ano 11 . nº 39 . janeiro | fevereiro | março de 2012 . Ano Buda 2578

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C O M U N I D A D E

Z E N

B U D I S T A

ano 11 . nº 39 . janeiro | fevereiro | março de 2012 . Ano Buda 2578

ANO BUDA 2578 – DRAGÃO CELESTIAL Chegamos aqui. Entre mortos, mortas, feridos e feridas, chegamos aqui. Houve tsunamis, terremotos, guerras, acidentes, vulcões, erupções, ventos, ciclones. Muitas pessoas foram levadas, arrastadas, engolidas, desaparecidas. Nós ficamos. Estamos aqui. Continuamos a caminhada. Com tropeços, com feridas, mancando e nos arrastando – chegamos aqui. Há os mais fortes e destemidos, que saltaram os obstáculos, mas até quando saltarão? Transitoriedade. Velhice, doença e morte. E depois da morte? Como é? E depois da vida? Como será? Estamos aqui. Onde estamos é o local sagrado e precioso. Nossa vida. Minha vida, sua vida, nossa vida. Viver é perigoso e, por isso, delicioso.

Ilustração: Enguetsu Carol Lefèvre

Cada instante de vida Nunca é mais, É sempre menos. Desde o instante em que se nasce Já se começa a morrer. (Cassiano Ricardo) Nesta caminhada sem começo e sem fim, nada surge e nada desaparece, apenas é. Quero agradecer a todas as pessoas que acreditaram e partilharam suas vidasmortes com a nossa comunidade durante o ano Buda de 2577 (2011). Continuemos.

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Cada dia, um novo dia (poema japonês) Cada ano, um novo ano. Além do bom e do ruim. Muito além do certo e do errado.

Que não joguemos espinhos e farpas, mas possamos presentear o mundo com ternura e sapiência. Gratidão por chegarmos aqui, até aqui.

Algumas pessoas se vão, outras vêm chegando. Impermanência. Sem lástimas e sem excessos de alegria. Sejam aqui sempre bem-vindas e vindos bem. As portas do templo Taikozan Tenzui Zenji estão abetas a todas as criaturas que queiram partilhar o Darma, praticar o Darma, penetrar o Darma, com esforço correto e determinação adequada. O Darma de Buda.

Renovamos, assim, nossos votos de: nunca fazer o mal; sempre fazer o bem; sempre fazer o bem a todos os seres. Que o ano do Dragão nos dê forças para superarmos nossos próprios obstáculos e adentrarmos – profunda mente – o Caminho de Buda. Mãos em prece, Monja Coen

Cada instante, um novo instante. Façamo-lo perfeito na sua imperfeição. Meu melhor deixa muito a desejar. O que é ir além do desejo? O melhor de agora é a perfeição aqui. Sorria. Apreciando cada instante perene. Cuidando da Terra, dos Céus, dos Mares e dos Ares. Sorrindo suavemente. Suave mente. Mente Buda, mente de libertação. Senhor e senhora de si mesmo, de si mesma. Quem pode julgar e decidir sua vida? Torne-se líder de si mesma(o) e conhecerá a bênção da iluminação suprema. Apenas ser, sendo, intersendo. Que todos os seres possam encontrar a mesma sabedoria e compaixão de todas as iluminadas formas de vida. Que o diálogo se torne a maneira sábia de falar. 1

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EV ENTOS

10 anos da comunidade No dia 18 de dezembro, celebramos os 10 anos da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil. Em comemoração, a Monja Coen oficiou, às 10h, uma cerimônia no Templo Taikozan Tenzuizenji [1]. Logo depois, o reverendo Saikawa Sookan Rôshi oficiou a cerimônia memorial dos 17 anos de falecimento do fundador honorário, Zengetsu Suigan Daiocho (Yogo Rôshi) [2]. Darma-combate: Monja Coen (Hodoshi), Monja Wahô Degenszajn (Shussô), Monge Enjô Stahel (Shoki), Monja Heishin Gandra (Benji) [3].

