Era uma vez um menino que era prĂncipe, vivia num pequeno planeta, tratando de trĂŞs vulcĂľes e da sua rosa. Um dia resolveu partir para conhecer o Universo e fazer amigos.
Ao longo da sua viagem visitou vários planetas semelhantes ao seu, mas com habitantes muito diferentes. No primeiro vivia um rei. O rei vivia sozinho e há muitos anos que não via ninguém… - Finalmente tenho alguém em quem mandar – disse o Rei ao ver o Principezinho.
No segundo planeta, o Principezinho conheceu um homem muito vaidoso: - Ah! Ah! A visita de um admirador. É verdade que me admiras muito? - O que significa admirar? - Admirar significa reconhecer que sou o homem mais bonito, mais bem vestido, mais rico e mais inteligente do planeta. - Mas estås aqui sozinho neste planeta!
No planeta seguinte vivia um bêbado, esta visita foi muito curta. - Que estás a fazer? – perguntou o príncipe. - Estou a beber vinho. - E porque é que estás a beber? - Para me esquecer que tenho vergonha de beber… O Principezinho foi-se embora pasmado a pensar: “Decididamente as pessoas grandes são muito, muito esquisitas.”
O quarto planeta era de um homem de negócios, estava tão atarefado que nem levantou a cabeça quando chegou o Principezinho. - Bom dia! – disse o menino. O homem estava a fazer contas e nem respondeu. Ele estava a contar as estrelas e dizia que as tinha comprado a todas.
O quinto planeta era muito curioso. Era o mais pequeno de todos. Só tinha espaço para um candeeiro e o senhor que o acendia. O principezinho não percebeu porque existia um candeeiro num sítio onde não havia casas nem mais pessoas!
O sexto planeta era bem maior. Era habitado por um senhor idoso, que escrevia livros enormes. - Que fazes? – perguntou o menino. - Sou geógrafo. - O que é isso?
É um sábio que sabe onde ficam os mares, os rios, as cidades, as montanhas e os desertos. Isso é muito interessante…até que enfim que encontro uma verdadeira profissão. Mas apesar da sua profissão ele não sabia se havia oceanos e montanhas no seu planeta, pois estava muito ocupado a escrever os seus livros.
O sétimo planeta que o Principezinho visitou foi a Terra…ele estava no deserto de África e a primeira criatura que viu foi uma serpente, cumprimentou-a e ela respondeu-lhe e continuaram a conversar. O Principezinho sentou-se numa pedra, olhou as estrelas no céu e disse: - Olha para o meu planeta, está mesmo diante de nós, mas tão longe! - É lindo! – disse a serpente. – Mas o que vens cá fazer? - Vim cá por causa de uma flor… - Deves gostar muito dessa flor! – respondeu a serpente.
Passado algum tempo, encontrou uma floresta cheia de flores. - Olá! Quem são vocês? - Somos flores. Somos árvores. Somos a floresta! - São flores? A minha flor tinha-me dito que era única…afinal há mais! E eu que pensava que era rico, por ter a única flor do mundo! As flores responderam: - O importante é gostares da tua flor e cuidares dela. Dares-lhe de beber quando tem sede. Cobrila com um manto quando tem frio. O importante é o amor! - Sim, sim. É bom amar uma flor! - A raposa que aqui vive é da mesma opinião! – Disseram as flores!
O Principezinho foi logo conhecer essa raposa. Achou-a bem bonita e conversou bastante com ela. Disse-lhe que andava à procura de amigos, pois no seu planeta só tinha uma amiga flor. Então convidou a raposa para brincar com ele.
- Não posso brincar contigo! Ainda não estou presa a ti. – Disse a raposa. - Ah! Desculpa. O que é estar presa? - Vê-se logo que não és de cá. Significa estar ligada a alguém e criar laços com essa pessoa.
O principezinho percebeu que estava ligado com a sua flor. E a raposa perguntou se ele queria ser seu amigo. - Eu bem gostava de ser teu amigo, mas depois tu vais sentir saudades minhas quando eu for embora. - Claro! Ser amigo é isso mesmo! – respondeu a raposa.
Depois a raposa explicou ao príncipe porque os amigos são tão importantes e nos fazem tão felizes só por existirem! - Mas é preciso cuidar dos amigos, dar atenção e miminhos! – Disse a raposa.
O principezinho pensou de novo na sua flor e que afinal ela era única no mundo, pois era a única flor sua amiga…que ele cuidava e amava. - Sou responsável pela minha flor. – Disse o Príncipe.
Antes de ir embora para junto da sua flor, o Principezinho foi despedir-se da raposa que lhe disse um segredo muito importante:
- Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos!
E aqui ficou esta história, Que fala de Amizade. Preservem os vossos amigos Até à eternidade!
Antoine Saint-Exupéry
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