Plantas e usos medicinais populares

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Plantas e Usos Medicinais Populares Concelhos de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo


, Índice

00. As plantas medicinais e a Etnobotânica 00. O estudo etnobotânico por detrás 00. Como usar este livro 00. Plantas e Usos Medicinais Populares 00. Anexos Anexo I - Outras Mezinhas recolhidas

Anexo II - Outros dados etnológicos recolhidos Anexo III – Versos Populares ao Castelo de Aljezur, de Noémia Manuela de Jesus (Rogil) Anexo IV - Glossário

00. Bibliografia 00. Índice Remissivo

“Não cheires na rosa aberta Que essa está lavada do tempo Cheira naquela fechadinha Que essa tem o cheiro dentro” Deolinda Maria Miquelino, Bordeira

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A G RADECI M ENTOS Esta publicação e o estudo por detrás não teriam sido realizados sem a preciosa colaboração das pessoas que participaram nas entrevistas etnobotânicas. Um grande obrigado a todas essas pessoas. Este livro é também vosso.

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, As plantas medicinais , e a Etnobotânica Desde sempre que as plantas silvestres são usadas pelos povos para seu proveito. Ao longo de séculos, e até de milénios, o Homem foi, por experimentação e erro, aprendendo a utilizar as plantas que o rodeavam. Neste decurso é fácil perceber que as experimentações que ocasionavam resultados positivos seriam valorizadas e transmitidas. Em meio rural essa transmissão foi sendo efectuada de forma oral ao longo do tempo, pelo que esse conhecimento chega aos dias de hoje apenas em formato de património cultural das populações. Nas últimas décadas a evolução tecnológica exponencial conduziu a um estilo de vida predominantemente urbano e consequentemente ao abandono progressivo do estilo de vida rural. As zonas interiores e mais ruralizadas foram progressivamente ficando mais desertificadas de presença humana e as populações que aí se mantiveram foram envelhecendo. Devido a estas causas, mas também a outros factores como o avanço da medicina e a crescente facilidade de acesso a esta e aos produtos farmacêuticos, hoje em dia a tradicional medicina caseira tem já um carácter residual, subsistindo os conhecimentos a ela ligados quase exclusivamente nas pessoas mais idosas e de estilo de vida rural. A Etnobotânica é uma área da ciência relativamente recente, visando a investigação da relação que existe entre o Homem e as plantas. Ou seja a Etnobotânica estuda o modo como os povos concebem e utilizam as plantas, recorrendo aos conhecimentos tradicionais e populares/indígenas. Dada a crescente tendência para a extinção dos conhecimentos tradicionais relativos aos usos medicinais das plantas, torna-se importante e necessária a recolha destes saberes populares, recolha esta que é cada vez mais urgente dado o rápido fluxo de esquecimento e perda deste património cultural. Os estudos etnobotânicos, como o que está na base desta publicação, são hoje em dia as ferramentas mais adequadas para a recolha destes saberes, visando preservá-los sob a forma de memória escrita. No entanto, a preservação destes conhecimentos não deve estacar por aí já que, tendo em conta a época em que estamos em que tanto se fala de “inovação”, se torna absolutamente importante inventar novas formas de usar e usufruir desse legado cultural que nos chegou dos nossos antepassados. Como exemplos, estes saberes podem ser empregues em educação ambiental, em novas formas de medicina alternativa (após estudos que comprovem a acção medicinal das plantas), em produção e comercialização biológica dessas plantas, em ecoturismo, em ornamentação, em perfumaria, em gastronomia, etc. No nosso país foram já realizados alguns estudos etnobotânicos, no entanto muito ainda está por recolher pelo que se deixa aqui um incentivo à elaboração de mais estudos desta índole e ao investimento em novas formas de valorização destes recursos vegetais e culturais.

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, O estudo etnobotânico por detrás

Os dados contidos nesta publicação foram recolhidos ao longo de um estudo etnobotânico promovido pelas Câmaras Municipais de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos e levado a cabo pela Associação Aflosul, de Outubro de 2005 a Julho de 2006, no âmbito da execução do “Projecto Agir – para um mundo rural sustentável” (Medida AGRIS, Acção 8 – Dinamização do Desenvolvimento Agro Florestal e Rural). Este estudo abarcou os concelhos de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos, nos quais foram ao todo efectuadas 49 entrevistas etnobotânicas, tendo participado 72 pessoas. Os dados aqui apresentados são então fruto do conhecimento e sabedoria das pessoas entrevistadas, as quais são naturais da região ou residem nesta há longo tempo, nomeadamente: Concelho de Aljezur

Concelho de Lagos

Aljezur: Celeste Oliveira Marreiros Maria Francisca da Glória Maria Candeias Arrifana: Custódia Rosado Josélia Maria Casimiro Bordeira: Deolinda Maria Miquelino Agostinho Joaquim Daniel Afonso Pacheco e Albertina Gomes Odete Alves António Carrapateira: Isabel Maria da Conceição Maria Adelina Machado Vicente Henrique João Pacheco Marreiros e Aura Maria Pacheco Cecília Deolinda de Jesus Carrascalinho: Celízia Oliveira e José Dias Craveira: Maria de Jesus (“Maria Vitorina”) Armindo de Jesus Marreiros Moinho da Várzea: Antónia Catarina Silva Monte da Várzea: Aldina Maria e Domingos José Paulino Nunes Monte Ruivo (e Chabouco): Isabel Alves Pacheco e António Alves Marreiros João da Costa Pacheco, Albano Maria da Cruz Rogil: Noémia Manuela de Jesus Maria José Marroios Palmira da Silva e Adelina de Jesus Samoqueira: Francelina Maria Serominheiro: Maria Vitorina Leonilde Maria Duarte Várzea da Fonte: Adelina Custódia Marreiros Vilarinha: Maria Gonçalves Afonso

Barão de S. João: Isabel Inácia da Conceição Gonçalves Angelina da Encarnação Guerreiro Alexandre Domingos Bonina António Correia Burgau: Ana Canelas, Rogélia Castela, Afonso Pacheco Lagos: António João Viana Pedra Amarela (freg. Barão de S. João): Orlanda Correia e José da Luz Correia Pincho: Adelino Pacheco Norte

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Concelho de Vila do Bispo Budens: Silvina Maria Candeias e Inácia Maria Candeias Martins Hortas do Tabual: Maria da Graça Rosado Boto e Mª Francisca Rosado, Maria Isabel Correia Marreiros Deolinda Francisca Lourenço Monte Novo: Maria José Valentim (“Maria Teresa” no registo) Pedralva: Cesaltina Batista Sintra, Fernando Alves Sintra e Rui Fernando Batista Sintra Raposeira: Francisca de Jesus da Silva, Francª da Silva Mochacho e Luísa Maria Furtado Aldegundes Duarte e José Correia Virtuoso Adelina Mendes Idalina Maria Felicidade Deonilde Maria Correias Isabel Pires e Luís Pires Vale de Boi: Albertina Pacheco Vila do Bispo: Rosa Machado e Joaquim Machado Mateus Marques Marreiros José Francisco Simão de Carvalho Raquel Marques Amado Barbara Ilídia da Conceição Viegas e Luísa Sousa Cintra


