Revista MultiFamília - Ed. 25 - Out + Nov/2019

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Fabiane Horlle Hoff Diretora da H. Maria Joias Contemporâneas e filha de Maria Helena Horlle Hoff

A criança brinca. O jovem joga. O adulto trabalha.

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m aula do MBA Identidade Empresarial na Faculdade Antônio Meneghetti, dois professores falaram sobre um mesmo tema: a criança brinca, o jovem joga e o adulto trabalha. Sabe quando algo se torna esclarecedor, vindo de encontro a um entendimento íntimo, mas que nunca havia conseguido formular? A criança, já nos primeiros meses começa naturalmente a brincar explorando seu próprio corpo, pegando nos pezinhos, olhando suas mãos e se divertindo. O colorido e o movimento dos objetos que estão ao seu redor despertam a sua curiosidade. Depois, a criança vai evoluindo e brinca com bonecos, carrinhos, casinha, até com utensílios domésticos, pois acaba desejando explorar e brincar com aquilo que seus cuidadores usam. E passa a se interessar por coisas que vê, que fazem parte de seu mundinho e também do que assiste nos desenhos infantis que tem acesso. Quando torna-se jovem, começa a jogar. O jogo é a atividade cuja natureza é a diversão, o entretenimento, mas também um meio para o jovem interagir com outras pessoas. O jogo passa a ser composto por regras e define vencedores e perdedores. E quanto mais idade, maior é o grau de dificuldade que deseja, caso contrário, o jogo “perde a graça”. Então, já adulto, passamos para uma outra etapa: o trabalho. Se estamos falando de um

processo evolutivo, quando chegamos na fase adulta, o trabalho igualmente deverá nos dar prazer, nos divertir, não é mesmo? O trabalho é o jogo, a brincadeira do adulto. Assim como o trabalho de uma criança é brincar e quando estiver adolescendo, jogar. Por vezes o trabalho é visto como algo que não é bom... Quase como um castigo. Pessoalmente, defendo a visão de Confúcio que diz: “Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida”. Amando o nosso ofício, a nossa profissão, teremos prazer em desempenhála, tal qual a criança e o jovem que fomos. Precisamos entender o que nos realiza, saber qual é o nosso jogo. O que nos dará sentido na vida fazer? Se continuarmos curiosos e estivermos alinhados com o nosso projeto pessoal, até os problemas que surgem serão vistos apenas como uma fase difícil de um jogo que precisamos transpor. Hoje, eu Fabiane, sou muito realizada no que faço. Sendo empresária e com nossa empresa crescendo, meu jogo vem ficando cada vez mais difícil. E sabe como me sinto? Muito feliz, pois a cada fase superada, me sinto mais curiosa e mais forte para realizar mais. E desta forma, evoluo o tempo inteiro, colhendo grandes aprendizados inclusive com as minhas perdas, porque sim, elas fazem parte do jogo! Então, qual o seu jogo?


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Michele Zamboni De Boni Psicóloga | CRP 07/09159 Atua na Clínica Mais Saúde

O despertar de emoções no amor pelos animais

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nquanto você não amar um animal, sua alma estará adormecida. Enquanto você não descobrir o que implica amar um animal, não terá conseguido compreender o que é a nobreza e o despertar de emoções que podem curar a alma. Dar amor a um cão, a um gato é se enriquecer e descobrir que eles podem ter sentimentos tão valiosos quanto os nossos. Todos já lemos sobre os benefícios de ter um animal de estimação em casa. Amar um animal é ver-se refletido no seu olhar que espera tudo de nós, que convida a um carinho, que arranca um sorriso e emoções nobres. A única coisa que ele pede em troca é amor. Alguma coisa desperta em nosso interior quando adotamos um cão, quando resgatamos um gatinho da rua, faminto, sujo e precisando de afeto. É como se uma luz lá do fundo se acendesse, como se um mecanismo peculiar movesse as engrenagens da mudança para nos ajudar a sermos pessoas melhores. Os animais são verdadeiros remédios para as pessoas. Segundo um estudo publicado na revista “Frontiers in Psychology” este “despertar” pode estar relacionado à ativação da ocitocina, conhecida como o hormônio do amor, do afeto e do carinho. Quando seus níveis aumentam, surge uma série de disparadores psicológicos e

psicofisiológicos que favorecem que as pessoas estejam mais presentes e, por sua vez, que sejam mais receptivas a tudo que implique aspectos emocionais (abraços, carícias, palavras carinhosas...). Um animal tem uma capacidade de conexão emocional realmente incrível, seja através de um simples gesto ou de um olhar. De fato, sabe-se que o contato visual entre um cão e o seu dono é tão genuíno e sincero que, graças a isto, o vínculo entre ambos se fortalece. Existem muitos tipos de amor, mas o que se pode sentir por um animal é uma coisa excepcional que tira o melhor de nós e que, por sua vez, nos ajuda a sermos melhores pessoas. Nos transformamos naquilo que vemos no olhar dos nossos animais de estimação. Dizem que o olhar do nosso cão é o melhor espelho para ver o reflexo das nossas próprias almas. Para nossos animais somos a coisa mais bela do seu mundo. Essa dose maravilhosa de amor que nossos animais de estimação nos dão, nos permite reconectar-nos com a realidade, conjugar o afeto com o sonho para vencer as nuvens cotidianas com mais segurança. Porque todos estamos “um pouco adormecidos” até termos descoberto o que é amar um animal.


