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1917-2017
APONTAMENTOS
março|abril 2016
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INSCRIÇÕES ABERTAS
destaque
JANTAR MONÁSTICO Ervas e Aromas inspiram Jantar Monástico em 2016
Aromas capazes de despertar todos os sentidos e ervas que resultam em infusões e condimentos incomparáveis prometem dar vida a mais um Jantar Monástico. Agendado para o próximo dia 25 de junho, o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas volta a ser palco de um evento que é já uma referência na região. O desafio está lançado e na sexta edição o Jantar Monástico promete voltar a surpreender... As inscrições já estão abertas.
Pela primeira vez, os participantes terão a refeição condimentada com as ervas aromáticas cultivadas no Horto Monástico de Mosteiro de São João de Tarouca. São cerca de 35 as espécies que crescem no Horto (num projeto desenvolvido em conjunto com a Associação Inovterra) e que agora vão ser colocadas à prova, transformadas em sabores únicos. Também pela primeira vez, do já habitual programa de visitas fará parte o Convento de Santo António de Ferreirim e o Centro Interpretativo do Mosteiro de São João de Tarouca, além dos incontornáveis Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e Ponte Fortificada de Ucanha. Um programa recheado de visitas, bem “condimentado” por uma infusão gelada servida no Horto Monástico, que constitui antes de mais uma oportunidade de conferir as alterações que no último ano foram introduzidas pelos trabalhos de recuperação em curso.
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Em 2016, e indo ao encontro das expectativas dos “monges” que nas últimas seis edições têm marcado presença, os participantes no Jantar Monástico terão acesso gratuito, ao longo de todo o fim-de-semana (24 a 26 de junho), aos monumentos da rede Vale do Varosa e ao Museu de Lamego. Depois do sucesso das últimas edições, o cenário continua a ser o impressionante Claustro do Capítulo, com traço do arquiteto maltês Carlos Gimach, num projeto que pretende ainda divulgar um património ímpar e recordar que este se estende pela imaterialidade das vivências de que os mosteiros foram palco ao longo dos séculos. Com a chancela da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro e com a garantia de qualidade da Quinta do Paço de Vila Real, o Jantar Monástico, uma iniciativa do Museu de Lamego e projeto Vale do Varosa, conta com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, Liga dos Amigos do Museu de Lamego, Escola de Hotelaria e Turismo do Douro, Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, Quinta do Paço, Câmara Municipal de Tarouca, Junta de Freguesia de Salzedas, Associação Inovterra e Centro de Tropas de Operações Especiais de Lamego. Informação e inscrições em www.valedovarosa.pt
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tradas
de 24 a 26 junho menu com chancela
PROGRAMA | 15h00 Mosteiro de Santa Maria de Salzedas | 15h45
qualidade de serviço
Visita à Ponte Fortificada de Ucanha
H
| 16h30
O
T
E
L
Visita ao Convento de Santo António de Ferreirim | 17h30 Visita ao Mosteiro de São João de Tarouca | 18h30 Visita ao “Horto Monástico” | 20h00 Visita ao Mosteiro de Santa Maria de Salzedas
ervas aromáticas
| 21h00
Jantar monástico
Inov erra
30,00 € adulto | 15,00 € criança (até 10 anos) Mecenas | 25,00 € adulto | 10,00 € criança (até 10 anos)
Inscrições em www.valedovarosa.pt até 17 de junho
vinhos e espumantes
Para mais informações Museu de Lamego | Tel: 254 600 230 E-mail: valedovarosa@culturanorte.pt
Apoios
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serviço educativo
OFICINAS DE TEATRO ABRIRAM-SE À COMUNIDADE
Entre os dias 21 e 26 de março, o Museu de Lamego foi o placo da criatividade. Ao longo de uma semana, as crianças participantes nas Oficinas de Teatro experimentaram outras formas de conhecer e mostrar as peças do museu, construindo novas histórias a partir da História, utilizando ferramentas performativas que exploram a expressão corporal e vocal, numa abordagem que valorizou a aprendizagem integral. Na última sessão, os pequenos atores foram desafiados expor os resultados do seu trabalho ao público, numa sessão aberta à comunidade. Os resultados não podiam ter sido mais surpreendentes... Dirigidas pela atriz e criadora no âmbito das artes performativas Sílvia Ferreira, em torno de duas gravuras – “La Liseuse” e “La La Dévideuse” - as Oficinas de Teatro do Museu de Lamego contaram com o apoio da Liga dos Amigos do Museu de Lamego e do Teatro Ribeiro Conceição.