O estudo foi desenvolvido segundo a metodologia etnobotânica em que numa primeira fase se efectuaram as entrevistas etnobotânicas e numa segunda fase se confirmaram e identificaram cientificamente as plantas citadas pelas pessoas que participaram nas entrevistas. Este estudo permitiu recolher informações acerca de 173 espécies citadas como úteis, das quais 164 foram citadas como medicinais. A partir desse estudo etnobotânico foram seleccionados os usos medicinais que foram referidos por 3 ou mais pessoas de entrevistas diferentes, sendo este método, apesar de empírico, um modo de corroborar dados em etnobotânica (segundo diversos investigadores). São então esses usos medicinais os que são transmitidos nesta publicação. À parte dos usos medicinais apresentam-se outras informações recolhidas, mesmo que referidas por apenas uma ou duas pessoas, como misturas, outros usos e outras informações consideradas de interesse etnológico. Ao longo das entrevistas efectuadas procurou-se registar apenas os usos populares tradicionais que passaram oralmente de geração em geração até aos dias de hoje, através de um novelo de experimentações, vivências transmitidas e crenças. Contudo, há que ter em conta que por vezes é difícil controlar e perceber a proveniência da informação transmitida, pelo que poderá ter havido alguns dados recolhidos que não tenham origem no conhecimento popular “tradicional” mas sim em aprendizagens através de livros, rádio, televisão, médicos, naturopatas, etc. No entanto, uma análise empírica e subjectiva dos dados recolhidos sugere que tal influência não deverá ser muito significativa nas informações expostas nesta publicação.

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, Como usar este livro

É i mp o r t a n t e ter bem presente que este não é um livro de receitas medicinais, mas sim uma divulgação dos usos e costumes das populações da região sudoeste algarvia acerca dos usos populares das plantas empregues tradicionalmente na medicina caseira. Assim, esta publicação não pretende ser um livro de medicina mas sim um livro em que se transite um património cultural de um povo. Deste modo, é de salientar que qualquer utilização deste livro como orientação para o consumo das plantas nele apresentadas é da exclusiva responsabilidade do leitor. Em cada página é apresentada uma planta, assim como as informações etnobotânicas recolhidas. Veja como na página seguinte. Os termos correspondentes aos modos de preparação e aplicação das plantas (por exemplo “chá”, “xarope”, etc.), assim como alguns termos que poderão suscitar dúvidas, são descritos no Glossário. As plantas são apresentadas ao longo desta publicação por ordem alfabética do seu nome vulgar. Se o utilizador desejar procurar directamente uma dada planta poderá recorrer ao índice remissivo no final, no qual poderá procurar plantas quer pelo seu nome vulgar, quer pela sua espécie científica. Este livro apresenta também em anexo uma lista de outras mezinhas e alguns dados etnológicos, referidos ao longo das entrevistas etnobotânicas. Aproveita-se ainda a ocasião para publicar os Versos Populares ao Castelo de Aljezur feitos pela Dona Noémia Manuela de Jesus do Rogil.

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abacateiro

pêra-abacate, pereira-abacate Persea americana Mill. (LAURACEAE)

[CUL]

, Origem

Planta originária da América Central, provavelmente do sul do México.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada em chá para combater o colesterol.

, Misturas

Referido esporadicamente como podendo ser usada em mistura com raiz (ou em alternativa as folhas) de erva-montã, folha de nespereira, erva-cidreira, chá-príncipe e hortelã. abacateiro

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alecrim Rosmarinus officinalis L. (LABIATAE)

[ESP / CUL]

, Habitat

Lugares secos e pedregosos, terrenos incultos e áridos, matos, pinhais.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada em chá para o coração. Esporadicamente o chá das flores de alecrim também é referido para o mesmo efeito.

, Misturas

Referido esporadicamente como podendo ser usada em mistura com folhas de salva-mansa.

, Outros usos atribuídos

A rama de alecrim é usada para condimentar carne, por exemplo em peru, borrego, perdiz, e no coelho manso para ficar com sabor a coelho bravo. A rama é referida como usada em defumadouros para desinfectar a casa. Esses defumadouros são também referidos esporadicamente como bons para afastar os maus espíritos. Referido ainda esporadicamente que a rama de alecrim, juntamente com a rama de eucalipto, é boa para colocar em banhos de imersão, para relaxar. Antigamente, nos festejos dos Santos Populares, o alecrim era uma das plantas queimadas nas fogueiras de São João.

alecrim

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alfarrobeira

zambujeiro, zambujo Ceratonia siliqua L. (LEGUMINOSAE)

[CUL / SUBESP]

, Origem

Planta provavelmente originária da região mediterrânica oriental e Médio Oriente.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região

folha de alfarrobeira

A alfarroba é referida como usada em chá para a diarreia. A alfarroba é geralmente usada inteira mas esporadicamente é referida como fervida moída. Esporadicamente é referido que a alfarroba inteira, depois de fervida no chá, pode também ser ingerida, actuando para o mesmo efeito.

, Misturas

Referido por vezes que pode ser usado em mistura com “pampos” de silva e parte aérea de diabelha.

alfarrobas

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alfavaca-de-cobra

favaca-de-cobra, alfavaca-de-cobre, alfavaca Parietaria judaica L. (URTICACEAE)

[ESP]

, Habitat

Principalmente em zonas ruderais, mais frequentemente em muros, sebes e bermas de caminhos, em solos nitrificados.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada para curar as hemorróidas fazendo-se um cozimento e aplicando-se essa água morna em lavagens na zona afectada, ou colocando essa água quente num recipiente (bacio) sobre o qual a pessoa se deverá sentar de forma a receber os vapores. A lavagem com a água do cozimento é também referida como usada para curar infecções genitais.

alfavaca-de-cobra

, Misturas

Referido esporadicamente como podendo ser usada em mistura com folhas de malva.

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente como sendo usada para curar as vacas “empanzinadas” fazendo-se um cozimento da rama de alfavaca-de-cobra, flores de marcela e 1 cebola inteira sem casca e dando-se então essa água ao animal em forma de beberagem.

