Azulão - Fanzine da Fúria Azul

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Foto galeria furiosa

EDITORIAL O Azulão está de volta

Estrela da Amadora x C.F. “os Belenenses” 2018-2019 Mem Mart

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Após algum tempo de inatividade fruto de toda uma conjuntura que como bem sabemos, ao longo dos últimos anos afetou gravemente o nosso clube e todos os belenenses, é com um orgulho imenso que anunciamos o regresso de mais uma edição da nossa fanzine, o Azulão! Nesta edição começaremos pelo regresso do nosso mágico Belém às competições europeias de andebol e iremos também recordar o último “away day” dos tempos antes da pandemia, jogo a contar para a Taça da AF Lisboa que ficou na memória de todos Belenenses pela festa de futebol popular que ali se viveu, em dia de Taça. Posto isto, temos um artigo sobre os Bukaneros 1992, grupo ultra afeto ao Rayo Vallecano, clube do bairro operário de Vallecas, nos subúrbios de Madrid, e para finalizar deixamos um artigo especial, um relato da experiência de um furioso que acompanhou bem de perto o derby da cidade de Hamburgo, entre o FC Sankt Pauli e o Hamburg SV, junto dos Ultras do Sankt Pauli. A próxima edição do Azulão está já em andamento e sem revelar muito, podemos adiantar que tem artigos sobre o Cartão do Adepto (a última medida repressora sobre os ultras e todos os adeptos de futebol), mais uma aventura da Fúria Azul On Tour a experienciar um away day na Europa, a actividade da Fúria nos últimos jogos e muito mais que logo ficarás a saber!

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Trajouce x C.F. “os Belenenses” 2018-2019

Assim, apelamos a todos os leitores que estejam atentos e que se ainda não o fizeram, que juntem a sua voz e o seu apoio ao nosso! Faz-te sócio, junta-te à Fúria Azul!

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Movimento Ultra crónicas contra o futebol moderno Agosto vai longo. A época está a começar. Esperámos muito tempo por estes dias. Campeonato, competições europeias, taças domésticas, estádios cheios a vibrar. Tudo a postos para muitos meses de alegrias, tristezas, camaradagem e muito apoio ao nosso clube. Por este mundo fora os estádios começam a receber milhares e milhares de pessoas. A malta reagrupa-se para apoiar o seu clube. É a festa do futebol, mas não só. Festa que infelizmente tem sofrido muitos revezes. Festa que cada vez mais se tem tornado num chamariz para quem quer lucrar com os apaixonados, com os “doentes”, com os que largam tudo para ver o seu clube. A cada dia que passa, o futebol, e o desporto em geral, move-se por interesses exclusivamente económicos. São os agentes, são os investidores, são os governos, é a corrupção transversal num mundo cada vez mais obscuro. O acesso ao desporto está cada vez mais difícil, limitado e elitista. Por outro lado, o adepto tem sofrido cada vez mais restrições, imposições e preços de bilhetes inacessíveis. Há quem diga que é o processo normal do desenvolvimento do desporto e do futebol. Pois, nós dizemos que não. Nós dizemos que o desporto tem que ser para todos e o futebol não pode ser um negócio cego, onde a obtenção de lucro é o único objectivo. Porque a bola também tem que ser política, não nos resignamos a estes factos. Não queremos o caminho do futebol negócio. Por isso nos assumimos contra o futebol moderno, contra os preços altos dos bilhetes, contra a influência das tv´s nos dias e horários dos jogos, contra a brutalidade policial sobre os adeptos, 4

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contra a transformação de uma paixão num negócio asqueroso, sem escrúpulos e prejudicando o adepto e os grupos ultra. O futebol não é um cinema. Não queremos nem pipocas nem nougat´s. Queremos cantar, saltar, vibrar com o nosso clube. Queremos poder estar enquanto grupo ultra que somos. Queremos a pirotecnia para colorir esta festa. Queremos sorrir, chorar, sentir um clube que é nosso (do princípio ao fim). Queremos liberdade !!!! E não estamos sós nesta luta que se tem travado por todo o mundo. Mesmo aqui ao lado, no estado espanhol, mais concretamente no bairro de Vallekas, Madrid, existe uma rapaziada que sente o seu clube de bairro de uma forma apaixonada e unida. Apaixonada, pois numa cidade onde existem tantos clubes comerciais eles apenas defendem o seu Rayo Vallecano. Unida, pois toda a gente não se envolve apenas em torno do clube mas também nos problemas do bairro e da sua comunidade.

