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A CAMA DE PROCUSTO AUGUSTO CANEDO 19.11 24.12 2021
Dado que o processo aqui usado não permite o retoque do desenho após a aplicação da cera de abelha, o caminho a seguir só poderia ser a desconstrução de cada desenho e a sua reconstrução através dum processo de colagem. O resultado obtido, embora não correspondesse ipsis verbis, a ideia original, como se compreende na fenomenologia do processo criativo, manteve-se contudo algo do essencial… Ao aceitar o resultado obtido, e admitindo que é nesse diálogo que tudo acontece ao tirar partido de cada detalhe, acidente ou erro, o trabalho seria deixar atentamente acontecer, mas liberto da tirania da ideia original, predefinida.
A CAMA DE PROCUSTO Esta série resulta de uma tentativa frustrada na persecução de uma ideia predefinida para um conjunto de trabalhos a realizar. A impossibilidade em transpor a ideia para a obra, sem nos confrontarmos com a oposição da matéria e portanto, com o facto de ter que aceitar e explorar o resultado dessa relação, resultou na apresentação desse work in progress, composto por cerca de 70 desenhos com 200 x 100 cm.
Sendo a arte a máxima expressão da liberdade, poderei concluir: ainda bem que me enganei… Esses desenhos iniciais deram origem à série ABSENT. Estes, sendo a reciclagem de todo o material ainda não utilizado, refletem a ausência do medo de errar, a assunção do jogo da desconstrução. Um caminho da angústia ao prazer… onde se sabe à partida, que tudo tem o seu lugar. A ideia de “quadro”, funciona como metáfora do mito a cama de Procusto.
Augusto Canedo
A CAMA DE PROCUSTO AUGUSTO CANEDO
FICHA TÉCNICA Curadoria Fernando Gaspar Francisco Providência Paulo Neves Mário Marnoto Design Providência Design © 2021, Aveiro
CATÁLOGO Série "A cama de Procusto" 20 x 20 cm (21 módulos) Técnica mista: colagem, cera de abelha, tinta acrílica sobre papel 2021
AUGUSTO CANEDO
Augusto Canedo, reside entre a cidade do Porto e V. N. Cerveira. Licenciado pela Faculdade de Belas Artes em 1985. No biénio 1992/94, realizou o curso de doutorado, na Universidade de Salamanca e inscreveu para leitura, a tese “Fenomenologia do comportamento criativo”. Inicia a carreira de docente em 1983 no ensino secundário, tendo ainda sido assistente (disciplina de Pintura) entre 1985 /1990 na ESAP (Escola Superior Artística do Porto) e entre 1997/2002, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. A sua atividade estendeu-se ainda à dinamização de diversos projetos, designadamente desde 1994 da POR AMOR à ARTE (galeria), na direção da Associação Projecto, ndc, como diretor
artístico da Bienal de Cerveira entre 2008 e 2013, da revista Bombart e do Parque de Esculturas da Porta do Mezio (Gerês). A sua mais recente exposição individual em 2015, intitulada: no comment/serie “a banalidade das imagens” realizou-se na galeria Serpente - Porto. Realizou exposições individuais e participou em coletivos em Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, Alemanha, Grécia, Áustria, Suécia, Macau, Angola, Brasil, Perú, Estados Unidos, Canadá. A sua obra integra coleções públicas e privadas, destacando-se a Câmara Municipal de Matosinhos, Museu da Bienal de Cerveira, Museu dos Correios – Salvador (Br), Coleção MAPFRE, Banco Comercial de Macau, Caixa Agrícola – Vila Nova de Cerveira, Coleção Arte Erótica Câmara Municipal de Gondomar, Prémio Baviera / (BMW), Museu de Arte Contemporânea de Stutgard (Alemanha), Coleção Caixa Agrícola / Viana do Castelo, Museu de Ovar. Foi distinguido com os seguintes Prémios: 2015 - Menção Honrosa - 1ª Bienal de Gaia; 2008 - Aquisição XII Bienal de Cerveira; 2002 Prémio Baviera, Museu da Alfandega do Porto; 2001 - 1° Prémio "Arte Erótica" - Argo, Câmara Municipal de Gondomar; Prémio Aquisição XXI Bienal internacional de Arte de Cerveira; 1995 Prémio Almada Negreiros, Fundação MAPFRE Vida; 1993 - Prémio "Revelações 93", Banco Comercial de Macau, Galeria Árvore; 1990 Prémio Edição, II Bienal de Gravura da Amadora; 1985 - Prémio Augusto Gomes, Câmara Municipal de Matosinhos; 1984 - Prémio Revelação IV Bienal internacional de Arte de Cerveira; 1983 – Prémio Aquisição - Augusto Gomes, C. M. Matosinhos.
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