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arrúdia

arruda, erva-arruda Ruta montana (L.) L. e Ruta chalepensis L. (Rutaceae)

[ESP / CUL]

, Habitat

Lugares secos e estéreis, entulhos, muros.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região

arrúdia (Ruta montana)

A rama é referida para curar um problema a que se chama “mal da Lua” ou “fitado da Lua” (ver Glossário). A rama era queimada, em fogo ou sobre brasas, em forma de defumadouro para defumar a casa, a criança ou as suas roupas. Esporadicamente é referida para o mesmo efeito mas colocando-se a rama debaixo do travesseiro da criança ou bebé afectado.

, Misturas

Referido esporadicamente como podendo ser usada em mistura com congorça (Vinca difformis Pourret), sempre-verde e folhas de tasneira.

, Outros Usos Atribuídos

flores de arrúdia (Ruta montana)

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Era usada antigamente para queimar nas fogueiras de São João na altura dos festejos dos Santos Populares. Referida esporadicamente como usada em defumadouros para afastar bruxarias e maus-olhados.


avenca

favaca-de-cobra, alfavaca-de-cobre, alfavaca Adiantum capillus-veneris L.

(Adiantacea)

[ESP / CUL]

, Habitat

Fendas de rochas, poços e muros, sempre associada a locais muito húmidos e sombrios.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As folhas são referidas como usadas em chá para a febre.

avenca

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bálsamo

balso, cacto, cátio, chorão, choranito, chorãozinho Senecio mandraliscae (Tineo) Jacobsen

(Compositae)

[CUL]

, Origem

Planta originária da África do Sul.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região

bálsamo

As folhas são referidas como usadas para as constipações e tosse cortando-se ao meio longitudinalmente e deixando a macerar em açúcar (melhor do mascavado ou amarelo) ou mel, resultando um líquido que se vai ingerindo em jeito de xarope. A seiva das folhas é também referida como aplicada directamente nas queimaduras e nas feridas para sarar o golpe.

, Misturas

Referido por vezes que a maceração para fazer xarope pode ser em mistura com rodelas de cenoura.

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batata

favaca-de-cobra, alfavaca-de-cobre, alfavaca Solanum tuberosum L. (Solanaceae)

[CUL]

, Origem

Planta originária da América do Sul.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A batata é referida como usada para a febre, cortando-se a batata às rodelas que se colocam de seguida na testa da pessoa com febre e ligando-se com um lenço em forma de cataplasma. Quando essas rodelas ficam quentes devem então ser trocadas por outras novas e assim sucessivamente.

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente que a batata é boa para impermeabilizar o pára-brisas do carro, esfregando-se com o interior da batata directamente no vidro. batatas

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bela-Luísa Lippia triphylla (L’Hér.) Kuntze (Verbenaceae)

[CUL]

, Origem

Planta originária da América do Sul.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As folhas são referidas como usadas em chá para a má disposição, estômago, ajudar a digestão e dores de barriga.

, Misturas

Referida por vezes como usada em misturas com hortelã, erva-de-São-Roberto, erva-cidreira, malva, casca de limão, chá-príncipe. rama de bela-Luísa

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borragem Borago officinalis L. (Boraginaceae)

[ESP]

, Habitat

Campos cultivados e incultos, hortas, pousios, bermas de caminhos, valas, entulhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As flores são referidas como usadas em chá para as constipações.

, Época de floração De Janeiro a Outubro.

borragem

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente como sendo usada para curar os animais “empanzinados” fazendo-se um cozimento da rama da borragem juntamente com rama de salva-mansa, 1 ou 2 dentes de alho e uma gota de azeite e dando-se de seguida essa água a beber ao animal em forma de beberagem.

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calafito

calafite

Hypericum tomentosum L. (Guttiferae)

[ESP]

, Habitat

Lugares húmidos ou inundados no Inverno, valas, margens de caminhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada para os inchaços fazendo-se um cozimento e aplicando-se essa água morna em lavagens directamente na zona afectada ou então aplicando-se panos encharcados nessa água.

, Observações calafito

Outras plantas existentes na região são também chamadas de ‘calafite’ mas apenas esta espécie foi confirmada por 3 ou mais pessoas.

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente como usada também para os inchaços dos animais, fazendo-se igualmente um cozimento e aplicando-se essa água em lavagens na zona afectada.

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carqueja Pterospartum tridentatum (L.) Willk. in Willk. & Lange (Leguminosae) [ESP]

, Habitat

Matos, pinhais, montados, terrenos incultos e áridos, em solos ácidos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As flores são referidas como usadas em chá para o colesterol, diabetes, constipações e gripes.

, Misturas

Referido esporadicamente que para as constipações é usada em mistura com folhas de malva, casca de amêndoa, sarguacinha, figos secos, casca de limão, rama de orégãos, hortelã e rama de poejo.

Pterospartum_fl – carqueja

, Observações

Referido esporadicamente que o chá das flores de carqueja faz emagrecer.

, Época de floração De Fevereiro a Junho.

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente que a rama de carqueja é usada para condimentar carne e, queimando-se, para chamuscar os porcos.

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catacuzes

calafite

Rumex pulcher L. ssp. woodsii (De Not.) Arcang.

(Polygonaceae)

[ESP]

, Habitat

Terrenos incultos, abandonados, cultivados, pastos, bermas de caminhos, zonas ruderais.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região O espigo com sementes é referido como usado em chá para a diarreia.

, Observações

Referido esporadicamente que se usam 2 ou 3 pedaços de espigo com cerca de 10 cm cada e que se deve beber o chá 2 vezes ao dia até a pessoa ficar bem.

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente que as folhas são boas para fazer esparregado e comer com grão. folhas de catacuzes

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cebola Allium cepa L. (Liliaceae)

[CUL]

, Origem

Origem incerta, parecendo ser derivada de espécies nativas das montanhas da Ásia Central.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A casca de cebola é referida como usada em chá para constipações, tosse e rouquidão. Para curar as constipações e a tosse é também referida como usada em xaropes.

, Misturas

Em chá é referida como usada por vezes em mistura com poejo, figos secos, casca de limão, pinhas pequenas ou rebentos de pinheiro, erva-terrestre, orégãos, folha de pita (Aloe vera), alecrim, pelicão (Hypericum perforatum L.), sarguacinha. Em xaropes é referida como usada em misturas com pinhas pequenas ou rebentos de pinheiro, poejo, casca ou sumo de limão, folha de eucalipto, figos secos.

Allium cepa - cebolas

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente como usada também para curar as vacas “empanzinadas” fazendo-se um cozimento da mistura de rama de alfavaca-de-cobra, flores de marcela e 1 cebola inteira sem casca e dando-se então essa água ao animal em forma de beberagem.

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cenoura

calafite

Daucus carota L. ssp. sativus (Hoffm.) Schubl. & G. Martens (Umbelliferae)

[CUL]

, Habitat

Sub-espécie cultivada. A espécie selvagem é espontânea no nosso país em arrelvados e prados, rochas e arrelvados costeiros, areias marítimas, terrenos baldios, bermas de caminhos, zonas ruderais.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A cenoura cortada às rodelas é referida como usada para a tosse deixando-se a macerar em açúcar (melhor do mascavado ou amarelo) ou mel, resultando um líquido que se vai ingerindo em jeito de xarope.