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Josiane Pires Out�bro/Novembro/2019

Psicóloga do NAP (CRP: 07/30151)

A comida, o cigarro e outras bengalas do cotidiano

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a mesma forma como as pessoas que têm alguma dificuldade para andar necessitam de algum suporte, como uma bengala, ao deparar-se com uma situação difícil, o ser humano procura se firmar em algo ou alguém para conseguir superar a fase complicada, o que na maioria das vezes não é saudável. O instinto humano tende a buscar satisfação constantemente, colocando como prioridade o prazer momentâneo ou duradouro. Alimentos repletos de gordura e açúcar são responsáveis por liberar a dopamina - substância que proporciona a sensação de prazer -, da mesma forma como acontece durante o uso de drogas. Mascarar o que sentimos, nem de longe é deixar de sentir. A beleza de se viver como seres humanos é entender que somos tão fortes e tão frágeis ao mesmo tempo. Como em uma montanha russa, tem dias que estaremos lá em cima, e tem dias que estaremos lá embaixo, porém a visão de baixo é mais angustiante, mas também passa e é necessária para o nosso crescimento. Para o sujeito não cair sem sua bengala, isto é, não se sentir desprovido daquilo que o fazia sentir tão bem, é preciso um trabalho de fortalecimento de personalidade, e um resgate natural da autoconfiança. Portanto, a psicoterapia é uma excelente alternativa para quem quer deixar as dependências, seja do álcool, das drogas ou de um companheiro.

Gabriela Marques Psicóloga do NAP (CRP: 07/29381)

Suicídio entre estudantes universitários

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ais comum do que se imagina, este fenômeno vem ocorrendo e devastando famílias. O suicídio entre jovens é algo que preocupa, pois caracteriza-se como um sintoma de uma sociedade doente. Uma sociedade que não abre espaço para falar sobre o sofrimento, sobre doenças mentais, sobre saúde mental. Sabe-se que o período de formação profissional é permeado por muitas cobranças externas e internas do próprio aluno. Diante disso, sintomas como ansiedade, depressão e estresse surgem e contribuem para os desdobramentos de doenças psíquicas. A carga emocional de alguns cursos específicos é muito grande. Por exemplo, cursos como medicina, enfermagem e psicologia estão em destaque nas pesquisas sobre adoecimento do estudante. Além destes, os cursos da área de exatas também se sobressaem. Diante de tanta pressão, alguns alunos convivem com o sofrimento, gerando noites de sono, brancos nas horas das provas, sensação de inferioridade e medo. Por isso, é importante ajudar estes alunos em sofrimento a perceberem que há tratamento para estas questões. A partir da escuta qualificada de um profissional da psicologia, é viável acolher estes sofrimentos, ouvir, elaborar, tratar e auxiliar estes sujeitos a resgatarem a saúde e o desejo de viver para concluirem a graduação. Afinal, o futuro do mercado de trabalho será composto pelos jovens que estão em formação hoje nas Universidades.


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Claudete Kunst Out�bro/Novembro/2019

Lila Coelho*

Psicóloga Especialista CRP 07/27438 Professional & Self Coach

Vazio e solidão e solitude!

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palavra solidão expressa o sofrimento de estar só, solitude expressa a glória de estar sozinho! Disse Fernando Pessoa: “A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceu escravo”. Schopenhauer também diz: “Um homem pode ser ele mesmo apenas se está sozinho; e se ele não ama a solitude, ele não vai amar a liberdade; pois é apenas quando ele está sozinho que pode ser verdadeiramente livre”. Solidão e o sofrimento provocam depressão e por outro lado a depressão também provoca isolamento e solidão. Diante disso, é preciso uma análise do início deste processo, que eventos, escolhas ou atitudes potencializaram o isolamento. Isso feito, faça as pazes consigo mesmo, reconheça suas qualidades e conquiste o seu amor próprio, resgate sua essência através do autoconhecimento. Acrescente mais daquilo que te faz feliz usando o bom senso, flexibilidade nas atitudes e escolhas. Abra-se para novas amizades e experiências, a psicoterapia ajuda a viver melhor! “Psicoterapia somente com Psicólogos”.