bairro o Rayo Vallecano é sem dúvida um dos melhores exemplos que podemos dar. Esta unidade é tão transversal que até os jogadores participam nos protestos organizados pelo grupo e pela população. Sem dúvida alguma quando falamos do Rayo Vallecano e do seu grupo, Bukaneros, não falamos apenas do seu estádio, falamos de um bairro em peso que defende com unhas e dentes um futebol melhor e para todos, uma sociedade mais justa, livre do racismo e do fascismo. Este espírito de classe, este espírito bairrista é sobejamente demonstrado no apoio incondicional a Alfon. Companheiro de bancada dos Bukaneros foi injustamente encarcerado numa das muitas lutas travadas, fora do estádio, por uma sociedade mais justa e solidária. Prontamente, as fileiras de Vallekas, com os Bukaneros na vanguarda da solidariedade, demonstraram ao mundo o que se passava no seu bairro. Existem diversos exemplos onde o futebol surge como elemento agregador da comunidade, como por exemplo o apoio a

uma “vizinha” do bairro, senhora de alguma idade, que estava prestes a ser despejada. Prontamente o bairro uniu-se e tanto o clube como a população conseguiram evitar que a senhora ficasse sem tecto. Com centenas e centenas de sócios é na bancada que o grupo faz diferença. Jogos em casa ou jogos fora, os Bukaneros seguem o seu clube para todo o lado. No seu estádio passam os 90 minutos a cantar, a apoiar de uma forma vibrante. Muitas vezes são ecoados protestos contra o estado actual do futebol espanhol e em especial contra o presidente da Liga de Futebol Profissional, o mafioso Javier Tebas, pela repressão exercida sobre o movimento ultra, e em especial grupos com tendências mais à esquerda e que se manifestam contra o futebol moderno. Por isto tudo a diversos ultras da Fúria Azul fizeram-se representar em Vallekas por algumas vezes, de modo a poder “beber” um pouco deste espírito. Levámos a nossa solidariedade ultra até aos Bukaneros, onde foi distribuído o Azulão, muitos autocolantes e, numa das vezes, deixouse um cachecol dos 30 anos. Inclusive a nossa presença chegou a ser anunciada nos microfones do estádio. Existe uma amizade entre elementos dos Bukaneros e alguns elementos da Fúria Azul que, acreditamos nós, só fortalece o movimento ultra contra o futebol moderno. “Por ello no entendemos ver un partido en Vallekas sentados en nuestra localidad o un partido como visitante viéndolo por televisión. Para cada uno de nosotros el color franjirojo significa seguirlo, animarlo y alzarlo junto a cada compañero del grupo, compañero de buenos y malos momentos en tantas horas de convivencia”

Falamos dos Bukaneros que desde 1992 formam fileiras no seu estádio, nas ruas, nas suas casas em torno da causa rayista. Uma causa que parte do futebol, como elemento agregador, para as ruas, para cada casa do bairro, para a comunidade. Quando falamos de clubes de

in bukaneros.org

CONTRA O FUTEBOL MODERNO !!! VIVA A FÚRIA AZUL !!! VIVA O CF os BELENENSES !!! AZULÃO - fanzine da Fúria Azul

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No sábado de 22 de fevereiro, estava marcado para as 15h os Oitavos-de-Final da Taça da AFL. O dia começou cedo para a maioria dos adeptos, que tinham lugar marcado nos autocarros disponibilizados pelo clube para a deslocação ao terreno do Vila Franca do Rosário. Uma manhã muito bem passada em que que o convívio se fez sentir entre a rapaziada que se ia aglomerando no Restelo, enquanto se preparavam as geleiras e o material de apoio ao mágico Belém. As saudades duma deslocação deste tipo eram muitas embora o trajeto fosse apenas até ao concelho de Mafra. Afinal de contas, na última época e meia o mais longe que nos temos deslocado tinha sido num raio de 20 kms do estádio do Restelo. Saímos de Belém perto das 13h00, a viagem durou menos de uma hora com muita animação pelo caminho e quando chegámos ainda houve tempo para hidratar e beber (várias) cervejas no café mesmo ao lado da entrada do estádio. Como se comemoravam as festividades do Carnaval vários adeptos e ultras entraram no recinto

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com perucas afro azuis que deram um bonito colorido ao complexo desportivo do V.F. do Rosário.