, Observações

Referido esporadicamente que se tomam 2-5 colheres desse xarope por dia.

, Misturas

Referido por vezes que a maceração pode ser em mistura com folhas de bálsamo.

Daucus_xarope - xarope de cenoura

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chá-do-médo

chá-dos-médos, erva-do-médo Sideritis angustifolia Lag. e Sideritis hirsuta L.*

(Labiatae)

[ESP]

, Habitat

Chá-do-médo do barrocal (Sideritis angustifloia): Lugares secos e pedregosos. Em Portugal apenas presente na zona do barrocal algarvio. Chá-do-médo de Aljezur (Sideritis hirsuta): Lugares arenosos ou pedregosos, campos, caminhos, descampados.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região O espigo das flores é referido como usado em chá para o estômago (por exemplo dores de estômago, má disposição).

rama de chá-do-médo (Sideritis hirsuta)

, Observações

Referido por vezes, em relação ao chá-domédo do barrocal, que o chá é amargo. * A primeira espécie (Sideritis angustifolia) existe na região do barrocal algarvio (concelho de Vila do Bispo) enquanto que a segunda espécie (Sideritis hirsuta) existe nas areias litorais do concelho de Aljezur, pelo que os habitantes de cada região conhecem a espécie correspondente à sua região, mas ambas são dadas para problemas de estômago.

, Época de floração De Abril a Julho.

flores de chá-do-médo (Sideritis angustifolia) Plantas e Usos Medicinais Populares | 25


chapeuzinhos, cachopos

chapezinhas, chapelinhas, capelas, erva-dos-telhados Umbilicus rupestris (Salisb.) Dandy

(Crassulaceae)

[ESP]

, Habitat

Muros, telhados, lugares rochosos, indiferente ao tipo de solo.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada para as frieiras, pisando-se e aplicando-se directamente sobre a zona afectada e por cima ligando em cataplasma, ou então aquecendo-se a folha ao lume e aplicando-se directamente enquanto permanecer quente. Esporadicamente é referido que se faz apenas uma aplicação directa simples ou ainda que se faz um cozimento das folhas até obter uma papa e que então essa papa se aplica na zona afectada e por fim se liga em forma de cataplasma.

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chá-príncipe

chá-dos-médos, erva-do-médo Cymbopogon citratus (DC. ex Nees) Stapf (Gramineae)

[CUL]

, Origem

Planta possivelmente originária da Malásia, Indonésia ou Índia.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As folhas são referidas como usadas em chá ou infusão para a má disposição, estômago (por exemplo dores de estômago) e para ajudar a digestão.

, Misturas

Referido esporadicamente que para a má disposição pode ser usada em mistura com folhas de bela-Luísa e flores de marcela. chá-príncipe

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diabelha

abitoelha

Plantago coronopus L. (Plantaginaceae)

[ESP]

, Habitat

Campos cultivados e incultos, caminhos, muros, areias e rochedos do litoral.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região Toda a parte aérea da planta é referida como usada para anginas e dores de garganta fazendo-se um cozimento e de seguida usando-se essa água para fazer gargarejos.

, Misturas

Referido esporadicamente que para as anginas se pode usar em mistura com “pampos” de silva e “pampos” de jambujo. diabelha

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erva-alcar

erva-alcaire, erva-alcária Xolantha tuberaria (L.) Gallego, Muñoz Garm. & C. Navarro (Cistaceae)

[ESP]

, Habitat

Arrelvados, terrenos secos, areias, pinhais, em solos ácidos, principalmente arenosos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A parte aérea da planta é referida como usada para inchaços e para feridas fazendo-se um cozimento e usando-se essa água para fazer lavagens na zona afectada, podendo-se também aplicar panos encharcados nessa água. Referido esporadicamente que após as lavagens se deixa os restos vegetais na zona afectada e se liga em forma de cataplasma.

folhas de erva-alcar

, Outros Usos Atribuídos

É referido por vezes que toda a parte aérea, ou simplesmente as folhas, é usada para os inchaços dos animais e para desinfectar os porcos depois de capados, igualmente cozendo-se e aplicando-se essa água em lavagens.

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erva-cidreira

abitoelha

Melissa officinalis L. (Labiatae)

[ESP / CUL]

, Habitat

Quando espontânea, em lugares sombreados e húmidos, sebes.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada em chá ou infusão para a má disposição, estômago (por exemplo dores de estômago), para ajudar a digestão, para o coração e como calmante para os nervos.

, Misturas

Referida por vezes como usada em misturas com hortelã, erva-de-São-Roberto, bela-Luísa, malva, casca de limão, alface.

, Outros Usos Atribuídos folhas de erva-cidreira

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Referido como sendo usada para os animais “empanzinados” fazendo-se um cozimento e dando-se essa água ao animal em forma de beberagem.


erva-das-sete-sangrias erva-alcaire, erva-alcária Hypericum humifusum L.

(Guttiferae)

[ESP]

, Habitat

Prados húmidos, solos temporariamente encharcados, descampados, principalmente em solos ácidos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada para purificar o sangue, deixando-se em maceração em água durante a noite e bebendo-se essa água no dia seguinte, ou então bebendo-se o chá ou infusão.

, Observações

Referido esporadicamente que não se deve beber muito pois “abate” demasiado o sangue.

rama erva-das-sete-sangrias

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erva-de-Santa-Maria Solanum nigrum L. ssp. nigrum

(Solanaceae)

[ESP]

, Habitat

Hortas, pomares, vinhas, entulhos, muros, terrenos incultos, bermas de caminhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região Os frutos são referidos como usados para infecção/dores de ouvido. Dois métodos de aplicação foram referidos: 1- o fruto é pisado com sal fino e aplica-se esse líquido no ouvido durante 9 dias, tapando-se com algodão; 2- o sumo do fruto é espremido para o ouvido uma vez por dia durante 9 dias seguidos e no final a pessoa toma um banho na praia.

rama de erva de Santa-Maria

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erva-de-São-Roberto Geranium purpureum Vill.

(Geraniaceae)

[ESP]

, Habitat

Sebes, muros, hortas, pomares, bermas de caminhos, lugares sombreados.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada em chá para o estômago e para o sangue (purificar o sangue).

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente como comido em saladas. rama de erva de São-Roberto

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erva-formigueira, chá-formigueiro

formigueira, erva-formiga, chá-formigo Chenopodium ambrosioides L.