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colóquio
QUO VADIS. Que futuro?
Como expor? Como musealizar? E antes de tudo, como restaurar? Devemos mantê-la como está? Devemos ficar-nos pela limpeza? Ou devemos devolver-lhe a leitura? Devolver-lhe a leitura não a vai mutilar ainda mais? E qual a viabilidade de um restauro virtual? Estas foram algumas das questões debatidas ao longo do dia 16 de março, durante o colóquio QUO VADIS, dedicado inteiramente à pintura do Museu de Lamego com o mesmo nome. Datada do século XVI, apresenta problemas graves de conservação, alguns dos quais possivelmente motivados por intervenções anteriores. Resultado de uma parceria entre o Museu de Lamego e o Museu do Douro, o colóquio procurou recolher contributos de diversos investigadores ligados à História da Arte, à Museografia e à Conservação, que ajudassem a indicar o caminho para a conclusão sustentável do restauro desta pintura. Obra quinhentista da escola portuguesa, a atribuição da autoria dividiu-se entre o pintor António Vaz e a Escola de Vasco Fernandes. Unanimidade houve-a na qualidade atribuída a esta pintura, obra de arte insubstituível, que merece, de acordo com os presentes, um restauro integral, de forma devolver à obra a sua leitura inicial, colocando-se o conservador-restaurador numa espécie de viagem no tempo até ao século XVI, até ao atelier do pintor. Mas como fazê-lo? Fisicamente? Virtualmente? O desafio foi lançado e as opiniões convergiram na associação das duas realidades. Para a maioria dos 10 | APONTAMENTOS
colóquio presentes, o intervenção física deve ser feita, mas sempre acompanhada do virtual como forma de reforçar o papel pedagógico da intervenção, facilitador do processo comunicativo, mas sem substituir o objeto. Com um debate alargado e muito participado, a intervenção foi e será sempre mote para uma abordagem multidisciplinar. A pintura QUIO VADIS está integrada, juntamente com outras peças, no projeto de “fundraising” do Museu de Lamego Conhecer, Conservar, Valorizar, premiado, em 2012, pela APOM (Associação Portuguesa de Museologia), na categoria de “Melhor Intervenção em Conservação e Restauro”. O colóquio, que incluiu uma visita à pintura QUO VADIS, decorreu nas instalações do Museu do Douro, onde estão a decorrer os trabalhos de conservação da pintura.
um ano. um tema
UM ANO. UM TEMA Tumulária do Museu de Lamego e Vale do Varosa
Em março, no âmbito da rubrica “Um Ano. Um Tema”, o Museu de Lamego destaca uma arca tumular medieval que se enquadra numa tipologia comum nos séculos XII e XIII, altura em que se vulgarizou a realização dos sepultamentos no interior dos templos. O sarcófago foi encontrado nas imediações da igreja românica de Santa Maria de Almacave, tendo dado entrada no museu após a intervenção de restauro do templo nas décadas de 30 e 40 do século XX, no âmbito da colossal campanha de recuperação do património nacional, promovida pelo Estado Novo. Construída na primeira metade do século XII sobre uma antiga villa romana, a igreja de Santa Maria de Almacave constitui um notável testemunho da arquitetura românica na zona de Lamego. Classificada como Monumento Nacional em 1910, foi alvo de profunda intervenção de restauro nas décadas de 30 e 40 do século XX, no âmbito da colossal campanha de recuperação do património nacional, promovida pelo Estado Novo, através da extinta DGEMN - Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. No contexto das obras então realizadas foram encontrados diversos vestígios medievais que recolheram ao Museu de Lamego. Entre eles, duas arcas tumulares graníticas, que de
ARCA TUMULAR Granito, século XIII (?) Proveniente da rua de Almacave Museu de Lamego, inv. 590
acordo com o depoimento de João Amaral, primeiro diretor do museu, se somam aos vários exemplares descobertos, quando se procedia a escavações para efeitos de obras de sanidade (AMARAL, 1961, p. 3940), possivelmente relacionadas com a drenagem e
Legenda foto: Igreja de Santa Maria de Almacave. Obras, c. 1938-1940 José Marques de Abreu Júnior © IHRU/SIPA
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escoamento de águas em redor do templo.