Quanto ao jogo em si, o nosso Belenenses entrou bem, cauteloso e o empate era um resultado justo ao intervalo face às oportunidades criadas. Na 2ª parte as coisas mudaram, as linhas subiram, os laterais apareceram no jogo e numa bonita jogada iniciada nos primeiros vinte metros chegámos ao golo com uma boa finalização do ponta de lança, Botas ou melhor “Botigol”. Na jogada a seguir ainda falhámos o 2-0 de forma surreal e até ao fim fomos inteligentes, sabendo gerir a vantagem. O resultado final foi justo, com a vitória da melhor equipa em campo. Por último, destacar a forma exemplar como o Vila Franca do Rosário nos recebeu e que até nos disponibilizou metade

da bancada sem que fosse obrigado a tal. Os Belenenses souberam retribuir a receção e fez-se desta tarde um verdadeiro hino ao futebol popular.

Com a entrada das três equipas em campo, deu-se então início à coreografia preparada pelas mãos dos nossos ultras no decorrer da semana e com o típico espetáculo pirotécnico azul pelo meio. A Fúria foi cantando a espaços, subindo de tom com o aquecer do jogo. Com este ritmo e muita cerveja devido ao calor, ao intervalo já ninguém calava os furiosos que até no Bar situado por baixo da bancada faziam a festa. A segunda parte foi de tal forma vibrante na bancada, que durou 70 minutos seguidos a cantar... foram 45 minutos de jogo, 5 de descontos e outros 20 minutos após o apito final sem arredar pé da bancada. Um verdadeiro festival ultra numa tarde com um calor abrasador que mais parecia Verão.

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o nosso clube as nossas regras

FĂşria Azul Ultras Belenenses


No final de janeiro, vim para Hamburgo para a realizar um estágio, no âmbito do programa Erasmus, mas sobretudo ter novas experiências fora de casa. É claro que uma das primeiras questões que se colocou foi – “Então e a bola agora?”. Lá bem no Norte da Alemanha, Hamburgo é a casa de 2 clubes rivais: o Hamburg SV (HSV) e o FC Sankt Pauli (FCSP). Embora o Hamburg SV tenha sido até há 2 anos o único clube alemão que nunca descera de divisão, detentor de uma Liga dos Campeões e vários troféus nacionais incluindo 6 campeonatos e 3 taças, e um estatuto respeitado no futebol europeu e alemão, foi o FC Sankt Pauli que decidi acompanhar obviamente. Mas porquê? Para aqueles que não conhecem, o FC Sankt Pauli é um clube originário do bairro com o mesmo nome e nunca venceu qualquer título nacional. No entanto, é fora do campo e nas bancadas que os seus adeptos vencem sempre. Tendo como pilares o anti-fascismo, antirracismo, a anti-homofobiia, antisexismo, a igualdade de género, é um clube ativo na vida social da sua comunidade e a sua identidade advém e está bem vincada aqueles que o defendem e que o vivem – os seus ultras e adeptos, a gente do seu bairro! Dentro do mundo ultra, tanto o clube como o seu grupo principal, a Südkurve, fundado em 2002, dispensa qualquer tipo de apresentações, sendo são respeitados e seguidos internacionalmente. 10