(Chenopodiaceae)

[ESP / CUL]

, Habitat

Quando espontânea, em sítios húmidos, terrenos arenosos ou salgadiços, bermas de caminhos, hortas, cultivos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada em chá para o estômago, má disposição, barriga (dores de barriga), diarreia e para ajudar a digestão. Referido esporadicamente que para ajudar a passar a má disposição também se pode simplesmente cheirar a planta.

rama de erva-formigueira

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erva-das-feridas, erva-mercúrio, erva-tintureira

betadine, celidónia, erva-mercúria, erva-mercuri, erva-tintura-de-iodo, pecedónia Chelidonium majus L.

(Papaveraceae)

[ESP]

, Habitat

Muros, fendas e sítios frescos e sombreados, sebes, bermas de caminhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A seiva desta planta, que sai ao se cortar um pedaço de caule ou folha, é referida como usada para sarar feridas, aplicando-se directamente sobre os golpes.

, Observações

Referido frequentemente que a seiva arde nas feridas.

folha e flor de erva-das-feridas

seiva de erva-das-feridas

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erva-montã Pulicaria odora (L.) Reichenb. (Compositae)

[ESP]

, Habitat

Matas, pinhais, terrenos incultos e áridos, arenosos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada para os “bechocos”/furúnculos, feridas e inchaços fazendo-se um cozimento e usandose essa água para fazer lavagens na zona afectada, podendo-se também aplicar panos encharcados nessa água ou aplicar as folhas cozidas e ligar em forma de cataplasma. Para os “bechocos” a folha pode igualmente ser aquecida ao lume, por vezes referido como molhada de seguida em azeite quente, aplicada na zona afectada e ligada em forma de cataplasma. A folha é referida ainda como usada para o sangue (limpar e dar força ao sangue) de diversas formas: 1 - bebendo-se o chá; 2 - fazendo-se um cozimento e banhando-se a zona afectada com essa água; 3 - fervendo-se com mel e ingerindo-se. A raiz é referida como usada em chá para o colesterol

erva-montâ

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente que as folhas são igualmente usadas para os inchaços dos animais, cozendo-se e aplicando-se panos encharcados nessa água na zona afectada. 36 | Plantas e Usos Medicinais Populares

, Misturas

Para o colesterol é referido esporadicamente como usada em mistura com folha de nespereira, folha de abacateiro, ervacidreira, chá-príncipe e hortelã.


erva-pinheirinha cavalinha, erva-cavalinha

Equisetum telmateia Ehrh. (Equisetum ramosissimum Desf.) (Equisetaceae)

[ESP]

, Habitat

Lugares húmidos, margens de cursos de água, hortas.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A parte aérea da planta é referida como usada em chá para infecções de bexiga, como diurético, para infecções urinárias em geral, rins (por exemplo para as pedras de rim), próstata e diabetes. É também referida para feridas (cicatrizar feridas) fazendo-se um cozimento e usando-se essa água em lavagens na zona afectada, podendo-se também aplicar uma gaze embebida nessa água.

, Misturas

Em chá é por vezes referida como usada em misturas com avenca, tanchais e “barbas de milho”. erva-pinheirinha

Plantas e Usos Medicinais Populares | 37


erva-pobrezinha

rabo-de-zorra, erva-do-pobrezinho, erva-penuginha, erva-dos-pobrezinhos, ouriços, chá-macaco, pampinela Trifolium angustifolium L.

(Leguminosae)

[ESP]

, Habitat

Arrelvados, margens de campos e caminhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região O espigo, com flores ou já seco, é amplamente referido como usado em chá para a diarreia.

, Observações

A quantidade a usar por chá varia, tendo sido referidos 2, 3, 4, 5 ou 7 espigos.

, Época de floração

De Abril (eventualmente Março) a Agosto.

, Outros Usos Atribuídos

Referido por vezes que os espigos são igualmente usados para a diarreia dos animais fazendo-se um cozimento e dando-se essa água ao animal em forma de beberagem. erva-pobrezinha

38 | Plantas e Usos Medicinais Populares


erva-terrestre erva-restea

Glechoma hederacea L. (Labiatae)

[ESP / CUL]

, Habitat

Quando espontânea, em lugares húmidos e sombrios.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As folhas são referidas como usadas em chá para constipações e tosse.

, Misturas

Referida por vezes como usada em misturas com poejo, erva-cidreira, bela-Luísa, casca de cebola, agriões e figos secos. erva-terrestre

Plantas e Usos Medicinais Populares | 39


erva-turca Mesembryanthemum nodiflorum L. (Aizoaceae)

[ESP]

, Habitat

Terrenos arenosos e pedregosos do litoral, dunas, falésias, salinas.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada para combater a queda do cabelo fazendo-se um cozimento e usando-se essa água para fazer lavagens na zona afectada. A seiva da planta é também por vezes referida para o mesmo efeito, esfregando-se directamente no coro cabeludo. rama de erva-turca

40 | Plantas e Usos Medicinais Populares


esteva

mato-esteva Cistus ladanifer L. (Cistaceae)

[ESP]

, Habitat

Matos, pinhais, terrenos incultos e áridos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região Os botões florais, as pétalas ou as flores são referidos como usados em chá para a diarreia.

, Época de floração De Março a Junho.

, Outros Usos Atribuídos

A rama, as folhas ou mesmo as cápsulas são referidas como condimentares, usando-se no coelho manso para este ficar a saber a coelho bravo. A rama é referida como útil para esfregar os tachos amarelados de modo a tornálos brilhantes. As folhas são ainda referidas como boas para tirar o mau cheiro e o suor dos pés, colocando-se as folhas a cobrir o fundo das botas e calçando-se as botas sem usar meias, mudando-se as folhas dia a dia até a pessoa deixar de suar ou cheirar mal dos pés.

rama de esteva

Plantas e Usos Medicinais Populares | 41


estevão

mato-estevão Cistus populifolius L. (Cistaceae)

[ESP]

, Habitat

Serras, matagais, colinas húmidas e sombreadas.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada para combater a queda do cabelo fazendo-se um cozimento e usando-se essa água para fazer lavagens na zona afectada.

, Observações

Referido por vezes que só se usa esta água para enxaguar a cabeça no final de se lavar a cabeça com sabão ou champô.

, Outros Usos Atribuídos

As folhas são ainda referidas como boas para tirar o suor dos pés, colocando-se as folhas a cobrir o fundo dos sapatos e calçando-se os sapatos sem usar meias. rama de estêvão

42 | Plantas e Usos Medicinais Populares


eucalipto mato-esteva

Eucalyptus sp. (Eucalyptus globulus Labill.)

(Myrtaceae)

[CUL]

, Origem

Eucalyptus globulus é originário da Austrália e Tasmânia.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha de eucalipto é referida como usada para constipações e gripes. Vários métodos são referidos para esse efeito: 1 – chá; 2 – xaropes; 3 – fazer um cozimento e inalar os vapores resultantes do cozimento; 4 - queimar as folhas no quarto da pessoa constipada para esta inalar os vapores.

