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ideias As redes e a construção de espaços sociais na digitalização Ana Maria Oliveira Rosa
ano 8 · nº 135 · 2010 · ISSN 1679-0316
Os Cadernos IHU ideias apresentam artigos produzidos pelos convidados-palestrantes dos eventos promovidos pelo IHU. A diversidade dos temas, abrangendo as mais diferentes áreas do conhecimento, é um dado a ser destacado nesta publicação, além de seu caráter científico e de agradável leitura.
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As redes e a construção de espaços sociais na digitalização Ana Maria Oliveira Rosa ano 8 - nº 135 - 2010 - 1679-0316
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS Reitor Marcelo Fernandes de Aquino, SJ Vice-reitor José Ivo Follmann, SJ Instituto Humanitas Unisinos Diretor Inácio Neutzling, SJ Gerente administrativo Jacinto Aloisio Schneider Cadernos IHU ideias Ano 8 – Nº 135 – 2010 ISSN: 1679-0316
Editor Prof. Dr. Inácio Neutzling – Unisinos Conselho editorial Profa. Dra. Cleusa Maria Andreatta – Unisinos Prof. MS Gilberto Antônio Faggion – Unisinos Profa. Dra. Marilene Maia – Unisinos Esp. Susana Rocca – Unisinos Profa. Dra. Vera Regina Schmitz – Unisinos Conselho científico Prof. Dr. Adriano Naves de Brito – Unisinos – Doutor em Filosofia Profa. MS Angélica Massuquetti – Unisinos – Mestre em Economia Rural Prof. Dr. Antônio Flávio Pierucci – USP – Livre-docente em Sociologia Profa. Dra. Berenice Corsetti – Unisinos – Doutora em Educação Prof. Dr. Gentil Corazza – UFRGS – Doutor em Economia Profa. Dra. Stela Nazareth Meneghel – UERGS – Doutora em Medicina Profa. Dra. Suzana Kilpp – Unisinos – Doutora em Comunicação Responsável técnico Antonio Cesar Machado da Silva Revisão Mardilê Friedrich Fabre Secretaria Camila Padilha da Silva Editoração eletrônica Rafael Tarcísio Forneck Impressão Impressos Portão
Universidade do Vale do Rio dos Sinos Instituto Humanitas Unisinos Av. Unisinos, 950, 93022-000 São Leopoldo RS Brasil Tel.: 51.35908223 – Fax: 51.35908467 www.ihu.unisinos.br
AS REDES E A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS SOCIAIS NA DIGITALIZAÇÃO Ana Maria Oliveira Rosa
Introdução Desenvolver pensamentos complexos a respeito dos processos correntes é uma tarefa árdua, muitas vezes impactada mais por necessidades de resoluções para demandas que se manifestam pontualmente do que por problemáticas recorrentes. Os assuntos abrangentes, então, acabam apenas se agravando em função da descontinuidade de propostas pouco embasadas, bem como pela dificuldade de planejamento de soluções mais amplas, que levem em conta um contexto expressivo. No caso da digitalização dos meios de comunicação no Brasil, enfrentam-se hoje questionamentos que giram em torno dessas dimensões. Enquanto o que ganha espaço na mídia e, consequentemente, é reforçado nas discussões sociais, são as mudanças que a tecnologia pode trazer de forma a possibilitar o acesso mais ágil e sem fronteiras à informação, milhares de pessoas ainda fazem parte de um contexto de limitações, em que a comunicação de massa lhes serve apenas como entretenimento e as utiliza como mercadoria. São as grandes audiências das mídias. Entende-se, no entanto, que as alterações que são alavancadas por essa migração tecnológica podem sustentar reconfigurações que vão além do maquínico: podem ajudar a formar um novo modelo de comunicação social. Diante disso, pergunta-se: como aproveitar o momento de mudanças paradigmáticas na circulação de informações para fazer o país deixar o patamar de submissão aos oligopólios para dar um passo maior em relação à democratização dos espaços comunicacionais? Conforme expresso, para que possa realizar algo além das necessidades pontuais, é necessária a exploração de um contexto maior. É preciso que se compreenda a comunicação como parte fundamental das relações sociais, e delas emersa. Se hoje há um caminho aberto à pluralidade de vozes, pode-se dizer que esse momento foi construído tanto por discussões que envolvem as relações baseadas no capital e no poder quanto pelos
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próprios anseios comunicacionais do ser humano: se está passando-se por um processo de valorização da interação, em que os diversos participantes do processo comunicacional podem interferir no conteúdo, que se forma da inserção desses atores, é porque há um desenvolvimento cultural que propõe essa dinâmica. A intenção deste trabalho é de contribuir com as discussões a respeito da digitalização dos meios, com um olhar inclusivo: entende-se a necessidade de que o processo avance além de melhorias tecnológicas para que também seja pertinente ao povo brasileiro como alavanca social, no sentido de dar asas aos cidadãos para que suas necessidades comunicacionais ganhem espaço e desenvoltura, gerando cidadania. Entende-se que a interatividade, característica já presente nos meios de comunicação, mas que ganha novas proporções a partir da tecnologia digital, pode ser um caminho para se realizar a inclusão de milhares de brasileiros em uma rede digital. Redes digitais Para se considerar o que se chama de redes digitais, precisa-se passar tanto pelo conceito de redes como pelo conceito de digital. Ambos são tratados por diversas áreas de conhecimento, permeando a vida social de forma ampla: tanto se poderia recorrer a um conceito de rede antropológico quanto a um das ciências da informação; da mesma forma, haveria espaço para discussão do digital nas mais diversas esferas, desde a biologia até as engenharias. Conforme Sherer-Warren, os movimentos sociais também se apropriaram do conceito: “o termo rede é utilizado tanto pela ciência, como conceito teórico ou metodológico, quanto por atores sociais, que passaram a empregar esta noção para se referir a um determinado tipo de relação ou prática social”1. Permeando essas diversas esferas, a ideia de rede remete, primeiramente, a uma rede de pesca. Ao se imaginar o formato desses artefatos, utilizados ao longo dos séculos, pode se perceber que a trama de fios acontece com nós: para que a rede ganhe um formato, são feitos cruzamentos de diversos fios que são amarrados entre si – é uma trama de nós que se conectam. Ao pensar nesse formato, nota-se que cada nó está, de alguma forma, interligado a todos os outros. Esse modelo básico de rede permite que se tenha em mente a primeira característica fundamental dessa formação: todos
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SCHERER-WARREN, Ilse. Redes enquanto conceito propositivo dos movimentos
sociais. Disponível em: <http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/ tabid/77/ConteudoId/2c97aa7f-5c62-4343-8f8b-072f21081f3f/Default.aspx>. Acesso em: 18 nov. 2009.
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os pontos estão interconectados. Seja na rede de pesca citada, seja em uma rede de computadores, cada um dos pontos deve ter algum tipo de conexão com o outro. Caso se pense no fluxo comunicacional, o que isso significa? Um fluxo comunicacional em rede exige que cada ponto possa enviar informação a qualquer outro. No entanto, conforme apresenta Ugarte2, embasado em pesquisas anteriores, isso não quer dizer que as diversas partes que compõem essa rede estejam interligadas de maneira direta, muito menos de forma igualitária ou em um modelo que seja isento de hierarquias. Para o teórico, seria necessário visualizar que uma rede pode apresentar diferentes formas de organização, conforme apresenta a figura 1, reprodução de imagem proposta por Baran, que Ugarte utiliza como demonstração das estruturas de rede:
Figura 1: Estruturas de redes. Fonte: UGARTE, David, op. cit., p. 27.
Há vários tipos que se podem considerar formações em rede, mesmo que apresentem estruturas centralizadas e verticalizadas. Para exemplificar, pode-se novamente recorrer à rede de pesca: cada nó foi colocado em conexão com todos os outros; assim sendo, para que uma formiga passe de um nó de uma ponta ao nó da ponta contrária, deveria fazer o cruzamento, atravessando diversos outros nós, ou seja, a circulação é feita passando por cada ponto – característica de uma rede distribuída. 2
UGARTE, David. El poder de las redes. Disponível em: <http://www.deugar-
te.com/gomi/el_poder_de_las_redes.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2009.