Psicomotricista ABP n° 309/2014 - CBO 2239-15

Psicomotricidade e o Autismo: conversas com o corpo

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ocê sabia que no Autismo existem muitas formas de comunicação possíveis? Já pensou em brincar com plástico bolha e ter experiências sensoriais de diferentes formas ou materiais? Pois assim faz a Psicomotricidade, usando o corpo inteiro: ora o olhar, ora as mãos, ora tudo junto como numa “torre de batatas”. A criança, o jovem e o adulto com o Transtorno do Espectro Autista – TEA comunica além do verbal, ou seja, dialoga com o mundo que lhe é próprio de maneiras particulares. Enquanto uns têm a fala fluente, outros falam pouco, muito pouco ou mesmo, nada. Bem, mas o não falar nem sempre restringe a comunicação com o mundo e a expressão de seus gostos e desejos. Lembra da “torre de batatas”? Que tal fazer uma torre com macarrões de piscina, o corpo do adulto e o corpo da criança-jovemadulto com autismo? A Psicomotricidade na Clínica do Autismo faz isso, põe em relevo o potencial comunicativo do Corpo do outro e o Psicomotricista, por sua vez, oferece seu próprio corpo ao diálogo com o autista. Ficou curioso? Quer saber mais? * Terapeuta Integrativa; Mestre em Educação; Especialista em Educação Psicomotora, Educação Infantil, Psicologia Escolar, Diagnóstico e Avaliação Educativa (Universidade da Coruña); Sócia-Titular da Associação Brasileira de Psicomotricidade e Membro da Comissão Científica do Capítulo Regional Sul da ABP.


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Fábia Lumertz Psicopedagoga e neuropsicopedagoga ABPq-RS 4527

O final do ano letivo se aproxima...

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em, estamos nos dirigindo ao final do ano letivo. Sabemos o que esse período significa: incertezas quanto ao desfecho escolar dos nossos filhos e incertezas relativas ao quanto colaboramos para o sucesso ou insucesso escolar deles. Desta forma, ficamos nos perguntando de forma repetitiva o quanto somos nós, mães e pais, os responsáveis pela aprendizagem das nossas crianças e adolescentes. Se por um lado, para aprender os alunos e alunas precisam ter as condições biológicas para isso, como desenvolvimento cerebral adequado e ausência de deficiências ou transtornos que atinjam a cognição, por outro lado existem fatores externos a criança ou adolescente nos quais a família tem grande influência sim. A família tem ingerência direta sobre os hábitos dos filhos, o que interfere diretamente na aprendizagem. Hábitos familiares que propiciem a aprendizagem são fundamentais. Via de regra são aqueles mesmos hábitos que propiciam um desenvolvimento infantil saudável. Esses hábitos vão desde ter uma rotina de

sono adequada a faixa etária da criança, até colocar limites no comportamento dos filhos. Colocar horário para os filhos dormirem, horários para uso de aparelhos eletrônicos, estimular que a própria criança organize os seus brinquedos e material escolar, conversar com o filho sobre a escola e a aprendizagem do mesmo, falar bem da escola e do ato de aprender, são algumas das formas de estimular e valorizar a aprendizagem das nossas crianças. Evitar comparações e compreender que cada pessoa é única também é uma forma de demonstrar o amor pelos nossos filhos. Isso não significa que não podemos fazer cobranças relativas a resultados escolares, mas sim que devemos valorizar os aspectos positivos dos nossos filhos e estimulá-los a melhorar nos que apresentem defasagem, mas sempre na perspectiva da valorização da criança, sem levar em conta apenas aquilo que não está tão bom. Em qualquer circunstância, os nossos filhos devem ter a certeza do nosso afeto e admiração - esse é em fator decisivo que lhes dá a segurança para aprender e crescer.


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Taís Hatzenberger Out�bro/Novembro/2019

Psicopedagoga e jornalista

Benefícios para crianças e adultos com a psicopedagogia

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psicopedagogia é uma área interdisciplinar que abrange várias funções importantes para o desenvolvimento humano. Mais do que a junção entre a psicologia e a pedagogia, colabora na organização mental e emocional do indivíduo. Para as crianças, muitos fatores externos e sociais influenciam em sala de aula e diretamente na aprendizagem, por isso essa área é tão importante para a fase escolar, porque tudo afeta na escola. Hoje, a ansiedade infantil e desatenção têm aumentado os transtornos de aprendizagem em diversas idades. Por isso, desde o primeiro ano é importante avaliar se o desenvolvimento da criança está correto e usar a psicopedagogia para prevenção e correção. São atividades e brincadeiras que deixam os atendimentos mais eficientes. Esse atendimento não precisa ser apenas para corrigir, mas o melhor é sempre estimular essa criança. Diferente do que alguns pensam, os idosos também podem se beneficiar dessa funcionalidade. Memória, coordenação e reabilitação do aprendizado, em casos de AVC ou acidentes neurológicos, colaboram com a qualidade de vida dos adultos. Marque uma avaliação.

INFORME PUBLICITÁRIO

Novo curso abre opções para trabalho na educação

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Instituto de Educação Semear (IES) é uma instituição de ensino com cursos de graduação e pós-graduação, tendo como seu maior diferencial o presencial híbrido, ou seja, não é um EAD. Preza por uma qualidade de aprendizado em contato com os professores dos cursos. Sabemos que são inúmeros cursos em EAD oferecidos pelo marcado, por isso ter professores da região, onde se pode tirar as dúvidas pessoalmente, é nosso grande diferencial! Somos autorizados por universidades registradas pelo MEC com segurança e garantia. Pensando no mercado de trabalho, estamos com as inscrições abertas para o curso de Formação Pedagógica. Esse curso é para quem tem alguma formação superior e deseja agregar em seu currículo a possibilidade de ser um professor, participar de concurso para licenciatura e todos os cargos da educação. Basta analisar o seu currículo e converter para uma licenciatura, onde além do Bacharel ou Tecnólogo você será um docente. Já pensou em usar todo o teu conhecimento para dar aula? E contribuir na educação do nosso país? O curso é de 12 meses e após você estará apto a atuar na área. Hoje, o mercado de trabalho na educação tem crescido e é um dos mais seguros. Marque uma visita e tiramos todas as suas dúvidas.