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No meu primeiro mês por aqui, tive o privilégio de assistir a vários jogos em casa, no Millerntor, junto da Südkurve, e de conviver com seus ultras quer no sector, quer no mítico Jolly Roger, o pub do Sankt Pauli. Ao longo da minha experiência dentro e fora do estádio é de salientar a enorme repressão que o grupo ultra vive, particularmente um controlo digital efetuado pelas autoridades que filmam regularmente os ultras com câmaras para que nunca lhes faltem imagens sobre o que se suceda... Contudo, o tema deste artigo é sem dúvida o derby de Hamburgo, no qual estive presente e que se jogou no passado dia 22 de fevereiro! Como disse anteriormente, até há 2 anos o HSV nunca tinha descido de divisão, o que lhe dava um estatuto único na Alemanha e que tornava bastante difícil os encontros com o seu eterno rival a não ser em jogos a contar para taça. A última vez que ambas as equipas se defrontaram havia sido em 2011, num jogo que o FCSP venceu pela vantagem mínima no estádio do HSV.

Sete anos depois, com a trágica despromoção do HSV, ambos os clubes voltariam a militar na mesma divisão. Nessa época de 2018/19, o tão esperado primeiro derby não foi além de um empate a zeros. Na segunda volta, HSV venceu por 0-4 na casa do FCSP. Na presente época 2019/20, na primeira volta do campeonato e no primeiro derby do ano, foi o FCSP quem levou a melhor, vencendo por 2-0 em casa, numa partida que contou com uma atmosfera vibrante e um fantástico espetáculo pirotécnico e coreografias de ambos os lados. Chegamos então ao segundo derby da época, a ser jogado em casa do HSV, no Volksparkstadion, numa altura em que o HSV ocupava a 3ª posição, lutando pela promoção, e o FCSP a 13ª posição, tentando apenas ir vencendo. Como bem sabemos um derby é um derby e uma vitória vale sempre pela época inteira. Além disto, o facto de o HSV estar muito perto da promoção, após duas épocas na Bundesliga 2, torna ainda mais especial este jogo, pois poderá ter sido o último nos próximos anos, a não ser que o sorteio da Taça dite o contrário. Relativamente ao derby em si, a partida estava marcada para as 13h de um sábado, mas como é típico num derby, tudo começou bem antes. Durante a semana os Ultras do Sankt Pauli foram preparando uma coregorafia e à medida que os dias iam passando, a ansiedade ia crescendo.

N o sábado, o dia do derby começou bem cedo. Pelas 08h30 enocontrámo-nos no estádio, no sector da Südkurve. A ideia era fazer um aquecimento pré-derby, em que cantámos quase 1h e se ia convivendo, virando já muitas garrafas de cerveja. Posto isto, num enorme cortejo à chuva, de comboio e com alguma pyro a dar luz e cor numa manhã nublada e cinzenta, prosseguimos até ao estádio do HSV. U ma vez mais, vi de perto a tal re-

pressão digital efetuada através das filmagens, que referi mais acima. Quando chegámos, além da polícia e de adeptos do FCSP, não havia ninguém do clube da casa à nossa espera.

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Relativamente ao jogo em si, a equipa da casa entrou fortíssima econstando o adversário às cordas nos primeiros 15min. da partida, atingindo uma vez a barra e outra o poste. Mesmo sob esta pressão, os Ultras Sankt Pauli puxavam intensamente pela equipa, que respondeu num contra-ataque fazendo o golo! Loucura total na bancada.

Após uma revista normal, para a expectativa que tinha devido ao jogo que era, entrámos no moderno estádio e a tristeza era geral... era proibida a venda de cerveja. No entanto, lá nos dirigimos para a bancada para compor o sector visitante e montar a coreografia. Com o estádio cheio e a entrada das 3 equipas em campo, o ambiente cresceu e intensificou-se. Do nosso lado uma coreografia composta por muitas bandeiras castanhas e brancas e um tifo com o emblema do clube fazendo-nos ouvir e bem gritando desde o anel superior. Do lado dos Ultras da casa, um enorme tifo com o nome do clube e um bom espetáculo pirotécnico com potes de fumo azuis e uma boa tochada.

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O apoio tornou-se ainda maior e os cânticos ecoavam e bem pelo estádio. Nem 10 minutos depois, numa jogada de insistência e com um remate rasteiro fora da área, o FCSP fazia o segundo golo. Mais uma vez, a insanidade era geral. Ninguém acreditava que vencíamos por duas bolas a zero.