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No caso das redes informatizadas, os conteúdos podem estar organizados em diferentes formatos, mas muitos desses modelos de organização incluem pontos pelos quais se deve passar para que a informação possa chegar ao outro ponto desejado, conforme o desenho da rede descentralizada, que também pode ser chama de multicentralizada. Questões sobre a organização das redes não importam apenas para que se compreenda sua estrutura física, mas também para que se compreenda o funcionamento da circulação de informações entre os diversos atores envolvidos na rede, atentando para o fluxo comunicacional. É preciso lembrar que também é possível falar em redes sociais – que seriam estruturas que não apresentam um tipo específico de organização física, mas que se tornam visíveis pelos relacionamentos estabelecidos entre os sujeitos ou grupos que assim se organizam. Conforme Meneses, A rede social, a partir da metáfora da rede do pescador, está tecida por nós. Estes nós representam pessoas e instituições que criaram vínculos de diversas qualidades e intensidades. Os fios que permitem “amarrar” esses nós estão constituídos pelas relações, pelos vínculos, pelas diversas formas comunicacionais. Assim, um nó pode ser tecido por uma pessoa, por um grupo, por uma comunidade, enfim por um sistema auto-organizado.3
Conforme exposto anteriormente, Sherer-Warren aponta que os próprios movimentos sociais se compreendem em formação de rede, de forma independente das redes digitais. A autora conceitua a rede de movimentos sociais como conceito propositivo: A ideia de rede enquanto conceito propositivo utilizado por atores coletivos e movimentos sociais refere-se a uma estratégia de ação coletiva, i.é., a uma nova forma de organização e de ação (enquanto rede). Subjacente a esta ideia encontra-se, pois, uma nova visão sobre o processo de mudança social – que considera fundamental a participação cidadã – e sobre a forma de organização dos atores sociais para conduzir este processo.4
Entendendo, então, que uma rede pode ser formada com diversos desenhos, é preciso que se compreenda como a tecnologia digital permite que a comunicação seja levada a outro nível, a partir da formação das redes digitais. O que se denomina “digi-
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MENESES, María Piedad Rangel. Redes sociais pessoais: conceitos, práticas e metodologia. Porto Alegre, PUCRS, 2007. Tese, Faculdade de Psicologia. Pro-
grama de Pós-Graduação em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2007. Disponível em: <http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=646>. Acesso em: 13 nov. 2009. SCHERER-WARREN, Ilse, op. cit.
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tal” muitas vezes não passa de uma classificação mercantilista – um utensílio “digital” poderia ser comercializado a melhor preço do que um “analógico”. No entanto, essa qualificação de itens – TV digital, rádio digital, cinema digital – traz em si, além de um padrão de tecnologia, modelos de pensamento. Como definição tecnológica, pode-se assumir a definição do dicionário Aurélio On-line para o termo: “Diz-se dos sistemas, dispositivos ou processos que empregam tal modo de representação discreta (por oposição a analógico).”5 Um “modo de representação discreta” quer dizer que esses dados são armazenados, utilizando zeros e uns, dígitos binários, que representam, com um código, a informação que se quer armazenar. Para exemplificar, uma fotografia digital está guardada em uma máquina digital pela geração e armazenamento de um código que a representa. Para que a fotografia possa ser lida em um computador, é necessário um software específico que identifique o código que foi criado e o traduza, transformando esse código novamente na imagem que foi obtida na captura da máquina fotográfica. Mas, além disso, é preciso uma reflexão sobre se essa migração de tecnologia pode ser considerada como um avanço, se estaria isenta de intencionalidade econômica e política. Nesse sentido, diversos autores irão argumentar que a tecnologia já nasce com comprometimento sistêmico, por exemplo, em relação ao atual momento do capitalismo. A tecnologia digital nasce para aprimorar os produtos e serviços, fortalecendo especialmente a capacidade de troca de informações, tornando o valor comercial embutido nos itens cada vez maior. Conforme afirma Soros, o desenvolvimento tecnológico está alinhado aos interesses mercadológicos que o incentivaram e que acabam por serem decisivos na sua disseminação: [...]o crescimento explosivo da Internet constitui, em si, o triunfo da motivação do lucro. Ela começou como uma rede de pesquisa patrocinada pelo governo em que as pessoas foram pegando carona, como quem faz um “gato” para usufruir de eletricidade alheia. Só quando começou a ser utilizada para fins comerciais e de publicidade é que se tornou um fator significativo no fomento da produtividade, do crescimento econômico e de um boom do mercado acionário.6
Quando se trata do progresso como um valor majoritário em relação ao bem-estar social, apontando sempre para a necessidade de evolução, para um futuro mais tecnológico, não se
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AURÉLIO ON-LINE. Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com/dicio-
nario.php? P=Digital>. Acesso em: 13 maio 2009. SOROS, George. O sistema capitalista global. In: _______. A crise do capitalismo global: os perigos da sociedade globalizada: uma visão crítica do mercado financeiro internacional. Rio de Janeiro: Campus, 2001. p. 169-203; p. 202.
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percebe que esse futuro tecnológico não significa, em si mesmo, melhoria nas condições da vida humana. Em pleno século XXI, enquanto milhares de máquinas trabalham para que o homem tenha um aproveitamento melhor de seu tempo de vida – conforme a ideologia dominante – mais de 1 bilhão de pessoas7 vive em condições de miséria. Nesse sentido, Trembley afirma que a chamada Sociedade da Informação é diferente apenas porque agrega novas formas de produção, novos modelos que prezam pelo princípio de acumular e transmitir a informação, mas, nos mesmos moldes do pensamento capitalista tradicional, gera incluídos e excluídos, gera acúmulo e falta de informação – gera desigualdades.8 Gerar desigualdades faz parte desse sistema desde seus primórdios. A diferença é o número de excluídos e o tipo de exclusão que se dá a cada período. Com base nesses argumentos, é preciso ter em mente que a tecnologia nasce essencialmente para privilegiar as classes mantenedoras da hegemonia. Apesar disso, a estrutura em rede pode e deve ser utilizada também para pensar o social – uma sociedade em rede. As redes digitais, então, seriam esse misto de possibilidades: diversos formatos de redes, utilizando-se da formatação digital para a informação, inseridas em um contexto social. A internet permite que se tenha noção do que é possível com a popularização das possibilidades de uma rede digital: a apropriação popular vem acontecendo cada vez de forma mais rápida, e instrumentos que antes seriam considerados elitistas se aproximam da população. Câmeras digitais, com grande facilidade de utilização, são instrumentos presentes hoje na vida da maioria dos brasileiros. Mas o espaço gratuito e disponível para democratização da comunicação só é possível porque há geração de negócios através desse “uso gratuito”. O que deu força para a ampliação da rede não foi apenas o interesse popular, mas essencialmente o valor mercadológico que está associado à criação desse novo espaço. A sociedade em rede e a comunicação social Pensar a comunicação como bem público é pensar em como podemos dar a todos a possibilidade de aproveitamento das tecnologias e dos espaços sociais em rede. Com embasa7
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NAÇÕES UNIDAS. ONU priorizará combate à pobreza, diz Ban. Disponível em:
<http://www.un multimedia.org/radio/portuguese/detail/153421.html>. Acesso em: 7 jun. 2009. TREMBLAY, Gaëtan. La sociedad de la información y la nueva economía: promesas, realidades y falta de un modelo ideológico. In: HERNÁNDEZ, Daniel (comp.). Crítica de la economía política: comunicación, cultura y sociedad de la información. Caracas: MCT, 2004. p. 39-60.
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mento nos teóricos da Economia Política da Comunicação, percebe-se que a melhor distribuição dos bens culturais não acontece de forma espontânea: é preciso que haja pensamento e ação sobre a realidade para que as condições de acesso aos produtos simbólicos, bem como à produção deles, seja mais igualitária. Embora regido, em grande parte, pelos interesses hegemônicos, o contexto social possui uma dinâmica própria, que não atende somente aos propósitos programados, mas também cria novos rumos em um movimento incessante. É dentro desse processo que se deve pensar o uso das tecnologias feito pelos atores contra-hegemônicos, historicamente excluídos e marginalizados das discussões centrais. A apropriação dos espaços disponíveis acontece conforme os interesses e identidades já construídos, que são readaptados ao novo contexto. Para trazer à tona esse movimento, pode-se atentar para o fato de que há cerca de uma década não se poderia imaginar os usos que vêm sendo feitos hoje em dia da internet. Um exemplo disso seria a recriação de alguns locais de convívio físicos no ciberespaço, como lugares da cidade de Porto Alegre no SecondLife. Foram recriados e podem ser visitados por usuários de todo o mundo pontos socioculturais que fazem parte do cotidiano dos porto-alegrenses, como o Mercado Público, o Cais do Porto e um Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
Figura 2: Rancho Querência Amada. Fonte: SecondLife.