9 Out�bro/Novembro/2019

Ana Cristina Schneider Bacharela em Turismo Professora de inglês na Cliff Idiomas

Choque cultural

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ma pesquisa de âmbito mundial foi realizada pela ONU, tendo como única pergunta: “Você poderia, por favor, dar sua opinião honesta sobre as soluções para escassez de comida no restante do mundo?” A pesquisa foi um fracasso. Na África, não sabiam o que significava “comida”; na Índia, não sabiam o que significava “honesto”; na Europa, não sabiam o que significava “escassez”; na China, não sabiam o que significava “opinião”; no Oriente Médio, não sabiam o que significava “soluções”; na América do Sul, não sabiam o que significava “por favor”; e, nos Estados Unidos, não sabiam o que significava “restante do mundo”. Essa piadinha, que circulou na Internet por muito tempo, revela a proporção das diferenças culturais existente em nosso planeta. Os benefícios e facilidades trazidos pela globalização e tecnologia, muitas vezes, esbarram em mal entendidos e gafes, que podem ter consequências cômicas ou até catastróficas! Um bom exemplo de diferença cultural é que em países como Estados Unidos e Canadá, por educação, você deve usar as “palavras mágicas” (por favor, obrigado, etc.) para praticamente tudo o que você pede. Além disso, costuma-se perguntar, por educação, como a pessoa está, mesmo que sem real interesse. Já algumas línguas africanas, nem mesmo possuem palavras que expressem “por favor” e

“obrigado”. Mas eles não consideram isso rude, e sim desnecessário entre indivíduos que já têm uma obrigação intrínseca para com os outros. A mesma objetividade pode ser encontrada na Alemanha e Escandinávia. Inclusive, nesses países, as pessoas só perguntam como a outra está quando realmente se preocupam com elas. Além da parte falada, existem os gestos que em alguns países representam algo positivo, e em outros, algo negativo. Um bom exemplo é o polegar para cima, que no Brasil, Reino Unido e Suécia é uma representação de satisfação, e quer dizer “muito bom”, “ótimo”. Já na Sardenha, se você fizer esse gesto num engarrafamento de trânsito, por exemplo, ouvirá muitos palavrões ou poderá até mesmo ser jurado de morte, pois lá o dedo para cima significa literalmente “senta aqui, ó!”. No Irã, o gesto é conhecido como bilakh e equivale ao uso do nosso dedo médio. O polegar para cima é igualmente ofensivo na Austrália, Grécia e na Nigéria. Cada cultura tem sua própria identidade, que foi construída por conta de sua história, geografia e adaptação de seu povo. Por isso, aprender um idioma vai além de questões linguísticas e gramaticais. Significa aprender a ver o mundo com “outros olhos” e buscar ter mais empatia e respeito uns com os outros. Referências do livro “Viagem sem gafe”, de Mark MacCrum, Editora Globo.


10 Out�bro/Novembro/2019

Um bate-papo com as famílias de Ivoti

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a noite de 16 de setembro, a EMEF Jardim Panorâmico, de Ivoti, sediou mais uma edição do Bate-

apoio dos alunos. O sono, a alimentação, a organização e os limites são necessários para potencializar uma

papo da Família da Revista MultiFamília. O

rotina saudável. É preciso demonstrar que cada

painel contou com a neuropsicopedagoga

um precisa fazer a sua parte: os pais educam,

Fábia Lumertz, da Desenvolver (de Ivoti)

os professsores ensinam, o aluno estuda. As

e a psicóloga Andréia Reis, do Núcleo de

observações foram feitas por Fábia Lumertz.

Atendimento Psicológico (NAP, de Novo

"E como o seu filho estuda? Como é o

Hamburgo). As palestrantes abordaram

ambiente a sua volta e qual a sua participação

os temas “Dificuldade e ansiedade na

no processo? A aprendizagem, por sinal, é um

aprendizagem” e “Limites no uso das

processo. Existem fatores internos - como o

tecnologias”, respectivamente.

cérebro - e externos - como a casa, a escola, o

O painel, que antecipou a entrega das

espaço de lazer - que geram estímulos. Olhar

avaliações escolares dos alunos, contou

o caderno, sentar ao lado durante o tema,

com um público de aproximadamente

conversar sobre o que trataram no dia escolar

200 pessoas, composto majoritariamente

se somam na demonstração do interesse e são

por pais de alunos da escola, que foram

um combustível que alimenta essa rotina. Todo

recebidos pela equipe diretiva, liderada

aprendizado é importante. Seja no esporte, na

pela diretora Cleris Beatris Wecker Michel

brincadeira, na hora de um jogo.", complementou

e professores. O ingresso solidário (1 litro

Fábia.