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Almoço de confraternização (Buffet Mariquinha Schkolnick) [4]. Terigatha – Canção das Antigas Mulheres, peça teatral dirigida por Marilda Alface, com assistência técnica e artística de Roberto Sofu Melo e participação de Monja Wahô, Anji, Gueshi e Monja Heishin [5]. Festa de confraternização na comunidade [6]. 6]

Fotos: Genzo André Spinola e Castro

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EV ENTOS

Combate do Darma – Shussô Wahô Degenszajn Perguntas e respostas:

Fotos: Genzo André Spinola e Castro

Monja Heishin (Benji): No comentário de Tendo está escrito: “Com sucesso girou o machado sem ferir o nariz, no insucesso deixou o pote cair sem olhar para trás”. Explique. Monja Wahô (Shussô): Falou a verdade sem ferir a verdade, falou a verdade e, mesmo assim, o imperador não compreendeu, e seguiu. Monge Ryozan: Ouve, ó Israel, nosso Deus é um, mas, se é assim, como nós podemos estar aqui combatendo o Darma? Monja Wahô: O Darma do assim como é, Budas ancestrais cuidadosamente transmitem. Pratique! Monge Wajun: Do topo de sua cabeça até a planta de seus pés, o que é isto? Monja Wahô: Bandeiras enfeitando a Sala de Buda com as cores do budismo. Monge Wajun: O que é o budismo? Monja Wahô: O Caminho. Monge Wajun: O caminho para onde? Monja Wahô: O caminho para o EU. Monge Wajun: O que é eu? Monja Wahô: Eu e todos os seres da grande Terra. Monja Shôden: O Tendo diz: “A razão de sua vinda era outra”. Qual a razão de sua vinda? Por favor, explique. Monja Wahô: O Darma manifestado aqui, no Brasil, nesta casa. Monge Seigen: Qual a forma da sombra da chama de uma vela? Monja Wahô: Sem forma.

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Monge Seigen: O que é sem forma? Monja Wahô: Vazio, nada sagrado. Monge Daikô: Como pode não saber expressar sabedoria? Monja Wahô: Qual o verdadeiro significado das verdades sagradas? Sagrado e vazio, o mesmo ou diferente? Monja Myôshin: Se não há nem eu nem você, nem sujeito nem objeto, contra o que você vai defender o Darma? Monja Wahô: Não defendemos o Darma, o Darma se defende por si só. O Darma é como é, faz parte o eu, o você, tudo incluído. Monge Dengaku: Como tirar vida livremente? Monja Wahô: Dando vida livremente, percebendo que há vida em tudo o que existe. Koun: Como derretemos nosso gelo? Monja Wahô: Aquecendo! Aquecendo o coração e a mente, para a grande sabedoria suprema, completa. Monge Enjô Sensei (Shoki): Quem é você? Monja Wahô: Não sei. Monge Enjô Sensei (Shoki): Quem é esse que não sabe? Monja Wahô: Você.

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Estudos do Darma

Feliz 2012/2578 Ano do Dragão

Zazen não é meditação passo a passo. É o portal do Darma da agradável tranquilidade, é a pática e a realização da iluminação, é tornar-se o kôan. A verdade aparece, não mais havendo delusão. Se compreendermos isso, estaremos completamente livres, como um dragão na água ou um tigre recostado na montanha. Fukanzazengi – Regras Universais de Zazen (Mestre Eihei Dôgen, 1227) 4

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Sinceros praticantes zen, não se espantem com o Verdadeiro Dragão, nem gastem muito tempo inutilmente apalpando apenas uma pequena parte do elefante. Dediquem seus esforços ao Caminho que leva diretamente à natureza-Buda. Respeitem aqueles que alcançaram o conhecimento completo, que estão sem intenção de intenção. Tornem-se um com a sabedoria dos Budas e, assim, sucessores legítimos da iluminação dos Ancestrais. Praticando dessa maneira, certamente serão capazes de compreender tudo isso. Então, a casa do tesouro naturalmente se abrirá e vocês poderão se servir à vontade. Fukanzazengi – Regras Universais de Zazen

Ilustração: Enkan Kaneaki Tada

(Mestre Eihei Dôgen, 1227)

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casamentos

retiro de rua

Casamento em frente a Buda

Três dias morando na rua

1/10/2011 Daniel Barsanetti Arnoni e Luciana Florencio de Almeida 1/10/2011 Raphael Barreto Murena e Patricia Bastos Caiado Pereira 11/10/2011 Gustavo Monteiro Segre e Cristiane Higashi 12/10/2011 Otavio Augusto Carvalho Leal e Juliana Alves de Araujo 19/11/2011 Leonardo Kazunobu Suzue e Adriana Sayuri Tanaka 4/12/2011 Cristiano Rogerio Alcantara e Laercio Moreira 9/12/2011 Leandro Pires de Carvalho e Marina Akiko Shoji 10/12/2011 Silvio Yamanaka e Thais Yanagisawa 11/12/2011 Bruno Santiago e Isabella Schout Mazzeo

Por Jhony Arai

Novo conselho diretor Por Hoshin Aureliano Neto

Como foi o retiro?