Identifica-se nesse processo uma apropriação da tecnologia como extensão da vida social cotidiana. Seria uma nova forma de reafirmar a identidade, imprimindo-a em um mundo que estende o real:
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Ana Maria Oliveira Rosa A humanidade, desde sempre, se constitui de “mundos paralelos”, ou seja, mundos que se formam e se diferenciam pelo desenvolvimento de uma determinada forma de viver e de conviver, no fluir recursivo das ações dos seres vivos, com regras específicas, própria à natureza do mundo, criando uma cultura. É importante ressaltar que esses mundos não são pensados em termos de substituição, mas eles coexistem no universo das relações e vivência humana.9
Além disso, pesquisas mostram que muitos dos usuários do ciberespaço fazem uso desses locais como ampliação de seu tempo de convivência com outros, conforme diz Castells, e não como fuga do mundo cotidiano. Baseando-se em estudos prévios sobre o uso de internet, o autor conclui que a interação com outras pessoas acaba aumentando, passa a existir, além do tempo de convívio real, um tempo de convívio virtual: Contrariamente às afirmações de que a Internet é fonte de novas comunidades, ou, inversamente, que constitua uma causa de alienação e fuga do mundo real, parece que a interação social na rede, em geral, não tem efeito direto sobre a configuração da vida cotidiana além de agregar interações on-line às relações sociais anteriormente existentes.10
Essas redes, então, que se formam a partir da tecnologia digital, devem ser consideradas como feitos sociais, podendo ser apropriadas tanto pelos capitais, como já o são, quanto por grupos e minorias que entendam a comunicação de outra forma. O sujeito pode, a partir desse momento da comunicação digital, passar a compreender a possibilidade de uma extensão de si mesmo em uma rede digital, ou uma extensão dos seus hábitos. Ele pode manter um diálogo com seus colegas de escola tanto de forma presencial quanto virtualmente. Outro fato importante, que é decorrente da utilização das redes digitais e da adaptação da sociedade a esse contexto, é a mudança no acesso à informação. Se antes era possível apenas tomar conhecimento dos fatos, de forma geral, pela mídia hegemônica, hoje há outras alternativas. Além de acessar os conteúdos por meio de jornais, revistas e televisão, outro espaço disponível e com um retrato mais plural dos acontecimentos pode ser a internet. Em seus primórdios, a própria internet era vista como um canal aberto, e hoje mostra como em certos aspectos se tornou realmente inclusiva, oferecendo espaços de diálogo e difusão do conhecimento importantes. Já é possível que um grupo de di-
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SCHLEMMER, Eliane; TREIN, Daiana. Criação de identidades digitais virtuais para inte-
ração em mundos digitais virtuais em 3D. Disponível em: <http://www.abed.org.br/ congresso2008/tc/ 515200815252PM.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2010. 10 CASTELLS, Manuel. La galáxia internet. Barcelona: Areté, 2001. p. 140.
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versos sujeitos forme conteúdos coletivos, por meio do uso de blogs ou outra ferramenta colaborativa. Há espaços em diversos websites para que o conteúdo seja construído em parceria ou receba manifestações diversas, como os espaços de interações em que o leitor de determinado website pode dar sua opinião ou contribuição sobre o assunto ali tratado, espaço comumente chamado de “comentários”. Além disso, praticamente qualquer sujeito pode inserir sua opinião e seus próprios conteúdos na web, o que está até mesmo mexendo com a legislação de direitos autorais, a maior circulação das informações, muitas vezes, impossibilita considerar-se que alguém seja proprietário dos conteúdos, sendo estes tratados como coletivos. Paralelamente à abertura desses espaços, a internet também se tornou exclusiva, quando o que é mais acessado deixa de ser o que o popular agrega a ela e passam a ser os mesmos tipos de canais institucionais que antes apareciam na televisão e nos jornais: grandes portais de notícias, espaços empresariais, etc. Nesse sentido, o papel da Academia é reforçar esses espaços permissivos, fomentando-os com a da participação de outros atores que possam ser incluídos nos processos de digitalização. De qualquer forma, os diferentes nichos construídos nessa rede digital proporcionam diferentes entendimentos sobre o mundo. Enquanto há portais que reproduzem os conteúdos convencionais, há também espaços de crítica e discussão. Um conceito que pode ajudar a entender a complexidade do trânsito de informações nessa rede é o de Gatewatcher. Na década de 1950, a teoria do Gatekeeper11 tornou-se uma das explicações favoritas dos jornalistas para o funcionamento do fluxo de comunicação: a intenção de White, pesquisador que aplicou o termo à comunicação, era identificar os pontos que funcionavam como barreiras para a informação, dentro das empresas jornalísticas, e que estabeleciam que os conteúdos fossem aceitos ou rejeitados. Para tal investigação, White propôs a um jornalista norte-americano que anotasse as explicações do porquê rejeitara determinadas notícias: foram 1333 explicações, cerca de 800 indicando falta de espaço e cerca de 300 tratando de histórias já selecionadas, ou falta de interesse jornalístico, ou falta de qualidade da escrita. Para Wolf12, “o mérito destes primeiros estudos foi o de individualizarem onde, em que ponto do aparelho, a ação de filtro é exercida explícita e institucionalmente.” Partindo desse termo anterior, criou-se o termo Gatewatcher justamente para definir a tarefa do jornalista de hoje em dia. Enquanto a mídia tradicional continua com espaço limitado, os conteúdos digitais podem e devem ser abundantes. Nessa nova 11 WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 5. ed. Lisboa: Presença, 1999. 12 Id.,Ib., p. 181.
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conformação, o jornalista fica observando o imenso fluxo de informação disponível para selecionar o que deve transpor a barreira entre esse espaço praticamente ilimitado e a escassa possibilidade de reprodução dessas informações nos espaços de mídia tradicional: jornais, revistas e televisão. Apesar de se falar em seleção de conteúdos para as limitações da mídia tradicional, mesmo esses meios se ampliaram, multiplicando-se e organizando-se em segmentos nas últimas décadas. A televisão vem sendo debatida nesse sentido, notando-se que a pluralização da comunicação nesse meio passa não somente pelo aumento no número de canais, que acaba por caracterizar mais profundamente questões como a divisão da audiência e a repetição de uma programação similar em diversos canais, notadamente reflexos da Fase da Multiplicidade da Oferta (FMO). Apontada por Brittos,13 a FMO toma força com a entrada da TV a cabo, e percebe-se que, nas décadas finais do século XX, há um movimento especificamente relacionado à divisão da audiência em segmentos. Essa segmentação leva também a uma aproximação da audiência com outros meios, como é o caso do aumento constante dos usuários da internet. A convergência dos meios obedece a essa mesma lógica: seria uma ampliação da oferta de conteúdos em um mesmo equipamento. O entendimento aqui é de que, apesar da segmentação da televisão e da procura por outros meios pelos receptores, a oferta vincula-se preferencialmente aos oligopólios tradicionais de mídia: Cada vez mais as indústrias culturais no seu conjunto interligam-se, com um mesmo bem simbólico ganhando novas oportunidades de rentabilização ou imbricadamente uma única ideia sendo comercializada em diferentes formatos, um meio vendendo o outro.14
A democratização do audiovisual, então, pode ser vista como um dos caminhos mais recentes abertos para a inclusão no espaço midiático. No entanto, a digitalização traz consigo outras propostas, como a televisão interativa, que podem – e deveriam – ser utilizadas para a inclusão digital. A televisão e a cidadania midiática Quando se fala em televisão interativa, poucos brasileiros têm informação sobre como seriam as propostas para utilização dessa tecnologia. Certamente que as propostas comerciais es13 BRITTOS, Valério Cruz. Introdução. In: BRITTOS, Valério Cruz (org.). Comunicação na Fase da Multiplicidade da Oferta. Porto. Alegre: Nova Prova, 2006. p. 13-20. 14 BRITTOS, Valério Cruz. Televisão, concentração e concorrência no capitalismo contemporâneo. In: BRITTOS, Valério Cruz (org.). Comunicação na Fase da Multiplicidade da Oferta. Porto. Alegre: Nova Prova, 2006. p. 21-45. p. 22.
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tão mais difundidas, mas há possibilidades cidadãs a serem desenvolvidas, que dependem não apenas do interesse dos governos em investir nessa abertura do meio televisivo, mas também necessitam de conhecimento e interesse por parte da população a fim de que tenham força para serem realizadas. A televisão digital, com a inclusão da interatividade, se bem desenvolvida e utilizada, poderá fazer parte da inclusão digital. Se a interatividade pretende trazer ao espaço público algum tipo de mobilidade, e é essa a interatividade que está sendo buscada, quando se acredita que o movimento proposto por esse elemento trará algum tipo de mudança no perfil da sociedade, ela o faz baseada em propostas de ação aos que antes não percebiam de fato sua importância no contexto da comunicação: propõe ação ao telespectador: As tecnologias não são neutras, pois hoje, mais do que nunca, elas constituem grupos de condensação e interação de interesses econômicos e políticos com mediações sociais e conflitos simbólicos. Mas, por isso mesmo, elas são constitutivas dos novos modos de construir opinião pública e das novas formas de cidadania, isto é, das novas condições em que se diz e que se faz política.15
Ao invés de se pensar o telespectador como indivíduo único, pode-se olhar para ele como agente articulado com outros, dentro de um espaço da esfera midiática, em rede. Seria um cidadão midiático. Assim como Scherer-Warren aborda o cidadão como alguém que concretiza uma autonomia para o pensar político em sua vida, e que o faz com base em sua percepção, que está inserida em uma comunidade, e em sua própria cultura,16 também é possível pensar o cidadão midiático como alguém que traz à arena midiática suas experiências, de forma pontual e coletiva. Nesse sentido, pode-se colocar a interatividade como uma ferramenta com capacidade para promover a ampliação do potencial de cidadania midiática: no momento em que há espaços para uma ação efetiva, é oferecido ao telespectador um novo papel. Nesse aspecto, a potencialização da televisão como ambiente interativo cria espaços para articulações de redes sociais, como hoje é o caso da internet: As redes informatizadas, dirigidas a uma comunidade virtual, instrumentalizadas por internet, home-pages, correios eletrônicos, bancos de dados, etc., são típicas das práticas das ONGs transnacionalizadas. Mas também as ONGs 15 MARTÍN-BARBERO, Jesús. Tecnicidades, identidades, alteridades: mudanças e opacidades da comunicação no novo século. In: MORAES, Dênis de (org.). Sociedade midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006. p. 51-79. p. 70. 16 SCHERER-WARREN, Ilse. Cidadania sem fronteiras: ações coletivas na era da globalização. São Paulo: Hucitec, 1999.