de leite) foi oferecido à APAE. Ao final,

De acordo com a neuropsicopedagoga, o

um sorteio de brindes da H.Maria Joias

tempo de aprendizagem é distinto. Para alguns,

Contemporâneas e do NAP foi realizado com

pode demorar um pouco mais e, se a ansiedade


11 Out�bro/Novembro/2019 e a cobrança vêm junto, a dificuldade aumenta. Por isso, as estratégias são muitas e o elogio, o diálogo e a participação são fundamentais. A psicóloga Andréia Reis abordou o relacionamento familiar e o tempo dedicado ao uso da tecnologia. "O que o seu filho faz quando chega em casa? O que você faz quando chega em casa? Liga a televisão, o rádio ou joga um jogo? Faz as tarefas de casa ou o tema de aula? Conversa sobre o dia enquanto prepara uma refeição? Se prepara para outra atividade externa, como estudo ou academia ou vai tomar um chimarrão ou andar de bicicleta?" Andréia observa que o cotidiano é vasto em família. Entre o corre-corre, por vezes, é tentador manter-se ligado em dispositivos eletrônicos. Eles estão aí e fazem parte do hoje, do agora. O bom senso e o equilíbrio é que devem prevalecer. A relação de confiança e de respeito também deve fazer parte do processo. - "No meu tempo isso não acontecia". Ninguém é dono do tempo, e o que se quer é viver o tempo atual, onde todos convivem num mesmo momento. O celular tornou-se uma extensão do corpo e os problemas podem ser inúmeros se ele dominar a relação na família e nos estudos. Assim, é preciso bom senso", complementa.


12 Out�bro/Novembro/2019

Vanisse Nedel Professora na EMEF Nicolau Anselmo Wecker, de Estância Velha

Sou “rinconense”, sou estanciense

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oro no Rincão dos Ilhéus desde 1993 e, conscientemente, em Estância Velha desde 2002. Pode parecer estranho, mas para um “rinconense” nato ou mais antigo, a compreensão logo se estabelecerá. Assim como a maioria dos “rinconenses”, também não nasci aqui. Sou natural de Nova Petrópolis e escolhi o Rincão como meu lar em 1993, quando, após casar, resolvi aqui me estabelecer. Meu esposo, da época, natural de Picada Café, já trabalhava aqui, e eu, em Novo Hamburgo. Ambos viemos para cá para nos aproximarmos do trabalho. Naquela época, quando me perguntavam onde eu morava, naturalmente respondia que morava no Rincão, sem relacionar o Bairro à cidade a que pertence. Neste Bairro, com exceção do meu trabalho, conseguia resolver tudo: mercado, farmácia, escola para meu filho, igreja... Para mim, no meu inconsciente, o Rincão era independente e Estância Velha ficava distante. Saí do Rincão e adentrei na cidade de Estância Velha somente em 2002, quando fui chamada para trabalhar na Secretaria de Educação, condição que, inevitavelmente, me levou a conhecer todos os cantos da cidade. O que antes o bairro Rincão me oferecia, bastava; o que não oferecia (meu trabalho e hospital), Novo Hamburgo supria. Porém, a partir de 2002, o centro de Novo Hamburgo, que era minha referência de “centro”, foi oficialmente substituído pelo centro de Estância Velha. Vários moradores daqui se sentem tão pertencentes ao Rincão, que o enxergam como independente do restante do município, mencionando, inclusive, “Estância Velha” como cidade vizinha: “Vou pra Estância”. Relaciono, particularmente, esse sentimento a dois fatores: à localização

geográfica (distância do centro do município e proximidade com o centro de Novo Hamburgo) e à ótima estrutura do Bairro. Embora a expressão “ir ao centro” ainda nos remeta a Novo Hamburgo e “ir para Estância” nos remeta ao centro da cidade, é inegável, também, que nosso Rincão tem, atualmente, uma estrutura bem independente: bancos, comércio de todos os nichos possíveis, restaurantes, farmácias, clubes de futebol, CTG, escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio, prestadores de serviços das mais diversas áreas, padarias, igrejas, postos de saúde, entre outros. Essa estrutura e o tempo de residência no Bairro fizeram com que muitos tivessem, ou ainda tenham, esse forte vínculo com o Bairro. Com a migração dos últimos anos para cá, e daqui para outros locais, essas relações com o Bairro, com Novo Hamburgo e com o nosso município já tem se modificado. A meu ver, as administrações municipais, ao longo do tempo, com seus investimentos no centro da cidade, também têm conseguido, gradativamente, atrair os moradores do Bairro para seu centro; o sentimento de pertencimento social ao município, apesar da geografia, tem se intensificado. O Rincão dos Ilhéus é inegavelmente um bairro de referência para o município, tanto pelo número de moradores quanto pela sua estrutura; seus moradores têm orgulho de morar aqui. Eu me identifico com o Bairro e gosto de morar aqui. Sou “rinconense” e estanciense de coração! * Texto extraído da Revista Estância Velha, entre sonhos e desafios: resgatando os 60 anos de história, organizado pela Secretaria de Educação e Cultura, e lançada em Setembro/2019.