Este mês, destacamos um desses sarcófagos: de desenho linear, paralelepipédico e sem qualquer decoração, para além dos ângulos da cabeceira facetados e um ressalto ao longo do rebordo dos faciais, provavelmente para o encaixe da tampa, hoje desaparecida, que certamente possuiria formato ligeiramente trapezoidal. No fundo, apresenta uma perfuração para escoamento de humores. (MAURÍCIO, 2000) Enquadra-se numa tipologia comum nos séculos XII e XIII, altura em que se vulgarizou a realização dos sepultamentos no interior dos templos. Anteriormente, e ainda durante o período românico, eram comuns os enterramentos dispersos, não só junto das capelas como também em locais de passagem, onde não havia qualquer edifício religioso. A partir do século XII, contudo, começa a surgir o hábito de colocar as sepulturas à porta das igrejas e, mais tarde, no seu interior. Legenda foto: Museu de Lamego. Secção de arqueologia, 1939 Domingos Alvão © IHRU/SIPA
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Este fenómeno está sem dúvida diretamente relacionado com uma mudança de atitude perante os restos mortais e o Além, que ocorreu durante a Idade Média, ao veicular-se a ideia do julgamento individual de cada alma após a sua morte e a crença na existência do Purgatório. Deste modo, a necessidade de assegurar a salvação da alma passa a ser determinante para os homens. Salvação essa que era conseguida através de uma vida piedosa, ações beneméritas e, fundamentalmente, pela encomenda da alma a um conjunto de intercessores, que tanto na terra como no céu se encarregavam de a acompanhar ao seu destino eterno. (PINA, 1995, p. 131) Determinados requisitos da sepultura poderiam facilitar essa intercessão, daí que a escolha do seu local não fosse arbitrária, invadindo o espaço sagrado, como forma de conseguir o melhor lugar do ponto de vista sobrenatural e, simultaneamente, como forma de não desvincular totalmente o defunto do mundo dos vivos. De facto, não havia - no tempo e no espaço - uma clara distinção entre o mundo terreno e o mundo eterno (PINA, 1995, p. 131), sendo a morte encarada como um mero ritual de passagem.
Referências bibliográficas: AMARAL, João (1961) – Roteiro Ilustrado da Cidade de Lamego. Lamego. MAURICIO, Rui (2000) – Arca tumular (ficha de inventário). Disponível em linha: http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=9725 PINA, Isabel Castro (1995) – Ritos e imaginário da morte em testamentos dos séculos XIV e XV. In MATTOSO, José (dir.) «O Reino dos Mortos na Idade Média Peninsular». Lisboa: Edições João Sá da Costa, Lda, p 125-164.
SUGESTÕES De terça a domingo, das 10h00 às 18h00.
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ENCONTRE-NOS MUSEU DE LAMEGO Largo de Camões 5100-147 Lamego (+351)254600230 mlamego@culturanorte.pt www.museudelamego.pt /museu.de.lamego /museudelamego /c/museudelamego
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comunicação
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ATÉ BREVE!
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[1917-2017]
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março|abril 2016
Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego
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Horário De terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00. Encerra às segundas-feiras. Gratuito no primeiro domingo do mês.
Serviço Educativo Visitas orientadas/comentadas à exposição permanente e exposições temporárias, mediante marcação prévia.
Biblioteca De terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, mediante contacto prévio.
Auditório 100 lugares
Loja
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