, Misturas

Em chá é referida como usada em mistura com “pampos” de pinheiro e rama de sarguacinha. Em xaropes é referida como usada em misturas com pinhas pequenas ou rebentos de pinheiro (manso ou bravo), poejo, casca de cebola, casca e sumo de limão, sarguacinha, agriões, figos secos.

, Outros Usos Atribuídos

As cápsulas são referidas como boas para colocar junto da roupa para afastar as traças. A rama serve para desinfectar os galinheiros, sendo colocada pendurada no interior.

rama de eucalipto

Referido esporadicamente que a rama de eucalipto, juntamente com a rama de alecrim, é usada para colocar em banhos de imersão, para relaxar, e que a rama usada em defumadouros serve para afastar os maus espíritos.

Plantas e Usos Medicinais Populares | 43


fel-do-mato Centaurium erythraea Rafn (Gentianaceae)

[ESP]

, Habitat

Matos, bosques, pastagens e arrelvados, colinas secas.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região Toda a parte aérea da planta, quando florida, é amplamente referida como usada em chá para o fígado, vesícula, diabetes, azia (amargura da boca) e estômago (por exemplo dores de estômago). Em alternativa ao chá, para o fígado e para o estômago é esporadicamente referida como usada em maceração em água durante uma noite ou um dia e bebido de manhã em jejum. flores de fel-do-mato

, Observações

O chá do fel-do-mato é muito amargo e há quem diga que não se deve beber muito forte.

, Época de floração De Junho a Agosto.

44 | Plantas e Usos Medicinais Populares


figueira

mato-esteva Ficus carica L. (Moraceae)

[CUL / SUBESP]

, Origem

Planta provavelmente originária do sudoeste da Ásia e trazida pelo Homem para a região Mediterrânea. Cultivada desde tempos antigos, é considerada naturalizada hoje em dia no nosso país, desenvolvendo-se por vezes espontaneamente em terrenos preferencialmente secos e soleados.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região Os figos secos são amplamente referidos como usados em chá para constipações e tosse. Esporadicamente são também referidos alguns xaropes para estas mesmas enfermidades.

, Misturas

Em chá os figos secos são referidos em diversas misturas com carqueja, malvas, casca de amêndoa, sarguacinha, casca de limão, orégãos, hortelã, poejo, rodelas de cenoura, casca de cebola, erva-terrestre, erva-alcar, erva-das-sete-sangrias, flores de sabugueiro. Em xaropes são referidos em diversas misturas com poejo, casca de limão, cebola, sarguacinha, agriões, folhas de eucalipto, rama nova ou pinhas pequenas de pinheiro (manso ou bravo), orégãos.

figueira

, Outros Usos Atribuídos

A cinza de lenha de figueira era utilizada para fazer uma barrela para branquear a roupa branca: era aquecida água e colocada num cortiço, depois punha-se a roupa com um pouco de sabão, por cima colocava-se um pano velho e sobre este um pano de linho (“sarradeiro”), no cimo de tudo deitava-se a cinza da lenha de figueira (é melhor pois é fina) e por último deitava-se água quente por cima e deixava-se ficar a descansar de um dia para o outro; no outro dia de manhã a roupa era então lavada numa ribeira. Os figos das figueiras bravias são usados para “dar o toque” às figueiras mansas. “Dar o toque”: os figos da figueira bravia não são bons para comer, mas quando estão feitos colocam-se vários numa linha (em forma de rosário), ata-se e pendura-se nos troncos das outras figueiras (as que dão figos para comer), e assim os figos dessas figueiras vão ficar mais saborosos e não vão criar bicho. Referido ainda que há quem faça licor de folha de figueira.

Plantas e Usos Medicinais Populares | 45


freixo Fraxinus angustifolia Vahl (Oleaceae)

[ESP / CUL]

, Habitat

Margens de cursos de água, planícies inundáveis, bosques de árvores de folha caduca.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada em chá para o reumático e para problemas do ácido úrico (por exemplo Gota).

, Outros Usos Atribuídos

O pau de freixo é bom para fazer cajados. Referido que “o cajado bom para pastores usarem é o de pau de freixo pois o pastor em se deitando com ele debaixo da cabeça nenhum bicho (cobras, lagartos, etc.) lá se chega”. Referido que as folhas são usadas para as mordeduras de víboras em animais fazendo-se um cozimento e aplicando-se na zona da mordedura panos encharcados nessa água. Fraximus_ha – freixo

46 | Plantas e Usos Medicinais Populares


hortelã

hortelão, hortelã-mansa Mentha spicata L.

(Labiatae)

[CUL]

, Origem

Planta originária da Europa.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada em chá para as lombrigas e para a má disposição. Para as lombrigas são também referidos outros métodos: 1 – picar a rama, adicionar leite cru (de vaca ou cabra), deixar macerar uma noite e beber; 2 - comer a rama; 3 – ferver a rama em leite e ingerir tudo.

, Misturas

Em chá para a má disposição referido esporadicamente que pode ser usada juntamente com erva-de-São-Roberto, ervacidreira, bela-Luísa e malvas.

, Outros Usos Atribuídos

Usada como condimentar na açorda, açorda de bacalhau, no grão, caldo de carne, em sopas (por exemplo sopas de pão, canja, sopa de alho). Tal como para as pessoas a hortelã é referida para as lombrigas dos animais fazendo-se um cozimento juntamente com folhas de pessegueiro e folhas de oliveira e dando-se essa água ao animal em forma de beberagem. Referido ainda como sendo usada para os animais “empanzinados” fazendo-se um cozimento com azeite e vinagre e dando-se então essa água em forma de beberagem.

Mentha viridis – hortelã

Plantas e Usos Medicinais Populares | 47


hortelã-pimenta Mentha x piperita L. e Mentha x piperita L. citrata (Ehrh.) B.Boivin (Labiatae) [CUL]

, Origem

Estas plantas são híbridos resultantes do cruzamento de outras espécies do género Mentha sendo a sua origem um pouco controversa ou mal definida. São plantas estéreis pelo que só se encontram em locais onde foram plantadas.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada em chá para o estômago (por exemplo dores de estômago), barriga e para ajudar a digestão.

, Outros Usos Atribuídos

rama de hortelã-pimenta (Mentha piperita)

rama de hortelã-pimenta (Mentha piperita citrata) 48 | Plantas e Usos Medicinais Populares

Referido esporadicamente que a hortelãpimenta é boa para limpar os restos da placenta após o parto de um animal fazendo-se um cozimento e dando-se essa água ao animal em forma de beberagem. Referido ainda que há quem faça licor de hortelã-pimenta.


jambujeiro, jambujo zambujeiro, zambujo

Olea europaea L. var. sylvestris Brot.