13 Out�bro/Novembro/2019

Satoshi Suzuki Eng. Agronomo, diretor da Alface Pizza Gourmet, diretor S. Suzuki Viveiro de Mudas e vereador em Ivoti

O mel de abelha

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primavera vem e logo me lembro de uma velha conhecida que volta e meia me visita e bate insistentemente no vidro de minha janela. Penso que ela vem para me contar sobre as aventuras de um amigo dela chamado Claudio. Na última vez, me disse que o seu amigo era um grande estudioso sobre a vida e o trabalho das abelhas. Fiquei entusiasmado escutando que em todas as manhãs ensolaradas, partem do ninho e percorrem o céu azul para encontrar flores coloridas e coletar o seu doce néctar. Logo imaginamos uma vida feliz, recheada de aventuras e muito produtiva, mas também lembramos que é necessário haver um trabalho coletivo e organizado para poder produzir favos recheados na colmeia. Cogitamos que se não houvesse harmonia e cooperação de todos, o mel teria um sabor diferente e não seria tão doce. Logo entendi que ela é imensamente feliz porque realiza com vigor tudo aquilo que nasceu para fazer e ajuda a produzir um elixir extremamente útil para a saúde humana. Confessei que algo me deixou fascinado e encantado, pois quando percebo e sinto o espirito de uma colmeia, um verdadeiro balé formado por

milhares de integrantes, vejo que o minúsculo trabalho de cada uma produz o resultado digno de uma grande corporação apícola. Com risos, observamos que os seres humanos têm muito a aprender com as abelhas, que possuem terríveis ferrões, mas não ficam se espetando. O mel, a cera e o própolis são as metas para o futuro que conduzem as atitudes e o comportamento individual no momento presente na colmeia. No lar do ser humano, um bom legado a ser construído, também resultaria e inspiraria condutas cheias de virtude. Por fim me questionou: - Para que serve uma vida sem objetivos??? Estava ficando tarde e antes que escurecesse, resolvi abrir a janela da minha cozinha para que a minha amiga abelha parasse de bater no vidro e pudesse sair, retornando para a sua casa. Ah..., a resposta à pergunta feita pela simpática visitante ficou para a próxima primavera, mas desconfio que o Mestre Apicultor Claudio já saiba responder. Enfim, fiquei contente e agradeci as reflexões que frutificaram neste breve encontro e torci para que tivesse êxito na volta ao lar, pois uma família unida sempre possui uma vida mais doce e rica.


14 Out�bro/Novembro/2019

Leonardo Boufleur Jornalista, fotógrafo e escritor

As esculturas de Scholles

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á no topo do morro, a presença de 12 esculturas que circundam o atelier do artista plástico Flávio Scholles tem chamado atenção de quem vai para a Serra Gaúcha pela VRS-873, na localidade de São José do Herval, em Morro Reuter. As esculturas representam a obra Sapato como Alimento que foi criada pelo artista no ano de 1976, na época em era coordenador do movimento artístico Casa Velha, em Novo Hamburgo, e período em que se exportava 96% dos calçados para os Estados Unidos. Sabendo da importância dos monumentos que homenageiam o trabalho e os sapateiros, Scholles realizou seu sonho mais de 4 décadas depois, em dezembro de 2017, erguendo 12 das 13 esculturas criadas ao redor do seu atelier em Morro Reuter. As esculturas foram confeccionadas em fibra de vidro, com majestosos 2 metros de altura, pelo talentoso artista Vilmar Antunes Dias – Borraxa, de Sapiranga. Os monumentos resguardam o atelier, onde estão localizadas mais de 2 mil obras, e é o local de inspiração para o artista continuar desenhando, dedicando-se a retratar a cultura ímpar e a vida da comunidade desta pacata localidade, numa localização privilegiada

com vista para Caxias do Sul e Porto Alegre. A obra Sapato como Alimento representa a economia no Vale do Sinos, que se desenvolveu com o boom do setor calçadista na metade do século XX. Milhares de pessoas tiravam seu sustento e colocavam o alimento na mesa, com o trabalho no ramo do calçado. No entanto, mal interpretado na época, a ideia da concretização dos monumentos gerou uma polêmica em Novo Hamburgo, quando o artista foi literalmente expulso da cidade e reergueu sua vida e carreira numa residência às margens da BR-116, no Bairro Travessão, em Dois Irmãos.