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Ana Maria Oliveira Rosa locais e suas populações-alvo estão passando a fazer uso desse instrumental informativo e de comunicação.17
Pensando além, a interação entre usuários por meio da televisão traz a possibilidade de avanço na resolução de problemas locais, mas que também são vistos em relação ao global, já que a exposição do que acontece localmente em um espaço midiático, que permita o acesso de outros cidadãos, de outros grupos, torna possível o reconhecimento de similaridade entre as dificuldades enfrentadas pelos diversos grupos, permitindo a busca de soluções conjuntamente: As redes eletrônicas têm permitido conectar o local e o global, servem como canais de difusão de problemas sociais localizados para uma esfera pública planetária; e as agendas políticas globais, construídas por meio da interação dos atores transnacionais, são transmitidas e passíveis de reinterpretações aos indivíduos em suas vidas cotidianas. Essas agendas equacionam problemas, pleitos, parcerias e solidariedades necessárias para buscar soluções.18
Apesar disso, como também pontua Scherer-Warren, a autonomia que forma um cidadão precisa ser construída em diversos âmbitos – a partir da participação dos sujeitos em seus grupos sociais, a partir da educação, formal e informal, e a partir da própria descoberta de si mesmo como sujeito capaz e responsável por sua formação e interação com os demais. É importante se pensar o que faria com que o sujeito midiático passasse de seu papel de espectador a um papel de cidadão, na medida em que os sujeitos do mundo de hoje são treinados para utilizar a mídia como seus consumidores, e não como construtores. Nessa perspectiva, cabem as reflexões sobre o que faria com que o sujeito se identificasse com o uso da tecnologia em favor de interesses de grupo. É difícil encontrar identificações entre as pessoas que lhes permitam sentirem-se mais do que simplesmente vinculadas à sua própria existência, que lhes agregue o entendimento de que a vida social depende de engajamentos, de compartilhar ações. A identidade das pessoas, [...] conta em nossos dias e em nossas sociedades com um componente irrenunciável, a igualdade de todos os cidadãos em dignidade; mas conta também com esses elementos específicos de cada indivíduo e de cada comunidade étnica, religiosa ou nacional às quais pertencem, e que são os que lhes propõem formas de vida boa.19
17 SCHERER-WARREN, Ilse, op. cit., p. 84. 18 Id., Ib., p. 84. 19 CORTINA, Adela. Para uma teoria da cidadania. In: _______. Cidadãos do mundo: para uma teoria da cidadania. São Paulo: Loyola, 2005. p. 17-30; p. 25.
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Portanto, para que os sujeitos possam se perceber como capazes de utilizar o espaço midiático de outra forma, é preciso que isso lhes signifique, de algum modo, uma melhoria em suas vidas. Para Mosco20, os movimentos sociais podem reunir em si características fundamentais para um entendimento complexo da realidade, já que são a expressão de diversas categorias de análise, como raça, gênero e classe, que estão mescladas em prol de iniciativas maiores, como, por exemplo, a proteção ao meio ambiente. De forma contundente, os movimentos sociais estão atuando em favor de mudanças, inclusive mudanças na comunicação. Essa atuação seria um forte indício dos problemas estruturais da sociedade. Complementando esse pensamento, Mosco afirma que: “numerosos movimentos sociais têm guiado processos políticos nacionais e locais, incluindo esforços para democratizar decisões sobre licenciamento de estações, locação do espectro, estrutura industrial e conteúdos de mídia”21. Cabe refletir sobre o processo de discussão na sociedade civil sobre a entrada da TV digital: criaram-se alguns fóruns, como as entidades que participam do Comitê Consultivo do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), que, entretanto, não englobam parte representativa da sociedade brasileira e não conseguem efetivamente fornecer informações sobre o processo aos cidadãos do país, que também não estão interessados no processo nem buscam informações a esse respeito. O espaço público de discussões desse e de outros temas passa fatalmente pela mídia: espaço, em sua maior parte, controlado pelo poder privado de empresas, que não está interessado em que o público tenha as informações e pratique o debate desses temas. Nem todo o espaço de discussão dos assuntos sociais é midiático, mas, mesmo quando se está afastado das análises propostas pelos conglomerados midiáticos, as ideias que se sobrepõem são as que foram transmitidas e retransmitidas aos sujeitos pelos meios de comunicação. Dessa forma, temos um espaço de cidadania midiática a ser construído, em que os sujeitos desenvolveriam autonomia suficiente para encontrar outros subterfúgios para entender a realidade social. Em outras palavras, por meio de leituras, educação, relações sociais próximas, esses sujeitos podem construir uma visão crítica do que lhes é enviado pelos meios de comunicação de massa, criando, assim, um tipo de “escudo” que lhes permita dialogar com esses meios de uma forma mais criativa. A garantia dos direitos dos cidadãos passa pela atuação dos governos, que tendem a ser permissivos em relação à mídia, 20 MOSCO, Vincent. The Political Economy of Communication. Londres: Sage, 2009. 21 MOSCO, Vincent., op. cit., p. 205.
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não observando a necessidade de regulação para que a pluralidade esteja representada nesse espaço que também deve ser considerado público: Ao Estado cabe, portanto, assegurar [...] um espaço público autônomo no qual os diferentes grupos culturais e as diversas associações de cunho diferente possam estabelecer um diálogo aberto. Por intermédio do diálogo deveriam não apenas lutar pelo reconhecimento de seus direitos, mas, sobretudo, estar dispostos a esclarecer responsavelmente quais contribuições sua proposta oferece para um aumento da riqueza humana, porque as culturas, no sentido amplo em que as descrevemos, são tradições de sentido – não só do sentido de justiça, mas também do sentido da vida. Colocá-las em diálogo é uma exigência de justiça e uma necessidade vital em sociedade em que o sentido é um recurso tão dolorosamente escasso.22
A influência política na comunicação também pode representar uma barreira à livre circulação de informações. Em países como o Brasil, onde a maioria dos meios de comunicação são privados, as influências políticas são engendradas na relação com o poderio econômico das empresas, repetindo-se situações em que empresas e poder público vinculam-se na troca de favores e vantagens para transparecer apenas informações que sejam estratégicas para ambos os lados. Também é possível dizer que uma mudança significativa em um meio de comunicação, como é a entrada da interatividade direta na televisão digital, trará mudanças nas relações políticas da sociedade: Todas as inovações anteriores em comunicação, desde o surgimento da imprensa de circulação maciça até o desenvolvimento da rádio e da televisão, alteraram profundamente não apenas como a política é entendida na sociedade, mas também a natureza das negociações políticas, em si mesmas.23
De qualquer forma, a interatividade proposta para a televisão digital ainda está em nível muito inferior a já atingida em outros espaços. Exemplo disso são os videogames, em que já existem, a pleno funcionamento, redes digitais interativas. Quando o usuário instala o equipamento, pode conectá-lo à internet e participar dessas redes. Tudo isso pela tela da televisão. Além disso, aparelhos como o Wii24 conectam o usuário também a uma rede
22 CORTINA, Adela, op.cit., p. 169. 23 CURRAN, James; SEATON, Jean. Vídeo, cabo e satélite. In: _______. Imprensa, rádio e televisão: poder sem responsabilidade. Lisboa: Instituto Piaget, 1997. p. 237-48; p. 237. 24 Videogame desenvolvido pela Nintendo. Informações disponíveis em: <http://pt.wii.com/>. Acesso em: 10 ago. 2009.