Foto: Heishin Gandra

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Éramos um grupo de nove pessoas. Participamos de um retiro de rua em São Paulo, de 24 a 27 de novembro de 2011. Sim, moramos na rua por três dias. Apenas com a roupa do corpo, mendigando por comida, dormindo a céu aberto. Sem dinheiro. Sem emprego. Sem carro. Sem internet. Sem conexão com o mundo? Apenas um documento de identidade. Nossos nomes: Genro Rôshi, Jorge Koho, Sergio Blanco, Rafael Daizen, Arthur Guenmyô, Cassiano Cavalcanti, Jhony Arai, Lilian e Silmara. Por que decidimos fazer isso? Com certeza, cada um de nós deve ter seus motivos. No meu caso, tinha apenas uma sensação muito forte de que deveria participar (embora uma força contrária também me dissesse para ficar no quentinho, em casa). Talvez porque soubesse que, ao final do retiro, não reconheceria mais aquele Jhony da carteira de identidade, aquele eu. Os preparativos começaram ainda em agosto, quando Sergio teve a iniciativa de convidar o mestre zen Genro Rôshi, que já havia liderado retiros de rua em outras partes do mundo pelo Zen Peacemakers (leia o boxe na pág. 7), sediado em Nova York. Nós arrecadamos o valor da passagem aérea por meio de doações de amigos e parentes (muito obrigado!). O restante do dinheiro seria destinado às organizações que ajudam moradores de rua. Assim foi feito. Cinco dias antes do retiro, tínhamos que parar de lavar os cabelos e, no caso dos homens, de fazer a barba. Um dia antes, nós e os doadores participamos de uma palestra com Sensei Coen e Genro Rôshi no próprio Zendo para, afinal, saber: “como funciona um retiro de rua?”, “o que faríamos?”, “dá para tomar banho?”, “é seguro?”. Na verdade, nossas incertezas soavam como um singelo pedido para que Genro nos assegurasse de que tudo daria certo e nada de mal nos aconteceria. Ele, um americano de cabelos e bigodes brancos, apenas soltava sua risada compassiva, que tanto ouviríamos pelos próximos três dias. Não havia certezas. Não havia garantias. Seguiríamos os princípios do Zen Peacemakers de “não saber, testemunhar e praticar ações amorosas”. E simplesmente confiaríamos.

Os associados e as associadas, reunidos em Assembleia Geral Extraordinária no dia 19 de novembro, conforme mandam os estatutos, elegeram os novos dirigentes da Comunidade para o biênio 2012/2013. São Monja Wahô, Monge Yuho e Zenso para os cargos de Conselheira Geral, Conselheiro Administrativo e Conselheiro Financeiro, respectivamente. Para o Conselho Fiscal, foram eleitos, na mesma oportunidade, os praticantes Taizan (Leandro Vecchi), Daiho (Vanessa Bullara) e Hoshin (Aureliano Monteiro Neto). Como substituta neste conselho, a Monja Heishin. Na mesma ocasião, os companheiros Monge Dorin, Monja Heishin e Shinkai, cujos mandatos findam e que serão substituídos, receberam os agradecimentos de todos por tudo o que fizeram pela comunidade ao longo de sua gestão.

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Nosso ponto de partida foi nas escadarias da Catedral da Sé, às 14h de uma quinta-feira ensolarada. Não demorou para que o primeiro morador de rua se aproximasse, puxasse conversa, interagisse. Sem que eu percebesse, o retiro já havia começado. Pelos próximos três dias, nossos esforços básicos ficariam concentrados em encontrar comida e um lugar seguro para dormir. E as melhores dicas de sobrevivência foram dadas por nossos novos mestres: os próprios moradores de rua. Pudemos conhecê-los, ouvi-los. Seus nomes, suas dores, alegrias, esperanças e – por que não? – seus sonhos. Seu Bezerra, o primeiro morador a nos abordar, com suas cicatrizes e inteligência articulada para conversar sobre política. Cláudio, um senhor negro, de poucos dentes, braço atrofiado por um atropelamento, que nos adotou e a quem adotamos. Sempre que o encontrávamos, Cláudio vinha nos abraçar, como irmãos. “Já tinha esquecido como era ter uma amizade”, disse. Pai Velho, um outro senhor negro, com artrite nas pernas, líder