15 Out�bro/Novembro/2019

Paulo Link Produtor de plantas ornamentais Autor do livro “Convívio com os netos”

Um dia especial

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ia 10 de agosto de 2019, sábado. O dia amanheceu ventoso, frio e carrancudo. Mas foi um dia para lá de especial. Festejamos os dez anos do empreendimento Estância dos Cactos e, também, o lançamento do meu segundo livro: Convívio com dos netos. Contamos com a presença da família, autoridades, colegas escritores, clientes e muitos amigos. Confesso que a gente sente um frio na barriga, é preocupação em demasia, esperando que tudo transcorra dentro do previsto. Felizmente não deu tempo de sentir o vento frio que varria as folhas secas de um lado a outro de forma impiedosa. O balanço final foi muito positivo. As vendas do livro superaram em muito a expectativa. Dois meninos tomaram a cena no evento. Quando foi a hora do escritor autografar a obra, os dois por iniciativa própria se outorgaram o direto de também

darem seus autógrafos. Para mim foi o ápice do evento. Em certo momento, o Francisco se declarou cansado de tantas assinaturas mas também confessou que um dia queria ser famoso. As crianças por natureza são felizes por causa da simplicidade. Penso que em qualquer empreendimento, fazer uma auto avaliação é importante. Então, olhando pelo retrovisor percebo que valeu a pena. Aos que me prestigiaram com a aquisição do primeiro livro, noto o interesse, também, pelo segundo trabalho. Muito agradecido a todos.


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Tatiana Graebin Out�bro/Novembro/2019

Médica veterinária, pós-graduada em Clínica Médica e Cirúrgica de Cães e Gatos CRMV 7431

Prevenção de doenças graves nos nossos Pets!

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odos sabemos que prevenir é o melhor remédio!!!! E é bem isso! Ainda mais quando se fala de doenças gravíssimas como a cinomose e parvovirose em cães e a leucemia viral felina e a rinotraqueíte em gatos! São doenças que realmente a maioria dos bichinhos têm um prognóstico muito ruim, sem falar no investimento que se deve fazer para tratar. Os cães e gatos devem ser vacinados a vida toda, uma vez por ano. Até os mais idosos, até os que não saem de casa ou do apartamento. Pois muitas doenças são virais, e os vírus vêm pelo ar. Os animais não ficam imunes por não saírem de casa ou do apartamento. A vacinação em filhotes de cães inicia com 45 dias de vida, nos filhotes de gatos com 60 dias. Ambos seguirão com reforços de vacinação que serão estabelecidos pelo(a) veterinário(a). Vacinar é um ato de amor e de responsabilidade. Se realmente queremos ter bichinhos, devemos ter consciência que eles precisarão de vacinas, cuidados específicos, alimentação adequada, entre outras necessidades.

Wilson Corrêa Vieira Psicólogo - CRP 07/25933

Envelhecer com qualidade

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enso que todos nós queremos chegar a ser velhos (ou idosos?) com uma vida saudável. Velhos ou idosos? Sim, porque velho é ser uma pessoa que aceita a précondição de perder memória, sentir muitas dores, dificuldades físicas etc. Síndromes de dodóis e não posso. Já o idoso é aquele que não se condiciona a nada disso. Qualidade de vida, assim como muitas outras coisas que queremos, são opções que fazemos. Ou não? Muitas vezes não podemos fazer nem aparentar o que os outros demonstram, então ficamos magoados. Isto gera pensamentos e desgastes psicológicos nos deixando mal ao longo do tempo. Ser eu próprio é uma grande opção. Fazer o que posso e seguir meus princípios é melhor para mim. Opções que devemos fazer para ter uma vida saudável: exercitar a memória, fazer atividades físicas, conviver em grupo, atividades voluntárias etc. Tudo isto é apregoado por especialistas das diversas áreas de desenvolvimento humano e de saúde. Sobre memória desgaste físico e outras limitações, é natural que tenhamos perdas, mas em estudos sobre memória, ainda não é totalmente comprovado que envelhecimento é causa das perdas além do que seria normal. Disciplina com alimentação, sono, atitudes coerentes com nossos pensamentos é um bom caminho. O ARTIGO DE WILSON CORRÊA VIEIRA TEM O PATROCÍNIO DE:


17 Out�bro/Novembro/2019

Marcia Schardosim Cirurgiã-dentista | CRO 12316 Especialista em Radiologia Odontológica e especializanda em Ortodontia

Clareamento dental (parte 1)

A

tualmente todos querem ter um

funciona somente em dentes naturais, se

lindo sorriso branco, ou talvez você

houver restaurações brancas (resinas) ou

não esteja feliz com as manchas

escuras (amálgama) estas não clareiam.

proveniente de café, chimarrão, chás,

Como é realizado? Há basicamente duas

cigarro, ou ainda pelo processo natural de

maneiras de realizar o clareamento, uma

envelhecimento. Há muitas razões para você

no consultório com ativação pela luz (com

querer clarear seus dentes, mas sempre

aparelho led-laser, ou fotopolimerizador)

consulte o seu dentista antes de iniciar

em sessão única. Outra maneira é com

qualquer processo de clareamento. Apenas

moldeiras personalizadas, que o dentista

ele poderá melhor avaliar se você está apto

faz, deve ser usada a noite por até quatro

para este tratamento.

semanas. Todo clareamento deve ser

É muito seguro fazer clareamento dental, sensibilidade não é mais um problema, pois

orientado pelo seu dentista nunca faça por conta própria.

os géis tem concentração menor e muitos usam dessensibilizantes em suas fórmulas. Mas lembre-se sempre, que o dentista é o

Leia este e outros ar�gos no blog da Revista Mul�Família em www.zmul�editora.com.br