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de televisão, com notícias que são logicamente direcionadas a esse grupo identitário. Também é preciso ressaltar que a possibilidade de desenvolvimento da interatividade televisiva, para que se chegue a uma rede colaborativa, é pequena, já que esse potencial não parece ser de interesse dos grupos econômicos que atuam no desenvolvimento das tecnologias. Dessa forma, restaria o caminho de serem empregados recursos públicos no desenvolvimento dessa ferramenta, o que depende de vontade política e de interesse popular. Inclusão digital como princípio da interatividade televisiva Apesar de as possibilidades de ter-se uma cultura global serem aumentadas a cada dia, também o local está se refinando. Nesse sentido, quer se estar munido cada vez mais de informações próximas, como notícias sobre o bairro onde se vive, ao mesmo tempo em se quer saber o que acontece no mundo inteiro. A tecnologia digital na TV permite que os conteúdos sejam tão diversos e plurais que podem abarcar tanto o macroaspecto: – as notícias em rede, que percorrem o mundo em segundos e geram acontecimentos midiáticos, como o “11 de setembro” – quanto o microaspecto – um canal onde estejam disponíveis para download programas feitos por crianças do bairro sobre a história da cidade onde se está. Ao se pretender a inclusão social a partir da entrada da TV digital, pode-se pensar na ampliação de programação que a tecnologia comportaria e na gama de participação de atores sociais nas emissoras públicas e privadas, caso seja disponibilizado esse acesso. Atores esses que tomariam parte do conteúdo em suas mãos, quando instrumentalizados para tal atitude. O cidadão midiático poderá aparecer como produtor do conteúdo em si, utilizando esse novo espaço para publicar sua própria visão de mundo, podendo agir também como participante da programação, partindo das escolhas e interações construtivas diretas que lhe forem ofertadas pela programação das emissoras: A remodelação tecnológica das práticas sociais nem sempre contradiz as culturas tradicionais e as artes modernas. Expandiu, por exemplo, o uso de bens patrimoniais e o campo da criatividade. Assim como os videogames trivializam as batalhas históricas e alguns videoclips as tendências experimentais da arte, os computadores e outros usos do vídeo facilitam obter dados, visualizar gráficos e inová-los, simular o uso de peças e informações, reduzir a distância entre a concepção e a execução, conhecimento e aplicação, informação e decisão. Essa apropriação múlti-
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Ana Maria Oliveira Rosa pla de patrimônios culturais abre possibilidades originais de experimentação e comunicação, com usos democratizadores, como se observa na utilização do vídeo feito por alguns movimentos populares.25
A relação desse ator com sua comunidade pode culminar em interessantes configurações na interatividade televisiva. Não somente se precisa pensar no sujeito como produtor, solitário, de um ponto de vista, mas também se poderia pensá-lo como sujeito articulado em rede, como comunidade ou grupo, ou mesmo, movimento social. O espaço interativo televisivo, pensando-se nas possibilidades que ainda não estão disponíveis, mas que já podem ser vislumbradas, está mais adequado para ser utilizado por grupos do que por indivíduos desarticulados, tendo em vista que o trabalho de produção em comunicação é socializado, bem como o uso dos instrumentos de comunicação de massa têm interesses sociais antes do que individuais. Entende-se que essa lógica contraria a formação hegemônica do mercado televisivo, já que a descentralização da produção e da emissão não faz parte do modelo que hoje vigora nas emissoras brasileiras. No padrão vigente, a distribuição de conteúdos globais tem importante atuação na formação de mercado, gerando dificuldades para a articulação cidadã. Nesse sentido, cabe pensarmos sobre como a sociedade se movimenta em relação ao hegemônico. No pensamento exposto por Santos,26 nota-se que o hegemônico não dá conta de solucionar os problemas enfrentados em todos os cantos do mundo, ou seja, não há modelos prontos para serem apropriados, mas sim necessidade de construção de modelos próprios e compartilhados. Assim como não se pode simplesmente negar a existência do outro, tendo de levá-lo em conta na formulação de soluções adequadas à realidade local, também não se pode viver à sombra do outro. O autor apresenta alguns caminhos como possibilidades contra-hegemônicas para o século XXI. Para ele, o aumento das interações fronteiriças gera novas formas de mestiçagem, em que todos terão experimentado a invasão, mesmo os que antes eram os invasores. Também a volta do racismo nos países do norte pode gerar defesas agressivas contra a sua tentativa de isolamento. Além disso, há a busca por um conhecimento contextualizado, que contraponha o “efeito silenciador” da ciência
25 CANCLINI, Nestor García. Culturas híbridas, poderes oblíquos. In: _______. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. 2. ed. São Paulo: Edusp, 1998. p.283-372; p. 308. 26 SANTOS, Boaventura de Sousa. Nuestra América: reinventar um paradigma subalterno de reconhecimento e redistribuição. In: _______. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. Porto: Afrontamento, 2006. p. 180-209.
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moderna, ferramenta da globalização hegemônica. Outro ponto levantado por Santos é a aproximação da globalização dos diversos lados do jogo, ou seja, países como o Brasil também poderão se globalizar e propor “alianças emancipatórias”27. Em uma posição bastante parecida, Hall argumenta que a globalização, apesar de se apresentar como homogeneizante, também atua na diferenciação cultural. Enquanto a globalização atua em favor de uma ideologia única, os movimentos de grupos identitários estão insuflando outras perspectivas; estão ditando, na verdade, a maior distinção entre os diferentes nichos culturais. Mesmo seguindo a linha de manutenção da hegemonia, a globalização não dá conta de reter os diversos processos sociais e culturais que vão se desenvolvendo, e que acabam por ser alternativos. Muitas vezes, no entanto, o que é apresentado primeiramente como alternativo acaba sendo incorporado ao globalizado, como forma de manutenção de aparência de liberdade proposta nesse processo: A globalização tem causado extensos efeitos diferenciadores no interior das sociedades ou entre as mesmas. Sob essa perspectiva, a globalização não é um processo natural e inevitável, cujos imperativos, como o Destino, só podem ser obedecidos e jamais submetidos à resistência e variação. Ao contrário, é um processo homogeneizante, nos próprios termos de Gramsci. É “estruturado em dominância”, mas não pode controlar ou saturar tudo dentro de sua órbita. De fato, entre seus efeitos inesperados estão as formações subalternas e as tendências emergentes que escapam a seu controle, mas que ela tenta “homogeneizar” ou atrelar a seus propósitos mais amplos. É um sistema de con-formação da diferença, em vez de um sinônimo conveniente de obliteração da diferença.28
Sobre espaços alternativos dentro do hegemônico, também Canclini comenta a globalização como uma construção que se aproveita das diferenças culturais em seu favor. Para esse autor, o processo da globalização empresarial e de consumo “afirma particularidades étnicas ou regiões culturais”29. Nessa configuração, atores sociais não hegemônicos podem encontrar formas de resistência, negociando suas próprias condições na formação da hibridização cultural. Estando a organização das sociedades vinculada à proteção dos mercados, sempre aparecendo em primeiro plano as 27 SANTOS, Boaventura de Sousa, op. cit., p. 201-2. 28 HALL, Stuart. A questão multicultural. In: _______. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte; Brasília: Editora UFMG; UNESCO, 2003. p. 51-100; p. 59. 29 CANCLINI, Nestor García. Noticias recientes sobre la hibridación. Disponível em:<http://www.sibetrans.com/trans/trans7/canclini.htm>. Acesso em: 28 jul. 2009.
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decisões sobre o que beneficia a geração de lucro e acúmulo de capital, ficam à parte as preocupações com o bem-estar social, a proteção dos direitos e dos interesses dos cidadãos. Indo ainda mais longe, Soros30 demonstra que a situação da globalização, apesar de apresentar-se como homogeneizante, acaba por diferenciar ainda mais os mercados, já que mercados centrais geram fluxos de capital que os favorecem, deteriorando os mercados periféricos. Dizer isso é dizer que, apesar de aparentemente representar um processo em que todos teriam os mesmo direitos, a globalização constrói fortes estruturas de diferenciação e exploração. Talvez seja um reflexo da desarticulação social, conforme diz Furtado, a falta de capacidade da sociedade civil de exigir e cobrar seus interesses.31 Pensar nos potenciais nacionais de desenvolvimento como solução para os desafios próprios do Brasil pode ser uma perspectiva nova e fundamental para a inclusão social no país. A interatividade na TV digital, pensada como abertura de campo para propostas próprias, modelos inovadores e que respeitem a diversidade da sociedade brasileira, tende a gerar grandes avanços. A valorização da cultura brasileira faz parte do caminho para a construção de um espaço midiático plural, ocupado pela população em geral e por seus interesses. Nesse sentido, precisa-se pensar também em qual tipo de acesso será oferecido aos cidadãos. Para que a participação seja efetiva, não é possível apenas tratar de levar a interatividade para dentro da televisão, mas é também essencial que se pense que formato terá esse conteúdo. Com os dados disponíveis sobre o Brasil, quanto ao acesso ao computador e à internet, não é possível imaginar que uma televisão digital que não seja pensada em favor da população carente de instrução possa ser um instrumento inclusivo. Em um país de 180 milhões de habitantes,32 apenas 40 milhões acessam a internet. Desse total, 23,1 milhões de pessoas o fazem de sua residência.33 É preciso salientar, no entanto, que os dados estatísticos escondem outra realidade: as pessoas com baixa escolaridade e baixa renda, muitas vezes, acessam a internet ou 30 SOROS, George, op. cit. 31 FURTADO, Celso. Em busca de novo modelo: reflexões sobre a crise contemporânea. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 32 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Contagem da População 2007: Tabela 1.1 – População recenseada e estimada, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 2007. Disponível em: <http://www.ibge. gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/contagem_final/ tabela1_1.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2009. 33 INSTITUTO BRASILEIRO DE OPINIÃO PÚBLICA E ESTATÍSTICA; NETRATINGS. Brasil superou o número de 40 milhões de pessoas com acesso à internet. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp= 5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Noticias&docid=F0BA65FF 8A513A48832574750050527E>. Acesso em: 19 fev. 2009.