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Foto: Ana Lucas

O primeiro retiro de rua da América Latina

Participantes do retiro: Jorge Koho, Rafael Daizen, Genro Rôshi, Sergio Blanco, Jhony Arai, Arthur Guenmyô, Silmara e Cassiano Cavalcanti

de um grupo de moradores, disse que nos protegeria enquanto estivéssemos na rua. Rafael, um menor abandonado que gosta de cantar e compõe músicas que falam do carinho de mãe. Ele dizia que nunca dormia. Para provar, ficou sendo o guardião de nosso sono em uma das noites até o dia raiar. Fabricio, um homossexual depressivo que contraiu o vírus da aids, mas que gostava de contar piadas. Entramos num mundo invisível, de pessoas invisíveis – nos tornamos invisíveis. Porque é assim que enxergamos os moradores de rua. Ou melhor, não os enxergamos. Eles são uma massa invisível e uniforme. Entramos num mundo em que não temos que lutar ansiosamente para proteger o que temos. Não precisamos ter medo de perder – porque não temos o que perder e tampouco uma identidade para defender. Aos poucos, meu medo deu lugar a uma estranha sensação de liberdade. A liberdade de não ter posses, prestígio, status social. Demos carinho. Recebemos carinho. Choramos juntos. Nossa primeira refeição foi um sopão oferecido pela Turma da Sopa, no Viaduto Condessa São Joaquim, às 21h, onde uma fila silenciosa foi se formando. Lá, sentando em pleno viaduto, compartilhando um prato quente de comida, eu me conectei com aquelas pessoas. Uma grata sensação de presença tomou conta de mim. Na primeira noite, deitados no papelão recolhido na rua, dormimos na calçada do Largo São Francisco, onde tivemos a companhia de pelo menos três ratazanas. Uma delas quase escapuliu pelas frestas do bueiro, passando pela cabeça de Jorge Koho, que não teve dúvida: pegou uma garrafa plástica de refrigerante, tampou o buraco e... voltou a dormir. 12º C. Passamos muito frio. Vira pra cá, vira pra lá. Acordamos com dores no músculo das coxas. Nos demais dias, andamos muito, mendigamos por comida, pasta de dente e cobertores. Nunca nos faltou comida. Almoçamos no Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, no Belém; na Associação Minha Rua Minha Casa, no Viaduto do Glicério. No jantar, sempre contamos com a distribuição de alimentos feita por religiosos, voluntários, ONGs. Não testemunhamos nenhuma briga. Sempre se formava uma fila silenciosa à espera de comida. Sempre havia comida para todos. Ganhamos abacaxis, mangas, ameixas e bananas do Mercado Municipal. Em outros dias, os próprios moradores campartilharam conosco o pouco que tinham: mamão,

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Este retiro de rua foi uma iniciativa do Zen Peacemakers, uma organização internacional que acredita que o budismo pode ter um engajamento social, principalmente na promoção da paz. Fundada pelo mestre zen Bernie Glassman, em 1996, já promoveu mais de 35 retiros de rua em diversos locais do mundo, incluindo Auschwitz, na Polônia (onde 1,5 milhão de judeus morreram na Segunda Guerra), e Ruanda, na África (onde ocorreu o genocídio de 800 mil pessoas em 1994). Pela primeira vez, com apoio da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil, realizou um retiro de rua na América Latina. A cidade escolhida foi São Paulo, onde 4 mil pessoas são assassinadas todos os anos, há 20 mil pessoas morando na rua e mendigos são queimados vivos. Após o retiro em São Paulo, Genro Rôshi escolheu o Monge Jorge Koho para liderar novos retiros de rua. Foi a primeira vez que Genro Rôshi reconheceu um líder de retiro de rua. Simbolizou esse reconhecimento com a entrega ao Monge Koho dos sinos tibetanos que ele usou em nosso retiro de rua, durante os períodos de zazen e cerimônias.

melão e um pacote de bolachas recheadas. Não passamos mais frio. Ganhamos de uma loja 12 lençóis ultracoloridos da banda Rebelde, que fez enorme sucesso entre as crianças que encontramos pela rua. Na segunda noite, dormimos no Pátio do Colégio, onde São Paulo foi fundada. E na terceira noite, chuvosa, nos abrigamos sob o Viaduto do Chá, onde havia cerca de 50 barracas do movimento Ocupe São Paulo.