único profissional que poderá avaliar se você pode fazer este tratamento. Quem não deve fazer o clareamento: se tiver cáries, desgaste no esmalte, doença da gengiva, ou dentes sensíveis em particular; grávidas ou amamentando; se houver pivôs, “jaquetas” nos dentes frontais que não possam ser trocados. Pois o clareamento

Revista Mul�Família é uma publicação da: Ano 4 - Número 25 - Outubro+Novembro/2019 ISSN 2447631-5

Circulação: Bimestral - 4.000 exemplares | Distribuição: Gratuita

Edição: Sandra Hess (Jornalista - MTB/RS 11.860) Diagramação: Cleber Z. Dariva (Jornalista - MTB/RS 11.862) Capa: Pixabay Impressão: BT Ind.Gráfica Faça contato: 51-99961-4410 |contato@zmul�editora.com.br


18 Out�bro/Novembro/2019

Vicente Fleck Advogado - OAB 73.662

Aposentadoria no Chile

C

om as mudanças propostas para as regras das aposentadorias, muito tem se falado sobre o regime da capitalização, o mesmo sistema utilizado no Chile e nos Estados Unidos, exemplos de desenvolvimento econômico. Esse sistema funciona da mesma forma que o sistema da previdência privada, ou seja, você contribui com um valor mensal e depois de um tempo programado você retira o valor investido. O nosso sistema de previdência prevê a contribuição tripartite, os trabalhadores, as empresas e o governo contribuem para o pagamento dos benefícios previdenciários, enquanto no sistema de capitalização apenas o trabalhador é que contribui para a sua aposentadoria. No Chile, esse sistema levou a um desenvolvimento econômico social muito bom. Iniciado em 1981, o país conseguiu criar um fundo expressivo de reserva econômica e permitiu investimentos tanto do governo quanto das empresas que deixaram de recolher as contribuições previdenciárias. Porém, quase 40 anos após a criação do sistema de capitalização chileno, a realidade é assustadora, grande parte dos

idosos recebe menos de um salário mínimo como aposentadoria e depende de ajuda de terceiros quando não conseguem mais trabalhar. Se no Brasil a maioria das pessoas segue trabalhando para aumentar a renda, no Chile as pessoas continuam trabalhando para poderem sobreviver. Em que pese o sistema de capitalização pareça mais justo, pois a pessoa se aposenta de acordo com o que ela contribuiu, esse sistema também exclui milhares de pessoas que trabalham na informalidade e que tem dificuldade de contribuir para a previdência. Tanto no Chile quanto aqui temos o hábito de pagar salário por fora, não assinar a Carteira de Trabalho entre outras formas de burlar o sistema previdenciário e que poderão levar a aposentadorias em valores irrisórios, deixando de garantir o principal que é garantir que a pessoa possa ter uma renda justa na velhice.

Leia este e outros ar�gos no blog da Revista Mul�Família em www.zmul�editora.com.br


19 19

INFORME PUBLICITÁRIO

Out�bro-Novembro/2019

Out�bro/Novembro/2019

Nutrição na terceira idade. Quais são os desafios?

M

uito mais do que pratos bonitos e saborosos, a carga nutricional dos alimentos é fundamental;

(refogados, assados ou gratinados). O cardápio também é pensado para quem tem restrições a carboidratos, em

quando se pensa nos idosos então, escolher

especial, os diabéticos. As saladas sempre

os alimentos e prepará-los torna-se um

são variadas em cores para garantir as

grande desafio.

inúmeras vitaminas e minerais, além de

Isso porque os declínios funcionais (coordenação motora), paladar e capacidade de mastigação acabam ficando comprometidos com o passar dos anos. No residencial geriátrico Sinfonia Vale

opções cruas e cozidas para quem tem problemas de mastigação. De acordo com a profissional, o principal desafio é equilibrar o sabor e a textura das preparações, pois muitos idosos têm

do Sinos, a nutricionista Liziane da Rosa

doenças crônicas que exigem cuidados

Camargo, mestranda em Gerontologia

especiais, como restrição de sal, gordura

Biomédica, planeja com muito carinho e

e/ou açúcar. Além disso, por causa dos

atenção o cardápio servido no restaurante

problemas de mastigação, os alimentos

Carlos Gomes, localizado nas dependências

devem ser macios e de fácil deglutição.

do residencial de Novo Hamburgo. Liziane afirma que primeiro pensa na

A avaliação nutricional é fundamental para entender a necessidade de cada

estrutura do cardápio. Os pratos base,

indivíduo. Liziane explica que juntamente

como por exemplo arroz branco e integral,

com o envelhecimento ocorrem diversas

feijão ou outra leguminosa. Depois, pensa

mudanças corporais. “A avaliação

nos pratos principais, carne vermelha e

nutricional nos idosos é muito importante

branca. Em terceiro lugar, as guarnições:

para identificar risco de distúrbios

uma opção de carboidrato (massas, batata,

nutricionais e realizar a intervenção

polenta, aipim...) e outra opção de vegetais

adequada”, explica.


20 Out�bro/Novembro/2019

TURMAS DE NOVEMBRO


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