A o s o a r o a p ito final, foi a vez dos ultras do Sankt Pauli faz ere m o s e u e sp e t á c u l o pi roté c ni c o c om uma bela tochada e a uma tarja provocatória onde se lia “Hamburg ist Braun Weiss” (Hamburgo é castanho e branco). Vitór i a p or 0 - 2 no d e r by e g r ande s fe ste j o s na bancada durante largos minutos e também à saída do estádio. Um dia inesquecível num derby épico. Os cânticos de apoio, intercalados com os típicos insultos aos rivais eram a banda sonora do estádio e a equipa crescia dentro do campo, chegando me s mo a f a z e r o terceiro golo, que infelizmente foi anulado pelo VAR. Quase apáticos, os ultras do HSV pouco se ouviam e apoiavam mas os seus jogadores não desistiam e a 10 minutos dos 90’, numa jogada confusa na pequena área adversária, chegaram ao golo.

O regresso foi feito da mesma forma que a ida e o destino era logicamente o Jolly Roger e o bairro de Sankt Pauli onde as ce l e br a ç õ e s pro s s e g u i r am p el a t arde e noite dentro, até de madrugada com muito álcool, cânticos e fogo de artifício na rua. - Ragazzi, Nova Guarda FA.

Mega tochada e fumarada azul na bancada dos ultras da casa, mas infelizmente, para estes, o golo foi anulado pelo VAR. Risada geral (e alívio) na bancada dos visitantes.

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Andebol de volta à Europa

Numa época fantástica em que uma vez mais, estivemos presentes no Grupo A (Fase Final do Campeonato Nacional) no qual se discute o título, esta época ficou também marcada pelo apuramento e respetivo regresso do mágico Belém às competições europeias da modalidade.

Após um final de época conturbado devido à pandemia COVID-19(19) e a toda uma incerteza quanto à capacidade estrutural de inúmeros clubes para o início do campeonato, o Belenenses foise preparando e confirmou à FPA a sua presença, por direito, na EHF European League – para quem não sabe, o respetivo à Liga Europa no andebol. No final de Julho, decorreu o sorteio da primeira ronda da EHF European League de Andebol, com a sorte a ditar que o Belenenses defrontasse os eslovenos do RK Trimo rebnje. O primeiro jogo seria disputado no mítico Pavilhão Acácio Rosa, deslocando-se o CFB à Eslovénia na 2ª mão. Relativamente ao sorteio, o técnico do CFB – Prof. Luís Monteiro afirmou que: “O RK Trimo Trebnje é treinado por Uros Zorman, uma das maiores referências do andebol esloveno enquanto jogador. Terminou em terceiro lugar no forte campeonato esloveno, à frente (...) de uma equipa do topo do andebol europeu.” Apesar das condições de preparação incomparáveis de um lado e do outro, com os eslovenos a fazer estágio de 10 dias com jogos de treino contra equipas internacionais, o Belenenses preparou-se também da melhor maneira. Quem também teve muito trabalho para se fazer sentir presente mesmo que ausentes, devido às restrições 14

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impostas pela DGS e de o jogo ser então à porta fechada, foram os nossos Ultras. EHF European League (1ª mão) - Pavilhão Acácio Rosa novamente palco europeu A 1ª mão estava marcada para o dia 29/08 e a Fúria Azul foi-se reunindo e pensando no plano a desenvolver para garantir o máximo de apoio num jogo de alta importância para todos os Belenenses. Assim, pusemos mãos à obra e pintámos uma tarja alusiva ao sonho europeu e preparámos uma coreografia para estar presente no sector, juntamente com a faixa principal. Após várias tardes e noites de dedicação, empenho e trabalho pelo grupo e pelo clube, o grande dia finalmente chegava e quando os jogadores chegaram ao pavilhão para aquecer, já o mesmo estava totalmente decorado e preparado para o jogo. Quanto ao nosso apoio, uma vez que não podíamos estar dentro do pavilhão, fizemos sentir a nossa presença e apoio de outra maneira.Assim, os nossos ultras foram para o varandim que contorna o acesso ao pavilhãoe através das portas laterais apoiámos intensamente a nossa equipa durante todo o jogo.