Prática Como parte do retiro, sentamos em círculo em espaços públicos (em plena Praça do Patriarca, no Pátio do Colégio, no Viaduto 9 de Julho) para praticar zazen (de manhã e de tarde), recitar sutras e trocar experiências sobre o retiro. Segundo Genro, sentar-se em círculo, como num conselho, era uma prática que os homens adotavam desde tempos imemoriais para compartilhar, reunir, decidir. Assim fizemos. Ele acendia uma vela e deixava no centro. Antes de começarmos as reuniões do nosso conselho, Genro sempre repetia e nos fazia repetir princípios valiosos: 1. Falar diretamente com o coração, sem racionalizar, sem julgar o outro ou a si mesmo. 2. Escutar o outro sem interromper, argumentar ou julgar o que está sendo dito. 3. Tudo o que foi dito dentro do conselho é confidencial. Basicamente falávamos o que estávamos sentindo. Profundamente. Ao manter a atenção plena ao que o outro estava sentindo, nos tornamos mais próximos. Ao compartilhar, me senti mais forte. Essas reuniões foram momentos de intimidade, atenção e respeito. Ao compartilhar o sofrimento e a generosidade dos moradores de rua, ao compartilhar as experiências com o grupo, percebi o quanto a Sanga é valiosa. Senti intimamente por que a Sanga é um dos três tesouros.

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Foto: Marcus Teshainer

Lançamento do livro Zazen – A Prática Essencial do Zen, no dia 15 de dezembro de 2011, na livraria Cultura do Shopping Bourbon Pompeia

agenda da comunidade Janeiro 1, 2, 3, 8 e 14 Cerimônia de Dai Hannya Gokito 7 Caminhada até a Pedra Grande, na Serra Cantareira, com Peralta Sports 21 Zen da Paz 22 Caminhada Zen pela Paz no Parque da Água Branca. Local de encontro: Recanto das Figueiras, às 10h 25 Encerramento do treinamento intensivo 26 Cerimônia de aniversário de Mestre Dôgen, às 7h30

Fevereiro 4 Cerimônia de novos membros, às 18h30 12 Caminhada Zen pela Paz no Parque da Água Branca. Local de encontro: Recanto das Figueiras, às 10h 12 Zazenhos na Praça do Pôr do Sol, em frente à Rua Ourânia, Alto de Pinheiros, às 17h 13 Início do Curso de Preceitos I 15 Início do Curso de Preceitos II 17 a 22 Nehan Sesshin 22 a 26 Nehan Sesshin em Porto Alegre Março 4 Grupo de Estudos de Budismo Básico 11 Zazenhos na Praça do Pôr do Sol, em frente à Rua Ourânia, Alto de Pinheiros, às 16h. 17 Zen da Paz 18 Caminhada Zen pela Paz no Parque da Água Branca. Local de encontro: Recanto das Figueiras, às 10h 18 Cerimônia de Ohigan-e

Ordenações monásticas

30 de outubro | Jogliadel Almeida Carvalho – Zuikô Jôzen (Seguir Luz Puro Zen) 8 de novembro | Pedro Krauss Cheberle – Tenryû Daikô (Celestial Dragão Grande Luz) 10 de novembro | Ida Angélica Ribeiro – Tenchi Kôhô (Céu Terra Luz Darma) 31 de dezembro | Anderson Jacob – Zenzui Kôjun (Zen Seguir Filial Observância)

Jukai — Cerimônia de recebimento de preceitos

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6 de novembro | Margareth Ferreira Reino Sobral – Dôkai (Caminho Mar) 11 de dezembro | Soraya Lucato – Kanshi (Observar Determinação) 12 de dezembro | Arthur Henrique Cursino dos Santos – Guenmyô (Origem Claridade) 16 de dezembro | Felipe Gargantini Cardarelli – Ryôzen (Bom Zen) 21 de dezembro | Maria Cecília David Neitzke – Gueshi (Solsticio de verão)