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usam os computadores com ajuda de outros, não podendo ser consideradas elas mesmas usuárias. Além de oferecer o acesso, também deve ser pensado o modo mais simples de utilização desses equipamentos, tanto da televisão digital quanto dos computadores, especialmente nos instrumentos de comunicação que sejam primordiais ao cidadão (como os governamentais e de empresas que atendem diretamente ao público). É necessário que sejam apresentadas soluções inovadoras para que aquela parcela da população para a qual não está pensada a programação televisiva – nem a tradicional nem a digital – seja agora abraçada e qualificada como audiência, não somente no sentido de participar dos números estatísticos, mas especialmente no sentido de utilizar a televisão como um instrumento de cidadania e inclusão. Se, por muitas vezes, parte da população nacional não possui os pré-conhecimentos e a posição crítica necessária para acompanhar o enredo de uma novela, o que se poderá fazer a esse respeito para que a televisão digital e seus novos atributos, em especial a interatividade, não sejam meras novidades, das quais somente pequena parcela da população poderá se beneficiar? Portanto, é necessário pensar quais são os atributos que podem ultrapassar essas barreiras. Além dos dados sobre o uso dos computadores e da internet, há que se atentar também para os que mostram como está composta a população do país em relação à educação: mais de 20% dos homens e mulheres brasileiros acima dos 15 anos de idade eram considerados analfabetos funcionais em 2007, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas.34 Quem se encontra nessa situação possui a capacidade de reconhecer as palavras, mas não consegue conceber o significado do todo de um texto. Somente “é considerada alfabetizada funcional a pessoa capaz de utilizar a leitura e escrita e habilidades matemáticas para fazer frente às demandas de seu contexto social e utilizá-las para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida”35. O processo educativo vai muito além da alfabetização, sendo também o espaço para a formação de cidadãos capazes de analisar e criticar aquilo que vivenciam e experienciam. Nesse caso, instrumentalizadas, as pessoas são capazes de assistir à televisão e fazer um filtro sobre o que lhes serve, o que não lhes serve, e quais são os conteúdos que estão agregando-lhes valor 34 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/ estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminio/sinteseindicsociais2008/indic_sociais2008.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2009. 35 INSTITUTO PAULO MONTENEGRO. O que é INAF: Indicador de Analfabetismo funcional. Disponível em: <http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.00.00.00 &ver=por>. Acesso em: 27 fev. 2009.
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ou estão dando-lhes uma percepção errônea do mundo que as cerca. Entende-se, no entanto, que a construção da autonomia dos cidadãos está baseada em diversos espaços, sendo a educação apenas um deles. A própria relação com a mídia, os laços familiares e comunitários, entre outros aspectos, podem reforçar uma posição crítica dos sujeitos. Esses dados demonstram o quanto o país carece de investimento na área da comunicação, em forma de atenção, legislação e fiscalização das empresas midiáticas, para que aqueles que não tiveram na escola sua educação formal validada não sejam manipulados e manobrados como massa pelas indústrias culturais. Considerações finais Como exposto na introdução desse trabalho, incluir a complexidade necessária ao pensamento, para que seja possível propor ideias e soluções que ultrapassem a barreira das ações imediatistas exige empenho. Apesar da tentativa de, neste espaço, colocar em operação as questões mais relevantes para se debater a tecnologia e sua relação com a sociedade e a mídia, identifica-se, desde já, que o possível para esse momento são apenas considerações. De qualquer forma, é mediante essas evoluções singelas que se imagina poder contribuir com a sociedade, ao menos colocando focos de luz sobre aspectos que ficam apagados no transcurso da história. Em diferentes contextos, diversos pensadores se depararam com situações que se encontram repetidas no presente: uma perspectiva de pensamento dominante, universalizadora, para a qual não importa a inclusão de todos, desde que os excluídos do processo sejam desfavorecidos e não tenham ferramentas para mudar o quadro geral. Entre eles, Marx36 e Foucault37 merecem destaque por abordarem a realidade de forma categórica, encontrando espaço para pensamentos que vão de encontro ao modelo estabelecido. No modelo desses autores, pode-se perceber na atualidade apropriações diferenciadas da tecnologia. Algumas delas, remodelando o que inicialmente foi proposto como hegemônico, indicam a não manutenção do que está posto, sendo fomentadoras de novas lógicas de organização social. Conforme discutido neste artigo, no entanto, mesmo as novas apropriações da tecnologia, ideias que são inicialmente consideradas inclusivas
36 MARX, Karl. O método da economia política. In: ______. Contribuição à crítica da economia política. 5. ed. Lisboa: Estampa, 1977. p. 228-37. 37 FOUCAULT, Michel. Disciplina. In: ______. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1991. p.125-72.
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e democratizadoras, podem ser novamente tornadas unificadoras e excludentes. Tanto o ciclo da cultura quanto o ciclo do capital fazem parte desse movimento, em que as diversas forças imbricadas resultam em acontecimentos sociais complexos. Não há receita que permita conceber um modelo que provoque determinado fato social, mas existem propostas que tendem para determinados fins. No caminho da democratização e da utilização cidadã da comunicação, podem-se citar os movimentos sociais como fomentadores de um projeto de inclusão. É importante perceber que o processo de mudança tecnológica, por si só, não potencializa novos modelos sociais, apenas atualiza o padrão que está em prática. Nesse sentido, a força do pensamento acadêmico pode ser mobilizadora, com a geração de novas utopias possíveis e da divulgação dessas ideias. Toda a identidade coletiva é um projeto simbólico, que depende do depósito de confiança dos indivíduos para que possa ser viabilizado. Então, para que os movimentos teóricos, que se estão trabalhando, tenham impactos na realidade brasileira, é necessária a articulação de agentes e o esclarecimento dos sujeitos sobre os assuntos debatidos. Por falta de uma educação crítica, muitas vezes não há a informação necessária a fim de que os diversos grupos sociais possam perceber outras formas de construir sua própria experiência. Por exemplo, a apropriação dos espaços midiáticos hoje existentes para as comunidades ainda é pequena, em relação ao uso comercial dos meios de comunicação. Também aqui cabe à Academia o avanço sistemático na divulgação e proliferação do conhecimento. A formação de redes pode ser uma das soluções da problemática da falta de informação por parte das comunidades, já que, quando agrupados, esses atores sociais podem trocar entre si ideias, gerando benefícios para todos. Nessa proposta, o uso das redes digitais tende a facilitar essa relação, já que mesmo indivíduos ou grupos de locais distantes podem contribuir com a formação de uma proposta conjunta. De qualquer forma, é importante ter-se claro que o pensamento da realidade social em conformação de rede não impõe esse modelo como único. Além disso, a discussão do tema mostra que uma organização em rede não é garantia de igualdade ou democracia. Para esses valores estarem presentes, é preciso que façam parte da identidade dos atores que dessas redes participam. Com interesse em propor a inclusão digital, é necessário que os projetos de migração tecnológica sejam pensados não de fora do contexto social, e sim como parte dele. Com base no pensamento dos autores trabalhados sobre a construção de
