e pé-direito livre de 3m reforça a ideia de uma linha na paisagem, que tem como questão fundamental neste projeto abrigar a “imprevisibilidade da vida”, ou seja, a ausência do edificado ou a área sombreada que delimita o seu próprio espaço, é responsável por receber movimentos, ações criativas, a prática, a permanência, o caminho, é um simples traço sobre um vazio à espera de qualquer tipo de ação humana. O ACESSO Os acessos ao Centro Italiano ocorrem através dos eixos. Um deles se da na viela rebaixada, concebida principalmente para trazer uma escala mais humana perante o grande vazio da praça e para iluminar certos espaços do Centro Italiano. Aquele que é considerado como o grande ingresso ao espaço, situa-se na praça. A rampa é o percurso traçado, é o primeiro ato de percepção do espaço que se anuncia e que transcende diante do vazio do pavilhão, onde parte do Museu Italiano se revela.
A revelação do
Croqui do MUBE - Paulo Mendes da Rocha
Estação Casa da Música - Eduardo Souto de Moura
Marquise do Ibirapuera - Oscar Niemeyer
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Museu Italiano através do passar sobre o vazio é contemplar ao máximo os grandes volumes cônicos de tijolo. Os planos, percebidos logo em seguida, dividem o vazio do pavilhão do restante do programa, de forma perceber os espaços através de flashes.
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Elevação Sudeste
Elevação Sudoeste
Elevação Noroeste
Elevação Nordeste
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OS CONES No total são quatro cones, dos quais três começam na cota (-9.85) onde acontecem as exposições do museu e um começa na cota (0.0) da praça. Todos têm sua forma finalizada sob a laje, virando assento, ganhando a altura do homem ou ultrapassando-a. A luz natural foi primordial no processo conceptivo da arquitetura. No edifício do Pantheon, monumento mais bem preservado da Roma Antiga e até hoje paradigma da arquitetura, a luz cruza o vazio em forma de cone, e a materialização dessa luz no espaço, é a referência para os volumes cônicos existentes no Museu Italiano. Os cones do MUi são alvenarias estruturais de tijolo maciço, aparentes em seu exterior como forma de recuperar um material que os imigrantes italianos foram pioneiros em sua fabricação no Brasil.
Pantheon Roma
Convento La Tourette - Le Corbusier
A visualização da geometria externa sempre será por segmentos e nunca como um todo, proporcionando diferentes percepções de tempo e espaço. A dimensão e a grandeza dos cones só serão compreendidas no seu íntimo, onde a luz entra poetizando o espaço e as paredes brancas tornam-se o pano de fundo para as exposições permanentes. Em todos os volumes a luz clareia, cria transparência e profundidade, e somente no cone que não entra no museu, mas tem sua base projetada como um espelho d’água, a própria luz é a silhueta do volume que penetra na água. A luz, naquele espaço deve ser compreendida não pelo céu, e sim infinita diante do reflexo.
Estação Casa da Música - Eduardo Souto de Moura
conceito
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3.1 cota (0.0)
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3.2 cota (-4.35) OFICINAS As oficinas conceituadas no início, são distribuídas ao longo de um espaço formando cinco ateliês, circulação e exposição, duas têm como face a abertura que traz iluminação através da viela, permitindo também ao atravessar o eixo ou a permanência nos restaurantes que a produção das oficinas sejam olhadas. As paredes de 1,80m de altura das oficinas permitem que a luz se distribua por todo o espaço. As oficinas possuem uma área técnica, no piso inferior, para o maquinário utilizado nas aulas, receber e armazenar os materiais. O acesso é a partir de escada e elevador de carga, podendo ser usado também como saída de emergência. LOJA A loja pretende não apenas comercializar os produtos vinculados ao Museu italiano, mas também os produtos feitos nas oficinas, mostrando a importância da arte como ato de expressão. A entrada acontece no grande eixo de acesso e está estrategicamente posicionada de frente à entrada/saída do Museu Italiano. ADMINISTRAÇÃO O setor administrativo é responsável pelo acervo e manutenção do Museu Italiano e a organização das oficinas, e possui:
Eixos de Circulação Circulação Circulação Vertical Banheiros Oficinas Loja do Museu Bilheteria/Cabideiro Administração
- Secretaria - 4 Salas Administrativas - Diretoria
Acesso para Carga e Descarga Carga e Descarga dos Restaurantes Restaurantes Depósito de Lixo Auditório Depósito
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- Curador - 2 Salas de Reunião - Convívio - Depósito - Sanitários Feminino e Masculino As salas estão distribuídas ao longo de uma circulação administrativa, aquelas os quais a permanência é maior estão dispostas para a viela, recebendo iluminação durante todo o dia e mantendo uma relação visual com a movimentação ocasionada pelos pedestres. BILHETERIA/CHAPELARIA A bilheteria e a chapelaria dividem o mesmo espaço e localizam-se logo na entrada do Museu, o acesso dos funcionários é através do corredor administrativo. RESTAURANTES São três restaurantes e todos possuem: - Administração - Depósito - Despensa - 3 Câmaras Frias - Área de Lavagem - Preparo - Cozinha Os espaços destinados ao convívio estão virados para a viela e possui sua área recuada, permitindo a distribuição de mesas na área externa, mas mantendo a sombra e não atra-
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palhando o fluxo de pessoas. A divisão entre um restaurante e outro é móvel, permitindo, portanto que os restaurantes se juntem para eventualmente organizar a grande festa. Atrás dos restaurantes possui um corredor técnico para cargas e descargas dos produtos e do lixo, o acesso para os vestiários, a entrada dos funcionários e o acesso para o piso inferior através de escada, elevador e elevador de carga, podendo ser usado também como saída de emergência. AUDITÓRIO O auditório tem capacidade para 375 pessoas e tem sua entrada na área do grande eixo de acesso que está coberta, funcionando como um grande foyer ao ar livre.