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Doações

A Comunidade Zen Budista Zendo Brasil é uma instituição religiosa sem fins lu­crativos. Para ajudar na ma­nutenção do espa­ço de prá­tica, é requerida uma contribuição mínima de R$ 10,00 para cada ativida­de fixa. Aqueles que se tor­nam membros praticantes se com­­prometem a uma doa­ção mensal. Ajude-nos a construir nossa sede própria. Mais informações com Mônica, na Se­creta­ria. CNPJ: 04.804.384/0001-56 Banco Itaú, agência 1664 Conta poupança: 21762-5/500

Livros VIVA ZEN Monja Coen mostra que viver zen não é só ficar bem, mas é um modo de recontar a própria história. R$ 25,00 Sempre Zen Em seu segundo livro, Monja Coen volta a nos contagiar com sua postura de vida e ensinamentos zenbudistas. R$ 25,00 OITO ASPECTOS NO BUDISMO Destinado à pessoas que desejam aprofundar-se nos ensinamentos de Buda. R$ 15,00 Para uma Pessoa Bonita Ensaios escritos por Shundô Aoyama Rôshi, professora da Monja Coen no Japão. R$ 35,00 MONJA COEN — A MULHER NOS JARDINS DE BUDA Romance biográfico escrito pela psicóloga Neusa C. Steiner. R$ 53,90

Trecho do livro Zazen – a prática essencial do Zen (pág. 49) : “Pensar, não pensar, além do pensar e do não pensar. Apenas sentar-se (shikantaza), e a grande realização dos Budas Ancestrais estará a seu dispor. Aprecie o silêncio da mente e deixe que o zazen faça zazen. Não é fechar a porta dos sentidos, mas é ceder, entregar-se, sem resistência. É desprender-se da intenção e do seu próprio eu para tornar-se a vida da Terra.” R$ 35,00 Participe você também do Jornal Zendo Brasil. Mande fotos, dê sua opinião, sugira pautas, envie sua dúvida sobre o Zen, escreva um artigo. Nosso e-mail: jornalzendo@gmail.com

Programação fixa Segunda-feira 20h Curso de Preceitos I (para membros inscritos) Terça-feira 20h Palestra do Darma (aberta a todos) Quarta-feira 20h Curso de Preceitos II (para membros preceitados) Quinta-feira 20h Zazen para principiantes* Sexta-feira 20h Zazen 20h40 Kinhin 20h50 Zazen e Teisho (palestra formal do Darma) Sábado 9h-12h30 Samu* 18h30 Zazen** 19h Kinhin 19h10 Zazen e Dokusan 19h40-20h Cerimônia (leitura do Sutra do Coração da Grande Sabedoria Completa) * O Samu acontece no 1º, 2º e 4º sábado do mês. ** O Zazen não acontece todos os sábados.

Domingo Apenas no 3º domingo do mês: 10h Caminhada Zen pela Paz no Parque da Água Branca Todos os domingos: 11h30-13h Zazen para principiantes* 20h-21h Curso de Budismo Básico** * Chegar 15 minutos antes ** Confirmar as datas, pois as aulas não serão todos os domingos

Atividade fora da comunidade: Zazen para principiantes com o Monge Ryozan: quinta-feira, das 20h às 21h30, no Espaço Oásis: Rua Michigan, 333, Brooklin Paulista. Este jornal é uma publicação trimestral, de distribuição gratuita, da Comunidade Zen Budista Zendo Brasil. Ele é o resultado do trabalho voluntário realizado pelos membros da comunidade. Supervisão: Monja Coen Edição: Monja Coen e Enguetsu Carol Lefèvre Projeto gráfico: Fugetsu Regina Cassimiro Arte: Enguetsu Carol Lefèvre Fotos: Genzo André Spinola e Castro e Marcus Teshainer Ilustrações: Enguetsu Carol Lefèvre Revisão: Chiho Otavio Lilla e Andrea Caitano Agradecemos à Gera Gráfica Editora Ltda. (11/5011-9722) pela im­pressão gratuita deste jornal. Tiragem: 1.000 exemplares

Comunidade Zen Budista Zendo brasil Rua Des. Paulo Passaláqua, 134 Pacaembu, São Paulo-SP CEP: 01248-010 Tel.: (11) 3865-5285 zendobrasil@gmail.com monjacoen.com.br zendobrasil.org.br

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