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identidade e da cidadania, percebe-se que o diálogo social é de extrema importância para esses fins. Pensando-se, logo, na questão da digitalização da televisão, envolver os telespectadores para que participem da construção da interatividade televisiva é um processo que deveria ter sido desenvolvido desde o início da transição do analógico para o digital, como forma de engajamento da população. Se a sociedade está atuando de forma conjunta na articulação de um projeto de comunicação social, nesse espaço estarão sendo aproveitadas diversas características culturais – de diferentes grupos e indivíduos. É nessa conformação que a criatividade brasileira realmente pode ser percebida e valorizada. Seria a geração de uma lógica plural, inclusiva e apropriada à realidade nacional. É certo, no entanto, que há grandes dificuldades em promover o engajamento social em relação a qualquer projeto, principalmente porque, e isso se torna claro em relação à televisão, se têm modelos de pensamento vigentes que são contrários à interferência popular nas decisões sociais. De qualquer forma, a transição tecnológica da televisão ainda está em curso e quanto maior for a mobilização nesse momento, maiores as chances de utilização em favor do social da tecnologia que está sendo implantada. Nesse sentido, a geração de conhecimento da área da comunicação para que a programação interativa possa ser reconhecidamente instrumento de inclusão, é importante, e está sendo trabalhada em diversos centros de conhecimento do país. Referências AURÉLIO ON-LINE. Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com/ dicionario.php? P=Digital>. Acesso em: 13 maio 2009. BRITTOS, Valério Cruz. Introdução. In: BRITTOS, Valério Cruz (org.). Comunicação na Fase da Multiplicidade da Oferta. Porto. Alegre: Nova Prova, 2006. p. 13-20. BRITTOS, Valério Cruz. Televisão, concentração e concorrência no capitalismo contemporâneo. In: BRITTOS, Valério Cruz (org.). Comunicação na Fase da Multiplicidade da Oferta. Porto. Alegre: Nova Prova, 2006. p. 21-45. CANCLINI, Nestor García. Culturas híbridas, poderes oblíquos. In: _______. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. 2. ed. São Paulo: Edusp, 1998. p. 283-372. CANCLINI, Nestor García. Noticias recientes sobre la hibridación. Disponível em:<http://www.sibetrans.com/trans/trans7/canclini.htm>. Acesso em: 28 jul. 2009. CASTELLS, Manuel. La galáxia internet. Barcelona: Areté, 2001. COCKBURN, Cynthia. El circuito de la tecnologia: género, identidad y poder. In: SILVERSTONE; Roger; HIRSCH, Eric. Los efectos de la nueva
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TEMAS DOS CADERNOS IHU IDEIAS N. 01 N. 02
N. 03 N. 04 N. 05 N. 06 N. 07 N. 08 N. 09 N. 10 N. 11 N. 12 N. 13 N. 14 N. 15 N. 16 N. 17 N. 18 N. 19 N. 20 N. 21 N. 22 N. 23 N. 24 N. 25 N. 26 N. 27 N. 28 N. 29 N. 30 N. 31 N. 32 N. 33 N. 34 N. 35 N. 36 N. 37 N. 38 N. 39 N. 40 N. 41 N. 42 N. 43 N. 44 N. 45 N. 46 N. 47 N. 48 N. 49
A teoria da justiça de John Rawls – Dr. José Nedel O feminismo ou os feminismos: Uma leitura das produções teóricas – Dra. Edla Eggert O Serviço Social junto ao Fórum de Mulheres em São Leopoldo – MS Clair Ribeiro Ziebell e Acadêmicas Anemarie Kirsch Deutrich e Magali Beatriz Strauss O programa Linha Direta: a sociedade segundo a TV Globo – Jornalista Sonia Montaño Ernani M. Fiori – Uma Filosofia da Educação Popular – Prof. Dr. Luiz Gilberto Kronbauer O ruído de guerra e o silêncio de Deus – Dr. Manfred Zeuch BRASIL: Entre a Identidade Vazia e a Construção do Novo – Prof. Dr. Renato Janine Ribeiro. Mundos televisivos e sentidos identiários na TV – Profa. Dra. Suzana Kilpp Simões Lopes Neto e a Invenção do Gaúcho – Profa. Dra. Márcia Lopes Duarte Oligopólios midiáticos: a televisão contemporânea e as barreiras à entrada – Prof. Dr. Valério Cruz Brittos Futebol, mídia e sociedade no Brasil: reflexões a partir de um jogo – Prof. Dr. Édison Luis Gastaldo Os 100 anos de Theodor Adorno e a Filosofia depois de Auschwitz – Profa. Dra. Márcia Tiburi A domesticação do exótico – Profa. Dra. Paula Caleffi Pomeranas parceiras no caminho da roça: um jeito de fazer Igreja, Teologia e Educação Popular – Profa. Dra. Edla Eggert Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros: a prática política no RS – Prof. Dr. Gunter Axt Medicina social: um instrumento para denúncia – Profa. Dra. Stela Nazareth Meneghel Mudanças de significado da tatuagem contemporânea – Profa. Dra. Débora Krischke Leitão As sete mulheres e as negras sem rosto: ficção, história e trivialidade – Prof. Dr. Mário Maestri Um itinenário do pensamento de Edgar Morin – Profa. Dra. Maria da Conceição de Almeida Os donos do Poder, de Raymundo Faoro – Profa. Dra. Helga Iracema Ladgraf Piccolo Sobre técnica e humanismo – Prof. Dr. Oswaldo Giacóia Junior Construindo novos caminhos para a intervenção societária – Profa. Dra. Lucilda Selli Física Quântica: da sua pré-história à discussão sobre o seu conteúdo essencial – Prof. Dr. Paulo Henrique Dionísio Atualidade da filosofia moral de Kant, desde a perspectiva de sua crítica a um solipsismo prático – Prof. Dr. Valério Rohden Imagens da exclusão no cinema nacional – Profa. Dra. Miriam Rossini A estética discursiva da tevê e a (des)configuração da informação – Profa. Dra. Nísia Martins do Rosário O discurso sobre o voluntariado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – MS Rosa Maria Serra Bavaresco O modo de objetivação jornalística – Profa. Dra. Beatriz Alcaraz Marocco A cidade afetada pela cultura digital – Prof. Dr. Paulo Edison Belo Reyes Prevalência de violência de gênero perpetrada por companheiro: Estudo em um serviço de atenção primária à saúde – Porto Alegre, RS – Prof. MS José Fernando Dresch Kronbauer Getúlio, romance ou biografia? – Prof. Dr. Juremir Machado da Silva A crise e o êxodo da sociedade salarial – Prof. Dr. André Gorz À meia luz: a emergência de uma Teologia Gay - Seus dilemas e possibilidades – Prof. Dr. André Sidnei Musskopf O vampirismo no mundo contemporâneo: algumas considerações – Prof. MS Marcelo Pizarro Noronha O mundo do trabalho em mutação: As reconfigurações e seus impactos – Prof. Dr. Marco Aurélio Santana Adam Smith: filósofo e economista – Profa. Dra. Ana Maria Bianchi e Antonio Tiago Loureiro Araújo dos Santos Igreja Universal do Reino de Deus no contexto do emergente mercado religioso brasileiro: uma análise antropológica – Prof. Dr. Airton Luiz Jungblut As concepções teórico-analíticas e as proposições de política econômica de Keynes – Prof. Dr. Fernando Ferrari Filho. Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil Colonial – Prof. Dr. Luiz Mott. Malthus e Ricardo: duas visões de economia política e de capitalismo – Prof. Dr. Gentil Corazza Corpo e Agenda na Revista Feminina – MS Adriana Braga A (anti)filosofia de Karl Marx – Profa. Dra. Leda Maria Paulani Veblen e o Comportamento Humano: uma avaliação após um século de “A Teoria da Classe Ociosa” – Prof. Dr. Leonardo Monteiro Monasterio Futebol, Mídia e Sociabilidade. Uma experiência etnográfica – Édison Luis Gastaldo, Rodrigo Marques Leistner, Ronei Teodoro da Silva & Samuel McGinity Genealogia da religião. Ensaio de leitura sistêmica de Marcel Gauchet. Aplicação à situação atual do mundo – Prof. Dr. Gérard Donnadieu A realidade quântica como base da visão de Teilhard de Chardin e uma nova concepção da evolução biológica – Prof. Dr. Lothar Schäfer “Esta terra tem dono”. Disputas de representação sobre o passado missioneiro no Rio Grande do Sul: a figura de Sepé Tiaraju – Profa. Dra. Ceres Karam Brum O desenvolvimento econômico na visão de Joseph Schumpeter – Prof. Dr. Achyles Barcelos da Costa Religião e elo social. O caso do cristianismo – Prof. Dr. Gérard Donnadieu. Copérnico e Kepler: como a terra saiu do centro do universo – Prof. Dr. Geraldo Monteiro Sigaud
N. 50 N. 51 N. 52 N. 53 N. 54 N. 55 N. 56 N. 57 N. 58 N. 59 N. 60 N. 61 N. 62 N. 63 N. 64 N. 65 N. 66 N. 67 N. 68 N. 69 N. 70 N. 71 N. 72 N. 73 N. 74 N. 75 N. 76 N. 77 N. 78 N. 79 N. 80 N. 81 N. 82 N. 83 N. 84 N. 85 N. 86 N. 87 N. 88 N. 89 N. 90 N. 91 N. 92 N. 93 N. 94 N. 95 N. 96 N. 97 N. 98 N. 99 N. 100 N. 101 N. 102 N. 103 N. 104 N. 105