(Oleaceae)

[ESP]

, Habitat

Bosques, sebes, terrenos pedregosos e secos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama ou os “pampos” são referidos como usados para as anginas fazendose um cozimento e de seguida usando-se essa água para fazer gargarejos.

, Misturas

Referido por vezes que pode ser usado em mistura com “pampos” de silva e parte aérea de diabelha.

jambujeiro

rama de jambujeiro Plantas e Usos Medicinais Populares | 49


laranjeira Citrus sinensis (L.) Osbeck (Rutaceae)

[CUL]

laranjeira-azeda Citrus aurantium L. (Rutaceae)

, Origem

[CUL]

Plantas de origem não exactamente conhecida, provavelmente originárias do sul da Ásia, da China ou norte- nordeste da Índia.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As flores e as folhas são referidas como usadas em chá para os nervos.

, Observações

Para recolher as flores colocam-se panos debaixo da árvore e deixa-se que as flores caiam por si só em cima dos panos.

, Época de floração De Março a Abril.

citrus senensis – laranjeira

50 | Plantas e Usos Medicinais Populares


limoeiro

zambujeiro, zambujo Citrus limon (L.) Burm.f. (Rutaceae)

[CUL]

, Origem

Planta originária do sudeste da Ásia, mas de origem concreta incerta, possivelmente da China.

, Usos Medicinais na Medicina

Popular da Região citrus senensis – laranjeira

A casca de limão é referida como usada em chá para constipações e tosse, sendo esporadicamente referido que se acrescenta leite ao chá. São também referidos alguns xaropes para curar estas mesmas enfermidades, por vezes acrescentando também sumo de limão. É referido que o sumo de limão, juntamente com mel ou água-mel velha, é ingerido para igualmente curar constipações e tosse. O limão inteiro é referido esporadicamente como usado em chá ou xarope para as constipações.

, Misturas

O limão, quer inteiro quer em casca ou sumo, é referido como usado em diversas misturas. Em chá é usado em misturas com carqueja, malvas, casca de amêndoa, sarguacinha, figos secos, orégãos, hortelão, poejo, casca de cebola, “pampos” de pinheiro-bravo, folha de pita (Aloe vera), alecrim, pelicão (Hypericum perforatum L.), sarguacinha.

Citrus limon – rama de limoeiro

Em xaropes é referido juntamente com figos secos, poejo, cebola, orégãos, rama nova, pinhas pequenas ou rebentos de pinheiro (manso ou bravo), folha de eucalipto, sarguacinha, agriões.

Plantas e Usos Medicinais Populares | 51


louro Laurus nobilis L. (Lauraceae)

[CUL / ESP]

, Habitat

Espontânea em matas, lugares sombrios e margens de cursos de água. Na região é essencialmente plantada em hortas e quintais.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada em chá para aliviar a bebedeira.

, Outros Usos Atribuídos

A folha é usada como condimento em diversos pratos. folhas de louro

52 | Plantas e Usos Medicinais Populares


malva

zambujeiro, zambujo Lavatera cretica L. / Malva parviflora L. / Malva spp.

(Malvaceae)

[ESP]

, Habitat

Campos cultivados e incultos, sebes, bermas de caminhos, hortas, entulhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As folhas são referidas como usadas em chá para infecções internas, estômago, intestinos e constipações. Para as constipações é também referida esporadicamente em xarope. As folhas são também referidas como usadas externamente para diversos tipos de infecções externas, para desinfectar feridas, para inchaços e infecções genitais, fazendo-se o cozimento e aplicando-se essa água em lavagens na zona afectada, sendo referidas algumas variações de aplicação: 1 - lavagens; 2 - aplicação de panos encharcados nessa água; 3 - lavagens, aplicação das folhas cozidas e ligar com um lenço em forma de cataplasma; 4 - receber os vapores do cozimento na zona afectada e lavagens. Ainda para as feridas é referido esporadicamente que a folha é pisada e aplicada directamente sobre o golpe.

, Misturas

Em chá é referido esporadicamente como podendo ser usada com alfavaca-de-cobra, tanchais, bela-Luísa, erva-cidreira, carqueja, casca de amêndoa, sarguacinha, figos secos, casca de limão, orégãos, hortelã, poejo.

rama de malva

Para os inchaços é por vezes referida em mistura com erva-alcar ou tanchais. Em xarope para as constipações é referida em mistura com sarguacinha, poejos e pinhas pequenas de pinheiro.

, Outros Usos Atribuídos

Referida por vezes como usada para curar animais “empanzinados” fazendo-se um cozimento e dando-se então essa água ao animal em forma de beberagem. Referido esporadicamente que cozer as folhas e lavar a cabeça com essa água faz aloirar o cabelo. Antigamente as crianças usavam os frutos imaturos em brincadeiras como sendo bolinhos. Plantas e Usos Medicinais Populares | 53


marcela Chamaemelum nobile (L.) All. var. discoideum (Compositae)

[ESP]

, Habitat

Campos cultivados e incultos, caminhos, arrelvados húmidos, areias.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região

rama de marcela

, Observações

Referido frequentemente que o chá de marcela é muito amargo.

, Época de floração De Abril a Setembro.

, Outros Usos Atribuídos

Referida como sendo usada para curar as vacas “empanzinadas” fazendo-se um cozimento juntamente com alfavaca-de-cobra e uma cebola inteira sem casca, adicionando-se depois uma colher de azeite e dando-se então essa água ao animal em forma de beberagem. Cozer as flores e lavar a cabeça com essa água faz aloirar o cabelo.

54 | Plantas e Usos Medicinais Populares

As flores são referidas como usadas em chá para o fígado, azia (amargura da boca), vesícula, má disposição, estômago (por exemplo dores de estômago), diabetes e febre. Em alternativa as flores são por vezes referidas em maceração em água durante a noite e bebido no outro dia em jejum. Esporadicamente é ainda referido que as flores são engolidas com um pouco de água em jejum. As flores, ou toda a parte aérea, são ainda referidas como usadas para os inchaços fazendo-se um cozimento e usandose essa água para fazer lavagens na zona afectada e aplicando-se panos encharcados nessa água.

, Misturas

Em chá, para o estômago e para a má disposição, é referido esporadicamente como podendo ser usada com chá-príncipe, bela-Luísa, fel-do-mato. Em chá para a diabetes é referido esporadicamente como podendo ser usada com chádo-médo.


marcela-mourisca zambujeiro, zambujo Achillea ageratum L. (Compositae)

[ESP]

, Habitat

Campos cultivados e incultos, pousios, bermas de caminhos, lugares húmidos, areias.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As flores são referidas como usadas para inchaços e feridas fazendo-se um cozimento e usando-se essa água para fazer lavagens ou para aplicar panos encharcados nessa água na zona afectada.