Após vários anos arredados das lides europeias, ambas as equipas entraram com muita intensidade, uma grande sede de Europa e isso foi visível nos primeiros minutos de jogo, pelo equilíbrio no marcador. A turma de Luís Monteiro mostrou algumas dificuldades em anular a ligação ao pivô, mas em compensação, mostrou-se muito fria no ataque, com grandes batalhas do pivô dos azuis nos 6m. O Belém acabou por melhorar esse aspeto defensivo e aproveitaram uma sucessão de falhas técnicas dos forasteiros para colocar o resultado em 9-7. No entanto, os eslovenos recuperaram e conseguiram chegar ao 12-12 ainda antes do intervalo. Na segunda metade, a toada do equilíbrio e intensidade, principalmente nos duelos individuais, manteve-se bem viva. Além disso, ambos os guarda-redes foram chamados a intervir (e bem) diversas vezes, evitando a dilatação do marcador. Prova disso foi a vantagem de dois golos obtida pelo Belenenses, posteriormente devolvida pelo Trimo Trebnje e novo empate no placard. Os índices de eficácia dos azuis acabaram por baixar, muito devido ao guardião esloveno, e os visitantes acabaram por inverter o marcador, numa altura em que Cláudio Pedroso já tinha recebido ordem de expulsão.

Os contra-ataques e os livres de 7m do Trimo Trebnje, fizeram mossa e colocaram uma diferença de quatro golos no jogo. O Belenenses não conseguiu recuperar da desvantagem e o marcador fechou com um 23-28 favorável aos eslovenos, partindo então o nosso clube com uma desvantagem de 5 golos para a 2ª mão. EHF European League (2ª mão) - De Belém rumo à Europa Após ter consentido uma derrota por 23-28 no Pavilhão Acácio Rosa, o Belenenses não foi capaz de se superiorizar e perdeu novamente com o Trimo Trebnje, desta vez por 28-26. O emblema da Cruz de Cristo não conseguiu entrar bem na partida e viu-se em desvantagem desde muito cedo. No ataque, o acerto não foi o melhor, apesar de ter sido a equipa que rematou mais (16 falhados) e na retaguarda, as penalizações de 2min. fizeram mossa. Apesar das dificuldades, a luta foi constante e o resultado ao intervalo era 14-11 favorável ao conjunto esloveno. Na segunda metade, o Belenenses apresentou-se ligeiramente melhor e mais organizado, mas o esforço foi insuficiente para derrotar os homens de Uros Zorman. O resultado final acabou por ser um 28-26 favorável à formação de Trebnje, que venceu a eliminatória com um agregado de 56-49. Apesar da derrota e da consequente eliminação da EHF: European League, a Fúria Azul reconhece que os jogadores do Belenenses suaram e honraram devidamente a nossa camisola, deixando uma imagem positiva neste regresso do CFB às competições europeias de andebol e esperança e confiança para o campeonato.

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Relativamente ao jogo em si, o maior andamento do emblema esloveno, cuja pré-época arrancou mais cedo, acabou por fazer diferença, principalmente na segunda parte.

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Mais do que uma claque, a Fúria Azul faz parte da vida activa do clube e trata-se de uma associação de jovens que é também o maior núcleo oficial do Belenenses. Com mais de 30 anos de existência, a nossa missão não se esgota no apoio que damos às equipas do Belenenses. Se já tens o essencial que é a paixão pelo Clube de Futebol “os Belenenses”, vais ver que todo esse sentimento vai ser ainda melhor ao apoiares a nossa camisola com um grupo de amigos que está cá desde 1984 com o objectivo de ver o nosso símbolo chegar sempre mais longe, com uma mentalidade ultra que nos “obriga” a superar-nos para que sempre consigamos estar ao lado do nosso clube a apoiá-lo. Esta é a nossa missão enquanto grupo ultra, é para isto que apelamos à tua inscrição, para que tenhamos um grupo ainda mais forte e que consequentemente o Belém esteja ainda mais forte em todos os palcos onde suba a nossa camisola azul!

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