Modernidade e pós-modernidade – luzes e sombras – Prof. Dr. Evilázio Teixeira Violências: O olhar da saúde coletiva – Élida Azevedo Hennington & Stela Nazareth Meneghel Ética e emoções morais – Prof. Dr. Thomas Kesselring Juízos ou emoções: de quem é a primazia na moral? – Prof. Dr. Adriano Naves de Brito Computação Quântica. Desafios para o Século XXI – Prof. Dr. Fernando Haas Atividade da sociedade civil relativa ao desarmamento na Europa e no Brasil – Profa. Dra. An Vranckx Terra habitável: o grande desafio para a humanidade – Prof. Dr. Gilberto Dupas O decrescimento como condição de uma sociedade convivial – Prof. Dr. Serge Latouche A natureza da natureza: auto-organização e caos – Prof. Dr. Günter Küppers Sociedade sustentável e desenvolvimento sustentável: limites e possibilidades – Dra. Hazel Henderson Globalização – mas como? – Profa. Dra. Karen Gloy A emergência da nova subjetividade operária: a sociabilidade invertida – MS Cesar Sanson Incidente em Antares e a Trajetória de Ficção de Erico Veríssimo – Profa. Dra. Regina Zilberman Três episódios de descoberta científica: da caricatura empirista a uma outra história – Prof. Dr. Fernando Lang da Silveira e Prof. Dr. Luiz O. Q. Peduzzi Negações e Silenciamentos no discurso acerca da Juventude – Cátia Andressa da Silva Getúlio e a Gira: a Umbanda em tempos de Estado Novo – Prof. Dr. Artur Cesar Isaia Darcy Ribeiro e o O povo brasileiro: uma alegoria humanista tropical – Profa. Dra. Léa Freitas Perez Adoecer: Morrer ou Viver? Reflexões sobre a cura e a não cura nas reduções jesuítico-guaranis (1609-1675) – Profa. Dra. Eliane Cristina Deckmann Fleck Em busca da terceira margem: O olhar de Nelson Pereira dos Santos na obra de Guimarães Rosa – Prof. Dr. João Guilherme Barone Contingência nas ciências físicas – Prof. Dr. Fernando Haas A cosmologia de Newton – Prof. Dr. Ney Lemke Física Moderna e o paradoxo de Zenon – Prof. Dr. Fernando Haas O passado e o presente em Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade – Profa. Dra. Miriam de Souza Rossini Da religião e de juventude: modulações e articulações – Profa. Dra. Léa Freitas Perez Tradição e ruptura na obra de Guimarães Rosa – Prof. Dr. Eduardo F. Coutinho Raça, nação e classe na historiografia de Moysés Vellinho – Prof. Dr. Mário Maestri A Geologia Arqueológica na Unisinos – Prof. MS Carlos Henrique Nowatzki Campesinato negro no período pós-abolição: repensando Coronelismo, enxada e voto – Profa. Dra. Ana Maria Lugão Rios Progresso: como mito ou ideologia – Prof. Dr. Gilberto Dupas Michael Aglietta: da Teoria da Regulação à Violência da Moeda – Prof. Dr. Octavio A. C. Conceição Dante de Laytano e o negro no Rio Grande Do Sul – Prof. Dr. Moacyr Flores Do pré-urbano ao urbano: A cidade missioneira colonial e seu território – Prof. Dr. Arno Alvarez Kern Entre Canções e versos: alguns caminhos para a leitura e a produção de poemas na sala de aula – Profa. Dra. Gláucia de Souza Trabalhadores e política nos anos 1950: a idéia de “sindicalismo populista” em questão – Prof. Dr. Marco Aurélio Santana Dimensões normativas da Bioética – Prof. Dr. Alfredo Culleton & Prof. Dr. Vicente de Paulo Barretto A Ciência como instrumento de leitura para explicar as transformações da natureza – Prof. Dr. Attico Chassot Demanda por empresas responsáveis e Ética Concorrencial: desafios e uma proposta para a gestão da ação organizada do varejo – Profa. Dra. Patrícia Almeida Ashley Autonomia na pós-modernidade: um delírio? – Prof. Dr. Mario Fleig Gauchismo, tradição e Tradicionalismo – Profa. Dra. Maria Eunice Maciel A ética e a crise da modernidade: uma leitura a partir da obra de Henrique C. de Lima Vaz – Prof. Dr. Marcelo Perine Limites, possibilidades e contradições da formação humana na Universidade – Prof. Dr. Laurício Neumann Os índios e a História Colonial: lendo Cristina Pompa e Regina Almeida – Profa. Dra. Maria Cristina Bohn Martins Subjetividade moderna: possibilidades e limites para o cristianismo – Prof. Dr. Franklin Leopoldo e Silva Saberes populares produzidos numa escola de comunidade de catadores: um estudo na perspectiva da Etnomatemática – Daiane Martins Bocasanta A religião na sociedade dos indivíduos: transformações no campo religioso brasileiro – Prof. Dr. Carlos Alberto Steil Movimento sindical: desafios e perspectivas para os próximos anos – MS Cesar Sanson De volta para o futuro: os precursores da nanotecnociência – Prof. Dr. Peter A. Schulz Vianna Moog como intérprete do Brasil – MS Enildo de Moura Carvalho A paixão de Jacobina: uma leitura cinematográfica – Profa. Dra. Marinês Andrea Kunz Resiliência: um novo paradigma que desafia as religiões – MS Susana María Rocca Larrosa Sociabilidades contemporâneas: os jovens na lan house – Dra. Vanessa Andrade Pereira Autonomia do sujeito moral em Kant – Prof. Dr. Valerio Rohden As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria Monetária: parte 1 – Prof. Dr. Roberto Camps Moraes Uma leitura das inovações bio(nano)tecnológicas a partir da sociologia da ciência – MS Adriano Premebida ECODI – A criação de espaços de convivência digital virtual no contexto dos processos de ensino e aprendizagem em metaverso – Profa. Dra. Eliane Schlemmer As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria Monetária: parte 2 – Prof. Dr. Roberto Camps Moraes Futebol e identidade feminina: um estudo etnográfico sobre o núcleo de mulheres gremistas – Prof. MS Marcelo Pizarro Noronha
N. 106 Justificação e prescrição produzidas pelas Ciências Humanas: Igualdade e Liberdade nos discur-
sos educacionais contemporâneos – Profa. Dra. Paula Corrêa Henning N. 107 Da civilização do segredo à civilização da exibição: a família na vitrine – Profa. Dra. Maria Isabel Bar-
ros Bellini N. 108 Trabalho associado e ecologia: vislumbrando um ethos solidário, terno e democrático? – Prof. Dr.
Telmo Adams N. 109 Transumanismo e nanotecnologia molecular – Prof. Dr. Celso Candido de Azambuja N. 110 Formação e trabalho em narrativas – Prof. Dr. Leandro R. Pinheiro N. 111 Autonomia e submissão: o sentido histórico da administração – Yeda Crusius no Rio Grande do Sul
– Prof. Dr. Mário Maestri N. 112 A comunicação paulina e as práticas publicitárias: São Paulo e o contexto da publicidade e propa-
ganda – Denis Gerson Simões N. 113 Isto não é uma janela: Flusser, Surrealismo e o jogo contra – Esp. Yentl Delanhesi N. 114 SBT: jogo, televisão e imaginário de azar brasileiro – MS Sonia Montaño N. 115. Educação cooperativa solidária: perspectivas e limites – Prof. MS Carlos Daniel Baioto N. 116 Humanizar o humano – Roberto Carlos Fávero N. 117 Quando o mito se torna verdade e a ciência, religião – Róber Freitas Bachinski N. 118 Colonizando e descolonizando mentes – Marcelo Dascal N. 119 A espiritualidade como fator de proteção na adolescência – Luciana F. Marques & Débora D. Dell’Aglio N. 120 A dimensão coletiva da liderança – Patrícia Martins Fagundes Cabral & Nedio Seminotti N. 121 Nanotecnologia: alguns aspectos éticos e teológicos – Eduardo R. Cruz N. 122 Direito das minorias e Direito à diferenciação – José Rogério Lopes N. 123 Os direitos humanos e as nanotecnologias: em busca de marcos regulatórios – Wilson Engelmann N. 124 Desejo e violência – Rosane de Abreu e Silva N. 125 As nanotecnologias no ensino – Solange Binotto Fagan N. 126 Câmara Cascudo: um historiador católico – Bruna Rafaela de Lima N. 127 O que o câncer faz com as pessoas? Reflexos na literatura universal: Leo Tolstoi – Thomas Mann –
Alexander Soljenítsin – Philip Roth – Karl-Josef Kuschel N. 128 Dignidade da pessoa humana e o direito fundamental à identidade genética – Ingo Wolfgang Sarlet
& Selma Rodrigues Petterle Aplicações de caos e complexidade em ciências da vida – Ivan Amaral Guerrini Nanotecnologia e meio ambiente para uma sociedade sustentável – Paulo Roberto Martins A philía como critério de inteligibilidade da mediação comunitária – Rosa Maria Zaia Borges Abrão Linguagem, singularidade e atividade de trabalho – Marlene Teixeira & Éderson de Oliveira Cabral A busca pela segurança jurídica na jurisdição e no processo sob a ótica da teoria dos sistemas sociais de Niklass Luhmann – Leonardo Grison N. 134 Motores Biomoleculares – Ney Lemke & Luciano Hennemann N. 129 N. 130 N. 131 N. 132 N. 133
Ana Maria Oliveira Rosa é mestranda no Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCC) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Participa do Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS). É jornalista, graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2004, e pós-graduada em Assessoria Linguística pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER) em 2008. Algumas publicações da autora: BRITTOS, V.; ROSA, A. M. O. Interatividade e potencialidade: do computador à TV digital. In: Texto (UFRGS Online), v. 1, p. 48-67, 2009. ROSA, Ana Maria de Oliveira; BARBOSA, R. C. Discussões de economia política na área da comunicação brasileira. In: BRITTOS, Valério Cruz (org.). TV digital, Economia Política e Democracia. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2010. p. 199-214. ROSA, A. M. O. Diálogo com Bakhtin. Palávora, v. 2010, p. 1, 2010. SCHNAID, F.; ZARO, M. A.; TIMM, M. I.; FERREIRA FILHO, R. C. M.; CABRAL JR, P. A. F.; ROSA, A. M. O.; JESUS, M. A. S.. Tecnologia educacional: mídias e suas linguagens. In: SCHNAID, F.; ZARO, M. A.; TIMM, M. I. (org.). Ensino de
Engenharia: do positivismo à construção das mudanças para o século XXI. 1 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006, p. 241-63. V. 1.