, Época de floração De Abril a Setembro.

, Outros Usos Atribuídos

Tal como para as pessoas, a marcelamourisca é referida para inchaços e feridas dos animais, assim como para lavar os porcos depois de capados (para não infectar), fazendo-se um cozimento e usando-se essa água para fazer lavagens na zona afectada. Referida como sendo usada para curar animais “empanzinados” fazendo-se um cozimento e dando-se então essa água ao animal em forma de beberagem.

rama de marcela-mourisca

Plantas e Usos Medicinais Populares | 55


marmeleiro Cydonia oblonga Mill. (Rosaceae)

[CUL]

, Origem

Planta originária da Ásia central e sudoeste.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada em chá para baixar a tensão.

, Misturas

Referido por vezes como usada em mistura com folhas de oliveira.

rama de marmeleiro

56 | Plantas e Usos Medicinais Populares


medronheiro

zambujeiro, zambujo Arbutus unedo L. (Ericaceae)

[ESP]

, Habitat

Matos, pinhais, bosques, encostas pedregosas.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A raiz ou os ramos jovens são referidos como usados em chá para o colesterol.

, Outros Usos Atribuídos

Do fruto confecciona-se aguardente de medronho e doce de medronho.

rama de medronheiro

Plantas e Usos Medicinais Populares | 57


memendro Hyoscyamus albus L. (Solanaceae)

[ESP]

, Habitat

Terrenos secos e incultos, muros, bermas de campos e caminhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As sementes são referidas como usadas para as dores de dentes. Alguns métodos diferentes são referidos para esse efeito: 1 – fazer um cozimento e receber os vapores do cozimento nos dentes; 2 – aplicar as sementes directamente no dente que dói; 3 – colocar as sementes sobre as brasas e receber os vapores da queima nos dentes. folhas e flores de memendro

58 | Plantas e Usos Medicinais Populares


milho Zea mays L. (Gramineae)

[CUL]

, Origem

Planta originária da América Central.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região As “barbas de milho” são referidas como usadas em chá para ajudar a urinar (como diurético), para infecções urinárias em geral, inflamações da bexiga e rins.

, Misturas

Referida por vezes em misturas com pés de cereja, raiz de morangueiro, erva-dassete-linhas, erva-pinheirinha, alfavacade-cobra.

Zea-mays_barbas – basbas de milho

Plantas e Usos Medicinais Populares | 59


nespereira Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. (Rosaceae)

[CUL]

, Origem

Planta originária da China e do Japão.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada em chá para baixar o colesterol.

, Misturas

Referido por vezes em misturas com erva-montã, folha de abacateiro, ervacidreira, chá-príncipe, hortelã, flores de carqueja. nêsperas

folhas de nespereira 60 | Plantas e Usos Medicinais Populares


néveda Calamintha baetica Boiss. & Reuter (Labiatae)

[ESP]

, Habitat

Lugares secos e áridos, sebes, bermas de caminhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada para as dores de dentes, amachucando-se a folha e aplicando-se directamente no dente que dói, podendo-se adicionar uma pedra de sal após amachucar a folha e só depois colocar no dente. Esporadicamente é ainda referido para as dores de dentes mastigar-se a rama ou aplicar as sementes directamente no dente que dói.

, Observações

Referido frequentemente que é necessário ter muito cuidado no uso desta planta pois faz estalar e rebentar os dentes, devendo a aplicação ser breve. rama de néveda

Plantas e Usos Medicinais Populares | 61


nogueira Juglans regia L. (Juglandaceae)

[CUL]

, Origem

Planta originária do sudeste da Europa e da Ásia ocidental e central, desde a Grécia até aos Himalaias.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada para combater a queda do cabelo e para fortalecer o cabelo, fazendo-se um cozimento e lavando-se a cabeça com essa água.

, Misturas

Referido esporadicamente em mistura com erva-montã. rama de nogueira

, Observações

Referido por vezes que se tem de ir aplicando ao longo do tempo para dar resultado, e que não deve ser muito carregado pois pode queimar o coro cabeludo.

62 | Plantas e Usos Medicinais Populares


oliveira Olea europaea L. var. europaea

(Oleaceae)

[CUL]

, Origem

Planta originária do oeste da Ásia e do norte de África.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A folha é referida como usada em chá para baixar a tensão arterial.

, Misturas

Referido por vezes como usada em mistura com folha de marmeleiro ou rama de alecrim.

olea europea – rama de oliveira

, Observações

Referido frequentemente que se deve usar número ímpar de folhas (3, 5 ou 7).

, Outros Usos Atribuídos

Referida como sendo usada para as lombrigas dos animais fazendo-se um cozimento juntamente com folhas de pessegueiro e hortelã e dando-se essa água ao animal em forma de beberagem.

Plantas e Usos Medicinais Populares | 63


orégão Origanum virens Hoffmanns. & Link (Labiatae)

[ESP]

, Habitat

Terrenos secos, sebes, margens de campos e caminhos.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada em chá para a tosse e constipações. Esporadicamente são também referidos alguns xaropes para estas enfermidades.

, Misturas

Em chá é por vezes referido como usado em misturas com poejo, “pampos” de pinheiro-bravo, limão inteiro ou casca, casca de cebola, folha de pita (Aloe vera), alecrim, pelicão (Hypericum perforatum L.), sarguacinha, erva-terrestre, flores de carqueja, folhas de malva, casca de amêndoa, figos secos, hortelã. Em xaropes é referido como usado em misturas com poejo, cebola, casca de limão, figos secos, pinhas pequenas de pinheiro (manso ou bravo).

flores de oregãos

, Outros Usos Atribuídos

Usado como condimentar nos caracóis, em azeitonas, em saladas, salada de alface, salada de tomate, salada de pepino, batata de azeite, batatas cozidas, no gaspacho, no peixe cozido, cavalas cozidas, caldeirada.

64 | Plantas e Usos Medicinais Populares

, Observações

Os orégãos são geralmente apanhados na época em que estão floridos, ou seja de Junho a Setembro.


ortigões

ortigas, urtigas, urtigão Urtica membranacea Poir. / Urtica dioica L.

(Urticaceae)

[ESP]

, Habitat

Hortas, pátios, muros, sebes, lugares cultivados, húmidos ou sombrios.

, Usos Medicinais na Medicina Popular da Região A rama é referida como usada para o reumatismo (dores reumáticas). Alguns métodos diferentes são referidos para esse efeito: 1 – bater a rama fresca, que pica, na zona afectada; 2 – chá; 3 – pisar a rama até ficar numa pasta e aplicar essa pasta directamente na zona afectada.

, Outros Usos Atribuídos

Referido esporadicamente que as folhas são boas para fazer esparregado e comer.

rama de ortigões

Plantas e Usos Medicinais Populares | 65


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