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3.3 cota (-9.85) ÁREA TECNICA DO MUSEU Área que tem acesso imediato às salas de exposições e possui: - Armazenamento de Obras Expositivas - Depósito/Montagem de Acervo - Área de Restauração e manutenção Responsável por manter as obras permanentes e temporárias, podendo ser acessado apenas por pessoas autorizadas. ÁREA TECNICA DO CENTRO ITALIANO Área onde se localiza todos os elementos que estruturam o edifício tecnicamente, como geradores, sistema de circulação de ar e ar condicionado. ÁREA TÉCNICA DO AUDITORIO A área possui uma sala de apoio ao auditório, sanitários e um corredor amplo para armazenar possíveis equipamentos usados no palco. CARGA E DESCARGA DO MUSEU Localiza-se a 1,20m abaixo para configurar a doca, facilitando a carga e descarga.
Circulação Circulação Vertical Banheiros Exposições Permanentes Espelho d’água Exposições Temporárias Área Técnica Área Técnica das Oficinas/Maquinaria Depósito/Montagem de Acervo Armazenamento de Obras Expositivas Sala de Apoio
ACESSO AO MUSEU O Museu tem a sua entrada no grande eixo de acesso na cota -4.35, onde está à bilheteria. As exposições acontecem na cota -9.85 e seus acessos são através de uma escada enquadrada entre os planos ou por elevadores.
Restauração/Manutenção Depósito de Lixo Carga e Descarga do Museu Acesso para Carga e Descarga Depósito Almoxarifado Segurança Auditório
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PERCURSO MUSEOLÓGICO Ao descermos a escada, que declara aos poucos as diferentes alturas do espaço, logo se vê o percurso traçado pelos planos direcionando às duas salas de exposições temporárias, e que possui diferentes dimensões e um funcionamento independente uma da outra. Caso nenhuma exposição esteja ocorrendo as salas se fecham, não afetando assim o percurso para as exposições permanentes. Ambas possuem pé-direito de 4.70m, mais baixo que o pavilhão, criando assim outro olhar e sensação perante as possíveis exposições. Tais planos desencontrados não somente desenham o percurso, mas permitem a compreensão do espaço através de flashes ao longo do caminhar. É a partir dessa imagem enquadrada e estática que torna-se possível ingressar ao vazio do grande pavilhão. O vazio entre os cones não é para ser um espaço de exposições e sim um percurso, entendendo, portanto o próprio cone como um elemento a ser admirado, percorrido e tocado. O vazio é neutro diante da monumentalidade. Entrar no cone é deparar-se com a planta circular que possui uma força centrípeta, permitindo ao indivíduo visualizar a perspectiva do conjunto, desde seu núcleo geométrico. Um olhar contínuo sobre o espaço da exposição e poetizado pela luz que entra pelo grande óculo. Então se faz o silêncio, o respeito pelo o que se expõe, a admiração da obra em seu contexto.
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Após percorrer todos os cones e ver as obras expostas, a água vem por fim refletir a luz, promovendo a reflexão do individuo por tudo o que foi visto. É o espaço do permanecer, do percorrer ou simplesmente admirar. Essa reflexão não termina no Museu, mas é constante no percurso de volta, do passar novamente sobre o vazio, caminhar pelo eixo até elevar-se diante da Praça. De repente é outra paisagem, já é final de tarde e sob a laje depara-se com a sinfonia entre a multidão. Antes, ainda era dia e a linha só era sombra
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bibliografia
BIBLIOGRAFIA livros -PEREIRA, Carlos Eduardo. “Cem anos de imigração italiana em Jundiaí”. São Paulo, Estúdio Ro, 1988. -FERNANDES, Fátima; CANNATÀ, Michele. Eduardo Souto de Moura . “A Arquitectura do Metro, obras e projectos na área metropolitana do Porto”. Porto, Livraria Civilização Editora, 2006. - SIZA, Álvaro. “Imaginar a evidência”. São Paulo, Estação Liberdade, 2012. teses -BARNABÉ, Paulo Marcos Mottos. “A luz natural como diretriz de projeto para a concepção do espaço e da forma na obra dos arquitetos modernos brasileiros – 1930/60”. Tese de doutorado. São Paulo, FAU-USP, 2005. -Pratschke, Anja. “Configurações do vazio: arquitetura e não-lugar”. Tese de mestrado. São Paulo, FAU-USP, 2008. textos -GUATELLI, Igor. “A marquise do Parque Ibirapuera e manifestação do conceito derridiano ‘entre’: arquitetura como suporte de ações”. São Paulo. Arquitextos, 2006.
bibliografia
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sites -http://oficinas.sescsp.org.br/historia acesso: 10/2013 -http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.084/244 acesso: 08/2013 -http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.070/371 acesso: 08/2013 -http://cidade.jundiai.sp.gov.br/pmjsite/portal.nsf/V03.02/cidade_historia?OpenDocument acesso: 09/2013 documetários - MUBE - Concepção Arquitetônica de Paulo Mendes da Rocha. Realização Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo com coordenação da Professora Sheila W. Ornstein. São Paulo. 1989.
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“...a arquitetura é para emocionar.” - Le Corbusier
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